Revista da Funcef

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ANO 9 • Nº 61 • NOVEMBRO/DEZEMBRO 2012

Novo cenário para as Políticas de Investimentos Entenda as mudanças de estratégias e como serão aplicados os recursos da Fundação

Confira entrevista com o presidente da Vale, Murilo Ferreira Fator atuarial: o índice que influencia o valor do seu benefício Como a FUNCEF atua para reduzir o impacto das ações judiciais



editoriaL

A FUNCEF está pronta para os desafios e as oportunidades deste novo ano

A

s Políticas de Investimentos aprovadas pelo Conselho Deliberativo para o período de 2013-2017, matéria principal desta edição da Revista FUNCEF, são resultado das análises de cenário econômico realizadas pelos técnicos da Fundação e de muitos debates em diferentes níveis de gestão e de governança da nossa Entidade. Projetadas para os próximos cinco anos, tais Políticas irão orientar as decisões sobre os melhores setores para se investir e, assim, garantir o pagamento dos benefícios aos participantes. Diante do prolongado cenário de crise econômica internacional e de redução da taxa de juros básica da economia (Selic), que atingiu o menor patamar histórico em 2012 (7,25% ao ano), alcançar rentabilidade compatível com a meta atuarial dos planos de benefícios, no nosso caso, INPC + 5,5% ao ano, tornou-se um grande desafio. A nova realidade faz com que os fundos de pensão busquem alternativas de investimentos aos títulos públicos, razão pela qual a FUNCEF já vem direcionando parte de seus ativos para operações estruturadas e de longo prazo. O prolongamento da crise internacional dificulta a obtenção dos resultados esperados para 2012. Ao mesmo tempo, a nova realidade econômica do país requer que os participantes dos planos de Contribuição Variável (CV) avaliem se o seu patamar de contribuição é compatível com o benefício complementar que esperam receber no futuro. Então, para um melhor planejamento da aposentadoria, recomendo que realizem as simulações disponíveis na seção Autoatendimento do site da FUNCEF. Ainda como reflexo de uma economia de juros mais baixos, recentemente o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) aprovou medida para reduzir em 0,25% ponto percentual o limite da meta atuarial dos fundos de pensão. Desse modo, a partir de 2013 a taxa máxima de juros operada pelos fundos cai dos atuais 6% para 5,75% ao ano. O objetivo é que o limite da taxa de juros das fundações chegue a 4,5% em 2018. Embora, no momento, não tenhamos essa obrigação legal, visto que nosso índice está em 5,5%, já trabalhamos com a perspectiva desse ajuste, o que exigirá disponibilidade de recursos financeiros. Dentre tantos números, alguns são promissores: em 2012, a CAIXA superou a marca 90 mil empregados e a FUNCEF, a de 126 mil participantes, o que demonstra o crescimento e a solidez das duas instituições.

Espero que a leitura desta Revista torne a Fundação mais próxima de você e desejo a todos um ano novo feliz.

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O ano de 2013 chega com muitos desafios para os fundos de pensão e o quadro de dirigentes e empregados da FUNCEF está trabalhando diligentemente na missão de “administrar, com excelência, planos de benefícios para promover segurança e qualidade de vida aos participantes e contribuir para o desenvolvimento do país".

Carlos Alberto Caser

Diretor-presidente da FUNCEF

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índice

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enTenDA Seu FunDO De PenSÃO Atuação nos processos judiciais

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Seu PATRIMÔnIO Comitiva visita Aeroporto de Guarulhos

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enTReVISTA Vale ser competitiva e global

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MATÉRIA De CAPA Políticas de investimentos 2013-2017

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Seu BeneFÍCIO Fator atuarial

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ARTIGO A FUNCEF e a sua missão

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QuADRInHOS A FUNCEF a um clique de você

Eldorado Brasil inaugura a maior fábrica de celulose do mundo em linha única de produção

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FALA ASSOCIADO Auxílio-alimentação: os impactos das decisões judiciais

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FIQue POR DenTRO Seminário Projetando o Futuro FUNCEF no Prêmio Finep de inovação Ciclo de palestras sobre educação financeira movimenta cinco capitais Você é o autor

eXpediente diretoria eXecutiva

Carlos Alberto Caser Diretor-Presidente Carlos Augusto Borges Diretor de Participações Societárias e Imobiliárias Maurício Marcellini Pereira Diretor de Investimentos Antônio Braulio de Carvalho Diretor de Planejamento e Controladoria José Carlos Alonso Gonçalves Diretor de Benefícios

Renata Marotta Diretora de Administração conseLHo deLiberativo

Raphael Rezende Neto Presidente Demósthenes Marques Esteves Pedro Colnago Junior Olívio Gomes Vieira José Miguel Correia Antonio Luiz Fermino conseLHo fiscaL

Carlos Alberto Pinheiro de Oliveira Leite Presidente

Sérgio Pinheiro Rodrigues Josemir Mangueira Assis Regina Maria da Costa Britto Pereira coordenaÇão editoriaL

Comunicação Social da FUNCEF proJeto GrÁfico e diaGramaÇão

Liberdade de Expressão

Tiragem: 35.270 exemplares


A FUNCEF trabalha para reduzir ao máximo o impacto dos processos judiciais no patrimônio dos planos de benefícios

A

Desempenho profissional – A Coordenação de Demandas Judiciais e Previdenciárias, ligada diretamente à Diretoria de Benefícios (DIBEN), também tem a atribuição de realizar cobrança administrativa junto à Patrocinadora dos aportes de recursos necessários ao pagamento dos valores decorrentes das condenações. “Prestamos subsídios ao Jurídico da CAIXA e elaboramos pareceres relacionados aos regulamentos dos planos de benefícios para outras áreas da Fundação”, explica Lucimar. Foto: Comunicação funcef

A coordenadora Lucimar Gomes e a equipe de analistas da Coordenação de Demandas Judiciais e Previdenciárias

Para realizar esse trabalho, a FUNCEF conta com seis analistas – três na equipe de apuração dos valores determinados nos processos em execução e controle das parcelas judiciais pagas em folha; dois na equipe de perícia, atuando como assistentes técnicos judiciais, e um na elaboração de pareceres e subsídios referentes a matérias previstas nos regulamentos dos planos de benefícios – e um assistente administrativo, além da coordenadora.

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FUNCEF se empenha para que as ações judiciais movidas pelos participantes provoquem o menor impacto possível no patrimônio dos planos de benefícios. Nesse sentido, a Coordenação de Demandas Judiciais e Previdenciárias (CODEP) desempenha um importante papel nos processos de caráter previdenciário. Considerando as especificidades dos planos de benefícios da Fundação, a área, além de apurar os custos previdenciários e os impactos financeiros da demanda sobre os planos de benefícios, fornece documentos, cálculos e informações que vão auxiliar a atuação da Gerência Jurídica nos processos. Em alguns casos, inclusive, um empregado da CODEP pode ser indicado para acompanhar advogado da Fundação em audiências. Quando a demanda do participante é julgada procedente, a CODEP tanto avalia os cálculos apresentados pela contadoria judicial, pelos peritos ou pela parte na fase de execução ou do cumprimento da sentença quanto faz a gestão dos valores que serão pagos em folha de benefícios. As perícias atuariais, que calculam os valores a serem pagos, são realizadas por profissionais indicados pelo Judiciário, mas contam com a assistência técnica de empregados da Fundação. O correto cálculo desses valores protege o patrimônio dos demais participantes do plano de benefícios, pois evita o desembolso de somas superiores às previstas na sentença. Além disso, busca esclarecer os juízes sobre os efeitos e os impactos das decisões. “É um grande desafio para a FUNCEF esclarecer o juiz, tecnicamente, do impacto negativo para os planos de benefícios e para os participantes de uma condenação judicial em que é deferido um benefício não previsto no regulamento dos planos e para o qual não houve custeio”, explica Lucimar de Sousa Ferreira Gomes, coordenadora da área.

entenda o seu fundo de pensão

Atuação nos processos judiciais

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Nesta entrevista exclusiva à Revista FUNCEF, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, fala sobre os desafios e planos de investimentos da mineradora e revela como o seu estilo de gestão tem mudado a imagem da maior empresa privada do país Foto: Agência Vale

entrevista

Vale ser competitiva e global

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Ferreira: confiança na economia chinesa

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Revista FUNCEF – Como o senhor avalia o papel dos acionistas, como a FUNCEF, nas decisões estratégicas da Vale e o que pode ser feito para aumentar o nível de governança corporativa? Murilo Ferreira: Eu tenho uma visão de que o acionista deve estar muito bem informado. Temos procurado colocá-lo numa posição participativa e com muita transparência. Quando o planejamento estratégico da Vale começou a ser construído, em agosto de 2012, fizemos a primeira reunião com os acionistas e, a partir daí, continuamos repassando a eles todas as atualizações. Isso nunca tinha sido feito. Um acionista japonês me procurou outro dia para agradecer o grau de participação que ele teve na construção do planejamento estratégico.

Normalmente, era levado um documento já pronto e acabado para a reunião do conselho e, nesse momento, pouco podia ser mudado, já estava no último minuto do jogo. O nosso conselheiro da FUNCEF, o diretor Carlos Borges, sabe disso. Em cada reunião do conselho, eu, às vezes de uma forma aborrecida, falo mais ou menos uma hora para eles, quando conto tudo aquilo que aconteceu no mês, para que todos tenham um nivelamento. Não é só mandar um e-mail, é você dar a nuance, que às vezes se expressa até na respiração, quando falamos. Revista FUNCEF – O maior projeto de minério de ferro da história da Vale, o Serra Sul, na Serra de Carajás (PA), vai exigir investimentos de R$40 bilhões. Quais são os diferenciais desse projeto e as estimativas de aumento de produção de minério de ferro? MF: Nós vamos produzir, a partir de 2016, mais de 90 milhões de toneladas por ano de minério de altíssima qualidade, com 67% de ferro contido e muito pouco contaminante. É um salto muito grande em termos de qualidade. E hoje o que você mais precisa no mundo é salto de qualidade em produção. Revista FUNCEF – Como a Vale planeja atuar para reforçar a competitividade global do minério de ferro? Em relação ao mercado interno, quais serão as estratégias adotadas? MF: A gente precisa cada vez mais produzir mais com menos. Ou seja, ter condições de produção diferenciada em relação aos nossos competidores, com menos investimentos realizados. Eu acho que isso é o fundamento para os próximos anos. Em relação ao Brasil, nós queremos crescer muito. Especialmente no minério de ferro, no fosfato que são os produtos mais abundantes no Brasil. Planejamos ainda alguma participação em


Revista FUNCEF – A China representa hoje mais de 50% da receita da Vale. Os temores sobre a desaceleração da economia chinesa podem impactar os planos de expansão e os resultados da companhia? MF: Eu tenho muita confiança na economia da China, que tem tudo para prosperar, ainda mais com um povo trabalhador como é o chinês. Mas claro que há solavancos, porque existem instabilidades em alguns outros setores não relacionados à economia. Apesar da grande urbanização e da redução das disparidades, estamos falando de um bilhão e trezentos milhões de pessoas, das quais apenas cerca de 30% delas foram beneficiadas pelo milagre econômico chinês. Revista FUNCEF – Nos últimos 10 anos, a Vale realizou muitas aquisições. Sair às compras ainda é, neste momento, prioridade para a mineradora? Quais são os focos de investimentos para os próximos anos? MF: Não. Nós estamos numa fase de plantar para colher mais à frente. Estamos muito focados em fazer o projeto no Brasil, de minério de ferro, tanto do Norte quanto de Itabirito, do Sudeste, e em levar adiante a nossa expansão em Moçambique, com o carvão metalúrgico. O cobre e o lítio já foram alvo de grandes investimentos

entrevista

Revista FUNCEF – A Vale atingiu excelentes resultados nos últimos anos, em um cenário internacional favorável. Quais são as perspectivas e desafios em relação à atividade econômica e à demanda global por minerais e metais? MF: Eu não tenho bola de cristal para saber como é que o preço vai se comportar nos próximos anos, mas tenho instrumentos de gerência para alcançar o mais baixo custo de produção no mundo. Então, o que a gente tem de fazer é produzir com alta qualidade a baixo custo. O preço é uma movimentação de mercado, de políticas macroeconômicas, de eventos microeconômicos que podem trazer mais ou menos essa estabilidade. Mas temos convencimento que em qualquer ciclo econômico a Vale é competitiva.

num passado recente e queremos ficar por aí. Este é o momento de pegar as folhinhas, as formiguinhas e juntar a nossa riqueza para o futuro. São investimentos pesadíssimos e não queremos ficar tendo distrações com aquisições ou inventando outros projetos. Revista FUNCEF – O seu estilo de gestão é muito comentado. Dizem, por exemplo, que o senhor prefere circular na empresa a pedir que os subordinados se dirijam ao seu gabinete e que conhece pelo nome grande parte dos funcionários. Por que valorizar isso? MF: O que nós mais queremos é trabalhar como um time. Eu não acredito em estrelas isoladas no céu. Eu acredito que o firmamento é bonito porque você tem uma pluralidade de estrelas, cada uma delas com uma luminosidade, cada uma delas com um tamanho. O ponto que quero sempre fazer referência é esse: que a vida é a nossa prioridade. Nós queremos cuidar de cada um de nossos funcionários, para que da mesma forma que eles saem de casa, eles possam retornar no final do dia, porque é muito importante que eles não corram risco nenhum. Para isso, cada um precisa tomar conta do outro e a empresa, com sua técnica, com o seu treinamento, tomar conta de todos. Revista FUNCEF – Como o senhor desenvolveu esse perfil? MF: Eu diria o seguinte: o meu pai se formou em medicina, começou a fazer uma carreira no Rio de Janeiro, mas viu que não era aquilo que queria. E olhe que ele já tinha se tornado professor da Universidade do Brasil, que era um sonho de muitas pessoas naquela época. Então, ele resolveu fazer medicina social em Uberaba (MG). O meu pai foi a pessoa mais feliz que eu conheço. Minha mãe se formou em 1950, na época nem se pensava na mulher fazendo universidade. Ela foi durante mais de vinte anos presidente da APAE, em Uberaba, mas colocando a mão na massa. Hoje, ela tem 85 anos e não tem mais condição de trabalhar com as crianças especiais, aí ela foi trabalhar com cegos. Então, o que eu faço é “desse tamaninho” perto do que meus pais fizeram. Se eu renegasse a raça não seria digno de entrar na casa da minha mãe.

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hidrelétricas, além de incentivar a siderurgia, através das participações temporárias.

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Seu Patrimônio

Comitiva visita Aeroporto de Guarulhos

Foto: GRU

Presidente e diretor da FUNCEF participam de vistoria para avaliar estágio das obras do terminal paulista

Obras em Cumbica: até 2031, espera-se ampliar o fluxo de passageiros dos atuais 32 milhões para 60 milhões por ano

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presidente da FUNCEF, Carlos Alberto Caser, e o diretor de Participações Societárias e Imobiliárias, Carlos Augusto Borges, estiveram, em novembro, no Aeroporto Internacional de Guarulhos acompanhando uma comitiva liderada pelo ministro da Secretaria da Aviação Civil (SAC), Wagner Bittencourt. O objetivo da visita foi avaliar o estágio das obras de ampliação do terminal paulista. Participaram também da vistoria o presidente da Infraero, Gustavo do Vale, o presidente da Invepar, Gustavo Nunes da Silva Rocha, e o presidente da concessionária InveparACSA, Antonio Miguel Marques. A holding Invepar, da qual fazem parte FUNCEF, Previ, Petros e OAS, e a empresa sul-africana Airport Company South Africa (ACSA), assumiram o controle da administração do Aeroporto Internacional de Guarulhos após arrematar, em fevereiro de 2012, a outorga de concessão de uso do terminal paulista. Para o presidente Carlos Alberto Caser, as obras de ampliação do terminal permitirão que o aeroporto desenvolva seu potencial de receita e demanda que, segundo ele, “é bem superior à capacidade oferecida pela estrutura atual”.

Obras - A Invepar-ACSA apresentou, em setembro de 2012, o projeto de ampliação e reforma do terminal de Cumbica, previsto para estar finalizado até a Copa de 2014. Segundo a concessionária, as principais obras em andamento são o edifício-garagem, que deve ser entregue em abril de 2013, com capacidade para 2,4 mil vagas, e o Terminal de Passageiros 3, com inauguração prevista para abril de 2014, que terá capacidade para receber 12 milhões de passageiros por ano. Com 192 mil metros quadrados, o aeroporto terá ainda shopping center e hotel cinco estrelas para passageiros em conexão. As obras em Cumbica contarão com o investimento de R$ 2,6 bilhões. Até o fim da concessão, em 2031, a Invepar-ACSA espera ampliar o fluxo de passageiros dos atuais 32 milhões para 60 milhões por ano. O terminal Guarulhos é o principal ponto de conexão dos destinos dos passageiros e base operacional das maiores companhias aéreas brasileiras e internacionais. Para o diretor Carlos Borges, “além de rentável para a FUNCEF, o negócio é bom para a população, que será beneficiada com melhorias operacionais e de infraestrutura no principal aeroporto do país”, concluiu.


Seu Patrimônio

Eldorado Brasil inaugura a maior fábrica de celulose do mundo em linha única de produção FUNCEF tem 8,53% de participação no empreendimento por meio de um Fundo de Investimento em Participações (FIP)

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s diretores da FUNCEF participaram em 12 de dezembro, em Três Lagoas (MS), da inauguração da Eldorado Brasil Celulose, maior fábrica de celulose em linha única de produção mundo. A Fundação tem 8,53% de participação indireta no empreendimento, que estima faturar R$2 bilhões no primeiro ano com a produção de 1,5 milhão de toneladas de celulose branqueada de fibra curta. Com modelo de negócios integrado, a empresa entra no mercado com o objetivo de se tornar líder global do setor de celulose até 2020. A participação da Fundação no negócio se deu quando a empresa Florestal Brasil S.A, na qual a FUNCEF investiu R$250 milhões por meio de um Fundo de Investimento em Participações (FIP), foi incorporada pela Eldorado Brasil em novembro de 2011. Finalizado em tempo recorde de dois anos, o projeto recebeu R$6,2 bilhões de investimento, sendo R$4,5 bilhões destinados à construção da fábrica, R$800 milhões à logística e R$900 milhões à composição das florestas próprias de eucalipto.

Sustentabilidade – Autossuficiente em energia, a Eldorado Brasil está certificada para o manejo florestal pelo Forest Stewardship Council® (FSC®), o selo verde mais reconhecido no mundo. A certificação florestal indica que a empresa atende o tripé da responsabilidade social, ambiental e econômica e cumpre os princípios criteriosos exigidos pelo FSC, como projetos sociais e diálogo com sociedade.

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Foto: Eldorado Brasil

Mercado - A Eldorado Brasil inicia operações em um momento positivo do setor. A demanda global

por celulose de fibra curta cresce 2% ao ano, o que representa a necessidade adicional de 1,5 milhão de toneladas anualmente. De acordo com o plano de expansão da empresa, está prevista para 2017 a entrada em operação de uma segunda linha, com capacidade para mais 1,5 milhão de toneladas por ano, e uma terceira fase para 2020/21 com mais 1,5 milhão de toneladas. Somadas, as três linhas permitirão à Eldorado produzir cerca de 5 milhões de tonelada de celulose por ano até 2021. A empresa terá cerca de 90% da produção da fábrica destinada à exportação – de 50% a 55% para Ásia, 30% a 35% para Europa e 10% a 15% para América – e o restante irá para clientes do mercado industrial brasileiro.

Eldorado Brasil: fábrica quer se tornar líder global no setor de celulose

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matéria de capa

Políticas de Investimentos 2013-2017 Fundação amplia horizonte dos investimentos e aprimora modelo de gestão estratégica de ativos e passivos

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m 2012, o Brasil iniciou um novo ciclo econômico que teve como protagonista a redução gradual da taxa básica de juros (Selic), a qual atingiu o menor patamar da história. A partir dos desafios e oportunidades advindos desse cenário, a FUNCEF elaborou mudanças estratégicas em suas Políticas de Investimentos para garantir o cumprimento dos compromissos atuariais da Fundação. O documento foi aprovado pelo Conselho Deliberativo da FUNCEF em 28 de novembro de 2012. Pela primeira vez, as projeções e premissas que norteiam as decisões de investimentos, antes elaboradas anualmente, vislumbram um horizonte de cinco anos, mas continuarão a serem revisadas a cada 12 meses para garantir diretrizes alinhadas às mudanças do cenário econômico. Essa estratégia foi aprovada pelo Conselho Deliberativo em 23 de junho de 2012. Segundo o diretor de Investimentos da FUNCEF, Maurício Marcellini, essa visão de longo prazo tem como base o atual perfil de investimentos da Fundação, que mudou significativamente nos últimos anos. “A predominância de ativos atrelados ao crescimento econômico e à inflação requer que a Fundação olhe as projeções e avalie os resultados de seus investimentos em um período mais extenso”, explica o dirigente.

do aperfeiçoar a mensuração das relações de risco e retorno dos investimentos que embasarão o modelo próprio de gestão estratégica de ativos e passivos (Asset and Liability Management – ALM) da FUNCEF, utilizado pelo terceiro ano consecutivo. As principais melhorias implementadas foram a ampliação das classes de ativos, de 11 para 13, a definição de fatores de risco para cada classe e a utilização de uma matriz de correlação histórica entre elas. A metodologia e os resultados da matriz foram validados pelas áreas de riscos de quatro gestoras terceirizadas da FUNCEF. “Com esse aperfeiçoamento, o modelo ALM está mais robusto e as informações sobre a evolução dos riscos ganharam relevância”, avalia Marcellini. Outra alteração relevante foi a incorporação, consolidada por plano, do cômputo de medidas de risco e retorno por segmento de aplicação previsto na Resolução CMN 3.792. Ainda foram apreciadas, durante os seminários, as propostas de cenários macroeconômicos e projeções de IPCA, INPC, IGP-M, taxa de câmbio, taxa Selic e Ibovespa para o período 2013-2017. Confira na página 11 a nova composição das classes de ativos da FUNCEF, que foram ampliadas de 11 para 13.

Novas premissas de risco e retorno – Em um ambiente de investimentos de maior complexidade, se torna cada vez mais relevante mensurar e avaliar os riscos e a rentabilidade envolvidos em cada classe de ativos. Diante disso, as premissas de retorno e risco para a macroalocação de 2013-2017, foram debatidas por um grupo de trabalho formado por representantes de todas as diretorias da FUNCEF, com a colaboração do Comitê de Assessoramento Técnico de Investimentos da Fundação. De julho a novembro de 2012, foram realizados seis seminários para a definição das premissas, visan-

Cenários – A análise do cenário econômico é fundamental para direcionar as decisões sobre os melhores setores para se investir. Os cenários que embasaram as Políticas de Investimentos 2013-2017 indicam um crescimento moderado da economia global devido ao enfraquecimento da demanda, ocasionado pelos impactos da crise europeia, da moderação do crescimento da economia americana e da redução do crescimento das economias emergentes. Para o Brasil, espera-se crescimento próximo ao potencial da economia, considerando os níveis atuais de investimento e de produtividade, com baixo


SEGMENTOS

ATIVOS

Classe 1

Renda Fixa

Títulos Públicos - Vencimento

Classe 2

Renda Fixa

(DPGE, CDB, LCI e Poupança)

Classe 3

Renda Variável

(Ações, FIA e Debêntures - Ativa e Passiva)

Classe 4

Renda Variável

(Ações e FIA - Retorno Absoluto)

Classe 5

Renda Variável

(exceto FIA Carteira Ativa II)

Classe 6

Investimentos Estruturados

(FIP e FMIEE - exceto FIP Imobiliário)

Classe 7

Investimentos Estruturados

(FII, FIP Imobiliário e FIM Não Exclusivo)

Classe 8

Investimentos no Exterior

-

Classe 9

Imóveis

Investimentos Imobiliários

Classe 10

Operações com Participantes

Empréstimos e Financiamentos

Classe 11

Renda Fixa

(FI, FIM Exclusivo e TP - Mercado)

Classe 12

Renda Fixa

(Debêntures, CCB, FIDC e Fundos CP)

Classe 13

Renda Variável

(Litel Participações - Vale)

desemprego e inflação ligeiramente acima do centro da meta. Diante desse contexto e da redução da taxa básica de juros brasileira (Selic), foram elaboradas as estratégias de investimentos para os próximos cinco anos de acordo com a alocação ótima determinada pelo ALM e as restrições legais e de gestão. Confira as estratégias por segmentos de ativos: Renda Fixa – No segmento de crédito privado, será mantida a estratégia de investimento em ativos indexados à inflação, mitigando o risco de descasamento com o passivo atuarial da Fundação. A gestão da carteira observará critérios de ampla diversificação por tipo de ativo, segmento, emissor e nível de risco. As operações estruturadas terão prioridade na análise em função da melhor relação risco e retorno oferecida atualmente. O desafio é manter o nível de crescimento e a qualidade da carteira. Para os fundos de investimentos de renda fixa e títulos públicos federais marcados a mercado, a estratégia é manter a liquidez necessária para fazer frente às necessidades de pagamentos de benefícios e aportes programados para as diversas classes do ALM.

(NTN-B, NTN-C, LTN e NTN-F)

Títulos Bancários

Carteira Indexada

Carteira Não-Indexada Participações Diretas

Fundos de Participações Fundos Imobiliários

Ativos Líquidos

Títulos Corporativos FIA Carteira Ativa II

Também nessa classe será priorizada a alocação em ativos atrelados à inflação, alterando inclusive o índice de referência dos fundos multimercados. Para os títulos públicos federais contabilizados na curva, a estratégia é de manutenção das posições e utilização do fluxo de recebimento de juros e vencimentos para fazer frente à necessidade de recursos a serem alocados em outros segmentos. Renda Variável – Na renda variável a mercado, a estratégia é continuar o processo de diversificação das carteiras reduzindo a correlação com os índices de mercado, que atualmente apresentam uma elevada concentração em commodities, que não representam a dinâmica real da economia brasileira. Nos próximos anos, devemos inverter a proporção de 60/40 entre gestão referenciada e não referenciada. Surgindo novas oportunidades de investimentos para a carteira de participações (classe 5) serão desinvestidos recursos da estratégia referenciada (classe 3), em linha com a diretriz de diversificação e desindexação das alocações do segmento de renda variável da Fundação. Investimentos estruturados – No segmento de investimentos estruturados, realizados via fundos proprietários e fundos tradicionais de private equity e venture

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CLASSE

matéria de capa

Tabela de classe de ativos da FUNCEF

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matéria de capa

capital, será mantida a constância dos investimentos e a distribuição da alocação em ciclos econômicos diversos, com ampla diversificação setorial, geográfica, temporal, tamanho das empresas e níveis de controle acionário. Em um cenário de elevadas incertezas globais, mas tendo um ambiente econômico doméstico favorável, a FUNCEF desenvolveu uma metodologia dirigida à seleção de oportunidades de investimentos baseada em três vetores: melhoria da infraestrutura do país; consumo doméstico proveniente do aumento da renda e do crédito; e empresas que atuem em setores nos quais o Brasil possui vantagens competitivas. A FUNCEF adota um modelo de posicionamento no setor de investimentos estruturados por meio de fundos proprietários, com investimentos em grandes projetos ou empresas em estágio mais amadurecido, e por meio de fundos tradicionais de private equity e venture capital, com participação em empresas de pequeno e médio porte, utilizando a experiência de gestores em setores específicos e de estratégias de diversificação condizentes com expectativa de rentabilidade positiva.

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Investimentos imobiliários – Os investimentos da carteira imobiliária terão como premissa a retomada de novos investimentos a partir do segundo semestre de 2013. Como estratégia de gestão, serão criados dois fundos imobiliários relativos a ativos constantes na carteira de renda (edifícios comerciais, salas, agências bancárias), o que possibilitará a retomada dos investimentos diretos na carteira imobiliária. Os investimentos no segmento imobiliário serão realizados nos setores em que a FUNCEF possui atuação e expertise: edifícios comerciais, shopping centers, industrial/logístico e hoteleiro. A Fundação também poderá adquirir ou manter terrenos destinados à realização de empreendimentos imobiliários ou construção de imóveis para aluguel, renda ou uso próprio.

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Operações com participantes – No segmento de operações com participantes, a carteira de empréstimos é passiva, isto é, sua evolução está diretamente relacionada à demanda dos participantes. Com relação à Carteira de Financiamentos, também componente do segmento de Operações com

Participantes, não há estratégia de investimento, uma vez que a carteira encontra-se em fase de extinção. Investimentos no exterior – A procura por investimentos que tragam retornos acima do exigido para o cumprimento de nossos compromissos atuariais levará a FUNCEF a ampliar os horizontes para encontrar oportunidades de investimento que possam enriquecer o conjunto de ativos. Investir no exterior, por meio de empresas multinacionais que atuam em países emergentes, incluindo o Brasil, possibilita acessar setores de grande crescimento e que têm ações listadas em outros países. Ou seja, permite exposição ao mercado global em setores não contemplados em nosso mercado de ações. A oportunidade de observar os mercados externos de maneira mais próxima agrega também uma melhor base de comparação para precificação dos ativos locais. Assim, foi mantida a exposição máxima no segmento de investimentos no exterior em 2%, em todos os planos de benefícios, para que a FUNCEF possa aproveitar possíveis oportunidades de negócio sem que haja necessidade de alteração nas Políticas de Investimentos. Confira as estratégias por plano de benefício: • Reg/Replan – A alocação ótima sugerida para o Reg/Replan consolidado, que abrange os planos saldados e não saldados, indica que até 2017 será mantido o movimento de redução de investimentos em renda fixa e aumento da alocação relativa de investimentos em renda variável e investimentos estruturados. • Novo Plano – Em relação à posição de agosto de 2012, verifica-se redução para o Novo Plano até 2017 na alocação em renda fixa; incremento na alocação de investimentos estruturados e investimentos imobiliários. • REB - A alocação ótima para o plano de beneficio REB, até 2017, sugere a redução relativa de investimentos em renda fixa e aumento da alocação relativa nos demais segmentos. Confira na seção Autoatendimento do site da FUNCEF os resumos dos limites das Políticas de Investimentos para cada plano


Na fase contributiva, participante e Patrocinadora não contribuem sobre a parcela do auxílio-alimentação. Em relação às decisões judiciais favoráveis ao pagamento dessa rubrica, o participante Genivaldo José Lievore pergunta:

FALA ASSOCIADO

Auxílio-alimentação: os impactos das decisões judiciais

final da renda continuada que será percebida pelo assistido. Importante destacar que os valores pagos pela Caixa aos seus empregados, a título de auxílio-alimentação, nunca fez parte do salário de participação dos participantes da FUNCEF, desde a criação desta Fundação em 1977, não podendo esta, portanto, ser incluída no cálculo de benefício complementar. Durante a fase contributiva, o participante não contribui sobre a parcela auxílio-alimentação, assim como a Patrocinadora. Desta maneira, a inclusão dessa, ou de qualquer outra rubrica não prevista no salário de participação, majora o benefício e, consequentemente, eleva o compromisso do plano, expondo-o ao risco de desequilíbrio. Quando isso ocorre em função de determinação judicial, os recursos de todos os participantes acabam sendo utilizados para arcar com a elevação do benefício de quem entrou com o processo. A única forma de evitar o impacto negativo no plano é obter o aporte da diferença de Reserva Matemática, no montante suficiente para cobrir os custos do novo

Genivaldo José Lievore é aposentado pelo REG/ Replan Saldado e continua ativo no Novo Plano

encargo. Para se ter uma idéia, no caso de um participante que se aposentou aos 53 anos de idade, o acréscimo do valor do auxílio-alimentação, que hoje é R$ 472,00, elevaria o custo do plano em aproximadamente R$ 95.500,00. Vale lembrar que, quando pago aos aposentados, seja por acordo ou decisão judicial, o auxílio-alimentação é de responsabilidade da CAIXA, na condição de benefício pós emprego, não havendo nenhuma relação com os planos de previdência administrados pela FUNCEF.

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Resposta da FUNCEF: Ao contratar um plano de previdência complementar, o participante e o fundo de pensão celebram um contrato no qual é previamente acordada a forma e os procedimentos de cálculo do futuro benefício. Nesse momento, nasce uma obrigação para ambas as partes. Ao participante, cabe a obrigação de custear o seu benefício, em parceria com a patrocinadora, de forma paritária, acrescido do retorno dos investimentos rentabilizados no mercado financeiro. Não existe na legislação previdenciária qualquer norma que obrigue um fundo de pensão a incluir no salário de participação todas as parcelas salariais e benefícios recebidos pelos participantes do patrocinador, independentemente de tais parcelas deterem a natureza remuneratória ou indenizatória. A parcela auxílio-alimentação, paga pela CAIXA aos empregados em atividade, por força de Acordo Coletivo de Trabalho, além de não possuir natureza salarial, não é objeto de contribuição durante a fase de formação da reserva de benefícios, situação esta que impede a sua inclusão no cômputo

Foto: Arquivo pessoal

Atualmente a CAIXA oferece aos empregados que se aposentam um acordo para solucionar a questão do auxílioalimentação, uma verba que ainda é pleiteada judicialmente por muitos participantes da FUNCEF. Quais os impactos das decisões judiciais favoráveis a essas ações sobre o patrimônio dos planos de benefícios?

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seu benefício

Fator atuarial Entenda melhor o que influencia o cálculo do seu benefício no momento de se aposentar

P

ara calcular o benefício inicial dos participantes dos planos de Contribuição Variável (CV), dois elementos são considerados: o saldo de conta acumulado no período contributivo e o fator atuarial. Mas o que é fator atuarial? Ele sintetiza as premissas e hipóteses atuariais utilizadas pela FUNCEF na administração dos planos de benefícios. Ou seja, as condições econômicas e biométricas vigentes no momento da concessão do benefício. O índice que representa essa síntese é obtido levando-se em consideração, principalmente, três premissas e hipóteses: a taxa de juros da meta atuarial; a idade do participante na data de início do benefício (DIB) e a sua expectativa de sobrevivência; e a faixa etária dos dependentes inscritos no plano. A taxa de juros é o indicador é usado para projetar a rentabilidade dos investimentos do plano – quanto maior a taxa de juros atuarial, menor será o fator atuarial. A idade na DIB serve de base para projetar o tempo de recebimento do benefício, em razão da expectativa de vida do participante ou beneficiário. Neste caso, quanto mais jovem, maior é o fator atuarial. A faixa etária dos dependentes inscritos é levada em conta para se identificar o período de eventual pagamento de pensões, após o falecimento do titular. As premissas e hipóteses acima descritas são combinadas em uma fórmula que gera um índice: o fator atuarial, utilizado como denominador na fração de

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participante

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Homem – 53 anos

cálculo do benefício. Para compreender melhor, vejamos algumas simulações*: Um participante de 53 anos entra com pedido de aposentadoria; ele é casado com uma mulher de 49 anos e não tem filhos. O fator atuarial nesse caso é 201,98 (resultado da combinação dos indicadores descritos acima). Considerando que esse participante acumulou, durante o período de contribuição, R$500 mil, o valor inicial da renda programada será de R$2.475,49. Se o mesmo participante tivesse como cônjuge outro homem também de 49 anos, o fator atuarial cairia para 194,65, e sua renda inicial mensal aumentaria R$ 2.568,85, ou seja, quase R$100,00 a mais. Essa diferença decorre principalmente da projeção do tempo de pagamento do benefício, que no primeiro caso seria maior, pois segundo a tábua de sobrevivência as mulheres vivem mais. Para visualizar como a expectativa de vida feminina influencia no fator atuarial, usaremos o mesmo exemplo do participante de 53 anos, só que agora casado com uma mulher de 25 anos; nesse caso, o fator seria elevado a 217,52 e seu benefício reduzido a R$2.298,64. Se fizermos a simulação com um participante do sexo feminino que solicitou o benefício aos 48 anos sem ter cônjuge ou dependentes, o fator atuarial que dividirá o saldo de contas será 199,82. Se a mesma se casar com um homem de 52 anos, o número sobe para 207,22 e se tomar como cônjuge um homem mais novo, de 25 anos, o fator chega a 220,29.

Cônjuge

fator atuarial

valor do benefício

Mulher - 49 anos

201,98

R$ 2475,49

Homem – 49 anos

194,65

R$ 2568,71

Mulher – 25 anos

217,52

R$ 2298,64

*Simulação sem valor legal. O cálculo do benefício inicial será realizado no momento do pedido de aposentadoria, levando em consideração os dados reais do participante, cadastrados na FUNCEF.


Cônjuge

H 53 anos

M 49 anos

Participante

Cônjuge

M 48 anos

H 52 anos

Filhos

Fator Atuarial

-------

201,98

13 anos

202

2 anos

202,37

Filhos

Fator Atuarial

-------

207,22

13 anos

207,23

2 anos

207,55

Participante

Cônjuge

Filhos

Fator Atuarial

M 48 anos

M 25 anos

-------

223,21

2 anos

223,21

Isso acontece porque, segundo a tábua de sobrevivência utilizada pela FUNCEF, denominada AT2000, a expectativa de vida do participante (Homem – 82 anos/ Mulher – 86 anos) é maior do que o limite de idade obrigatório para que filhos se-

jam pensionistas, que é de 24 anos. A aposentadoria por invalidez ou invalidez do cônjuge, no entanto, fazem com que o fator atuarial fique menor, pois leva em consideração que o benefício será pago por menos tempo.

Participante

Cônjuge

Fator Atuarial

Homem – 53 anos

Mulher – 25 anos

217,55

Homem – 53 anos– Inválido

Mulher – 25 anos

208,08

Homem – 53 anos

Mulher – 25 anos – Inválida

184,72

O fator nos planos BD – Mesmo sendo uma modalidade de plano na qual o valor do benefício é definido na data de adesão, o fator atuarial também é utilizado nos planos de Benefício Definido (BD). Como o valor do benefício inicial já foi estabelecido, o número serve para calcular quanto será necessário para cobrir o pagamento do benefício vitalício para o aposentado e seus dependentes, se houver. No REG/Replan, modalidade saldada, o fator atuarial é utilizado também em duas outras situações:

seu benefício

Participante

que o cônjuge, mas provocam o aumento do número, como mostram os exemplos abaixo:

no cálculo do Benefício Único Antecipado (BUA), que garante ao participante o direito de antecipar até 10% da sua reserva matemática na DIB; e do acréscimo do benefício saldado decorrente do Fundo de Acumulação de Benefício (FAB), que é o valor das parcelas não recebidas pelo participante após a elegibilidade ao Benefício Programado Pleno – isto acontece quando são cumpridos os requisitos para o requerimento do benefício, mas o empregado opta por continuar trabalhando na CAIXA.

revista FUNCEF

Filhos e invalidez – Apesar de influenciar no fator atuarial, os filhos dependentes impactam menos

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Evento reuniu entidades representativas dos participantes para debater governança corporativa e propostas para fortalecer a Fundação

A

FUNCEF realizou o Seminário Projetando o Futuro, evento que reuniu em Brasília, nos dias 21 e 22 de novembro, dirigentes das entidades representativas dos participantes para debater governança corporativa e gestão do patrimônio dos planos de benefícios da Fundação. Promovido pelos diretores eleitos da FUNCEF, o encontro reuniu representantes da Fenae, Fenacef, Fenag, Contraf/CUT, das associações do Pessoal da Caixa e de Aposentados, além de sindicatos de bancários que compõem mesa de negociação permanente da Comissão Executiva dos Empregados da CAIXA. Para o diretor de Benefícios da FUNCEF, José Carlos Alonso, os temas debatidos durante o seminário foram importantes para incentivar o envolvimento das lideranças associativas e sindicais em fiscalizar, debater e buscar alternativas em conjunto para o fortalecimento da Fundação. “O trabalho das entidades representativas, no real acompanhamento da gestão da FUNCEF, é fundamental para que os 125 mil participantes possam se apropriar do seu fundo de pensão. Precisamos recuperar a efetividade do processo de negociação das questões importantes da Fundação”, avaliou o diretor Alonso. Durante o encontro, a diretora de Administração da FUNCEF, Renata Marotta, apresentou a estrutura administrativa que sustenta a entidade, ressaltando os avanços advindos da modernização dos processos de gestão e da área de Tecnologia da Informação (TI). Já o diretor de Planejamento e Controladoria da FUNCEF, Antônio Braulio de Carvalho, abordou o tema

governança corporativa sob a ótica do conhecimento e da fiscalização por parte das entidades representativas e dos associados. “Cuidar da nossa Fundação significa saber como são realizados os investimentos. Esse é um ponto estratégico”, frisou Braulio. Propostas – Os representantes das entidades, organizados em grupos, discutiram propostas para o fortalecimento da Fundação, baseadas em três pilares: formação, organização e comunicação. As sugestões apresentadas serão encaminhadas ao Fórum de Dirigentes de Entidades com Representantes Eleitos para a FUNCEF, instância criada em 2007 e que se reúne a cada dois meses. Dirigentes avaliam seminário “Considero este seminário uma iniciativa fantástica, que deveria fazer parte do calendário de atividades da Fundação. Relacionamento se faz assim, frente a frente, ouvindo as demandas dos participantes.” – Clotário Cardoso, presidente do Sindicato dos Bancários de BH e Região “O Projetando o Futuro foi uma excelente oportunidade para estreitar relações e envolver todas as entidades representativas na discussão dos desafios da FUNCEF”. – Francisca de Assis, presidente da Apcef/PI “Precisamos envolver cada vez mais os participantes no acompanhamento da Fundação. Ações como este seminário são necessárias para garantir um futuro estável para a FUNCEF”. – Almir José de Souza, diretor institucional da FENAG.

Foto: Comunicação funcef

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Fique por Dentro

Seminário Projetando o Futuro

Seminário mobilizou representantes da Fenae, Fenacef, Fenag, Contraf/CUT, das associações do Pessoal da Caixa (Apcef) e de Aposentados


Fundação compõe comissão julgadora da mais importante premiação de estímulo à inovação no país

Noites Nuas

As empresas mais inovadoras do Brasil foram premiadas na etapa final do Prêmio Finep de Inovação 2012, que aconteceu dia 19/12, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), com a presença da presidenta Dilma Rousseff. Pela experiência da FUNCEF no mercado de private equity (que investe em empresas não listadas na Bolsa), o gerente de Análise de Investimentos da FUNCEF, Umberto Conti, fez parte da comissão julgadora do prêmio na categoria Governança. “O convite da Finep, empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, é uma prova de reconhecimento da atuação da FUNCEF no segmento de Fundos de Investimentos em Participações (FIPs) e sua contribuição para o fomento da inovação empresarial e do desenvolvimento do mercado de capitais nacional”, destaca o gerente. Durante outubro e novembro, ocorreram as etapas regionais do prêmio, quando foram selecionadas as vencedoras de cada região para concorrer à finalíssima nacional. Este ano, além do troféu, os primeiros colocados receberam prêmios em dinheiro, que somam cerca de R$ 9 milhões.

Ciclo de palestras sobre educação financeira movimenta cinco capitais

Apresentações sobre organização simples e prática do orçamento reuniram 380 participantes A FUNCEF realizou palestras de educação financeira e previdenciária em cinco capitais brasileiras com objetivo de incentivar os participantes da Fundação a organizar suas finanças pessoais, equilibrar o orçamento doméstico e aprender a investir em projetos futuros. Os encontros ocorreram no Rio de Janeiro (16/5), Manaus (23/5), Belo Horizonte (21/6), Salvador (24/8) e Porto Alegre (31/10) e só foi possível concretizá-los devido à parceria com a Superintendência Nacional de Desenvolvimento Humano e Profissional da CAIXA (SUDHU) e o apoio das Gerências de Filial de Gestão de Pessoas (GIPES), As palestras foram ministradas pelo especialista em educação financeira Álvaro Modernell, que difundiu conceitos e técnicas sobre planejamento inteligente dos recursos e a importância da previdência para o futuro. “Adquirir educação financeira é mais fácil do que se imagina. Precisamos mesmo é de disciplina para seguir o que já sabemos que deve ser feito”, ensinou o palestrante.

Livros, música, viagens e muito mais

Seleção poética traz em versos temas como o amor, a natureza e o cotidiano O empregado Bertoldo Klinger, gerente geral da agência da CAIXA em Ipatinga (MG), gosta de plantar: mexer na terra, cultivar e ver a vida vingar. No sítio da família na cidade mineira de Caratinga, há árvores frutíferas por toda parte. Mas Bertoldo não planta somente árvores. Planta também palavras. Escreve poesias há muito, desde a juventude, e decidiu lançá-las a público em seu primeiro livro intitulado Noites Nuas. Para o poeta – casado, pai e avô – a inspiração surge em qualquer hora ou lugar. “Os poemas publicados são uma seleção colhida entre centenas de outros que foram escritos ao longo de muitos anos”, disse sobre os versos que falam, entre outros temas, sobre amor, natureza, comportamento e cotidiano. Aos interessados em obter um exemplar do livro, no valor de R$20,00, basta enviar e-mail para bk.correa@uol.com.br.

Quer divulgar seu trabalho artístico? Envie e-mail para cosoc@funcef.com.br para avaliação

fique por dentro

vocÊ é o autor

revista FUNCEF

FUNCEF no Prêmio Finep de Inovação 2012

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artiGo

A FUNCEF e a sua missão

Com o propósito de cumprir o seu papel principal, o pagamento de benefício complementar à aposentadoria, a Fundação também contribui para o desenvolvimento do país

revista FUNCEF

A

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FUNCEF tem a missão de “administrar, com excelência, planos de benefícios para promover segurança e qualidade de vida aos participantes e contribuir para o desenvolvimento do país”. Na descrição acima não há incerteza sobre o que motiva a existência da Fundação e podemos inferir que o seu principal objetivo é o pagamento de benefício complementar com vistas à manutenção da qualidade de vida de seus participanFoto: Comunicação FunCeF tes no período de gozo da aposentadoria. Podemos, ainda, afirmar que mesmo que não houvesse uma missão definida saberíamos que a atividade fim da FUNCEF é a suplementação de renda de nossos aposentados e pensionistas. Para a consecução da sua finalidade, conforme estabelece a legislação relacionada à aplicação dos recursos garantidores Angelo Nonato é consultor dos planos administrados especial da Presidência da FUNCEF pelas entidades fechadas de previdência complementar, a FUNCEF tem seis alternativas de aplicação de reservas técnicas, conforme segmentos listados: renda fixa, renda variável, investimentos estruturados, investimentos no exterior, imóveis e operações com participantes. Fazendo-se valer das possibilidades de investimentos permitidas pela legislação, a FUNCEF, com o propósito de cumprir com o seu papel principal, exerce também o papel de segunda ordem registrado em sua missão – “contribuir para o desenvolvimento do país”. Um exemplo da referida contribuição é constatado quando realizamos investimentos ancorados na economia real, no setor produtivo, tais como em ro-

dovias, ferrovias, portos e navegação, petróleo e gás, saneamento, energia, varejo e consumo, logística, tecnologia da informação, entre outros. Esses investimentos, avaliados os critérios de segurança, liquidez e rentabilidade, realizados a partir da análise da relação risco versus retorno, além de possibilitarem a diversificação do portfólio, fazem parte da essência dos fundos de pensão, conceitualmente definidos como poupadores e investidores institucionais, pois, dado o perfil de longo Pelos sólidos prazo de suas obrigações, constituem-se, resultados obtidos por natureza, em em seus 35 anos propulsores do dede existência, senvolvimento ecoa FUNCEF vem nômico do país. cumprindo muito É importante desbem os dois papéis tacar que os investimentos na economia real geram milhares de empregos diretos e indiretos, consequência que diretamente reforça a contribuição das fundações para a economia do país e que se configura numa situação fundamental para o seu funcionamento. Há quem diga que os fundos de pensão realizam investimentos, e aí se incluem as alocações no setor produtivo, com base em intenções alheias à finalidade previdenciária, opinião que podemos evidenciar ser equivocada se avaliada a natureza de investidor das referidas entidades, que buscam atingir suas respectivas metas atuariais para garantir os benefícios contratados. A FUNCEF prossegue no cumprimento de sua missão, pagando no dia 20 de cada mês os benefícios de seus aposentados e pensionistas; desempenhando a função de investidor inerente à natureza dos fundos de pensão. E pelos sólidos resultados obtidos em seus 35 anos de existência vem cumprindo muito bem os dois papéis.



foto: bruno coelho


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