Conselho Curador Alberto Venancio Filho Ana Arruda Callado Ana Lígia Medeiros Daniel Corrêa Homem de Carvalho Eduardo Oberg Eric Nepomuceno Haroldo Costa Irene Ferraz Isa Grinspum Ferraz Leonel Kaz Gisele Jacon Moreira Guilherme Zarvos Luzia de Maria Rodrigues Reis Maria de Nazareth Gama e Silva Maria José Latgé Maria Stella Faria de Amorim Maria Vera Teixeira Brant Oscar Niemeyer Paulo de F. Ribeiro Sergio Pereira da Silva Wilson Mirza
Conselho Fiscal Antonio Pessanha de Souza Hugo Leonardo Penna Barbosa
Diretoria Executiva Paulo de F. Ribeiro – Presidente Daniel Corrêa Homem de Carvalho – Vice-Presidente Eric Nepomuceno – Diretor Adjunto Luzia de Maria Rodrigues Reis – Diretora Administrativa Maria de Nazareth Gama e Silva – Diretora Financeira
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Chanceler: Dom Dadeus Grings Reitor: Joaquim Clotet Vice-Reitor: Evilázio Teixeira Conselho Editorial: Alice Therezinha Campos Moreira Ana Maria Tramunt Ibaños Antônio Carlos Hohlfeldt Draiton Gonzaga de Souza Francisco Ricardo Rüdiger Gilberto Keller de Andrade Jaderson Costa da Costa Jerônimo Carlos Santos Braga Jorge Campos da Costa Jorge Luis Nicolas Audy (Presidente) José Antônio Poli de Figueiredo Lauro Kopper Filho Maria Eunice Moreira Maria Helena Menna Barreto Abrahão Maria Waleska Cruz Ney Laert Vilar Calazans René Ernaini Gertz Ricardo Timm de Souza Ruth Maria Chittó Gauer EDIPUCRS: Jerônimo Carlos Santos Braga – Diretor Jorge Campos da Costa – Editor-chefe
Séculos Indígenas no Brasil Catálogo Descritivo de Imagens
Realização:
Apoio:
Convênio:
3
4
© Karioka multimedia, 2008 Capa e contracapa: Fotos de Piotr Jaxa Arte e projeto gráfico: Alexandre de Freitas Revisão de textos: Karla Carvalho Revisão técnica: Alexandre de Freitas Editoração: Karioka Multimedia Produções Impressão e acabamento: Gráfica Epecê
Dados Internacionais de Catalogação
Coe, Frank Azevedo e Ramos, André Raimundo Ferreira. (Org.). Séculos Indígenas no Brasil: catálogo descritivo de imagens. - Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008. 170 p. Ilust.
ISBN: 978-85-7430-822-7
1. Índios - Brasil 2. Cultura Indígena 3. Antropologia Visual 4. Meio Ambiente 5. Movimento Indígena 6. Lideranças Indígenas 7. Darcy Ribeiro I. Título
CDU 572.95(81):791.43
Catalogação na Fonte: Cleide de Albuquerque Moreira CRB 1100
Av. Ipiranga, 6681 – Prédio 33 Caixa Postal 1429 90619-900 – Porto Alegre – RS. Brasil Fone/fax.: (51)3320 3523 www.pucrs.br/edipucrs/ E-mail: edipucrs@pucrs.br
5
Sumário A dignidade da nação brasileira repousa na sobrevivência dos índios
8
A imagem da cultura indígena brasileira
11
Universidade e carnaval
14
Apresentação
18
I - Brumas, imagens e histórias
22
II - O verde e o verbo – homem e ambiente na fala dos seus amantes
44
III - “...Surpreenderá a todos não por ser exótico, mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto quando terá sido o óbvio”
58
IV - Urbis, Peri, peri-urbano
120
V - Outras ocas, múltiplas palavras
140
VI - Indexação do acervo de imagens
154
VII - Referências bibliográficas e créditos complementares
165
VIII - Agradecimentos
166
6
A dignidade da nação brasileira repousa na sobrevivência dos índios
Só me cabe dizer, agora, lamentando sentidamente que esta nossa nação brasileira não precisa mais de índio nenhum para existir. Mas não existirá jamais, em dignidade e vergonha, se deixar morrerem – morrerem até de suicídio – os poucos índios que sobreviveram à invasão quinhentista. (Darcy Ribeiro, Primeira Fala ao Senado. Revista Carta, n. 1, 1991: 9) Durante dez anos, Darcy Ribeiro foi um etnólogo dedicado ao estudo e conhecimento dos índios da Amazônia, do Xingu e do Pantanal. Dizia que os índios, aos poucos, foram “desasnando-o”, fazendo com que os visse não como objeto de estudo externo, que se olhava desde fora, mas como gente que eram. Gente capaz de dor, de tristeza, de amor, de gozo, de desengano, de vergonha. Gente que sofria a dor suprema de ser índio num mundo hostil, mas que guardava no peito um orgulho de si mesmos como índios. Gente muito mais capaz do que nós de compor existências livres e solidárias, adaptando-se penosamente aos novos tempos para sobreviver tal qual é ou era. A singularidade do pensamento de Darcy como antropólogo do Brasil surgiu naquele período, entre as décadas de 1940 e 1950, no convívio e aprendizado com uma humanidade índia que ilumina o povo brasileiro, como uma de suas matrizes básicas. Se a cultura é a lente através da qual o homem vê o mundo, herdamos dos índios o desejo de beleza, de sua vontade de perfeição ao pintar o corpo, modelar um vaso ou trançar um cesto, imprimindo em cada peça de seu trabalho a expressão do ser que o fez. A sabedoria de intelectuais índios iletrados sobre a natureza e sobre o humano, sem servilismos indecentes e sem alienar-se e ser alienado. A sabedoria milenar de gente que sabe habitar a Amazônia, preservando, enriquecendo e humanizando a floresta.
8
Durante séculos, os índios resistiram a várias formas de dominação, espoliação e violência e desenvolveram formas de adaptar-se às condições mais adversas sem perder a dignidade. É a dignidade da nação brasileira que repousa na sobrevivência dos índios, essa é nossa principal herança, a mais bela e a mais significativa para que possamos continuar índios, resistindo e prosperando nos séculos que virão. Quando criou a Fundação que leva seu nome, em 1996, Darcy Ribeiro inscreveu em seu estatuto o objetivo de promover medidas, planos e programas de solidariedade aos povos indígenas brasileiros, bem como a defesa da Amazônia e do Pantanal como os grandes jardins da terra. Durante anos, com o apoio desta Fundação, Frank Coe idealizou e organizou cuidadosamente o projeto “Séculos Indígenas no Brasil”, trazendo a público uma imagem menos deformada e menos idealizada da permanência indígena ao longo de nossa história. Esperamos que essas imagens possam contribuir para que a força da opinião pública rogue por uma coexistência mais solidária entre a sociedade brasileira e os índios. Rio de Janeiro, setembro de 2008. Paulo de F. Ribeiro Presidente Fundação Darcy Ribeiro
9
A imagem da cultura indígena brasileira
A história dos povos indígenas no Brasil é uma realidade latente de saberes anelados por tradições milenares, simbolizadas por realidades que vão desde os simples riachos às grandes florestas onde caminham animais e espíritos; manifestadas no grito e na dança de tantos índios, vivos e mortos; na busca por uma escola que valorize suas festas; de uma medicina que interaja com a arte indígena de curar; de terra para seus filhos; no empenho de índios universitários que projetam a autonomia e o protagonismo de suas comunidades, a garantia de seus direitos; das pessoas de bom coração, líderes! Permaneceram sempre unidos às causas indígenas grandes nomes, como Cândido Mariano da Silva Rondon, Curt Nimuendajú, os irmãos Villas Bôas, Francisco Guerra Samias, Berta Ribeiro, Davi Kopenawa, Paulo Pankararu, Gleissi Castelo, Joênia Wapichana, Darcy Ribeiro, Álvaro Tukano, Marcos Terena, Ailton Krenak, Erwin Kräutler, Frank Coe, Hilda Zimmermann e tantos outros. Por isso, os índios se pintam e dançam em suas aldeias, nas grandes assembléias governamentais, celebrando as suas conquistas históricas, essa obra de arte rara, pintada num grande quadro, no tempo e na terra. Existem muitas obras no mundo, mas os quadros mais lindos são aqueles criados por muitas mãos, pintados com todos os gestos, todos os movimentos, com tinta e sol. Essa paisagem ninguém pode roubar, nem o tempo apagar.
c) A exposição “Séculos Indígenas no Brasil”, inaugurada no I Fórum Internacional “Povos Indígenas: Terra, um Lugar para Viver!”, realizado no período de 11 a 14 de agosto de 2005, no Centro de Eventos da PUCRS, em Porto Alegre, em conjunto com o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Culturas Indígenas dessa universidade. A mesma exposição foi montada no “Espaço Furnas Cultural”, nos meses de outubro e novembro de 2005, na cidade do Rio de Janeiro. Esse trabalho é destinado às comunidades indígenas e aos mais diversos lugares onde a cultura indígena precisa ser valorizada, contemplada e festejada. De exposição em exposição, de imagem em imagem, de palavra em palavra, efetivou-se o encontro, a fusão de dois horizontes: o olhar de quem encontra e divulga a outra face da cultura e dos ideais dos povos indígenas; a visão de índios que desejam um futuro melhor, de recriação de sua paisagem, com todos quantos fazem parte dessa história. Porto Alegre, setembro de 2008. Édison Hüttner Coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Cultura Indígena (PUCRS)
Quando os povos indígenas nos acolhem em suas festas é algo muito maravilhoso, eles nos pintam. Quando, em julho deste ano, eles pintaram jovens estudantes para a festa do Kuarup, eles os tinham como esperança de sua paisagem. A vida é um belo quadro. A obra: “Séculos Indígenas no Brasil: Catálogo Descritivo de Imagens” representa a imagem dessa esperança, a imagem dos índios brasileiros. O catálogo de imagens expressa a realização de vários projetos de iniciativa de Frank Coe e Álvaro Tukano desde 1992. Para a concretização desse trabalho contribuíram muitos outros: Ailton Krenak, Paulo Metz, Piotr Jaxa, Rosane Kaingang, Alexandre de Freitas, André Ramos, Otto Guerra, Hélio Coelho, para citar alguns. Dentre as atividades, foram realizadas: a) 45 horas de filmagem em diversas aldeias - um material raro, que permite aos próprios indígenas conhecerem como vivem seus parentes, assim como é de grande utilidade para escolas e universidades, pois mostra a verdadeira imagem do índio brasileiro;
b) A elaboração da primeira fase do filme “Maíra, de Darcy Ribeiro: Um Deus mortal?”;
11
12
Universidade e carnaval Há duas maneiras de fazer política: uma é pelo poder, a outra é pela história. Darcy fez política pela história. O poder era o meio que ele usava para deixar suas marcas na História deste país e do resto do mundo. Por isso, a homenagem a um homem como Darcy Ribeiro deve ser feita falando do seu legado. Darcy deixou, por exemplo, o legado incrível de uma universidade nova - e não qualquer universidade. A Universidade de Brasília representou, no seu início, um sonho alternativo para os modelos universitários da época. Hoje, todos sabemos que a instituiçao da universidade está ficando velha e precisa ser renovada. Darcy Ribeiro previu isso há quase cinqüenta anos. Deixou um legado científico, que é uma marca para a cultura brasileira e mundial. Darcy conviveu com povos indígenas numa época em que não existia o conceito de proteção da diversidade, e os índios eram vistos como atrasados. Viveu com eles, escreveu sobre eles e deu uma contribuição mundial para entendermos essa parcela do Brasil. Mostrou que o país é tão mais rico quanto maior for sua diversidade étnica e cultural. Deixou como legado algo que seria inimaginável para um intelectual respeitado por toda a elite: um sambódromo para atender à forma simples da cultura popular. Quem no mundo pode se orgulhar, em vida, de ter mudado a universidade e o carnaval? Ninguém, porque realmente só Darcy foi capaz de tamanha variedade. Mas não foi só isso. Darcy deixou como legado até aquilo em que fracassou, porque dizia que se orgulhava mais do fracasso de muitas das suas ações do que das realizações. As realizações mostravam que suas idéias e sua competência executiva davam frutos, mas os fracassos, muitas vezes, deixavam a marca maior de sua capacidade de sonhar, de coragem de enfrentar as dificuldades, de coerência em defender suas bandeiras. Se fracassou foi porque foi coerente, e o que defendia não estava ainda na hora de se tornar realidade. Não abriu mão, não concedeu, reduzindo suas aspirações e suas defesas, para se ajustar aos momentos.
00
Darcy Ribeiro também deixou seu legado nas obras que não conseguiu realizar, porque o momento não o permitia. Preferiu cair, ir para o exílio a ceder às tentações de ficar com a política do poder. Fez a opção de ficar com a história, e não com o poder. Darcy Ribeiro nos deixou um exemplo, em um tempo em que tantos fazem política e deixam apenas vagas lembranças de terem passado.
14
Que falta nos faz Darcy Ribeiro! Se pudéssemos tê-lo defendendo aquilo que só agora começa a tocar a consciência das pessoas, o imaginário do Brasil, nós o veríamos pregando que o progresso vem da inteligência, e não das engrenagens das indústrias; que é preciso educar os analfabetos, e não só garantir-lhes emprego. Darcy foi um profeta do desenvolvimento civilizatório. Sempre defendeu o que só agora começamos a perceber: o progresso não vem da ordem, vem da educação. O progresso não vem do chão de fábrica, vem dos bancos de escola. Não precisamos de uma revolução que acabe com os ricos. Precisamos de uma revolução que acabe com a falta de educação. Se ainda estivesse entre nós, ele nos ajudaria a derrubar os dois muros que emperram o Brasil: o muro do atraso e o muro da desigualdade. O muro do atraso não nos deixa ser um país igual aos desenvolvidos, por falta de ciência e tecnologia. O muro da desigualdade não nos deixa quebrar essa maldita desigualdade perversa de cinco séculos, por falta de educação igual para todos. No seu último dia de vida, hospitalizado, pediu para dar uma aula a uma criança. Uma das médicas levou seu filho, na época com 10 anos. Darcy Ribeiro deu sua aula de Antropologia ao menino. Explicou a ele por que é preciso modificar a universidade, construir um sambódromo, conhecer as culturas indígenas: porque o Brasil precisa fazer o casamento da cultura da elite com a cultura do povo. Terminou a aula, tomou banho, barbeou-se, deitou-se, entrou em coma e morreu poucas horas depois. O homem que fez tanto pelo Brasil morreu como professor, por opção. Morreu como professor de crianças, por opção. Mostrou que essa é a elevação máxima para quem está às vésperas de entrar para a História. Tive a honra de ser seu discípulo, de aprender com ele como ver o Brasil, que nosso país pode ser diferente. E disse-lhe uma vez, quando colocamos seu nome no campus da UnB, que, quando crescesse, queria ser Darcy Ribeiro. De lá para cá percebi que não terei tempo para chegar a tanto. Mas espero que muitas crianças brasileiras consigam, quando crescerem, ser Darcy Ribeiro. Brasília, setembro de 2008. Cristovam Buarque Senador da República
15
Apresentação
Houve um tempo em que havia trupes, talvez um encontro, quem sabe um momento. Dessas que se juntavam somando cores, desejos e credos quase comuns, e saíam por aí em busca de se conhecer conhecendo os outros Brasis, que hoje alguns chamam de Brasil profundo. Com o gosto de compreender, aprender, registrar e mostrar para o mundo nossas mazelas e virtudes.
ILUSTRAÇÃO
Era 1993, talvez tudo isso já estivesse com um sabor quase nostálgico, mas um pouco antes a Eco-92 tinha de alguma forma revivido essa possibilidade. Não era um cenário, um quadro, uma conjuntura... mas apenas algo que soma tudo isso que leva alguns jovens, alguns menos, uns mais experientes que outros, não a construir os séculos indígenas. Séculos já trazem em si uma idéia de temporalidade, dessa que conhecemos e que pode ser recriada por outros que nela foram obrigados a viver. Índio todo mundo sabe o que é. Ou criou na cabeça que sabe. O cru e o cozido. A partir daquelas imagens que nos chegaram nos romanceios e letras de Alencar, Gonçalves Dias, nos delírios dos cronistas, nas crônicas dos padres, nas cartas régias e nos regimes oficiais que foram se multiplicando... e ou na insensatez dos livros da escola e na espetacularização da TV. Como se todos tivessem falado tudo. Esgotado. Indígenas, uma nova forma de se dizer índio, de se ver o índio, de identificar o índio como o próprio da terra, esse era o momento, depois da raiz provocadora que Mário Juruna, Marçal Tupã’i, Ângelo Kretã e outros guerreiros anônimos tinham fincado uma década antes, que remonta há quantos tempos... Daí surge “Séculos Indígenas”. O projeto, quase precursor naquela época. O movimento social dos índios vivendo uma era de mostrar seu vigor, de se deixar focar pela mídia, de ser visto. Agora não mais visto com os contornos meio subversivos do nascedouro da UNI (União das Nações Indígenas), na década de 80, quando todos ainda tentavam tirar o capuz sufocante dos medos trazidos pelos governos militares. A ecologia também surge mais visível na pauta midiática; por que não ligar índio e meio ambiente? Ventos vindos do sul já haviam arejado esses campos, na força da doçura solidária de Hilda Zimmermann batalhando com sua ANAI (Associação Nacional do Índio) lá no Rio Grande. “Séculos Indígenas” é isso: um projeto de registro de situações, de falas, de emoções, em que se procura deixar que flutue a percepção dos povos indígenas em um dos tempos em que o movimento social desses povos de vozes polissêmicas encontrava-se quase em um único som de desejos e aspirações.
18
A proposta deste catálogo é disponibilizar ao público um guia do acervo de imagens que registram a situação dos povos indígenas, suas vozes, seus modos de vida, e suas inter-relações durante a década de 1990 conosco que estamos do lado de cá, quando, mesmo com todo desespero, todas as incertezas, estes ainda eram sinal de esperança no futuro, e não estávamos esgotados pelos discursos pasteurizados em que estamos mergulhados hoje. Mas a idéia aqui não é cultuar um olhar nostálgico. É um guia para provocar novos olhares, novas descobertas. Para perceber que eles continuam aí ao nosso lado, talvez ainda não vistos, talvez mais do que nunca. Os indígenas, as belezas, as misérias e a resistência de ser um homem, um povo diferente, num mundo que se diz desencantado. Toda escolha guarda em si uma convocação de vida ou morte. Assim como Álvaro Tukano, Frank Coe, Aílton Krenak guiaram o exercício de suas inquietações para a feitura do projeto “Séculos Indígenas no Brasil”, e deixaram algo para trás, no catálogo foi feita a escolha de se atrair os olhares priorizando a edição das imagens na maioria retirada da película e de certa forma contrariar o uso das normas convencionadas para indexação em trabalhos desse tipo.
Urbis, Peri, peri-urbano – aquela cidade que você habita, aquilo que foi tomado como sonho de progresso, de civilidade. As tensões e interações intersocietárias. Aquele ser idealizado que está em busca de um outro ideal para continuar a viver novos significados. Nem tão urbano assim, mato-cidade, periferias dos Brasis. Outras ocas, múltiplas palavras – as ocas, os caminhos, estão em muitos lugares a serem conquistados, retomados. A presença nos espaços das políticas do Estado Nação. Ninguém sozinho tem a palavra, são muitas, multiplicam-se como as cores que juntas formam um matiz novo, múltiplas palavras. Só o futuro dirá. Aproximando-se do final, trazemos uma indexação das imagens do projeto “Séculos Indígenas”, com a localização dos segmentos que buscam contribuir para que outras pessoas, os indígenas especialmente, possam acessá-las, fazer descobertas, remontá-lo, utilizá-lo em seus estudos e em novas criações. Pode ser que cause surpresa o fato de que algumas imagens presentes no catálogo e identificadas na lista de indexação se encontrem em destaque com uma descrição mais detalhada e muitas outras não. É apenas uma forma de olhar. “Séculos Indígenas” continua nos novos olhares que virão a partir do material original que está sendo ofertado aos indígenas e a todos vocês.
Essa escolha fez com que este trabalho fosse dividido em cinco partes, nas quais se encontram agrupadas as imagens trabalhadas pela astúcia criativa de Alexandre de Freitas, convidando para esse novo olhar. Elas se agrupam por um eixo de sentido, pois falam das mesmas coisas, ou têm as mesmas intenções. Não é preciso dizer, mas é preferível repetir: essa é uma obra coletiva em que se buscou fazer um diálogo entre as idéias originais do projeto fílmico, a captura das imagens, com os textos e descrições.
Brasília, setembro de 2008 André R. F. Ramos Historiador e Indigenista
São cinco partes:
Brumas, imagens e histórias – nas quais se busca reunir o que nos traz, ou que nos foi comunicado como história. Como uma névoa de encobrimento daquelas verdades que não foram contadas. Como um indício, uma suspeita de que ainda há muito a contar. O verbo e o verde, homem e ambiente na fala de seus amantes – na constituição de um novo caráter para o humano no mundo moderno, o aprendizado com os indígenas. Traz a fala de pessoas que associaram suas existências à proteção da natureza, da vida e das diferentes formas de viver em paz com o planeta. “...Surpreenderá a todos não por ser exótico mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto quando terá sido o óbvio” - A frase de Caetano Veloso vem de um anúncio, de uma premonição grafada na música “Um índio”. O que causa surpresa não é a estranheza do diferente, do estereótipo, e sim não ter enxergado antes. O índio por sua própria fala.
19
20
Brumas, imagens e histórias
“Onde se busca reunir o que nos traz, ou que nos foi comunicado como história. Como uma névoa de encobrimento daquelas verdades que não foram contadas. Como um indício, uma suspeita que ainda há muito a contar.”
A Invenção do Brasil
“O Brasil sempre foi, e ainda é, um espantoso moinho de gastar gente; embora seja, também, um progidioso criatório de gente.”
O Brasil sempre foi, e ainda é, um espantoso moinho de gastar gente; embora seja, também, um prodigioso criatório de gente. Seis milhões de índios existiam aqui quando o primeiro europeu chegou. Não sobraram hoje, como índios, nem trezentos mil. Não se sabe quantos negros foram gastos, tanto nas caçadas na África como na tenebrosa travessia nos tumbeiros, e, depois, já aqui, no duro eito dos canaviais, das minas, dos cafezais. Não terão sido menos de dez milhões, suspeita-se. Uns oito milhões de brancos foram recrutados quando o europeu, no século passado, se converteu, ele também, num gado humano exportável para as plantações brasileiras. Desta sementeira humana nasceu o povo-nação de cento e cinqüenta milhões de pessoas que somos hoje. A parcela maior da latinidade. Uma neo-romanidade tardia, lavada em sangues negros e índios, inspirada pela sabedoria dos povos da floresta. Cultural e linguisticamente unificada. Certa e segura de sua identidade nacional, como gente que já não sendo índia, nem afro, nem européia, é uma coisa nova nesse mundo. Toda ela afundada na mais vil pobreza. Exceto uma fina nata dominadora, que sabe tirar dos estrumes desta pobreza uma riqueza ostentatória e uma erudição alienada. O Brasil é a resultante da fusão desses milhões de gentes desencontradas. Fusão genésica, uma vez que a mestiçagem, aqui, sempre se fez sem freios e foi realizada com alegria, sem nenhuma noção de que fosse crime ou pecado. Fusão também espiritual, pela confluência que aqui se deu dos patrimônios culturais de nossas diversas matrizes. Tudo isso nos plasmou como um povo mestiço na carne e na alma. Como tal, herdeiro de todas as taras e talentos da humanidade. Mas só muito parcialmente herdeiro dos saberes e da sagacidade daqueles que empreenderam seu fazimento. Isso tudo faz de nós aquilo que Toynbee chamou de proletariado externo, pensando em Cartago, depois de vencido, e em Roma. Cartago jamais voltou a existir para si, existiu para Roma. O Brasil nunca existiu para si próprio, na busca da prosperidade e da felicidade de seu povo. Existiu e existe é para servir, servil e explorado, ao mercado mundial, que ajudou a viabilizar, dentro deste mercado internacional, sua economia da pobreza, geradora de prosperidades patronais restritas. Darcy Ribeiro
25
28
“É muito curioso... a sabedoria européia, em alguns capítulos dela, a sa-
gacidade européia, a sagacidade dos saqueadores, os “extorquidores”. Vejam só, em 1454, a Europa estava se expandindo ainda sobre a África, sobre a costa da África. O Papa deu ao Rei de Portugal uma bula garantindo ao Rei de Portugal que onde o Príncipe D. Henrique, que estava viajando, que estava explorando a África, que onde o príncipe pusesse a mão, aquela terra seria do Rei, e o “Negro” em que ele tocasse seria escravo, escravo dele e de seus filhos até o fim do mundo. Vejam só, isto é o direito à espoliação, uma bula papal, mesmíssima bula papal que é repetida para o Rei de Espanha em 1493. Um ano depois da “descoberta”, um ano depois da invasão da chegada aqui de Colombo. O Papa, que era uma suprema autoridade legal do mundo na época, dava ao Rei de Espanha o direito que tinha dado ao Rei de Portugal, o direito de se apropriar. Esta é a lei que rege até hoje a única lei das Américas. A lei de saqueio, a lei do roubo, a lei da espoliação.” Depoimento oral de Darcy Ribeiro Rio de Janeiro, RJ. Setembro de 1993.
29
30
Bulas e Burlas
“[...] concedemos ao Rei Afonso a plena e livre faculdade, entre outras, de invadir, conquistar, subjugar quaisquer sarracenos e pagãos inimigos de Cristo, suas terras e bens, a todos reduzir à servidão e tudo aplicar em utilidade própria e de seus descendentes[...]” (Nicolau V, Bula Romanus Pontifex, 8 de janeiro de 1454) “[...] sujeitar a vós, por favor da divina Clemência, as terras firmes e ilhas sobreditas, e os moradores e habitantes delas, e reduzi-los à Fé Católica (essas) ilhas e terras firmes achadas e por achar, descobertas e por descobrir [...] a Vós e a vossos herdeiros e sucessores (Reis de Castela e Leão) pela autoridade em Deus onipotente a nós concedida em S. Pedro [...] vo-las doamos, concedemos e entregamos com todos os seus domínios, cidades, fortalezas, lugares, vilas, direitos, jurisdições e todos os pertences [...]” (Alexandre VI, Bula Inter Cetera, 4 de maio 1493).
35
Gravuras de época – JB. Debret 1916-1831 Livro: “Voyage Pittoresque au Brésil” Séjour o´un artiste français au Brésil Tome Premier: Planches de 1 à 6
40
1
21 - 22
2
1- Índios Guarani. Foto de Gustavo Wrase (pai de Hilda Zimmermann), Santa Rosa - RS. 1921. 2- A Epopéia da Comissão Rondon (Achiles Tartari) 1955 - fotogramas. Acervo do Museu do Índio, RJ.
3
1
35 - 36
1- Mapa Terra Brasilis - Atlas Miller – 1519. 2 - Gravura. Autor desconhecido - 1550.
37 - 38
1 - Conjunto de Gravuras de Jean-Baptiste Debret do acervo do Museu Etnográfico de Genebra, Suíça. Interpretação fotográfica de Piotr Jaxa - fotogramas. Acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil - 1994.
39 - 40
1 - Gravura de Jean-Baptiste Debret - 1825. 2- Gravura de época de Hans Staden - cerca de 1550. 3- Gravura de época de Jean de Léry - 1578.
4
5
1
1
1
33 - 34
1 - Gravura de Jean-Baptiste Debret - 1825. 2 - João Domingos Lamonica, fotógrafo. Responsável pelo Depto. de Fotografia do Museu do Índio - RJ. Fotograma. Acervo do Projeto Séculos Indígenas no Brasil - 1994. 3 - Ana Maria da Paixão, antropóloga. Museu do Índio - RJ. Fotograma. Acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil 1994. 4 - A Epopéia da Comissão Rondon (Achiles Tartari) 1955 - fotogramas. Acervo do Museu do Índio, RJ. 5 - Darcy Ribeiro junto aos índios Urubu Kaapó. Acervo Fundação Darcy Ribeiro, RJ.
2
23 - 24
1 - Darcy Ribeiro junto aos índios Urubu Kaapó. Acervo Fundação Darcy Ribeiro, RJ.
25 - 26
1 - A Epopéia da Comissão Rondon (Achiles Tartari) 1955 - fotogramas. Acervo do Museu do Índio, RJ.
27 - 28
1 - Fotogramas do filme “O Descobrimento do Brasil” - 1937, de Humberto Mauro. Acervo da Cinemateca Brasileira - SP.
2
1
1
1
2 3
1
1
29 - 30
1 - Fotogramas do filme “O Descobrimento do Brasil” - 1937, de Humberto Mauro. Acervo da Cinemateca Brasileira - SP.
31 - 32
1 - Fotogramas do filme “O Descobrimento do Brasil” - 1937, de Humberto Mauro. Acervo da Cinemateca Brasileira - SP.
41
42
O verde e o verbo – homem e ambiente na fala de seus amantes
“Na constituição de um novo caráter para o humano no mundo moderno, o aprendizado com os
indígenas. Traz a fala de pessoas que associaram suas existências à proteção da natureza, da vida e das diferentes formas de viver em paz com o planeta.”
Barbarismo Consciente Durante talvez dois milhões de anos, por mais de 99% de sua história, a espécie humana praticou um estilo de vida semelhante ao que podemos hoje observar no coração do continente sul-americano, entre os últimos remanescentes de culturas indígenas que ainda não sucumbiram às agressões do homem que se diz civilizado. Neste modo de vida, vivendo da caça e coleta, o homem se encontra perfeitamente integrado em seu ambiente natural, não tem os meios e, o que é mais importante, não tem a ambição de destruir o mundo natural do qual se considera apenas parte. Neste convívio, a natureza pouco ou nada sofre, uma vez que o tributo que o homem lhe extrai não ultrapassa sua capacidade de recuperação. Por isso mesmo, esse estilo de vida é permanentemente sustentável, o que comprova sua longevidade. Não há explosão demográfica e não há degradação ambiental. A visão do mundo, as convenções sociais e os tabus são tais que levam, automaticamente, à situação de equilíbrio estável. Como sabe todo aquele que conhece de perto a vida indígena, o índio, além de não devastar e emporcalhar o mundo em que vive, vive uma vida profundamente humana, caracterizada por formas de harmonia, de integração social e felicidade individual, o que não têm paralelo nas sociedades modernas. Em sua cultura intacta, não contaminada pelo homem moderno, os indígenas não são anormais ou marginais. Quem assim pensa, demonstra que nada compreendeu, que não tem noção da realidade, que lhe falta toda perspectiva histórica. Como pode ser anormal quem apenas continua a mais antiga e venerável tradição da humanidade, quem continua vivendo como vivemos durante 99% de
nossa história, quem se recusa a participar de uma experiência cujo resultado é ainda duvidoso? Anormais somos nós, anormal é a sociedade de consumo, tanto pela posição que ocupa na grande perspectiva histórica como pela adoração da mudança pela mudança, quando já sabemos que o futuro não pode pertencer à mudança contínua, que somente a estabilidade tem futuro, que somente situações equilibradas podem garantir a sobrevivência e o verdadeiro progresso, o progresso espiritual e moral, o progresso da qualidade de vida, que nada tem a ver com a quantidade de materiais que movimentamos. Não temos o direito de querer impor ao indígena nossa maneira de vida, de insistir em sua “integração”. A única proteção que o índio necessita é o respeito a seus direitos como ser humano, como cultura autônoma, como nação. O que devemos proporcionar-lhe é abrigo das agressões e da cobiça do “homem civilizado”, que quer despojá-lo de suas terras. O índio, nada, absolutamente nada, tem a ganhar com o nosso “progresso”, a não ser o desastre. Impondo-lhe nossa “civilização”, somente lhe trazemos o aniquilamento cultural e físico. Nossos desbravadores carecem do esquema conceitual que permitiria um contato mutuamente proveitoso. Enquanto não estivermos nós mesmos moralmente preparados para o contato com o índio, não temos o direito de invadir suas terras, seja qual for o pretexto. Resolvamos os problemas que temos a resolver, freiemos nossa cobiça, deixemos o índio viver! Dentro de algumas décadas, nossos filhos, que, por força das circunstâncias, terão, certamente, consciência ecológica ainda inimaginável para nós, saberão agradecer-nos por tal ato de sabedoria. Muito em breve estaremos todos no mundo industrial, submetendo a profundo reexame nossos valores, nossas atitudes, nossas estruturas sociais, nossos tabus e nossas instituições. Estaremos à procura de modelos de sociedades
não-agressivas e não-competitivas. Muita coisa podemos e devemos apreender dos inúmeros modelos praticados pelas sociedades primitivas, e não somente aqui na América do Sul. Estamos ainda em condições de conceder ao índio sua sobrevivência física e cultural. Se continuarem as tendências atuais, isso se tornará impossível dentro de poucos anos. Devemos agir. Se acabarmos com o índio, entraremos na História como bárbaros conscientes. Ao contrário do que aconteceu em séculos passados, temos hoje a obrigação de saber o que estamos fazendo. NÃO TEMOS O DIREITO DE ACABAR COM O ÍNDIO! José Antônio Lutzenberger
PRESSAGO O presságio aí está, negro presságio. A falar-me, silente, de dores por doer Mais doídas que todas as dores já doídas. A dor, talvez, de nunca mais doer. Não são dores da carne. Não só. Nem serão dores maiores, estertórias. São dores da alma minha, balindo, trêmula. Dores que, antes de doer, já me doem aqui, agora. Que resta nesta vida por doer-me? Já não doem minhas dores todas? E a roda da dor, acaso, pára um dia? Em um homem vivo, cansada, ela parou? Esse tremor pressago que me assalta É o de perder o último, derradeiro, bem que tenho. A vida aninhada no meu corpo, Com o prodígio de gozar e de sofrer. Que é que temo, eu que nada temo? A solidão, talvez, de uma eternidade fútil, inútil? Qual! O que me arrasa é o terror pânico De não mais ser, nem estar, jamais aí. Vocês todos vivendo, seus f.d.p. ... Só eu não. Darcy Ribeiro
48
“Um dia, um índio me disse uma coisa muito sábia - foi o Juruna, um líder indígena: - “Olha Darcy, sabe, agora o que eles estão querendo é que cada índio se amarre num ‘pé de pau’. Se amarre! Porque o Brasil não tem mais fundo, eles tomaram tudo... tudo pro fundo”. Antigamente os índios podiam ir mais pro fundo, ir mais para o Oeste. Agora não tem mais fundo. Quer dizer, esta idéia de que o Brasil não tem mais fundo, porque se apropriaram de tudo, e que o índio, para se manter onde ele está, tinha que se amarrar, quer dizer, a alternativa de se amarrar é brigar. O Juruna conseguiu retomar as terras do povo Xavante - do povo dele - em extensão muito grande. Terras que tinham sido roubadas pelos próprios funcionários do SPI (Serviço de Proteção ao Índio). Ele conseguiu armando os índios todos e ameaçando uma guerra, uma guerra contra o Brasil! Foi assim que ele conseguiu.” Depoimento oral de Darcy Ribeiro Rio de Janeiro, RJ. Setembro de 1993.
Lula - É importante dizer que não se quer apenas a demarcação. Não adianta demarcar e deixar como Roraima ficou. Os garimpeiros entraram e fizeram o que fizeram com os Yanomami. Não adianta fazer a reserva extrativista, fazer demarcação e não dar estrutura suficiente, condições para as pessoas produzirem. Então eu acho que é muito mais que fazer demarcação é criar as condições para que os índios e seringueiros sobrevivam dentro de suas terras, para poderem produzir, poderem vender o produto de seu trabalho e poderem viver livremente. É preciso fazer com que haja um bom sistema de educação, um bom sistema de saúde, para que as coisas não se resumam apenas à doação da terra. É preciso dar terras e dar condições objetivas de sobrevivência. Gatão - Tem um aspecto que, tanto da parte dos índios quanto dos seringueiros, nós enfrentamos, que é a questão da violência rural, e nós enfrentamos isso e nossas lideranças são exterminadas... foi o Chico Mendes, foi o Arnaldo, foram os índios, as ameaças são em cima das principais lideranças. Nós enfrentamos isso quase como uma coisa sem cura. Então, cada vez que desponta uma liderança, tanto da parte dos índios quanto da parte dos seringueiros ou dos trabalhadores rurais, é uma certeza que vai ser exterminada. Nossa grande preocupação é que isso se fala três ou quatro meses depois da morte, no máximo uma missa, um ato público. Concretamente não temos ninguém na cadeia dessas pessoas que foram exterminadores das lideranças... Nós queremos saber, do ponto de vista do Lula, da liderança que está encaminhando a luta em defesa da cidadania, como pensa isso, o que podemos fazer em conjunto para acabar com isso, pois no futuro nós temos que fazer alguma coisa para mudar.
Gatão - Gostaríamos de saber do companheiro Lula, um companheiro forjado na luta, companheiro de muitos anos de batalha, como ele vê essa aliança entre índios, seringueiros e trabalhadores que lutam pela floresta, sua terra, sua região? Lula - Primeiro, Álvaro e Gatão, eu acho que a questão da aliança para sobrevivência, da aliança para o estabelecimento de novas culturas, é uma necessidade. Álvaro - É que o governo, este que está aí – do Itamar Franco – e os anteriores sempre alegaram que não têm dinheiro para garantir a demarcação das reservas extrativistas e das terras indígenas. No governo que o senhor pleiteia para esses povos, para esse país, você vai usar esse mesmo teclado ou vai agilizar o diálogo conosco e buscar uma solução? Lula - Primeiro eu não acredito na idéia de que não se tenha dinheiro para fazer as demarcações tanto das reservas extrativistas quanto das terras indígenas. O problema é que não há vontade política, não tem prioridade do governo de fazer, ou seja, não é o mais interessante.
51
Lula - A primeira coisa que tem que ser feita é o seguinte: é preciso acabar com a impunidade. No dia em que nós acabarmos com a impunidade, nós acabaremos com 50% da violência estabelecida hoje, com os conflitos entre latifundiários e seringueiros, latifundiários e índios, latifundiários e posseiros. Em segundo lugar, a falta de garantia do próprio Estado, da determinação. Ou seja, à medida que o Estado faz a demarcação de uma área, cabe a esse mesmo Estado dar a proteção para que aquela área não seja importunada. O Estado na verdade dá a área, mas não se preocupa, daí qualquer fazendeiro se mete a fazer justiça com as próprias mãos, desrespeitando os direitos elementares, que são os direitos civis contidos em nossa Constituição. Eu acho que muita serenidade por parte da polícia, muita serenidade por parte da justiça, seria a solução para a gente acabar com a violência contra índios, contra seringueiros, contra as lideranças do movimento sindical em geral no nosso país. Entrevista realizada por Gatão, presidente do Conselho Nacional do Seringueiros, e Álvaro Tukano com o então candidato à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Reserva Extrativista Chico Mendes. Outubro de 1993.
1
43 - 44
1 - Aldeia Krikati. Foto de Piotr Jaxa. Montes Alves, MA. 1993. 2 - Álvaro Tukano e Hilda Zimmermann. Foto João Sassi. Rincão Gaia, Rio Grande do Sul. 2005.
1
45 - 46
1 - José Lutzenberger. Foto de Piotr Jaxa. Rincão Gaia, RS. 1996. 2 - José Lutzenberger. Entrevista e conferência em Berlim, Alemanha. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1996. 3 - Álvaro Tukano, Frank Coe e José Lutzenberger. Foto de Paulo Metz. Porto Alegre, RS. 1993. 4 - Álvaro Tukano e Hilda Zimmermann. Foto de Paulo Metz. Porto Alegre, RS. 1993.
1
47 - 48
1 - Darcy Ribeiro em Copacabana. Acervo Fundação Darcy Ribeiro. 2 - Álvaro Tukano e Darcy Ribeiro. Foto de Paulo Metz. Rio de Janeiro, RJ. 1993 3 - Darcy Ribeiro. Acervo Fundação Darcy Ribeiro.
49 - 50
1 - Conjunto de fotos de Darcy Ribeiro. Acervo Fundação Darcy Ribeiro. 2 - Darcy Ribeiro. Acervo Fundação Darcy Ribeiro.
51 - 52
1 - Luiz Inácio Lula da Silva, Álvaro Tukano e “Gatão”, Reserva Extrativista Chico Mendes, AC. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
2
2 3
4
2 3
2
1
1
1
2 3
53 - 54
1 - Álvaro Tukano e sindicalistas. Foto de Paulo Metz. Xapuri, AC. 1993 2 - Sr. Dionísio, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, AC. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 3 - Devastação do Acre. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
56
“...surpreenderá a todos não por ser exótico mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto quando terá sido o óbvio ” Caetano Veloso
“A frase de Caetano Veloso vem de um anúncio, de uma premonição grafada na música “Um Ín-
dio”. O que causa surpresa não é a estranheza do diferente, do estereótipo, e, sim, não ter enxergado antes. O índio por sua própria fala.”
“- Diâ Ohõpekõ Dehetara, em Tukano, quer dizer: “O lugar onde corre o leite e o mel”.
-Segundo o mito de nossos antepassados, por aqui começou a vida, nesse continente, ou seja, por aqui os nossos antepassados encontraram grandes nações indígenas que hoje não se vê mais. Então eu me lembro muito bem, quando estou aqui, do meu avô, cujo nome em Tukano significa rouxinol. - Certo dia, numa tarde, andei com meu avô nas costas. Perguntei-lhe como era a história de nossos antepassados e ele narrou justamente como era a origem de nossas vidas, a origem de Diâ Ohõpekõ Dehetara.” Depoimento oral de Álvaro Tukano Praia de Grumari, Rio de Janeiro, novembro de 1993.
63
67
74
“Eu posso falar alguma coisa sobre a nação indígena dentro do Brasil. Por que a gente está vendo isso? Por que, a partir de hoje, onde está o defeito dentro do Brasil? Onde está o enxergo do governo? Hoje a nação indígena tão no sofrimento, sofrimento legítimo. Mui então que a partir de hoje nós podemos chegar a uma decisão, porque a nação indígena sente a necessidade. Mas por que a nação indígena sente a necessidade? É porque eles precisam trabalhar, eles precisam se virar também! Por que isso? Não se via isso. Então a nação indígena precisa uma coisa normal, nós que somos o dono do Brasil. O Pedro Álvares Cabral chegou, descobriu o Brasil, já existia o índio, então logicamente, a partir de hoje, os índios eles querem tranqüilidade, eles querem sobrevivência tranqüilo. Mas por que o governo, governo brasileiro, tem que chegar, que ver, enxergar o outro lado, que os índios, a nação indígena precisa convivência bom, tranqüilidade. Então que a tribo Krikati não quis deixar tradição de século em século, vem sendo tradição. Bom, os Krikati então querem saber a demarcação. Mas de uma parte o governo brasileiro não chega a enxergar, não chega a ver essa oportunidade dessa nação. A nação indígena precisa dos lugares, precisa o local, porque nós queremos mesmo e o governo tem que ver essa parte. O governo tem que ver a necessidade. Não pode governo fazer isso, não pode o governo ficar na dele e não enxergar pra trás. Tem que o governo se preocupar e enxergar os dois lados, porque precisa essas nações, que somos nós. A nação indígena precisa uma convivência bem, uma vivência bem. Não somos só essa tribo, várias tribos, várias pessoas indígenas sempre se preocupando, eles se preocupam demais porque uma parte, essa nação tem que ver os dois lados. [...] muitos são lascados e são aquelas pessoas que são pobres, aquelas pessoas que não têm recursos, não têm com que e como sair, mas... muitos que têm os criadores, esses que são folgados, não enxergam a parte dos mais lascados. Esses mais lascados que a gente fala é aquelas pessoas que não têm como conviver, não têm como escapar dos maus e do sofrimento. Então igualmente nós somos essa nação, essa nação aqui sempre já vem assim e aí por isso o governo federal, nessa parte, tem que ver. Índio Krikati fica falando do governo, não é discutindo, não é escrachando o governo. Mas governo existe pra isso, autoridade existe pra isso, governo brasileiro precisa ver dessa parte, antigamente que aconteceu isso, mas hoje em dia não pode acontecer isso mais.” de 1993.
Depoimento oral do Cacique Benjamim Krikati, Montes Alves - MA. Outubro
76
77
78
80
81
85
“A Federação é um órgão de referência para todas as comunidades. O objetivo geral da FOIRN é trabalhar com as comunidades. Surgiu com o objetivo de defender os direitos dos índios na demarcação das terras tradicionais e lutar pela subsistência, por tudo que é direito do povo massacrado nesses 500 anos pelo impacto da nova civilização. Conscientizar o povo para conviver com a nova civilização. Isso não significa que nós queremos ser separatistas, muito pelo contrário. O que nós queremos é congregar com essa nova situação para o caminho certo. E esse é o objetivo da FOIRN.” Depoimento oral de Braz França, do povo Baré, Presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro. São Gabriel da Cachoeira - AM, outubro de 1993.
94
100
A carta da terra O manejo do meio ambiente e da terra sempre foi uma sabedoria de nosso povo. Houve, pois, um tempo em que éramos ricos, dominávamos de ponta a ponta a natureza, as plantas medicinais, seu potencial alimentar e até uma arquitetura da selva. Depois da chegada do colonizador, nos impuseram uma “civilização”, que invadiu nossas terras, destruiu nossos lares, silenciando nossas vozes. Mas os ensinamentos dos nossos antepassados ainda perduram cinco séculos depois. Amar a terra que nos alimenta, viver os sonhos de nossos sábios; o de sermos gente, deixando para trás um tempo em que, pelo simples fato de sermos diferentes, nos tornaram inúteis. A carta da terra dos povos indígenas é assim: simples e compreensível como o canto dos pássaros e o olhar das crianças. Marcos Terena Coordenador Geral do Comitê Intertribal 500 Anos de Resistência
“Ela tá contando, tá guardando até hoje na memória o início da aldeia Limão Verde quando nosso chefe falou hoje de manhã. Essa aldeia aqui, ela começou a se formar após a guerra do Paraguai. Então ela reforça a história, tem toda uma memória viva, tá ela aqui que está viva até hoje; que quando o bisavô, os pais dela chegaram até aqui encontraram um pé de limão onde reforçou essa idéia... onde que chamasse Limão Verde essa aldeia aqui. Isso tudo teve seqüência após a guerra do Paraguai, pois eles estavam fugindo procurando esconderijo para que eles pudessem combater também contra a guerra do Paraguai. [...] Ela não gostaria de contar histórias engraçadas agora no momento porque... porque ela tem de reforçar. Ela tem medo que os próprios netos, bisnetos dela percam a tradição. Ela passa mensagem significativa para o povo Terena, para os povos indígenas nacionais do Brasil, hoje repassa a união do que tem dentro de uma comunidade, a criação do neto dela, a criação do bisneto. Ela sempre busca uma união dentro de uma comunidade, o respeito é muito importante, o respeito entre as pessoas, o ser humano. É isso que ela diz, esse pensamento, essa memória que ela tem até hoje. Isso que ele me passou. Ela não quer acabar com a união que tenha dentro do povo, como uma nação indígena.“ Depoimento oral da anciã Terena de 101 anos de idade [fala na língua com tradução de um bisneto jovem]. Aldeia Limão Verde, Aquidauana - MS. Outubro de 1993.
“[...] Independentemente da extensão destes territórios, é necessário e é preciso que nós pensemos em conjunto uma idéia de manejo desses territórios, um inventário cultural e material dos bens existentes nestes territórios. Para que, juntos, nós possamos construir estratégias que lidem com a herança espiritual, com os valores da nossa tradição e da nossa cultura. Que possam dar ânimo para o espírito de nossos antepassados. Pois, se nós conseguirmos transmitir para as futuras gerações o sentido sagrado de viver nesta terra, nós teremos conseguido passar para eles a herança que nós recebemos de nossos ancestrais, dos nossos avós. E, caso nós não consigamos passar este patrimônio espiritual para nossos descendentes, não adiantará nós garantirmos territórios extensos, nem sermos comparados com outros povos ricos materialmente [...]”. Depoimento oral de Ailton Krenak Parque da Previdência, São Paulo, SP, novembro de 1993.
109
110
111
112
1
2
1
1
2 1
57 - 58
1 - AIlton Krenak e Álvaro Tukano. Foto de Alexandre de Freitas. Rincão Gaia, RS. 2005. 2 - Jovens Krikati. Foto de Piotr Jaxa. Montes Alves, MA. 1993.
59 - 60
1 - Álvaro Tukano. Depoimento. Praia de Grumari, RJ. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
61 - 62
1 - Aldeia Amondawá, região de Trincheiras, RO. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 2 - Aldeia Yawanawá, região do Rio Gregório, AC. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
63 - 64
1 - Amondawá. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
65 - 66
1 - Amondawá. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
67 - 68
1 - Karitiãna. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
2
1
1
1
114
1 1
1
1
2
1
6 5
3 1
69 - 70
1 - Cenas da comunidade indígena Yawanawá. Região do Rio Gregório, AC. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 2 - Álvaro Tukano e Biraci Brasil, líder Yawanawá. Foto de Paulo Metz. 1993.
71 - 72
1 - Pista de pouso na Aldeia Katukina, Região do Rio Gregório, AC. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 2 - Jacó, missionário holandês, Aldeia Katukina. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 3 - Aldeia Amondawá. RO. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 4 - Álvaro Tukano e Rieli Franciscato. RO. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 5 - Cizino Karitiãna, líder indígena. RO. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 6 - Lago da Usina Hidrelétrica de Samuel. RO. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
73 - 74
1 - Aldeia Krikati, Montes Alves, MA. Foto de Piotr Jaxa. 1993. 2 - Aldeia Krikati, Montes Alves, MA. Fotograma, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 3 - Aldeia Krikati, Montes Alves, MA. Foto de Paulo Metz. 1993
4
2
3
1 2
2
1
75 - 76
1 - Cacique Benjamin, Aldeia Krikati, Montes Alves, MA. Foto de Piotr Jaxa. 1993. 2 - Jovens das aldeias Krikati e Amondawá. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
77 - 78
1 - Pintura corporal Krikati, Montes Alves, MA. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 2 - Aldeia Krikati - “corrida de toras”. Fotos de Paulo Metz. 1993.
1
2
81 - 82
1 - Aldeia Krikati, Montes Alves, MA. Foto de Paulo Metz. 1993. 2 - Cenas da Aldeia Krikati. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
83 - 84
1 - Davi Richardson e Antônia Kaxinawá no Centro de Preservação das Artes e Culturas Indígenas, em Altér do Chão, Santarém, PA. Cenas ribeirinhas no Rio Tapajós. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
2
85 - 86
1 - Comunidade S. Jorge, São Gabriel da Cachoeira, AM. Fotogramas, a cervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 2 - Rio Negro. Foto de Piotr Jaxa. 1993. 3 - Alberto Padilha Garcia, presidente da Associação das Comunidades Indígenas do Rio Negro. Comunidade S. Jorge, São Gabriel da Cachoeira, AM. Fotograma, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
1
87 - 88
1 - Comunidade da Ilha de Camanaus, S. Gabriel da Cachoeira, AM. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
89 - 90
1 - Culto religioso na Ilha de Camanaus, S. Gabriel da Cachoeira, AM. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
91 - 92
1 - Caminhão do Exército, Batalhão de S. Gabriel da Cachoeira, AM. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 2 - Igreja Salesiana em S. Gabriel da Cachoeira, AM. Fotograma, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 3 - Brás França, presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro. Fotograma, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 4 - Praia do Rio Negro em S. Gabriel da Cachoeira, AM. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
1
1 3
1 1
1
2
1
79 - 80
1 - Cenas da Aldeia Krikati. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
115
1
1
2 3
4
116
1 2
3
1
1
1
1
2
2
2 3
93 - 94
1 - Manifestação cultural de canto e dança na Ilha de Camanaus, S. Gabriel da Cachoeira, AM. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 2 - Rio Negro, S. Gabriel da Cachoeira, AM. Fotograma, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 3 - Capitão Zeferino Namukurá Borges, lider comunitário. Ilha de Camanaus, S. Gabriel da Cachoeira, AM. Fotograma, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
95 -96
1 - Aldeia Tukano do Balaio, Parque Nacional do Pico da Neblina, AM. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 2 - Sr. Casemiro, pai de Álvaro Tukano. Foto de Piotr Jaxa. 1993.
97 - 98
1 - Aldeia Tukano do Balaio, Parque Nacional do Pico da Neblina, AM. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 2 - Aldeia Tukano do Balaio, Parque Nacional do Pico da Neblina, AM. Foto Piotr Jaxa. 1993.
99 - 100
1 - Lula, filho de Álvaro Tukano, e seu avô materno. Foto de Piotr Jaxa. 1993. 2 - Aldeia Tukano do Balaio, Parque Nacional do Pico da Neblina, AM. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 3 - Comunidade indígena de Curicuriari, região do Baixo Rio Negro. S. Gabriel da Cachoeira, AM. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
101 -102
1 - Equipe de filmagem, membros da Comunidade Tukano do Balaio e soldados no caminhão do exército. Parque Nacional do Pico da Neblina, AM. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
103 - 104
1 - Manifestação cultural de canto e dança da comunidade Terena, na aldeia Limão Verde, Aquidauana, MS. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
117
1
2 4
3
2
1
1
1
1
105 - 106
1 - Membros da comunidade Terena, na aldeia Limão Verde, Aquidauana, MS. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 2 - Ezequias Hering, “Xará”, antropólogo, pesquisador e indigenista. Campo Grande, MS. Fotograma, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 3 - Eduardo Barbosa Pereira, Kaiowá, Dourados, MS. Fotograma, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 4 - Joel Terena, administrador regional da FUNAI, Campo Grande, MS. Fotograma, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
107 -108
1 - Álvaro Tukano, Ailton Krenak, e membros da comunidade Krenak, Aldeia Krenak, Vale do Rio Doce, MG. Foto Paulo Metz. 1993. 2 - Aldeia Krenak, Vale do Rio Doce, MG. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
109 - 110
1 - Membros da comunidade Krenak, Aldeia Krenak, Vale do Rio Doce, MG. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
111 - 112
1 - Álvaro Tukano e o trem no Vale do Rio Doce, MG. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
113 - 114
1 - Criança Kaiowá, MS. Foto de João Ripper.
118
Urbis, Peri, peri-urbano
“Aquela cidade que você habita, aquilo que foi tomado como sonho de progresso, de civilidade. As tensões e interações intersocietárias. Aquele idealizado que está em busca de um outro ideal para continuar a viver. Novos significados. Nem tão urbano assim, mato-cidade, periferias dos Brasis.”
“O Centro de Pesquisa Indígena não é um lugar. É o caminho que liga a memória da criação do mundo, presente nas narrativas tradicionais, no conhecimento antigo, com o conhecimento sobre o novo, no trabalho do cientista e do pesquisador.” Ailton Krenak 124
“Quando eu cheguei pra aqui tá com 17 anos que eu vim da aldeia de Barra Velha, Monte Pascoal. Nasci e me criei lá. Então, sabendo que aqui foi a descoberta do Brasil, e quando Pedro Álvares Cabral chegou aqui já encontrou os índios, entonce eu, sabendo que nós temos direito porque é a terra dos índios, então eu vim pra aqui.... porque lá muito fraco, muito difícil de transporte, então com uma pessoa doente vai ter que carregar nas costas, não tem como poder trazer pra pegar carro, pra chegar cá... acudir o índio. E aqui o transporte é na porta, então eu mudei pra aqui. E eu estou subindo... cheguei aqui, fiquei. Aí meu pessoal foi chegando, foi chegando... vinha um, chegava, fazia um barraquinho, vinha outro, fazia um barracozinho... é melhor de pegar o kaiambá, que é o dinheiro, pegar o kaiambá. Então, chegou aqui nós, foi ficando, foi ficando e hoje em dia tamos aqui. Quando eu cheguei por aqui isso tudo era mato, não tinha nada aqui tudo, nada! Nem barraqueiro nenhum! ... Depois que nós já tamos aqui 17 anos depois e isso tudo era mato. Aí, bom... teve a Centauro, as pousadas e formaram firma. E aí então ficou. Aí lá vai nós e vamos indo, vamos indo, vamos vivendo aqui. Lá vai hoje... amanhã e hoje em dia.... e tamos lutando, tamos lutando aqui. “ Depoimento oral de Beré Pataxó - Coroa Vermelha, Porto Seguro - Bahia. Novembro de 1993.
129
Álvaro – Como é que está o missionário hoje? Como é que está o pastor hoje para salvar os índios? O que é a salvação dos índios para os missionários? Padre Mário - Eu entendo o seguinte: houve um certo progresso, um certo avanço na política, vamos dizer, missionária. Se você lembra um pouco, Álvaro, como era a política dos missionários quando você era garoto lá no Rio Negro...
Álvaro – É, eu tinha medo dos missionários...
Padre Mário – A gente pode ver que tinha uma imposição. As lideranças indígenas eram reprimidas, havia todo um controle por parte dos missionários. Mas a partir de uma mudança também histórica, e também por parte de um grupo de missionários católicos, de modo particular o missionário do CIMI. [...] Então, houve uma evolução muito importante. [...] O índio voltou às suas aldeias, reassumiu seus rituais, os seus mitos e houve por parte dessa organização, de um modo particular o CIMI, um incentivo para que o índio se organizasse dentro do ponto de vista interno, de ir readquirindo seu ethos, os seus costumes que haviam perdido pela agressão de uma ação missionária do passado e passou, vamos dizer, a ter uma visão política mais clara. Isso se deu sobretudo porque os missionários do CIMI favoreceram a realização das assembléias indígenas, os índios passaram a se encontrar, a analisar a realidade e a lutar. Hoje, o Álvaro pode dizer melhor do que eu, tem mais de 100 organizações indígenas no Brasil. Então você vai me dizer está tudo bem? [...]
... Se amanhece o Sol, a todos aquenta, Se chove o céu, a todos molha, Se toda a luz caíra a uma parte E toda a tempestade a outra, Quem sofrerá? Mas não sei que injusta condição é A deste elemento grosseiro que vivemos. Que as mesmas igualdades do céu, Em chegando à Terra, logo se Desigualam. Padre Antônio Vieira, 1650.
Álvaro - Então é muito importante preservar a imagem dos missionários, que realmente sejam missionários, não se pode misturar uma religião com a politicagem que existiu sobre as populações indígenas até aqui... Padre Mário – [...] E uma outra questão a que você, Álvaro, está se referindo, é uma questão de caráter teológico, de caráter, vamos dizer assim, mais especificamente religioso, quer dizer: a idéia cristã carrega ainda a idéia expansionista, de impor a própria religião aos outros. Inclusive, a Igreja Católica, mesmo não sendo uma igreja fundamentalista como os outros grupos, mantém algumas características fundamentalistas, que quer impor alguma coisa já pronta, já feita ao índio e que impede um diálogo religioso, uma troca harmoniosa em cima da vida religiosa de cada um. [...]
Entrevista realizada por Álvaro Tukano com o Padre Mário Fioravanti - Rio de Janeiro, novembro de 1993.
O Brasil que completou 500 anos no ano 2000 desconhece e ignora a imensa sociodiversidade nativa contemporânea dos povos indígenas. Não se sabe ao certo sequer quantos povos nem quantas línguas existem. O (re)conhecimento ainda que parcial dessa diversidade não ultrapassa os restritos círculos acadêmicos. A tarefa de tecer um painel abrangente da situação atual dos povos indígenas no Brasil é, de fato, um quebra-cabeça com milhares de peças espalhadas e sem uma imagem guia. Hoje um estudante ou um professor, por exemplo, que quiser saber algo mais sobre os índios brasileiros contemporâneos terá muitas dificuldades. Em primeiro lugar porque há poucos canais e espaços para a expressão diretamente indígena no cenário cultural e político do país. Via de regra, vivendo em “locais de difícil acesso”, com tradições basicamente orais de comunicação e na condição de monolíngües, com parco domínio do português, as diferentes etnias encontram barreiras para se expressar livremente com o mundo dos não-índios. Seus pontos de vista são tomados geralmente fora dos contextos onde vivem, mediados por intérpretes freqüentemente precários e registrados finalmente como fragmentos e em português. Carlos Alberto Ricardo Secretário Executivo - CEDI (Centro Ecumênico de Documentação e Informação)
1
2
1
5 6
2 3
7
119 - 120
1 - Anciã Pataxó. Praia de Coroa Vermelha, Porto Seguro. BA. Foto de Paulo Metz. 1993. 2 - Aldeia Krikati, Montes Alves, MA. Foto de Paulo Metz. 1993.
121 - 122
Depoimentos registrados na sede da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé. Porto Velho, RO. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 1 - Evandro Santiago, indigenista da FUNAI. 2 - Ivaneide Bandeira, historiadora e indigenista. 3 - Rieli Franciscato, indigenista, chefe de posto da FUNAI. 4 - Rogério Vargas, agrônomo e indigenista. Depoimentos registrados na sede do Centro de Pesquisa Indígena, Cruzeiro do Sul, AC. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 5 - Biraci Brasil Yawanawá. 6 - Armando Soares Filho, indigenista da FUNAI. 7 - Ailton Krenak, criador do CPI. 8 - Moisés Ashaninka.
8
4
1
123 - 124
1 - Ailton Krenak, Núcleo de Cultura Indígena, São Paulo, SP. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
1
2
4
3
1
125 - 126
Depoimentos gravados na comunidade Pataxó. Praia de Coroa Vermelha, Porto Seguro. BA. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 1 - Boré, pai do Cacique Arapatí. 2 - Nélson Saracura. 3 - Macuco 4 - Praia de Coroa Vermelha, Porto Seguro. BA. Foto de Paulo Metz. 1993.
127 - 128
1 - Aldeia Pataxó. Floresta Verde, Porto Seguro. BA. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 2 - Cacique Arapatí, Pataxó. Praia de Coroa Vermelha, Porto Seguro. BA. Fotograma, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
2
1
1 4
2 3
129 - 130 5
1 - Padre Mário Fioravanti. Colégio Assunção, Santa Tereza, Rio de Janeiro, RJ. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 2 - Cristo Redentor, Monte Corcovado. Rio de Janeiro, RJ. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
133 - 134
1 - Rio de Janeiro, RJ. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 2 - Favelas. Rio de Janeiro, RJ. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 3 - Casa do Índio. Rio de Janeiro, RJ. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 4 - Eunice Alves Cariry Sorominé, fundadora e diretora da Casa do Índio. Rio de Janeiro, RJ. Fotograma, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
2 3 1
4
1 2 3
2
131 - 132
135 - 136
Depoimentos gravados na sede do Centro Ecumênico de Documentação e Informação - atual ISA - Instituto Socioambiental. São Paulo, SP. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 1 - André Villas Boas. Coordenador do Programa Povos Indígenas no Brasil. 2 - Geraldo Andrello. Documentarista - Campanha Raposa Serra do Sol. 3 Alberto Ricardo. Secretário Executivo do CEDI.
Depoimentos Gravados em Salvador, BA. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 1 - Farol da Barra. 2 - Biraci. 3 - Sol - Dirigentes da Associação Indígena Casa do Índio. 4 - Marcelo do Olodum, Diretor Cultural do Olodum. 5 - Prédio em ruínas, ocupado por famílias. Praia em Salvador, BA . Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
137
138
Outras ocas, múltiplas palavras
“As ocas, os caminhos, estão em muitos lugares a serem conquistados, retomados. A presença nos
espaços das políticas do Estado nação. Ninguém sozinho tem a palavra, são muitas, multiplicam-se como as cores que juntas formam um matiz novo, múltiplas palavras. Só o futuro dirá.”
“A luta do nosso povo é diferente da luta do branco. O branco você sabe que pode entrar, polícia deixa entrar. A vida do branco é muito complicada, é muito violenta, muito ruim, muito mal. Então a vida de nós é mais fácil, e acredito que quem vai visitar aldeia meu pode entrar, que pode dormir, onde pode comer peixe assado, bicho assado, não precisa dinheiro! Eu não precisa dinheiro, eu não precisa cobrar. Agora branco sempre cobra coisa [...] então a luta de nós, a gente sempre tem que ser assim, junto, para conseguir alguma coisa importante pra nosso filho, nosso neto. É isso que é minha idéia, meu trabalho, é isso... Nós não pode separar, se pensar em separar, aí não vai conseguir, aí tudo junto vai conseguir logo terra demarcada, não vai ter o garimpeiro, madeireiro [...] é essa minha idéia! “ Depoimento oral de Raoni Txucarramãe, líder Mebengokre, durante manifestação contra a reforma constitucional que ameaçava os direitos indígenas quanto à demarcação das terras indígenas. Praça dos Três Poderes, Brasília, setembro de 1993.
“Eu creio que, pelo que a gente resolveu agora, pelo acordo feito, que a revisão constitucional vai acontecer. Só que uma coisa eu quero que fique bem claro: se, através dessa revisão constitucional, houver algum tipo de massacre, algum tipo de atentado contra a comunidade indígena, o Congresso Nacional, os deputados terão toda a responsabilidade, e eles sim serão responsáveis por mais uma chacina. Porque eles negam, mas eles são responsáveis a partir do momento que não tomam decisão nenhuma em favor dos índios do Brasil.” Depoimento oral de Ivison Wassu Cocal, jovem liderança dos Wassu Cocal, de Alagoas. Salão Negro do Congresso. Brasília, setembro de 1993.
gente, e por isso que estamos sofrendo. E por isso que nós continuamos brigando, continuamos gritando, reclamando; nós queremos o apoio de vocês pra não mais fazer isso [...] pra expulsar, mandar embora. Ficam com medo da gente, mas não é pra matar eles não, só queremos entregar documento do povo indígena, só isso que nós queremos! Ele não quer resolver problema do Brasil, problema do povo indígena, não quer demarcar as terras, não quer tirar fazendeiro, não quer tirar garimpeiro, não quer nada pro povo indígena! “
“Nós estamos aqui. É segunda vez que nós estamos aqui e não deixam a gente entrar nessa casa. Nós queremos entregar a carta, documento pedindo a ele a demarcação das terras. Tá cheio de policial aqui pensando que o índio vem matar o Itamar Franco. Nós precisamos falar com ele. A autoridade Presidente da República brasileiro poderia receber liderança nessa casa. Nós precisamos ouvir o que ele pode dizer pra nós. Lideranças do Brasil inteiro estão aqui apoiando meu trabalho, apoiando contra o massacre de meus parentes que ocorreu no mês de julho, que os garimpeiros mataram. Então, agora vou mandar mensagem para o mundo inteiro, pro mundo inteiro saber que o governo brasileiro não aceita receber a
Depoimento oral de Davi Yanomami, liderança e xamã dos Yanomami. Praça dos Três Poderes, Brasília, setembro de 1993.
150
1
2
1
1
1
2
9 10 5 7 8 6 4
2 3
1
2
1
139 - 140
1 - Ivison, do povo Wassú Cocal. Brasília, DF. Foto de Piotr Jaxa. 1993. 2 - Manisfestação Nacional Indígena na Câmara dos Deputados. Brasília, DF. Foto de Piotr Jaxa. 1993.
141 - 142
1 - Manisfestação Nacional Indígena na Câmara dos Deputados. Brasília, DF. Fotos de Piotr Jaxa. 1993.
143 - 144
1 - Manisfestação Nacional Indígena na Câmara dos Deputados. Brasília, DF. Foto de Piotr Jaxa. 1993. 2 - Manisfestação Nacional Indígena na Câmara dos Deputados. Brasília, DF. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
145 - 146
1 - Reunião na sala da presidência da FUNAI. Fotos Paulo Metz. 1993. 2 - Manisfestação Nacional Indígena na Praça dos Três Poderes. Álvaro Tukano e Raoni. Brasília, DF. Fotos Paulo Metz. 1993. 3 - Dep. Fed. Sidney Miguel. Brasília, DF. Fotograma, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. Depoimentos gravados em Luiziânia, GO. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 4 - Donald Rojas Contreras, presidente do Conselho Mundial dos Povos Indígenas. 5 - Orlando Melgueiro da Silva - Baré. 6 - Márcio Santilli, Núcleo de Direitos Indígenas. 7 - Francisca Novatino - Chiquinha Pareci. 8 - Neusa Terena. 9 - Estevão Carlos Taukane - Bakairi. 10 - Vítor A. Peruare - Bakairi.
147 - 148
Manisfestação Nacional Indígena na Câmara dos Deputados e Praça dos Três Poderes. Brasília, DF. Fotogramas, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993. 1 - Davi Kopenawá - Yanomami. 2 - Raoni e Álvaro Tukano. 3 - Inocêncio Oliveira, presidente da Câmara dos Deputados.
149 - 150
1 - Davi Kopenawá - Yanomami. Composição artística a partir de fotograma, acervo do projeto Séculos Indígenas no Brasil. 1993.
3
152
ARTE
Introdução para a indexação das imagens
O conjunto de imagens aqui indexadas totaliza aproximadamente 45 horas de filmagem, distribuídas em 31 fitas de vídeo - Betacam SP™ de 90 minutos e registram paisagens, situações, entrevistas, depoimentos, expressões do mundo da cultura. Esse material foi produzido por uma equipe de filmagem composta de quatro pessoas, em uma viagem realizada pelas cinco regiões geográficas do Brasil. Foram percorridos, nesta viagem, mais de 30.000 km, em um período de três meses contínuos de viagem – de setembro a novembro de 1993 –, com gravações feitas em 12 estados da União e no Distrito Federal. As filmagens foram realizadas em períodos distintos e em outros países além do Brasil, compreendendo quatro anos de andanças e trabalho, de setembro de 1993 a dezembro de 1996. A equipe de filmagem foi composta por: Frank Coe, produtor e diretor; Álvaro Tukano, orientador e roteirista; Piotr Jaxa, diretor de fotografia e cinegrafista, e Paulo Metz, cinegrafista e assistente de produção. Piotr e Paulo, juntos, fizeram mais de três mil fotografias – coloridas e em preto e branco. Durante as filmagens realizadas nas aldeias indígenas, nossa equipe foi generosamente recebida e auxiliada por membros das comunidades visitadas. A participação das comunidades nos trabalhos não se limitou a uma ajuda na parte prática das filmagens, mas, sobretudo, na definição do que seria filmado por nós, contribuindo na construção de um roteiro aberto e extremamente significativo. O roteiro de viagem, as comunidades indígenas a serem visitadas e as pessoas a serem entrevistadas foram definidos por Álvaro Tukano, Ailton Krenak e Frank Coe. O material de imagens encontra-se à disposição para consulta pública, cópias em fitas VHS, nas seguintes instituições: FUNAI – Coordenação Geral de Documentação e Tecnologia da Informação - CGDTI, SEPS Quadra 702/902, Bloco A, Edifício Lex, 1° andar, CEP: 70.390-025 - Brasília-DF, e-mail: indios@funai.gov.br; CTAV - Centro Técnico do Audiovisual/Secretaria do Audiovisual-MINC, Av. Brasil, 2.482, Benfica, CEP: 20.930000, Rio de Janeiro - RJ/www.ctav.gov.br; e Fundação Darcy Ribeiro – Rua Almirante Alexandrino, 1991 - Santa Tereza, CEP: 20.241-261, Rio de Janeiro – RJ/fundar@fundar.org.br.
Indexação do acervo de imagens FITA 00 DURAÇÃO: 88 MIN Material de Arquivo do Museu do Índio – RJ. Telecinagem do material original para Betacam SP™, em 1994. • A Epopéia da Comissão Rondon (Archiles Tartari) 1955; Time Code: 00:00:00 – 01:03:00 • Trechos do Filme “Descobrimento do Brasil” de Humberto Mauro – 1937. Time Code: 01:03:00 – 01:28:00 FITA 01 DURAÇÃO: 72 MIN • Depoimento de Darcy Ribeiro, Rio de Janeiro - RJ. • Apresentação sucinta do seu texto “A Invenção do Brasil” e relatos de suas experiências de campo como antropólogo e indigenista - Setembro de 1993. • Antropólogo, escritor, político, educador e indigenista, membro da Academia Brasileira de Letras, Darcy recebeu vários títulos e prêmios por sua produção intelectual e sua luta política. • Praia de Copacabana e pessoas passeando pela orla marítima; Av. Atlântica. Time Code: 00:00:00 – 00:36:00 • Depoimento de Hilda Zimmermann, Porto Alegre – RS. • Breve histórico da situação dos povos indígenas no Rio Grande do Sul e relatos da sua militância política pelas causas indígena e ambientalista - Setembro de 1993. • Ambientalista militante, fundadora da “Sociedade Amigos da Amazônia Brasileira” – SAMBRAS, Presidente da “União Pela Vida Ambientalista” e indigenista uma das fundadoras da Associação Nacional de Apoio ao Índio – ANAI / RS. Time Code: 00:36:00 – 00:48:00 • Depoimento de José Lutzenberger, Porto Alegre – RS. • Análise do comportamento humano em relação ao meio ambiente, dentro de uma perspectiva histórica - Setembro de 1993. • Lutzenberger, um dos nomes mais destacados do ambientalismo nacional e internacional, ganhador do “Prêmio Nobel Alternativo”; Ex-Secretário Especial do Meio Ambiente no período de 1990-1991; Fundador da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural - AGAPAN e da Fundação Gaia. Time Code: 00:48:00 – 00:58:00 • Imagens panorâmicas do Rio de Janeiro, gravadas de Santa Tereza - Setembro de 1993. Time Code: 00:58:00 – 01:12:00
154
FITA 03 DURAÇÃO: 69 MIN
FITA 02 DURAÇÃO: 70 MIN • CEDI (Centro Ecumênico de Documentação e Informação), São Paulo – SP. • Setor Cartográfico: Laboratório de Informações Geográficas e Sensoriamento Remoto. Programa Povos Indígenas no Brasil – Setembro de 1993. Time Code: 00:00:00 – 00:05:20 • Depoimento de André Villas Bôas – Coordenador do Programa “Povos Indígenas no Brasil”. Time Code: 00:05:20 – 00:12:45 • Depoimento de Geraldo Andrello – Documentarista responsável pela campanha “Raposa Serra do Sol”. Time Code: 00:13:00 – 00:25:00 • Depoimento de Alberto Ricardo – Secretário Executivo do CEDI Time Code: 00:25:00 – 00:39:00 • Ilha de Edição e Arquivo de Imagens do CEDI, com o Toninho – responsável pelo setor. Time Code: 00:39:00 – 00:56:28 • Salvador – Bahia. Imagens panorâmicas da cidade. Novembro de 1993. Time Code: 00:56:28 – 01:10:00
• Salvador – Bahia. (continuação) • Imagens da orla marítima – Prédio em ruínas, ocupado por famílias em frente ao mar, caracterizando situação de miséria e abandono. • Farol da Barra, as rochas e o mar; Time Code: 00:00:00 – 00:14:00 • Depoimento de Marcelo do Olodum – Diretor Cultural do Grupo Olodum. Time Code: 00:14:00 – 00:26:00 • Biraci e Sol – Dirigentes da Associação Indígena, na “Casa do Índio”. Time Code: 00:26:00 – 00:33:25 • Imagens panorâmicas do Rio de Janeiro, tomadas de Santa Tereza. Enseada de Botafogo, o Pão-de-Açúcar... - Novembro de 1993. Time Code: 00:33:30 – 00:44:20 • “Casa do Índio”, Ilha do Governador no RJ - Novembro de 1993.Local de acolhimento e tratamento de indígenas enfermos. • Depoimentos de Eunice Alves Cariry Sorominé – fundadora e diretora; professora Eliana e o enfermeiro Luis Carlos. Time Code: 00:44:20 – 01:09:00 FITA 04 DURAÇÃO: 62 MIN • “Casa do Índio” – RJ. (continuação) • Imagens do estabelecimento em geral, comentadas por Eunice Cariry. • Depoimentos da fundadora e diretora da “Casa”, Medalha de Mérito Indigenista em 1975; Luis Carlos – enfermeiro. Time Code: 00:00:00 – 00:36:00 • Reserva Extrativista “Chico Mendes”, em Xapuri – Acre. Outubro de 1993. • Visita da comitiva do candidato a Presidente Luís Inácio Lula da Silva, na “Caravana da Cidadania”, ao local. Time Code: 00:36:00 – 00:40:00
155
• Depoimentos de Agripino e Júlio Barbosa: • Falam sobre a Cooperativa Extrativista e a “Aliança dos Povos da Floresta”. Time Code: 00:40:00 – 00:53:00 • Imagens da Reserva Extrativista “Chico Mendes”. Time Code: 00:53:00 – 01:02:00 FITA 05 DURAÇÃO: 72 MIN • Reserva Extrativista “Chico Mendes”. (continuação) • Entrevista com Álvaro Tukano – Líder indígena, Lula – Candidato à Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores, e Gatão – Presidente do Conselho Nacional dos Seringueiros, na fazendinha (reserva extrativista). Outubro de 1993. Eles conversam sobre a Aliança dos Povos da Floresta e a posição do candidato Lula sobre o assunto. Time Code: 00:00:00 – 00:09:30 • Imagens do local e da viagem de volta, estrada e mata no trajeto para a cidade de Xapuri. (floresta e queimadas). Time Code: 00:09:30 – 00:32:30 • Depoimento de Dionísio – Sindicalista, em frente à sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri. Time Code: 00:32:30 – 00:36:00 • Ato público do PT, em Xapuri; Br 347, estrada ligando Rio Branco e Xapuri; Viagem de carro com imagens de queimadas na floresta em quase todo o trajeto. Time Code: 00:36:00 – 01:07:00 • Depoimento de Xola – jovem liderança indígena da União das Nações Indígenas - UNI / Acre. Time Code: 01:07:00 – 01:12:00 FITA 06 DURAÇÃO: 71 MIN • Museu do Índio – RJ. Novembro de 1993. • Depoimento de João Domingos Lamônica - Responsável pelo Depto de Fotografia do Museu. Time Code: 00:00:00 – 00:24:40 • Depoimento de Ana Maria da Paixão – Antropóloga do
156
Museu. Time Code: 00:24:40 – 00:30:50 • Série de fotos históricas do acervo do Museu: Comissão Rondon; indígenas; portraits de Rondon e a esposa; Darcy Ribeiro; paisagens... • Fotos de época – Comissão Rondon: Série catalogada para exposição. Time Code: 00:30:50 – 01:11:00 FITA 07 DURAÇÃO: 83 MIN •
Museu do Índio – RJ, fotos de época. (continuação) Time Code: 00:00:00 – 00:23:30 • Depoimento de Álvaro Tukano – Líder indígena do alto e médio rio Negro no Amazonas, na Praia de Grumari – RJ. Novembro de 1993. Time Code: 00:23:30 – 00:43:30 • Conversa entre Álvaro Tukano e o Padre Mário Fioravanti, em Santa Tereza – RJ. Eles abordam a ação missionária do CIMI – Igreja Católica, junto aos povos indígenas. Time Code: 00:50:00 – 01:10:00 • Imagens do Rio de Janeiro: favela, Cristo Redentor, imagens feitas do alto de Santa Teresa. Time Code: 00:43:30 – 00:50:00 e 01:10:00 – 01:23:00 FITA 08 DURAÇÃO: 72 MIN • CPI – Centro de Pesquisa Indígena, em Cruzeiro do Sul – Acre. Setembro de 1993. • Vôo no pequeno avião de Cruzeiro do Sul até Sete Estrelas, aldeia indígena Katukina. Recepção indígena e de um missionário holandês. Time Code: 00:00:00 – 00:07:00 • Caminhada na mata, a equipe de filmagem e os Yawanawá, pelas trilhas e riachos. Time Code: 00:07:00 – 00:10:00 • Imagens da aldeia Yawanawá, na região do rio Gregório Acre.
• Atividades cotidianas da comunidade em geral: Mulheres e crianças carregando água. Roçado e sementes com homens trabalhando a terra... Time Code: 00:10:00 – 00:15:20 • Depoimento de Joaquim – Jovem líder Yawanawá, fala sobre o movimento indígena do vale do Juruá e o CPI. Time Code: 00:15:20 – 00:18:50 • Depoimento do pajé Yawanawá na língua indígena, des-crevendo o processo de preparação da bebida cerimonial para a festa - “O Cipó”. Time Code: 00:18:50 – 00:20:45
• Depoimento do Antônio – Líder Yawanawá, traduzindo para o português a explicação do “Pajé”. Time Code: 00:20:50 – 00:23:50 • Conversa entre Álvaro Tukano, Antônio e professor Yawanawá, falando sobre o projeto da comunidade em parceria com o CPI. Time Code: 00:25:00 – 00:35:00 • Reunião comunitária. Time Code: 00:39:00 – 00:50:00
•
Imagens da aldeia Yawanawá em geral. Time Code: 00:50:00 – 01:12:00
FITA 09 DURAÇÃO: 71 MIN • Aldeia Yawanawá. (continuação) • Despedida e viagem em canoas. Retorno para Sete Estrelas, aldeia Katukina. Time Code: 00:00:00 – 00:14:00 • Pouso do pequeno avião e a conversa de Álvaro Tukano com o missionário holandês Jacó e sua esposa. Imagens da Missão e da pista de pouso. Time Code: 00:14:10 – 00:26:00 • Depoimento de Tanguip – Jovem líder Amondawa. Time Code: 00:26:00 – 00:29:00 • Imagens na estrada BR364, com o nascer do Sol no Mirante da Serra e uma madeireira; Time Code: 00:29:00 – 00:34:00 • Escritório do CPI, em Cruzeiro do Sul – Acre. Setembro de 1993. • Depoimentos: Álvaro Tukano – Time Code: 00:35:00 – 00:36:00 Biraci Brasil – Líder Yawanawá Time Code: 00:37:00 – 00:45:00 Aílton Krenak – Líder indígena e criador do CPI Time Code: 00:46:00 – 00:51:00 Armando Soares Filho - Indigenista da FUNAI Time Code: 00:54:00 – 00:56:10 Moisés Ashaninka - Líder indígena Time Code: 00:52:00 – 00:53:40 •
Imagens da cidade de Cruzeiro do Sul. Time Code: 00:56:15 – 00:58:30 • Depoimentos gravados em Porto Velho – Rondônia. Setembro de 1993. • Líderes indígenas e indigenistas ligados à FUNAI e entidades de apoio.
157
Time Code: 00:58:50 – 01:11:00
FITA 11 DURAÇÃO: 72 MIN
FITA 10 DURAÇÃO: 67 MIN • Sede da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé. Porto Velho – Rondônia. Setembro de 1993. • Denúncias e críticas sobre a atuação de Apoena Meirelles – Assessor Especial da Presidência da FUNAI na região. • Depoimentos: Rogério Vargas – Engenheiro agrônomo e indigenista Time Code: 00:00:00 – 00:03:30 Evandro Santiago – indigenista da FUNAI Time Code: 00:03:30 – 00:14:25 Rieli Franciscato – indigenista, chefe de Posto da FUNAI Time Code: 00:14:25 – 00:18:55 Cizino Karitiana – líder indígena Time Code: 00:19:00 – 00:22:05 Ivaneide Bandeira – historiadora e indigenista Time Code: 00:22:10 – 00:30:10 • Imagens panorâmicas da cidade de Porto Velho: Museu da Estrada de Ferro Madeira- Mamoré; Estrada Porto Velho - Cuiabá, cenas filmadas do carro em movimento; Lago da Usina Elétrica de Samuel; rio Jamari – que possui nascente no ponto mais alto de Rondônia, na região da Terra Indígena Uru-eu-wau-wau; Fazendas de gado, queimadas e o Sol. Time Code: 00:30:20 – 00:41:15 • Aldeia Amondawá – Uru-eu-wau-wau, cerca de 50 km de Porto Velho. Setembro de 1993. Máquinas queimadas pela comunidade em protesto contra as repetidas invasões das madeireiras. Time Code: 00:41:15 – 00:44:00 Conversa entre Álvaro Tukano, Rieli e membros da comunidade. Time Code: 00:44:00 – 01:01:50 Na estrada, abrindo caminho no braço. Trajeto bastante acidentado. Time Code: 01:01:50 – 01:07:00
• Aldeia Amondawá, na região de Trincheiras. (continuação) • Visita guiada por Rieli Franciscato, Chefe de Posto - FUNAI. Cenas das atividades cotidianas da comunidade e do local. Time Code: 00:00:00 – 00:09:30 • Conversa entre o Álvaro Tukano, o jovem Mungá e outros. Eles falam sobre os problemas da Aldeia – Invasões de madeireiras, a FUNAI, o território, a situação da saúde...cenas das atividades cotidianas da aldeia. Time Code: 00:09:30 – 00:25:25 • Depoimento do Tanguip – Jovem líder Time Code: 00:25:25 – 00:36:00 • Depoimento de Sidney Miguel – Deputado Federal do Partido Verde, em Brasília; Time Code: 00:36:00 – 00:43:25 • Aldeia Krikati - Município Montes Alves – Maranhão. Outubro de 1993. • Atividades cotidianas da comunidade: Pintura corporal, com comentários explicativos na língua indígena e em português; casal de idosos trabalhando no tear; crianças, animais e a chuva. Time Code: 00:43:25 – 01:12:00 FITA 12 DURAÇÃO: 66 MIN • Aldeia Krikati. (continuação) • Atividades cotidianas da comunidade: “Corrida das toras” de homens e mulheres. Cerimônia de canto e dança no centro da aldeia; imagens panorâmicas da aldeia em geral. Time Code: 00:00:00 – 00:57:00 • Depoimentos: ancião Krikati e conversa entre homens da comunidade Krikati, falando na língua indígena. Time Code: 00:57:00 – 01:06:00 FITA 13 DURAÇÃO: 69 MIN •
158
Aldeia Krikati. (continuação)
• Atividades cotidianas da comunidade: exercícios e brincadeiras com o Arco e Flecha; conversa com membros da comunidade; mulheres trabalhando; construção de uma casa; saída para a caça... Comentários feitos pelo cacique Benjamin, em off. Time Code: 00:00:00 – 00:35:00 • Conversa com casal, a mulher grávida, sobre gravidez e o parto. Time Code: 00:35:00 – 00:41:00 • Visita guiada por membros da comunidade ao alto da serra. Belas imagens panorâmicas de toda a aldeia e com os jovens da comunidade; Time Code: 00:41:00 – 00:48:20 • Depoimentos do cacique Benjamin e do ancião Francisco, ambos falam em português e depois na língua indígena. Time Code: 00:48:20 – 00:53:50 e 00:54:15 – 00:59:20 • Rio Tapajós, em Altér do Chão, Santarém – Pará. Outubro de 1993. • Visita ao Centro de Preservação de Artes e Culturas Indígenas. Passeio de barco com Davi e Antônia Kaxinawá – criadores e dirigentes do Centro. Visita a uma família ribeirinha cabocla, em Pindobal. Time Code: 00:59:30 – 01:09:00 FITA 14 DURAÇÃO: 70 MIN • Família de ribeirinhos caboclos e suas atividades caseiras. (continuação) • Canoas e ribeirinhos na margem do rio Tapajós, com belas imagens das praias. Time Code: 00:00:00 – 00:07:00 • Depoimento de Davi Richardson e Antônia Kaxinawá – criadores e dirigentes do Centro de Preservação de Artes e Culturas Indígenas. Gravado em uma praia do rio Tapajós, com a presença de seus filhos pequenos – Miguelângelo e Ana Maria. Time Code: 00:07:00 – 00:25:50 • Imagens gravadas no interior do Centro de Preservação de Artes e Culturas Indígenas, em Altér do Chão / Santarém – Pará. Outubro de 1993. • Peças de arte indígena em exposição e a visita de um grupo guiado por Davi e Antônia ao Centro.
Time Code: 00:25:50 – 00:54:30 Depoimento do Davi no escritório do Centro. Time Code: 00:54:30 – 00:58:00 • Paisagens em panorâmicas feitas do alto do morro; pessoas na praia, as areias brancas do rio Tapajós. Time Code: 00:58:00 – 01:04:15 • Imagens gravadas em São Gabriel da Cachoeira – Amazonas. Outubro de 1993. • Cenas com pessoas em uma praia do rio Negro, jogando futebol, pescando em canoas e as águas turbulentas do rio ao cair da tarde. Time Code: 01:04:15 – 01:10:00 •
FITA 15 DURAÇÃO: 70 MIN • •
São Gabriel da Cachoeira – AM. (continuação) Imagens gravadas na beira do rio Negro ao cair da tarde. Time Code: 00:00:00 – 00:07:00 • Comunidade indígena de Curicuriari. Família do Sr. Napoleão, com as crianças na escola, a igreja; crianças brincando no telhado destelhado. Time Code: 00:07:00 – 00:18:30 • Viagem de barco “voadeira” até a comunidade de São Jorge. Time Code: 00:18:30 – 00:22:00 • Depoimento do Alberto Padilha Garcia – Presidente da Associação das Comunidades Indígenas do Rio Negro – ACBRIN. Time Code: 00:22:00 - 00:48:45 • Cenas de atividades cotidianas da comunidade de São Jorge. Time code: 00:48:45 – 00:53:00 • Viagem de “voadeira” até a comunidade da Ilha de Camanaus. Time Code: 00:53:00 – 00:58:30 • Comunidade da Ilha de Camanaus, na região do baixo rio Negro. Próximo do município de São Gabriel da Cachoeira – AM. Outubro de 1993. • Várias etnias formam a comunidade, usam a língua geral Neenghatu. Cenas de atividades cotidianas e o culto religioso do domingo. Uma missa ministrada por um catequista indígena da comunidade, formado
159
pelos salesianos, em uma casa tradicional decorada. As pessoas a caminho do culto religioso. Time Code: 00:58:30 – 01:10:00 FITA 16 DURAÇÃO: 71 MIN • Continuidade da Ilha de Camanaus. (continuação) • Culto religioso de domingo. Ermelindo Brasão - Catequista salesiano formado em São Gabriel da Cachoeira. Time Code: 00:00:00 – 00:12:35 • Reunião comunitária semanal após o culto religioso. Capitão Zeferino Namukurá Borges – líder comunitário. Comunidade formada por 36 famílias, com cerca de 250 pessoas de várias etnias diferentes – Baré, Tukano, Desano e Baniwa. Time Code: 00:12:35 – 00:19:00 • Manifestação cultural de canto e dança, em um terreno ao ar livre. Belas imagens do grupo de homens e mulheres dançando, com a paisagem da floresta e o rio ao fundo. Time Code: 00:19:00 – 00:35:30 • Depoimento do capitão Zeferino Namukurá Borges – Líder comunitário. Belas imagens do pôr-do-sol. Time Code: 00:35:40 – 00:48:00 • São Gabriel da Cachoeira – AM. • Depoimentos de Brás França - Presidente da FOIRN (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro), e de Alberto Ferreira Barbosa - Representante local. Time Code: 00:48:20 – 00:57:20 • Imagens da Igreja Salesiana e de uma escola. Time Code: 00:57:20 – 01:02:10 • Estrada para a Aldeia Tukano do Balaio. Cenas de atividades cotidianas da comunidade Tukano. Time Code: 01:02:10 – 01:11:00 FITA 17 DURAÇÃO: 69 MIN • Comunidade Tukano-Desano do Balaio, no Parque Nacional do Pico da Neblina. • São Gabriel da Cachoeira – AM. (continuação). Outubro 1993.
• Trabalhos com a tapioca: uma senhora moendo a mandioca com uma máquina improvisada. Time Code: 00:00:00 - 00:08:50 • Caminhão sobre a ponte e as crianças brincando. Time Code: 00:10:00 – 00:17:00 • Cenas na beira do rio – “Seu” Casemiro e Lula (pai e o filho de Álvaro Tukano) conversando e tocando flauta. Ao fundo, crianças nadando e brincando com canoas. Time Code: 00:17:00 – 00:34:20 • Viagem de barco, pescadores de rede, anzol e arco e flecha. Time Code: 00:34:20 – 00:54:00 • Conversa e música na casa de Álvaro Tukano junto ao fogo. Lula na rede dormindo. Tocando flautas, seu pai – Álvaro, seu avô – Casemiro e o avô materno. Time Code: 00:54:00 – 00:59:20 • Na estrada à beira da ponte – Sr. Casimiro e Lula caminham em direção ao arco-íris; • As pessoas à espera do caminhão do Exército; Time Code: 00:59:20 – 01:09:00 FITA 18 DURAÇÃO: 93 MIN • Comunidade Tukano do Balaio. (continuação) • Arco-íris; pessoas da comunidade aguardando a chegada do caminhão do exército e a viagem. Time Code: 00:00:00 – 00:08:30 • Depoimento de Ailton Krenak no Parque da Previdência, em São Paulo – SP. Novembro de 1993. • Ailton Krenak no escritório do Núcleo de Cultura Indígena e CPI – Centro de Pesquisa Indígena. Time Code: 00:08:40 – 00:22:45 • Fotos da Comissão Rondon, acervo do Museu do Índio – RJ. (continuação) Time Code: 00:22:50 – 00:25:40 • Comunidade Pataxó, em Coroa Vermelha - Porto Seguro/Bahia. Novembro de 1993. • Depoimentos de Nelson Saracura
160
Time Code: 00:25:50 – 00:33:00 • Comunidade Pataxó, cenas na praça, onde há uma feira de artesanato, barracas, vendedores de arte indígena e turistas. Time Code: 00:33:00 – 00:53:20 • Depoimentos: Macuco – (continuação). Time Code:00:53:30 – 01:07:00 Boré – Pai do cacique Arapati. Histórico da chegada da comunidade a Coroa Vermelha. Time Code: 01:07:35 – 01:14:20 • Turistas na praça e feira de artesanato. Time Code: 01:14:20 – 01:22:40 • Imagens em um barco em alto-mar. Time Code: 01:22:40 – 01:33:00 FITA 19 DURAÇÃO: 70 MIN • Comunidade Pataxó, em Coroa Vermelha – Porto Seguro/Bahia. (continuação) • No barco, chegando à praia com Álvaro Tukano apontando a cruz; Time Code: 00:00:00 – 00:00:20 • Visita à nova aldeia Pataxó, Floresta Verde. Macuco descreve o trabalho da comunidade na plantação de abacaxi, mandioca, banana; Time Code: 00:00:20 – 00:28:00 • Comunidade Terena na aldeia Limão Verde – Aquidauana/ Mato Grosso do Sul. Outubro de 1993. • Depoimento de Eduardo Barbosa Pereira, Kaiowá da região de Dourados / MS, Presidente do Centro Social de Cultura Nativa e do Conselho Estadual dos Direitos do Índio. Time Code: 00:34:55 – 00:41:30 • Aldeia Limão Verde, cenas de atividades cotidianas da comunidade Terena. Time Code: 00:41:40 – 01:10:00 FITA 20 DURAÇÃO: 71 MIN • Comunidade Terena na Aldeia Limão Verde, Aquidauana / MS. (continuação)
• Atividades cotidianas da comunidade: mulheres preparando a comida. Caldo de cana e a preparação da rapadura. Crianças chupando cana... Time Code: 00:00:00 - 00:13:00 • Conversa entre Álvaro Tukano, Joel Terena – Administrador Regional da FUNAI em Campo Grande - MS e membros da comunidade. Time Code: 00:13:00 – 00:28:30 • Atividades cotidianas da comunidade: mulheres cozinhando. Crianças na escola. Homens trabalhando no campo de trigo com um trator; retorno da escola e do campo no final da tarde. Trabalho com o artesanato indígena. Time Code: 00:28:30 – 00:49:00 • Depoimento de uma anciã de 101 anos de idade, que fala na língua indígena; tradução feita para o português pelo bisneto Mauro. História da aldeia Limão Verde. • Time Code: 00:49:00 – 00:56:00 • Manifestação Cultural – “Dança dos Bambus”, dança tradicional Terena. Time Code: 00:58:00 – 01:11:00 FITA 21 DURAÇÃO: 71 MIN • Comunidade Terena na aldeia Limão Verde, Aquidauana / MS. (continuação) • Manifestação cultural – “Dança dos Bambus”, dança tradicional Terena. (continuação) Time Code: 00:00:00 – 00:10:30 • Depoimento de Joel Terena – Representante da FUNAI em Campo Grande - MS. Time Code: 00:10:40 – 00:22:40 • Depoimento de Ezequias Heringer (Xará) – Antropólogo, pesquisador e indigenista. Fala sobre exploração madeireira em terras indígenas. Time Code: 00:22:40 – 00:32:10 • Depoimento de Álvaro Tukano – Praia em Porto Seguro – Ba-
161
hia. Novembro de 1993. • Fala sobre a História do Brasil; o Projeto “Séculos Indígenas no Brasil”; o movimento indígena no país; UNI – União das Nações Indígenas; o meio ambiente; a autodeterminação dos povos indígenas e a FUNAI. • Time Code: 00:34:00 – 00:59:00 • Comunidade Krenak no Vale do Rio Doce / MG. Novembro de 1993. • Imagens panorâmicas do alto da serra: trator trabalhando a terra. Fazendas vizinhas em conflitos. Rio Doce, o gado. Trem de carga com minério passando... Time Code: 00:59:00 – 01:11:00 FITA 22 DURAÇÃO: 69 MIN • Comunidade Krenak no Vale do Rio Doce – MG. (continuação) • Depoimento de Carlos Roberto Barbosa explicando sobre o projeto do CPI – Centro de Pesquisa Indígena, com a comunidade Krenak. Time Code: 00:00:00 – 00:10:00 • Imagens panorâmicas da região e da Aldeia Krenak, com atividades cotidianas: criação de “Catitu” (porco do mato). • Time Code: 00:10:00 – 00:43:30 • Conversa entre Dona Maria Sônia Isidora Krenak e o Álvaro Tukano, com as crianças ao redor. Imagem do rio ao fundo e da casa histórica do antigo SPI – Serviço de Proteção ao Índio. • Time Code: 00:43:40 – 00:58:50 • Manifestação Cultural de dança e canto à noite. Time Code: 00:58:55 – 01:09:00 FITA 23 DURAÇÃO: 68 MIN • Comunidade Krenak no Vale do Rio Doce – MG. (continuação) • Atividades cotidianas da comunidade: ordenha das vacas, trabalho na lavoura, o trator em ação, a escola, a máquina de pilar arroz, a caixa d’água, as ruínas da antiga prisão do Posto da FUNAI, membros da
comunidade e Álvaro Tukano caminhando... Time Code: 00:00:00 – 00:33:30 • Depoimento do cacique José Alfredo (Nêgo). Time Code: 00:33:40 – 00:36:00 Crianças brincando durante o recreio na escola e a fala da professora Dirlene. Time Code: 00:37:00 - 00:41:00 • Conversa entre Ailton Krenak, Dona Laurita, Rondon e Marola. Em português e na língua indígena. Falam sobre o povo Krenak. • Time Code: 00:41:00 – 01:08:00 FITA 24 DURAÇÃO: 72 MIN • Comunidade Krenak no Vale do Rio Doce – MG. (continuação) • Conversa entre Ailton, Dona Laurita, Rondon e Marola. (continuação) Time Code: 00:00:00 – 00:10:00 • Cenas do local, com o trem de minério que passa no vale, homem que sobe no coqueiro e depois abrindo o côco para comer; cenas no trem com o Álvaro Tukano olhando pela janela a paisagem e fora dele com menino que brinca com o pó de minério. Time Code: 00:10:00 – 00:35:30 • Manifestação na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, com a participação de várias lideranças políticas e indígenas. Brasília – DF. Setembro de 1993. Participação de Raoni, Davi Kopenawa, Waldir Tobias Macuxi, Nailton Pataxó, Xola, Álvaro Tukano, entre outros. Presença massiva da imprensa. Time Code: 00:36:00 – 01:12:00 FITA 25 DURAÇÃO: 68 MIN • •
162
Manifestação Indígena em Brasília – DF. (continuação) Time Code: 00:00:00 – 00:07:20
• No Gabinete do Presidente da Câmara – Inocêncio Oliveira, várias lideranças indígenas e a imprensa. Time Code: 00:07:20 – 00:18:00 • Saída da Câmara, no saguão da Câmara, ao final da manifestação. Fala de Ivison – jovem do povo Wassú Cocal, no saguão da Câmara. Time Code: 00:18:00 – 00:21:00 • Manifestação em frente ao Palácio do Planalto, com os policiais e seguranças impedindo a passagem dos líderes indígenas. Time Code: 00:21:00 – 00:26:20 • Depoimentos na Praça dos Três Poderes: Álvaro Tukano, Raoni, Davi Kopenawá, Mauro e José Maria – Líderes Waimiri Atroari. • Time Code: 00:26:20 – 00:49:50 • Depoimentos em Luziânia, local da concentração indígena durante a Manifestação Nacional: Francisca Navatino – (Chiquinha Pareci), líder indígena; Time Code: 00:49:50 – 00:59:00 Neuza Terena – líder indígena; Time Code: 00:59:00 – 01:08:00
Manifestação nacional indígena em Brasília – DF. (continuação) • Depoimentos de lideranças indígenas, em Luziânia / GO – No local da concentração indígena: Neide Tukano, Vítor A. Peruare - Bakairi, Estevão Carlos Taukane - Bakairi, Orlando Melgueiro da Silva - Baré, Márcio Santilli – NDI (Núcleo de Direitos Indígenas). Time Code: 00:00:00 – 00:17:50 • Debate na sede da FUNAI, com a participação do Presidente da FUNAI – Dinarte Madeiro, o Presidente do Conselho Mundial dos Povos Indígenas – Donald Rojas Contreras, o Deputado Federal do Partido Verde – Sidney Miguel, e os líderes indígenas: Álvaro Tukano, Marcos Terena, Moura Tukano, Orlando Silva, Estevão Taukane, entre outros. Time Code: 00:18:00 – 00:25:20 e 00:36:20 – 01:12:00 FITA 27 DURAÇÃO: 69 MIN • Manifestação nacional indígena em Brasília – DF. (continuação) • Depoimentos de Donald Rojas Contreras (continuação), Marcos Terena, Estevão Taukane Bakairi, Moura Tukano, Orlando Baré. Parque da Cidade em Brasília – DF. • Time Code: 00:00:00 – 00:29:45 • Entrevista de Álvaro Tukano para uma TV local e conversa na sede da FUNAI, em Campo Grande – MS. Outubro de 1993. • Filmagens realizadas no Museu Etnográfico de Genebra – Suíça. Em 1994. • Série de gravuras de época feitas por Jean-Baptiste Debret entre 1816-1831, no Brasil. • Gravuras de época – Jean-Baptiste Debret. • Livro: “Voyage Pittoresque au Brésil” Séjour d´un artiste français au Brésil • Tome Premier: Planches de 1 à 6 Time Code: 00:34:00 – 01:09:00 FITA 28 DURAÇÃO: 69 MIN
FITA 26 DURAÇÃO: 72 MIN
• Filmagens realizadas no Museu Etnográfico de Genebra – Suíça. Em 1994. • Gravuras de época – Jean-Baptiste Debret.
163
• Tome Premier – Pl. 30 – 1º cahier Pl. 1 - 2º Cahier Pl. 1 – 1º Cahier Pl. 5 + Pl. 6 - 2º Cahier Pl. 6 – carte du Brésil • Tome Deuxième 2º partie – 2 – 3 - 4- 23- 25-29-42-45-47(Tome 3º: 8-9...) Time Code: 00:00:00 – 00:44:15 • Gravuras de época – Jean-Baptiste Debret. • Livro: “Voyage Pittoresque au Brésil” Séjour d´un artiste français au Brésil. • Tome Premier – Table des Planches: 7-10-11-12-13-18-19-2021-24-25-26-27-28-30 Time Code: 00:45:40 – 01:09:00 FITA 29 DURAÇÃO: 70 MIN • Filmagens realizadas no Museu Etnográfico de Genebra – Suíça. Em 1994. (continuação) • Gravuras de época – Jean-Baptiste Debret. • Tome Troisième: 8-9-23 talvez / 32-37-38-40-46-47-48-16-39-4950 Time Code: 00:00:00 – 00:35:30 - Série de fotos feitas por Piotr Jaxa durante a viagem de filmagens do Projeto “Séculos Indígenas no Brasil”. Time Code: 00:35:40 – 01:10:00 FITA 30 DURAÇÃO: 58 MIN Série de fotos – Piotr Jaxa. (continuação) Time Code: 00:00:00 – 00:33:00 Depoimento de Darcy Ribeiro, gravado em sua casa, Brasília – DF. Abril de 1996. • Livro – O Povo Brasileiro; • A miséria, a fome e a reforma agrária; • “Projeto da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional”; Time Code: 00:33:30 – 00:58:00
Referências bibliográficas ALENCAR, José de. Iracema. Brasília:INL, 1965. LÉVI-STRAUSS, Claude. O cru e o cozido: Mitológicas 1. São Paulo: Cosac & Naif, 2004. LUTZENBERGER, José Antônio. Fim do Futuro? Manifesto Ecológico Brasileiro. 5ª Ed. São Paulo: Editora Movimento, 1980. RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro: A formação e o sentido de Brasil. 2ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. RIBEIRO, Darcy; MOREIRA NETO, Carlos Araújo. A Fundação do Brasil: testemunhos 1500-1700. 2ª ed. Petrópolis: 1993. RICARDO, Carlos Alberto. “A sociodiversidade nativa contemporânea no Brasil”. In: Povos Indígenas no Brasil 1991/1995. São Paulo: Instituto Socioambiental. VELOSO, Caetano. O Índio. In: VELOSO, Caetano. Bicho. [S.I.]: Polygram, 1977. 1 Cd Rom, faixa 5 (02:54 min). Remasterizado do original, Universal Music, 2002.
Créditos complementares * Textos com fragmentos de falas - acervo de fitas do projeto Séculos Indígenas no Brasil: Páginas - 30, 50, 60, 75, 93, 106, 109, 128, 132, 147, 148, 149, 150. * * Vinhetas e Marcas D’água Fotos: Piotr Jaxa - pgs: 1, 2, 7, 13, 16, 17, 43, 90, 151, 157. Paulo Metz - pgs: 45, 55, 95, 106, 153, 154, 155, 159, 160, 161, 162, 163, 164. Alexandre de Freitas - pgs: 57, 166. João Ripper - pg: 113. Acervo Fundação Darcy Ribeiro - pgs: 10, 22, 48. Desenhos e gravuras: Hélio Coelho - pgs: 3, 4, 22, 25, 26, 44, 47, 51, 58, 61, 69, 72, 120, 131, 136, 138, 140, 158, 160, 164. Ailton Krenak - pgs: 63, 66, 67, 124. Jean-Baptiste Debret - pgs: 9, 12, 20, 37, 38.
165
Agradecimentos Sem dúvida foram muitos anos de trabalho. Uma luta contra a ignorância e a arrogância. Um esforço enorme para tentar informar, conscientizar e sensibilizar a opinião pública sobre a real situação dos povos indígenas no Brasil. Este era o objetivo de Álvaro Tukano, na ocasião de nosso primeiro encontro, logo após a “Eco-92”, em Berlim. Foi nessa época que surgiu a idéia de realização do projeto “Séculos Indígenas no Brasil”, com a decisão de unirmos os nossos conhecimentos, recursos e capacidades em busca de viabilizar algo que nos parecia impossível, mas de extrema importância. Álvaro retornou ao Brasil, iniciando uma série de contatos com seus amigos – líderes indígenas, indigenistas, ambientalistas, missionários, políticos, e outros mais, preparando roteiros de viagens, agendando visitas às aldeias, discutindo estratégias de ação com alguns desses companheiros. Da minha parte, busquei reunir recursos financeiros e humanos para a formação de uma equipe técnica de qualidade e equipamento adequado para o trabalho. Passados alguns meses desde o nosso primeiro encontro, voltamos a nos encontrar, agora em São Paulo, na Embaixada dos Povos da Floresta, para uma reunião de trabalho com Ailton Krenak, com o objetivo de definirmos em conjunto os planos para a realização das filmagens. Desde então, inúmeros outros nomes vieram juntar-se aos nossos: muitos amigos, alguns parentes, vários companheiros de luta, diversas entidades de apoio às causas indígena e ambientalista, sobretudo as comunidades indígenas, que nos receberam generosamente e nos orientaram nos trabalhos realizados em suas aldeias. Esta publicação faz parte de um conjunto de desdobramentos surgidos a partir do projeto original de documentação e divulgação, que buscam dar conta dos compromissos assumidos com todos aqueles que, de uma forma direta ou indireta, contribuíram para a realização do que nos parecia impossível. Entretanto algo que, devagar, sem pressa, vem se tornando realidade. Muito obrigado a todos! Frank Coe