PEREGRINAÇÃO NACIONAL DE FAMÍLIAS
“Sé de Braga a S. Bento da Porta Aberta por ocasião do Ano Jubilar - 2014”
no 20º aniversário do Ano Internacional da Família Rezar, com o Papa Francisco, pelas famílias
8-9-10 de Junho de 2014
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Vamos peregrinar! Vamos rezar, com o corpo e com o espírito, pelas famílias!
Um dos maiores, importantes e decisivos campos onde se joga o futuro é a Família. Hoje. Aqui e agora. Temos assistido a uma constante degradação social, cultural, espiritual e material das famílias. Sem se ser catastrofista, pode dizer-se, sem titubear, que cada dia que passa, a situação desta célula base e estruturante de toda a sociedade humana, se afunda. Se há sinais positivos e belos de famílias que, contra ventos e marés, conseguem ser fiéis aos compromissos de se ser família, infelizmente, os sinais, os factos, lidos nos nossos quotidianos são, de veras, muito negativos e não é preciso ser demógrafo ou especialista nestas questões sociais para se ver o drama das famílias e da nossa sociedade. Seja-nos permitido indicar alguns dados, do conhecimento de todos:
a taxa de fecundidade afunda-se perigosamente. Dramaticamente. Desde 1980 que Portugal não substitui as gerações e todos os anos nascem menos crianças do que no ano anterior. O nosso país caiu num verdadeiro Inverno demográfico de onde parece não se sair. Fomos atingidos por um verdadeiro cataclismo demográfico. Estamos a ser dizimados inexoravelmente! No dizer de Pierre Chaunu, a Peste Branca está a devastar Portugal (e a Europa). A título de exemplo: o número de nascimentos em 2013 (63000 bebés) foi o mais baixo de sempre em Portugal, desde que há registos;
a cultura dominante é profundamente anti-natalista, e cada bebé que se anuncia, quase ou é mesmo é entendido como um inimigo que se pode ou deve matar atitude que a lei permite, apoia e promove;
os filhos são, não raras vezes, considerados como um objeto que se escolhe como algo que se consome, se encomenda no tempo e, se possível, como se
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imagina. Nem se importa que às crianças seja dado e reconhecido o direito de saber quem é o seu Pai e a sua Mãe;
uma insidiosa campanha, sistemática, da chamada “Teoria do Género” que pretende apagar as naturais diferenças, da natureza gonocórica da espécie humana e onde, num modelo de sociedade que impõe já não há lugar para o masculino nem para o feminino, matriz biológica humana e que nos querem fazer crer que são noções meramente culturais;
a taxa de divorcialidade está ao nível dos mais altos da Europa, com tudo o que tal implica na economia familiar, mas relações afetivas Pais - Filhos ou ,até, no chamado sucesso educativo das crianças e jovens;
o abandono dos velhos atinge valores impressionantes e a sua institucionalização frequente é reveladora, muitas vezes, da má qualidade dos laços afetivos entre gerações;
a própria noção de família, como sempre se entendeu em qualquer cultura de qualquer tempo, nos está a ser apresentada ao arrepio do património natural, comunidade baseada na união entre Homem e Mulher;
A Família, nestes tempos, sofre fortes e virulentos ataques perante os quais não pode haver indiferença. O que se indicou acima, não esgota a lista das situações que são sintomas da decomposição da Família. Assim, nós, as instituições aqui presentes: “Forum Família”; “Associação Famílias” e “Instituto Internacional Familiaris Consortio” (da Militia Sanctae Mariae) atendendo ao apelo do papa Francisco, que se reze pelas famílias, decidimos peregrinar até S. Bento da Porta Aberta, santuário que este ano está a comemorar o 50º aniversário da proclamação de S. Bento como Padroeiro da Europa, continente onde a crise da Família é muito severa. Vamos fazê-lo de acordo com o programa e com o espírito de oração envolvendo todo o corpo, rezando com os pés que caminham e com a alma, em união com o Papa e oferecendo as orações e o sofrimento que a caminhada a pé nos traz.
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S. Bento S. Bento é um dos maiores vultos da história da Igreja; nasceu cerca de 480, em Núrsia, Itália, e é hoje venerado em todo o mundo, como gigante e pai do monaquismo ocidental, Pai e Padroeiro da Europa. Em Portugal, o seu santuário mais famoso, visitado anualmente por muitas centenas de milhar de devotos peregrinos, é S. Bento da Porta Aberta, Gerês, Rio Caldo, Arquidiocese de Braga. Grandes Papas, recentes, dedicaram-lhe uma atenção muito especial: Pio XII, com a notável Encíclica, “Fulgens radiatur” (Fulgante de luz), de 21 de Março de 1947; Paulo VI, com a Carta Apostólica, “Pacis nuntius”, de 24 de Outubro de 1964; São João Paulo II com uma notável homilia, a propósito do XV centenário do nascimento de S. Bento e de sua irmã gémea Stª Escolástica, de 23 de Março de 1980 e, finalmente, Bento XVI, a quem dedicou o pontificado, com uma Catequese proferida em 9 de Abril de 2008. O primeiro biógrafo de S. Bento, foi, também, um Papa, um dos maiores Papas de sempre, S. Gregório Magno, (592), quando a memória do Santo Patriarca ainda estava muito presente, já que tinha morrido em 547. A descendência espiritual de S. Bento, sempre guiada na fidelidade à Regra que nos deixou, chegou aos nossos dias e foram e são estes filhos e filhas de S. Bento, seguindo o Mestre, na procura incessante de Deus, que teceram a identidade da Europa, com a Cruz, o arado e o libro, verdadeiros construtores de uma civilização da Paz e do Amor, fazendo da oração um trabalho prioritário e do trabalho uma oração. É célebre o lema que define a força espiritual de S. Bento e dos seus monges: “ORA ET LABORA” (Reza e trabalha).
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Índice
1. Objetivos .............................................................................................................7 2. Peregrinação ........................................................................................................8 3. Organização .........................................................................................................9 4. Apoios ...............................................................................................................10 5. Bibliografia recomendada como preparação dos peregrinos ............................11 6. Comissão de organização ..................................................................................12 7. Outras informações...........................................................................................13 8. Devocionário .....................................................................................................14
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1. Objetivos
Rezar com e pelas famílias de Portugal;
Rezar pela promoção de uma cultura da vida e respeitadora da Família;
Agradecer a Deus, por S. Bento, o dom da vida e da família dos peregrinos;
Descobrir, pela caminhada, também rezando com os pés, a necessidade de se saber ultrapassar os obstáculos que diariamente se colocam às famílias;
Refletir sobre a herança de S. Bento para a construção de uma Europa cristã;
Pedir a S. Bento que a Europa, de quem é Pai e Padroeiro, não se envergonhe, ou até deixe, de combater as suas raízes e saiba defender a vida e a família;
Ganhar a indulgência parcial do Ano Jubilar de S. Bento da Porta Aberta.
GANHAR INDULGÊNCIAS DESTE ANO JUBILAR O Senhor Arcebispo Primaz, Dom Jorge da Costa Ferreira Ortiga, concede, durante este ano jubilar, indulgência parcial aos peregrinos e devotos de S. Bento do Porta Aberta que observarem os seguintes requisitos:
Visitar a igreja do santuário e aí rezar pelas intenções do Papa, celebrando o sacramento da reconciliação e comunhão eucarística;
Comprometer-se à conversão e, consequentemente, mudar para um estilo de vida mais de acordo com as promessas do nosso Batismo;
Praticar atos de Caridade em favor dos mais necessitados ou qualquer ato de penitência;
Visitar doentes ou isolados;
Dar público testemunho da sua fé;
Perdoar aos que nos ofendem;
Recitar a oração de S. Bento.
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2. Peregrinação INICIO: 8 de junho de 2014, com partida da Sé de Braga:
Missa de envio;
Bênção de Peregrinos e entrega do bordão do peregrino.
FIM: 10 de junho de 2014, chegada ao Santuário de S. Bento:
Acolhimento dos peregrinos junto ao cruzeiro;
Via Sacra pela vida, em caminhada até ao Santuário;
Missa;
Terço meditado;
Bênção do SS;
Ósculo da relíquia de S. Bento;
Nota: para as refeições, deve levar-se farnel para os dois primeiros dias de caminhada; Em S. Bento encontra-se disponível o self-service ou o restaurante do hotel.
PROGRAMA 8 | JUNHO | 2014 09h30 - Missa na Sé de Braga; 10h30 - Concentração no Rossio da Sé e início da caminhada; 12h00 - Recitação do "Angelus"; 20h30 - Terço/tertúlia/filme no santuário da Senhora da Abadia; 9 | JUNHO | 2014 09h30 - Missa no santuário da Senhora da Abadia, com Consagração das famílias a Nossa Senhora; 11h30 - Leitura; 12h00 - Recitação do "Angelus"; 15h00 - Inicio da caminhada para S. Bento; 20h30 - Terço/tertúlia/filme no santuário de S. Bento da Porta Aberta; 10 | JUNHO | 2014 08h30 - Confissões (a decorrer durante todo o dia); 09h00 - Concentração junto ao Cruzeiro; 09h15 - Via Sacra (entre o cruzeiro e a igreja) 10h00 - Missa no santuário de S. Bento da Porta Aberta; 11h30 - Leitura; 12h00 - Recitação do "Angelus"; 13h00 - Pausa para almoço; 15h00 - Meditação; 17h00 - Terço; 17h30 - Encerramento. 8
3. Organização
Associação Famílias | Rua de Guadalupe, n.º 73 | 4710-298 BRAGA Tel. 253 611 609 | e-mail: associacao.familias@gmail.com | www.a-familias.org
Militia Sanctae Mariae | Rua de Guadalupe, n.º 73 | 4710-298 BRAGA Tel. 253 611 609 | e-mail: geral@msm-portugal.org | www.msm-portugal.org
Fórum Família | Rua Daniel Rodrigues, n.º 875 | 4760-252 BRUFE VNF Tel. 252 378 977 | Fax 252 378 978 | e-mail: fórum.familia@sapo.pt
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4. Apoios Diocese de Braga Rua de St.ª Margarida, n.º 181 | 4710-306 BRAGA
Irmandade de São Bento da Porta Aberta Seara | 4845-028 RIO CALDO
Cabido da Sé de Braga Catedral de Santa Maria de Braga | 4710 BRAGA
Confraria da Nossa Senhora da Abadia Santuário de Nossa Senhora da Abadia | 4720-685 BOURO (SANTA MARTA)
Diário do Minho Rua de St.ª Margarida, 4 A | 4710-306 Braga
Rádio Renascença Rua de St.ª Margarida | 4710-306 BRAGA
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5. Bibliografia recomendada como preparação dos peregrinos S. João Paulo II: Exortação Apostólica “Familiaris Consortio” e Encíclica “Evangelium vitae”
Dom Massimo Lapponi: “S. Bento e a vida familiar”, Edição do Santuário de S. Bento da Porta Aberta
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6. Comissão de organização Pela Associação Famílias Carlos Aguiar Gomes | c.a.aguiar.gomes@gmail.com
Pelo IIFC/Militia Sanctae Mariae Filipe Amorim | amorim.afc@gmail.com
Pelo Fórum Família Artur Mesquita Guimarães | mesquita_guimaraes@hotmail.com
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7. Outras informações 1.
Os peregrinos devem acautelar a sua condição pessoal e familiar no que diz respeito à saúde e cuidados de segurança ou outros a ter durante a caminhada. A organização não se responsabiliza por danos causados durante a peregrinação que é uma atividade livre;
2.
As refeições serão asseguradas pelos próprios. Em S. Bento os peregrinos poderão recorrer ao self-service ou ao Restaurante do Hotel;
3.
A organização oferece o alojamento em regime de acantonamento para quem se inscrever;
4.
Não esquecer de levar água para a caminhada e outros bens que cada um julgue necessário;
5.
Cada peregrino deverá levar apenas o estritamente necessário para a caminhada. Um carro de apoio poderá transportar bagagens mais pesadas para quem se inscreva;
6.
A inscrição é gratuita, mas aconselhável.
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8. Devocionário RECEÇÃO DO BORDÃO DE PEREGRINO V. Avé Maria, cheia de graça R. O Senhor é Convosco! V. Deus vinde em nosso auxílio R. Senhor, socorrei-nos e salvai-nos. V. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. R. Como era no princípio, agora e sempre. Amen (T.P. Aleluia) V. Dirigi, Senhor, os nossos passos por caminhos de paz e de prosperidade. R. E que o Arcanjo S. Rafael nos acompanhe. V. Para que regressemos com saúde e alegria.
Senhor, misericórdia. Cristo, misericórdia. Senhor, misericórdia.
Pai nosso…
Entrega do bordão de peregrino: V. Recebe este bordão, sinal de que peregrinas. Que te ajude nas asperezas do caminho e que te lembre a tua fragilidade. R. Amen.
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Salmo 14 Quem habitará, Senhor, no vosso santuário,* Quem descansará na vossa montanha sagrada?
O que vive sem mancha e pratica a justiça* e diz a verdade que tem no seu coração, o que não usa a língua para levantar calúnias* e não faz o mal ao seu próprio + nem ultraja o seu semelhante.
O que tem por desprezível o ímpio* mas estima os que temem o Senhor, o que não falta ao juramento mesmo em seu prejuízo,* e não empresta dinheiro com usura + nem aceita presente para condenar o inocente.
Quem assim proceder * Jamais será abalado.
V. Oremos Senhor Deus do Universo, estabelecestes com admirável providência as funções dos Anjos e dos homens, concedei propício que a nossa vida sena protegida durante a nossa peregrinação na Terra por aqueles que eternamente Vos assistem e servem nos céus. Por nosso Senhor… R. Amen.
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Bênção final: (no início da bênção, será aceso um círio, seguindo-se a oração e bênção do envio) V. Avé Maria, cheia de graça R. O Senhor é Convosco! V. Deus vinde em nosso auxílio R. Senhor, socorrei-nos e salvai-nos. V. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. R. Como era no princípio, agora e sempre. Amen (T.P. Aleluia) V. Acendei o vosso círio! (cada peregrino que assim o deseje, acenderá uma vela, deslocando-se para o efeito, até ao círio aceso no início da bênção do envio, como sinal da luz que veio buscar ao santuário e que levará para sua casa. Quando todos tiverem a vela acesa, aclamarão:) Todos: A Luz de Cristo ilumine os nossos corações e o mundo inteiro. Amen. (T.P. Aleluia)
Oremos Abençoai Senhor estes peregrinos, que aqui vieram em espírito de oração e querem regressar reconfortados com a Vossa bênção, sob proteção de S. Bento, anunciando a todos com alegria que só Vós sois o caminho, a Verdade e a Vida. Fazei, Senhor Jesus, que chegue em paz e segurança às suas casas, depois de se terem alimentado neste santuário da Palavra que vivifica. A bênção de Deus todo poderoso, Pai + Filho + e Espírito Santo desça sobre todos e cada um destes peregrinos que agora regressam a suas casas e que permaneçam para sempre na Luz de Jesus Cristo, o sol sem ocaso. R. Amen.
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CONSAGRAÇÃO A NOSSA SENHORA (S. Luís Maria Grignion de Montfort) 300º Aniversário do “Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem”
V. Avé Maria, cheia de graça R. O Senhor é Convosco! V. Deus vinde em nosso auxílio R. Senhor, socorrei-nos e salvai-nos. V. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. R. Como era no princípio, agora e sempre. Amen (curta admonição do celebrante explicativa do que significa esta consagração)
Leitura Lc 1, 26-38 ou Lc 1, 39-56 ou Jo 19, 25, 27
V. Palavra do Senhor Todos: Graças a Deus (pode haver um pequeno comentário ao Evangelho)
(O celebrante convida todos os presentes a acenderem uma vela. Quando todos tiverem a vela acesa, a partir do círio pascal previamente aceso diz:) V. A luz de Cristo! Aleluia! Todos: Graças a Deus! Aleluia! V. Irmãos, estamos aqui reunidos para nos consagrarmos total e fielmente à Santíssima Mãe de Deus. Sabemos, que “foi pela Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por Ela que deve reinar no mundo” (S. Luís Maria Grignion de Montfort - “Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem”, n.º 1). Peçamos-lhe, pois, que nos conduza até Jesus, sempre em comunhão com o Papa, sinal e sacramento da unidade da Igreja, Jesus Cristo na Terra. 17
Que a Theotokos, a Mãe de Deus, a quem nos queremos entregar hoje e para sempre receba a nossa entrega incondicional. Assim, peçamos, de joelhos, e levantando a vela acesa, símbolo da Luz Eterna que é Jesus Cristo e recordando-nos das promessas do nosso Batismo, a nossa consagração individual à Santíssima Virgem. Todos: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amen. Eu … (nome) … pecador(a) infiel, renovo e ratifico hoje entre as vossas mãos, ó Maria Imaculada, Rainha do Céu e da Terra, os votos de batismo: renuncio para sempre a Satanás, às suas pompas e suas obras, e entrego-me sem reservas a Jesus Cristo, a Sabedoria incarnada, para carregar a minha cruz seguindo-O todos os dias da minha vida, e para que seja mais fiel do que tenha sido até aqui. Escolho-vos hoje, ó Maria, na presença de toda a corte celestial, para minha mãe e minha dama, entrego-Vos e consagro-Vos, como escravo(a), o meu corpo e a minha alma, os meus bens interiores e exteriores e o próprio valor das minhas boas ações, presentes e futuras, deixando-Vos um inteiro e pleno direito de dispor de mim e de tudo o que me pertence, sem exceção, segundo o Vosso bom desejo, para maior glória de Deus no tempo e na eternidade. Amen. V. Em sinal da nossa alegria cantemos todos um hino a Nossa Senhora. V. Agora, consagrados a Maria, peçamos-lhes que sejam fiéis a este juramento. V. Confortados e animados por este ato de amor para com a Santa Mãe de Deus, vamos em paz e que, com Maria, o Senhor nos acompanhe. Todos: Graças a Deus (pode cantar-se um hino de louvor a Nossa Senhora enquanto os fiéis vão saindo)
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ORAÇÃO DO MEIO DIA "Angelus" V. O Anjo do Senhor anunciou a Maria. R. E Ela concebeu do Espírito Santo. Ave Maria… V. Eis a escrava do Senhor. R. Faça-se em mim segundo a Vossa Palavra. Ave Maria… V. E o Verbo divino encarnou. R. E habitou no meio de nós. Ave Maria… V. Rogai por nós Santa Mãe de Deus. R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Oremos. Infundi, Senhor, como Vos pedimos, a Vossa graça nas nossas almas, para que nós, que pela Anunciação do Anjo conhecemos a Encarnação de Cristo, Vosso Filho, pela sua Paixão e Morte na Cruz, sejamos conduzidos à glória da ressurreição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Filho que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
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SANTO ROSÁRIO V. Graças e louvores se deem a todo o momento, R. ao Santíssimo e diviníssimo Sacramento. Pai Nosso, Avé Maria, Glória (três vezes). Comunhão Espiritual: Eu quisera, Senhor, receber-Vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu a Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e o fervor dos Santos. Pelo Sinal da Santa Cruz, livre-nos Deus Nosso Senhor, dos nossos inimigos. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ámen
MISTÉRIOS GOZOSOS (segunda-feira e sábado) 1°. A Anunciação do Anjo à Virgem Nossa Senhora. 2°. A Visitação de Nossa Senhora à Sua prima Santa Isabel. 3°. O Nascimento do Filho de Deus em Belém. 4°. A Apresentação de Jesus no Templo. 5°. O Menino Deus perdido e achado no Templo.
MISTÉRIOS DOLOROSOS (terça-feira e sexta-feira) 1°. A Oração de Jesus no Horto. 2°. A Flagelação. 3°. A Coroação de Espinhos. 4°. Jesus com a Cruz às costas. 5°. Jesus morre na Cruz
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MISTÉRIOS GLORIOSOS (quarta-feira e domingo) 1°. A Ressurreição de Nosso Senhor. 2°. A Ascensão de Jesus ao Céu. 3°. A Vinda do Espírito Santo. 4°. A Assunção de Nossa Senhora. 5°. A Coroação de Maria Santíssima.
MISTÉRIOS LUMINOSOS (quinta-feira) 1º. O Batismo de Jesus no Jordão. 2º. A Auto-revelação do Senhor nas bodas de Caná. 3º. O Anúncio do Reino de Deus, convidando à conversão. 4º. A Transfiguração. 5º. A Instituição da Eucaristia
Depois de cada mistério: Glória... V. Ó Maria concebida sem pecado, R. Rogai por nós, que recorremos a vós. V. Ó meu Jesus, perdoai-nos e livrai-nos do fogo do inferno, R. levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente as que mais precisarem.
Ao terminar os cinco mistérios: Avé Maria, Filha de Deus Pai, cheia de graça, ... Avé Maria, Mãe de Deus Filho, cheia de graça, ... Avé Maria, Esposa de Deus Espírito Santo, cheia de graça, ...
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Salve Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, salvé. A Vós bradamos, os degredados filhos de Eva, a Vós suspiramos gemendo e chorando neste vale de lágrimas: eia, pois, Advogada nossa, esses Vossos olhos misericordiosos a nós volvei. E depois deste desterro nos mostrai Jesus, bendito fruto do Vosso ventre. Ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria. Rogai por nós Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
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LADAINHA DE NOSSA SE NHORA (A cada invocação da Virgem deve responder-se: Rogai por nós) Senhor, tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós. Jesus Cristo, tende piedade de nós, Jesus Cristo, tende piedade de nós. Senhor, tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós. Jesus Cristo, ouvi-nos, Jesus Cristo, ouvi-nos. Jesus Cristo, atendei-nos, Jesus Cristo, atendei-nos.
Pai do Céu, que sois Deus, tende piedade de nós. Filho Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade de nós. Espírito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós, Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa Maria, Santa Mãe de Deus Santa Virgem das Virgens Mãe de Cristo 23
Mãe da Igreja Mãe da divina graça Mãe puríssima Mãe castíssima Mãe imaculada Mãe intacta Mãe amável Mãe admirável Mãe do bom conselho Mãe do Criador Mãe do Salvador Virgem prudentíssima Virgem venerável Virgem louvável Virgem poderosa Virgem clemente Virgem fiel Espelho da justiça Sede de sabedoria Causa da nossa alegria Vaso espiritual Vaso honorífico Vaso insigne de devoção Rosa Mística Torre de David Torre de marfim 24
Casa de ouro Arca da Aliança Porta do Céu Estrela da manhã Saúde dos enfermos Refúgio dos pecadores Consoladora dos aflitos Auxílio dos cristãos Rainha dos Anjos Rainha dos Patriarcas Rainha dos Profetas Rainha dos Apóstolos Rainha dos Mártires Rainha dos Confessores Rainha das Virgens Rainha de todos os Santos Rainha concebida sem mácula de pecado original Rainha elevada ao Céu em corpo e alma Rainha do Santíssimo Rosário Rainha da Família Rainha da paz.
Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor. Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor. 25
Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, dai-nos a paz.
À vossa proteção nos acolhemos, Santa Mãe de Deus, não desprezeis as nossas súplicas nas necessidades: mas livrai-nos sempre de todos os perigos, Virgem gloriosa e bendita. V. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus. R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Oremos: Senhor Deus, nós Vos suplicamos que concedais aos vossos servos perpétua saúde de alma e de corpo; e que pela gloriosa intercessão da Bem-aventurada sempre Virgem Maria, sejamos livres dos males presentes e gozemos da eterna alegria. Por Nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Filho que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. R. Amen.
Pelas necessidades da Igreja e do Estado: Pai Nosso, Avé Maria, Glória. Pela pessoa e intenções do Santo Padre – Papa Francisco: Pai Nosso, Avé Maria, Glória. Pela pessoa e intenções do Sr. Bispo desta diocese: Pai Nosso, Avé Maria, Glória. Pelas benditas almas do Purgatório: Pai Nosso, Avé Maria. Descansem em paz. Amen.
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DEPARTAMENTO PARA AS CELEBRAÇÕES LITÚRGICAS DO SUMO PONTÍFICE VIA-SACRA NO COLISEU, na SEXTA-FEIRA SANTA DO ANO 2005
MEDITAÇÕES E ORAÇÕES DO CARDEAL JOSEPH RATZINGER
APRESENTAÇÃO O leitmotiv desta Via-Sacra é evidenciado já na oração inicial e, depois, na XIV estação. Trata-se da afirmação pronunciada por Jesus no Domingo de Ramos – logo a seguir à sua entrada em Jerusalém – como resposta à súplica de alguns Gregos que queriam vê-Lo: «Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto» (Jo 12, 24). Deste modo, o Senhor interpreta todo o seu caminho terreno como o percurso do grão de trigo, que, só através da morte, chega a produzir fruto. Interpreta a sua vida terrena, a sua morte e a sua ressurreição de modo a desembocar na Santíssima Eucaristia, na qual está compendiado todo o seu mistério. Uma vez que Ele viveu a sua morte como uma oferta de Si mesmo, como um acto de amor, o seu corpo foi transformado na nova vida da ressurreição. Por isso, Ele, o Verbo encarnado, tornou-Se agora o nosso alimento, que conduz à verdadeira vida, à vida eterna. O Verbo eterno – a força criadora da vida – desceu do Céu, tornando-Se assim o verdadeiro maná, o pão que o homem comunga na fé e no sacramento. Deste modo, a Via-Sacra torna-se num caminho que introduz dentro do mistério eucarístico: a piedade popular e a piedade sacramental da Igreja interligam-se e fundem-se. A devoção da Via-Sacra pode ser vista como um caminho que leva à comunhão profunda, espiritual com Jesus, sem a qual ficaria vazia a comunhão sacramental. A Via-Sacra apresenta-se como um caminho «mistagógico». Contraposta a esta visão, aparece a compreensão puramente sentimental da Via-Sacra, para cujo perigo, na VIII estação, o Senhor alerta as mulheres de Jerusalém que choram por Ele. O mero sentimento não basta; a Via-Sacra deveria ser uma escola de fé, daquela fé que, por sua natureza, «actua pela caridade» (Gal 5, 6). Mas isto não quer dizer que se deva excluir o sentimento. Segundo os Padres da Igreja, o primeiro defeito dos pagãos é precisamente a sua falta de coração; por isso, os Padres repropõem a visão de Ezequiel que comunica ao povo de Israel a promessa feita por Deus de tirar do peito deles o coração de pedra e darlhes um coração de carne (cf. Ez 11, 19). A Via-Sacra mostra-nos um Deus que partilha pessoalmente os sofrimentos dos homens, cujo amor não se mantém impassível nem distante, mas desce ao nosso meio até à morte na cruz (cf. Fil 2, 8). Este Deus que partilha os nossos sofrimentos, o Deus que Se fez homem para levar a nossa cruz, quer transformar o nosso coração de pedra chamando-nos a partilhar os sofrimentos alheios, quer dar-nos um «coração de carne» que não fique impassível diante dos sofrimentos alheios, mas se deixe comover e nos leve ao amor que cura e ajuda. Isto reconduz-nos às palavras de Jesus sobre o grão de trigo que Ele próprio transforma em fórmula basilar da existência cristiana: «Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo aborrece a sua vida conservá-la-á para a vida eterna» (Jo 12, 15; cf. Mt 16, 25; Mc 8, 35; Lc 9, 24; 17, 33: «Quem procurar salvaguardar a vida, perdê-la-á, e quem a perder, conservá-la-á»). Daqui se vê também o alcance do significado da frase que precede, nos evangelhos sinópticos, esta afirmação central da sua mensagem: «Se alguém quiser vir após Mim, renegue-se a si 27
mesmo, tome a sua cruz e siga-Me» (Mt 16, 24). Com todas estas palavras, o próprio Jesus nos dá a interpretação da «Via-Sacra», ensina-nos como devemos fazê-la e segui-la: a Via-Sacra é o caminho da perda de nós mesmos, isto é, o caminho do amor verdadeiro. Ele precedeu-nos neste caminho; este é o caminho que a devoção da Via-Sacra nos quer ensinar. E isto leva-nos mais uma vez ao grão de trigo, à Santíssima Eucaristia, na qual se torna continuamente presente entre nós o fruto da morte e da ressurreição de Jesus. Na Eucaristia, Ele caminha connosco, como outrora com os discípulos de Emaús, fazendo-Se constantemente nosso contemporâneo. ORAÇÃO INICIAL V. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. R. Amen. Senhor Jesus Cristo, por nós aceitastes a sorte do grão de trigo que cai na terra e morre para produzir muito fruto (Jo 12, 24). E convidais-nos a seguir-Vos pelo mesmo caminho quando dizeis: «Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo aborrece a sua vida conservá-la-á para a vida eterna» (Jo 12, 15). Mas nós estamos agarrados à nossa vida. Não queremos abandoná-la, mas reservá-la inteiramente para nós mesmos. Queremos possuí-la; não oferecê-la. Mas Vós seguis à nossa frente e mostrais-nos que só dando a nossa vida é que podemos salvá-la. Acompanhando-Vos na vossa Via-Sacra, quereis que sigamos o caminho do grão de trigo, o caminho duma fecundidade que dura até à eternidade. A cruz – a oferta de nós mesmos – custa-nos muito. Mas, na vossa Via-Sacra, carregastes também a minha cruz, e não o fizestes num momento remoto qualquer, porque o vosso amor é contemporâneo à minha vida. Hoje mesmo carregais a cruz comigo e por mim, e, de modo admirável, quereis que agora também eu, como outrora Simão de Cirene, carregue convosco a vossa cruz e, acompanhando-Vos, me coloque convosco ao serviço da redenção do mundo. Ajudai-me para que a minha Via-Sacra não seja apenas um fugidio devoto sentimento. Ajudai-nos a acompanhar-Vos não somente com nobres pensamentos, mas a percorrer o vosso caminho com o coração, antes, com os passos concretos da nossa vida diária. Ajudai-nos para que sigamos com todo o nosso ser o caminho da cruz, e permaneçamos no vosso caminho para sempre. Livrai-nos do medo da cruz, do medo perante a troça alheia, do medo de poder fugir-nos a nossa vida se não agarrarmos tudo o que ela nos oferece. Ajudai-nos a desmascarar as tentações que prometem vida, mas cujas ofertas no fim nos deixam apenas vazios e desiludidos. Ajudai-nos a não querer apoderarmo-nos da vida, mas a dá-la. Ajudai-nos, acompanhando-Vos pelo percurso do grão de trigo, a encontrar, no «perder a vida», o caminho do amor, o caminho que verdadeiramente nos dá a vida, e vida em abundância (Jo 10, 10)
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PRIMEIRA ESTAÇÃO - Jesus é condenado à morte V. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. R. Quia per sanctam crucem tuam redemisti mundum. DO EVANGELHO SEGUNDO SÃO MATEUS 27, 22-23.26 Retorquiu-lhes Pilatos: "E que hei-de fazer de Jesus que é chamado Messias" Replicaram todos: "Seja crucificado!" Pilatos insistiu: "Então, que mal fez Ele" Mas eles gritavam mais ainda: "Seja crucificado!" (...) Soltou-lhes então Barrabás. E a Jesus, depois de O ter mandado açoitar, entregou-O para ser crucificado. MEDITAÇÃO O Juiz do mundo, que um dia voltará para nos julgar a todos, está ali, aniquilado, insultado e inerme diante do juiz terreno. Pilatos não é um monstro de malvadez. Sabe que este condenado é inocente; procura um modo de O libertar. Mas o seu coração está dividido. E, no fim, faz prevalecer a sua posição, a si mesmo, sobre o direito. Também os homens que gritam e pedem a morte de Jesus não são monstros de malvadez. Muitos deles, no dia de Pentecostes, sentir-se-ão «emocionados até ao fundo do coração» (Act 2, 37), quando Pedro lhes disser: A «Jesus de Nazaré, Homem acreditado por Deus junto de vós, (...), matastes, cravando-O na cruz pela mão de gente perversa» (Act 2, 22.23). Mas naquele momento sofrem a influência da multidão. Gritam porque os outros gritam e como gritam os outros. E, assim, a justiça é espezinhada pela cobardia, pela pusilanimidade, pelo medo do diktat da mentalidade predominante. A voz subtil da consciência fica sufocada pelos gritos da multidão. A indecisão, o respeito humano dão força ao mal. ORAÇÃO Senhor, fostes condenado à morte porque o medo do olhar alheio sufocou a voz da consciência. E, assim, acontece que, sempre ao longo de toda a história, inocentes sejam maltratados, condenados e mortos. Quantas vezes também nós preferimos o sucesso à verdade, a nossa reputação à justiça. Dai força, na nossa vida, à voz subtil da consciência, à vossa voz. Olhai-me como olhastes para Pedro depois de Vos ter negado. Fazei com que o vosso olhar penetre nas nossas almas e indique a direcção à nossa vida. Àqueles que na Sexta-feira Santa gritaram contra Vós, no dia de Pentecostes destes a contrição do coração e a conversão. E assim destes esperança a todos nós. Não cesseis de dar também a nós a graça da conversão. TODOS Pater noster, qui es in cælis; / sanctificetur nomen tuum; / adveniat regnum tuum; / fiat voluntas tua, sicut in cælo et in terra. / Panem nostrum cotidianum da nobis hodie; / et dimitte nobis debita nostra, / sicut et nos dimittimus debitoribus nostris; / et ne nos inducas in tentationem; / sed libera nos a malo. Stabat Mater dolorosa / iuxta crucem lacrimosa, / dum pendebat Filius.
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SEGUNDA ESTAÇÃO - Jesus é carregado com a cruz V. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. R. Quia per sanctam crucem tuam redemisti mundum. DO EVANGELHO SEGUNDO SÃO MATEUS 27, 27-31 Então, os soldados do governador levaram Jesus consigo para o Pretório e reuniram junto d'Ele toda a companhia. Depois de O terem despido, envolveram-n'O em um manto encarnado. Teceram uma coroa de espinhos, que Lhe puseram na cabeça, e, na mão direita, colocaram-Lhe uma cana. Ajoelharam-se diante d'Ele e escarneceram-n'O dizendo: "Salve, ó rei dos Judeus!" Depois, cuspiram n'Ele e pegaram na cana e puseram-se a bater-Lhe com ela na cabeça. No fim de O terem escarnecido, despiram-Lhe o manto, vestiram-Lhe as suas roupas e levaram-n'O para O crucificarem. MEDITAÇÃO Jesus, condenado como pretenso rei, é escarnecido, mas precisamente na troça aparece cruelmente a verdade. Quantas vezes as insígnias do poder trazidas pelos poderosos deste mundo são um insulto à verdade, à justiça e à dignidade do homem! Quantas vezes os seus rituais e as suas grandes palavras, verdadeiramente, não passam de pomposas mentiras, uma caricatura do dever que lhes incumbe por força do seu cargo, ou seja, colocar-se ao serviço do bem. Por isso mesmo, Jesus, Aquele que é escarnecido e que traz a coroa do sofrimento, é o verdadeiro rei. O seu ceptro é justiça (cf. Sal 45/44, 7). O preço da justiça é sofrimento neste mundo: Ele, o verdadeiro rei, não reina por meio da violência, mas através do amor com que sofre por nós e connosco. Ele carrega a cruz, a nossa cruz, o peso de sermos homens, o peso do mundo. É assim que Ele nos precede e mostra como encontrar o caminho para a vida verdadeira. ORAÇÃO Senhor, deixastes que Vos escarnecessem e ultrajassem. Ajudai-nos a não fazer coro com aqueles que escarnecem quem sofre e quem é frágil. Ajudai-nos a reconhecer o vosso rosto em quem é humilhado e marginalizado. Ajudai-nos a não desanimar perante as zombarias do mundo quando a obediência à vossa vontade é metida a ridículo. Carregastes a cruz e convidastes-nos a seguir-Vos por este caminho (Mt 10, 38). Ajudai-nos a aceitar a cruz, a não fugir dela, a não lamentarmo-nos nem deixar que os nossos corações se abatam com as provas da vida. Ajudai-nos a percorrer o caminho do amor e, obedecendo às suas exigências, a alcançar a verdadeira alegria. TODOS Pater noster, qui es in cælis; / sanctificetur nomen tuum; / adveniat regnum tuum; / fiat voluntas tua, sicut in cælo et in terra. / Panem nostrum cotidianum da nobis hodie; / et dimitte nobis debita nostra, sicut et nos dimittimus debitoribus nostris; / et ne nos inducas in tentationem; / sed libera nos a malo. Cuius animam gementem, / contristatam et dolentem / pertransivit gladius.
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TERCEIRA ESTAÇÃO - Jesus cai pela primeira vez V. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. R. Quia per sanctam crucem tuam redemisti mundum. DO LIVRO DO PROFETA ISAÍAS 53, 4-6 Eram os nossos males que Ele suportava, e as nossas dores que tinha sobre Si. Mas nós víamos n’Ele um homem castigado, ferido por Deus e sujeito à humilhação. Ele foi trespassado por causa das nossas culpas, e esmagado devido às nossas faltas. O castigo que nos salva, caiu sobre Ele, e por causa das suas chagas é que fomos curados. Todos nós, como ovelhas, andávamos errantes, seguindo cada qual o seu caminho. E o Senhor fez cair sobre Ele as faltas de todos nós. MEDITAÇÃO O homem caiu e continua a cair: quantas vezes ele se torna a caricatura de si mesmo, já não é a imagem de Deus, mas algo que mete a ridículo o Criador. Aquele que, ao descer de Jerusalém para Jericó, embateu nos ladrões que o despojaram deixando-o meio morto, sangrando na beira da estrada, não é porventura a imagem por excelência do homem? A queda de Jesus sob a cruz não é apenas a queda do homem Jesus já extenuado pela flagelação. Aqui aparece algo de mais profundo, como diz Paulo na carta aos Filipenses: «Ele que era de condição divina não reivindicou o direito de ser equiparado a Deus. Mas despojou-Se a Si mesmo tomando a condição de servo, tornando-Se semelhante aos homens (…) humilhou-Se a Si mesmo, feito obediente até à morte e morte de cruz» (Fil 2, 6-8). Na queda de Jesus sob o peso da cruz, é visível todo este seu itinerário: a sua voluntária humilhação para nos levantar do nosso orgulho. E ao mesmo tempo aparece a natureza do nosso orgulho: a soberba pela qual desejamos emancipar-nos de Deus sendo apenas nós mesmos, pela qual cremos que não temos necessidade do amor eterno, mas queremos organizar a nossa vida sozinhos. Nesta revolta contra a verdade, nesta tentativa de nos tornarmos deus, de sermos criadores e juízes de nós mesmos, caímos e acabamos por autodestruir-nos. A humilhação de Jesus é a superação da nossa soberba: com a sua humilhação, Ele faz-nos levantar. Deixemos que nos levante. Despojemos-nos da nossa auto-suficiência, da nossa errada cisma de autonomia e aprendamos o contrário d’Ele, d’Aquele que Se humilhou, ou seja, aprendamos a encontrar a nossa verdadeira grandeza, humilhando-nos e voltando-nos para Deus e para os irmãos espezinhados. ORAÇÃO Senhor Jesus, o peso da cruz fez-Vos cair por terra. O peso do nosso pecado, o peso da nossa soberba deita-Vos ao chão. Mas, a vossa queda não é sinal de um destino adverso, nem é a pura e simples fraqueza de quem é espezinhado. Quisestes vir até junto de nós que, pela nossa soberba, jazemos por terra. A soberba de pensar que somos capazes de produzir o homem fez com que os homens se tenham tornado um espécie de mercadoria para comprar e vender, como que uma reserva de material para as nossas experiências, pelas quais esperamos de, por nós mesmos, superar a morte, quando, na verdade, conseguimos apenas humilhar cada vez mais profundamente a dignidade do homem. Senhor, vinde em nossa ajuda, porque caímos. Ajudai-nos a abandonar a nossa soberba devastadora e, aprendendo da vossa humildade, a pormo-nos novamente de pé.
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TODOS Pater noster, qui es in cĂŚlis; / sanctificetur nomen tuum; / adveniat regnum tuum; / fiat voluntas tua, sicut in cĂŚlo et in terra. / Panem nostrum cotidianum da nobis hodie; / et dimitte nobis debita nostra, / sicut et nos dimittimus debitoribus nostris; / et ne nos inducas in tentationem; / sed libera nos a malo. / O quam tristis et afflicta / fuit illa benedicta / Mater Unigeniti!
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QUARTA ESTAÇÃO - Jesus encontra sua Mãe V. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. R. Quia per sanctam crucem tuam redemisti mundum. DO EVANGELHO SEGUNDO SÃO LUCAS 2, 34-35.51 Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: "Ele foi estabelecido para a queda e o ressurgir de muitos em Israel, e para ser sinal de contradição; e uma espada Te há-de traspassar a alma. Assim se deverão revelar os intentos de muitos corações" (...) Sua mãe guardava no coração todas estas recordações. MEDITAÇÃO Na Via-Sacra de Jesus, aparece também Maria, sua Mãe. Durante a sua vida pública, teve de ficar de lado para dar lugar ao nascimento da nova família de Jesus, a família dos seus discípulos. Teve também de ouvir estas palavras: «Quem é a minha Mãe e quem são os meus irmãos? (…) Todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe» (Mt 12, 48.50). Pode-se agora constatar que Ela é a Mãe de Jesus não só no corpo, mas também no coração. Ainda antes de O ter concebido no corpo, pela sua obediência concebera-O no coração. Fora-Lhe dito: «Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho (…) Será grande (…) O Senhor Deus dar-Lhe-á o trono de seu pai David» (Lc 1, 31-32). Mas algum tempo depois ouvira da boca do velho Simeão uma palavra diferente: «Uma espada Te há-de trespassar a alma» (Lc 2, 35). Deste modo ter-Se-á lembrado de certas palavras pronunciadas pelos profetas, tais como: «Foi maltratado e resignou-se, não abriu a boca, como cordeiro levado ao matadouro» (Is 53, 7). Agora tudo isto se torna realidade. No coração, tinha sempre conservado as palavras que o anjo Lhe dissera quando tudo começou: «Não tenhas receio, Maria» (Lc 1, 30). Os discípulos fugiram; Ela não foge. Ela está ali, com a coragem de mãe, com a fidelidade de mãe, com a bondade de mãe, e com a sua fé, que resiste na escuridão: «Feliz daquela que acreditou» (Lc 1, 45). «Mas, quando o Filho do Homem voltar, encontrará fé sobre a terra?» (Lc 18, 8). Sim, agora Ele sabe-o: encontrará fé. E esta é, naquela hora, a sua grande consolação. ORAÇÃO Santa Maria, Mãe do Senhor, permanecestes fiel quando os discípulos fugiram. Tal como acreditastes quando o anjo Vos anunciou o que era incrível – que haverias de ser Mãe do Altíssimo – assim também acreditastes na hora da sua maior humilhação. E foi assim que, na hora da cruz, na hora da noite mais escura do mundo, Vos tornastes Mãe dos crentes, Mãe da Igreja. Nós Vos pedimos: ensinai-nos a acreditar e ajudai-nos para que a fé se torne coragem de servir e gesto de um amor que socorre e sabe partilhar o sofrimento. TODOS Pater noster, qui es in cælis; / sanctificetur nomen tuum; / adveniat regnum tuum; / fiat voluntas tua, sicut in cælo et in terra. / Panem nostrum cotidianum da nobis hodie; / et dimitte nobis debita nostra, / sicut et nos dimittimus debitoribus nostris; / et ne nos inducas in tentationem; / sed libera nos a malo. / Quæ mærebat et dolebat, / pia Mater, dum videbat / Nati pœnas incliti. 33
QUINTA ESTAÇÃO - Jesus é ajudado a levar a cruz pelo Cireneu V. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. R. Quia per sanctam crucem tuam redemisti mundum. DO EVANGELHO SEGUNDO SÃO MATEUS 27, 32; 16, 24 Ao saírem, encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, e requisitaram-no, para levar a cruz de Jesus. Jesus disse aos seus discípulos: "Se alguém quiser seguir-Me, renegue-se a si mesmo, pegue na sua cruz e siga-Me". MEDITAÇÃO Simão de Cirene regressa do trabalho, vai a caminho de casa quando se cruza com aquele triste cortejo de condenados – para ele talvez fosse um espectáculo habitual. Os soldados valem-se do seu direito de coacção e colocam a cruz às costas dele, robusto homem do campo. Que aborrecimento não deverá ter sentido ao ver-se inesperadamente envolvido no destino daqueles condenados! Faz o que deve fazer, mas certamente com grande relutância. E todavia o evangelista Marcos nomeia, juntamente com ele, também os seus filhos, que evidentemente eram conhecidos como cristãos, como membros daquela comunidade (Mc 15, 21). Do encontro involuntário, brotou a fé. Acompanhando Jesus e compartilhando o peso da cruz, o Cireneu compreendeu que era uma graça poder caminhar juntamente com este Crucificado e assisti-Lo. O mistério de Jesus que sofre calado tocou-lhe o coração. Jesus, cujo amor divino era o único que podia, e pode, redimir a humanidade inteira, quer que compartilhemos a sua cruz para completar o que ainda falta aos seus sofrimentos (Col 1, 24). Sempre que, bondosamente, vamos ao encontro de alguém que sofre, alguém que é perseguido e inerme, partilhando o seu sofrimento ajudamos a levar a própria cruz de Jesus. E assim obtemos salvação, e nós mesmos podemos contribuir para a salvação do mundo. ORAÇÃO Senhor, abristes a Simão de Cirene os olhos e o coração, dando-lhe, na partilha da cruz, a graça da fé. Ajudai-nos a assistir o nosso próximo que sofre, ainda que este chamamento resultasse em contradição com os nossos projectos e as nossas simpatias. Concedei-nos reconhecer que é uma graça poder partilhar a cruz dos outros e experimentar que dessa forma estamos a caminhar convosco. Fazei-nos reconhecer com alegria que é precisamente pela partilha do vosso sofrimento e dos sofrimentos deste mundo que nos tornamos ministros da salvação, podendo assim ajudar a construir o vosso corpo, a Igreja. TODOS Pater noster, qui es in cælis; / sanctificetur nomen tuum; / adveniat regnum tuum; / fiat voluntas tua, sicut in cælo et in terra. / Panem nostrum cotidianum da nobis hodie; / et dimitte nobis debita nostra, / sicut et nos dimittimus debitoribus nostris; / et ne nos inducas in tentationem; / sed libera nos a malo. / Quis est homo qui non fleret, / Matrem Christi si videret / in tanto supplicio?
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SEXTA ESTAÇÃO - A Verónica limpa o rosto de Jesus V. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. R. Quia per sanctam crucem tuam redemisti mundum. DO LIVRO DO PROFETA ISAÍAS 53, 2-3 O meu Servo cresceu (…) sem distinção nem beleza que atraia o nosso olhar, nem aspecto agradável que possa cativar-nos. Desprezado e repelido pelos homens, homem de dores, afeito ao sofrimento, é como aquele a quem se volta a cara, pessoa desprezível, da qual se não faz caso. DO LIVRO DOS SALMOS 27/26, 8-9 Segredou-me o coração: "Procura a sua face!" É, Senhor, o vosso rosto que eu persigo. Não escondais de mim o vosso rosto, nem rejeiteis com ira o vosso servo. Vós sois a minha ajuda, o Deus da minha salvação. MEDITAÇÃO «É, Senhor, o vosso rosto que eu persigo. Não escondais de mim o vosso rosto» (Sal 27/26, 8). Verónica – Berenice, segundo a tradição grega – encarna este anseio que irmana todos os homens piedosos do Antigo Testamento, o anseio que provam todos os homens crentes de verem o rosto de Deus. Em todo o caso, na Via-Sacra de Jesus, inicialmente ela limitara-se a prestar um serviço de gentileza feminina: oferecer um lenço a Jesus. Não se deixa contagiar pela brutalidade dos soldados, nem imobilizar pelo medo dos discípulos. É a imagem da mulher bondosa que, perante o turbamento e escuridão dos corações, mantém a coragem da bondade, não permite ao seu coração de entenebrecer-se: «Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus» – dissera o Senhor no Discurso da Montanha (Mt 5, 8). Ao princípio, Verónica via apenas um rosto maltratado e marcado pela dor. Mas, o acto de amor imprime no seu coração a verdadeira imagem de Jesus: no Rosto humano, coberto de sangue e de feridas, ela vê o Rosto de Deus e da sua bondade que nos acompanha mesmo na dor mais profunda. Somente com o coração podemos ver Jesus. Apenas o amor nos torna capazes de ver e nos torna puros. Só o amor nos faz reconhecer Deus, que é o próprio amor. ORAÇÃO Senhor, dai-nos a inquietação do coração que procura o vosso rosto. Protegei-nos do obscurecimento do coração que vê apenas a superfície das coisas. Concedei-nos aquela generosidade e pureza de coração que nos tornam capazes de ver a vossa presença no mundo. Quando não formos capazes de realizar grandes coisas, dai-nos a coragem de uma bondade humilde. Imprimi o vosso rosto nos nossos corações, para Vos podermos encontrar e mostrar ao mundo a vossa imagem. TODOS: Pater noster, qui es in cælis; / sanctificetur nomen tuum; / adveniat regnum tuum; / fiat voluntas tua, sicut in cælo et in terra. / Panem nostrum cotidianum da nobis hodie; / et dimitte nobis debita nostra, / sicut et nos dimittimus debitoribus nostris; / et ne nos inducas in tentationem; / sed libera nos a malo. / Pro peccatis suae gentis / vidit Iesum in tormentis / et flagellis subditum. 35
SÉTIMA ESTAÇÃO - Jesus cai pela segunda vez V. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. R. Quia per sanctam crucem tuam redemisti mundum. DO LIVRO DAS LAMENTAÇÕES 3, 1-2.9.16 Eu sou o homem que conheceu a miséria sob a vara do seu furor. Ele me guiou e me fez andar nas trevas e não na luz. (…) Embarrou meus caminhos com blocos de pedra, obstruiu minhas veredas. (…) Ele quebrou meus dentes com cascalho, mergulhou-me na cinza. MEDITAÇÃO A tradição da tríplice queda de Jesus sob o peso da cruz recorda a queda de Adão – o ser humano caído que somos nós – e o mistério da associação de Jesus à nossa queda. Na história, a queda do homem assume sempre novas formas. Na sua primeira carta, S. João fala duma tríplice queda do homem: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida. Assim interpreta ele a queda do homem e da humanidade, no horizonte dos vícios do seu tempo com todos os seus excessos e depravações. Mas, olhando a história mais recente, podemos também pensar como a cristandade, cansada da fé, abandonou o Senhor: as grandes ideologias, com a banalização do homem que já não crê em nada e se deixa simplesmente ir à deriva, construíram um novo paganismo, um paganismo pior que o antigo, o qual, desejoso de marginalizar definitivamente Deus, acabou por perder o homem. Eis o homem que jaz no pó. O Senhor carrega este peso e cai... cai, para poder chegar até nós; Ele olha-nos para que em nós volte a palpitar o coração; cai para nos levantar. ORAÇÃO Senhor Jesus Cristo, carregastes o nosso peso e continuais a carregar-nos. É o nosso peso que Vos faz cair. Mas sois Vós a levantar-nos, porque, sozinhos, não conseguimos levantar-nos do pó. Livrai-nos do poder da concupiscência. Em vez do coração de pedra, dai-nos novamente um coração de carne, um coração capaz de ver. Destruí o poder das ideologias, para os homens poderem reconhecer que estão permeadas de mentiras. Não permitais que o muro do materialismo se torne intransponível. Fazei que Vos ouçamos de novo. Tornai-nos sóbrios e vigilantes para podermos resistir às forças do mal, e ajudai-nos a reconhecer as necessidades interiores e exteriores dos outros, e a socorrê-las. Erguei-nos, para podermos levantar os outros. Concedei-nos esperança no meio de toda esta escuridão, para podermos ser portadores de esperança no mundo. TODOS Pater noster, qui es in cælis; / sanctificetur nomen tuum; / adveniat regnum tuum; / fiat voluntas tua, sicut in cælo et in terra. / Panem nostrum cotidianum da nobis hodie; / et dimitte nobis debita nostra, / sicut et nos dimittimus debitoribus nostris; / et ne nos inducas in tentationem; / sed libera nos a malo. / Quis non posset contristari, / Christi Matrem contemplari, / dolentem cum Filio?
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OITAVA ESTAÇÃO - Jesus encontra as mulheres de Jerusalém que choram por Ele V. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. R. Quia per sanctam crucem tuam redemisti mundum. DO EVANGELHO SEGUNDO SÃO LUCAS 23, 28-31 Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes: "Mulheres de Jerusalém, não choreis por Mim; chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos. Pois dias virão em que se dirá: "Felizes as estéreis, as entranhas que não tiveram filhos e os peitos que não amamentaram". Nessa altura, começarão a dizer aos montes: "Caí sobre nós", e às colinas: "Encobri-nos". Porque se fazem assim no madeiro verde, que será no madeiro seco?" MEDITAÇÃO As palavras com que Jesus adverte as mulheres de Jerusalém que O seguem e choram por Ele, fazem-nos reflectir. Como entendê-las? Não se trata porventura de uma advertência contra uma piedade puramente sentimental, que não se torna conversão e fé vivida? De nada serve lamentar, por palavras e sentimentalmente, os sofrimentos deste mundo, se a nossa vida continua sempre igual. Por isso, o Senhor nos adverte do perigo em que nós próprios nos encontramos. Mostra-nos a seriedade do pecado e a seriedade do juízo. Apesar de todas as nossas palavras de horror à vista do mal e dos sofrimentos dos inocentes, não somos nós porventura demasiado inclinados a banalizar o mistério do mal? Da imagem de Deus e de Jesus, no fim de contas, admitimos apenas o aspecto terno e amável, enquanto tranquilamente cancelámos o aspecto do juízo? Como poderia Deus fazer-Se um drama com a nossa fragilidade – pensamos cá connosco –, não passamos de simples homens?! Mas, fixando os sofrimentos do Filho, vemos toda a seriedade do pecado, vemos como tem de ser expiado até ao fim para poder ser superado. Não se pode continuar a banalizar o mal, quando vemos a imagem do Senhor que sofre. Também a nós, diz Ele: Não choreis por Mim, chorai por vós próprios... porque se tratam assim o madeiro verde, que será do madeiro seco? ORAÇÃO Senhor, às mulheres que choravam, falastes de penitência, do dia do Juízo, quando nos encontrarmos diante da vossa face, a face do Juiz do mundo. Chamais-nos a sair da banalização do mal que nos deixa tranquilos para podermos continuar a nossa vida de sempre. Mostrai-nos a seriedade da nossa responsabilidade, o perigo de sermos encontrados, no Juízo, culpados e estéreis. Fazei com que não nos limitemos a caminhar ao vosso lado, oferecendo apenas palavras de compaixão. Convertei-nos e dai-nos uma vida nova; não permitais que acabemos por ficar como um madeiro seco, mas fazei que nos tornemos ramos vivos em Vós, a videira verdadeira, e produzamos fruto para a vida eterna (cf. Jo 15, 1-10). TODOS Pater noster, qui es in cælis; / sanctificetur nomen tuum; / adveniat regnum tuum; / fiat voluntas tua, sicut in cælo et in terra. / Panem nostrum cotidianum da nobis hodie; / et dimitte nobis debita nostra, / sicut et nos dimittimus debitoribus nostris; / et ne nos inducas in tentationem; / sed libera nos a malo. / Tui Nati vulnerati, / tam dignati pro me pati, / poenas mecum divide.
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NONA ESTAÇÃO - Jesus cai pela terceira vez V. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. R. Quia per sanctam crucem tuam redemisti mundum. DO LIVRO DAS LAMENTAÇÕES 3, 27-32 É bom para o homem suportar o jugo desde a sua juventude. Que esteja solitário e silencioso, quando o Senhor o impuser sobre ele; que ponha sua boca no pó: talvez haja esperança! Que dê sua face a quem o fere e se sacie de opróbrios. Pois o Senhor não rejeita para sempre: se Ele aflige, Ele se compadece segundo a sua grande bondade. MEDITAÇÃO E que dizer da terceira queda de Jesus sob o peso da cruz? Pode talvez fazer-nos pensar na queda do homem em geral, no afastamento de muitos de Cristo, caminhando à deriva para um secularismo sem Deus. Mas não deveríamos pensar também em tudo quanto Cristo tem sofrido na sua própria Igreja? Quantas vezes se abusa do Santíssimo Sacramento da sua presença, frequentemente como está vazio e ruim o coração onde Ele entra! Tantas vezes celebramos apenas nós próprios, sem nos darmos conta sequer d’Ele! Quantas vezes se contorce e abusa da sua Palavra! Quão pouca fé existe em tantas teorias, quantas palavras vazias! Quanta sujeira há na Igreja, e precisamente entre aqueles que, no sacerdócio, deveriam pertencer completamente a Ele! Quanta soberba, quanta auto-suficiência! Respeitamos tão pouco o sacramento da reconciliação, onde Ele está à nossa espera para nos levantar das nossas quedas! Tudo isto está presente na sua paixão. A traição dos discípulos, a recepção indigna do seu Corpo e do seu Sangue é certamente o maior sofrimento do Redentor, o que Lhe trespassa o coração. Nada mais podemos fazer que dirigir-Lhe, do mais fundo da alma, este grito: Kyrie, eleison – Senhor, salvai-nos (cf. Mt 8, 25). ORAÇÃO Senhor, muitas vezes a vossa Igreja parece-nos uma barca que está para afundar, uma barca que mete água por todos os lados. E mesmo no vosso campo de trigo, vemos mais cizânia que trigo. O vestido e o rosto tão sujos da vossa Igreja horrorizam-nos. Mas somos nós mesmos que os sujamos! Somos nós mesmos que Vos traímos sempre, depois de todas as nossas grandes palavras, os nossos grandes gestos. Tende piedade da vossa Igreja: também dentro dela, Adão continua a cair. Com a nossa queda, deitamo-Vos ao chão, e Satanás a rir-se porque espera que não mais conseguireis levantar-Vos daquela queda; espera que Vós, tendo sido arrastado na queda da vossa Igreja, ficareis por terra derrotado. Mas, Vós erguer-Vos-eis. Vós levantastes-Vos, ressuscitastes e podeis levantar-nos também a nós. Salvai e santificai a vossa Igreja. Salvai e santificai a todos nós. TODOS Pater noster, qui es in cælis; / sanctificetur nomen tuum; / adveniat regnum tuum; / fiat voluntas tua, sicut in cælo et in terra. / Panem nostrum cotidianum da nobis hodie; / et dimitte nobis debita nostra, / sicut et nos dimittimus debitoribus nostris; / et ne nos inducas in tentationem; / sed libera nos a malo. / Eia, mater, fons amoris, / me sentire vim doloris / fac, ut tecum lugeam. 38
DÉCIMA ESTAÇÃO - Jesus é despojado das suas vestes V. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. R. Quia per sanctam crucem tuam redemisti mundum. Do evangelho segundo São Mateus 27, 33-36 Chegados a um lugar chamado Gólgota, quer dizer «Lugar do Crânio», deram-Lhe a beber vinho misturado com fel. Mas Jesus, quando o provou, não quis beber. Depois de O terem crucificado, repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, e ficaram ali sentados a guardá-Lo. MEDITAÇÃO Jesus é despojado das suas vestes. A roupa confere ao homem a sua posição social; dá-lhe o seu lugar na sociedade, fá-lo sentir alguém. Ser despojado em público significa que Jesus já não é ninguém, nada mais é que um marginalizado, desprezado por todos. O momento do despojamento recorda-nos também a expulsão do paraíso: ficou sem o esplendor de Deus o homem, que agora está, ali, nu e exposto, desnudado e envergonha-se. Deste modo, Jesus assume mais uma vez a situação do homem caído. Jesus despojado recorda-nos o facto de que todos nós perdemos a «primeira veste», isto é, o esplendor de Deus. Junto da cruz, os soldados lançam sortes para repartirem entre si os seus míseros haveres, as suas vestes. Os evangelistas narram isto com palavras tiradas do Salmo 22, 19 e assim afirmam-nos o mesmo que Jesus há-de dizer aos discípulos de Emaús: tudo aconteceu «conforme as Escrituras». Não se trata aqui de pura coincidência, tudo o que acontece está contido na Palavra de Deus e assente no seu desígnio divin/ . O Senhor experimenta todos os estádios e degraus da perdição dos homens, e cada um destes degraus é, com toda a sua amargura, um passo da redenção: é precisamente assim que Ele traz de volta para casa a ovelha perdida. Recordemos ainda que, segundo diz S. João, o objecto do sorteio era a túnica de Jesus, a qual, «toda tecida de alto a baixo, não tinha costura» (Jo 19, 23). Podemos considerar isto como uma alusão à veste do sumo sacerdote, que era «tecida como um todo», sem costura (Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, III, 161). Ele, o Crucificado, é realmente o verdadeiro sumo sacerdote. ORAÇÃO Senhor Jesus, fostes despojado das vossas vestes, exposto à desonra, expulso da sociedade. Assumistes sobre Vós a desonra de Adão, sanando-a. Assumistes os sofrimentos e as necessidades dos pobres, daqueles que são expulsos do mundo. Deste modo é que realizais a palavra dos profetas. É precisamente assim que dais significado àquilo que não tem significado. Assim mesmo nos dais a conhecer que nas mãos do vosso Pai estais Vós, nós e o mundo. Concedei-nos um respeito profundo pelo homem em todas as fases da sua existência e em todas as situações onde o encontrarmos. Dai-nos a veste luminosa da vossa graça. TODOS: Pater noster, qui es in cælis; / sanctificetur nomen tuum; / adveniat regnum tuum; / fiat voluntas tua, sicut in cælo et in terra. / Panem nostrum cotidianum da nobis hodie; / et dimitte nobis debita nostra, / sicut et nos dimittimus debitoribus nostris; / et ne nos inducas in tentationem; / sed libera nos a malo. / Fac ut ardeat cor meum / in amando Christum Deum, / ut sibi complaceam. 39
DÉCIMA PRIMEIRA ESTAÇÃO - Jesus pé pregado na Cruz V. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. R. Quia per sanctam crucem tuam redemisti mundum. Do evangelho segundo São Mateus 27, 37-42 Puseram por cima da cabeça d'Ele um letreiro escrito com a causa da condenação: "Este é Jesus, o Rei dos Judeus". Foram então crucificados com Ele dois salteadores, um à direita e outro à esquerda. Os que passavam dirigiam-Lhe insultos, abanavam a cabeça e diziam: "Tu que demolias o Templo e o reedificavas em três dias, salva-Te a Ti mesmo, se és Filho de Deus, e desce da cruz!" De igual modo, também os sumos sacerdotes troçavam, juntamente com os escribas e os anciãos, e diziam: "Salvou os outros e a Si mesmo não pode salvar-Se! É Rei de Israel! Desça agora da cruz, e acreditaremos n'Ele". MEDITAÇÃO Jesus é pregado na cruz. O sudário de Turim permite formar uma ideia da crueldade incrível deste processo. Jesus não toma a bebida anestesiante que Lhe fora oferecida: conscientemente assume todo o sofrimento da crucifixão. Todo o seu corpo é martirizado; cumpriram-se as palavras do Salmo: «Eu, porém, sou um verme e não um homem, o opróbrio dos homens e a abjecção da plebe» (Sal 22/21, 7). «Como um homem (…) diante do qual se tapa o rosto, menosprezado e desestimado. Na verdade Ele tomou sobre Si as nossas doenças, carregou as nossas dores» (Is 53, 3-4). Detenhamo-nos diante desta imagem de sofrimento, diante do Filho de Deus sofredor. Olhemos para Ele nos momentos de presunção e de prazer, para aprendermos a respeitar os limites e a ver a superficialidade de todos os bens puramente materiais. Olhemos para Ele nos momentos de calamidade e de angústia, para reconhecermos que precisamente assim estamos perto de Deus. Procuremos reconhecer o seu rosto naqueles que tendemos a desprezar. Diante do Senhor condenado, que não quer usar o seu poder para descer da cruz, mas antes suportou o sofrimentos da cruz até ao fim, pode assomar ainda outro pensamento. Inácio de Antioquia, ele mesmo preso com cadeias pela sua fé no Senhor, elogiou os cristãos de Esmirna pela sua fé inabalável: afirma que estavam, por assim dizer, pregados com a carne e o sangue à cruz do Senhor Jesus Cristo (1, 1). Deixemo-nos pregar a Ele, sem ceder a qualquer tentação de nos separarmos nem ceder às zombarias que pretendem levar-nos a fazê-lo. ORAÇÃO Senhor Jesus Cristo, fizestes-Vos pregar na cruz, aceitando a crueldade terrível deste tormento, a destruição do vosso corpo e da vossa dignidade. Fizestes-Vos pregar, sofrestes sem evasões nem descontos. Ajudai-nos a não fugir perante o que somos chamados a realizar. Ajudai-nos a fazermo-nos ligar estreitamente a Vós. Ajudai-nos a desmascarar a falsa liberdade que nos quer afastar de Vós. Ajudai-nos a aceitar a vossa liberdade «ligada» e a encontrar nesta estreita ligação convosco a verdadeira liberdade. Todos: Pater noster, qui es in cælis; / sanctificetur nomen tuum; / adveniat regnum tuum; / fiat voluntas tua, sicut in cælo et in terra. / Panem nostrum cotidianum da nobis hodie; / et dimitte nobis debita nostra, / sicut et nos dimittimus debitoribus nostris; / et ne nos inducas in tentationem; / sed libera nos a malo. / Sancta Mater, istud agas, / Crucifixi fige plagas / cordi meo valide. 40
DÉCIMA SEGUNDA ESTAÇÃO - Jesus morre na Cruz V. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. R. Quia per sanctam crucem tuam redemisti mundum. Do evangelho segundo São Mateus 27, 45-50.54 A partir do meio-dia, houve trevas em toda a região, até às três horas da tarde. E, pelas três horas da tarde, Jesus bradou com voz forte: "Eli, Eli, lemá sabachthani", quer dizer, "Meu Deus, Meu Deus, porque Me abandonaste?" Alguns dos presentes ouviram e disseram: «Está a chamar por Elias». E logo um deles correu a pegar numa esponja, ensopou-a em vinagre, pô-la numa cana e deu-Lhe a beber. Mas os outros disseram: «Deixa lá! Vejamos se Elias vem salvá-Lo». E Jesus, dando novamente um forte brado, expirou. Entretanto, o centurião e os que estavam com ele de guarda a Jesus, ao verem o tremor de terra e o que estava a suceder, ficaram aterrados e disseram: «Ele era, na verdade, Filho de Deus». MEDITAÇÃO No cimo da cruz de Jesus – nas duas línguas do mundo de então, o grego e o latim, e na língua do povo eleito, o hebraico – está escrito quem é: o Rei dos Judeus, o Filho prometido a David. Pilatos, o juiz injusto, tornou-se profeta sem querer. Perante a / ública mundial é proclamada a realeza de Jesus. O próprio Jesus não tinha aceite o título de Messias, enquanto poderia induzir a uma ideia errada, humana, de poder e de salvação. Mas, agora, o título pode estar escrito ali publicamente sobre o Crucificado. Ele, assim, é verdadeiramente o rei do mundo. Agora foi verdadeiramente «elevado». Na sua descida, Ele subiu. Agora cumpriu radicalmente o mandamento do amor, cumpriu a oferta de Si próprio, e precisamente deste modo Ele é agora a manifestação do verdadeiro Deus, daquele Deus que é amor. Agora sabemos quem é Deus. Agora sabemos como é a verdadeira realeza. Jesus reza o Salmo 22, que começa por estas palavras: «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?» (Sal 22/21, 2). Assume em Si mesmo todo o Israel, a humanidade inteira, que sofre o drama da escuridão de Deus, e faz com que Deus Se manifeste precisamente onde parece estar definitivamente derrotado e ausente. A cruz de Cristo é um acontecimento cósmico. O mundo fica na escuridão, quando o Filho de Deus sofre a morte. A terra treme. E junto da cruz tem início a Igreja dos pagãos. O centurião romano reconhece, compreende que Jesus é o Filho de Deus. Da cruz, Ele triunfa sem cessar. ORAÇÃO Senhor Jesus Cristo, na hora da vossa morte, o sol escureceu. Sois pregado na cruz sem cessar. Precisamente nesta hora da história, vivemos na escuridão de Deus. Pelo sofrimento sem medida e pela maldade dos homens o rosto de Deus, o vosso rosto, aparece obscurecido, irreconhecível. Mas foi precisamente na cruz que Vos fizestes reconhecer. Precisamente enquanto sois Aquele que sofre e que ama, sois aquele que é elevado. Foi precisamente lá que triunfastes. Ajudai-nos a reconhecer, nesta hora de escuridão e confusão, o vosso rosto. Ajudai-nos a crer em Vós e a seguir-Vos precisamente na hora da escuridão e da privação. Mostrai-Vos novamente ao mundo nesta hora. Fazei com que a vossa salvação se manifeste.
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TODOS: Pater noster, qui es in cĂŚlis; / sanctificetur nomen tuum; / adveniat regnum tuum; / fiat voluntas tua, sicut in cĂŚlo et in terra. / Panem nostrum cotidianum da nobis hodie; / et dimitte nobis debita nostra, / sicut et nos dimittimus debitoribus nostris; / et ne nos inducas in tentationem; / sed libera nos a malo. Fac me vere tecum flere,/ Crucifixo condolere, / donec ego vixero.
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DÉCIMA TERCEIRA ESTAÇÃO - Jesus é descido da Cruz e entregue a sua Mãe V. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. R. Quia per sanctam crucem tuam redemisti mundum. Do evangelho segundo São Mateus 27, 54-55 O centurião e os que estavam com ele de guarda a Jesus, ao verem o tremor de terra e o que estava a suceder, ficaram aterrados e disseram: «Ele era, na verdade, Filho de Deus». Estavam ali, a observar de longe, muitas mulheres, que tinham seguido Jesus desde a Galileia, para O servirem. MEDITAÇÃO Jesus morreu, o seu coração é trespassado pela lança do soldado romano e dele brotam sangue e água: misteriosa imagem do rio dos sacramentos, do Baptismo e da Eucaristia, dos quais, em virtude do coração trespassado do Senhor, renasce incessantemente a Igreja. E não Lhe são quebradas as pernas, como aos outros dois crucificados; deste modo Ele aparece como o verdadeiro cordeiro pascal, ao qual nenhum osso deve ser quebrado (cf. Ex 12, 46). E agora que tudo suportou, vemos que Ele, apesar de toda a confusão dos corações, apesar do poder do ódio e da cobardia, não ficou sozinho. Os fiéis existem. Junto da cruz, estavam Maria, sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria, Maria de Magdala e o discípulo que Ele amava. Agora chega também um homem rico, José de Arimateia: o rico encontra modo de passar pela buraco de uma agulha, porque Deus lhe dá a graça. Sepulta Jesus no seu túmulo ainda intacto, num jardim: o cemitério onde fica sepultado Jesus transforma-se em jardim, no jardim donde fora expulso Adão quando se separara da plenitude da vida, do seu Criador. O túmulo no jardim faz-nos saber que o domínio da morte está para terminar. E chega também um membro do Sinédrio, Nicodemos, a quem Jesus tinha anunciado o mistério do renascimento pela água e pelo Espírito. Até no Sinédrio, que tinha decidido a sua morte, há alguém que acredita, que conhece e reconhece Jesus após a sua morte. Sobre a hora do grande luto, da grande escuridão e do desespero, aparece misteriosamente a luz da esperança. O Deus escondido permanece em todo o caso o Deus vivo e próximo. O Senhor morto permanece em todo o caso o Senhor e nosso Salvador, mesmo na noite da morte. A Igreja de Jesus Cristo, a sua nova família, começa a formar-se. ORAÇÃO Senhor, descestes à escuridão da morte. Mas o vosso corpo é recolhido por mãos bondosas e envolvido num cândido lençol (Mt 27, 59). A fé não está completamente morta, não se pôs totalmente o sol. Quantas vezes parece que Vós estais a dormir. Como é fácil a nós, homens, afastar-nos dizendo para nós mesmos: Deus morreu. Fazei com que, na hora da escuridão, reconheçamos que em todo o caso Vós estais lá. Não nos deixeis sozinhos quando tendemos a desanimar. Ajudai-nos a não deixar-Vos sozinho. Dai-nos uma fidelidade que resista no desânimo e um amor que Vos acolha no momento mais extremo da vossa necessidade, como a vossa Mãe, que Vos abraçou de novo no seu regaço. Ajudai-nos, ajudai os pobres e os ricos, os simples e os sábios, a ver através dos seus medos e preconceitos e a oferecer-Vos a nossa capacidade, o nosso coração, o nosso tempo, preparando assim o jardim no qual possa dar-se a ressurreição.
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TODOS: Pater noster, qui es in cĂŚlis; / sanctificetur nomen tuum; / adveniat regnum tuum; / fiat voluntas tua, sicut in cĂŚlo et in terra. / Panem nostrum cotidianum da nobis hodie; / et dimitte nobis debita nostra, / sicut et nos dimittimus debitoribus nostris; / et ne nos inducas in tentationem; / sed libera nos a malo. / Vidit suum dulcem Natum / morientem, desolatum, / cum emisit spiritum.
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DÉCIMA QUARTA ESTAÇÃO - Jesus é sepultado V. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi. R. Quia per sanctam crucem tuam redemisti mundum. Do evangelho segundo São Mateus 27, 59-61 José pegou no corpo de Jesus, envolveu-o num lençol limpo e depositou-o no seu túmulo novo, que tinha mandado escavar na rocha. Depois, rolou uma grande pedra para a porta do túmulo e retirou-se. Entretanto, estavam ali Maria de Magdala e a outra Maria, sentadas em frente do sepulcro. MEDITAÇÃO Jesus, desonrado e ultrajado, é deposto com todas as honras num túmulo novo. Nicodemos traz uma mistura de mirra e aloés de cem libras destinada a emanar um perfume precioso. Agora na oferta do Filho revela-se, como sucedera já na unção de Betânia, um excesso que nos recorda o amor generoso de Deus, a «superabundância» do seu amor. Deus faz generosamente oferta de Si próprio. Se a medida de Deus é superabundante, também para nós nada deveria ser demasiado para Deus. Foi o que o próprio Jesus nos ensinou no discurso da Montanha (Mt 5, 20). Mas é preciso lembrar também as palavras de S. Paulo a propósito de Deus, que «por nosso meio faz sentir em todos os lugares o odor do seu conhecimento. Somos, para Deus, o bom odor de Cristo» (2 Cor 2, 14-15). Na putrefacção das ideologias, a nossa fé deveria ser de novo o perfume que reconduz às pegadas da vida. No momento da deposição, começa a realizar-se a palavra de Jesus: «Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto» (Jo 12, 24). Jesus é o grão de trigo que morre. Do grão de trigo morto começa a grande multiplicação do pão que dura até ao fim do mundo: Ele é o pão de vida capaz de saciar em medida superabundante a humanidade inteira e dar-lhe o alimento vital: o Verbo eterno de Deus, que Se fez carne e também pão, para nós, através da cruz e da ressurreição. Sobre a sepultura de Jesus resplandece o mistério da Eucaristia. ORAÇÃO Senhor Jesus Cristo, na sepultura fizestes vossa a morte do grão de trigo, tornastes-Vos o grão de trigo morto que produz fruto ao longo de todos os tempos até à eternidade. Do sepulcro brilha em cada tempo a promessa do grão de trigo, do qual provém o verdadeiro maná, o pão de vida em que Vós mesmo Vos ofereceis a nós. A Palavra eterna, através da encarnação e da morte, tornou-Se a Palavra próxima: Colocais-Vos nas nossas mãos e nos nossos corações para que a vossa Palavra cresça em nós e produza fruto. Dais-Vos a Vós próprio através da morte do grão de trigo, para que nós tenhamos a coragem de perder a nossa vida para encontrá-la; para que também nós nos fiemos da promessa do grão de trigo. Ajudai-nos a amar cada vez mais o vosso mistério eucarístico e a venerá-lo – a viver verdadeiramente de Vós, Pão do Céu. Ajudai-nos a tornarmo-nos o vosso «odor», a tornar palpáveis os vestígios da vossa vida neste mundo. Do mesmo modo que o grão de trigo se eleva da terra como caule e espiga, assim também Vós não podeis ficar no sepulcro: o sepulcro está vazio porque Ele – o Pai – não Vos «abandonou na habitação dos mortos nem permitiu que a vossa carne conhecesse a decomposição» (cf. Act 2, 31; Sal 16, 10 LXX). Não, Vós não experimentastes a corrupção. Ressuscitastes e destes espaço à carne transformada no coração de Deus. Fazei com que possamos alegrar-nos com esta esperança e possamos levá-la jubilosamente pelo mundo; fazei que nos tornemos testemunhas da vossa ressurreição. 45
TODOS: Pater noster, qui es in cælis; / sanctificetur nomen tuum; / adveniat regnum tuum; / fiat voluntas tua, sicut in cælo et in terra. / Panem nostrum cotidianum da nobis hodie; / et dimitte nobis debita nostra, / sicut et nos dimittimus debitoribus nostris; / et ne nos inducas in tentationem; / sed libera nos a malo. / Quando corpus morietur / fac ut animae donetur / paradisi gloria. Amen.
BÊNÇÃO V/. Dominus vobiscum. R/. Et cum spiritu tuo. V/. Sit nomen Domini benedictum. R/. Ex hoc nunc et usque in sæculum. V/. Adiutorium nostrum in nomine Domini. R/. Qui fecit cælum et terram. V/. Benedicat vos omnipotens Deus, Pater a et Filius + et Spiritus a Sanctus. R/. Amen.
(…)
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