Glossário de linguística

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INTRODUÇÃO Atendo-se à constante necessidade de reformulação e limitação do objeto investigador das ciências da linguagem, bem como o considerável desenvolvimento da linguística desde o século passado, agregado, atualmente, a uma infinidade de vertentes de pesquisas, percebeuse a indispensabilidade em revisitar parte do terreno linguístico, com o intuito maior de perceber variações modernas e contemporâneas dos antigos e dos recentes termos linguísticos, a fim de atualizar e ampliar o vocabulário, até então conhecido. De maneira cultural a ideia que fazemos acerca da inteligência que nos foi concebida ao longo de nossas vivências, encontrase, de certa forma, assentada na noção de destreza mental, característica peculiar de alguns sujeitos que se destacam num determinado e relevante campo do saber na forma de domínios aos mais diversos contextos sociais. Sabemos que as primeiras pesquisas apoiadas na linguística e na psicologia, objetivaram a preocupação com métodos de ensino, a quantidade de valor linguístico que adquiria-se, assim como a comparação de diferentes abordagens de ensino, as quais abandonavam processos interativos que ocorriam no ensino/aprendizagem das línguas. As primeiras pesquisas de análises linguísticas, em especial a interativista, apoiavamse em processo estatísticos de ideias positivistas (pesquisa experimental), reforçando ser válido, apenas o que fosse testado, desconsiderando quaisquer outros aspectos de interação do indivíduo com o campo intelectual. Por um longo período continuou-se a pensar essa faculdade humana a inteligência - ser condição especial para poucos, tão somente destinada a eles a oportunidade de utilizá-la, desfrutá-la e enriquecê-la, adequadamente. Entretanto, a partir dos anos 80 no século passado, mostrou-se considerável prolífera, a revisão de conceitos sobre o assunto. Howard Gardner em sua obra Estruturas da mente: a teoria das inteligências múltiplas, incluiu em suas pesquisas, concepções acerca do intelecto humano ser avaliado à luz de uma série de elementos, dentre os quais, diferenciavam-se dos cenários socioculturais aos quais os indivíduos estavam submetidos (MARTELOTTA, 2012, p. 25). Na concepção do autor, a inteligência deveria ser considerada muito além de um mero espectro de competências. Deveria, por sua vez, ser elevada de maneira considerável à capacidade que se expressava na resolução de provas e de testes objetivos. Um sujeito


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inteligente, na visão de Gardner, sobrepunha-se, formidavelmente, tão logo gabaritasse um rol de exercícios. Nesse viés, ser inteligente, significava para ele, executar potencialidades no âmbito linguístico, lógico matemático, artístico, religioso, ecológico, espacial, corporalcinestésico, intra e interpessoal (MARTELOTTA, 2012, p. 25-26). Com maestria, Gardner realçou as múltiplas potencialidades pertencentes aos seres humanos (sem patologias cerebrais), distanciando-os da noção de que a expressão da inteligência era restrita. Dessa forma, de maneira postulada e conceitual, elevou seu mérito em conhecimento com outros estudiosos que se aliaram a esse pensamento. Surgiu, então, uma poderosa dimensão de complexidade na avaliação das capacidades humanas, as quais sugeriram o conveniente pensamento, acerca do sujeito inteligente superar a aparência individualista em determinada área do saber, abdicando de compartilhar o conhecimento com a sociedade em seu tempo. O que se concebeu, a seguir, demonstrou aquele que fora agraciado com os conhecimentos técnico científicos, relacionar-se-ia bem consigo mesmo, com seus semelhantes e com a sociedade em geral, abolindo posturas de isolamento, rejeição, desconforto. A chamada Inteligência Linguística, segundo Gardner, transpassaria a capacidade de partilhar entre os humanos, ensinamentos e saberes, ganhando, dessa forma, em especial no âmbito das instituições de ensino, força dos ditames historicamente reservados à educação formal, assim como os processos de comunicação em que a palavra, inserir-se-ia voluptuosa e imperiosa. A fim de estabelecer-se como ciência, foi necessária a definição do objeto de estudo da linguística, na intenção de obter o método que atendesse à sua fiel observação. O então pesquisador suíço Ferdinand de Saussure, zeloso a essa imprescindibilidade, além de enorme capacidade de ler e processar o conhecimento linguístico da humanidade daquele período (final do século XIX e limiar do século XX), delimitou, preambularmente, o objeto língua, minuciosamente aos linguistas: método denominado, estruturalismo (MARTELOTTA, 2012, p. 28). De encontro ao acima exposto, podemos, sem sombra de dúvidas, reforçar a Linguística como a ciência que estuda a linguagem verbal humana, a respeito do falar bem e escrever de maneira constituída, ser essencial ao aperfeiçoamento do sujeito, em todos os níveis de aprendizagem, baseando-se em observações e métodos, devidamente fundamentados, a partir de uma teoria célebre e estruturada.


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Portanto, ao linguista, é atribuída a função de observar toda e qualquer manifestação da língua, de modo que, seja o fato, merecedor de descrição e explicação dentro do quadro científico considerável. A ele, caberá, a incumbência de estudar a linguagem atentando para suas modificações à proporção de um determinado período (Linguística Diacrônica ou Histórica), ou então, ainda, ater-se para o estudo de uma suposta língua em seu estágio de evolução atual (Linguística Sincrônica). Contudo, atentar para a Linguística como ferramenta a serviço da linguagem, tornou-se essencial ao pesquisador em virtude da possibilidade de comunicar seus achados à comunidade científica, estendendo-se aos diversos profissionais da áreas e afins desta ciência, contribuindo, sumariamente, com destaque para o professor, aquele que interage com o estudante, constituindo, a linguagem, uma forma de comunicação humanizada.


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GLOSSÁRIO Acento de valor: dimensão axiológica, posição avaliativa, valoração (BAKHTIN, 1998 apud Flores et al 2008, p.45-46). Actante do enunciado: posição narrativa que compreende o ele, quem realiza ou sofre uma ação (GREIMAS,1979 apud Flores et al 2008, p. 46). Actorialização: componente da discursivização, instituição dos atores do discurso (GREIMAS, 1979 apud Flores et al 2008, p. 47). A priori: afirmado ou estabelecido sem verificação; pressuposto, relativo a ou que resulta de raciocínio cujas definições foram dadas inicialmente (MARTELOTTA, 2012, p.37). Afasia– é um termo ligado à área neurológica. Indica a perda do poder de expressão pela fala, pela escrita ou pela sinalização, ou da capacidade de compreensão da palavra escrita ou falada, por lesão cerebral, e sem alteração dos órgãos vocais. Aquele que sofre desse mal, sabe o que deseja expressar, mas não consegue pronunciar as palavras pela incapacidade de coordenar os músculos, por lesão cerebral Aférese:

perda de fonema inicial (há tendência à aférese da vogal inicial, em Língua

Portuguesa, em função da força expiatória dada à consoante que inicia a sílaba seguinte (CÂMARA, Jr., 1989, p. 10); perda de fonemas no princípio do vocábulo (JOTA, 2002, p.8). Afetividade: capacidade do falante expressar na linguagem os sentimentos de simpatia, entusiasmo, repulsa que lhe desperta as ideias enunciadas (CÂMARA, Jr., 1989, p. 10), caráter de linguagem que expressa emoção (JOTA, 2008, p.9). Agente: termo referente ao ser que pratica a ação (CÂMARA, Jr., 1998, p.11), quem executa a ação verbal (JOTA, 2008, p. 10). Agenciamento: organização sintagmática pelo sujeito (

BENVENISTE, 1995).

Aglutinação: é o que sucede acerca da adjunção de sufixos (CÂMARA, Jr., 1989, p. 12); função de duas ou mais palavras numa só (JOTA, 2008, p.11). Alegorias: processo mental para simbolizar uma ação ou uma qualidade (CÂMARA, Jr., 1989, p. 14); personificação de um nome abstrato (JOTA, 2008, p.13). Alinhamento: processo semiautomático, colocado lado a lado ao original em uma ou mais de suas traduções; alinhamento pode ser feito por parágrafo ou por sentença, embora, o primeiro


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alinhamento, seja feito de modo automático, exige uma revisão manual (CÂMARA,Jr., 1989, p.16). Aliteração: repetição de um dado fonema numa frase, em vocábulos seguidos, próximos, distantes, e simetricamente, dispostos (CÂMARA, Jr., 1989, p.17); repetição de fonemas consonânticos iguais ou parecidos numa palavra ou numa sequência (JOTA, 2008, p. 16). Alocutário: aquele para quem as palavras do locutor direcionam-se (

DUCROT,

)

Alteridade: natureza ou condição do que é outro, distinto, situação, estado ou qualidade que se constitui através de relações de contraste, distinção ou diferença ( JOTA, 2008, p. 18 ). Alternância: morfema que consiste em substituir um fonema dentro do semantema. Ex.: avó, avô, fiz-fez-faz (CÂMARA, Jr., 1989, p. 19); variação do morfema integrante do semantema, evidenciada por supressão de fonema (JOTA, 2008, p.17.). Ambiente: colocação, suspensão em um determinado local (CÂMARA, Jr., 1989, p.17); região dentro de um determinado espaço para funcionamento do signo (JOTA, 2008, p. 18). Ambiguidade: circunstância da comunicação linguística em prestar mais de uma interpretação, é uma consequência da comunicação linguística (CÂMARA, Jr., 1989, p.19); dualidade de sentido. Ex.: Peguei o carro correndo (quem corria? Eu ou o carro?) (JOTA, 2008, p.19). Analogia: mudanças linguísticas em que há interferência do plano formal da língua no plano fonológico (CÂMARA, Jr., 1989, p.19); modificação que sofre uma palavra para se moldar a um paradigma, por associação ou caráter morfológico, léxico, sintático ou semântico (JOTA, 2008, p.19). Antecedente: em sentido lato, qualquer termo que anteceda outro. (CÂMARA, Jr.); o primeiro termo de uma correlação (JOTA, 2008, p.19). Antecipação:

qualquer enunciação antecipada em referência à sua posição devida;

apresentação de um pronome para só mais tarde ser expressado (CÂMARA, Jr., ); refutação antecipada que se faz previsível ao que se afirmar (JOTA,2008, p.19). Antífrase: figura de linguagem que consiste em empregar uma palavra ou uma frase de sentido oposto ao que se quer comunicar (CÂMARA, Jr., 1989, p. 19); modo de expressar, ironicamente ao que se pretende (JOTA, 2008, p. 20). Antítese: ou contraste, figura de sintaxe que se contrapõe simetricamente às palavras de significado contrário (CÂMARA, Jr., 1989, p.21); figura que evidencia o contraste em duas figuras. Ex.: Uns morrem, outros nascem (JOTA, 2008, p.22).


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Antonomásia: substituição do nome de um ser, por uma qualidade (CÂMARA, Jr., 1989, p.23); substituição de um nome próprio por expressão que com ele se identifique. Ex.: O Redentor (Cristo) (JOTA, 2008, p.23). Aparelho formal da enunciação: recurso que permite ao locutor transformar a língua em discurso (

BENVENISTE, )

Apertura: em português, abrimento; termo criado por Saussure (1922) e adaptado do francês para o português (CÂMARA, Jr., 1989, p. 24); abrimento (JOTA, 2008, p.25). Aposiopse: pausa em reticência quando a frase é interrompida, definitivamente (CÂMARA, Jr., 1989, p.25); o mesmo que reticência (JOTA, 2008, p.26). Aspecto: propriedade que tem a forma verbal, em designar a duração do processo (momentâneo ou durativo); consiste ao lado da categoria de um tempo (CÂMARA, Jr., 1989, p. 26); categoria gramatical que expressa o processo verbal nas frases e seu desenvolvimento (JOTTA, 2008, p.27). Apropriação: (

processo

de

uso

da

língua

pelo

sujeito

através

da

enunciação

BENVENIESTE, )

Argumentação: construção do sentido do enunciado a partir de segmento-argumento, e um segmento-conclusão através de um argumento (

DUCROT,

)

Argumentação externa: pluralidade de discursos que seguem uma entidade lexical (

DUCROT, )

Argumentação Interna: encadeamento argumentativo o qual parafraseia uma entidade lexical (

DUCROT,

)

Argumento: segmento que delineia e orienta um determinado enunciado para sua conclusão ( DUCROT,

)

Articulador: entidade lexical que compara as argumentações que constituem um segmento ( DUCROT, ) Aspecto: encadeamento argumentativo de um mesmo bloco semântico (

DUCROT,

)

Assunto: frase, língua, linguagem (CÂMARA, Jr., 1989, p.29). Atividade linguística: processo fisiológico e psicológico que torna possível a produção da fala pelo sujeito (

DUCROT, )

Ator da enunciação: imagem dotada de características psíquicas e físicas, além de tom de voz da imagem dos parceiros do ato enunciativo (

GREIMAS, )

Ator do enunciado: unidade lexical nominal que condensa os conteúdos semânticos que concretam os seres da fala (

GREIMAS, )


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Atração: variação flexional de gênero, número e tempo verbal que infringe padrões sintáticos; apresenta-se em três formas: a) cruzamento em relação ao advérbio (firma a atração do nome ao que se refere. Ex.: Ela está toda molhada. b) em relação à substantivação dos adjetivos de quantidade indefinida ( reforça o cruzamento da expressão com o adjetivo de quantidade). Ex.: Tantos de bons modos, uma pouca astúcia. e, c) em relação aos tempos verbais (forma pouco temporal e lógica para ação correlata). Ex.: Em nenhuma outra coisa confiado, senão no sumo Deus que o céu regia...(Lusíadas, III,43). (CÂMARA, Jr., 1989, p. 30); fenômeno que consiste no tomar, uma forma gramatical, não a flexão que lhe seria normal, mas a da palavra com a qual se liga, sintaticamente (JOTA, 2008, p.30). Autonímia: fenômeno linguístico caracterizado pela menção de um signo como forma de autodesignação (

REVUZ, )

Balanceamento: processo pelo qual se garante que dois corpora sejam construídos de maneira similar quanto a origem, gênero, extensão, período de produção dos textos, ou quaisquer outros critérios que sejam relevantes para a pesquisa a que se destinam (CÂMARA, Jr., 1989, p. 31). Base (de uma colocação): refere-se ao elemento conhecido – aquele que faz parte do nosso universo – em geral um substantivo ou verbo. Ex.: Conhece-se a palavra ‘dúvida’, mas não se sabe qual o verbo adequado para exprimir a resolução de uma dúvida, que seria ‘dirimir’ (CÂMARA, Jr., 1989, p. 32); constituinte de um sintagma (JOTA, 2008, p. 33). Bivocalidade: propriedade do enunciado a ser constituído a partir do diálogo (

BAKHTIN,

) Bloco Semântico: entidade semântica, unitária e indecomponível, ligada aos argumentos ( DUCROT, ) Candidato a termo: palavra-chave com possibilidade de ser um termo no domínio em estudo (

)

Circuito

externo:

instância do ato de linguagem que compreende o psicossocial

( CHARAUDEAU, ) Circuito interno: instância do ato de linguagem que compreende a organização do ato de dizer ( CHARAUDEAU, ) Clichê: chavão, lugar comum (CÂMARA, Jr., 1989, p.35). Código: discurso (CÂMARA, Jr., 1989, p. 36); sistema de símbolos convencionais destinados a representar uma mensagem (JOTA, 2008, p. 37); elemento do ato de comunicação verbal correspondente ao conjunto de regras linguísticas à disposição do falante (

JAKOBSON,

Coligação: co-ocorrência de um item lexical, categoria ou padrão gramatical (

).

)


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Colocação: co-ocorrência de duas (ou mais) palavras numa frequência maior do que seria de se esperar, caso a co-ocorrência fosse aleatória. Aspecto onde a criação individual pressupõe uma frase no discurso; é limitada por certos padrões sintáticos, impostos pela língua ao indivíduo (CÂMARA, Jr., 1989, p. 38); disposição das palavras na frase e das frases no período (JOTA, 2008, p. 38). Colocado: de cunho semântico, o elemento desconhecido de uma colocação;

qualquer

elemento que co-ocorra de forma significativa com uma palavra de busca. Ex.: uma dúvida’, ‘educativa’ em ‘televisão educativa’ ou ‘copiosamente’ em ‘chorar copiosamente’ (

).

Combinações: encontrações (CÂMARA, Jr., 1989, p. 39); constelações que se produzem no texto (JOTA, 2008, p. 37). Comparações: define a construção sintática de dois membros, em que um coteja o outro, em função do que se sabe do outro (CÂMARA, Jr., 1989, p. 39); ato de comparar uma fato real com a imagem (JOTA, 2008, p. 39). Componente linguístico: gama de conhecimento que atribui determinada significação aos enunciados (

DUCROT, )

Componente retórico: gama de conhecimento que oportuniza prever o sentido de ocorrência de uma situação (

DUCROT, )

Compreensão: atividade exercida por quem utiliza a língua, consiste em promover novos sentidos a cada situação utilizada (

BENVENISTE,

)

Comunicação: atividade de manipulação executada por um sujeito que atenta para que o outro, creia no que ele diz ( GREIMÁS, ) Conceito real: termo da frase, unidade constitutiva da fala (

BALLY, )

Conceito virtual: unidade da língua que precisa ser atualizada pelo sujeito para que se torne termo de uma frase (

BALLY, )

Concordância: relação de todas as ocorrências de uma palavra de busca em um corpus junto com seu contexto (CÂMARA, Jr., 1989, p.39); correspondência flexional entre determinante e determinado (JOTA, 2008, p. 39). Concordanciador: programa que extrai todas as ocorrências de uma palavra de busca num corpus juntamente com seu contexto, apresentando-as na forma de uma concordância. Condicional: é o modo de apresentar o processo verbal, condicionado, a fim de realiza-lo a outro anterior (CÂMARA, Jr., 1989, p. 39); futuro do pretérito (JOTA, 2008, p. 39). Conectivos: estabelecem conexões entre palavras (CÂMARA, Jr., 1989, p. 40); vocábulo que liga palavras ou ações (JOTA, 2008, p. 40).


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Congruente: transposição (CÂMARA, Jr., 1989, p. 42); diz-se, numa transposição, da função mais comum, em oposição à incongruente que é a derivada daquela (JOTA, 2008, p. 44-45). Construção: reunião de elementos formais linguísticos no vocábulo, na locução, na oração e assim por diante (CÂMARA, Jr., 1989, p. 45-46). Construção composicional: organização das partes e de um todo do enunciado (

BAKHTIN, )

Construção híbrida: fusão de dois enunciados ( BAKHTIN, ) Contexto: realização exata das palavras em função da significação da narrativa (CÂMARA, Jr., 1989, p. 46); conjunto de fatores auxiliares da perfeita compreensão de um enunciado (JOTA, 2008, p. 47); indicação das circunstâncias da enunciação dada pela estrutura linguística ao interprete para que ele atribua sentido ao enunciado (

DUCROT, );

elemento representativo da comunicação verbal que aponta a situação que ocorre na comunicação (

JAKOBSON, ).

Contrato de comunicação: condição específica da situação de troca linguageira, possibilitando o discurso surgir ( CHARAUDEAU, Coordenação: construção dos termos que ordenam

). uma sequência, valendo-se por si,

estando, explicados, lado a lado (CÂMARA, Jr., 1989, p. 48-49); união de termos sintaticamente equivalentes (JOTA, 2008, p. 50). Corpus (pl. corpora; também corpus sg. e pl.): coletânea de textos entendidos num sentido amplo, em formato eletrônico, compilados segundo critérios específicos para o estudo a que se propõem (

)

Corpus comparável bi ou multilíngue: corpus composto por dois ou mais subcorpora com textos originais nas respectivas línguas ( ). Corpus comparável monolíngue: corpus composto por textos originais numa língua e traduções nessa mesma língua; compara a linguagem produzida por falantes nativos ou fluentes e por tradutores ( ) Corpus de estudo: o corpus em que se baseia a pesquisa a ser desenvolvida (

)

Corpus de referência: corpus que serve de termo de comparação para o corpus de estudo; normalmente, apresenta três a cinco vezes o tamanho do corpus de estudo ( Corpus dinâmico: corpus que permite o acréscimo de novo material ( Corpus estático: corpus que não permite acrescentar novo material (

)

). ).

Corpus literário: conjunto de obras de um autor ou de uma escola literária, filosófica, artística ( )


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Corpus monitor: corpus que é constantemente atualizado a fim de representar a evolução da língua (

).

Corpus paralelo: corpus constituído de originais e suas respectivas traduções (

).

Correlação: construção sintática de partes nas formas linguísticas. Estabelece-se por coordenação e subordinação (CÂMARA, Jr., 1989, p. 60); relação da palavra e seu significado (JOTA, 2008, p. 76) Correlação de pessoalidade: relação opositiva que se estabelece entre as pessoas eu/tu e não-pessoa ele (

BENVENISTE, ).

Correlação de subjetividade: oposição entre as pessoas eu e tu (

BENVENISTE, ).

Datismo: emprego redundante de palavra sinônima (JOTA, 2008, p. 79). Dativo ético: realce, objetivo (CÂMARA, Jr., 1989, p. 76); o que expressa a pessoa interessada (JOTA, 2008, p. 79). Debreagem: projetar para fora da instância da enunciação (

GREIMAS, ).

Debreagem actancial: projeção para fora da instância da enunciação de um não eu, instalando no discurso parcerias entre eu e tu, compreendendo o ele (

GREIMAS, ).

Debreagem enunciativa: projeção para fora da instância da enunciação e de instalação do enunciado dos parceiros ao ato d enunciar compreendidos pelo eu e o tu (

GREIMAS, ).

Debreagem temporal: projeção para fora da instância da enunciação de um agora, instituindo no discurso um simulacro do agora da enunciação e ainda, construir o tempo objetivo do enunciado para um marco temporal tempo de então (

GREIMAS, ) .

Decalque: empréstimos, importações linguísticas (CÂMARA, Jr., 1989, p. 80), empréstimo da língua para outro esquema ou significação da palavra (JOTA, 2008, p. 81). Ddl: sigla para data driven learning, termo criado por Tim John (1991), para designar o ensino, especialmente,

línguas estrangeiras, em que o aprendiz tem acesso a dados

linguísticos (concordâncias) extraídos de linguagem autêntica, a fim de examiná-los, levantar hipóteses, fazer inferências e generalizações. Trata-se do ‘aprendizado por descoberta’ ( Dêitico: signo vazio (

).

BENVENISTE, ).

Dêixis: mecanismo responsável pela conversão do significado, espaço ocupado por alguém em oposição ao espaço ocupado por outros, citando como exemplo: “aqui” na frase: “Estou aqui”. (

BENVENISTE,

).

Delocutividade: processo de derivação produtor de outros significados linguísticos ( DUCROT, ). Denegação: forma de negação, simultaneamente, que afirma o conteúdo negado ( REVUZ, ).


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Denotação: parte da significação linguística que refere-se à linguagem, representando, compreensivamente, o mundo exterior ao mundo interior; refere-se ao significado contínuo, e não somente, pontual (CÂMARA, Jr., 1989, p. 90); é a representação mental comum e constante evocada pela palavra (JOTA, 2008, p. 97). Desdobramento: neutralização da oposição referida (CÂMARA, Jr., 1989, p.102); divisão do paradigma em membros (JOTA, 2008, p. 97-98). Determinado: sintagma (CÂMARA, Jr., 1989, p. 110); elemento do sintagma que é completado por outro (JOTA, 2008, p.100). Determinante: sintagma (CÂMARA, Jr., 1989, p. 113); elemento que serve de complemento ao outro (JOTA, 2008, p. 103). Diacronia: estudo de uma língua ao longo do tempo, ou seja, processo através do qual se estuda a evolução da língua, termo adotado por Saussure (1922), representando a transmissão de língua de geração em geração, através do tempo, sofrendo transcursos de mudanças (CÂMARA, Jr., 1989, p. 125); estudo das transformações que sofre a língua (JOTA, 2008, p. 117); categoria de análise de diversas etapas da língua durante a lenta progressão do tempo ( JAKOBSON, ). Dialeto: variedade de uma língua associada a grupos que não contam com prestígio social; também conhecido por linguajar, falares regionais apresentados entre si, coincidindo traços linguísticos fundamentais (CÂMARA, Jr., 1989, p. 126); variedade regional de uma língua (JOTA, 2008, p. 119). Dialetologia: arrolamento, sistematização e interpretação de traços linguísticos dos dialetos. (CÂMARA, Jr., 1989, p. 127); parte da linguística que trata dos dialetos (JOTA, 2008, p. 120). Dialogismo: figura na qual uma pessoa fala consigo mesma (JOTA, 2008, p. 122); diálogo interno, constitutivo de todo discurso, estabelecendo inter-relação de um discurso com outros ( BAKHTIN, ). Diálogo: solilóquio (CÂMARA, Jr., 1989, p. 130); duas figuras, na opção de parceiros, são protagonistas da enunciação (

BENVENISTE,

discursos e o discurso do outro (

BAHKTIN, ).

); pressupõe comunicação com outros

Dicotomia: modalidade de classificação em que cada uma das divisões e subdivisões contém apenas dois termos (JOTA, 2008, p.124). Diglosia: a existência de dois ou mais códigos distintos, em uma sociedade, cada qual com funções claramente diversas, determinadas pela estratificação social, mas em que apenas um deles goza de prestígio (JOTA, 2008, p. 130).


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Dinâmica: propriedade que a língua apresenta, em função dos fenômenos sociais e antropológicos, que a movimentam, constantemente. (CÂMARA, Jr., 1989, p. 140). Discurso: sequência de enunciados interligados entre si; ocorrências diretas entre frase e texto; encadeamentos discursivos, conectados por segmentos relacionados por meio de um conector (

DUCROT,

); língua em sua integridade ativa, algo solicitado a surgir,

materialização do discurso ( BAKHTIN, ); processo semiótico realizado que se manifesta sob a forma de texto ( GREIMAS, ). Discurso bivocal: bivocalidade ( BAKHTIN, ). Discurso citado: mecanismo de transmissão da palavra de outrem ( BAKHTIN, ). Distensão: articulação da narrativa(CÂMARA, Jr., 1989, p. 149); oposição ( JOTA, 2008, p. 133). Dispositivo de mise em scène: dispositivo do ato de linguagem ( CHARAUDEAU, ). Dispositivo do ato de linguagem:

dispositivo onde encontra-se o sujeito falante

( CHARAUDEAU, ). Dominante expressiva: valor expressivo ( BALLY, ). Dualidade: qualidade do que é dual ou duplo em natureza, substância ou princípio (

).

Elemento subjetivo: intervenção do interlocutor na linguagem ( BRÉAL, ). Elocução: parte da retórica que dispõe sobre a escolha e disposição das palavras e frases (CÂMARA, Jr. 1998); invenção e disposição da palavra, modo de usá-la (JOTA, 2008, p. 156). Embreagem: efeito de retorno à instância de enunciação, produzido pela suspensão da oposição entre dois termos ( GREIMAS, ). Embreagem actancial: retorno a instancia da enunciação através da suspensão de dois termos da categoria da pessoa (

GREIMAS, ).

Embreagem enunciativa: efeito de retorno à instância de enunciação, que se dá quando um termo enunciativo é utilizado no lugar de outro (

GREIMAS, ).

Embreagem enunciva: efeito de retorno à instância da enunciação, quando um termo enuncivo é utilizado no lugar de outros, seja ele enunciativo ou enuncivo ( GREIMAS, ). Embreagem espacial: efeito de retorno à instância de enunciação, produzido pela suspensão da oposição entre dois termos da categoria de espaço ( GREIMAS, ). Embreagem heterocategórica: efeito de retorno à instância de enunciação, produzido pela suspensão das oposições, que afeta distintas categorias da enunciação ( GREIMAS, ).


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Embreagem homocategórica: efeito de retorno à instância de enunciação, produzido pela suspensão das oposições, que afeta uma mesma categoria de pessoa, de espaço ou de tempo ( GREIMAS, ). Embreagem interna: efeito de retorno à instância de enunciação, em que um actante já instalado no enunciado realiza operação de suspensão de uma oposição entre dois termos das categorias de pessoa ou de espaço ou do tempo ( GREIMAS, ). Embreagem temporal: efeito de retorno à instância de enunciação, produzido pela suspensão da oposição de dois termos da categoria de tempo (GREIMAS, ) Emprego: uso de uma palavra associada a outra, ou em outras (CÂMARA, Jr., 1989, p. 157). Encadeamento argumentativo: sequência de dois argumentos, interdependentes de sentido, ligados por um conector ( DUCROT, ). Ênfase: processo dado ao relevo da enunciação: a) léxica, escolha de uma palavra forte e impressionável; b) sintática, quando decorrer da disposição dos vocábulos na frase; c) fonética, ao ser determinada pela intensidade da sílaba, vocábulo ou expressão, altura desses mesmos elementos, alongamento dos fonemas, pausa para criação de um grupo de força (CÂMARA, Jr., 1989, p. 161); dar especial relevo a um enunciado. Ex.: Não, absolutamente, não (JOTA, 2008, p. 149). Entidade abstrata: construção teórica subjacente à realização linguística ( DUCROT, ). Entidade concreta: realização linguística de uma construção teórica que lhe é subjacente ( DUCROT, ). Entidade lexical: expressão atualizada do discurso/enunciado (

DUCROT, ).

Entoação: escala de elevação e abaixamento do tom de voz (CÂMARA, Jr., 1989, p. 167); linha melódica definida pela variação da voz nos tons das sílabas, no encadeamento da palavra e da frase. Ex.: Você tem pai? Você tem pai. Você tem pai... (JOTA, 2008, p. 153). Enumeração: irregularidade da posição das palavras nas frases da narrativa (CÂMARA, Jr., 1989, 170). Enunciação: campo do conhecimento que se articulam língua, fala e sujeito ( REVUZ, ); materialização da interação verbal ( BAKHTIN,

); ato do falante em utilizar meios de

expressão de uma comunidade linguística para expressar ideias (

BALLY, ); colocação da

língua em funcionamento por um ato individual de utilização ( BENVENISTE,

);

acontecimento constituído pelo aparecimento de um enunciado ( DUCROT, ); instância linguística que permite a passagem da organização virtual do discurso à sua realização (GREIMAS, ).


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Enunciado: qualquer manifestação do pensamento, conjunto de elementos linguísticos que constituem a frase (JOTA, 2008, p. 178); manifestação particular de uma oração ( DUCROT, ); frase ( BENVENISTE,

); produto resultante do ato enunciativo, independente da

dimensão sintagmática ( GREIMAS, ). Enunciador: agente do ato da fala, origem dos pontos de vista presentes no enunciado (DUCROT, ); destinador implícito da enunciação (GREIMAS, ) Equivalência: sinonímia (CÂMARA, Jr., 1989, p. 181). Espaço de realização do sujeito: instância social da relação entre um par de interlocutores ( FLAHAULT, ). Erro: norma, vulgarismo (CÂMARA, Jr., 1989, p. 183). Erros de linguagem: desvios às normas gerais da linguística, vícios de linguagem (JOTA, 2008, p. 180). Escore t ( t-score): medida de significância para a existência de associação entre as palavras, ou seja, a frequência com que as palavras co-ocorrem eliminando a possibilidade dessa coocorrência, resultar em mero acaso (JOTA, 2008, p. 182). Estema: modo de representação de análise em constituintes imediatos (JOTA, 2008, 184). Estilística: estudo da expressão da linguagem, em seu momento restrito, sua forma e compreensão na narrativa. Distingue-se da gramática pois considera a linguagem, afetiva enquanto a outra, analisa a linguagem intelectiva (CÂMARA, Jr., 185); parte da linguagem que trata do estilo, que estuda em particular o caráter afetivo da linguagem haurindo recursos expressivos infindáveis: as figuras de palavras, de sintaxe, de sentimento, a concordância afetiva e atrativa, diminutivos carinhosos, aliteração, entre outros (JOTA, 2008, p. 186); expressividade, estudo da linguagem de um grupo social organizado do ponto de vista de seu conteúdo afetivo ( BAKHTIN,

).

Estilo direto: quando são as personagens que falam, o narrador, interrompe a narrativa, e as coloca em cena, cedendo-lhes a palavra (

).

Estilo indireto: não há diálogo, as personagens não falam diretamente, mas o narrador faz-se o intérprete delas, transmitindo ao leitor o que disseram ou pensaram ( Estilo: expressão linguística

que

).

individualiza a função da linguagem. De relevância,

considerável, para a linguagem literária, caracteriza processos de escrita mais rica e densa, de forma educada, objetivando a exteriorização. Em grande parte, o estilo depende da criação da obra, permitindo ao escritor, variar de estilo de uma outra para outra (CÂMARA, Jr., 1989, p. 185); é o conjunto de processos que visam ao aproveitamento do conteúdo expressivo da linguagem (JOTA, 2008, p. 187); expressão individual construída a partir de uma orientação


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social de caráter apreciativo

(BAKHTIN,

); modo peculiar de arranjo dos signos

linguísticos caracterizando a expressão verbal dos falantes (

JAKOBSON, ).

Estrutura: sustentação, organização, disposição e ordem dos elementos essenciais que compõem um corpo (concreto ou abstrato) (CÂMARA, Jr., 1989, p.189). Estruturalismo: posição inovadora dos estudos linguísticos da primeira metade do século XX, que considerava a língua como um sistema estruturado por relações formais e não evidentes para a consciência do falante e, que, metodologicamente, preconizavam a observação do maior número de fatos, de modo a fundamentar proposições que, pela generalização rigorosa, viabilizassem a descoberta da estrutura (CÂMARA, Jr., 1989, p.190 ). Estudo baseado em corpus: estudo em que o corpus é usado (a) para comprovar (ou não) uma hipótese ou (b) para extrair exemplos (JOTA, 2008, p. 190). Estudo direcionado pelo corpus: estudo que se desenvolve conforme dados apresentados pelo corpus, sem pressuposições teóricas ( JOTA, 2008, p.190). Etiquetagem discursiva: processo pelo qual o conteúdo do corpus recebe etiquetas que demarcam as partes de um texto (por exemplo, ingredientes, modo de fazer, resumo, introdução, materiais e métodos etc.) (JOTA, 2008, p. 192 ). Etiquetagem morfossintática (em inglês pos-tagging): processo pelo qual o conteúdo do corpus recebe etiquetas morfológicas, isto é, de categorias gramaticais (por exemplo, substantivo, adjetivo, verbo etc.) ( JOTA, 2008, p. 193 ). Etiquetagem semântica: processo pelo qual o conteúdo do corpus recebe etiquetas semânticas (por exemplo, cor, roupa, tempero, utensílio etc.) (JOTA, 2008, p. 194 ). Etiquetagem sintática: processo pelo qual o conteúdo do corpus recebe etiquetas sintáticas (por exemplo, sujeito, predicado, objeto direto etc.) ( JOTA, 2008, p. 194 ). Etiquetagem: processo pelo qual o conteúdo do corpus é marcado ( JOTA, 2008, p. 193). Etmologia: agradável ao ouvido, em virtude dos seus fonemas e da fluidez com que se coarticulam (JOTA, 2008, p. 194 ). Eu: sujeito (

BENVENISTE, ).

Eufonia: qualidade da enunciação ( JOTA, 2008, p.196). Evolução: conjunto de mudanças sofridas pela língua, se opondo ao empréstimo, em relação às adoções de elementos provenientes de outra língua distinta (CÂMARA, Jr., 1989, p. 190). Excisão: foco (JOTA, 2008, p. 197). Expletivo: realce (CÂMARA, Jr., p. 192). Expressividade: ação do falante de modificar uma unidade de linguagem ( BALLY, ). Explosão: articulação (CÂMARA, Jr., 1989, p. 194).


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Expressão: exteriorização da expressão mental com a finalidade de atrair a atenção alheia (CÂMARA, Jr., 1989, p. 197). Expressionismo linguístico: conjunto de meios de que se vale uma língua para concretizar seu caráter expressivo (JOTA, 2008, p. 198). Extensão de significado: alargamento do campo semântico de uma palavra: Ex.: fraco, sem força física (JOTA, 2008, p. 199). Exterioridade discursiva: interdiscurso ( REVUZ, ). Factivos: causativos (CÂMARA, Jr., 1989, p. 199-200); mudança de estado das palavras. Ex.: valer-se (tornar-se) (JOTA, 2008, p. 202). Fala: atividade linguística do discurso oral, fonação enriquecida (CÂMARA, Jr., 1989, p. 203); entrecruzamento de coerções simbólicas da língua ( FLAHAULT, ). Falante: frase, linguagem (CÂMARA, Jr., 1989, p. 203). Falares: línguas de pequenas regiões

distinguindo-se, umas das outras, por oposições

superficiais(CÂMARA, Jr., 1989, p. 204). Ficcionalidade: faz de um texto de ficção, ser considerado um texto de ficção. Este conceito segue de perto a célebre definição de literariedade apresentada por Jakobson, no contexto do nascimento do Formalismo Russo (

).

Figuras de linguagem: aspectos que assumem a linguagem para fins expressivos, afastando seu valor linguístico, normalmente aceito: metáfora, metonímia, hipérbole, sintaxe, elipse, ironia, lilote, prosopopeia (CÂMARA, Jr., 1989, p. 211). Fluência: pausas (CÂMARA, Jr., 1989, p. 212). Flutuação: desdobramentos (CÂMARA, Jr., 1989, p. 213). Focalização: instalação no discurso da perspectiva de um observador, a partir da qual serão selecionados os objetos discursivos para interpretação ( GREIMAS, ). Fonação: ato humano de emitir sons nasais (CÂMARA, Jr., 1989, p. 215). Fonemas: articulações dos órgãos fonadores para efeito acústico de estruturação das formas linguísticas (CÂMARA, Jr., 1989, p. 216). Fonêmica: termo linguístico criado pelos norte-americanos para o estudo, apenas, do fonema (CÂMARA, Jr., 1989, p. 217). Fonética: estudo da fonação (CÂMARA, Jr., 1989, p. 219). Força centrífuga: descentralização discursiva ( BAKHTIN, ). Força centrípeta: centralização discursiva que constitui a enunciação ( BAKHTIN, ). Forma: designação geral para a significação dos fonemas, estabelecendo a relação numa língua ao que ela representa (Significante) ou ao que ela corresponde (Significado)


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(CÂMARA, Jr., 1989, p. 220); corresponde ao signo apresentando-o como o âmbito da forma, baseando-se em distinção ( BENVENISTE, ). Forma abstrata: esquematizada ( CULIOLI, ). Forma composicional: construção ( BAKHTIN, ). Forma esquemática: abstrata ( CULIOLI, ). Forma de heterogeneidade mostrada: marca ( REVUZ, ). Forma hipotética: étimo (CÂMARA, Jr., 1989, p. 223). Forma metaenunciativa: glosa ( REVUZ, ). Forma mínima: forma minúscula, dividida em partículas; semantema (CÂMARA, Jr., 1989, p. 224). Forma primitiva: ponto de partida para o conjunto de formas flexionais ou derivadas ditas secundárias (CÂMARA, Jr., 1989, p. 225). Forma tópica: configuração formal que o inicio argumentativo assume quando aplicado à produção do enunciado ( REVUZ, ). Forma vazia: signo vazio (

BENVENISTE, ).

Formação vernácula: derivação (CÂMARA, Jr., 1989, p. 227). Frase:

unidade de comunicação linguística, caracterizada, como tal, do ponto de vista

comunicativo, assimila-se ao começo e ao fim da narrativa (CÂMARA, Jr., 1989, p. 230); unidade do discurso (

BENVENISTE, ); enunciado (BALLY, ).

Frase declarativa: afetividade (CÂMARA, Jr., 1989, p. 233). Frase exclamativa: o emissor exterioriza um estado afetivo. Apresentam entoação ligeiramente prolongada (

).

Frase quebrada: anacoluto (CÂMARA, Jr., 1989, p. 240). Fraseologia: estudo de qualquer tipo de ocorrência fraseológica de uma língua como, por exemplo, as colocações, os binômios, as expressões idiomáticas etc. (

).

Frases feitas: fossilização, fraseologia (CÂMARA, Jr., 1989, p. 242). Fricativa: constritiva (CÂMARA, Jr., 1989, p. 242). Função: aplicação em sua língua, a partir de uma determinada forma por ocasião do seu valor gramatical. (CÂMARA, Jr., ) Função cognitiva: função referencial (JAKOBSON, ) Função conotativa: enfatiza a recepção da mensagem pelo destinatário (JAKOBSON, ) Função denotativa: referencial (JAKOBSON, ) Função emotiva: expressiva (JAKOBSON, ) Função expressiva: emotiva (JAKOBSON, )


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Função Fática: caracteriza-se pela busca de manutenção da conexão verbal entre interlocutores (JAKOBSON, ) Função de continuidade: exercida pela entonação ascendente, pois mostra ser a fase ainda incompleta, razão de entonação descendente, conclusão da frase ainda que esteja incompleta (JOTA, 2008). Função metalinguística: caracteriza-se pela possibilidade dos falantes verificarem se estão usando o mesmo código ou repertório linguístico (JAKOBSON, ) Função poética: caracteriza-se pela seleção e combinação singular de palavras (JAKOBSON, ) Função referencial: denotativa e cognitiva (JAKOBSON, ) Funcionalismo: corrente linguística que busca a explicação dos fenômenos gramaticais por intermédio de funções comunicativas e pragmáticas. Geminação: repetição de um elemento linguístico, seja fonema, sílaba ou palavra em redobro ou em reforço extremo de seu significado. Ex.: O céu está azul, muito azul. (JOTA, 2008, p. 206). Gênero: categoria gramatical de distribuição das línguas indo-europeias (CÂMARA, Jr., 1989, p. 200). Gênero do discurso: formas discursivas reconhecidas de uma determinada coletividade, em diferentes ocorrências, apresentando semelhanças, permitindo o compartilhamento conhecimento (

de

BAKHTIN, )

Gênero verbal: voz em ascensão (CÂMARA, Jr., 1989, p. 203). Gentílicos: nomes ou coisas dados a uma determinada região (CÂMARA, Jr. 1989, p. 203). Geografia Linguística: linha isoglóssica (CÂMARA, Jr., 1989, p. 204). Gerativismo: Teoria linguística que procura estabelecer, com base em princípios universais, um modelo geral de gramática, do qual derivariam as gramáticas de cada língua em particular; gramática gerativo-transformacional, gramática transformacional (CAMARA Jr., 1989, p. 207). Gíria: linguagem fundamentada num vocabulário parasita empregada por uma determinada categoria social (CÂMARA, Jr., 1989, p. 208). Glossário: dicionário especial constante de vocábulos estrangeiros, técnicos e afins (CÂMARA, Jr., 1989, p. 208). Gradualidade: princípio argumentativo que relaciona duas escalas (

DUCROT, )

Gramática - A arte de falar e de escrever bem em uma língua. Estudo ou tratado que expõe as regras da língua-padrão. Obra em que se expõem essas regras. Exemplar de uma dessas obras.


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Também é o conhecimento internalizado dos princípios e regras de uma língua particular (JOTA, 2008, p. 211). Grau: categoria linguística que aparece explícita ou fica implícita em qualquer significação que denote quantidade e qualitatividade nominais ou verbais (CÂMARA, Jr., 1989, p. 211). Harmonia: mais abrangente que eufonia, pois abarca a sequência agradável de sons e a sensível distribuição dos acentos e pausas. (CÂMARA, Jr., 1989, p. 212). Heterogeneidade: principio fundador da linguagem, exterioridade, não arcada na linearidade do dizer ( REVUZ, ) Hibridismo: hibridização ( BAKHTIN, ) Hibridização: combinação de duas linguagens sociais no interior de um único enunciado ( BAKHTIN, ) Hipálage: figura de linguagem que realça um determinante (CÂMARA, Jr., 1989, p. 214). Hipérbato: ambiguidade (CÂMARA, Jr., 1989, p. 214). Hipérbole: exagero da significação linguística (JOTA, 2008, p. 220). Hipertextualidade: relação que une os diferentes tipos de discurso (Char....) Hipocorísticos: qualquer palavra criada por afetividade, com intenção de carinho (CÂMARA, Jr., 1989, p. 215). História: história externa: língua como extensão territorial e seu contato com outras línguas, ou interna, na diacronia, mudanças fonéticas, mórficas, sintáticas, semânticas e léxicas (CÂMARA, Jr., 1989, p. 215). Homem dialogal: conjunto da proposta teórica de Claude Hagège, em que tem lugar um sujeito concebido como enunciador (

HAGEGÈ, )

Homônimos: convergentes (CÂMARA, Jr., 1989, p. 216). Horizonte: distância entre a palavra de busca e o colocado, à direita e à esquerda (CÂMARA, Jr., 1989, p. 226). Idiolalia: falas individuais (JOTA, 2008, p. 222). Idioleto- fala de um indivíduo na qual é analisado o conjunto de elementos linguísticos que o identifica como participante de uma comunidade.72 Introdução aos Estudos Linguísticos Idiotismo: construções frasais que não se prestam a analise (CÂMARA, Jr., 1989, p. 227). Imperfeito: aspecto verbal que indica inclusão e duração (CÂMARA, Jr., 1989, p. 227). Impessoalidade: propriedade de uma forma verbal, que, núcleo de um predicado não se refere a qualquer sentido (CÂMARA, Jr., 1989, p. 228). Implosão: articulação (CÂMARA, Jr., 1989, p. 229).


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Impressionismo: qualidade da linguagem que transmite uma determinada impressão, contrária à realidade objetiva (CÂMARA, Jr., 1989, p. 230). Imutabilidade: que não sofre alteração ( JOTA, 2008, p. 229). Inanimado: neutro, interrogativo (CÂMARA, Jr., 1989, p. 232). Incoativo: aspecto (CÂMARA, Jr., 1989, p. 232). Incongruente: incôngruo, inconveniente ( JOTA, 2008,p. 233). Indefinido: grupo de pronomes que não indicam, definitivamente, qual o ser a que se refere (CÂMARA, Jr., 1998, p. 234). Indeterminado: sem situação definida (CÂMARA, Jr., 1989, p. 235). Índices temáticos: tema (CÂMARA, Jr., 1989, p. 235). Indiferenciado: assinala o sujeito, nitidamente, que não foi indicado por pronome definido (CÂMARA, Jr., 1989, p. 236). Informação mútua (mutual information): medida de significância para a força de associação entre as palavras, privilegiando, palavras menos frequentes (JOTA, 2008, p. 237). Injetivo: implosivo, ingressivo, adentra à frase (JOTA, 2008, p. 237). Insígnia: sistema semiótica que indica a posição da fala que o sujeito produz relativamente a seu interlocutor ( FLAHAULT, ) Instância de discurso: ato único do dizer de uma língua atualizada em fala pelo locutor ( BENVENISTE, ) Integrante: termo que completa numa enunciação, a significação do outro de forma absoluta (CÂMARA, Jr., 1989, p. 239). Interdiscurso: constituição do sentido que escapa à intencionalidade

do sujeito

( REVUZ, ) Interdiscursividade: um diálogo vivo entre os discursos combinados ( JOTA, 2008, p. 237). Intersubjetividade: condição para tornar possível a comunicação entre os sujeitos (

BENVENIESTE, )

Inteligibilidade: língua, sotaque (CÂMARA, Jr., 1989, p. 239). Intensidade linguística: intensidade de caráter proposital que se empresta à dicção dentro da fase da narrativa( acentos frasais) (JOTA, 2008, p. 238). Interdisciplinaridade: entre disciplinas, ou seja, estudos realizados sobre o mesmo tema em áreas diferentes (JOTA, 2008, p. 239). Interlocutário: destinatário de uma fala de um diálogo ( GREIMAS, ) Interlocutor: aquele a quem fala é dirigida ( DUCROT, )


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Internalizador: entidade lexical Y, relacionada a uma X, formará um sintagma XY, cuja argumentação interna se produz com a argumentação externa de X ( DUCROT, ) Intersubjetividade: inter-relação constitutiva da enunciação ( BENVENISTE, ) Intertextualidade:

relação que se estabelece entre dois textos quando um deles faz

referência a elementos existentes no outro, elementos que dispõem de conteúdo, forma, ou mesmo forma e conteúdo (JOTA, 2008, p. 240). Invariante: conjunto de transformações se a imagem transformada da entidade é indistinguível da entidade original (JOTA, 2008, p.241). Inversão: colocação (CÂMARA, Jr., 1989, p. 240). Ironia: emprega o oposto do que se deseja evidenciar, sarcasmo na escrita (JOTA, 2008). Jargão: gírias (CÂMARA, Jr., 1989, p. 240). Juntura: duas formas mínimas dentro do vocábulo. (CÂMARA, Jr., 2008, p. 240). Justaposição: reunião de duas formas linguísticas num vocábulo mórfico (CÂMARA, Jr., 2008, p. 241). Kwic (do inglês keyword in context / palavra-chave no contexto): formato de concordância em que a palavra de busca aparece centralizada (JOTA, 2008, p. 242). Lexema - unidade no léxico de uma língua; item lexical; palavra LÍNGUA - Sistema de signos [ v. signo (4) ] que permite a comunicação entre os indivíduos de uma comunidade linguística. Léxis: ente metalinguístico referente a um esquema relacional entendido como um modelo abstrato da estrutura predicativa mínima ( CULIOLI, ) Léxico: sinônimo de vocabulário, conjunto de vocábulos

de que dispõe uma língua.

(CÂMARA, Jr., 1989, p. 244). Lexicografia: estudo metódico das palavras de uma língua (CÂMARA, Jr., 1989, p. 244). Língua: Encarada de duas maneiras: ou é um estado d fenômenos simultâneos, o que implica em ordem, organização, sistema ou é uma sucessão de fenômenos, sujeito a transformações e alterações , por vezes incompatíveis com o sistema (JOTA, 2008, p. 245); conjunto formado pela estrutura e uso linguístico (

BALLY); sistema que inter-relaciona valor distintivo das

formas e valor referencial relativo à situação enunciativa ( BENVENISTE, ) Língua especial: gíria (CÂMARA, Jr., 1989, p. 245). Língua geral: adstrato, tupinismo (CÂMARA, Jr., 1989, p. 245). Língua literária: escrita, língua (CÂMARA, Jr., 1989, p. 245-246). Língua primitiva: família linguística (CÂMARA, Jr., 1989, p. 246).


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Linguagem: em amplo sentido: a língua em todas as suas formas e manifestações (JOTA, 2008, p. 247); conjunto dos sistemas estrutural e do uso da língua ( BALLY, ); faculdade de simbolizar inerente À condição humana ( BENVENISTE, ); sistema de signos linguísticos que tem funcionamento baseado nos processos de seleção e combinação ( JAKOBSON, ) Linguística: estudo da linga em sua função comunicativa e expressiva (JOTA, 2008, p. 249250); ciência que tem por objeto a linguagem apreendida através da diversidade das línguas naturais ( CULIOLI, ) Lista de palavras por ordem alfabética: lista em que as palavras são apresentadas em ordem alfabética. Em geral, permite também a ordem reversa, ou seja, a listagem alfabética pelo final da palavra, o que é muito conveniente para o estudo de sufixos (JOTA, 2008, p. 250). Lista de palavras por ordem de frequência: lista em que as palavras são apresentadas a partir das mais frequentes até as menos frequentes( JOTA, 2008, p. 251). Lista de palavras: lista de todas as palavras do corpus (JOTA, 2008, p. 252). Literariedade: existência de propriedades ou características que, quando presentes em uma obra qualquer, permitem-nos não só classificá-la como literária, mas considerá-la em um estilo de época, propriedade, caracteristicamente "universal" do literário, que se manifesta no "particular", em cada obra literária ( JOTA, 2008, p. 253). Literatura: locução: reunião de dois vocábulos que conservam a individualidade fonética e mórfica (CÂMARA, Jr., 1989, p. 247). Localização espacial: construção de um sistema

de referencias, que permite situar

espacialmente estados e acontecimentos ( GREIMAS, ) Localização temporal: construção de um sistema

de referencias que permite situar,

temporalmente estados e acontecimentos ( GREIMAS, ) Locutor: sujeito responsável pelo enunciado ( DUCROT, ) Lógica: análise (JOTA, 2008, p. 254-255). Malapropismo: deformação ou mau uso das palavras estrangeiras (JOTA, 2008, p. 255). Mecanismos linguísticos: emissão de enunciados aceitáveis ( JOTA, 2008, p. 255). Meios de expressão: recursos que que se vale a língua na sua estruturação (tom, entonação, ordem, entonação, interação) (JOTA, 2008, p. 256); forma de atividade social específica que tende a criar e conservar um tipo especial de expressão ( BALLY, ) Mensagem: discurso (CÂMARA, Jr., 1989, p. 248); elemento do ato de comunicação verbal caracterizado pelo arranjo único das palavras ( JAKOBSON, )


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Modo: propriedade que tem a forma verbal de designar a nossa atitude psíquica em face ao fato que exprime-se (CÂMARA, Jr., 1989, p. 248). Modo de organização do discurso: consiste em utilizar certas categorias da língua para ordená-las conforme as finalidades discursivas do ato de comunicação ( CHARAUDEAU, ) Monema: forma (CÂMARA, Jr., 1989, p. 249). Monorrema: frase constituída de um só vocábulo (CÂMARA, Jr., 1989, p. 250). Morfema: elemento linguístico mínimo que tem significado (CAMARA Jr., 2008, p. 251). Mudanças: transformações que ocorrem com o tempo tornando-se constituídas pela história (CÂMARA, Jr., 1989, p. 252). Multimodalidade: O conceito de multimodalidade brota da Teoria da Semiótica, especificamente, da Semiótica Social. Consoante Barros (2005), a Semiótica concede prima pelo estudo do texto, focando em explicar “o que o texto diz e como ele faz para dizer o que diz” a Semiótica prima não só pelo estudo daquilo que é dito pelo texto, como também pelas estratégias textual-discursivas traçadas pelo autor do texto, a fim de exteriorizar o seu dizer (JOTA, 2008, p. 259). Multiplicidade: diversidade de sentidos que se pode empregar de acordo com o contexto em que está inserida, trata dos diversos tipos de linguagem e de seus códigos, dando exemplos do cotidiano que comprovam a variedade da língua em situações específicas (JOTA, 2008, p. 251). Mutabilidade: caráter da língua

como realização (fala) em oposição a imutabilidade

(sistema) (JOTA, 2008, p. 251). Mutação: mudança fonética que se processa independentemente do ambiente fonético em que se acha o fonema (CÂMARA, Jr., 1989, p. 253). Narrador: destinador do discurso, instalado no enunciado ( GREIMAS, ) Narratário: implícito ou explícito, actante da enunciação enunciada ( GREIMAS, ) Não-pessoa: face objetiva da língua ( BENVENISTE, ) Não-um: heterogeneidade que afeta o dizer ( REVUZ, ) Naturalidade: exige atenção redobrada pois transparece franca

e espontaneamente

a

linguagem empregada (JOTA, 2008, p. 253). Nível complexo: compreende o texto e o discurso ( DUCROT, ) Nível elementar: compreende a frase e o enunciado ( DUCROT, ) Nexo: termo aplicado por Jerpesen, em 1928, para a conexão sujeito e predicado, caracterizando o sintagma (CÂMARA, Jr., 1989, p. 255). Nódulo: busca (JOTA, 2008, p. 255).


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Norma: conjunto de hábitos linguísticos vigentes no lugar ou na classe

social mais

prestigiosa no país. (CÂMARA, Jr., 1989, p. 256). Objetal: relação entre verbo e objeto (JOTA, 2008, p. 257). Opacidade: propriedade do signo que evidencia sua forma ( RECANATI, ) Oposição: princípio fundamental da estrutura da linguística que resultam os fatos da língua (CÂMARA, Jr., 2008, p. 257). Oração: frase elementar, livre ou independente, em que um propósito define uma comunicação linguística (CÂMARA, Jr., 1989, p. 259). Ordem rítmica: dispõe as palavras mais expressivas ou a que se deseja dar mais realce (JOTA, 2008, p. 259). Overlapping: desbordamento (CÂMARA, Jr., 1989, p. 260). Palavra: território comum do locutor e do interlocutor, relação do outro com a coletividade ( BAKHTIN, ); unidade constituinte da frase ou do enunciado ( BENVENISTE, ) Palavra de busca: palavra a partir da qual gera-se concordância (JOTA, 2008, p. 261). Palavras-chave: resultado da comparação entre o corpus de estudo e um corpus de referência, eliminando palavras relativamente similares nos dois corpora de modo que restem as palavras cuja frequência é estatisticamente significativa (JOTA, 2008, p. 262). Palilogia: repetição de palavra ou frase para fins de expressividade (JOTA, 2008, p. 263). Palíndromo: palavra ou frase que se pode ler de trás para frente. Ex.: Oto ama Ana. (JOTA, 2008, p. 264). Palinódia : retratação, sob forma poética que se faz de algo que se disse (JOTA, 2008, p. 265). Pancronia: estudo dos princípios gerais segundo os quais se produzem fatos linguísticos e independentes entre eles (CÂMARA, Jr., 1989, p. 262). Partição: divisão da cadeia em partes, articulação das palavras (JOTA, 2008, 2008, p. 267). Partícula apassivadora: pronome que indica o sujeito paciente. Exs.: me, se (JOTA, 2008, p. 268). Partículas: vocábulos de pequenos volumes fonológicos e de função auxiliar num sintagma, como artigos, pronomes adverbiais, átonos, alguns advérbios e conectivos (CÂMARA, Jr., 1989, p. 263). Passividade: qualidade de paciente que um sujeito apesenta em relação ao processo verbal (CÂMARA, Jr., 1989, p. 264). Patuás: falares (CÂMARA, Jr., 1989, p. 265). Pausa: qualquer momento de silêncio durante a iniciação (CÂMARA, Jr., 1989, p. 266).


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Performatividade: propriedade aplicável à todos os enunciados ( RECANATI, ) Perceptibilidade: caráter de audibilidade da fala, capacidade do som de impressionar o ouvido (JOTA, 2008, 2008, p. 269). Perceptividade: Perífrase: emprego de duas ou mais palavras para expressão de um só significado: Ex.: muito alto (por altíssimo) (JOTA, 2008, p. 270). Perissologia: redundâncias (JOTA, 2008, p. 271). Pessoa gramatical: indicação mórfica das pessoas: do ouvinte, do falante, de tudo que for distinto a ambas (CÂMARA, Jr., 1989, p. 270). Pluralização: processo que consiste em usar no plural um nome, sem correspondência com a realidade representada. (CÂMARA, Jr., 1989, p. 273). Práxis: Pragmatimo: doutrina de Charles Sandres Peirce (1844), cuja tese fundamental é que a verdade de uma doutrina consiste no fato de que ela seja útil e propicie alguma espécie de êxito ou satisfação. Desse modo, afirma que o conceito que temos de um objeto nada mais é que a soma dos conceitos de todos os efeitos concebíveis como decorrentes das implicações práticas que podemos conceber para o referido objeto (JOTA, 2008, p. 273). Predicação: resultado do nexo (CÂMARA, Jr., 1989, p. 274). Prevérbios: perfazer, antepor, partícula que se antepõe ao verbo: ex.: não fez, quase chegou (JOTA, 2008, p. 273). Pressuposto: ato da fala implícito inscrito no sentido ( DUCROT, ) Princípio da dupla estruturação: ordenamento linguístico de objetos e noções ( HAGÈGE, ) Prosódia – estudo da variação na altura, intensidade, tom, duração e ritmo da fala. Também se ocupa do estudo da pronúncia correta das palavras (JOTA, 2008, p. 277). Potencial argumentativo: conjunto de enunciados que servem de conclusão a um enunciado ( DUCROT, ) Protoportuguês: português arcaico (CÂMARA, Jr., 1989, p. 274). Realce: qualquer processo linguístico para pôr relevo a um ou mais termos da enunciação. (CÂMARA, Jr., 1989, p. 275). Reconhecimento: atividade exercida por quem utiliza a língua, que consiste em atribuir significado relativo à pertença ao sistema ( BENVENISTE, ) Redobro: reduplicação (CÂMARA, Jr., 1989, p. 277). Reduzida: orações pequenas, reduzidas em número de palavras (JOTA, 2008, p. 278).


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Referência: significação singular e irrepetível da língua cuja interpretação realiza-se a cada instância de discurso contendo um locutor ( BENVENISTE, ) Referencialização: processo de constituição dos efeitos de realidade ou de verdade do discurso ( GREIMAS, ) Regularidade: propriedade das formas linguísticas que se pautam por um paradigma (CÂMARA, Jr., 1989, p. 278). Refração: operação pela qual se inscreve nos signos a experiência histórica dos grupos humanos ( BAKHTIN, ) Relação: diálogo ( HAGÈGE, ) Relações dialógicos: relações de sentido desencadeadas pelo enunciado ( BAKHTIN, ) Relações dialógicas: relações de sentido desencadeadas pelo enunciado ( BAKHTIN, ) Release (press release): Termo do jargão jornalístico, onde se define como material informativo, distribuído aos jornalistas para servir de pauta, proposta de assunto, roteiro, “press release” ou “release” (em vernáculo, “soltar”, “lançar”, “divulgar” pela imprensa) significa um comunicado de imprensa para, oficialmente e com documentação apropriada, informar, anunciar, contestar, esclarecer ou responder sobre algum fato que envolva, positivamente ou não, o veículo em questão (JOTA, 2008, p. 280). Rema: fim da frase, alto grau ( TEIXEIRA, ..... Representatividade: conceito sobre o qual ainda não há consenso, mas pretende garantir que um corpus seja representativo daquilo que pretende estudar. Cabe ao criador do corpus estabelecer os critérios que garantirão essa representatividade. Ressonância: timbre da voz (CÂMARA, Jr., 1989, 284). Retórica: estudo da linguagem greco-latino, que focalizava a atividade literária do discurso (CÂMARA, Jr., 1989, p. 285). Romanismo: criação romântica (JOTA, 2008, p. 281). Segmento: constituinte da unidade argumentativa de sentido ( DUCROT, ) Segunda pessoa: tu ( BRÉAL, ) Semântica linguística: descreve as estruturas linguísticas a partir de suas potencialidades ( DUCROT, ) Seleção: processo de economia linguística que consiste em anular a dualidade de formas equivalentes pela conservação de ambas com funções distintas, em vez do abandono da função de uma delas (CÂMARA, Jr., 1989, p. 282). Semântica: estudo da significação das formas linguísticas (CÂMARA, Jr., 1989, p. 283).


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Sentido: capacidade de uma unidade linguística integrar uma unidade de nível superior ( BENVENISTE,

) o sentido difere, em quantidade e em natureza, da significação

( DUCROT, ) Sentido literal: elemento semântico mínimo contido no sentido de todos os enunciados de uma mesma frase ( DUCROT, ) Shifter: categoria por ato particular, embreante (JAKOBSON, ) Significado: representação mental, reconhecimento, significância (CAMARA, Jr., 1989, p. 285). Significante: forma, significação (CÂMARA, Jr., 1989, p. 285). Significação: aparato técnico para a realização do sentido na enunciação (BAKHTIN, ); valor semântico da frase (DUCROT, ) Signo: unidade linguística que tem significante e significado - signo linguístico. Segundo Saussure “é a imagem acústica de um signo linguístico; não é a palavra falada (ou seja, o som material), mas a impressão psíquica desse som”. símbolo, dêixis, sintaxe: gramática, morfema, sintagma, oração, distribuição, variantes (CÂMARA, Jr., 1989, p 293); no uso corrente este termo é utilizado para designar a palavra elemento primordial do sistema linguístico, constituído por um significante e um significado (BENVENISTE, ); produto da relação entre um elemento representante a um elemento representado (RÉCANATI, ) Signo ideológico: forma varável e flexível da comunicação discursiva (BAKHTIN, ) Signo vazio: forma vazia, dêitico BENVENISTE, ) Símbolo: elemento constitutivo da estrutura da língua, suscetível de receber um sentido no uso (BALLY, ) Sinal: elemento de caráter imutável da língua (BAKHTIN, ) Sincronia: estudo da língua em um determinado momento do tempo, ou seja, considera-se não toda a evolução, mas um determinado período. Exemplo: o desenvolvimento da língua no século XX, categoria de análise da língua que determina um recorte específico no tempo (JAKOBSON, ) Sintagma: toda combinação na cadeia da fala (Saussure), ou seja, o resultado da combinação de um determinante e de um determinado numa unidade linguística hierarquicamente mais alta, que pode ser uma palavra, um termo da oração ou uma oração (JOTA, 200, p. 297). Sintagmatização: trabalho realizado por quem utiliza a língua, relativo ao estabelecimento de inter-relações entre as palavras que constituem o enunciado (BENVENISTE,

)


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Sintaxe: parte da gramática que descreve as regras pelas quais combinam as unidades significativas em frases e também da relação lógica entre as frases. Muitas vezes a sintaxe é confundida com a própria gramática (JOTA, 2008, p. 298). Situação: maneira do objeto situar-se em relação às pessoas do discurso (JOTA, 2008, p. 299). Situação de comunicação: meio extralinguístico ao qual estão ligados os indivíduos de uma comunidade social quando interagem pela linguagem (CHARAUDEAU, ) Situação de discurso:

circunstância irrepetível de apropriação da língua que instaura a

interlocução e a instância espacial e temporal (BENVENISTE,

)

Situação de enunciação: parâmetro teórico que indica o conjunto de situações que constituem o sistema de referência do enunciado (CULIOLI,

)

Sociolinguistica:conjunto de estudos linguísticos, antropológicos e sociológicos que tratam dos aspectos sociais do uso da língua, especialmente das variações linguísticas que se dão no interior de um grupo, conforme as diferentes posições, funções ou circunstâncias dos indivíduos ou dos subgrupos de que estes fazem parte (JOTA, 2008, p. 300). Solilóquio: linguagem silenciosa, sem objetivo de comunicação, falar para si, sozinho (JOTA, 2008, p. 300). Subjetividade: passagem de locutor a sujeito (BENVENISTE, ) Sujeito: eu (BENVENISTE, ) Sujeito da enunciação: sujeito produtor do discurso, que engloba tanto o enunciador quanto o enunciado (GREIMAS, ) Sujeito-efeito: figura enunciativa resultante da determinação do sujeito pelo inconsciente e pelo interdiscurso (REVUZ, ) Sujeito falante:

indivíduo falante, locutor, sujeito (BALLY,

); sujeito empírico

(DUCROT, ) Tecido: elemento confeccionado, urdido, entrelaçado (CAMARA, Jr., 1989, p. 304). Tema: índice temático, parte do vocábulo flexional em que o radical se amplia como segmento fônico (CÂMARA, Jr., 1989, p. 305); expressão dinâmica, dialógico e singular da enunciação (BAKHTIN, ) Tematização: processo pelo qual o enunciador constrói discursos abstratos (GREIMAS, ) Tempo crônico: dispõe os acontecimentos em sequência (BENVENISTE, ) Temporalização: (GREIMAS, )

procedimento

de

construção

das

temporalidades

no

discurso


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Teoria da argumentação da linha: conjunto de conceitos que se centra na hipótese de que argumentação está inscrita na língua (DUCROT, ) Teoria da polifonia:

conjunto de conceitos que se fundamentam na ideia de que um

enunciado comporta um ou vários sujeitos que estão na origem do seu sentido (DUCROT, ) Teoria dos Blocos semânticos: quadro teórico cuja hipótese semântica norteadora é a existência de interdependência entre os segmentos de um encadeamento discursivo (DUCROT, ) Teoria dos topoi: quadro teórico que estuda a natureza, as características e as finalidades dos princípios argumentativos na constituição e na descrição do sentido d uma dada língua (DUCROT, ) Teoria dos três pontos de vista: estuda a língua em diferentes planos de análises simultâneos, sem hierárquicos (HAGÈGE, ) Terceira-pessoa: não-pessoa (BENVENISTE, ) Testes estatísticos: medidas de significância empregadas para determinar, entre outras coisas, os colocados de uma palavra de busca. Texto: entidade linguística abstrata constituída de frases subjacentes ao discurso (DUCROT, ); conteúdo veiculado em um enunciado (RÉCANATI, ) Textualização: disposição de elementos discursivos segundo as coerções decorrentes do plano da expressão (GREIMAS, ) Tonicidade: acento (CÂMARA, Jr., 1989, p. 313). Transdiciplinaridade: abordagem que visa a unidade do conhecimento (TEIXEIRA,.... Transtextualidade: conjunto de textos e as relações estabelecidas entre os mesmos (TEIXEIRA... Transitividade: necessidade de muitos verbos , serem acompanhados por um objeto direto que complete sua predicação em línguas e sistemas de casos(CÂMARA, Jr., 1989, p. 314). Transparência: propriedade do signo que permite evidenciar, através de si mesmo, o que representa, ocultando sua forma (BAKHTIN, ) Transposição: processo gramatical que consiste em dar a um termo aplicação diversa da que lhe é própria (CÂMARA, Jr., 1989, p. 318). Topos: princípio argumentativo que assegura a passagem de um argumento a uma conclusão (DUCROT, ) Tu: segunda pessoa (BRÉAL, ) Ubiquidade: presença ao mesmo tempo em diversos lugares (TEIXERA)


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Um: representação imaginária de uma homogeneidade do dizer do sujeito falante da enunciação (REVUZ, ) Unicidade: características das pessoas eu/tu de serem as únicas a cada enunciação (BENVENISTE,

)

Valor argumentativo: conjunto de possibilidades ou impossibilidades de continuação discursiva que o emprego de uma palavra determina, decorrente da unificação dos aspectos subjetivo e intersubjetivo da linguagem (DUCROT, ) Valor expressivo: tendência do falante relacionar suas percepções, expressivamente ,acerca do seu modo de ver (BALLY, ) Valoração: acento de valor (BAKHTIN, ) Variação: consequência da propriedade da linguagem de nunca ser idêntica em suas formas através da multiplicidade do discurso (CÂMARA, Jr., 1989, p. 314) Verossimilhança: Em sentido genérico e comum, é a qualidade ou o caráter do que é verossímil ou verossimilhante, semelhante à verdade, que não repugna à verdade provável (JOTA, 2008, p. 314). WordSmith Tools: conjunto de ferramentas para a análise linguística de corpora. Consiste em três ferramentas principais: Concord, um concordanciador, WordList, um gerador de lista de palavras, e Keywords, um extrator de palavras-chave. Conta também com outros utilitários como Collocates, que apresenta os colocados da palavra de busca; Clusters, relaciona os agrupamentos em que aparece a palavra de busca; Aligner, que alinha dois textos, dentre outros. Foi desenvolvido por Mike Scott em 1996 e está atualmente na sua quinta versão (JOTA, 2008, p. 326).

REFERÊNCIAS CÂMARA JR. Joaquim Mattoso. Dicionário de Linguística e Gramática. São Paulo: Vozes, 1989. FLORES, Valdir do Nascimento. Dicionário de Linguística da Enunciação. Organizadores: Valdir do Nascimento Flores [et al]. São Paulo: Contexto, 2008. JOTA, Zélio dos Santos. Dicionário de linguística. Rio de Janeiro: Vozes, 2008. MARTELOTTA, Mário Eduardo. Manual de Linguística. São Paulo: Contexto, 2012. TEIXEIRA.....


31 TRASK, R. L. 2004. Dicionário de Linguagem e Lingüística. Tradução e adaptação de Rodolfo Ilari. Revisão Técnica de Ingedore Villaça Koch e Thaís Cristófaro Silva. São Paulo: Contexto. 364 p. ISBN 85-7244-254-5.


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