Moncho Reboiras Imo 1949-Ferrol 1975
Biografia de um guerrilheiro comunista do nosso tempo
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Que importa que nos matem ,, se deixamos semente de vencer
Edita: CapĂtulo Galiza da Coordenadora Continental Bolivariana Brigada Galega Moncho Reboiras www.ccb-galiza.org info@ccb-galiza.org Primeira ediçom, Agosto de 2009
Moncho Reboiras A noite cobreu-se de bolboretas roxas que se queimárom no lume de Agosto As palavras dos labregos galegos ficárom quietas no ar quando as bateladas de lume emoureciam medas e colheitas. As sombras da noite pousárom-se sobre os lousados de Ferrol. E ti, meu capitám, corrias c'o valor de todo'los galegos agachado no teu peito destemido. E detrás de ti, meu capitám os cans fascistas, entolecidos carrajentos, co'as babalhas do imperialismo mais feroz chamando polos cás de todo'los impérios anacrónicos. Os obreiros galegos tivérom que vender a sua força de trabalho polas esmolas que mandavam os donos dos cás de Espanha. Ouh, meu capitám. ouh José Ramom Reboiras, com o ferro de todos os punhais e coitelos, de todos os fusis e dos canhôs sobor do teu coraçom galego, apaixonado e generoso.
Que silêncio nas ruas mentres a soidade de todos os galegos se fechava nos teus olhos e o lume de Agosto caía em carambos dos cás -c'o seu coraçom ateigado de medo e cobardiaouveando carrage, rodeárom-te frente ao portal multiplicando-se em centos por minuto, saindo de toda'las coveiras da cidade, já enloitada, temendo-lhe a tua indomável valentia, cismando nas medalhas podres que adornariam o seu peito assassino, a sua consciência sinistra de enterradores do Povo Galego e dos seus militantes mais valentes. Lois Diéguez, Companheiro Moncho, 12 de Agosto de 1977
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Moncho Reboiras
Biografia de um guerrilheiro comunista do nosso tempo José Ramom Reboiras Noia, popularmente conhecido como Moncho Reboiras, embora em diversas etapas da sua curta mais intensa trajectória vital também fosse conhecido polas alcunhas de Pelinhos, Licho e Rianxo, nasceu 19 de Janeiro de 1950, na aldeia de Imo, freguesia de Sam Joám de Lainho, do concelho de Dodro, na zona mais ocidental da comarca de Compostela, no seio de umha família labrega. Estudou Educaçom Primária na escola unitária de Imo e, como todo neno do rural daquela época, também tivo que ajudar nas tarefas agrícolas. Moncho Reboiras nasce num período em que ainda está viva a actividade da guerrilha galega que durante umha longa década combateu de forma eficaz e organizada a ditadura fascista imposta no nosso país após o golpe de estado do 18 de Julho de 1936, que tingiu de sangue as valetas da Pátria e converteu a Galiza num imenso campo de concentraçom. Numha etapa caracterizada pola miséria generalizada em que sobreviviam as imensas massas populares, a emigraçom continuava a ser a única alternativa para fugir da pobreza e o atraso a que o capitalismo espanhol condena o povo trabalhador galego. O fim da década de cinqüenta é expectador do discreto novo abrolhar da consciência nacional da mao de reduzidos núcleos da juventude pequeno-burguesa, e da tímida reorganizaçom do movimento operário após a liquidaçom física, vinte anos antes, da musculatura das forças políticas e sindicais obreiras pola implacável repressom fascista. Guerrilha antifasci
sta galega. Abril d
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Moncho Reboiras. Biografia de um guerrilheiro comunista do nosso tempo
O Vigo dos seus primeiros anos Com tam só nove anos, José Ramóm Reboiras emigra com toda a família para Vigo, à procura de umha vida melhor. José e Generosa instalam-se no bairro operário de Teis, na maior cidade do sul da Galiza e com os aforros logram abrir um negócio de hotelaria, o bar Noia, “Vinhos e comidas. Café express”. Tanto Moncho como o seu irmao Manuel, um ano mais novo, ajudam a sua mae a levar o negócio, estabelecendo de imediato relaçom directa com o ambiente obreiro e a sua crua realidade. A composiçom eminentemente proletária da clientela do estabelecimento devia-se a que estava encravado à beira do estaleiro Vulcano e das instalaçons de umha empresa de construçom civil. Porém, as dificuldades socioeconómicas persistem, provocando que o pai se veja obrigado a embarcar em mercantes e petroleiros noruegueses, para contribuir na mantença da família. Todas as crónicas coincidem em definir o jovem Moncho como um rapaz responsável, trabalhador, estudante aplicado, um jovem que gostava do desporto e que sempre mantivo grande curiosidade pola realidade social em que estava inserido. Com quinze anos, quando estudava Ensino Secundário no instituto Santa Irene, tem a sua primeira experiência no mundo proletário, trabalhando de peom na construçom civil por um breve período. Em Castrelo de Minho, a recém criada Uniom do Povo Galego (UPG), da que será um destacado dirigente anos depois, promove a oposiçom labrega à construçom da barragem de Fenosa, no que é um dos primeiros episódios de oposiçom organizada ao regime. Nesse mesmo ano, às 11.30 horas de 10 de Março de 1965, caía abatido polas balas espanholas da Guarda Civil o último combatente em activo da resistência armada antifascista. José Castro Veiga “O Piloto”, com cinqüenta heróicos anos às costas, morria à beira da barragem de Belesar, nas proximidades de Chantada, armado e identificado com o seu cartom do Exército Guerrilheiro da Galiza.
Os primeiros compromissos É pois na segunda metade da década de sessenta quando o adolescente Moncho Reboiras, da mao do jesuíta Padre Jaime Seixas, entra em contacto com o emergente tecido cultural galego. Primeiro na associaçom cultural O Castro, participando em actividades cristás progressistas de fim de semana, onde por meio
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do idioma perseguido descobre a Naçom negada, e posteriormente na Associaçom Cultural de Vigo, principal ferramenta organizativa da incipiente esquerda nacionalista na cidade olívica. A onda ascendente de luitas operárias e populares que denunciam, desafiam e combatem a ditadura fascista provocam que em 1969 seja decretado o estado de excepçom. É precisamente neste ano quando os irmaos Reboiras, José Ramom e Manolo, entram na primigénia UPG, umha organizaçom política nacionalista de matriz marxista, mas com umha composiçom maioritariamente pequenoburguesa, discurso interclassista e umha orientaçom marcadamente culturalista. As primeiras tarefas políticas do jovem activista continuam centradas na Associaçom Cultural de Vigo, basicamente na captaçom de nova militáncia mediante o imprescindível Moncho Reboiras proselitismo que aproxime juventude junto do movimento de libertaçom nacional. Moncho, desde o primeiro momento, destaca polo seu compromisso, constáncia e perserverança, por querer aprender e devorar conhecimentos, por superar-se permanentemente, polas suas dotes organizativas e de direcçom, mas também por dar um giro político e ideológico à UPG. Porém, continua a participar activamente nas iniciativas da associaçom. Em Julho de 1973, sob o pseudónimo de Ken Sabe, publica o poema intitulado Berra Nom, que reproduzimos integralmente. Quando os fortes te assovalhem e te bailem ao seu som quando estejas aldrajado fai-te um homem e berra nom! Quando vejas os “bons homens” roubando pior que ladrons, quando vejas a injustiça, fai-te um homem e berra nom! Enquanto vejas semelhantes trabalhar de sol a sol
fazendo os ricos mais ricos fai-te ouvir e berra nom! Mentres haja cobiçosos que assovalhem por ter dom, enquanto haja que ajoelhar-se fai-te ouvir e berra nom! Enquanto vejas homens rindo por dentro chorar com a dor, à sociedade em que vives berra-lhe, di-lhe que NOM!
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Rapidamente, da mao do marxismo, toma consciência da opressom nacional que padece a Galiza e da exploraçom a que se vê submetido o povo trabalhador e, portanto, da necessidade de construir o partido revolucionário galego para organizar e promover a libertaçom nacional e a emancipaçom de classe. Simultaneamente, realiza estudos na Escola de Engenharia Industrial em Vigo, compaginando bom expediente com umha activa participaçom nas reivindicaçons estudantis, incorporando sem complexos e com decisom a defesa intransigente do idioma galego frente ao espanholismo hegemónico nos activistas ligados às organizaçons políticas reformistas e estatalistas. Neste centro participa na fundaçom da revista Des...tornillo', de clara orientaçom nacionalista. Finalizados com sucesso os estudos na faculdade, logra realizar como bolseiro práticas de engenharia no estaleiro Barreras, de onde é rapidamente expedientado e expulso polo seu compromisso militante de agitador e organizador. O jovem Moncho participa activamente nas mobilizaçons e combates de rua da greve geral viguesa de Setembro de 1972. Posteriormente, trabalha na fábrica Álvarez de Vigo, antes de se mudar por razons de saúde, -tinha sido operado de pleura-, primeiro para Ferrol, incorporando-se a Astano, e logo para a Corunha onde compagina o seu compromisso militante com o trabalho de obreiro em Intelsa. Nesse ano, tem que realizar no quartel de Figueirido o serviço militar obrigatório.
` Jovem experimentado dirigente revolucionario A precariedade e falta de meios humanos nesta etapa do movimento de libertaçom nacional galego provoca que a nova geraçom militante supra estas carências com ilimitadas doses de abnegaçom e entrega entusiasta. Moncho Reboiras é paradigma desta heróica empresa que logra em poucos anos, a base de sacrifícios e disciplina, ultrapassar os enormes obstáculos. Entre 1972 e 1975, esta fornada combatente consegue evitar a destruiçom do nosso povo, sentando os parámetros das bases fulcrais para que, entre enormes contradiçons, avanços e derrotas, na Galiza de hoje o seu exemplo continue vivo no projecto estratégico da esquerda revolucionária independentista e noutras forças patrióticas.
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As luitas operárias de Março de 1972 em Ferrol, saldadas com o assassinato de Amador Rei Rodrigues e Daniel Niebla Garcia e dúzias de feridos de bala pola repressom policial, e posteriormente a greve que em Setembro desse mesmo ano, abrange quase trinta mil trabalhadoras e trabalhadores da comarca de Vigo, é um ponto de inflexom no desenvolvimento da luita contra a ditadura e na recomposiçom da vanguarda nacional e operária. A UPG, da mao da geraçom de Moncho, dá passos firmes, embora insuficientes, na superaçom do culturalismo nacionalista de partido-frente, no objectivo de se transformar num partido revolucionário comunista. Um novo contingente de jovens operários incorpora-se à organizaçom fundada em 1964, facilitando a sua expansom territorial e basicamente a sua introduçom na classe trabalhadora. No quadro desta concepçom de organizaçom de vanguarda, a UPG impulsiona a criaçom de frentes de intervençom, além da cultural que já vinha desenvolvendo no associacionismo em defesa da língua e da cultura nacional. Tal como o jovem dirigente revolucionário afirma no Terra e Tempo, vozeiro da UPG “Pola necessidade de criarmos um fortíssimo bloco nacional-popular que enquadre todas as forças politicamente antifascistas e antioligárquicas que poda dar a batalha ao regime assassino que nos aferrolha Bandeira do SOG numha mobilizacom e que poda conseguir o triunfo final do povo galego sobre os seus inimigos: o fascismo e a oligarquia espanhola” esta organizaçom promove em Maio de 1975 -tam só três meses antes do seu assassinato- a constituiçom de umha plataforma política interclassista e assemblear com vocaçom de instrumento constituinte e coordenador do processo de superaçom do franquismo e de autodeterminaçom nacional: a AN-PG (Assembleia Nacional-Popular Galega). Seguindo esta estratégia, promove os “germes sindicais” que em 1973 se transformam em Frente Obreira para, em Maio de 1975, darem lugar à criaçom do Sindicato Obreiro Galego (SOG), como a fusom de diversos sindicatos sectoriais do ensino, saúde, banca e trabalhadores do mar; as Comissons Labregas (CCLL) como continuidade dos Comités de Ajuda à Luita Labrega (CALL); e ERGA (Estudantes Revolucionários Galegos) como frente estudantil.
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Promotor da Frente Cultural A coordenaçom e coesom do ronsel de organizaçons culturais ligadas à esquerda nacionalista foi em parte resultado do ingente trabalho organizativo de Moncho Reboiras. Ele, com tam só vinte e três anos, é o artífice da importante reuniom decorrida na sacristia da igreja de Sam Martinho de Noia um domingo do Verao de 1973, que dá lugar à criaçom da Frente Cultural da UPG e à posta em andamento de iniciativas conjuntas como a revista Irmandinho.
O sindicalismo nacional e de classe Moncho Reboiras foi determinante no processo de proletarizaçom da UPG e introduçom do movimento de libertaçom nacional no mundo operário, até esse momento sob a hegemonia do reformismo espanholista, basicamente do PCE. Em Vigo, após a greve de Setembro de 1972, tenta a aproximaçom de nucleos proletários da recém criada Organizaçom Obreira à Frente Obreira. Já na Corunha, a inícios do Verao de 1973, no mês de Junho, é co-autor do importante documento “Rascunho provisório para discutir sobre as bases de umha organizaçom dos trabalhadores assalariados a nível sindical”, embriom do que posteriormente foi o SOG como antecedente da ING-INTG-CIG. Nesta cidade, consolida umha estrutura mínima à volta da publicaçom Xerme: Também estivo em Ferrol, trabalhando num primeiro momento numha empresa auxiliar de Bazán, para exercer de electricista em Isolux Naval, umha subcontrata do estaleiro Astano. Moncho Reboiras foi determinante na construçom de um movimento sindical genuinamente galego, com o centro de gravidade na estrutura de classes da Galiza e comprometido com as necessidades e reivindicaçons específicas da classe trabalhadora galega.
Organizador comunista A sua juventude era compensada com umha dedicaçom plena aos labores da Revoluçom Galega. Moncho Reboiras cumpriu um papel essencial na estruturaçom da UPG em diferentes regions da Galiza, na coesom e unidade interna do movimento soberanista em plena expansom. Assim, a sua intervençom directa no
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conflito foi vital para frustar umha tentativa de cisom em ERGA a inícios de 1973. C h e g o u a s e r u m experimentado mestre da arte da luita clandestina e conspirativa. Demonstrou sempre grande habilidade para nom ser apanhado polos aparelhos repressivos do regime fascista, pola temida polícia política, a BPS (Brigada Político Social). Deste jeito, conseguiu sempre safar-se da detençom e da tortura, embora quando realizava o serviço militar tivesse sido interrogado em 1972 polo temido Waldo Mazaira, o chefe policial de Vigo naquela altura. Em Janeiro de 1973, cai em Cangas do Morraço parte do aparelho de propaganda que contribuira para criar. É incautada a multicopista, mas a militáncia ligada a esta estrutura consegue refugiar-se em Paris e no norte de Portugal. Em Abril de 1974, após um confronto armado com a Guarda Civil nos montes de Monforte de Lemos, sai invicto burlando o cerco e continuando a sua actividade político-militar pola causa da Revoluçom Galega. Tal como o Che, sabia que num processo revolucionário, se este é verdadeiro, ou se triunfa ou se morre. Moncho era dos que nunca optam polas comodidades do sofá e das tertúlias de café. Dos que se implicam a fundo, dos que sem duvidar arriscam a vida pola Pátria e as suas maioriais sociais. As suas cada vez mais importantes funçons e responsabilidades facilitam que desde inícios de 1972 Moncho passe a fazer parte de maneira quase natural do Comité Central e do Comité Executivo da UPG, susbtituindo nos labores de direcçom o feixe de artistas, intelectuais e funcionários que hegemonizárom a primeira etapa e que, após a sua morte, voltárom paulatinamente a recuperar o controlo. Dedicado plenamente à luita revolucionária, vai organizando células, núcleos de simpatizantes, grupos de apoio nos mais diferentes pontos do País.
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Moncho estava num panfleto, numha pintada, numha assembleia obreira, numha reuniom cultural, de estudantes, de labregos, num encontro clandestino, no assalto a um banco, na expropriaçom de umha multicopista, na redacçom de um documento, num debate estratégico, ensinando e formando jovens militantes, transportando propaganda, editando um vozeiro, lançando pedras à polícia, elaborando um cóctel-molotov, fugindo da perseguiçom, viajando no seu Seat 600 polas estradas e caminhos da Galiza... na mais simples e na mais complexa tarefa de um militante comunista. Um antigo camarada afirma que “O seu exemplo, a sua atençom constante ao trabalho dos companheiros e a sua grande determinaçom fazia com que todos os objectivos parecessem possíveis e reais”.
Coordenacom e aliancas internacionais Como dirigente marxista-leninista, Moncho Reboiras foi um dos artífices das relaçons internacionais que a UPG começa a estabelecer na década de setenta. A Revolução dos Cravos em Portugal facilita que a partir do 25 de Abril de 1974 a esquerda soberanista galega utilize o norte do país irmao como retaguarda. Deste jeito, a UPG começa a contar com valiosa ajuda de diversas expressons da esquerda revolucionária portuguesa e dota-se de gabinetes em Lisboa e Porto. Também por meio de militantes exilados e emigrados a UPG, conta com representaçom permanente em Paris, Genebra e Caracas, onde concentra boa parte dos seus arquivos. Porém, o mais importante acordo de coordenaçom internacional cristaliza na Carta de Brest, um conjunto de manifestos e documentos assinados inicialmente com o Movimento Republicano Irlandês (IRM) e a Uniom Democrática Bretoa (UDB), à qual posteriormente aderírom organizaçons bascas, galesas, catalás, ocitanas e sardas, para promover luitas e iniciativas conjuntas com o objectivo de que as pequenas naçons europeias se dotassem de estados independentes de orientaçom socialista.
s da UPG Documentos conjunto
com ETA e PSANp
Também a UPG a partir de Dezembro de 1974 assina diversas declaraçons conjuntas sobre diferentes temas de actualidade com a ETA e o PSAN-p.
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Está documentado que Moncho Reboiras participa na Primavera de 1975 em Madrid numha reuniom com a ETA, à qual assistem Pertur e Wilson pola organizaçom armada basca. O principal objectivo do encontro era lograr a sua colaboraçom para contribuir no desenvolvimento da frente armada da UPG. Porém, a infiltraçom policial do comando da ETA que colaborou na Galiza facilitou a posterior detençom de militantes, queda do grupo de Moncho Reboiras, exílio a Portugal e desmantelamento do núcleo central.
A luita armada Desde inícios da década de setenta, tem lugar no seio do movimento de libertaçom nacional um debate sobre os métodos de luita que se deviam empregar. Moncho Reboiras foi um dos mais destacados defensores da necessidade de complementar a luita de massas clandestina e semi-legal com a formaçom de umha estrutura militar no quadro da sua concepçom integral da luita insurreccional por atingir umha Galiza livre e socialista. Desaparece dos actos públicos e começa a dar os passos na direcçom de implementar o que sem ambigüidades nem espaços para as nécias interpretaçons recolhe o Terra e Tempo especial em formato dossier sobre os acontecimentos de Março de 1972 editado inicialmente no interior, sob a sua coordenaçom, e posteriormente reeditado em Paris: “(...) a necessidade que o povo tem de passar a formas mais avançadas de luita, chegando paulatinamente à luita armada. Galiza necessita um destacamento armado que apoie cada um dos movimentos e luitas de massas. Os obreiros de Ferrol nom tinham mais que pedras nas maos. O inimigo tem pistolas, metralhadoras e, se for preciso, tanques, canhons e avions. Há que criar um exército clandestino que devolva olho por olho e dente por dente a cada crime e a cada tortura. Se nom se fai assim, os obreiros, os trabalhadores, os estudantes, os nacionalistas e os democratas nom avançarám mais. A politizaçom, a conscientizaçom popular, está a chegar ao máximo. É preciso agora que as massas se sintam protegidas e apoiadas nas suas luitas por um destacamento armado, dirigido polo Partido, e assim continuar até a vitória”.
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No Terra e Tempo editado em Maio desse ano 72, a UPG insiste na necessidade de “trabalhar pola construçom de um partido que dirija correctamente a classe obreira no seu caminho face a luita final e a vitória histórica, e lhe faga ver a necessidade da resposta armada à violência do capital e da ditadura fascista. Assim, a luita armada é algo que nós temos sempre proclamado como soluçom final. Nom quer dizer isto que vaiamos lançar-nos a um terrorismo aventureiro. O trabalho político a fazer antes do desencadeamento da luita armada é ainda grande, de jeito que nom podemos dizer quando nem como começará nem através de que etapas se desenvolverá. O que é bem claro é que chegará um momento em que a acçom das massas populares nom poderá avançar face à sua libertaçom definitiva à tomada do poder se nom emprega a luita armada. Será entom quando as massas populares criarám, sempre sob a direcçom política do partido operário, a sua organizaçom ou destacamento armado”. Desde 1974, Moncho tem como responsabilidade prioritária constituir a frente armada da UPG, participando nos operativos que a dotem da imprescindível infra-estrutura e logística: expropriaçom de fundos (assalto a bancos em Escairom, Corunha e Lugo, a Fenosa em Vigo), de multicopistas, automóveis, papel, documentos de identidade (assalto e roubo de dezenas de milhares de “DNI”, máquinas de plastificar, selos, da esquadra policial de Lugo). s orpo de Moncho Reboira Esta última e mais conhecida Impactos de bala no c acçom foi realizada conjuntamente com militantes bascos e portugueses e o “botim”distribuído. Neste intenso período, tem que passar pequenas temporadas em Portugal, para evitar ser detido, e mesmo alterar o seu aspecto físico. Estadas sempre bem aproveitadas para manter reunions com forças de esquerda como o Partido Revolucionário do Proletariado-Brigadas Revolucionárias. O Moncho cabeludo e com bigode com que passou ao imaginário colectivo da luita de libertaçom nacional da Galiza, na realidade, nom era mais que um disfarce para eludir ser detectado e capturado.
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Queda em combate A inícios de Agosto, som detidos numha operaçom policial três militantes da UPG e dous da ETA. A partir deste momento a ofensiva contra a Frente Armada precipita-se fatalmente. Moncho Reboiras é detectado num andar do bairro de Canido de Ferrol na noite do dia 11 de Agosto de 1975. Cercado pola BPS e por mais de 300 efectivos da Polícia Mural em Ferrol Armada, começa a caça ao mais importante militante revolucionário da Galiza do último meio século. Após queimar a documentaçom que poderia danar a organizaçom em caso de cair em maos do inimigo e facilitar a fugida de Elvira Souto e Lois Rios -os dous camaradas que o acompanhavam no apartamento clandestino- Moncho nom vacila: numha mostra mais da sua coragem e heroicidade, tenta atrair a polícia e superar o cerco. Os seus camaradas escapariam saltando umha janela do pátio interior da casa contígua, e Moncho inicialmente através dos telhados, passa a outro prédio por meio de umha clarabóia cuja ruptura concentra a atençom das forças policiais. Após horas de perseguiçom conseguem atingi-lo no portal de um prédio da rua da Terra. Como a rendiçom nom fazia parte da sua coerência revolucionária, com determinaçom e inteireza fai frente ao inimigo. Perante o temor que a sua figura transmitia, é cobardemente acribilhadado a balaços na manhá do 12 de Agosto de 1975, no número 27 de um portal da rua da Terra do Ferrol proletário. Manolo Reboiras relata assim como viviu essa jornada acompanhado da sua mae. “Às 10 da manhá do 12 de Agosto de 1975. Dia calorento em que compartilho com uns alunos do bairro de Teis umhas classes de recuperaçom de matemática. Um vizinho, muito nervoso e gesticulante, traz um recado para que urgentemente vaia a casa; algo muito grave passou ao meu irmao. Faltam-me palavras para exprimir as lembranças e os medos que nuns segundos se arremoinhárom na minha cabeça. Havia meses que nom tinha contactos com Pepe. A última vez que estivéramos juntos, fora num encontro casual na estaçom de Atocha em Madrid, em Março 1975. Eu retornava para a Galiza e ele tinha umha reuniom em Madrid. Logo soubem que eram os encontros que a nível de Estado tinham as organizaçons nacionalistas galegas, bascas e catalás para valorizarem a situaçom política e articularem umha alternativa conjunta que desse resposta à
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decadência da Ditadura e ao projecto que sectores mais ou menos liberais e forças de esquerda espanhola estavam a organizar. Passei à sua beira e nom o reconhecim. Ele tampouco falou. Ia bem vestido, com peruca e óculos. O instinto quijo que me virasse: ao vêlo andar de costas, dei-me conta e chamei por ele. Daquela, achegouse e estivemos a falar muito tempo até que saiu o meu comboio. (...) Às 10.15 horas chego a casa. A minha mae está a aguardar. Dificilmente consegue vestir-se para a viagem. O meu pai está embarcado num mercante, na soidade absoluta do mar: tarda ainda uns dias em saber da tragédia e mais tempo ainda em poder arribar a porto. (...) Passamos Padrom e Santiago e íamos já pola velha estrada, direcçom Ferrol. O rádio do carro nom dizia nada. As notícias falavam da presença do Caudilho em Meirás e da botadura de um grande petroleiro nos estaleiros de Astano. A tensom palpava-se no ambiente. A minha mae olhava-me sem aguardar resposta: os dous calávamos. No fundo, desejávamos que Pepe estivesse ferido e poder trazê-lo para a casa. No parte das 12, a rádio fala já de um confronto armado nas ruas de Ferrol e da morte de um moço de 25 anos, José Ramom Reboiras Noia. A minha mae estremece e sofre em silêncio. Eu tento manter a calma, enquanto pola minha cabeça voltam a passar em poucos segundos os 25 anos da vida compartilhada. Ao chegarmos à Ponte das Pias, a ponte onde caíram assassinados havia uns meses Amador e Daniel, a tensom fai-se insuportável. Nos estaleiros de Astano, as autoridades civis, religiosas e militares compartilham a festa, enquanto a polícia secreta e os “grises” bloqueavam a cidade, registando qualquer cousa suspeita, buscando activistas e detendo camaradas em Santiago, Vigo, Lugo, Ourense e Corunha.
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Sobre a 1 da tarde, um funcionário municipal leva-nos ao cemitério de Catabois, nas redondezas de Ferrol. Ali, num quarto, acima de umha rudimentária e fria mesa de pedra, estava Pepe, totalmente despido e com 3 impactos de bala nas costas, e nom na cabeça como consta no certificado de óbito, tentando justificar e dar umha coarctada ao vil assassinato. Esses impactos de bala nas costas coincidem com a versom do “grises”, que declaram: “que al ser requerido para que se detuviera, echó a correr, por lo que los funcionarios actuantes, después de reiterar la voz de alto, trataron de intimidarlo con unos disparos al aire”. Malferido e agonizante -um dos disparos afectou-lhe umha arteria por cima do coraçom, produzindo-lhe umha “anemia aguda e fulminante” -só lhe deu tempo a chegar ao portal da Rua Terra, nº 27, onde se desangrou. Tardárom mais de 2 horas a entrar e descobrir o cadáver. Antes cribárom o portal a balaços com mais de cem impactos e, finalmente, depois de entreabrir a parte superior da porta com uns troncos de umha obra próxima, guindárom duas bombas de gás lacrimogéneo e topárom o corpo”. Posteriormente, tem lugar umha razzia policial contra a esquerda soberanista, realizando-se detençons de militantes da UPG em diferentes pontos da geografia nacional, ficando praticamente desmantalada a totalidade da infraestrutura de apartamentos clandestinos e depósitos de material da organizaçom. A precariedade e inexperiência da recém constituída Frente Militar, a infiltraçom policial na ajuda externa, a prematura queda do seu máximo dirigente, mas basicamente a falta de interiorizaçom e vacilaçom dos principais dirigentes sobre a natureza da luita, provocou que o projecto integral que Moncho estava a construir ficasse completamente desmantelado. A direcçom pequeno-burguesa hegemónica na UPG optou por manter simplesmente a retórica, renunciando a umha coerente prática marxista-leninista. O comunicado que o Comité Executivo da UPG emite em Setembro, poucas semanas depois da morte de Moncho é exemplo disto, assume politicamente o projecto: “A UPG afirma que o armamento que possuíam os seus militantes está ao serviço da luita e a defesa das classes trabalhadoras galegas contra o terrorismo fascista do Estado Imperialista Espanhol, entendendo que
Homenagem a Moncho
no portal no que fo
i assassinado
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frente à quotidiana violência sobre o povo a resposta das classes trabalhadoras organizadas passa, necessariamente pola violência revolucionária”. Embora nom tenham sido ainda difundidas as fontes documentares que o constatem que Moncho estava a enfrentar a fracçom liquidacionista da direçom upegalha, de facto, fontes orais de máxima solvência tenhem manifestado que Paco Rodríguez –actualmente secretário-geral da organizaçom pós-comunistatinha sido citado dias antes do fatídico 12 de Agosto de 1975 no campo de tiro que a estrutura militar possuía em Rianxo. Moncho Reboiras queria saldar contas com ele. O referido indivíduo, numha das suas habituais mostras de cobardia, simplesmente nom apareceu. Agora, trinta e quatro anos depois, sem o mais mínimo rubor afirma num artigo de “homenagem” a Moncho Reboiras que “Nom tenho consciência, tampouco nunca perguntei, de que se aspirasse a empregar métodos próprios de luita armada”. Como pode ser isto possível quando no segundo aniversário do seu assassinato a UPG difunde um caderno homenagem com um longo poema laudatório e umha síntese biográfica, na qual se afirma “Dedicado de cheio ao trabalho partidário e compreendendo a necessidade da violência para defender as conquistas populares e eliminar o poder do fascismo imperialista, MONCHO, empreende com outros companheiros, um novo método de luita na Galiza: a luita armada”. Apesar da pressom policial, das ameaças de multas e repressálias, centenas de pessoas, amizades, camaradas e familiares, assistírom no dia 13 de Agosto ao seu enterro no cemitério de Imo. Desde o trágico 12 de Agosto de 1975, nunca faltárom flores no seu túmulo, nem as lembranças diante do portal onde entregou a vida por umha Galiza libertada e socialista.
Um exemplo a seguir Sem lugar a dúvidas, a figura de José Ramom Reboiras Noia é o melhor referente de combate e luita de um povo que nom se resigna a ser derrotado polo projecto imperialista espanhol. Nestes 34 anos posteriores à sua morte, muitas cousas tenhem
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mudado. Basicamente, a organizaçom que tanto contribuiu para desenvolver e consolidar. A UPG de hoje é umha desprezível caricatura do que já foi. Entregada e claudicante a Espanha e ao Capital, colabora sem pudor com o inimigo que assassinou Moncho Reboiras. Assim, no último aniversário do mais brilhante camarada-mártir da história contemporánea da Pátria, participou num aparente, embora deliberado, exercício de confusionismo e perplexidade, no acto institucional de reconhecimento de “vítima oficial do franquismo” organizada pola Delegaçom do Governo espanhol na Galiza. Aos e às que nom arriamos as bandeiras que abraçou Reboiras, nom nos estranhou ver os corruptos dirigentes do regionalismo da mao do vice-rei espanhol no nosso País sujando, manipulando a figura e trajectória de Moncho. Nom é nada novo, levam cerca de trinta anos a alterar a história, a esvaziar a sua figura e o seu exemplo, integrando a sua luita em funçom das miseráveis necessidades da política espectáculo institucional, transformando um guerrilheiro urbano –o mais elevado degrau da espécie humana em palavras do Che- num mero activista cultural e sindical. A manipulaçom e a fraude som necessárias para legitimar o execrável exercício de genuflexom a que aderírom sem escrúpulos os que optárom por renunciar ao longo combate da Revoluçom Galega a que Moncho consagrou a sua vida, em lugar das miseráveis prebendas e privilégios que, por colaborar, concede o inimigo. Porém, outras cousas continuam inalteráveis. A opressom nacional que a Galiza padece por Espanha nom só se mantém incólume, como tem aprofundado a sua sofisticaçom e eficácia. A exploraçom do povo trabalhador polo Capital tem atingido graus inimagináveis na etapa em que Moncho criou as bases do movimento obreiro genuinamente galego.
16 Moncho Reboiras. Biografia de um guerrilheiro comunista do nosso tempo
Ainda que o queiram fagocitar, maquilhar, integrar, Moncho Reboiras continua vivo e presente entre o povo combatente, na auto-estima colectiva das luitas quotidianas por um salário melhor, por um ensino público de qualidade, em defesa do idioma e contra o assimilacionismo espanhol, contra a opressom e os direitos das mulheres, por um futuro digno para a juventude, na defesa do nosso agro, do nosso ecossistema, na luita contra a voracidade do capitalismo em crise, pola Soberania e a Independência Nacional, contra o imperialismo, polo Socialismo e umha sociedade superadora do patriarcado. Entre @s que nom capitulam e mantenhem vivo o seu exemplo de rebeldia e coragem. Anos depois, Abelardo Colaço em Agosto de 1980, e posteriormente Lola Castro Lamas “Mariana” e José Vilar Regueiro “Marcos”, em 11 de Outubro de 1990, também falecêrom luitando contra os interesses do capitalismo espanhol. No futuro e à medida que o processo revolucionário galego atinja novas dimensons e confronte com decisom os reptos e desafios da nova etapa histórica, o fusil e o exemplo do seu querido Foucelhas deixará de ser material de exposiçom de vitrina para ser instrumento de liberdade. A luita continua! Denantes mort@s que escrav@s! Pátria, Socialismo ou morte!
Galiza, Agosto de 2009
Reclamo a liberdade pr o meu povo Na memória de Jose Ramom Reboiras Noia
No vento de maçám que se desfraga nos cons e pedregulho solar do cabo de Home e Punta do Cavalo de Fora reclamo a liberdade pr'o meu povo. No meninho que dorme no edredom dos teus olhos reclamo a liberdade pr'o meu povo. Nas velhas mans agrárias, nas loias amorosas dos estios reclamo a liberdade pr'o meu povo. Nos bicos acedíssimos e tenros dos meus filhos imensos reclamo a liberdade pr'o meu povo. Nos sangues artesáns que tenho ardendo em cada dedo meu; nos finos lavradores que aparecem agora no papel levando chapéus pardos, panos de seda e zocas remontadas reclamo a liberdade pr'o meu povo. Nos crepúsculos de anis nos que se erige a família naval de Manoel António e pom, de arca e couso, pequeninhos lumes azuis e brancos de Sam Telmo reclamo a liberdade pr'o meu povo. Na angúria de arandela que te cerca, nos marcos, portas, fechos, nos duríssimos e sem luz arames, nom me torço e reclamo a liberdade pr'o meu povo.
Nos têpedos infernos da tua boca, ferida de comunhom ao sol e ao vinho mais adentro, diapasom da verdade de pantrigo e cúmio do cabaço e da alvorada boa reclamo a liberdade pr'o meu povo. Na cizanha, composiçom, feitura, debuxo ruim de cada cerimónia de convénio colectivo cegando o nosso fogo metalúrgico reclamo a liberdade pr'o meu povo. Numha nena de seis anos que nasceu em Basileia e cantou p'ra mim a Internacional em idioma galego e nom puidem reter o pranto e foi em mil novecentos setenta e quatro, e por ela reclamo a liberdade pr'o meu povo. Nas muradelhas de couselo e da violeta nas fonduras da carriça e dos fentos nos castros, calçadas e vieiros (pedra do além) p'ra sempre abandonados reclamo a liberdade pr'o meu povo. Nos caminhos fechados, nos abertos, nos que levam às casas dos homes nossos de cada dia, nos tranportes por ferrocarril, nos irmáns que governam as máquinas do mar e os camions na alta noite, reclamo a liberdade pr'o meu povo. Na fogueira de Londonderry, em cada palavra, em cada palavra do nosso tio Ho Chi Minh, como um ouriol, enchendo a tarde de luz nacionalista e líquidos reclamo a liberdade pr'o meu povo. Na sindical reconstruçom diária de cada cousa partida e volta a endireitar, na uniom mínima dos homes arredor dum problema sórdido, em cada petiçom em grupo, em cada contubérnio de mans dadas reclamo a liberdade pr'o meu povo. Na casa dos meus avós arrecendente a si própria, singular no mundo; nos cavalos da serra e nos mineiros de Lousame aquel vinte de Santiago reclamo a liberdade pr'o meu povo.
No estemecido urro das marés em guerra, no arrualho do amor e na rapaza perdida sem que fosse nunca nossa reclamo a liberdade pr'o meu povo. No comer e no beber à volta da ola de camaradagem, no sacro segredo à volta da pérola de luz clandestina, no medo e na teimosa retesia em torno do adverso reclamo a liberdade pr'o meu povo. Nos luitadores de xofre e lume acedo, nos defuntos endejamais vencidos, nos que virám e som ainda lene brisa e voz de melro e portarám o ferro e darám a morte clara reclamo a liberdade pr'o meu povo. Nos rios, nas folgas, nos romaxes, nos protestos nos muros, nos escritos, nas gaitas, nas areias de Espasante acaso reclamo a liberdade pr'o meu povo. Nos emigrados, nos perdidos, nos presos, nos explorados, nos que contemplam a debalar das águas sem fim, nos que confiam no meu par tido (tuba de despertar ou caminho que nunca se desanda), nos que combatem e ham de ser lôstrego achaiador, neles ponho a mínha língua e descanso os meus olhos reclamo a liberdade pr'o meu povo. reclamo a liberdade pr'o meu povo.
Poema de Xosé Luís Méndez Ferrim do Livro Com pólvora e magnólias publicado em 1976.
Moncho Reboiras
` de un guerrillero comunista de nuestro tiempo Biografia
José Ramom Reboiras Noia, popularmente conocido como Moncho Reboiras, aunque en diversas etapas de su corta pero intensa trayectoria vital también fue conocido por los apodos de Pelinhos, Licho y Rianxo, nació el 19 de enero de 1950, en la aldea de Imo, parroquia de Sam Joám de Lainho del ayuntamiento de Dodro, en la zona más occidental de la comarca de Compostela, en el seno de una familia campesina. Estudia educación primaria en la escuela unitaria de Imo y como todo niño del rural de aquella época también tiene que ayudar en las tareas agrícolas. Moncho Reboiras nace en un período en el que aún está viva la actividad de la guerrilla gallega que durante una larga década combatió de forma eficaz y organizada contra la dictadura fascista impuesta en nuestro País tras el golpe de estado del 18 de julio de 1936 que tiñó de sangre las cunetas de la Patria y convirtió Galiza en un inmenso campo de concentración. En una etapa caracterizada por la miseria generalizada en la que sobrevivían las inmensas masas populares, la emigración seguía siendo la única alternativa para huir de la pobreza y el atraso al que el capitalismo español condena al pueblo trabajador gallego. El final de la década de los cincuenta es espectador del discreto nuevo aflorar de la conciencia nacional de la mano de reducidos núcleos de la juventud pequeño-burguesa, y de la tímida reorganización del m ov i m i e n t o o b r e r o t ra s l a liquidación física veinte años antes de la musculatura de las fuerzas políticas y sindicales obreras por la implacable represión fascista.
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El Vigo de sus primeros años Con tan solo nueve años José Ramóm Reboiras emigra con toda su familia para Vigo en la búsqueda de una vida mejor. José y Generosa se instalan en Teis, barrio obrero de la mayor ciudad del sur de Galiza y con los ahorros logran abrir un negocio de hostelería, el bar Noia, “Vinos y comidas. Café express”. Tanto Moncho como su hermano Manuel, un año más joven, ayudan a su madre a llevar el negocio, entablando de inmediato relación directa con el ambiente obrero y su cruda realidad. La composición eminentemente proletaria de la clientela del establecimiento se debía a que estaba enclavado al lado del astillero Vulcano y de las instalaciones de una empresa de construcción. Sin embargo las dificultades socio-económicas persisten provocando que el padre se vea obligado a embarcar en mercantes y petroleros igo Asamblea obrera en V noruegos para contribuir a sacar adelante a la familia. Todas las crónicas coinciden en definir al joven Moncho como un chico responsable, trabajador, estudiante aplicado, un joven al que le gustaba el deporte y que siempre mantuvo gran curiosidad por la realidad social en la que estaba insertado. Con quince años, cuando estudiaba enseñanza secundaria en el instituto Santa Irene, tiene su primera experiencia en el mundo proletario, trabajando de peón en la construcción por un breve período. En Castrelo de Minho la recién creada Uniom do Povo Galego (UPG), de la que será un destacado dirigente años después, promueve la oposición campesina a la construcción del embalse de Fenosa, en lo que es uno de los primeros episodios de oposición organizada al régimen. En ese mismo año, a las 11.30 horas del 10 de marzo de 1965, caía abatido por las balas españolas de la Guardia Civil el último combatiente en activo de la resistencia armada antifascista. José Castro Veiga “O Piloto”, con cincuenta heroicos años a sus espaldas, moría al lado del pantano de Belesar, en las proximidades de Chantada, armado e identificado con su carné del Exército Guerrilheiro da Galiza. Piloto, guerrillero gallego
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Los primeros compromisos Es pues en la segunda mitad de la década de los sesenta cuando el adolescente Moncho Reboiras, de la mano del jesuita Padre Jaime Seixas entra en contacto con el emergente tejido cultural gallego. Primero en la asociación cultural O Castro participando en actividades cristianas progresistas de fin de semana donde por medio del idioma perseguido descubre la Nación negada, y posteriormente en la Associaçom Cultural de Vigo, principal herramienta organizativa de la incipiente izquierda nacionalista en la ciudad olívica. La onda ascendiente de luchas obreras y populares que denuncian, desafían y combaten la dictadura fascista provocan que en 1969 sea decretado el estado de excepción. Es precisamente en este año cuando los hermanos Reboiras, José Ramóm y Manolo, entran en la primigenia UPG, una organización política nacionalista de matriz marxista, pero con una c o m p o s i c i ó n mayoritariamente pequeñoburguesa, discurso interclasista y una orientación marcadamente culturalista. Las primeras tareas políticas del joven activista siguen centradas en la Associaçom Cultural de Vigo, básicamente en la captación de nueva militancia mediante el imprescindible proselitismo que aproxime juventud al movimiento de liberación nacional. Moncho desde el primer momento destaca por su compromiso, constancia y perseverancia, por querer aprender y devorar conocimientos, por superarse permanentemente, por sus dotes organizativas y de dirección, pero también por dar un giro político e ideológico en la UPG.
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De todas maneras sigue participando activamente en las iniciativas de la asociación. En julio de 1973, bajo el seudónimo de Ken Sabe, publica el poema titulado Berra Nom que reproducimos íntegramente. Quando os fortes te assovalhem e te bailem ao seu som quando estejas aldrajado fai-te um homem e berra nom! Quando vejas os “bons homens” roubando pior que ladrons, quando vejas a injustiça, fai-te um homem e berra nom! Enquanto vejas semelhantes trabalhar de sol a sol
fazendo os ricos mais ricos fai-te ouvir e berra nom! Mentres haja cobiçosos que assovalhem por ter dom, enquanto haja que ajoelhar-se fai-te ouvir e berra nom! Enquanto vejas homens rindo por dentro chorar com a dor, à sociedade em que vives berra-lhe, di-lhe que NOM!
Rapidamente, de la mano del marxismo, toma conciencia de la opresión nacional que padece Galiza y de la explotación a la que se ve sometido el pueblo trabajador, y por lo tanto de la necesidad de construir el partido revolucionario gallego para organizar y promover la liberación nacional y la emancipación de clase. Simultaneamente realiza estudios en la Escuela de Ingenieria Industrial en Vigo, compaginando un buen expediente con una activa participación en las reivindicaciones estudiantiles incorporando sin complejos y con decisión la defensa intransigente del idioma gallego frente al españolismo hegemónico en los activistas vinculados con las organizaciones políticas reformistas y estatalistas. En este centro participa en la fundación de la revista D e s . . . t o r n i l l o ' , d e c l a ra o r i e n t a c i ó n nacionalista.
Acto de homenaje en Imo
Finalizados con éxito los estudios en la facultad logra realizar como becario prácticas de ingenieria en el astillero Barreras de donde es rapidamente expedientado y expulsado por su compromiso militante de agitador y organizador. El joven Moncho participa activamente en las mobilizaciones y combates de calle de la huelga general viguesa de septiembre de 1972. Posteriormente trabaja en la fábrica Álvarez de Vigo antes de cambiar por razones de salud, -había sido operado de pleura-, primero para Ferrol incorporandose a Astano y después para Corunha donde compagina su compromiso militante con obrero de Intelsa. En ese año tiene que realizar en el cuartel de Figueirido el servicio militar obligatorio.
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Joven experimentado dirigente revolucionario La precariedad y falta de medios humanos en esta etapa del movimiento de liberación nacional gallego, provoca que la nueva generación militante supla estas carencias con ilimitadas dosis de abnegación y entrega entusiasta. Moncho Reboiras es paradigma de esta heroica empresa que logra en pocos años, a base de sacrificios y disciplina, superar los enormes obstáculos. Entre 1972 y 1975 esta hornada combatiente logró evitar la destrucción de nuestro Pueblo sentando los parámetros de las bases fulcrales para que entre enormes contradicciones, avances y derrotas, en la Galiza de hoy su ejemplo siga vivo en el proyecto estratégico de la izquierda revolucionaria independentista y otras fuerzas patrióticas. Las luchas obreras de marzo de 1972 en Ferrol saldadas con el asesinato de Amador Rei Rodrigues y Daniel Niebla Garcia y docenas de heridos de bala por la represión policial, y posteriormente la huelga que en septiembre de ese mismo año engloba a cerca de treinta mil trabajadoras y trabajadores de la comarca de Vigo, es un punto de inflexión en el desarrollo de la lucha contra la dictadura y en la recomposición de la vanguardia nacional y obrera. La UPG, de la mano de la generación de Moncho, dá pasos firmes, aunque insuficientes, en la superación del culturalismo nacionalista de partido-frente con el objectivo de transformarse en Un nuevo contingente de jovenes obreros se incorpora a la organización fundada en 1964 facilitando su expansión territorial y basicamente su introducción en la clase trabajadora. En el marco de esta concepción de organización de vanguardia la UPG impulsa la creación de frentes de intervención, más allá del cultural que ya venia desarrollando en el asociacionismo en defensa de la lengua y la cultura nacional. Tal como el joven dirigente revolucionario afirma en el Terra e Tempo, medio de expresión de la UPG “Por la necesidad de crear un fortísimo bloque nacionalpopular que encuadre a todas
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las fuerzas politicamente antifascistas y antioligárquicas que pueda dar la batalla al régimen asesino que nos encadena y que pueda conseguir el triunfo final del pueblo gallego sobre sus enemigos: el fascismo y la oligarquía española” esta organización promueve en mayo de 1975, -tan sólo veintisiete meses antes de su asesinato-, la constitución de una plataforma política interclasista y asamblearia con vocación de instrumento constituyente y coordinador del proceso de superación del franquismo y de la autodeterminación nacional: la AN-PG (Assembleia Nacional-Popular Galega). Siguiendo esta estrategia promueve los “germenes sindicales” que en 1973 se transforman en Frente Obrera para en mayo de 1975 dar lugar a la creación del Sindicato Obreiro Galego (SOG) como la fusión de diversos sindicatos sectoriales de enseñanza, salud, banca y trabajadores del mar; las Comissons Labregas (CCLL) como continuidad de los Comités de Ajuda à Luita Labrega (CALL); y ERGA (Estudantes Revolucionários Galegos) como frente estudantil. Promotor del Frente Cultural La coordinación y cohesión del ronsel de organizaciones culturales vinculadas con la izquierda nacionalista fué en parte resultado del ingente trabajo organizativo de Moncho Reboiras. Él, con tan sólo veintitres años es el artifice de la importante reunión celebrada en la sacristía de la iglesia de Sam Martinho de Noia un domingo del verano de 1973 que dá lugar a la creación de la Frente Cultural de la UPG y la puesta en marcha de iniciativas conjuntas como la revista Irmandinho. El sindicalismo nacional y de clase Moncho Reboiras fué determinante en el proceso de proletarización de la UPG e introducción del movimiento de liberación nacional en el mundo obrero, hasta ese momento bajo la hegemonía del reformismo españolista, basicamente del PCE. En Vigo, tras la huelga de septiembre de 1972, intenta la aproximación de nucleos proletarios de la recién criada Organizaçom Obreira a la Frente Obreira. Ya en Corunha, a inicios del verano de 1973, en el mes de junio, es co-autor del importante documento “Rascunho provisório para discutir sobre as bases de umha
Vigo. 2009
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organizaçom dos trabalhadores assalariados a nível sindical”, embrión de lo que posteriormente fué el SOG como antecedente de la ING-INTG-CIG. En esta ciudad consolida una estructura mínima alrrededor de la publicación Xerme. También estuvo en Ferrol, trabajando en un primer momento en una empresa auxiliar de Bazán para ejercer de electricista en Isolux Naval, una subcontrata del astillero Astano. Moncho Reboiras fué determinante en la construcción de un movimiento sindical genuinamente gallego, con el centro de gravedad en la estructura de clases de Galiza, y comprometido con las necesidades y reivindicaciones específicas de la clase trabajadora gallega.
Organizador comunista Su juventud era compensada con una dedicación plena a las labores de la Revolución Gallega. Moncho Reboiras ejerció un papel esencial en la estructuración de la UPG en diferentes regiones de Galiza, en la cohesión y unidad interna del movimiento soberanista en plena expansión. Deste modo su intervención directa en conflicto fué vital para frustar una tentativa de escisión en ERGA a inicios de 1973. La izquierda indepe ndentista homenaje a a Moncho Llegó a ser un experimentado maestro del arte de la lucha clandestina y conspirativa. Demostró siempre gran habilidad para no ser capturado por los aparatos represivos del régimen fascista, por la temida policia política, la BPS (Brigada Político Social). Así logró siempre librarse de la detención y tortura, incluso cuando realizaba el servicio militar llegó a ser interrogado en 1972 por el temido Waldo Mazaira, el jefe policial de Vigo en aquella época. En enero de 1973 cae en Cangas do Morraço parte del aparato de propaganda que había contribuido a crear. Es incautada la multicopista pero la militancia vinculada a esta estructura consigue refugiarse en París y en el norte de Portugal. En abril de 1974, tras un enfrentamiento armado con la Guardia Civil en los montes de Monforte de Lemos, sale invicto burlando el cerco y continuando su actividad político-militar por la causa de la Revolución Gallega. Al igual que el Che sabía que
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en un proceso revolucionario, si este es verdadero, o se triunfa o se muere. Moncho era de esos que nunca se inclinan por las comodidades del sofá y de las tertulias de café. De los que se implican a fondo, de los que sin dudarlo arriesgan la vida por la Patria y sus mayorías sociales. Sus cada vez más importantes funciones y responsabilidades facilitan que desde inicios de 1972 Moncho pase a formar parte de manera casi natural del Comité Central y del Comité Ejecutivo de la UPG, sustituyendo en las labores de dirección al grupo de artistas, intelectuales y funcionarios que hegemonizaron la primera etapa y que tras su muerte volvieron paulatinamente a recuperar el control. Dedicado plenamente a la lucha revolucionaria va organizando células, nucleos de simpatizantes, grupos de apoyo en los más diferentes puntos del país. Moncho estaba en un panfleto, en una pintada, en una asamblea obrera, en una reunión cultural, de estudiantes, de campesinos, en un encuentro clandestino, en el asalto a un banco, en la expropiación de una multicopista, en la redacción de un documento, en un debate estratégico, enseñando y formando a jovenes militantes, transportando propaganda, ` editando una publicación, lanzando piedras a la policia, elaborando un coctelmolotov, huyendo de la persecución, viajando en su Seat 600 por las carreteras y caminos de Galiza, ... en la más simple y en la más compleja tarea de un militante comunista. Un antiguo camarada afirma que “Su ejemplo, su atención constante al trabajo de los compañeros, y su gran determinación hacía que todos los objectivos pareciesen posibles y reales”.
ional Manifiesto internac
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Coordinación y alianzas internacionales Como dirigente marxista-leninista Moncho Reboiras fué uno de los artífices de las relaciones internacionales que la UPG comienza a establecer en la década de setenta. La Revolução dos Cravos en Portugal facilita que a partir del 25 de Abril de 1974 la izquierda soberanista gallega utilice el norte del país hermano como retaguardia. De esta manera la UPG comienza a contar con valiosa ayuda de diversas expresiones de la izquierda revolucionaria portuguesa y se dota de oficinas en Lisboa y Porto. También por medio de militantes exiliados y emigrados la UPG cuenta con representación permanente en París, Ginebra y Caracas donde concentra buena parte de sus archivos. Sin embargo el más importante acuerdo de cordinación internacional cristaliza en la Carta de Brest, un conjunto de manifiestos y documentos firmados inicialmente con el Movimiento Republicano Irlandés (IRM) y la Unión Democrática Bretona (UDB), a la que posteriormente se adherieron organizaciones vascas, galesas, catalanas, occitanas y sardas, para promover luchas e iniciativas conjuntas con el objectivo de que las pequeñas naciones europeas se dotasen de estados independientes de orientación socialista. También la UPG a partir de diciembre de 1974 firma diversas declaraciones conjuntas sobre diferentes temas de actualidad con ETA y el PSAN-p. Está documentado que Moncho Reboiras participa en la primavera de 1975 en Madrid en una reunión con ETA a la que asisten Pertur y Wilson por la organización armada vasca. El principal objectivo del encuentro era lograr su colaboración para contribuir a desarrollar el frente armado de la UPG. Sin embargo la infiltración policial del comando de ETA que colaboró en Galiza facilitó la posterior detención de militantes, caida del grupo de Moncho Reboiras, exilio a Portugal y desmantelamiento del nucleo central.
La lucha armada Desde inicios de la década de setenta tiene lugar en el seno del movimiento de liberación nacional un debate sobre los métodos de lucha que se debian emplear. Moncho Reboiras fué uno de los más destacados defensores de la necesidad de complementar la lucha de masas clandestina y semilegal con la formación de una estructura militar en el marco de su concepción integral de lucha insurreccional por alcanzar una Galiza libre y socialista. Desaparece de los actos públicos y empieza a dar los pasos en la dirección de implementar lo que sin ambigüedades ni espacios para las necias interpretaciones recoge el Terra e Tempo especial en formato dossier sobre los acontecimientos de marzo de 1972 editado inicialmente en el interior bajo su cordinación y posteriormente reeditado en París: “(...) la necesidad que el pueblo tiene de pasar a formas más avanzadas de lucha, llegando paulatinamente a la lucha armada.
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Galiza necesita un destacamento armado que apoye cada uno de los movimientos y luchas de masas. Los obreros de Ferrol no tenían más que piedras en las manos. El enemigo tiene pistolas, metralletas, y, si fuese preciso tanques, cañones y aviones. Hay que crear un ejército clandestino que devuelva ojo por ojo y diente por diente a cada crimen y a cada tortura. Si no se hace así, los obreros, los trabajadores, los estudiantes, los nacionalistas y los demócratas no avanzarán más. La politización, la concienciación popular, está llegando al máximo. Es preciso ahora que las masas se sientan protegidas y respaldadas en sus luchas por un destacamento armado, dirigido por el Partido, y así continuar hasta la victoria”. En el Terra e Tempo editado en mayo de ese año 72 la UPG insiste en la necesidad de “trabajar por la construcción de un partido que dirija correctamente a la clase obrera en su camino hacia la lucha final y la victoria histórica, y le haga ver la necesidad da respuesta armada a la violencia del capital y de la dictadura fascista. Así la lucha armada es algo que nosotros tenemos siempre proclamado como solución final. No quiere decir esto que vayamos lanzarnos a un terrorismo aventurero. el trabajo político a hacer antes del desencadenamiento de la lucha armada es aún grande, de manera que no podemos decir cuando ni como comenzará ni através de que etapas se desarrollará. Lo que está bien claro es que llegará un momento en que la acción de las masas populares no podrá avanzar hacia su liberación definitiva a la toma del poder sino emplea la lucha armada. Será entonces cuando las masas populares crearán, siempre bajo la dirección política del partido obrero, su organización o destacamento armado”. Desde 1974 Moncho tiene como responsabilidad prioritaria constituir el frente armado de la UPG, participando en los operativos que lo doten de la imprescindible infraestructura y logística: expropriación de fondos (asalto a bancos em Escairom, Corunha y Lugo, a Fenosa en Vigo), de multicopistas, automóbiles, papel, documentos de identidad (asalto y robo de decenas de miles de “DNI”, máquinas de plastificar, sellos, de la comisaria policial de Lugo). Esta última y más sonada acción fué realizada conjuntamente com militantes vascos y portugueses y el “botín”distribuido. En este intenso período tiene que pasar pequeñas temporadas en Portugal para evitar ser detenido, y mismo alterar su aspecto físico. Estancias siempre bien aprovechadas para mantener reuniones con fuerzas de izquierda como el Partido Revolucionário do Proletariado-Brigadas Revolucionárias.
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El Moncho melenudo y con bigote con que pasó al imaginario colectivo de la lucha de liberación nacional de Galiza en realidad no era más que un disfraz para eludir ser detectado y capturado.
Caida en combate A inicios de agosto son detenidos en una operación policial tres militantes de la UPG y dos de ETA. A partir de este momento la ofensiva contra el Frente Armado se precipita fatalmente. Moncho Reboiras es detectado en un piso del barrio de Canido de Ferrol en la noche del 11 de agosto de 1975. Cercado por la BPS y por más de 300 efectivos de la Policía Armada comienza la caza al más importante militante revolucionario de la Galiza del último medio siglo. Tras quemar la documentación que pudiese dañar la organización en caso de caer en manos del enemigo, y facilitar la huida de Elvira Souto y Lois Rios, -los dos camaradas que lo acompañaban en el piso franco-, Moncho nom vacila, en una muestra más de su coraje y heroicidad intenta atraer a la policía y superar el cerco. Sus camaradas escaparian saltando una ventana del patio interior de la casa contigua, y Moncho inicialmente através de los tejados, pasa a otro edificio por medio de una claraboya cuya ruptura concentra la atención de las fuerzas policiales. Tras horas de persecución consiguen alcanzarlo en el portal de un edificio de la calle Terra. Como la rendición no formaba parte de su coherencia revolucionaria con determinación y entereza hace frente al enemigo. Ante el temor que s u f i g u r a transmitía es cobardemente acribilladado a b a l a zo s e n l a mañana del 12 de agosto de 1975 en el número 27 de un portal de la calle Terra del Ferrol proletario. Manolo Reboiras relata así como vivió esa jornada acompañado de su madre. Mural de la organi zacion juvenil BRI GA “A las 10 de la mañana del 12 de agosto de 1975. Día caluroso en el que comparto con unos alumnos del barrio de Teis unas clases de recuperación de matemáticas.
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Un vecino, muy nervioso y gesticulante, trae un recado para que urgentemente vaya a casa; algo muy grave le pasó a mi hermano. Me faltan palabras para expresar los recuerdos y los miedos que en unos segundos se arremolinaron en mi cabeza. Hacía meses que no tenía contactos con Pepe. La última vez que estuvimos juntos fué un encuentro casual en la estación de Atocha en Madrid, en marzo 1975. Yo retornaba para Galiza y el tenía una reunión en Madrid. Después supe que eran los encuentros que a nivel de Estado tenían las organizaciones nacionalistas gallegas, vascas y catalanas para valorar la situación política y articular una alternativa conjunta que diese respuesta a la decadencia de la Dictadura y al proyecto que sectores más o menos liberales y fuerzas de izquierda española estaban organizando. Pasé a su lado y no lo reconocí. El tampoco habló. Iba bien vestido, con peluca y gafas. El instinto quiso que me diese la vuelta: al verlo andar de espaldas, me di cuenta y llamé por él. Se acercó y estuvimos hablando mucho tiempo hasta que salió mi tren. (...) A las 10.15 horas llegó a casa. Mi madre está esperando. Dificilmente consigue vestirse para el viaje. Mi padre está embarcado en un mercante, en la soledad absoluta del mar: tarda aún unos días en saber de la tragedia y más tiempo aún en poder arribar a puerto. (...) Pasamos Padrom y Santiago e íbamos ya por la vieja carretera, dirección Ferrol. La radio del coche no decía nada. Las noticias hablaban de la presencia del Caudillo en Meirás y de la botadura de un gran petrolero en los astilleros de Astano. La tensión se palpaba en el ambiente. Mi madre me mirara sin esperar respuesta: los dos callábamos. En el fondo, deseábamos que Pepe estuviese herido y poder traerlo para casa. En el parte de las 12, la radio habla ya de un enfrentamiento armado en las calles de Ferrol y de la muerte de un joven de 25 anos, José Ramom Reboiras Noia. Mi madre se estremece y sufre en silencio. Yo intento mantener la calma, mientras por mi cabeza vuelven a pasar en pocos segundos los 25 años de vida compartida.
constante ` espa`nola en Galiza es una La represion
Al llegar al puente de las Pias, el puente donde habían caído asesinados hacía unos meses Amador y Daniel, la tensión s e h a c e insoportable. En los astilleiros de Astano las autoridades civiles, religiosas y m i l i t a r e s compartían la fiesta, mientras la
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policía secreta y los “grises” bloqueaban la ciudad, registrando cualquier cosa sospechosa, buscando activistas y deteniendo camaradas en Santiago, Vigo, Lugo, Ourense y Corunha. Sobre la 1 de la tarde, un funcionario municipal nos lleva al cementerio de C a t a b o i s , e n l a s Mobilizacio`n obrera proximidades de Ferrol. Allí, en una habitación, por encima de una rudimentaria y fria mesa de piedra, estaba Pepe, totalmente desnudo y con 3 impactos de bala en la espalda, y no en la cabeza como consta en el certificado de defunción, intentando justificar y dar una coartada al vil asesinato. Eses impactos de bala en la espalda coinciden con la versión de los “grises”, que declaran: “que al ser requerido para que se detuviera, echó a correr, por lo que los funcionarios actuantes, después de reiterar la voz de alto, trataron de intimidarlo con unos disparos al aire”. Malherido y agonizante -uno de los disparos le afectó una arteria por encima del corazón, produciendole una “anemia aguda y fulminante” -sólo le dió tiempo a llegar al portal de la Rua Terra, nº 27, donde se desangró. Tardaron más de 2 horas en entrar y descubrir el cadaver. Antes destrozaron el portal a balazos con más de cien impactos y, finalmente, después de entreabrir la parte superior de la puerta con unos troncos de una obra próxima, lanzaron dos bombas de gas lacrimógeno y encontraron el cuerpo”. Posteriormente tiene lugar una razzia policial contra la izquierda soberanista, realizandose detenciones de militantes de la UPG en diferentes puntos de la geografía nacional quedando practicamente desmantelada la totalidad de la infraestructura de pisos francos y depósitos de material de la organización. La precariedad e inexperiencia del recién constituido Frente Militar, la infiltración policial en la ayuda externa, la prematura caida de su máximo dirigente, pero basicamente la falta de interiorización y vacilación de los principales dirigentes sobre la naturaleza de la lucha provocó que el proyecto integral que Moncho estaba construyendo quedase completamente desmantelado. La dirección pequeñoburguesa hegemónica en la UPG optó por mantener simplemente la retórica renunciando a una coherente práctica marxista-leninista.
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El comunicado que el Comité Ejecutivo de la UPG emite en septiembre, pocas semanas después de la muerte de Moncho es ejemplo de esto, asume politicamente el proyecto: “La UPG afirma que el armamento que poseian sus militantes está al servicio de la lucha y a la defensa de las clases trabajadoras gallegas contra el terrorismo fascista del Estado Imperialista Español entendiendo que frente a la cotidiana violencia sobre el pueblo la respuesta de las clases trabajadoras organizadas pasa, necesariamente por la violencia revolucionaria”. Aunque no hayan sido aún difundidas las fuentes documentales que lo constaten Moncho estaba enfrentado com la fracción liquidacionista de la dirección upegalha. De hecho, fuentes orales de máxima solvencia tienen manifestado que Paco Rodríguez –actualmente secretario general de la organización post-comunistahabía sido citado días antes del fatídico 12 de agosto de 1975 en el campo de tiro que la estructura militar poseia en Rianxo. Moncho Reboiras quería saldar cuentas con él. El citado individuo en una de sus habituales muestras de cobardía simplemente no apareció. Ahora, treinta y cuatro años después, sin el más mínimo rubor afirma en un artículo de “homenaje” a Moncho Reboiras que “No tengo conciencia, tampoco nunca pregunté, de que se aspirase a emplear métodos propios de lucha armada”. Como puede ser esto posible cuando en el segundo aniversario de su asesinato la UPG difunde un cuaderno homenaje con un extenso poema laudatório y una síntesis biográfica en la que se afirma “Dedicado de lleno al trabaljo partidario y comprendiendo la necesidad de la violencia para defender las conquistas populares y eliminar el poder del fascismo imperialista, MONCHO, emprende con otros compañeros, un nuevo método de lucha en Galiza: la lucha armada”. Apesar de la presión policial, de las amenazas de multas y represalias, cientos de personas, amistades, camaradas y familiares, asistieron el día 13 de agosto a su entierro en el cementerio de Imo. Desde el trágico 12 de agosto de 1975 nunca faltaron flores en su tumba ni los recuerdos delante del portal donde entregó la vida por una Galiza liberada y socialista.
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Un ejemplo a seguir Sin lugar a dudas la figura de José Ramom Reboiras Noia es el mejor referente de combate y lucha de un pueblo que no se resigna a ser derrotado por el proyecto imperialista español. En estos 34 años posteriores a su muerte muchas cosas han cambiado. Basicamente la organización que tanto contribuyó a desarrollar y consolidar. La UPG de hoy es una despreciable caricatura de lo que fué. Entregada y claudicante a España y al Capital colabora sin pudor con el enemigo que asesinó a Moncho Reboiras. Así en el último aniversario del más brillante camarada-mártir de la historia contemporanea de la Patria participó en un aparente, aunque deliberado ejercicio de confusionismo y perplejidad, en el acto institucional de reconocimiento de “víctima oficial del franquismo” organizada por la Delegación del Gobierno español en Galiza. A los y a las que no arrian las banderas que abrazó Reboiras no nos estrañó ver a los corruptos dirigentes del regionalismo de la mano del virrey español en nuestro País ensuciando, manipulando la figura y la trayectoria de Moncho. No es nada nuevo, llevan cerca de treinta años alterando la historia, vaciando su figura y su ejemplo, integrando su lucha en función de las miserables necesidades de la política espectáculo institucional, transformando un guerrillero urbano –el más elevado escalón de la especie humana en palavbras del Che- en un mero activista cultural y sindical. La manipulación y el fraude es necesaria para legitimar el execrable ejercicio de genuflexión al que adherieron sin escrúpulos los que optaron por renunciar al largo combate de la Revolución Gallega al que Moncho consagró su vida, a cambio de las miserables prebendas y privilegios que por colaborar concede el enemigo.
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Sin embargo otras cosas continuan inalterables. La opresión nacional que Galiza padece por España no sólo se mantiene incólume, tiene profundizado en su sofisticación y eficacia. La explotación del pueblo trabajador por el Capital ha alcanzado grados inimaginables en la etapa en que Moncho crió las bases del movimiento obrero genuinamente gallego. Aunque lo quieran fagocitar, maquillar, integrar, Moncho Reboiras sigue vivo y presente entre el pueblo combatiente, en la autoestima colectiva de las luchas cotidianas por un salario mejor, por una educación pública de calidad, en defensa del idioma y contra el asimilacionismo español, contra la opresión y los derechos de las mujeres, por un futuro digno para la juventud, en la defensa de nuestro campo, de nuestro ecosistema, en la lucha contra la voracidad del capitalismo en crisis, por la Soberanía y la Independencia Nacional, contra el imperialismo, por el Socialismo y una sociedad superadora del patriarcado. Entre l@s que no capitulan y mantienen vivo su ejemplo de rebeldía y coraje. Años depués Abelardo Colaço en agosto de 1980, y posteriormente Lola Castro Lamas “Mariana” y José Vilar Regueiro “Marcos”, el 11 de octubre de 1990, también fallecieron luchando contra los intereses del capitalismo español. En el futuro y a medida que el proceso revolucionario gallego alcance nuevas dimensiones y confronte con decisión los retos y desafíos de la nueva etapa histórica, el fusil y el ejemplo de su querido Foucelhas dejará de ser material de exposición de vitrina para ser instrumento de libertad.
La lucha continúa! Antes muert@s que esclav@s! Patria, Socialismo o muerte! Galiza, agosto de 2009
Lola Castro
o Colac, o
Abelard
José Vilar
Poema/homenagem a Jose Ramom Reboiras Noia JOSÉ RAMOM REBOIRAS NOIA, amigo, camarada, estrela vermelha-azul-branca no mencer prometedor da nossa pátria, herói em tempo de traiçom, corrupçom/cobardia, martelo proletário, remo com sabor a sal e iodo; fouce labrega/vingadora; espiral que vem dendes do fundo do tempo para abrir-se em claridade e futuro. Ti eres a pedra=mestra para re-EDIFICAR a nossa casa. Puidérom segar-che a vida, ouh, Moncho, meu irmao!, a-assa-ssi-nar-te. O que eles nom puidérom, nem poderám endejamais, é arrancar/esmagar a semente que deixaste esparexida no coraçom do povo, na vigiante consciência colectiva e que já está a agromar em pátria-ceive/socialista. Esta é, ouh, camarada, amigo e irmao