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"Desafios CONTRA a mentalidade do desperdício"
PAPA Francisco na oração do Angelus falou sobre as Bem-aventuranças
Com informações Vatican News. No IV Domingo do Tempo Comum, 29, o Papa Francisco na oração do Angelus falou sobre as Bem-aventuranças segundo o Evangelho de Mateus. “Bemaventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus” (v. 3). Francisco quis esclarecer “quem são os pobres em espírito” explicando que são aqueles que sabem que não são suficientes por si mesmos, que não são autosuficientes e vivem como “mendigos de Deus”: “sentem necessidade de Deus e reconhecem que o bem vem d’Ele, como um dom, como uma graça”. E depois de observar que os pobres em espírito conservam o que recebem; afirma “por isso, desejam que nenhum dom seja desperdiçado. Disse que hoje se deteria neste aspecto típico dos pobres em espírito: não desperdiçar.
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Desperd Cio
E para isso o Papa propôs três desafios contra a mentalidade do desperdício. Primeiro desafio: não desperdiçar o dom que somos.
“Cada um de nós é um bem, independentemente dos dotes que temos”, afirmou. “Cada mulher, cada homem é rico não apenas de talentos, mas de dignidade, é amado por Deus, é valioso, é precioso”.
“Jesus nos lembra que somos bem-aventurados não pelo que temos, mas pelo que somos. A verdadeira pobreza, portanto, é quando uma pessoa se abandona e se deteriora, desperdiçando a si mesma. Lutemos, com a ajuda de Deus, contra a tentação de nos considerarmos inadequados, errados, e de sentir pena de nós mesmos”
DONS
Depois, o segundo desafio: não desperdiçar os dons que temos. Aqui o Papa refere-se ao desperdício que nos é dado pela criação, os alimentos que são desperdiçados enquanto tanta gente morre de fome:
“Os recursos da criação não podem ser usados dessa maneira; os bens devem ser conservados e compartilhados, para que não falte a ninguém o que é necessário. Não desperdicemos o que temos, mas difundamos uma ecologia da justiça e da caridade!”
CULTURA DO DESCARTE
Enquanto que o terceiro desafio: não descartar as pessoas, Francisco fala sobre a cultura do descarte explicando que se joga fora egoisticamente quando alguém não nos interessa mais.
“Mas as pessoas não podem ser jogadas fora, nunca! Cada um é um dom sagrado e único, em todas as idades e em todas as condições. Respeitemos e promovamos sempre a vida!”
Concluindo o Santo Padre propôs nos ques- tionarmos sobre estes três desafios, “Antes de tudo, como vivo a pobreza de espírito?
Será que dou lugar a Deus, será que acredito que Ele seja o meu bem, minha verdadeira e grande riqueza?”.
E depois: “tenho o cuidado de não desperdiçar, sou responsável pelo uso das coisas, dos bens? E eu estou disposto a compartilhá-los com outros?”
Por fim o Papa recordou que devemos nos perguntar: “considero os mais frágeis como dons preciosos, que Deus me pede para cuidar? Será que me recordo dos pobres, daqueles que não têm o necessário?”.
SÍNODO 2021-2024: Vaticano envia carta a bispos de todo o mundo
Com informações agência Ecclesia. O Vaticano enviou na segunda-feira, 30, uma carta aos bispos de todo o mundo, a respeito do Sínodo 2021-2024, convocado pelo Papa, sublinhando a necessidade de colocar este processo em continuidade com a dinâmica do Concílio Vaticano II.
“Como poderíamos lidar com questões pontuais, muitas vezes divisionistas, sem antes ter respondido à grande questão que tem questionado a Igreja desde o Concílio Vaticano II: ‘Igreja, que dizes de ti mesma?’. A longa viagem de receção do Concílio leva-nos a dizer que a resposta está na Igreja ‘constitutivamente sinodal’, onde todos são chamados a exercer o seu próprio carisma eclesial em vista do cumprimento da missão comum de evangelização”, assinala o texto, enviado à Agência ECCLESIA.
A carta é assinada pelos cardeais Mario Grech e Jean-Claude Hollerich, respetivamente secretário-geral do Sínodo e relator-geral da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos.
“As expectativas em relação ao Sínodo 20212024 são muitas e variadas, mas não é tarefa da Assembleia abordar todas as questões em torno das quais se debate na Igreja”, indicam.
Os responsáveis destacam a responsabilidade de cada bispo, “princípio e fundamento da unidade do Povo santo de Deus” em relação ao processo sinodal.
“Não é possível o exercício da sinodalidade eclesial sem o exercício da colegialidade episcopal”, realça o texto, observando que estas duas dimensões da vida da Igreja não podem existir sem a outra, “longe de enfraquecer” a instituição episcopal. A carta procura responder a receios sobre o que “serão as conclusões da Assembleia Sinodal”, que vai ter início em outubro, sem confundir “sinodalidade com um método apenas, mas assumindo-a como uma forma da Igreja e um estilo de realização da missão comum de evangelização”.
“Outros gostariam de impor uma agenda ao Sínodo, com a intenção de dirigir a discussão e condicionar os seus resultados”, alertam os colaboradores de Francisco.
ESTILO SINODAL
O tema que o Papa atribuiu à XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos é claro: ‘Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão’. Este é, portanto, o único tema que somos chamados a aprofundar em cada uma das fases do processo”.
Na véspera das assembleias sinodais continentais, que vão decorrer em sete locais, a carta insiste na necessidade de crescer no “estilo sinodal”.
“Quanto mais crescermos num estilo sinodal de Igreja, mais todos nós membros do Povo de Deus –fiéis e Pastores– aprenderemos a sentire cum Ecclesia, em fidelidade à Palavra de Deus e à Tradição”, sustentam o secretáriogeral do Sínodo e relator-geral da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos.
A carta aponta o dedo aos que “pretendem impor algum tema ao Sínodo”, pedindo respeito pelos resultados da consulta às comunidades católicas, iniciada em outubro de 2021.
“É precisamente devido ao vínculo entre as diferentes fases que outros temas não podem ser introduzidos sub-repticiamente, instrumentalizando a Assembleia e descurando a consulta do Povo de Deus”, advertem.
Os cardeais Grech e Hollerich consideram que, neste processo inédito, a incerteza tem vindo a diminuir, com “um nível de maior consciência” de todos os envolvidos.
“Confiamos que, nas Assembleias Continentais, a voz das Igrejas particulares ressoará novamente e com ainda maior força, através da síntese realizada pelos Sínodos/Conselhos das Igrejas sui iuris e pelas Conferências Episcopais Nacionais”, apontam.
As assembleias continentais vão ser desenvolvidas de acordo com a seguinte divisão: Europa (CCEE), América Latina e Caraíbas
(CELAM), África e Madagáscar (SECAM), Ásia (FABC), Oceânia (FCBCO), América do Norte (EUA+Canadá) e Médio Oriente (com a contribuição das Igrejas Católicas orientais).
A primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos vai decorrer de 4 a 29 de outubro de 2023; Francisco decidiu que a mesma terá uma segunda etapa, em 2024.
A iniciativa o tema
‘Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão’, começou com um processo inédito de consulta e mobilização, de forma descentralizada, a nível de cada diocese, preparando os encontros continentais que vão decorrer nos próximos meses.
Segundo o Vaticano, “milhões de pessoas em todo o mundo foram implicadas nas atividades do Sínodo”, desde outubro de 2021, e “muitos sublinharam que foi a primeira vez em que a Igreja pediu o seu parecer”. O Sínodo dos Bispos pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.
Estou próximo de todos aqueles que, em pleno inverno, enfrentam condições desumanas no Corredor de Lachin, no Cáucaso do Sul. Deve ser feito todo o esforço necessário em nível internacional para encontrar soluções pacíficas para o bem das pessoas. (29 de janeiro)
Écom grande dor que recebo as notícias da Terra Santa. A escalada de mortes que aumenta dia após dia apenas fecha as poucas luzes de confiança que existem entre os dois povos. #RezemosJuntos pela busca sincera da paz. (29 de janeiro)
Os“pobres de espírito” são aqueles que sabem que não são suficientes para si mesmos, que não são auto-suficientes. Sentem necessidade de Deus e reconhecem que o bem vem d’Ele, como um dom, como graça. #EvangelhodeHoje (Mt 5,1-12) #BemAventuranças (29 de janeiro)