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SOBRE DESIGN SOCIAL

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INSPIRAÇÃO

INSPIRAÇÃO

SOBRE DESIGN SOCIAL

O Design Social tem papel fundamental na história recente de nossa sociedade. Meu trabalho e pesquisa consistem em resgatar a história do Design por uma perspectiva social, com amplitude marxista e anticapitalista, mostrando como o design foi formado através de rompimentos de barreiras com o capital, levantar a apropriação da ferramenta pelo capitalismo e as posteriores resistências históricas até os dias atuais, que resultou no ativismo praticado hoje. A medida que a sociedade foi ganhando consciência crítica e lutando contra os impactos gerados pelo sistema, o Design Social foi evoluindo. Inicialmente, a ruptura com a impessoalidade e anonimato dos artistas impostos pela revolução industrial deu forma aos primeiros pensamentos críticos na produção artista gráfica, na Inglaterra. Os modelos de educação e formação dos saberes nas artes vieram à tona com a iminência da revolução russa. Rússia e Alemanha são pioneiras em pensar sobre a função social que o design deveria desempenhar, bem como a sua produção. O crescimento da industrialização fez com que os processos desenvolvidos pelos designers e arquitetos gerassem função social: mais pessoas seriam incluídas e

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beneficiadas. Vkhutemas e Bauhaus foram exponentes deste movimento. Entretanto, o sistema industrial desprezou esta função e passou a organizar designers e arquitetos para suas produções em larga escala. O capital, através de governos fascistas, perseguiu e fechou as escolas de pensamento crítico e com viés de esquerda de forma autoritária, se apropriando dos saberes e técnicas desenvolvidas neste período. A partir de então, o capitalismo passa a formar designers à sua maneira e com base em seus interesses, buscando apagar da história as funções sociais que embasaram o surgimento do design. A organização do capital pelo marketing transformou o design em ferramenta para o consumo, aliado e atrelado à publicidade. A partir da década de 1970, designers e arquitetos passaram a questionar a produção e consumismo em larga escala, a fetichização de objetos de desejo, comercialização de objetos fúteis e com grandes impactos ambientais. O movimento de Contracultura trouxe grande contribuição à sociedade. Os movimentos sociais da sociedade civil organizada ganharam novamente as ruas e o design foi cada vez mais sendo inserido como forma de luta, crítica e ativismo. A partir deste momento, o design entra de vez para o campo da crítica política e se torna ferramenta fundamental da luta de classes.

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