O Pedroso numero 38

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O Pedroso entrevista

Análise

Maria Rodinho

Jacobeu 2010 Começa a feira

O Concelho ao assalto das Branhas do Sar

Ano X • nº 38 • Julho, Agosto e Setembro de 2009

vozeiro comarcal de NÓS-Unidade Popular da comarca de Compostela

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oPedro o

Presidenta pola CIG do Comité de Empresa de SEAGA da “provincia” de Corunha

www.nosgaliza.org

O PE-3R, Plano Especial de Ordenaçom, Proteçom, Melhora Ambiental e Acondicionamento das Branhas de Sar fai parte do Plano Geral de Ordenaçom Municipal de Compostela (PGOM) aprovado definitivamente pola Junta 1 de Setembro de 2008. O documento inicial foi publicado neste Verao e no mês de Setembro foi eximido de avaliaçom ambiental estratégica pola Junta porque também o próprio PGOM o tinha sido. O documento insiste repetidamente no carácter “residual”, de “abandono” e “marginalizaçom” em que ficou este espaço “apesar das suas características e centralidades, e mesmo grande valor ambiental”, e portanto urge “transformar”. E abofé que isso mesmo será o resultado das actuaçons previstas. Também afirma que o valioso espaço ambiental das Branhas vai-se integrando na planta da cidade utilizando “pequenos espaços” para usos públicos (o Multiusos e as piscinas, o campo de futebol paroquial, o parque previsto entre o Cancelom e a Colegiata ou na área envolvente de Ponte Pedrinha, mais duas parcelas segregadas do espaço natural). E mesmo, que a implantaçom no Gaiás do “complexo dotacional e do parque ambiental” da Cidade da Cultura demanda do Plano Geral umha “resposta mais activa de integraçom” das Branhas.

Análise e evoluçom da caracterizaçom ambiental do ámbito O resultado da análise nom deixa de reconhecer a progressiva fragmentaçom e ocupaçom do originário espaço das Branhas, e a sua sensível diminuiçom superficial: de 42,07 Ha em 1960 para 27,17 Ha em 2007, 35% menos. Com certeza preocupante do ponto de vista da manutençom do recurso ambiental, no conjunto da vazia alta do rio Sar, com umha extensom aproximada de 1.779 Ha, o processo de antropizaçom avança de jeito importante. De menos de 10% em 1960, para mais de 37% em 2002, con incorporaçons importantes como o Polígono das Fontinhas. E levando em conta os processos de desenvolvimento em curso (Parque Empresarial de Amio, Ensanche Norte, sector da Pulheira e culminaçom da actuaçom da Cidade da Cultura) esta percentagem incrementa-se até 56% da superfície total da vazia, com o que isto supom de um maior risco de inundaçons por avenidas. As características naturais das próprias Branhas determinam que grande parte da sua superfície tenha um carácter inundável, situaçom que se vem agravando no transcurso dos anos na medida em que se incrementa a superfície de escorrentia polo processo de urbanizaçom.

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Quanto aos usos do solo, as antigas terras de cultivo deixárom-se a baldio e progressivamente fôrom-se repovoando con vegetaçom espontánea. Ainda se conservam algumhas leiras submetidas a cultivos de rotaçom de autoconsumo e prados de sega. O bosque de galeria encontra-se muito contaminado e degradado, tanto por cargas biológicas como químicas. A sua funçom como corredor encontra-se interrompida polo estrangulamento que suponhem as infra-estruturas a norte e a sul do ámbito. A vegetaçom higrófila, que caracteriza as Branhas do Sar, constitui um habitat de grande valor biológico, de interesse paisagístico e recriativo, produtivo para o gado, regulador hidrológico como retençom de água, contendo a erosom, e un indubitável valor cultural e patrimonial, como exemplos de umha paisagem que em outros tempos foi muito mais abundante. A fauna “que deveria estar presente” está integrada por peixes e anfíbios, aves aquáticas e mamíferos que obteriam o seu alimento do corredor fluvial. Porém fala-se de “ausências” de quantidade e variedade de efectivos devido à pressom antrópica, continuas obras de infraestruturas e à deficiente qualidade das águas. A paisagem vê-se condicionada pola existência de vários impactos. Os mais importantes som os derivados do funcionamento de infra-estruturas lineares que contornam a área de intervençom: o caminho de ferro e as estradas. Também se percebem os derivados das obras hidráulicas e de saneamento. Indo máis alá som previsíveis, ainda en fase de planificaçom, os possíveis impactos derivados de obras de urbanizaçom previstas fora do ámbito. Dentro do espaço das Branhas diferenciam-se duas peças separadas pola Calçada do Sar.

A primeira das peças, a situada ao norte da Calçada do Sar, de 233.000 m2, desenvolve-se entre esta, o Parque Desportivo das Fontes do Sar e o ámbito da Cidade da Cultura. À volta do campo de futebol incrementa-se a superfície artificializada até 58.270 m2 (zona desportiva ZD-6), com a execuçom de instalaçons para actividades desportivas (bancadas, balneários, etc.) e de hotelaria menor e anexos. Nesta peça estám também “os pequenos espaços” das piscinas e o Multiusos, que junto com o terreno

Calçada do Sar, e de 225.000 m2 de extensom, continua este vial polo Carreiro de Picanhos até as “vivendas protegidas” da Ponte Pedrinha, segregando das Branhas todo o terreno em pendente e constituindo umha barreira à beira da zona de inundaçom, o que é agravado pola urbanizaçom do SUP-PP-7 Ponte Pedrinha II, que “aproxima o feito urbano continuo e denso” polo sul, e reduz ainda mais a superfície nom artificializada. Todo seja por mais um accesso à Cidade da Cultura.

entre estas duas instalaçons, também segregado do espaço “a proteger”, constituem a zona desportiva ZD-4. Aos pés da Cidade da Cultura, o PGOM estabelece unha reserva dotacional de uso universitário, EU-10, de 5.250 m2, na confluência da nova variante Sar-Ponte Pedrinha com a rua do Gaiás. Este novo vial arranca da rotunda elevada do periférico (Avenida Torrente Ballester) e a partir do Multiusos materializa a fragmentaçom nom só desta parcela de forma triangular, senom que se superpom à Travessa da Ponte do Sar. Na segunda das peças, ao sul da

Apesar de todo isto, os autores do documento, e o Concelho que o assome, ainda acham “que se mantém o espaço natural livre de ocupaçons”, e que se combina esta suposta proteçom “com a introduçom de usos singulares de qualidade que acompanham as novas accesibilidades”, e que se estima que os previsíveis efeitos ambientais gerados pola actuaçom pública “nom son significativos, todo o contrário, representam umha oportunidade única de ordenar, proteger, melhorar, etc...” Como vemos, o documento passa do

Rua Tras San Fiz de Solovio Santiago DC

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oPedro o

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Contra a desfeita ambiental Para já, descarta-se umha actuaçom nom agressiva, riscada de “alternativa 0”, de suposta inactividade que dim, implicaria, “por mor dos impactos e riscos ambientais detectados”, (que vam ser agravados por novas ocupaçons, segregaçons e agressons), a paulatina perda dos valores reconhecidos. Umha actuaçom nom agressiva deveria visar a recuperaçom dos espaços atingidos nas últimas actuaçons, como as pistas e conduçons de saneamento, e evitar a segregaçom de novos espaços e mesmo recuperar alguns como o campo de futebol, para além de exercer umha acçom decidida contro todo tipo de despejos e contaminaçom. Todo a partir de umha focagem conservacionista, afastada da retórica pomposa e desenvolvimentista de arquitecto paisagista. Com certeza que nom falta umha longa relaçom de legislaçom autonómica, estatal e europeia que supostamente é rigorosamente observada. NÓS-UP manifesta-se contrária a estas actuaçons que tam só acelerarám a destruiçom de umha das mais genuínas zonas verdes de carácter natural que Compostela deve conservar e proteger. Ainda estamos a tempo. Salvemos as Branhas do Sar. Santa Clara 13, Baixo Santiago de Compostela Tel. 981 55 73 39

O Pedroso recomenda

cínico laio polos efeitos causados, nom o esqueçamos, polas acçons promovidas ao longo dos últimos anos precisamente polas entidades promotoras deste dislate, à justificaçom e a louvança de outras similares que virám reduzir e desvirtuar até o extremo o espaço natural, que muito nos tememos, passará a parecer-se a mais um “espaço verde” como o vizinho parque do Restrolhal, natureza domesticada, deserto verde.

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e d i t o r i a l

Consenso, silêncio e aplausos à Cidade da Cultura

O consenso aparece na Cidade da Cultura da mao da “flor e grana” de conhecidos empresários. Patrons identificados polo seu despreendimento, mecenato e defesa dos interesses da sociedade galega. Assim figuram entre os sócios que se apontárom a explorar o negócio, desde Unión Fenosa e a Fundación Barrie de la Maza ao Grupo Tojeiro, Inditex ou Hijos de J.Barreras, Inveravento ou o Grupo Coren. Todos eles esperam colher o seu cacho de beneficios de qualquer negócio que se faga na Cidade da Cultura e, com certeza, já sabem que estám cobertos nas perdas pola parte que toca responder à Junta de Galiza. O silêncio vem do papel que estám a representar PSOE e BNG. Que para a Cidade da Cultura pode dizer-se que tanto montam. Desde que perdêrom o poder, guardan silêncio absoluto a respeito da Ci-

o p i n i o m

bén deve aspirar a ser soterrado na cripta principal abaixo das Torres de Hejduk. Nom destoaria muito acarom do túmulo de Manuel Fraga. E já postos poderiam fazer-lhes companhia todos esses palmeiros que cantam e louvam o milagre que vam conseguir seis edifícios que ainda hoje nom se sabe para que vam servir mas dos que contam com fazer-se ricos, uns poucos escolhidos. Para estes persoeiros é irrelevante que com os dinheiro da Cidade da Cultura, pudesse haver hoje na Galiza três hospitais mais como o Clínico de Santiago, ou 215 escolas públicas de infantil e primário ou 30 residências para a terceira idade como a da Volta do Castro. O deles e olhar polos seus interesses, já seja negócio lucrativo ou perpetuar-se no poder. O dos homens e mulheres que fazemos parte da Plataforma Cultura sim Mausoleu Nom, é o de luitar para reconverter umha lousa para a cultura galega num complexo útil para os cidadaos e atender às necessidades em que somos deficitários ou vamos nos últimos lugares do ranking europeu.

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Xan Carlos Ansia

dade da Cultura. Nengumha iniciativa parlamentar, nengumha pergunta ou moçom sobre as obras do Gaiás ocupárom o trabalho parlamentar dos deputados do BNG e do PSOE. Nem o desfasamento orçamentário dos últimos meses, nem o luxo e despreendimento nas obras de adequaçom dos acessos, nem a utilizaçom de pedra foránea para os edifícios em construçom deixando a canteiras galegas à margem das compras, nem o projecto de abertura de vários edificios com incerto destino e nula necessidade cultural, nem o elevado custo da segurança do recinto, nem os acidentes laborais e condiçons de trabalho das empresas subcontradas nas obras, nem as previsons de mais de 60 milhons de euros de custo de manutençom do complexo. Parece que nada importa ao PSOE e ao BNG a respeito do que passe com a Cidade da Cultura. Os aplausos tenhen o seu máximo representante no presidente da Cámara de Compostela. O Bugalho nom é que bata palmas com cada lousa que escacha no Gaiás é que por ele estaríamos enterrando cartos na Cidade da Cultura até que chegasse aos 40 anos de poder na presidência da Cámara da nossa cidade. Sánchez Bugalho defende publicamente pôr o nome de Fraga Iribarne à Cidade da Cultura, mas tam-

Editorial >>

Os supostos casos de corrupçom vinculados com o caso Gürtel ou Carrumeiro, que implicariam dirigentes do PP e do BNG com actividades juridicamente penalizadas, de momento semelham práticas alheias à realidade de Compostela. A propaganda oficial de Rajói tem construído umha imagem imaculada honestidade na gestom municipal. Os escándalos tenhem sido contados e imediatamente sufocados polos meios de comunicaçom após componendas entre as cúpulas da partitocracia. Porém, há anos que circulam múltiplas informaçons sobre o abultado património de destacados políticos municipais da nossa cidade. Mas de momento isto nom passa do simples boatos e portanto até que denúncias concretas adquiram carácter penal ou política, carece de “importáncia”. Mas sabendo como funciona o sistema da democracia burguesa, das intrínsecas ligaçons entre poderes económicos e gestores políticos, do enorme peso do sector imobiliário e da construçom nas políticas urbanísticas, da promoçom do lucro e do enriquecimento acelerado como valores característicos da economia de mercado, seria umha enorme ingenuidade que o movimento popular acreditasse nas superstiçons e nos contos de fadas de presidentes de Cámara e concelheir@s honestos, que nom cobram comissons nem favorecem empresas de familiares e amizades. A experiência e a realidade generalizada da política municipal constata todo o contrário. Se nom fosse assim, porque tantos confrontos internos, tanta facada à hora de confeccionar listas eleitorais e eleger cabeças de cartaz para optar à cadeira municipal? Porque som parte dos que menos escrúpulos possuem, dos que nom lográrom atingir riqueza na empresa privada, ou magnates que necessitam um poder municipal mais dócil, os que optam a estes cargos nos partidos sistémicos?

oPedro o

Nom é a primeira vez, e lamentavelmente nom será a derradeira, que no editorial deste jornal municipal da esquerda independentista denunciamos a hipocrisia dos nossos governantes na hora de aparentarem fazer e na realidade nom agirem com o vigor que a realidade exige. Os inquilinos de Rajói tenhem construído umha falsa imagem à volta do seu compromisso com o idioma e a cultura da Galiza. De facto está estendido entre amplos sectores que a capital da Galiza está plenamente galeguizada. Porém um simples olhar à realidade mais alá da superfície constata que isto nom passa de umha simple aparência. Embora Bugalho nom professe em público esse auto-ódio e desprezo contra a nossa cultura do seu homólogo corunhês, o grupo municipal do BNG tampouco mantém interesse na promoçom e e dignificaçom da nossa língua nacional. Levamos anos denunciando a folcorizaçom e espanholizaçom das festas da cidade, exigindo à Cámara Municipal umhas festas em chave galega que nom favoreçam a imposiçom do espanhol em todos os meios. As nossas demandas, coincidentes com a opiniom generalizada da vizinhança progressista, caem umha e outra vez em saco roto. As festas e iniciativas “culturais” organizadas polo Concelho estám concebidas para satisfazer o turismo estrangeiro, basicamente o espanhol, em vez de contribuir para a construçom nacional da Galiza e a divulgaçom da nossa música e cultura.

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Xan Carlos Ansia fai parte da Plataforma Cultura sim Mausoleu Nom


Entrevista >>

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O Pedroso entrevistou

Maria Rodinho Presidenta pola CIG do Comité de Empresa de SEAGA da “provincia” de Corunha

“No PP nom existe nengum tipo de interesse pola situaçom d@s trabalhadoras de SEAGA nem pola situaçom do monte e o rural galego”

SEAGA, S.A. é umha sociedade pública, criada pola Administraçom Galega mediante o Decreto 260/2006 de 28/12/06 (DOG 18/01/07), adscrita à Conselharia do Meio Rural, para lhe encomendar trabalhos relacionados com matérias florestais, especialmente prevençom e luita contra os incêndios, elaboraçom de estudos, planos, projectos e qualquer tipo de consultoria e de assistência técnica e formativa. Também obras, trabalhos e prestaçom de serviços em matérias agropecuárias e de desenvolvimento rural.

Como foi a criaçom de umha empresa destas características, pode-se dizer que é a réplica “galega” da TRAGSA espanhola? Quanto ao formato da empresa e mesmo à forma de trabalhar, pode-se chamar a TRAGSA galega, com a diferença de que, no caso de SEAGA, até o momento, só abrange o sector agropecuário e florestal. As comparaçons tornam-se inevitáveis quando na criaçom de SEAGA muit@s trabalhadoras e trabalhadores, que devido à excesiva movilidade de pessoal que

realiza TRAGSA e à falta de trabalho no eido florestal na Galiza, se achavam trabalhando fora do País, e decidem apostar num projecto que se apresentava “atractivo” umha vez é criado por um governo “progressista”. A criaçom de SEAGA foi demasiado acelerada, improvisada ou con altas doses de irresponsabilidade. Só temos que remontar a Maio do 2007, quando começamos a trabalhar as primeiras pessoas num galpom de uns 40 metros quadrados, utilizado como armazém da Direcçom Geral de Montes, sem janelas, e com a missom de contratar para o mês seguinte umhas 800 pessoas e pôr em andamento o operativo de incêndios, com as suas equipas de protecçom, veí-

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oPedro o

“A temporalidade e eventualidade características de SEAGA coarctam em grande medida os protestos d@s trabalhadoras”

culos, cursos de formaçom... Foi umha situaçom difícil que pudemos solventar a base de muitas horas de trabalho e de muita vontade para que a empresa fosse adiante e o que parecia o início dumha mudança na política florestal galega chegasse a ser umha realidade. Qual foi a atitude dos sindicatos perante a conflitualidade causada polas condiçons de contrataçom e trabalho? Desde o início houvo um absoluto controlo sobre o pessoal baseado na premissa de que “todo o mundo quer ser funcionário” entendendo erroneamente por funcionári@ umha pessoa que tenta por todos os meios safar-se do trabalho. As múltiplas situaçons de conflitividade laboral figérom com que cada vez mais gente se achegasse aos sindicatos para fazer consultas e reclamar o seu passo pola empresa para poder mudar estas situaçons. Todo isto apesar da temporalidade e eventualidade. Num princípio existia um acordo de nom molestar demasiado durante os inícios da empresa, deixando que pouco a pouco fosse colhendo forma. Houvo denúncias às bases de contrataçom e à negativa das diferentes centrais sindicais a participar nos processos de selecçom de pessoal, já que o convite foi feito com umhas bases já aprovadas que os sindicatos deveriam asumir e figurar no processo de selecçom do pessoal como simples legitimadores do mesmo. Neste momento já estám em funcionamento os quatro Comités, com umha representaçom de 16 delegad@s CIG, 13 UGT, 9 CCOO e 2 CUT. Que perspectivas há para este servi-

ço com o PP na Junta ao se encontrar com um modelo tam diferrente ao empregado nos anos do “fraguismo”? O modelo de SEAGA é muito atrainte para qualquer governo, o Partido Popular, polas poucas declaraçons que estám a fazer, quer alargar o formato e as linhas de actuaçom da empresa, o que num princípio seria beneficioso para @ s trabalhadoras. Mas existe certo medo a que esta administraçom abandone en grande parte o trabalho florestal, do qual o nosso país anda escasso. O que está claro é que tenhem prevista umha reformulaçom da empresa para a adaptar aos seus modelos de trabalho. Como valorizas as mobilizaçons desenvolvidas até o momento? Positivamente tendo em conta a precariedade e eventualidade existentes na empresa assim como a labor policial nos diferentes graus hierárquicos. Conferências de imprensa, fechos, a assistência a um comício do PP en Lalim para denunciar os despedimentos, e fundamentalmente umha manifestaçom, a primeira que percorre as ruas do zona indústria do Tambre que consegue reunir quase 500 trabalhadoras, tod@s eventuais e de todo o País, é um saldo positivo para umha empresa de menos de três anos e muito pouco tempo de funcionamento dos Comités.

“A criaçom de SEAGA foi demasiado acelerada, improvisada ou con altas doses de irresponsabilidade” Qual é a situaçom actual d@s trabalhadores/as da empresa umha vez fechada a campanha deste verao? A actualidade em SEAGA é que somos umhas 2.100 trabalhadoras eventuais e 5 trabalhadoras fix@s, pessoal de quadro

pertencente à direcçom da empresa, já que em dous anos e meio de andamento de SEAGA nom se convocou nengum tipo de oposiçom ou concurso-oposiçom para a criaçom de vagas fixas. D@s 2.100, perto de 2.000 contratadas e dedicadas à prevençom e extinçom de incêndios, é dizer, pessoal que o próximo 30 de Setembro, data de remate da campanha, veremos finalizado o nosso contrato e teremos que procurar um trabalho que a Conselharia nom é capaz de garantir. O Conselheiro do Meio Rural fala de que o operativo do próximo ano seja só da Junta, do exército espanhol e

“A situaçom actual é de total incerteza, nom contamos com encomendas de obra para o Inverno, nem tam sequer que vai ser de SEAGA” das brigadas de concelhos. Qual será entom a situaçom das muitas pessoas que realizárom três campanhas de incêndios com SEAGA?, levará-se em conta como pontuaçom para a inclusom em listagens de contrataçom na Junta, levando em conta que o trabalho realizado é exactamente o mesmo? A situaçom actual é de total incerteza, nom contamos com encomendas de obra para o Inverno, nom sabemos que vai ser dos profissionais do sector florestal, dos profissionais do sector agropecuário, nem tam sequer que vai ser de SEAGA. Se algo tenho claro nesta altura é que desde o PP nom existe nengum tipo de interesse pola situaçom d@s trabalhadoras de SEAGA nem pola situaçom do monte e o rural galego. O interesse está em buscar a melhor fórmula de utilizar SEAGA como propaganda eleitoral, depois da situaçom em que nos deixou o bipartido, tenhem na sua mao fazer qualquer cousa, mas nós algumha cousa teremos que dizer.


Jacobeu 2010

Começa a feira

Às portas do ano 2010, começa a ser palpável o interesse com o que as administraçons municipal e autonómica afrontam o vindouro ano Jacobeu. Como nom podia ser de outra maneira, mais umha vez a celebraçom deste fasto eclesiástico será aproveitado para projectar umha imagem turística da nossa cidade e do conjunto do País por todo o mundo. Desta volta parece que o interesse é ainda maior que em ocasions prévias, já que até 2021 nom voltará coincidir o 25 de Julho em Domingo; quer dizer, passarám 11 anos até que os fiéis católicos podam receber de novo a indulgência plenária por passar a Porta Santa e escuitar umha missa na catedral compostelana. Porém, e apesar da singularidade do momento provocada polo tempo que haverá que aguardar por um novo ano santo, nesta ocasiom o orçamento destinado ao Jacobeu será sensivelmente menor que noutras ediçons, a raiz das evidentes dificuldades eco-

Como sempre, das instituiçons insiste-se no benefício económico gerado pola indústria turística. Benefício que haveria que pôr em questom se considerarmos as pejas geradas pola conversom do núcleo histórico compostelano num parque temático. Dumha banda, o evidente estranhamento da principal área urbana de Compostela para o conjunto dos seus habitantes, convertida em inabitável para todo aquele que nom for um turista. Mas também haveria que reflectir sobre os efeitos que teriam sobre outros sectores económicos produtivos a ingente quantidade de investimentos que vam para as arcas do Jacobeu. Acaso nom é umha evidência que de destinar-se esse volume de capital à promoçom de outro tipo de actividades industriais e comerciais nom se conseguiriam efeitos que melhorassem o tecido produtivo da nossa cidade? Reparemos que a parte fundamental do efeito perceptível pola maioria da populaçom dos benefícios económicos gerados polo Jacobeu é o da criaçom de emprego, mas um tipo de emprego centrado basicamente na hotelaria e sob umhas condiçons la-

Entende-se dentro desta lógica a atitude mantida por Bugalho em datas recentes a raiz das mobilizaçons da gadaria quando manifestou o seu mal-estar pola péssima imagem que transmitia a nossa cidade inçada de tractores. Declaraçons que iam na mesma linha que as manifestadas polo Cabido da catedral em relaçom com as mobilizaçons do Dia da Pátria, que segundo eles deveriam ser afastadas da área envolvente da sede eclesiástica. Assim transmite-se a ideia clara de que na Compostela do Jacobeu nom há lugar para todo aquilo que rompa a idílica imagem do centro de peregrinaçom e paraíso artístico, disponível para visitar mas proibido para habitar com normalidade.

Ocupaçom policial Deste jeito, e em previsom de que na cidade puidera existir quem nom esteja muito de acordo com as intençons dos nossos governantes já se figérom públicas algumhas das medidas de “segurança” impostas para velar pola manutençom da Pax Jacobeia. Assim na nossa cidade contaremos com a presença de arredor de 1.000 efectivos dos “corpos de segurança do Estado”, do total de 8.111 que componhem os diferentes corpos policiais presentes na Galiza. Efectivos entre os que se incluirám a 8ª Unidade de Intervençom Policial, os conhecidos anti-distúrbios, que durante o Jacobeu terám como base Compostela, para além de um esquadrom da cavalaria da Guarda Civil que patrulhará polas vias de peregrinaçom. Em resumo, ademais dos milhares de turistas que invadirám as nossas ruas contaremos com umha invasom literal dum contingente armado que se encarregará de que na cidade nom passe nada que puder romper o idílico cenário desenhado polos nossos governantes. Preparemo-nos pois a sofrer o que nos espera: um novo Jacobeu onde as previsons dim que aumentará consideravelmente o volume de turistas em relaçom com os anos anteriores e no que fazer umha vida normal na nossa cidade tornará-se praticamente impossível. Aguardam por nós uns meses em que teremos que conviver com controlos policiais, mais engarrafamentos dos habituais e com a consabida pergunta que dezenas de tipinhos formularam com acento madrileno “mira, perdona, la catedrá?”.

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O que cabe perguntar é em que afectará à quotidianeidade dos vizinhos e vizinhas da nossa cidade a celebraçom deste magno acontecimento.

borais péssimas. É especialmente grave que no momento em que a crise económica está a levar ao desemprego centenas de habitantes da nossa cidade as autoridades públicas insistam em centrar todo os seus esforços em potencializar o turismo e quase nom prestar atençom a outros sectores onde as condiçons laborais adoitam a ser muito melhores que na hotelaria. Assim, o comum da vizinhança de Compostela recebe do Jacobeu como benefício apenas um refugalho consistente na possibilidade de aceder a um emprego precarizado e umha oferta cultural de grandes fastos durante um ano, mas como efeito negativo sofre toda umha série de agravos derivados de morar numha cidade cada vez mais pensada para ser gozada polo visitante temporário e nom polo habitante quotidiano. Parece evidente que para a Cámara Municipal de Compostela a palavra de ordem a seguir é: “@s de aqui sobram”.

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nómicas que provoca a crise, embora vaia andar por volta dos 100 milhons de euros. A crise obriga a apertar o cinto moderadamente mas, em todo o caso, o programa habitual desenhado pola primeira vez para o Jacobeu do 1993 voltará a ser repetido e contaremos com grandes fastos, patrocínios variados e milhares de turistas ocupando as ruas da zona velha.

Análise >>

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Municipal >>

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Ocupaçom policial nas jornadas prévias ao Dia da Pátria Um ano mais, o Estado espanhol ocupou policialmente Compostela como medida dissuasória para evitar a participaçom popular nas jornadas de luita juvenil do 24 de Julho e na mobilizaçom soberanista do Dia da Pátria. A imposiçom de um estado de excepçom de baixa intensidade na Capital da Galiza tenta dificultar ainda mais o exercício da liberdade de expressom e circulaçom. A presença contínua da UIP em pontos do centro e a realizaçom de controlos às entradas da cidade procuram dificultar a participaçom nas jornadas parióticas e revolucionárias do 24 e 25 de Julho. Com esta intolerável e abafante ocupaçom policial, o Regime pretende intimidar a militáncia da esquerda independentista na hora de informar sobre os actos do Dia Nacional da Galiza. Mas, tal como vem acontecendo ano após ano, a eficácia desta exibiçom de força por parte das autoridades espanholas nom logra o seu verdadeiro fim. Os espectaculares controlos, a injus-

tificada presença de fardados e veículos das forças repressivas em praças e ruas, as identificaçons arbitrárias, a requisiçom de material e propaganda política, a pressom sobre a militáncia

Polícias antidistúrbios rodeiam a praça do Toural durante o comício final

da esquerda independentista, embora dificulte, nom impossibilita visibilizar que somos umha naçom que luita polos seus direitos negados por Espanha e o Capital.

Silêncio municipal

Embora a Cámara Municipal e os meios de comunicaçom teimem em ocultar esta realidade insistindo na projecçom das espanholíssimas festas do Apóstolo, o turismo que nos visita nom evita saber que o 24 e o 25 de Julho, além de dias de festa, também som de luita. NÓS-UP solicitou um ano mais ao governo municipal do PSOE-BNG que realizara as gestons oportunas para o recolhimento das forças policiais, para a sua saída imediata da cidade. O silêncio foi novamente a resposta do PSOEBNG a umha reclamaçom cada dia mais ampla entre o povo trabalhador compostelano. Nem som necessárias, nem som bem acolhidas por amplos sectores da vizinhança, que se sentem intimidados e conculcados os direitos básicos de circulaçom e expressom.

STOP HOMOFOBIA

Suspensom imediata do concerto de Sizzla Kalonji as medidas oportunas para evitar esta infame actuaçom que atenta contra os direitos, a dignidade e as liberdades.

PODES COLABORAR COM AS INICIATIVAS Enviando mail para: maribolheras@ hotmail.com

O músico jamaicano tem umha causa aberta na Alemanha, de onde foi expulso, polas vinculaçons ao assassinato de um gai produzida depois de umha das suas actuaçons apologéticas da morte de homossexuais.

NÓS-UP também solicita um posicionamento das três forças políticas com representaçom municipal declarando Sizzla Kalonji persoa nom grata na nossa cidade. Cumpre umha resposta urgente e contundente contra este tipo de espectáculos antagónicos com a liberdade de expressom.

Exige a cancelaçom do concerto -Escreve e chama à Sala Capitol salacapitol@salacapitol.com tfne: 981 57 43 99

NÓS-UP solicita à promotora do concerto IdeaRock, à gerência da Sala Capitol, à Cámara Municipal e à Junta da Galiza a que adoptem

NÓS-UP apoia as iniciativas em marcha que colectivos e organizaçons tenhem anunciando para evitar esta actuaçom.

Cançons como “Get To Da Point”, “Nah Apologize”, “Boom boom” ou “Pum Up” exprimem umhas posiçons ultras e reaccionárias de ódio e discriminaçom que o povo de Compostela nom pode permitir.

Para a sexta-feira 30 de Outubro está previsto um concerto do músico jamaicano Sizzla na Sala Capitol. O cantor de música reggae tem um repertório inçado de abjectas letras homofóbicas que atentam contra os direitos sexuais como “mata um maricom e sente-te orgulhoso”, onde sem pudor se apela ao assassinato de homossexuais e transexuais.

-Escreve e chama a IdeaRock (a promotora do concerto na Galiza) tfne: 986 47 25 56 idea@idearock.com

Governo municipal censura reivindicaçons políticas

Como vem sendo habitual, a Assembleia Comarcal de NÓS-UP de Compostela organizou na noite do 23 de Junho a tradicional cacharela para comemorar a entrada no solstício de verao. Porém nesta ocasiom a autorizaçom municipal descartava a presença de qualquer “simbologia política” na Praça do Matadeiro, o local escolhido para realizar esta festa popular de grande tradiçom. Nem bandeiras galegas, nem vermelhas, nem faixas de qualquer tipo podiam ser exibidas na praça sob ameaça de imediata proibiçom do evento. Umha decisom adoptada ad hoc para NÓS-UP pois para a Cámara Municipal nom há problema

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Mordaça na cacharela do 23 de Junho algum em exibir propaganda comercial de qualquer tipo ou das outras entidades organizadoras. Já se vê que a lei é igual para todo o mundo! Nesta ocasiom a vereadora de “segurança cidadá” e circulaçom, Marta Alvarez-Santullhano instigou a insídia da polícia municipal, que começou por exigir medidas de segurança para o lume muito por cima das aconselhadas polo perito dos bombeiros, e continuou toda a noite a despejar as pessoas que assistiam à cacharela desde a baranda da rua Alher Ulhoa, chegando a interromper absurdamente o tráfego rodado por quase dez minutos com um carro policial atrancando toda a via.

Nom é a primeira vez que a equipa do PSOEBNG pretende amordaçar a esquerda independentista. Em 2002 foi proibida a sua organizaçom, impossibilitando que NÓS-UP poidesse organizar a lumeirada. Como vem sendo habitual desde 2000 milhares de pessoas ateigárom a praça do Matadeiro na IX ediçom da cacharela independentista para desfrutar de pam com chouriço de graça, bebidas a preços populares e a boa música tradicional ao vivo.


Na Galiza só em galego

Pola hegemonia social do galego As ruas de Compostela fôrom pequenas para acolher a maré humana que domingo 18 de Outubro inundou a capital da Galiza para defender o nosso idioma. A Plataforma Galego Sempre Mais, que aglutina a entidades e colectivos que apostam polo monolingúismo social e o reintegracionismo lingüístico, participou activamente na histórica mobilizaçom de massas com um discurso próprio. Centenares de pessoas participárom no bloco laranja defendendo a plena e integral galeguizaçom da nossa sociedade e a unidade lingüística galego-luso-brasileira da melhor maneira possível: com a prática coerente. Umha faixa cor de laranja segurada só por activistas da defesa da língua

abria o cortejo da maior mobilizaçom do reintegracionismo, à qual se incorporou toda a pluralidade deste movimento patriótico, com umha legenda tam clara como adequada: “Contra o bilingüismo, pola hegemonia social do galego”. Após percorrer as ruas dos bairros novos compostelanos, a activa mobilizaçom reintegracionista, em que se escuitárom permanentes palavras de ordem a prol do idioma galego, contra o PP e o espanholismo, pola independência nacional, concluiu na praça do Toural, onde o escritor Séchu Sende e a activista cultural Beatriz Peres, da Gentalha do Pichel, lêrom o manifesto de Galego Sempre Mais. A iniciativa finalizou com o Hino Nacional.

Municipal >>

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Governo municipal cede às pressons da extrema-direita

Conde Roa insiste em fechar o CS Henriqueta Outeiro primentos na licença de abertura justificaçom esta ofensiva política da oligarquia compostelana contra os espaços do movimento popular. Tanto a Gentalha como a Sala Nasa lográrom superar com grandes esforços económicos as exigências municipais para manter aberto os respectivos locais.

Ordes: Absoluçom por pintar placa do “soldado Lois” Em Dezembro de 2005 fôram retiradas parcialmente as placas com os nomes fascistas do rueiro de Ordes, e na primavera do ano seguinte foi pintada de cor de rosa a placa do monumento ao “soldado Lois” situada na alameda central da localidade, a cinquenta metros da Cámara Municipal. O fascismo local converteu a morte deste jovem, de origem popular e recrutado à força em Agosto de 1936, num involuntário icone da “cruzada nacional” e ainda anualmente segue recebendo umha homenagem onde participam as autoridades locais, mas também o “Tercio norte da infantaria de Marinha”. Por se isto nom fosse suficiente, na parede norte do cemitério local, onde estám os restos das dúzias de vizinh@s da comarca assassinad@s polos esquadrons da morte falangistas levanta-se irrespeituosamente um outro monumento-tumba ao “soldado Lois”. Só desde umha enfermiça visom vengativa se pode compreender

que os vencedores levantem um monumento à “vitória” sobre as fossas comuns d@s vizinh@s assassinad@s A raíz dessa acçom três militantes de NÓS-UP fôrom detid@s na madrugada de 23 de Março de 2006. Porém erros na denúncia venhem de saldar-se com a absoluçom e a entrega de todos os materiais incautados. NÓS-UP solicita umha vez mais ao actual governo municipal a retirada de toda simbologia fascista de Ordes e a susbtituiçom do monólito ao “soldado Lois” por um novo monumento que honre às autoridades municipais de Julho de 1936 e a todos @s vizinh@s do Concelho vilmente assassinad@s polo franquismo. Nom podemos esquecer que Ordes, com menos de dous mil habitantes em 1936, tem o “mérito” de ser um das povos da Galiza com maior número de passeados.

Concelho colabora na perseguiçom do CS Henriqueta Outeiro Perante as pressons políticas e mediáticas dos sectores mais reacionários da cidade o governo municipal PSOE-BNG opta por ceder às demandas do Opus Dei e do franquismo. De momento o CS Henriqueta Outeiro tem respondido ao requirimento do Serviço de Disciplina Urbanística manifestando que é um local auto-gerido que carece de qualquer ánimo de lucro, que as suas actividades estám centradas na difusom e promoçom da língua e cultura nacional e dos valores da esquerda. Assimesmo também comunicou ao Concelho que cumprindo a normativa vigorante tem plena disposiçom para que téncicos municipais realizem as inspecciçons necessárias colaborando com a instituiçom municipal para solventar qualquer incidência que poda ser detectada.

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da nossa cidade os locais autogeridos em defesa da língua e cultura galega. Mas basicamente pretende empregar este assunto como ariete contra o governo municipal no seu desesperado objectivo de atingir a presidência da Cámara Municipal. Formalmente carências, deficiências e incum-

oPedro o

O PP de Compostela tentou infrutuosamente fechar os centros sociais A Gentalha do Pichel e Henriqueta Outeiro, assim como a Sala Nasa. Nas delirantes denúncias o grupo municipal encabeçado por Conde Roa vinculou estes três espaços com “actividades ilícitas” constatando que o que realmente procura o PP é erradicar


Organizado por NÓS-UP em Miranda, Castro Verde

Emotiva homenagem à revolucionária Henriqueta Outeiro A IX ediçom do Dia da Galiza Combatente reivindicou a memória da luita social e política galega. Coincidindo com o vigésimo aniversário da morte da feminista e comunista Henriqueta Outeiro, a militáncia independentista fundiu-se com amizades e vizinhança da freguesia de Miranda para lembrar a grande filha de Castro Verde, quem por méritos próprios atingiu elevadas responsabilidades políticas e militares na guerrilha galega antifranquista.

namentos da trajectória de Henriqueta para a juventude independentista e revolucionário de hoje. Belém Grandal recitou também uns versos dedicados à homenageada, que fôrom respondidos com umha grande ovaçom.

bandeiras da Pátria e vermelhas em direcçom ao interior do cemitério completando assim a homenagem ao pé do túmulo de Henriqueta Outeiro. Um grande número de cravos vermelhos cobriu-no em sinal de reconhecimento.

Posteriormente o porta-voz nacional de NÓS-Unidade Popular, realizou público reconhecimento de todas as correntes da esquerda actuantes na Galiza frente

Foi entom quando um amigo pessoal de Henriqueta e vizinho de Miranda, de nome Manuel, tomou a palavra para lembrar, emocionado, que a sua vizinha

Por volta das 13 horas do domingo 11 de Outubro, com o muro do cemitério onde jazem os restos de Henriqueta como pano de fundo, começou um emocionante acto político que incluiu música, poesia, lembranças pessoais e um discurso político que sublinhou a actualidade da luita protagonizada pola velha combatente. Conduzido polo companheiro Alberte Moço, membro da Direcçom Nacional de NÓS-UP, o acto começou com a interpretaçom do Hino do Antigo Reino da Galiza por parte de três gaiteiros. Seguírom-se as palavras de Rosa Casais, em nome da Assembleia Aberta do Centro Social Henriqueta Outeiro, que lembrou os motivos da assunçom da figura e o legado da protagonista da jornada na comarca luguesa. O companheiro Ramiro Vidal Alvarinho recitou um poema inédito para a seguir Noela Campanha, em representaçom de BRIGA, sublinhar os importantes ensi-

Pouco depois das emocionantes palavras de Manuel, como umha só voz, ouviu-se o canto colectivo do Hino da Internacional, que deu passagem ao do nosso Hino Nacional, Os Pinheiros, acompanhado novamente polas gaitas. Ardeu umha bandeira espanhola entre os aplausos generalizados e os vivas à Galiza ceive. Passadas as duas da tarde, um restaurante de Castro Verde ficou pequeno para acolher a militáncia da esquerda independentista congregada para um jantar esplêndido e um brinde pola memória viva de Henriqueta Outeiro, a “aprendiz de bolchevique”. À meia tarde concluiu um dos melhores dias da Galiza Combatente desde aquela primeira ediçom de 2001.

Editada biografia da guerrilheira à ditadura, e nom só das estritamente adscritas ao galeguismo. Maurício Castro ligou também as luitas do século XX com as que na actualidade devem continuar a ser dadas, referindo o caso do idioma pola sua actualidade e urgência. O acto continuou com umha marcha de

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oPedro o vozeiro comarcal de NÓS-Unidade Popular da comarca de Compostela

aldeia durante a etapa final da sua vida. Nom podiam perdoar-lhe a integridade pessoal e política com que viveu até o derradeiro fôlego.

foi “umha grande mulher”, luitadora e humilde, que deu um grande serviço ao seu povo, tanto como mestra das crianças da zona, como sendo fiel a uns ideais. Como curiosidade significativa, lembrou que a Guarda Civil nunca deixou de vigiá-la, nem mesmo na sua

No quadro das iniciativas de homenagem a Henriqueta Outeiro NÓS-UP publicou um caderno biográfico da grande luitadora galega. A biografia pode ser visitada e lida gratuitamente no nosso web, se bem existe também umha ediçom impressa à venda, acompanhada de um dvd com imagens da sua vida.

Conselho de Redacçom: Anjo Paz, José Dias Cadaveira, César Campos, Yasmina Garcia, Carlos Morais, Sérgio Pinheiro, Jacobe Ribeiro, André Seoane Antelo, Patrícia Soares Saians. Imprime: Tameiga • Edita: NÓS-Unidade Popular da Comarca de Compostela. Rua Quiroga Palácios, 42, rés-do-chao, Compostela · Galiza Tels. 881 979 561 · 609 338 370 • e-mail: nosup-compostela@nosgaliza.org • Correcçom lingüística: galizaemgalego Publicaçom trimestral de NÓS-UP da Comarca de Compostela • Distribuiçom gratuita. Permite-se a reproduçom total ou parcial dos artigos e informaçons sempre que se citar a fonte. O Pedroso nom partilha necessariamente a opiniom dos artigos assinados. O Pedroso nº38 · Julho-Setembro 2009 • Tiragem: 5.000 exemplares • Depósito Legal: C-1002-01 • Encerramento da ediçom: 20 de Outubro de 2009

www.nosgaliza.org


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