Habitar no centro da cidade Flávia Corona dos Santos

Page 1



CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA ARQUITETURA E URBANISMO

FLÁVIA CORONA DOS SANTOS

HABITAR NO CENTRO DA CIDADE

RIBEIRÃO PRETO 2014



FLÁVIA CORONA DOS SANTOS

HABITAR NO CENTRO DA CIDADE

Trabalho final de curso apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda para cumprimento das exigências parciais para a obtenção do título de graduação em Arquitetura e Urbanismo sob a orientação da Prof. Regina Lúcia Angelini.

RIBEIRÃO PRETO 2014



AGRADECIMENTO

A Deus, por ter me dado saúde e amparo para a realização deste trabalho. À minha mãe, mulher guerreira, que lutou pela minha educação e me apoiou durante todo o processo da minha formação. À minha irmã, que sempre esteve presente e atenciosa durante todo esse período. Ao meu amigo e namorado, por suportar, por várias vezes, a minha ausência, devido a este trabalho. À minha orientadora, que me ajudou, apoiou e tentou extrair de mim, o meu melhor, em todos os momentos. Aos meus professores, que, ao longo desses cinco anos, contribuíram não somente com a minha formação e profissão, como também, com a minha formação pessoal. Dedico este trabalho ao meu pai (in memorian), que tenho certeza de que também esteve presente em todos os momentos, me amparando e protegendo.


Sumário

1 2 3

HABITAÇÃO - p. 04

PROGRAMAS DE INCENTIVO À HABITAÇÃO - p. 10

A CIDADE E A CENTRALIDADE - p.15


p. 30 - O CENTRO DE RIBEIRÃO PRETO

p. 35 - PROJETOS REFERÊNCIA

p. 40

- O PROJETO

4 5 6



APRESENTAÇÃO Pode-se dizer que a partir da Revolução Industrial, no século XVII, o mundo nunca mais foi o mesmo. A constante atualização da tecnologia e a maior dependência das pessoas a seu respeito, contribuiu fortemente com as mudanças comportamentais e, consequentemente, com a rotina das famílias. Com o intuito de procurar compreender melhor tais mudanças, o grupo Nomads realizou pesquisas, as quais geraram resultados importantes, não somente para a compreensão dessa metamorfose, como também, para tentar entender como isso poderia afetar a moradia em si. A partir dos resultados gerados, é possível notar que além de mudanças comportamentais, também surgiram novos grupos familiares, assim como, novas necessidades. Portanto, o objetivo deste trabalho é desenvolver uma proposta de projeto de habitação vertical, a qual trata cada moradia como uma unidade habitacional personalizada e adequada a cada família, resultando numa arquitetura contemporânea flexível, a qual poderá ter o seu interior mutável a qualquer necessidade. Como público alvo, foram escolhidas as famílias que possuem até dez salários mínimos, as quais se adequam aos requisitos de financiamento habitacional oferecidos pelo governo. O intuito é de mostrar que todos tem o direito de possuir uma habitação de qualidade, independende da classe social, possibilitando, assim, uma maior disseminação de moradias atualizadas e agradáveis. Pensando em gerar a maior qualidade possível para essas unidades habitacionais e, consequentemente, para os seus moradores, o centro da cidade de Ribeirão Preto é o melhor local para a implantação do projeto. Visando em aumentar e melhorar a conectividade e relação das moradias com as atividades do dia a dia, como trabalho, cultura, lazer, entre outros, a região central oferece todo o complemento que potencializará essa qualidade habitacional. Diferentemente das habitações populares oferecidas hoje, as quais situam-se nas periferias das cidades, onde não há recursos básicos pré estabelecidos, o centro da cidade é uma região já consolidada e que concentra todos os tipos de oportunidades. Portanto, devolver o caráter habitacional à região

central da cidade é de extrema importância, não somente para requalificação da moradia atual, mas também, para a requalificação do cotidiano da população, a qual, ao invés de ter suas casas como simples locais para dormir, após os movimentos pendulares resultantes do trabalho, entre outros, terá uma moradia completa e atual, com tudo o que é necessário à sua volta.



1

HABITAÇÃO


HABITAÇÃO HOJE No contexto da reprodução da abordagem generalizada, típica dos padrões modernistas da arquitetura europeia das primeiras décadas do século XX, tomou-se forma a concepção de espaço em termos de resposta funcional ao que se compreendia como necessidades humanas universais, por meio de uma especialização e correspondência estrita entre espaços e ações, como o quarto abrigar a função de dormir, a cozinha, a de cozinhar, a sala, a de comer e lazer, entre outros. A setorização tripartida em áreas social, de serviço e íntima corresponde à casa burguesa brasileira do início do século XX, tendo se estabelecido na cultura arquitetônica como resposta genérica às demandas de morar. Essa concepção foi fortemente difundida e assimilada, de modo a continuar presente em grande parte da produção formal de moradia no país, segundo Azevedo (2004, p. 84) e Tramontano (1997, p.3). Referente aos espaços internos da habitação, as variações na tipologia e no tamanho, seja em casa ou apartamento, resultam em uma mesma concepção geral baseada na pré determinação do grupo doméstico, ou seja, a família nuclear tradicional. Embora este perfil de casal mais filhos ainda seja a maioria na sociedade brasileira, indicadores recentes apontam tendências de alterações importantes. Não só o número de filhos tem diminuído, como também, tem aumentado o número de famílias com outros perfis, como por exemplo, as monoparentais, principalmente chefiadas por mulheres sem cônjuge; as famílias reconstituídas, resultado da união de duas famílias já estabelecidas previamente; a coabitação de não familiares na mesma residência; pessoas que moram sozinhas; casais homossexuais; entre outros. (TRAMONTANO; BENEVENTE, 2004. p. 3). Do mesmo modo, os cômodos funcionais, como sala, cozinha, dormitório, banheiro, entre outros, os quais são rigidamente separados e definidos, restringem-se a somente funções básicas como cozinhar, dormir e se higienizar respectivamente, sem levar em consideração que tais funções podem estabelecer ligações entre si e arranjos diversificados. O processo de morar, o qual deveria oferecer escolhas, participação e tomada de decisão em diversos níveis

e ao longo do tempo, se vê empobrecido e resumido à mera relação de compra de um produto como outro qualquer, com o esvaziamento e empobrecimento de sua dimensão política. (NASCIMENTO; TOSTES, 2011. Não paginado). Existem grandes mudanças comportamentais inseridas na família nuclear convencional que refletem diretamente no modo de morar. O pai, antes provedor financeiro, e a mãe, responsável pelo cuidado da casa e educação dos filhos, perdem sua autoridade de antigamente e os filhos passam a exigir mais individualidade. A partir disso, começam a surgir as sobreposições de funções nos ambientes, os quais abrigam todos os pertences de um dos integrantes, garantindo que aquele espaço seja somente dele. O quarto, por exemplo, perde a sua única função de dormitório e passa e ser também local de estudo, entretenimento, entre outros, contendo cada vez mais equipamentos e mobiliários, como computador, aparelho de som, televisão, etc. (TRAMONTANO e BENEVENTE, 2004). Essa crescente separação entre o indivíduo e o espaço coletivo, na constante busca por individualidade indica “todos os passos em direção a um aparentemente – novo padrão social: pessoas vivendo sós”. (TRAMONTANO, 1997, p. 3). Segundo Tramontano e Benevente (2004),

às tantas e tão profundas transformações por que tem passado o perfil demográfico e os padrões comportamentais da nossa sociedade desde meados do século XX e, sobretudo, nas últimas décadas autorizam-no a afirmar que as soluções projetuais de espaços de morar atualmente implantadas no Brasil, sejam ou não de baixo custo, foram, de uma maneira geral, ultrapassadas pela evolução dos costumes.

A partir das transformações familiares e as tendências comportamentais atuais, surge uma nova necessidade de se repensar o desenho dos espaços das habitações propostos hoje, resultando em um novo modelo de habitação que corresponda às necessidades e costumes atuais. Em relação a isso, a importância deste projeto de pesquisa dá-se através da necessidade de atualização arquitetônica relacionada à mudança da espacialidade das habitações oferecidas atualmente, sendo repensadas e readaptadas aos novos costumes familiares, além de se ade


quarem também, aos novos grupos domésticos já citados.

C- A HABITAÇÃO COSTUMA ABRIGAR

A PRIMEIRA E-PESQUISA

- De 2 a 4 ocupantes (65,64% A e 72,75%B, sendo “A” relacionado aos dados da primeira e-pesquisa e “B” para a segunda). - 3 dormitórios (44,68%A e 45,56%B) - 2 banheiros (57%A e 36,77%B) - Abrigando um casal sem filhos, ou com 1 ou 2 fihos - 1 ou 2 automóveis - 1 a 3 televisores (totalizando em B 82%, sendo que boa parte está localizada no dormitório, e não mais na sala, reforçando a tendência de uso individualizado). - 1 em cada 3 entrevistados possui 3 ou mais aparelhos em habitações com 3 dormitórios.

O artigo “Comportamentos & espaços de morar: leituras preliminares das e-pesquisas Nomads“ contextualiza e apresenta duas pesquisas sobre os comportamentos em relação aos espaços de morar, as quais foram realizadas em 2001 e 2003, através do site Nomads.usp, pela internet (TRAMONTANO e BENEVENTE, 2004). Além de toda a contextualização dos novos comportamentos que atingem a sociedade atual, o artigo também discute como tais podem e devem ser fatores de influência na concepção dos espaços das habitações oferecidas hoje e, como elas ainda não atendem às novas necessidades dos seus usuários, como foi apresentado e comentado no item anterior. Todo esse estudo foi produzido a partir dos seguintes resultados das e-pesquisas (TRAMONTANO e BENEVENTE, 2004): A- DADOS DO PESQUISADO MAJORITÁRIO - Faixa etária de 16 a 36 anos. - Concluiu ou está cursando ensino superior. - Possui renda familiar mensal acima de 20 salários mínimos. 50% moram em casas, onde a maioria é proprietário, e 50% moram em apartamentos. B- PRINCIPAIS GRUPOS DOMÉSTICOS - Família nuclear (majoritária). - Casais sem filhos. - Pessoas vivendo sós. - Famílias monoparentais. - Coabitação de pessoas sem vínculo conjugal (último lugar na segunda e-pesquisa).

D- ATIVIDADE DE LAZER REALIZADA NA HABITAÇÃO - Televisão (88,09%A e 88,34%B). - Leitura de livros ou revistas (76,81%A e 73,76%B). - Computador conectado à internet (63,19%A e 66,74%B). E- QUARTO 50% dos entrevistados, tanto em A, quanto em B, afirmam que o próprio quarto é o local preferido de isolamento. As principais funções exercidas nele, pela maioria dos entrevistados são: - Dormir - Vestir-se - Ler ou escrever coisas não relacionadas com trabalho ou estudo (74,47%a e 74,77%B) - Sexo (67,87%A e 56,52%B) - Telefone (59,36%A e 54,28%B) Já os jovens e adolescentes, de 16 a 36 anos, responderam como suas principais atividades: - Ouvir música (76,07%A e 78%B) - Leituras não relacionadas a atividades escolares (73,50%A e 72,22%B)


- Estudar (72,75%A e 76,89%B)

Em relação a todos os entrevistados, apenas 4,89%A e 0,67%B declararam que costumam usar o quarto somente para dormir. F- USO DE COMPUTADORES NA HABITAÇÃO - Não possuem (8,94%A e 12,29%B). - Não usam para trabalho remunerado (45,32%A e 55,56%B). - Pessoas que possuem computador com internet no quarto (22,55%A e 26,82%B). - Comunicam-se com outras pessoas através da internet (16,17%A e 17,24%B). G- BANHEIRO Os entrevistados alegaram que passam de 10 a 30 minutos por dia no banheiro (52,34%A e 52,47%B). Quando perguntados sobre o que não tem nele, mas que gostariam, o resultado foi o seguinte: Banheira ( 71,49%A e 65,09%B). Vista para paisagem bonita (56,38%A e 53,06%B). Jardim interno (39,15%A e 31,77%B). Esses dispositivos estimulariam uma permanência acima dos 30 minutos diários e diminuiriam ainda mais o seu caráter restritivo de higiene e curta permanência. Além disso, eles afirmam a vontade de possuir um espaço mais amplo, com vista e jardim, onde possa relaxar e fazer sua higiene pessoal. H- COZINHA

Atividade de cozinhar em casa: - 1 pessoa da família cozinha (29,36%A e 37,57%B). - Empregada cozinha (29,15%A e 24%B). Comem fora de casa: - Solteiros que comem fora e jantam em casa (57,89%A e 42,31%B).

- Comem fora no almoço e normalmente não jantam (15,79%A e 18,59%B). - Solteiros que comem fora tanto no almoço, quanto no jantar (71,16%). Locais da habitação onde realizam as refeições: - Cozinha (61,28%A e 62,32%B). - Sala de jantar (44,89%A e 41,25%B). - Sala de TV (40,43%A e 45,18%B). - Quarto (29,06%A e 37,33%B). Quando questionados a respeito do que desejariam para as suas cozinhas, o resultado foi o seguinte: - Paisagem bonita (51,70%A e 45,13%B). - Divisória móvel com a integrasse com jardim ou varanda (24,04%A e 16,39%B). Esse dado mostra o desejo de se desvincular a cozinha com a função de serviço e associá-la com algo prazeroso. - Televisor (27,87%A e 26,34%B). - Telefone (25,96%A e 21,55%B). - Integração com sala de estar por meio de divisória móvel (14,68%A e 16,76%B). - Integração com sala de estar por meio de um balcão (32,13%A e 33,53%B). I- O SENTIDO DA HABITAÇÃO Foi perguntado aos entrevistados qual é o sentido mais amplo da própria habitação para eles: - “O lugar onde estão as pessoas que me interessam” (28,30%A e 31,88). - “O lugar onde passo a maior parte do meu tempo” (22,77%A e 21,45%B). - “O lugar onde estão os meus pertences” (22,55%A e 18,95%B). A primeira alternativa é fortemente relacionada ao convívio social; a segunda, está relacionada ao caráter funcionalista; e a terceira, relaciona-se com uma visão acentuadamente materialista e individualizada do espaço doméstico.


A SEGUNDA E-PESQUISA Com o intuito de verificar mais profundamente os usos das novas tecnologias de informação e comunicação no cotidiano dos respondentes, foram realizadas mais nove questões abordando temas como a comunicação e o trabalho via internet, que resultaram nos seguintes dados: Costumam acessar a internet várias vezes ao dia (48%). - Acesso à internet de casa (73,44%). - Acesso à internet do trabalho (57,74%). Comunicam-se via internet: - Com familiares e amigos não-coabitantes (17,61%). - Colegas de trabalho (20,76%). - Com pessoas estranhas (30,92%). CONSIDERAÇÕES FINAIS Segundo Tramontano e Benevente (2004),

as e-pesquisas Nomads Comportamento & Espaços de morar revelaram-se ferramentas importantes para a tarefa de re-formulação de programas habitacionais. Elas apontam descontentamento de diversos dos usuários com relação aos seus espaços domésticos atuais, e deixam entrever algumas de suas aspirações através da combinação e do cruzamento de diversas respostas. O valor dessas consultas não é apenas quantitativo, mas sobretudo qualitativo, reafirmando a enorme diversificação de padrões comportamentais que se encontram em curso na sociedade brasileira, com, de resto, em muitos outros países ocidentalizados.

O número de atividades realizadas no interior das habitações tem aumentado bastante por diversas razões, modificando o uso dos cômodos tradicionais, o que caracteriza a falta de possibilidades de variações funcionais, herdada de modelos passados, a qual precisa ser urgentemente revisada e readaptada. A partir de todos esses dados coletados, é possível ter uma melhor noção de como é de fato o real funcionamento das habitações e dos seus cômodos em si, o que contribui fortemente para o desenvolvimento de um programa de necessidades mais adequado aos comportamentos atuais, proporcionando moradias mais confortáveis, funcionais e de qualidade.



2

PROGRAMAS DE INCENTIVO À HABITAÇÃO


PROGRAMA MINHA CASA, MINHA VIDA

O Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV), de acordo com Arantes (2009), lançado em março de 2009 pelo governo brasileiro, tem como finalidade criar mecanismos de incentivo à produção e à aquisição de novas unidades habitacionais pelas famílias com renda até dez salários mínimos, o qual foi dividido em três grupos: 400 mil unidades para famílias com renda até três salários mínimos, 200 mil unidades para famílias com renda de seis a dez salários mínimos e 400 mil unidades para famílias com renda de três a seis salários mínimos. O Programa é considerado como

Já aqueles enquadrados entre as duas últimas faixas tem mais opções de empréstimo, sendo possível financiar até 100% do imóvel em até 30 anos. As taxas de juros para essa faixa são as mais baixas encontradas no mercado imobiliário: variam de 5% a 8,16% ao ano, mais a Taxa Referencial (TR) - atualmente de 0,11% ao mês. Quanto maior a renda, maior os juros. Essas duas faixas também contam com redução dos custos de seguro habitacional e acesso ao Fundo Garantidor Habitacional, após o pagamento de seis parcelas. O recurso garante o refinanciamento de até 36 prestações, em caso de impossibilidade de pagamento. Assim, o comprador terá que pagar, no mínimo, 5% das parcelas refinanciadas (CARTILHA DO PROGRAMA MINHA CASA, MINHA VIDA, 2011). A meta do governo de atendimento ao público da primeira faixa subiu de 40% para 60% nesta segunda etapa, o que deve resultar em 1,2 milhão de unidades habitacionais destinadas a essas famílias. Para a segunda faixa de renda, serão destinadas 600 mil moradias (30% do programa), e para a maior delas, 200 mil casas, ou 10% do total da segunda etapa, de acordo com o governo. O imóvel também pode ser financiado em até 90% com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), mas ele só pode custar até R$ 170 mil, se estiver localizado nas regiões metropolitanas de Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal; até R$ 150 mil, em cidades com mais de 1 milhão de habitantes; até R$ 130 mil em municípios com mais de 250 mil moradores; até R$ 100 mil para cidades com mais de 50 mil habitantes; e até R$ 80 mil para as demais regiões.

uma das principais ações do governo Lula em reação à crise econômica internacional – ao estimular a criação de empregos e de investimentos no setor da construção – e também como uma política social em grande escala. (NASCIMENTO, TOSTES, 2011. Não paginado).

Um dos mais fortes argumentos do governo a favor do PMCMV é a real possibilidade da redução do déficit habitacional brasileiro, hoje estimado em 6.272.645 unidades, segundo a Fundação João Pinheiro / Centro de Estatística e Informações (2009, não paginado). A Cartilha Completa do Programa Minha Casa, Minha Vida alega que os projetos dos empreendimentos são apresentados pelas construtoras, em parceria (ou não) com estados, municípios, cooperativas e movimentos sociais, analisados e contratados pela Caixa Econômica Federal (CEF), instituição bancária e agente fiscalizador das políticas habitacionais brasileiras, que recebe os recursos alocados pela União. A cartilha também diz respeito à segunda fase do programa, lançada em junho de 2011 pela presidente Dilma Rousseff, a qual estabelece novas faixas de renda para os beneficiados, associados ao valor do salário mínimo, para ajudar na aquisição da casa própria - usada ou direto na planta. São três as faixas de renda contempladas no Minha Casa, Minha Vida: de R$ 1.395, R$ 2.790 e R$ 4.650. Quem ganha até R$ 1.395 por mês pode pegar financiamento de até dez anos para pagar o imóvel. A prestação mensal do financiamento não pode comprometer mais que 10% da renda familiar, e a parcela mínima deve ser de R$ 50.

A- HABITAÇÃO PARA FAMÍLIAS COM RENDA ATÉ 3 SALÁRIOS MÍNIMOS ESPECIFICAÇÃO PADRONIZADA

- Tipologia 1: Casa térrea - 35 m² - Tipologia 2: Apartamento - 42 m²


ESPECIFICAÇÃO DA TIPOLOGIA 1 (CASA TÉRREA DE 35 m²)

Figura 1: Planta baixa das casas térreas oferecidas às famílias de até 3 salários mínimos.

- Compartimentos: sala, cozinha, banheiro, 2 dormitórios, área externa com tanque. - Área da unidade: 35 m². - Área interna: 32 m². - Piso: cerâmico na cozinha e banheiro, cimentado no restante. - Revestimento de alvenarias: azulejo 1,50m nas paredes hidráulicas e box. Reboco interno e externo com pintura PVA no restante. - Forro: laje de concreto ou forro de madeira ou pvc. - Cobertura: telha cerâmica. - Esquadrias: janelas de ferro ou alumínio e portas de madeira. - Dimensões dos compartimentos: compatível com mobiliário mínimo. - Pé-direito: 2,20m na cozinha e banheiro, 2,50m no restante. - Instalações hidráulicas: número de pontos definido, medição independente. - Instalações elétricas: número de pontos definido, especificação mínima de materiais. - Aquecimento solar/térmico: instalação de kit completo. - Passeio: 0,50m no perímetro da construção.

Fonte: DOVAL e BATISTA (2012).

Figura 2: Imagem das casas térreas oferecidas às famílias de até 3 salários mínimos.

Fonte: DOVAL e BATISTA (2012).


ESPECIFICAÇÃO DA TIPOLOGIA 2 (APARTAMENTO DE 42m²) Figura 3: Planta baixa das moradias verticais, oferecidas às famílias de até 3 salários mínimos.

Fonte: DOVAL e BATISTA (2012).

Figura 4: Imagemdas moradias verticais, oferecidas às famílias de até 3 salários mínimos.

- Compartimentos: sala, cozinha, área de serviço, banheiro, 2 dormitórios. - Prédio: 4 pavimentos, 16 apartamentos por bloco – opção: até 5 pavimentos e - 20 apartamentos. - Área da unidade: 42m2. - Área interna: 37 m². - Piso: cerâmico na cozinha e banheiro, cimentado no restante. - Revestimento de alvenarias: azulejo 1,50m nas paredes hidráulicas e box. Reboco interno e externo com pintura PVA no restante. - Forro: laje de concreto. - Cobertura: telha fibrocimento. - Esquadrias: janelas de ferro ou alumínio e portas de madeira. - Dimensões dos compartimentos: compatível com mobiliário mínimo. - Pé-direito: 2,20m na cozinha e banheiro, 2,40m no restante. - Instalações hidráulicas: número de pontos definido, medição independente. - Instalações elétricas: número de pontos definido, especificação mínima de materiais. - Aquecimento solar/térmico: instalação de kit completo. - Passeio: 0,50m no perímetro da construção. Os dois modelos apresentados fazem parte da primeira fase do Programa Minha Casa, Minha Vida. Os empreendimentos voltados a este público, não são o foco do trabalho aqui apresentado, no entanto, é necessário citá-los, no intuito de apresentar os modelos tipológicos produzidos para este segmento.

Fonte: DOVAL e BATISTA (2012).

HABITAÇÃO PARA FAMÍLIAS DE 3 A 10 SALÁRIOS MÍNIMOS

Empreendimentos com valor de avaliação com-


patível com a faixa de renda prioritária (acima de 3 e até 10 salários mínimos) não possuem especificação padrão. A grande maioria das unidades comercializadas, para as famílias com esta renda mensal bruta, são em condomínios verticais. Estes podem ser executados e comercializados (visando o lucro), tanto por pequenos construtores em escala local, ou por grandes construtoras, conhecidas nacionalmente, que oferecem, praticamente, os mesmos produtos por todo o país, não levando em consideração as peculiaridades climáticas e sociais de cada região, como os apartamentos presentes abaixo, os quais possuem 2 dormitórios. Figura 5: Apartamento construído pela Construtora MRV.

Fonte: www.mrv.com.br, 2014. Figura 6: Apartamento construído pela Construtura Tenda.

Fonte: www.tenda.com.br, 2014.

A partir das análises anteriores, nota-se um padrão estabelecido pelas construtoras em seus empreendimentos. Deve-se atentar-se ao fato de que, a tipologia executada por essas grandes construtoras, nada se difere da tipologia analisada anteriormente, voltada aos beneficiários que se enquadram na categoria de renda mensal até 3 salários mínimos, uma vez que todos possuem em comum 2 dormitórios, somente um banheiro, uma sala, uma cozinha, e uma singela área de serviço, que juntos ocupam uma área inferior a 50m². É possível afirmar que as construtoras acabam lucrando mais por fazerem “menos” em relação às habitações oferecidas, as quais poderiam ser menos generalizadas e mais personalizadas. Para garantir que essas moradias sejam mais personalizadas são necessários estudos da região, da população e seus hábitos, do que a região oferece e necessita, entre outros fatores. Além disso, simples estudos bioclimáticos poderiam garantir uma habitação mais fresca, sem a necessidade de meios artificiais como ventiladores e ar condicionados, para garantir a qualidade da estadia no seu interior. Outros fatores de extrema importância e que não são levados em consideração pelas construtoras são a necessidade cada vez maior de individualidade entre os integrantes da família e a flexibilidade e integração dos ambientes comuns.


PROGRAMA DE HABITAÇÃO DO CDHU O Programa de Habitação do CDHU foi desenvolvido com o objetivo de atender a população organizada por meio de Associações e Cooperativas Habitacionais, visando o aprimoramento dos produtos habitacionais e a promoção da função social da propriedade mediante estímulo à utilização de vazios urbanos e das áreas de expansão urbana dos municípios (CARTILHA DO GOVERNO FEDERAL, não datado). Os empreendimentos implantados através desse programa contam com a participação das Entidades Organizadoras (Associações Comunitárias ou Cooperativas Habitacionais) em todo o processo de produção, desde a indicação do terreno até a implantação do condomínio. Os projetos são desenvolvidos com tipologias padrão da CDHU; a execução das obras conta com etapa em empreitada global contratada pela Companhia e com execução dos acabamentos das unidades habitacionais por meio de mutirão. As Entidades Organizadoras selecionadas por meio do procedimento de seleção podem optar pela execução da totalidade das obras do empreendimento em empreitada, sem participação de mão de obra mutirante (CARTILHA DO GOVERNO FEDERAL, não datado).

PROPOSTA VENCEDORA DO CONCURSO HABITAÇÃO PARA TODOS DO CDHU - TRIPTYQUE O concurso Habitação da todos, promovido pelo CDHU, propõe abordar a criação de novas tipologias a partir de uma proposta urbanística estruturante, propondo alternativas desejáveis ao crescimento desordenado do urbanismo monofuncional. O objetivo é dividir a gestão dos espaços coletivos entre indivíduo, condomínio, comunidade e poder público, preservando características urbanas. Objetivos principais: - Aumento em potencial em 30% da área do apartamento por meio da criação de uma “varanda reversível” de fora do apartamento. - A otimização da ventilação natural e a biorientação dos apartamentos através de um formato de prédio alongado em corpos separados. - O acesso à luz natural e ao conforto de uso por meio da criação de painéis de vidro nas salas e a criação de uma rede externa comum de circulação vertical. - Criação de uma rede externa comum de circulação vertical.

Figura 7: Proposta Triptyque.

Figura 8: Volumetria do edifício.

Fonte: www.slideshare.net, 2014.

Fonte: www.slideshare.net, 2014.


Figura 9: Esquema de funções.

Fonte: www.slideshare.net, 2014.

Figura 10: Esquema do programa do edifício.

Fonte: www.slideshare.net, 2014.


Figura 11: Apartamento de 80 m.

Fonte: www.concursosdeprojeto.org, 2014.


O prédio é constituído por dois corpos de 40m por 8.50m (4 apartamentos transversais por andar), ligados por passarelas de distribuição externas, dividindo uma única escada externa de circulação vertical. Estas construções mantêm uma distância relativa superior ou igual à altura do prédio, de modo a garantir insolação e ventilação a todos os apartamentos, assim como a necessária privacidade dos quartos. Esta entidade, cujo acesso é controlado por duas laterais do jardim interno, define o primeiro nível coletivo do prédio, compatível com a vigilância de crianças pequenas e o compartilhamento da lavandaria.



3

A CIDADE E A CENTRALIDADE



A habitação popular produzida pelo poder público, historicamente foi estabelecida fora dos centros urbanos, com a justificativa de diminuir custos para proporcionar o acesso à casa própria. Geralmente são escolhidos terrenos desprovidos de infraestrutura, equipamentos públicos, serviços essenciais, como transporte, saúde e educação, e oferta de emprego. O modelo de produção habitacional feito pelo poder público, com redução dos custos através da aquisição de terrenos mal localizados e baratos, são alguns dos fatores que contribuem com o processo de periferização. A produção de moradias adequadas é de extrema importância, porém, também precisam estar localizadas em áreas já consolidadas e que tenham potencial a oferecer à população, podendo, assim, haver um melhor aproveitamento dos recursos já existentes, potencializando a qualidade habitacional. Os centros das cidades se tornaram monofuncionais, geralmente abrigando somente comércio e prestação de serviços, perdendo fortemente o seu caráter residencial. Em geral, são áreas dotadas de infraestrutura básica, como redes de água, esgoto, sistema viário, praças, entre outros. Além disso, normalmente possuem equipamentos de saúde, educação, transporte e lazer. Acaba sendo paradoxal oferecer habitações nas periferias, as quais são escassas de recursos, sendo que já existem áreas consolidadas e qualificadas. Devolver o caráter residencial a essas áreas centrais acarreta em uma melhora excepcional na qualidade das habitações localizadas nelas e, consequentemente, na dos seus moradores. Estar próximo aos recursos básicos, à cultura e lazer, às oportunidades de emprego, entre outros, contribui, inclusive, financeiramente, pois a população não precisará se desprender da periferia para trabalhar no centro, voltando somente à noite para suas residências, o que as torna somente “dormitórios”. Portanto, a qualidade de vida que os centros oferecem é a mesma que está faltando nas habitações populares oferecidas hoje. Não há nada mais justo do que proporcionar moradias, independente a que classe social, que sejam complementadas pelo seu entorno e que se relacionassem entre si, diminuindo a tão existente segregação de classes.



4

O CENTRO DE RIBEIRテグ PRETO


ANÁLISE DA REGIÃO CENTRAL

Área verde Cultura e Lazer Escolas Hospitais e UBDS Terminal rodoviário Centros de comércio Patrimônios históricos Terreno escolhido


Mapa da região central de Ribeirão Preto, a qual oferece inúmeros equipamentos de suporte e bem estar à população, destacando os principais.


Figura 14: Estúdio Kaiser.

A região central de Ribeirão Preto é extremamente rica em relação à vasta diversidade de atividades oferecidas à população. É uma área que centraliza grandes áreas verdes, espaços culturais, eventos temporários, hospitais e UBDS, escolas, museu, templos religiosos, grandes centros de comércio, terminal rodoviário, importantes edifícios considerados patrimônios históricos da cidade, entre outros. Portanto, o cidadão ribeirão-pretano está cercado de oportunidades, quando se referido ao centro da cidade.

Fonte: www.concursosdeprojeto.org, 2014.

Figura 15: Quarteirão Paulista.

Fonte: www.bcandida.blogspot.com.br, 2014. Figura 16: Proposta de expansão do SESC.

Fonte: www.concursosdeprojeto.org, 2014.

CULTURA E LAZER O poder cultural existente na região central é muito forte e presente. Os Estúdios Kaiser (Figura 14), por exemplo, correspondem a uma antiga cervejaria que sofreu o processo de tombamento pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico Turístico do Estado de São Paulo) e pelo CONPPAC (Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural do Município de Ribeirão Preto), funcionam como sedes do Núcleo de Cinema de Ribeirão Preto, da São Paulo Film Commission, da Fundação Feira do Livro e do Projeto CineCidadão, de acordo com próprio site do local. Oferece à população sessões de cinema semanais e gratuitas, com comentários e análises no final. Além disso, promove eventos esporádicos. Já o Quarteirão Paulista (Figura 15), constituído principalmente pelo Teatro Pedro II, ladeado pelo Hotel Central, hoje utilizado com local para exposições, e pelo Edifício Meira Júnior, juntamente com a Chopperia Pinguim, são palcos de muitas atividades de cultura e lazer. Muitos eventos importantes para a cidade acontecem na explanada do teatro, como a Feira do Livro, shows, campanhas de saúde, entre outros. O SESC, localizado à margem da Avenida Francisco Junqueira, além de oferecer apresentações teatrais e shows, fornece também, aulas esportivas, exposições, biblioteca, etc. O edifício sofrerá uma expansão, resulta


Figura 17: Biblioteca Cultural Altino Arantes.

do de um concurso realizado pelo próprio SESC, a qual a proposta (Figura 16) ganhadora foi a dos arquitetos Helena Ayoub Silva e Arquitetos Associados Ltda. e SIAA MPDM Arquitetos Ltda. (SESCSP, 2013). A proposta vai valorizar ainda mais a área ao seu redor e as atividades oferecidas à população também se expandirão. A Biblioteca Cultural Altino Arantes (Figura 17), localizada na Rua Duque de Caxias, construída em 1912, possui em seu acervo quarenta mil títulos, sendo que dois mil destes títulos estão disponíveis em braile. Anualmente recebe a visita de quarenta e três mil e duzentos usuários que vão à busca de pesquisas ou empréstimo gratuito de livros. Além disso, foi tombada em 1985, pelo CONDEPHAAT e CONPAAC.

Fonte: www.jornalacidade.com.br 2014. Figura 18: Escola Estadual Otoniel Mota.

EDUCAÇÃO Pode-se dizer que uma das instituições de ensino que mais se destacam no centro da cidade de Ribeirão Preto é a Escola Estadual Otoniel Mota (Figura 18) , a qual foi o primeiro ginásio do interior e o terceiro do Estado. Funcionou provisoriamente em um prédio espaçoso, alugado pela Câmara Municipal, com doação material feita pelo Governo Estadual. Após isso, foi transferida para o edifício localizado na Rua Prudente de Moraes, onde funciona até hoje. Seu edifício foi tombado em 2002 pelo CONDEPHAAT. SAÚDE

Fonte: www.jornalacidade.com.br 2014. Figura 19: UBDS Central.

Localizada na Avenida Jerônimo Gonçalves, a UBDS Central (Figura 19) oferece à população atendimento básico, emergencial e especialista. Possui setor odontológico, serviço social, enfermagem, vacinação, ginecologia e obstetrícia, neurologia, cardiologia, assistência farmacêutica, entre outros.

Fonte: www.jornalacidade.com.br 2014.


Figura 20: Terminal Rodoviário.

COMÉRCIO

Fonte: www.jornalacidade.com.br, 2014. Figura 21: Mercado Municipal.

Fonte: www.jornalacidade.com.br, 2014. Figura 22: Shopping Santa Úrsula..

Fonte: www.shoppingsantaursula.com.br, 2014.

Reconstruído em 1942, após um incêncio, pelo engenheiro Jaime Zieger, assim que o Mercado Municipal (Figura 21) passou a funcionar, tornou-se um marco para a cidade. Até hoje abastece famílias de todas as classes sociais da cidade e região, podendo encontrar uma grande variedade de alimentos, suprimentos, calçados, ferramentas, entre outros. Foi tombado como patrimônio histórico em 1993, pelo CONDEPHAAT, pelo fato de a sua função como mercado, caracteriza e potencializa essa região central da cidade. Outro centro de comércio importante para a região é o Shopping Santa Úrsula (Figura 22), o qual possui um conjunto de lojas grande, cinema e restaurantes, sendo também, um centro de lazer.


Figura 23: Catedral Metropolitana.

RELIGIÃO Com seu tombamento como patrimônio histórico em andamento, a Catedral Metropolitana de São Sebastião (Figura 23) possui muita importância para a população da cidade. Além das missas, realiza casamentos e é um dos cartões postais de Ribeirão Preto. No seu interior destacam-se os vitrais coloridos, as telas pintadas por Benedito Calixto, que datam de 1917, as pinturas decorativas nas paredes, os altares em mármore de Carrara e o altar do sacrifício eucarístico com a Santa Ceia esculpida.

Fonte: www.jornalacidade.com.br, 2014. Figura 24: Edifício Diederichsen.

PATRIMÔNIO HISTÓRICO Além de todos os edifícios já citados anteriormente como patrimônios históricos, existem alguns, localizados na região central, que merecem destaque por influenciarem na história da cidade. Um deles é o Edifício Diederichsen (Figura 24), tombado em 2009 pelo CONDEPHAAT. Com uma de suas fachadas voltada para a Praça XV de Novembro, o Diederichsen foi o primeiro edifício multifuncional da cidade, abrigando lojas, serviços, cinema, hotel, entre outras funções. Outro edifício que merece destaque é o Palácio Rio Branco (Figura 25), o qual foi encomendado pelo então prefeito Joaquim Macedo Bitencourt ao engenheiro Antônio Soares Romeu que elaborou seu projeto com base nas regras estilísticas da belle-époque. Foi projetado com mistura de tendências da art-decô ao neo-clássico e teve seu tombamento em 1988 pelo CONPPAC. Atualmente é a sede da Prefeitura de Ribeirão Preto.

Fonte: www.jornalacidade.com.br, 2014. Figura 25: Palácio do Rio Branco.

Fonte: www.ribeiraopreto.gov.br, 2014.


ÁREA DE INTERVENÇÃO

O terreno escolhido situa-se à Rua Visconde do Rio Branco, esquina com a Rua Álvares Cabral, na cidade de Ribeirão Preto. Localiza-se na quadra número 4 do esquema acima, no quadrilátero central.



ANÁLISE DO TERRENO

A partir da análise das cartas solares referentes à área de intervenção, obtem-se os seguintes resultados: - Fachada noroeste (309,12º): Recebe insolação no verão, de dezembro à março, das 12:30h às 18:30h; no outono, de março à junho, das 10h às 17:30h; no inverno, de junho à setembro, das 10:30h às 18h; e na primavera, de setembro à dezembro, das 11:30h às 18:30h.

- Fachada nordeste (38,01º): Recebe insolação no verão, de dezembro à março, das 11:45h às 13:15h; no outono, de março à junho, das 13:15h às 15:30h; no inverno, de junho à setembro, das 13:15h às 15:30h; e na primavera, de setembro à dezembro, das 11:30h às 13:15h.


- Fachada sudoeste (220,48º): Recebe insolação no verão, de dezembro à março, das 12:30h às 18:30h; no outono, de março à junho, das 13:45h às 18h; no inverno, de junho à setembro, das 13:45h às 18h; e na primavera, de setembro à dezembro, das 12h às 18:30h. - Fachada sudeste (129,95º): Recebe insolação no verão, de dezembro à março, das 5:30h às 12h; no outono, de março à junho, das 6h às 10:30h; no inverno, de junho à setembro, das 6h às 10:30h; e na primavera, de setembro à dezembro, das 5:30h às 12h. O terreno possui uma área toral de 1.918,20 metros quadrados e está localizado em uma região, a qual possui pouco desnível de solo, não tendo qualquer curva de nível que o ultrapasse, sendo posicionado na cota 524.4

59,14 m Rua Visconde do Rio Branco

Rua Álvares Cabral 32,87 m

Lote 1

1.127,41 m2

Lote 2

629,95 m2

Lote 3

160,84 m2

30,50 30,50m m

Rua Visconde do Rio Branco


USO DO SOLO

Pode-se analisar, a partir dos levantamentos realizados, que a área estudada possui usos bem variados, porém, os que predominam são o comércio e a prestação de serviços, sucedidos pelo uso residencial.`



OCUPAÇÃO DO SOLO

O levantamento realizado comprova que os lotes da área são ocupados em sua possibilidade máxima. A maioria das áreas em que quase ou não há ocupação, são destinadas a estacionamentos, muito presentes na região central da cidade de Ribeirão Preto.



GABARITO

De acordo com o levantamento de dados realizado é possível analisar que a área possui edifícios com o número de pavimentos bem variado, porém, o que prevalece são os de até cinco. A quantidade de edificações mais altas vai aumentando conforme for maior a distância das mesmas em relação à Avenida Francisco Junqueira, localizada em uma das faces do SESC.



SISTEMA VIÁRIO

O fluxo de automóveis em toda a região central é intenso, principalmente devido ao grande número de comércio, prestação de serviços e locais para entretenimento e lazer. A Avenida Francisco Junqueira, por ser uma extensa e importante via para a cidade, concentra um fluxo maior, gerando problemas nas áreas de cruzamento com as vias coletoras.


ÁREA DE INTERVENÇÃO


ENTORNO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO




5

PROJETOS REFERÊNCIAS


CONJUNTO HABITACIONAL NEMAUSUS - JEAN NOUVEL Construído em 1987, na cidade de Nimes na França, Nemausus mostrou-se inovador não só para o contexto francês e europeu, mas também para todo o mundo, pois busca romper com toda a tradição e rigidez das habitações sociais, em sua maioria construídas até então. O principal desafio do projeto seria uma concepção espacial que refletisse e acompanhasse todas as constantes transformações vivenciadas pela sociedade francesa. Para tanto, Nouvel buscou o conceito do projeto em premissas que, segundo ele, seriam indispensáveis ao traçado e uso do espaço de morar, que são: maior área possível, flexibilidade e baixo custo. No total, o conjunto possui 114 apartamentos divididos em três tipologias diferentes quanto ao arranjo espacial e área, sendo térreo, duplex ou triplex, resultando em 17 tipos diferentes de unidades. A superfície total é de 10.400 m2, sendo a média de área por apartamento de 91 m2, muito acima de um tradicional exemplar de habitação social. Além da diminuição dos custos, a escolha de materiais foi feita atentando-se para as questões de conforto ambiental, térmico e otimização da ventilação. Outra vantagem específica para a adoção dos painéis de alumínio do revestimento das fachadas reside na facilidade de troca individual destes elementos, gerando baixíssimos resíduos de demolição e que, ainda concedem a possibilidade de reciclagem.


O acesso e a circulação dos apartamentos dá-se através das extremidades dos edifícios, sendo as voltadas para as ruas as de caráter mais privado e, as voltadas para a praça, as de caráter mais público aos moradores. Esta última, por sua vez, possui bancos em toda a sua extensão para reafirmar a intenção de uma inter-relação social entre os moradores. As extremidades da fachada leste são apoiadas sobre pilotis, gerando o estacionamento coberto, em um nível mais baixo.






EDIFÍCIO DE APARTAMENTOS GIFU KITAGATA - KAZUYO SEJIMA

O edifício de apartamentos é parte de um projeto de vivenda pública e situa-se próximo à cidade de Gifu, no Japão. A ideia era dispor os edifícios em torno do perímetro do local. Sejima enche a secção do sudoeste do local, criando um corredor longo e estabelecendo um “cotovelo” consegue um sentido de cerco, dando forma a um interior e exterior do bloco.


Cada unidade residencial possui um terraço que, apesar de estar separado do solo, possibilita o contato com a natureza. Foram desenvolvidos para deixar o volume do edifício com mais leveza, proporcionando uma área de lazer e integração aos moradores.





6

O PROJETO


CONCEITO Segundo Tramontano e Benevente (2004), as e-pesquisas Nomads Comportamento & Espaços de Morar revelaram-se ferramentas importantes para a tarefa de reformulação de programas habitacionais. Elas apontam descontentamento de diversos dos usuários com relação aos seus espaços domésticos atuais, e deixam entrever algumas de suas aspirações através da combinação e do cruzamento de diversas respostas. O valor dessas consultas não é apenas quantitativo, mas sobretudo, qualitativo, reafirmando a enorme diversificação de padrões comportamentais que se encontram em curso na sociedade brasileira, assim como em muitos outros países ocidentalizados. O número de atividades realizadas no interior das habitações tem aumentado bastante por diversas razões, modficando o uso dos cômodos tradicionais, herdada de modelos passados, a qual precisa ser urgentemente revisada e readaptada. A partir de todos os dados coletados, é possível ter uma melhor noção de como é de fato o real funcionamento das habitações e dos seus cômodos em si, o que contribui fortemente para o desenvolvimento de um programa de necessidades mais adequado aos comportamentos atuais, proporcionando moradias mais confortáveis, funcionais e de qualidade. A produção de moradias adequadas é de extrema importância, porém, também precisam estar localizadas em áreas já consolidadas e que tenham potencial a oferecer à população, podendo, assim, haver um melhor aproveitamento dos recursos já existentes, potencializando a qualidade habitacional. Os centros das cidades se tornaram monofuncionais, geralmente abrigando somente comércio e prestação de serviços, perdendo fortemente o seu caráter residencial. Em geral, são áreas dotadas de infraestrutura básica, com redes de água, esgoto, sistema viário, praças, entre outros. Além disso, normalmente possuem equipamentos de saúde, educação, transporte e lazer. Acaba sendo paradoxal oferecer habitações nas periferias, as quais são escassas de recursos, sendo que já existem áreas consolidadas e qualificadas. Devolver o caráter residencial a essas áreas cen-

trais acarreta em uma melhora excepcional na qualidade das habitações localizadas nelas e, consequentemente, na dos seus moradores. Estar próximo aos recursos básicos, à cultura e lazer, às oportunidades de emprego, entre outros, contribui, inclusive, financeiramente, pois a população não precisará se desprender da periferia para trabalhar no centro, voltando somente à noite para suas residências, o que as torna somente “dormitórios“. Portanto, a qualidade de vida que os centros oferecem é a mesma que está faltando nas habitações populares oferecidas hoje. Não há nada mais justo do que proporcionar moradias, independente a que classe social, que sejam complementadas pelo seu entorno e que se relacionassem entre si, diminuindo a tão existente segregação de classes. O conceito da proposta de projeto é de desenvolver unidades habitacionais flexíveis e independentes, que se adequem às necessidades de cada grupo familiar correspondente, as quais sejam complementadas por todos os equipamentos oferecidos pelo centro da cidade de Ribeirão Preto, agregando maior qualidade de vida aos seus moradores.

PARTIDO Para que os requisitos conceituais sejam atingidos, visando a total flexibilidade no interior dos apartamentos, foi estabelecida a repetição modular de 3,75 por 2,50 metros. Essa repetição resulta em três diferentes tipos de apartamentos, contendo 3, 5 e 7 módulos, respectivamente, os quais atendem aos núcleos familiares como solteiros, casal / casal +1 e casal +2 / casal + 3. A localização considerada ideal para agregar maior qualidade a essas habitações foi um conjunto de 3 terrenos, atualmente utilizados como estacionamento, à rua Visconde do Rio Branco, esquina com a rua Álvares Cabral, no centro da cidade de Riberão Preto.

0

5 2, 3,75 m

m


POTENCIAL DE CONSTRUÇÃO DOS LOTES

1.918,20

5.754,60

1.438,65

383,64

95,91

ESTUDO DE VIABILIDADE DO TERRENO Gabarito básico

Frontal

Lateral e Fundo

Mínimo 0 4

H 10 10

Recuo 0 4

Recuo adotado 0 4

2

10

2

2

Gabarito vertical - H = 3 (L +R) Frontal

Lateral e Fundo

H 11 20 30 40 50 60 70 H 11 20 30 40 50 60 70

Largura da Rua 14 14 14 14 14 14 14 H/6 6 6 6 6 6 6 6

Recuo 10,33 7,33 4 0,66 2,66 6 9,33 Recuo 1,83 3,33 5 6,66 8,33 10 11,66

Recuo adotado 10,33 7,33 5 5 5 6 9,33 Recuo adotado 2 3,33 5 6,66 8,33 10 11,66

32,87m

Área Total (m2)

59,14m

Rua Visconde do Rio Branco

Rua Álvares Cabral

Institucional 5% 56,37 31,49 8,04

Lote 1

Área permeável 20% 225,48 125,99 32,16

Lote 2

T.O. 75% 845,55 472,46 120,63

Lote 3

C.A. 3,0 3.382,23 1.889,85 482,52

30,50m

Lote 1 Lote 2 Lote 3

Terreno (m2) 1.127,41 629,95 160,84


Legenda Gabarito Básico - H = 10m (Área 1.367,44m2) Gabarito Vertical - H = 20m (Área 1.016,31m2) Gabarito Vertical - H = 30m (Área 1.063,40m2) Gabarito Vertical - H = 40m (Área 946,62m2) Gabarito Vertical - H = 50m (Área 834,69m2) Gabarito Vertical - H = 60m (Área 667,34m2) Gabarito Vertical - H = 70m (Área 392,79m2)



PROGRAMA DE NECESSIDADES

28,12m2 20% TIPO

46,87m2 30%

65,62m2 50%

MÓDULO (m2)

APARTAMENTOS

ÁREA TOTAL

28,12

20 unid.

590,52m2

46,87

18 unid.

890,53m2

65,62

23 unid.

1.509,29m2

61 unid.

2.990,31m2

Térreo

846,56m2

Terraço

513,97m2

Total de área construída

5.754,60m2

Coeficiente de Aproveitamento

5.754,60m2


VOLUMETRIA vizinhança. Possui o pé-direito de 5,50 m, o que possibilita que todo o comércio tenha um mesanino que pode ser usado como depósito. Uma pequena parte do térreo é destinada ao acesso das moradias, localizada na Rua Álvares Cabral, a qual é restrita aos moradores. O terraço foi projetado com o objetivo de separar as habitações do comércio, sendo um pavimento intermediário, e também, para ser um espaço livre de uso coletivo, garantindo uma boa visibilidade do centro da cidade. Pode ser considerado como a extensão do “quintal“ dos apartamentos da região.

As unidades habitacionais são facilmente diferenciadas nas fachadas devido à utilização de beirais com larguras diferentes. Os apartamentos de 65,62 m2 possuem beiral de 1,50 m, os de 46,87 m2, de 1m e os de 28,12 m2, de 0,50 m. Essa distinção dos tipos de apartamentos é feita justamente para reforçar a individualidade dos mesmos, os quais devem atender às diversificadas necessidades de seus moradores. O térreo é ocupado, em sua maioria, por uma galeria que reune lojas e restaurantes, os quais atendem, não somente aos moradores do edifício, como também, toda a

Residências

Terraço Galeria

O

A

U

R

NC

ES

R VA ÁL AL

R

AB

C

I

AV

RU

E

ND

O SC

DO

O

RI

A BR

Residências Terraço Galeria


ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADES HABITACIONAIS

Rua Álvares Cabral

ELEVAÇÃO AA RUA VISCONDE DO RIO BRANCO


Rua Visconde do Rio Branco

ELEVAÇÃO BB RUA ÁLVARES CABRAL


ELEVAÇÃO CC FUNDO


ELEVAÇÃO DD LATERAL


PLANTAS BAIXAS

TÉRREO - GALERIA E ACESSO RESIDENCIAS O pavimento térreo é destinado ao comércio e ao acesso às habitações. A galeria de lojas, a qual ocupa a maior parte do pavimento, é constituída por 5 restaurantes e 3 quiosques.


1o PAVIMENTO - TERRAÇO O terraço é um pavimento intermediário ao comércio e às habitações, o qual é destinado ao público, que pode usufruí-lo de forma livre. Pode ser utilizado como uma grande área de encontro e descanso por toda a população da cidade, sendo considerado, também, como a extensão das habitações da região central, assim como, das habitações do próprio edifício.


2o PAVIMENTO - HABITAÇÃO 1


3o PAVIMENTO - HABITAÇÃO 2


4o PAVIMENTO - HABITAÇÃO 3


5o PAVIMENTO - HABITAÇÃO 4


6o PAVIMENTO - HABITAÇÃO 5


7o PAVIMENTO - HABITAÇÃO 6


8o PAVIMENTO - HABITAÇÃO 7


9o PAVIMENTO - HABITAÇÃO 8


PLANTA DE COBERTURA



DISTRIBUIÇAO INTERNA DOS PAVIMENTOS


2o PAVIMENTO - HABITAÇÃO 1



3o PAVIMENTO - HABITAÇÃO 2



4o PAVIMENTO - HABITAÇÃO 3



5o PAVIMENTO - HABITAÇÃO 4



6o PAVIMENTO - HABITAÇÃO 5



7o PAVIMENTO - HABITAÇÃO 6



8o PAVIMENTO - HABITAÇÃO 7



9o PAVIMENTO - HABITAÇÃO 8


SISTEMA ESTRUTURAL


Os elementos em vermelho são estruturais, os quais garantem a flexibilidade interna dos apartamentos. O terraço intermediário é sustentado por dois pilares inclinados, juntamente com vigas devidamente calculadas. Além dos pilares inclinados, as caixas de escada e de elevadores também sustentam este pavimento.


PERSPECTIVAS

Para o controle da incidência solar nos apartamentos, foram desenvolvidas “peles“ colocadas individualmente em cada unidade habitacional, sendo uma mais projetada do que a outra, garantindo que cada moradia seja indentificada externamente, e não o edifício como um todo.


A “pele“ possui um desenho contemporâneo, correspondente à distribuição dos apartamentos.











MEMORIAL DESCRITIVO Apresentando uma abordagem projetual arquitetônica, através da concepção do edifício, implantado em um lote devidamente cadastrado no perímetro urbano do município de Ribeirão Preto, analisa-se e identificam-se as características pertinentes de uma estruturação apropriada para tal finalidade, em favorecimento a habitação e as atividades vinculadas de comércio e prestação de serviços. No presente projeto, o programa de necessidades, contemplando conceitos de composição modular, tipologias de ocupação e legislações pertinentes, foi constituído para o devido aproveitamento e obrigatoriedade, organizado no seguinte memorial descritivo: - Estrutura: Definido por uma composição de pilares e vigas de concreto armado pré-moldados, distribuídos através das modulações, e por uma laje nervurada protendida, para todos os níveis do edifício; - Fechamentos: Compostos por alvenaria de blocos cerâmicos e divisórias de drywall para os módulos existentes da galeria e das unidades habitacionais; - Aberturas: Compostas por esquadrias de alumínio e vidro, instaladas nas quatro faces de fachadas de todos os pavimentos das habitações, e interno e externo dos módulos de comércio e prestação de serviço implantados no nível da galeria; - Beirais: Locados nas quatro faces de fachadas de todos os pavimentos residenciais, sendo constituídos de propriedade metálica com três dimensões de larguras diferentes, variando entre 0.50, 1.00 e 1.50 metros, caracterizadas pelas tipologias habitacionais estipuladas; - Circulação vertical: Caracterizada pelos elevadores dispostos para os acessos identificados do público em geral e dos moradores das habitações, garantindo a locomoção entre todos os pavimentos para os moradores e somente os níveis da galeria e do terraço para o público; - Reservatório de água: Composto pelas caixas d’águas

locadas acima da estrutura de cobertura da escada residencial, possuindo capacidade de abastecimento das unidades habitacionais e da galeria; - Área de manutenção: Definido por um espaço, existente em todos os níveis habitacionais, responsáveis em abrigar todas as centrais das ramificações hidráulicas, elétricas e de outros componentes para cada pavimento e para as unidades residenciais; - Estacionamento das habitações: Localizado em dois níveis de pavimento subsolo, definido pela área total do lote, sendo fornecida uma vaga para cada habitação destinada à tipologia solteira e duas para vagas para cada habitação destinada as tipologias casal com um, dois ou três filhos, gerando um total de 128 vagas. O acesso dos veículos aos dois subsolos, após identificação e permissão da guarita pertinente, inicia-se por uma rampa locada defronte a Rua Ávares Cabral, e finaliza-se por outra rampa locada com saída para a Rua Visconde do Rio Branco, além de mais duas rampas internas que distribuem os veículos para as respectivas vagas. Quanto aos moradores, dois elevadores e duas escadas desenvolvem a locomoção para os demais pavimentos acima. A estruturação do estacionamento determina-se por uma composição de apoio e fundação do longo do perímetro do lote; - Estacionamento externo: Localizado defronte a Rua Visconde do Rio Branco destina-se aos usuários da galeria e de visitantes das unidades habitacionais do edifício; - Galeria: Composta por espaços destinados as atividades comerciais e de prestação de serviços, como lojas e restaurantes, está implantada no pavimento térreo, possibilitando a entrada direta e o convívio de pessoas em geral e dos próprios moradores do edifício, sendo divididos por elementos de circulação, pontos de encontro e acessos verticais e horizontais públicos e privados; - Terraço: Delimitado em uma área livre, para utilização de determinados eventos ou simplesmente de apreciação ao local, destina-se o acesso do público em geral e dos próprios moradores do edifício;



BIBLIOGRAFIA



1. TRAMONTANO, M.; BENEVENTE, V. A. Comportamentos & espaços de morar: leituras preliminares das e-pesquisas Nomads. Nomads USP. São Paulo, 2004. Disponível em: http://www.nomads.usp.br/site/livraria/livraria.html. Acesso em: 2014.

9. AZEVEDO, Sergio de. “A Questão da Moradia no Brasil: necessidades habitacionais, políticas e tendências”. In: FERNANDES, Ana e SOUZA, Angela Gordilho. Habitação no Brasil: reflexões, avaliações e propostas. Salvador: FAUFBA/PPGAU, 2004.

2. TRAMONTANO, M. Habitações, metrópoles e modos de vida. Por uma reflexão sobre o espaço doméstico contemporâneo. 3o Prêmio Jovens Arquitetos, categoria “Ensaio Crítico”. São Paulo, 1997. Disponível em: <http://www.nomads.usp.br/site/livraria/livraria.html>. Acesso em: 2014.

10. Sustentabilidade e inovação na habitação popular: o desafio de propor modelos eficientes de moradia / Governo do Estado de São Paulo. Secretaria de Estado de Habitação – São Paulo, 2010.

3. TRAMONTANO, M. Habitação moderna – A construção de um conceito. EESC – USP, 1993. 4. NOMBUKI, N. Origens da habitação social no Brasil – Arquitetura Moderna, Lei do Inquilinato e Difusão da Casa Própria. 6. ed. – São Paulo: Estação Liberdade, 2011. 5. PONTES, F. Alejandro Aravena: “Deixem o povo ampliar suas casas”. Revista Época. São Paulo, 2012. NASCIMENTO, D. M.; TOSTES, S. P. Programa Minha Casa Minha Vida: a (mesma) política habitacional no Brasil (1). Vitruvius. Arquitextos. São Paulo, 2011. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.133/3936> 6. GONÇALVES, J. C. S. e DUARTE, D. H. S. Arquitetura sustentável: uma integração entre ambiente, projeto e tecnologia em experiências de pesquisa, prática e ensino. 2006. 7. LIMA, M.A.S. Estudo Comparativo de Interesse Social – O caso do Conjunto Habitacional Gervásio Maia (CHGM) – João Pessoa. Vitruvius. Arquitextos. São Paulo, 1998. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/ arquitextos/10.112/23. Acesso em: 2014. 8. FJP/CEI – Fundação João Pinheiro/Centro de Estatística e Informações. Déficit habitacional no Brasil 2007. Brasília: Ministério das Cidades, 2009.



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.