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N° 11

Conheça a trajetória dos empresários do agronegócio que foram eleitos Tops

Agosto e Setembro de 2016

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Informe publicitรกrio

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Leia nesta edição 08. RENTABILIDADE Cuidados com a água e com os instrumentos são algumas das recomendações na piscicultura

12. fACILIDADE À MÃO Empresário reinventou sua loja investindo em tecnologia, orientação ao homem do campo

24. Sêmen Suíno Agrossui faz seu nome no mercado do Vale com instalação de uma Central de Coleta e Processamento

26. Extensionismo rural Para Teresinha Baldo Volpato, as conquistas são frutos de uma caminhada coletiva

30.

Boa mESA Roanna Alimentos, de Braço do Norte, ganha destaque no Estado

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14. Inspiração Avicultor Silvio Fuchter Schlickmann mostra porque a persistência é sua maior virtude

16. Bovinocultor leiteiro

36. Piscicultura

Ilto Loch fala de sua admiração por Edésio Oenning, de quem comprou suas primeiras vacas de leite

Produtor Lourivaldo Schuelter, de Rio Fortuna, construiu fama como precursor da criação de peixes na região

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artigo

Choque de realidade e choque de gestão

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oda crise, por mais pavorosa que seja sua origem e por mais graves que sejam seus efeitos, tem um aspecto positivo. A presente crise política, ética e econômica que se abateu sobre a Nação brasileira pode ter um resultado positivo se revestirmos nossas avaliações com a visão independente, a sensatez do raciocínio lógico e a capacidade de interpretação dos fenômenos subjacentes. Vivemos um violento choque de realidade provocado pelo desemprego crescente que infelicita as famílias, pelo processo inflacionário que ressurge, empobrece a população e devora a qualidade de vida, pelo descontrole fiscal que eliminou a capacidade de investimento do Estado e até de manutenção dos serviços públicos e pelas práticas ilícitas, irresponsáveis e corruptas de parte dos agentes públicos. Tenho fé que esse choque de realidade leve a sociedade brasileira a compreender e aceitar que não existe salvação para o país sem uma reforma do Estado brasileiro para dar racionalidade a esse mastodonte caro e ineficaz, que drena recursos dos setores produtivos, consome-os em bolsões insaciáveis do funcionalismo público e devolve muito pouco em obras e serviços. Não quero ser redundante, mas as deficiências na saúde, na segurança pública e na infraestrutura agudizam-se a cada ano, enquanto a arrecadação tributária cresce (exceção para esse período de crise, obviamente). Não é mais possível pagarmos 88 tipos de diferentes tributos. Dos gastos do Estado, 90% são obrigatórios e 75% são indexados. Os 1 milhão de aposentados do setor público consomem muito mais recursos que os 20 milhões de aposentados do setor privado. A velha e desatualizada legislação trabalhista brasileira não protege o trabalhador porque se tornou, na prática da economia e do mercado de trabalho, um fator de desempregabilidade e desestímulo a novos empreendimentos. A reforma também deve ser política, destacando-se as vantagens do sistema eleitoral distrital misto, que melhora e

expediente Diretores Fernando Freitas|SC 01435-JP Melito Schlickmann Magno Schlickmann Melquior Schlickmann Departamento Comercial Mara de Oliveira Coordenação de jornalismo Suellen Souza - editora / SC: 44851-JP Redação Kalil de Oliveira Colunista Diogo Schotten Becker – coordenador Departamento de Criação Pricila Canedo Gabriela Rousseng

Mário Lanznaster Presidente da Cooperativa Central Aurora Alimentos e vice-presidente para o agronegócio da FIESC

equaliza a representatividade de todas as regiões e fortalece e aperfeiçoa a democracia representativa verde-amarela. Nesse aspecto, mister se torna reduzir a gastança do Poder Legislativo nas esferas federal, estadual e, em muitos casos, municipal. É um inaceitável acinte a sociedade o fato de o perdulário Parlamento brasileiro ser o mais caro do mundo, absorvendo bilhões de reais por ano para manter uma estrutura de privilégios incompatíveis com o quadro de carências e necessidades nacionais. Os melhores especialistas em contas públicas não têm dúvidas: logo não haverá dinheiro para salários, aposentadorias e serviços essenciais. Por isso, acredito que a presente crise expôs com toda sua crueza essa situação e todos os brasileiros, em menor ou maior grau, estão sendo vergastados pelos seus deletérios e dolorosos efeitos. Esse real desconforto faz com que, lentamente, surja e se fortaleça na mente das pessoas, que sem reformas não haverá futuro. Esse choque de realidade levará a um choque de gestão, que iniciará com as reformas. É hora de sairmos da zona de conforto.

Departamento Financeiro Ezequiel Philippi Revisão Ortográfica Maria Vanete Stang Coan Assinaturas Cristina Domingos Fone: |48| 3651 2700 Av. Felipe Schmidt, 2244. Sala 13. Centro - Braço do Norte - Santa Catarina CEP: 88750-000 contato@negocioagro.com.br

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NegócioAGRO é uma publicação bimestral da FM3 Líder em Comunicação. Tem sua circulação dirigida ao produtor rural, casas agropecuárias da Comarca de Braço do Norte e as empresas que distribuem aqui seus produtos ou prestam serviço. Garanta o recebimento de seu exemplar: Assinatura anual: R$ 120,00. www.negocioagro.com.br

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Trigo Os preços internos do trigo se descolaram expressivamente dos externos. Enquanto há um ano os valores no Brasil estavam inferiores aos registrados na Argentina e nos Estados Unidos, atualmente, estão 38% maiores segundo dados do Cepea.

Milho

Arroz No mercado de arroz ao produtor do Rio Grande do Sul (RS), observou-se nas últimas semanas uma oferta restrita, apesar da finalização da colheita. Atualmente, em razão dos preços elevados (R$ 49,56 por saco de 50kg de arroz em casca), identifica-se um mercado com sinalização de expansão da oferta (IRGA).

Produção A produção de grãos para a safra 2015/16 está estimada em 189,3 milhões de toneladas. Redução de 8,9% em relação à safra 2014/15. 6

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- Formado em Gestão de Agronegócios pela Unisul. - Especialização em Gestão de Empresas pelo Unibave.

giro pelo campo

Os preços na Bolsa de Valores de Chicago desta semana tiveram uma leve alta em relação a semana anterior, mas continua bem menor que os valores cotados há um mês atrás. O principal fator de baixa desta semana foi a previsão climática de chuvas abundantes em alguns Estados produtores de milho (Usda).

diogo schotten becker - Cursando Engenharia Agronômica pelo Unibave. Atualmente é produtor de suínos e gado de leite, professor do colégio agrícola e ex-diretor de agricultura de Braço do Norte. Fone: (48) 9634 6259 contato@negocioagro.com.br

Fertilizantes De janeiro a junho de 2016, a ureia já teve uma redução de 15% no valor de comercialização, tendo como principal fator a queda dos preços do petróleo. Já o adubo (5-20-20) teve uma redução nos valores de mais de 20%.

Confinamento Até junho, a expectativa de colaboradores do Cepea era de que, mesmo com a redução no número de animais no primeiro giro do confinamento, a colheita da segunda safra de milho poderia estimular pecuaristas a ampliar a quantidade de animais nos próximos lotes para engorda. No começo do mês passado, de fato, a colheita pressionou os valores do milho, que despencaram mais de 20% em muitas regiões brasileiras. No correr de julho, no entanto, os valores do cereal voltaram a subir e já recuperaram boa parte das quedas (a alta já passa dos 16%), cenário que vem desanimando confinadores.


Área Plantada A área prevista a ser plantada é de 58,15 milhões de hectares, crescimento de 0,4% se comparada com a safra 2014/15.

Brasil e EUA

Feijão O mercado de feijão preto segue estável e com as vendas em ritmo lento, após a forte queda nas cotações do feijão carioca. O preto extra estava ausente no disponível e o preto especial (comercial bom) tinha perdido de até R$ 280 a saca e saiu em torno de R$ 260 a R$ 270 a saca.

Brasil e Estados Unidos celebraram dia 28 de julho, em Washington, um acordo que libera a entrada de carne bovina “in natura” do Brasil no mercado americano, pondo fim a uma negociação que se arrastava desde 1999.

Previsão No próximo ano, portanto, o Brasil venderá no máximo 64 mil toneladas para os americanos, se conseguir eliminar os demais concorrentes. www.negocioagro.com.br

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Produzir peixe é uma ciência Cuidados com a água e com os instrumentos de medida são algumas das recomendações de especialistas

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produção de peixe vem ganhando cada vez mais força em Santa Catarina e na região. No último levantamento da Epagri, entre as dez cidades que mais produzem no estado, despontaram Armazém, Grão-Pará, Rio Fortuna e Braço do Norte. Ampliando a região para os vales do Rio Tubarão e São Martinho, seriam 1386 produtores com um total de 4778 toneladas de peixe em uma área de 715 hectares. Através de seminários realizados pela Epagri, as autoridades no assunto trouxeram técnicas que podem elevar ainda mais esses números. Aproximadamente 300 produtores de toda a região ouviram os especialistas Léo de Oliveira, de Tubarão, e Eduardo Ono, de Manaus. O trato com a qualidade da água e o cuidado com os

aparelhos de medida foram aspectos abordados por Leo. Como as algas produzem oxigênio durante o dia, o melhor é utilizar os aparelhos durante a madrugada ou no início da manhã. Os peixes mais exigentes seriam as trutas. Ainda sobre os equipamentos, Leo observou que a escolha do aparelho mais em conta nem sempre é um bom negócio. Oxímetros importados da China podem custar R$ 800, com o mesmo princípio de funcionamento de um aparelho que custa R$ 5 mil. A confiabilidade, contudo, é o detalhe. Os sensores seriam feitos de zinco e prata, enquanto nos demais se usa ouro e prata. “Calibra muito bem no ar, mas no uso com água não funciona bem. Um cliente perdeu 80 toneladas de camarão. Será que valeu a pena?”, refletiu o palestrante.

Eduardo Ono, de Manaus, durante palestra na Feagro: cuidados no orçamento

Ampliar o giro “É como construir uma casa”, ensina Eduardo Ono, durante a palestra que tratou “A importância da análise de investimentos na aquicultura”. “Não é possível prever tudo, sempre gasta um pouco mais, mas não é normal gastar o dobro”, observou. Segundo Eduardo Ono, sempre que precisar decidir por um investimento, é preciso fazer bem as contas. Se no papel o gasto se justificar, o produtor terá menos prejuízo. É o caso, por exemplo, de se comprar um aerador. “Tem que colocar tudo, desde a rede elétrica, o sistema de proteção, a mão de obra de instalação. É importante ser honesto nas anotações”, analisa. Uma sugestão do palestrante para a lucratividade no negócio do peixe é a viabilização de um giro mais rápido das espécies. “Se em vez de uma safra ao ano, conseguir fazer uma e meia, ou duas”, recomenda. Eduardo Ono comparou a produção em diferentes regiões. No caso de Santa Catarina, a variação grande de temperatura da água durante o ano pode ser um empecilho para o negócio, enquanto em Manaus a água fica estabilizada em 28 graus o ano todo. A palestra ainda ensinou conceitos como fluxo de caixa, valor de capital, inflação, juros e o custo oportunidade. O tamanho do peixe, os índices zootécnicos, a diminuição do descarte e a importância de se fazer análise especializada do negócio em cada propriedade também foram discutidos

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Santa Catarina produz 40 mil toneladas de peixe, sendo 55% destinados à indústria e mercado local


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“Acredito em dias melhores” Com uma saída de 29 mil leitões ao ano, Nivaldo Ricken se orgulha da conquista de melhor Suinocultor Produtor de Leitão

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s destaques do meio rural forma eleitos. A FM3 Líder em Comunicação, através da Revista NegócioAgro, realizou pelo primeiro ano a entrega do prêmio Top do Agronegócio. A premiação para os mais lembrados aconteceu em junho, durante a Feagro. A votação foi realizada com os assinantes da revista e com lideranças da área. Cada um dos eleitos recebeu o convite para participar de um jantar festivo, onde recebeu o troféu que levou o nome do produtor braçonortense Edésio Oenning. Nas próximas páginas da Revista NegócioAgro, você, leitor, conhecerá um pouco da história de sucesso de cada Top em uma matéria especial. Confira. Numa parte alta da Estrada Geral Pinheiral, em propriedade familiar, o produtor Nivaldo Irineu Ricken, 53 anos, segue uma rotina de três décadas na atividade que aprendeu com seus pais e que hoje divide com a esposa Alsira Roling Ricken: produzir leitões de qualidade, driblando os altos custos da atividade nos últimos anos, especialmente com os insumos. Nivaldo é o segundo filho de uma família de seis irmãos: Benilde, Norivaldo, Aldo, Dilma e Ivoli. Na última legislatura, exerceu mandato de vereador e tem forte atuação em questões sociais na localidade do Pinheiral, onde nasceu e cria os filhos Suzane e Lucas. Foi assim com a unidade de saúde do bairro, que

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ganhou novas instalações depois de uma mobilização na capital catarinense em busca de recursos de emenda parlamentar. Em sua atuação no agronegócio, da mesma forma, Nivaldo segue uma rotina bastante exigente. Ele conta que o trabalho quase sempre se concentra na parte da manhã e da tarde, mas um produtor não pode nunca tirar os olhos dos animais por muito tempo, já que há partos que ocorrem também à noite. “Fizemos a entrega dos leitões com cerca de 25 dias, onde são desmamados e entregues com a média de oito quilos. Depois que saem de nossa propriedade são abrigados em creches pertencentes ao Frigorífico Sierra Nevada, aqui mesmo em Braço do Norte”, revela. Da alimentação, limpeza, inseminação, vacina, atendimento aos partos, desmames, manejo e entrega de leitões, o homenageado com o Top do Agronegócio como Suinocultor Produtor de Leitão mais lembrado atua em tudo, numa rotina diária que inicia cedo e inclui ainda rotinas administrativas como uma volta no banco. “Ao longo desses anos posso dizer que obtive muitas realizações. O começo foi com 60 matrizes e, ao longo dos anos, essa estrutura cresceu. Houve investimento em instalações, tecnologia, genética, profissionalização. O número de matrizes hoje é de 1.100 a 1.150 que produzem uma média de 29 mil leitões entregues ao ano”, avalia.


Cenário preocupante Para Nivaldo, o prêmio Top do Agronegócio é reflexo de sua dedicação. Manter-se neste ramo de atividade com os altos preços dos insumos exige criatividade e aproveitamento do tempo, bem como busca de tecnologia e melhoramento genético para reduzir os custos sem alterar a qualidade. “Já colhemos bons frutos em nossa atividade. Tudo o que conquistamos foi exclusivamente exercendo essa profissão. Há alguns anos enfrentamos crises, altos e baixos da atividade. Entretanto, nunca passamos por um cenário tão difícil e preocupante como o atual”, analisa. Segundo o produtor, a expectativa para o futuro é que surjam novas políticas para o setor. Acompanhando o atual cenário político e econômico do país, prefere ser otimista e seguir fazendo o que mais gosta sem nunca perder a esperança. “Tendo em vista a importância do setor para a nossa cidade, Estado, e às famílias que dependem dela, acredito que ainda teremos dias melhores”, observa confiante

Nilvado recebeu o Top do Agronegócio na categoria produtor de suínos leitão

Ao loado da família. produtor está há três décadas na atividade www.negocioagro.com.br

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Facilidade à mão Agrossui torna-se referência no agronegócio Empresário reinventou sua loja investindo em tecnologia, orientação ao homem do campo e variedade de itens

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ma loja não vende produtos, mas facilidades e sonhos. Este princípio clássico do marketing é uma das razões do sucesso de um empreendimento na região do Vale do Braço do Norte. A Agrossui, agropecuária vencedora do Prêmio Top do Agronegócio, tem se reinventado, mantendo espaço no mercado e ampliando sua atuação como um lugar no qual os produtores rurais encontram assessoria para seus negócios, muito além de artigos para o campo. Fundador e líder na empresa, o empresário Aldo Meurer, filho de agricultores, reuniu a experiência de anos ligados às atividades que aprendeu em família tradicional na cidade. “Está no sangue”, observa. Mais que administrar o negócio, ele conta que procura se antecipar. É um apaixonado pelo ramo, dedicando horas de pesquisa sobre as principais tendências. Assim, com toda a dedicação, consegue conversar com os clientes e amigos, trocando ideias, permitindo que as propriedades rurais da região também melhorem o de12

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sempenho. “Nos dias difíceis de hoje você tem que ter uma propriedade mais diversificada, então devemos, na medida do possível, sempre respeitando a aptidão da sua propriedade, vendo o que é melhor fazer, cultura, gado de leite, reflorestamento, suinocultura, enfim, explorar cada metro quadrado. Onde você realmente faça que se torne uma empresa com uma gestão moderna, voltada para o futuro. Então, eu acho que é isso que a gente sempre busca e é o que nós queremos sempre buscar cada vez mais”, ensina. Em mais de 15 anos de atividade no agronegócio, Aldo conseguiu transformar a sua empresa em uma das mais badaladas lojas de produtos agropecuários da região. São centenas de artigos disponíveis, desde aparelhos e utensílios domésticos, ferramentas, bazar, fertilizantes, adubos, equipamentos de segurança e até itens de vestuário, calçados, montaria e acessórios, passando por produtos bastante populares para admiradores de animais como cães e gatos.


Reconhecimento O sentimento de prestígio ficou evidente com o prêmio Top do Agronegócio. Ao receber a notícia de que sua empresa foi a mais lembrada entre as lojas agropecuárias, Aldo Meurer conta que lembrou imediatamente da conduta de trabalho da equipe. Fundada em abril de 2001, o estabelecimento comercial conta com 26 colaboradores atuando na casa, sendo que a Agrossui representa uma das maiores empresas do país, a Agroceres. A tecnologia que vem da parceria com marcas vencedoras, como é o caso da Agroceres, empresa com mais de 40 anos e destaque nacional em nutrição animal com a Agroceres Multimix, é fator de orgulho do empresário braçonortense. “A Agrossui está preparada para dar toda essa assistência técnica à nossa região”, observa Aldo, que apesar do sucesso, mantém os negócios como uma empresa familiar e acessível. “A gente sempre esteve buscando trabalhar de uma forma coesa, de uma forma íntegra, primcipalmente com muita retidão, de uma maneira que a gente consiga transmitir para o mercado toda a nossa seriedade, mas, acima de tudo, o nosso conhecimento. Temos a consciência de que fazemos de uma forma coerente, ao encontro ao mercado, para o mercado e, sim, é muito bom ser reconhecido, claro. Eu sempre costumo dizer que o reconhecimento está nos mostrando que nós estamos no caminho correto, que nós estamos almejando e buscando aquilo que o mercado está exigindo”, completa

Loja em Braço do Norte oferece variedades em produtos

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As lições de quem sabe recomeçar

Depois de perder tudo no verão do ano passado, o avicultor Silvio Fuchter Schlickmann mostra por que a persistência é sua maior virtude Persistente, Silvio se diz contente com os resultados alcançados

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relógio marcava 09h15min de uma terça-feira quando Silvio Fuchter Schlickmann, 54 anos, deslizou os sapatos em passadas apressadas pelo galpão de piso cimentado no interior de São Ludgero. Ele tem pressa. O empresário voltava de uma das maiores feiras no país do ramo da avicultura no interior de São Paulo cheio de ideias para implantar. Quem o vê assim, empolgado, mal imagina o que passou no verão de 2015. Um problema no sistema de refrigeração resultou na morte de todas as aves, vítimas do calor. Gosto amargo de um prejuízo de R$ 500 mil. “É uma atividade que exige muito da gente. No inverno é mais fácil. Mas no verão, enquanto está todo mundo na praia curtindo, a gente fica aqui cuidando”, recorda o avicultor, que persistiu no negócio com o investimento em geradores e na automatização de sua granja e hoje é referência na venda de ovo, com mercado consolidado no litoral norte catarinense, de Itapema a Joinville e até em Curitiba, em uma parceria com uma Agosto e Setembro de 2016

grande rede varejista. “Eu trabalhei vários anos indo para lá, eu mesmo, fazer as entregas. Iniciei com 2,5 mil aves, fazia a ração, plantava milho para alimentar as galinhas, plantava feijão, enfim. Com o passar do tempo, deixei de plantar o milho porque ficava inviável. O milho era barato. Deixei de plantar e acabei ficando mais na produção dos ovos”, comentou. De uma família de quatro irmãos, natural de São Ludgero, conhecida na região por atuar no ramo madeireiro, o empresário começou há 25 anos como avicultor, inspirado em sua mãe, que mantinha uma pequena área para a produção de ovos. “Eu trabalhei com o ramo de madeira vários anos até iniciar esta atividade. Foi a dificuldade na época que proibiram o corte de madeira nativa aqui na nossa região, da parte de mata atlântica, que me fez recordar da granjinha que minha mãe cuidava. Então, eu decidi iniciar a atividade de avicultura”, revela Silvio, homenageado com o prêmio Top do Agronegócio como avicultor de maior destaque na região.


Negócio está se reinventando O caráter perecível do ovo é um aspecto que favorece os mercados locais, segundo Silvio. Na época que trabalhava com madeira, ia muito ao Mato Grosso. Lá via que os ovos se perdiam facilmente. Vindos de São Paulo, mais de dois mil quilômetros, o produto estragava por conta da distância. O processo de degeneração fez perceber que quanto mais local, melhor a qualidade. O futuro, segundo o empresário, prevê a implantação de algumas inovações como o ovo líquido (pausterizado) e até o ovo em pó. As ideias elevam a durabilidade e agregam valor ao produto. O empresário também se preparou para atender a um público mais exigente, com um criadouro de galinhas caipiras. Além disso, explora um mercado novo, com o aproveitamento dos dejetos em um sistema de compostagem que faz sucesso na fertilização de lavouras e pode ser usado até em condomínios por não possuir o odor dos fertilizantes convencionais. Da mesma forma, o investimento em automação deve aumentar. Esta, inclusive, passou a ser uma receita importante para os tempos difíceis, por aproveitar melhor a mão de obra no aviário. “Quando eu comecei, para cada cinco mil aves, precisava ter uma pessoa. Hoje eu tenho 50 mil aves. Com a automação, para colheita do ovo e fazer a ração, apenas três funcionários dão conta tranquilamente”, observa Silvio, que divide o tempo entre a propriedade e o cargo de diretor da Associação Empresarial do Vale do Braço do Norte, a Acivale, e vice-presidente da Cooperativa dos Produtores de Ovos, a Cooperovos

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Segredo é dar um passo de cada vez Ilto Loch fala de sua admiração por Edésio Oenning, de quem comprou suas primeiras vacas de leite há 27 anos

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etentor de uma invejável galeria de troféus e extensa terra com 76 vacas leiteiras, o braçonortense Ilto Loch, ou seu “Neca”, como é mais conhecido, atribui o sucesso como bovinocultor leiteiro mais lembrado no Top do Agronegócio ao apoio da família e ao gosto pelo trabalho que herdou do pai, quando era bem menino, na localidade de Riacho Alegre, onde nasceu há 52 anos. Em um plainado numa parte alta da localidade do Rio Amélia, em Braço do Norte, o produtor reside confortavelmente com sua esposa e três filhos há 17 anos, mas nem sempre foi assim. As duas primeiras vacas de leite, que Ilto comprou

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do senhor Edésio Oenning foram o início de uma rotina dura de trabalho, na vida que iniciava a dividir com a esposa Rita, que também se criou no campo. “Quando nós casamos, trabalhei um ano e meio de empregado para o meu pai. Depois fizemos sociedade. O senhor Edésio, quando começamos, foi um pai para nós. Era um ano de muito trabalho. Compramos por mil dólares uma novilha e um mil e duzentos dólares a vaca”, recorda Neca, que cumpre uma rotina rígida: 6 horas da manhã já está de pé, inclusive sábados e domingos, para o trabalho de ordenha de 56 vacas, a maioria da raça Jersey, ao lado da esposa e dos filhos Simone, Alessandro e Leandro.

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Visitas de outros países

Ilto passou por dificuldades, mas, deu a volta por cima

O sucesso como produtor de leite já rendeu situações bastante inusitadas. Ilto costuma receber visitas, dentre elas estrangeiros da Espanha, Alemanha, Nova Zelândia, África do Sul, Canadá e Estados Unidos, mas muitos não falam o português. A “aula”, então, foi andar com os visitantes pela propriedade e se comunicar com gestos. “Tantos anos na atividade, o dia a dia vai ensinando”, recorda. Além do Top do Agronegócio, conquistado o ano passado, Ilto guarda com carinho o troféu de Melhor Criador da Raça Jersey de Santa Catarina, conquistado em 2010. Ele atribui aos amigos que fez durante os anos de trabalho no campo, todo o conhecimento que possui. “Fazemos uma roda de chimarrão”, observa. Um dos momentos mais difíceis ocorreu em 2014, quando foram sacrificadas 121 cabeças de gado devido a uma doença semelhante à tuberculose. A família teve que se manter com apenas 16 vacas de leite. “Pensei que era o fim de tudo. Não foi. Tivemos que recomeçar. Mas na vida foi sempre assim. Não precisa fazer tudo de uma vez só. Devagar, a gente vai indo, um passo de cada vez”, ensina. Sobre o futuro, o bovinocultor acredita que será bom. “Não é todo mundo que se dá nesta profissão. Acredito que sempre vamos ter espaço quando se trata do mercado de alimentos. Para nós vai ser bom o futuro”, prevê.

Modo de trabalho da família de Ilto serve de inspiração para outros produtores

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Um profissional polivalente no campo Alison Pereira da Silva se realiza com toda a diversificação que os 14 anos de carreira de engenheiro agrônomo e empresário proporcionam 18

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ma profissão que permite transitar em diferentes frentes, a formação de engenheiro na área de agronomia proporcionou muito ao paranaense Alison Pereira da Silva em Braço do Norte. Além da carreira de 14 anos no serviço público, veio a oportunidade de constituir sua família e os desafios de gerenciar sua própria empresa de licenciamento ambiental em sociedade. Aos 39 anos, Alison é lembrado com o prêmio Top do Agronegócio pelo destaque como engenheiro agrônomo, que exerce e é bastante conhecido no Vale e dentro da Secretaria de Agricultura do município. “Hoje o agronegócio representa 40% de nosso PIB. O estudante deve ter uma visão da área onde ele vai trabalhar e di-

recionar os estudos e estágios para esta área, bem como saber a região do Brasil onde é desenvolvida a atividade para poder atuar”, orienta. Segundo Alison, o campo de trabalho é muito grande, especialmente na área de produção de alimentos. “É uma profissão que devemos estar sempre atualizados com informações, notícias e antenados às novas tecnologias”, ensina. Para quem pretende seguir a carreira, será convidado já no curso superior a escolher um segmento dentro do agronegócio. “Hoje o profissional aprende um pouco de tudo na faculdade, mas no final se especializa em uma área, ou seja, pode atuar em vendas de agrotóxicos, pastagens, melhoramento de solos, ou, se for fruticultura, vai escolher se é de

clima temperado ou tropical, enfim, os profissionais são mais específicos para cada área de atuação”, diz. Nascido em uma família de quatro irmãos em Realeza, no sudoeste paranaense, a ligação com o campo veio do berço. O pai era técnico agrícola e trabalhava em uma cerealista. Das atividades, ficam as lembranças das conversas entre os agricultores e das visitas ao campo, lavouras, pecuária, pastagens e outras atividades. Em 1990 passou a residir em Braço do Norte na comunidade do Alto Travessão, quando dividia o tempo entre o trabalho na roça e o curso de Ensino Médio, até que prestou vestibular e depois especialização em meio ambiente, além de diversos cursos na área, bem como experiência profissional.

Gosto pelo licenciamento ambiental Paralelo ao funcionalismo público, Alison é sócio de uma empresa de licenciamento ambiental. Nesta área já são mais de 12 anos, onde iniciou fazendo alguns projetos em casa. Depois, com o aumento da demanda, houve a necessidade a abrir uma empresa para melhor atender os clientes. “Hoje atuamos em 14 municípios de nossa região com diversas modalidades de licenças ambientais, desde a atividade de suinocultura, avicultura, madeireiras, laticínios, frigoríficos, empresa químicas, metal mecânica, loteamentos, serviços topográficos, recuperações de áreas degradadas, entre outros serviços prestados”, revela. Quando soube que seria homenageado no Top do Agronegócio, disse que ficou bastante feliz. “Sei que tudo que faço em minha vida profissional e pessoal não é com interesse de algum reconhecimento da sociedade. É a forma natural que trabalho e trato as pessoas no meu dia a dia. Com humildade, seriedade, transparência, competência, e a acima de tudo sempre fazendo amizades e as cultivando. Tenho amor pela minha profissão, gosto do que faço; e o que faço procuro fazer bem feito”, avalia

Alisson, ao lado de sua equipe, atua em 14 municípios da região

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Sucesso que vem da variedade

Empresa se dedica à produção de mudas

No ramo de produção de mudas há 15 anos, a Florestal Rio Verde, de Rio Fortuna, diversifica sua atuação para manter-se no mercado

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raticamente durante metade da sua vida, o empresário Jânio Anderson Schmitz tem se dedicado exclusivamente à produção de mudas. À frente da Florestal Rio Verde, de Rio Fortuna, o jovem, com 35 anos, acumula experiência que vem dos tempos de infância, quando exercia a atividade nas terras dos pais, que sempre trabalharam como agricultores. “Ingressei na faculdade de Agronomia e desde o início exerci os trabalhos com produção de mudas, buscando sempre cursos de aperfeiçoamentos na área de atuação da minha empresa, inovações e tecnologias para melhor serem aplicadas e repassadas a nossos clientes”, revela Jânio, feliz por ver seu empreendimento receber o Top do Agronegó-

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cio como Empresa de Reflorestamento mais lembrada. Ao lado da esposa Moniqui Torres Schmitz na direção da empresa, Jânio exerce ainda a função de Engenheiro Agrônomo responsável. Fruto de uma rotina de estudos que lhe renderam os registros tanto no CREA/SC (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Santa Catarina) quanto no MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). “Estes registros são assinados por mim, assim como dou assistência para outras empresas também. Toda a parte de buscar novos produtos, assistência técnica do viveiro como o controle de pragas e doenças, e visitas a lavouras, viagens de pesquisas, enfim, supervisão do viveiro”, explica.


Um mercado em evolução Aos 15 anos de atividade, a Florestal Rio Verde consegue se reinventar no mercado. Segundo Jânio, a empresa trabalha hoje com produção de mudas de hortaliças, flores, florestais e outras sobre encomendas, o que é o caso de árvores nativas e palmeiras, por exemplo. No início da empresa, a atividade principal era quase exclusivamente mudas de pinus e eucalipto, revela o empresário, mas uma crise no setor florestal obrigou a atuação por outras frentes, ampliando o leque de opções aos clientes. “Passamos a produzir outras variedades de mudas, entre elas flores e hortaliças. Isso deu muito certo, tanto que hoje 60 % de nossa produção são mudas de hortaliças, 20% flores e 20% florestais. O setor de hortaliças tende a crescer muito a cada ano”, comemora. Sobre o reconhecimento com o Top, Jânio atribui à persistência e o gosto pela atividade, uma vez que se vê contribuindo com a cidade onde mora, com a qualidade de vida e o bem-estar de agricultores e da comunidade em geral. “Isso traz também muitos desafios, porque sempre quem toma à frente de novos projetos, também tem que estar preparado para adversidades, críticas, mas tudo é encarado como aprendizado e revertido em melhorias futuras”, ensina. O setor de hortaliças vai bem. E para Jânio tende a crescer. “Todo ano, temos mais pessoas para alimentar e menos para produzir. Isso traz desafios de buscar novas tecnologias de produzir mais, em menos áreas e com um controle maior sobre as condições climáticas”, analisa. Outro detalhe neste mercado fica por conta do setor de flores que, de acordo com Jânio, deve voltar a crescer. Já a grande oferta de madeira na região e a falta de mão de obra específica seriam os desafios no setor florestal, aliado ao cenário atual de crise no país, no que o empresário mantém as esperanças de retomada para os próximos anos

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Foco na qualidade faz o melhor sêmen Nascida para ser grande, a Semex está há oito anos em Santa Catarina e faz história como importadora de qualidade

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m se tratando de genética, a Semex Brasil mostra a que veio. Distribuidora exclusiva da canadense Semex Alliance, a empresa erradicada em Santa Catarina, há oito anos, é considerada a empresa de sêmen bovino mais lembrada no Vale de Braço do Norte, conquistando o prêmio Top do Agronegócio. Desde a fundação em Jundiaí (SP), em 1995, o empreendimento segue em uma crescente, atingindo atualmente uma ampla instalação em Blumenau, com mais de dois mil metros quadrados de sede administrativa. “O objetivo da Semex Brasil é oferecer sêmen de touros que contribuam com o melhoramento genético do rebanho,

sempre respeitando a filosofia da seleção, com foco em fertilidade e longevidade. Por isso, seu material é reconhecido por especialistas como uma das melhores e mais confiáveis genéticas de raças leiteiras e de corte especializadas do mundo”, ressalta Nelson Eduardo Ziehlsdorff, diretor presidente da Semex, criador de gado Jersey, desde 1990, e atual presidente da Associação Catarinense de Criadores de Bovinos (ACCB). São mais de 90 representantes distribuídos pelo Brasil com profissionais que oferecem consultoria técnica diferenciada em manejo, nutrição e genética, além de uma renomada bateria de touros. Já em âmbito internacional, tem o respaldo e o suporte da Semex Alliance, considerada a maior empresa genética do mundo, presente em apro-

ximadamente 120 países, com mais de 400 touros provados anualmente e mais de 1 milhão de doses vendidas. Com mais de 50 anos de experiência, a Semex Alliance tem sede em Guelph, Ontário, no Canadá. É constituída por três das mais importantes cooperativas canadenses de inseminação artificial: Eastgen, Western e CIAQ, além de uma divisão responsável pelo gado de corte, a Semex Beef, nos Estados Unidos, formando, juntas, a maior rede de distribuição do mundo entre empresas de genética. Para qualificar sua equipe, a Semex Brasil investe em capacitação, inclusive com processos de reciclagem no Canadá, para que os clientes tenham alternativas assertivas, resultando em negócios mais rentáveis e sustentáveis.

Empresa está intalada em Blumenal desde 2008

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Reconhecimento em boa hora “O resultado é muito satisfatório, já que a homenagem veio a partir de uma votação espontânea”, avalia Ziehlsdorff sobre o prêmio Top do Agronegócio. Ele reforça o fato de o reconhecimento surgir no momento em que Braço do Norte é a região referência do Gado Jersey no país e na América Latina e compartilha os méritos com os líderes Jeferson Pelegrini e Volnei Pimentel, além do gerente Giovani Fagundes. “É uma honraria que consolida a marca Semex como líder no setor na cidade”, valoriza. Em tempos de crise, a Semex soube se posicionar no mercado como empresa antenada às novas tecnologia que resultem numa melhor produção. Assim, surgiu programas como Immunity+™ que, por meio da Imuno Genética, garante vacas mais resistentes às doenças e melhora a saúde e a longevidade do rebanho; e o Semex Works™, um software de gestão genética que auxilia na seleção dos melhores touros de acordo com cada sistema de reprodução. Já por meio do programa Genomax™, a Semex tornou-se a única empresa do mundo a fazer genoma em mais de seis mil touros jovens, mostrando sua preocupação em estar sempre à frente do mercado. O mesmo vale para o Repromax™, que oferece sêmen com altos índices de fertilidade, aumentando o desempenho de touros reprodutivos e a rentabilidade do rebanho. Em 2015 a Semex lançou o sistema ai24™, único programa no país que monitora, em tempo real, a saúde e reprodução de vacas e novilhas; e o BCBI, primeiro Índice de Cruzamento Industrial do Brasil, que apresenta o ranking dos melhores reprodutores para o sistema de produção nacional, agregando valor ao cruzamento e provendo vantagens econômicas ao produtor

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Sêmen Suíno

A genética que vem da excelência Agrossui faz seu nome no mercado do Vale com instalação de uma Central de Coleta e Processamento

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oncentração, dedicação, compromisso e persistência. Se existem palavras para definir um projeto, a Agrossui tem e tem várias. A inovação, segundo o líder do empreendimento, o empresário Aldo Meurer, é o termo que classifica um dos mais recentes investimentos: a Central de Coleta e Processamento de Sêmen Suíno, que recebeu o Top do Agronegócio com o maior destaque do segmento. A novidade surgiu em 2010, como um braço da Agrossui Comércio e Representações LTDA, com o intuito de

atender à necessidade de doses inseminantes gerada pelos clientes de nutrição. Na época, contava com apenas 10 reprodutores instalados. Com o passar do tempo, os negócios foram ampliados e hoje, quase seis anos depois, a Agrossui possui alojados 40 reprodutores. O plantel é composto exclusivamente por genética Agroceres PIC. Produtores de várias empresas integradoras e independentes são os maiores beneficiados. “O que a gente leva para a propriedade no meio rural é tecnologia, desenvolvimento, falamos muito

sobre gestão, tentando fazer com que o produtor enxergue o que é melhor para a sua propriedade que ele pode cada vez mais buscar aquilo que lhe seja rentável”, explica Aldo. Filho de agricultores e há 15 anos na área do agronegócio como empresário, o braçonortense está à frente da agropecuária Agrossui e neste ano de 2016, juntamente com a Agroceres Multimix, coordenou o desenvolvimento de um trabalho em aves de postura na região de São Ludgero, com uma equipe técnica voltada para esse segmento.

Agrossui conta com 40 reprodutores alojados para oferecer boa genética os suinocutores

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Génetica de qualidade é ofertada em parceria com a Agroceres PIC

Em expansão A capacidade de decidir, determinar, pensar, criar, se integram ao futuro da empresa Agrossui que nunca deixa de ser jovem. Na administração dos negócios, Aldo conta com a participação da família, sem perder o profissionalismo que se exige para sobrevivência no competitivo mercado do agronegócio. O prêmio Top do Agronegócio trouxe, assim, a lembrança ou gratidão, de um esforço de uma geração, avalia Aldo Meurer. “É muito importante esse reconhecimento através da Agrossui e da nossa central de inseminação porque cada vez mais nos dá vontade de fazermos mais e melhor. Sempre foi e é assim

que funciona. Não podemos regredir, mas sim progredir, crescer, buscar”, observa. Sobre o atual momento de crise, o empresário acredita que não basta apenas ter a vontade de trabalhar. O conselho é pela gestão eficiente. “Futuramente, quem atua com a suinocultura, apicultura, piscicultura, enfim, o agronegócio como um todo, só subsistirá com planejamento, um plano traçado onde realmente se saiba como vai se investir. Neste aspecto, eu acho que a nossa região, com uma mão de obra familiar, diz muito. Então, essas mudanças seriam mais severas na parte de ver o ne-

gócio, sentir o negócio e executar o negócio. É pura gestão. Não tenho dúvida de que sempre a atividade vai ser rentável”, avalia. Segundo o empresário, a união de interesses comuns, a parceria, a integração, são as chaves para se viver em tempos de crise. Por este motivo, com a Central de Coleta e Processamento de Sêmen Suíno, ele oferece uma assessoria ao produtor, com vistas ao benefício mútuo. “Foi por isso que a gente montou a Agrossui, justamente para a gente fazer um trabalho na região e fazer com que a região cresça também e que a gente, consequentemente, cresça junto”, conclui www.negocioagro.com.br

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Extensionismo rural

Aprendizado ĂŠ um dos charmes da profissĂŁo 26 26

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migos de uma carreira de mais de 30 anos dedicados às coisas do campo, Teresinha Baldo Volpato tem muitos. E valoriza. Aos 54 anos, a vencedora do Top do Agronegócio na categoria Extensionista Técnico atribui à caminhada coletiva o crescimento em sua carreira. “Não conseguimos fazer nada sozinhos. Eu, especialmente, sempre trabalhei em equipe, então o prêmio deve ser dividido com os colegas”, comenta, referindo-se ao pessoal da Epagri e abrangendo ainda a família e amigos de “caminhada”. Natural de Getúlio Vargas, cidade próxima de Erexim e Passo Fundo, no noroeste gaúcho, Teresinha mudou-se com a família para Santa Catarina quando tinha dois anos de idade. Mais tarde com 17 anos veio para Abelardo Luz, cidade próxima pouco mais de 80 quilômetros de Chapecó. Aos 18 anos, Teresinha já atuava na Associação de Crédito e Assistência Rural de Santa Catarina, a Acaresc, vindo a Florianópolis para fazer curso de capacitação em extensão rural e, no mesmo ano, assumir como extensionista em Braço do Norte. “Quando terminei o ensino médio, pensava em conseguir um emprego. Eu tinha bastante facilidade para traba-

lhar com grupos de jovens e isso me favoreceu, pois já atuava nos grupos de jovens da igreja. Mais tarde fiz graduação em serviço social, especialização em Educação do Campo e Desenvolvimento Territorial e mestrado em Educação. No meu trabalho continuei a atuar com grupos e comunidades”, recorda. Depois de atuar em diversos municípios da região e se aposentar como extensionista da Epagri, voltou ao trabalho, atuando agora como secretária de Agricultura, Indústria, Comércio e Turismo de São Ludgero. E segue estudando, mas agora como professora da disciplina de agroturismo, na graduação em Agronomia da Unibave. Hoje casada com Sílvio Volpato e mãe de Ricardo e Silvia, Teresinha recorda com orgulho as conquistas de sua carreira. Além da juventude rural 4-S, foram coordenados projetos como o turismo rural em São Martinho e a oferta de cursos como panificação e processamento de frutas e verduras para profissionalizar agricultores, que ainda hoje repercute naquela comunidade. “No projeto de saneamento ambiental em São Ludgero, pretendemos atingir a meta de 100% do esgoto sanitário tratado na área rural”, comemora.

Profissão em extinção?

Teresinha assumiu a secretária da Agricultura de São Ludgero em 2015

O contato com os jovens, na universidade, traz grandes reflexões para Teresinha. Ela já percebe que as novas gerações interessadas em seguir a carreira de assistência técnica e extensão rural serão desafiadas a batalhar por espaço. “Como técnico de extensão rural, o que posso dizer é que está se tornando escasso, pois não tem concurso público para contratação e a função de extensionista social, função que exerci durante estes anos, não tem perspectiva de novas contratações”, analisa. Sobre o futuro, a atual secretária municipal de São Ludgero – função que ocupa pela primeira vez – conta que o aprendizado à frente da pasta é uma maneira diferente de ajudar. “É um espaço onde se pode desenvolver diversas atividades junto com as comunidades e organizações”, valoriza. “Minha expectativa é continuar atuando no ensino superior e colaborando na medida do possível em trabalhos sociais e voluntários”, completa

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Um articulador da causa agropecuária

Adir é um entusiasta do agronegócio e um dos principais defensores da suinocultura

Adir Engel faz seu nome na região como membro de entidades em defesa da suinocultura e da atividade do campo em geral

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onhecido por ser o primeiro presidente de uma das maiores feiras do mundo especializada em negócios ligados às coisas do campo, a prestigiada Feira e Exposição do Agronegócio do Vale do Braço do Norte, a Feagro, em 2004, Adir Engel, aos 51 anos, ainda mata um leão por dia em defesa do setor. Ele já perdeu as contas de quantas reuniões, audiências e mobilizações participou. Apesar de todo o seu empenho, o agronegócio ainda sofre e terá que se reinventar para vencer

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mais um momento de crise econômica. Adir Engel é natural de Pomerode, de uma promissora geração de descendentes de alemães, e vive com a esposa Simone Ribeiro em Braço do Norte. Administrador de Empresas, formado pela Unisul, é técnico agrícola há mais de 30 anos e tem experiência com assistência técnica e venda de produtos para nutrição animal. Foi também, por vários anos, o presidente do Núcleo Regional Sul da Associação Catarinense de Cria-

dores de Suínos e ainda ocupou a titularidade na pasta da Agricultura em Braço do Norte e a presidência da Expovale. “Eu acho que foi uma consequência daquilo que a gente vem fazendo nos últimos anos, sempre na luta por dias melhores para a nossa suinocultura e para o nosso agronegócio de uma maneira geral”, justifica Adir Engel sobre o prêmio Top do Agronegócio, que ele recebeu como personalidade na defesa do agronegócio com maior destaque.


Inspiração, criatividade e bravura Professor dos cursos de Agronomia na Unisul e Unibave, proprietário da BN Genética – Central de Sêmen Suíno, profissional de vendas e assistência técnica na Safra/Preis Apropecuária, Adir sente junto com o mercado a dificuldade da produção de suínos. “Já tivemos outras crises assim, mas agora a realidade mostra que Braço do Norte, por exemplo, que é um município que já teve 204 granjas, hoje só tem 136. Ao longo dos anos as pessoas abandonaram essa atividade”, avalia. Neste ritmo, a queda da produção no setor da suinocultura atinge o comércio. Hoje, um porco de 100 quilos custa R$ 100 de prejuízo, ou seja, R$ 1 por cada quilo. Um gosto amargo que exige o dobro de dedicação, segundo Adir Engel. Tempos difíceis favorecem àqueles que têm inspiração e criatividade para se reinventar. “Sempre acreditei e acredito que quem produz alimento não vai sair nunca da atividade. Vai enfrentar crise, mas tem que ser profissional, tem que se preparar para passar a crise também. Infelizmente alguns menos preparados ficam pelo caminho, mas outros resistem bravamente e passam por ela. É assim no fumo, no leite, enfim, em todos os segmentos”, ressalta. Para Adir Engel, o sul do Estado, graças ao agronegócio, tem se destacado em nível internacional. “Poucas pessoas não conhecem essa região entre a serra e o litoral pelo potencial que existe aqui. Você vê a Feagro, por exemplo”, destaca Adir, atual presidente da feira que este ano movimentou mais de R$ 30 milhões em negócios. A Feagro chegou à sua 13ª edição como a maior exposição do Gado Jersey da América Latina em número de animais, superada apenas por uma feira que ocorre nos Estados Unidos, na cidade de Madison. “Mesmo em tempo de crise, observamos que os expositores e as famílias da pecuária e da agricultura aguardam este momento para oferecer promoções nos seus produtos e ao mesmo tempo investirem no setor com a aquisição de equipamentos”, defende Adir

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Boa mesa

Uma empresa com muitas opções

Nascida no interior, a Roanna Alimentos ganha destaque no Estado com produtos que conquistam a preferência dos consumidores 30

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os últimos 25 anos, algumas mudanças no setor do agronegócio trouxeram diversos benefícios. As opções aumentaram e há alterações significativas nas escolhas de consumo. Neste contexto, a Roanna Alimentos viu uma oportunidade e já conquista um lugar especial na mesa dos consumidores, com o gostinho do interior disponível para todo o Estado. Os irmãos Maciel, Alessandro e Anna Paula Ricken administram o negócio criado pelos pais, Hamilton Ricken e Roseli Turazzi Ricken. “Foi uma necessidade de sobrevivência. Meu pai era caminhoneiro, minha mãe era professora, e ainda é, não deixou de atuar. Eles precisavam dar e que comer para

os filhos e, desde então, faziam de tudo um pouco”, recorda. A família de três irmãos, bisnetos de alemães e italianos, soube enfrentar as adversidades. No início, com uma estrutura precária e pouquíssimos clientes, todas as etapas eram desempenhadas em casa, cada um com sua função. Senhor Hamilton fazia, inclusive, as entregas, otimizando a mão de obra. Não chegava a 10 suínos por semana. Tampouco havia a necessidade de refrigeração, como as atuais normas sanitárias exigem. “Os animais eram abatidos, meu pai colocava dentro de um caminhão e ia vender em Tubarão”, conta Anna. A estrutura cresceu na mesma medida do aumento da demanda,

chegando à atual construção, moderna, ao lado da antiga casa. Hoje, passadas mais de duas décadas, a Roanna oferece em torno de 80 empregos diretos, com o processamento de 2,5 mil porcos oriundos de seis produtores. Da mesma forma, a empresa braçonortense se aliou a parceiros em outras regiões e se prepara para voos cada vez mais altos. Para aproveitar o bom momento do torresmo pururuca e da linguiça para churrasco – o carro-chefe da empresa junto com toda a linha de embutidos e defumados –, a Roanna firmou parceria com uma distribuidora em Joinville e já comemora a aceitação no litoral norte. No Vale do Itajaí, possui um parceiro em Presidente Getúlio.

Mais incentivos “O Brasil é o celeiro do mundo em alimentos, só que a gente precisa de incentivo também”, observa Anna Paula sobre o atual momento de crise na economia brasileira, que atinge em especial os produtores de suínos. Para a empresária, o país tem um patrimônio que não deve se esgotar tão facilmente. Ainda assim, quem está no ramo deve tomar certos cuidados para os riscos. “A gente procura trabalhar lado a lado com o produtor”, observa, referindo-se à interdependência

com o setor primário. “Se uma atividade não existe, a outra também não”. Deste modo, a lentidão das políticas públicas para os criadores dos animais interfere diretamente nos negócios. Não havendo incentivos que reduzam o custo dos produtores, o governo coloca sobre ameaça uma atividade que é tradicional no Vale do Braço do Norte. “Se sobreviver, vai ser muito lucrativo, mas o problema é sobreviver. O setor já está na UTI, não dá mais para aguentar muito tempo. Deveria

fazer alguma coisa logo”, critica. Num momento de tamanha turbulência, a empresária se disse surpresa pela homenagem da comunidade, que escolheu a Roanna como Frigorífico de Suínos com o maior destaque. Um reconhecimento que ganhou um lugar especial na estante, que tem espaço para compor uma galeria. “Não imaginava nunca. Entre tantos frigoríficos, a gente ser eleito, então, foi uma grande surpresa e é como se o trabalho fosse reconhecido”, comemora

Empressa braçonortense oferece variedade em produtos www.negocioagro.com.br

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Propriedade de pais para filhos Dono do Lacticínio de maior destaque, Romeu Becker, fala dos 13 anos de atividade da empresa D’Nona, que dirige junto dos filhos

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história de sucesso do D’Nona, referência em laticínio em Braço do Norte, é também a de uma família que preferiu se unir no campo. Romeu Becker, aos 63 anos, administra a empresa ao lado da esposa Ivone Wensing Becker e dos filhos Bianca, Cleiton e Cleder. “Há 13 anos, as condições eram outras, tenho três filhos e eles estavam saindo para outras profissões. Então, achamos melhor montar um negócio para que ficassem no campo”, revela Romeu, que recebeu pelo Lacticínios D’Nona o Top do Agronegócio como Lacticínio com maior destaque.

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O empresário tem dedicado a sua vida ao campo desde criança, com os pais, na localidade do Pinheiral, interior de Braço do Norte. Para a evolução daquele queijo artesanal, feito em casa a partir do trato com o gado de leite, para a produção de centenas de produtos, foram anos de pesquisa e investimento em equipamentos capazes de dar uma melhor produção em um menor tempo. Enquanto os filhos auxiliam na administração e produção, Romeu vai além daquela rotina ativa, geralmente ligada à supervisão do negócio com as compras, vendas e no receber. Bem além do trivial, costuma ter funções diretamente

nas propriedades. “Pois é, trabalhamos diretamente com os produtores. É de lá que vem a nossa matéria-prima principal. Então, estamos em contato sempre para termos um produto de qualidade”, ensina. Outro detalhe é a preocupação com uma equipe qualificada. O D’Nona emprega pessoas da própria comunidade do Pinheiral, e o principal treinamento é focado na qualidade final do produto que abastece por enquanto o mercado local: queijo mussarela, prato, colonial, provolone, serrano e minas frescal, além de ricota, nata, manteiga, bebidas lácteas e iogurte.


A força do agronegócio Quando soube que seria homenageado no Top do Agronegócio, a percepção de Romeu foi de reconhecimento pelo trabalho de anos na mesma atividade e os muitos amigos que fez. “Foi gratificante, pois estamos no caminho certo, sempre trabalhando em prol do melhor, e reconhecimento é consequente de trabalho bem feito”, comemora. Para o empresário, a região oferece as condições necessárias para a evolução de negócios ligados ao campo. A força da agricultura e da produção de leite vem fazendo os empreendimentos ligados ao agronegócio se desenvolverem. Entretanto, ele ensina que para quem está no mercado, em qualquer atividade, deve-se cuidar sempre dos detalhes competitivos, como o investimento em conhecimento prático e atualização tecnológica, se antecipando a eventuais crises. Especialmente sobre a sua empresa, o discurso sobre o futuro é de muito trabalho. “O futuro é continuar o que estamos fazendo até hoje, trabalhado com pé no chão, visando sempre melhorias, nunca ficar parados sempre olhando para frente, trabalhando com seriedade e honestidade, respeitando a todos a nosso redor”, completa

Romeu, ao lado da família, conduz os trabalhos do D’Nona

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“O sucesso vem do trabalho e dedicação” 34

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Germano Carvalhal Schwanz, Top do Agronegócio como médico veterinário, ainda investe na formação após 14 anos na área


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onhecimento e experiência fazem parte do currículo do médico veterinário Germano Carvalhal Schwanz, de Braço do Norte. Aos 39 anos, o jovem profissional construiu uma trajetória de vida apreciável, mas não deixa transparecer as décadas dedicadas a treinamentos, desde as cadeiras universitárias às palestras, congressos e seminários. “Ser médico veterinário foi o meu sonho de infância. Nestes 14 anos na área, posso dizer que foram várias realizações, com certeza, entretanto, de tudo o que eu consegui, eu dou igual

importância”, revela. Natural de Pelotas, no Rio Grande do Sul, com muito esforço Germano começou seu trabalho com os animais antes mesmo da faculdade. Foi quando decidiu concorrer a uma vaga no prestigiado curso de veterinária na Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), entre as mais tradicionais do país, fundada em 1883, e que nasceu como Universidade Rural do Sul, em 1967. Germano comenta que dos bancos universitários gaúchos surgiram os primeiros projetos. Aos 25 anos, o médico veterinário já era reconhecido por suas ideias ino-

vadoras e recebia o certificado de graduação com médico veterinário, para o orgulho da família. Pouco tempo depois, já estava atuando profissionalmente em Braço do Norte, construindo laços de amizade entre os seus clientes. “Tive a sensação de reconhecimento por parte dos produtores e a certeza de que todo o trabalho não foi em vão. Atribuo este reconhecimento aos anos de estudo, aprimoramento, trabalho e dedicação”, reconhece o médico veterinário, referindo-se ao Top do Agronegócio, como profissional com maior destaque na sua área de atuação.

Dificuldades vêm e passam Com residência e consultório em Braço do Norte, Germano Carvalhal Schwanz trabalha no atendimento clínico a bovinos e suínos. O médico veterinário também se especializou na assessoria na área de produção animal. Profissional reconhecido, ele fala sobre os tempos de crise como um momento transitório. “O panorama se apresenta com algumas reservas, pois a situação econômica do próprio país está muito difícil. Mas sempre tivemos tempos de alta e baixa e acredito que com o tempo as coisas vão se ajeitando”, comenta. Nos últimos anos, Germano prosseguiu seus estudos e qualificações. O último diploma veio do curso de pós-graduação em Produção de Bovinos de Leite pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). Como nem todos os profissionais que se lançam no mercado têm sucesso garantido, o médico veterinário ensina que é preciso muita dedicação desde o primeiro ano de faculdade e seguir persistindo em busca dos sonhos. Geralmente, segundo Germano, os empreendimentos tendem a fracassar por falta de planejamento. A melhor administração de um negócio ou de uma carreira requer esforços para se antecipar aos problemas. Uma medida técnica, como fazer um relatório com todos os valores, produtos, serviços, clientes, funcionários, gastos, e uma boa análise do mercado são fundamentais. “Penso que o futuro somos nós que fazemos, pretendo seguir estudando e me aperfeiçoando para melhor atender meus clientes e amigos”, avalia Germano se especializou na área de produção animal www.negocioagro.com.br

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Piscicultura

Inspirado pela TV, empresário inaugurou atividade

Produtor Lourivaldo Schuelter, de Rio Fortuna, construiu fama como precursor da criação de peixes na região

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Dos sete tanques de sua terra, seis serão povoados este ano, prevê Lourivaldo

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uem conhece um pouco da atividade de criação de peixes na região do Vale do Braço do Norte, com certeza já ouviu falar no nome de Lourivaldo Schuelter, o “Pita”, vencedor do Top do Agronegócio na categoria Piscicultura, morador de Rio Fortuna, na localidade de Rio Café, e atualmente prefeito do município. Dono de uma propriedade bastante diversificada – produz gado de corte, suíno e alguns grãos, além de peixes –, Lourivaldo criou gosto pelo campo quando vivia com os pais na localidade de São Maurício. “Na época não existia nenhuma orientação para criação de peixe, nenhum técnico da Epagri, não tinha nada. Tudo o que eu via era na televisão. Eu era uma pessoa muita interessada. Depois, um primo que estudava na faculdade de Lages conseguiu dois livros para mim que falavam sobre criação de peixe. Iniciei em um açude pequeno e comecei a ver que aquilo foi dando resultado”, recorda Lourivaldo, aos 57 anos, dos quais 32 dedicados exclusivamente à propriedade rural.


A primeira safra O rendimento de 2,4 mil quilos de peixe na primeira safra foi um assunto bastante comentado na época, principalmente pelas dimensões do primeiro tanque, que tinha o tamanho aproximado de uma quadra de basquete. Uma campanha na Rádio Verde Vale trouxe curiosos de toda a região, que compravam os peixes e buscavam informações para levar a atividade às suas propriedades. “Nunca ninguém tinha vendido um quilo de peixe de água doce. Quem tinha era para o consumo, um cará, jundiá, traíra, mas tilápia mesmo nem existia. Inventei de fazer isso e foi uma surpresa. Cada um veio com uma sacolinha, a gente tirava com a tarrafa, pesava na beira do açude e o comprador levava na hora”, comenta. Lourivaldo lembra que nos dois primeiros anos a desconfiança era grande, mas logo mais pessoas começaram a produzir. Surgiram os pesque-pague, com um consumo de 500 quilos semanalmente, e a Epagri inaugurou o serviço de assistência técnica, que também é compartilhado pelas empresas que fornecem ração e equipamentos.

Tilápia e tecnologia Sobre o futuro da piscicultura, Lourivaldo vê que em breve a região chegará a 100% de eficiência. Da mesma forma, a criação de uma associação, que realiza missões em outras regiões, permitiu a trazida de novas tecnologias. Os investimentos incluem aeradores, geradores de eletricidade, genética, principalmente na espécie tilápia, que está com boa aceitação. “Já tem várias empresas pesqueiras marítimas que são de Laguna, Navegantes, Itajaí,

que aumentam a compra de peixes de água doce porque estão vendo a qualidade e quantidade e porque o consumidor aprendeu e começou a conhecer este tipo de peixe. É tudo uma corrente”, ensina. Dos sete tanques construídos, Lourivaldo prevê povoar seis deles com uma média de cinco peixes por metro quadrado. Um fica como reserva de água. A previsão é produzir 120 toneladas de tilápia em cada safra

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