Folha de Águas Claras 221

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FOTO: ANTONIO SABINO/BRASÍLIA CAPITAL

27 de maio a 2 de junho de 2022

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA IMAGEM: REPÓRTER DF / TV BRASIL

ABANDONO VERTICAL

ANO 8 - EDIÇÃO 221

Prédios abandonados e obras inacabadas são numerosos em Águas Claras, região conhecida pelos arranha-céus. O Repórter DF, da Tv Brasil exibiu uma série de reportagens sobre o tema, mostrando como as construções impactam a vizinhança, e o que dizem os especialistas sobre a responsabilidade por fiscalizar esses locais. O problema ainda parece longe do fim (Páginas 2 e 3).

Pelo legado de JK O ex-senador e ex-vice-governador Paulo Octávio será candidato ao Senado em dobradinha com o filho André Octavio Kubstchek, 29 anos, pré-candidato a deputado federal, para defender o legado do criador de Brasília e avô de André, Juscelino Kubstchek (Páginas 6 e 7).


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27 DE MAIO A 2 DE JUNHO DE 2022

Abandono Vertical Série de reportagens da Tv Brasil mostra transtorno causado por obras abandonadas em Águas Claras PRODUÇÃO E REPORTAGEM - LÍBIA XIMENES EDIÇÃO DE TEXTO - GISELLY GLADS IMAGENS DE MANOEL LENALDO, OSVALDO ALVES E GILVAN ALVES DO REPÓRTER DF, TV BRASIL

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rédios abandonados e obras inacabadas são numerosos em Águas Claras, região conhecida pelos arranha-céus. O Repórter DF, da Tv Brasil exibiu uma série de reportagens sobre o tema, mostrando como as construções impactam a vizinhança, e o que dizem os especialistas sobre a responsabilidade por fiscalizar esses locais. Segundo a Administração Regional de Águas Claras, a cidade tem oito edifícios abandonados. A reportagem visitou todos eles e, percorrendo as ruas, encontraram outros.

ORIGEM

No início da década de 1990, o Governo do Distrito Federal incentivou a construção de Águas Claras por meio de cooperativas habitacionais. Muitas não deram certo. O resultado? Obras paradas no meio do caminho. Segundo advogado Fernando Carvalho Dantas, especialista em Direito Imobiliário, o sistema cooperativista precisa de recursos técnicos e financeiros para ser bem-sucedido. “A incorporação imobiliária é uma atividade de alta complexidade, precisa articular vários tipos de profissionais, várias atividades econômicas para poder dar curso e concretizar o objetivo, que é entregar apartamentos, e isso realmente demanda uma expertise, um know-how que muitas vezes as entidades cooperativas elas não detêm.

PERIGO

Além do risco de queda, quem frequenta o local está exposto a um eventual colapso da edificação. A diretora de fiscalização do Conselho de Engenharia e Agronomia do DF, Thereza Christina Cavalcanti, explica que é necessário avaliar o tempo que

a construção está abandonada e o grau de comprometimento da estrutura. ”A gente precisa saber se tem porosidade no concreto, certamente o concreto ele fica poroso, ele perde a resistência, o aço também, ele é corroído e perde também a resistência. Existe um processo de corrosão fortíssimo no aço”. Mas, segundo ela, o Crea fiscaliza somente obras em andamento. No caso de prédios abandonados, cabe ao estado avaliar o risco de colapso. “Normalmente, a Defesa Civil que faz esse trabalho para saber se essas edificações estão correndo algum risco de colapsar, desmoronar, alguma coisa”, completa. Segundo o urbanista Frederico Flósculo, edifícios abandonados ou inacabados são problemas comuns de grandes cidades e exigem forte atuação do poder público. “Defesa civil, a palavra-chave é essa, porque a gente associa a defesa civil à enchente, a desmoronamento, a coisas ruins, mas a defesa civil é defesa da civilidade, da comunidade. Tudo aquilo que importe em perda de qualidade de vida, em ameaça coletiva, associada a esse passivo da cidade, que é seu conjunto de edifícios, o seu conjunto de vias e ainda infraestrutura, é defesa civil”. Em nota, a Defesa Civil informa que "não há em curso processo de vistoria ou acompanhamento de obras abandonadas em Águas Claras". Disse ainda que atende sob demanda da comunidade e que realiza vistorias em edificações habitadas quando solicitada. O advogado Fernando Carvalho Dantas explica que esses imóveis causam deterioração urbana. Isso ocorre quando existe, por exemplo, ameaça à saúde pública ou à segurança da população. “A deterioração urbana seria nesse sentido inclusive do ponto de vista estético. A cidade precisa ter um equilíbrio

estético e uma edificação que esteja abandonada durante muitos anos acaba tirando a beleza das imediações e acaba até desvalorizando os imóveis que estejam na região vizinha”.

PREJUÍZO DOS COMPRADORES

Avenida das Castanheiras, lote 500. Quem passa por ali vê três blocos de edifícios inacabados. Eles estão assim desde 2009, quando a cooperativa que tocava o empreendimento faliu, e a obra, que se arrastava há anos, parou de vez. Além do prejuízo material e emocional, só restou aos compradores se unirem e criarem uma associação. Há mais de dez anos, eles brigam na justiça pela posse do terreno. “A gente sabe que incomoda, a gente não gostaria que fosse dessa maneira, mas, infelizmente, a gente tem que aguardar a Justiça, com as decisões dela, para gente terminar essa obra”, argumenta Rodrigo Nápoles, presidente da Associação de Compradores do Residencial Park Way. “Usam bastante de depósito. A gente vê muito entulho também jogado dentro. Principalmente à noite é bem complicado de passar, porque a rua fica tomada de ratos. Eles ficam passando toda hora, atravessando a rua e vão pro outro lado, onde fica o nosso prédio também, atrás de comida” Anderson Andrade Morador


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VIVENDO ALI

Para evitar invasões, que já aconteceram, compradores decidiram morar em um dos blocos inacabados. Dez famílias, incluindo a de Ademilson de Oliveira, estão no local. “Tem muita gente que desistiu aqui das unidades, vendeu muito barato, simplesmente largou, sumiram, tem unidades aí que está dessa forma. Eu não ia desistir assim, de vender barato e tal, já me ofereceram sim, mas é um preço que eu acho que o que eu gastei com a associação, com advogado, esse tempo, não pagaria”. Ele conta que já investiu mais de duzentos mil reais no imóvel e em despesas com advogado. E uma vez superada a questão judicial, se preocupa com outro problema. “Agora vai ser o fator financeiro, que a gente vai ter que levantar a possibilidade de o pessoal financiar, a gente mesmo financiar essa obra e ver os recursos que a gente tem de poder terminar”. A poucos metros dali, na quadra 101, outra obra judicializada. Este seria o edifício Coliseum, mas a construtora faliu em 2004. Os compradores também criaram uma associação e brigam na justiça pela posse do terreno. O advogado Victor Lara está à frente de vários processos de construções judicializadas em Águas Claras. Ele diz que os edifícios não estão abandonados e não oferecem riscos à população. “Esses

PAGAMENTO GARANTIDO DO ALUGUEL

prédios todos, foi pedida a posse, a posse foi dada em antecipação de tutela, então não tem perigo de foco ou qualquer coisa porque, em todos eles, à exceção de um único, as associações estão fazendo a limpeza, a manutenção, retirada de água... Agora o que eles não podem mudar é o aspecto do imóvel, que isso só pode acontecer depois de uma decisão judicial autorizando para eles regularizarem o alvará de construção”.

LACUNA NA LEGISLAÇÃO

“O perigo gerado por prédios, de diversas naturezas, desde perigos sociais, a infestação de animais, a dengue, a Chicungunya, a tantas coisas, inclusive desabamento, é um problema urbano da legislação de uso do solo”, enumera o professor Frederico Flósculo. Para o urbanista, prédios abandonados deveriam ser assunto da Lei de Uso e Ocupação do Solo, mas não são. A Luos do Distrito Federal, aprovada em 2019, tem cento e quatro artigos. Nem um deles trata do problema, apesar dos princípios que norteiam a lei: garantia da função social da propriedade, desenvolvimento urbano sustentável, controle eficaz do uso e da ocupação do solo e prevalência do interesse coletivo sobre o individual. Em julho do ano passado, o GDF aprovou uma outra lei: a lei distrital 6911. A norma diz que o Distrito Federal deve

impedir que imóveis abandonados, públicos e privados causem deterioração urbana. Ou seja, a degradação ambiental, a exposição da população a riscos de desastres e a doenças. A lei prevê que, após um processo administrativo, o DF pode declarar vago um imóvel abandonado. Nesse caso, a edificação é arrecadada pelo GDF, que deve dar outra destinação a ela. Instalações culturais e esportivas e moradias populares são algumas opções. A norma, no entanto, aguarda, há quase um ano, regulamentação do GDF, para entrar em vigor. Assista as matérias completas em:

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CONBRAL inaugura residencial e leva sofisticação para Águas Claras a CONBRAL entregou no último sábado, 21de maio, o Square Garden Home & Mall, em Águas Claras.

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solenidade foi prestigiada por autoridades e compradores, como o presidente do Banco de Brasília (BRB) Paulo Henrique Bezerra Rodrigues Costa, o empresário Paulo Octavio, o diretor-presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (ADEMI-DF), Eduardo Aroeira, o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Distrito Federal (SindusconDF) Dionyzio Klavdianos, o presidente do Conselho de desenvolvimento econômico, sustentável e estratégico do Distrito Federal (CODESEDF), Leonardo Ávila, e muitos compradores e futuros moradores, além de representantes das empresas que promovem a venda do empreendimento, a quadraimob e a DR MUNIZ. Com essa inauguração, a CONBRAL completou a marca de 1661 unidades residenciais entregues em Águas Claras, desde o primeiro habite-se da cidade. O diretor da construtora e incorporadora, Paulo Muniz, afirmou que se sentia honrado em presentear Águas Claras no mês do seu aniversário, com mais um edifício de alta qualidade, atendendo a todas as expectativas de seus compradores. Proprietários de uma unidade do Square Garden, Leonardo Portelinha e a esposa Paula Ferreira receberam do diretor Paulo Muniz a chave simbólica do empreendimento. “Já conhecia

a qualidade dos empreendimentos da CONBRAL, por um colega morador no Residencial Matheus Muniz, há 5 anos, e que vem atendendo a seus desejos de morar bem. Agora surgiu a oportunidade de poder dar a minha família uma moradia de qualidade, num prédio de alta qualidade e ótima localização. Estamos realizando o sonho de uma vida, e felizes com a posse do novo lar”, disse Leonardo. Após o descerramento da placa de inauguração, os visitantes conheceram o apartamento decorado, e os demais apartamentos que estão quase totalmente vendidos. Localizado na Rua 27 Norte com Avenida Castanheiras, o prédio conta com 72 apartamentos de 3 quartos com suíte que vão de 101m² até 168m², acabamento luxuoso, 2 vagas na garagem, além de 5 amplas lojas para locação com localização privilegiada e estacionamento rotativo com 60 vagas. O complexo residencial traz a marca da solidez, segurança e tradição da CONBRAL, tudo alinhado com a praticidade para quem pretende morar em um dos centros urbanos mais modernos da Capital Federal. O empreendimento possui espaço amplo, com piscina, salão de festas, churrasqueiras, sala de jogos, academia, espaço gourmet, brinquedoteca, sauna, solário e Pet Place. Todo equipado e decorado com muito conforto, requinte e sofisticação.

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Marcus Muniz, José Carlos Magalhães, Paulo Henrique Costa, Paulo Muniz e Paulo Lana

Paulo Muniz, Paulo Lana, Paulo Henrique Costa, José Carlos Magalhães Pinto, Dionyzio Klavdianos, Eduardo Aroeira, Marcus Muniz e Leonardo Ávila

ISSN 2357-8823

Circulação

Editor: A lcir Alves de Souza (DRT 767/80) Reportagem: Rafael Souza (DRT 10260/13) Endereço: SM IAPI ch. 27 lotes 8 e 9 71070-300 • Guará • DF Comercial: Vanessa Castro - (61) 986191821

A Folha de Águas é um produto da Editora Jornal do Guará, há 34 anos no mercado de comunicação comunitária. A edição impressa semanal da Folha de Águas Claras e distribuída aos sábados gratuitamente no comércio da cidade, em padarias, prédios comercias, agências bancárias e grandes condomínios residenciais. Editada por jornalistas profissionais compromissados com o desenvolvimento da cidade, a Folha de Águas Claras acredita no protagonismo do jornalismo comunitário.

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A maior rede de proteção social do Brasil também é obra do GDF. 760 MIL PESSOAS BENEFICIADAS.

Beatriz Marinho Moradora da Estrutural recebe o Cartão Material Escolar

No momento mais difícil da vida dos brasileiros, o GDF não poupou esforços para reduzir as dificuldades e levar mais conforto, dignidade e solidariedade às famílias que mais precisam. Programas como o Prato Cheio, Pão e Leite, DF Social, Cartão Gás, Cartão Creche, Cesta Verde, Cartão Material Escolar, além das milhares de refeições servidas diariamente nos Restaurantes Comunitários por apenas R$ 1,00, garantem ao GDF posição de destaque no amparo aos mais necessitados. E o melhor é que agora é garantido por lei. Mas o GDF quer mais: programas como o Qualifica DF e RenovaDF preparam milhares de pessoas para o mercado de trabalho.


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Paulo Otávio e André Kubitschek

Pai e filho, para honrar o legado de JK

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os 72 anos, Paulo Octavio Pereira é um dos empresários mais bem-sucedidos de Brasília. André Octavio Kubstchek, 29, é o caçula de PO com Anna Christina, neta de Juscelino, fundador da cidade. Político experiente – foi deputado federal, senador, vice-governador e governador por 15 dias –, PO pretende concorrer ao Senado

Vocês têm praticamente uma chapa pronta para as eleições de outubro dentro de casa. Seria um senador, uma vicegovernadora e um deputado. Como anda esta conversa em família? PO – A família tem um grande compromisso com a cidade, um compromisso histórico de preservação de Brasília, com os ideais implementados pelo governo Juscelino. Nós temos um compromisso com o fundador e com os ideais republicanos daquela época. De um momento em que o Brasil cresceu muito. A Anna Christina é presidente do Memorial JK, um dos monumentos mais visitados e apreciados em Brasília. A gente tem procurado trabalhar por Brasília. Eu cheguei aqui em 1962 e fiz minha vida toda aqui. Há 60 anos trabalho em Brasília e por Brasília. Como empresário, eu nunca fiz investimentos fora de Brasília. A gente sempre fomentou o desenvolvimento de todas as cidades. Fui o primeiro empresário a construir em Samambaia, em Taguatinga, em Ceilândia, no Guará… A gente tem um sentimento de desbravador. Sempre estive nas entidades de classes. Fui da Associação Comercial, fundei a Ademi e atualmente presido o Lide – Líderes Empresariais, sempre buscando uma convergência do setor produtivo, a interlocução com os governos. Estou casado há 32 anos com a Anna Christina, que é neta

nas eleições deste ano. AK vai disputar uma vaga proporcional – deputado federal ou distrital. Ambos são filiados ao PSD. Nesta entrevista eles falam de seu amor pela cidade criada por JK e de suas bandeiras para tentar obter seus mandatos eletivos. André fez cursos de Administração de Finanças no exterior e formou-se em Direito pelo UniCeub – recentemente obteve o registro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Embora seja herdeiro de um “império”, se diz

do fundador e tem um compromisso enorme com a cidade. Tenho dois filhos com ela – o André e o Felipe – e dois do meu primeiro casamento. Com o passar do tempo, fui observando que o André é um jovem preparado e com grande interesse por Brasília. Felipe, o mais velho, se interessa muito pela vida empresarial e não tem vocação política. Mas desde cedo a gente sentiu que o André tem uma veia política. É um grande agregador, um articulador. E por espontânea e livre vontade, ele está dando os primeiros passos na caminhada, que é de grande responsabilidade. Não é fácil levar o nome do fundador de Brasília numa eleição. Mas eu acho que ele pode contribuir muito com a cidade. André, depois dessa apresentação de seu pai, um dos empresários mais importantes de nossa cidade, como pretende carregar essa responsabilidade? AK – A minha intenção de entrar na política é realmente de coração. Eu sempre digo que amo essa cidade incondicionalmente, e tenho nome e sobrenome importantes, que tenho que honrar. Tenho a responsabilidade de dar continuidade a esse legado, que foi Kubitschek para o Brasil e para Brasília. Encaro como um desafio e algo que vejo que vou poder, de alguma forma, tentar transformar e melhorar a qualidade de vida

disposto a abraçar a política para honrar a história da família, especialmente do bisavô. “Encaro como um desafio e algo que vejo que vou poder, de alguma forma, tentar transformar e melhorar a qualidade de vida das pessoas, incentivar os empresários e trabalhar. É somente participando da política que a gente vai poder incrementar, ajudar, transformar e desenvolver vários aspectos da vida cotidiana, inclusive do setor empresarial”.

FOTO: ANTONIO SABINO/BRASÍLIA CAPITAL

POR ORLANDO PONTES/BRASÍLIA CAPITAL

das pessoas, incentivar os empresários e trabalhar. Meus primeiros passos na política serão em direção à melhoria de nossa sociedade.

Paulo, como pai e como empresário importante da cidade, o que você recomendaria para seu filho na carreira política? PO – A vida de político é uma vida de sacrifícios, de abnegação, de perseverança. É uma vida de entender as dificuldades das camadas mais carentes, e a convivência com as pessoas em dificuldade. É tentar ajudar as pessoas e melhorar a cidade. Então, eu acho que o político deixa de ser ele próprio e passa a ser o instrumento de desenvolvimento social e econômico. É o político que busca esse desenvolvimento. Ele é o vetor, ele que conduz. As grandes mudanças no mundo foram feitas pelos políticos, com boas ca-

beças que idealizaram grandes projetos que foram melhorando a vida das pessoas. No nosso caso, se não fosse a perseverança do bisavô do André nós não estaríamos aqui. Eu sou do Sul de Minas Gerais e provavelmente estaria morando no interior. Se não existisse Brasília, todas essas três milhões de pessoas que habitam aqui hoje não estariam aqui. Então, foi a perseverança e determinação de JK que tornou tudo isso possível. Quando eu fui o mais votado deputado federal em 1990, eu tinha uma grande influência no governo Roriz. Minha sogra, Márcia, avó do André, era vice-governadora. Foi um período em que muita coisa se realizou. Começamos a construção de novas cidades – Samambaia, Paranoá, Santa Maria –, que hoje fazem com que a vida de Brasília seja melhor para todos. Se não, hoje nós teríamos

uma cidade inviável. Em 1991, eu ajudei a conseguir recursos do BNDES para a construção do metrô. Recebíamos críticas contundentes. E foi um movimento político importante naquele momento, com o apoio da minha sogra, com o apoio do Roriz, com meu apoio e da bancada no sentido de fazer com que a cidade avançasse e tirasse aquele pensamento pequeno de que Brasília não pode crescer, tem que ficar reduzida ao Plano Piloto. Houve um desenvolvimento natural. Houve crescimento. E Brasília passou a ser um polo irradiador de riqueza para toda a região Centro-Oeste. Esta é uma cidade-síntese do Brasil, que agrega todas as vertentes brasileiras. O Brasil se reúne em Brasília. André, depois dessa orientação do seu pai, está claro que você preferiu ser um Kubitschek a um Octávio – político


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@FOLHADEAGUASCLARAS em vez de empresário. Está mesmo disposto a ir para esse sacrifício? AK – Sim, porque vejo a importância da política. Por mais que a gente tenha uma boa base empresarial, a política, querendo ou não, move montanhas. A política é importante para o desenvolvimento econômico e social. E quem não está ativamente presente participando da política acaba sendo governado por aqueles que estão e que gostam. Isso me preocupa, porque eu vejo que nem todo mundo tem boas intenções. Então, se a gente deixar nas mãos de pessoas que não têm boas intenções, e querem tomar proveito próprio, a gente pode ter um atraso econômico e social. É somente participando da política que a gente vai poder incrementar, ajudar, transformar e desenvolver vários aspectos da vida cotidiana, inclusive do setor empresarial. Paulo, você sempre foi um político moderado, de centro. E está próximo ao governador Ibaneis. Como imagina que será a campanha com essa polarização no País entre Lula e Bolsonaro? Como Ibaneis vai se posicionar? PO – Eu vejo que nós vamos ter muitas emoções até 30 de julho, data-limite das convenções partidárias. Tudo pode acontecer. Na última eleição houve uma mudança radical, com a desistência do Frejat. Nesta, hoje estamos apoiando o gover-

nador Ibaneis, que faz uma gestão profícua. Uma gestão boa tanto na área de obras como de responsabilidade social, que foi o tema do debate que eu fiz no Lide, semana passada. Na minha visão, depois da pandemia vamos passar por uma nova ordem econômica mundial, onde tem que se preocupar com as pessoas mais carentes. Não adianta desenvolver os países e deixar uma população à margem. Então, o social está sendo, e tem que passar a ser, uma preocupação minha, do André, uma preocupação de futuro, porque não adianta eu viver numa cidade que tenha 300 mil desempregados, onde a questão e violência vai aumentar, a questão social vai aumentar. Não adianta viver numa cidade onde a gente possa ter problemas no futuro. A responsabilidade social é o grande tema do futuro, e tem que passar por essas eleições. Todo mundo, e não é só governo, deve se preocupar com ele. A responsabilidade social parte de todo cidadão, de todo empresário micro, médio, pequeno, grande. Não posso pensar só em mim. Tenho que pensar que em volta de mim tem um mundo de pessoas que precisam de mais atenção. André, conte como vai tentar convencer as pessoas a comparecerem às urnas no dia 3 de outubro para votar em você? AK – Eu acho que a gente está vivendo um momento

crescer, desenvolver de forma ordenada. Quero fazer política com inteligência, para melhorar a qualidade de vida das pessoas em todos os aspectos sociais e econômicos.

"O meu papel e meu incentivo para entrar na política é puramente para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Agregar, somar, acrescentar em todos os sentidos". André Kubitschek

muito turbulento e inseguro politicamente. Está na hora de uma mudança, de uma renovação. Essa é minha intenção. Ao fazer isso, estou, de certa forma, ou de uma nova forma, como você mencionou, saindo da minha zona de conforto, saindo da minha empresa, onde trabalho, onde tenho uma vida. Eu tenho uma certa responsabilidade com essa cidade. Aqui eu cresci, aqui eu estudei, fiz minhas amizades. Aqui eu me formei, me profissionalizei. Eu amo essa cidade incondicionalmente. Meu desejo é puramente vê-la

Paulo, como disse o André, o Brasil vive um momento de turbulência. Como o PSD pode contribuir para aparar tantas arestas na política nacional no momento? PO – O PSD tentou lançar uma alternativa no pleito para presidente da República. Nós apoiamos, inicialmente, o Rodrigo Pacheco, mas ele acabou preferindo cumprir sua missão como presidente do Senado Federal. Depois, aventou-se a possibilidade do ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Mas também não prosperou. Então, a definição do partido é liberar os estados para que cada um siga o caminho mais apropriado. Estamos, democraticamente, liberados para apoiar o candidato da terceira via, ou Lula, ou Bolsonaro. O partido vai se preocupar em eleger deputados, senadores e governadores. A questão presidencial será definida na convenção nacional, em julho. André, você já traçou um plano de trabalho? Quais são suas propostas para melhoria da qualidade de vida das pessoas? AK – Acho importante as pessoas se profissionalizarem. Então, incentivar cursos pro-

fissionalizantes é uma coisa que eu gostaria muito de fazer. A educação é o alicerce de qualquer sociedade. Eu vejo que isso vai incrementar, e muito, nosso empreendedorismo, nossa geração de empregos. As pessoas precisam disso e eu vejo que isso é algo que está em falta hoje. Também defenderei bandeiras como o esporte, que é fundamental para a saúde, para as pessoas não ficarem ociosas, principalmente crianças e adolescentes. É nessa condição que acabam, muitas vezes, tomando decisões equivocadas. Então eu sou um defensor do esporte. Sou também um defensor do meio ambiente. Acho importante sempre preservar o meio ambiente, porque é um patrimônio que pode perecer algum dia. A gente tem que sempre valorizar e proteger o meio ambiente. Paulo, em Brasília o caminho do PSD deve ser apoiar a reeleição de Ibaneis? PO – A princípio, sim. Sou pré-candidato ao Senado. O André está definindo se vai sair para deputado federal ou distrital. Nós estamos estudando bem o que é melhor para ele, para o partido e para a cidade. Estamos conciliando as coisas. Nós ainda não temos uma condição fechada. Estamos conversando com as pessoas que caminham comigo na vida pública há mais de 30 anos para ver o melhor caminho que ele possa trilhar nessa eleição.

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