Insurreicom n 6

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Órgao nacional de expressom do Capítulo Galiza da Coordenadora Continental Bolivariana Nº 6 · Outono de 2009

Mais de quinhentos anos de opressom nacional da Galiza, inicialmente sob a dominaçom da coroa de Castela, e posteriormente polo imperialismo espanhol, deveriam ter sido mais que suficientes para lograr a plena destruiçom do nosso povo e da nossa pátria. Mas, contrariamente aos desejos assimilacionistas espanhóis, Galiza resiste, Galiza vive, existe um projecto nacional com apoio social suficiente para evitarmos a derrota que desesperadamente procura Espanha. Sob estes parámetros devemos interpretar a intensificaçom da permanente e incessante ofensiva contra o nosso principal sinal de identidade nacional: o idioma galego, por parte da voraz e criminosa oligarquia concentrada em Madrid e as suas ramificaçons colaboracionistas. Mas nom devemos desconsiderar a fragilidade e vulnerabilidade actual da nossa língua e cultura nacional perante a aprofundizaçom e maior eficácia do processo de espanholizaçom em curso. O inimigo está em plena ofensiva. Agora já nom emprega subterfúgios, opta por desvendar os seus planos estratégicos: acabar com a língua e a cultura galega, folclorizando-a convertendo-a num simples dialecto a proteger nas vitrines académicas, impondo o espanhol e a sua cultura ao nosso povo.

Frente à passividade do regionalismo pequeno-burguês, da sua carência de valentia, do seu timoratismo, das suicidas atitudes contemplativas, umha vez mais foi a pressom social a que provocou a necessidade de reagir. O 17 de Maio e o 18 de Outubro nom podem ficar numha expressom vigorosa para evitar o lingüicídio. Deve ser o início da reactivaçom da luita pola língua, da ocupaçom de espaços, da superaçom do resistencialismo, passando à ofensiva. Mas sem cairmos em atitudes ambíguas, em alianças conciliadoras, em grotescos e oportunistas discursos, rebaixando posiçons, transformando tácticas em estratégias. A língua proletária do meu povo só poderá recuperar a sua plenitude superando o quadro jurídico-político espanhol desligando-se de Espanha aproximando-se do tronco comum da lusofonia. Mas sem um Estado galego soberano e independente nom se pode atingir este objectivo. Em 1863 Rosalia de Castro -a mais universal poeta e patriota galega- escreveu os versos que intitulam este editorial. Pioneira na recuperaçom da nossa causa nacional a partir de posiçons abertamente progressistas, sabia como nós que a nossa pátria é a Galiza, e a nossa língua o galego. Mas hoje, devemos acrescentar que, para o fazermos realidade, devemos ligá-lo a um objectivo: Independência e Socialismo.


Reproduzimos a análise de António Barata, do Conselho de Redacçom da revista comunista portuguesa Política Operária, sobre os alguns dos processos vigorantes na América Latina.

Socialismo do século XXI

Umha receita requentada Nos últimos anos, com as vitórias eleitorais dos candidatos da esquerda latino-americana, principalmente dos que perspectivam um futuro socialista para o subcontinente e afastárom do poder os partidos das oligarquias, começou a falar-se de um “socialismo do século XXI”. Que socialismo é esse que entusiasma largos sectores da esquerda da América Central e Latina e algumha da ibérica, que vê com discreta simpatia a guerrilha colombiana e quebrou o isolamento de Cuba? Que socialismo? Desde logo chama a atençom a gritante falta de explicitaçom do que será esse socialismo do século XXI, quais as suas diferenças em relaçom aos “socialismos” praticados na URSS e nas democracias populares, a ausência de qualquer balanço crítico a essas experiências fracassadas e aos actuais “socialismos” cubano, chinês e norte-coreano. Como também nom há qualquer explicitaçom sobre as classes que o realizarám. Sabe-se, isso sim, que rejeita a via armada para a conquista do poder, que a esse socialismo se chegará por via democrática, de forma gradualista e sem rupturas violentas com a antiga ordem, aprofundando a “democracia participativa” e fazendo sucessivas alteraçons constitucionais, nacionalizando os recursos estratégicos, como o gás e petróleo, alguns sectores produtivos e terras nom exploradas polos latifundiários para as entregar a pequenos empresários e camponeses pobres, negociando as indemnizaçons com os expropriados e promovendo importantes programas de desenvolvimento humano e social nas áreas da saúde, educaçom, cultura e desporto. Para a realizaçom desse socialismo caberia ao Estado assegurar o controlo dos sectores e empresas estratégicas, desenvolvendo políticas de correcçom aos efeitos desastrosos das opçons neoliberais praticadas polas ditaduras militares e os governos democráticos que se lhes

seguírom, que liquidárom os incipientes sistemas de apoio social e privatizárom todo, abrindo as economias ao exterior e transferindo o poder real para as grandes multinacionais. Mas

sem

buscar

culpados,

caracterizado por umha forte e decisiva componente estatal articulada com o sector privado. Sob novas roupagens, retomamse assim os programas democráticos que as burguesias nacionais latino-americanas tentárom levar a cabo nos anos

livres; as guerrilhas depunham as armas, enquanto os partidos revolucionários chegavam à democracia fortemente debilitados por anos de feroz d i t a d u r a m i l i t a r. F a c e à possibilidade real de, pola primeira vez em muitas décadas, se poderem constituir partidos políticos e de livremente disputarem e ganhar eleiçons, a via revolucionária armada para a tomada do poder começou a ser questionada. Com a implosom do bloco de Leste esta tendência acentuouse. A forças revolucionárias, o que restava delas, afundou-se ainda mais com a perda de referências. Em crise e incapaz de se autoavaliar criticamente, foi perdendo base de apoio. Enquanto isso, as oligarquias punham em prática as receitas neoliberais por toda a América Latina e Central, privatizando e abrindo sem restriçons os seus países à voracidade das multinacionais.

procurando acima de todo a paz social, o aliciamento das oligarquias e evitar rupturas com as oligarquias afastadas do poder. Trata-se portanto de recuperar o papel do Estado como regulador e motor da economia, virando-a para o ataque às conseqüências económicas e sociais do neoliberalismo, recuperando as economias através de políticas sociais anticrise e de diversificaçom dos parceiros i n t e r n a c i o n a i s – Fe d e ra ç o m Russa, Irám, China, Coreia do Norte, Uniom Europeia, Médio Oriente– a par da implementaçom de importantes programas de desenvolvimento socioeconómico de combate à pobreza e de fortalecimento da “economia nacional”. Daí estes novos governos colocarem no centro das suas políticas a independência nacional e a soberania sobre os recursos nacionais. Ou seja, o ataque ao capitalismo fica-se pola rejeiçom da sua forma neoliberal, sendo o socialismo em perspectiva de tipo social-democrata, resultado de um “contrato social” interclassista conforme os preceitos das revoluçons burguesas, e

50 e 60, de inevitável conteúdo anti-imperialista, dado o asfixiante domínio político, económico e militar dos EUA sobre a regiom. Polo que nom se t ra t a d e e d i f i c a r n e n g u m socialismo –entendido como o controlo do aparelho de Estado pelo proletariado revolucionário, tendo em vista a criaçom de relaçons de produçom nom baseadas no lucro e na aboliçom da propriedade privada e das classes sociais– mas da substituiçom de um tipo de Estado burguês (neoliberal) por outro, de tipo nacionalista mas igualmente burguês, em que a antiga oligarquia já nom é a detentora exclusiva do poder político e económico e o imperialismo vê o seu campo de acçom limitado. O sistema económico mantém-se o mesmo – capitalista.

Porque fôrom as oligarquias afastadas do poder A partir dos anos 80, com o fracasso da revoluçom sandinista, assistiu-se a um processo de democratizaçom na América Latina. As velhas e sangrentas ditaduras davam lugar a regimes parlamentares, com eleiçons

O resultado foi o estalar, com umha dimensom continental, de violentas crises económicas, políticas e sociais, a partir de meados dos anos 90. O desemprego e a miséria atingírom níveis inimagináveis, a inflaçom tornou-se galopante, voltárom a proliferar doenças que se julgavam erradicadas, etc. M i l h a r e s d e t ra b a l h a d o r e s vinhérom para a rua, mas também as pequena e média burguesia subitamente empobrecidas ou em vias disso, ao mesmo tempo que irrompiam fortes e massivos movimentos indígenas. Caírom governos por entre violentos e prolongados protestos na Argentina, Brasil, Ve n e z u e l a , C h i l e , B o l í v i a , E q u a d o r… e m d e f e s a d o s depósitos bancários, contra o desemprego e a corrupçom, contra a pilhagem dos recursos naturais pelas multinacionais, pela posse da terra e o respeito dos seus direitos ancestrais, etc. nom se revendo nem nos partidos tradicionais da esquerda nem nos da oligarquia, dada a sua incapacidade de responder às reivindicaçons, tanto os trabalhadores como as camadas intermédias da burguesia começárom a procurar novas


partidários de representaçom parlamentar, tendo como únicos pontos comuns a rejeiçom da globalizaçom neoliberal, a defesa os direitos humanos e da liberdade. A vaga de vitórias eleitorais democráticas de 2005-2006, após a eleiçom de Lula e de Chávez, foi o ponto de viragem do quadro político latinoamericano, com a eleiçom de Evo Morales na Bolívia, Daniel Ortega na Nicarágua, Raul Correa no Equador, todos apoiados em programas de reformas sociais favoráveis aos mais pobres e aos

movimentos indígenas e num discurso fortemente nacionalista, de defesa da soberania nacional sobre os recursos naturais. Que fazer? Aos trabalhadores e à esquerda revolucionária coloca-se a questom: como podemos aproveitar esta onda nacionalista progressista, popular e antiimperialista, que colocou na defensiva as oligarquias, está a der novo alento aos movimentos populares e a causar preocupaçons ao imperialismo americano?

A resposta só pode ser umha. Inserindo-se nele. Mas tendo bem clara a natureza social desse movimento, que nom é proletário nem almeja o controlo dos meios de produçom por parte de quem trabalha, que nom quer expropriar o grande capital, nem liquidar o sistema capitalista. Por isso há que começar, sem sectarismos, a demarcar campos e a chamar a cousas polos nomes, de acordo com os seus conteúdos reais. Seria trágico que a esquerda revolucionária, em nome de um unitarismo sem princípios, de unidade pela unidade,

começasse a “dourar a pílula”, se demitisse e voltasse a alimentar velhas mistificaçons – confundir socialismo com capitalismo de Estado, acreditar que se pode chegar ao socialismo por via eleitoral, por etapas e em negociaçom com a burguesia patriótica detentora do grande capital, neutralizando-a ou conquistando parte dela. Essa receita já foi experimentada, por exemplo no Chile de Allende, com trágicas conseqüências.

A infame concesom do Prémio Nobel da Paz 2009 ao presidente dos Estados Unidos provocou a nível mundial umha enorme consternaçom. Reproduzimos as sempre lúcidas reflexons do camarada Narciso Isa Conde, dirigente revolucionário dominicano e membro da Presidência Colectiva da CCB, em trânsito a MCB.

Obama: cinismo maior Se alguém pode pensar que a intençom do prémio é comprometer a que cumpra as suas promessas de paz e desmonte a política guerreirista do imperialismo que preside, há que lhe dizer que objectivamente esta decisom do júri serve sobretodo para pôr ao revés a actuaçom de Obama e lhe dar legitimidade mediática e licença internacional a nome da paz ao sua empenho na readequaçom dos planos de guerra dessa super-potência estado-unidense, os quais para surpresa dos que se figérom exageradas ilusons em torno de sua vitória eleitoral- fijo seus o novo presidente desse país. Mas além disso, como todo o prémio é inseparável do propósito de reconhecer méritos numha determinada direcçom do afazer humano, há que acrescentar que Obama carece deles em política de paz, já que inclusive tem intensificado a guerra no Afeganistám e aprofundado os seus planos guerreiros no Paquistám, segue sem resultados loables no Iraque, autorizou a instalaçom de cinco novas bases militares (mais outras duas existentes) e o relançamento do Plano Colômbia-Iniciativa Ainda, incrementou o orçamento militar do seu país, autorizou a fabricaçom de bombas de alto poder destruidor, mantivo o seu apoio a Israel, continuou muitos dos traços da anterior política exterior e garantiu a impunidade das forças estado-unidenses que sustentam o golpe nas Honduras e o engendro de Uribe na Colômbia. Obama -tentando defender-se- considerou irónico que quem historicamente aqueles que tenhem condenado as intervençons dos EUA no Continente, lhe estejam agora “solicitando” umha atitude enérgica frente ao golpe nas Honduras. Mas ele sabe muito bem que o Pentágono, a CIA, os seus oficiais da Base de Soto Cano, o seu Embaixador, o funesto Negroponte e inclusive certos assessores da senhora Clinton, preparárom esse golpe criminoso

Na verdade, a Colômbia é a plataforma de agressom para a conquista militar da América do Sul, enquanto as Honduras som o ponto de partida de um operativo estratégico que persegue reconquistar politicamente toda Centroamérica, após as vitórias políticas da FLSN e da FMLN na Nicarágua e El Salvador. E em todos os casos de reacçom militar, Obama nega-se a rectificar ou a contradizer as políticas dos falcons e a razom de ser do Complexo Industrial Militar. Ao que parece, o “bondoso” presidente dos EUA quer-nos matar de maneira mais suave, usando palavras mais benévolas e elegantes do que as empregadas polos negociantes e fazedores de guerras. Agora abençoado com o prémio Novel da Paz. Porque matar à grande perseguem as novas bombas super-inteligentes, as guerras de intervençom no Oriente e as tropas caminho do Afeganistám; e matar soberanias e seres humanos perseguem os factos ominosos que apontam de imediato para apoiar o regime narco-para terrorista de Àlvaro Uribe e desestabilizar processos como o venezuelano, o equatoriano e o boliviano, dentro da vertente continental de sua “guerra global” destinada a conquistar a Amazonia. junto às onze famílias multimilionárias das Honduras, aos generais ultradireitistas e à partidocracia corrompida desse país. Entom a ele nom se lhe está a solicitar que intervenha nas Honduras, e sim que anule a intervençom perpetrada. Que tire o tapete imperialista aos golpistas, ou que se retire definitivamente a máscara do “poder suave”. Esta exigência em relaçom às Honduras nom tem nada de irónica. De ironia e cinismo estivérom carregadas as suas palavras ao referir as bases militares na Colômbia: para Barak isso nom é mais que um “invento”, porque a seu dizer “nom se trata de bases militares” mas de um velho “acordo de segurança” entre ambos países. Era boa!

Obama quer ocultar essa realidade e nom pode. Nem sem prémio, nem com prémio. Quando se di que há “dous Obama”, um é virtual e outro real, um para valer e outro de mentira, um de palavras voláteis e outro de factos que as negam. E como é preciso ver para crer, o Obama da paz singelamente nom existe, é umha falacia maior inocultável com o seu elegante cinismo, com a sua fina inteligência e com esse maltratado e imerecido prémio.


Publicada biografia de Moncho Reboiras destinada à difusom internacional

O Capítulo Galiza da CCB publicou, com o intuito de dar a conhecer a sua figura na América Latina, aproveitando a viagem de umha delegaçom internacionalista à República Bolivariana da Venezuela.

diante

No site da CCB-Galiza disponibilizase a ediçom digital da obra, editada em papel e ilustrada com imagens de Reboiras e de documentos da história da Galiza dos últimos 35 anos.

a com a Colabor esquerda onária i revoluc atrás

com a

a Galiza rebelde America Insurgente

(vermelho, verde caqui e preta) Talha M, L e XL

10 euros

(vermelha)

contraataque

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Avanço da esquerda revolucionária Correa e a viragem para a direita: Equador, a luita Equador: Pátria Nova e Socialismo social aumenta Com um duro discurso, Correa recusou as bases que os Estados Unidos pretendem implementar na Colômbia. No Equador, contrariamente a esse discurso pronunciado na UNASUR e que geralmente o fai no exterior, a realidade é outra. Os gringos mantenhem presença efectiva no Equador e agora legalizada mediante acordos assinados no passado 25 de Agosto, entre os dous governos, onde consta a legalizaçom da presença da DEA, o financiamento e capacitaçom às forças repressivas, as operaçons conjuntas, a criaçom de unidades investigativas, o submetimento ao polígrafo (detector de mentiras) a militares e polícias, todo abaixo da cortina da luita contra o narcotráfico e o crime organizado. A retórica da revoluçom cidadá, que a Pátria já é de todos (muito mais da nova burguesia), que as maos limpas (agora salpicadas de corrupçom), as mentes lúcidas (agora retrógradas), se voltou contra os sectores sociais e populares, freando o avanço do processo que se vinha dando no País. Correa anunciou na sua posse do passado 10 de Agosto, que é necessário radicalizar o processo, proposta que é correcta, desde que seja com os trabalhadores e povos do Equador. Este nom é o caso. No meio da agudizaçom das contradiçons internas do governo, a ala direita tem conseguido implantar a sua hegemonia, promovendo leis e medidas que prejudicam aos trabalhadores, mestres, estudantes, indígenas, camponeses, comerciantes, etc. O povo pede factos, o palavrório do discurso de Correa já nom fai efeito perante a falta de soluçom da crise económica, da alta de preços, o desemprego, a

pobreza, a habitaçom, etc. Os casos de corrupçom com o irmao do presidente à cabeça, a incompetência de seus servidores públicos, o desprestígio da institucionalidade burguesa, que apesar dos esforços do governo, nom tem podido ser recuperada, a prepotência e autoritarismo de Correa tem provocado o descontentamento popular. Os remendos ao sistema som insuficientes diante da crise. Propujo-se a criaçom de Comités de Defesa da Revoluçom Cidadá (ou de Rafael Correa), integrados com militantes de Aliança País ou servidores públicos do regime, inclusive sabe-se que gente com antecedentes paramilitares, em governos anteriores, estám a cargo de recrutar pessoas para estes comités que basicamente estám concebidos para enfrentar quem se opuger aos desígnios de sua majestade Rafael Correa. Procuram o confronto povo contra povo. Por outro lado, a oligarquia reagrupa-se, fai tentativas de tomar força, fai-no em meios de comunicaçom para desprestigiar o governo, escandaliza-se em defesa da liberdade de expressom, no meio de todo isto, aumenta umha campanha anticomunista, antirrevolucionária a propósito dos cantos de sereia de Correa. A direita guarda um silêncio complacente perante os protestos, aprovando no fundo as políticas de Correa. Há que assinalar que a burguesia nom tem sido afectada significativamente; no governo existe a abertura para conversar com banqueiros, empresários, cámaras de produçom, contrariamente à política de ouvidos surdos para com os mestres, trabalhadores, estudantes e indígenas.

O Equador vive momentos conflituosos, a luita social aumenta, sectores sociais e populares tenhem sido insultados, estigmatizados e reprimidos. Os luitadores sociais tenhem sido criminalizados, qualificados de terroristas, caceteiros, medíocres, preguiçosos. Este é o caso do magistério equatoriano que enfrenta constantes ataques por parte do regime. Em primeiro lugar, o Magistério fijo uso do direito à resistência consagrado no art. 98 da Constituiçom, perante a implantaçom, por parte do Ministro de Educaçom Raúl Vallejo (10 anos neste posto), de umha avaliaçom educativa netamente punitiva e persecutória que viola preceitos constitucionais e que procura responsabilizar da crise educativa do País. Os mestres nom fôrom escuitados apesar das constantes mobilizaçons. Com o fim de destruir a organizaçom gremial maior do Equador, aprovou-se umha reforma à lei de carreira docente que conculcou direitos sindicais consagrados inclusive na OIT; por outro lado mediante decretos pretende-se asfixiar economicamente este grémio impedindo o contributo voluntário de quase $1.50 por mestre à UNE. Nesse caminho também os trabalhadores fôrom atingidos com decretos como o 1701 que procura o incremento de salários retirando-o das utilidades dos trabalhadores ou como a lei do serviço público que tenciona dividir o movimento sindical e nesta mesma lei, roubar ao mestre a metade ou mais de seu salário ao o incorporar como servidor público e deixar inexistente a lei de remuneraçons que rege o magisterio. Quanto ao movimento estudantil, o governo criou uns semideuses tecnocratas na Secretaria


Com um duro discurso, Correa recusou as bases que os Estados Unidos pretendem implementar na Colômbia. No Equador, contrariamente a esse discurso pronunciado na UNASUR e que geralmente o fai no exterior, a realidade é outra. Os gringos mantenhem presença efectiva no Equador e agora legalizada mediante acordos assinados no passado 25 de Agosto, entre os dous governos, onde consta a legalizaçom da presença da DEA, o financiamento e capacitaçom às forças repressivas, as operaçons conjuntas, a criaçom de unidades investigativas, o submetimento ao polígrafo (detector de mentiras) a militares e polícias, todo abaixo da cortina da luita contra o narcotráfico e o crime organizado. A retórica da revoluçom cidadá, que a Pátria já é de todos (muito mais da nova burguesia), que as maos limpas (agora salpicadas de corrupçom), as mentes lúcidas (agora retrógradas), se voltou contra os sectores sociais e populares, freando o avanço do processo que se vinha dando no País. Correa anunciou na sua posse do passado 10 de Agosto, que é necessário radicalizar o processo, proposta que é correcta, desde que seja com os trabalhadores e povos do Equador. Este nom é o caso. No meio da agudizaçom das contradiçons internas do governo, a ala direita tem conseguido implantar a sua hegemonia, promovendo leis e medidas que prejudicam aos trabalhadores, mestres, estudantes, indígenas, camponeses, comerciantes, etc. O povo pede factos, o palavrório do discurso de Correa já nom fai efeito perante a falta de soluçom da crise económica, da alta de preços, o desemprego, a pobreza, a habitaçom, etc. Os casos de corrupçom com o irmao do presidente à cabeça, a incompetência de seus servidores públicos, o desprestígio da institucionalidade burguesa, que apesar dos esforços do governo, nom tem podido ser recuperada, a prepotência e autoritarismo de Correa tem provocado o descontentamento popular. Os remendos ao sistema som insuficientes diante da crise. Propujo-se a criaçom de Comités de Defesa da Revoluçom Cidadá (ou de Rafael Correa), integrados com militantes de Aliança País ou

servidores públicos do regime, inclusive sabe-se que gente com antecedentes paramilitares, em governos anteriores, estám a cargo de recrutar pessoas para estes comités que basicamente estám concebidos para enfrentar quem se opuger aos desígnios de sua majestade Rafael Correa. Procuram o confronto povo contra povo. Por outro lado, a oligarquia reagrupa-se, fai tentativas de tomar força, fai-no em meios de comunicaçom para desprestigiar o governo, escandaliza-se em defesa da liberdade de expressom, no meio de todo isto, aumenta umha campanha anticomunista, antirrevolucionária a propósito dos cantos de sereia de Correa. A direita guarda um silêncio complacente perante os protestos, aprovando no fundo as políticas de Correa. Há que assinalar que a burguesia nom tem sido afectada significativamente; no governo existe a abertura para conversar com banqueiros, empresários, cámaras de produçom, contrariamente à política de ouvidos surdos para com os mestres, trabalhadores, estudantes e indígenas. O Equador vive momentos conflituosos, a luita social aumenta, sectores sociais e populares tenhem sido insultados, estigmatizados e reprimidos. Os luitadores sociais tenhem sido criminalizados, qualificados de terroristas, caceteiros, medíocres, preguiçosos. Este é o caso do magistério equatoriano que enfrenta constantes ataques por parte do regime. Em primeiro lugar, o Magistério fijo uso do direito à resistência consagrado no art. 98 da Constituiçom, perante a implantaçom, por parte do Ministro de Educaçom Raúl Vallejo (10 anos neste posto), de umha avaliaçom educativa netamente punitiva e persecutória que viola preceitos constitucionais e que procura responsabilizar da crise educativa do País. Os mestres nom fôrom escuitados apesar das constantes mobilizaçons. Com o fim de destruir a organizaçom gremial maior do Equador, aprovou-se umha reforma à lei de carreira docente que conculcou direitos sindicais consagrados inclusive na OIT; por outro lado mediante decretos pretende-se asfixiar economicamente este grémio

impedindo o contributo voluntário de quase $1.50 por mestre à UNE. Nesse caminho também os trabalhadores fôrom atingidos com decretos como o 1701 que procura o incremento de salários retirando-o das utilidades dos trabalhadores ou como a lei do serviço público que tenciona dividir o movimento sindical e nesta mesma lei, roubar ao mestre a metade ou mais de seu salário ao o incorporar como servidor público e deixar inexistente a lei de remuneraçons que rege o magisterio. Quanto ao movimento estudantil, o governo criou uns semideuses tecnocratas na Secretaria de Planejamento SENPLADES; a partir este supra organismo criam-se leis neoliberais a fio. Numha síntese de urgência: A Lei de ordenamento territorial propom a entrega em 8 anos da educaçom, saúde, habitaçom e outras aos governos seccionais, o que significa privatizaçom. A lei de educaçom superior, bem como as outras, deixa ver as posiçons desenvolvimentistas do regime de Correa, esta lei elimina a autonomia universitária, procura equilibrar a oferta e demanda da mao de obra qualificada ou semiqualificada, mediante o controlo governamental, umha universidade ao serviço do governo e nom do povo. A propósito desta lei Correa dixo numha das suas comunicaçons habituais:“existem 10.000 carreiras universitárias (das quais) muitas nom contribuem para o desenvolvimento do País”. Acrescentando: “É possível seguir subsidiando com 400 milhons de dólares as universidades para graduar desempregados?”. A educaçom básica também se vê afectada por umha lei que viola direitos dos mestr@s, concebe a educaçom como um serviço e nom como um direito. Neste tema, Rafael Correa, o pregoeiro do liberalismo de Eloy Alfaro que implantou o laicismo no Equador, lança um decreto 1780 no qual o ministério de governo e as missons religiosas terám sob a sua tutela a educaçom, a saúde, os meios de comunicaçom e a cultura, e irám evangelizar as comunidades indígenas do oriente, Esmeraldas e Galápagos, apoiados, claro está, com as forças armadas. Isto assemelha-se à época da colónia quando os


FARC-EP apelam a militares patriotas para combaterem conjuntamente a intervençom norte-americana na Colômbia Um comunicado do Estado Maior Central da guerrilha comunista colombiana solicita aos “militares de honra” do exército regular unir forças para fazer frente aos militares estrangeiros, em clara alusom ao incremento dos efectivos após o acordo de instalaçom de sete bases ianques. As FARC-EP voltam a manifestar a sua radical oposiçom a um acordo que viola a soberania nacional colombiana. Reproduzimos integralmente o comunicado insurgente difundido por ANNCOL.

Aos militares de honra Fazemos um fraternal e patriótico apelo aos militares de honra para que junto ao nosso povo formemos um só feixe que converja numha guerra pátria para defender a nossa soberania e dignidade latino-americana, enlamada até a medula de infamia, sangue, corrupçom e servilismo polo presidente Álvaro Uribe Vélez, quem sem ficar sequer corado, porque carece de dignidade, aceitou a instalaçom polo Império de 7 bases militares na Colômbia, as quais serám como umha daga envenenada enterrada no corpo da Pátria e a sua ponta atingirá o coraçom mesmo da América Latina, cujo único objectivo é impedir o processo democrático e integracionista dos nossos povos, que baixo a luz da ALBA tenhem continuado o inconcluso projecto libertário que desejara truncado o Libertador Simón Bolívar.

Presidente da República para manifestar a sua infinita molestia polo irrespeitoso desprezo. “Nom podo fazer nada”, respondeu. Era um presidente autista, sem noçom de pátria, acostumado a rumiar no estábulo ianque dos lacaios. Matallana, homem de coragem militar, apresentou entom a sua renúncia irrevogável, afirmando com energia que na Colômbia nom pode existir território algum ocupado por forças estrangeiras e muito menos vedado a um General da República. Uns anos depois, reunido na Casa Verde com os comandantes guerrilheiros Manuel Marulanda Vélez e Jacobo Arenas, o altivo general prometeu-lhes com énfase: contem comigo se algum dia o país é invadido polos gringos. Qué qualidade humana e militar a do nosso digno adversário na guerra de Marquetália! Essa é a honra que deve inflamar o peito de um militar que verdadeiramente sinta a pátria por dentro.

Apelamos a sua honra porque sabemos que ela é a primeira virtude do militar. A honra é o que fai que se sofra com espartano estoicismo e sem desespero todas as vicisitudes que nos depara a guerra; ela é a que nos impulsiona a entregar a vida no campo de batalha sem nengum cálculo diferente ao bem da Pátria. Entendendo por Pátria o território da Naçom com a sua biodiversidade, riquezas naturais, populaçom e cultura, e nom, os bens, interesses e livros de cheques dos Santodomingo, dos Ardila Lulle, os Sarmiento Angulo e pare de contar… Sabemos que na Instituiçom Militar para sorte da Colômbia e orgulho da América Latina, ainda há nom poucos homens que preservam imaculado a sagrada honra militar e por isto, podem com altivez olhar de frente aos seus concidadaos e estreitar a mao dos mesmos, porque nom a tenhem manchada de sangue com os crimes de lesa humanidade dos mal chamados “falsos positivos”, que evidenciam umha profunda descomposiçom moral tanto dos ordenadores como dos executores, nem tenhem a consciência cheia de mofo pola degradante corrupçom que cada dia reverdesce mais neste Governo de mafia, paramilitarismo e crime, onde os que se consideram figuras da soberania, som traidores infames que nom tenhem sequer o prestígio da legalidade, porque os seus actos, inclusive as suas vidas, tenhem sido toda umha fraude. Senhores oficiais e suboficiais: Quando o general Joaquín Matallana quijo entrar ao enclave estado-unidense de Loma Linda (Meta), um oficial gringo de terceira categoria impediu-lho com arrogância. Ferido na sua honra o general colombiano dirigiu-se ao

de Tres Esquinas, ou em Barrancón, é umha negaçom de proporçons faraónicas. Ali mandam os gringos. Os oficiais colombianos, como acontecia na Loma Linda, nem sequer poderám aproximar-se as barracas e instalaçons onde operam os militares norteamericanos. A “soberania compartilhada”, a que de maneira insólita alude Uribe, é um sofisma para tontos, porque nunca pode ser soberano um país ocupado por tropas estrangeiras. A humilhaçom de ver oficiais colombianos subordinados a oficiais do Comando Sul do exército dos Estados Unidos, nom deve ser tolerada onde há honra. Quem entende esse linguajar presidencial de que os militares gringos terám imunidade, mas nom impunidade? Talvez Uribe está acreditando que os colombianos som umha manada de ignorantes atronados. Senhores oficiais e suboficiais: frente as projeçons neocoloniais do governo de Washington devemos assumir a mesma atitude insubornável e patriótica do Libertador Simón Bolívar, que dizia: “Aborreço essa canalha de tal modo que nom quigera que se dixera que um colombiano fazia nada como eles… Os Estados Unidos som os piores e som os mais fortes ao mesmo iempo… Formado umha vez o pacto com o forte, já é eterna a obrigaçom do débil”. Nós devemos é priorizar a procura da unidade dos nossos povos. Retomar o projecto da Grande Naçom de Repúblicas que dominava o sonho do Libertador, como escudo do nosso destino. Na história da Nossa América, sobressai o anti-imperialismo de militares patrióticos como o general Omar Torrijos do Panamá, o coronel Francisco Caamaño da Dominicana, o general Velasco Alvarado do Peru, Prestes no Brasil e Arbenz na Guatemala, entre outros, que pola sua atitude ganhárom o afecto dos seus povos.

O afastado incidente de Loma linda trouxo a nossa memória a recente afrenta de militares gringos contra a guarda de honra que esperava ao presidente Bush na escada do aviom, na sua escala em Bogotá. Para assombro do País, os gorilas da segurança de Bush requisárom aos militares colombianos e revisarom-lhe as suas armas, sem que ninguém se queixasse. Nengum protesto; só o silêncio servil do alto comando e o presidente. Como se ultrajou nessa ocasiom o nosso decoro! A decisom de Uribe de permitir a instalaçom de 7 bases militares dos Estados Unidos no território colombiano é um acto de alta traiçom à pátria latino-americana. Ceder o território como base de agressom contra países irmaos, contra os mesmos compatriotas, e como esteio de consolidaçom de umha estratégia de predomínio continental, deve encher de vergonha a alma dos colombianos. Nom há argumento mais irrisório e cínico que o de Uribe para explicar, que neste caso, nom se configura perda de soberania, porque os militares colombianos estariam no comando de tais bases. O que acontece na base aérea

Aqui devemos forjar a resistência patriótica, coordenando esforços com as organizaçons políticas e sociais do país, para fazer prevalecer a soberania e a dignidade. Exército patriota, guerrilha bolivariana e povo mobilizado, som os únicos que podem atalhar o voo ameaçador da águia da doutrina Monroe sobre os céus da Nossa América. Fagamos realidade o sentimento puro do general Matallana de fazer respeitar a pátria, unidos como deve ser. Ontem o honorável adversário dizia-nos: contem comigo; hoje dizemos-lhes, contem connosco, nom só para defendermos a soberania pátria, como também para construirmos umha Colômbia Nova, se ousarem. Saudaçons cordiais. Compatriotas, Secretariado do Estado Maior Central das FARC-EP Montanhas da Colômbia, 6 de Novembro de 2009


11 de Outubro, Dia da Galiza Combatente

Teimosamente construindo as forças da insurreiçom

12 de Outubro: O povo galego nada tem que celebrar

O Dia Nacional da nossa Pátria é 25 de Julho. É umha data de luita em defesa da nossa identidade nacional e de combate pola independência.

No quadro da ofensiva imperialista espanhola contra a nossa Pátria e do Capital contra o proletariado e a classe trabalhadora só existe umha alternativa real para evitar a destruiçom da Galiza e o incremento da nossa exploraçom e dominaçom de classe: a luita consequente e organizada. Todas as outras vias, ensaiadas desde há mais de século e meio polo reformismo, constatárom umha e outra vez o seu estrepitoso fracasso. A incorporaçom das forças populares à lógica institucional da burguesia, -a ditadura das democracias formais-, saldarom-se sempre com a derrota do horizonte transformador que latejava nos seus objectivos, mediante a fagocitaçom dos líderes e a posterior adaptaçom as inaceitáveis regras que perpetuam a opressom e a dominaçom. Hoje, no quadragéssimo segundo aniversário da morte do comandante Che Guevara, devemos recolher e fazer nosso a integridade do seu exemplo de combatente insubornável pola Revoluçom Socialista. Sem umha transformaçom radical do sistema nom é possível acabar com tanta infamia, dor, sofrimento e destruiçom. Este nom se vai deixar nunca mudar desde o seu interior. Há que destruí-lo desde fora. Isto só é possível mediante umha estrategia que combine a mobilizaçom de massas com a hegemonia popular em todos os ámbitos. O nosso Povo de forma instintiva, mas também consciente, optou em diferentes etapas históricas pola rebeliom e a insurreiçom. Existe um fio condutor, umha invisível linha vermelha, entre Benigno Álvares, Gomes Gaioso, Foucelhas, O Piloto, Moncho Reboiras, Abelardo Colaço, Henriqueta Outeiro, Lola Castro, José Vilar e a actual esquerda revolucionária independentista.

Hoje, 12 de Outubro, o nosso povo nada tem que celebrar pois nem somos espanhóis nem queremos seguir pertencendo a um Estado alicerçado no extermínio permanente de povos e culturas, construido sobre o maior genocídio da história universal, e que 500 anos depois mantém intacto o seu projecto assimilacionista e imperialista. Hoje o povo galego sinte-se mais perto que nunca dos povos irmaos da América Latina e as Caraíbas, do conjunto de povos e naçons indígenas que lográrom sobreviver à brutalidade da conquista e colonizaçom espanhola. Como galegas e galegos sabemos do que falamos porque levamos mais de 500 anos sofrendo nas nossas carnes o que significa o projecto assimilacionista espanhol para o nosso povo e a nossa naçom. Hoje estamos com o povo trabalhador das Honduras na sua luita contra a ditadura da camarilha fascista de Micheletti, com a insurgência colombiana no seu combate heroico contra o regime criminoso e terrorista de Uribe, ao lado das mudanças e contraditórios processos de transformaçom na Venezuela, no Equador, na Bolívia, na Nicarágua, no Salvador, contra as bases ianques, contra as oligarquias, ao lado de todas as luitas pola segunda independência e o socialismo.

Segunda Brigada Galega a Cuba

O seu sangue nom foi derramado em vao. A sua entrega e sacrifício forma parte da melhor expressom da tradiçom que honramos e pola qual manifestamos um profundo orgulho como povo trabalhador combatente. O aroma da sua pólvora, a fragância dos seus valores, a textura da sua prática, o brilho do seu exemplo estám vigentes em nós, projectam-se até a eternidade em forma de vitória. Sem mulheres e homens assim Galiza e a nossa classe nunca atingirá a liberdade e a emancipaçom. Para fazer a Revoluçom é imprescindível ter revolucionári@s. O degrau mais elevado da espécie humana nom aparece espontaneamente, é um produto social que há que construir com constância e teimosia. O Capítulo Galiza da Coordenadora Continental Bolivariana saúda e adire às iniciativas que em diversos pontos da Naçom comemoram o Dia da Galiza Combatente.

Viva a Galiza Combatente! Antes mort@s que escrav@s! Honra e glória as nossas heróis e mártires! Pátria, Socialismo ou morte!

A segunda Brigada Galega Fuco Gomes, conformada por internacionalistas galeg@s, partiu para Cuba 24 e de Outubro para incorporar-se no contingente da Brigada 50º Aniversário da Morte de Camilo Cienfuegos. Além do trabalho voluntário em projectos de desenvolvimento social, a brigada conhecerá ao perto a forma de participaçom social, bem como a cultura e outros aspectos da realidade cubana. Da mesma forma, a existência da luita galega pola independência e o socialismo será dada a conhecer junto do movimento revolucionário cubano.

Mapuches declaram a guerra ao Estado chileno A Coordenadora Mapuche Arauco-Malleco emitiu um comunicado em que reivindicava a queima de dous camions da empresa transformadora de madeira e no qual se declarava a guerra ao Estado do Chile. A Coordenadora dava por finalizado o diálogo com o governo do Estado sobre a propriedade das terras incluídas na naçom mapuche, renunciava à nacionalidade chilena e declarava a independência de todo o território reconhecido como Mapuche no Tratado de Tapihue, o que significa desde o rio Bio-Bio para o Sul. A CAM declarou que tomou estas decisons em resposta à violência repressiva incessante contra o povo mapuche e perante o nom avanço do diálogo com o Estado. O governo chileno chamou de delinqüentes aos alçados e ameaçou com cortar toda possibilidade de negociar sobre o reconhecimento da propriedade da terra às comunidades que dessem acobilho a membros da CAM.

Galiza participará no Congreso do MCB O nosso país estará representado no Congresso Constitutivo do Movimento Continental Bolivariano que se celebrará em Caracas os dia 7, 8 e 9 de Dezembro.


Edita: Capítulo Galiza da Coordenadora Continental Bolivariana Tiragem: 1.000 exemplares Encerramento de ediçom: 12 de Novembro de 2009 Blogue: www.ccb-galiza.org Co-e: info@ccb-galiza.org

Documentário FARC-EP: A insurgência do século XXI parte do mundo, cheira a guerrilha bolivariana. Vivemos um controlo do pensamento que faria tornar moderados os vaticínios mais sombrios dos romances 1984, Um mundo feliz e Fahrenheit 451 ou os filmes Brazil, Matrix e até a mais recente Sector 9. Tanto os grandes telejornais como a ficçom de Hollywood, passando polas toneladas de papel manchado de tinta dos grandes empórios jornalísticos, hoje todos atacam um mesmo alvo. Inclusive os principais presidentes da América Latina devem discutir com Uribe, servil ventríloquo local do grande amo imperial, tomando como eixo o apoio, a rejeiçom ou a indiferença em frente às FARC-EP. Nem UNASUR nem a OEA tenhem escapado a estes debates. Nesse contexto global, onde a culminaçom da guerra fria nom tem permitido que baixe um grau a temperatura da guerra psicológica contra as rebelions armadas contemporáneas, que pensam realmente as FARC-EP? Possuem um plano? Tenhem ideologia? Mantenhem a suas dezenas de milhares de jovens combatentes obrigados e ameaçados? Como vem o futuro da América Latina? A longametragem FARC-EP: A insurgência do século XXI tenta responder aquelas perguntas, submetendo a discussom a propaganda barroca e macartista promovida polos EUA. Para isso, a equipa de cinema «Glauber Rocha», formada por camarógrafos de diversos países da América Latina e Europa, interna-se na selva, percorre as cordilheiras e as montanhas, mostrando de dentro, como nunca dantes se viu, a vida quotidiana nos acampamentos das FARC-EP. O documentário, que dura quase duas horas, incorpora entrevistas aos principais comandantes guerrilheiros do secretariado das FARC-EP e numerosos depoimentos de combatentes de base, camponeses e jovens urbanos do Partido Comunista Clandestino de Colômbia (PCCC), incluindo seqüências sobre o papel fundamental das mulheres na luta guerrillera, os indígenas e povos originarios, o problema do narcotráfico, o paramilitarismo, os prisioneiros de guerra, as novas bases militares norte-americanas e a violaçom sistémica dos direitos humanos por parte do terrorismo de Estado na pátria do líder independentista Simón Bolívar.

Enquanto os Estados Unidos lançam a sua Quarta Frota e instalam sete novas bases militares na Colômbia, em diferentes países da América Latina acabase de estrear simultaneamente «FARC-EP A insurgência do século XXI», documentário de longa metragem que narra o conflito armado do ponto de vista da guerrilha bolivariana. No século XXI a insurgência é um souvenir do passado? Acabárom-se as ideologias? Os revolucionários convertêrom-se em delinqüentes, narcotraficantes, assaltantes de caminhos, terroristas? Os grandes monopólios da (in)comunicaçom insistem com umha mensagem velha, gasta e única: a insurgência colombiana nom tem ideologia, formaçom cultural nem projecto político. O seu coraçom mercenário palpita ao ritmo frenético e louco da coca. O antigo e tenebroso “ouro de Moscovo” foi substituído polas pastas cheias de dólares e euros, provenientes do narcotráfico. Os indígenas massacrados, as mulheres violadas, os jovens maltratados. Nos ecráns de TV o movimento guerrilheiro converteu-se num monstro bem mais temível do que Satám, Lucifer, Luzbel e os piores demónios medievais. O velho e barbudo Karl Marx começava o seu célebre Manifesto Comunista afirmando que “Um fantasma percorre a Europa: o espectro do comunismo. Contra este espectro conjurárom-se em santa turba todas as potências da velha Europa … nom há um partido de oposiçom que seja a quem os adversários dirigentes nom alcunhem de comunista”. Se trocarmos “comunismo” por FARC-EP (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo), hoje o fantasma continua a deambular por ali. Que movimento social radicalizado da América Latina nom tem sido estigmatizado e acusado de simpatizar com as FARC? Hoje em dia, a CIA, o FBI, a DEA e outros organismos “democráticos” andam a repartir a acusaçom de colaborador das FARC a qualquer que tentar, parecer ou aspirar a ser um dissidente radical. A obra As bruxas de Salem de Arthur Miller parece ter sido escrita ontem. O macartismo passeia altaneiro e desafiante. Toda dissidência, em qualquer

A estrutura formal do documentário constitui um imenso collage, onde aparecem reconstruidos tanto as matanças da empresa bananeira UNITED FRUIT em 1928, como o assassinato do dirigente popular Eliécer Gaytan em Abril de 1948 e a fundaçom das FARC-EP até a captura de militares norte-americanos na selva colombiana, o caso recente de Ingrid Betancourt e as declaraçons dos principais referentes paramilitares (aliados de Uribe) que confessam terem recebido dinheiro das bananeiras para assassinar guerrilheiros e massacrar populaçom civil. Nesse mosaico que nom deixa nada ou quase nada de fora, som retratadas pola primeira vez na história (até onde temos notícias) os cursos de formaçom, políticos, ideológicos e militares, dos combatentes comuns das FARC-EP e também das suas forças especiais. No meio da selva, os rios, as árvores imensas e os animais aparecem bibliotecas, grupos de leitura, quadros pretos e muita, mas muita gente jovem a estudar. Quem assista a alguma projecçom deste filme nom poderá deixar de recordar as cenas daquelas Notas da guerra revolucionária polidos e retratados noutra época pola pluma extraordinária de Ernesto Che Guevara, um dos inspiradores da ideologia das FARC-EP junto ao seu lendário comandante e fundador Manuel Marulanda Vélez, recentemente falecido. Mas as cenas e entrevistas que retrata este filme nom pertencem aos saudosos anos sessenta, tam louvados e tam bastardeados, mas… ao século XXI. Como em Cuba, Nicarágua e El Salvador, como na Argélia e sobretodo no Vietname, hoje a Colômbia vive umha guerra civil de dimensom continental. Este filme mostra o que jamais aparece na CNN e outros altofalantes do poder: o conflito armado desde o ponto de vista da rebeldia bolivariana. Nom passará despercebida.

FICHA TÉCNICA: Roteiro e direcçom / Script and Direction: Diego Rivera Montagem / Editing: Afasto Carpentier Cámaras / Cameras: Diego Rivera, Tina Modotti e César Vallejo Fotografa / Cinematography: Frida Kahlo Produçom / Production: Grupo de cinema «Glauber Rocha» Postproduçom / Pós-production: Julius Fucik e André Gunder Frank Música / Music: Banda de som das FARC-EP / Songs of FARC-EP Investigaçom Jornalística / Journalistic Research: Roque Dalton Assessoramento historiográfico / Historical Consultant: Ruy Mauro Marini Agradecimientos / Thanks: Frida Kahlo, Ulrike Meinhof e Vladimir Maiacovsky 112 minutos / minutes Mini DV Cam, 2009


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