5 minute read

Papa fala sobre o AMOR extraordinário de Jesus

FRANCISCO: amor de Deus é um amor sempre em excesso, sempre para lá dos cálculos

Com informações agência Ecclesia. O Papa disse no domingo, 19, no Vaticano que os católicos devem superar a lógica comum dos “raciocínios utilitaristas” e assumir o risco do “amor gratuito”, procurando o “extraordinário”, como pede Jesus.

Advertisement

“Deus ama-nos enquanto somos pecadores, não porque somos bons ou capazes de dar algo em troca. O amor de Deus é um amor sempre em excesso, sempre para lá dos cálculos, sempre desproporcional. Hoje, também nos pede a nós para vivermos deste modo, porque somente assim o testemunharemos verdadeiramente”, disse, da janela do apartamento pontifício, antes da recitação da oração do ângelus.

Perante milhares de peregrinos presentes na Praça de São Pedro, onde era visíveis bandeiras portuguesas, Francisco refletiu sobre a passagem do Evangelho de São Mateus que é lida nas celebrações eucarísticas deste domingo (Mt 5,38-48), na qual Jesus “convida a dar a outra face a amar mesmo os inimigos”.

“Em geral (…) preferimos amar só quem nos ama, fazer o bem só a quem é bom conosco, ser generoso só com quem pode restituir o favor; e a quem nos trata mal, respondemos com a mesma moeda. Assim estamos todos em equilíbrio”, advertiu.

O Papa sublinhou que, permanecendo neste equilíbrio entre dar e receber, “as coisas não mudam”.

“O amor de Deus é sempre extraordinário, isto é, vai além dos critérios habituais com os quais nós humanos vivemos as nossas relações”, insistiu.

Deus convida-nos a não responder o mal com o mal, a ousar no bem, a arriscar no dom, mesmo se recebermos pouco ou na- da em troca. Porque é este amor que lentamente transforma os conflitos, diminui as distâncias, supera as inimizades e cura as feridas do ódio”.

Francisco questionou os presentes sobre a lógica que seguem na sua vida, “a da retribuição ou a da gratuidade”.

“O amor extraordi-

PAPA: “Leigos não são convidados da Igreja, estão em casa”

Com informações agência Ecclesia. O Papa Francisco pediu no sábado, 18, que “os leigos sejam leigos”, que possam, em “corresponsabilidade”, caminhar junto com os pastores porque “não são convidados na Igreja, estão em casa” e criticou a “ideologia” na Igreja que “aprisiona Jesus”.

“Esta corresponsabilidade vivida entre leigos e pastores permitirá superar dicotomias, medos e desconfiança mútua. É tempo de pastores e leigos caminharem juntos, em todas as áreas da vida da Igreja, em todas as partes do mundo! Os fiéis leigos não são «convidados» na Igreja, estão em casa, por isso são chamados a cuidar da sua própria casa. Os leigos, e especialmente as mulheres, devem ser mais valorizados nas suas capacidades e nos seus dons humanos e espirituais para a vida das paróquias e dioceses”, afirmou Francisco num encontro com responsáveis das comissões episcopais de leigos.

O Papa pediu para que o “clericalismo” seja expulso da Igreja.

“Um padre ou bispo que cai nesta atitude faz um grande mal à Igreja. Mas é uma doença que infecta: ainda pior do que um padre ou bispo que tenha caído no clericalismo são os leigos clericalizados: por favor, são uma praga na Igreja. Que o leigo seja leigo », sublinhou.

Numa audiência aos participantes na Conferência Internacional dos Presiden- tes e Referentes das Comissões Episcopais para os Leigos, que terminou, com o tema «Pastores e fiéis leigos chamados a caminhar juntos», Francisco apelou para se viver em comunhão “de forma mais intensa e mais concreta”, num caminho que convida a “superar formas autônomas de agir ou caminhos paralelos que nunca se encontram: o clero separado dos leigos, os consagrados separados do clero e dos fiéis, a fé intelectual de certas elites separadas da fé popular, a Cúria Romana separada das Igrejas particulares, bispos separados dos sacerdotes, jovens separados dos idosos, cônjuges e famílias pouco envolvidas na vida comunitária, movimentos carismáticos separados das paróquias”, criticou.

Francisco reconheceu a necessidade da “formação dos leigos”, uma condição “indispensável para viver a corresponsabilidade”, mas indicou que a formação deve ser “orientada para a missão” e apresentada “não apenas para a teoria”, caso contrário cai-se na construção ideológica, uma “praga na Igreja”. “A ideologia na Igreja é uma praga. Para evitar isto, a formação tem de ser orientada para a missão. Não deve ser escolástica, limitada a ideias teóricas, mas também prática”, pediu.

Francisco explicou que a missão é hoje construída com o testemunho do leigo e enunciou diferentes campos onde isso pode acontecer: “Testemunho da própria experiência, da própria história, testemunho de oração, testemunho de serviço aos necessitados, testemunho de proximidade aos pobres, de proximidade aos solitários, testemunho de acolhimento, especialmente por parte das famílias. E é assim que nos formamos para a missão: indo ao encontro dos outros. É uma formação «no campo», e ao mesmo tempo uma forma eficaz de crescimento espiritual”.

Igreja Prisioneira

O Papa criticou a Igreja “prisioneira” que não deixa “Jesus sair” e que “o mantém como «coisa sua»”.

“Mas hoje o drama da Igreja é que Jesus continua a bater à porta, mas a partir de dentro, porque nós o deixamos sair! Muitas vezes acabamos por ser uma Igreja «prisioneira», que não deixa o Senhor sair, que o mantém como «coisa sua», enquanto o Senhor veio para a missão e quer que sejamos missionários”, afirmou.

Neste sentido, Francisco recordou a «eclesiologia integral» dos primeiros séculos, para a necessidade de “valorizar os leigos” e disse que isso “não depende de alguma novidade teológica, nem mesmo de requisitos funcionais para o número decrescente de sacerdotes”, não depende de “reivindicações de categoria”, mas baseia-se na visão “correta da Igreja”: “a Igreja como Povo de Deus, da qual os leigos são parte integrante juntamente com os ministros ordenados. Portanto, os ministros ordenados não são os senhores, são os servos: os pastores, não os senhores”.

“O leigo, e não como ‘não-clerical’ ou ‘não-religioso’, deve ser considerado como batizado, como membro do povo santo de Deus, que é o sacramento que abre todas as portas” e, sublinhou, “o elemento fundamental é pertencer a Cristo”.

“Os leigos são chamados a viver a sua missão principalmente nas realidades seculares em que estão imersos todos os dias, mas isto não exclui o fato de também terem as aptidões, carismas e competências para contribuir para a vida da Igreja: na animação litúrgica, na catequese e na formação, nas estruturas de governo, na administração dos bens, no planejamento e implementação de programas pastorais”, indicou.

Francisco pediu formação nos Seminários orientada para “a colaboração diária e ordinária com os leigos”, para que a comunhão se viva de “forma natural e nário de Cristo não é fácil, mas é possível, porque Ele mesmo nos ajuda doando-nos o seu Espírito, o seu amor sem medida”, concluiu. não um fato extraordinário e ocasional”. “Uma vez ouvi uma pergunta: “Pai, pode um leigo ser um diretor espiritual? É um carisma leigo! Pode ser padre, mas o carisma não é presbiteral; o acompanhamento espiritual, se o Senhor lhe der a capacidade espiritual para o fazer, é um carisma leigo. E, juntamente com os pastores, devem dar testemunho cristão em ambientes seculares: o mundo do trabalho, da cultura, da política, da arte, da comunicação social”, finalizou.

A#JustiçaSocial requer que lutemos contra as causas da pobreza, da desigualdade, da falta de trabalho, de terra e de habitação; contra aqueles que negam os direitos sociais e laborais; e contra a cultura que leva a usar os outros, tirando sua dignidade. (20 de fevereiro)

Não esqueçamos aqueles que sofrem. Penso na Síria e na Turquia, nas numerosas vítimas do terremoto; no querido povo ucraniano e a tantos povos que sofrem por causa da guerra ou pela pobreza, pela falta de liberdade ou devastação ambiental. (19 de fevereriro)

No#EvangelhodeHoje (Mt 5,38-48), o Senhor nos convida a não responder o mal com o mal, a ousar no bem, mesmo se recebermos pouco ou nada em troca. Porque é este o amor que lentamente transforma os conflitos, supera as inimizades e cura as feridas do ódio. (19 de fevereiro)

BELÉM, DE 24 DE FEVEREIRO A 2 DE MARÇO DE 2023

This article is from: