folha

Page 1

Especial de

Natal

www.folhaojornal.com.br


Braço do Norte, 21 de dezembro de 2012

02 Especial de Natal

www.folhaojornal.com.br

Católicos celebram Natal com ceia e Missa do Galo Família Beltrame, de Rio Fortuna, prepara ceia na véspera com todos os membros da família, e juntos participam da tradicional celebração na igreja

E

m meio às festividades do Natal, algumas religiões destacam uma atenção especial para o dia 25 de dezembro. Estas são as chamadas religiões cristãs, que têm toda sua teologia centrada no advento do nascimento de Jesus Cristo. Essa convicção pela importância da data não diz respeito apenas aos católicos, mas também aos cristãos protestantes e evangélicos. Mais do que isso, praticamente não há distinção na maneira como as duas religiões encaram a data. As semelhanças, no entanto, se resumem à maneira como estas encaram o sentido do Natal e sua importância. Com um perfil mais afeito a rituais, os católicos contam com um número muito maior de cerimônias do que os protestantes. Enquanto para os evangélicos as celebrações se resumem às

suas orações ou mesmo apresentações musicais, para os católicos há toda uma preparação especial. O advento começa no final do mês de novembro e se estende até meados de dezembro, como uma preparação, que é a própria expectativa para o Natal. Neste período, são lidos trechos bíblicos que falam sobre esperança, levando a comunidade a se preparar para esse sentido. Já no dia de Natal, os católicos celebram uma missa especial, realizada tradicionalmente à meia-noite, que recebe o nome de Missa do Galo. Para a professora Isolde Inês Beltrame, 45, a data é especial para a família, pois todos se reúnem para celebrar. Separada e mãe de três filhos, Paula, 20, Bruno, 22, e Mônica, 7, ela espera com ansiedade mais um Natal. A tradição se repete. A cada ano a ceia é preparada na casa de uma das irmãs, são

oito, ou da mãe. Após a janta na véspera, com menu natalino, sem esquecer do famoso ‘chester’, a família tem como hábito participar da Missa do Galo. “Na confraternização acendemos o pinheiro, fazemos um brinde entre a família e ao som de músicas natalinas é revelado o amigo secreto”, acrescenta. Uma das lembranças especiais que Isolde faz questão de contar é uma celebração à luz de velas. “Apagamos as luzes, todos deram as mãos e proferi alguns dizeres. Foi um encontro bem emocionante”, relata a matriarca. A filha caçula também opina quanto a data. “Gosto muito do Natal. Ganho presentes e chocolates. Este ano ajudei a montar a nossa árvore de Natal, pendurei os bombons que substituem as bolas coloridas”, conta orgulhosa.

Ao lado da árvore que ajudou a montar, Mônica, a filha caçula, espera ansiosa pelo Natal

Celebração do nascimento de cristo em outras religiões Assim como os católicos, as pessoas que seguem a religião mórmon possuem costumes semelhantes á celebração do Natal. A jornalista Márcia Denardi, 27 anos, mora em Tubarão e é, juntamente com sua família, praticante

da religião. Ela conta que já participou de outros grupos, mas jamais havia sentido com tanto fervor, a comemoração do Natal. Apesar de ter reuniões diferentes das dos católicos, a celebração do nascimento de

Jesus Cristo é muito aguardada e repleta de solidariedade com o próximo, até mesmo com alguns símbolos como a árvore de Natal. “Na nossa religião, Jesus Cristo é o alicerce em nossas vidas. Assim como para muitos outros, ele

é tudo para nós. Por isso, o Natal para um ‘mórmon’ é mais do que um jantar, do que uma reunião em família. É o símbolo da história mais importante da humanidade, quando Cristo veio ao mundo”, descreve Márcia.

Os mórmons possuem um costume de viver sem consumir qualquer substância que seja nociva para o corpo, como por exemplo, o álcool. “Seguimos o que chamamos de Palavra de Sabedoria, que é uma lei divina de saúde. Nós

nos abstemos de qualquer substância que seja nociva para o corpo. Cigarro, bebidas alcoólicas, drogas e café. Além disso, somos aconselhados a comer carne moderadamente, evitando os excessos”, conta a jornalista.

Cultura transformada Família evangélica não tem costume de celebrar o Natal

A

s igrejas evangélicas têm um perfil mais flexível em relação às culturas, preocupando-se em manter seus pontos principais, como a valorização da vida, a pecaminosidade do ser humano, a Bíblia como fonte de verdade e outros. Em virtude disso, a família de Adelar Martins da Silva, 43, considera que o Natal é uma data comum na sua religião, que não é celebrado. “Não temos o costume de celebrar a data. Para nós, Natal significa o recebimento de Jesus em nossas vidas. Não temos ceia, não adoramos. Aproveitamos a data para passear, é como um feriado”, explica. A casa da família, sem enfeites natalinos, não silencia

as palavras proferidas pelo missionário que veio para Rio Fortuna em 1997. Naturais de Joinvile, Adelar foi morar na Cidade das Belezas Naturais com a família numa missão: ensinar o evangelho. Casado com Elizabete, 38, e pai de Thaline, 20, Felipe, 15 e Fernando, 4, Adelar acredita que ainda há um certo preconceito com a religião que ele e a família acreditam. “O povo é ensinado a comemorar a data e quando se deparam com aqueles que não fazem nada neste dia, não entendem. É a nossa religião, neste dia Jesus nasce em nossos corações. Mas se nos convidarem para um almoço, por exemplo, participamos. Somos educados quanto a isso”, salieta. Não há ceia, nem almoço nos

costumes da família. Os cultos acontecem normalmente. A família construiu uma igreja, a Assembléia de Deus, onde todas as terças-feiras e domingos, pregam o evangelho, no qual valorizão a vida, tentam evitar a pecaminosidade do ser humano e lêem a bíblia, a fonte de verdade. No entanto, no próximo dia 23, será o último culto que antecede o Natal. Já no dia de Natal, que será na terça-feira, a família pretende aproveitar a data e a folga para viajar. “Não sabemos a certo aonde iremos. É uma semana de férias que teremos, então vamos aproveitar para descansar também”, fala Adelar que honra o Salmo 23 ‘O Senhor é meu Pastor e nada me faltará’.

Ao lado da mulher e do filho Felipe, Adelar faz planos para viajar no dia de Natal


Braço do Norte, 21 de dezembro de 2012 www.folhaojornal.com.br

Especial de Natal

Estórias e curiosidades natalinas Por: Padre Sérgio Hemkemeier

O

Canto Noite Feliz: Era Véspera de Natal. Em 1818. Na aldeia de Oberndorf (Áustria) os camponeses ouviram, pela primeira vez, os cantos “Noite Feliz”. A letra era feita pelo padre Joseph Mohr, e a música pelo organista Franz Grubert, e executada por um pequeno coral da aldeia. O canto foi correndo de aldeia em aldeia até se tornar o canto de Natal mais popular do mundo. Missa do Galo: a missa do galo surgiu na Europa, à meianoite, a hora do canto do galo, em homenagem ao menino Jesus. Tornou-se uma tradição brasileira, reunindo dentro da igreja um grande número de pessoas que se confraternizam na Noite Santa. Papai Noel: é o bom velhinho de barbas brancas, roupas vermelhas e quentinhas, tão aguardado pelas crianças na noite de Natal. De onde ele vem? Algumas pessoas dizem que ele existiu há muito tempo

atrás e se chamava São Nicolau. Outros dizem que ele mora no Pólo Norte, e que todo ano, nas vésperas de Natal, viaja num trenó puxado por renas douradas, para distribuir presentes às crianças do mundo inteiro. A criançada escreve cartas, bilhetinhos, pedindo presentes. A figura de Papai Noel tornou-se muito popular na Europa e de lá veio para o Brasil. Árvore de Natal: essa tem uma história bem longa. Vem também da Europa. Antigamente, pelo mês de maio era cortado um pinheiro e replantado no centro de uma aldeia. A sua volta os camponeses se reuniam e, dançando e cantando, pediam boas colheitas para o ano seguinte. Aos poucos a árvore foi se incorporando no ciclo de Natal, também como símbolo de vida, ligado ao nascimento de Jesus. Em substituição às grandes árvores naturais, surgem árvores pequenas, armadas no interior das casas e nas ruas, enfeitadas com fitas prateadas,

bolas coloridas, luzes e brinquedos. O Presépio: diz a História Sagrada que o menino Jesus nasceu numa gruta ou lapa, em Belém, na Judeia. E que ele foi colocado em uma manjedoura ao lado de um boi e um burro. A manjedoura era um lugar cheio de palha onde os animais se alimentavam. Por isso surgiu a palavra “presépio”, que quer dizer curral,estrebaria, cocheira. O presépio ou lapinha é a representação da cena do nascimento do Menino Jesus. Os presépios variam muito, mas geralmente, apresentam 21 figuras principais: o Menino Jesus na manjedoura, a Virgem Maria e São José, o Anjo da Guarda, o Anjo do Glória, um cavalo, três pastores, uma vaca, um jumento, carneirinhos brancos, um galo, um boi, um burro, um cabrito, um caçador com seu cachorro e uma pastorinha. A primeira apresentação de presépio foi na Itália, por volta de 1223. Os presépios são armados nas igrejas, casas e praças, a partir da véspera de

Natal ao dia 06 dee janeiro, dia dos Reis Magos. O presépio vivo ou com imagens tornou-se ornou-se uma tradição da Igreja Católica. atólica. Reisado: são que festejam nas ruas, de meados de dezembro a 06 de janeiro. São ranchos, ternos, grupos alegress de pessoas fantasiadas que saem em pelas ruas cantando, dançandoo e representando. Bumba-Meu-Boi: esta brincadeira, este folguedoo popular tem diversos nomes peloo Brasil afora: Boi-de –mamão, Bumba, Boi– Bumba, Calemba, Boi-de-Reis. Normalmente se apresenta presenta no ciclo de Natal, porém, m, em algumas regiões é um folguedo do junino. Os personagens centraiss são os bois, o vaqueiro, Catirina,, Mateus e o doutor acompanhado do das amas e dos Galantes. Os mú- s i c o s tocam e os personanagens dançam, cantam am e representam. O tema ema central é a morte e a ressurreição do boi. oii. Tudo isso é contado tado

com muita graça, criticando acontecimentos anuais da cidade. Natal no mundo: no mundo inteiro festeja-se Natal, das maneiras mais diversas. No Brasil, o Natal coincide com o verão. O calor leva as pessoas a saírem de casa e festejar nas ruas ou pracinhas. Assim a Missa do Galo, Papai Noel, Árvore de Natal e a Ceia se misturam com as danças, os cantos e os folguedos populares no alegre Natal brasileiro.

03


04 Especial de Natal

Braço do Norte, 21 de dezembro de 2012

www.folhaojornal.com.br

Aniversariante no Natal comemora em dose dupla No dia que é celebrado o nascimento de Jesus, braçonortense comemora seu aniversário com a família

M

ais um Natal está prestes a chegar e há 63 anos a família Coan comemora o evento religioso em dose dupla. Isso porque, Luiz Natalino Coan completa mais um ano de vida nesta data em que se celebra o nascimento do menino Jesus. De uma família numerosa, com os pais já falecidos, Natalino tem 13 irmãos. Casado com a professora aposentada Maria Vanete Stang Coan, é pai de Milene e Ezequiel, e avô de quatro netos, Todos os anos, Luiz Natalino espera ansioso por mais uma festa de fim de ano. Desde pequeno, o dia de Natal era sinônimo de alegria, mesmo quando a época era precária, com muito trabalho e poucas condições financeiras, já que os pais trabalhavam na roça e até os 25 anos, o braçonortense se dedicou à atividade no campo. “No Natal era tudo tão bonito. Fazíamos pinheiro, colocávamos barba de velho e no dia de Natal ganhávamos até bolachas enfeitadas”,

descreve Natalino, que salienta que ganhou presentes até os 15 anos, depois ficou um tempo sem ser presenteado e hoje em dia os presentes vêm dos filhos. “É uma data importante, em que Jesus Cristo nasceu. Fico feliz em fazer aniversário neste dia em que todo o mundo inteiro para celebrar o momento. Na minha casa, com a minha família, é uma comemoração só”, salienta Luiz Natalino. O ritual de Natal deste ano já está programado na casa dos Coan. Uma semana, antes da data, Natalino participou de um almoço com os irmãos, no sábado, 15. Já o dia de celebrar o nascimento do menino Jesus e o seu aniversário, será comemorado com a família que constituiu. “Cantam parabéns pelo meu aniversário, confraternizamos juntos. Há também a troca de presentes”, salienta. Mas, na véspera, além da ceia, faz questão de participar da Missa do Galo. Uma das datas que marcou Luiz Natalino,

que hoje é gerente financeiro da empresa AgroWerner, foi o primeiro Natal com a filha. “Fazia um ano que Milene tinha nascido e para nós foi muito especial. Este dia foi marcado pela renovação, que ao passar dos anos foi crescente com a presença do genro, nora e dos netos”, acrescenta. Para Braço do Norte, Natalino deixa o seu desejo de um bom Natal com saúde e paz.

NATALINO comemorará o aniversário ao lado da esposa, dos filhos e dos netos


Braรงo do Norte, 21 de dezembro de 2012 www.folhaojornal.com.br

Especial de Natal

05


06 Especial de Natal

Braço do Norte, 21 de dezembro de 2012

www.folhaojornal.com.br

A arte de contar a história de Natal através de cânticos Grupo formado por instrumentistas de Orleans faz apresentações para contar a história dos Reis Magos

C

antar e enaltecer a magia do Natal, representada pelo nascimento do menino Jesus, essa é uma das missões do Grupo Estrela Guia, de Pindotiba, Orleans. Desde 1978, guiados pelo mestre Antônio Dias André, o “Geada”, o grupo com cerca de dez participantes que comemora os festejos de Natal tocando músicas alegres em louvor aos “Santos Reis” e ao nascimento de Cristo. As histórias e músicas entoadas pelo grupo, também conhecido como “Terno de Reis”, tem suas origens na história bíblica dos Três Reis Magos. Seguindo uma estrela que surge no céu no dia de seu nascimento, 25 de dezembro, Gaspar, Melchior e Baltazar, saem à procura do Menino Jesus, levando presentes -ouro, mirra e incenso- e chegam a Belém no dia 06 de janeiro, Dia de Reis. “Terno de Reis é uma adaptação da cultura açoriana e durante o mês de dezembro cantamos as histórias. O nosso grupo é formado por músicos e instrumentistas que tem como primórdio mostrar o valor dos três reis magos”, esclarece Geada.

Há três anos que as famílias do município não recebem mais o grupo Estrela Guia em suas casas. Como o tempo nesta época é curto, o grupo tem um cronograma diferente a cada ano. Fazem diversas apresentações em festivais ou missas de Terno de Reis. Mas, nas visita aos lares a apresentação se divide em três partes. Na chegada, saúdam os donos da casa e pedem licença para entrar. No segundo ato, louvam o menino Jesus em frente ao presépio. A cantoria é interrompida quando o dono da casa, seguindo o exemplo dos Reis Magos, presenteia o grupo com bebidas e comidas. A apresentação se encerra com o agradecimento e despedida. Segundo a cultura popular quem recebe o Terno de Reis em sua casa é abençoado. “Sempre fomos bem recebidos pelas famílias. Isso serve de estímulo para continuarmos com a Estrela Guia, contribuindo com a magia do Natal. É gratificante estar à frente deste grupo, que leva música, história e alegria nesta época do ano”, completa.

Grupo de Orleans representa a região nos eventos natalinos


Braรงo do Norte, 21 de dezembro de 2012 www.folhaojornal.com.br

Especial de Natal

07


08 Especial de Natal

Braço do Norte, 21 de dezembro de 2012

www.folhaojornal.com.br

Alegria natalina chega a cavalo em Rio Fortuna Ação de um grupo de amigos de Rio Fortuna leva doces às famílias de uma forma diferente nos dias que antecedem o Natal

O

Natal é uma data marcada, além de atitudes solidárias, por uma farta ceia, troca de presentes, chocolates e enaltecimento do menino Jesus. Para atender toda a população e presenteá-la com alguns mimos, uma ação voluntária de um grupo de amigos de Rio Fortuna percorre a cidade distribuindo doces. Mas, estes presentes chegam de uma forma um tanto inusitada: a cavalo. O grupo de cavalgada Rio Fortuna tem a participação de 60 pessoas, que se reúnem novamente este ano para a ação. A primeira vez que fizeram isso foi em 2011, que contou com a ajuda de 25 amigos, somente cavaleiros. De acordo com um deles, Edivan Heidemann, a ideia surgiu em uma conversa entre amigos, que participam do mesmo grupo. “Um deles até se prontificou a ser o Papai Noel e, com a colaboração dos outros cavaleiros, juntamos dinheiro para comprar balas e pirulitos e distribuímos pelas ruas da cidade”, conta. A rota dos cavaleiros percorre

as ruas do centro de Rio Fortuna. Os parceiros, Lions e alguns funcionários do Lacticínios Fortuna, entram em um acordo para os Papais Noéis terem cada um, um ponto para seguir. Em cima de cavalos eles percorrem os pontos na semana que antecede o Natal. “Para a gente que gosta de cavalgar, cuidar do animal e ver ele cada dia mais bonito e saudável é uma alegria. É gratificante poder desfilar com cavalos pelas ruas da cidade, fazendo um simples gesto que custa muito barato e que arranca sorrisos de crianças, idosos, jovens, adolescentes e demais pessoas da comunidade”, salienta. De acordo com Edivan, o gesto comove muitas crianças ou idosos, que são os que mais se sensibilizam com Natal. Uns pedem para acariciar os cavalos e dar uma volta, ou ainda dar um abraço no papai Noel que está em cima do equino. “Não tem dinheiro que pague isso. As pessoas podem gostar do animal, mas não o têm. Até mesmo a curiosidade de

montar e experimentar o que é andar a cavalo”, reflete. Edivan Heidemann é um dos amigos que leva a alegria do Natal por onde passa com seu cavalo, seja distribuindo doces ou guiando o grupo de Cavaleiros na jornada natalina. Há dois anos faz parte do grupo do Lacticínios Fortuna e a três anos do Lions Clube. “Para mim não existe nada mais gratificante do que poder fazer o bem, não olhando a quem. Em pequenos gestos que você faz pode ser pouca coisa, mais pra quem recebe, pode ser tudo. Nem se seja um saquinho de balas, um abraço, um sorriso e um simples Feliz Natal desejado de coração. Se todos fizerem pequenos gestos não só no Natal, mas quando pudessem, porque todo mundo pode fazer alguma coisa pra deixar alguém alegre e feliz. Quando morrermos não vamos levar nada desta vida, a única coisa que podemos levar é a lembrança de nossos amigos que aqui deixamos, as gargalhadas e nossas bemfeitorias”, reflete o voluntário.

Grupo sai a cavalo em Rio Fortuna para celebrar a chegada do Natal de maneira diferente


Braรงo do Norte, 21 de dezembro de 2012 www.folhaojornal.com.br

Especial de Natal

09


Braço do Norte, 21 de dezembro de 2012

10 Especial de Natal

www.folhaojornal.com.br

Correios recebem cartas de sonhos e esperanças Alunos da Escola João Batista da Silva, no bairro Floresta, enviaram 80 cartinhas ao Papai Noel e Correios atendeu aos pedidos

A

época de Natal é repleta de simbologias. Enfeites, roupas, música, luzes e uma série de detalhes típicos da data de celebração. Para as crianças, a magia de Natal começa quando é escrita e enviada a cartinha ao Papi Noel, pedindo os sonhos e desejos para serem realizados na noite de Natal. Em Braço do Norte, há 15 anos, a Agência dos Correios recebe cartinhas de crianças carentes do município, que estudam no ensino público, e realiza os sonhos desses alunos. Alcançar a importante e nobre tarefa de levar o sorriso ao rosto dessas crianças requer a ajuda de diversos “padrinhos”. A gerente dos correios de Braço do Norte, Karina Coutinho, explica que junto das cartinhas é enviada a foto e os dados da criança,

como número da roupa e do calçado. “ Muita gente aparece procurando essas crianças para poder ajudar. Este ano teve mais procura do que cartinhas. No total atendemos 80 cartinhas este ano e no ano passado 230”, destaca Karina. Dos 80 sonhos escritos no papel, 13 foram atendidos

pelos próprios funcionários da Agência dos Correios de Braço do Norte. Antigamente, a entrega era realizada pelos próprios carteiros, mas este ano, foi feita uma celebração na Escola Municipal João Batista da Silva, no bairro Floresta, de onde vieram os pedidos. “Nós entregamos os pre-

Carteiros Mauri (esq), Marciano(direita), juntamente com a gerente da agência dos correios, Karina (centro esquerda), entregaram os presentes para a diretora da escola sentes arrecadados para a diretora da escola que posteriormente iria entregar para as crianças”, explica Karina. Emocionada, a gerente da agência destaca que alguns pedidos comovem pela simplicidade.

“Um dos alunos este ano pediu apenas uma calça número 10. Isso nos faz imaginar como é a realidade desta criança”, considera Karina. Karina diz ainda que realizar esse tipo de ação é muito

gratificante. “Com essa ação em específico das cartinhas, estamos realizando sonhos, e todos sabemos que realizar sonhos não tem preço. É um sentimento muito bom”, completa emocionada.


Braço do Norte, 21 de dezembro de 2012 www.folhaojornal.com.br

Especial de Natal

Uma vida dedicada à música Maestro Lourenço Müller realiza, juntamente de seus alunos, apresentações senntações natalinas na região, levando alegria e o espírito de Natal através dass canções

O

s dias que antecedem o Natal são cercados de magia, encanto e música. Sim, a música está presente em muitos atos natalinos. Em eventos religiosos, em apresentações artísticas, como fundo musical nas lojas. E esse clima, na região, tem uma peça fundamental: o maestro Lourenço Müller. Há 26 anos ele se dedica à música e acumula as funções de coordenador responsável pela 20ª Região do Projeto de Apoio ao Canto Coral (Procanto), do qual fazem parte os municípios de Braço do Norte, São Ludgero, Lauro Muller, Orleans, Rio Fortuna, Santa Rosa de Lima, Gravatal e Grão-Pará, Alem de ser professor de música e maestro. Nesta época do ano, Lourenço e seus grupos têm uma agenda concorrida, com apresentações em vários locais. Para Lourenço, Natal e música não podem ser separados. Na

época natalina, as músicas, juntamente com a vontade de se fazer o bem ao próximo, permitem esquecer-se das tristezas e das desavenças, mesmo que momentaneamente. “A própria Bíblia relata que Deus queria música ao nascimento de seu filho e por isso enviou um coro de anjos. A música é cultivada em todos os mo-

mentos por todos os povos, é o remédio da alma”. O coral infantojuvenil e a banda da Afai, regidos e ensinados por Lourenço, tiveram um cronograma de mais de 80 apresentações de Natal. O coral

apresentou-se nos municípios desde o início de dezembro, acompanhado do carrinho do Papai Noel. “Em todos os locais onde nos apresentamos, foi possível ver a emoção no olhar das pessoas. É muito gratificante saber que o trabalho dos grupos é valorizado, principalmente na época de Natal”, comenta Lourenço.

As apresentações dos corais são a prova de que a música não se separa de nada, e de que com uma bela canção, é possível acalmar o espírito e remediar a alma. Na região, o exemplo do maestro Lourenço e de seus alunos, aos poucos vem demonstrando que, dedicar a vida para algo que faz bem aos outros, é uma bela maneira de viver. Mais do que isso, é emocionar em vários tons.

Maestro tocando seu instrumento favorito, o trompete

11


12 Especial de Natal

Braço do Norte, 21 de dezembro de 2012

www.folhaojornal.com.br

Municípios estão preparados para receber o Natal Iluminação Natalina das cidades do Vale estão prontas, e dão um charme na época de luze luzes es e solidariedade

M

ais um Natal está chegando, e os municípios que compõem o Alto Vale do Rio Tubarão estão com a iluminação natalina instalada, e as

luzes acesas dão um charme às cidades, que estão na espera pelo bom velhinho. Buscamos mostrar os encantos de cada município, que com a parceria de prefeituras

e Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDL) preparam as decorações natalinas. No entanto, em Santa Rosa de Lima, as luzes serão acesas no dia 23.

Grão - Pará As árvores da cidade recebem iluminação de microlâmpadas. Acesas, o ambiente na Praça da Igreja Matriz proporciona harmonia aos moradores que a visitam nos dias que antecedem o Natal.

Orleans A Cidade das Colinas, com a tradicional iluminação natalina recebe o charme ás vésperas de mais um Natal. O chafariz da Igreja Santa Otília é um convite à parte para a visita dos orleanenses.

Pedras Grandes A antiga estação de trem da ferrovia Tereza Cristina no município recebeu uma decoração com pisca-pisca e laços natalinos. Hoje, no local, funciona o museu e a biblioteca pública.

Rio Fortuna A Praça Ludgero Carlos Loch recebe a tradicional iluminação que enfeita a estrutura germânica. Luzes e ornamentos compõem o ambiente natalino.


Braço do Norte, 21 de dezembro de 2012 www.folhaojornal.com.br

Especial de Natal

13

Tubarão Gravatal

Na espera por mais um Natal, a iluminação deste ano é reaproveitada. A Avenida Marcolino Martins Cabral recebe novamente a visita de anjos iluminados ao longo do trecho do Centro.

A Avenida Pedro Zappelini recebe ornamentos natalinos, que dão o charme no ponto turístico do município.

Braço do Norte A cada ano uma inovação. A Praça Padre Röer recebe este ano duas iluminadas árvores natalinas, que com dizeres desejam sentimentos de prosperidade e um feliz Natal à população.

São Ludgero A ponte central da cidade, cortada pela rodovia estadual 438, recebe o charme natalino, com a decoração tradicional em arcos e micro lâmpadas.


14 Especial de Natal

Braรงo do Norte, 21 de dezembro de 2012

www.folhaojornal.com.br


Braรงo do Norte, 21 de dezembro de 2012 www.folhaojornal.com.br

Especial de Natal

15


Braço do Norte, 21 de dezembro de 2012

16 Especial de Natal

www.folhaojornal.com.br

Da dependência química ao trabalho voluntário Francisco Aguiar, 38 anos, ex-dependente químico veste o personagem natalino e encanta as crianças de Orleans

Q

uando não está vestido de Papai Noel, e sem ser chamado de Chico, Francisco Aguiar, 38, é vendedor de tapetes personalizados em Urussanga, cidade onde reside atualmente. É casado com a cabeleireira Gislene dos Santos, 30, e pai de três filhos: Amanda, 13, Bruno, 12, e Lara Beatriz, 10. Eles fazem parte da família Noel, que participa da programação de Natal de Orleans. O Papai Noel surgiu em sua vida de uma forma inusitada, Chico, assim conhecido, é um ex-dependente químico. Após ter passado por uma internação morou com a mãe, que deu todo o apoio necessário nesse tipo de situação. O convite para encarar

o personagem veio do então prefeito Valmir Bratti, horas antes da inauguração de uma das iluminações natalinas de Orleans. “Meu padrasto era encarregado pela decoração natalina em Orleans. Fui convidado a fazer parte da equipe que estava confeccionando a iluminação da casinha do Papai Noel. Recebi o convite e aceitei de imediato, pois achei a ideia fantástica, sempre amei crianças”, relata. Durante seis anos Francisco foi o Papai Noel oficial de Urussanga, onde ficava desde o início de dezembro até o dia de Natal, recebendo as crianças com suas cartinhas e sonhos, e distribuindo às pessoas de bom coração, para que as mesmas o ajudassem a

ser o “Bom Velhinho”. “Por falta de incentivo da entidade responsável hoje não faço mais esse trabalho. Faço apenas as chegadas de Orleans e Lauro Müller”, comenta. Com alguns anos de experiência, histórias reais emocionam a família, que além dos trabalhos voluntários tem como missão levar alegria e magia para a população. No primeiro ano de Noel uma criança, em sua cartinha, deixou seu singelo pedido. Queria ganhar um vídeo game, mais se o Papai Noel não pudesse, poderia ser uma bola de futebol, simples, que será bem-vinda. Na carta falou que perto da sua casa morava uma família pobre e que queria presentear as crianças daquela

Sonho de criança vira realidade no Natal Dilnei Lima Mariano teve uma infância difícil e neste Natal, realizou o sonho de reunir 14 famílias da sua comunidade para celebrar a data. O ano de 2012 se tornou um ano especial para Dilnei Lima Mariano. Com 39 anos, ele realizou um sonho de longa data, ser Papai Noel. Com uma infância difícil, não teve muito tempo para acreditar na história, mas sempre soube que a magia da data tão especial é verdadeira. Dilnei mora em uma casa herdada da família, com sua companheira, Paulina da Silva Sebold, 52 anos, no bairro Rio Bonito, em Braço do Norte. Neste mês de dezembro, Dilnei, que trabalha a 10 anos auxiliando no pátio da empresa Moldurarte, tirou dez dias de folga e usou esse tempo para preparar uma festa de natal. Ele dedicou esses dias para organizar o pátio da casa, com um quiosque enfeitado para o Natal, arrumou a rua que leva até sua casa e providenciou presentes e uma roupa de Noel, tudo isso para fazer uma festa para a sua comunidade no dia 15 de dezembro. Dilnei comprou parte dos alimentos, presentes e refrigerante com o próprio dinheiro e pediu ajuda para conhecidos do comércio no município, que ajudaram de bom grado. Lembrando-se da infância, ele relata que fez isso, para mostrar que é possível trazer o es-

pírito de natal sem nada extravagante. “Quando eu era pequeno, lembro que minha mãe certa vez, me deu alguns cruzeiros para comprar bala como presente de Natal. Caminhei quatro quilômetros para comprar cinco pirulitos e aquilo foi motivo de festa”, emociona-se Dilnei. Há anos ele pensava em ser Noel, mas apenas agora, conseguiu juntar o suficiente para conseguir convidar as famílias. “Trabalhei nesses dez dias de descanso mais do que teria trabalhado na empresa. Houve momentos em que nem comia nada. Estava focado em deixar tudo pronto. Tomo remédio para o coração e em alguns momentos achei que ia ter um ataque de tanta empolgação”, conta soltando uma boa risada. Para Paulina, o que o companheiro fez, com todo amor e carinho para celebrar com o próximo, é a prova de que ele tem um grande coração. “Parecia até criança correndo para lá e para cá. Fiquei muito contente de vê-lo realizando um sonho dele e que também é o sonho de muitos outros. O mundo precisa desse tipo de atitude”, destaca Paulina com um singelo sorriso.

Dilnei, ao lado da esposa, convidou vizinhos para a festa de Natal

família. “O que me marcou nessa carta foi o verdadeiro espírito de solidariedade desse menino, abrindo mão de seu egoísmo natural e oferecendo o seu presente às crianças vizinhas. Conseguimos os presentes e a entrega foi aquele banho de lágrima”, conta. Levar a magia de Natal pode ser considerado para Francisco um dos grandes presentes que Deus lhe deu. “Nesse momento, volto a ser criança e me integro a essa magia. Lembro sempre as crianças e aos adultos, que o Papai Noel é um símbolo comercial, o verdadeiro responsável por esse momento tão lindo é Jesus, pois o aniversariante é ele, e sem ele o Natal não existiria”, completa.

Família Noel se apresenta no Natal de Orleans

Papai Noel por acaso Convite para representar pela primeira vez a ilustre figura do Natal veio ao acaso para o frentista de GP, Danilo Fontonella Bonot.

G

rão-Pará recebeu a visita de um Papai Noel de primeira viagem nas celebrações deste ano. O frentista Danilo Fontonella Bonot, 37 anos, representou o bom velhinho pela primeira vez em sua vida. Apesar disso, o Papai Noel não deixou a desejar e fez a alegria da celebração na chegada do Papai Noel, realizada em 13 de dezembro. Danilo foi convidado por acaso, quando uma das organizadoras do evento parou para abastecer no posto onde ele trabalha. Ao

perguntar se todos os preparativos corriam bem, ele foi informado que faltava apenas alguém para ser o Papai Noel e o convidou para representar o bom velhinho. “Gosto bastante do Natal e nunca havia feito nada parecido. Quando fui convidado, imaginei que seria divertido, mas não sabia que seria tão bom”, revela Danilo, que é casado e pai de dois filhos. O Papai Noel de primeira viagem distribuiu balas, mas também recebeu cartinhas de crianças da cidade. Algumas acabaram comovendo

o frentista. “Têm crianças que pedem coisas caras. Mas têm outras que acabam pedindo apenas um chinelinho ou uma roupinha e isso faz a gente imaginar a situação que essa criança vive”, comenta. Satisfeito e emocionado em representar o “Bom Velhinho”, Danilo diz que espera repetir a dose. “Quando eu era pequeno não me recordo de ter visto o bom velhinho da maneira como se faz hoje em dia. Foi uma experiência boa e gratificante”, completa Danilo com um grande sorriso.

Apesar de ser a primeira vez que representa o bom velhinho, Danilo fez a alegria da criançada


Braço do Norte, 21 de dezembro de 2012 www.folhaojornal.com.br

Especial de Natal

17

Com barba de verdade, Papai Noel vive em BN Alberto José Antônio, o “Betinho da Bicicleta”, há 16 anos se veste de Papai Noel e encanta crianças da região com a magia do Natal

H

á 16 anos, a vida do mecânico de bicicletas de Braço do Norte, Alberto José Antônio, 56 anos, o “Betinho da Bicicleta”, mudou completamente. Com problemas de saúde, Betinho foi a Imbituba passar o Natal com familiares. No entanto, mal sabia ele que sua vida seria transformada naquele momento. “Estava chegando perto da casa de meus familiares, quando, em outra casa, próximo a um portão estava uma menina que gritou para sua avó que o Papai Noel estava chegando. No começo não entendi. Porém, quando cheguei mais perto ela veio em minha direção e falou ‘Papai Noel me dá uma bala’. Levei minha mão no bolso e encontrei uma balinha e dei à pequenina. A partir daquele momento, com roupas normais e sem características do Bom Velhinho fiquei comovido, com a cena, e assumi o que hoje entendo ser minha missão – levar alegria às crianças”, relembra Betinho. A partir daquele dia, Betinho

assumiu o personagem e passou a distribuir balas e pirulitos em seu local de trabalho. Um grupo de crianças foi até sua oficina e um deles falou que ali era a ‘Casa do Papai Noel’. A casa, hoje, toda decorada, os recebe para as festas de Natal. Betinho conta que desde então deixou sua barba crescer e começou a ser reconhecido pela aparência do velhinho de barba e cabelos brancos. “Todos os anos, a partir do mês de novembro, começavam a chegar cartinhas de crianças pedindo presentes. Nunca vou esquecer uma carta em especial. Um menino dizia que não queria brinquedos, mas uma cesta básica para ter o que comer na noite de Natal. Aquilo me cortou o coração”, declara com lágrimas nos olhos. Com a saúde debilitada, há 10 anos Betinho passou a se dedicar exclusivamente para o trabalho de Papai Noel. “Agora sou o bom velinho o ano todo. Durmo tarde e acordo cedo. Com várias cartinhas

em mãos, que chegam muito antes do Natal, saio em busca de ajuda para dar todos os presentes que os pequeninos me pedem. Já cheguei a entregar cerca de 300 cestas básicas e mais de dois mil brinquedos em um ano”, lembra o Bom Velhinho. Mas o papai Noel de Braço do Norte, além de presentear as famílias do município, deixa uma importante lição. “Nunca prometa nada às crianças, dê sempre o que tem. Nada mais frustrante para um Papai Noel é uma criança triste, esperando determinado presente e na hora não é o que foi prometido. A culpa sobra para o bom velinho”, ensina. Este ano, a agenda está lotada. Ao lado da mamãe Noel, sua esposa, Maria do Carmo Lopes Martinho, 56, Betinho participou de um curso para Papai Noel em Gramado. Entre outros eventos na cidade, visitou as creches, o Consórcio Intermunicipal da Criança e do Adolescente (Ciaca), e também participou da abertura da programação de Natal

em Braço do Norte. Já na véspera de Natal faz uma visita às pessoas que fazem doações, transformando o montante arrecadado em

presentes, que serão entregues às crianças de bairros carentes após o Natal. “Durante todo o ano é feita uma pesquisa das necessidades

dessas pessoas, agora com mais uma data chegando é hora de presenteá-las e levar um pouco de alegria e magia do Natal”, observa.

Ao lado da Mamãe Noel, Betinho compartilha com a população a magia do Natal

Noel de RF inspira gerações a vestir o personagem Durante 35 anos, Albino Wessler vestiu as roupas vermelhas e barba na cidade. Papel foi repassado para familia, que contribui com o Natal de RF

A

casa de cores brancas com azul reflete toda a harmonia que há dentro dela. Por fora, a iluminação natalina chama a atenção. Diversos pisca-piscas brilham, anunciando desde novembro a chegada do Natal. Albino Wessler, “Bino”, por mais de 30 anos representou o Papai Noel da cidade de Rio Fortuna. Hoje com 75 anos mora com a companheira Teofina Bloemer Duesmann. A casa, no entanto, muda totalmente nas vésperas de mais um fim de ano. Enfeites, guirlandas, pinheiros, bolas e cristais coloridos. É a tradição natalina. Seu Bino prepara a casa que é a primeira residência do Centro a receber a iluminação. E tem lá seus motivos. “Sempre foi um trabalho voluntário. Pela prefeitura encarei o Papai Noel por 16 anos. Fui convidado pelo Lions, LEO Clube e Acirf. Fizeram-me o convite para ser papai Noel e prontamente aceitei. Fazia os encerramentos das novenas, do grupo de idosos e visitava as crianças nas escolas”, relata com orgulho. Mas há um ano a magia teve um fim. Seu Bino, hoje sofre com asma, e é difícil suportar a

roupa quente de Papai Noel com as barbas brancas. Papel que foi repassado a filhos e netos. Um deles, que mora na casa ao lado, Adilson, o “Borsa”, já interpretou o bom velinho na cidade das riquezas naturais. O filho, Paulo, neto de seu Bino, também é um que vestiu as roupas vermelhas. Para Albino, encarar o personagem é sua maior alegria. “Abraçar as crianças, ouvir seus pedidos de Natal é gratificante. Levar a magia desta época é minha alegria”, analisa. Lembranças boas e algumas de cortar o coração. Seu Bino recebia vários pedidos de crianças, que, confiantes no bom velinho, não pestanejam em escrever seus desejos. Um deles, de um menino carente, solicitava um vídeo-game. “É triste atender pedidos como esse, mas alegre também, sei que farei uma criança feliz. Neste caso, um de meus filhos, que é empresário, comprou o vídeo-game e presenteamos o menino”, conta. Uma das lembranças felizes e engraçadas que faz questão de contar é quando entrou em cima de um burrinho no Salão

Paroquial. “Era o encerramento do grupo de idosos. Queria fazer uma surpresa, ninguém sabia da ideia. Amansamos o animal, e puxado pelo dono, entrei no salão vestido de papai Noel jogando balas e doces. Foi uma alegria só”, relata seu Bino. Outra lembrança talvez, singela, revela o verdadeiro espírito de Natal. “Fui fazer uma visita no interior da cidade. Presenteei meu amigo Adolfo Schmoeller, já falecido, como uma caixa de bombom. Ele começou a chorar, me abraçou e disse que era o maior presente da vida dele que tinha recebido de um papai Noel”, conta emocionado. Sem roupas de bom velinho, o Natal deste ano já está programado. A família irá se reunir para uma bela ceia na casa de um dos filhos de seu Bino. São quatro, Jandira, Adilson, Odair e Abel. O amigo secreto será revelado e as confraternizações aos sons de cânticos natalinos anunciam mais um Natal, que Albino faz questão de dar o significado. “Esta é data uma especial, que toda família deve estar unida para adorar o nascimento do menino Jesus”, explica.

Albino durante 30 anos foi o Papai Noel oficial de Rio Fortuna


18 Especial de Natal

Braço do Norte, 21 de dezembro de 2012

www.folhaojornal.com.br

Presentes especiais para alunos especiais Instituições da região promovem eventos natalinos para seus alunos e contam com a ajuda de padrinhos para presentear os especiais

O

Natal é uma época de doação, de troca de carinhos e de presentes. Entretanto, as Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais, que atuam o ano todo com alunos especiais, vivem esse sentimento, ao longo de todo o ano, mas é , nesta época que ele fica ainda mais forte. Na região, as entidades organizam as festas de encerramento do ano e presenteiam todos os seus alunos. Mas, nem todas têm condições financeiras de arcar com as despesas. Por isso recebem doações e convocam padrinhos para beneficiar os educandos. A Escola Especial Lar da Esperança, de Orleans, atende atualmente 84 alunos e na terça-feira, 18, todos realizaram um piquenique e, além do dia com apresentações, levaram para casa agrados, como pijama e chocolate. O presente, comprado pela própria Instituição, substitui a ação de

padrinhos. O Lar da Esperança recebe doações voluntárias e jurídicas, além de verbas sociais. Para a diretora Fabiana Martins Hoffmann, cada ano a festa é organizada de forma diferente. “Recebemos apoio do comércio e quando um aluno precisa de alguma ajuda específica, por exemplo, há pessoas que se prontificam a ajudar”, explica, revelando o caso de um aluno que precisou de prótese e pela lista de espera das pessoas que doam, uma arcou com os custos. O clima de Natal é nítido. Os alunos criam enfeites de Natal, as professoras embalam os presentes e decoram as embalagens, enquanto que as doações chegam e são armazenadas. “É um clima mútuo de solidariedade. Além desta época de Natal, que o povo fica mais sensibilizado, durante o ano também recebemos doações. Quem nos ajuda tem um lema: ‘há pessoas que precisam mais que a gente’”, finaliza.

Sem padrinhos, Apae de Orleans patrocina as lembranças de seus alunos


Braço do Norte, 21 de dezembro de 2012

Especial de Natal

www.folhaojornal.com.br

19

Parceiros proporcionam atendimento na Apae de GRA Há 22 anos, desde a inauguração, a Apae de Gravatal recebe um auxílio para manter a entidade, proporcionando um atendimento exemplar, além de proporcionar uma bela festa natalina para seus alunos especiais. Para isso, a cada ano padrinhos são convidados à adotar um educando e, além de presenteá-lo, participam

da festa de confraternização. Para a diretora, Adriana Machado Martins, esta é uma oportunidade de ajudar, pois sem os parceiros não há como manter de portas abertas a instituição. “Os recursos são poucos, e temos uma grande parceria com o comércio da região, eles sempre ajudam com o que precisamos”, relata.

Já a festa de Natal na quintafeira, 13, reuniu os 66 alunos e o casal de padrinhos de cada um. Ao lado da família e parceiros, a noite contou com apresentações e a confraternização. Durante todo o ano, além de visitar a escola e seus afilhados, essas almas nobres encantam com seu gesto de amor ao próximo e cidadania.

Padrinhos abrilhantam o Natal da Apae de BN

Empresários colaboram com o Natal da Apae da Capital da Moldura

H Instituição oferece festa de Natal aos alunos com ajuda de parceiros

á sete anos a Associação de Pais e Amigos do Excepcionais (Apae) da Capital da Moldura, em um dia de homenagens e presentes com estudantes e padrinhos, comemora a aproximação do Natal. A data celebra a alegria do ano, que em 2012 foi realizada na sexta-feira, 14. De acordo com a diretora da Apae, Emídia Fraga, cerca de 149 alunos são adotados pelos padrinhos e o convite é sempre muito bem

recebido. A preparação para a data, no entanto, começa desde setembro, quando os alunos ensaiam suas apresentações. “Eles ficam muito ansiosos, sempre perguntam quando será a confraternização e a entrega de convites para os padrinhos. E quando chega o dia, querem os padrinhos sentados ao lado deles”, fala Emídia. A população sempre abraçou a causa. Empresários que or-

ganizam festas de aniversários beneficentes e doam o dinheiro arrecadado para a instituição. Além disso, a Apae recebe sempre doações de alimentos da população e presentes de um casal de Termas, que faz questão de proporcionar seu gesto de solidariedade no Natal. “A comunidade participa e colabora com a festa para os padrinhos de nossos alunos, só estamos retribuindo esse carinho”, comenta a diretora Emídia.


Braço do Norte, 21 de dezembro de 2012

20 Especial de Natal

www.folhaojornal.com.br

Instituição de RF recebe doações de toda a região As músicas natalinas entoam pelos cômodos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais São Marcos de Rio Fortuna. Uma visita é esperada para esta época em que o bom velinho circula trazendo os presentes, anunciando sua chegada. Mas, na segunda semana de dezembro, quem visitou a Apae foi um casal da região que se prontifica a fazer doações para os alunos especiais. Segundo a diretora da instituição Maria Salete Vandresen Froese, a cada ano pequenas lembranças são bem vindas e fazem a alegria dos cerca 37 de alunos que atendem, tanto de Rio Fortuna e Santa Rosa de Lima. “Mais uma vez nossos educandos terão um Natal abençoado. Eles receberam bolas e pulseiras deste casal que sempre vem nos presentear. São pequenos presentes, mas, serão lembrados pra sempre”, retrata. A Apae recebe doações durante todo o ano. São inúmeros eventos beneficentes em prol da escola especial.

Este ano, entre um deles, uma feijoada realizada pelo grupo de amigos “Catrefa” cobrou como entrada alimentos não perecíveis, que posterior-

mente foram levados a instituição. Para o Natal uma bela festa aconteceu na quarta-feira, 19, encerrando assim as atividades

do ano letivo. Alunos e corpo docente participam da confraternização e levam para casa uma lembrança que a diretora faz questão de presentear.

Apaeanos apresentam teatro natalino durante festa de encerramento da instituição

Instituição de GP recebe presentes de Natal em ato de solidariedade A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) Escola Especial Pequeno Príncipe, de Grão-Pará, encerra o ano letivo com mais uma etapa concluída de trabalhos realizados dentro da instituição. Com 15 anos de história, a unidade atende cerca de 42 alunos especiais. E além do atendimento, proporciona a cada um a magia do Natal, com a festa de encerramento e viagens. Este ano, divididos em turmas, alunos foram passear na Serra do Corvo Branco e outro grupo em um parque Aquático da região. “É nosso presente para esses alunos. É para encerrar o ano de forma alegre e otimista. Eles merecem”, relata a diretora Anete Michels Perin. Já a festa de encerramento aconteceu na primeira semana de dezembro, sem os padrinhos. Mas, de qualquer forma, eles colaboraram para que os alunos tivessem o presente

de Natal do ano, na instituição. Almas generosas também têm seu feito nesta época em que a solidariedade prospera. A Apae recebeu duas visitas que presentearam os especiais. “Uma senhora, que já veio nos presentear ano passado, voltou. Deu uma caixa de bombom e R$10 para cada aluno. E nossos alunos deram um tapete para ela foi uma troca de presentes, tradicional para esta época do ano. Já outro casal de região trouxe bolas, pulseiras e relógios”, descreve a diretora. A festa foi comemorada em tons natalinos. Após assistirem um filme que representa o Natal, a confraternização teve comes e bebes e a distribuição de presentes para os educandos. “Além dos presentes doados, a Apae deu para aluno um pote de doces personalizados. Foi um momento muito feliz, e triste, porque muitos não querem entrar de férias”, relata Anete.


Braço do Norte, 21 de dezembro de 2012 www.folhaojornal.com.br

Especial de Natal

21

São Ludgero promove o Encontro das Madrinhas Visando oferecer um Natal mais feliz aos portadores de atenção especial, a direção da Apae de São Ludgero realizou no dia 29 de novembro, no salão de festas da Afai, o “Dia da Madrinhas”. Cada aluno da instituição foi contemplado com um presente oferecido por uma voluntária. Durante o

evento, os alunos apresentaram três números artísticos aos presentes, que ainda saborearam um coquetel ao final. “O Dia das Madrinhas é talvez a data mais aguardada pelos alunos, já que a maioria é carente e este é o único presente que receberão durante o Natal”, revela uma colaboradora da entidade.

Durante todo o ano, a Apae recebe doações de empresas da região, sejam elas públicas ou privadas. São alimentos, roupas ou dinheiro, que são responsáveis pela manutenção da entidade. Para a auxiliar de secretariado, Marta Schilickmann Marcelino, a entidade não tem palavras para agradecer

tanta generosidade. “Somos gratos a essas pessoas de bom coração. Podemos proporcionar o melhor atendimento aos nossos 42 alunos, além de manter em dia todas as despesas da instituição. Algumas doações superaram até mesmo nossas expectativas”, retrata.

Madrinhas de apaeanos abraçam a causa e os presenteiam na festa de Natal

Pequenos presentes, grandes gestos em AZM Não diferentemente de outras instituições, a Escola Especial Orlando Michels, da Cidade Amiga, a cada ano promove a festa de Natal entre funcionários e alunos. Além dos padrinhos levarem pessoalmente na casa de seus afilhados pequenas lembranças, a festa na quarta-feira 13, surpreendeu mais uma vez a organização. No Salão Paroquial, o evento reuniu os 73 alunos para uma noite marcada pela emoção e solidariedade. Considerada uma ação beneficente, as lembranças dadas pelos padrinhos conceituam óculos, camisas de times, relógios, camisetas, entre outros. Para o diretor, Clebir Marciano, um caso que marcou a gestão, foi de uma aluna que precisava de uma cirurgia nos olhos. “Nossa educanda tinha perdido a visão de um olho. Procuramos nossos parceiros que arcaram financeiramente e foi pos-

sível fazer a cirurgia. Hoje ela está enxergando” sintetiza o diretor, afirmando que estes gestos são gratificantes. “Nunca nos disseram “não” e isso é de muita valia para nós. Alguns se emocionam com o convite para serem padrinhos e não tem alegria maior do que estar no meio dos alunos especiais e das pessoas nobres que sempre nos ajudam”. Mas, apesar da grande festa, o Natal da Apae está passando por um certo aperto financeiro. A instituição não está recebendo o repasse do Fundo Social desde agosto. “Este valor compreende pelo menos 50 porcento de nosso caixa. Procuramos sempre trabalhar com reserva, por isso conseguimos proporcionar pelo menos a festa de Natal aos nossos alunos, que tanto esperam pela data para estar junto de seus padrinhos”, desabafa.


Braço do Norte, 21 de dezembro de 2012

22 Especial de Natal

www.folhaojornal.com.br

Crianças quase ficam sem atendimento da Casa Lar Luana Braz, 10 anos, e seus dois irmãos, frequentam a casa Lar, e correram o risco de ficar nas ruas se a entidade fechasse as portas

A

casa pequena, branca com janelas azuis, demonstra pequenas imperfeições. Mas uma guirlanda pendurada à porta avisa que a família está à espera do Papai Noel. Na morada, situada no bairro Texaco, em Braço do Norte, mora a jovem Luana Braz, 13, e seus irmãos, Larissa, 10, e Luan, 7. As três crianças são atendidas pela Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente (Asacad/Casa Lar) de Braço do Norte, que além das atividades desenvolvidas, a família recebe financiamento de tratamentos de saúde. A Asacad no fim deste ano passou por dificuldades financeiras, quase fechou as portas. Entretanto, graças a empresários e uma parceria com a Folha O Jornal, através do evento ‘Natal do Riso’, as celebrações natalinas da Casa Lar são marcadas com gestos de solidariedade. Na noite beneficente, mais de R$ 16 mil foram arrecadados. Além disso, três empresários da região,

família, reunida na sala, está à espera de mais um Natal, que irão passar todos juntos em um almoço de confraternização. Quanto ao presente, Luan já deixa o seu desejo “Queria que o Papai Noel desse uma casa nova para minha mãe”, menciona.

Aluna ganha Notebook no Natal do Riso

Filhos da família Braz frequentam a Casa Lar e, além de atividades educacionais, ganham assistência

Taynara, com a mãe, Natal do Ri Riso T ã mostra t presente t que ganhou h no N t ld

em suas festas de aniversário, arrecadaram R$ 20 mil, valores que foram utilizados integralmente para pagamento do salário dos profissionais que atuam na instituição. Para a família de Luana, a ajuda soou com um alívio. As crianças moram com a mãe, Josi Braz, 29, e com o companheiro, Anderson Claudino. Segundo a matriarca, a família é grata aos trabalhos da instituição. “Uma das ajudas é o tratamento da Larissa, que perdeu 70% da audição. Ganhamos uma

consulta médica particular, os remédios, e agora está na fila de espera para cirurgia”, fala Josi. Durante todo o ano a família recebe roupas e quando sobra merenda também são contemplados. A

Promovido pela Folha e parceiros, o Natal do Riso arrancou sorrisos e proporcionou uma noite de uma alegria para quem acompanhava o evento em prol da Asacad/ Casa Lar. Entre eles, estava a aluna da instituição Taynara Cristiano, 13, ao lado do irmão Bruno, 11, e da mãe, Mariléia Cristiano, 42. Responsáveis por ajudar a vender os ingressos para o Natal do Riso, Taynara acompanhou sua professora

Mariléia Volpato a vendê-los. No dia do evento, a mãe comprou quatro para que a família pudesse entrar. Mas o motivo de tanta felicidade veio depois com o sorteio de brindes. O ingresso de Taynara foi contemplado e ela levou para casa um notebook. “Fiquei muito feliz. Há dois anos já pedia um computador pra minha mãe. Mas não temos condições de comprar. Agora ganhei um de Natal”, conta alegre.


Braço do Norte, 21 de dezembro de 2012 www.folhaojornal.com.br

Especial de Natal

Gravatal é refúgio de turistas no Natal Há 15 anos, as professoras Cristiane e Josefa fazem parte de um grupo de amigos que passa o Natal fora de casa.

O

Natal costuma ser comemorado em casa, muitas vezes entre famílias e amigos. A noite do dia 25 de dezembro é quando amigos e parentes reúnem-se em um local para celebrar a data e trocar presentes. Com muita animação e ao embalo de músicas propícias da data, é realizada a Ceia, com uma mesa farta de alimentos. Entretanto, há quem prefira a data para viajar e aproveitar o fim do ano

conhecendo pessoas novas, e Gravatal é um dos locais preferidos dos turistas para se refugiar numa das épocas mais movimentadas do ano. É o caso das irmãs Cristiane Castello, de 56 anos, e Josefa Castello, de 54 anos, que há 15 anos, passam o Natal, no Hotel Termas. As duas são professoras, trabalham em Curitiba, onde também residem e passam o ano contando os dias para viajarem à Capital das Águas Termais, onde ficam até a virada do ano.

Segundo Cristiane, a mais velha das irmãs, o reencontro com os amigos que também passam as datas de Natal e Ano Novo no hotel, é o momento de pôr os assuntos em dia. “Ficamos muito felizes em ver todos reunidos. A ansiedade nos acompanha durante o ano e conversamos muito sobre tudo o que ocorreu quando estamos todos juntos”, garante Cristiane. O grupo de amigos que as irmãs fazem parte, conta com pessoas de

Com bela decoração, hotéis de Gravatal atraem turistas

diversos Estados como São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Para as irmãs, o hotel acaba se tornando uma segunda casa. “Cada vez que viemos para cá conhecemos novas pessoas. A região é muito boa para descansar. O que nos chateia é que não temos como juntar tantas mesas na hora da ceia, já que ficaria difícil de caminhar dentro do restaurante do hotel”, brincam as irmãs Castello.

23

Festa e sossego Bastante procurado por quem quer descansar, Termas do Gravatal oferece atrativos diferenciados para todos os públicos, desde crianças até os idosos. Segundo Evandro Rodrigues, da área de reservas do Hotel Termas, destaca que muitas pessoas têm como hábito passar o Natal e a virada do ano hospedadas na região. “Tem famílias que trazem do avô ao neto. Muitos acabam escolhendo as águas termais para descansar, fugir das praias movimentadas e do agito no verão”, afirma Evandro. Apesar de ser um ótimo local para descansar, Cristiane e Josefa também aproveitam as festas promovidas pelo hotel e os eventos que acontecem na região para descontrair. “Estamos próximas da Serra Catarinense, do litoral, do campo e das cidades para fazer compras. É um ótimo local para se divertir muito e descansar com sossego quando quisermos!”, exclama Cristiane.


Braço do Norte, 21 de dezembro de 2012

24 Especial de Natal

www.folhaojornal.com.br

Sacrifício para cumprir o dever E

nquanto muitos vão estar em casa, na ceia de Natal junto de familiares e amigos, um grupo de pessoas, estará de prontidão, cumprindo o dever de garantir atendimento em casos de emergência. São os heróis do nosso dia a dia que realizam um sacrifício para que, em suas funções, se dediquem ao bem do próximo. Para garantir a segurança da população mesmo durante a época do Natal, alguns homens da Polícia Militar trabalham na data. O soldado Dilnei Antunes Buss, 28 anos, está há sete anos na policia e

está escalado para o plantão natalino e passará a data longe da família. “Passar o Natal com a família é sempre bom, mas a nossa função requer esse sacrifício. Temos o dever e a responsabilidade de manter a população segura não importando o momento”, destaca o soldado. Já o cabo Rudmar Maximiano, 45 anos, que trabalha na PM há 27 anos, já acostumou com a situação. “A celebração nunca passa em branco, a guarnição faz algo singelo, uma breve ceia, e depois retornamos ao serviço. Faz parte da profissão que escolhemos”, destaca o cabo.

Rudimar e Dilnei estarão de prontidão na noite de Natal

Noite de Natal será dentro de hospital

Joceoni, Francisco e Reginaldo estarão alerta

Bombeiros celebram a data como uma família, mesmo longe de casa Os bombeiros também não descansam na noite de Natal. Em Braço do Norte, a guarnição que ficará de plantão, pelo companheirismo necessário nas ações do Corpo de Bombeiros Militar, todos se tratam como família. O soldado Reginaldo de Oliveira, 28 anos, está há pouco mais de um ano nos Bombeiros de Braço do Norte e destaca que, por ser uma segunda família, existe uma confraternização que é fornecida pelo próprio quartel. “Passamos juntos comemorando e fazemos de tudo para nos sentirmos como se fosse a nossa casa”, avalia Reginaldo. Para o soldado Francisco Agostinho, 41 anos, que atua como bombeiro há 20 anos, a saudade da família é amenizada através de telefonemas. “O nosso trabalho acaba servindo como incentivo para desfrutar ainda mais os dias que podemos estar com a nossa família”, considera. O bombeiro comunitário Joceoni Lunardi Pickler, 33 anos, já faz parte do Corpo de Bombeiros há 11 anos e concorda que a equipe é uma família. “Às vezes ficamos mais tempo aqui do que em casa. Acaba sendo um dia comum de serviço e uma celebração com os amigos”, ressalta.

O que era para ser uma tradicional ceia de Natal com cardápio natalino, família reunida e revelação de amigo secreto, para Maxselma da Silva Fernandes será dentro do Hospital Santa Teresinha, em Braço do Norte. Isso porque a técnica de enfermagem foi escalada, ao lado de oito enfermeiras, para cumprir o plantão no dia 24 e 31 de dezembro. “Quando fui avisada que iria trabalhar na véspera de Natal fiquei, ao mesmo tempo, triste, pois ficarei longe da família, e feliz, por estar no trabalho, ao lado de pessoas especiais e

fazendo o que gosto”, observa. Casada com o motorista Jair Fernandes, 30 anos, e mãe de Julia, 12 anos, e José Gustavo, 4 anos, Maxselma já sabe o que a espera e a ceia será compartilhada com as colegas. “Entre os colegas trocaremos presentes”, antecipa. A família da técnica de enfermagem está conformada. Esse ano, ao invés de comemorar as boas festas na Praia do Sol, ficará em casa. “Sem mim, todos resolveram ficar pela cidade, até mesmo pelos meus filhos”, completa Maxselma.

Maxselma passará seu primeiro plantão de Natal no hospital


Braço do Norte, 21 de dezembro de 2012 www.folhaojornal.com.br

Especial de Natal

25

O que você daria de presente de Natal para sua cidade? “Se eu pudesse presentear a minha cidade, daria um viaduto para escoar o trânsito da Rua Aristiliano Ramos nos horários de pico. E também algumas câmeras de vigilância para aumentar a segurança na cidade e auxiliar o policiamento.”

“Para Santa Rosa de Lima eu daria uma câmera fotográfica, já que é um lugar cheio de belezas naturais, para que se possa registrar cada beleza da cidade.” Michael de Souza, estudante, Santa Rosa de Lima.

“Para a saúde construiria um grande hospital. Atendendo 24 horas por dia. Daria condições melhores para os agricultores venderem e transportar seus produtos diretamente para o consumidor” Rosivaldo Marcon, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pedras Grandes.

Claudenir Zomer, o “Clei”, Orleans

“Daria de presente pra cidade mais união política em favor dos interesses do município ao invés do interesse pessoal”

“Realizaria uma mesa de inocentes para as crianças carentes da cidade, que não ganharão presentes”

“Presentearia com um rio novo, o nosso está muito poluído. E como não há concerto, seria um rio onde nós pudéssemos tomar banho e lavar roupa como nossos avós”,

Dhean Debiase, farmacêutico e empresário, Grão-Pará.

Taina Cavagnoli, vendedora, São Ludgero.

Júlia Antunes, gerente comercial, Tubarão.

“Desejo coisas boas, saúde e uma boa educação”

Maria Fortunatto, agricultora, Armazém

“Desejo respeito entre o governo e a população, para que nosso município volte a ser o que era, procurado pelos turistas” Hellen Amorim da Silva, estudante, Gravatal

“Que este Natal seja de bondade entre as pessoas, tornando assim o mundo melhor”

Isolde Inês Beltrame, professora, Rio Fortuna.

“Daria mais saúde, precisamos de melhor atendimento, um hospital novo, medicamentos”

Rosa Alves Caetano, aposentada, Braço do Norte.


26 Especial de Natal

Braço do Norte, 21 de dezembro de 2012

www.folhaojornal.com.br

Solidariedade que reconstrói sonhos Um mês após perder a casa em um incêndio, morador de Grão-Pará começa a reconstruir residência com a ajuda de vizinhos e de doações

U

m incêndio no início do mês de novembro deixou em ruínas a casa, os pertences e os sonhos da família de Luiz Valdecir Damacena, conhecido como Zé. A casa, na comunidade Vila Esperança, em Grão-Pará, foi consumida pelo fogo enquanto a família viajava. Com a ajuda de vizinhos, Zé começou a reerguer sua casa que vai ser construída com doações de diversas pessoas e empresas de todo o município, e de outras cidades. Na residência, junto com Zé, de 46 anos, morava a sua esposa, Maria Aparecida, 45 anos, o filho Júnior, 24 anos, e as filhas Mayara, 19 e Larissa, 14. Com a tragédia, todos estão morando na casa no terreno dos fundos, que pertence ao filho mais velho, Luciano, de 29 anos. Não teria como construir a nova casa e pagar aluguel ao mesmo tempo. “Ficaria muito difícil”, lamenta o pai de família. Para o início da obra de sua nova casa, ele comprou algumas

pedras, cimento e uma parte dos tijolos. “Ganhei muita coisa, tenho que agradecer muito a todos os que ajudaram. Fico muito emocionado em saber que podemos realmente contar com esses amigos”, agradece Zé. Com muita simplicidade, Luiz Valdecir conta que a celebração do Natal, este ano será na casa do filho mais velho, onde todos já estão reunidos. Para o grãoparaense, não há nada melhor do que ter a família a salvo e unida. “Perdemos tudo, mas isso a gente, com esforço e com ajuda, consegue de volta. Para mim, o que importa é ter minha família comigo. É só o que eu preciso”, diz Zé, esquecendo-se da tristeza e soltando um sorriso. Apesar de trágica, a perda da família é um exemplo que justifica o nome da comunidade onde vivem, a Vila Esperança, pois é com esperança na solidariedade do próximo, que a família de Zé reconstrói junto dos amigos, tijolo a tijolo, um novo futuro.

Com a ajuda de vizinhos e de dois profissionais pagos, Luiz Valdecir reconstrói o lar de sua família


Braço do Norte, 21 de dezembro de 2012 www.folhaojornal.com.br

Especial de Natal

Natal sem casa própria Um incêndio deixou uma marca na lembrança de André, é,, que perdeu a casa herdada da avó e todos os seus objetos o os

A

manhã do segundo sábado de dezembro, 08, deveria ter sido apenas mais um dia rotineiro na vida de André de Souza Marcelino, de 30 anos, morador do bairro Nossa Senhora Aparecida, em Armazém. Aquela manhã mudou a sua vida, e por pouco não acabou em tragédia. André morava sozinho em uma residência de madeira, herdada de sua avó. Por volta das 6 horas, acordou após ser ferido por um pedaço do forro que caiu do teto e se deparou com a casa em chamas. Machucado, ele tentou sair do quarto, mas teve que pular da janela, pois a porta havia emperrado. Ao escapar, chamou o socorro. Tudo o que André conseguiu salvar do incêndio, foi uma moto e uma bicicleta, que se encontravam encostadas na parede da casa, e a roupa do corpo. Infelizmente, quando o Corpo de Bombeiros Militar de

Armazém conseguiu controlar e apagar as chamas após quase duas horas de combate, só o que restou eram as cinzas das coisas de André, e a lamentação de ter perdido tudo o que lutara para conquistar. Apesar de ter sua casa destruída, ele pôde contar com a ajuda dos vizinhos de sua rua e dos parentes. “O pessoal se juntou e pagou a máquina para vir tirar o entulho da casa. Estão se organizando para me ajudar a reconstruir. Não fiquei desamparado, mas fiquei muito triste de ter perdido tudo, até mesmo coisas que ainda estou pagando”, lamenta-se André. O pai, Antônio Marcelino, de 62 anos, foi morar com o irmão, um ano mais novo de André, Paulo de Souza Marcelino, de 29 anos, e deixou André morar na residência alugada que ele residia até conseguir reconstruir o lar. “Por sorte, tenho muita gente que me ajudou os vizinhos, a família,

os amigos. Minha tia tia me deu roupas e eu também m não passei fome. Tenho um teto teto sobre minha cabeça e es estou stou vivo. Vou conseguir mee recuperar”, afirma André com convicção no olhar. Assim como nos noos outros Natais, André vai ppassar assar com a família, na casa doo irmão um ano mais novo, onde dee almoçam todos juntos. A diferença diferença é que este ano, ele não não retorna para sua própria residência r após a celebração como cosc tumava fazer.

André vai passar arr com a família, na casa do d irmão um ano mais novo, ovvo, onde almoçam todoss juntos. A diferença é qu que ue este ano, ele não retorna o para orna sua própria residência d dência

27


Braรงo do Norte, 21 de dezembro de 2012 www.folhaojornal.com.br

Especial de Natal

28


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.