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Leite fonte de vida Leite e seus derivados são fontes de proteínas e de minerais essenciais à promoção do crescimento e manutenção da vida para o ser humano
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Informe publicitรกrio
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Leia nesta edição 08. Entrevista Epagri celebra 60 anos de extensão rural e pesquisa agropecuária em Santa Catarina
12. Rastreamento Tornozeleira permite maior controle da produção em bovinos leiteiros
18. Previsão Inverno chega com baixas temperaturas e meteorologista alerta produtores
20. Rentabilidade Beneficiamento do peixe de água doce é alternativa para escoamento de procução
24. Qualidade São Ludgero caminha para ter 100% do esgoto tratado nas áreas rurais e urbanas
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30. Benefício Leite é fonte de vitaminas essenciais para a saúde do ser humano
14. Sementes
36. Novo prazo
Escolha da semente certa reflete numa maior e melhor produção
Proprietários de imóveis rurais têm até 05 de maio de 2017 para fazer o CAR
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artigo
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O novo papel dos Sindicatos Rurais
umentou de forma exponencial, nos últimos anos, o protagonismo do universo rural na vida econômica brasileira. O setor primário – tendo a agropecuária como destaque – tornou-se área de prestígio nacional, com reconhecimento, inclusive, da grande imprensa e da mídia especializada. No passado, produtores, empresários e lideranças rurais reclamavam do tratamento recebido da mídia nacional, ora preconceituoso, ora segregacionista. Não foi, porém, de forma gratuita que a agricultura e o agronegócio se tornaram pauta jornalística permanente. Em 2015, enquanto o PIB encolheu -3,8% e a indústria -6,5%, a agricultura cresceu +1,8%. A agropecuária ocupa 27% do território brasileiro e preserva 61% da vegetação, representa 23% do PIB, sustenta 25% dos empregos e responde por 46% das exportações – por isso, pode e deve influenciar o futuro do país. Essa nova e generosa presença nos meios de comunicação é consequência da compreensão que tem, agora, grande parcela dos profissionais de imprensa sobre a importância, a dimensão, a riqueza e as implicações socioeconômicas da agropecuária verde-amarela. Nesse cenário, é importante destacar o papel dos Sindicatos Rurais na organização do campo. Atuando como associação coletiva, com natureza privada, voltada para defender e incrementar os interesses coletivos profissionais e empresariais, os Sindicatos Rurais são, há décadas, a voz das comunidades rurais. Muito além das defesas classistas, as entidades sindicais dedicam-se a variadas missões, desde melhorias infraestruturais, como estradas, escolas, postos de saúde e eletrificação, até planos de incentivo à produção e programas de qualificação profissional. Nos últimos anos, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) desenvolve o programa Sindicato Forte, criado para melhorar o atendimento prestado aos produtores rurais. Algumas das colunas que sustentam esse programa são o treinamento de fun-
expediente Diretor Executivo Fernando Freitas Departamento Comercial Mara de Oliveira Coordenação de jornalismo Suellen Souza - editora / SC: 44851-JP Redação Camila Pimentel Colunista Diogo Schotten Becker – coordenador Departamento de Criação Jéssica Simiano - 0005168/SC Gabriela Rousseng Pricila Canedo Departamento Financeiro Ezequiel Philippi Revisão Ortográfica Maria Vanete Stang Coan
José Zeferino Pedrozo Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc)
cionários e dirigentes e o fomento de novas lideranças sindicais. Em Santa Catarina, os 97 sindicatos rurais filiados à Faesc participam ou participarão do programa. A atuação dos Sindicatos Rurais e dos produtores, aliada ao fantástico desempenho apresentado pela agropecuária, motivaram o Governo a adotar políticas específicas orientadas para elevar o potencial de produção e geração de renda e incrementar as divisas com exportações de produtos pecuários. Além da ampliação dos programas de custeio e investimento, foram lançadas novas linhas de financiamento. No passado, a vastidão continental do país e o célere processo de crescimento das cidades distanciaram o Brasil urbano do Brasil rural. Agora, a comunicação social, a defesa política do setor e o reconhecimento da mídia aproximaram esses dois mundos que, na verdade, devem ser inseparáveis.
Assinaturas Zula Coradelli Fone: |48| 3651 2700 Av. Felipe Schmidt, 2244. Sala 13. Centro - Braço do Norte - Santa Catarina CEP: 88750-000 contato@negocioagro.com.br
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NegócioAGRO é uma publicação bimestral da Folha o Jornal Editora Eireli EPP, CPNJ: 01.749.601/0001-64. Tem sua circulação dirigida ao produtor rural, casas agropecuárias da Comarca de Braço do Norte e as empresas que distribuem aqui seus produtos ou prestam serviço. Garanta o recebimento de seu exemplar: Assinatura anual: R$ 120,00.
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Feijão O mercado de feijão preto segue calmo e independente da grande diferença de preços em relação ao feijão carioca, as cotações se encontram estáveis. No mercado atacadista de São Paulo a saca do produto de melhor qualidade foi cotada, em média, a R$ 177,50, e o especial em R$ 162,50.
Soja
diogo schotten becker - Formado em Gestão de Agronegócios pela Unisul.
O Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou uma área de 33,3 milhões de hectares para a soja, com produção próxima de 103 milhões de toneladas.
Mercado Externo Milho O mercado de milho iniciou a semana com cotações na Bolsa de Chicago em alta, visto que houve uma perspectiva de clima mais seco no Meio-Oeste dos EUA e recuo do dólar no mercado internacional, tornando o produto norte-americano mais competitivo, favorecendo a possibilidade de exportação, podendo diminuir o estoque de passagem (Fonte Conab).
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giro pelo campo
- Especialização em Gestão de Empresas pelo Unibave. - Cursando Engenharia Agronômica pelo Unibave. Atualmente é produtor de suínos e gado de leite, professor do colégio agrícola e ex-diretor de agricultura de Braço do Norte. Fone: (48) 9634 6259 contato@negocioagro.com.br
Área de Plantio No Brasil, a Conab – Companhia Nacional de Abastecimento estima que a soja detém 62,0% da área plantada, e o milho, 29,0%. A participação do trigo e arroz é de apenas 3,8% e 5,3%, respectivamente. A área cultivada com os produtos é de 53,4 milhões de hectares, o que corresponde a 7,87% do total mundial.
Preço externo A consultoria francesa Agritel estima que a safra de trigo na Ucrânia deverá ser de 19,3 milhões de toneladas em 2016, isto é, inferior à colheita de 2015, que foi de 26,5 milhões, segundo eles, contra a estimativa do Usda de 27,3 milhões de toneladas. Esse prognóstico se baseia em um severo período de estiagem que gerou drástica redução da área plantada com trigo de inverno.
Citros A colheita da menor safra de laranja em quase 30 anos no cinturão citrícola (São Paulo e Triângulo Mineiro), segundo estimativa do Fundecitros, e os estoques de entrada baixos em 2016/17 devem resultar em menor volume de suco de laranja armazenado nas indústrias paulistas ao final da temporada. Cálculos do Cepea indicam que, caso a baixa produção se confirme, indústrias podem registrar, em junho de 2017, o menor volume de suco estocado desde 2010/11. O motivo para a forte queda na produção foi o aumento das temperaturas em outubro de 2015, que resultou em abortamento de parte dos chumbinhos da primeira florada. Para agravar a situação, as outras aberturas (2ª, 3ª e 4ª floradas) não foram tão significativas. Caso as indústrias optem por manter algum volume de suco em estoque, pode haver diminuição nas exportações de suco na próxima safra. Considerandose que a Flórida também pode colher a menor safra em 51 anos, a disponibilidade global de suco deve ser bem menor na próxima temporada, cenário que pode impulsar as cotações da commodity – e compensar (em receita em dólar) uma possível redução no volume a ser embarcado pelo Brasil. (Fonte: Cepea).
Preço Futuro A U.S. Wheat Associates e Trigonotícias informam que os futuros de trigo terminaram a primeira semana de maio com variação negativa de 5,21%, em relação à quarta semana de abril passando de US$170,95 para US$162,04. Essa variação se explica pelas melhores condições dos cultivos com chuvas nas planícies e a melhoria da demanda de exportações em um ambiente de abundante oferta mundial.
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entrevista
Epagri completa 60 anos de extensão rural e pesquisa em SC
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) conta 1,7 mil funcionários, enquadrados como extensionistas e pesquisadores Luiz Ademir Hessmann, presidente da Epagri, está na presidência da empresa desde 2009
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anta Catarina é hoje exemplo de modernidade no campo, sendo o quinto produtor de alimentos no Brasil, apesar de ocupar apenas 1,13% do território nacional. O Estado é líder nacional na produção de cebola, maçã, suíno e moluscos, sendo o segundo maior produtor de arroz e frango do país. A produção de leite segue uma tra-
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jetória de crescimento visível e constante. Grande parte desse resultado deve-se ao trabalho desenvolvido nos últimos 60 anos pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri). A empresa é uma referência nacional e até internacional em extensão e pesquisa rural. O trabalho da Epagri é desenvolvido com base no
tripé economia, ambiente e sociedade. Em seus 60 anos de história, a extensão desenvolveu para o Estado diversas tecnologias sociais. A extensão da Epagri colaborou não só para o desenvolvimento econômico, mas também social de Santa Catarina. Essa atividade foi a grande responsável por levar qualidade de vida para os camponeses catarinenses.
O que representa para você, como o atual presidente, os 60 anos de Epagri? E a que se deve todo sucesso? Hessmann - Representa um total acumulado de conhecimento em resposta e mostrando à sociedade catarinense, no que se refere ao agronegócio, à agricultura e a pecuária. E neste período buscamos estar cada vez mais atentos às demandas e sempre sincronizados com todas as cadeias produtivas do agronegócio em Santa Catarina. Representa além de um conhecimento, não só do tempo de trabalho, mas também reconhecimento do trabalho do dia a dia. Eu assumi a Epagri em 05 de fevereiro de 2009, assim nossa empresa construiu neste tempo uma grande equipe. Sempre temos o princípio de que “uma andorinha só não faz verão”, então o que vale é a equipe que a Epagri tem. Eles sim fazem o diferencial junto ao agricultor e à família do agricultor na propriedade rural. O nosso corpo funcional é comprometido com o que desenvolvemos. O colaborador da Epagri tem a responsabilidade de buscar o maior número de respostas efetivas para aqueles problemas que aparecem no dia a dia. O maior sucesso, não tenho dúvida de afirmar e reafirmar, é o comprometimento com o nosso colaborador. O que você acredita ser o diferencial da Epagri? Hessmann - O grande diferencial nosso é que somos uma empresa onde temos pesquisa e extensão rural juntas, ou seja, a extensão rural detecta os problemas da agricultura, traz para a pesquisa e esta dos encaminhamentos e soluções. Além disso, nós fazemos o trabalho voltado a cada vez mais estimular o empreendedorismo rural, estimular para que o agricultor considere sua propriedade como um negócio, não apenas agricultura por si só. Sempre levamos ao agricultor que ele precisa encarar a propriedade rural como um grande
cultor. Não adianta termos boas tecnologias, um bom produto de inovação, uma boa qualidade de pesquisa se não estivermos próximos do agricultor. Essa pesquisa, essa inovação precisa chegar ao agricultor para aí se propiciar um acréscimo de valores e, com certeza, uma maior rentabilidade para o meio rural catarinense.
“Uma andorinha só não faz verão, então o que vale é a equipe que a Epagri tem”
negócio da família dele. Hoje nossos principais parceiros são as Prefeituras Municipais, os Sindicatos Rurais e as Associações voltadas ao agronegócio. Precisamos ter coerência na utilização de recursos, no sentido de fazer um atendimento pleno. Como qualifica sua trajetória na empresa? Hessmann - Uma trajetória de trabalho. Além de tratar nosso público, nossos agricultores com respeito, precisamos também é de muito trabalho e dedicação, afinal é para isso que estamos aqui. Somos um condutor neste grande processo envolvendo mais de 1,7 mil funcionários, onde se busca respostas muito claras na agricultura como também na pecuária em Santa Catarina. Quais os principais desafios enfrentados nesses tempos de presidência? Hessmann - O principal desafio é o enfrentamento desta crise que está aí nesses últimos dois anos. Precisamos aproveitar este momento para buscar um aprendizado e somar. Buscar soluções para o meio rural e estar perto do agri-
Referente a esta crise que estamos passando nesse período e que vai ficar marcada na história por suas consequências, isso o preocupa de alguma forma? Hessmann - Sem dúvida a nossa grande preocupação, aqui em Santa Catarina, é que não temos ainda muito claro o quanto isso vai caracterizar, mas não tenho dúvida de que essa crise já está batendo à porta de nosso agricultor com muita força. O que precisamos é otimizar, otimizar nossos custos, nossa mão de obra, as formas e os meios de buscar uma inovação. Uma das preocupações que sempre tivemos é de poder estar mais presente. Com essa crise temos que conversar muito com o agricultor, com sua família, para que ele possa buscar alternativa e sucesso em suas propriedades. Para médio e longo prazo, mesmo com possibilidades de alguns momentos de dificuldades, existem boas possibilidades de Santa Catarina conquistar mais espaço no mercado nacional e até mesmo internacional? Hessmann - Não tenho dúvida! Com certeza absoluta, mesmo porque, temos no nosso produtor uma qualidade surpreendente. Temos alguns nichos no mercado que merecem uma atenção especial, que é uma elaboração diferenciada de seus produtos. Nos últimos quatro anos estamos desenvolvendo uma grande ação rural, onde estaremos buscando esse diferencial em seus produtos, em qualidade e principalmente nos alimentos e produtos ecologicamente corretos, respeitando a questão ambiental que é de suma importância para que
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sejam respeitados no agronegócio fora do país. Temos um Estado livre de febre aftosa e buscamos nisso uma das maiores possibilidades de renda em todo o Estado. Quais são os planos para o futuro da Epagri e qual sua maior necessidade? Hessmann - Estamos contratando mais funcionários, mais pesquisadores e agrônomos para trabalhar no campo. Estaremos sempre atentos ao que está acontecendo no dia a dia. É nosso objetivo levar ao produtor rural e sua família as inovações em tempo real. Não podemos perder o “time” correto para que o desenvolvimento possa estar por dentro de tudo que acontece ao nosso redor. Nossa maior necessidade é uma melhoria no seu quadro funcional. Temos a capacitação contínua dos nossos funcionários. Precisamos Epagri, além da extensão, estimula o empreendedorismo rural
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estar atentos aos desafios que acontecem, e desafios ocorrem sempre, principalmente nos tempos de atualização. O que considera como sendo a atividade de maior importância social e econômica para a região de Santa Catarina? Hessmann - A atividade de maior importância de SC é a produção de leite. Porque além de desenvolver uma margem produtiva muito extensa, ela nos dá uma capacidade não só de investimento como de venda, especialmente para nós que trabalhamos intensamente com a questão da bovinocultura leiteira, o que nos dá uma garantia de maior rentabilidade ao produtor rural. O sul possui a segunda maior produtora na base do leite, gerando uma sustentação mensal. Precisamos de uma melhoria de pastagens, de controle das propriedades e
melhorias em todo o rebanho. Qual o papel desempenhado pela Epagri na profissionalização e no aumento da produtividade no Estado? Hessmann - É um dos principais trabalhos que nós realizamos. Nos últimos quatro anos, estamos dando uma atenção muito especial na questão dos controles das propriedades. Precisamos ter bem claro que na agricultura precisa-se de um acompanhamento contínuo. O importante é não é só ganhar muito dinheiro na agricultura, mas sim o quanto sobra na atividade. Precisamos ter claro nos controles de produção a questão do acompanhamento das propriedades, das atividades que envolvem o jovem rural, suas várias oportunidades, que mesmo estando no interior, a disponibilidade de dados como a internet ou outras atribuições que necessita ter juntamente com a propriedade rural
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Avanços
Uso de tornozeleira auxilia na análise de bovinos Tecnologia aperfeiçoa a produção e melhora o rendimento e o controle do rebanho de bovinos
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tualmente o leite é um produto fundamental na economia nacional e regional. No dia a dia dos criadores de gado, observar os hábitos de cada animal e prever qual deles está doente ou no cio tem se tornado uma tarefa difícil. Quanto maior o rebanho, mais complicado manter o controle. Mas, com as novas tecnologias, a vida das vacas não é mais a mesma. Agora, tudo o que elas fazem é monitorado. A necessidade de aperfeiçoar processos, aumentar a produtividade e
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melhorar a qualidade de produtos e serviços prestados em diversos setores, torna indispensável o investimento em novas tecnologias. Agricultores buscam cada vez mais por inovações tecnológicas que além de facilitar esforços, também possibilitam melhor controle e análise de seus negócios. Estudos comprovam que através da análise dos dados de ruminação e grau de atividade bovina podem ser indicados e previstos parâmetros comportamentais do animal, como estresse e detecção de cio.
Para ajudar no manejo dos animais, o engenheiro agrônomo e produtor Leandro Ricken passou a utilizar um mecanismo capaz de monitorar as atividades de cada animal 24 horas. São as chamadas tornozeleiras de controle que monitoram continuamente o comportamento de cada animal do rebanho, podendo assim otimizar e qualificar sua criação. Essas tornozeleiras são colocadas ao redor da perna de cada vaca e, por meio de um sensor, registram e arquivam dados sobre o posicionamento do animal.
quanto mais conforto, mais produtivIDADE
Com dados coletados através das tornozeleiras, é possível ter uma produção maior
Os diferentes tipos de movimento detectados pelo aparelho conseguem definir se a vaca está em atividade, em ruminação ou parada em estado de repouso. As análises são feitas com base em comparações do comportamento do animal. “As tornozeleiras são apenas uma parte do sistema onde fica registrado o número de registro do animal, sua atividade durante o período anterior à ordenha. E quando as vacas vão para a ordenha, passam por um sensor que transfere os dados para o painel medidor de leite. Após o término de ordenha, o medidor transfere os dados recolhidos para o programa de gestão chamado AfiFarm. Lá os dados servem para melhorar a gestão diária do rebanho”, explica Leandro. O investimento é de longo prazo, mas reflete significativamente na sanidade e bem-estar animal, pois, quanto mais conforto, mais o animal será produtivo. Para o jovem Leandro, o retorno do investimento foi visível um ano após a implantação das tornozeleiras. “O sistema ajudou a facilitar o manejo do rebanho. Com a ajuda desse sistema, conseguimos valorizar mais os animais com uma boa produção e penalizar aqueles com uma menor produção, assim obtendo um melhor rendimento na média de produção”, salienta o produtor. Com este sistema permite-se que o produtor de gado leiteiro ou até mesmo veterinário e pesquisadores da área tenham um total controle e estudos do rebanho bovino de modo que consigam identificar questões comportamentais em cada animal. Estas informações são totalmente interessantes ao produtor de gado que pode otimizar sua produção
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Formação de Pastagens
Cuidado e atenção nas escolhas das sementes a orma o de uma oa pastagem a escolha da semente além da semeadura e mane o tem uma import ncia muito grande na condu o de explora o
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utilização de sementes de baixa qualidade é um dos principais fatores de insucesso na formação de áreas de pastagens. Desta maneira, é inevitável conhecer a qualidade das sementes a serem utilizadas, pois isso determinará a quantidade a ser usada e trará ao produtor muitas vezes uma economia na hora de adquirir as sementes. Informações são obtidas com testes específicos onde as porcentagens de pureza, taxa de germinação e de sementes puras viáveis expressam alguns dos principais componentes do conjunto ao termo “qualidade das sementes”. “O
termo qualidade de semente pode ser atribuído a uma semente onde se tenha o máximo de vigor de germinação alienado à pureza da mesma, dados estes que sempre serão acompanhados do termo de conformidade emitido pelo fornecedor das mesmas, sendo que nem sempre toda semente viável é uma semente que germina. Temos sempre que ter em mente na hora de plantar, avaliar a porcentagem de germinação para um bom direcionamento de quantidades da semente a ser semeada”, explica Sergio Scapin, da Cooperalfa de Braço do Norte. Os potenciais de germinação e de viabili-
Qualidade das sementes plantas o refletir na hora da colheita 14
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dade destas sementes são determinados, respectivamente, pelos testes de germinação e do tetrazólio, onde o tempo para a obtenção dos resultados varia de acordo com sua espécie. Quanto aos resultados de análises de sementes, estes sempre devem acompanhar a mercadoria a qual deve ser fornecido pelo produtor das sementes. Uma particularidade da Cooperalfa é que todos os lotes de sementes são reanalisados para se ter uma contraprova. “Além disso, é feita a coleta pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc)”, explica.
QUALIDADE INTERFERE NO RENDIMENTO A semente é o veículo que leva ao agricultor todo o potencial genético de cultivar com características superiores. Sementes de baixa qualidade, além de produzirem uma pastagem de baixa qualidade, diminuem a oferta de volumoso aos animais, levando os mesmos a uma queda de rendimento e diminuindo a rentabilidade do produtor. O sucesso de qualquer empreendimento agrícola baseado na exploração comercial de cultivos vege-
tais requer a utilização de sementes de alta qualidade, com potencial para produzir plantas vigorosas e produtivas, de maneira uniforme e no menor tempo possível. Em nossa região temos várias espécies de sementes plantadas, tanto de aveia como de azevém. Tendo em vista o melhorando genético das sementes, o produtor deve ter cuidado para que seja adequado á época e ao nível de investimento a variedade a ser plantada. Existe
Análises são realizadas constantemente Santa Catarina é essencialmente um consumidor de sementes. Neste cenário, destaca-se que na Associação dos Municípios Região de Laguna (Amurel), desde 2012 foram coletadas mais de 100 amostras de sementes de diversas espécies, sendo que 65% delas apresentaram-se dentro dos padrões legais. “Todavia, é fundamental esclarecer que se identificam problemas pontuais em algumas espécies, principalmente as forrageiras. Como exemplo, cita-se o azevém-anual, espécie forrageira utilizada para a formação de pastagens no período de inverno. Os resultados das amostras de azevém, de cultivares nacionais, coletadas em Santa Catarina no último ano indicam que 60% apresentam inconformidades. Esta situação é preocupante e requer cautela dos agricultores no momento da aquisição de sementes para formação de passagens”, esclarece o engenheiro Agrônomo da Cidasc, doutor em Ciência e Tecnologia de Sementes, Ricar-
azevens e aveias de alta produção de massa e de qualidade, mas para isso o agricultor tem que ter em mente que a exigência aumenta junto com a qualidade do material. Portanto é de suma importância a realização de uma boa correção do solo e a aplicação de uma adubação necessária para uma boa produção. “Do nada não se produz nada, investir em pastagem é muito importante para a qualidade desejada”, acrescenta Sergio.
É necessário a tenção na hora da seleção da semente certa
do Miotto. Por outro lado, com relação às cultivares importadas, que já somam mais de 20% das sementes de azevém comercializadas no Estado não houve nenhuma reprovação nas análises realizadas. Neste contexto, torna-se necessária uma análise pontual por parte dos agricultores. É sempre importante que o produtor procure uma orientação na hora da compra de sementes, pois são muitas as variedades e as mesmas nem sempre atendem à necessidade de todas as propriedades. Critérios como produtividade, resistência ao ataque de pragas e doenças, rusticidade e duração do período produtivo devem ser considerados antes do preço da semente. “É fundamental que o agricultor esteja atento às novas cultivares e busque informações junto a assistência técnica à fim de avaliar a relação custo benefício que uma semente de qualidade superior pode proporcionar”, enfatiza Miotto.
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Pastagem de inverno Nesta época do ano que antecede o período de inverno todas as atenções devem ser dadas à formação de pastagens de inverno. As principais espécies utilizadas e disponíveis à comercialização na região são a aveia preta, aveia branca, azevém-anual, ervilhaca,
trevo vermelho e o trevo branco. Na hora de escolher suas sementes, procure empresas idôneas que prezam por qualidade e buscam estar sempre de acordo com as normas e as leis que fiscalizam a comercialização destas. Pois percebe-se que a cada ano o pro-
Para Saber:
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dutor vem exigindo qualidade cada vez maior de sementes, e os que vem fazendo um trabalho diferenciado, desde a escolha das sementes até o investimento, vem mostrando um nível de satisfação muito alto em relação aos resultados obtidos
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Outono/Inverno
Clima como aliado ou vilão
Experi ncias anteriores fi eram com ue dia ficasse mais atenta s poss eis mudan as climáticas
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s mudanças climáticas verificadas ao longo dos últimos anos têm sido uma preocupação a mais para o agricultor. Chuva em excesso, geada fora de época, granizo, seca, entre outros fatores fazem com que a produção agrícola diminua drasticamente ou tenha perda total em alguns casos. Os produtores rurais Lídia Boeger Locks e Agustinho Blasius, que cultivam verduras para o sustento de toda sua família, sabem muito bem disso. Moradores da comunidade de Morro do Cruzeiro, em São Ludgero, há 10 anos eles sofreram perda de até 80% da lavoura de verduras devido a uma forte geada que afetou toda sua produção de hortaliças. “Plantamos tomate e vagem no final de mês de maio, o que não é recomendado para essa época. O tomate até que começou a colocar flor, mais veio uma geada muito forte e matou tudo. Já a vagem nem cresceu, tivemos uma perda muito grande”, lembra Lídia. Hoje, quando chega a época do inverno, o casal planta somente o que é recomendado para a época do ano. “No inverno, damos prioridade para o plantio de repolho e couve-flor, por exemplo. Tomamos os cuidados necessários para não ter prejuízo”, afirma Lídia que se diz animada com sua lavoura deste ano. “Plantamos couve e repolho no começo de mês de abril, estava com medo pois estava muito quente e, com a temperatura assim, as pragas atacam a lavoura. Final do mês, quando o repolho começou a dar folhas, veio o frio, matou as lagartas que comem a folha e hoje e repolho tá bonito, que não precisei usar uma gota de veneno na lavoura”, conta a produtora que não esconde a animação.
Cuidados redobrados, porque a geada vem aí De acordo com as previsões da Epagri/Ciram, para este inverno de 2016, há grande possibilidade de geadas na região e isso pode afetar diretamente o setor agropecuário. Para o Vale de Braço do Norte, as geadas podem secar as pastagens nativas e prejudicar algumas hortaliças sensíveis ao frio. “Desde o ano 2000 não houve inverno tão intenso no sul de Santa Catarina, mas este ano há perspectiva de
haver frio próximo de zero grau e, com isso, formação da geada. A preocupação para agricultura este ano é maior em relação ao ano passado.” afirma o meteorologista da Epagri Marcio Sonêgo. Mas, o técnico dá um ânimo para os agricultores. “Esse período do ano será favorável para agricultura, pois haverá uma queda na temperatura em relação ao calor fora de época que fez em abril. Além disso, poderemos contar com
um índice de chuva adequado. Poderia se dizer que o clima volta a sua normalidade neste outono, favorecendo o estabelecimento das pastagens de inverno - aveia e azevém -, além de favorecer a colheita do feijão em andamento. As geadas só devem chegar depois do final de junho. É importante o produtor não arriscar plantar nada muito sensível à geada antes de passar o mês de agosto, pois até lá o frio pode ser intenso”, aconselha Sônego.
Época favorável para o plantio de hortaliças Algumas hortaliças se adaptam bem em qualquer estação do ano, mas quando se fala das hortaliças folhosas, a melhor época para cultivá-las é no inverno. Se observarmos o calendário de plantio das hortaliças, será possível notar que a frequência
maior de plantio é no inverno. Mas por que nessa época? Como sabemos, essas hortaliças são sensíveis e não suportam incidência de sol muito forte e também não suportam fortes chuvas que são típicas da época da primavera e verão. Além desses fa-
tores, o outono e inverno são estações em que há pouca incidência de pragas e doenças. O importante é que os plantios feitos nesse período tenham, ao menos, alguns dias ensolarados para conseguir deixar as hortaliças mais vigorosas
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Frigoríficos
Alternativa de escoamento da produção, geração de renda e receita em divisas Dados mais recentes, apontam que em Santa Catarina produção de peixes de águas doce totalizou 34,1 mil toneladas
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Aquicultura, ou seja, o cultivo de organismos aquáticos, especialmente a piscicultura continental vem crescendo a passos largos nos últimos anos em todo o mundo. No cenário mundial, o Brasil é o país com maior capacidade/potencial de crescimento devido à grande malha de rios/ represas e áreas possíveis para serem destinadas à atividade em todo o país. Segundo dados do FAO (2013), a produção aquícola brasileira ficou em 480 mil toneladas, representando apenas 0,61% do volume mundial, ao contrário, a China (maior produtor mundial) alcançou em 2012 47,8 milhões de toneladas, 60,59% da produção mundial. A área destinada à atividade em Santa Catarina é de aproximadamente 11.410 ha para a piscicultura amadora e de 3.476 ha para a piscicultura comercial – esta, destinada ao comércio (vendas no local, pesque-paques, feiras, frigoríficos...), gerando receita ao produtor, enquanto aquela destina-se basicamente ao consumo familiar e recreação. Nos dados mais recentes da piscicultura de Santa Catarina, a produção de peixes de águas continentais (água doce) totalizou 34,1 mil toneladas, em 2014 (Epagri 2015), sendo a região de Tubarão, especialmente os municípios do Vale do Braço do Norte e do Rio Capivari em segundo lugar com 4.778,8 toneladas. A produtividade média da piscicultura comercial catarinense encontra-se em torno de 7.219 kg/ha, enquanto a média regional está em 10.051 kg/ha, mas sabe-se que há muitos produtores que ultrapassam a média de 30.000 kg/ha. De toda a produção catarinense, aproximadamente 67% é representada pelas tilápias, 25% pelas carpas, sendo o percentual restante dividido entre bagres de canal, jundiás, peixes redondos e
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Beneficiamento do alimento é uma saída para ter maior lucratividade
trutas. Um fator importante a ser levado em consideração é que com o aumento da produtividade, geralmente com densidades de cultivo mais elevadas, - mais peixes por metro quadrado de lâmina d’agua - também os riscos são maiores, especialmente quanto à manutenção na qualidade de água do cultivo, possível queda de energia elétrica, assim como há o aumento dos gastos com o custeio da produção. Em Santa Catarina, a destinação da produção da piscicultura comercial está assim distribuída: 45% para pesque-pa-
gues, 35% para a indústria (frigoríficos em geral) e 20% comercialização local (venda na propriedade, feiras e direto à peixarias). O percentual de peixes destinado à indústria, especialmente para a produção de filés e postas, vem crescendo bastante, absorvendo parte significativa da produção. Neste sentido, o número de empreendimentos frigoríficos destinados exclusivamente ao beneficiamento de peixes de águas continentais, especialmente as tilápias, vem ganhando espaço no Vale do Braço do Norte e Rio Capivari.
Estrutura física dos frigoríficos
Percentual de peixes destinado à indústria cresce e a sor e parte significati a da produ
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Beneficiamento do pescado Os peixes destinados ao beneficiamento devem apresentar características especiais, principalmente quanto ao tamanho, de acordo com o tipo de corte a que se destinará - filé, peixe espalmado, borboleta, postas, inteiro -, além do aspecto sanitário dentro dos padrões estabelecidos pela legislação.
Os estabelecimentos destinados ao beneficiamento do pescado apresentam estruturas físicas compatíveis para todo o processo de beneficiamento do pescado. Cada frigorífico tem sua estrutura física dividida composto de diferentes divisões físicas: tanques de depuração, sala de recepção, insensibilização, sangria, mesa de filetagem, tanque de congelamento, câmara frigorífica e sala de expedição, além de local específico para depósito de embalagens, vestuário, banheiros e local para armazenamento de produtos de limpeza e sanitização e cloração. São estruturas físicas completas, com um fluxo dinâmico desde a entrada da matéria-prima (peixes) até a expedição com o produto final, geralmente filé de tilápia congelado.
Depuração: medida de prevenção e controle do off flavour O sistema de depuração, hoje encontrado em todos os frigoríficos da região, tem o objetivo de prevenir e eliminar possível off flavour, sabor desagradável que às vezes pode estar presente em peixes de alguns viveiros, especialmente aqueles com alta proliferação de determinados tipos de algas (cianobactérias) na água de cultivo. Após a despesca dos viveiros de
engorda dos produtores, os peixes são colocados nestes tanques de depuração no frigorífico, permanecendo em sistema contínuo de circulação de água e com aeração constante para manter níveis de Oxigênio Dissolvido (O.D.) elevados – preconiza-se acima de 5,0 mg/L. Os peixes permanecem por um período mínimo de 24h neste ambiente, sem receber alimentação, para que possam defecar,
eliminar os compostos como a geosmina (GEO), associada ao gosto de barro e de 2-metil-isoberneol (MIB), responsável pelo gosto de mofo. Além da eliminação do off flavour, os peixes sem alimento ao longo do trato digestório após o período de permanência neste sistema, facilita o manejo da filetagem destes animais, evitando possível contaminação bacteriológica dos filés.
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Classificação dos frigoríficos de pescado Segundo a classificação dos frigoríficos, quanto ao órgão de registro, fiscalização, e abrangência de comercialização, os mesmos podem obter o Serviço de Inspeção Municipal (SIM), Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e empreendimentos com o Serviço de Inspeção Federal (SIF). Quanto à abrangência de comercialização os estabelecimentos com SIM, SIE e SIF podem comercializar os produtos em nível Municipal, Estadual e Federal, respectivamente. Os estabelecimentos são fiscalizados regularmente por responsáveis pelos órgãos competentes, geralmente por veterinários da Secretaria de agricultura munici-
pais, quando registrados com SIM, Cidasc com SIE no Estado e MAPA quando os mesmos apresentam SIF. Além do acompanhamento/fiscalização pelos órgão competentes, sempre há um médico veterinário responsável pela empresa, inscrito devidamente no Conselho Regional de Medicina Veterinária, e que atua ao longo de todo o processo de construção do estabelecimento, auxílio no registro nos devidos órgãos, capacitação dos funcionários e possíveis interferências ao longo de todo o processo de beneficiamento - desde a obtenção das matérias-primas/peixes até a colocação no destino final como supermercados, merenda escolar, restaurantes.
Esta elecimentos s o fiscali ados regularmente por responsá eis pelos rg os competentes
Resíduos de beneficiamento dos peixes Os resíduos da indústria do processamento podem ser reaproveitados de diferentes formas, como: compostagem e farinha de peixe. Pela legislação, ao se obter o registro junto aos órgãos competentes, deve-se elencar a destinação dos resíduos – empresa de coleta de resíduos para a produção de farinha de pescado - utilizados em seguida na formulação de rações - ou local da compostagem, se assim o estabelecimento o fizer.
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Processo de Beneficiamento do pescado: da insensibilização à expedição Os animais após passarem pelo processo de depuração são colocados em tanques com água e gelo para serem insensibilizados e abatidos por choque térmico. Em seguida os peixes são sangrados, lavados com água hiperclorada, retirados os filés - ambos os lados do peixe - e em seguida a pele dos mesmos - hoje a maioria são sem pele. Todo este processo é realizado com a utilização de facas ou com maquinário específico. O rendimento de carcaça, ou seja, o rendimento de filé a partir de um quilo de peixe inteiro – tilápia é de aproximadamente 30 a 35%, variação esta de acordo com a linhagem, tamanho, aspectos nutricionais, sistema de cultivo. Os filés prontos - em número de dois por peixe - são colocados em bandejas plásticas, dispostas um ao lado do outro, sobre filme plástico e são levados ao túnel de congelamento. Após algumas horas no túnel de congelamento os filés são retirados, colocados em água gelada e repete-se o procedimento para que os mesmos obtenham uma fina camada de gelo em volta, processo este chamado Glaziamento – que objetiva a proteção da musculatura/filé contra o frio direto pelo ato da estocagem e aumenta a durabilidade de estocagem e prateleira do produto. Após o período de glaziamento os filés podem ser embalados corretamente, estocados em câmaras frigoríficas para serem em seguida, de acordo com o cronograma de expedição da Empresa, serem colocados em caminhões com sistema de frio adequado e transportados até o destino final.
Tilápia supera demanda e conduz a atividade para fase industrial A tendência atual da procura por alimentos saudáveis, de baixa caloria, e o aumento crescente do consumo de carne branca colocam o peixe em destaque como detentor da carne ideal. O consumo habitual de peixe faz muito bem à saúde. A tilápia é um alimento seguro e saudável, de alto valor proteico, que contém fósforo e baixo teor de sódio. Também é rica em selênio e vitamina B12, uma vitamina essencial para o bom funcionamento das células. Além disso, a tilápia é um peixe com baixo teor de gordura, não-oleoso, e ainda fornece muitos nutrientes para manter o coração saudável, reduzindo o risco de doenças cardíacas. Comparativamente, a tilápia contém cerca de um terço das calorias de uma quantidade similar de picanha bovina. Esses peixes podem ser produzidos com custos e rentabilidades mais atrativos do que a grande maioria das espécies de peixes cultivadas. A oferta de peixes criados em pisciculturas comercias, começa a superar a demanda dos pesque-pagues, conduzindo a atividade para uma fase industrial. O manejo correto do peixe até chegar à mesa do consumidor faz toda a diferença. Desta forma, o peixe fica com uma carne saborosa, clara, consistente, com boa absorção de temperos e capaz de concorrer em pé de igualdade com outros pescados. A tilápia é valorizada como peixe nobre em outros países e falta isso acontecer aqui no Brasil. Isso se deve ao trabalho dedicado e perseverante do produtor. A qualidade do produto, que o consumidor sente pelo sabor refinado, é garantida por uma série de fatores, que envolvem desde melhoria genética até cuidados especiais no abate. Toda a matéria-prima passa por um rígido controle de qualidade durante o processo de criação. Levar um produto diferenciado
Tilápia ganha a preferência dos consumidores
à mesa do consumidor é mais uma meta cumprida pela proprietária do Pesque e Pague e Restaurante Tia Maria, Juliete Kock Michels . “Compramos o alevino que vem em média de um grama que será tratado até 50 gramas, com ração especial para fi-
lhotes. Depois disso é transferido para o açude de engorda que é tratado três vezes ao dia com outro tipo de ração. Tendo toda noite, areação, sempre com o cuidado do oxigênio até chegar mais ou menos a 800 gramas. Depois disso o peixe já está num tamanho ideal para o abate. Quando o peixe vem do açude, colocamos em um tanque no frigorífico também com oxigênio, após é dado um choque térmico colocando o peixe na água gelada. Depois disso o peixe entra por uma esteira onde é feito todo processo de industrialização e embalado.”, explica. Nas operações de transformação e processamento é importante saber que o grau de frescor é um parâmetro fundamental, pois não se obtém um bom produto se utilizar uma matéria prima de qualidade intermediária ou pobre. Os peixes são alimentos extremamente perecíveis e sua deterioração começa logo após a captura e morte. Portanto, para manter o frescor e qualidade do peixe, é necessário que ele seja conservado resfriado até o momento do consumo ou do processamento. São abatidos em média por semana, na propriedade, cerca de 3,5 toneladas, indo para os mercados cerca de 3 mil quilos. Hoje o frigorífico atende regiões como Armazém, Tubarão, Braço do Norte, São Martinho, São Ludgero e Orleans. AConsiderando o mercado, os fatores de oportunidade precisam ser observados para a tomada de decisão sobre o momento de efetuar a venda. A partir de 350g a tilápia entra em fase de melhor rendimento econômico para o produtor, mas o mercado é restrito. Cada vez mais de torna necessário que os piscicultores equacionem problemas de volume de produção e periodicidade da oferta do produto, pois a atividade entrou na realidade comercial e passa a ser considerada não mais como oportunidade de ganhos econômicos elevados, e sim como agronegócio, que precisa ser gerenciado de forma empresarial e profissional www.negocioagro.com.br
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Marco histórico
São Ludgero: primeiro município do Brasil a ter 100% de esgoto tratado ra alho está ocado para ue até final de em todo o seu territ rio o esgoto rece a o tratamento ade uado inclusi e nas propriedades rurais
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situação do Brasil não é nada confortável, quando o assunto é coleta e tratamento de esgotamento sanitário. Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008, somente 55,2% dos municípios mantêm coleta de esgoto pela rede geral e um terço deles fazem o tratamento. Em São Ludgero, no sul de Santa Catarina, a situação é bem diferente. O trabalho está focado para que, até final de 2016, em todo o seu território, o esgoto receba o tratamento adequado, inclusive nas propriedades rurais. Trata-se do projeto “São Ludgero 100%
esgoto sanitário tratado”, desenvolvido pela Administração Municipal em parceria com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Samae) e a Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina). Esse projeto tem como principal objetivo alcançar por completo o tratamento do esgoto sanitário no meio rural, através da instalação em todas as propriedades rurais de um kit de fossa séptica individual, desenvolvido exclusivamente, para a realidade do município. A ideia também é fazer uma revisão geral nas ligações das residências até a rede de esgoto no perí-
Município trabalha para ter cobertura total de saneamento ásico na área ur ana e rural 24
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metro urbano. Hoje em São Ludgero 98% do esgoto é tratado. Um dos principais passos para se obter este resultado foram os trabalhos educativos realizados ao longo dos anos que se fortaleceram e contribuíram para a efetiva participação de todos neste trabalho. O estabelecimento de parcerias com objetivo comuns, a priorização e busca de investimentos na área, visão de futuro, vontade política e principalmente uma equipe técnica engajada e comprometida, fez com que São Ludgero possa comemorar o alto índice de cobertura com esgotamento sanitário.
Trabalho educativo e parcerias com entidades A educação ambiental sempre esteve presente nos trabalhos do Samae, da Epagri, da Prefeitura, através das secretarias de Saúde, Agricultura, Indústria Comércio e Turismo, Educação e Obras. “Foram realizados diversos eventos em escolas, entre eles a recuperação de mata ciliar, visita às instalações de tratamento de água do Samae, além do desenvolvimento do projeto ‘Saúde e meio ambiente’, junto com o grupo ‘Com Vida’ do Colégio Estadu-
al São Ludgero. Também publicou-se uma cartilha de educação ambiental e trabalhado a ‘Carta da Terra para Crianças’, com a Escola de Ensino Fundamental Bom Retiro. Este trabalho foi o primeiro lugar no Estado de Santa Catarina” informa a coordenadora geral do Samae, Judite Peters Schurohff. No planejamento estratégico participativo, elaborado pelas associações de Microbacias, ficou priorizado o saneamento ambiental rural, tendo por
objetivo promover o saneamento ambiental nas propriedades. “Investir em saneamento é investir em qualidade de vida. Para cada real investido em saneamento básico, economiza-se quatro reais com gastos de saúde pública. E São Ludgero teve esta visão”, enfatiza a secretária de Agricultura Indústria e Comércio e Turismo, ex-extensionista da Epagri, Teresinha Baldo Volpato, que participou ativamente da elaboração do projeto.
Cerca de 270 propriedades rurais beneficiadas Na área rural de São Ludgero, os kits de fossa já foram instalados em aproximadamente 65% das 270 propriedades familiares que devem ser beneficiadas. Os 35% restantes serão implantados até o final do ano de 2016, quando será feita a avaliação e replanejamento das atividades. Para se chegar a esse sucesso, o projeto para implantação do sistema de esgoto na área urbana do município de São Ludgero foi entregue em 1990 pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa). As obras do sistema de esgotos foram iniciadas em 1995, com a participação de recursos financeiros, sendo que na primeira etapa foram instaladas redes coletoras, construída uma estação elevatória de esgotos e a primeira lagoa de estabilização para tratamento de esgoto. Em 2002, as comunidades rurais definiram como prioridade as questões ambientais e apontaram o tratamento de esgoto como principal meta para melhorar a qualidade da água no município. Também paralelo aos investi-
mentos federais, o Samae com equipe e recursos próprios foi realizando construção de redes coletoras nos bairros ainda não atendidos até atingir, em 2012, 98% de cobertura do perímetro urbano com redes coletoras, restando somente algumas áreas irregulares que por determinação do Ministério Público não foi possível implantar as redes. O sistema de esgoto sanitário conta atualmente com mais de 43 quilomêtros de rede coletora, 13 estações elevatórias de esgoto, sistema de gradeamento e caixa de areia, reator UASB, duas lagoas de tratamento de esgoto, e com sistema de Biofiltro para eliminação de odores. O tratamento adequado do esgoto se reflete na melhoria da qualidade de vida da população, em todas as expressões, pois saúde não quer dizer apenas ausência de doenças, mas também o sentir-se bem em um ambiente limpo e agradável, em harmonia com o meio ambiente. O reconhecimento do município como prioridade tem um trabalho exemplar para os demais.
Famílias de agricultores também são eneficiadas com o saneamento ásico
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A ETE (Estação de Tratamento de Esgotos) de São Ludgero possui a capacidade para tratamento de fluentes com vazão máxima horária de tratamento de 40,62 l/s, ou seja, 3.309 m³/dia. Atualmente está sendo tratado em média 18 l/s de esgoto sanitário. O processo de tratamento segue as seguintes etapas: 1 – Tratamento preliminar: entrada no processo primário passando pelo gradeamento e caixa de areia, com remoção de sólidos grosseiros e areia. 2 – Tratamento primário: após o gradeamento e caixa de areia, o efluente passa pela “Calha Parshall” 26 26
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para medição de vazão do esgoto que chega à estação para tratamento, sendo encaminhado para digestão do lodo em reator anaeróbio tipo RALF (Reator Anaeróbio de Leito Fluidizado). Nesta fase (tratamento primário) há uma redução de mais de 70% na carga orgânica (DBO). O fluente tratado é direcionado para caneletas laterais, seguindo para as tubulações de saída sendo lançados nas lagoas. 3 – Tratamento secundário: é realizado através de duas lagoas de estabilização que vão funcionar como lagoas de polimento, atuando na remoção adicional de DBO, de nutrientes e de organismos patogênicos, resultando na melhoria do efluente final da ETE.
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Sucesso da Produção
Técnicos ajudam o produtor a ter melhor rendimento
Assistência de engenheiros agrônomos auxilia e garante a eficácia de um om neg cio
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oje uma das áreas que mais crescem no Brasil é o agronegócio, por isso da importância de um profissional experiente para essa área. É aí que entra o engenheiro agrônomo, profissional responsável pelo planejamento, orientação e execução dos trabalhos relacionados à produção agropecuária, alimentos de origem vegetal e animal, até sua liberação para a comercialização e consumo. Projeções indicam que o Brasil deve tornar-se o maior produtor mundial de alimentos. Hoje existe uma necessidade e uma demanda cada vez maior da sociedade na busca por alimentos sem agrotóxicos, seguros e de procedência conhecida. “Não só em Santa Catarina, mas no Brasil em geral as expectativas em vários produtos são animadoras por
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dois motivos principalmente: aumento da exportação e o número grandioso previsto para a população mundial”, salienta o engenheiro agrônomo e secretário de Agricultura de Gravatal, Tiago Cargnin. O agronegócio vem passando por intenso processo de profissionalização, ligado à melhoria de produtividade e à tecnologia usada nas lavouras, permitindo produtividade tão boa quanto em países de primeiro mundo. O engenheiro agrônomo desempenha um papel fundamental para elevação da tecnificação da área rural. Estes profissionais permitem o crescimento da produtividade do setor, garantindo a utilização racional dos recursos naturais e a utilização de técnicas adequadas para isso.
Por estarem diretamente em contato com os produtores e o meio rural, os profissionais conseguem observar as necessidades e particularidades de cada propriedade e de cada produtor. “Nem sempre o produtor está atento às novas tecnologias lançadas no mercado ou até mesmo não sabe aplicá-las. O engenheiro garante o uso das novas ferramentas de forma adequada para cada situação e apresenta as opções possíveis a cada produtor rural. Desta forma consegue indicar para cada realidade agrícola as tecnologias que mais se adéquam, otimizando a produção e diminuindo os custos”, explica a engenheira agrônoma Janaina Veronezi Alberton, mestre em manejo de solo e coordenadora do curso de Agronomia do Centro Universitário Barriga Verde (Unibave).
Aumento do potencial na propriedade Com o apoio dos profissionais engenheiros agrônomos, os produtores passam a aumentar o seu potencial produtivo e sua lucratividade. Na maioria das vezes, trabalho no campo, os resultados vêm em longo prazo e para que esse resultado aconteça é importante um acompanhamento frequente nas propriedades. A atuação destes profissionais garante o sucesso das atividades desenvolvidas, onde procuram melhorar os processos e fluxos produtivos, transformando a produção em renda e trazendo qualidade e economia para a população em geral, visto que para que o produtor continue no campo, necessita ter o mínimo de infraestrutura e produção, para que seu retorno financeiro possa ser satisfatório. De acordo com
Janaina, estes profissionais são capacitados para poderem auxiliar na tomada de decisão nas etapas de implantação do negócio. Realizar uma análise de mercado prévio, viabilidade de produção, custos, tempo de retorno e tecnologias a serem aplicadas. “São extremamente importantes para que o empresário rural seja bem-sucedido. Por isso, não se pode abrir mão deste tipo de assistência, eles poderão garantir a eficácia e a implantação de um bom negócio”, salienta. Com o apoio de um profissional o quadro da realidade agrícola se modificaria muito. Pequenos produtores passariam a tornar suas propriedades mais produtivas e lucrativas, garantindo assim sua permanência no meio rural.
Curso de Agronomia se destaca na Formação de profissionais de qualidade O curso de Agronomia do Centro Universitário Barriga Verde (Unibave) vem se destacando na formação de engenheiros agrônomos capacitados, que sabem identificar as carências do setor agropecuário e atuar no desenvolvimento de técnicas para supri-las. Buscando sempre estar atento e dar foco às necessidades regionais, o curso procura atender às demandas da região para incluir na grade curricular as adequações necessárias. “Minha atuação para expansão é através do compromisso na formação de engenheiros agrônomos críticos, capazes de solucionar problemas e implementar ações para o desenvolvimento das atividades agropecuárias”, informa a coordenadora do curso, Janaina Veronezi Alberton. O Unibave, por sua vez, busca sempre o melhor para seus acadêmicos. Cursos, palestras, seminários e congressos fazem parte de toda programação, garantindo
aos profissionais, que estão se formando, um ensino de qualidade, onde podem sair dali aptos a solucionar possíveis problemas e superar as possíveis barreiras que irão encontrar em seu futuro profissional. A instituição busca também desenvolver atividades de extensão, aliando o conhecimento teórico obtido em sala de aula a prática que deve ser realizada à campo. “Desta forma, ao mesmo tempo em que os acadêmicos podem desenvolver toda sua capacidade de atuação baseada no que aprenderam, os produtores também são beneficiados. Isso sempre com o acompanhamento do professor responsável, que está sempre fiscalizando as atividades desenvolvidas”, acrescenta a coordenadora. Um dos diferenciais do curso é que a maioria de seus professores atua como profissionais do meio rural no seu dia a dia, desta forma, além de possuírem o conhecimento teórico, conhecem toda a realidade prática
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Mocinho
Leite como aliado da saúde Leite faz parte da alimentação diária, também é matéria-prima de vários produtos e ingrediente fundamental na culinária
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á algumas controvérsias, atualmente, se o leite faz bem ou mal à saúde. A cada nova pesquisa, ele passa de mocinho para vilão e vice-versa. Mas, o que é unanimidade é que a presença do leite e seus derivados na dieta alimentar ocorre, principalmente, pelo fato de que estes produtos são fontes de proteínas e de minerais essenciais à promoção do crescimento e manutenção da vida para o ser humano. Hoje ele
não só faz parte da alimentação do dia a dia como também é matéria-prima de vários outros produtos e ingredientes de preparações da culinária. De acordo com a nutricionista Paula Vieira Santanta, em três períodos da vida o papel do leite é fundamental. Na infância, participa da formação e do desenvolvimento do organismo como fonte de proteína, sais minerais e gordura. Na adolescência oferece condições para o cres-
cimento rápido com boa constituição muscular óssea, e endócrina. Já para pessoas idosas é fonte de cálcio, essencial na manutenção da integridade dos ossos. “Para uma pessoa saudável e sem restrições, eu sempre recomendo consumir de duas a três porções de produtos lácteos ao dia. Recomendo também porque ainda é a melhor fonte de cálcio que temos disponível na alimentação”, salienta a nutricionista.
Nutricionista o consumo de três fontes de leite por dia 30
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Fonte de vida e de bem-estar A proteína do leite, a caseína, é considerada uma proteína de alto valor biológico, ou seja, completa e de excelente qualidade, fonte de aminoácidos essenciais, necessários para o crescimento e manutenção dos tecidos do organismo. As gorduras contêm ácidos graxos, essenciais ao organismo e atuam na absorção das vitaminas lipossolúveis. Os minerais encontrados no leite, especialmente o cálcio e o fósforo, são essenciais para a estrutura dos ossos e dentes de indivíduos de todas as idades. Pesquisas mostram que um consumo adequado de cálcio na infância e adolescência é essencial para ossos saudáveis ao longo da vida. Entre as vitaminas, em maior quantidade, encontra-se a vitamina A e algumas do complexo B. A vitamina A é uma vitamina lipossolúvel, essencial para os seres humanos, oferece proteção à pele, aos olhos, mantém os cabelos saudáveis e ajuda na formação dos tecidos do corpo. As vitaminas do complexo B participam do metabolismo de proteínas, lipídios e carboidratos, têm papel importante na produção de energia, oxigenação das células e proteção do sistema nervoso. Os iogurtes e queijos são bons substitutos para quem não gosta de beber leite. Os iogurtes, além de conservarem as características nutricionais do leite, têm também outras características que podem ser bem exploradas. A maior popularidade do iogurte está no fato deste produto associar prazer, conveniência, sabor, aspectos nutritivos e benefícios à saúde numa boa medida, além de contribuir para o consumo de proteínas (necessárias na construção, reparação e renovação dos tecidos do corpo, participam da produção de anticorpos, hormônios e enzimas e aminoácidos). É naturalmente rico em sais como cálcio, fósforo potássio, zinco (aumenta a ação de enzimas que combatem os radicais livres, retarda o envelhecimento e favorece o crescimento e fortalecimento dos cabelos), além de conter riboflavina (vitamina B2), ácido pantotênico (Vitamina B5), folato (vitamina B9) e vitamina B12. O iogurte integral contem ainda boas quantidades de vitamina A. Assim como os iogurtes, os queijos também são alimentos fundamentais para uma vida saudável, ricos dos nutrientes encontrados no leite. Portanto, devemos usar a criatividade e encontrar alternativas para incluir o leite e seus derivados na alimentação do nosso dia a dia
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Impacto em Santa Catarina
Pecuária leiteira e piscicultura terão juros de 2,5%
Plano Safra
Agricultores de médio porte terão prioridade Neste ano de vigência, o Plano Safra destinará R$ 202,8 bilhões de crédito aos produtores rurais brasileiros
O
s investimentos que serão realizados no Plano Agricultura e Pecuário 2016/2017, conhecido como Plano Safra, foram anunciados pelo Governo Federal no início de maio. Neste ano de vigência, o Plano Safra, de acordo com o Ministério da Agricultura, destinará R$ 202,8 bilhões de crédito aos produtores rurais brasileiros. O valor representa aumento de 8% em relação à safra anterior, que era de $$ 187,7 bilhões. Um dos destaques é o crescimento de 20% dos recursos para custeio e comercialização a juros controlados - mais baixos que os de mercado. A modalidade contará com R$ 115,8 bilhões. As taxas foram ajustadas sem comprometer a capacidade de pagamento do produtor, com índices que variam 34
de 8,5% a 12% ao ano. Os agricultores de médio porte tiveram prioridade. Os recursos de custeio para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) cresceram 15,4% e alcançaram R$ 15,7 bilhões, com juros anuais de 8,5%. A oferta de crédito agrícola tem crescido a cada safra, demonstrando o potencial e a confiança dos produtores no setor. Somente nos últimos cinco anos, os recursos do Plano Agrícola aumentaram 89%, somando R$ 905,1 bilhões no acumulado do período. Saltou de R$ 107,2 bilhões, na safra 2011/2012, para R$ 202,88 bilhões, no ano agrícola atual. O Plano Agrícola e Pecuário 2016/2017 entra em vigor no dia 1º de julho deste ano e se estende até 30 de junho de 2017.
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Com o anúncio do Plano Safra 2016/2017, a expectativa é de que os agricultores catarinenses possam a investir ainda mais em melhorias para suas propriedades rurais. O Plano Safra da Agricultura Familiar é voltado para os agricultores que possuem Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) e terá recursos de R$ 30 bilhões. Este é o plano que mais reflete em Santa Catarina, já que 85% dos estabelecimentos agropecuários economicamente ativos são classificados como de agricultura familiar. Segundo o secretário adjunto da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina, Airton Spies, a medida que trará mais impacto para o Estado é o aumento no limite de financiamentos com a menor taxa de juros, já que os agricultores catarinenses têm uma grande demanda por recursos. Os limites são de R$ 250 mil para custeio e de R$ 330 mil para investimentos, com juros de 2,5% a 5,5% ao ano. “O Plano Safra, apesar de trazer um aumento nos juros em relação ao último ano, é bom para Santa Catarina. O mais impactante é o aumento do valor financiado com a menor taxa de juros porque o Estado tem uma agricultura familiar tecnificada. Os agricultores aplicam tecnologias mais caras e, por isso, precisam de mais recursos para se viabilizar”. O Plano Safra traz ainda uma taxa de juros diferenciada para itens agroecológicos e produtos que integram a cesta básica, como arroz, feijão, batata, trigo, café e leite. Além desses itens, pecuária leiteira, apicultura, piscicultura e criação de ovelhas e cabras terão juros de 2,5%. Para assentados da reforma agrária, as taxas ficarão entre 0,5% e 1,5%. Os jovens e as mulheres que vivem no meio rural também contam com uma linha especial de financiamento. O Plano contempla ainda ações voltadas para capacitação dos agricultores com o fortalecimento da assistência técnica e extensão rural e o incentivo à gestão das propriedades e das cooperativas da agricultura familiar. Santa Catarina é o Estado que, proporcionalmente ao número de agricultores, mais utiliza os recursos do Pronaf no Brasil. São mais de R$2,5 bilhões aplicados em Santa Catarina por ano. O Governo do Estado auxilia os agricultores no acesso aos recursos através de sua rede de assistência técnica nos escritórios da Epagri. O Plano Agrícola a e Pecuário 2016/2017 é voltado para a agricultura de médio porte e a empresarial e traz um volume de recursos de R$ 202,8 bilhões com juros controlados, taxas que variam de 8,5% a 12,75% ao ano
CINTIA E UMA MÃE BEM COMUM.
LELECO TEM UMA AUTOESTIMA ADMIRAVEL.
MARINA E CAIO SÃO IRMÃOS COM GOSTOS DISTINTOS.
Sabe o que Cíntia, Leleco, Marina e Caio têm em comum? Eles são diferentes. Cada um com seu jeito, particularidades e manias. Histórias de pessoas comuns, iguais a você, contadas de um jeito diferente. Para conhecer, acesse as redes sociais da Assembleia Legislativa de Santa Catarina. assembleiasc
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Cadastro Ambiental Rural
Um prazo a mais para aderir Governo Federal prorrogou até maio de 2017 o prazo para realizar o Cadastro Ambiental Rural
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m 05 de maio deste ano, dia em que terminava o prazo para que os proprietários de imóveis rurais fizessem a inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR), foi publicada medida provisória n° 724, que prorrogou para o dia 05 de maio de 2017 o prazo para que os imóveis com até quatro módulos fiscais façam o CAR. Em Santa Catarina, até 05 de maio, foram inseridos no CAR 268 mil propriedades rurais, ou seja, 84% da área por hectare foi cadastrada. “Fizemos um trabalho de divulgação para que o Estado atingisse um número expressivo de cadastros. Além disso, mais de 1300 facilitadores foram treinados para dar orientação e apoio à inscrição dos imóveis rurais no sistema”, explica o secretário
de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS), Carlos Chiodini. O Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (SiCAR) continuará disponível para todos os proprietários ou possuidores, contudo, os cadastros de imóveis com mais de quatro módulos fiscais que forem feitos após às 23h59 de 05 de maio de 2016 não terão acesso aos benefícios vinculados ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), como a concessão de crédito agrícola por instituições financeiras, por exemplo. Mas, o que é esse Cadastro Ambienta Rural? A Revista Negócio Agro conversou com o engenheiro Ambiental e Sanitarista e técnico em Meio Ambiete, Raul Coan, da Engter, de Braço do Norte, que tira algumas dúvidas referentes ao CAR.
Técnico explica quem deve fazer o CAR e quais os procedimentos que devem ser seguidos 36
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Quem precisa fazer o CAR? O cadastro Ambiental Rural (CAR) é um registro público eletrônico de âmbito nacional e, que é obrigatório para todos os imóveis rurais (propriedades ou posse), sejam eles públicos ou privados.
Qual a importância da propriedade ter o CAR? O CAR é um instrumento de fundamental importância na sistemática do Código Florestal. Com ele será possível, não somente fiscalizar o cumprimento da legislação, mas também obter dados importantes na elaboração de políticas para melhoria das condições ecológicas, sociais e econômicas do meio rural brasileiro. O CAR possibilita o planejamento ambiental e econômico do uso e ocupação do imóvel rural, dentre seus benefícios destacam-se: - Possibilidade de regularização das Áreas de Preservação Permanente (APP) e/ou reserva legal vegetação natural suprimida ou alterada até 22 julho 2008 (decreto 6.514) no imóvel rural, sem autu-
ação por infração administrativa ou crime ambiental. - Suspensão de sanções em função de infrações administrativas por supressão irregular de vegetação em áreas de APP, Reserva Legal e de uso restrito, cometidas até 22 julho 2008. - Obtenção de crédito agrícola, em todas as suas modalidades, com taxas de juros menores, bem como limites e prazos maiores que o praticado no mercado. - Contratação do seguro agrícola em condições melhores que as praticadas no mercado. - Dedução da (APP), de Reserva Legal e de uso restrito base de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural -
ITR, gerando créditos tributários. - Linhas de financiamento atender iniciativas de preservação voluntária de vegetação nativa, proteção de espécies da flora nativa ameaçadas de extinção, manejo florestal e agroflorestal sustentável realizados na propriedade ou posse rural, ou recuperação de áreas degradadas. - Isenção de impostos para os principais insumos e equipamentos, tais como: fio de arame, postes de madeira tratada, bombas d’água, trado de perfuração do solo, dentre outros utilizados para os processos de recuperação e manutenção das Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito.
Como fica com a prorrogação da data para fazer o cadastro? No dia 05 de maio de 2016 através da medida provisória N° 724 publicada no Diário Oficial, prorrogou o prazo de adesão ao cadastro para o dia 05 de Maio de 2017 para os imóveis com até quatro módulos fiscais, isto é, pequenas propriedades ou posse rural familiar, onde para cada município determina-se uma unidade de medida especifica, no município de Braço do Norte por exemplo, o módulo fiscal é 14,00 ha, sendo assim, a prorrogação do cadastro nestas áreas são para as propriedade com área inferior a 56,00 ha, com direitos aos benefícios trazidos pelo Código Florestal, Lei N° 12.651/2012. A medida foi uma maneira de ampliar a inclusão dos agricultores familiares, pois além de beneficiar este perfil de agricultor, também beneficia os governos que terão mais tempo para cumprir seu papel de apoiador conforme disposto no novo Código Florestal. O Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (SiCAR) continuará disponível para todos os proprietários ou possuidores, contudo, os cadastros de imóveis com mais de 4 (quatro) módulos fiscais que forem feitos após o dia 05 de maio de 2016 não terão acesso aos benefícios vinculados ao Programa de Regularização Ambiental (PRA).
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Se o CAR for feito por uma pessoa despreparada, é grande a chance de que algo saia errado
O que é necessário para fazer a adesão ao CAR? Para cadastrar o imóvel rural no CAR é preciso acessar o Sistema de Cadastro Rural, o SiCAR, no endereço www.car.gov.br. É preciso baixar o programa do CAR no computador e seguir os passos para cadastramento. Para realizar o CAR é necessário o documentos de identificação do proprietário ou possuidor rural e de comprovação da propriedade ou posse rural, além da identificação do imóvel, localização de vegetação, área de preservação permanente, reserva legal, área consolidada, etc. Os sindicatos de trabalhadores rurais, as associações dos produtores, bem como o poder público municipal, estadual e federal também fornecem apoio para realizar o cadastramento dos imóveis rurais. Embora o CAR seja gratuito e permita que o proprietário faça o cadastro sem a contratação de profissionais técnicos, é importante considerar que o CAR envolve etapas que ocorrem antes, durante e depois da declaração das informações no sistema, e, em alguns casos, há necessidade de realizar trabalho de campo, por exemplo, quando as imagens de satélite não correspondem com a realidade que apresenta o imóvel rural, além da interpretação da legislação e análise do uso e da ocupação do solo de determinada área. O Ministério do Meio Ambiente deixa claro que as informações inseridas de maneira equívoca, o cadastro será invalidado ou terá que ser retificado, isto é, fica fácil saber quem pagará essa conta, os proprietários dos imóveis. Se o CAR for feito por uma pessoa despreparada, é grande a chance de que algo saia errado e, assim, o proprietário ou possuidor do imóvel será punido e terá maiores problemas em um futuro próximo do que se ele tivesse contratado um profissional habilitado para cadastrar a sua propriedade. 38
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O que acontece com quem não fizer o CAR? Para as pequenas propriedades ou posse rural familiar com até quatro módulos fiscais, os produtores têm um nova chance para realizar o cadastro até o dia 05 de maio de 2017 com os direitos garantidos aos benefícios trazidos pelo Código Florestal, Lei N° 12.651/2012. Já para as propriedades rurais com mais de quatro módulos fiscais que não realizaram o cadastro, perdem o acesso aos benefícios vinculados ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), que são programas da União, Estados, Distrito Federal e Municípios que compreendem o conjunto de ações ou iniciativas a serem desenvolvidas pelos proprietários e posseiros rurais com o objetivo de adequar e promover a regularização ambiental (relativo a supressão irregular de vegetação em áreas de preservação permanente, de reserva legal e de uso restrito, etc). Ademais, é importante ressaltar que, mesmo encerrado o prazo para ter direito aos benefícios associados ao PRA, os proprietários de imóveis com mais de quatro módulos fiscais devem fazer o cadastro. A inscrição no CAR será exigida pelas instituições financeiras para que possam ter a concessão de crédito agrícola e também dar ao produtor o acesso aos mercados e entidades que já vêm exigindo o cadastro com comprovação da regularidade ambiental
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GASTRONOMIA NA SUA CASA Na hora de assar, comece preaquecendo o forno em 200ºC. Regue um refratário com bastante azeite e forre o fundo com rodelas de batatas e cenoura. Tempere os legumes com sal e pimenta e regue com mais azeite. Coloque o peixe sobre esta “cama” de legumes. Eu ainda coloquei umas azeitonas e umas mini cebolas descascadas em volta. Sobre o peixe espalhe um pouco de colorau, isso é opcional, pois não muda o sabor, é só para deixá-lo com uma cor mais bonita. Regue também o peixe com o fio de a eite e e ao orno sem papel alumínio mesmo).
Tilápia é uma ótima opção de prato para receber amigos
Receita Tilápia Assada a Moda da Chef
Comece temperando o peixe com antecedência de pelo menos 2 horas com limão, sal, pimenta e o que mais você quiser. Deixe marinando na geladeira. Eu faço uns cortes na pele do peixe até chegar na espinha para o tempero entrar melhor (somente em um dos lados do peixe) e facilitar quando for servir.
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Agora vamos preparar o tempero que vai regar esse peixe no forno. Esta quantidade de tempero dá para regar 2 Tilápias grandes e a sobra pode ser guardada na geladeira por até m s se o li uidifi cador ou mixer para bater os seguintes ingredientes: - 150ml de vinho branco seco; colheres sopa de a eite colher sopa de suco de lim o ou vinagre; colher sopa de er as finas mix de ervas comprado pronto); x cara de olhas de coentro se n o gostar use salsinha); - 1 dente de alho; colher ca é rasa de sal - 1/4 de cebola; colher ca é de pimenta ranca moída. Após 15 minutos de forno, regue com o tempero umas colheradas so re o peixe e os legumes). Volte para o forno. Quando perceber que o molho deu uma reduzida, repita a operação até o peixe estar assado usei metade do tempero e reguei 3 vezes). ica delicioso Esse tempero molho fica muito especial!
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