F. Jean Lucca
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ÍNDICE
SOBRE O AUTOR POR QUE ESCREVI ESTE E-BOOK? A EXPOSIÇÃO GRAVETOS? FERRAMENTAS UM POUCO DE HISTÓRIA PIRATINI DO PRESENTE IMIPRESSÕES DA PRIMEIRA CAPITAL MUSEU HISTÓRICO FARROUPILHA RUA GENERAL BENTO GONÇALVES IGREJA MATRIZ NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO RESIDÊNCIA E CASA COMERCIAL DOS FABIÃO ANTIGA CADEIA MUNICIPAL CASA DE CAMARINHA PALÁCIO DO GOVERNO FARROUPILHA, ATUAL MUSEU BARBOSA LESSA PRIMEIRA CÂMARA MUNICIPAL E MINISTÉRIO DA FAZENDA E INTERIOR PREFEITURA MUNICIPAL ANTIGA FÁBRICA DE CERVEJA SOBRADO DA DORADA POEMA REFERÊNCIAS AGRADECIMENTOS
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SOBRE O AUTOR
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F. Jean Lucca Franciel Jean Lucca, ou simplesmente Jean Lucca. Natural de Santo Ângelo/RS – Capital dos Sete Povos das Missões, atualmente resido em Bagé/RS. Economista por profissão e desenhista autodidata, sou apaixonado pela história do povo gaúcho e suas tradições.
Foto: Tatiane Mayer
Ao rabiscar o patrimônio arquitetônico do Rio Grande do Sul, procuro observar as diversas vertentes responsáveis pela formação da identidade cultural de minha amada terra. Para criar meus croquis, utilizo gravetos (galhos de árvore) molhados em tinta nanquim, uma das mais primitivas técnicas de desenho da humanidade.
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POR QUE “RABISQUEI” ESTE E-BOOK? Tudo começou com um convite inesperado, feito pela Diretora do Museu Histórico Farroupilha, Sra. Kátia Espíndola, para exposição de meus desenhos na galeria da instituição durante o mês de setembro/2017.
Além da grata surpresa, tive a honra de ser presenteado com o livro “Centro Histórico de Piratini – preservação e valorização”, de Ceres Storchi e Vlademir Roman, desenvolvido para servir como ferramenta do Plano Estratégico de Educação Patrimonial e Incremento ao Turismo. A obra conta com fotografias, fatos históricos, legislações, mapa com a localização das edificações protegidas e outras recomendações aos moradores locais, instruindo estes cidadãos para melhor atenderem os turistas e visitantes. O livro está disponível para download (de forma gratuita) no site Turismo Piratini, através do link: http://turismopiratini.com.br/secao_1/cultura/download/llivro-centro-historico-web.pdf Munido de tinta e papel, a viagem à cidade acabou sendo o pontapé inicial para um mergulho profundo pelas ruas da Primeira Capital da República Rio-Grandense, responsável por grande parte dos principais acontecimentos da história política do Rio Grande do Sul.
STORCHI, Ceres; ROMAN, Vlademir. Centro Histórico de Piratini: Preservação e Valorização.Porto Alegre: Paisagem do Sul, 2012 .
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A EXPOSIÇÃO
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A mostra contou com 10 desenhos urbanos, realizados nas cidades de Piratini, Bagé e Dom Pedrito, utilizando a técnica de galhos (gravetos) e nanquim sobre papel A3 e A4 .
Foto: F. Jean Lucca
A fim de homenagear a Primeira Capital, foram confeccionados três diferentes marcadores de páginas, retratando a Igreja Nossa Senhora da Conceição, a Prefeitura Municipal e, claro, o Museu Histórico Farroupilha, palco da exposição.
Foto: F. Jean Lucca
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Foto: F. Jean Lucca
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GRAVETOS?
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O interesse pelo uso de galhos de árvore na confecção de meus croquis surgiu em 2017, após conhecer o extraordinário trabalho do artista malaio Ch’ng Kiah Kiean, um desenhista mundialmente famoso por empregar esta técnica em suas obras. A simplicidade e rusticidade dos traços criados a partir do uso de galhos sobre o papel, o qual apresenta formas bastante irregulares e uma variedade de linhas e texturas, despertou imediatamente a minha atenção. Além destas características peculiares, outra vantagem muito interessante ao utilizar gravetos é a possibilidade de fabricar à mão suas próprias ferramentas, estimulando a criatividade e a descoberta de novas formas de aplicação do material nos desenhos. Para conhecer mais sobre o artista Kiah Kiean, acesse: www.kiahkiean.com
Artista Kiah Kiean em processo de criação. Extraído de sua página oficial no Instagram, disponível através do link: https://www.instagram.com/p/nnL4E9Rf_T/
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FERRAMENTAS
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Os materiais de desenho que carrego em minha mochila são extremamente básicos e fáceis de encontrar. As ferramentas principais e indispensáveis são os galhos secos, a tinta chinesa ou nanquim (que armazeno em pequenos frascos) e o papel ou sketchbook, com gramatura entre 150 e 220 g/m² para técnicas secas e 300 g/m² para pinturas com aquarela.
Foto: F. Jean Lucca
Quanto aos galhos secos, procuro utilizar diferentes tamanhos e densidades (mais duros ou mais flexíveis). Não existe um “graveto perfeito”, porém os meus preferidos são de jaboticabeira e jasmim. Os itens acessórios, e não menos importantes, são: estojo de aquarelas, estilete para apontar os galhos, lápis, borracha, prendedores de papel, prancheta, pequenos pedaços de pano e um frasco com água para limpar a sujeira. Também não pode faltar um bom chimarrão, companheiro inseparável de todas as horas.
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UM POUCO DE HISTÓRIA
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Fundada por colonizadores açorianos no final do século XVIII, Piratini possui elevada importância histórica, principalmente por sua participação ativa na fundação de uma república independente no sul brasileiro durante o Período Regencial.
Os altos impostos imperiais cobrados sobre os produtos pecuários da província, base da economia gaúcha, provocaram o descontentamento e revolta da elite estancieira, culminando na Revolução Farroupilha (18351845). Após a declaração da independência, Piratini, então sede do movimento revolucionário, tornou-se a primeira capital da nova nação, denominada República Rio-Grandense. O império reagiu ao movimento separatista, forçando os farroupilhas a . deslocarem a capital para Caçapava do Sul e posteriormente para Alegrete. A “Guerra dos Farrapos”, como ficou conhecida, encerrou-se em 1845 com o Tratado de Ponche Verde, restabelecendo a paz na região e reanexando o Rio Grande do Sul ao Império do Brasil. Guilherme Litran: Carga de Cavalaria. Óleo sobre tela, 1893. Acervo do Museu Julio de Castilhos, Porto Alegre, Brasil.
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PIRATINI DO PRESENTE
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Segundo dados do IBGE (2017), o município possui uma área de 3.539,68 km e população estimada de 20.799 habitantes. A principal atividade econômica, desde seus primórdios, continua sendo a agropecuária, com alguma participação do setor de serviços e pequenos estabelecimentos manufatureiros. Com relação ao patrimônio cultural, a cidade preserva um conjunto de construções do final do século XVIII e primeira metade do século XIX. Conta com três prédios tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN e quinze pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado - IPHAE, além trinta e três locais tombados pelo próprio município. Piratini é a alma da Revolução Farroupilha, e suas valiosas edificações representam a própria história do povo gaúcho. Seus casarões abrigaram ministérios, palácios de governo e moradias de grandes líderes do movimento separatista, como Bento Gonçalves, Antônio de Souza Neto e Giusepe Garibaldi. Suas ruas de pedra, que hoje passam despercebidas, ainda guardam as marcas dos tempos áureos da Primeira Capital da República Rio-Grandense.
Foto: F. Jean Lucca
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OS RABISCOS
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IMPRESSÕES DA PRIMEIRA CAPITAL
Tinta nanquim e marcadores permanentes 29.7 x 42 cm gramatura: 224 g/m².
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MUSEU HISTÓRICO FARROUPILHA
Tinta nanquim e aquarela 21.0 x 29.7 cm gramatura: 200 g/m²
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RUA GENERAL BENTO GONÇALVES
Tinta nanquim e aquarela 21.0 x 29.7 cm gramatura: 200 g/m²
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IGREJA MATRIZ NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
Tinta nanquim e aquarela 21.0 x 29.7 cm gramatura: 200 g/m²
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RESIDÊNCIA E CASA COMERCIAL DOS FABIÃO
Tinta nanquim e aquarela 21.0 x 29.7 cm gramatura: 200 g/m²
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ANTIGA CADEIA MUNICIPAL
Tinta nanquim e aquarela 21.0 x 29.7 cm gramatura: 200 g/m²
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CASA DE CAMARINHA
Tinta nanquim e aquarela 21.0 x 29.7 cm gramatura: 200 g/m²
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PALÁCIO DO GOVERNO FARROUPILHA
Tinta nanquim e aquarela 21.0 x 29.7 cm gramatura: 200 g/m²
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PRIMEIRA CÂMARA MUNICIPAL DE PIRATINI
Tinta nanquim 21.0 x 29.7 cm gramatura: 200 g/m²
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PREFEITURA MUNICIPAL
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Tinta nanquim 29.7 x 42 cm gramatura: 300 g/m²
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ANTIGA FÁBRICA DE CERVEJA DA FAMÍLIA BRUM
Tinta nanquim 21.0 x 29.7 cm gramatura: 200 g/m²
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SOBRADO DA DORADA
Tinta nanquim e aquarela 21.0 x 29.7 cm gramatura: 200 g/m²
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É a república que avança com a vitória no Seival, no grito altivo de Neto, certeiro como um decreto, agudo como punhal! A coragem, sem tardança, é luz que não se despede: e o sonho se fez em ti. Teu nome, Piratini, vai ser palácio e ser sede! E mesmo na contradança dos anos que, hoje, resvalam, para cá viajam turistas que afirmam, brilhando as vistas: “por aqui as casas falam!”
FARIAS, Juarez M. Por aqui as casa falam. Porto Alegre: Edição do autor, 2008.
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REFERÊNCIAS
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FARIAS, Juarez M. Por aqui as casas falam. Porto Alegre: Edição do autor, 2008. FARIAS, Karine K. M. Evolução da arquitetura em Piratini: séculos XIX e XX – Monografia de Especialização em Patrimônio Cultural pela Universidade Federal de Pelotas. Orientação: Dr. Carlos Alberto Santos. Pelotas, 2012. GUERRA DOS FARRAPOS. In: Wikipédia: a enciclopédia livre. https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_dos_Farrapos. Acesso em 16/07/2018.
Wikimedia,
2018.
Disponível
em:
IBGE. In: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/piratini/panorama . Acesso em: 22/11/2017. PÁGINA DO GAUCHO. História de Piratini. Disponível em: http://www.paginadogaucho.com.br/hist/pir.htm. Acesso em: 22/11/2017. PIRATINI. In: WIKIPÉDIA: a enciclopédia livre. Wikimedia, 2018. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Piratini. Acesso em 16/07/2018. PIRATINI. Disponível em: http://www.prefeiturapiratini.rs.gov.br/site/historia. Acesso em: 16/07/2018. STORCHI, C., ROMAN, V. Centro Histórico de Piratini: Preservação e Valorização. Porto Alegre: Paisagens do Sul, 2012.
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AGRADECIMENTOS Acima de tudo, sou grato a Deus: Pai, Filho e Espírito Santo; À diretora do Museu Histórico Farroupilha, Srª Kátia Espíndola, pelo convite e disponibilização do espaço para a realização da exposição; À minha noiva, Tatiane Mayer, pelo carinho, companheirismo e auxílio fotográfico ao longo do passeio; Aos queridos tios, Neila e Quinho, e aos primos André, Patrícia, Nanana, Pietra, Lucas e Gabriel, pela hospedagem e pelos momentos divertidos durante nossa estadia; Ao primo, professor e historiador, Me. Eduardo Felten, pelas valiosas contribuições acadêmicas; Ao Dr. Guilherme F. Paul e à Drª. Marlise Martino, pelo importante trabalho de revisão; Ao ilústre poeta piratiniense, Dr. Juarez Machado de Farias, por ceder trechos de seu belíssimo poema (pág. 38); À colega e amiga, Luciana Kehrwald, pelo constante incentivo e apoio, e a todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste projeto.
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www.rabiscandoors.blogspot.com.br www.instagram.com/fjeanlucca