Modern
Edição 01 • 2017
Tokyo
• A DIVERSIDADE DE HARAJUKU 原宿 • • QUEM É JUNJI ITO じゅんじ いと • • CONHEÇA ZAO KITSUNE MURA • • 蔵王キツネ村• Modern Tokyo
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[ CONTEÚDO ] PAG. 04
HARAJUKU CONHEÇA TODOS OS ESTILOS DO BAIRRO MAIS MOVIMENTADO DE TOKYO.
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JUNJI ITO sAIBA QUEM É O MELHOR ESCRITOR E DESENHISTA DE QUADRINHOS DE TERROR.
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Zao Kitstune Mura
EXISTE UMA VILA DE RAPOSAS E VOCÊ TEM DE SABER MAIS SOBRE ELA. Modern Tokyo
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HARAJUKU “Você com certeza já ouviu falar sobre as Harajuku girls. Pode ter sido por ter inspirado Gwen Stefani no seu CD, Love Angel Music Baby, ou pelo livro de fotografia Fruits”
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s Harajuku girls são fonte de inspiração não só para música, ou para a fotografia, mas também para estilistas como Viviane Westwood, além de serem referência para estudo de tendências. Harajuku Girl é um termo usado para as meninas que freqüentam o bairro Harajuku em Tokyo, no Japão.
Essas meninas se vestem de roupas que originaram da cultura do país. São diversos estilos, misturando-os e criando novas proporções, tendências e estilos. Apesar de expressarem um estilo único e de produzirem seus próprios looks, as meninas que freqüentam Harajuku se dividem em várias tribos.
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“Cada tribo tem a sua ideologia e suas características, que são reveladas através das meninas pelas roupas, acessórios e expressão corporal. “
DECORA Estilo que é visto por grande maioria das Harajuku Girls. Consiste em roupas e acessórios super coloridos da cabeça ao dedo do pé. A roupa é simples, e os acessórios incluem muitos brinquedos, bijuterias de plásticos e penduricalhos que fazem barulhos quando elas se movimentam. É erroneamente chamado de estilo FRUITS, este que é apenas o nome da revista com imagens das tribos urbanas de Tokyo.
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Lolita O estilo é bastante popular. São meninas-bonecas, com olhar de “Lolita” em um mundo mais duro e triste. As roupas são super trabalhadas com muitos laços, babados, rendas. Os acessórios são pequenos chapéus, luvas e guarda-chuva. São meninas de aparência meiga. A cor predominante é rosa.
gyaru O estilo tenta imitar a boneca Barbie. As meninas são bronzeadas, com cabelos loiros, e olhos bem marcados, geralmente usam lápis branco, para aumentar o tamanho dos olhos e parecer ocidentais. Abusam nas unhas postiças e nas lentes de contato coloridas. Modern Tokyo
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MORI Mori em japonês significa “floresta” e uma Mori é uma garota que parece que vive entre cedros e pinheiros. É uma mistura de Alice no País das Maravilhas com Chapéuzinho Vermelho. Um toque rústico com a sofisticação de texturas e artesanatos, é a combinação perfeita pro novo estilo, que resgata memórias e a simplicidade
Shironuri Shironuri significa “pintado de branco”. Por isso, a característica deste estilo é o uso do branco, especialmente no rosto. São muito usados elementos tradicionais japoneses, como kimonos. Na imagem podemos ver Minori, uma das modelos mais conhecidas associadas ao estilo.
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QUEM É
O T I I J N U J e porque você deveria conhece-lo
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e você tem internet e um mínimo de interesse por horror, já deve ter ouvido falar de Junji Ito. O autor, nascido em Gifu no Japão em 1963, costuma ter seus mangás de horror compartilhados pela web e viralizados ferozmente pelos fãs. Embora não seja um mangaká mainstream, seu trabalho já tem status cult e vale a pena ser lido. Mas, afinal, quem é Junj iIto? Esse autor, hoje com 54 anos de idade, trabalhou alguns anos como protético dentário na década de 80. Começou a escrever e a desenhar ainda bem cedo,
inspirado por autores como Kazuo Umezu, Hideshi Hino e H.P Lovecraft. Porém, somente em 1987 ele conseguiu sua primeira publicação, Tomie.
(Reprodução/Asahi Sonorama) Modern Tokyo
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Tomie é uma coletânea de contos centrados em torno da personagem de mesmo nome, e aborda a influência exercida pela garota sobre aqueles que estão à sua volta. Nesses contos, as pessoas que entram em contato com alguma das muitas formas de Tomie inva-
riavelmente acabam insanas. Após o seu lançamento inicial, a série foi muito bem recebida e acabou ganhando o Umezu Award, prêmio dado pela revista em que foi publicada. Posteriormente, foi adaptada para uma série de filmes que atualmente já conta com 9 títulos.
Nos anos que se seguiram, Ito não parou mais de publicar. Entre suas obras mais populares estão Uzumaki, e Gyo. Para pessoas não muito familiarizadas com o horror japonês e com as bizarrices que ele pode
proporcionar, essas premissas podem parecer um tanto quanto absurdas. E realmente são, e é isso que as torna tão interessantes. Ito sabe como ninguém utilizar da estranheza gerada por suas ideias (e desenhos) para chocar o leitor.
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O horror, o terror e Ito O terror está diretamente ligado à sensação de ansiedade. É o medo de uma ameaça que ainda não se mostrou e está relacionado à tensão gerada pela perspectiva de que algo ruim está prestes a acontecer. Por outro lado, o horror está relacionado ao sentimento de repulsa. Ele acontece quando alguma forma de ameaça já está presente. Diferentemente do terror, que trabalha com a tensão, o horror trabalha com o desespero. É importante saber fazer esta distinção porque as histórias escritas por Ito, acontecem quase que puramente no âmbito do horror. Devido à natureza dos contos, inevitavelmente, em alguns casos, é construída tensão, porém este nunca é o foco. Quando Ito acaba por fazer uso do terror, o horror se mostra quase que instantaneamente após, fazendo com que não haja um prolongamento da tensão. E é exatamente neste exagero que mora o brilho das histórias de Ito. As ideias absurdas, em
conjunto com os belíssimos e horrendos desenhos do autor, conseguem muito facilmente transpor as limitações da mídia, conseguindo muitas vezes serem um tanto quanto perturbadoras.
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ZAO KITSUNE MURA A VILA DAS RAPOSAS
“Próximo de Shiroishi, província de Miyagi existe uma “aldeia” onde vivem muitos animais, entre eles 6 tipos diferentes de raposas.”
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nome já diz “vila de raposas” e você ficará surpreso com a quantidade desses bichos que vivem soltos no local. É espantoso ver tantos animais da mesma espécie juntos e livres. No local, há seis tipos de diferentes de raposas, que correm e interagem com os visitantes. Ao pagar a entrada, você recebe um pouco de comida para dar aos animais, porém, não se deve alimentá-los com as mãos, pois apesar de parecerem adoráveis e inofensivas, as raposas
são selvagens e não domesticadas. No Japão, acredita-se que esses animais são místicos e mensageiros de Inari Okami, a divindade de Xintoísmo de fertilidade, prosperidade e arroz.
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Fernanda Ly for
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