Relatório Pós-Evento da Flip 2011

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Relat贸rio 2011

9a. Festa Liter谩ria Internacional de Paraty 6 a 10 de julho


Índice 2

Banquete à beira-mar

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A casa que hospeda a Flip

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Flip

Afinidades eletivas Homenagem Conferência de abertura Show de abertura Flip – Casa da Cultura Oficina literária Mesa Zé Kleber Programação

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Flipinha

Introdução Destaques da programação Programação

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FlipZona

Introdução Programação Central FlipZona

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Comunicação

Mídia espontânea Flip on-line Peças gráficas Anúncios Sinalização

54 58 60 62 64

A Flip em números Pesquisa DataFolha Parceiros Ficha técnica Convidados Flip 2011


Nada combina tanto com a Paraty que hospeda a Flip como a antropofagia de Oswald de Andrade. Com seu “Tupi or not Tupi”, ele devorou Hamlet e regurgitou índios, cafuzos, mamelucos, negros e caiçaras. Essa brasilidade, que amalgama o que vem de fora com o que brota de dentro, ficou claramente expressa numa Paraty banhada pela cultura, não apenas durante a Flip, mas durante todo o ano, pelas ações da Casa Azul que priorizam a apropriação do território urbano pela população por meio da cultura e da educação.

Banquete à beira-mar

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A antropofagia é uma maneira de enfrentar a modernidade, avisou o crítico literário João Cezar de Castro Rocha, um dos convidados da Flip 2011. A mesma estratégia antropofágica que Oswald usou para lidar com os problemas criados pela violenta transformação da São Paulo dos anos 1920 pode ser aplicada à Paraty do século XXI, também transformada pela indústria do turismo. É nesse contexto que deve ser compreendido o novo espaço da Flip 2011, que valoriza a paisagem e a relação de Paraty com os rios e com o mar. A mudança, um sinal de respeito à escala da cidade histórica, é um velho sonho da Casa Azul. Nesse novo cenário, os quase cem convidados e mais de 50 mil visitantes da Flip 2011, sob a

égide da antropofagia, amalgamaram, juntos, propósitos e vertentes culturais: de uma oficina de crítica literária na Casa da Cultura ao show de José Miguel Wisnik e Celso Sim com Elza Soares, da conversa animada do quadrinista Joe Sacco com os jovens da FlipZona aos improvisos do escritor Edney Silvestre para as crianças da Flipinha – tudo conspirou para uma devoração coletiva, a saciar apetites variados. Reunindo paratienses e forasteiros, leitores e escritores, a Flip 2011 foi um banquete cultural à beira-rio. Da promenade à margem do Perequê-Açu, é possível desfrutar do reflexo do centro histórico na água em que flutuam as tradicionais embar-

cações de madeira colorida. Cenário antropofágico para uma Flip antropofágica e um bom lugar para ler, numa Paraty que tem a cada dia mais e melhores leitores – tupis a devorar Shakespeare e Oswald no mesmo festim. Mauro Munhoz Diretor-Presidente Associação Casa Azul


Tenda dos Autores


A casa que hospeda a Flip

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O território, a educação e a cultura: estas são as três dimensões do trabalho da Associação Casa Azul, criada a partir de ações iniciadas em 1994 e reconhecida, dez anos depois, como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). Entre os seus desafios, destacam-se a requalificação urbana sustentável, o aprimoramento da qualidade de vida dos cidadãos e a promoção do turismo sensível aos valores da cultura local.

É a dimensão cultural que fertiliza o território, mas, com o tempo, ela se perdeu. O objetivo da Casa Azul é reconstruí-la. Para chegar lá, busca sistematicamente aproximar as instituições públicas e privadas dos anseios da população. Suas atividades começaram com os estudos sobre os espaços públicos de borda d’água de Paraty, ainda em 1995, e se desdobraram em projetos capazes de potencializar experiências inovadoras no território. Um deles é o projeto de restauro e requalificação da Praça da Matriz, que este ano, com o início das obras, alavancou

um processo mais amplo de envolvimento e participação da população paratiense. Outra iniciativa importante foi a assinatura de um protocolo de intenções entre a Casa Azul, prefeitura de Paraty e governo do estado do Rio de Janeiro para a construção de uma biblioteca parque no bairro da Mangueira, uma ponte que buscará integrar os bairros paratienses marcados pela segregação social e espacial e pela carência de equipamentos urbanos.

Da permanente interação da Casa Azul com a população, resultaram pelo menos duas outras ações na dimensão educacional: a Flipinha, ápice de um trabalho socioeducativo permanente conduzido junto às escolas da região; e a FlipZona, criada em 2009 com o objetivo de estimular o interesse dos jovens pela literatura a partir de novas tecnologias. Os flipzoneiros continuam produzindo durante todo o ano na própria Casa Azul, que, em 2009, foi designada como Ponto de Cultura pelo Ministério da Cultura. Outra ação é o projeto Mar de Leitores, que há anos vem promovendo a leitura entre os habitantes de Paraty. Em novembro de 2010, Paraty hospedou o 11º Encontro Proler: Políticas Públicas, Caminho da Cidadania, que

foi o primeiro encontro regional com os comitês Proler da Costa Verde, envolvendo os municípios da região. O evento resultou de parceria entre a Secretaria Municipal de Educação de Paraty, o Instituto C&A e a Biblioteca Nacional, integrando o Programa Nacional de Incentivo à Leitura. Mas, por ser em Paraty, a experiência adquiriu novo significado: além dos minicursos destinados aos professores da rede pública de toda a região, os 150 participantes também usufruíram de sessões de mediação de leitura organizadas pela Casa Azul. A cidade foi tomada pela literatura, e os jovens paratienses da FlipZona fizeram uma cobertura espe-

cial do evento, publicando textos, vídeos e fotos em seu blog (www.flipzona.org.br). Com ações como essa, a Casa Azul liga o centro histórico à periferia da cidade, incita a população a se apropriar do espaço urbano e cumpre sua missão tridimensional, conectando o território à cultura e à educação.


Tenda do Tel達o


Afinidades eletivas

Com autores de doze países, além do Brasil, a 9ª Flip reiterou a proposta implicada na expressão “festa literária internacional” e, ao mesmo tempo, a ideia de que essa pluralidade, quando se fala de literatura, não está confinada a identidades e idiomas nacionais. Literatura é linguagem, seja qual for a língua em que se fale e escreva – truísmo que se torna menos óbvio quando se trata de convertê-lo num diálogo concreto, em mesas que façam ressoar o idioma da criação entre autores pertencentes a diferentes contextos. Kamila Shamsie e Caryl Phillips; Laura Restrepo e Héctor Abad: dois autores de língua inglesa num dia, dois latino-americanos de língua espanhola no outro. A solução parece simples: o mesmo idioma sublinhando uma identificação reforçada, no caso dos escritores colombianos, pela origem geográfica comum.

E, no entanto, tal composição encerra identidades muito mais profundas – que permitem observar outras formas de estabelecer convergências, ou mesmo divergências, porém sempre a partir de coordenadas que pertencem ao mapa das afinidades eletivas proposto a cada edição da Flip. Pois se a paquistanesa Kamila Shamsie e o caribenho Caryl Phillips adotaram o inglês como língua de expressão, foi para expressar vivências – reais e imaginárias – da diáspora pós-colonial e dos choques culturais. Da mesma maneira, são os episódios traumáticos da Colômbia contemporânea que habitam a ficção de Laura Restrepo e Héctor Abad. Língua e nacionalidade, aqui, estão a serviço de uma noção de literatura como forma de redesenhar experiências e percepções – fazendo com que o húngaro Peter Esterházy e o francês Emmanuel Carrère compartilhassem uma das mesas mais surpreendentes da Flip, em que as sombras do passado familiar como mote romanesco assinalaram a tendência contemporânea de abolir as fronteiras entre o ficcional e o autobiográfico.

As afinidades eletivas entre Carol Ann Duffy e Paulo Henriques Britto se explicitaram muito mais pelo sentido crítico de seus poemas do que pelo solo comum da forma poética, assim como Pola Oloixarac e valter hugo mãe mostraram de que maneira paródia e alegoria são modos confluentes de nos familiarizar com uma realidade cada vez mais opaca. Esses são exemplos de autores oriundos de universos completamente diversos (e criadores de universos ficcionais ainda mais singulares), mas que por isso mesmo representaram, para a curadoria, o desafio de identificar aquilo que poderia estabelecer confrontos de pontos de vista a partir de afinidades de fundo, a princípio difíceis de discernir – e que só se realizam no momento imponderável do encontro.

Emmanuel Carrère 10


Homenagem

Leitura de livros de cabeceira por Eduardo Sterzi na Macumba Antropófaga, montada pelo José Celso Martinez Corrêa para a última mesa da Flip

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A Flip 2011 não foi oswaldiana apenas porque homenageou Oswald de Andrade. Foi oswaldiana porque, finalmente, as massas puderam se lambuzar com o biscoito fino fabricado pelo autor. Da conferência de abertura com Antonio Candido – que identificou a devoração e a mobilidade como traços essenciais de Oswald – ao Manifesto antropófago, que fechou a Festa Literária, essa Flip mostrou uma coesão temática sem precedentes, abrindo assim a celebração pelos noventa anos da Semana de Arte Moderna, que aniversaria em fevereiro de 2012.

Pelo menos duas mesas examinaram criticamente a vida e a obra de Oswald, sobretudo os desdobramentos da antropofagia em seus ensaios mais tardios, com o concurso dos críticos Gonzalo Aguilar, Marcia Camargos, Eduardo Sterzi e João Cezar de Castro Rocha. Mas a criativa irreverência oswaldiana parece ter penetrado todas as outras mesas e eventos.

A presença de João Ubaldo Ribeiro, por exemplo, demonstra essa tese. Numa obra como Viva o povo brasileiro, ele viola categorias de tempo e espaço, compondo uma alegoria antropofágica do imaginário tropical brasileiro. Outros autores presentes, inteiramente estranhos à realidade cultural brasileira, também apresentaram afinidades inesperadas, como foi o caso do húngaro Péter Esterházy, cujos romances têm um caráter construtivista que remete aos romances

modernistas de Oswald (Memórias sentimentais de João Miramar, Serafim Ponte Grande). Ao melhor estilo oswaldiano, o curador Manuel Costa Pinto buscou apresentar, nas mesas com ficcionistas, as modulações contemporâneas do romance, cuja capacidade de renovação e reinvenção está clara nas obras dos autores convidados. O visitante também encontrou Oswald na exposição de seus manuscritos, concebida com a colaboração de sua filha, Marília de Andrade, e com base em material inédito cedido pelo acervo

do Centro de Documentação Cultural Alexandre Eulalio, da Unicamp. Na mostra, que expôs a iconografia oswaldiana, também estava presente o trabalho de Tarsila do Amaral, cujo Abaporu é a mais perfeita tradução da estética antropofágica. O crítico José Miguel Wisnik, que fez contraponto a Antonio Candido na conferência inicial, dirigiu também o show de abertura “Zé e Celso + Elza”,

cujo título embute uma homenagem ao diretor das mais ousadas montagens das peças de Oswald, José Celso Martinez Correa. E o próprio Zé Celso encerrou a Flip 2011 com sua Macumba antropófaga, frenético ritual de fim de tarde, encenado por cerca de quarenta atores do Teatro Oficina Uzyna Uzona. No conjunto, a homenagem a Oswald de Andrade permeou a Flip 2011 não apenas com o biscoito fino, mas com toda a rica variedade da pâtisserie contemporânea.


Oswald, o amigo de Antonio

Mobilidade e devoração: a conferência de abertura da Flip 2011 não poderia ter um título melhor. Não foi uma palestra. Foi o depoimento do professor e crítico literário Antonio Candido, 93 anos, sobre seu amigo Oswald, que era, de fato, “móvel” – constante nas ideias, diverso e volúvel nas opiniões do dia a dia – e queria mesmo “devorar o mundo”. O depoimento foi seguido por uma apaixonada análise de Oswald por outro professor de literatura, José Miguel Wisnik, pupilo intelectual do Candido.

Segundo Candido, Oswald (“pronuncia-se Oswáld”, avisou) era um homem encantador e furioso, que “gostava de brigar e desbrigar”, cujo charme “desarmava as pessoas” e cujo humor sarcástico e ferino não conhecia limites. Tinha uma personalidade tão poderosa que se falava mais dele do que de seus livros. Como era extremamente suscetível a críticas e como o poder esmagador de seu sarcasmo era conhecido (e temido), ninguém ousava escrever sobre seu trabalho. O resultado de tudo isso, explicou Antonio Candido, foi que a vida do autor obnubilou sua obra. Foram necessários trinta anos para que a peça O rei da vela, um de seus textos mais importantes, criado em 1937, finalmente fosse montada, no Teatro Oficina, por José Celso Martinez Corrêa. O mesmo Zé Celso que encerrou a Flip 2011 comandando o Teatro Oficina na releitura do Manifesto antropófago oswaldiano, intitulada “Macumba antropófoga”, que começou no final da tarde e se estendeu pela noite de domingo.

Ovacionado duas vezes pela plateia lotada, quando chegou e quando deixou o palco, Antonio Candido contou inúmeras histórias da vida privada do escritor, descrevendo traços da personalidade humana e literária que, no mais das vezes, arrancaram boas gargalhadas do auditório. “Ele tinha o dom da expressão condensada”, definiu o crítico: “Era capaz de concentrar significados em poucas palavras, com um extraordinário poder de síntese, sobretudo para desancar desafetos.” Logo depois da publicação de um ensaio severo sobre ele nos anos 1940, o próprio Antonio Candido foi virulentamente agredido por Oswald. “Tempos depois, publiquei uma crítica favorável e ele me procurou”, recorda Candido, “e me disse: ‘Ataquei você com violência e você manteve a serenidade. Vamos ser amigos’. E nos tornamos muito amigos mesmo.”

José Miguel Wisnik

Antonio Candido

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Mas Oswald não teve a mesma sorte com Mário de Andrade, descoberto por ele. Brigaram, Oswald foi violento e Mário rompeu definitivamente: rechaçou todas as tentativas de aproximação do ex-amigo. “Quando Mário morreu, Oswald ficou desesperado, como me contou sua mulher, Maria Antonieta”, disse o professor. “Meses antes de morrer, em 1954, ele me chamou à sua casa. Estava um dia frio como hoje em Paraty e ele estava à porta da casa, tomando sol. Disse que precisava me dizer o seguinte: ‘Mário de Andrade foi a maior figura do Modernismo brasileiro e Macunaíma é o melhor livro modernista. É o livro que eu gostaria de ter escrito’.” Não escreveu Macunaíma, mas escreveu Serafim Ponte Grande e outras obras basais da literatura brasileira e, sobretudo, legou à posteridade seu pensamento visionário.

Antonio Candido encerrou sua fala lembrando que Oswald “sempre viveu com alegria” e confirmou a imagem de um artigo de Ronald de Carvalho sobre o movimento modernista: “O claro riso dos modernos”. Era esse o riso de Oswald, que permanece, como observou Wisnik na palestra que se seguiu ao depoimento de Candido, “extraordinariamente contemporâneo”. A “devoração” proposta por Oswald em seu Manifesto antropófago “não pode ser diluída pela absorção cega de influências”. Ao contrário, advertiu Wisnik, “a antropofagia oswaldiana propõe a permeabilidade cultural seletiva e rigorosa”. Ou seja: devorar, sim, mas com critério. E, de preferência, com muito humor. Afinal, como observou Antonio Candido, “a literatura séria e alta não é incompatível com a alegria e com a brincadeira”. Impregnada pela presença da obra e da vida de Oswald, a Flip 2011 parece ter comprovado a tese.


Show de abertura

O momento era de homenagear Oswald de Andrade. O banquete imaginado pelo poeta, ensaísta, pianista e compositor José Miguel Wisnik tinha como prato principal as composições de seu parceiro Celso Sim sobre textos de Oswald. Na citação às contradições do tempo, que “é e não é ao mesmo tempo”, Wisnik fisgou o público com a inteligente interposição de ritmos dançantes aos poemas marcadamente ritmados do homenageado. Pingavam letras no telão atrás do palco enquanto Celso Sim cantava seu “Soidão – chove chuva choverando”, inspirado no poema “Soidão”, de Oswald. Cazuza encarnado, Sim completou a referência implícita ao artista autofágico na interpretação de “Balada da Esplanada”, música inspirada em poema homônimo.

Elza Soares

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José Miguel Wisnik, Celso Sim

O show seguiu com composições feitas por Wisnik para a peça Mistérios gozosos – montagem dirigida por José Celso Martinez Corrêa em 1994, sobre o poema “O santeiro do mangue”, de Oswald. Palavras pareciam insuficientes no “Noturno do mangue”, em que se diz que “há um grande cansaço de explicar o mar”. Com o samba rasgado de “Primavera”, o público saltou das cadeiras pela primeira vez. Wisnik e Sim visitaram ainda o barroco Gregório de Matos com “A Terra” e juntaram Oswald a Lamartine para perguntar: “Quem foi que descobriu o Brasil?”. Finalmente, incorporaram Jorge Mautner ao espetáculo para dizer que “a liberdade é a consciência do limite”.

Foi então que entrou Elza Soares e deglutiu o público. Ainda se ressentindo da recente cirurgia na coluna (Elza cantou sentada), ela demonstrou cabalmente por que sua voz rouca e sensual ainda faz dela uma das intérpretes mais instigantes do cenário musical brasileiro. A essa altura, sua banda já havia colocado até a imprensa para dançar. “Flores horizontais”, interessante diálogo entre Oswald de Andrade e Vinicius de Morais, funcionou como nota de rodapé para o encontro entre São Paulo e Rio, bem na divisa onde fica a ambivalente Paraty, cidade que é meio carioca, meio caipira. Assim como na canção, para Elza “a vida não para” e o show seguiu até “Paciência”, de Lenine, afinal uma referência inevitável após a “Balada do mangue”. A noite de abertura da Flip 2011 terminou com Elza Soares comandando a plateia, à capela, sob palmas entusiasmadas. Oswald teria adorado.


Flip – Casa da Cultura

Literatura, como toda arte, é uma via de mão dupla: requer criador e fruidor. Na Flip 2011, o espaço no qual melhor se realizou essa interação foi a Casa da Cultura, onde parcerias com instituições culturais alinhadas com os objetivos da Flip produziram recitais, peças de teatro, bate-papos e até um debate sobre a candidatura de Paraty a Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.

de Andrade. Fez mais: trouxe de São Paulo a Cooperifa – Cooperativa Cultural da Periferia, com o espetáculo Palavras das ruas. “Noll e a Cooperifa foram extraordinários; teve gente chorando no final”, recorda Claudiney Ferreira, gerente de literatura do Itaú Cultural. Além de lágrimas, a Casa também encheu de gente: a lotação de cerca de 150 pessoas esgotou em todos os eventos.

Em ambiente menor e mais íntimo, a Casa da Cultura aproximou autores e escritores. Dos eventos em parceria com o Instituto Itaú Cultural, o grande sucesso foi o escritor João Gilberto Noll, que interpretou sua obra Solidão continental. Nessa mesma série Autores em Cena, Lourenço Mutarelli interpretou seu O outro. O Itaú Cultural também colocou oito músicos e poetas no palco para fazer leituras dramáticas em meio a um espetáculo cênico, o Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros – Recital multimídia da obra de Oswald

Com o patrocínio da Souza Cruz, a Casa da Cultura trouxe de volta à Flip três escritores que, em edições passadas, foram recebidos na Tenda dos Autores. João Paulo Cuenca, Luiz Ruffato (ambos convidados da Flip 2003) e Tatiana Salem Levy (2009), além de Alessandra Colasanti, contribuíram para a antologia de contos Liberdade até agora, organizada por Eduardo Coelho e Marcio Debellian. Trata-se de uma antologia peculiar, que embaralha os contos desses autores com os de clássicos da literatura brasileira (como Machado de Assis e Clarice Lispector) e só revela a autoria no final. Excelente razão para o debate de que os autores – os vivos – participaram, durante o lançamento do livro na Flip 2011.

A Casa da Cultura também aproximou editoras e autores – e com pompa e circunstância: a própria ministra Ana de Hollanda, da Cultura, esteve lá para lançar o programa de estímulo à tradução de obras brasileiras no exterior, uma iniciativa da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) que prevê investimentos escalonados ao longo de dez anos, culminando com US$ 7,6 milhões em 2020. “O português é um idioma muito falado, mas pouco conhecido”, disse Ana de Hollanda, que espera a internacionalização de textos produzidos por literatos e pensadores brasileiros. Na mesma toada, o projeto Brazilian Publishers, da Câmara Brasileira do Livro, organizou duas mesas, abertas por Liz Calder, para discutir a inserção da literatura em língua portuguesa no mercado editorial global.

Também na Casa da Cultura, o Movimento por um Brasil Literário reuniu educadores e escritores em busca de caminhos para aproximar o brasileiro da literatura – e não apenas por meio de projetos de leitura coletiva, como lembrou Flora França Pinto, diretora da Escola da Mangueira, localizada num bairro carente de Paraty. “É preciso estimular a leitura individual, a intimidade com o livro”, disse ela. Porque depois da festa é preciso que todo brasileiro possa ter um lugar limpo e bem iluminado para ler – sozinho.

Oficina Literária

Em tempo de Flip, as ruas de Paraty ficam cheias de críticos literários – quase tantos quanto os técnicos de futebol em tempo de Copa. Gostei. Não gostei. É bom. É ruim. Do gosto pessoal ao julgamento de valor, todo leitor tem uma opinião. Mas do palpite, mesmo informado, à crítica literária propriamente dita há um longo caminho a ser percorrido. Em quatro encontros de duas horas durante a Flip 2011, trinta selecionados aprenderam na prática os princípios básicos da boa crítica literária. “Gosto se discute, sim”, avisa Frederico Barbosa, poeta e crítico literário, diretor da Casa das Rosas em São Paulo, que coordenou a oficina literária durante o evento. Não foi um curso, avisa, foi uma oficina mesmo: os trinta selecionados para participar tiveram de escrever críticas todos os dias. O perfil dos alunos, nenhum deles um autor publicado, variava de professores universitários e do Ensino Médio a estudantes de Letras.

Para familiarizá-los com o decantado distanciamento crítico, Barbosa começou com música, não com literatura: tocou uma peça de Charlie Parker em sala de aula, sem revelar de quem era, e pediu comentários por escrito. Todos aprenderam, então, o primeiro obstáculo a ser superado por um verdadeiro crítico: ir ao encontro da própria obra, sem considerar a autoria. Nos dias seguintes, foram abordadas as quatro vertentes da crítica literária – paráfrase, comentário, interpretação e análise. O entusiasmo dos alunos não esmoreceu com o fim da oficina – e da Flip. Da experiência surgiu uma página no Facebook, na qual o grupo continua trocando ideias, indicações de bons livros et pour cause boas críticas literárias.

Lourenço Mutarelli

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Leandro Sarmatz, Veronica Stigger e Carlos de Brito e Mello José Paulo Cavalcanti Cocão Marcelino Freire, Sérgio Vaz e Rodrigo Ciriaco Erroll McDonald Carlos de Brito e Mello


Mesa Zé Kleber: a escrita e o território*

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Cenário: um campo de refugiados no Quênia. A artista plástica e articuladora cultural brasileira Marie Ange Bordas tem diante de si crianças e jovens que habitam esse espaço há quase uma década. “Como é sua vida?”, ela pergunta. A resposta repete o discurso das organizações humanitárias, que reduz a vida deles à crise. Marie Ange começa então a fazer o que faz melhor: ajudar comunidades em crise a integrar arte e literatura no processo de resgate cultural, percepção do território e reconhecimento de suas identidades. No palco, também estavam a antropóloga francesa Michèle Petit, que pesquisa a leitura em espaços de crise, e a arquiteta franco-alemã Dominique Gauzin-Müller, que estuda e propõe soluções arquitetônicas sustentáveis. As três descreveram experiências e apon-

taram soluções que envolvem a integração da leitura à arquitetura e à cultura. Os estudos de Michèle mostram como o ato de ler, coletiva ou individualmente, ajuda os indivíduos em situações de crise. Ela relatou uma experiência de leitura mediada para crianças de uma comunidade carente na Argentina, em que a mediadora relacionou textos a seres, coisas e lugares, de forma que esses espaços adquiriram um novo valor. “Para essas crianças, os espaços de Bahía Blanca estão agora atados a poemas e outros textos, graças à interposição, entre eles e o real, de um tecido de palavras e imagens”, explicou.

A própria Michèle constatou, em recente visita ao Brasil, a importância da interposição desse “tecido”: em visita a uma fazenda no interior de Minas Gerais, ela viu, pela primeira vez, o céu do Hemisfério Sul. “Minha reação imediata foi procurar o Cruzeiro do Sul, de que ouvira falar. Percebi, então, como as constelações respondem à nossa necessidade de contar histórias. Precisamos do abrigo de uma cultura – como o céu sobre nossas cabeças – para que o mundo seja habitável.” Dominique, que propõe “uma abordagem ecorresponsável”, contou, por sua vez, o caso da cidade de Tubinga, na Alemanha, que, depois da queda do muro de Berlim, precisou reconstruir-se. Com

apoio da prefeitura, grupos de habitantes foram auxiliados por arquitetos a projetar residências. “No início, há quinze anos, os bancos estavam reticentes em emprestar dinheiro a esses grupos, mas hoje 70% dos novos edifícios são construídos por grupos de habitantes de Tubinga”, relatou Dominique. Para encerrar o debate, a brasileira Marie Ange conectou a primeira mesa da Flip à conferência de abertura da véspera. Ela lembrou o que dissera, à noite, o professor José Miguel Wisnik sobre a importância de envolver a educação com a cultura. “Acho que é preciso também incluir a política, porque só ela, em sua acepção mais abrangente, permite articular o individual e o coletivo, criando espaços de reconhecimento da diferença”, disse. São a leitura, a arquitetura e toda iniciativa cultural, como um céu sobre nossas cabeças, que ajudam a compor essa política transformadora – a receita de sucesso da Associação Casa Azul e da Flip.

* Este espaço gratuito dentro da Flip, para refletir sobre políticas públicas com a comunidade da cidade, homenageia o músico e poeta paratiense Zé Kleber (1932-89).


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Programação Flip

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quarta

19h conferência de abertura Oswald de Andrade: devoração e mobilidade Antonio Candido José Miguel Wisnik 21h30 show de abertura Zé e Celso + Elza José Miguel Wisnik Celso Sim Elza Soares

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quinta

10h mesa Zé Kleber A escrita e o território Michèle Petit Dominique Gauzin-Müller Marie Ange Bordas mediação Alberto Martins 12h mesa 1 Lírica crítica Carol Ann Duffy Paulo Henriques Britto mediação Liz Calder 15h mesa 2 Marco zero modernista Gonzalo Aguilar Marcia Camargos mediação Marcos Augusto Gonçalves 17h15 mesa 3 Ficções da diáspora Caryl Phillips Kamila Shamsie mediação Ángel Gurría-Quintana 19h30 mesa 4 O humano além do humano Miguel Nicolelis Luiz Felipe Pondé mediação Laura Greenhalgh

João Ubaldo Ribeiro Rodrigo Lacerda

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sexta

9

sábado

10 domingo

Flip - Casa da Cultura

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quinta-feira

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sexta-feira

10h mesa 5 Viagens literárias Andres Neuman Michael Sledge mediação Claudiney Ferreira

10h mesa 10 No calor da hora Enrique Krauze John Freeman mediação João Cezar de Castro Rocha

10h mesa 15 Pensamento canibal Eduardo Sterzi João Cezar de Castro Rocha mediação Manuel da Costa Pinto

11h45 Manifesto por um Brasil literário Ana Maria Machado Bartolomeu Campos de Queirós

11h Paraty e o valor dos patrimônios da humanidade Dalmo Vieira Filho Pablo de la Riestra

12h mesa 6 Pontos de fuga Pola Oloixarac valter hugo mãe mediação Ángel Gurría-Quintana

12h mesa 11 A história em HQ Joe Sacco mediação Alexandre Agabiti Fernandez 15h mesa 12 Ficção entre escombros Marcelo Ferroni Edney Silvestre Teixeira Coelho mediação Claudiney Ferreira

17h Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros – Recital Multimídia da obra de Oswald de Andrade Marcelo Ferreti Susanna Busato coletivo MALLARMIDIALab

18h O Outro Lourenço Mutarelli Nilton Bicudo Tunica Teixeira

15h mesa 7 Laços de família Péter Esterházy Emmanuel Carrère mediação Paulo Schiller

11h45 mesa 16 Tour dos trópicos David Byrne Eduardo Vasconcellos mediação Alexandre Agabiti Fernandez

17h15 mesa 8 Ficções da crônica Ignácio Loyola Brandão Contardo Calligaris 19h30 mesa 9 A ética da representação Claude Lanzmann mediação Márcio Seligmann-Silva 22h Tarsila Betty Gofman Eliane Giardini José Rubens Chachá Maria Adelaide Amaral Pascoal da Conceição

14h30 mesa 17 Em nome do pai Laura Restrepo Héctor Abad mediação Ángel Gurría-Quintana

17h15 mesa 13 Alegorias da ilha Brasil João Ubaldo Ribeiro mediação Rodrigo Lacerda

16h30 mesa 18* “Macumba antropófaga” com leituras de livros de cabeceira Teatro Oficina Uzyna Uzona

19h30 mesa 14 Lugares escuros James Ellroy mediação Arthur Dapieve

*Evento excepcionalmente realizado na tenda do telão Classificação indicativa: 18 anos

19h e 20h30 “Escrito em português. Lido no mundo” projeto Brazilian Publishers abertura Liz Calder 19h painel 1 Literatura em língua portuguesa: caminhos abertos Claudiney Ferreira Prof. Gustavo Sorá Lúcia Riff Nicole Witt mediação Ángel Gurría-Quintana 20h30 painel 2 Literatura em tradução no mundo: oportunidades e barreiras Ravi Mirchandani valter hugo mãe mediação de Lúcia Riff

19h30 Lançamento do Programa de Apoio à Tradução e Publicação de Autores Brasileiros no Exterior Galeno Amorim Edney Silvestre Sônia Jardim Marifé Boix Karine Panza

9 sábado

10 domingo

11h bate-papo Pessoas de Pessoa José Paulo Cavalcanti

11h Palavras das ruas Sérgio Vaz Rodrigo Ciríaco Marcelino Freire Cocão

15h15 bate-papo Máscaras e fantasmas Leandro Samartz Carlos de Brito e Mello 18h Solidão continental João Gilberto Noll Fernanda D’Umbra Edson Kumasaka 19h30 Literatura e liberdade João Paulo Cuenca Luiz Ruffato Tatiana Salem Levy Alessandra Colasanti Joana Coccarelli


valter hugo m茫e na Tenda dos Aut贸grafos


“Estamos transformando Paraty numa cidade onde há livros e leitores”: esta é a avaliação de Cris Maseda, coordenadora do programa educativo da Casa Azul, ao fazer um balanço dos resultados da Flipinha em 2011. O evento recebeu 25 mil crianças como espectadoras, cerca de trezentas por evento e, no sábado à noite, o show do artista local Luiz Perequê, que lançou um CD de músicas infantis, estava absolutamente lotado. O crescimento do público está diretamente relacionado à ampliação do espaço para a criança e o jovem e ao amadurecimento das políticas públicas em Paraty, incorporando iniciativas de incentivo à leitura. A Tenda da Flipinha, que este ano mudou de lugar, mas continua na Praça da Matriz, agora tem 250 assentos em vez de 160. O ganho veio da criação de dois novos espaços exclusivos: um para abrigar a exposição dos trabalhos realizados pelos alunos durante o ano, a partir da leitura do autor homenageado e de outros autores; outro para a Biblioteca da Flipinha, que também cresceu, atendendo um total de 15 mil crianças até sábado.

Na opinião de Gabriela Gibrail, a Gabi, coordenadora do projeto Flipinha, integração é a palavra-chave deste ano. A meta de integrar os eventos, criando laços entre eles para além da ponte que fisicamente atravessa o rio (do lado de lá fica a Tenda dos Autores, sobejamente conhecida), era perseguida havia tempo. O processo foi longo, mas era natural que a integração ocorresse. Desta vez, o próprio curador da Flip, o jornalista e crítico literário Manuel Costa Pinto, “um agente decisivo nessa integração”, escreveu o perfil de Oswald de Andrade para o Manual da Flipinha, que foi distribuído aos professores em fevereiro, e até foi a Paraty para conversar com eles. Gabi trabalha o ano inteiro no programa educativo da Associação Casa Azul e passa os dias da Flip nos bastidores da outra tenda, aquela a que acorrem os paratienses e não os turistas, aquela que fica do lado de cá do rio Perequê-Açu, no centro histórico, e que atrai pais, alunos e professores de mais de quarenta escolas públicas e particulares da região. Este ano, pela primeira vez, todos os eventos estão de fato integrados como nunca antes: Flip, FlipZona, Casa da Cultura e Flipinha. A coordenadora do projeto Flipinha também está particularmente satisfeita com o recente interesse da mídia pela versão infantojuvenil da Flip e pelo programa educativo da Casa Azul. Desde

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sempre, a mídia persegue as celebridades convidadas para a Tenda dos Autores e praticamente ignora o trabalho realizado durante o ano pela Casa Azul junto às escolas e à população da região de Paraty, um trabalho que estimula o hábito da leitura e abastece bibliotecas escolares e municipais. Agora, a Casa Azul é regularmente procurada para entrevistas e reportagens, o que divulga a experiência, permitindo, assim, sua reprodução em outros lugares. A escolha de Oswald de Andrade como autor homenageado também contribuiu para a integração da Flip com Paraty e da Flipinha com a Flip. O Ciclo Oswald de Andrade, organizado pela Casa Azul no começo do ano para os professores da rede pública de Paraty, foi essencial para o sucesso do evento. “A antropofagia oswaldiana tem tudo a ver com Paraty, que é caiçara, indígena, negra, mas também recebe turistas e tem muitos habitantes estrangeiros”, avalia Gabi. Por isso mesmo, a título de encerramento da Flipinha, toda a equipe leu, no palco, o Manifesto antropófago. www.flipinha.org.br


Tendas da Flipinha


Destaques da programação Flipinha Ciranda dos Autores O palco da Flipinha promove o encontro dos jovens leitores paratienses com os escritores infantojuvenis e intercala esses encontros com espetáculos concebidos durante o ano nas escolas da região, de peças de teatro a jograis e musicais. Numa das Cirandas, por exemplo, o escritor indígena Daniel Munduruku aproveitou a oportunidade para contar de onde tira as histórias publicadas em seus livros: da tradição oral da tribo. “Alguns acham que o índio só deve se comunicar pela fala”, disse Daniel, “mas, mesmo com os livros, os pais têm a sua própria maneira de contar histórias, que assim não ficam congeladas. O livro ajuda a oralidade.” Tanto ajuda que outros dois escritores para o público juvenil, Fernando Vilela e Leonardo Chianca, tiveram de improvisar diante do público infantil e inventaram uma história na hora com base em suas obras e com ajuda do mediador Cláudio Aquino, professor da rede pública de Paraty. Escritor e ilustrador, Fernando escreveu Lampião e Lancelote, totalmente dentro do espírito oswaldiano da antropofagia, que marcou também a Flipinha, e Leonardo adapta clássicos para jovens leitores.

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Outras estrelas da literatura infantojuvenil também estiveram na Flipinha e interagiram animadamente com as crianças, como Mariana Massarani, Graça Lima e Ciça Fittipaldi. Mas a mesa que reuniu Pedro Bandeira e Illan Brenman foi uma das mais animadas. “Escritor é assim: tudo o que ele escreve é mentira”, brincou Bandeira para tentar explicar à meninada o que é a literatura de ficção. E avisou que escritor não é professor: “O escritor põe no livro aquilo que ele não sabe, para poder dividir com vocês todas as dúvidas que ele tem”. Brenman, o festejado autor de Até as princesas soltam pum, começou explicando que sempre foi leitor de Bandeira e acabou informando o respeitável público que, em média, “todo mundo solta pelo menos dez puns por dia!”. Juntos, regeram com maestria a multidão de crianças à frente deles, todas com seus livros na ponta da língua. No sábado, como todos os anos, a Rádio Maluca, “o programa-show que você vê pelo rádio”, foi transmitida ao vivo do auditório da Flipinha pela Rádio Nacional e pela Rádio MEC, sob a batuta do artista Zé Zuca. E no domingo houve premiação dos vencedores da Regata da Flipinha e de instituições de educação de Paraty. Os prêmios foram sempre “cheques-livros”. Como despedida, todo o pessoal de apoio da Flipinha subiu ao palco e leu, a título de encerramento, o Manifesto antropófago. Afinal, como dizia Oswald, “o que nos une é a antropofagia”.

Manual da Flipinha

Mediação de Leitura

No início do ano letivo, os professores da rede municipal de Paraty receberam o Manual da Flipinha, um caderno de referências sobre os autores convidados para as Cirandas, que incluiu as biografias de 21 escritores e informações sobre suas obras. Com uma tiragem de 1.500 exemplares, o Manual também foi distribuído a parceiros e patrocinadores e está disponível em PDF no site da Flipinha. Criado em 2009, o site publica notícias sobre as atividades educativas da Casa Azul e, durante a Flipinha, registra o que acontece na Tenda e fora dela, na Praça da Matriz.

Em fevereiro, a Casa Azul participou como parceira da Semana Pedagógica, organizada pela Secretaria Municipal de Educação, que réune os cerca de quatrocentos professores das 32 escolas da rede municipal de Paraty. Durante o evento, no bojo do Projeto Mar de Leitores, que começou em 2009, a Casa Azul montou quatro oficinas de mediação de leitura para professores de Educação Infantil e de Português, ensinando a utilizar o Manual da Flipinha. Em abril, a Associação Casa Azul organizou o Ciclo Oswald de Andrade com todos os professores da rede para introduzir o autor homenageado e orientar o trabalho em classe, com dois dias de palestras, projeção de filmes e leituras dramáticas.

Arte na Praça Pela primeira vez, o homenageado teve um manual próprio, redigido pelo curador da Flip 2011, Manuel Costa Pinto, que também esteve presente, ao lado de professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A programação incluiu uma palestra especial para os alunos do Ensino Médio e apresentações, à noite, dos jovens participantes do Ponto de Cultura Casa Azul. Especialmente para o encontro, esses jovens prepararam um vídeo sobre Oswald de Andrade e organizaram um sarau.

O dia de fazer arte no Largo da Matriz é um dos acontecimentos mais esperados pelas crianças de Paraty e por aquelas que chegam à cidade no período da Flip. Este ano, o evento ofereceu mais de trinta oficinas de artesanato tradicional da região de Paraty e outras artes, ensinando os pequenos visitantes a fazer pipas, estrelas, barcos de madeira pintados à mão, origami e as piabinhas voadoras, um dos brinquedos mais populares, composto de um corpo de papel, geralmente feito com tiras de jornal, e uma rabiola colorida. Centenas de crianças passaram a tarde de barraca em barraca, colecionando brinquedos e envergando os bonecos gigantes de Jubileu Silva, artesão e professor de Matemática na rede municipal. As batalhas de piabinhas voadoras ocorrem entre cirandas, batuques e rodas de capoeira. Tudo resulta do trabalho de mais de duzentos voluntários – professores, artesãos e estagiários do Colégio Cembra, a escola normal da cidade. A festa movimenta toda Paraty, com

as contribuições das escolas, da Secretaria de Esportes e de outras entidades municipais. Carlota Galvão, que já foi professora de Artes e agora é sócia de uma escola de informática, estava a postos na sua barraca de origamis, e Adriana Ramos, diretora de escola, ensinava a desenhar com giz de cera, que se revela no papel quando as crianças o mergulham em solução de álcool e anilina. Caíque, sete anos, esperou pacientemente por uma pipa na barraca ao lado, enquanto seus amigos corriam atrás dos bonecos gigantes. E a pequena Helena, de três anos, que já é uma veterana da Flipinha, puxava a mãe pela mão de barraca em barraca e saiu de braços cheios de cata-ventos, flores de papel, abanadores, estrelas e uma minúscula pipa colorida que estava destinada à parede do seu quarto.


Programação Flipinha

Bibliotecas Casa Azul Oficina de cenotecnia

Biblioteca da Flipinha

Outros acervos

Ministrada pelo cenógrafo Juvenal Irene, a Oficina de Cenotecnia amadureceu em 2011. Começou no final de março, com a Oficina de Ilustração da ilustradora Graça Lima. Os desenhos ali produzidos passaram para a equipe de design e arquitetura da Casa Azul, que se baseou neles para fazer o projeto da cenografia da Flipinha. A 13 de junho começou a Oficina de Cenotecnia propriamente dita, que capacitou, em três semanas de reuniões diárias, vinte jovens paratienses, todos bolsistas da Casa Azul para frequentar as aulas. No final, tendo aprendido técnicas de palco e elementos de cenografia, foram eles que executaram o projeto cenográfico da Flipinha. Esses jovens cenotécnicos foram remunerados, e alguns deles continuaram trabalhando durante o evento.

A Casa Azul foi responsável pela primeira biblioteca direcionada ao público infantil e aos jovens em Paraty. Nos últimos quatro anos, 24 mil livros foram adquiridos, grande parte doada por editoras parceiras. Metade deles compõe a Biblioteca da Flipinha, que fica aberta ao público na sede da Associação Casa Azul em Paraty e, durante a Flip, muda para uma tenda própria na Praça da Matriz. Em 2011, essa tenda era maior do que nos anos anteriores e ficou mais próxima da Tenda da Flipinha. Além disso, tinha espaços apropriados para abrigar crianças pequenas e bebês, um mobiliário mais adequado e até microfones. A Biblioteca da Flipinha também teve uma programação própria mais estruturada e substanciosa, com leitura de obras pelos autores convidados e palestras sobre temas instigantes. Com tudo isso, a relação livro-autor-leitor tornou-se mais estreita e mais intensa.

Os outros 12 mil livros infantis e juvenis da Casa Azul foram distribuídos em acervos instalados em 32 escolas da região. O conjunto desses acervos vem crescendo substancialmente. A Casa Azul também mantém o Acervo Carlos Calchi, localizado na Biblioteca Municipal Fábio Villaboim, em Paraty. Em 2011, essa coleção, composta por livros de autoria de convidados da Flip, atingiu 1.237 títulos.

5 terça

6 quarta

10h 6a. Regata INP Flipinha Largada na Praia do Pontal

8h Ciranda dos autores A poesia das imagens Graça Lima Mariana Massarani mediação Mariana Benchimol 9h Até as princesas soltam pum – Illan Brenman Musical Profas. Heloísa Bertino, Mônica Gama e Renata Conceição Escola Municipal da Barra Grande 9h30 Ciranda dos autores Poetando com imagens Cláudio Thebas Suppa mediação Marcos Antônio Conceição 10h30 O mistério da fábrica de livros Musical Profas. Luciana Silveira, Sônia Balbino, Marcelli Arruda e Alexandra Vieira Centro de Ensino Integrado 11h Abapuru Teatro Profas. Mariana Savíoli e Benedita Freire Escola Municipal Pequenina Calixto 11h30 Bichos grandes e pequenos (Arca de Noé) Musical Profs. Deizziane Ennes, Deizzimar Reis, Deizzimere Azevedo, Valdea Valfrido, Lúcia Malvão, Jerônimo Ennes e Fátima Azevedo Escola de Educação Infantil Algodão Doce 12h Hora da estrela Apresentação artística de jovens talentos de Paraty 13h Eu brasileiro – Luís Perequê Musical Profs. Catarina de Alvarenga, Carlos Oliveira, Andréa Mara de Oliveira e Maria Aparecida Dutra Escola Municipal do Campinho 13h30 Mundo do livro sobe ao palco da Flipinha Teatro Profas. Viviane Vieira e Maria Aparecida Moreira Escola municipal Manuel Brás Cordeiro (São Roque)

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14h Biblioteca da Flipinha Ciça Fittipaldi Brincadeiras de ontem, reciclando hoje Teatro Profas. Samira Martinho, Jéssica Paravizo e Gabriele Mariano Escola Municipal Parque da Mangueira 14h30 Joaninha Musical Profas. Prissila Lazar e Fabiana Amorim Casa da Criança 15h Ciranda dos autores Histórias de todos os tempos Fernando Vilela Leonardo Chianca mediação Cláudio Aquino Biblioteca da Flipinha Issunboushi - Kamishibai: contação de histórias através de desenhos George Soul-Za

16h Quem já foi lá no Corisco? Musical Profs. Flávia Pacheco e Anderson Alves Escola Municipal Maria Jácome de Mello Biblioteca da Flipinha Mariana Massarani Graça Lima 16h30 Música regional e infantil Musical Profs. Anderson Alves e Regina Pádua Educanção na Escola do Corisco e Escola da Mangueira 17h Música regional e infantil Musical Profs. Luciane Marques e Anderson Alves Educanção na Escola da Praia Grande


8 sexta

7 quinta 8h Ciranda dos autores Entre a palavra e a imagem Lúcia Hiratsuka Maurício Veneza mediação Prissila Lazar 9h O ribeirão Musical Profas. Priscila de Deus e Cilene Seixas Escola Municipal Monsenhor Hélio Pires 9h30 Ciranda dos autores Um mundo de imagens e palavras Marcelo Carneiro Marcelo Cipis mediação Flora Salles França Pinto 10h30 Olhares da mata atlântica – homenagem a Pedro Bandeira Musical Profs. Neuma Ramiro, Tânia Avelar, Leila Franca, Marcelita Cruz, Francisco Sidiclei, Juliana Almeida e Vânia Alvarenga Departamento de Educação Ambiental da Secretaria Municipal de Educação Biblioteca da Flipinha Fernando Vilela 11h Salada de frutas Leitura dramatizada Profas. Maria Inês Costa e Ana Cristina de Assis Escola Municipal Doutor Mair Pena 11h30 Amanda no país das vitaminas Teatro Profas. Eliene Souza e Adriana Belchior Escola Municipal Marechal Santos Dias 13h Palavrinhas mágicas – Pedro Bandeira Musical Profas. Ana Rita Pacheco, Letícia Viana e Yasmim Puchalski Escola Municipal Guiomar Schimidt 13h30 Paraty: festa e cultura Musical Profas. Juliana Maluf, Márcia Domiciano, Carolina Nunes, Jucelene dos Prazeres e Joceli Sampaio Escola Municipal José Carlos Porto

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14h Lin e o bambuzal – Lúcia Hiratsuka Teatro Profs. Daniele Muniz, Enilze Lucena, Rosângela Carneiro e Maria Sebastiana Escola Municipal Tânia Rita – Angra dos Reis Biblioteca da Flipinha Illan Brenman 14h30 Cultura Guarani Musical Profs. Kurai Kery Renda, Lucas Xumu, Rosa Caloiero e Algemiro Karcú Escola Indígena Estadual Guarani Karai Kuary Renda 15h Ciranda dos autores Do jeito que a gente é... Márcia Leite Índigo mediação Renata Emily Biblioteca da Flipinha O Carpinteiro e o Diabo - Kamishibai: contação de histórias através de desenhos George Soul-Za

16h Encantando a natureza Musical Profas. Maria Inês Vargas, Jéssica Paraviza e Geisa de Oliveira Escola Municipal Parque da Mangueira Biblioteca da Flipinha Leonardo Chianca Marcia Leite 16h30 O teatro dos autores Teatro Profa. Silvina Hurtado Instituto Trilha da Arte – Itae 17h Clarineta, Coro, Choro Musical Profs. Anderson Alves, Guilherme Sá, Regina Pádua e Rosângela Dutra Educanção na Escola do Pantanal e Casa da Música

8h Ciranda dos autores Meu lugar no mundo Ciça Fittipaldi Bia Hetzel mediação Amaury Barbosa 9h Mar literário Musical Escolas da Costeira: Ponta Negra, Sono e Laranjeiras 9h30 Ciranda dos autores Senta que lá vem história Illan Brenman Pedro Bandeira mediação Janete Moreira 10h30 Dança folclórica Musical Profas. Eleite Solis, Thalita Machado e Quelis da Silva Apae Biblioteca da Flipinha Heloisa Prieto 11h Dança circular Profa. Adriana Thamaturgo Escola Plante 11h30 Lampejos do pau-brasil – esquetes Oswald Teatro Profas. Renata Emily, Loide Nascimento e Rosiris Barros Ciep 999 D. Pedro 12h Arte na Praça Oficinas simultâneas com os saberes e fazeres de Paraty Praça da Matriz Hora da estrela Apresentação artística de jovens talentos de Paraty 13h Histórias cantadas: criança não trabalha Musical Profas. Valéria Monteiro, Leila Pascoal, Janete Zorgdrager e Janaína Ciqueira Escola Municipal Teophilo Rameck 13h30 Amigos da Casa Escola Musical Profs. Erlandia da Lapa e Edson Oliveira Casa Escola 14h Passeando pelo universo de Pedro Bandeira Leitura dramatizada Profs. Giovanni Codeça e Alexandre Monteiro Escola Municipal de Ens. Fund. Ministro Sérgio Mota

9 sábado 14h30 As borboletas de Vinicius de Moraes – uma releitura musical Musical Profas. Daniely Magalhães, Marlene Resende e Mariana Teixeira Escola Municipal Frei Bernardo – Angra dos Reis 15h Ciranda dos autores Viajando com as histórias Flávia Lins e Silva André Diniz mediação Fabíola Guadix 16h Uma obra de arte chamada Terra Teatro Prof. Leonardo Campos Escola Municipal de Ens. Fund. Ministro Sérgio Mota 16h30 A literatura e a dança Alunas do curso de formação de professores Colégio Estadual Mário Moura Brasil do Amaral 17h Caçadores de aventura (Daniel Munduruku), Tatu-bolinha (Mirna Pinsky) e Qual é a cor do amor (Linda Strachar) Musical Profas. Eliane Tomé, Yara Marques, Maria Madalena e professores Escola Ethos

11h Programa Rádio Maluca Programa ao vivo Rádio Nacional - Rádio MEC 12h Hora da estrela Apresentação artística de jovens talentos de Paraty 13h Romeu e Julieta Teatro Profa. Emily Uma Broun Educandário Torres Pádua 13h30 Brincando e aprendendo com arte Teatro Profa. Giane Balceskis Cantinho do Pantanal 14h Teatro de mesa e roda rítmica moedas estrelas Teatro Profas. Fernanda Cerqueira, Fabíola Guadix e Muruá Veloso Quintal Mágico Biblioteca da Flipinha Pedro Bandeira 14h30 Grupo teatral dramatizando a literatura Teatro Profs. Chrisna Bittencourt, Israel de Paula, Janaína de Souza e Sirlene Lara Escola Millenium 15h Ciranda dos autores Meu olhar para o mundo Daniel Munduruku Heloísa Pietro mediação Geanne Ampuero

10 domingo 16h Aquarela brasileira Teatro Profas. Adriana Andrade, Ana Gonçalves, Ana Lúcia Gama e Prissila Profeta Escola Objetivo 16h30 Do medo ao riso Teatro Profas. Águida Peixoto, Sueli Matos e Leila Hortêncio Escola Municipalizada Aureliano Portugal – Rio Claro

10h Mitologia do diário de Pilar Musical Profa. Tânia Maria dos Santos Colégio Estadual Roberto Montenegro Marinheiro só Musical Profa. Cláudia Agostinho Colégio Estadual Roberto Montenegro 10h30 Grupo de Dança Vila Oratório

17h Mesão Autores conversam sobre Oswald de Andrade mediação Anna Cláudia Ramos e Gabriela Gibrail

11h Livro Festa do Mar Teatro Profa. Glicéia Pereira Centro Educacional de Mambucaba

18h Apresentação musical Tô brincando Luís Perequê

Livro Romeu e Julieta Teatro Profa. Glicéia Pereira Centro Educacional de Mambucaba 11h30 Homenagem a Pedro Bandeira – “O medo e a ternurinha” e “O fantástico mistério da Feiurinha” Leitura dramatizada Profas. Adriana Freitas, Ana Lúcia Couto e Maria Cléia Moutinho Colégio Estadual Almirante Álvaro Alberto 3 Linhas e 4 Verdades Teatro Profa. Maria Viana Mariana Colégio Estadual Almirante Álvaro Alberto

12h Capoeira Prof. Astronauta 13h Paraíso perdido – uma história insustentável Teatro Autor: Themis Corrêa Grupo de Teatro Celavi 14h Entrega Prêmio Plante de Literatura Dança criativa Profa. Vanda Mota Teatro Profa. Evelin Peres Escola Plante 15h Conversa de armazém Teatro Fátima Queiroz, Lilia Rosa e Pâmela Albrecht Companhia Rosa Carmo Queiroz 16h Escola feita de livros Premiação do concurso de projetos: Bibliotecas nas escolas 16h30 Premiação da 6ª regata INP Flipinha 17h Apresentação final equipe Flipinha


Menos de duas horas depois de deixar a Tenda dos Autores, o repórter quadrinista Joe Sacco viu-se na pequena sala da FlipZona, numa das casas coloniais de Paraty, absolutamente lotada de jovens da cidade. No palco improvisado, dois grandes grafiteiros brasileiros faziam as vezes de entrevistadores e intérpretes: Fábio Moon e Gabriel Bá, conhecidos como Os Gêmeos. Os dois revezaram-se nas perguntas e na tradução das respostas, enquanto um outro intérprete traduzia para o desenhista maltês o que se dizia em português. Insistentemente inquirido sobre suas opções profissionais e sua carreira, Sacco falou de seus dois grandes amores, os quadrinhos e o jornalismo. “Quem sabe onde é Malta?” – perguntou logo um d’Os Gêmeos à plateia, dando o tom que a conversa toda teria por mais de uma hora, altamente interativa com o público, que era a todo momento lembrado dos pontos importantes no que Sacco dizia. A resposta a essa primeira pergunta foi o silêncio, seguido pelo comentário: “Tudo bem, eu também não sabia; tive de olhar no mapa!”. Risos. Risos. Risos. A FlipZona é uma alegria só. E é como uma jam session, explica Gabriela Gibrail, responsável pela programação, que existia antes mesmo de a FlipZona surgir. Muitos “curadores” – organizadores da Flip e da Flipinha, moradores de Paraty, amigos e conhecidos, até a empresa de assessoria de imprensa da Flip – começaram a ajudar e, desde 2009, quando a FlipZona finalmente nasceu, participam dela convidados e visitantes célebres, que já estarão em Paraty e têm algo a dizer aos jovens. Foi assim com Sacco, convidado para o Flip, e com Os Gêmeos, que estariam mesmo em Paraty. “É um jeito de otimizar e integrar todos os eventos ao redor da Flip”, pondera Gabriela, que também desenha a programação da Flipinha com um olho na

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FlipZona. Foi assim com a ilustradora Suppa e a escritora infantojuvenil Índigo, convidadas da Flipinha que também falaram na FlipZona sobre Moda, blogs e afins – as duas são blogueiras, e Suppa também desenha roupas que vende on-line. Foi assim também com o escritor Edney Silvestre, convidado da Flip que, na FlipZona, foi entrevistado por Verônica Lessa (é uma das autoras do Manual da Flipinha) sobre jornalismo e literatura e foi assim com os escritores Ignácio de Loyola Brandão e Verônica Stigger, que conversaram sobre arte, contos e histórias. A programação, criada a muitas mãos, ficou tão boa que acabou atraindo adultos também, e o pequeno espaço onde se realizou a FlipZona este ano estava permanentemente lotado, com muita gente aglomerada do lado de fora. Para o ano que vem, a FlipZona precisará de um espaço maior – outra casa, não uma tenda –, mas a Casa da Praça, como é chamado agora esse casarão do Largo da Matriz, tornou-se a sede definitiva do Ponto de Cultura Casa Azul.


Programação FlipZona

6 quarta

7 quinta

8 sexta

8h30 Conversa com autores O amor entre iguais Anna Claudia Ramos Márcia Leite

8h30 Bate-papo Histórias em quadrinhos: o que acontece hoje (Sociedade dos Ilustradores do Brasil, SIB) André Diniz Caco Galhardo Rodrigo Rosa mediação Orlando Pedroso

8h30 Conversa com autores Viagens, cinema e literatura Marcelo Carneiro Flávia Lins e Silva mediação Nena Gama

10h30 Conversa com autores Performance de ilustradores Maurício Veneza Fernando Vilela 13h30 Curto Curtas Mostra de curtas-metragens 15h30 Cinezona Marcelo Carneiro apresenta o filme Antes que o mundo acabe

10h30 Conversa com autores Texto e imagem na literatura indígena (SIB) Daniel Munduruku Ciça Fittipaldi Maurício Negro 13h30 Curto Curtas Mostra de curtas-metragens realizados por jovens de Paraty 15h30 Cinezona A ideia e produção Cavi Borges

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10h30 Conversa com autores Moda, blogs e afins Suppa Índigo mediação Bia Hetzel 13h30 Bate-papo O jornalismo e a literatura Edney Silvestre mediação Verônica Lessa 15h30 Cinezona As melhores coisas do mundo Heloísa Prieto 18h30 Show de Jairzinho Tenda da Flipinha

9 sábado 10h Curto Curtas Mostra de curtas-metragens 11h30 Bate-papo Arte, contos e histórias Verônica Stigger Ignacio Loyola Brandão mediação Themilton Tavarez 13h30 Bate-papo Eco TV de Paraty – Ecolino Nena Gama e convidados 16h Bate-papo O jornalismo e os quadrinhos Joe Sacco Mediação Fábio Moon & Gabriel Bá

10 domingo 10h Curto Curtas Mostra de curtas-metragens 13h30 Cinezona Literatura no Cinema Carolina Benjamin Leandra Leal Rita Toledo Lucas Paraizo 15h30 Sarau de encerramento da Flipzona


Central FlipZona

O trabalho cotidiano de trinta jovens paratienses no Ponto de Cultura Casa Azul ao longo do ano deu resultado. Não apenas a Central FlipZona de 2011 teve o dobro de inscritos, mas também o trabalho está atingindo uma qualidade profissional: dessa vez, o Canal Futura exibiu sete vídeos produzidos pela Central durante a Flip 2011. Os vídeos, cada um com 2,5 minutos, foram criados pelos jovens como parte de sua cobertura jornalística dos eventos na cidade e encaminhados à emissora no Rio. Mas os 65 jovens que se envolveram nos trabalhos não fizeram apenas os vídeos para o Canal Futura. Eles também produziram mais de sessenta textos para o blog da Central (ver http://flipzona. wordpress.com/) e tuitaram uma infinidade de notícias.

Cinema da Praça da Matriz

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O núcleo do grupo, explica Daniel Ferenczi, designer carioca radicado em Paraty há cinco anos e coordenador da Central desde sua criação, é composto pelos trinta jovens que frequentam diariamente o Ponto de Cultura Casa Azul, aprovado há dois anos pelo Ministério da Cultura. Esses jovens foram distribuídos em dois turnos de trabalho durante a Flip, multiplicando o que aprenderam durante o ano junto aos outros 35 inscritos para trabalhar na Central, todos entre catorze e dezenove anos de idade. A eles juntaram-se duas pessoas do Canal Futura, uma especialista em portais e uma webmaster. “Com isso, o fluxo de trabalho tornou-se muito mais eficiente este ano”, alegra-se Ferenczi. A eficiência foi tanta que a equipe de vídeo conseguiu uma entrevista exclusiva com o quadrinista Joe Sacco “antes da revista Veja”, orgulha-se o coordenador. Além desse trabalho de cobertura, os jovens também participaram de

bate-papos com profissionais da imprensa, como no ano passado. Dessa vez, conversaram com Inara Chayamiti, da TV Folha, Simone Magno, da Rádio CBN, e Zé Zuca, que dirige e apresenta o programa semanal Rádio Maluca, que vai ao ar na Rádio Nacional aos sábados. Todo ano, o programa é irradiado diretamente do palco da Flipinha. Como a FlipZona mudou de endereço este ano, a casa alugada para hospedá-la, no Largo da Matriz, ganhou um nome – Casa da Praça – e passa a ser a sede do Ponto de Cultura. Nesse espaço ampliado, Ferenczi continuará coordenando os trabalhos cujos frutos virão à luz na FlipZona de 2012.


Comunicação

Mídia espontânea Uma das maneiras mais eficazes de medir o impacto de um evento como a Flip é calcular o valor da chamada “mídia espontânea” – ou seja, artigos e reportagens publicados em diferentes veículos, dos jornais à internet. Até 31 de agosto de 2011, esse valor atingiu R$ 126 milhões, superando os R$ 106 milhões contabilizados entre janeiro e novembro de 2010.

O Estado de S. Paulo 9-7-11

O Estado de S. Paulo 20-5-11

Folha de S.Paulo 2-7-11

Brasil Econômico 20-5-11

A cobertura foi constante e consistente desde o início do ano, ou seja, a Festa Literária pautou a imprensa o ano todo, apresentando autores e estimulando o debate sobre literatura, como demonstram

páginas inteiras de entrevistas com a escritora argentina Pola Oloixarac tanto na Folha de S.Paulo como em O Globo, publicadas ainda em março e abril, meses antes do evento. No início de maio, o Valor Econômico deu capa de seu caderno cultural, Eu & Fim de Semana, para Oswald de Andrade e, no final do mês, o Brasil Econômico entrevistou Antonio Candido, também em página inteira, e a revista Cult publicou uma longa conversa com o húngaro Péter Esterházy. Quando os ingressos começaram a ser vendidos no início de junho,

multiplicaram-se as matérias especiais, como a página d’O Globo apresentando autores. Em julho, várias revistas e jornais manchetaram a Flip, como fez a Bravo!, que deu capa para a Flip e Oswald de Andrade, ou o caderno Sabático, d’O Estado de S. Paulo, que destacou João Ubaldo Ribeiro. Um sinal evidente da reputação cada vez melhor do evento é o fato de que, pela primeira vez, estavam em Paraty tanto os mais importantes repórteres especializados em cultura como os editores dos principais jornais impressos, que fecharam ali seus cadernos de cultura. Os portais G1, Folha Online e iG,

também presentes, criaram uma identidade especial para a Flip, em hotsites que só são feitos para grandes acontecimentos. Todas as redes nacionais de TV aberta – Globo, Record, SBT, Band e RedeTV – produziram juntas quase seis horas de cobertura, assim como a Globo News e Record News acompanharam o evento pela rede de canais por assinatura. Todos os jornais de rede da TV Globo participaram da cobertura: Jornal Nacional, Bom Dia Brasil, Jornal da Globo e Jornal Hoje. Além desses, a Flip também foi mencionada no Programa do Jô e no Bem-Estar.

O Estado de S. Paulo 20-5-11

Valor Econômico 13-5-11

O Estado de S. Paulo 28-6-11

Revista Cult 5-11

Revista Bravo! 7-11

O Estado de S. Paulo 9-7-11

O Globo 11-5-11

Folha de S.Paulo 1-3-11

O Globo 9-4-11

Valoração mídia espontânea

O Globo 6-6-11

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Valor Econômico 13-5-11

Revista Bravo! 7-11

2011

R$ 126.490.502

2010

R$ 106.000.576

2009

R$ 113.049.008

2008

R$ 64.857.175

2007

R$ 23.160.140


Comunicação

Flip on-line

Blog da Flip

Home do site da Flip

A presença da Flip na internet expande o raio de abrangência da festa literária, permitindo que pessoas de todo o país acompanhassem os cinco dias de celebração da literatura em Paraty. Site e blog O site da Flip serviu de fonte de informação sobre tudo que aconteceu em Paraty, com matérias sobre cada mesa da programação principal, além de notícias sobre as atividades da Flipinha e da Casa da Cultura. Um dos pontos altos da cobertura pelo site da Flip foi a publicação, instantes após a mesa, da versão integral da carta lida pelo escritor português valter hugo mãe, que levou o autor às lágrimas e o público da Tenda dos Autores a aplausos efusivos, em um momento mágico desta Flip. O site teve mais de 55 mil acessos durante os cinco

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Twitter

dias da festa literária e mais de 120 mil no mês de julho, configurando um aumento de 16% em relação a 2010. Já o blog da Flip publicava, a cada momento, novas impressões, caricaturas, vídeos e fotos da programação, chegando a 9 mil acessos durante o evento. Transmissão ao vivo Todas as mesas da programação principal da Flip foram transmitidas ao vivo pela internet, da histórica conferência de abertura de Antonio Candido, na noite de quarta-feira, ao encontro dos escritores colombianos Laura Restrepo e Héctor Abad, na tarde de domingo. Com exibição no G1 e no site da Flip, os vídeos tiveram uma audiência que superou os 20 mil visitantes durante o evento, com um crescimento de 8% em relação à Flip 2010. Somente na mesa de sexta à noite, “O humano além do humano”, com a presença do neurocientista Miguel Nicolelis e do filósofo Luiz Felipe Pondé, houve quase 3 mil requisições.

“Sobremesa” Além da parceria com o G1 na transmissão ao vivo das mesas, em 2011 o portal de notícias entrou como parceiro no “Sobremesa”, um projeto criado em 2010, em que os autores são entrevistados logo após a participação nas mesas da programação principal, ainda no camarim, no calor do momento. Foram produzidas dezoito entrevistas, publicadas no blog da Flip e na página da Flip no G1. Twitter Ilustração do blog da Flip

Além de poder assistir às mesas pela internet em tempo real em inglês e português, quem não conseguiu ir a Paraty também podia se manter ligado na Flip via Twitter. A cobertura da programação principal pelo microblog oficial da festa literária (twitter.com/flip_se)

IPhone

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Facebook

página g1

rendeu cerca de quinhentas mensagens reportando cada momento, citações e emoções dos encontros literários. Além disso, os flipeiros de todo o Brasil puderam tuitar suas perguntas para os debates ao final das mesas. Várias dessas questões foram respondidas pelos autores em Paraty. Para encerrar a celebração virtual da literatura, foram realizados pelo Twitter sorteios de livros autografados: Diários de bicicleta, de David Byrne, e Máquina de fazer espanhóis, de valter hugo mãe. Ao final da Flip, o Twitter oficial contava com mais de 12 mil seguidores, 3 mil a mais do que no ano anterior. Dessa vez, a Flip se tornou trending topic em dois momentos: ao meio-dia de quarta-feira, dia 6 de julho, em São Paulo, tanto a Flip quanto Paraty lideraram as citações no Twitter; e na tarde da quinta-feira, dia 7 de julho, a Flip ficou entre os assuntos mais mencionados do microblog no Rio de Janeiro.

Youtube

Facebook

IPhone

O canal oficial da Flip no Youtube já acumula quase 400 mil visualizações. Durante a Flip 2011, os vídeos com trechos das mesas da programação principal foram publicados logo após cada debate – e atingiram 15.042 visualizações. Até o final de agosto, o canal chegou a quase 35 mil visualizações somente nos vídeos com trechos das mesas de 2011. Em relação à audiência de 2010, houve um crescimento de 55%. A leitura da carta de valter hugo mãe foi exibida na íntegra e, em uma semana, atingiu mais de 5 mil visualizações.

A página oficial da Flip no Facebook foi criada em fevereiro de 2011 e chegou a mais de 3 mil seguidores no mês de julho. A plataforma serviu para divulgar textos, fotos, caricaturas, entrevistas em vídeo, trechos das mesas e informações gerais, chegando a mais de 210 mil visualizações de postagens durante os cinco dias de evento.

Pela primeira vez, até o iPhone foi usado para difundir informações. Um aplicativo específico foi desenvolvido para o celular da Apple, permitindo acesso a um guia completo da Flip 2011 e dos atrativos turísticos de Paraty. Gratuito, o aplicativo incluía também a programação da Casa da Cultura, da Flipinha e da FlipZona, além de trazer minibiografias dos autores e sinopses das mesas da grade principal. O guia turístico oferecia, ainda, um mapa com indicação de restaurantes, praias, cachoeiras, alambiques e pontos históricos de Paraty e região.

Flickr As imagens produzidas pelos fotógrafos oficiais foram publicadas em tempo real no Flickr da Flip que, na semana do evento, chegou a 30 mil visualizações. Foram exibidas, em alta resolução e com permissão de download, quase seiscentas imagens da cobertura do evento, incluindo todas as mesas da programação principal, as coletivas de imprensa, a programação da Casa da Cultura e a programação da Flipinha.


Comunicação

Peças gráficas

cartaz Jeff Fisher

programa Flip

cartaz Flip

cartaz Flipinha

Bancos Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica e Banco 24 horas Av. Roberto da Silveira, s/n Centro Itaú Rua da Lapa Centro Histórico Polícia Militar Av. Roberto da Silveira, s/n T 190

cartaz FlipZona

certificado oficina literária

A quarta-capa do folder deve conter o seguinte conteúdo:

Endereços úteis

1. logotipo da Flip 2. imagem do cartaz da Flip 2011

Flip 2011 manual da equipe informações gerais e serviços

3. logotipo da Associação Casa Azul sob a epígrafe Realização A fonte utilizada é rotis light, corpo 7,795 pt. Caso a editora não possua tal fonte, utilizar helvetica corpo 7,5 pt.

Polícia Civil Av. Roberto da Silveira, s/n T 24 3371 1252 Hospital Rua São Pedro de Alcântara, 1 Pontal T 24 3371 1623 Prefeitura Al. Princesa Isabel, s/n Pontal T 24 3371 9900 Bombeiros Av. Roberto da Silveira. s/n Chácara T 193 ou 24 3371 1193

9a. Festa Literária Internacional de Paraty Realização

Realização

Variação de modelo sugerido de layout 105x210 mm

manual editoras 2

Flip tips

Associação Casa Azul www.flip.org.br www.flipinha.org.br flip@flip.org.br São Paulo R Cap Antônio Rosa 376 conjunto 91 01443-900 São Paulo SP T +55 11 3081-6331 F +55 11 3061-5341 Paraty Al Princesa Isabel 2 23970-000 Paraty RJ T +55 24 3371-7082 F +55 24 3371-7084

folder coletiva

Handy hints for visitors to Paraty

certificado oficina de cenotecnia

adesivo parceiros Convite Ciclo autor homenageado, manual e folder de programação da Flipinha

Manual Flipinha 2011

manual de equipe

Visiting Brasil and Paraty – Useful information Selected reading Places to visit and things to do Where to eat and going out Health and Beauty

Guest Coordinator Sandrine Ghys B. Fernandes T + 55 11 3081-6331 M + 55 11 7832-3919 sandrine@flip.org.br

9a. Festa Literária Internacional de Paraty

Realização

Realizacão Associação Casa Azul

Fliptips

convites

manual da Flipinha

folder Ciclo Autor Homenageado

folder Ciclo Autor Homenageado Apresentação

Ilan Brenman

A Associação Casa Azul acredita em projetos educacionais que potencializem a formação de leitores críticos e reflexivos, capazes de usar a palavra como meio de transformação social, intervindo no futuro de suas cidades. Assim, é com enorme satisfação que apresentamos o Manual da Flipinha 2011. Com o objetivo de apoiar os educadores nas atividades de sala de aula e aprimorar a formação dos estudantes por meio da literatura, mais que uma ferramenta, é um convite para que professores e alunos naveguem e se encantem com novos caminhos, por intermédio da leitura e da imaginação.

Sou pai de duas lindas e sapecas meninas, Lis e Iris, que são fontes inesgotáveis de inspiração. Elas nasceram em São Paulo, eu nasci em Israel, meus pais na Argentina e meus avós na Rússia e na Polônia. Que confusão! Mas não acabou. Minha linda esposa, Tali, nasceu também em Israel e seus pais nasceram na Bulgária. Acho que é por isso que gosto de contar histórias de todas as partes do mundo. Além de contar histórias, fiz mestrado e doutorado na Universidade de São Paulo e me dedico a falar e a escrever sobre a importância da literatura na vida das pessoas. Tenho mais de trinta livros publicados (alguns premiados). Para saber mais sobre meus livros e trabalhos, acesse <www.ilan.com.br>.

A Flipinha, como programa permanente, cresceu e se desdobrou no projeto Mar de Leitores, que tem como objetivo promover a capacitação de professores e mediadores de leitura, oficinas literárias e atividades de incentivo à leitura. Neste ano o Mar de Leitores teve uma importante conquista ao realizar o 11° Encontro Proler Costa Verde: Políticas Públicas Caminho da Cidadania. O evento é fruto da parceria entre Secretaria Municipal de Educação de Paraty, Instituto C&A e Fundação Biblioteca Nacional, integrando o Programa Nacional de Incentivo à Leitura. A experiência paratiense conferiu ao evento novo significado, pois além dos cursos destinados aos professores da rede pública, contou com mediações de leitura realizadas em diferentes pontos de Paraty, uma verdadeira invasão literária tomou a cidade por meio da palavra, promovendo encontros, fomentando mudanças e novas percepções a respeito do território.

folder Flipinha

Se você quer se divertir, leia Até as princesas soltam pum e Pai, todos os animais soltam pum?. No primeiro descobrimos o livro secreto das princesas, que tem um capítulo sobre os “Problemas gastrointestinais e flatulências das mais encantadoras princesas do mundo”. No segundo, a menina Laura e seu pai estão novamente às voltas com questões de puns, só que dessa vez dos animais.

Já em O pó do crescimento e outros contos, vamos conhecer algumas tramas, entre elas a da menina Ruth, que adorava puxar a barba do rabino; a de uma escola que sumiu em Cariló; a de um menino que nem comia tanto, mas que engordava sem parar. Essas e outras histórias estão te esperando.

24

Manual da Flipinha

mapa

48

Ilan Brenman é um escritor e um contador de histórias de mão-cheia, como diriam nossas avós. Sendo assim, sugerimos a criação de um grande projeto ligado a contação de histórias. Os caminhos podem ser muitos para a criação desse projeto. Que tal começar lendo não só esses livros sugeridos, mas diversas obras do autor. As crianças podem inventar um personagem contador de histórias que irá resgatar os causos paratienses, por exemplo. Ou histórias de família, de caiçaras, da escola. Enfim, como a imaginação não tem limites, vale qualquer tipo de história que cada grupo ou a turma toda irá escolher para contar. Outra possibilidade é seguir o exemplo do livro secreto das princesas e criar o livro secreto das fadas, das bruxas, dos príncipes, dos reis, das rainhas e dos bobos da corte, por exemplo, para contar as histórias secretas desses personagens que nunca ninguém soube. Imagine uma bruxa ter uma dor de barriga bem na hora de fazer um feitiço terrível? Ou um príncipe soltar um pum megafedorento bem na hora da batalha e deixar o inimigo tonto? A criação dos textos pode seguir uma linha mais divertida ou mais séria. Tudo vai depender do que cada grupo desejar fazer ou de como vai querer se expressar.

O turbante da sabedoria e outras histórias de Nasrudin faz parte de uma coleção sobre tradições populares. As histórias de Nasrudin circularam pelo Egito, Turquia, Uzbequistão, Síria, Irã ou Paquistão. Uns dizem que ele foi um representante de um ramo mítico do islamismo, o sufismo (vale uma pesquisa!). Suas histórias correram de boca em boca até ultrapassarem as fronteiras do mundo árabe e pararem nesse livro.

Mauro Munhoz Diretor presidente Associação Casa Azul

2

Navegando pelas histórias

Ilan Brenman escolheu para representá-lo neste Manual os livros: Até as princesas soltam pum e Pai, todos os animais soltam pum?, ilustrados por Ionit Zilberman e publicados pela Brinque-Book; A cicatriz, também com ilustrações de Ionit e publicado pela Companhia das Letrinhas; O pó do crescimento e outros contos, ilustrado por Claudia Scatamacchia e publicado pela Martins Fontes; e O turbante da sabedoria e outras histórias de Nasrudin, ilustrado por Samuel Casal e publicado pelo selo Comboio de Corda da SM.

Em A cicatriz vamos conhecer Silvinha, uma menininha que caiu da cama e abriu o queixo. Silvinha ficou desesperada: será que seu queixo iria cai? Sua mãe explicou que não, mas ainda assim ela ficou preocupada. A partir de então, a menina vai se surpreender ao descobrir que todo mundo tem uma cicatriz.

A responsabilidade de educar não se restringe apenas às escolas. Esta é a impressão que fica quando passamos o olhar para iniciativas que abrem portas em direção à experiência do conhecimento. A Associação Casa Azul se orgulha de fazer parte dessa construção inovadora, cujos frutos têm sido surpreendentes e inspiradores.

Manual da Flipinha

Conhecendo as histórias

folder Flipinha

Depois de resgatar e escrever – ou inventar escrevendo – suas histórias, as crianças podem montar grupos de contadores que sairão pela escola contando suas histórias para outras turmas, como, por exemplo, dos alunos menores. O legal será treinar bastante a leitura em voz alta com impostação de voz para que a contação seja um sucesso.

O próprio Ilan, em seu livro O turbante da sabedoria e outras histórias de Nasrudin, nos diz que a escolha dos textos que ele contou nesse livro foi subjetiva, que ele foi sendo capturado pelas histórias que imploravam que ele as contasse. Sendo assim, podemos brincar com as crianças perguntando que histórias as capturam e por quê? Esse pode ser outro ponto de partida para a criação de projeto que pode muito bem se chamar De boca em boca. Agora imagine só, depois de passar um bom tempo lendo e discutindo as histórias dos livros, as crianças tendo autonomia para contar o que essas histórias provocaram em seus imaginários e escolhendo a melhor maneira de recontar, ou inventar, ou imaginar, ou recolher aquelas que desejam compartilhar com a turma. Quem sabe desse projeto não nasce um grupo de contadores? Mas não se esqueça: em sua turma pode haver alunos tímidos, que não se sentem à vontade para ler em voz alta ou contar histórias. Tenha sensibilidade para descobrir se basta dar uma forcinha para que a timidez desse aluno vá embora ou se é preciso respeitar, permitindo que ele fique apenas nos trabalhos dos bastidores do projeto, recolhendo e escrevendo as histórias que um colega de turma poderá contar. A sensibilidade de cada professor nesses projetos com leitura faz toda a diferença na vida de um aluno. Nunca se esqueça disso! Agora é com você e sua turma! Leiam os livros, conversem e façam do projeto De boca em boca um sucesso na escola. E para terminar atiçando a imaginação, quem sabe (se o projeto der certo) uma boa ideia não seria as crianças contarem histórias pelas ruas de Paraty durante a Flipinha? Fica a sugestão! * Ilan tem livros em diversas editoras. Visite o site dele e descubra que outros livros você pode escolher para fazer parte do seu projeto de leitura.

d’après Ionit Zilberman

folder Ciclo Autor Homenageado


Comunicação

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É do esquecimento que vem o tempo lento de Paraty.

A Casa que hospeda a Flip

A vida vagarosa — quase sempre caminhando pela água —, o saber antigo, os barcos feitos ainda hoje pelas mãos de antepassados, os caminhos de pedra que repelem e desequilibram a pressa: tudo isso vem do esquecimento. Vem do dia em que Paraty foi deixada quieta no século XIX, sem razão de existir. Até ali, a cidade fervia de agitação. Estava na rota do café, e escoava o ouro negro no lombo de burro e nas costas do escravo. Um caminho de pedra cortava a floresta para conectar Paraty à sua época e ao centro do mundo. A cidade vivia passo a passo com o relógio.

Revista Veja Rio 6-7-11

Revista piauí 4-7-11

Folha de S.Paulo 24-07-10 Folha de S.Paulo 3-7-11

Folha de S.Paulo 5-6-11 Folha de S.Paulo 04-07-10 Folha de S.Paulo 26-6-11

50

Folha de S.Paulo 11-7-11

Mas em 1855, a cidade inteira se aposentou. Com a estrada de ferro criada por D. Pedro II, Paraty foi lançada para fora das rotas econômicas. Ficou sossegada em seu canto, ao sabor de sua gente e das marés. Seu modo de vida seguiu sozinho, avançando no próprio ritmo. E pelos próximos 119 anos, Paraty iria formar lentamente, sem se dar conta, seu maior patrimônio. Uma cidade preservada pelas mãos da própria sorte.

É então que a preservação de Paraty, seu principal patrimônio e meio de vida, escapa à ação do destino. Não podemos contar com a sorte, como no passado. Agora, manter o que dá vida a Paraty é razão de muito trabalho. Daqui para frente, preservar é suor.

Para isso construímos mais uma casa entre os sobrados de Paraty. Para isso existe a Associação Casa Azul, uma organização da sociedade civil de interesse público. Aqui, Até que chegasse um outro criamos projetos e atividades ciclo econômico, ávido por que mantenham o tecido lugares onde todos os outros urbano e social de Paraty não houvessem tocado: o em harmonia. Nesta casa, o turismo. E assim, em 1974, o tempo avança com cuidado, asfalto da BR 101 fez as pedras sem apagar as pegadas. E traz e a cal de Paraty virarem ouro conforto e beleza para quem novamente. A cidade volta a vive aqui, ou está apenas de conviver com o presente, com passagem pelo século XIX. A um outro Brasil, com outros Casa Azul iniciou suas ações países, com outra atividade, em 1994 e desde 2003 realiza a com um outro tempo — mais Festa Literária Internacional de voraz e impaciente, capaz de Paraty, de portas abertas para devorar a própria matéria que o o mundo. Sejam bem-vindos. mantém vivo. Ontem, hoje e sempre.


Comunicação

Sinalização

Bandeiras na ponte Totens de sinalização

Tenda dos Autógrafos

Casa da Cultura

Bandeira da Tenda

Tenda dos Autores

Tenda dos Autógrafos

52

Totens de sinalização

Tenda do Telão


A Flip em números

eventos (mesas, show e conferência de abertura) convidados brasileiros estrangeiros mediadores países

Eventos

Acessos

Flip - Programação principal

Flip - Casa da Cultura

22 38 18 20 13 13 Brasil, França, Colômbia, Espanha, EUA, Portugal, Argentina, Inglaterra, Hungria, México, Paquistão, Malta e Escócia

12 44 38 6 3 7 Brasil, EUA, França, Inglaterra, Argentina, Alemanha e Portugal

Flip - Programação principal Mesas literárias - Tenda dos Autores Mesas literárias - Tenda do Telão Total de acessos

13.583 12.006 25.589

Flip - Casa da Cultura Acessos

1.876

Flipinha

Flipinha

eventos mesas Ciranda dos Autores apresentações de escolas oficinas arte-educação Arte na praça outras apresentações / eventos convidados mediadores escolas participantes estudantes envolvidos com as oficinas Arte na praça estudantes envolvidos com mediação de leitura nos Pés-de-livros

115 11 49 35 20 21 11 42 125 94

24.000

educadores participantes estudantes participantes

Programa educativo permanente 600 6.000

visitas à tenda da Biblioteca da Flipinha acervo Biblioteca da Flipinha acervo disponibilizado em escolas acervo Carlos Calchi editoras parceiras

Bibliotecas 15.000 4.834 4.777 37 16

FlipZona 3.000

Total Total de acessos

54.465

Oficina Literária Inscritos

32

Público geral estimado

entre 20 e 25 mil pessoas

FlipZona eventos mesas exibições audiovisuais show sarau convidados mediadores oficinas participantes das oficinas

20 10 8 1 1 27 5 4 65

Total eventos convidados* brasileiros estrangeiros mediadores países * autores que participaram de mais de uma programação foram contabilizados apenas uma vez

54

169 72 43 29 32 14


A Flip em números

Comunicação

Peças gráficas

Acessos ao site da Flip

Tiragem

período

acessos

crescimento em relação à Flip 2010

durante mês da Flip durante o evento média por dia durante o evento

121.024 55.343 11.069

16,97% 8,78% 8,78%

Catálogo de programação Flip Catálogo de programação Flipinha Mapa Cartaz Jeff Fisher Cartaz da Flip Cartaz da Flipinha Cartaz da FlipZona Cartaz Ciclo autor homenageado Manual da Flipinha Adesivos da Flip Adesivos de parceiros Folder manual de equipe Flip tips (guia para estrangeiros sobre Paraty) Folder coletiva de imprensa Convite para o almoço de abertura Convite para o coquetel de encerramento Convite Ciclo autor homenageado Certificado da Oficina Literária

Valoração mídia espontânea 2011 mídia

cm/col

tempo (s)

inserções

valor em R$

impressos on-line TV rádio

68615 33141,5 -

22820 13229

876 1354 104 94

79.937.846,02 3.805.933,34 39.157.440,74 3.589.282,56 total 126.490.502,65

16.000 9.000 20.000 400 1.500 300 200 120 1500 5.000 120 400 100 70 270 270 500 55

Sinalização Quantidade

Principais inserções na mídia impressa

veículo

inserções

centimetragem

centimetragem em R$

centimetragem em %

% em R$

O Globo Folha de S. Paulo O Estado de S. Paulo Revista Época Correio Braziliense Jornal do Commercio (PE) Zero Hora Jornal da Tarde Revista Veja Outros

122 99 109 6 9 34 16 10 5 466

13.055 8.940,5 7.400 715 1.402 2.133,5 1.369,5 599 54 32.946,5

R$ 23.570.802,51 R$ 17.889.940,50 R$ 14.674.000,00 R$ 2.773.589,63 R$ 896.438,80 R$ 706.615,20 R$ 696.116,85 R$ 416.065,40 R$ 136.045,12 R$ 18.178.232,01

19,03 13,03 10,78 1,04 2,04 3,11 2,00 0,87 0,08 48,02

29,49 22,38 18,36 3,47 1,12 0,88 0,87 0,52 0,17 22,74

totem totem totem totem painel painel painel painel painel painel painel bandeiras painel painel bandeiras

entrada da Tenda dos Autores entrada da Tenda dos Autógrafos entrada da Tenda do Telão entrada da Tenda da Flipinha entrada da Casa da Cultura entrada da Flipzona foyer da Tenda dos Autores lateral do palco da Tenda dos Autores lateral do palco da Tenda do Telão palco da Casa da Cultura biblioteca da Flipinha ponte do pontal interior da Tenda dos Autógrafos coletiva de lançamento tendas

1 1 1 1 1 1 1 2 2 1 1 8 1 1 5

Anúncios

Impacto na cidade Equipe

Mídia impressa Folha de S.Paulo

Equipe total (prestadores de serviço terceirizados) Equipe não remunerada (voluntários) Fonte: Associação Casa Azul

428 106 Veja Rio Geração de renda para a cidade 13 milhões Estimativa Associação Casa Azul/Datafolha

56

Revista Piauí

programação ingressos transmissão ao vivo agradecimento Flip geral+transmissão agradecimento Casa Azul+Flip Casa Azul+Flip

05/jun 26/jun 03/jul 11/jul 06/jul 13/jul 04/jul 06/jul

página inteira meia página meia página página inteira página inteira página inteira página dupla página dupla


Pesquisa DataFolha

Perfil do público e avaliação do evento Pesquisa/metodologia

Avaliação da Flip

realização Instituto DataFolha 672 entrevistas realizadas com abordagem pessoal nos locais de realização da Flip de 7 a 10 de julho 406 entrevistas realizadas pelo telefone entre 12 e 18 de julho com pessoas cadastradas durante o evento margem de erro de 4%

frequência

motivação a ir à Flip

qualidades da Flip resposta espontânea e múltipla

Perfil do público idade sexo escolaridade perfil socioeconômico origem geográfica

profissão

idade média é de 38,9 anos 63% do público é feminino 71% têm ensino superior 81% pertencem às classes A/B 27% são de Paraty 33% são do estado de São Paulo (cidade de São Paulo: 19%) 29% são do estado do Rio de Janeiro (cidade do Rio de Janeiro: 17%) 11% são de outros estados 1% é de outros países 27% não têm profissão (desempregado, menor de 18 anos ou aposentado) 26% são profissionais liberais 19% são professores e educadores

principais problemas da Flip resposta espontânea e múltipla avaliação geral

Idade

38% do público estava participando da Flip pela primeira vez em média o público já foi a três edições 49% do público visitante permanece os cinco dias no evento 1. interesse cultural (32%) 2. Conteúdo (32%) 3. Tendas (15%) 4. Incentivo à literatura (15%) 5. Cidade (11%) 1. Organização (34%) 2. Conteúdo (32%) 3. Tendas (15%) 4. Incentivo à literatura (15%) 5. Cidade (11%) 38% não apontaram nenhum problema na Flip 22% apontaram como problema a infraestrutura (banheiros, sinalização e estacionamento) de 0 a 5, a nota média dada à Flip é 4,4 54% do público deu a nota máxima (5) 95% voltariam à Flip todas as instalações possuem em sua maioria avaliação entre ótimo e bom todas as programações receberam nota média de 4.5 (de 0 a 5)

Classificação econômica

14 a 24 anos

24%

classes A/B

81%

25 a 34 anos

20%

classe A

22%

35 a 44 anos

18%

classes B

59%

45 a 59 anos

25%

classes C

19%

60 anos ou mais

13%

Escolaridade Sexo funamental

6%

masculino

38%

médio

23%

feminino

63%

superior

71%

Origem dos frequentadores RJ Paraty

27%

Rio de Janeiro

17%

outras cidades

12%

total

56% SP

São Paulo

19%

outras cidades

14%

total

33% outros estados 10% outros países 1%

58


Parceiros

Regua Regua horizontal horizontal Regua horizontal para aplicação para aplicação para aplicação de parceiros de parceiros emde inglês parceiros em inglês em inglês

Regua Regua horizontal horizontal Regua horizontal para aplicação para aplicação de para aplicação de de parceiros parceiros em português parceiros em português em português

Regua Regua horizontal horizontal Regua horizontal para aplicação para aplicação de para aplicação de de parceiros parceiros em português parceiros em português em português

Biblioteca Municipal Fábio Villboim

Secretaria Municipal de Educação de Paraty

Secretaria Municipal de Turismo de Paraty

60

Secretaria Municipal de Cultura de Paraty


Ficha técnica Flip 2011 Conselho Diretor Liz Calder (presidente) Esther Hamburguer Izabel Costa Cermelli (Belita) Louis Baum Mauro Munhoz Direção Geral Mauro Munhoz Direção Executiva Izabel Costa Cermelli (Belita)

Associação Casa Azul produção executiva produção local e de logística produção

produção Flipinha e FlipZona loja Flip assistente Flipinha e FlipZona assistente

Coordenação Geral Josephine Bourgois curadoria Flip 2011 curadoria projetos especiais assistente de curadoria

Curadoria Manuel da Costa Pinto Flávio Moura Simone Chahde Gal Buitoni Coordenação Flipinha e FlipZona Cristina Maseda Gabriela Gibrail

direção geral de criação coordenação ilustração design gráfico coordenação de arquitetura arquiteta arquiteto oficina de cenotecnia assistente estagiária estagiário detalhamento da sinalização digitalização e tratamento de imagens

Arquitetura e Design Mauro Munhoz Cristiana Rodrigues Tama Savaget Alexandre Benoit Jeff Fisher Dárkon V Roque Clara Laurentiis Patrícia Rabbat Penelope Casal de Rey André Garcia Juvenal Irene Damaris Martins Ilana Tschiptschin Giovanna Saquietti Bruno Araújo nu Motivo

equipe de campo

serviços gerais estagiária direção técnica direção de palco assistente de direção técnica assistente de direção coordenação pedagógica coordenador Central FlipZona assistente auditório FlipZona produtor artístico FlipZona assistente FlipZona webmaster FlipZona VJ FlipZona assistente FlipZona oficinas Arte na Praça produção artística Arte na Praça estagiário monitor FlipZona

62

Produção Sueleni de Freitas Mariza Cermelli Roberta Val Sonia Monteiro José Sérgio Barros Daniel Santucci Sonia Monteiro José Sergio Barros Ana Paula Fonseca Tânia Soncksen Andrea Maseda Juliana Pinheiro Marina Carpinelli Micaela Coelho Silva Oliveira Paulo Kastrup Tania Souza Soncksen Wagner de Almeida Malvão (Wagão) Ronaldo da Conceição Jose Roberto de Oliveira Og Moreira Torres Marli Prado Jane Anjo Thamires Lourenço Equipe técnica Andreas Schmidt Lucas Lemes Gondim Victor Re de Souza Richard Oliver Kiss Leonard Kiss Marcos Limone Cesar Augusto Maluf Alex Sandro Batista de Pina Paula Alves Flipinha e FlipZona Einara Fernandes Daniel Ferenczi Patrícia Conceição Élcio Gonçalves Felipe Pádua Souza Marina Carpinelli Graça Barreiros Pedro Scotti Daniel Calado Kachuca Torres Pedro Alcântara Janiele de Laeite Vieira Alessander Moreira dos Remédios Hélio dos Remédios de Oliveira Elison Fernandes Glícia Reis Cauã Cruz

bibliotecária coordenação dos mediadores mediação de leitura voluntária biblioteca estagiária

coordenação assistente estagiária coordenação edição e redação redação revisão tradução estagiária

Diretor Presidente Mauro Munhoz

Bibliotecas Ana Beatriz Hernamperez José Roberto Silva Fernanda Lima Zulmira Gibrail Camilla Pricisval Oliveira Gabriela Pereira Roza Relações Públicas - Autores Sandrine Ghys Marina Uheara Beatriz Cyrineo Comunicação Ana Catarina Pinheiro Renata Megale Leda Beck Ana Maria Barbosa John Norman Anthony Doyle Lívia Furtado Fotógrafos Walter Craveiro Nelson Toledo André Conti Julieta Benoit Nelson Kon

Direção Executiva Izabel Costa Cermelli (Belita) Direção de Projetos Josephine Bourgois parcerias privadas relacionamento institucional atendimento a parceiros assistente estagiário analista assistente auxiliar estagiária coordenação analista estagiária

Parcerias Lucia Rodrigues Bernadete Passos Joanna Savaglia Antonia Moura Christopher Mathi Administrativo-Financeiro Andrea Marcondes dos Santos Andresa Prado Luciene Silva Laina dos Santos Caroline Vasconcellos Wellington Leal Assessoria Wellington Leal Cláudio Garavatti Roberta Monsalles Consultoria organizacional VO2 Desenvolvimento Empresarial Assessoria de imprensa A4 Comunicação Assessoria jurídica Cesnik, Quintino & Salinas Advogados

Conselho Consultivo da Flip Giorgio della Seta (presidente) Carlos Augusto Calil Eduardo Giannetti da Fonseca Jorge Caldeira Jorge da Cunha Lima José Kalil Filho Margarida Cintra Gordinho Paulo Bilyk Roberto Teixeira da Costa Rubens Barbosa


Convidados Flip 2011 Flip - Programação Principal Andres Neuman Antonio Candido Carol Ann Duffy Caryl Phillips Claude Lanzmann Contardo Calligaris David Byrne Dominique Gauzin-Müller Edney Silvestre Eduardo Sterzi Eduardo A. Vasconcellos Emmanuel Carrère Enrique Krauze Gonzalo Aguilar Héctor Abad Ignácio de Loyola Brandão James Ellroy

Flip - Casa da Cultura João Cezar de Castro Rocha João Ubaldo Ribeiro Joe Sacco John Freeman José Celso Martinez Corrêa José Miguel Wisnik Kamila Shamsie Laura Restrepo Luiz Felipe Pondé Marcelo Ferroni Marcia Camargos Maria Adelaide Amaral Marie Ange Bordas Michael Sledge Michèle Petit Miguel Nicolelis Paulo Henriques Britto Péter Esterházy Pola Oloixarac Teixeira Coelho valter hugo mãe

Alessandra Colasanti Ana de Hollanda Ana Maria Machado Angel Gurria Antonio Panda Gianfrati (MallarMídia Lab) Bartholomeu Campos de Queiroz Beth Serra Carlos de Brito e Melo Claudiney Ferreira Cocão (Ed. Mauro Teixeira de Almeida) Dalmo Vieira Filho Diuner Mello Duto Sperry Edson Kumasaka Fabio Vietinica (MallarMídia Lab) (Fábio Renato Alves) Fernanda d’Umbra (Fernanda Ribeiro de Lima) Frederico Barbosa Gustavo Sorá Ilo Codognotto (Mallar Mídia Lab) Joana Coccarelli João Gilberto Noll João Paulo Cuenca Jonah Straus José Paulo Pedro Cavalcanti Leandro Sarmatz Liz Calder

FlipZona

Flipinha Lourenço Mutarelli Jr. Lucia Riff Luiz Ruffato Marcelino Juvêncio Freire Marcelo Ferroni Marcelo Galleto Ferreti Marcio Vassalo Maria José de Lancastre Nicole Witt Nilton Bicudo Cury Pablo de la Riestra Ravi Mirchandani Rodrigo Ciriaco Sergio Vaz Susanna Busato Tatiana Salem Levy Tunica Teixeira (Maria Antonia Ferreira Teixeira) valter hugo mãe

André Diniz Bia Hetzel Ciça Fittipaldi Cláudio Thebas Daniel Munduruku Fernando Vilela Flávia Lins e Silva Graça Lima Heloisa Prieto Ilan Brenman Indigo

Leonardo Chianca Lúcia Hiratsuka Marcelo Carneiro Marcelo Cipis Márcia Leite Mariana Massarani Mauricio Veneza Pedro Bandeira Suppa Ze Zuca

Anna Claudia Ramos Antonio Hermino do Nascimento Camila Fillinger Cavallari Cristina Pereira Edison Leite Jr Filippo Croso Gabriela Mancini Grupo Sacode a Poeira Guy Marcovaldi Isabelle Cury Kriss Zullo Lala Deheinzelin Laura Klink Leo Slezynger Lucia Maria Teixeira Furlani Luiz Zerbini Marcelo Cassaro Marcos Maffei Marina Klink Nanda Costa Patricia Trudes da Veiga Sérgio Martinelli Tamara Klink

Claude Lanzmann

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