APRESENTAÇÃO
Esta cartilha tem o objetivo de contribuir com os alunos, pais e professores, a fim de superar uma visão simplificada a respeito das necessidades educacionais especiais, que até então ficaram limitadas aquelas de cunho manifesto, ou seja, motoras, visuais e auditivas. As possibilidades de aprender não estão restritas às condições físicas, mas também às condições psíquicas. Desta forma, um número reduzido de indivíduos não possui, no todo ou em parte, o aparelhamento neurofisiológico necessário a uma boa aprendizagem
O QUE SÃO OS TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO?
Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) são distúrbios nas interações sociais recíprocas, que costumam manifestar-se nos primeiros cinco anos de vida. Caracterizam-se pelos padrões de comunicação estereotipados e repetitivos, assim como pelo estreitamento nos interesses e nas atividades.
O QUE AFETA NO ALUNO?
Os Transtornos Globais do Desenvolvimento causam variações na atenção, na concentração e, eventualmente, na coordenação motora. Mudanças de humor sem causa aparente e acessos de agressividade são comuns em alguns casos. As crianças apresentam seus interesses de maneira diferenciada e podem fixar sua atenção em uma só atividade, como observar determinados objetos, por exemplo.
COMO LIDAR COM O TGD NA ESCOLA?
Alunos com transtornos de desenvolvimento apresentam-se diferente e merecem atenção com relação às áreas de interação social, comunicação e comportamento. Na escola, mesmo com tempos diferentes de aprendizagem, esses alunos devem ser incluídos em classes com os pares da mesma faixa etária.
COMO DEVE AGIR O PROFESSOR AO PERCEBER ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM?
O professor é o elemento fundamental no processo de descoberta dos transtornos. Ao lidar com o aluno no dia a dia, ele é muitas vezes o primeiro a perceber a irregularidade, em qualquer idade, já que estes sintomas só se evidenciam quando o indivíduo é colocado em situação de aprendizagem. Estes podem ter sido despercebidos ou ignorados pela família até então. Observado e
comprovado algo de irregular, o professor deve procurar imediatamente a coordenação pedagógica da instituição, caso haja, para colocar a par os profissionais responsáveis.
O QUE É AUTISMO? O autismo é um conjunto de alterações e transtornos que afeta o crescimento normal da criança, alterando o desenvolvimento do seu sistema nervoso central. O autismo afeta às capacidades de reconhecimento e de comunicação social da criança, ao mesmo tempo em que coloca em evidência comportamentos repetidos, uma tendência à rotina e à solidão. Também dificulta a imaginação social da criança. O autismo é irreversível e até pouco tempo atrás, se acreditava que a pessoa autista era incapaz de se comunicar. Com os anos e as investigações que crescem cada dia, se observou que as crianças com autismo podem se comunicar, ainda que tenham muitas dificuldades para isso.
O QUE AFETA NO ALUNO?
As crianças autistas têm muitas dificuldades em integrarem-se em ambientes educacionais. As dificuldades demonstradas são: dificuldade de organização, distração e dificuldade em sequenciar. A organização de uma tarefa é difícil para um autista, pois requer compreensão do que se pretende fazer, e um plano para executar essa tarefa. Muitas vezes, os autistas não são capazes de executar essa tarefa. A distração é um dos maiores problemas de uma criança autista, pois qualquer ruído vindo do exterior, ou mesmo do interior da sala, é motivo para a criança se desconcentrar. A identificação do que distrai a criança, é um passo muito importante, pois podemos ajudá-la a voltar à sua tarefa. Outro problema dos autistas é a dificuldade em sequenciar, uma vez que estes têm dificuldades em se lembrar da ordem da realização das tarefas, e geralmente nem vêm relação entre as diversas atividades. Por exemplo, não percebem bem que se desarrumam a sala, têm que a arrumar.
COMO LIDAR COM O AUTISMO NA ESCOLA?
A convivência com as crianças na escola, seja em sala de aula, seja nos momentos de interação social e lazer, possibilita a percepção de uma variabilidade e diversidade enorme de características que os educando podem apresentar. Os professores e o ambiente escolar são referências determinantes para a vida e o desenvolvimento da criança e do adolescente. Na escola, os alunos passam diariamente horas sob o olhar de educadores treinados a acompanhar sua aprendizagem e socialização. Portanto, não é raro que as primeiras dúvidas sobre o desenvolvimento da criança sejam levantadas pelos educadores da criança ou do adolescente.
COMO A ESCOLA DEVE AGIR?
É muito importante que o encaminhamento para o setor de saúde mental infantil seja feito o mais rápido possível a fim de se estabelecer um diagnóstico confiável e tratamento efetivo para a criança ou adolescente. A demanda por informação e orientação nessa área tem aumentado devido às mudanças recentes da legislação educacional, que agora exigem a inclusão do indivíduo diagnosticado com autismo na escola. A integração do autista na escola regular tem um papel importantíssimo no desenvolvimento de qualquer criança, contribuindo em muito para as construções de relações através do convívio social. Fundamental para o para o processo de socialização do indivíduo, para sua formação e desenvolvimento é a educação, seja na escola, instituição formal ou por meio da educação não formal, pois os espaços educacionais ampliam-se para além dos muros escolares, englobando vários aspectos de interação social. Estudos e pesquisas atuais demonstram que a inclusão de autistas na escola regular passa a ser uma questão interdisciplinar que extrapola a pedagogia, a didática, os métodos e os currículos a cumprir. Pela diversidade de algumas manifestações e peculiaridades, tais como: pouco contato social, comportamento bizarros e estereotipados, auto agressividade, comprometimento na comunicação, prejuízo no desenvolvimento das funções psicológico superiores, tornando-se difícil
o diagnóstico de autismo, assim como atendimentos eficazes nas áreas: médicas, psicológicas e pedagógicas.
COMO O PROFESSOR DEVE AGIR?
O professor é a pessoa mais importante no processo de aprendizagem do aluno. Como educadores devemos nos conscientizar disso e procurar obter uma melhor compreensão de como o aprendizado efetivamente ocorre. É imprescindível que o educador e qualquer outro profissional que trabalhe junto à pessoa com autismo seja um conhecedor da síndrome e de suas características inerentes. Porém, tais conhecimentos devem servir como sustento positivo para o planejamento das ações a serem praticadas e executadas e não como desculpas para o abandono à causa.
O QUE É SÍNDROME DE ASPERGER?
A Síndrome de Asperger é um Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD), resultante de uma desordem genética, e que apresenta muitas semelhanças com relação ao autismo. Ao contrário do que ocorre no autismo, contudo, crianças com Asperger não apresentam grandes atrasos no desenvolvimento da fala e nem sofrem com comprometimento cognitivo grave. Esses alunos costumam escolher temas de interesse, que podem ser únicos por longos períodos de tempo - quando gostam do tema "dinossauros", por exemplo, falam repetidamente nesse assunto. Habilidades incomuns, como memorização de sequências matemáticas ou de mapas, são bastantes presentes em pessoas com essa síndrome. Na infância, essas crianças apresentam déficits no desenvolvimento motor e podem ter dificuldades para segurar o lápis para escrever. Estruturam seu pensamento de forma bastante concreta e não conseguem interpretar metáforas e ironias - o que interfere no processo de comunicação. Além disso, não sabem como usar os movimentos corporais e os gestos na comunicação não-verbal e se apegam a rituais, tendo dificuldades para realizar atividades que fogem à rotina.
O QUE AFETA NO ALUNO?
Algumas das características peculiares mais frequentemente apresentadas pelos portadores da Síndrome de Asperger são: Atraso na fala, mas com desenvolvimento fluente da linguagem verbal antes do cinco anos e geralmente com: Dificuldades na linguagem, Linguagem pedante e rebuscada, Ecolalia ou repetição de palavras ou frases ouvidas de outros, Voz pouco emotiva e sem entonação. Interesses restritos: escolhem um assunto de interesse, que pode ser seu único interesse por muito tempo. Costumam apegar-se a mais às questões factuais do que ao significado. Casos comuns são interesse exacerbado por coleções (dinossauros, carros, etc.) e cálculos. A atenção ao assunto escolhido existe em detrimento a assuntos sociais ou cotidianos; Presença
de
habilidades
incomuns
como
cálculos
de
calendário,
memorização de grandes seqüências como mapas de cidades, cálculos matemáticos complexos, ouvido musical absoluto etc.; Interpretação literal, incapacidade para interpretar mentiras, metáforas, ironias, frases com duplo sentido, etc.;
COMO LIDAR COM OS ALUNOS PORTADORES DA SÍNDROME DE ASPERGER NA ESCOLA?
As recomendações são semelhantes às do autismo. Respeite o tempo de aprendizagem do aluno e estimule a comunicação com os colegas. Converse com ele de maneira clara e objetiva e apresente as atividades visualmente, para evitar ruídos na compreensão do que deve ser feito. Também é aconselhável explorar os temas de interesse do aluno para abordar novos assuntos, ligados às expectativas de aprendizagem. Se ele tem uma
coleção de carrinhos, por exemplo, utilize-a para introduzir o sistema de numeração. Ações que escapam à rotina devem ser comunicadas antecipadamente.
COMO A ESCOLA DEVE AGIR?
Entendendo que a escola é um espaço social pensado para ter acesso ao conhecimento e para troca de experiências, entendemos que ela precisa se adaptar para atender a todos os alunos, inclusive aqueles que demandam maior apoio no processo educacional. Assim, é necessário repensar uma abrangente educação inclusiva. O trabalho da escola, nesse sentido, sempre é intencional. Partindo da perspectiva de que a escola e a sala de aula são um dos lugares do processo de ensino-aprendizagem, temos nessa teia uma grande diversidade de alunos que aprendem em locais diferentes. Contudo, a escola, a todo instante, busca a homogeneização, enquadrando os sujeitos nas amarras institucionais, não atendendo, assim, às suas especificidades e diferenças individuais, o que gera uma relação paradoxal entre inclusão e exclusão grosso modo.
COMO O PROFESSOR DEVE AGIR?
ENCAMINHAMENTO AO NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO
Após ser feita uma reunião com os demais Professores, será encaminhada uma ficha sobre o comportamento e dificuldades do aluno para o Núcleo Regional de Educação (NRE), e então esse aluno será encaminhado para um atendimento especial na Sala de Recurso. O QUE É A SALA DE RECURSO?
O programa da sala de recurso oferta um Atendimento Educacional Especializado (AEE), prestado de forma complementar ou suplementar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades/superdotação matriculados em classes comuns do ensino regular, assegurando-lhes condições de acesso, participação e aprendizagem. Geralmente quem faz esse tipo de atendimento é um Professor especializado ou um Psicólogo. O atendimento será realizado em uma sala separada, com uma professora especializada e preparada para fazer esse tipo de atendimento individual.
OS ALUNOS COM DIAGNÓSTICO DE ALGUM TRANSTORNO TÊM DIREITO A UMA ATENÇÃO ESPECIAL EM MOMENTOS DE AVALIAÇÃO?
Dependendo do tipo de transtorno diagnosticado, o aluno tem o direito assegurado de fazer sua avaliação em local apropriado, como é o caso, por exemplo, do Transtorno do Déficit de Atenção e da Dislexia. Todo elemento que possa interferir na concentração do aluno (DA) ou compreensão (Dislexia) e, consequentemente, no seu entendimento às questões da avaliação, implicará um desempenho sofrível.
AVALIAÇÃO FLEXIBILIZADA Para medir o conhecimento dos TGD, os mecanismos de análise e os indicadores de aprendizado devem variar conforme as possibilidades de cada um.
Ou seja, é preciso flexibilizar o modo de avaliar, cada aluno será avaliado de acordo suas necessidades e dificuldades, (Avaliação oral, individual ou até mesmo transcrita pelo Professor). A quantidade de questões também deve ser adequada ao tempo de raciocínio do aluno TGD.
COMO DEVE SE PORTAR A FAMÍLIA NESTE CONTEXTO?
A família deve ser contatada pela escola logo que esta perceba algo irregular na aprendizagem de alguns de seus alunos. Pode ocorrer que a família já tenha conhecimento do problema e, se isso não acontecer, cabe à escola fazê-lo de forma sutil e clara para que a própria família não veja isso com lentes de aumento e acabe por rotular o (a) filho (a), ou, por outro lado, tirá-lo (a) da escola, negando-se a enfrentar o problema. É de extrema importância que família e escola se unam no apoio ao tratamento
PROGRAMAS DE PARCERIAS COM PROFISSIONAIS DA SAÚDE
Além da sala de recurso, existem outras parcerias que dão suporte para os alunos com Transtornos (TGD). Um dos programas de parcerias do município de Foz do Iguaçu é o Centro de atendimento a criança com autismo (CENCRIA), no qual são oferecidos atendimentos com diversos profissionais especializados, onde a partir do diagnóstico, o aluno será encaminhado para outros Profissionais da saúde.
EXISTE ALGUMA LEGISLAÇÃO QUE AMPARA A ESCOLA E OS ALUNOS PORTADORES DESTES TRANSTORNOS?
A primeira delas é aquela que lhes garante a Constituição Federal de 1988:
Art. 205 que trata a educação como direito de todos e dever do Estado e deve ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206. Determina que o ensino seja ministrado com base nos seguintes princípios: I- igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
Art. 208. Postula que é dever do Estado com a Educação sendo esta efetivada mediante a garantia de: III- atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) /1990 dispõe sobre a proteção integral da criança e do adolescente;
Art. 4º o Estatuto define as esferas protetivas da criança e do adolescente: é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Art. 5º. Define: nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido, na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
De acordo com a resolução CNE/CEB nº 2/2001, a educação Transtornos de aprendizagem enquadra-se como modalidade de educação escolar, entendo-a como processo educacional definido por uma proposta pedagógica que assegure recursos e serviços educacionais especiais que apoiem, complementem, suplementem e em alguns casos, extrapolem os serviços educacionais comuns no sentido de garantir a educação escolar e promovam o desenvolvimento das potencialidades dos alunos que apresentem necessidades educativas especiais.
ATIVIDADES PARA TRABALHAR COM ALUNOS COM TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO: ATIVIDADES PARA TRABALHAR COM ALUNOS AUTISTAS: http://pt.slideshare.net/SimoneHelenDrumond/80-planejamento-de-atividades-para-desenvolvera-linguagem-do-autista http://diversa.org.br/uploads/gestao_publica/caderno_pedagogico_autismo.pdf
https://www.facebook.com/rythelle/?hc_ref=PAGES_TIMELINE
ATIVIDADES PARA TRABALHAR COM ALUNOS COM SĂ?NDROME DE ASPERGER: http://saladerecursosceciliameireles.blogspot.com.br/2012/10/ensinando-o-aluno-com-sindromede.html http://www.institutoinclusaobrasil.com.br/ensinando-o-aluno-com-sindrome-de-asperger/
ATIVIDADES PARA TRABALHAR COM ALUNOS COM TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO (TGD) http://claudiaduartecee.blogspot.com.br/