ANÁLISE COMPARATIVA | O NÃO FORMAL NA EDUCAÇÃO E CUIDADOS NA PRIMEIRA INFÂNCIA
Essas reflexões nos permitem propor uma nova abordagem para a definição de “não formal” na educação e cuidado da primeira infância no parágrafo seguinte: Conjunto organizado de serviços voltados à educação e cuidado da primeira infância que ocorre, fundamentalmente, fora do ambiente escolar formal e se dirige à população de crianças e famílias com direitos violados.
2.2 Fronteiras e pontes A tensão entre cuidar/atender e educar Seria possível considerar, de forma ilusória, que o conjunto de experiências “não formais” é um “sistema” coordenado, organizado, mais ou menos regulado ou orgânico. Mas, como já foi dito, nada poderia ser mais diferente: dentro dele, há uma infinidade de dinâmicas e formatos. Na fronteira existente entre o “formal” e o “não formal”, tece-se uma tensão que perpassa os debates no mundo da primeira infância: a falsa dicotomia entre o pedagógico e o cuidado; ou entre atender ou cuidar e educar; ou o cuidado visto como assistência e resumido como obstáculo ao pedagógico (Brailovsky, 2019). Essa tensão entre a função assistencial e educativa está presente desde a formação do nível e continua, com outras características, até os dias atuais (Diker, 2002). É um debate ideológico, que se aloja e se desdobra entre os argumentos teóricos e metodológicos desenvolvidos nas páginas anteriores. Diante dessa antinomia forçada, é possível recuperar o que apontaram Redondo e Antelo (2017): Cuidar e educar são apresentados de forma exclusiva e binária. Essa concepção anula a possibilidade de confluência da história da educação infantil, sua constituição e desenvolvimento IIPE UNESCO ESCRITÓRIO PARA A AMÉRICA LATINA
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