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SAFRA DO TABACO: ESPERANÇA é a QUALIDADE Após condições climáticas desfavoráveis, com recorde no pagamento de indenizações,. Produtores apostam suas fichas numa boa classificação
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Informe publicitรกrio
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Leia nesta edição 08. Entrevista Presidente da Conab prevê investimentos para manter o Brasil abastecido
12. Rentabilidade Dê olho no mercado, pecuaristas apostam na produção de bovinos com cruzamento industrial
20. suinocultura Novas tecnologias na produção aumentam a qualidade da carne suína
30. sucessão Família de Grão-Pará mantém os laços com o campo e investe na diversificação
34. Top do Agronegócio Pesquisa premiará os produtores rurais que se destacam. Prêmio leva o nome de Edésio Oenning
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Tabaco
Após intempéries climáticas, fumicultores apostam na qualidade para lucrar
16. Pesquisa
24. Aposta
Agrônoma Vania Nuernberg aponta o sucesso da produção de rúculas com substrato
Jovem viticultor vê o cultivo de uva como a principal fonte de renda
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artigo
O melhoramento genético para eficiência alimentar
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ma pecuária forte e expressiva como a do Brasil só assim o é pela busca incessante do melhor, em todos os segmentos. No melhoramento de bovinos de corte isso não é diferente, e inovações trazidas nos últimos anos colocam o país a par e passo com os mais importantes produtores do mundo. Entre as novidades, se destaca a maior atenção dada a características não comumente avaliadas, tal como a recente adoção da avaliação do consumo e da eficiência alimentar em alguns criatórios. Entretanto, como para tudo que é novo, desinformação e desconhecimento levam a uma adoção lenta, e a complexidade e os custos impedem uma escalada mais rápida de seus benefícios ao setor. Considerada relevante em outros países, a eficiência alimentar diz sobre a capacidade de um bovino transformar o alimento que consome em peso, carcaça, carne ou bezerro. Aquele que precisa de pouco e produz muito é eficiente, enquanto aquele que consome muito, mas produz pouco, é ineficiente. Estando relacionada ao que se consome e com o que se produz, a eficiência alimentar afeta custos de produção e lucratividade, e é aí onde começa o interesse por esta característica. Se por um lado produzir mais é desejável, produzir mais gastando menos é melhor e, se isso pode ser melhorado em gado de corte, por que não o fazê-lo? Acontece que o processo de seleção para esta característica não é algo tão simples quanto se pensava. Tudo começa pela necessidade de se medir o quanto o bovino consome de alimento e isso não é fácil e nem barato. Em confinamento, cochos eletrônicos facilitaram as medições, porém, a pasto nada ainda substituiu um complexo trabalho feito só por cientistas, incompatível com um processo que tem que ser feito principalmente por produtores. A medição em confinamento resolve em parte, mas lança dúvidas sobre a eficácia do processo. Um boi eficiente ao comer silagem, milho e farelo de soja também o será quando estiver a pasto, comendo capim e sal mineral? Isso é o que se acredita apesar das condições alimentares serem tão diferentes. Acontece que independente do tipo de alimento in-
expediente Diretor Executivo Fernando Freitas Departamento Comercial Mara de Oliveira Redação Suellen Souza - editora / SC: 44851-JP Colunista Diogo Schotten Becker – coordenador Departamento de Criação Jéssica Simiano - 0005168/SC Gabriela Rousseng Pricila Canedo
Rodrigo da Costa Gomes Pesquisador em Nutrição Animal Embrapa Gado de Corte gado-de-corte.imprensa@embrapa.br
gerido e de como ele é digerido, há outras dezenas de fatores que afetam a eficiência de transformar o que foi digerido em carcaça ou bezerro. Por exemplo, se um boi gasta muita energia por ser agitado, isso vai acontecer sendo em confinamento ou a pasto, comendo silagem ou capim. Se ele tende a colocar muita gordura na carcaça, isso pode acontecer independente do sistema. Estes elementos levam a uma menor eficiência, independente do regime alimentar, então por que não acreditar na relação entre eficiência a pasto e eficiência em confinamento? Este argumento também serve para extrapolarmos a eficiência medida em uma idade jovem para a eficiência na fase adulta. É como dizer que uma novilha que comeu pouco para crescer, também vai comer pouco para produzir um bezerro. Isso pode ser controverso, mas pesquisas mostraram que isso acontece. Assim como em administração, na seleção genética, o que não se mede não se melhora, e isso vale para a eficiência alimentar. O que já vem sendo feito em termos de melhoramento para peso e ganho de peso contribui majoritariamente para a eficiência produtiva, porém apenas com a medição direta do consumo de alimentos é que outros saltos serão dados. No mais, é estimular o setor em direção à seleção para eficiência alimentar. Isso é um pouco mais simples, pois em um mundo no qual tanto se pede eficiência, quem não quer contribuir? Neste caso, informação é importante.
Departamento Financeiro Ezequiel Philippi Fotografias Odáirson Antonello Revisão Ortográfica Maria Vanete Stang Coan Assinaturas Zula Coradelli Fone: |48| 3651 2700 Av. Felipe Schmidt, 2244. Sala 13. Centro - Braço do Norte - Santa Catarina CEP: 88750-000 contato@negocioagro.com.br
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NegócioAGRO é uma publicação bimestral da Folha o Jornal Editora Eireli EPP, CPNJ: 01.749.601/0001-64. Tem sua circulação dirigida ao produtor rural, casas agropecuárias da Comarca de Braço do Norte e as empresas que distribuem aqui seus produtos ou prestam serviço. Garanta o recebimento de seu exemplar: Assinatura anual: R$ 120,00.
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Maracujá Lançado em 2013, o maracujá BRS Pérola do Cerrado é resultado de quase 20 anos de pesquisas em melhoramento genético convencional, que compreende cruzamentos de acessos da espécie Passiflora setacea coletados em diferentes regiões do Cerrado brasileiro. É a primeira cultivar de maracujazeiro silvestre desenvolvida pela Embrapa já disponível para os fruticultores e consumidores. Os frutos têm rendimento de polpa superior a 40%. De cor amarelada, a polpa apresenta sabor característico delicado, podendo ser consumida fresca ou em pratos doces ou salgados. A cultivar é, por isso, uma opção para o mercado de frutas especiais e de alto valor agregado, principalmente quando produzido em sistemas orgânicos e agroecológicos.
Os dados da safra 2015/16 de arroz indicam a redução de 7,4% na área plantada e 7,7% na produção total. O pequeno aumento de 0,4% na produtividade média não foi suficiente para impedir a queda das outras duas variáveis, sendo a produção total esperada de 11,5 milhões de toneladas.
- Formado em Gestão de Agronegócios pela Unisul. - Especialização em Gestão de Empresas pelo Unibave.
giro pelo campo
Arroz
diogo schotten becker - Cursando Engenharia Agronômica pelo Unibave. Atualmente é produtor de suínos e gado de leite, professor do colégio agrícola e ex-diretor de agricultura de Braço do Norte. Fone: (48) 9634 6259 contato@negocioagro.com.br
Safra A colheita de soja deste ano avança e já atinge 10%, segundo a AgRural. Esse avanço se deve ao Paraná, que já colheu 24%.
Mamão As exportações brasileiras de mamão cresceram em 2015. As vendas da fruta para o mercado externo totalizaram 39.798 toneladas, acréscimo de 18,13 % em relação às 33.688 toneladas no ano de 2014. Apesar da evolução na quantidade exportada, o valor gerado pelas exportações em dólar foi menor devido à queda no preço médio da fruta internacional passando de US$ 47.058.855 para US$ 43.675.555, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
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Mato Grosso A colheita atinge 12% da área, um ritmo lento ante o de 2015. A chuva impede a movimentação das colheitadeiras.
Estimativa A estimativa da Conab para a produção brasileira de grãos é de que alcance 210,3 milhões de toneladas na safra 2015/16. Esse aumento equivale a 1,3% ou 2,6 milhões de toneladas em relação à safra 2014/15 (207,7 milhões de toneladas.
primeira safra Neste quinto levantamento, a área semeada com milho primeira safra apresentou redução de 6,8%, atingindo 5.723,4 mil hectares quando comparada com a safra passada, registrando, no entanto, crescimento de 1% em relação ao levantamento anterior divulgado pela Conab. Na região Centro-Sul foi onde ocorreu a maior redução nacional, estimada em 11,8%, comparado com o exercício anterior.
Soja A soja apresenta o maior crescimento absoluto, com estimativa de aumento de 4,7 milhões de toneladas, estimada em 100,9 milhões de toneladas. Os ganhos de área e produtividade da cultura refletem num aumento de 4,9% na produção total do país.
Rebanho americano Após recuar para um patamar inferior a 90 milhões de cabeças de gado, o rebanho dos Estados Unidos tem o segundo aumento anual consecutivo. Neste início do ano eram 92 milhões de cabeças, 3% mais do que em janeiro de 2015, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Mesmo com essa alta, a participação norte-americana deverá continuar limitada no mercado externo – o Brasil é um dos principais fornecedores mundiais.
Condições meteorológicas
Nutrição animal O Brasil é o responsável pelo segundo maior volume de produção mundial da Alltech Inc., empresa do setor de nutrição e de saúde animal. O crescimento interno foi de 17%.
Janeiro de 2016 foi marcado pelos altos volumes de chuva na maioria das regiões do país, com localidades que contabilizaram desvios positivos superiores a 500% da média histórica. Com o solo encharcado, algumas áreas tiveram atraso na colheita. Além disso, danos estruturais em estradas e o desmoronamento de pontes em diversas rodovias e estradas vicinais dificultaram o escoamento da produção agropecuária.
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entrevista
Conab prevê investimentos para manter o abastecimento
Presidente da Companhia Nacional de Abastecimento, Lineu Olímpio de Souza, fala dos desafios para o ano de 2016 e faz uma projeção da safra de grãos no Brasil Lineu Olímpio de Souza adianta os investimentos que estão previstos pela Conab para este ano
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mercado agrícola no Brasil varia consideravelmente de acordo com a produção de grãos no país. Milho e soja têm papel fundamental na suinocultura, avicultura e até mesmo na bovinocultura. Este ano, por exemplo, os produtores rurais convivem com as incertezas e preocupações diante dos altos
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preços praticados na venda do milho, que gira em torno de mais de R$ 40 a saca. No Brasil, o mercado de grãos é acompanhado de perto pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). As estimativas para este ano são animadoras. De acordo com o 5º levantamento da safra de grãos 2015/2016, divulgado no início deste mês pela Conab, a es-
timativa é que a produção brasileira alcance 210,3 milhões de toneladas, o que equivale a 1,3% ou 2,6 milhões de toneladas a mais em relação à safra anterior, de 207,7 milhões de toneladas. Para falar sobre o mercado de grãos no Brasil, a revista NegócioAgro entrevista nesta edição o presidente da Conab, Lineu Olímpio de Souza.
O ano de 2015 foi turbulento. Tivemos a valorização do dólar no mundo todo, a China dando sinais de desaquecimento e o Oriente Médio com algumas transformações políticas. Todas essas questões afetam a política de abastecimento? Como a Conab vê esses desafios? Estes fatores influenciam no abastecimento do mercado interno e no comércio exterior, de forma positiva para as exportações e de forma negativa para o abastecimento de alguns produtos. A elevação do dólar foi extremamente benéfica para os exportadores de café, carnes, milho, soja e todos dos demais produtos da agropecuária brasileira, mesmo frente à redução dos preços das commodities no mercado internacional. O desempenho das exportações do segmento do setor agropecuário apresentou crescimento do volume comercializado, enquanto os demais setores da economia apresentaram redução. Isso mostra que o setor agropecuário se manteve mais ativo que os demais setores da economia. Em que pese estas turbulências internacionais o setor da agricultura nacional tem demonstrado grande robustez e capacidade de enfrentamento aos desafios. A Conab é um órgão governamental que visa assegurar o abastecimento de itens básicos, agindo como estoque regulador e minimizando os impactos do excesso ou baixa oferta. Quais os principais gargalos para a manutenção desta premissa? Para cumprir com excelência sua missão de garantir o abastecimento do país e subsidiar o governo federal para a adoção de políticas públicas, a Conab permanentemente busca aprimorar seus processos e normativos, investindo em tecnologias e estudos de mercado. Um dos desafios, neste sentido, é a modernização de nossa estrutura de armazenagem e estamos trabalhando nisto. Para 2016 estão previstos investimentos de cerca de R$ 250
O principal desafio da Companhia para 2016 é, sem dúvida, a continuidade do processo de modernização da rede pública de armazenagem”
de milho dos estoques públicos, tanto para o abastecimento dos setores demandantes, em especial de aves e suínos, quanto para tentar conter movimentos especulativos de preços. Os primeiros leilões de venda já ocorreram no início de fevereiro. Com relação aos preços, apesar do aumento na produção, a soja em grãos, preço ao produtor, em janeiro de 2016, teve seus preços médios 23% superiores aos de janeiro de 2015 no Mato Grosso e de 26% no Paraná. Já o milho deve estar com uma produção próxima à da safra anterior, podendo ser influenciada pelas condições climáticas para a produção da 2ª safra do Mato Grosso.
milhões na construção, reforma e ampliação de unidades armazenadoras, com prioridade para a região do semiárido e novas fronteiras agrícolas, como a região do Matopiba e de Rondônia .
Quantos milhões de toneladas existem estocados de milho e soja? Nos últimos anos o governo não teve a necessidade de intervenção no mercado da soja, em função dos preços praticados, o que resultou na inexistência de estoques públicos do produto. Em relação ao milho, os estoques governamentais, eram da ordem de 1.467 milhão de toneladas em 2 de fevereiro, sendo que desse total 125 mil foram leiloadas no começo do mês, estando previstos novos leilões visando atingir o volume autorizado pelo Mapa. Considerando que o estoque de passagem de milho, incluindo o setor privado, é da ordem de 10 milhões de toneladas, em janeiro de 2016, a Conab possuia cerca de 15% do total dos estoques existentes.
O cenário das commodities (milho e soja especialmente) preocupa muito principalmente os produtores de aves e suínos. Neste momento há previsão de liberação de estoques reguladores? Sem dúvida, a elevação dos preços do milho e da soja é preocupante para estes produtores e aí entra o papel do setor público na oferta dos produtos estocados. Observando este cenário, a Conab levou uma proposta ao Mapa e obteve autorização para realizar vendas de até 500 mil toneladas
Qual a capacidade de armazenamento da Conab atualmente? O senhor falou recentemente no aumento da capacidade de armazenamento. Essas obras que serão licitadas em abril, aumentarão em quantas mil toneladas a capacidade de armazenagem? A capacidade estática da Companhia atual é em torno de 2 milhões de toneladas. Com os investimentos previstos, nossa capacidade de armazenagem ficará próximo de 3 milhões de toneladas. Com essa iniciativa
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teremos uma rede pública de armazenagem moderna e adequada para a execução das políticas de abastecimento do Governo Federal e aptos para a prestação de serviços de armazenagem aos produtores, cooperativas e associações. Entre as obras previstas para 2016 estão a reforma e ampliação de 18 armazéns da Conab no semiárido, nos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, com investimentos da ordem de R$ 60 milhões. A capacidade estática da região do semiárido será elevada de 130 mil toneladas para 164 mil toneladas. Também está prevista para este ano o início da construção de um armazém graneleiro no Estado de Santa Catarina, na cidade de Xanxerê com capacidade estática de 50 mil toneladas. Para 2016 quais os principais desafios? O principal desafio da Companhia para 2016 é, sem dúvida, a continuidade do processo de modernização da rede pública de armazenagem. No que se refere às atividades finalísticas da empresa, vamos continuar atentos ao mercado de forma a balizar o governo na execução de políticas públicas que assegurem renda ao produtor rural. Outra ação importante será a busca de parcerias com outros órgãos e instituições para maior agilidade e utilização de novas tecnologias nos nossos levantamentos de safra e custos de produção. Também vamos ampliar a nossa atuação junto aos pequenos agricultores e extrativistas, por meio do fortalecimento do Programa de Aquisição de Alimentos, de produtos da agricultura familiar (PGPaf ) e da sociobiodiversidade (PGPMBio), uma vez que a Conab é um braço operacional importante do Governo Federal na execução de políticas de combate à fome. Outro programa de governo de grande alcance social é o Venda em Balcão de Milho para atendimento aos pequenos criadores de animais, notadamente na região abrangida pela Sudene. Como a Companhia enxerga o cenário das commodity para 2016? Tudo indica que o câmbio se manterá apreciado durante o ano de 2016. Portanto, os preços dos principais produtos da agropecuária brasileira deverão se manter atrativos para os produtores rurais. Embora tenhamos também impacto nos custos dos insumos para a produção, o cenário aponta para maior capitalização do produtor, com menor dependência do crédito oficial, criando condições favoráveis para as próximas safras
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Excelência e rentabilidade
Cruzamento de bovinos garante qualidade e maciez da carne Cruzamento industrial permite até 25% de incremento na produtividade de bovinos, além de acelerar a obtenção de características exigidas pelo consumidor
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a hora de ir ao mercado comprar a carne para o churrasco, o consumidor mostra-se cada vez mais exigente e entendido do assunto. Para se ter um prato saboroso, encontrar o corte ideal faz toda a diferença. A busca por cortes especializados que atendam às aspirações dos consumidores de carne bovina tornaram os frigoríficos mais rigorosos com os pecuaristas que fornecem a carcaça animal. Além das boas condições de manejo, características como eficiência reprodutiva, precocidade, capacidade de conversão alimentar e velocidade de ganho de peso são essenciais nos animais criados em qualquer propriedade que pretenda se manter no mercado e ser rentável. Por tudo isso, a busca por novos caminhos para pecuária tem sido uma constante
no país. Uma das fórmulas encontradas para o sucesso é o cruzamento entre raças zebuínas e raças europeias de corte, ou seja, o cruzamento industrial. Os especialistas apontam que um dos benefícios gerados pela utilização do cruzamento industrial é poder explorar os efeitos da heterose ou vigor híbrido, que podem estar relacionados, não só no aspecto produtivo - ganho de peso, peso de carcaça, fertilidade, precocidade-, mas também no aspecto qualitativo da carcaça - melhor acabamento, marmorização e maciez. De acordo com o médico veterinário da Epagri de Tubarão, Marcelo Bortolan, atualmente o Brasil é líder mundial nesta tecnologia em bovinos, através do cruzamento do rebanho de fêmeas Nelore adaptadas ao clima tropical com machos
Cruzamento industrial no gado de corte é uma novidade na região, mas vem ganhando espaço
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Angus, principalmente através de inseminação artificial. “Isso é o mais comum, mas nada impede que possam ser usadas outras raças”, detalha o veterinário e ainda acrescenta que o vigor híbrido se manifesta no resultado do cruzamento, complementando a adaptabilidade dos zebuínos ao ambiente tropical, com a alta capacidade das raças especializadas de corte europeias que produzem carne de qualidade rapidamente. “Quando o acasalamento é feito entre animais de grupos genéticos diferentes, como taurinos e zebuínos, a média do valor genético da progênie será superior ao valor genético dos pais”, detalha. As raças mais usadas no Brasil são as fêmeas zebuínas Nelore e Bhraman/ macho europeu Angus, Hereford, Limosin.
Procura do mercado atrai produtores para o cruzamento industrial de animais
Cenário favorável à produção de carne bovina A qualidade da carne do animal proveniente do cruzamento industrial é superior em termos de acabamento, marmoreio e maciez. “Esse é o produto que os frigoríficos desejam e chegam a pagar bonificações aos criadores, desde que os animais sejam realmente precoces e uniformes no acabamento”, revela Bortolan. Para o médico veterinário de Gravatal, Lady Mikhael Agostinho, os animais de cruzamento industrial, desde que manejados de forma correta, possibilitam vários benefícios para cadeia como um todo, do produtor ao consumidor. “Além de permitir carcaças mais pesadas e melhor acabamento, o cruzamento origina carne com maior maciez”, explica o veterinário. O empresário José Tarciso Machado, de Tubarão, é proprietário de um supermercado e restaurante, e percebe a alta demanda por cortes diferenciados de carne. Ele também investe na criação de gado e há dois anos decidiu aderir ao cruzamento industrial dos bovinos. A propriedade conta com o cruzamento de raças europeias com asiáticas como Brahma com Aberdeen
Carne mais marmorizada e macia é um diferencial
e Red Angus. “O boi cruzado se adapta melhor em função do clima. Aqui faço a cria, recria e engorda e vejo a diferença. Com o cruzamento temos um gado diferenciado, com carne marmoreada e macia em função da qualidade e precocidade”, explica o empreendedor. José Tarciso destaca que parte dos pe-
cuaristas da região migrou para outras atividades, mas com a demanda em alta estão retomando os investimentos no setor. “Santa Catarina produz cerca de 22% da carne que é consumida no Estado. O mercado vive um bom momento e temos espaço para crescer”, salienta.
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Na hora do cruzamento, faça a combinação certa Ao adotar ou escolher as raças a serem utilizadas em um programa de cruzamento industrial, deve-se ter em mente primeiro os objetivos do cruzamento no sistema de produção. É necessário o conhecimento das características das raças, para escolher as que possam se adequar aos objetivos do sistema produtivo. Animais de raças de tamanho grande e musculatura grossa têm taxas de crescimentos maiores (maior ganho de peso), porém são mais tardias para acumular gordura na carcaça, permanecendo por tempo superior no confinamento, tendo maior demanda por alimento. As raças de tamanho pequeno e musculatura moderada apresentam menores ganhos, porém são mais precoces em termos de acabamento de carcaça. Em alguns sistemas de cruzamento, o uso de raças de porte maior, com acabamento tardio, pode ser mais interessante do ponto de vista econômico, pois tais raças atingem maior peso de carcaça, devendo-se levar em conta no plano nutricional a maior exigência destes animais. Por outro lado, raças terminadas precocemente, com peso mais leve e maior quantidade de gordura na carcaça, podem ser mais viáveis, principalmente do ponto de vista nutricional, pois o consumo de alimentos é menor. A combinação entre raças de maior porte e de pequeno porte podem prover animais com carcaças mais pesadas e boa cobertura de gordura. A estratégia com que se realiza os cruzamentos depende dos objetivos de cada propriedade
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Pesquisa aponta sucesso na produção com substrato Em trabalho de conclusão de curso, agrônoma Vania Nuernberg, estuda o sucesso na produção de rúculas em pequenos locais 16
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pressão gerada pelo crescimento populacional mundial, aliada a limitações no uso de solo e água na produção de alimentos, tem sido apontada como um dos fatores geradores da crise de alimentos saudáveis no mundo. Adicionalmente, o meio rural também vivencia escassez de mão de obra, gerado por inúmeros fatores, entre os quais: econômicos, sociais e ambientais. Nesse sentido, o desenvolvimento de sistemas de produção que reduzam os impactos sobre o meio ambiente, bem como melhoram e humanizam o ambiente de trabalho, são fundamentais.
A estudante de Agronomia, do Unibave, Vania Nuernberg, sob a orientação do professor Darlan Rodrigo Marchesi desenvolveu o estudo “O cultivo da rúcula, em substrato à base de composto de aves, como alternativa para a redução de fertilizantes químicos”, que apontou o sucesso da produção. De acordo com o estudo, realizado em 2015, o cultivo suspenso de olerícolas, hidropônico, introduzido por volta de 1860 tem sido adotado por inúmeros agricultores como forma de promover maior rentabilidade, melhorar a produtividade e o ambiente de trabalho. Essa tecnologia demanda
Vantagens do cultivo De acordo com Vânia, o cultivo em substrato, também conhecido como semi-hidropônico, vem sendo utilizado por agricultores familiares pelas vantagens de não precisar fazer rotação das áreas de produção, prática necessária para reduzir a incidência de doenças e pragas, pela facilidade de manejo – ergonomia - e possibilidade de produzir alimentos de forma sustentável, sem o uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos. Partindo desse princípio, foi desenvolvido um experimento, no município de São Ludgero, utilizando substrato à base de composto de aves, e outro, à base da cinza de casca de arroz, onde foram irrigados com biofertilizantes. “O objetivo foi avaliar qual substrato seria mais adequado para o cultivo da rúcula, em sistema semi-hidropônico, como alternativa para redução dos fertilizantes químicos. O delineamento experimental foi fatorial, 3x2, com parcelas distribuídas inteiramente casualizadas com quatro repetições, cujos
elevado conhecimento de fundamentos de fitotecnia e nutrição de plantas, podendo, em muitas situações, resultar em dificuldades de produção, aliado ao uso de insumos solúveis que podem causar danos ao meio e aos alimentos produzidos. Assim, o cultivo suspenso de olerícolas com nutrição orgânica ainda é um desafio, necessitando de estudos que compatibilizam o uso de substratos adequados e a nutrição baseada em biofertilizantes orgânicos. Tais insumos podem ser produzidos na própria propriedade rural familiar, colaborando com a redução de insumos externos.
Plantas foram acondicionadas sobre “travesseiros” onde foram colocados os compostos
fatores foram níveis de nutrição com biofertilizantes e composição de substratos, totalizando 24 parcelas”, explica a estudante que salienta que as variáveis analisadas foram peso fresco, peso seco, altura da planta, tamanho e peso da raiz e, tamanho aos 25 dias. “As plantas foram acondicionadas sobre as “sacolas/travesseiros” (slabs), dispostas em bancadas, onde foi adicionada a mistura de composto de aves e cinza de casca de arroz. A nutrição das plantas realizou-se através da fertirrigação com duas doses diferentes de biofertilizante”, completa. Após vários estudos, a estudante chegou à conclusão que o experimento mostrou que a cinza da casca de arroz irrigada com biofertilizante a 10%, apresentou melhor desempenho e média estatisticamente sobre as do composto de aves, porém os resultados são preliminares e estudos mais aprofundados podem ser conduzidos para obtenção de melhores resultados.
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Durante estudos, pesquisadora concluiu que o substrato da cinza feito da casca de arroz for 10% mais biofertilizante respondeu significativamente superior em todos os tratamentos
Após análises, Os resultados O trabalho realizado pela acadêmica Vânia Nuernberg foi desenvolvido no período de junho de 2015 a outubro de 2015, conduzido em uma propriedade agrícola, no interior do município de São Ludgero, Santa Catarina. Para o desenvolvimento do trabalho utilizou-se o delineamento experimental fatorial 3x2, com parcelas distribuídas inteiramente casualizadas com 4 repetições, cujos fatores foram níveis de nutrição com biofertilizantes e composição de substratos, totalizando 24 parcelas. Os tratamentos constataram o cultivo da rúcula em: composto de aves fertirrigado com biofertilizante a 10%, composto de aves fertirrigado com biofertilizante 20%, composto de aves irrigado com água, cinza de casca de arroz carbonizada fertirrigada com biofertilizante a 10%, cinza de casca de arroz carbonizada fertirrigada com biofertilizante a 20% e cinza de casca de arroz carbonizada irrigada com com água.
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O substrato, à base de composto de aves, foi preparado utilizando cinza da casca de arroz e composto de aves poedeiras na proporção 3:1. Os ingredientes foram, adequadamente, misturados até obter um substrato uniforme. O substrato, casca de arroz carbonizada (cinzas), foi usado puro, originado de agroindústria cerealiasta de arroz da própria região do estudo. O preparo do biofertilizante anaeróbio foi realizado em um recipiente plástico com capacidade para 200 litros, onde se misturou 120 litros de água, 20 kg de esterco fresco de gado e 10 kg de esterco fresco de galinha. Os ingredientes foram colocados no tambor e fechado, colocando-se um respirador e instalando-se uma mangueira com a ponta submergida num recipiente com água, impedindo a entrada de ar no sistema, para que ocorra a fermentação anaeróbica deixando em repouso por 30 dias. “Analisando os resultados num todo,
o substrato cinza da casca de arroz 10% mais biofertilizante respondeu significativamente superior em todos os tratamentos, mas os resultados são preliminares e estudos mais aprofundados devem ser conduzidos para obtenção de melhores resultados e dosagens”, adverte Vânia que ressalta que a cinza da casca de arroz, por ser um material praticamente inerte, porosa, se adéqua a várias soluções nutritivas, já vem sendo usada há vários anos por muitos agricultores pelo baixo custo. Apesar de ter apresentado resultados inferiores, o composto de aves é um ótimo fertilizante orgânico, por possuir pH mais alto deve ser considerado no momento da aplicação pois tem potencial corretivo, devido à alimentação das aves. “O mais importante é a adaptação dos materiais alternativos que estão disponíveis na propriedade ou na região em locais onde, por algum motivo, não é possível ou viável fazer agricultura convencional”, completa.
Avicultura forte em São Ludgero favorece a pesquisa A escolha pelo composto de aves, de acordo com Vania, aconteceu pela disponibilidade do material em São Ludgero, já que o município detém o título de maior produtor de ovos de Santa Catarina, com boa parte dos sistemas de produção de ovos automatizada. O manejo desses dejetos merece destaque atualmente como uma preocupação a mais aos produtores do setor. “Desta forma, a produção de dejetos deve ser gerenciada como parte importante dentro do processo produtivo e nunca ser negligenciado, pois poderá se tornar um grande passivo do empreendimen-
to”, comenta a agrônoma. “O uso não controlado de dejetos como fertilizante traz sérias consequências ao meio ambiente, como a fertilização excessiva do solo, com alto teor de nutrientes, resultando em contaminação de águas subterrâneas e eutrofização de águas superficiais”, salienta a pesquisadora que lembra, ainda, que as vantagens da compostagem é um produto estabilizado rico em nutrientes, liberando-o gradativamente. O composto orgânico estabilizado é o produto final da compostagem e apresenta características específicas que o
determinam como um material adequado ao uso como fertilizante no solo. (IN 25/2009 do MAPA) No experimento foram utilizados dejetos de aves compostados pelo produtor Silvio Fuchter Schlickmann. Com um plantel de aproximadamente 50 mil aves, de acordo com o produtor, são produzidos cerca de 50 toneladas de composto orgânico por mês. “A geração do composto é constante e o processo de cura leva em torno de 120 dias”, informa Silvio que explica que o material é comercializado para empresas de jardinagem e para o uso na agricultura
Vania contou com a parceiria do produtor Silvio Fuchter Schlickmann que cedeu o composto orgânico gerado na sua propriedade www.negocioagro.com.br
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Consumidor exigente
Novas tecnologias de produção aumentam qualidade da carne suína Conservação de sêmen suíno garante ganho de produção e reduz custos aos produtores. Técnica é utilizada vastamente na região
A
suinocultura está em constante evolução na busca de novos métodos para atender à demanda principalmente do mercado externo. Atualmente, a carne suína é a carne animal mais consumida no mundo, representando um total de 39%. A necessidade de atender às exigências do mercado consumidor, no que diz respeito à qualidade da carne e teor de gordura na carcaça, é a principal responsável pelo progresso genético nessa área, na espécie suína. Para atender à demanda, a suinocultu-
ra moderna cada vez mais utiliza a Inseminação Artificial (IA) como componente do manejo reprodutivo. A grande difusão da IA deve-se principalmente ao surgimento de linhagens genéticas de machos terminais que agregaram às carcaças de seus descendentes as qualidades exigidas pela tipificação instituída na indústria de carnes. Os especialistas afirmam que a inseminação artificial trouxe benefícios pela difusão rápida de características desejáveis no rebanho como a melhora de ganho de peso e conversão alimentar, menor deposição de gordura e
Para ter uma evolução da genética e da qualidade dos suínos, produtores apostam na inseminação
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melhor qualidade de carcaça, melhor aproveitamento de machos geneticamente superiores e redução dos custos de produção. Com a utilização dessa técnica, fica inviável a utilização da monta natural nas granjas, sendo necessária a conservação adequada do sêmen suíno para reprodução. De acordo com o médico veterinário Alex Heidemann Freitas, com a conservação de sêmen consegue-se utilizar melhor os machos com maior valor genético que darão o resultado desejado no final da cadeia, que é o abate.
Conservação de sêmen suíno exige cuidados
Conservação do semên na temperatura certa é essencial para a qualidade do produto
Hoje, praticamente 100% das granjas utilizam a conservação de sêmen. Algumas propriedades possuem central de coleta de sêmen dentro da própria granja, e outras recebem o sêmen de centrais especializadas na produção. Para o acondicionamento de sêmen é utilizado bisnaga ou blister. Já existem diluentes que mantêm a qualidade do sêmen por três até nove dias. Este sêmen depois de preparado vai para a conservadora, devendo ficar entre 16º e 18ºC. O médico veterinário Alex Heidemann Freitas explica que esta seria a média ideal, pois, é nessa temperatura que os espermatozoides diminuem sua atividade ao mínimo sem danos à sua estrutura. “Temperatura mais baixa que 16ºC ou mais alta que 18ºC, as estruturas do espermatozoide começam a se danificar e diminui a qualidade do material na hora da inseminação”, esclarece. O suinocultor Norivaldo Meurer Schulter, de Braço do Norte, está no setor, há mais de 13 anos, e afirma que as novas técnicas facilitam o manejo nas granjas. “Quando comecei a reprodução era feita com monta natural. O processo era mais demorado e trabalhoso. Com a inseminação artificial, o processo é facilitado”, garante o produtor. Para o suinocultor Gustavo Meurer Müller de Braço do Norte, a conservação de sêmen na granja é o que vai garantir uma produção de qualidade. “Adquirimos uma conservadora de sêmen em que ficam armazenados na temperatura certa. Percebemos que vale a pena investir na compra da dose com um material genético de qualidade e garantir a produção das matrizes”, observa. Assim como Gustavo e Norivaldo, alguns produtores adquirem o material em centrais especializadas de sêmen, outros coletam dentro da própria granja.
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Confira Como funciona o processo De acordo com o técnico agrícola Dauto Pacheco Filho, a produção de sêmen pode ser interna, onde a coleta e processamento ocorrem na própria granja servindo somente para uso interno, não podendo ser comercializada. Já a externa, ocorre em centrais comerciais, que devem seguir todas as exigências legais e sanitárias para a produção e comercialização de sêmen. No caso da produção em centrais comerciais, a coleta é feita em períodos entre 3 a 7 dias por reprodutor. O ejaculado é avaliado quanto a sua motilidade, movimento progressivo, temperatura, aglutinação, coloração e concentração, que vão determinar o número de doses. Após a avaliação, é feita a diluição em diluente previamente preparado, conforme o número de doses
determinados pela concentração. Uma nova avaliação é feita após a diluição e, sendo aprovado, é feito o envase. Após o envase, coloca-se o rótulo em cada dose, identificando o reprodutor, tipo de dose, data do processamento e validade. O material vai para o resfriamento gradativo, e, em torno de uma hora, atinge a temperatura de conservação, que deve estar entre 15 a 18°C (ideal 17°C). O transporte deve ser feito também na mesma temperatura. Uma vez na conservadora da propriedade onde serão utilizadas, as doses devem permanecer na temperatura indicada, devendo ser remexidas por pelo menos duas vezes ao dia, para evitar a deposição dos espermatozoides, evitando assim perda da qualidade das doses
Algumas propriedades possuem central de coleta, outras compram direto de empresas especializadas
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Dica Para conquistar uma boa conservação do sêmen suíno a dica do médico veterinário Alex Heidemann Freitas é adquirir uma conservadora adequada. Em caso de dúvida, procure um profissional da área que disponibilize atualizações.
Importante A conservação vai até o momento da inseminação. Logo, a caixa utilizada para transportar o sêmen deve ter gelo gel com a mesma temperatura do material.
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COLHEITA
Uva como principal fonte de renda Mesmo com as dificuldades climáticas, produtor comemora o resultado da safra de uva
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viticultura brasileira ocupa, atualmente, área de 81 mil hectares, com vinhedos desde o Extremo Sul até regiões próximas à Linha do Equador. Com a produção em crescimento e com potencial para expansão, a cultura tornou-se alternativa para vários produtores do sul catarinense. O jovem Krishnamurti Balbinot, formado em Administração em Agronegócios, encontrou na produção de uvas uma fonte de renda para a sua família. A ideia do cultivo partiu do seu pai, o publicitário Erasmo Balbinot. Nascido em Flores da Cunha, no Rio Grande do
Sul, onde a família cultivava vinhedos, Erasmo voltou às suas raízes. Em 2008 entraram no mercado da vitivinicultura e hoje, com a produção comandada pelo filho, o foco é a qualidade do produto. “Possuímos duas propriedades, uma localizada na comunidade da Sanga da Areia, em Gravatal, e outra na comunidade de Rio das Furnas, em Orleans, sendo esta segunda a principal”, detalha Krishnamurti. Nas duas propriedades, o cultivo é exclusivo de uvas Niágara Rosada que, segundo o produtor, é uma uva bastante consumida e com um manejo que se adapta bem à nossa região. “A produ-
Produção de uva, iniciada pelo pai de Krishnamurti, é responsável pelo sustento da família do produtor, que se dedica exclusivamente à viticultura
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ção vai principalmente para o litoral. Atendemos algumas redes de mercados localizadas em Florianópolis, Palhoça, Imbituba, Laguna, Garopaba e Guarda do Embaú”, revela. Há oito anos na produção de uvas, hoje a viticultura move a economia da família de Krishnamurti, que é casado e tem um filho. “A grande iniciativa partiu realmente do meu pai. Porém, ele é proprietário de um agência de publicidade e propaganda em Florianópolis. Com isso, a renda dele é de lá. Já eu trabalho exclusivamente com a produção de uva, que se torna a única fonte de renda de minha família”, salienta.
Surpresas na hora da colheita Num aspecto geral, a vitivinicultura do sul do Brasil amarga a queda na produção. De acordo com o técnico da Epagri, Bruno Marques Felippe, uma soma de fatores climáticos resultou numa perda de até 60% da produção em algumas propriedades. “A videira é uma planta que necessita de horas de frio, com temperaturas abaixo de +7,2ºC, durante o inverno, e o inverno passado tivemos médias altas nunca ocorridas antes, resultando em uma brotação insatisfatória. Em segundo lugar, tivemos um frio intenso entre setembro/ outubro coincidindo com o estágio de plena brotação e floração, prejudicando assim a atual safra. Um terceiro ponto que ressalto é que tive-
mos uma primavera muito chuvosa, chegamos a atingir mais 50 dias de precipitações seguidas, aumentando a incidência de doenças fúngicas e elevando o custo de produção”, pontua o técnico. Bruno, que também é produtor de uvas Niágara Rosa, em cerca de duas hectares que ficam na comunidade de Azambuja, em Pedras Grandes, usa o seu exemplo para mostrar a queda na produção. “Este ano atípico, que inesperadamente nos atingiu, em razão dos problemas climáticos, interferiu decisivamente na produtividade apresentada. Meu histórico de produção, nessa área de duas hectares, foi sempre em torno de 50 a 60 toneladas. Este ano colhi
apenas 20 toneladas”, revela Bruno. Já a produção de Krishnamurti não foi tão atingida. Após três meses de colheita, que foi realizada entre dezembro e fevereiro, o viticultor, que possui uma produção em torno de 70 toneladas, relata que teve uma queda na produção de no máximo 10%. “Os efeitos climáticos de El Niño foram sentidos em diversos aspectos. No entanto, com o auxílio de técnicas agrícolas foi possível alcançar a expectativa”, mas Krishnamurti revela um segredo que pode ter sido fundamental para o sucesso. “Trabalhamos com cultivo protegido em nossas videiras, trazendo segurança para produção e redução do uso de agrotóxicos
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Depois da chuva... os prejuízos Safra de fumo teve pagamento recorde de indenizações devidos às perdas em virtude das condições climáticas
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s chuvas que atingiram o sul do Brasil entre setembro e novembro 2015, castigaram a produção agrícola do Estado de Santa Catarina. De acordo com levantamentos da Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, as perdas calculadas pelo Cepa/Epagri atingiram o montante de R$ 634 milhões. Para se ter uma ideia, entre 15 setembro e 10 novembro, Santa Catarina registrou 51 dias de chuva. Alto volume de precipitação, somado à baixa luminosidade, causaram danos irreparáveis em várias culturas agrícolas. Na fumicultura, os produtores também sentiram o prejuízo real. De acordo com o inspetor de fumo da filial de Braço do Norte da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Hilário Boing, as chuvas, que em alguns casos vieram acompanhadas do granizo, resultaram numa perda de 20% na safra do tabaco. Uma das explicações para as intempéries climáticas se deve à atuação com força do El Niño no mês de outubro, quando a lavoura do fumo estava no auge. “O fenômeno já estava previsto, mas não se imaginava que ele viria com tanta intensidade. O volume de chuvas foi acima do normal. Felizmente, quem conseguiu se prevenir não sofreu tantos danos na lavoura. Mas tivemos casos de produtores que perderam toda a safra”, detalha Hilário. Um dos casos foi do produtor orleanense Valeri Vargaski que teve toda a safra de 35 mil pés de tabaco comprometida após as chuvas de outubro. “Fiz uma safra para colher 7 mil quilos de fumo, mas perdi tudo. Consegui recuperar apenas alguns pedaços, mas que não têm valor comercial”, revela Valeri que conta que a indenização recebida significa cerca de um terço do valor que ele receberia se entregasse a produção às empresas fumageiras. Já quem realizou a prevenção, ainda conseguiu recuperar os possíveis prejuízos. De acordo com Hilário, o manejo adequado do solo, com adubação verde e camaleões altos, foram fatores benéficos aos produtores. “O produtor mais atento e prevenido teve maior êxito”, completa o inspetor da Afubra.
Na propriedade de Valeri, após chuva de granizo, produtores tiveram a perda total da plantação
Indenizações históricas Não foi apenas os produtores de Santa Catarina que sofreram com as intempéries do tempo. Conforme dados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), nos três Estados do Sul do Brasil – Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná – 22 mil produtores foram atingidos com as chuvas e precisaram receber as indenizações em virtudes das perdas. “Estes números só não foram piores pois nos meses de dezembro e janeiro, que historicamente
são marcados pelas enxurradas, não tivemos tantas incidências de chuvas e granizo”, analisa Hilário. Apesar do pagamento das indenizações, os produtores amargam o prejuízo. “Se a safra não fosse comprometida, o lucro real seria bem melhor. Afinal, nenhum seguro paga o mesmo que o produtor receberia ao entregar o produto”, completa Mesmo com as perdas históricas, a safra ainda tende a ser boa, com produção de alta qualidade.
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Qualidade rende novo ânimo Entre as folhas de fumo, no processo de seleção das folhas que serão entregues às empresas fumageiras, o casal Nei e Janete Schmuller, de Braço do Norte, encontram ânimo para superar as perdas causadas pelas chuvas. E são exatamente nessas folhas que renascem o entusiasmo. Após a colheita, o casal percebeu que terá uma quebra em cerca de 15% da produção. Por outro lado, comemora a qualidade da planta cultivada nesta safra. “Pelo que tenho acompanhado, na região, a perda vai ficar na média de 30%. Como plantamos mais no cedo, usamos camaleões mais altos não fomos prejudicados. No período das chuvas, nossa plantação já estava alta e estávamos colhendo o nosso fumo. Além disso, nosso terreno tem a vantagem de ser mais inclinado, ou seja, quando chovia, logo a água escorria e não ficava empossada”, explica Nei que acredita que a perda na produtividade em quilos será tirada na diferença do preço na hora da venda. “Nossa esperança é que mesmo com a quebra na produção, tenhamos uma rentabilidade maior, pois a qualidade está muito boa”, analisa.
Casal Janete e Nei esperam que safra seja mais rentável em virtude da qualidade apresentada pelo fumo
Reuniões terminam sem acordo para tabela de pagamentos Até o fechamento desta edição, as reuniões individuais realizadas entre a Comissão Representativa dos Fumicultores e as empresas fumageiras terminaram sem acordo. Se por um lado as entidades estavam dispostas a reduzir o seu percentual de reajuste solicitado, que era de 17,7%, para 12,8%, para garantir a assinatura do protocolo, do outro lado, nenhuma das empresas recebidas alcançou este patamar. Isto inviabilizou um acordo e a assinatura do protocolo. “Novamente as empresas mostraram-se insensíveis frente às necessidades dos produtores de tabaco. As entidades entenderam por bem reduzir o percentual solicitado e aplicar somente o custo
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de produção para garantir uma melhor base de início de negociação para a próxima safra. Até porque, as empresas fumageiras têm custos diferentes umas das outras e já compram a atual safra aplicando bem mais do que o percentual de reajuste oferecido às entidades. O produtor já vem recebendo bem pelo seu produto, o que é positivo, mas, sem formalizar estes valores pagos na tabela, a negociação da próxima safra já fica prejudicada”, revelam os dirigentes das entidades. A Comissão representativa dos fumicultores - federações da Agricultura (Farsul, Faesc e Faep) e dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) dos
Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, e a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra)-, recebeu as empresas fumageiras JTI, Souza Cruz, Philip Morris, Universal Leaf, China Brasil Tabaco, Premium Tabacos, CTA e Alliance One, na sede da Afubra, em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. No entanto, as primeiras negociações mostravam que o valor pago ao produtor era um pouco mais animador. Isso foi possível graças à qualidade dos produtos entregues. “O valor pago fica dentro do esperado, com valores melhores do que os praticados na última safra”, completa Nei Schmuller
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Diversificação
“Herança” de pai para filho Família de Grão-Pará mantém os laços no campo e investe na diversificação da propriedade
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o chegar à casa da família Alberton, em Grão-Pará, o visitante é recebido de braços abertos e com um bom bate-papo. Quando seu Ivo Alberton fica sabendo que a visita quer falar sobre a sua propriedade, os olhos brilham, o sorriso fica mais aberto e ele logo chama o filho Isaías para participar da conversa. Afinal, ali as decisões são tomadas em conjunto. Vindo de uma família de 10 irmãos, com poucas condições financeiras, Ivo Ascari Alberton casou em 1978, aos 19 anos, com a dona Hirma. Tiveram dois filhos, Ivani e Isaías. Trabalhou como meeiro e recebeu como herança sete
hectares de terra. No segundo ano, colocou a sua primeira estufa de tabaco na propriedade. Hoje, a propriedade de Ivo conta com 100 hectares, com reserva legal de 20% e Cadastro Ambiental Rural realizado. Com orgulho, ele conta que cuida com carinho de uma nascente, com mata ciliar onde, inclusive, colégios levam os alunos para estudos e estágios. Outro motivo que faz o sorriso do produtor se abrir ainda mais é o corredor de mata nativa que ele e a família estão organizando nas divisas da propriedade. “Nossa intenção é cercar toda a propriedade com mata. Vai ficar muito bonito e bom para nós e para o meio
ambiente”, garante. Plantador de tabaco durante toda a sua vida, seu Ivo garante que a sua propriedade sempre foi diversificada, com a agricultura de subsistência. Com o crescimento do filho Isaías – a filha é casada e saiu da propriedade - há 16 anos incrementou a propriedade com a produção de leite. Atualmente são 150 animais, 68 deles na produção, toda mecanizada. Além disso, continua com o tabaco, a agricultura de subsistência, milho para silagem, peixes e eucalipto. “Tudo o que temos hoje é em virtude do cultivo do tabaco que sempre produzimos cuidando da qualidade”, enfatiza Ivo. Revista Expoagro Afubra
Família Alberton quer manter as raízes firmes na atividade rural 30
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Sucessão garantida com interesse A sucessão na propriedade de Ivo e Hirma está garantida. O filho Isaías e a nora Cleimara trabalham lado a lado com o casal. Aliás, o interesse de Isaías pela propriedade começou quando ainda era criança. Aos 10 anos de idade o garotinho “se meteu” num negócio que o pai estava fazendo com os animais. Hoje a lembrança faz seu Ivo sentir orgulho e pai que destaca que, desde ali, sem deixar os estudos de lado, Isaías sempre esteve ao seu lado. “Temos que incentivar e dar oportunidade aos jovens para que eles se interessem e permaneçam no campo”,
acredita o grão-paraense. Por isso, todas as definições e decisões do que fazer e de como deixar a propriedade sustentável são tomadas em conjunto, entre os dois casais. E as responsabilidades, ao mesmo tempo que divididas, são assumidas conjuntamente. Dona Hirma, por exemplo, gosta das lidas no tabaco. Já a nora é a grande responsável pelo gado leiteiro. Seu Ivo e Isaías tomam conta de todo o resto da propriedade. Os planos para o futuro são um pouco diferentes para os casais. Seu Ivo comprou terreno na cidade e preten-
Propriedade iniciou com a produção de tabaco e hoje conta com várias atividades, entre elas oa gado de leite
de construir uma casa para quando “a velhice chegar”. Ele só precisa convencer a dona Hirma que, por enquanto, reluta em deixar o trabalho na propriedade. Já Isaías e Cleimara querem manter e aprimorar a propriedade. Para isso, investem em cursos de qualificação e na melhoria genética do plantel de gado leiteiro. Se depender destes dois casais, a propriedade continuará crescendo para a pequena Taís, que nasceu em novembro de 2015, para a alegria dos pais Isaías e Cleimara e dos avós Ivo e Hirma
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Monitoramento
Dê olho na qualidade dos orgânicos
Santa Catarina está entre os principais produtores de orgânicos do Brasil
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mercado voltado aos consumidores que buscam uma alimentação saudável, e dão preferência para os alimentos orgânicos, está em crescimento e este ano deve movimentar R$21 bilhões no Brasil, segundo a consultoria Euromonitor. A forte presença da agricultura familiar em Santa Catarina favoreceu o fortalecimento da produção orgânica e hoje disputa com Minas Gerais a quarta posição no ranking nacional do cultivo de orgânicos, com 40 a 60 mil toneladas anuais de hortifruti no mercado. Segundo a presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), Marly Winckler, Santa Catarina se destaca na rota do consumo saudável no Brasil por apresentar características que favorecem a qualidade de vida e o contato com a natureza. No entanto, recentemente, alguns produtores do Estado foram alvos de denúncias por venderem alimentos com uso de agrotóxico como se fossem orgânicos. Diante deste panorama, a Secretaria da Agricultura e da Pesca, Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e Superintendência Estadual do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) se uniram para intensificar a fiscalização de produtos orgânicos em Santa Catarina. A intenção é unir esforços para evitar fraudes na produção de orgânicos, que podem comprometer a imagem do setor. O secretário da Agricultura, Moacir Sopelsa, lembra que Santa Catarina tem ações diferenciadas do país no controle aos produtos vegetais orgânicos, o que dá confiabilidade ao setor. Hoje o Estado conta com o Programa de Monitoramento da Produção Orgânica, que analisa os produtos orgânicos tanto nas propriedades como nos pontos de comercialização e, em três anos, constatou-se que 95% dos produtos denominados de orgânicos estão totalmente isentos de agrotóxicos. “A produção de orgânicos é uma alternativa de renda importante para os agricultores catarinenses, e as fraudes encontradas no setor são casos isolados que não podem comprometer o trabalho sério de mil famílias em todo o Estado”, afirma Sopelsa.
Programa de Monitoramento da Produção Orgânica Santa Catarina possui o principal programa do país voltado para o controle da sanidade de produtos vegetais orgânicos para verificar a presença de resíduos de agrotóxicos. O Programa de Monitoramento da Produção Orgânica é executado pela Cidasc, com o apoio do SC Rural, e, nos últimos três anos, já analisou mais de 1,4 mil amostras de produtos orgânicos de origem vegetal. O Programa faz o controle de treze culturas - batata, cenoura, maçã, cebola, alface, banana, feijão, arroz, tomate, repolho, pimentão, moran-
go e brócolis - em todas as regiões do Estado. O gerente de Fiscalização de Insumos Agrícolas da Cidasc, Milton Luiz Breda, explica que desde 2012, são coletadas 375 amostras de produtos orgânicos, por ano, em supermercados, quitandas, feiras, pontos de venda e nas propriedades rurais. As amostras coletadas são analisadas por um laboratório creditado pelo Inmetro. Os exames analisam a presença de 257 princípios ativos de agrotóxicos e, caso haja alguma irregularidade, o Ministério da Agricultura é acionado para realizar a
fiscalização na propriedade rural ou ponto de venda. Uma cópia dos laudos é encaminhada ao Ministério Público de Santa Catarina para que sejam tomadas as devidas providências. Segundo Breda, o Programa tem sido bem aceito pelos agricultores catarinenses já que traz segurança aos produtores de orgânicos. “Estamos afastando do mercado produtores que se dizem orgânicos, porém não seguem as normas exigidas em legislação. Assim, estamos valorizando os que produzem corretamente”.
Produção de Orgânicos em Santa Catarina A produção orgânica cresce no país num ritmo de 15% a 20% ao ano. Em Santa Catarina estima-se que sejam mil famílias dedicadas à produção orgânica principalmente na Grande Florianópolis e na região sul, como Santa Rosa de Lima, que é considerada a Capital Catarinense da Agroecologia, de Lages e de São Joaquim. Dos produtos orgânicos consumidos em Santa Catarina, 87% são produzidos no próprio Estado
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Vem aí...
Tops do Agronegócio serão conhecidos durante a feagro Pesquisa será realizada com os assinantes da Revista NegócioAgro e ganhadores serão revelados durante a Feagro 2016
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busca pela excelência no que se faz está a cada dia mais em evidência. No agronegócio também é assim. Se você tem em mente que uma propriedade rural é aquela que tem algumas vaquinhas no pasto, com o serviço todo braçal, que tem à frente dos negócios pessoas matutas e sem conhecimentos, é preciso rever os seus conceitos. Hoje os produtores rurais são verdadeiros empresários do campo, que utilizam sua visão para empreender e desenvolver ainda mais o local que vivem e tiram seu sustento. Na região, vários produtores e profissionais têm se destacado e
ganhado respeito no mercado. Pensando nisso, a Revista NegócioAgro quer premiar esses empreendedores destaque com o prêmio Top do Agronegócio. A premiação é semelhante ao Top de Mídia, realizado há 11 anos em Braço do Norte, e que também é um produto do grupo FM3, mesma empresa proprietária da Revista NegócioAgro. Os assinantes da revista é que terão a missão de eleger os profissionais e produtores que são merecedores do troféu, que é realizado pela primeira vez este ano. Os ganhadores serão conhecidos durante a realização da Feagro 2016, em Braço do Norte.
Como será realizada a pesquisa Com a lista dos assinantes da Revista NegócioAgro, que está na sua 09 edição e está há mais de um ano em circulação em todo o Vale de Braço do Norte, funcionários da equipe FM3 terão a missão de ligar para os assinantes e registrar a opinião de cada leitor. Só poderão votar os titulares das assinaturas. Se você ainda não possui a assinatura da revista, mas quer garantir a participação na votação, não perca seu tempo. Ligue para (48) 3651 2700 e assine a revista que está em contato direto com o produtor rural.
Troféu leva o nome de Edésio Oenning O primeiro Top de Mídia do Agronegócio entregará aos destaques do campo o troféu que homenageia o empresário rural, ex-vice-prefeito de Braço do Norte, e líder agrícola Edésio Oenning. A escolha pelo seu nome, de acordo com o diretor da FM3, Melito Schlickmann, não poderia ser mais justa pelo pioneirismo de Edésio no desenvolvimento do agronegócio do Vale. O braçonortense, com olhar visionário, foi um dos principais responsáveis pela vinda do gado Jersey, com apurada genética, para o Vale. Teve também importância fundamental para o desenvolvimento da suinocultura, assim como para a piscicultura e suas diversidades, iniciou a técnica da distribuição de dejetos e outras ferramentas para melhorar e aumentar a renda das famílias rurais. Para Edésio emprestar seu nome é um re-
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conhecimento que ele não esperava. “É uma honra muito grande. Desde cedo, tive a oportunidade de viajar por este mundo e vi coisas relacionadas à pecuária e à suinoculutura. Eu sempre digo que não sou um cara inteligente, mas soube copiar o que podia dar certo na nossa região. Não fiquei com este conhecimento só para mim. Tratei de compartilhar e, consequentemente, todos nós ganhamos”, relata Edésio que não esconde a sua alegria de emprestar o nome para o troféu Top de Mídia. “Nunca fiz nada pensando no reconhecimento, mas, se ele veio dessa forma, fico muito contente”, salienta Edésio que deu seus primeiros passos em busca de melhorias para a agricultura do Vale ao lado do saudoso empresário Aloísio Schlickmann. “Muito do que eu aprendi, foi ao lado do Aloísio, que era um homem sério, íntegro e visionário”, completa
Edésio foi responsável pela vinda do Jersey para o Vale
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GASTRONOMIA NA SUA CASA Ingredientes 1/2kg de filé de tilápia 1 envelope de tempero para aves, peixes e arroz Sal a gosto Salsa picada Azeite para untar Molho: 1/2 colher (sopa) de margarina 1 colher (sopa) de farinha de trigo 1 1/2 xícara (chá) de leite 1 colher (chá) de sal 3 colheres (sopa) de suco de limão 1 caixinha de creme de leite Como preparar
TIlápia é um dos peixes mais cultivados na região
Receita Filé de tilápia ao molho de limão
A tilápia é um dos peixes mais cultivados na região. Com uma carne saborosa, a tilápia tem o poder de conquistar várias pessoas. Confira essa receita da chefe Gizelle Volpato e delicie-se com um bom peixe.
Coloque os filés de tilápia em uma tigela, tempere-os com o tempero pronto, sal e deixe tomar gosto por alguns minutos. Corte pedaços de papel manteiga ou de alumínio e unte com azeite. Em cada pedaço de papel, coloque um filé, rodelas de cenoura e ervilhas tortas. Feche formando um envelope e leve ao forno médio (180º), pré-aquecido, por cerca de 20 minutos. Molho: Em uma panela, aqueça a margarina e doure a farinha de trigo. Junte o leite e misture bem, até engrossar. Misture o sal e o suco de limão. Desligue o fogo e misture o creme de leite até ficar homogêneo. Coloque o molho sobre os filés e a salsa picada sobre o molho e sirva. Bom Apetite!
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