Jornal Mão Boa

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J O R N A L

nº 70 | ano XXIV Venda proibida Exemplar de assinante

Instrumento para a segurança MTE estabelece as etapas para implantação do Plano de Prevenção de Riscos de Acidentes com Materiais Perfurocortantes PÁG. 3

BD SOLOMEDTM PEÇA POR PEÇA

RESÍDUOS DENTRO DA LEI

INDEPENDENTES X GRANDES REDES

Conheça a anatomia da seringa de segurança e suas características.

Qual é a responsabilidade das farmácias no gerenciamento de resíduos de saúde?

Marcello Albuquerque aponta o caminho do sucesso para as farmácias de bairro.

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EDITORIAL

AGENDA

O que já era bom ficou ainda melhor

1 A 3 DE NOVEMBRO

Eis aí o Jornal BD Mão Boa de cara nova e agora com muito mais conteúdo! As mudanças trazem um novo projeto gráfico e uma linha editorial mais atrativa. Nosso compromisso é selecionar temas de interesse dos profissionais de farmácia, e assim contribuir para que possam prestar mais e melhores serviços em prol da saúde da população. Esperamos que as mudanças tenham a aprovação de nossos leitores. Também contamos com sua participação, por meio de sugestões e comentários que possam melhorar ainda mais a qualidade do jornal. Envie suas mensagens para o email consultoriafarma@bd.com. Equipe do Jornal Mão Boa

I CONGRESSO BRASILEIRO DE FARMÁCIA COMUNITÁRIA I ENCONTRO NACIONAL DE PROPRIETÁRIOS E GESTORES DE FARMÁCIAS E DROGARIAS Centro de Convenções de Goiânia (GO). Informações: www.crfgo.org.br 8 A 10 DE NOVEMBRO DE 2012

16ª FARMAPOLIS

Centro de Eventos da UFSC – Florianópolis (SC) Informações e inscrições: www.farmapolis. org.br

SEGURANÇA

CRF-SP e BD promovem oficina safety para farmácias

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omo a NR 32 – Norma Regulamentadora para Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde se aplica ao segmento farmácia e que desafios ela representa para os profissionais da área? Quais são e como funcionam os dispositivos de segurança que previnem acidentes com material perfurocortante? Essas e outras questões foram abordadas no Workshop Segurança do Profissional de Saúde, promovido pelo CRF-SP em parceria com a BD. O treinamento apresentou a NR 32, suas medidas de proteção e aplicabilidade nas áreas de atuação do segmento farmacêutico. Na abertura do evento, a vice-presidente do CRF-SP, Dra. Raquel Rizzi, salientou a importância dos profissionais passarem regularmente por reciclagem de conhecimentos, a fim de aprimorarem o exercício da fiscalização educativa em estabelecimentos farmacêuticos.

WORKSHOP

O workshop contou com a palestra A Identidade da NR 32 e a Farmácia, apresentada pela técnica em Segurança do Trabalho, Vera Lúcia Cantalupo. Ela comentou que os farmacêuticos devem superar os aspectos culturais que impedem a execução das medidas de segurança preconizadas pelo Anexo III, estabelecido pela Portaria 1478 do Ministério do Trabalho e Emprego. Na segunda parte do workshop, os Consultores Educacionais da BD apresentaram toda a linha de produtos com dispositivo de segurança que a empresa fornece ao mercado.

Prevenção de riscos

A oficina sobre a NR 32 foi promovida para um grupo de fiscais do CRF-SP

Ano VIII | Nº 35 | Junho 2012

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MÃO BOA é uma publicação da Becton Dickinson Indústrias Cirúrgicas Ltda.

BD Medical

Coordenação: Tássia Wagner Coordenação científica: Beatriz Lott Jornalista responsável: Milton Nespatti (MTB 12.460-SP) Revisão: Fernanda Radtke (Folks CC) Projeto gráfico e diagramação: Folks Comunicação Conteúdo (www.folks.cc). As matérias desta publicação podem ser reproduzidas, desde que citada a fonte. As opiniões e conceitos publicados são de responsabilidade dos entrevistados e colaboradores dos artigos. Tiragem desta edição: 20 mil exemplares.

R. Alexandre Dumas, 1.976 São Paulo | SP | 04741-004 CRC 0800-055 56 54 ctis@bd.com.br www.bd.com/brasil

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SEGURANÇA

Novo instrumento para prevenção de acidentes ANEXO III da NR32 estabelece as etapas para a implantação de Plano de Prevenção de Risco de Acidentes com Material Perfurocortante Vera Lucia Cantalupo, assistente técnica da representação dos empregadores na CTPN da NR 32 desde 2004, consultora e instrutora da empresa NOSBUSINESS.

A

Portaria 1478 do Ministério do Trabalho e Emprego, que estabelece o Anexo III da NR 32 (Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde), determina e dá as diretrizes para a execução do Plano de Prevenção de Riscos de Acidentes com Material Perfurocortante (PPRA-MP). A nova Portaria substituiu a de número 939 de novembro de 2008 e fixou o prazo de 29 de dezembro passado para que os serviços de saúde iniciassem a implantação do PPRA-MP. O plano preventivo contra acidentes percutâneos determina, entre outras medidas, que os empregadores capacitem os profissionais para a utilização adequada de perfurocortantes com dispositivos de segurança. A capacitação deve ser disponibilizada pelas empresas que produzem ou comercializam tais materiais para aplicação de medicamentos injetáveis. Além de definir o que é perfurocortante e dispositivo de segurança, o Anexo III estabelece as diretrizes para a constituição de uma Comissão Gestora do PPRA-MP. Dentre as atribuições da Comissão, destaca-se a implantação dos materiais com dispositivos de segurança, após avaliação com testes e análises de desempenho e efetividade do produto, levando-se em conta a segurança e saúde do profissional e a eficiência do material no atendimento ao paciente. O serviço de saúde deve dar também condições operacionais à Comissão Gestora para que possa estabelecer e executar o plano preventivo, como a disponibilização de dados estatísticos. Vale ressaltar que a interação entre os representantes da Comissão, funcionários e a direção do estabelecimento deverá ser constante para o sucesso nos resultados do PPRA-MAPE.

“Estabelecer prioridades e traçar as metas de crescimento da instituição de saúde são demandas ligadas intimamente às práticas estabelecidas na NR 32 e agora reforçadas pela Portaria 1748”

IMPLANTAÇÃO NAS FARMÁCIAS

As farmácias e drogarias já possuem seus PPRAs e PCMSOs, bem como seus PGRSSs (veja nota ). Assim, a adequação deve ser feita apenas no que se refere à exposição de funcionários ao risco mencionado na Portaria 1478. As ações dependerão das avaliações estabelecidas pelo PPRA-MP. Nos estabelecimentos farmacêuticos não há obrigatoriedade de formação de uma CCIH, ou de uma Central de Esterilização. Mas é necessário que a farmácia identifique os profissionais envolvidos na aquisição de novos materiais e que se responsabilizem pela capacitação obrigatória dos funcionários. Não é obrigatório que o farmacêutico seja o responsável pela implantação do PPRA-MAPE. Porém, o farmacêutico deve assumir o papel de multiplicador das informações sobre o uso correto dos perfurocortantes com dispositivo de segurança. O grande benefício do Anexo III da Portaria 1748 é possibilitar a criação de uma cultura continuada de prevenção, e não apenas de tratamento das consequências no pós-acidente com material perfurocortante.

Saiba mais

CCIH Comissão de Controle de Infecção Hospitalar.

PPRA-MAPE Plano de Prevenção de Riscos de Acidentes com Material Perfurocortante. Portaria n.º 1.748 de 30/08/2011, em www.mte.gov.br PCMSO Programa de Controle Médico de Ocupacional. Portaria nº 08, de 08/05/1996, em www.mte.gov.br PGRSS Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. Resolução nº 358/05, de 4 de maio de 2005, em www.mma.gov. br/port/conama/ mãoboa | Nº 70

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INJETÁVEIS

Seringa de segurança peça por peça Conheça melhor a seringa BD SoloMedTM e suas características. Isso o ajudará ainda mais a executar a técnica correta de aplicação de medicamentos injetáveis com a seringa de segurança. Bico

Dispositivo de segurança

Componente para conexão das agulhas. Possui dimensões que atendem às normas internacionais para permitir a conexão perfeita de qualquer tamanho de agulha. O bico da BD SoloMedTM é do tipo LuerLok, cujo formato em rosca é indicado para injeções que necessitam de uma conexão mais firme da agulha.

Protetor projetado para travar a agulha após a aplicação, a fim de proteger o profissional de saúde contra acidente percutâneo.

Pistão ou Stopper É uma rolha de retenção para evitar vazamento do medicamento. Tem uma linha de referência usada para aferir o volume de medicamento a ser aplicado.

Linhas de graduação Usadas como referência para o preenchimento do volume de medicamento a ser aplicado. Apresentações da BD SoloMed™ disponíveis para as farmácias

Volume

Agulha

3mL

0,70 x 25 0,80 x 25 0,70 x 30 0,80 x 30

5mL

0,70 x 25 0,80 x 25 0,70 x 30 0,80 x 30

10mL

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0,70 x 25

Cilindro É o reservatório do medicamento e tem alto grau de transparência.

Flange É a base do cilindro. Serve para apoio de um dos dedos, facilitando a aspiração e a injeção do medicamento.

Êmbolo Haste interna ao cilindro. Durante a aspiração e a injeção do medicamento, o contato deve ocorrer exclusivamente na base do êmbolo (botão de pressão).


DIABETES

Reuso de seringas e agulhas prejudica o tratamento do diabetes Marcia Camargo de Oliveira, supervisora de Treinamento Técnico e Coordenadora do Centro BD de Educação em Diabetes

O

controle do diabetes envolve investimentos e, muitas vezes, os clientes encontram dificuldades em conciliar o tratamento adequado à renda familiar. Estes fatores, associados à desinformação, levam as pessoas a reutilizarem seringas e agulhas para canetas de insulina. A principal consequência do reuso desses materiais é o descontrole glicêmico, que provoca complicações agudas e crônicas do diabetes, comprometendo a saúde, a qualidade de vida e aumentando ainda mais os gastos com o tratamento. É importante lembrar que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária- ANVISA, por meio da resolução RE 2605/06, estabeleceu a lista de produtos médicos enquadrados como de uso único, proibidos de serem reprocessados. Entre eles, estão as agulhas com

componentes plásticos e seringas plásticas. As embalagens destes produtos trazem impressas a recomendação de uso único e a expressão “proibido reprocessar”, conforme RDC 156/06, que dispõe sobre registro, rotulagem e reprocessamento de produtos médicos. PLANO DE AÇÃO CONTRA O REUSO

A reutilização de seringas de insulina e agulhas para canetas deve ser coibida pelos profissionais de saúde. O farmacêutico tem o papel fundamental de alertar seus clientes sobre os efeitos negativos provocados pelo reuso desses materiais, com foco na Educação em Diabetes, prática em ascensão nas farmácias de todo Brasil, principalmente após a implementação da RDC 44/09, que dispõe sobre as Boas Práticas Farmacêuticas.

Veja os principais riscos e consequências do reuso de seringas e agulhas para canetas, e organize um plano de ação para auxiliar o cliente com diabetes que frequenta sua farmácia.

Saiba mais

Para mais informações, entre em contato com o Centro BD de Educação em Diabetes, através do e-mail: educa. diabetes@bd.com ou 0800 11 50 97 Referências bibliográficas

1. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) Resolução- n° 2605, de 11 de agosto de 2006.

Problema

Riscos

Consequências

Perda da nitidez da escala de graduação da seringa

Erro no registro da dose

Hiperglicemia ou hipoglicemia

Redução da lubrificação do êmbolo / cilindro da seringa

Necessidade de maior pressão no êmbolo no momento da aplicação

Desconforto

Redução da lubrificação da agulha

Dificuldade para a agulha deslizar através da pele e subcutâneo

Dor

Agulha adquire formato de anzol Obstrução da agulha

Dificuldade de aplicação Microtraumas e lipodistrofia Realizar mais de uma punção

Dor e desconforto Má absorção da insulina Hiperglicemia

5. Oliveira, M. C.; Lima, C. C. C; Aguiar, J. M. Preparo e Aplicação de Insulina sem mistério. São Paulo. 2011

Hiperglicemia Alto custo

6. Sociedade Brasileira de Diabetes- SBD. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2011 - Aplicação de insulina: dispositivos e técnica de aplicação. São Paulo, p.175-86, 2011.

Manter a agulha acoplada na caneta após uso

Erro de dosagem Desperdício Infecção

2. Brasil, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) RDC n° 156, de 11 de agosto de 2006. 3. Brasil, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) RDC n° 44, de 17 de agosto de 2009. 4. Oliveira, M. C. Insulinas, Dispositivos e Técnica de Aplicação. Cuidados de Enfermagem em Diabetes Mellitus. São Paulo, p.5373, 2011.

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PERFIL

Drive-Thru cresce com sala de injetáveis Drogaria em Salvador resgata o papel do farmacêutico e aumenta a oferta de serviços

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mbora muitas farmácias de Salvador ainda não possuam sala de aplicações de injetáveis, a procura da população da capital baiana por serviços de administração de medicamentos injetáveis, medição da pressão arterial e de testes de glicemia capilar é grande. Para suprir essa lacuna e aumentar o movimento nas farmácias, os proprietários desses estabelecimentos vêm se interessando cada vez mais em implantar esses serviços. Um bom exemplo de estabelecimento que encontrou na sala de injetáveis uma forma de fidelizar clientes em

Salvador é a Drive-Thru Farmácia e Drugstore. Fundada há quase 20 anos, a Drive-Thru instalou a sala de injetáveis na loja da matriz no bairro da Graça em 2005. Gradativamente, o movimento cresceu e a farmácia se desenvolveu. De acordo com o responsável técnico pela empresa, o farmacêutico Alikson Oliveira Moura, o estabelecimento tornou-se referência no canal farma em Salvador, graças à prestação de serviços de qualidade. Hoje, são realizados cerca de 350 procedimentos por dia, executados apenas pelos farmacêuticos, entre aplicações de injeções, medições de pressão e testes de glicemia. A unidade também disponibiliza esses serviços em domicílio. Com o sucesso da iniciativa, é provável que a loja da Drive-Thru no Salvador Norte Shopping também ganhe uma sala de injetáveis.

Recomendações de Alikson Moura para a implantação de serviços na sala de injetáveis Os proprietários dos estabelecimentos devem aceitar o farmacêutico não como um “custo” para a empresa e sim como um “investimento”. Os bons resultados são gerados a partir do conhecimento técnico e das habilidades do farmacêutico em lidar com o medicamento e tratar os pacientes. Procurem profissionais farmacêuticos que estejam engajados com a qualidade de vida da população.

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O responsável técnico pela farmácia deve estar atualizado quanto à legislação pertinente à administração de medicamentos injetáveis com os órgãos fiscalizadores (CFF, CRF e Anvisa). É importante também a participação em cursos de atualização e capacitação sobre técnicas de administração de injetáveis.

Na avaliação de Alikson, um dos obstáculos que impedem o crescimento do número de salas de aplicações de injetáveis em Salvador é o desconhecimento da legislação, tanto pelos proprietários como pelos próprios responsáveis técnicos dos estabelecimentos. “Entender o que preconiza a RDC 44/09 da Anvisa é imprescindível para que o profissional farmacêutico assuma a responsabilidade pelos serviços na sala de injetáveis, pois são procedimentos que não podem ser deixados nas mãos de auxiliares de Enfermagem”, alerta. Ele argumenta que “o conhecimento técnico das substâncias faz uma enorme diferença para a qualidade do atendimento”. Outro grande obstáculo, ainda segundo Alikson, é a ausência de cursos ou disciplinas nas faculdades de Farmácia sobre administração de medicamentos injetáveis. “Há também a dificuldade de inserir o profissional farmacêutico nos estabelecimentos, como exige a lei, pois muitos proprietários de farmácias ainda estão apenas focados em vendas de medicamentos e produtos, sem vislumbrar os benefícios e as oportunidades que a prestação de serviços pode proporcionar”, observa. Além do cargo que exerce na Drive-Thru, Alikson também é consultor e administra palestras em faculdades de Farmácia. Um dos focos da consultoria que presta aos proprietários de farmácias da região de Salvador trata da importância de oferecer o serviço de administração de medicamentos injetáveis. “Os proprietários que implantaram o serviço estão bastante satisfeitos com os resultados e o profissional farmacêutico passou a ser mais valorizado em sua função”, afirma.


ANÁLISE

Frente a frente com os resíduos de serviços de saúde O Dr. Raphael Corrêa de Figueiredo, Membro da Comissão de Resíduos e Meio Ambiente do CRF/SP, aborda sobre a responsabilidade das farmácias no gerenciamento de seus resíduos

MB Qual é a situação hoje do Brasil no cumprimento das legislações que regulamentam o gerenciamento de resíduos de farmácias? DR. RAPHAEL A legislação (RDC 306/2004 – ANVISA/MS e CONAMA 358/2005 – MMA) é abrangente e obrigatória. Infelizmente, muitos proprietários de estabelecimentos ainda não se conscientizaram e consideram o gerenciamento de resíduos um custo, quando na verdade é um investimento em prol do meio ambiente e da saúde pública, que já é precária no país e pode se tornar pior se não nos conscientizarmos. Outro ponto é que os profissionais não procuram atualizar-se sobre as legislações. Muitos não sabem sequer da existência da RDC 306/2004 – ANVISA/MS, que está em vigor desde 2005. Por isso, é comum o descarte e a coleta de resíduos do Grupo A (Infectante), Grupo B (Químico) e Grupo E (Perfu-

infrações sanitárias e sujeita o infrator às penalidades previstas na Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, sem prejuízo das responsabilidades civil e penal cabíveis. Ou seja, o responsável técnico poderá responder civil e penalmente junto com o proprietário pelo não cumprimento da legislação.

rocortante) sendo feitos sem a devida segregação e destinação adequada.

MB Que consequências o mau gerenciamento dos RSS gerado pelas farmácias exerce no meio ambiente e na qualidade de vida? DR. RAPHAEL Os resíduos químicos “Muitos proprietários podem contaminar de estabelecimentos, MB Quais as o solo, os lençóis principalmente recomendações às freáticos, a fauna e aqueles que não farmácias de locaa flora. Há também lidades onde não risco à saúde das são farmacêuticos, há estrutura para pessoas que possam ainda não se o gerenciamento reutilizá-los por conscientizaram adequado dos Resíacidente ou intene con­sideram o duos de Serviços de cionalmente, além gerenciamento de Saúde? da contaminação DR. RAPHAEL A indireta, quando se resíduos como custo, falta de estrutura ingere água contaquando se trata de um não pode ser trataminada, por exeminvestimento em prol da como impeditiplo. Outro problema do meio ambiente e vo. A responsabilisão os perfurocorda saúde pública” dade pelo resíduo é tantes, que podem do gerador, desde ferir e infectar os o momento da trabalhadores da cogeração até o destino final. Cabe leta de lixo ou as pessoas que vão ao profissional, principalmente o aos lixões, aterros sanitários não farmacêutico, conhecer a legislação licenciados, à procura de alimentos e procurar empresas idôneas, rese materiais para reciclagem. ponsáveis e licenciadas para auxiliá-lo no correto MB Qual o risco gerenciamento de para o responsável resíduos. pelo estabelecimento farmacêutico que esteja infringido a lei? DR. RAPHAEL A legislação prevê ml

MÃO BOA Em dezembro de 2010 foi publicada a Política Nacional de Resíduos Sólidos, pela Lei 12.305. Do que se trata e qual seu impacto no gerenciamento de resíduos de farmácias? DR. RAPHAEL CORRÊA DE FIGUEIREDO A PNRS é um marco regulatório, pois exige das empresas a logística reversa (retorno ou devolução de produtos não utilizados para o estabelecimento comercial descartá-los corretamente). A Política não diz respeito especificamente aos resíduos de serviços de saúde. Ela reafirma a responsabilidade do gerenciamento de resíduos pelo gerador.

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GESTÃO

Caminhos para as farmácias independentes enfrentarem a pressão das redes Atualização, prestação de serviços diferenciados e criatividade são o caminho para as farmácias de bairro

“A

s farmácias independentes não desaparecerão da noite para o dia, mas a pressão das redes é forte e vai continuar”. É o que diz o diretor de Desenvolvimento de Negócios para a América Latina da IMS Health, Marcello Albuquerque. Na sua avaliação, para superar a forte concorrência exercida pelas cadeias formadas pelas fusões das redes, as chamadas “farmácias de bairro” devem adotar sistemas atualizados para a compra dos produtos, prestar atendimento personalizado com serviços diferenciados e usar a criatividade. “Não há um padrão para isso, pois cada estabelecimento deve se adequar ao perfil de seu bairro, de sua comunidade”, recomenda Albuquerque. As grandes redes conseguem praticar preços mais baratos no ponto de venda graças às condições comerciais que mantêm com a indústria farmacêutica, que lhes permitem compras centralizadas com menores custos. Albuquerque diz que uma das alternativas para as independentes também barganharem melhores preços com a indústria é o associativismo e o cooperativismo. “A farmácia de bairro pode associar-se a outras de sua região, ou a um grupo maior, para fazer compras centralizadas em conjunto, mas também reduzindo o custo da logística na entrega dos produtos. Assim, é possível viabilizar melhores preços para o consumidor”, explica. Outro caminho para as independentes negociarem melhores condições de compras com a indústria farma-

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cêutica é o comércio online. “Já se foi o tempo em que os representantes dos laboratórios visitavam periodicamente cada farmácia de bairro. Com a difusão da internet, inclusive nas localidades mais distantes, hoje os laboratórios disponibilizam condições comerciais interessantes em sites de comércio eletrônico para as farmácias independentes”, comenta Albuquerque. PREÇO NÃO É TUDO

Segundo o Diretor da IMS Health, não basta oferecer preços baratos ao consumidor para concorrer com as grandes redes. É na prestação de serviços, com qualidade e criatividade, que as farmácias independentes podem aumentar o movimento. Albuquerque observa que, geralmente, o atendimento feito nas

tudo isso ajuda a fidelizar. Para a comunidade, o atendimento customizado é tão importante quanto vender mais barato”, assegura o consultor. Além disso, Albuquerque orienta o farmacêutico a atuar como um multiplicador de cuidados com a saúde, especialmente nas localidades com escassa cobertura médico-hospitalar. “As farmácias independentes podem criar, por exemplo, campanhas de prevenção contra diabetes, hipertensão, câncer de mama e de próstata, entre outras doenças, em parceria com os serviços médicos de suas regiões”, sugere. Ele ressalta que as campanhas servem de alerta para a população, porém o diagnóstico e a prescrição de medicamentos são privativos do profissional médico.

“Sobreviverão as farmácias de bairro que investirem em serviços para a comunidade, atendimento personalizado aos clientes e busca de melhores condições comerciais com a indústria farmacêutica, por meio do associativismo e/ ou cooperativismo e da tecnologia digital. Tudo isso envolve conhecimento básico de marketing, relacionamento, parcerias e observação do que acontece no mercado” Marcello Albuquerque, diretor de Desenvolvimento de Negócios para a América Latina da IMS Health lojas de rede é impessoal. “O farmacêutico da independente tem que conhecer bem cada cliente, os casos de doenças em sua família, saber quem é seu médico e quais remédios já foram prescritos,


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