Flinpo Magazine 004

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Flinpo Magazine. Ano II. Nยบ 4. Maio 2012. www.flinpo.net


EDI TO RIAL

Entrando no segundo ano do projecto Flinpo, publicamos agora o quarto número da FMagazine dando sequência ao que foi feito nas edições anteriores. Esta revista serve, essencialmente, para agradecer e dar destaque a todos aqueles que semanalmente participam nos nossos desafios fotográficos e que, cada vez mais, fazem crescer este espaço. Acompanhando esse crescimento, fizemos algumas alterações no Flinpo, no início deste ano de 2012, sendo a principal novidade a obrigatoriedade de registo e com isto quisemos fazer com que a votação fosse a mais verdadeira possível, o que achamos que tem acontecido. Ao longo destas páginas podemos apreciar fantásticas fotografias, ilustrando os mais variados temas, de pessoas que gostam de fotografia e que gostam de a partilhar, para esses o nosso muito obrigado.


entrevista

CON TE ĂšDO

vencedores

e


escolhas

artigo

ensaio


Entrevista


ruimnm

ruimnm.blogspot.com fotosdistodaquilo.blogspot.com

Nascido em Luanda em 1974, ruimnm, o pseudónimo de Rui Martins, cresceu na cidade da Póvoa de Varzim. Estudou História e Arqueologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, embora nunca tenha exercido essa actividade profissionalmente. Continua a viver naquela cidade com a sua mulher e filha de 16 meses que requer toda a sua atenção, deixando pouco tempo para a fotografia.


Quando e que motivações o levaram ao interesse pela fotografia? O meu interesse pela fotografia nasceu quando andava a estudar no 9º ano do Secundário e tinha a disciplina de Introdução ao Jornalismo, aí tive o primeiro contacto e acesso à câmara escura do Liceu e com o incentivo de um colega cujo pai fazia fotografia em casa e tinha várias máquinas que nos emprestava, íamos fotografar a cidade, principalmente o cais, os barcos e os pescadores. Depois, com acesso à câmara escura da escola, lá faziamos a revelação dos filmes e depois a impressão das fotografias. Momentos mágicos!

Que área da fotografia mais o atrai?

Não sei se terei uma área específica. Mas talvez a reportagem, não só de guerra mas também de questões sociais. Gosto muito de ver o Mundo através das lentes dos fotógrafos e não só pelas câmaras de televisão, tem outo ritmo, outra profundidade e não é tão fugaz.

Sendo a reportagem a área que mais lhe desperta interessa, porque é que o não faz/publica mais fotografias dessa área? Porque ao analisar as fotografias publicadas nos seus blogues, notámos que a maioria são criadas dentro de estúdio. A fotografia de reportagem é sem dúvida a que mais me atrai enquanto observador desta arte, não quer dizer

Entrevista


que eu a faça e, de facto, a fotografia de estúdio "caseiro" é o predominante nos meus blogues. Eu não faço fotografia de reportagem por várias razões: primeiro porque não sou fotógrafo, depois por falta de tempo por afazeres profissionais e familiares e finalmente por indisponibilidade emocional para tal, pois acredito que em muitas situações tal é fundamental.

Tem algum fotógrafo que o inspire de uma forma particular?

Respondendo taxativamente: não, não tenho um fotógrafo que me expire particularmente. Terei alguns (muitos) fotógrafos! Poderei destacar Edward Weston, pela capacidade de trazer para dentro da fotografia a ideia de arte. Não foi o primeiro, mas foi, dos primeiros, o que o fez de uma forma particular.

Irving Penn, não só pelos seus famosos retratos, mas pricipalmente pelas suas naturezas mortas de objectos do quotidiano. Depois, o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado e as suas fotografias de grande impacto emocional e de intervenção social. Muitos outros poderia referir.

Qual é o tipo de material fotográfico que utiliza?

Uzo uma Panasonic DMC-FZ7, já com alguns anos. Depois para as minhas fotografias de "estúdio" improvisado utilizo material que encontro em casa, como candeeiros de secretária para iluminação, espelhos, cartolinas, tecidos, etc. ou seja, coisas muito sofisticadas!


Para si, qual é a importância da internet no mundo da fotografia? A internet tem muita importância para a fotografia como para outra qualquer àrea. É uma janela aberta à informação que se a soubermos utilizar poderemos aprender muito. Para mim é uma ferramenta de aprendizagem e uma galeria de arte aberta 24 horas. Obviamente que teremos de saber filtrar o "lixo" que também o há e as informações irróneas. É ao mesmo tempo um local de partilha que, e com o advento da fotografia digital, se tornou incontornável onde também estou presente.

Entrevista

O que é que acha do Flinpo?

Eu sou um participante desde a primeira hora deste vosso projecto e achei bastante interessante o conceito de agregar falantes da nosso língua num único espaço dedicado à fotografia e a desafios para os seus participantes, sei que há mais espaços do género por aí mas este parece-me mais bem conseguido.



Entrevista


Na sua opinião, que melhorias ou novas funcionalidades deveriam ser implementadas?

Primeiro gostava de dizer que gostei das últimas alterações, principalmente a votação, agora será mais verdadeira. Quanto a melhorias, poderia sugerir uma secção de desafios, talvez mensal, com temas mais técnicos que "obrigassem" a pensar e a trabalhar para tal e não só aproveitar as fotografias que já tenhamos.

Pode-nos contar um pouco sobre a fotografia que venceu este desafio? Com esta fotografia tentei representar a angústia e a negação da perda do sentido mais importante, também para um fotógrafo, a visão. O ambiente de penumbra, obscuro, simboliza a sensação que acho que quem perdeu a visão sentirá.


#61 feminino No tema Feminino a vencedora é uma original e artística fotografia sobre a temática da maternidade. O seu autor fala-nos um pouco sobre ela: "esta faz parte de um conjunto de fotografias que tirei à minha mulher aquando da gravidez da nossa filha Lia, neste caso às 28 semanas de gestação. Quero aproveitar para publicamente agradecer à minha mulher a paciência que tem tido com este meu passatempo, que é a fotografia, e, neste caso, como paciente modelo". 1. ruimnm


Dados Exif da imagem: Abertura: F6.3 Velocidade: 1 seg. ISO: 100 Distância Focal: 44mm Com Tripé Sem Flash


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#61 feminino 2. LuĂ­s FelĂ­cio 3. Raquel Machado 4. Pontos de Vistas 5. Marco C.


#62 desporto Quando lançamos o desafio Desporto poderíamos pensar que o "desporto rei" também aqui o seria, mas não foi isso que aconteceu e nas vencedoras temos todo o tipo de desporto, à excepção do futebol. A que ficou em primeiro lugar é uma bela fotografia de ciclismo, explicada aqui pela sua autora: "a foto foi obtida no Campeonato Mundial de Triatlo em Madrid, 31 de maio de 2009. Foi conseguida num momento em que tentava não deixar "escapar" um atleta português que vinha neste grupo, estava de joelho no chão para obter uma perspectiva diferente e evitar o excesso de luz daquele dia quente e sem nuvens". 1. Fátima Condeço


Dados Exif da imagem: Abertura: F6.3 Velocidade: 10/8000 Distância Focal: 250mm Sem Tripé Sem Flash


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#62 desporto 2. Jo達o Men辿res 3. Carlos Nicolau 4. Jo達o Mour達o 5. Kaipiroska


#63 boas festas Em "Boas Festas" temos uma bela obra de arte, não só a fotografia em si como o objecto retratado, quando a fotografia apela ao trabalho prévio, ou será ao contrário? A sua autora explica-nos: "os livros e as folhas de papel, são um dos meus “brinquedos” favoritos, quando chega a hora de fotografar. Por vezes vou fazendo experiências, com uma ideia a puxar por outra ideia, outras vezes, a imagem surge-me já acabada e é só deitar mãos à obra e fazer com que resulte. Foi o caso desta. Depois de alguns cortes menos direitos, de muita luta com uma estrela que teimava em cair e de algum enervamento com um arabesco de arame, lá saiu a minha árvore de palavras, tal e qual como a havia imaginado para “falar” de Natal". 1. L.Reis


Dados Exif da imagem: Abertura: f/2.8 Velocidade: 1/50 ISO: 3200 Distância Focal: 100mm Com tripé Sem flash


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#63 boas festas 2. Questiuncas 3. Ana LĂşcia 4. telmo rodrigo 5. Pontos de Vistas


#64 abstracto Na semana com tema "Abstracto" temos uma fotografia que é tão estranha e enigmática como fascinante que à primeira vista (e a uma segunda e terceira) não conseguimos adivinhar do que se trata. Mas o seu autor dá-nos uma ajuda: "esta fotografia faz parte de uma série que fiz tentando utilizar uma técnica a que apelidam de «dupla polarização» e que consiste em colocar algo de plástico (aqui, um bocado de um saco plástico que rasguei) entre dois planos polarizados. Neste caso, o primeiro plano polarizado, onde pousei o plástico, é o monitor de um portátil que, ligado, está numa folha totalmente branca (como no word ou bloco de notas) e como segundo plano polarizado, não tendo eu um filtro polarizador, utilizei uns óculos de sol com lentes polarizadas que encostei à lente da câmara e ao roda-los faz-se a magia de o branco se tornar completamente negro e o plástico ganhar cores fantásticas. É fundamental o uso de um tripé pois são necessárias longas exposições. Espero ter sido claro na explicação." 1. ruimnm

Dados Exif da imagem: Abertura: f/4 Velocidade: 1 seg. ISO: 100 Distância Focal: 70mm Com tripé Sem flash



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#64 abstracto 2. Jo達o Farinha 3. SPorto 4. Pedro Alves 5. Marco C.


#65 melhor de 2011 Numa semana em que as imagens apresentadas no desafio "Melhor de 2011" foi de excelente qualidade, a vencedora vem honrar todos os participantes, pois é uma belíssima fotografia e que nos mostra que é preciso sair cedo e chegar tarde a casa para fazer este tipo de fotografia. Mas nada melhor que o seu autor para nos explicar melhor: "a fotografia em questão foi tirada na praia dos Mosteiros, na Ilha de São Miguel, Açores, um local muito propício a fotografias de final de tarde. Nessa tarde desloquei-me a esse local com o objetivo de conseguir uma boa fotografia do entardecer. Cheguei cerca de duas horas antes do ocaso para poder escolher o enquadramento que mais me interessava. Com a luz a desvanecer fui tentando vários "tiros", com um filtro ND, contudo nenhuma estava em condições, saindo todas "queimadas" devido à, ainda, intensa luz solar e também devido ao facto de eu pretender uma fotografia com algum tempo de exposição, que proporcionasse arrastamento no mar/céu. Dessa forma não me restou alternativa senão esperar pelo inicio da noite, já com pouca luz para

conseguir o efeito desejado. Terminei a sessão já de noite, caminhando pelas rochas, já com muito pouca visibilidade, mas satisfeito com o resultado. Os participantes do Flinpo que votaram na fotografia, complementaram essa minha satisfação e aos quais presto os meus sinceros agradecimentos!" 1. Marco C.

Dados Exif da Imagem: Abertura: f/11 Velocidade: 10 seg. ISO: 100 Distância Focal: 39mm Com tripé Sem flash



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#65 melhor de 2011 2. João Mourão 3. Digit@l Pixel 4. João Menéres 5. Sérgio Pontes


#66 máquina Pela segunda semana consecutiva o Marco C. "não perdoou" e apresentanos mais uma fantástica fotografia, desta feita com um ambiente mágico, de outros tempos. Ele explica-nos a história: "esta fotografia foi tirada na Fábrica de Chá – Gorreana, em São Miguel (Açores). A máquina de escrever estava exposta num armário antigo, cheio de peças antigas. Fiz algumas fotos de teste e de diferentes perspectivas e decidi-me depois pela lente macro de forma a isolar o pormenor das teclas. A luz que iluminava o armário tinha uma tonalidade que ajudou a dar um ar “vintage”, como foi referido em alguns comentários no blogue “shoot me”. A todos os que votaram ou visitaram o blogue, o meu Obrigado." 1. Marco C.


Dados Exif da imagem: Abertura: f/8 Velocidade: 1/6 ISO: 100 Distância focal: 100mm Com tripé Sem flash


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#66 mรกquina 2. Elfi 3. Kaipiroska 4. alex. 5. SPorto


#67 pacífico Uma encantadora, bela e cheia de serenidade a imagem vencedora do tema "Pacífico". O seu autor dá-nos uma fantástica e bem pormenorizada explicação por trás desta fotografia tirada nos Açores: "a história desta exposição é algo simples e é um misto de projecto e de espontaneidade. Estando eu de férias, tenho de fazer de turista e captar através dos olhos e da máquina os demais lugares da maravilhosa Ilha de São Miguel mas, há sempre o lado mais profissional (até pela minha formação académica, Design) que chama por mim e vejo logo lugares, situações, planeio momentos e imagino sonhos fotográficos. Neste caso particular, foi planeado uma noite de campismo selvagem (...) numa praia selvagem com cascatas de água gelada, mar bravio e cores de sonho. Falo da Praia da Viola, em São Miguel. Ao chegar, já muito próximo do pôr do sol, apresso-me a preparar todo o equipamento para algumas exposições. Deixo a minha companheira a montar a nossa tenda (muito experiente por sinal) e continuo a montar o material

fotográfico. Reparei então e, já o Sol estava mesmo a minutos de desaparecer, que para lá do horizonte o Sol, apesar de escondido e a preparar-se para um novo dia, que do lado de lá raiava por uma qualquer nuvem que tentei captar. Daí o espontâneo e, na fotografia temos de estar sempre preparados para o imprevisto. Este raiar, é muito subliminar e com a compressão de imagem não é muito perceptível. Mas ele está lá e chamou a atenção a vários de nós na ocasião. Isso, e as cores fantásticas com que a Natureza nos deliciava na maravilhosa Ilha Verde, a Ilha de São Miguel. Em resumo, havia um projecto de captar o pôr do sol açoriano, as cores e luz fantásticas e os duplos e triplos arco-íris que por toda a ilha despontam após aguaceiros. Só não esperava este raiar longíquo mas tão próximo de nós que veio engrandecer um maravilhoso "After Sunset at Viola II".

Tiv neu um par ae ent est as ine seu seg

1. P


ve de utilizar filtros de densidade utral com gradientes de 3 stops para m melhor equilíbrio claro-escuro e ra realçar e tornar homogénea toda exposição. E utilizar disparador bem terrado na areia, porque o mar tava bem bravo e eu queria conjugar cores, a luz nas rochas, o esperado raiar e o mar congelado no u movimento perpétuo. Daí os 8 gundos de exposição".

Pedro Galamarra

Dados Exif da imagem: Abertura: f/11 Velocidade: 8 seg. ISO: 100 Distância focal: 14mm Com tripé e disparador Sem flash


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#67 pacĂ­fico 2. Marco C. 3. CR 4. Elfi 5. telmo rodrigo


FOTOGRAFIA E DIREITOS DE AUTOR

por: Manuel Vilar de Macedo mvm-iso100.blogspot.pt

Pedem-me para, neste artigo, analisar as questões dos direitos de autor na fotografia. Tarefa nada fácil, pois pressupõe alguns conceitos que nem sempre são simples de definir. Tentarei, contudo, ser claro, e tão sucinto quanto a matéria o permite, na abordagem deste tema. Antes de mais, importa referir que a fotografia criativa, ou artística (pois só a esta a lei confere protecção, como veremos adiante) é uma criação da mente humana nascida de um conceito artístico, estético ou intelectual. A lei tutela esta criação ao disciplinar as relações jurídicas a que pode dar origem, conferindo-lhe o estatuto de obra. Para efeitos legais, consideram-se obras «...as criações intelectuais do domínio literário, científico e artístico, por qualquer modo exteriorizadas, que, como tais, são protegidas nos termos deste Código, incluindo-se nessa protecção os direitos dos respectivos autores.» (Artigo 1.º, n.º 1, do Código do Direito de Autor e Direitos Conexos, daqui em diante referido como «CDA».) A protecção legal de qualquer obra

depende de um pressuposto: a originalidade. Este conceito é fundamental, pois é ele que vai permitir delimitar a obra tal como ela foi criada pelo seu autor das cópias e contrafacções. Por princípio, apenas as obras originais são protegidas por lei, sendo outras equiparadas a originais (por ex. as traduções). Uma cópia não é merecedora de protecção legal, uma vez que esta apenas é conferida a quem a criou: o autor. O autor é o criador intelectual da obra, e o seu direito prevalece mesmo que tenha alienado esta última. É a pessoa que originariamente criou a obra tutelada pela lei. A lei protege os direitos adquiridos pelo autor pela criação da sua obra, e esta protecção estende-se mesmo para além da morte do autor, podendo os respectivos direitos ser exercidos pelos seus herdeiros. Os direitos de autor caducam passados que sejam setenta anos após a criação da obra, altura em que esta cai no domínio público, passando a ser de utilização livre. Importa reter a noção de que aquilo que a lei protege não é a obra em si, ou seja o seu suporte físico; este,

Artigo


Imagem: Margaret Bourke-White,1937.

embora possa ser objecto de relações jurídicas, não é mais que a emanação da ideia do autor. O que a lei protege, através do direito de autor, é a propriedade intelectual, que é corporificada na obra. O autor de uma obra fotográfica vê o seu direito reconhecido no momento da criação da fotografia, sem dependência de qualquer acto formal de inscrição ou registo; a partir desse momento – que pode ser considerado aquele em que a imagem é fixada pelo sensor ou filme –, o seu direito goza de protecção universal, que abrange, quer a usurpação (o uso indevido da obra por outrem), quer a imitação, ou plágio. A protecção legal da obra fotográfica, porém, tem especificidades que a diferenciam das obras literárias e das

outras artes plásticas. Nem todas as fotografias são dignas de tutela legal. Isto compreende-se facilmente se tivermos em conta que, na generalidade dos casos, o objecto da fotografia é algo que pré-existe à ideia do autor. Salvo algumas (poucas) excepções, a fotografia descreve cenas que não são produto da mente do fotógrafo; este, em regra, não cria a realidade que fotografa: esta já existe no mundo exterior. O que o fotógrafo faz é transmitir uma visão pessoal do objecto fotografado. Por outro lado, a democratização da fotografia, que já vem de longe mas teve o seu apogeu com a fotografia digital, pôs milhões de pessoas a fotografar sem quaisquer pretensões artísticas ou criativas. Seria impensável estender a protecção dos direitos de autor a todas as fotografias,


daí que o artigo 164.º do CDA exija que a fotografia possa considerar-se como criação artística pessoal do seu autor, quer pela escolha do seu objecto, quer pelas condições da sua execução. Isto significa, em resumo, que nem todas as fotografias podem ser protegidas pela propriedade autoral. Para que uma fotografia possa ser considerada obra para efeitos do CDA, não basta que seja original: é ainda necessário que o objecto seja único (condição que pode ser de difícil verificação) ou, pelo menos, que a sua execução seja única. Este último critério introduz um elemento de subjectividade que, em último caso, é

deixado ao arbítrio do juiz, e leva-nos a uma discussão sobre o tema da originalidade da fotografia: o que torna uma fotografia única? O objecto raramente será único: há milhões de fotógrafos a colher imagens dos mesmos objectos. Se fosse este o único critério, a protecção dos direitos autorais limitar-se-ia a composições criadas pelo próprio fotógrafo. De fora ficariam todas as paisagens, objectos da natureza, edifícios ou lugares, uma vez que estes estão ao dispor de qualquer pessoa, não podendo deste modo ser sujeitos ao regime da propriedade intelectual. O que releva, para tutela do direito moral, é a apreensão do objecto

Imagem: Ansel Adams, 1942.

Artigo


através de uma perspectiva única, ou pelo recurso a determinadas técnicas fotográficas que tornam a fotografia única e irrepetível. Aqui deve ter-se em conta a composição e o enquadramento, pois um objecto, mesmo que já tenha sido fotografado por milhões de pessoas, pode sempre ser visto de uma maneira inteiramente original. Do mesmo modo, o recurso a técnicas fotográficas pode servir para conferir originalidade e unicidade à fotografia. Dentro das técnicas fotográficas deve ser incluído também o processamento da imagem: com efeito, programas de edição como o Photoshop CS podem contribuir para conferir originalidade a uma fotografia, tornando-a diferente de qualquer outra que tenha o mesmo objecto e, deste modo, tornando-a numa criação artística pessoal. Em suma: o emprego de qualquer técnica fotográfica que tenha a virtualidade de transmitir o pensamento artístico do fotógrafo e individualizar a imagem pode conferir à fotografia o estatuto de obra para efeitos de direito de autor. O CDA prevê duas derrogações importantes quanto à fotografia: a primeira refere-se à tutela dos direitos de autor quando a fotografia tem por objecto uma obra de artes plásticas de autor diverso. Se alguém fotografar, por ex., uma pintura, o fotógrafo deve mencionar o autor desta última. A fotografia, neste caso, implica uma utilização de uma obra sujeita também ela a direitos de autor, e esta é a forma de assegurar a tutela dos direitos deste último, protegendo-o de uma eventual utilização abusiva.

O outro caso é o da alienação do negativo. Como é evidente que o CDA entrou em vigor antes do advento da fotografia digital, deve aqui entenderse também a transmissão do ficheiro de imagem. Esta alienação implica (artigo 166.º do CDA) a transmissão de todos os direitos em favor do adquirente do negativo ou do ficheiro, salvo se tiver havido acordo em contrário. Na fotografia, como em qualquer obra, existe uma distinção entre os direitos de propriedade sobre a obra corpórea e sobre o direito moral de autor, ou propriedade autoral, salvo nos casos de alienação do negativo (como vimos anteriormente) ou de fotografia encomendada, aplicável aos retratos, em que a pessoa retratada tem o direito de transmitir a fotografia sem o consentimento do fotógrafo. No caso, por ex., de venda de uma impressão, uma coisa é a propriedade do suportepapel, que passa a ser do adquirente e outra a propriedade autoral, que se mantém na esfera jurídica do autor. Note-se que, para que uma fotografia seja efectivamente protegida, o CDA exige que a ela contenha o nome do fotógrafo (artigo 167.º, n.º 1, al. a), do CDA). Vejamos, agora, quais são os meios de defesa do direito autoral. A realidade dos nossos dias é que o meio privilegiado de divulgação de fotografias é a Internet, pelo que o autor está completamente à mercê dos usurpadores. Não adianta marcar a fotografia, uma vez que a marca d'água pode ser cortada ou removida; a reserva de direitos que websites


Imagem: Henri Cartier-Bresson, 1932.

como o Flickr atribuem também não oferece muita segurança. O único expediente prático que se pode usar para prevenir a usurpação é publicar fotografias optando pela qualidade mais baixa possível, mas mesmo isto não assegura que a fotografia não seja usurpada: apenas garante que a fotografia não será impressa com a qualidade que poderia ser obtida. A reserva de direitos, tal como a que existe no Flickr e noutros sítios, não é, porém, inteiramente destituída de utilidade: serve, quando menos, como meio de prova da autoria da imagem, funcionando a reserva de direitos como presunção de que o autor não renunciou ao seu direito de propriedade autoral sobre a fotografia. Uma vez que é praticamente impossível usar meios preventivos de defesa da propriedade autoral no caso da fotografia, só depois de cometida a usurpação pode o autor agir. A lei assegura-lhe os mesmos meios de defesa da propriedade que estão ao

Artigo

dispor dos proprietários de bens corpóreos, mas acrescenta, para afirmar a reprovação social da conduta de quem usa obra alheia como se fosse sua, um tipo-legal de crime – a usurpação. Este é um crime punido, nos termos dos artigos 195.º e 197.º do CDA, com prisão até três anos e multa de 150 a 250 dias. No plano civil, a propriedade intelectual goza dos mesmos meios de defesa que o direito geral de propriedade: é susceptível de medidas conservatórias no caso de receio fundado de violação iminente do direito, entre as quais se contam os procedimentos cautelares, ou a acção de indemnização cível – que, embora independente da responsabilidade criminal, pode contudo ser deduzida em conjunto com o procedimento penal. A violação do direito moral de autor faz o usurpador incorrer em responsabilidade civil, constituindo-o na obrigação de indemnizar o autor. A


indemnização abrange os danos patrimoniais, englobando quer o dano emergente - aquele que resultou directamente da violação do direito -, quer o lucro cessante, entendendo-se por este os benefícios de que o autor deixou de gozar por virtude da violação do seu direito; e abrange também os danos não patrimoniais, que, não sendo objectivamente quantificáveis, conferem ao autor o direito de ser ressarcido pelos prejuízos morais que a usurpação – ou a imitação – lhe causou. Pode, contudo, não ser necessário recorrer a medidas extremas para fazer cessar a usurpação. Suponhamos, usando um caso hipotético, que o um fotógrafo descobriu uma fotografia da sua autoria publicada, sem autorização, num livro, revista ou website. Pode bastar uma comunicação escrita - uma interpelação - para que a fotografia seja removida, e o caso fica resolvido sem mais. Se a violação do direito de autor persistir, porém, será

necessário proceder judicialmente. Note-se, a este propósito, que o crime de usurpação, previsto no artigo 195.º do CDA, é um crime público: o procedimento criminal não depende de queixa nem de acusação particular, bastando uma simples participação ao Ministério Público ou à autoridade policial para que a acção penal seja iniciada. A imitação, embora não sendo punida criminalmente, confere ao autor os mesmos direitos civis que a usurpação. Determinar quando uma fotografia é imitação de uma outra é uma questão tremendamente complexa; a decisão cabe ao juiz, que não deixará de levar em conta os critérios de criação individual de que depende a qualificação de uma fotografia como obra para efeitos do CDA, e (naturalmente) a precedência temporal da fotografia imitada. (Nota: todas as referências jurídicas deste texto referem-se ao Direito Português)

Imagem: André Kertész, 1928.


#68 escrita Não só um trabalho de fotografia mas, acima de tudo, de quase filigrana é esta imagem vencedora do desafio "Escrita". As palavras da autora: "esta fotografia surgiu de uma entre várias experiências que fiz com livros...o mais difícil na fotografia não foi imaginá-la ou executá-la, mas sim encontrar em casa um livro que pudesse "esquartejar". A ideia que eu queria transmitir é a de que, por vezes, há palavras que prendemos dentro de nós e que nunca chegam a ser mais do que silêncio, outras vezes acontecem o inverso e somos nós os seus prisioneiros. Depois o resto foi fácil: tesoura, cola, alguma dose de paciência e ficou tudo pronto para a imagem final". 1. L. Reis


Dados Exif da imagem: Abertura: f/2.8 Velocidade: 1/50 ISO: 200 Distância Focal: 4.6 mm Com tripé Sem flash


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#68 escrita 2. ruimnm 3. Pontos de Vistas 4. Joana Almeida 5. Sporto


#69 repetição Olhar uma segunda vez e de um outro ângulo lugares que passamos por eles todos dias podem fazer a diferença, como nos explica o Marco: "esta foto foi tirada numa das inúmeras saídas fotográficas que tenho por hábito fazer, nas ruas da cidade de Ponta Delgada. Funciona como uma espécie de terapia ou até ritual, já que começo sempre por tomar um café numa esplanada da cidade onde vou observando "alvos potenciais" ou pensando em locais ou fotos que poderei tentar. O local em particular deste tema "Repetição" é o anfiteatro das Portas do Mar, na avenida marginal. Um local muito central e óptimo para fotografia urbana. Uns meses antes tinha já feito esta fotografia com este grafismo mas tirada de um ângulo superior, e na altura nem me ocorreu fotografar de outro ângulo... Desta vez, passando por lá (mais uma de tantas outras vezes) olhei de forma diferente e vi um grafismo diferente que achei mais apelativo que o anterior (fotografado de um ângulo superior).

Acabou por ser uma foto de passagem que resultou e que agradou aos participantes do Flinpo, aos quais agradeço a votação :) Boas fotos para todos!" 1. Marco C.


Dados Exif da imagem: Abertura: f/9 Velocidade: 1/80 ISO: 100 Distância focal: 135mm Sem tripé Sem flash


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#69 repetição 2. Jorge Monteiro 3. Kaipiroska 4. Bliguite 5. Pontos de Vistas

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#70

vidro

Uma dúzia de berlindes, um normal frasco de vidro - tudo objectos do diaa-dia e apenas o necessário para se fazer excelente fotografia. Deixemos o seu autor explicar-se: "esta faz parte de uma série de fotografias que fiz utilizando uns berlindes que tinha por casa, perdidos numa qualquer gaveta; o frasco de vidro, antes de ir para a reciclagem, também serviu de modelo. Tudo isto foi colocado em cima de um vidro (neste caso, o vidro que retirei a uma moldura) e por baixo deste uma cartolina branca. Como fonte de luz utilizei apenas um candeeiro de secretária por trás de uma outra cartolina esticada que faz de fundo à cena. Como esta não é totalmente branca deu este tom à fotografia e também porque escolhi na câmara como temperatura de cor "tungsténio", não sendo no entanto deste tipo a lâmpada utilizada. Este é um tipo de fotografia que gosto de fazer e a minha limitada e velhinha máquina ainda deixa fazer! Quero agradecer a todos os

"flinpeiros" que votaram na minha imagem e a todos os que participaram, sem todos nós isto não têm graça nenhuma!" 1. ruimnm


Dados Exif da imagem: Abertura: f/4 Velocidade: 1/20 ISO: 100 Distância focal: 8mm Com tripé Sem flash


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#70 vidro

2. Digit@l Pixel 3. Pontos de Vistas 4. telmo rodrigo 5. Clara Gamito


#71

frio

A fotografia vencedora é a prova que devemos andar, sempre que possível, com a nossa câmara, até no trajecto para o trabalho. Foi o que aconteceu ao seu autor: "esta foto foi tirada em Basileia, Suíça, junto à estação de comboio alemã da cidade. Esta foto foi, com toda a sinceridade, fruto de um mero acaso. Eu desloco-me para lá em trabalho várias vezes e só pontualmente é que tenho oportunidade de usar a máquina durante o dia, desta vez estava mais entusiasmado porque comprei recentemente uma lente prime de 28mm e ainda não tinha tido a oportunidade de a experimentar na rua. Nessa manhã acordei e aconteceu algo que estava à espera há alguns dias, como rapazola do Porto, neve não é algo com que tenha muito contacto, muito menos em ambiente urbano e sempre tinha querido tirar umas fotos de rua com neve, tive sorte, apanhei a dita e estava com minha melhor lente. Esta foto foi uma de muitas que tirei nos 20 min do trajecto hotelescritório. Gostei especialmente do resultado nesta porque a luz estava perfeita para P&B e não é todos os

dias que se vê uma vespa preta coberta de neve. Esperei apenas que surgisse alguém ao fundo porque gosto sempre de ter o elemento humano nas fotos. (Nota: ando sempre com o ISO alto porque gosto de grão e como costumo dar prioridade à abertura garanto assim que não perco fotos por uma selecção lenta de velocidade que a máquina faça)." 1. Nuno Monteiro

Dados Exif da imagem: Abertura: f/4 Velocidade: 1/25 ISO: 800 Distância focal: 28mm Sem tripé Sem flash



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#71 frio 2. Ana Lúcia 3. Remus 4. alexandra carneiro 5. João Menéres


#72

penumbra O exemplo de quando esperar pelo momento certo dá excelentes resultados fotográficos: "resolvi fotografar esta navalha dada a sua peculiar forma. Esta velha navalha pertence ao meu pai que a encontrara e guardara, ainda suja pedi-lhe que me a emprestasse por uns tempos até eu saber o que fazer com ela em termos fotográficos. Fiquei com ela durante uns meses, até que um dado dia reparei no feixe de luz do Sol que entrava por uma porta entreaberta. Foi então que tive a ideia de pousar no chão a navalha... a luz quente do Sol, os tons castanhos e de ferrugem da navalha pareciam combinar - tinha o cenário perfeito! Sem demora, comecei a fotografá-la de diversos ângulos e no final os resultados foram bastante positivos". 1. Jorge Monteiro


Dados Exif da imagem: Abertura: f/5 Velocidade: 1/500 ISO:100 Distância focal:5mm Sem tripé Sem flash


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#72

penumbra

2. Adelino Chapa 3. L.Reis 4. fatima condeรงo 5. alexandra carneiro

5.


#73só Esta semana temos como vencedora uma fotografia que nos transmite realmente a solidão que algumas vezes nos invade. O seu autor, e modelo de si mesmo, diz-nos como a fez: "a fotografia foi tirada numa praia deserta num dia em que o meu espírito estava muito cinzento. Aquela fotografia representa bem o meu estado naquela manhã. Não tinha modelos, não tinha ninguém para poder ajudar mas também não queria... O sentimento de "solitude" era tudo o que sentia. Achei muito curioso a quem eu mostrava este registo que as interpretações variavam sempre... falavam em harmonia, em paz... mas eu olhava-me na fotografia e via a solidão... podia até perceber que existe um certo desafio da pessoa contra mundo mas... estava sozinho num dia de mar revolto. Esta fotografia foi das primeiras que tirei. As outras que seguiram já não gostei do resultado porque cada vez mais a areia ficava cada vez mais marcada dos meus passos". 1. Marco Rufino


Dados Exif da imagem: Abertura: f/16 Velocidade: 1/30 ISO: 100 Distância focal: 25mm Com tripé Sem flash


2.

3.

4.

5.


#73 s贸 2. Marco C. 3. Jorge Monteiro 4. Remus 5. Sandro Porto


#74

super colorido

As palavras do autor dizem tudo: «esta fotografia foi tirada em 2009 e faz parte de uma série fotográfica que fiz com CDs. Não é segredo nenhum a minha adoração por fotografias de grafismos, mas também não é segredo que adoro "criar" fotografias com objectos do quotidiano no sossego da minha sala. Como sempre faço para este tipo de fotografias, montei o meu estúdio fotográfico "caseiro": neste caso, uma folha de cartolina preta e um modesto candeeiro de secretária. Depois de realizar uma série de fotografias somente com os CDs, lembrei-me de os borrifar com água para ver como ficavam. Gostei do resultado e achei que tinha potencial, exagerei nas borrifadelas e um dos resultados finais foi este: Um CD cheio de gotas de água com a difracção da luz em plena evidência.» 1. Remus


Dados Exif da imagem: Abertura: f/8 Velocidade: 4 sec. Distância focal: 51mm Com tripÊ Sem Flash


2.

4.

3.


#74 super colorido 2. Luís Felício 3. Clara Gamito 4. Diana Tavares 5. L. Reis

5.


#75

triângulo Esta fotografia é mais uma prova que recompensa estar no sítio certo à hora certa: «A fotografia surgiu por mero acaso, num dia em que andava a tirar fotografias ao rio Douro no Porto. Junto a uma das pontes, já não sei propriamente qual delas, mas foi junto à ponte de S. João ou junto à ponte do Infante, olhei para cima e reparei que o avião criava um grafismo engraçado com a ponte. Esperei uns breves segundos pelo momento que achei ser o mais correcto e registei o momento. Foi um único "clique", uma única fotografia. Ainda pensei em ir "apanhar o avião" do outro lado da ponte, mas as pernas não obedeceram ao cérebro e acabei por ficar no mesmo sitio e a continuar a fotografar o rio.» 1. Remus


Dados Exif da imagem: Abertura: f/4.5 Velocidade: 1/750 sec. Distância focal: 188mm Sem tripÊ Sem Flash


2.

4.

3.

5.


#75 tri창ngulo 2. Manuel Ribeiro 3. Adelina Silva 4. Diana Tavares 5. Dix


ESCOLHAS DOS EDITORES 2.

1.[#61]Carlos Nicola 2.[#61]FĂŠlix Pagaimo 3.[#62]nuno brito 4.[#62]SPorto 5.[#64]nuno brito 6.[#64]Nuno Montei 7.[#65]Pontos de Vis 3.

5. 6.


au o

1.

iro stas 4.

7.


ESCOLHAS DOS EDITORES 2.

1.[#65]ruimnm 2.[#66]P_Lima 3.[#67]José Magalhã 4.[#67]VagaMundos 5.[#68]José Magalhã 6.[#69]Diana Tavare 7.[#68]Clara Gamito

3.

5.

6.


1.

達es s 達es es o

4.

7.


ESCOLHAS DOS EDITORES

1.[#69]Ana Lúcia 2.[#70]Jorge C. Reis 3.[#70]Alfredo Nogu 4.[#71]Alexandre e A 5.[#71]BEAN FELY 6.[#72]Diva Almeida 7.[#72]Sérgio Correi

3.

2.

5. 6.


s ueira Anabela Y a ia

1.

4.

7.


ESCOLHAS DOS EDITORES

1.[#73]Paulo Bastos 2.[#73]Pedro Alves 3.[#74]CR 4.[#74]Alfredo Nogu 5.[#75]Jo達o Mour達o 6.[#75]Sandra Roch

3.

2.

6. 5.


1.

ueira o a

4.


Ensaio fotogrรกfico


ELSA MENDES

omeuoutroolhar.blogspot.pt

Natural de Viseu reside e trabalha em São Miguel, Ponta Delgada, há oito anos. Fotógrafa por paixão, desde bem pequena admirou os trabalhos de outros fotógrafos mas só de há alguns anos a esta parte se dedicou a esta arte paralelamente ao ensino. Professora de Educação Visual e Tecnológica, fotógrafa amadora e autodidata, tem realizado diversos cursos e Workshop's de fotografia e de adobe lightroom e photoshop e pretende continuar a sua formação. Tem ainda aprendido com outros fotógrafos, observando e praticando, também tirando proveito das magníficas paisagens da ilha onde vive, sempre procurando a sua forma pessoal de registar o que vê e o que sente. A fotografia é uma paixão e usa-a, muitas vezes, para se expressar e exteriorizar emoções e sentimentos, e retirar das imagens a intensidade que também elas transmitem.


Ao realizar o curso de Narrativa fotográfica que teve início em Maio de 2011 e fim em Novembro de 2011, teve a possibilidade de construir e desenvolver o seu trabalho baseandose no conceito de ilusão e ficção facultada pelo fantástico mundo do teatro. Sendo também um meio que já conhecia e dominava, pôde facilmente seguir todas as fases do trabalho dos atores As luzes, as silhuetas, os momentos exactos e distintos de captação das imagens, o movimento, a luz, a contraluz, as pausas, os segundos, a plateia, os camarins, os ensaios, as expressões, os rostos, cada um com o seu tempo muito próprio, exigiram algum cuidado e rapidez de execução na captação das imagens. Momentos únicos sem repetição devido à sua espontaniedade.

Ensaio fotográfico

A luz difusa em palco, as distâncias focais e as baixas velocidades de obturação tornaram-se no seu maior desafio, bem como a necessidade de encontrar novos ângulos de captação sem o uso de tripé. Apesar das dificuldades o resultado foi compensador, pois as imagens expressam exatamente o ambiente vivido e explorado por mais de três semanas entre ensaios gerais, camarins, apresentações. O preto e branco foi a melhor opção na consecução desta narrativa fotográfica já que a peça de teatro em causa abordava o Holocuasto Nazi e a vida de Anne Frank, refugiada judia.



Ensaio fotogrรกfico



Ensaio fotogrรกfico


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