de todo o coração

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SÉRGIO FRANCO

DE TODO O CORAÇÃO

Rio de janeiro, 2009


De Todo o Coração 5a edição - 2008 Rio de Janeiro ATOS GOSPEL 2008 Copyright © ATOS GOSPEL Capa e diagramção: Filipe Fleixeira Revisão: Rosangela Lisboa, Raphael Reis Izabelle Andretta, Cristiano Brum e Helena Wucherer Ilustração da Capa: André Tavares Dados Internacionais de catalogação na publicação *** Franco, Sérgio R De todo o coração – Sérgio Rodrigues Franco – Rio de Janeiro Projeto ATOS 2003 – 66 p; 18 cm 1ª Edição 1996 ISBN – 978-85-62428-00-5 *** Publicado com a devida autorização e todos os direitos reservados à ATOS GOSPEL CNPJ: 07459843/0001-08 Av. D. Helder Câmara, 5555 – sala 511 Cachambi – Rio de Janeiro – RJ - CEP 20.771-001 Tel. : (21) 3296 5360 / 3979 0122 www.atosgospel.com.br


SUMÁRIO

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prefácio

7 introdução 11 CAPÍTULO 1

a importãncia da circuncisão 33 CAPÍTULO 2

as bem-aventuranças 41 CAPÍTULO 3

bem-aventurados os humildes de espírito(coração) 49 CAPÍTULO 4

bem-aventurados os que choram 61 CAPÍTULO 5

bem-aventurados os mansos 67 CAPÍTULO 6

bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça 75 CAPÍTULO 7

bem-aventurados os misericordiosos 83 CAPÍTULO 8

bem-aventurados os puros de coração 93 CAPÍTULO 9

bem-aventurados os pacificadores 97 CAPÍTULO 10

bem-aventurados sois vós, quando... 111 CAPÍTULO 11

o coração de Jesus



PREFÁCIO

Deus falou através dos profetas a respeito de ministérios que levantaria nestes últimos dias. A voz profética que jamais se calaria até que fosse manifestada a Justiça do Senhor. Homens que falariam segundo os oráculos de Deus, desafiando os chamados discípulos a viverem mais profundamente com o Pai. Fui chamado para fazer este prefácio por uma razão simples: tenho acompanhado não só a vida do autor, mas também os resultados que tais ensinamentos vêm produzindo na vida de muitos. “De todo o coração” é a transcrição de uma mensagem, proferida em diversas ocasiões, pelo


Franco. É o resultado de um ministério dedicado ao serviço do Pai. Muitos são aqueles que se sentiriam honrados ao escrever essas linhas, tendo em vista a transformação que sofreram em suas vidas ao serem confrontados por tais palavras. O relato de experiências fala por si só da preciosidade das revelações aqui contidas, luz que jamais poderia ser aprisionada em uma igreja local. Meu desejo é que a vida do leitor seja tocada tão profundamente quanto a vida daqueles que já vêm sendo alcançados por este ministério. Cláudio Zaché de Melo, Bispo na Igreja da Zona Oeste do Rio de Janeiro


INTRODUÇÃO

A Igreja vive dias de glória nesta nação. E é tida em muitos lugares do mundo como uma Igreja em avivamento. De fato, a Igreja brasileira tem se multiplicado por todo o território nacional. Contudo, multiplicação e crescimento espiritual são coisas distintas. Poderia dizer que a igreja cresce quantitativamente mais que qualitativamente. A quantidade desta igreja não revela a qualidade necessária. Digo isso como parte desta igreja. Alguém já disse que a igreja no Brasil lembra um “grande lago” – RASO. Como isso é possível? Creio que a resposta é a seguinte: podemos nos multiplicar sem deixarmos de ser crianças espi-


rituais. Seria possível uma semente lançada ao solo germinar sem chegar a crescer e frutificar? Poderia ela ficar a beira do caminho, num solo rochoso ou entre espinhos? (Mateus 13:1-8, 1823; Marcos 4:1-20; Lucas 8:4-15). Se fosse assim, correríamos o risco de nascer e viver sem nunca chegar à maturidade tão anelada pelo Pai. Creio que parte deste problema está fundamentada nas nossas prioridades, que na maioria das vezes estão em desacordo com o Reino de Deus. É claro que necessitamos trabalhar para o Senhor, porém, nesta busca por produção santa, terminamos, muitas vezes, mudando nossas prioridades e deixando coisas importantes serem substituídas pelas coisas urgentes. Quando não, misturamos nossas motivações, abrimos mão dos princípios e fazemos TUDO PARA A GLÓRIA DE DEUS, como se isso fosse possível. Em suma, queremos que seja PARA ELE, aquilo que não é DELE, nem POR MEIO DELE. Esta pressão da alma leva-nos a buscar fazer “alguma coisa” para Deus. Já ouvi irmãos dize-


rem: “preciso fazer alguma coisa para Deus”. A ênfase para se fazer algo é tão grande que vemos crentes numa verdadeira corrida evangélica. Eles andam de cima para baixo e de baixo para cima - como diz minha mãe. Cada um procurando cumprir o seu ministério, às vezes sem muito entendimento, unidade ou direção. Estou convicto que Deus está, neste tempo, circuncidando vários corações. Aí você me pergunta: o que tem a ver circuncisão conosco? De fato, nós não somos da circuncisão. Contudo, gostaria de compartilhar neste livro uma visão que tenho para estes dias. “O senhor, teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração de tua descendência, para amares o senhor, teu Deus, de todo o coração e de toda a tua alma, para que vivas”.(Deuteronômio 30:6 ra)



CAPÍTULO 1

A IMPORTÂNCIA DA CIRCUNCISÃO

“Sucedeu que, ouvindo todos os reis dos amorreus que habitavam deste lado do Jordão, ao ocidente, e todos os reis dos cananeus que estavam ao pé do mar que o senhor tinha secado as águas do Jordão, de diante dos filhos de Israel, até que passamos, desmaiou-se-lhes o coração, e não houve mais alento neles, por causa dos filhos de Israel. Naquele tempo, disse o senhor a Josué: Faze facas de pederneira e passa, de novo, a circuncidar os filhos de Israel. Então, Josué fez para si facas de pederneira e circuncidou os filhos de Israel em Gibeate-Haralote. Foi esta a razão por que Josué os circuncidou: todo o povo que tinha


saído do Egito, os homens, todos os homens de guerra, eram já mortos no deserto, pelo caminho. Porque todo o povo que saíra estava circuncidado, mas a nem um deles que nascera no deserto, pelo caminho, depois de terem saído do Egito, haviam circuncidado. Porque quarenta anos andaram os filhos de Israel pelo deserto, até se acabar toda a gente dos homens de guerra que saíram do Egito, que não obedeceram à voz do senhor, aos quais o senhor tinha jurado que lhes não havia de deixar ver a terra que o senhor, sob juramento, prometeu dar a seus pais, terra que mana leite e mel. Porém, em seu lugar pôs a seus filhos; a estes Josué circuncidou, porquanto estavam incircuncisos, porque os não circuncidaram no caminho. Tendo sido circuncidada toda a nação, ficaram no seu lugar no arraial, até que sararam. Disse mais o senhor a Josué: Hoje, removi de vós o opróbrio do Egito; pelo que o nome daquele lugar se chamou Gilgal até o dia de hoje.” (Josué 5:1.9 ra)

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Ao lermos estes versículos de Josué cap. 5, entendemos que num momento importante de transição e avanço do povo de Israel que saiu do deserto, foi necessário circuncidar toda a nação. Deus ordenou a Josué que o fizesse. Eles, ainda que fossem o povo de Deus, não eram circuncidados. Acredito, à luz desta Escritura, que em algum momento da nossa caminhada cristã, Deus exige de nós profundidade. Não é uma questão de opção. Estou convencido de que Deus trabalha para que experimentemos uma vida mais profunda com Ele. Não sei explicar, mas toda a vez que leio estes versículos me flagro pensando nas mudanças pelas quais a igreja brasileira está passando. Parece que a igreja no Brasil está diante de um novo tempo, um novo momento. Creio que nós estamos prestes a experimentar algo novo de Deus. Quando compartilhei com os discípulos do Senhor sobre este tema, ousei dizer que o Espírito Santo está falando à igreja: “filhos, até aqui A importância da circuncisão

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vocês vieram, com muitas lutas e conseqüentes vitórias. Com algumas baixas. Guerreiros sendo humilhados, outros exaltados. Suportei muita infantilidade entre vocês, mas agora necessitam ser circuncidados. Pois daqui em diante, as coisas vão mudar. Exijo profundidade no que irão fazer. Desejo que façam DE TODO O CORAÇÃO”. Creio que devemos fazer valer a circuncisão que foi operada em nós quando cremos. O QUE TEM HAVER CIRCUNCISÃO CONOSCO?

Se alguém me ensinasse que devemos, como cristãos, nos circuncidar, eu responderia o seguinte: Nele, em Cristo, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor, pois em Cristo a circuncisão da carne foi cumprida. “Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor” (Gálatas 5:6 ra). Realmente, nós não somos da circuncisão da carne. A circuncisão não tem valor em si, nem

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tampouco a incircuncisão. Paulo é bem claro quando escreve sua carta à Igreja em Corinto: “A circuncisão em si não é nada; a incircuncisão também nada é, mas o que vale é guardar as ordenanças de Deus” (1 Coríntios 7:19 ra). Embora não sendo nós da circuncisão da carne, somos circuncisos nEle no espírito, bem lá dentro do coração. “Nele também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos humanas, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo” (Colossenses 2:21 ra). Se já fomos circuncidados em Cristo, e isso não foi obra de homens, como alguém pode nos falar sobre a circuncisão? De fato a igreja foi circuncidada em Cristo Jesus. Nele fomos mais que circuncidados. Nós podemos afirmar com toda a convicção que EM CRISTO “somos excelentes”. Como discípulos do Senhor Jesus devemos crer que EM CRISTO: Somos justificados (Romanos 3:24), fomos batizados na Sua morte (Romanos 6:3), estamos A importância da circuncisão

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vivos para Deus (Romanos 6:11), recebemos vida eterna (Romanos 6:23), não somos condenados (Romanos 8:1), experimentamos o amor de Deus (Romanos 8:39), somos um só corpo (Romanos 12:5), somos santificados (1 Coríntios 1:2), recebemos a graça de Deus (1 Coríntios 1:4), somos de Deus (1 Coríntios1:30), somos pais espirituais (1 Coríntios 4:15.17), somos vivificados (1 Coríntios 15:22), somos confirmados no ministério e recebemos a unção (2 Coríntios 1:21), sempre somos conduzidos em triunfo (2 Coríntios 2:14), somos revelados (2 Coríntios 3:14), somos nova criação (2 Coríntios 5:17), fomos reconciliados com o Pai (2 Coríntios 5:19), somos um (Gálatas 3:28), somos fiéis (Efésios 1:1), fomos abençoados com toda a sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais (Efésios 1:3), NÓS FOMOS CRIADOS, MORREMOS, RESSUCITAMOS E ESTAMOS ASSENTADOS NOS LUGARES CELESTIAIS (Efésios 1:20 e 2:6), fomos aproximados (Efésios 2:13), o propósito eterno foi estabelecido (Efésios 3:11), fomos perdoados (Efé16

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sios 4:32), nos gloriamos (Filipenses 3:3), somos chamados com soberana vocação (Filipenses 3:14 / 1 Pedro 5:10), possuímos a paz que guarda nosso coração e mente (Filipenses 4:7 – 1 Pedro 5:14), somos supridos (Filipenses 4:19), somos aperfeiçoados (Colossenses 1:28), ressuscitaremos primeiro se experimentarmos a morte (1 Ts 4:16), está a vida (2 Timóteo 1:1), recebemos a graça (2 Timóteo 1:9), está o amor (2 Timóteo 1:13), está a graça (2 Timóteo 2:1), está a salvação (2 Timóteo 2:10), vivemos piedosamente e, portanto, perseguidos (2 Timóteo 3:12), somos livres para ordenar o que convém (Fm 1:8), temos bom procedimento (1 Pedro 3:16). Quando lemos todas estas verdades, ficamos com a impressão que a nós, meros mortais, não cabe nada, absolutamente. Pensamos que não existe nenhuma contrapartida. Se tudo isso é para quem está em Cristo, o que compete a nós? Resposta: Permanecer em Cristo.

A importância da circuncisão

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Foi compreendendo João 15 que o missionário Hudson Taylor aprendeu a descansar em Deus – Ele aprendeu a importância de ESTAR EM CRISTO E PERMANECER NELE. “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam. Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.” (João 15:5-8 ra). ENTRE A POSIÇÃO E A EXPERIÊNCIA

Talvez você já tenha ouvido que existe uma lacuna entre os nossos direitos em Cristo e as nossas conquistas reais do dia a dia. Exemplo:

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“E pôs todas as coisas debaixo dos pés, e para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja” (Efésios 1:22 ra). Paulo ensina que todas as coisas estão sujeitas a Cristo e que esta posição de autoridade foi dada à igreja. Apesar desta verdade, alguém pode dizer que não vê esta sujeição das coisas nem ao Senhor Jesus, quanto mais à Sua igreja. Talvez o autor da carta aos hebreus esclareça isso. Leia com atenção: “Todas as coisas sujeitaste debaixo dos seus pés. Ora, desde que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou fora do seu domínio. Agora, porém, ainda não vemos todas as coisas a ele sujeitas” (Hebreus 2:8 ra). As Escrituras não negam que pode haver uma lacuna entre aquilo que é legal e aquilo que é experimental. Penso nisso também toda vez que leio ou me recordo dos Salmos 149. “Aleluia! Cantai ao senhor um novo cântico e o seu louvor, na assembléia dos santos. Regozije-se Israel no seu Criador, exultem no seu Rei A importância da circuncisão

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os filhos de Sião. Louvem-lhe o nome com flauta; cantem-lhe salmos com adufe e harpa. Porque o SENHOR se agrada do seu povo e de salvação adorna os humildes. Exultem de glória os santos, no seu leito cantem de júbilo. Nos seus lábios estejam os altos louvores de Deus, nas suas mãos, espada de dois gumes, para exercer vingança entre as nações e castigo sobre os povos; para meter os seus reis em cadeias e os seus nobres, em grilhões de ferro; para executar contra eles a sentença escrita, o que será honra para todos os seus santos. Aleluia!”. Existe uma sentença escrita que será executada pela igreja do Senhor Jesus. Esta é mais uma razão para fazermos valer a circuncisão dos nossos corações. Sei que nós gostamos mais das sentenças sobre os principados e potestades. Estou certo de que a igreja vibra quando falamos sobre colocar o diabo e seus demônios no lugar deles, ou seja, “debaixo dos nossos pés”. Porém, não vejo a mesma animação quando falamos em colocar 20

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“a carne” no seu lugar, ou seja, “na cruz”. Queremos quebrar as maldições e meter todos os demônios em cadeias, mas não podemos nos esquecer da carne. Ela é o pior dos inimigos. O VALOR DE UM CORAÇÃO CIRCUNCIDADO

Após considerar que existe uma lacuna entre a verdade posicional e a experimental, quero afirmar o seguinte: as Escrituras ensinam que a circuncisão vai além da carne do prepúcio. “Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo, assim como fizeram vossos pais, também vós fazeis”. (Atos 7:51 ra) “Porque não é judeu quem o é exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne. Porém, judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus”. (Romanos 2:28-29 ra) “Quanto ao mais, irmãos meus, alegrai-vos no Senhor. A mim não me desgosta, e é segurança A importância da circuncisão

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para vós outros que eu escreva as mesmas cousas. Acautelai-vos dos cães! Acautelai-vos dos maus obreiros! Acautelai-vos da falsa circuncisão! Porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no espírito, e não confiamos na carne”. (Filipenses 3: 1-3 ra) A leitura destes textos nos prova o seguinte: 1 – O homem pode ser incircunciso de coração e ouvidos. (Atos 7:51) 2 – A circuncisão não é somente na carne, mas é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus. (Romanos 2:28.29) 3 – Os da circuncisão adoram a Deus no espírito e não confiam na carne. (Filipenses 3:1.3) Parece que todo o nosso drama reside em falar, mas não experimentar as bênçãos que Deus, em Cristo Jesus, alcançou para nós. Falamos da nossa vitória sobre o pecado e vivemos naufragando nele. Falamos sobre o triunfo da cruz e navegamos nas águas do legalismo. Ensinamos sobre a vida no Espírito e praticamos as obras 22

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da carne. Cantamos sobre a maravilhosa graça e desafinamos na libertinagem. Falamos e, muitas vezes, não alcançamos. O que declaramos, muitas vezes está longe do que de fato vivemos e experimentamos no dia a dia. Por esta causa, quero falar sobre a circuncisão do espírito, do coração. Deus quer transformar o meu íntimo, o meu coração, pois não é mais tempo dos incircuncisos de coração realizarem a obra do Senhor. Se insistirmos, seremos reprovados diante dEle. Nós já atravessamos o rio Jordão da nossa carreira cristã. “O SENHOR, teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração de tua descendência, para amares o senhor, teu Deus, de todo o coração e de toda a tua alma, para que vivas” (Deuteronômio 30:6 ra). Ouço o Espírito Santo dizer: busco homens e mulheres que façam a minha obra de todo o coração. Pois, se desejamos fazer de modo excelente, é necessário, antes de tudo, ser excelenA importância da circuncisão

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te e, neste caso, não vale apenas palavras, pois Deus já está farto de declarações vazias. Vivemos hoje um momento de autenticidade. Deus tem pesado os nossos espíritos. Um momento em que o Pai está exigindo de nós algo mais profundo, ainda que seja simples. Uma atitude de purificação, de uma real santificação. Como Paulo diz: “Tendo, pois ó amados tais promessas, purifiquemo-nos de toda a impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus” (2 Coríntios 7:1 ra). As promessas de Deus nos remetem a uma obediência por fé. Pessoalmente nunca pensei que deveríamos nos purificar de TODA A IMPUREZA, tanto da carne COMO DO espírito. Principalmente se falando de espírito, pois entendia que no meu espírito (coração) não havia nada para ser purificado, pois cria que esta obra já havia sido realizada. Porém, agora entendo que EM CRISTO, possuo toda a condição de experimentar uma purificação verdadeira. Nele posso 24

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viver como alguém que já circuncidou o seu coração. Deus nos ajuda também quando nos examina no íntimo. “O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor. Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o Senhor pesa o espírito” (Provérbios 16:1.2 ra). Há muita sujeira, muita impureza que não vemos com os nossos olhos, mas Papai do Céu vê. Ele não quer ficar na periferia da alma. Ele deseja que nos revelemos para Sua glória. “Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao senhor, vosso Deus, porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal” (Joel 2:13 ra). Deus começa do começo. Ele não costura remendo novo em vestido velho e não põe vinho novo em odre velho. Ele é profundo e revela as profundezas a quem o busca de todo o coração. A importância da circuncisão

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“Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz” (Daniel 2:22 ra). SE A RAIZ É SANTA...

A excelência da Igreja está fundamentada intimamente no que somos e não no que fazemos ou possuímos. Podemos fazer algo somente com aparência de santidade. ‘’E se forem santas as primícias da massa, igualmente o será sua totalidade; se for santa a raiz, também os ramos o serão’’ (Romanos 11:16 ra). Se nosso interior é puro, o que fazemos também o é. É importante ressaltar que a nós não cabe julgar as intenções do coração do homem. A obra da Igreja é julgada por Deus, que certamente conhece todas as nossas motivações. Nós, discípulos do Senhor, também não devemos suspeitar uns dos outros. A suspeita é maligna para qualquer relacionamento. Costu26

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mo dizer aos discípulos: melhor é morrer esfaqueado pelas costas do que viver suspeitando dos irmãos. Falo isso inspirado no meu Mestre. Paulo escreveu à Igreja em Tessalônica: “ ...Pelo contrário, visto que fomos aprovados por Deus a ponto de nos confiar o evangelho, assim falamos, não para que agrademos a homens, e, sim a Deus que prova os corações. A verdade é que nunca usamos de linguagem de bajulação, como sabeis, nem de intuitos gananciosos. Deus disto é testemunha (1 Tessalonicenses 2:4-5 ra). Neste texto, podemos observar que Deus além de provar os corações, testemunha nossos intuitos. Fica claro aqui que das intenções Deus cuida. Quando Paulo afirma que não usou de linguagem de bajulação, ele diz: “Como sabeis”, ou seja, os homens podem testemunhar as palavras; mas quando se refere aos “intuitos gananciosos”, ele declara: “Bem, disto Deus é testemunha”. O que for visto e ouvido pode ser avaliado por todos nós num desejo de cooperar. No entanto, as intenções do coração entreA importância da circuncisão

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gamos ao juízo de Deus. É ruim para o homem viver suspeitando do outro e julgar coisas que não conhece. Aprendemos com Deus, desde o início, a argüir os faltosos. O Pai perguntou a Adão, e posteriormente a Caim, sobre suas faltas. Deus sabe de tudo, mas nos ensina a perguntar primeiramente antes de tratar dos assuntos. Em Mateus 18, Jesus nos esclarece como a Igreja argúi os irmãos faltosos. Freqüentemente, muitos pensamentos que julgamos verdadeiros não resistem a uma boa conversa. Agimos no corpo para abençoar a todos os irmãos. Argüimos os faltosos no intuito de cooperar com o seu perdão e manter a Igreja pura. Não devemos suspeitar das intenções do coração do homem. Deus deseja que vivamos uma vida tranqüila e segura. Devemos deixar a omissão sem ir além do universo da nossa consciência. Argüimos um irmão para saber o que está no seu coração. Não somos os donos da verdade. Sejamos cautelosos e humildes. 28

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Sendo assim, antes de tentar descobrir a raiz do outro, devo cuidar da minha própria raiz, ou seja, o cuidado com o meu coração deve ser a minha prioridade. A raiz da minha vida está no íntimo do meu ser. Se lá dentro não é santo, como poderei produzir obras santas? Existem muitas coisas boas que posso fazer, como cantar num coral ou numa banda, tocar instrumentos, ensinar aos novos, cuidar das crianças e socorrer aos necessitados, etc. Contudo, posso fazer tudo isso apenas por fora. Minha produção pode não ser o resultado do que sou. “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes” (1 Timóteo 4:16 ra). “Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo” (Hebreus 3:12 ra).

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É de suma importância nos apresentar a Deus ao invés de nos exibir para os homens. Paulo ensinou a Timóteo, seu filho espiritual, o seguinte: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Timóteo 2:15 ra). Sei que somos tentados a nos apresentar aos homens, aprovados como obreiros, porém, isso está longe de revelar uma raiz santa que vai abençoar toda a massa. Quando nos apresentamos a Deus, podemos ser reprovados. Por exemplo: Deus não pede apenas serviço. Enquanto nós nos concentramos em apenas serviLo, Ele diz que necessitamos servir com alegria de coração. “Servi ao senhor com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico” (Salmos 100:2 ra). “Porquanto não serviste ao senhor, teu Deus, com alegria e bondade de coração, não obstante a abundância de tudo” (Deuteronômio 28:47 ra). 30

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Como ficará alguém que produziu muito, mas não serviu a Deus com alegria de coração? Observe que Deus não se impressiona com o nosso serviço, mais do que com o nosso coração. Deus quer excelência nesses dias do fim. Ele não vai medi-la pelas nossas obras e sim pelos nossos corações. Posso até possuir uma linda cara de evangélico, aparentar ser um “santarrão” espiritual. Porém, se o meu coração é impuro, incircunciso, o que faço não tem valor diante de Deus: é madeira, palha ou feno. A única maneira de abençoar “todo o corpo” é possuindo de fato um coração (raiz) santo.

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