TESOUROS COM GOSTO E AROMA
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ais uma viagem inesquecível! Desta maneira simples, mas que diz tudo, definimos este roteiro pelos caminhos do Sul de Minas. A proximidade entre Itajubá e as charmosas cidades de Maria da Fé, Cristina, Piranguinho, Pedralva e São José do Alegre, além das belas e bem cuidadas estradas, paisagens de montanhas, vales e cachoeiras, lembrando o interior da Europa, credenciam este lindo roteiro ao posto de um dos melhores destinos de Minas. A infraestrutura de acomodações em hotéis e pousadas, a boa sinalização, a educação e a gentileza do povo, associadas às mais diversas atrações culturais e gastronômicas, completam a alegria de quem deseja descobrir novos tesouros do estado. Café dos melhores do mundo, muita banana, incluindo doces, e outros subprodutos, além do inigualável artesanato do núcleo Gente de Fibra, o festival de música instrumental e a gastronomia de Cristina, as receitas com pinhões e café, a produção do primeiro azeite extravirgem do Brasil são alguns dos atributos dessas vizinhas de Itajubá, cidade que faz a mediação dessa gostosa disputa com as da outra banda. Piranguinho, capital do pé-de-moleque, detentora do recorde mundial do maior doce de rapadura e amendoim, São José do Alegre, que produz os mais deliciosos doces e quitandas que recheiam os lindos cartuchos – artesanato em papelão e crepom, que alegra a criançada e também os marmanjos na festa do padroeiro – e a bucólica Pedralva, com as receitas mais simples e representativas da região, fazem o contraponto à banda de lá. E para finalizar, deixando todos com água na boca, a farinha de flocos de milho dá o tom das diversas e maravilhosas receitas, capitaneadas pelo pastel de milho, patrimônio cultural da região. Um roteiro turístico e gastronômico prontinho para você! Então, pé na estrada e boa viagem! Eduardo Avelar Chefe de cozinha 3
RIQUEZA DE FORNO E FOGÃO Caqui Os ensinamentos da cultura oriental levaram o descendente de japoneses Judan Obata, de Maria da Fé, a desenvolver produtos inusitados e de propriedades medicinais. O caqui desidratado e o vinagre da mesma fruta ajudam a controlar os níveis de pressão, além de dar toque especial aos pratos. São vendidos na loja da Cooperativa Mariense de Artesanato ou com o produtor. Contato: (35) 3662-1668.
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Luiz e Nisséia mantêm excelência que virou tradição
s altas temperaturas se despedem e, com o inverno chegando, o friozinho começa a dar as caras. Para aproveitar a nova estação que se aproxima nada melhor do que percorrer as cidades do Sul de Minas, onde a temperatura é, mais que tudo, atrativo turístico. E é desta bela região de vales e serras que o Sabores de Minas traz toda a riqueza de forno e fogão. A viagem começa em Maria da Fé, simpática e charmosa cidade a 467 quilômetros de Belo Horizonte. Em busca de iguarias típicas, encontramos uma receita marcada pelo sabor e tradição: a cocada de mel, carrochefe da padaria Tiaguinho, que, há quase 50 anos, oferece à pacata cidade caprichadas quitandas mineiras e atendimento de fazer qualquer um se sentir em casa. À frente do estabelecimento estão os irmãos Nisséia Marieta e Luiz Alexandre Corrêa, parte da terceira geração da família a comandar o negócio. O entra e sai de fregueses – turistas principalmente – prova que a fama da cocada atravessa as divisas do estado. Tanto que é comum ver gente de longe pedir várias unidades do doce para levar. A padaria é simples e remete aos antigos comércios. Apenas um grande balcão separa atendentes e clientes e, pela vitrine, os produtos se revelam uma tentação. Quem não resiste, certamente não se arrepende.
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Cocada de mel
INGREDIENTES 2 kg de coco ralado com a casca 500 ml de mel ● Claras de 12 ovos ● 1 kg de açúcar cristal ● Óleo para untar ● ●
COMO FAZER Pôr os ingredientes numa vasilha, misturar bem e levar ao fogo. Mexer até o açúcar derreter, a massa engrossar e ficar homogênea. Retirar do fogo e, após esfriar, amassar bem. Despejar colheradas da massa em uma assadeira untada e levar ao forno, até dourar. Receita fornecida por Nisséa Marieta Corrêa e Luiz Alexandre Corrêa, de Maria da Fé: (35)3662-1345
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DELICIOSA CALMARIA Cana Gentileza é o nome do tradicional destilado de cana de Maria da Fé, que, desde a década de 1950, já animava os bailes da cidade. A bebida hoje é preparada por Roselle Fernandes, que herdou do pai os ensinamentos. É vendida nos sabores limãorosa, mexerica e limão. Contato: (35) 9115-1638.
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Francisco desenvolveu joia ornada com grãos nobres ara visitar Cristina, a 398 quilômetros de BH, esqueça o relógio, telefone celular e deixe para trás qualquer preocupação. Entrar no ritmo da cidade, uma das mais antigas da região, não é difícil. As ruas mais parecem cenário de filme de época. Casarões dos antigos barões do café, calçamento de pedras e uma antiga estação de trem são alguns dos elementos que fazem o visitante se sentir em outro século. Sem falar na tranquilidade aparentemente inabalável do município, que tem pouco mais de 10 mil habitantes. Para entrar ainda mais nesse clima, é fundamental uma visita à Pousada Casarão. O imóvel, erguido no século 19, é da família que produz um dos cafés mais caros do mundo. O Café Cristina, em 2004, chegou a ser vendido por nada mais nada menos que R$ 8 mil a saca. Segundo o gerente da pousada, o também mestre cuca Francisco José Lemos, a cidade tem clima ideal para a produção de grãos especiais, hoje cultivados em quatro fazendas. O produto é tão nobre que, em junho, será tema de um festival cultural e gastronômico no município, além de ser ingrediente principal de uma receita elaborada na pousada e apresentada por Francisco. O lombo ao molho de café revela uma inusitada e deliciosa mistura de sabores, além de exalar aroma que dispensa comentários. Depois de experimentar a iguaria, nada melhor que se perder nesta paz saborosa.
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Lombo ao molho de café
INGREDIENTES Para o lombo 1 peça de lombo suíno, de aproximadamente 1 kg ● Tempero caseiro a gosto ● 5 colheres (sopa) de azeite ● Caldo de 3 limões ● 1 cebola ●
Para o molho ●
4 colheres (sobremesa) de farinha de trigo
300 ml de creme de leite fresco ● 200 ml de café forte, feito na hora ● 1 litro de caldo de carne (pode ser feito cozinhando 200 g do lombo com tempero e legumes) ● 5 colheres (sopa) de azeite ● 4 dentes de alho amassados ●
COMO FAZER Temperar o lombo e regar com o caldo do limão. Deixar marinar por duas horas antes de pôr em uma panela e cobrir com água. No cozimento, à medida que a água secar, virar o lombo e pôr mais água, até que fique macio. Pôr o azeite, a cebola e deixar dourar dos dois lados. Para o molho de café, refogar o alho no azeite, pôr o caldo de carne e, assim que ferver, pôr o creme de leite, a farinha de trigo e o café. Despejar por cima do lombo. Receita fornecida por Francisco José Lemos, de Cristina: (35) 3281-1205
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QUITANDA COM CHEIRO DE SIMPATIA Fibra Transformar a natureza em arte é o que faz o grupo de artesãos Gente de Fibra, em Maria da Fé. Há 11 anos em atividade, os artistas produzem peças a partir da fibra da bananeira, que existe em abundância na região. As peças podem ser compradas na Cooperativa Mariense de Artesanato. Contato: (35) 3662-2386.
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Quitutes inesquecíveis nascem do talento de Rosana
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aroma do cafezinho se espalha pela casa e é o primeiro anfitrião quando se cruza a porta. Na mesa, quitandas recém-tiradas do forno dão as boas-vindas. Convite aceito, o jeito é sentar e se entregar a esse momento característico da cultura mineira: o tradicional café de fim de tarde. Quem nos contempla com tamanha gentileza é Rosana Santos Carnevalli, de Maria da Fé. Professora formada, a mineira descobriu, há sete anos, o prazer de outro ofício bem diferente. Para sair de uma dificuldade financeira, juntou o gosto pela cozinha com as antigas receitas da mãe e o resultado foi a criação de um negócio que não pára de crescer. Hoje, ela passa parte do dia sovando e cortando massas para preparar quitandas de dar água na boca. O número de encomendas é grande, mas o time da casa, formado pelos filhos e marido, não escapa na hora de ajudar. Seja na elaboração das cestas de café da manhã – nas quais, diga-se de passagem, todos os produtos são feitos pela quitandeira, inclusive sucos e queijos –, seja na recepção de visitantes no Projeto Café com Prosa, uma criação da família. “Os turistas compram o pacote para visitar o circuito e, entre as atividades, está um café na minha casa. Fazemos uma mesa farta, contamos causos, passamos receitas. É ótimo”, conta. Difícil é deixar a mesa e se despedir de Rosana, que carrega no rosto a mais pura expressão do que é ser mineiro.
Bombocado de mandioca
INGREDIENTES 600 g de mandioca crua descascada e ralada 4 ovos ● 200 ml de leite de coco ● 100 g de coco ralado ● 3 xícaras (chá) de açúcar refinado ou cristal ● 3 colheres (sopa) de margarina ● 1 colher (sopa) de fermento em pó ● Óleo ou manteiga e farinha de trigo para untar ● ●
COMO FAZER Bater os ovos, o leite de coco, a margarina e o açúcar no liquidificador. Pôr a mandioca e metade do coco ralado e bater mais um pouco. Acrescentar o fermento em pó e bater em uma velocidade baixa, apenas para misturar. Despejar a mistura no tabuleiro e levar para assar em forno aquecido a 180 graus, até dourar. Salpicar o restante do coco ralado. Receita fornecida por Rosa Alvarenga Carnevalli, de Maria da Fé: (35) 3662-1582
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FARTURA DE SABORES Pioneiro A partir do ano que vem, será comercializado o primeiro azeite extravirgem extraído de oliveiras plantadas no Brasil. A base da produção é a cidade de Maria da Fé, pioneira no cultivo e produção de mudas em território nacional. A pesquisa é coordenada pela Epamig e é referência em todo o país.
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Adilson: prato tradicional com um toque de inovação
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s números são de deixar a boca aberta: 6 mil pãezinhos de sal consumidos por semana, 5 mil caldos nos fins de semana e 400 quilos de torresmo a cada sete dias. Para surpreender ainda mais, basta dizer que essas quantidades se referem a um único bar em Itajubá, a 447 quilômetros de BH, que começou a servir em uma portinha e hoje tem capacidade para atender 600 pessoas, confortavelmente distribuídas em 115 mesas. É o Bar da Maria, um lugar cuja história de sucesso já justifica a visita. Localizado perto de uma faculdade, o bar recebe, além de estudantes, gente de todas as classes. E não decepciona: agrada a todos os gostos e bolsos. De prato-feito a sanduíches, a casa oferece um cardápio variado, que tem como destaque os caldos e tira-gostos, como explica o gerente, Adilson de Oliveira. Dos primeiros, cabe ressaltar que correspondem a mais da metade dos pedidos de entrega. Isso mesmo. Mais que pizza e sanduíche, os itajubenses gostam mesmo é de degustar um bom caldo, no conforto do lar. Quanto aos tira-gostos, além dos tradicionais, há alguns inusitados, como o fígado crocante com jiló. Prato clássico de nossa cultura de boteco, o fígado, na cidade do Sul, é diferente por ser servido empanado, o que dá a ele um gostinho mais que especial. Para acompanhar, a boa e velha gelada porque, afinal, ninguém é de ferro.
Fígado crocante
INGREDIENTES 400 g de fígado bovino cortado em tiras 300 g de jiló cortado em rodelas ● Tempero a gosto ● Fubá para empanar ● Óleo para fritar ● ●
COMO FAZER Temperar as tiras de fígado e passá-las no fubá. Fritar em óleo quente, suficiente para cobrir. Retirar quando começar a dourar. Passar as rodelas de jiló no fubá e fritar em óleo quente, suficiente para cobrir. Servir o fígado acompanhado do jiló. Receita fornecida por Adaílson de Oliveira, de Itajubá: (35) 3621-5155
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APETITOSA DIVERSIDADE Caseiro Encontrados em nove variedades, os doces Pé de Serra são famosos na região pelo sabor e modo de preparo, que segue a tradição dos doces mineiros. A produção ocorre há nove anos, em um sítio no distrito São João do Cristina, em Maria da Fé. Contato: (35) 9959-4561.
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Antônio Carlos faz maravilha com semente da pinha
em tomate, tem cebola, tem banana, tem peixe, tem fava e tem pinhão. Tem ainda tanta coisa que, para fazer compras na feira de Itajubá, é preciso tempo para escolher os melhores produtos e para bater um papinho com os vendedores, sempre dispostos a negociar os preços e até a passar receitas. Assim é o produtor rural Antônio Carlos de Assis, que, há 15 anos, tem barraca na feira. Entre os produtos que vende, o pinhão é dos que mais expressam o gosto popular da região. Semente da pinha, fruto da araucária, o pinhão é muito apreciado na culinária do Sul de Minas, talvez pela quantidade em que é encontrado naquelas terras. A araucária se adapta melhor às altitudes e ao clima mais frio, condições que ali não faltam. A cada dia de feira, Antônio leva 30 quilos da semente, que saem com facilidade. Uma das formas de preparo mais comuns da iguaria é a farofa, que o produtor e feirante faz com maestria. Nas festas da roça onde mora, principalmente em junho, o prato é o mais requisitado nas barraquinhas. Para completar o cardápio, ele faz uma paçoca de pinhão, que exige força no preparo, por causa do peso do pilão, normalmente usado no processo. Depois de experimentar a legítima iguaria da terra, nos despedimos do colorido da feira, pois ainda há muito o que se conhecer por estas bandas.
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Paçoca de pinhão INGREDIENTES 1 kg de pinhão 1 kg de carne seca, cozida e escorrida ● Tempero caseiro, salsinha e cebolinha a gosto ● ●
1 tablete de caldo de carne ● 1 kg de farinha de milho ● 1 cebola picada ●
COMO FAZER Cozinhar o pinhão, com casca, na panela de pressão por duas horas, com água (três dedos acima dos frutos). Em um pilão, socar a carne com o tempero, a salsinha, a cebolinha, a cebola, o caldo de carne e a farinha de milho. Pôr o pinhão descascado e escorrido. Socar até ficar bem amassado.
Farofa de pinhão INGREDIENTES ● ● ● ● ●
1 kg de pinhão cozido e picadinho 150 g de bacon picado 500 g de farinha de rosca 2 pimentões picados 3 cebolas picadas
● ● ● ● ●
Cheiro-verde, orégano e manjericão a gosto 2 dentes de alho picados 1 colher (sopa) de sal Meio copo de azeite 100 ml de azeite de dendê
COMO FAZER Refogar o pinhão, o bacon, o alho e o sal nos dois azeites misturados. Pôr os demais ingredientes, sendo que a farinha deve ser colocada aos poucos e sempre mexendo. Receitas fornecidas por Antônio Carlos de Assis. de Itajubá: (35) 8434-0571
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COMBINAÇÃO DE SUCESSO Enrolada É quase impossível ir a Itajubá e não se deliciar com uma panqueca. A iguaria é servida na maioria das lanchonetes e restaurantes da cidade, substituindo os lanches tradicionais, como sanduíches. Em geral, são servidas nos sabores carne e frango e regadas com muito molho de tomate.
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Vânia esbanja simpatia e boa mão para a cozinha epois de um agradável passeio pela feira, completamos a manhã em Itajubá com um pulinho ao mercado municipal. O movimento de gente conversando, comprando e comendo é ingrediente para dar mais ânimo ao domingo. Parada para um lanche rápido e a escolha não poderia se mais apropriada. A combinação pastel e caldo de cana é, talvez, o que há de mais popular e perfeito. As duas iguarias parecem que foram feitas uma para a outra. A barraca da Vânia é o lugar certo para apreciar este sucesso gastronômico. Um poço de bom humor e simpatia, a mineira sabe como agradar o freguês e faz verdadeiras estripulias para, quase que simultaneamente, moer a cana, cortar a massa, fritar o pastel, receber o dinheiro, dar o troco e ainda bater papo com qualquer um que passe. Por dia, vende 600 pastéis de milho, tradicional iguaria da cidade. O tempo dedicado à atividade – há 15 anos a barraca vende pastéis e há 30 o caldo de cana – lhe conferiu uma habilidade impressionante. Em 15 minutos ela prepara 100 pastéis, que saem perfeitos. Cada um é vendido a R$ 0,35 ou três por R$ 1. “Se eu aumentar o preço, as vendas caem”, conta. A estratégia tem dado tão certo que, graças aos pastéis, Vânia pôde pagar a faculdade da filha, o que conta com orgulho. Felizes por mais uma história de sucesso para nossa coleção, seguimos caminho. Salve o pastel com garapa!
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Pastel de milho
INGREDIENTES Para a massa 1 kg de farinha de milho em flocos ● 1 colher (sopa, rasa) de sal ● 1,5 litro de água fervente, mais 100 ml de água fria ● 1 colher (sopa,cheia) de polvilho doce ou azedo (apenas se for congelar; para fritar na hora, não) ●
MATERIAL ● ●
1 pedaço de plástico grosso 1 rolo de PVC (para substituir o rolo de madeira)
COMO FAZER Em uma vasilha, pôr a farinha de milho, o sal e o polvilho. Despejar a
água fervente e misturar bem, até começar a esfriar. Amassar bem e pôr a água fria. Amassar até ficar firme. Abrir o plástico sobre uma mesa e pôr, no centro, uma porção da massa do tamanho de uma cebola pequena. Dobrar o plástico, de modo que cubra a massa, e passar o rolo pôr cima até a massa abrir e ficar com a espessura aproximada de 1 cm. Desdobrar o plástico e, no centro da massa, pôr meia colher (sopa) do recheio de sua preferência. Dobrar o plástico novamente de modo que a massa se feche, sem que o plástico entre em contato com o recheio. Com a boca de um copo grande, cortar a massa, por cima do plástico, de modo que forme uma meia lua. Repetir o processo com todos os pastéis e fritar em óleo não muito quente, o suficiente para cobrir.
Receita fornecida por Vânia Mendonça Carlos, de Itajubá: (35) 3621-2082
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QUERIDINHO DA FAMÍLIA Quitandas Feitos de cartolina e papel crepom, os cartuchos gigantes de São José do Alegre são verdadeiras obras de arte. Recheados de quitandas caseiras, são preparados por voluntárias e vendidos em festas religiosas para arrecadar fundos para obras de caridade. Vale a pena conhecer.
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Experiência garante o sucesso das receitas de Márcia
guaria pouco calórica e rica em nutrientes e minerais, o broto de bambu é comida popular nas cidades do Sul de Minas. Seja cozido com frango, em conserva ou como acompanhamento de saladas, o alimento constantemente aparece no cardápio, dando sinal de que não é apenas coisa da cozinha oriental. A casa da mineira Márcia de Oliveira, de Pedralva, a 405 quilômetros da capital, é um dos lugares onde o produto natural não falta. Em algumas receitas, aparece até com opção para substituir o palmito, como nesta salada, que é uma das preferidas nos almoços da família, que chegam a reunir até 30 pessoas. “O broto é muito popular aqui. Se for comparar com o palmito comprado natural, é mais barato e mais fácil de preparar”, diz. Cozinheira oficial da família, Márcia aprendeu a arte ainda criança, para ajudar no preparo da refeição dos 13 irmãos. “Meu pai me ensinou a cozinhar. Com ele, fiz o primeiro arroz da minha vida”, recorda. A receita da sua salada está guardada com outras da família em um caderno já amarelado pelo tempo e com as folhas gastas de tanto manuseio. Depois de experimentar a salada, não resta dúvida sobre tamanha popularidade do prato. O time de fãs da Márcia, agora, é certamente maior.
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Salada de broto de bambu
INGREDIENTES 1 maçã verde picada 1 lata de milho verde ● 1 xícara (chá) de broto de bambu em conserva ● Meia xícara (chá) de azeitona picada ● Passas a gosto ● 200 g de muçarela ralada ● 200 g de presunto cortado em cubinhos ● 6 talos de acelga picados ● 1 colher (sopa) de parmesão ralado ● 2 colheres (sopa) de azeite ● 2 colheres (sopa) de vinagre ou caldo de limão ● 1 colher (sopa) de molho inglês ● 1 colher (sopa) de mostarda ● 3 colheres (sopa) de maionese ● ●
COMO FAZER Em uma vasilha, misturar os ingredientes, deixando por último a maionese. Levar à geladeira antes de servir. Receita fornecida por Márcia de Oliveira, de Pedralva: (35) 9818-2884
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SEGREDINHO DE COZINHA Banana Cultivada aos montes na região, a banana é ingrediente de produtos tão gostosos quanto curiosos, feitos pela Associação Gente da Roça, em Itajubá. Entre as preciosidades, a banana-chips, salgada ou doce, que é um petisco saboroso, e a farinha de banana, um complemento alimentar que só traz benefícios ao corpo. A loja do grupo fica na rodoviária. Contato com a Emater local: (35) 3623-2576.
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Toque adocicado dá a diferença à receita de Marinete
m segredinho de cozinha, que acabou virando o nome de um prato aparentemente inusitado. Apenas aparentemente. O frango com açúcar, receita de Marinete de Oliveira, de Pedralva, causa certo estranhamento no início, mas logo se descobre que, de exótico, a iguaria não tem nada. Ensinado a Marinete por uma antiga vizinha, o truque de usar o açúcar no frango tem o simples objetivo de deixá-lo dourado e nada mais. Engana-se quem pensa que vai sentir um gosto doce na boca. Na casa de Marinete, o frango com açúcar é acompanhado de broto de bambu ou batata, além, é claro, das nossas preciosidades, como angu, feijão, farofa e o que mais o paladar pedir. Natural de uma família grande e apreciadora de encontros em torno da mesa, Marinete confessa que só vai para a cozinha em ocasiões especiais. “Na minha casa, somos eu e meu marido. Dá preguiça cozinhar. Quando junta a família toda é que eu gosto”, conta. Segundo ela, o segredo revelado pela amiga é apenas uma das dicas que a mineira já recebeu em casa. Marinete conta que, na sua vizinhança, é comum a troca de receitas e, principalmente, o convite para experimentá-las. Privilégios do interior que a boa cozinha agradece.
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Frango com açúcar
INGREDIENTES 1 kg de coxas e sobrecoxas de frango 3 dentes de alho amassados ● 1 cebola picada ● Meia colher (sopa) de sal ● 1 colher (sopa) de açúcar ● ●
COMO FAZER Deixar as peças de frango escorrerem bem. Pôr o açúcar em uma panela e levar ao fogo. Quando derreter e começar a escurecer, pôr os pedaços de frango, um a um. Mexer e, quando começar a dourar, tapar a panela e deixar cozinhar por cinco minutos. Pôr os temperos e a cebola, mexer, tapar a panela e deixar cozinhar por mais 20 minutos. Receita fornecida por Marinete de Oliveira, de Pedralva: (35) 9806-5714
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RARA JOIA DA TERRA Queijo O queijo parmesão de Delfim Moreira é um dos tesouros garimpados no Sul de Minas. A cidade tem outros produtos de boa fama, como a muçarela de nozinho, que podem ser comprados no Mercado Central de Itajubá, na loja Coisas da Roça. Contato: (35) 3621-4598.
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Aparecida e Maria Luzia preservam a iguaria tipicamente mineira
na memória afetiva de cada um que, muitas vezes, estão guardadas as joias mais preciosas das cozinhas. Normalmente, são receitinhas de família, que, por vezes, o tempo e a distância entre as pessoas se ocupam em jogá-las no esquecimento. Sejam pratos simples ou mais elaborados, sempre são feitos com carinho e sabedoria para ficarem guardados na lembrança. O mingau com cambuquira é o que as irmãs Aparecida e Maria Luzia Bonette, de Pedralva, carregam como tesouro de infância. A cambuquira é o broto da abóbora, um ótimo aliado da saúde por ser rico em ferro. As irmãs contam, com carinho visível nos olhos, que uma das diversões da infância era sair para apanhar cambuquira. “Nossa mãe sempre fazia. Somos 15 irmãos, imagine o tanto de cambuquira que a gente tinha que pegar”, recorda Maria Luiza. Ao mingau forte é atribuída a saúde da família, que hoje já não vive toda na cidade, mas conserva os laços, sempre que possível celebrados na cozinha. Aparecida mora na Bahia, mas não deixa de ir para o fogão fazer as receitas de Minas, que, por tanto tempo, fizeram sua alegria. O mingau fica pronto e, pela simplicidade do preparo e dos ingredientes, chega a surpreender pela apresentação. Benditas sejam a natureza, que oferece tamanha riqueza, e a sabedoria popular, por aproveitá-las de tal maneira.
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Cambuquira
INGREDIENTES 20 talos de cambuquira (as pontas dos ramos do pé de abóbora, com o broto e as folhas novas) ● 1 colher (sopa) de óleo ● Tempero caseiro e pimenta a gosto ● 4 xícaras (chá) de água quente ● 3 talos de cebolinha ● 3 ramos de salsinha ● 8 a 12 colheres (sopa) de farinha de milho em flocos (a quantidade varia para deixar o mingau mais ralo ou mais grosso) ●
COMO FAZER Lavar os brotos e retirar a casca áspera dos talos, deixando apenas o miolo. Cortar em pedaços e rasgar as folhas pequenas. As grandes podem ser desprezadas. Em uma panela, refogar, no óleo, o tempero e a pimenta. Pôr a água quente e, quando levantar fervura, pôr a farinha de milho. Deixar cozinhar com a panela tapada por cerca de cinco minutos ou até que o mingau engrosse. Pôr a cambuquira com a cebolinha e a salsinha. Caso esteja muito grosso, pôr mais uma xícara (chá) de água. Deixar cozinhar com a panela tapada até que os talos estejam macios. Receita fornecida por Aparecida Bonette e Maria Luzia Bonette, de Pedralva: (35) 9822-5081
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PERÓLA SOB VÁRIAS CASCAS Requintada A aguardente Musa, de Itajubá, se destaca pelo processo artesanal de fermentação e destilação de frutas. Bebida tipo exportação, é encontrada nas variedades banana, pêra, tangerina e ameixa. Contato: (35) 3621-1293.
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Maria, com o filho Ricardo: combinações perfeitas iguaria é popular, mas ainda há quem faz cara de espanto quando se fala em umbigo de banana. Conhecido também como coração da fruta, o umbigo é aquela parte roxa que fica dependurada na ponta dos cachos. Além de ser uma delícia, é perfeito para dar um gostinho a mais aos refogadinhos de carne, à linguiça e até mesmo a algo sofisticado como o bacalhau. Em Pedralva, o jovem Ricardo Bustamente de Almeida conheceu a iguaria quando vivia na zona rural do município. Lá, a maioria das famílias cultiva a banana e uma delas desvendou a pérola que se escondia por dentro daquela casca roxa. Desde então, o prato se tornou parte dos almoços familiares, que ocorrem sempre em um casarão do século 19 pertencente à família, no Centro da cidade. Para compor a mesa típica mineira, a mãe de Ricardo, Maria Escolástica Bustamante, põe seus dotes culinários a favor do paladar e capricha no frango caipira, angu e taioba. Segundo Ricardo, na região o umbigo de banana é muito apreciado dessa maneira, o que não há como discordar, dado aos sabores indiscutíveis dos pratos. Para quem não conhecia o umbigo de banana, agora já sabe o que é. Para que a apresentação seja completa, só mesmo experimentando. Essa sim, a melhor parte.
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Umbigo de banana
INGREDIENTES 6 umbigos de banana 5 colheres (sopa) de azeite ● 1 cebola ● 5 dentes de alho picados ● Sal e cebolinha a gosto ● ●
COMO FAZER Descascar os umbigos de banana, retirando toda a parte escura e aproveitar apenas a parte clara. Picar em rodelas e ferver com água por 15 minutos. Trocar a água e repetir o processo por mais quatro vezes ou até que perca o gosto amargo. Em uma panela, refogar o umbigo no azeite com a cebola, o alho e o sal. Salpicar cebolinha e servir com o acompanhamento desejado. Receita fornecida por Ricardo Bustamante de Almeida, de Pedralva: (35) 9136-4949
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DOCE SONHO COLORIDO Banquete Ao passar pelo circuito Serras do Sul de Minas, dê uma parada em São José do Alegre e saboreie a apetitosa traíra sem espinha do Restaurante do Dito Preto. Personagem famoso na cidade, Dito está sempre pronto para dois dedos de boa prosa com os visitantes. Contato: (35) 3645-1229.
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Anunciata revela segredos de sua deliciosa iguaria
o início, era só a barraca vermelha. Depois, vieram a azul, a verde, a amarela, a laranja, a branca, a marrom e a prata. Outras com nomes diferentes foram surgindo e consolidaram a fama de Piranguinho, a capital nacional do pé-de-moleque, a 436 quilômetros de BH. É impossível passar ao longo da BR-459 e resistir à tentação de parar ao menos em uma das barracas para experimentar o doce famoso. O difícil é escolher um. Na dúvida, a dona da barraca azul recomenda uma paradinha em todas e garante que cada uma oferece um sabor diferente. “Cada pessoa tem seu segredinho para preparar o pé-de-moleque, mas todos são deliciosos”, conta Anunciata Passos, que herdou a barraca do pai. Segundo ela, o doce é uma tradição na cidade e os produtores o comercializavam à beira da estrada de ferro, nos bons tempos do trem. Com a construção da rodovia, o caminho natural foi a mudança de ponto e o resultado é um verdadeiro corredor de cores e sabores. Para fortalecer a fama do doce, os produtores criaram um grupo para discutir melhorias na atividade e organizar a Festa do Pé-de-moleque, realizada anualmente na cidade – este ano entre os dias 5 e 7 de junho, quando é preparado o maior pé-de-moleque do mundo. A meta é chegar a 14 metros de comprimento. Se você ficou com água na boca só de imaginar, já pode ir arrumando as malas.
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Pé de moleque
INGREDIENTES 2,5 kg de rapadura 4 kg de amendoim torrado descascado e triturado ● 1 copo (americano) de água. ● ●
COMO FAZER Em um tacho, derreter a rapadura juntamente com a água. Retirar do fogo quando virar melado. Passar em uma peneira ou escorredor, para retirar qualquer impureza. Pôr o amendoim e misturar bem, até obter massa homogênea. Forrar um tabuleiro com um pano de brim úmido e despejar a massa. Esperar esfriar um pouco e cortar os pedaços no tamanho e formato desejados. Receita fornecida por Anunciata Passos de Carvalho, de Piranguinho: (35) 3644-1793
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MISTURA QUE DÁ FORÇA Cachaças Algumas cachaças da região são bem recomendadas e não podem deixar de ser degustadas:
Prato de Benedita garante energia para a lida diária
PIRANGUINHO ● Dedo de Prosa (35) 3471-3917
SÃO JOSÉ DO ALEGRE ● Monjolo (35) 3645-1438 ● Deliciosa (35) 9986-0462
ITAJUBÁ ● Velho Chico (35) 3621-6957 ● Serro Azul (35) 9986-1726
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comida de roça, forte, que dá energia e disposição para a luta diária. Este é o famoso revirado de banana, apreciado por 10 entre 10 moradores da cidadezinha de São José do Alegre, a 429 quilômetros da capital. Quem nos apresenta a iguaria é Benedita Gomes Corrêa, que se diz até um pouco “enjoada” do prato, tamanha a frequência com que o degustou ao longo da vida. “Minha mãe sempre o fazia para a gente. Era o nosso pão do lanche da tarde.” A família é produtora de banana e, por isso, ingrediente é o que não falta para a receita. Benedita conta que o prato, tradicionalmente, é consumido por quem trabalha na roça. É a chamada “merenda”. “É forte, a pessoa fica satisfeita por muito tempo.” Preparar um bom revirado de banana, para a mineira, não é nada complicado. “É tão fácil que até criança sabe fazer.” Exemplo é o neto de nossa anfitriã, de 9 anos, que, além de preparar a iguaria, devora, sem cerimônia, uma pratada de revirado. Para que fique ainda mais gostoso, o prato deve ser servido quente. Assim, o queijo derretido provoca aquela sensação boa na boca. Com o corpo bem alimentado e pronto para aguentar muito trabalho ao longo do dia, a equipe segue viagem certa de que terá muito ânimo pela frente.
É
Revirado de banana
INGREDIENTES 6 bananas caturras, maduras e cortadas em rodelas Meio copo (americano) de óleo ● 1 xícara (chá) de açúcar cristal ● 200 g de queijo-de-minas cortado em tiras grossas ● 2 xícaras (chá) de farinha de milho em flocos ● ●
COMO FAZER Em uma panela, aquecer o óleo e pôr a banana. Mexer e, quando a fruta começar a derreter, acrescentar o açúcar. Misturar bem, até que o açúcar se dissolva. Pôr o queijo e, em seguida, a farinha. Mexer até que todos os ingredientes estejam misturados e o queijo derretido. Servir quente. Receita fornecida por Benedita Gomes Corrêa Carvalho, de São José do Alegre: (35) 3645-1162
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CULTIVANDO O BOM PALADAR RESTAURANTES ITAJUBÁ ● Cantina
Bella Vista (35) 3622-2797 ● Pé na roça (35) 3643-1115 ● Carvão
e Lenha (35) 3623-5497 MARIA DA FÉ
Além de saborosa, torta de Ângela tem beleza única
● Restaurante
Três Marias (35)3662-2028 CRISTINA ● Restaurante
Real (foto) (35) 3281-1485
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o longo de sua trajetória, o Sabores de Minas vem mostrando que criatividade e sabedoria são características que não faltam a quem trabalha na roça e tira da terra o sustento da família. Em Itajubá, a Associação Direto da Roça, coordenada pela Emater, é mais um bom exemplo. Formada por 26 mulheres da zona rural, a entidade produz iguarias mineiras das mais saborosas. O objetivo, além de geração de renda, é aproveitar o que é produzido pelos trabalhadores rurais. A banana, por exemplo, é cultivada em quantidade significativa na agricultura familiar da região e é ingrediente de boas quitandas oferecidas na loja da associação. Quem prepara um desses produtos é Ângela Guedes, moradora de uma acolhedora casa em meio a uma paisagem deslumbrante. Ela cultiva ervas medicinais, usadas para confeccionar travesseiros artesanais, mexerica, laranja e banana, fruta que é ingrediente da deliciosa torta que Ângela comercializa na associação. Segundo ela, a massa também combina com cobertura de outras frutas, como abacaxi, maçã e manga, e vai bem a qualquer hora, seja na sobremesa ou no café da tarde. Iguaria tão versátil como quem a produz que, em comunhão com a terra, trabalha para deixar o paladar mais contente.
A
Torta de banana
INGREDIENTES Para a massa 5 colheres (sopa) de açúcar cristal 2 colheres (sopa) de margarina ● 300 g de farinha de trigo ● 1 colher (sopa) de fermento ● 300 ml de leite ● ●
Para a cobertura 3 colheres (sopa) de açúcar cristal 3 bananas caturras maduras e cortadas ao meio, no sentido do comprimento ● Canela em pó a gosto ● ●
Material ●
Uma fôrma redonda de aproximadamente 20 cm de diâmetro
COMO FAZER Para a massa, misturar a margarina e o açúcar. Em seguida, pôr a farinha de trigo, o fermento e misturar bem, fazendo uma farofa homogênea. Pôr o leite e amassar. Para a cobertura, derreter o açúcar na fôrma em que será feita a torta. Quando esfriar, pôr as bananas na fôrma, a canela e despejar a massa. Levar ao forno médio por 30 minutos. Retirar da fôrma e servir. Receita fornecida por Ângela Guedes, de Itajubá: (35) 3622-7172
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QUITANDA VALIOSA
ONDE FICAR ITAJUBÁ Palace Hotel (35) 3623-4500 Bramig (35) 3623-5252 Amantykir (35) 3622-5252
Receita de Maria Benedita é um convite à amizade
CRISTINA
radição européia trazida para o Brasil, o chamado bolo rei, além de saboroso, tem um significado simbólico. O costume manda servir a iguaria no Natal e na Festa de Reis, justamente pela alusão aos Reis Magos, mas, em qualquer época do ano, seu sabor é muito bem-vindo. A itajubense Maria Benedita Ribeiro conhece bem essa história e não cansa de contá-la aos fregueses. Integrante da Associação Direto da Roça, Ditinha, como é chamada, explica uma parte interessante da história do bolo rei, que tem a ver com a generosidade e amizade. “O fermento usado na massa é caseiro e, pela tradição, o bolo tem que ser compartilhado por quatro pessoas. Quem o recebe, deve fazê-lo também”, diz. Ex-lavadeira, a moradora da comunidade rural de Cachoeirinha se considera outra pessoa depois que entrou para a associação. “Agora, saio, tenho com quem conversar e faço amizades; é uma terapia.” Ela adora uma boa prosa. A alegria contagiante de Ditinha dá ainda mais gosto ao bolo rei e se mostra tão valiosa quanto os presentes levados pelos Reis Magos ao Menino Jesus. Agraciados por tamanha riqueza, botamos o pé na estrada com novas histórias e sabores guardados na memória. Até a próxima!
Pousada Casarão (35) 3281-1205 MARIA DA FÉ Hotel Dona Marta (35) 3662-1293
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T
Bolo rei INGREDIENTES Para o fermento Meia xícara (chá) de açúcar cristal ● Meia xícara (chá) de farinha de trigo ● Meia xícara (chá) de leite ● 1 pitada de sal ●
Para a massa 3 ovos 1 xícara (chá) de açúcar cristal ● 1 xícara (chá) de óleo ● 1 pitada de sal ● 2 xícaras (chá) de farinha de trigo, mais meia xícara para polvilhar ● 1 colher (sopa) de fermento em pó ● Meia xícara (chá) de frutas cristalizadas ● Meia xícara (chá) de nozes trituradas ● Meia xícara (chá) de passas pretas ● 1 colher (chá) de canela em pó ● ●
Para a cobertura 2 xícaras (chá) de açúcar de confeiteiro ● 2 colheres (sopa) de suco de limão ● 2 colheres (sopa) de leite quente ●
COMO FAZER Preparar o fermento um dia an-
tes de fazer o bolo, misturando todos os ingredientes em uma vasilha de plástico e deixando descansar de um dia para o outro, tapado com um pano. No dia seguinte, deixar ao Sol por 20 minutos para fermentar. Para a massa, bater no liquidificador os ovos, o óleo, o açúcar e o sal. Despejar em uma vasilha, pôr metade do fermento caseiro (a outra metade, pela tradição, deve ser dada a alguém ou guardada para o preparo de outro bolo) e a farinha. Misturar. Separadamente, misturar as frutas, as nozes e as passas e polvilhar farinha de trigo e canela em pó. Juntar tudo à massa, com o fermento em pó. Despejar em uma assadeira untada e assar em forno aquecido a 180 graus por 40 minutos. Para a cobertura, misturar todos os ingredientes, fora do fogo. Despejar sobre o bolo.
Receita de Maria Benedita Ribeiro dos Santos, de Itajubá: (35) 3623-2576 (Emater)
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Roteiro do guia
ESTADO DE MINAS Diretor de Redação Josemar Gimenez Editor Arnaldo Viana Editor de Artes Gráficas Álvaro Duarte Consultor técnico Eduardo Avelar
Textos Bárbara Fonseca
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