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Um apaixonado por quadrinhos e cultura pop em geral que viveu sua infância na melhor década, a de 1980, para conseguir acompanhar as hisórias em quadrinhos, dependia de paciência e longas caminhadas até as bancas de jornais, onde via os gibis de maior sucesso entre as crianças, como os da Turma da Mônica e da Disney, e os grandes sucessos das americanas Marvel e DC com até quatro anos de atraso e incríveis traduções. Eu já lia escassas tiras de jornais e gibis da Turma da Mônica e da Disney que chegavam em minhas mãos; também conheci Asterix na biblioteca da escola quando comecei a estudar em 1982; mas o que eu gostava mesmo eram dos super-heróis, os quais já acompanhava por causa dos desenhos e seriados da TV. Lembro com clareza qual foi o primeiro gibi que eu fui sozinho até a banca de jornal e comprei com economias de meses: Grandes Heróis Marvel nº 2 – Natal do Homem-Aranha, publicada pela Editora Abril em 29 de novembro de 1983, com 84 páginas, no formato de 15,5 x 23 cm, colorido, com lombada quadrada, custando Cr$ 530,00 e com arte de Gil Kane na capa. Só em 1986 decidi que iria me dedicar em colecionar quadrinhos de super-heróis, assim comprando tudo que era lançado, principalmente pela Editora Abril, e garimpando os números anteriores em bancas que vendiam revistas usadas. Enfim, a minha intenção com esse despretensioso “almanaque” é listar os quadrinhos relevantes da “minha cronologia pessoal” – citando o desenhista de quadrinhos Daniel HDR em seu podscat, o ARGcast do site do Dínamo Estúdio (dinamo.art.br).
O Globinho (1938-2013) foi um suplemento do jornal O Globo, voltado para o público infanto-juvenil, que circulou por 75 anos em todo o Brasil. Por 10 anos o suplemento dominical passou a ser chamado de O Globinho Supercolorido (1972-1982). As tirinhas – curtas histórias em quadrinhos que eu chamava de “historinhas” – que mais se destacaram no suplemento foram Fantasma, Mandrake, Flash Gordon, Superman, Zorro, Hulk, Brucutu, Príncipe Valente, Ferdinando, Dick Tracy, Pato Donald, Mickey, Urbano o Aposentado, Flintstones, Menino Maluquinho, Tarzan, Recruta Zero, Asterix, Lucky Luke, Snoopy, Calvin e Haroldo, Zé do Boné, Crock e os Legionários, Popeye, Zé Colméia e Hagar o Horrível. Eu comecei a ver as tirinhas bem no início de 1980 quando algumas mercadorias compradas no armazém da esquina, incluindo carnes e peixes, vinham embrulhadas com papel pardo ou jornal, algumas vezes, para a minha alegria, com páginas coloridas do Globinho ou sessões equivalentes de outros jornais. Só tinha um probleminha, eu ainda não sabia ler. Isso me motivou a acordar todos os dias às 6 da manhã para acompanhar o Telecurso na TV, na época, com parceria do MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização). Assim, em pouco tempo eu finalmente conseguia ler as tirinhas que juntara e começaria a minha admiração pelo Fantasma, o espírito que anda, de Lee Falk. Mesmo preferindo os super-heróis, eu lia tudo, repetidas vezes, qualquer estilo de quadrinhos que chegassem em minhas mãos. Também os copiava freneticamente em meus cadernos pautados criando meus próprios gibis e incluindo personagens dos desenhos da TV. 2
Fantasma (The Phantom, 1936-2006) é uma tira de jornal criada por Lee Falk (também criador do Mandrake), contando as aventuras de um combatente do crime nas florestas de Bangalla, mascarado e usando uma roupa característica. Falk trabalhou na tira até sua morte em 1999. Na tira, o marinheiro britânico Christopher Walker é o vigésimo primeiro Fantasma em uma linha de combatentes do crime que começou em 1536. Esse legado desde então é passado de pai para filho. Christopher Walker é casado com Diana Palmer e têm dois filhos, Kit e Heloise. Ele tem um lobo treinado, chamado Capeto, e um cavalo chamado Herói. Como os Fantasmas anteriores, ele vive na antiga caverna do crânio. O Fantasma foi o primeiro herói fictício a vestir um traje colante que se tornou uma marca registrada dos super-heróis de histórias em quadrinhos, e foi a primeira série a mostrar uma máscara sem pupilas visíveis (outro padrão de super-heróis). No Brasil, o personagem é publicado a partir da década de 1940 nas páginas de O Globo Juvenil (1937-1952, O Globo) e em O Gibi (1939-1950, O Globo), quando então era chamado de Fantasma Voador. Com Fantasma Magazine (1953-1986, RGE), a revista do Fantasma se tornou popular e eram compostas de edições de tiras diárias e dominicais. A RGE publicou vários títulos do fantasma entre as décadas de 50 e 80 chegando à impressionante marca de 371 edições da revista “Fantasma”, além de diversas Edições Especiais, Almanaques, Superalmanaques e Hiperalmanaques. Com certeza essa foi a fase mais produtiva do personagem no Brasil.
Snoopy (Peanuts, 1950-2000, Charles Schulz), também conhecido como Minduim, é uma tira de jornal escrita e desenhada pelo cartunista norte-americano Charles Schulz que foi publicada de 2 de outubro de 1950 a 3 de janeiro de 2000. A turma desenhada foi uma das mais populares e influentes da história da mídia. No seu ápice, Peanuts aparecia em mais de 2600 jornais, com um número de leitores estimado em 355 milhões em 75 países, e foi traduzido para 40 línguas. Peanuts ajudou a tornar as tiras a quatro quadrinhos um padrão nos Estados Unidos. Em seus últimos anos, Schulz sofreu de Mal de Parkinson. Como resultado, é possível observar no traço de suas últimas tiras o tremor de sua mão. Devido aos problemas de saúde, Schulz anunciou, em dezembro de 1999, sua despedida dos jornais. Um mês após a publicação de sua última tira, em 3 de janeiro de 2000, Charles Monroe Schulz faleceu em Santa Rosa, EUA, no dia 12 de fevereiro de 2000, aos 77 anos de idade. No final de sua vida, consciente de que seus personagens sobreviveriam ao autor, Schulz pediu para que sua obra permanecesse o mais autêntica possível e que suas tiras não fossem, como de costume, continuadas por outro desenhista, pedido que foi respeitado por sua família. As tiras publicadas pelo United Feature Syndicate após a sua morte são, na verdade, tiras originais já anteriormente publicadas, apenas com a data alterada e, mais recentemente, coloridas. 3
O Pato Donald (1950-2018, Abril) foi uma revista em quadrinhos brasileira da Disney publicada pela Editora Abril entre 1950 e 2018, somando um total de 1845 edições, é o mais duradouro título de quadrinhos do Brasil. Durante 68 anos a Abril publicou muitos títulos Disney, entre os mais relevantes estão: Mickey (1952-2018) com 911 edições. Zé Carioca (1961-2018) com 1332 edições. Tio Patinhas (1963-2018) com 638 edições. O número um de O Pato Donald foi publicado em 12 de julho de 1950, com 40 páginas e uma capa desenhada pelo argentino Luis Destuet, na qual o pato contracenava com o papagaio Zé Carioca. Dentro, apenas oito páginas eram coloridas – as quatro primeiras e as quatro últimas – com o resto em traço verde sem preenchimento. A Abril encerrou sua publicação da revista Pato Donald com a edição de nº 2481, lançada em julho de 2018. No início, a revista “O Pato Donaldo” era mensal e suas histórias se estendiam até a quarta capa e por limitações técnicas, apenas oito páginas saíam totalmente coloridas: as quatro primeiras e as quatro últimas. Entre as edições nº 479 e nº 1749, dividiu a numeração com a revista “Zé Carioca”: as edições ímpares eram do papagaio e as pares, do pato. A partir da edição nº 1470, passou a se chamar “Pato Donald”, sem o artigo. O formato da revista mudou algumas vezes: formato americano (20 x 26 cm) entre os números 1 e 21; “formato pato” (13,5 x 21 cm) entre os números 22 e 1478; formatinho (13,5 x 19 cm) entre os números 1480 e 2481.
Mafalda (1964-1973, Quino) foi uma tira escrita e desenhada pelo cartunista argentino Quino. As histórias, apresentando uma menina (Mafalda) preocupada com a humanidade e a paz mundial que se rebela com o estado atual do mundo. A personagem, cujo nome foi inspirado pela novela Dar la Cara, de David Viñas, foi criada em 1962 para um cartoon de propaganda que deveria ser publicado no diário Clarín. No entanto, Clarín rompeu o contrato e a campanha foi cancelada. Mafalda somente se tornou um cartoon de verdade sob a sugestão de Julián Delgado, na época o editor-chefe do jornal Primera Plana e amigo de Quino. Foi publicado no jornal de 29 de setembro de 1964, apresentando somente as personagens de Mafalda e seus pais, e acrescentando Filipe em janeiro de 1965. No dia 15 de março de 1965, Mafalda começou a aparecer diariamente no Mundo de Buenos Aires, permitindo ao autor cobrir eventos correntes mais detalhadamente. As personagens Manolito e Susanita foram criadas nas semanas seguintes, e a mamãe de Mafalda estava grávida em 1967. Em 2 de junho de 1968, a tira começou no jornal Siete Días Illustrados. Como os quadrinhos tinham que ser entregues duas semanas antes da publicação, Quino era incapaz de comentar as notícias mais recentes. Ele decidiu acabar com a publicação das histórias em 25 de junho de 1973. Desde então, Quino ainda desenhou Mafalda algumas poucas vezes, principalmente para promover campanhas sobre os Direitos Humanos. Por exemplo, em 1976 ele fez um pôster para a UNICEF ilustrando a Declaração Universal dos Direitos da Criança. 4
Asterix, o Gaulês (Astérix le Gaulois, 1961) é o primeiro álbum da série de quadrinhos franco-belga Asterix, escrito por René Goscinny e ilustrado por Albert Uderzo, publicado nas edições 1 (29 de outubro 1959) a 38 (14 de julho de 1960) da revista Pilote e republicado no formato álbum em outubro de 1961. O druida Panoramix é capturado pelos legionários romanos, liderados pelo malvado Caius Bonus, pois estes descobriram que o segredo da sua invencibilidade estava na sua poção mágica. Asterix decide então resgatar Panoramix. No Brasil, Asterix, o Gaulês foi publicado em 1968 pela Editora Record, com 48 páginas, em formato 21 x 28 cm, colorido e com lombada quadrada. Em 1985 eu tive contato com a coleção Asterix, O Gaulês (1968-2015) da Editora Record. “POR TUTATIS!” Numa recente releitura (2019) só confirmei que minhas boas memórias sobre esse quadrinho não eram enganosas. Obelix, o meu pesonagem favorito da série, ainda é um mero coadjuvante nesse primeiro álbum. A narrativa continua dinâmica e divertida, mesmo comparada a obras atuais. Também li recentemente e gostei: Asterix Gladiador (Astérix Gladiateur, 1964) publicado pela Record em Asterix, O Gaulês nº 12 – Asterix Gladiador (1985) com 52 páginas no formato 21 x 28 cm. Asterix e a Foice de Ouro (La Serpe d'Or, 1962) publicado pela Record em Asterix, O Gaulês nº 13 – A Foice de Ouro (1985) com 52 páginas no formato 21 x 28 cm. Asterix e os Godos (Astérix et les Goths, 1963) publicado pela Record em Asterix, O Gaulês nº 15 – Asterix e os Godos (1985) com 52 páginas no formato 21 x 28 cm.
Mônica (1970-1986, Abril), com 200 edições, criada pelo cartunista brasileiro Mauricio de Sousa, é uma revista em quadrinhos presente na infância de várias gerações de brasileiros. A série foi originada em 1959 em tirinhas de jornal, na qual os personagens principais eram Bidu e Franjinha. A partir dos anos 1960, a série começou a ganhar a identidade atual com a criação de Mônica e Cebolinha. A Editora Abril, de mais relevante do universo Mauricio de Sousa, também publicou: Cebolinha (1973-1986) com 168 edições. Cascão (1982-1986) com 114 edições. Chico Bento (1982-1986) com 114 edições. O primeiro número da “revistinha” se chamava “Mônica e a sua turma” e foi publicado em maio de 1970, com 68 páginas em “formato pato” (13,5 x 20,5 cm) e preço de capa NCr$ 0,90. As histórias foram as seguintes: Mônica é Daltônica?, com Mônica, Cebolinha, Cascão, Zé Luís, Titi, Manezinho e Xaveco. O Cachorro Falante, com Bidu, Franjinha, Titi e Manezinho. O Amor de Rita, com Jotalhão, Rita Najura, Coelho Caolho e Saulvo. O Sôro da Invisibilidade, com Cebolinha, Cascão, Mônica, Magali, Antônio Mauricio de Sousa e Dona Cebola. A Corrida, com Raposão, Coelho Caolho, Tarugo, Jotalhão, Tuta Tatu e Mico Lino. Cascão Não Quer Sabão, com Cascão, Mônica, Silvio Santos, Cebolinha e Franjinha. Sem título, com Mônica e Cebolinha. O “formato pato” (13 x 21 cm, parecido com o A5), depois rebatizado de “formatinho”. 5
Capitão América (1979-1997, Abril) foi o primeiro título Marvel na Editora Abril. Dos números 29 a 89, a revista muda o nome para “Almanaque do Capitão América” e dos números 200 a 214, o título muda para “Steve Rogers: Capitão América”. No Brasil, o Capitão América fez sua estréia em junho de 1943 na revista nº 73 de O Guri (1940-1953, Diários da Noite; 1954-1962, O Cruzeiro). A Bloch inicia o primeiro título solo do herói (Capitão América, 1975-1977, Bloch) em fevereiro de 1975. O último número pela Abril foi o 214 publicado em março de 1997. Capitão América é o alter ego de Steve Rogers, um personagem da Marvel Comics. Foi criado por Joe Simon e Jack Kirby, apareceu pela primeira vez em Captain America Comics (19411949, Marvel Comics). O Capitão América foi o maior de uma onda de super-heróis surgidos sob a bandeira do patriotismo norte-americano e, ao lado de seu parceiro Bucky, enfrentou as hordas nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Capitão América nº 1 da Abril foi publicado em junho de 1979, com 52 páginas em formatinho e preço de capa Cr$ 11,00. A capa corresponde à original americana Captain America n° 109 (1969) com desenho de Jack Kirby. A revista traz duas histórias: “Conspiração”, com roteiro de Stan Lee e desenho de Jack Kirby, foi publicada em Captain America 106 (1968). O Capitão enfrenta um andróide dos comunistas chineses. 20 páginas. “Marcas do Passado”, com roteiro de Gerry Conway e desenho de George Tuska, foi publicada em Iron Man 38 (1971). O Homem de Ferro ajuda um ex-presidiário a se livrar de “examigos” bandidos. 19 Páginas.
Os Trapalhões (1976-1986, Bloch) foi uma revista em quadrinhos onde Didi, Dedé, Mussum e Zacarias foram desenhados em 85 edições. O gibi seguia o estilo do programa de televisão do grupo, com histórias longas e até cansativas para os quadrinhos – Os Trapalhões (1977-1995, Rede Globo) foi um programa estrelado pelo grupo cômico de mesmo nome, composto por Didi, Dedé, Mussum e Zacarias. O grupo já obtinha sucesso na televisão e no cinema desde meados da década de 1960. O programa estreou em 13 de março de 1977, antes do Fantástico. A partir da edição número 23, em 1979, o estúdio do desenhista Ely Barbosa assumiu a criação das histórias, mais cartunesco e com mais dinamismo. Um dos pontos que mais me agradavam nessa “revistinha” (como eu chamava os gibis nos anos 1980) eram as paródias a super-heróis, programas de televisão e filmes. Como eles sacaneavam a sexualidade de Batman e Robin (risos). A primeira edição da revista foi publicada em outubro de 1976, com 68 páginas, em formatinho (13,5 x 20,5 cm), colorido, lombada com grampos e preço de capa Cr$ 4,00. Os desenhos eram de Mário José de Lima. Mas um produto que funcionou muito bem em sua época, agradou muito o pequeno Fran, mas aos olhos de hoje, são bem fracas de roteiro e arte. Não acho nada divertido revisitar esse material, assim como atualmente também é muito chato rever o programa de TV, que divertiu a mim e a minha família nos anos 1970 e 1980. 6
Heróis da TV 34 (Abril), publicado em abril de 1982, com 100 páginas em formatinho (13,5 x 19 cm) e preço de capa Cr$ 120,00. HTV nº 34 foi marcante por mostrar pela primeira vez os Vingadores no “abrilverso” – como eu chamo as publicações com personagens da Marvel Comics e DC Comics pela Editora Abril, as quais eu acompanhei fielmente entre 1982 e 1993, desde a infância. Essa edição “mix” de HTV nº 34 reúne cinco revistas originais da editora americana Marvel Comics: Como Uma Visão Da Morte, com roteiro de Roy Thomas e desenho de John Buscema, foi publicada originalmente em The Avengers 57 (1968). O original americano tem 20 páginas, três a mais do que a edição da Abril. A terceira página foi redesenhada por Marie Severin. A letra do poema “Rei Ozymandias” foi cortado pela Abril, que só deixou as imagens. A editora brasileira também cortou a sequência onde a Viúva Negra aparece. Até Um Andróide Pode Chorar, com roteiro de Roy Thomas e desenho de John Buscema, foi publicada originalmente em The Avengers 58 (1968). 17 páginas das 20 originais. De Volta à Zona Negativa, com roteiro de Bill Mantlo e Gerry Conway, desenho de Allen "Al" Milgrom, foi publicada originalmente em Captain Marvel 47 (1976). 16 páginas das 17 originais. Os Bravos Também Morrem, com roteiro de Doug Moench e desenho de Paul Gulacy, foi publicada originalmente em Master of Kung Fu 49 (1977). 17 páginas. A Morte de Um Sonho, com roteiro de Doug Moench e desenho de Paul Gulacy, foi publicada originalmente em Master of Kung Fu 50 (1977). 17 páginas.
Heróis da TV (1979-1988, Abril), com 112 edições, iniciou com os mais heróis conhecidos da Marvel, como o Homem de Ferro, Thor e Namor, ou seja, aqueles que realmente eram “da TV”, graças a série “desanimada” de 1966 – “Tony Stark tira onda, que é cientista espacial!” Em 1988, a revista foi cancelada para ser sucedida pelo título X-Men (que eu chamava de “xis-men”), pois os pupilos de Xavier vinham monopolizando as revistas Superventuras Marvel, a própria Heróis da TV e diversos Grandes Heróis Marvel. O Homem de Ferro teve suas melhores histórias publicadas em Heróis da TV. Thor foi a estrela da revista até a fase de Walt Simonson que continuou em Superaventuras Marvel. Aqui os brasileiros conheceram Conan – O Bárbaro e Sonja – A Guerreira, que apareciam também em Superaventuras Marvel, até que Conan ganhou uma série de revistas próprias: A Espada Selvagem de Conan e Conan – o Bárbaro. Os Vingadores estrearam em Heróis da TV nº 34 com a espetacular primeira aparição do Visão. O Capitão Marvel e Warlock foram os heróis responsáveis pelo épico espacial, a Saga de Thanos. O Surfista Prateado de Stan Lee e John Buscema agradou os leitores mais velhos com suas histórias filosóficas e existencialistas. O Mestre do Kung Fu e o Punho de Ferro eram os representantes de uma moda da época: filmes de artes marciais. Os Defensores, Os Invasores, Os Campeões, Os Micronautas, Motoqueiro Fantasma, Quarteto Futuro, Doutor Estranho, Senhor das Estrelas, Deathlok, Cristal e muito mais foram apresentados. 7
Spectreman (1983-1986, Bloch), com apenas 30 edições, foi motivada pelo sucesso da reprise da série de TV aqui no Brasil. Eu me ficava muito empolgado quando o andróide Kenji pronunciava “Dominates, às ordens!” e se transformava no super-herói. A Editora Bloch lançou nas bancas o Gibi do Spectreman com histórias criadas aqui mesmo no Brasil pelo desenhista Eduardo Vetillo, mas elas seguiam o padrão do programa de televisão onde Spectreman precisava enfrentar os monstros criados pelo Dr. Gori. A primeira edição foi publicada em 1983, com 52 páginas em formatinho e preço de capa Cr$ 100,00. Eu comprei, no máximo, umas cinco edições aleatórias dessa revista de qualidade duvidosa (risos), mas o pequeno Fran amava mesmo era a série de TV, a qual não perdia um episódio. Spectreman (Supekutoruman, 19711972), série tokusatsu, com 63 episódios, narra a luta de Kenji (Tetsuo Narikawa), o andróide Spectreman contra o genial cientista Dr. Gori (Takanobu Tohya) e seu divertido auxiliar, Karas (Koji Uenishi) – ambos homens-macaco. No Brasil, a série foi exibida pela Rede Record (1981-1982) e pelo SBT (1983-1990). A abertura narrada pelo dublador Carlos Seidl continua muito atual: “Planeta: Terra. Cidade: Tóquio. Como em todas as metrópoles deste planeta, Tóquio se acha hoje em desvantagem em sua luta contra o maior inimigo do homem: a poluição. E apesar dos esforços das autoridades de todo o mundo, pode chegar um dia em que a terra, o ar e as águas venham a se tornar letais para toda e qualquer forma de vida. Quem poderá intervir? Spectreman!”
Superaventuras Marvel (1982-1997, Abril), com 176 edições, SAM, como era chamada carinhosamente por editores e leitores nas seções de cartas, é considerada uma das melhores revistas em quadrinhos já lançadas no Brasil, não apenas pelo mix variado, mas por ter sido palco de inúmeras fases áureas de diversos personagens da Marvel Comics, originalmente publicadas nos anos 70 e 80. Dentre essas fases, até hoje celebradas, estão: Conan, o Bárbaro de Roy Thomas e Barry Windor-Smith; X-Men de Chris Claremont e John Byrne; Tropa Alfa de John Byrne; Justiceiro de Mike Baron; Mestre do Kung Fu de Doug Moench e Paul Gulacy; Thor de Walter Simonson; Quarteto Fantástico de Walter Simonson; e Surfista Prateado de Jim Starlin. A primeira edição saiu em julho de 1982. Contudo, o Demolidor sempre foi o carro-chefe da publicação, aparecendo em quase todos os números da revista e marcando inúmeros leitores: primeiro com a épica fase de Frank Miller e Klaus Janson e depois com os trabalhos de Denny O'Neil e David Mazzuchelli, Ann Nocenti e John Romita Jr., entre outros. A famosa saga A Queda de Murdock, de Miller e Mazzuchelli, foi publicada pela primeira vez nas páginas de SAM, entre as edições 61 e 68 e a centésima edição da revista foi inteiramente dedicada ao Homem Sem Medo. Em 1986, além de ir na banca de jornal da minha quadra comprar os gibis mensais da Editora Abril, eu também ia até o centro da cidade comprar gibis usados dos anos anteriores para tentar completar minhas coleções de gibis: Superaventuras Marvel, Grandes Heróis Marvel, Heróis da TV, Homem-Aranha, Hulk, Capitão América, Novos Titãs e Super-Homem. 8
O Incrível Hulk (1983-1997, Abril), com 165 revistas em formatinho, chegou a ter histórias da franquia Star Wars publicada em O Incrível Hulk 25 (1985). O gigante esmeralda foi criado por Jack Kirby e Stan Lee em 1962 nos títulos The Incredible Hulk (1962-1963), Tales to Astonish (1959-1968) e The Incredible Hulk (1968-2018). O Incrível Hulk nº 1 foi publicada em julho de 1983, com 84 páginas e preço de capa de Cr$ 260,00. Reúne 4 histórias publicadas originalmente em The Incredible Hulk 233 (1979), The Incredible Hulk 234 (1979), Rom 8 (1980) e The Savage She-Hulk 12 (1981). O Incrível Hulk nº 27 (1985) trouxe na capa os atores da série de TV O Incrível Hulk (The Incredible Hulk, 1978-1982) – depois da morte da esposa, o cientista Dr. David Bruce Banner (Bill Bixby), após um acidente com radiação gama em seu laboratório, descobriu que ao se sentir raivoso ou pressionado, transformava-se num monstro de pele verde, o Hulk (Lou Ferrigno). O repórter Jack McGee (Jack Colvin) descobre esse segredo e tenta culpar o gigante verde pela morte de uma pessoa e passa a perseguir o Dr. Banner. A série foi exibida pela Rede Globo a partir do dia 25 de janeiro de 1978 em horários variados até fazer parte da Sessão Aventura de 1982 a 1986, nas terças-feiras à tarde. Entre 1989 e 1990 começou a ser exibido na TV Manchete. Essa série foi muito popular no Brasil e me marcou por assisti-la junto de toda a minha família. Se você perdesse um episódio, ficaria sem assunto na escola no dia seguinte. E por falar em algo marcante, não podemos nos esquecer da música triste que encerravam todos os 82 episódios, The Lonely Man, que se tornou um ícone da cultura pop dos anos 80.
Homem-Aranha (1983-2000, Abril) teve 205 edições com média de 84 páginas. O título foi um dos poucos que superaram a marca de 200 edições, somente Capitão América e Espada Selvagem de Conan que chegaram também em tal feito. Ler Homem-Aranha sempre foi muito divertido: Peter Parker é um adolescente com problemas bem comuns, como falta de dinheiro e sofrer bullying na escola, e mesmo assim, assumir a responsabilidade que seus grandes poderes trazem. Foi criado por Stan Lee e Steve Ditko em 1962 para a revista nº 15 de Amazing Fantasy (1961-1962, Marvel Comics). O cabeça-de-teia se tornou muito popular e marcou a minha geração com séries como Homem-Aranha (The Amazing SpiderMan, 1977-1979) e Homem-Aranha e Seus Amigos (Spider-Man and His Amazing Friends, 1981-1983). HA nº 1 foi publicado em julho de 1983, com 84 páginas em formatinho e preço de capa de Cr$ 260,00. Trouxe um especial “A Força dos Heróis”, onde o Aranha apresenta os principais heróis, e histórias publicadas em The Amazing Spider-Man Annual 15 (1981), Moon Knight 5 (1981) e The Spider-Woman 27 (1980). 9
Superaventuras Marvel 16 (Abril) foi publicada em outubro de 1983 com 82 páginas em formatinho e preço de capa Cr$ 320,00. A estréia dos “xis-men” no “abrilverso” já havia acontecido em Superaventuras Marvel nº 14 (agosto de 1983) numa história publicada originalmente em The Uncanny X-Men nº 123 (1979, Marvel Comics), com belos desenhos de John Byrne, arte-final de Terry Austin e roteiro de John Byrne e Chris Claremont, onde Ciclope e Colleen Wing, após uma breve conversa com o Homem-Aranha, são capturados pelo caricato vilão Arcade. Mas Superaventuras Marvel nº 16 foi mais marcante por trazer a origem dos novos XMen – ao menos para o pequeno Fran, era uma grande novidade o passado desses mutantes. O mix contou com as seguintes histórias da editora americana Marvel Comics: A Origem dos Novos X-Men, com roteiro de Len Wein e Chris Claremont, desenho de Dave Cockrum, publicada originalmente em Giant-Size X-Men 1 (1975). Os X-Men originais desapareceram numa missão de rotina na misteriosa ilha de Krakoa, no Pacífico Sul. Agora, seu líder, o Professor Charles Xavier, precisa recrutar uma equipe de substitutos, para salvar os heróis mutantes. Testemunhe a origem de Wolverine, Tempestade, Noturno, Colossus, Banshee, Solaris e Pássaro Trovejante, dando início à segunda gênese dos X-Men. 36 Páginas. Entre o Espírito e a Magia, com roteiro de Steve Englehart e desenho de Frank Brunner, publicada originalmente em Doctor Strange 5 (1974). 17 páginas. O Reino das Serpentes, com roteiro de Roy Thomas e desenho de Marie Severin, publicada originalmente em Kull The Conqueror 2 (1971). 18 páginas (das 19 originais).
Grandes Heróis Marvel (1983-2000, Abril), com 66 edições publicadas, tinham, em média, 84 páginas coloridas em formatinho com lombada quadrada. A primeira edição saiu em setembro de 1983. Foi um dos títulos de maior sucesso da editora nas décadas de 1980 e 1990, com periodicidade trimestral, sempre apresentando histórias pertencentes a um mesmo arco ou tema. Grandes Heróis Marvel nº 1 – Os Vingadores, foi publicado em setembro de 1983, com 84 páginas em formatinho e preço de capa Cr$ 300,00. O mix reúne três histórias publicadas originalmente pela Marvel Comics: “A Ameaça Final”, com roteiro de Jim Starlin, desenho de Jim Starlin e arte-final de Joe Rubinstein, foi publicada em Avengers Annual 7 (1977). Um chamado cósmico convoca os maiores heróis da Terra contra o enlouquecido titã Thanos. 34 Páginas. “A Última Oferenda”, com roteiro de Jim Starlin e desenho de Jim Starlin, foi publicada em Marvel Two-In-One Annual 2 (1977). O que um homem pode fazer quando ele é um combatente do crime, acostumado a lidar com a bandidagem das ruas, quando se vê diante de uma ameaça de proporções cósmicas? Esse é o dilema em que o Homem-Aranha se encontra, ao receber um chamado telepático, convocando-o ao espaço sideral, a fim de ajudar os Vingadores e o Capitão Marvel a impedir que Thanos, o Titã Louco, exploda o sol! Mas, pra dar conta dessa tarefa, ele também vai precisar de ajuda! A do sobrinho preferido da tia Petúnia: o Coisa! 32 Páginas. “A Cabeça da Medusa”, com roteiro de Jack C. Harris e desenho de Jimmy James, foi publicada em Moon Knight 16 (1982). 7 páginas. 10
Grandes Heróis Marvel 4 – HomemAranha, X-Men, Kazar (Abril) foi publicada em junho de 1984, com 84 páginas em formatinho e preço de capa de Cr$ 700,00. Uma das primeiras aquisições da minha coleção de formatinhos, GHM nº 4 me cativou principalmente pela arte de Michael Golden, que retratou magistralmente o vilão Sauron, Kazar e seu tigre dentes-de-sabre Zabu, o aracnídeo amigão da vizinhança, o Anjo e a Tempestade, uma das minhas X-Man prediletas. Outro fator que me encantava em toda a série de Grandes Heróis Marvel era o fato das histórias serem totalmente concluídas em cada edição. GHM nº 4 era um “mix” – como chamávamos esse tipo de publicação que reuniam duas ou mais revistas em uma nova edição – das seguintes revistas americanas da Marvel Comics: Descida ao Inferno, com roteiro de Chris Claremont e arte de Michael Golden, publicada originalmente em Marvel Fanfare 1 (1982). 17 páginas com Homem-Aranha e Anjo. Amargo Pesadelo, com roteiro de Chris Claremont e arte de Michael Golden, publicada originalmente em Marvel Fanfare 2 (1982). 16 das 17 páginas originais com Homem-Aranha, Anjo, Ka-Zar, Sauron e Zabu. A Fortaleza do Desespero, com roteiro de Chris Claremont e desenho de Dave Cockrum, publicada originalmente em Marvel Fanfare 3 (1982). 18 das 20 páginas originais com X-Men e Sauron. O Confronto Final, com roteiro de Chris Claremont, desenho de Paul Smith e arte-final de Terry Austin, publicada originalmente em Marvel Fanfare 4 (1982). 20 páginas com X-Men, Ka-Zar, Sauron e Shanna.
Grandes Heróis Marvel 2 – Natal do Homem-Aranha (Abril), publicada em 29 de novembro de 1983, custando Cr$ 530,00 com 84 páginas num formato diferente (15,5 x 23 cm), foi o primeiro gibi de super-herói que comprei. Tinha uma banca perto da minha casa, onde eu ia freqüentemente “namorar” as “revistinhas” – como eu chamava os gibis. Devo ter relido essa revista dezenas de vezes, sem falar nas cópias dos desenhos nos cadernos da escola. É claro que esse gibi não durou muito tempo, pois eu não era cuidadoso. Mas comprei outro quando comecei a colecionar “na vera” a partir de 1986. GHM nº 2 trazia um “mix” de quatro histórias com temas natalinos dos principais super-heróis da Marvel Comics: Pequenos Milagres, com roteiro de J.M. Dematteis e desenho de Kerry Gammill, publicada em Marvel Team-Up 127 (1983). 22 páginas com Homem-Aranha e Capitão América. Bombas Natalinas, com roteiro de Steve Englehart e desenho de George Tuska, foi publicada em Luke Cage, Hero For Hire 7 (1973). 20 páginas com Luke Cage. Brinquedo Assassinos, com roteiro de Mark Gruenwald e desenho de Frank Springer, foi publicada em Marvel Two-In-One 74 (1981). 21 páginas (das 22 originais) com Quarteto Fantástico. Feliz Natal Marvel, com roteiro de Roger Stern e desenho de George Tuska, foi publicada em Marvel Treasury Edition 13 (1976). 10 páginas com X-Men, Quarteto Fantástico, Vingadores, Defensores, Campeões, HomemAranha, Surfista Prateado, Hulk, Doutor Estranho, Demolidor, Viúva Negra II e Motoqueiro Fantasma. 11
A Espada Selvagem de Conan (19842001, Abril). Com 205 números, a edição brasileira era uma versão da revista americana Savage Sword of Conan (1974-1995, Marvel): formato grande, histórias e desenhos adultos e impressão em preto e branco. A revista nacional tinha 68 páginas e, além das aventuras do Cimério, trazia algumas histórias curtas de outros personagens do seu universo ou igualmente criados por Robert E. Howard: Kull, Salomão Kane, Valéria, Bront, Bran Mark Morn e outros. As edições originais passaram a ser republicadas em 1991 (57 edições) e houve também 13 revistas coloridas. A primeira edição de A Espada Selvagem de Conan foi publicada em junho de 1984, no formato magazine (21 x 27,5 cm), em preto e branco, preço de capa Cr$ 700,00 e 2 histórias: “Os Espectros do Castelo Rubro”, com roteiro de Roy Thomas e arte de John Buscema, foi publicada originalmente em The Savage Sword of Conan n° 12 (1976). É uma adaptação livre do conto “The Slave Princess” de Robert E. Howard, onde Conan elabora um plano ousado para extorquir um rei e um nobre (48 páginas). “Noite Macabra”, com roteiro de Roy Thomas e arte de Tony Dezuñiga, foi publicada originalmente em The Savage Sword of Conan n° 3 (1974), é uma adaptação do conto “Demons Of The Summit” de Bjorn Nyberg, onde Conan acaba defrontando-se com demônios milenares (12 páginas). Essa publicação acompanhou o grande successo que o cimério, interpretado por Arnold Schwarzenegger, vinha fazendo nos cinemas: Conan, o Bárbaro (Conan the Barbarian, 1982, John Milius). Conan, o Destruidor (Conan the Destroyer, 1984, Richard Fleischer).
Super-Homem (1984-1996, Abril) teve 147 edições seguindo cronologicamente as histórias de onde a Ebal parou de publicar: Almanaque do Super-Homem (1950-1980, Ebal). SH nº 38 mostra a nova reformulação do herói pelas mãos de John Byrne, recontando sua origem em uma nova visão. SH nº 108 mostra a história em que Lois Lane descobre que Clark Kent é realmente o Super-Homem. SH nº 126, depois da saga da Morte e Ressurreição do Super-Homem, vem com o título “O Novo Super-Homem”. SH nº 1 (Abril) foi publicado em 4 de julho de 1984, com 84 páginas em formatinho, colorido, lombada quadrada e preço de Cr$ 750,00. A capa, com arte de Neal Adams, é uma adaptação de Action Comics n° 419 (1972) com uma foto de São Paulo ao fundo. Na época em que esse gibi foi lançado, o homem de aço já era um grande sucesso na cultura pop brasileira com seriados, desenhos, videogames e filmes: As Aventuras do Super-Homem (Adventures of Superman, 1952-1956) com George Reeves; As Novas Aventuras do Super-Homem (The New Adventures of Superman, 1966-1969) da Filmation; Superamigos (Superfriends, 1973-1988) da Hanna-Barbera; Superman (1979, Atari, John Dunn); Superman – O Filme (Superman, 1978, Richard Donner) com Christopher Reeve (SuperHomem), Margot Kidder (Lois Lane) e Gene Hackman (Lex Luthor); Superman II (1980, Richard Lester e Richard Donner); Superman III (1983, Richard Lester). 12
Batman (1984-1985, Abril) teve apenas 10 edições e deixou saudades em muitos leitores quando foi encerrada. A primeira edição foi publicada em 11 de julho de 1984, com 84 páginas, em formatinho, colorido, lombada quadrada, preço de capa Cr$ 750,00, e compilou cinco edições originais da DC Comics: A Vingança do Coringa, com roteiro de Denny O' Neil e arte de Neal Adams, publicada em Batman 251 (1973). 22 das 23 originais. O Caçador, com roteiro de Archie Goodwin e arte de Walter "Walt" Simonson, publicada em Detective Comics 437 (1973). 8 páginas. O Beco do Crime, com roteiro de Denny O' Neil e arte de Dick Giordano, publicada em Detective Comics 457 (1976). Essa HQ deu origem a um episódio de Batman: A Série Animada (Batman: The Animated Series, 19921998). 12 páginas. Contrato Assassino, com roteiro de Len Wein e desenhos de Dick Giordano e Carmine Infantino, publicada em Action Comics 419 (1972). 10 páginas. Morte Escarlate, com roteiro de Denny O' Neil, desenho de Neal Adams e arte-final de Dick Giordano, publicada em The Brave And The Bold 93 (1971). Acho que a Abril demorou para lançar uma revista própria do Batman, já que o morcego fazia muito sucesso na TV com as séries Batman (1966-1968) de Adam West e Burt Ward e As Novas Aventuras de Batman (The New Adventures of Batman, 1977) da Filmation; e também com os diversos títulos publicados pela Editora Brasil-América, entre eles Batman (1953-1979, Ebal) e Batman Bi (1965-1979, Ebal).
Heróis em Ação (1984-1985, Abril) foi a primeira revista mix da Editora Abril com os heróis da DC Comics. Teve apenas 10 edições, publicadas entre julho de 1984 e abril de 1985. A primeira edição foi publicada em 18 de julho de 1984, com 84 páginas em formatinho, colorido, lombada quadrada e preço de capa de Cr$ 750,00. Foram compilados nessa primeira edição cinco títulos americanos da DC Comics: Novos Titãs, com roteiro de Marv Wolfman, desenho de George Pérez e arte-final de Dick Giordano, publicada em DC Comics Presents 26 (1980). Robin tem sonhos com novos e estranhos integrantes na Turma Titã. Além dos membros já conhecidos (ele, Mutano, Kid Flash e Moça Maravilha) aparecem no sonho três desconhecidos: Cyborg, Ravena e Estelar. Sem saber, o Menino-Prodígio está vendo o futuro dos Novos Titãs. 15 Páginas. Origens, com roteiro e arte de Mike Grell, publicada em 1st Issue Special 8 (1975). 15 das 18 páginas originais com Guerreiro, Tara e Deimos. O Terror das Selvas, com roteiro de Frank Robbins e desenho de Bob Brown, publicada em Superboy 172 (1971). 14 das 15 páginas originais com Superboy. O Apocalipse do Quinto Sol, com roteiro de Martin Pasko e desenho de Keith Giffen, publicada em The Flash 306 (1982). Senhor Destino enfrenta o retorno de Totec, o Deus Asteca da guerra. 9 páginas. O Mal Sucumbirá Ante a Minha Presença, com roteiro de Denny O' Neil e arte de Neal Adams, publicada em Green Lantern 76 (1970). Histórica aventura iniciando a formação da dupla Lanterna Verde (John Stewart) e Arqueiro Verde (Oliver Queen). 13
Grandes Heróis Marvel 7 – X-Men: O Trágico Destino de Fênix (Abril) foi publicado em fevereiro de 1985, com 84 páginas em formatinho, colorido, lombada quadrada e preço de Cr$ 1.600,00. GHM nº 7 é uma edição histórica por encerrar a “Saga da Fênix” com a impactante morte de Jean Gray e o auge dos desenhos de John Byrne. A revista traz um mix das seguintes histórias da Marvel Comics: Fênix Negra, com roteiro de John Byrne e Chris Claremont, desenho de John Byrne e artefinal de Terry Austin, publicada em The Uncanny X-Men 135 (1980). Transformada na Fênix Negra, os X-Men tentam trazer Jean de volta à razão. A vilã segue para o espaço sideral e comete uma tragédia sem precedentes! A Filha da Luz e das Trevas, com roteiro de John Byrne e Chris Claremont, desenho de John Byrne e arte-final de Terry Austin, publicada em The Uncanny X-Men 136 (1980). A Fênix Negra consumiu a estrela de um sistema solar, matando bilhões de vidas. A Majestrix Lilandra convoca o conselho galáctico e este é unânime: a Fênix ameaça todo o Universo e deve ser destruída. Cabe então ao Professor Xavier tentar deter sua mais querida aluna. O Destino de Fênix, com roteiro de John Byrne e Chris Claremont, desenho de John Byrne e arte-final de Terry Austin, publicada em The Uncanny X-Men 137 (1980). Xavier consegue controlar a Fênix Negra e Jean recobra a razão. No Cruzador Imperial de Lilandra, os X-Men sabem do terrível crime de Fênix e seu destino decidido pelo conselho galáctico: morte! Os heróis não aceitam a decisão e propõem um desafio contra a Guarda Imperial de Shiar por Jean que, temendo por seus amigos, se suicida diante do desesperado Ciclope.
Superaventuras Marvel 34 (Abril) foi publicada em abril de 1985, com 84 páginas em formatinho, colorido, lombada quadrada e preço de capa Cr$ 2.100,00. Na primeira história da revista – Elegia, com roteiro de John Byrne e Chris Claremont, desenho de John Byrne, arte-final de Terry Austin e publicada em The Uncanny X-Men 138 (1980) – os X-Men prestam suas últimas homenagens à sua amada Jean Grey, morta na HQ anterior. Na triste despedida de sua namorada, Ciclope, em seu íntimo, relembra todos os momentos vividos pelos mutantes, desde o primeiro confronto com Magneto até o trágico fim de Fênix – eu fiquei encantado com essa incrível retrospectiva de toda a cronologia dos mutantes no traço do meu ídolo John Byrne. Ao fim da trama, o herói revela que precisa de um tempo para reavaliar sua vida e deixa a equipe. Ao mesmo tempo, a jovem Kitty Pryde oficialmente se une ao grupo. Não é um fim, mas apenas um novo começo. As outras histórias do “mix” vêem das seguintes revistas americanas da Marvel: Inferno na Terra, com roteiro e desenho de Jack Kirby. Publicada em The Eternals 4 (1976). Os Deviantes estão aterrorizando a terra e Ikaris entra na batalha. Irmão Sol, Irmã Lua, com roteiro e arte John Byrne. Publicada em Alpha Flight 10 (1984). Hudson, ao encontrar sua irmã Estrela Polar, se anima em fazer da Tropa Alfa. Ardil, com roteiro e arte de Frank Miller e arte-final de Klaus Janson. Publicada em Daredevil 185 (1982). No melhor estilo noir, o hilário Foggy Nelson banca o detetive, vigiado de longe pelo Demolidor e vivendo as mais diversas peripécias que culminam no escritório de Wilson Fisk, o Rei do Crime! 14
Grandes Heróis Marvel 9 – X-Men e Novos Titãs (Abril) foi publicado em 11 de setembro de 1985, com 84 páginas em formatinho e preço de Cr$ 4.000,00. Os Titãs e X-Men unidos para combater a ameaça de Darkseid, que planeja utilizar o poder da Fênix Negra em seus planos de conquista. A história da revista é entitulada Apocalipse, com roteiro de Chris Claremont, desenho de Walt Simonson e arte-final de Terry Austin. Foi publicada originalmente em The Uncanny X-Men And The New Teen Titans (1982) com 64 páginas. A DC vinha revolucionando o mercado com os Titãs de Marv Wolfman e George Perez e a Marvel com seus X-Men sob a matuta de Chris Claremont e John Byrne. Nada mais atrativo para os fãs do que unir essas equipes em uma revista com artistas de renome e vilões consagrados. Na época eu fiquei maravilhado com o encontro dos meus grupos prediletos, mas relendo atualmente (um erro), Chris Claremont e Walter Simonson até apresentam uma premissa bem interessante, mas os recordatórios são extremamente massantes, os diálogos são chatos e o desenrolar da história é recheado de situações sem sentido. Para o contexto da época em que foi lançada, a revista funciona muito bem. Foi um excelente produto de marketing e alavancou ainda mais a popularidade das duas equipes. Porém, analisando na ótica de hoje, se torna um produto que não envelheceu bem e que carrega por demais o estigma dos anos 80. Para quem ainda não conhece, vale pelo valor histórico e pela mítica que envolvia o encontro de heróis das duas grandes editoras.
Superamigos (1985-1988, Abril) foi uma revista “mix” publicada pela Editora Abril, com 44 edições que trazia diversos personagens da DC Comics. Os 12 primeiro números possuíam 132 páginas e os seguintes passaram a ter seu número de páginas reduzido para 84 e a última edição teve 68 páginas. Essa revista foi um marco na história da DC Comics no Brasil, pois abrigou sagas como Crise nas Infinitas Terras, Esquadrão Atari e Camelot 3000. A primeira edição foi publicada em maio de 1985, com 132 páginas em formatinho, colorido, lombada quadrada e preço de Cr$ 4.000,00. A arte da capa é de Brian Bolland e compila 5 revistas americanas: Traições, com roteiro de Mike W. Barr, desenho de Brian Bolland e arte-final de Terry Austin. Publicada em Camelot 3000 7 (1983). O Cavaleiro Judas, com roteiro de Mike W. Barr, desenho de Brian Bolland e arte-final de Terry Austin. Publicada em Camelot 3000 8 (1983). Uma Garota Muito Especial, com roteiro de Paul Kupperberg e desenho de Carmine Infantino. Publicada em The Daring New Adventures of Supergirl 1 (1982). O Segredo de Skartaris, com roteiro e arte de Mike Grell. Publicada em Warlord 5 (1977). Um Dia em Nossas Vidas, com roteiro de Marv Wolfman e desenho de George Pérez. Publicada em The New Teen Titans 8 (1981). Confesso que fiquei muito decepcionado com esse título, pois estava esperando algo similar com o desenho animado Superamigos (Superfriends, 1973-1988, Hanna-Barbera), um grande sucesso baseado na Liga da Justiça, ou o título Superamigos (1975-1982) da Ebal. 15
Transformers (1985-1986, RGE) foi publicada mensalmente pela Rio Gráfica Editora, somando 12 edições. Fiquei irritado com as revistas da RGE que traduziram muitos nomes que, por causa do desenho, já estavam consolidados. A primeira edição foi publicada em novembro de 1985, com 34 páginas no formato 13,5 x 17,5 cm, colorido, lombada com grampos e preço de capa Cr$ 2.500,00. A história dessa edição, entitulada Transformers, com argumento de Bill Mantlo, roteiro de Ralph Macchio e arte de Frank Springer, foi publicada originalmente em The Transformers 1 (1984, Marvel). Os Autobots foram chamados Optimus e os Decepticons receberam a denominação de Malignus. Já os Dinobots receberam o nome de Robodinos. Bumblebee era conhecido nas revistinhas como Furão e o líder Optimus Prime fora chamado de Supremus Absolutus. E as bizarras traduções e adaptações chegaram até outros personagens, como: Ratchet [Trinco], Ravage [Selvagem], Cliffjumper [Saltador], Prowl [Espreitador], Brawl [Brigão], Hound [Rastreador], Laserbeak [Bicolaser], Shockwave [Onda de Choque], Gears [Engrenagem], Buzzsaw [Serra]; e até mesmo aos personagens humanos Buster Witwick [Buster Centelha] e "Sparkplug" Witwicky [Bob Centelha]; dentre muitas outras. Ma o que me encatava na franquia de forma avassaladora era a série Transformers (1984-1987), o desenho da “primeira geração”, com 98 episódios e um longa-metragem em 1986, conta a história do grupo rebelde Decepticon contra os Autobots, liderados por Optimus Prime que após fugirem de seu planeta natal Cybertron, caem na Terra, milhões de anos atrás, despertando somente em 1984.
Calvin e Haroldo (Calvin and Hobbes, 1985-1995, Bill Watterson) é uma série de tiras criada, escrita e ilustrada por Bill Watterson e publicada em mais de 2000 jornais do mundo inteiro entre 18 de novembro de 1985 e 31 de dezembro de 1995. Calvin é um garoto de seis anos de idade cheio de personalidade, que tem Haroldo como companheiro, um tigre sábio e sarcástico, que para ele está tão vivo como um amigo verdadeiro, mas para os outros não é mais que um tigre de pelúcia. De acordo com algumas visões, as fantasias mirabolantes de Calvin constituem frequentemente uma fuga à cruel realidade do mundo moderno para a personagem e uma oportunidade de explorar a natureza humana para Bill Watterson. Os nomes de Calvin e Hobbes foram inspirados no religioso João Calvino e no filósofo Thomas Hobbes. Em 1995 Watterson enviou uma carta a todos os editores que publicavam a sua tira: “Vou interromper Calvin e Hobbes no fim do ano. Esta não é uma decisão recente, nem foi uma decisão fácil, e eu saio com certa tristeza. Mas meus interesses mudaram, e eu acredito que fiz o que podia fazer dentro das limitações de prazo diárias e do pequeno espaço. Eu estou ansioso para trabalhar em um ritmo mais reflexivo e com menos compromissos artísticos. Desenhar essa história em quadrinhos tem sido um privilégio e um prazer, e eu sou grato a vocês por me terem dado essa oportunidade.” Sobre a proibição ao merchandising da série, Watterson comentou: “Na verdade, no começo da série, eu não era contra o merchandising, mas cada produto que pensei em criar parecia violar o espírito da tirinha, contradizendo a sua mensagem, e me afastando do trabalho que eu amava.” 16
Superaventuras Marvel 45 (Abril) foi publicada em março de 1986, com 84 páginas em formatinho e preço de capa Cr$ 8.000,00. A revista marcou por trazer uma história icônica – Dias de Um Futuro Esquecido (Days of Future Past, 1981), de Chris Claremont e John Byrne, publicada em The Uncanny X-Men nº 141 e 142. SAM nº 45 reúne as seguintes histórias: Dias de Um Futuro Esquecido, com roteiro de John Byrne e Chris Claremont, desenho de John Byrne e arte-final de Terry Austin, foi publicada em The Uncanny X-Men 141 (1981). Em 2013, o mundo é dominado pelos Sentinelas. Descontrolados, os enormes construtos oprimem os humanos e caçam os mutantes como animais. Nessa cruel realidade, uma milícia de resistência, formada por alguns X-Men restantes e liderada por um Magneto aleijado, tem um audacioso plano: enviar a mente da Kitty Pryde do futuro para seu corpo em 1981 e ajudar os X-Men a evitar o evento que gerou aquela realidade: o assassinato do Senador Robert Kelly! As Espadas da Rainha Branca, com roteiro de Gerry Conway e desenho de Marie Severin, foi publicada em Kull The Conqueror 10 (1973). O Rei Kull é acusado de ter matado o amor da vingativa Rainha Zarfhaana. O Dever Cumprido, com roteiro de Jim Shooter e arte de Tomoyuki Takenaka, foi publicada em Marvel Team-Up 126 (1983). O Homem-Aranha tenta deter um Hulk ensadecido pelas nas ruas de Nova York. Dançando a Noite Inteira, com roteiro de Bill Mantlo, desenho de Rick Leonardi e artefinal de Terry Austin, foi publicada em Marvel Fanfare 19 (1985). Traficantes locais querem eliminar a dupla Manto e Adaga que vem interferindo em seus negócios.
He-Man (1986-1988, Abril) foi publicado entre janeiro de 1986 e agosto de 1988. Foram lançadas 32 edições em formatinho, com média de 68 páginas coloridas e distribuição mensal. O título é baseado no desenho animado He-Man e os Defensores do Universo (He-Man and the Masters of the Universe, 1983-1985, Filmation) que fez muito sucesso nos anos 1980 e começo dos 1990 e na linha de brinquedos da Mattel (lançados no Brasil pela Estrela). Nos Estados Unidos, a Marvel Comics publicou uma série regular em 13 edições entre 1984 e 1985, menos que a metade das publicações brasileiras. A Editora Abril iniciou o título publicando as histórias da Marvel, porém com pouco material produzido por parte da editora americana, foram produzidas histórias nacionais nos títulos por artistas como Gedeone Malagola, Watson Portela, entre outros. A primeira edição foi publicada em janeiro de 1986, com 68 páginas em formatinho, colorido, lombada quadrada e preço de capa Cr$ 6.000,00. A história da revista, “A Armadilha de Esqueleto”, foi publicada originalmente em HeMan nº 1 (1984, Marvel). Que tortura é reler essa revista hoje em dia. A história é simplória e “infantilóide”, pois subestima a inteligêngia do seu público infantojuvenil. Os desenhos são mal acabados e sem nenhuma preocupação com a narrativa, os cenários, anatomia, proporção e perspectiva. Pra completar o combo, as cores são chapadas e não correspondem com as cores da animação. Como o pequeno Fran gostava disso? (risos). O desenho animado também não é nada agradável rever atualmente. Seriam as crianças dos anos 1980 desprovidas de senso crítico? Acho que não. Apenas não podiam escolher muito, aproveitavam o que era entregue (risos). 17
Super Powers (1986-1996, Abril) foi uma publicação trimestral que reunia os super-heróis da DC Comics. O título tem como inspiração a linha dos bonecos Super Powers da Kenner Toys, baseados nos personagens da DC Comics. No Brasil, a Estrela lançou os bonecos em 1987. A revista durou 37 números. No princípio, o logotipo da revista era idêntico ao dos brinquedos, mudando a partir do número 7 (novembro de 1987) e teve outra mudança a partir do número 11 (novembro de 1988). A primeira edição foi publicada em 17 de maio de 1986, com 84 páginas em formatinho, colorido, lombada quadrada e preço de capa Cz$ 7,00. A arte da capa é de Keith Giffen. Super Powers nº 1 reúne duas histórias publicadas originalmente pela editora americana DC Comics: Um Mergulho Nas Trevas, é a parte 4 do arco A Saga das Trevas Eternas, com argumento de Paul Levitz e Keith Giffen, desenho de Keith Giffen, foi publicada em Legion of Super-Heroes n° 293 (1982). Darkseid, é a parte 5 do arco A Saga das Trevas Eternas, com argumento de Paul Levitz e Keith Giffen, desenho de Keith Giffen, foi publicada em Legion of Super-Heroes n° 294 (1982). Os personagens em destaque nessas duas histórias são: Legião dos Super-Heróis, Superboy, Darkseid, Supermoça, Academia da Legião dos Super-Heróis, Legião dos Heróis Substitutos e Pai Celestial. Comprei várias edições desse título, mas não cheguei a colecioná-lo – e entedam, quando digo colecionar, me refiro a obter todos os números publicados da revista, do início ao fim. Não tinha como comprar todos os gibis que eu queria, então “sacrifícios” eram feitos.
Os Novos Titãs (1986-1996, Abril), com 126 edições, foi um dos meus gibis favoritos e destacava os ajudantes mais populares da DC. Destaca-se nessa revista a fase de Marv Wolfman e George Pérez e o início da gigantesca saga Crise Nas Infinitas Terras. A primeira edição foi publicada em 28 de abril de 1986, com 68 páginas, em formatinho, colorido, lombada quadrada e preço de capa Cz$ 6,50. NTT nº 1 reuniu três histórias da editora americana DC Comics: Cyborg, com argumento de Marv Wolfman e George Pérez, desenho de George Pérez e arte-final de Brett Breeding, foi publicada em Tales of The New Teen Titans 1 (1982). Origem de Cyborg. A Máscara da Morte!, com história de Archie Goodwin e arte de Jim Aparo, foi publicada em Detective Comics 437 (1973). História com Batman e Comissário Gordon. Réplica Mortal, com argumento de Marv Wolfman e desenho de Jim Starlin, foi publicada originalmente em DC Comics Presents 26 (1980). História com Super-Homem e Lanterna Verde. Os jovens ajudantes (sidekicks) voltariam com tudo nos anos 2000 e 2010 com duas séries animadas de grande sucesso: Os Jovens Titãs (Teen Titans, 2003-2006), no Brasil, transmitida pelo SBT. Embora a trama gire em torno dos personagens principais Robin, Estelar, Mutano, Ciborgue e Ravena, vários outros titãs – como Terra e Aqualad - já tiveram participações em alguns episódios. Justiça Jovem (Young Justice, 2010-2011) estreou em 2011 no Brasil pelo Cartoon Network e, em 2012, pelo SBT e agora está disponível na Netflix. Trata-se de uma adaptação de todo o Universo DC com foco nos super-heróis mais jovens. 18
Grandes Heróis Marvel 12 – Quarteto Fantástico (Abril) foi publicado em 25 de junho de 1986, com 84 páginas em formatinho, colorido, lombada quadrada e preço de capa Cz$ 5,50. Essa revista marca a primeira aparição de H.E.R.B.I.E. (Humanoid Experimental Robot BType Integrated Electronics) – um robô criado pra a série animada Fantastic Four (1978) da DePatie-Freleng Enterprises. Já ta ficando repetitivo (risos), mas eu tinha muito carinho por essa revista por causa de John Byrne, na época, meu desenhista favorito. GHM nº 12 traz uma aventura completa e divertida da fase do “Bráine” no Quarteto Fantástico, originalmente publicada em três revistas americanas da Marvel: A Grande Jornada, com roteiro de Marv Wolfman, desenho de John Byrne e arte-final de Joe Sinnott, foi publicada em Fantastic Four 209 (1979), Fantastic Four 210 (1979) e Fantastic Four 211 (1979). Para deter o terrível vilão cósmico Esfinge, o Quarteto Fantástico precisa contatar um de seus maiores inimigos, Galactus, o Devorador de Mundos. 15 páginas: 3 de Fantastic Four 211, 6 de Fantastic Four 209 (das 17 originais) e 6 de Fantastic Four 210 (das 17 originais). O Arauto e a Missão!, com roteiro de Marv Wolfman, desenho de John Byrne e artefinal de Joe Sinnott, foi publicada em Fantastic Four 211 (1979), Fantastic Four 212 (1979) e Fantastic Four 213 (1979). A origem do Terrax. 39 páginas (das 51 originais). Amarga Vitória, com roteiro de Marv Wolfman, desenho de John Byrne e arte-final de Joe Sinnott, foi publicada em Fantastic Four 214 (1980). 17 páginas.
ThunderCats (1986-1989, Abril), com 30 edições aqui no Brasil, foi licenciada junto à Marvel, aproveitando o sucesso do desenho – “Thunder, Thunder, ThunderCats, Ho!” Mais um título de qualidade duvidosa que “surfa na onda” de uma série de sucesso da TV que também comprei apenas algumas edições aleatórias – “não era legal como o desenho animado!” A primeira edição foi publicada em 22 de maio de 1986, com 36 páginas, em formatinho, colorido, lombada com grampos e preço de capa Cz$ 5,00. A história da revista, Rumo à Sobrevivência!, tem história de Leonard Starr (um dos criadores dos felinos), roteiro de David Michelinie e desenho de Jim Mooney. A série animada ThunderCats (19851990) foi baseado nos personagens criados por Tobin "Ted" Wolf e Leonard Starr. A primeira temporada foi ao ar em 1985 com 65 episódios, seguido do filme ThunderCats - HO! em 1986. As temporadas 2 (1887-1988), 3 (1988-1989), e 4 (1989-1990), seguiram o novo formato de 20 episódios cada. ThunderCats conta as aventuras de um grupo de felinos sobreviventes do planeta Thundera. Entre os personagens principais estão o jovem lorde dos ThunderCats, Lion (Lion-O, no original), e os ThunderCats Cheetara, Panthro, Tygra, WilyKit, WilyKat e Snarf. Juntos, eles devem proteger o Olho de Thundera (ui!) e o Terceiro Mundo do feiticeiro Mumm-Ra e seus mutantes. Com certeza, ThunderCats é o desenho mais icônico dos anos 80. E a música? “Thundercats, are on the move! Thundercats are loose! Feel the magic, hear the roar! Thundercats are loose!” 19
Mônica (1987-2006, Globo), com um total de 246 edições, é a segunda fase da revista em quadrinhos dos personagens do cartunista brasileiro Mauricio de Sousa. Mônica nº1 foi publicada em janeiro de 1987, com 84 páginas em formatinho, colorido, lombada quadrada, preço de capa Cz$ 9,30 e 23 histórias no total. A Editora Globo publicou uma longa série de quadrinhos da famosa turma do Limoeiro crida por Mauricio de Sousa: Cebolinha (1987-2006) com 246 edições. Cascão (1987-2006) com 467 edições. Chico Bento (1987-2006) com 467 edições. Magali (1989-2006) com 403 edições. Eu criei um laço afetivo muito grande com essas revistinhas da Turma da Mônica publicadas pela Editora Globo. Entre 1988 e 1993, após as minhas aulas matinais dos ensinos fundamental e médio, eu ia ajudar minha mãe em sua “barraca” (bar e lanchonete que também servia almoço) lavando copos, pratos e talheres. Após cumprir essa tarefa, eu ganhava dinheiro e caminhava até uma distante banca de jornal pra comprar minhas revistinhas de superheróis (novas e usadas). Minha mãe aproveitava minha “viagem” e mandava eu comprar revistas pra ela também, como Contigo, Ti-Ti-Ti e Turma da Mônica, principalmente as do Chico Bento, as suas preferidas. Como eu comprava gibis todos os dias (era de ouro dos meus quadrinhos), além da minha coleção de gibis de super-heróis, eu lia (após a minha mãe) todos os títulos da turma do Limoeiro e depois repassava as revistas para as minhas irmãs.
Secret Wars – Guerras Secretas (19861987, Abril) foi publicada em 12 edições de forma quinzenal entre 12 de agosto de 1986 e 13 de janeiro de 1987. Originalmente publicada como Secret Wars (1984-1985, Marvel), é considerada a primeira “megassaga” dos quadrinhos, concebida pelo editor-chefe Jim Shooter para promover uma linha de brinquedos da Mattel com personagens da Marvel. A megassaga começa quando a entidade chamada Beyonder promove uma batalha nunca antes vista entre os maiores heróis e vilões do universo Marvel, oferecendo ao grupo vencedor, como prêmio, a realização de todos os seus desejos. Como os direitos da linha de brinquedos no Brasil haviam sido concedidos à Gulliver, a série em quadrinhos precisava ser lançada no Brasil. No entanto, a cronologia de vários heróis no Brasil estava defasada em relação à cronologia americana. A solução da Abril foi alterar partes da história, suprimindo inclusive personagens como Vampira e Capitã Marvel, e também modificando o final da saga, para que tudo se encaixasse no momento em que a Marvel estava situada no Brasil. Anos depois, a Abril lançaria um resumo dessa história na revista Capitão América nº 119 (abril de 1989) e uma versão completa entre as revistas A Teia do Aranha nº 62 (dezembro de 1994) e A Teia do Aranha nº 66 (abril de 1995). 20
Transformers Especial (1987, Globo) foi uma publicação mensal que continuou mostrando a guerra entre Autobots e Decepticons de onde a RGE parou. A primeira edição foi publicada em fevereiro de 1987, com 50 páginas em formatinho, colorido, lombada com grampos e preço de capa Cz$ 11,00. A história dessa revista é entitulada “Estrela Cadente” e mostra a intervenção dos caças decepticons num show de um clone de Bruce Springsteen, que canta “Born in America” em lugar de “Born in the USA”. Transformers Especial trouxe em sua série de 10 revistinhas o que correspondiam as revistas em quadrinhos norte-americanas do 13º ao 32º número. Nesta editora Transformers recebeu, então, a "tradução" definitiva de seus personagens, muitos dos quais foram reapresentados com seus nomes originais em inglês. O mais marcante (para mim) é que no dia 15 de janeiro de 1987 entrou em cartaz nos cinemas brasileiros Transformers: O Filme (The Transformers: The Movie, 1986), um longa de animação produzido pela DEG Productions que dá continuidade ao desenho, marcando o fim da 2ª Temporada e o início da 3ª. O filme se passa em 2005, e marca a morte do líder Optimus Prime e de vários outros personagens principais, na guerra entre os Autobots e Decepticons. A história é centrada no surgimento do mais poderoso transformer existente: Unicron. Unicron foi dublado por Orson Welles, em um de seus últimos trabalhos. Dublaram também Leonard Nimoy (Galvatron), Robert Stack (Ultra Magnus) e Judd Nelson (Rodimus Prime).
Fantasma Especial (1987-1989, Globo), com apenas 30 edições publicadas, foi licenciado junto ao King Features Syndicate e começa sua numeração de capa pelo número 8, pois continuou de onde parou (no número 7) o título da Rio Gráfica Editora: Fantasma Especial (1983-1986, RGE). Fantasma Especial nº 8, a primeira edição da Editora Globo, foi publicada em fevereiro de 1987, com 68 páginas em formatinho, colorido, lombada com grampos e preço de capa Cz$ 12,00. Essa edição traz duas histórias, a primeira é entitulada “O Anel”, com roteiro de Ulf Granberg e desenho de Jaime Vallvé, foi publicada originalmente em Fantomen 629 (1977, Semic Press). A segunda história dessa edição é entitulada “A Planta da Lua”, com roteiro de Donne Avenell e desenho de Özcan Eralp. Na capa de Fantasma Especial nº 33 (março de 1989), o uniforme do Fantasma aperece com sua cor original (roxa), fato que ficou marcante desde 1987 por causa do desenho animado Defensores Da Terra (Defenders of the Earth, 1986), que passava no SBT, dentro do Show Maravilha. O Fantasma (The Phantom, 1936) foi criado por Lee Falk para tiras de jornal, contando as aventuras de um combatente do crime nas florestas de Bangalla, mascarado, usando uma roupa característica e sempre acompanhado pelo seu fiel lobo Capeto e seu cavalo Herói. Falk trabalhou na tira até sua morte em 1999. O Fantasma usa uma máscara preta, um anel de caveira, um uniforme roxo, carrega duas pistolas no seu cinturão de couro preto com uma fivela imitando uma caveira. 21
Grandes Heróis Marvel 15 – Tropa Alfa (Abril) foi publicado em 11 de março de 1987, com 84 páginas em formatinho, colorido, lombada com grampos e preço de capa Cz$ 12,00. Essa revista traz a marcante morte do Guardião, que mesmo repetindo em vários aspectos a saga que desencadeia a morte da Fênix, mostra John Byrne no auge da sua popularidade como artista de quadrinhos. GHM nº 15 reúne as seguintes histórias publicadas pela editora americana Marvel Comics: Armadilha, com roteiro e arte de John Byrne, foi publicada originalmente em Alpha Flight 11 (1984). 12 páginas com Box, Tropa Ômega, Lili Diamante, Flashback, Gênio, Selvagem, Guardião III, Tropa Alfa, Heather McNeil Hudson, Box II e Delphine Courtney. E Alguém Vai Ter Que Morrer, com roteiro e arte de John Byrne, foi publicada originalmente em Alpha Flight 12 (1984), mostra a morte do Guardião em 37 páginas (das 38 originais). Personagens na história: Heather McNeil Hudson, Gênio, Tropa Alfa, Shaman, Pássaro da Neve, Sasquatch, Aurora, Pigmeu, Estrela Polar, Tropa Ômega, Lili Diamante, Selvagem, Guardião III, Flashback, Box, Delphine Courtney e Box II. Pesadelo, com roteiro e arte de John Byrne, foi publicada originalmente em Alpha Flight 13 (1984). Atormentada pela culpa da morte do Guardião, Heather McNeil Hudson resolve seguir em frente com o projeto do marido. Wolverine aparece em um pesadelo de Heather, devido a amizade que os três possuíam. 21 páginas (das 22 originais) com Shaman, Heather McNeil Hudson, Pigmeu, Gênio, Tropa Alfa e Gary Cody.
Batman – O Cavaleiro Das Trevas (Abril) foi publicado como uma minissérie em 4 edições entre abril e julho de 1987. Cada edição, em formato americano, tinha 48 páginas. Escrita e desenhada por Frank Miller, foi originalmente publicada em The Dark Knight Returns (1986, DC Comics). A série mostra um velho Bruce Wayne retornando da aposentadoria para combater o crime e enfrentando a oposição da força policial de Gotham City e o governo dos Estados Unidos. A história também apresenta Carrie Kelley como a nova Robin e culmina em um confronto contra o Super-Homem. É um dos quadrinhos mais republicados aqui no Brasil. A Editora Abril republicou a série em 1988, 1989, 1997 (minissérie em 4 edições) e 2002 (minissérie em 2 edições), todos no formato americano: 17 x 26 cm. A Editora Panini republicou a série em álbuns de luxo em 2006, 2007, 2011, 2014, 2015, 2017 e 2018, todos com 516 páginas cada um, no formato de 19 x 28 cm. Considera-se que esta história, assim com Watchmen, de Alan Moore e Maus, de Art Spiegelman, teriam ajudado a elevar o universo das HQs a um nível mais maduro de literatura, o qual se distanciaria dos “quadrinhos para crianças”. Os críticos acusaram The Dark Knight de inaugurar a era do “durão e amargo” que assolou as histórias de super-heróis nos anos 1990, quando os quadrinhos começaram a lidar com muitos temas adultos. Essas histórias motivaram as empresas de quadrinhos a investir em temas adultos e surgiram grandes obras como Asilo Arkham e Sandman, e autores como Gaiman e Miller se tornaram escritores e diretores de cinema. 22
Super-Homem 38 (Abril) foi publicado em 4 de agosto de 1987, com 84 páginas em formatinho e preço de capa Cz$ 16,00. Revista marcante por trazer uma origem do Super-Homem reformulada por John Byrne na mini-série The Man of Steel (1986, DC). A primeira história da edição, “Sob os Raios da Aurora Verde”, com roteiro e desenho de John Byrne, arte-final de Dick Giordano, foi publicada originalmente em The Man of Steel 1 (1986). 32 páginas com a origem do Homem de Aço, recontada pelo “Bráine”. A segunda história, “A Sombra de Batman”, com argumento de Roger Slifer e desenho de Trevor Von Eeden, foi publicada originalmente em Batman 347 (1982). A terceira e última história, “Círculo de Fogo”, com argumento de Andy Helfer e arte do genial José Luis García-López, foi publicada originalmente em Deadman 4 (1986). No Brasil, cada capítulo do arco O Homem de Aço (The Man of Steel) foi publicado mensalmente entre Super-Homem 38 (4 de agosto de 1987) e Super-Homem 43 (7 de janeiro de 1988). The Man of Steel, escrita e desenhada pelo artista inglês naturalizado canadense John Byrne, narra uma série de eventos que compõem a origem de Clark Kent, mostrando o surgimento do Super-Homem e os primeiros anos de sua vida, desconsiderando da história do personagem toda a narrativa estabelecida até então, criando um novo cânone. Considerado um dos quadrinhos mais representativos do Superman, tornou-se uma das mais controversas histórias em quadrinhos de super-herói já publicadas, pelas significativas mudanças que John Byrne realizou com o personagem.
Super Powers 5 (Abril) foi publicado em 25 de maio de 1987, com 84 páginas em formatinho e preço de Cz$ 14,00. A arte da capa é de George Pérez. Essa revista foi muito marcante para o pequeno Fran por trazer duas partes (das doze) de Crise Nas Infinitas Terras com a excelente arte de Geoge Pérez e também mostrar a trágica morte da Supermoça – eu quase senti a dor e o sofrimento do Super-Homem. Super Powers nº 5 nos apresentam duas histórias do arco Crise Nas Infinitas Terras. A primeira, entitulada “Terra em Agonia”, com argumento de Marv Wolfman, desenho de George Pérez e arte-final de Jerry Ordway, foi publicada originalmente em Crisis On Infinite Earths 6 (1985). No universo antimatéria, Flash fica conhecendo a identidade do ser por trás das destruições dos mundos: o Anti-Monitor. O vilão então envia seu aliado, o Pirata Psíquico (agora com poderes ampliados), para impedir que os campeões salvem as três Terras restantes. Mas os vilões não conseguem impedir que Precursora salve as Terras "4", "X" e "S" da onda de antimatéria, juntando-as às Terras 1 e 2. Mas os mundos ainda não estão salvos. A segunda história, “Muito Além da Noite Silenciosa”, com argumento de Marv Wolfman, desenho de George Pérez e arte-final de Jerry Ordway, foi publicada originalmente em Crisis On Infinite Earths 7 (1985). Os personagens que mais se destacam nessa edição: Pária, Precursora, Capitão Marvel, Mulher-Maravilha, Supermoça, Mutano, Átomo, Arqueiro Verde, Besouro Azul II, Super-Homem da Terra-2, Poderosa, Capitão Átomo, Nuclear I, Antimonitor, Ajax, Lanterna Verde I, Batgirl II, Brainiac, Canário Negro II, Super-Homem e Pirata Psíquico II. 23
Comandos em Ação (1987-1988, Globo), com apenas 11 edições, foi licenciado junto à Marvel Comics e à Hasbro O título baseado na série animada de mesmo nome, Comandos em Ação (G.I. Joe: A Real American Hero, 1983-1987) – transmitido pela Rede Globo entre 1986 e 1994 – que por sua vez era baseada na linha de brinquedos G.I. Joe (30 cm 1964-1976 e 10 cm 1982-1995) da Hasbro. No Brasil, primeiro sob o nome Falcon (1978-1984) e depois Comandos em Ação (19841995), a coleção de brinquedos foi fabricada pela Estrela. A primeira edição da revista dos Comandos em Ação foi publicada em agosto de 1987, com 36 páginas em formatinho, colorido, lombada com grampos e preço de capa Cz$ 15,00. A história dessa primeira edição, entitulada Operação: Lady Destruição, com história de Larry Hama, desenho de Herb Trimpe e arte-final de Bob McLeod, foi publicada originalmente em G.I. Joe: A Real American Hero 1 (1982, Marvel). Vários personagens foram apresentados nessa primeira edição: Short-Fuze, Grunt, Stalker, Comandante Cobra, Clutch, Rock 'N Roll, Grand Slam, General Hawk, Steeler, Zap, Scarlett, Baronesa, Breaker, Snake-Eyes, Flash, Adele Burkhart, General Austin, General Flagg e Shooter. Esse gibi foi mais um dos quais eu comprei apenas algumas edições aleatórias, tanto por contenção de despesas (risos) quanto por também achar os brinquedos (que só tive um aproximadamente em 1985, pois eram muito caros) e os desenhos animados mais divertidos (esses sem custos).
Demolidor – A Queda de Murdock (Daredevil, 1986, Marvel Comics) foi publicada originalmente entre as revistas Daredevil nº 227 e Daredevil nº 233. No Brasil, foi publicada pela primeira vez pela Editora Abril entre Superaventuras Marvel nº 62 (agosto de 1987) e Superaventuras Marvel nº 68 (fevereiro de 1988). Nessa série, uma ex-namorada viciada em drogas (Karen Page) vende a identidade do Demolidor a um traficante, que a revende ao Rei do Crime, que arma um plano que vai causar a derrocada do protetor da Cozinha do Inferno. A partir daí, a vida de Murdock é destruída. Desenhada por David Mazzuchelli, e roteirizada por Miller, esta saga é considerada um clássico, pois trata-se da maior história do “homem sem medo” já escrita. A revista Daredevil estava para ser cancelada e Miller a tornou campeã de vendas. Para tanto, não criou uma história do herói, mas sim de Matt Murdock. E não apenas utilizou o alter ego para conduzir a trama, mas também o destruiu. A ideia de Miller tem a simplicidade da genialidade: o que aconteceria se o maior inimigo de um herói fantasiado descobrisse a identidade secreta dele? E se esse vilão fosse não outro fantasiado superpoderoso, mas sim um gângster que possui metade dos Estados Unidos em suas mãos? Esta é a trama perpetrada por Miller, que relembra uma antiga namorada de Matt Murdock e a faz virar uma atriz pornô viciada em heroína, que vende o segredo de seu examado para o Rei do Crime. O vilão, com todo o seu poder, simplesmente destrói a vida do advogado cego. 24
Capitão América 100 (Abril), foi publicado em setembro de 1987, com 164 páginas em formatinho, colorido, lombada quadrada e preço de capa Cz$ 50,00. Essa edição comemorativa – orgulho da minha coleção guardada em caixas de sapatos – com arte do “Bráine” na capa, entre outras histórias, traz a origem de vários super-heróis da Marvel: Do Centro da Terra Surge o Toupeira, com roteiro de Stan Lee e desenho de Jack Kirby, publicada em Fantastic Four 1 (1961), conta a origem do Quarteto Fantástico. Os Amigos de Wendy, com argumento e arte de John Byrne, foi publicada em Fantastic Four 239 (1982). Origem do Hulk, com roteiro de Stan Lee e desenho de Jack Kirby, foi publicada em The Incredible Hulk 1 (1962). Sonâmbulo!, com roteiro de Bill Mantlo e desenho de Sal Buscema, foi publicada em The Incredible Hulk 298 (1984). O Aranha Lança Sua Teia, com roteiro de Stan Lee e arte de Steve Ditko, publicada em Amazing Fantasy 15 (1962), conta a origem do Homem-Aranha. 11 Páginas. Aventura na Lua, com roteiro de Bill Mantlo e desenho de John Byrne, publicada em Marvel Team-Up 55 (1977), reúne Adam Warlock e o Homem-Aranha. O Nascimento de Um Deus, com roteiro de Stan Lee e desenho de Jack Kirby, publicada em Journey Into Mystery 83 (1962), conta a origem do Thor. O Triunfo Do Mal, com roteiro de Alan Zelenetz e arte de John Buscema, publicada em Thor Annual 13 (1985), mostra o demônio Mefisto, entediado em seu reino, resolvendo atazanar o poderoso Thor.
Batman (1987-1988, Abril). Após o lançamento da histórica mini-série O Cavaleiro das Trevas, Batman ganhou uma segunda série pela Editora Abril. O título já começa de forma arrasadora publicando todo o arco “Ano Um” pela primeira vez e, depois, mostra Dick Grayson deixando de ser o Robin e sendo substituído por Jason Todd. O título finalizou em dezembro de 1988 com apenas 16 edições. A primeira edição da revista foi publicada em 10 de setembro de 1987, com 84 páginas em formatinho e preço de capa Cz$ 24,00. A arte da capa é de David Mazzucchelli e as histórias são: Quem Eu Sou e Como Vim a Ser (parte um do arco Batman: Ano Um), com roteiro de Frank Miller e arte de David Mazzucchelli, foi publicada em Batman 404 (1987). Aqui, começa a batalha de Wayne contra as famílias mafiosas e bandidos de rua em Gotham City, sem contar a polícia, que ataca o morcego freneticamente. Bruce Wayne e James Gordon chegam à Gotham ao mesmo tempo, com missões diferentes. Gordon junta-se à polícia da cidade, descobrindo logo que ela é corrupta. Wayne, disfarçado de vagabundo, testa seus anos de treinamento em uma simples briga de rua na Zona Leste, que não sai como ele planejou: ele acaba baleado. Ferido e em busca de inspiração, ele tem uma ideia quando vê um morcego voando pela janela (22 páginas). O Funeral, com roteiro de Alan Moore e arte de Shawn McManus, foi publicada em The Saga of The Swamp Thing 28 (1984). 23 páginas com o Monstro do Pântano. Jogo do Amor, com roteiro de Marv Wolfman e desenho de Don Newton, foi publicada em Vigilante 4 (1984). 23 páginas do Vigilante. 25
Grandes Heróis Marvel 19 – Quarteto Fantástico (Abril) foi publicado em março de 1988, com 84 páginas em formatinho e preço de capa Cz$ 75,00. Mais uma revista marcante, concebida pelo mestre John Byrne, trazendo o Quarteto Fantástico em mais uma divertida aventura cósmica. Eu sempre fico boquiaberto com o desenho do “Bráine”, principalmente quando vejo o drapeado nos uniformes do Quarteto e a trama das pedras que formam o corpo do Coisa. GHM nº 19 reúne duas boas histórias publicadas originalmente pela Marvel Comics: “Pesadelo!”, com roteiro e arte de John Byrne, foi publicada em Fantastic Four n° 248 (1982). O Quarteto Fantástico visita a cidade de Attillan – agora localizada na “Área Azul” da Lua – convidado para o batizado da filha da inumana Crystalis com o mutante Mercúrio. Ao mesmo tempo, percorrendo canais lunares totalmente submersos, o aquático Triton alcança uma caverna, que guarda um estranho artefato de cristal. Após o homem-peixe ser atingido por uma luz intensa, a Lua é arrancada de sua órbita por um raio de tração. 22 páginas. “Super-Homem?”, com roteiro e arte de John Byrne, foi publicada em Fantastic Four n° 249 (1982) e n° 250 (1983). Próximo à órbita de Plutão, Gladiador, pretor da Guarda Imperial Shiar, persegue quatro Skrulls, cuja missão é destruir o Quarteto Fantástico. Após uma explosão provocada pelos vilões, o implacável perseguidor acaba chegando à Terra, onde, desorientado, acredita que os nossos heróis são os aliens disfarçados. Um confronto tem início entre o poderoso magistrado e os Fantásticos, com providencial ajuda do Homem-Aranha, Capitão América e X-Men. 53 páginas (das 59 originais).
Ronin (1988, Abril), escrito e desenhado por Frank Miller e colorido por Lynn Varley, foi publicado como minissérie em 6 edições no formato americano (17 x 26 cm), entre fevereiro e julho de 1988, mesmo formato da versão original (Ronin, 1983-1984, DC Comics). Ainda em 1988, a Abril publica esse quadrinho em uma única edição com 324 páginas no formato americano. Entre outubro de 1991 e janeiro de 1992, a Abril volta a publicar a minissérie, novamente em 6 edições no formato americano. A Opera Graphica, entre abril e setembro de 2003, publica Ronin como uma minissérie em 3 edições no formato 18,5 x 27 cm; e em agosto de 2005, publica Ronin como um álbum de luxo com 288 páginas no formato: 18,5 x 27 cm e preço de capa R$ 59,00. A Panini, em dezembro de 2016, publica Ronin: Edição Definitiva, com 340 páginas no formato 18,5 x 27 cm e preço de capa R$ 92,00. A minissérie narra a história de um antigo samurai que reencarna num deficiente físico para enfrentar seu eterno inimigo, o demônio Agat. Em um passado distante, um importante senhor do Japão antigo é eliminado por uma entidade de puro mal. Um jovem guerreiro jura vingança e torna-se um samurai sem mestre – um ronin. Em um futuro próximo, uma grande corporação da selva urbana de Nova York está se preparando para lançar uma mortal nova tecnologia, e um infantilizado telepata e uma corajosa chefe de segurança são as únicas coisas em seu caminho. Neste trabalho, Frank Miller expõe toda a sua influência dos mangás, em especial, a obra de Kazuo Koike e Goseki Kojima, Lobo Solitário. 26
Lendas (Abril) foi publicada como uma minissérie em 6 edições (em formatinho) entre julho e dezembro de 1988. Escrita por John Ostrander e Len Wein e desenhada por John Byrne, originalmente publicada em Legends (1986, DC Comics), foi a primeira saga da DC logo após “Crise Nas Infinitas Terras”. A saga completa de Lendas, além da minissérie, contava com várias histórias extras (chamadas de tie-in) que foram publicadas em outros títulos DC da Editora Abril: Batman nº 11, Superamigos nº 39 a 43, Super-Homem nº 51 a 53, Os Novos Titãs nº 25 e 26 e Liga da Justiça nº 2 e 4. Basicamente, Darkseid, o senhor de Apokolips, tendo uma conversa com o Vingador Fantasma, advertiu que as lendas da Terra, os super-heróis, não se manteriam perseverantes se a população se voltasse contra eles. Darkseid então elaborou um plano para desacreditar todos os super-heróis da Terra, fazendo o planeta mais vulnerável a uma invasão posterior sua. Ele enviou para a Terra um servo dele, o Glorioso Godfrey, que tinha a habilidade de cativar suas vítimas com sua voz. Godfrey disfarçou-se como G. Gordon Godfrey, e elaborou uma extensa campanha publicitária contra os superseres, afirmando que eles só traziam maus exemplos, que incentivavam a violência, que a população não deveria confiar sua segurança a mascarados, e que os supervilões não existiriam se não fossem os heróis. A população revoltou-se contra a comunidade heróica. O Presidente (Ronald Reagan), temendo pânico em alto escala, proibiu por decreto a atividade de superseres durante o episódio.
Superaventuras Marvel 71 (Abril) foi publicada em maio de 1988, com 68 páginas em formatinho e preço de capa Cz$ 85,00. SAM nº 71 é uma edição especial que traz a conclusão da “Saga da Ninhada” com boas histórias dos mutantes X-Men: “Liberdade ou Morte”, com roteiro de Chris Claremont e desenho de Paul Smith, foi publicada em The Uncanny X-Men n° 166 (1983). Tempestade, agora assumindo forma astral, está regenerando seu corpo humano, o que lhe dá informações preciosas sobres os Acantis. Os X-Men retornam ao lar da Ninhada para enfrentar a Rainha. Kitty acaba encontrando um dragão que a ajuda. Por fim, Ciclope acaba traindo a equipe, pois seu processo de transformação está quase no fim. E Binária é decisiva para a eliminação dos embriões. “Os Filhos Pródigos a Casa Retornam”, com roteiro de Chris Claremont e desenho de Paul Smith, foi publicada em The Uncanny XMen n° 167 (1983). A rainha alertou o grupo dos X-men que um embrião ainda está a solta, após os mutantes a derrotarem. Eles logo percebem que se trata de Xavier. De volta a terra na mansão eles são confundidos com invasores pelos Novos Mutantes e um pequeno embate acontece, apenas esquentando o ambiente para a derradeira batalha contra Xavier já transfigurado. A “Saga da Ninhada” completa saiu entre as Superaventuras Marvel nº 66 (dezembro de 1987) e Superaventuras Marvel nº 71 (maio de 1988). A “Ninhada” são seres que moram no espaço e já criaram problemas para os X-Men, Vingadores e Quarteto Fantástico. Foram inspirados nas criaturas da franquia Alien. 27
X-Men (1988-2000, Abril) foi um título próprio dos X-Men, em formatinho, iniciado em novembro de 1988, em substituição ao título Heróis da TV (1979-1988, Abril). A série dos mutantes da Marvel durou 141 números, até ser cancelada em julho de 2000. Cada edição tinha 68 páginas e reuniam três revistas americanas num “mix”, onde a primeira história normalmente era da revista original The Uncanny X-Men (1962-2015, Marvel Comics). Eu colecionei a revista regularmente até X-Men nº 67 (maio de 1994), depois passei a comprar esporadicamente, talvez por teimosia, pois toda edição que pegava eu achava uma bosta – “Estamos ficando velhos, Magneto!” X-Men nº 1 foi publicada em novembro de 1988, com 68 páginas em formatinho e preço Cz$ 250,00. A icônica capa tem um maravilhoso desenho do meu ídolo John Byrne (o “Bráine”) e arte-final de Terry Austin. O formatinho é um típico “mix” da Abril que reúne três histórias da editora americana Marvel Comics: “Decisões”, com roteiro de Chris Claremont e desenho de John Romita Jr, foi publicada originalmente em The Uncanny X-Men n° 176 (1983), com 19 páginas (das 22 originais). “Livrai-nos do Mal”, com roteiro de Roger Stern e arte de Steve Leialoha, foi publicada originalmente em Doctor Strange n° 62 (1983), com 17 páginas (das 22 originais). “Quem Ama Não Mata!”, com roteiro e desenho de Mark Gruenwald, foi publicada originalmente em Hawkeye n° 1 (1983), com 23 páginas. X-Men da Abril demorou para sair, já que os mutantes estavam monopolizando diversos títulosa da editora como SAM, GHM e HTV.
Graphic Novel 5 – Batman: A Piada Mortal (Abril) foi publicada em setembro de 1988, com 52 páginas em formato americano e preço Cz$ 550,00. “A Piada Mortal”, com roteiro de Alan Moore e arte de Brian Bolland, foi originalmente publicada em Batman: The Killing Joke (1988, DC Comics) e conta uma intrigante história na qual o Coringa tenta provar que todos são iguais a ele, bastando apenas ter um dia ruim na vida. HQ que mostra como Batgirl ficou paralítica após um ataque do criminoso. Muitos críticos consideram “A Piada Mortal” a história definitiva do Coringa e uma das melhores do Batman em todos os tempos. Ganhou o Prêmio Eisner de “Melhor Álbum Gráfico” em 1989. Uma história impactante e definitiva do surgimento do maior vilão do Cavaleiro das Trevas, o “Palhaço do Crime”, popularmente conhecido como Coringa, marcada pela violência e temas pesados. Moore explora a psicologia de Batman, Coringa e do comissário Gordon. Todas as tramas paralelas apresentadas no gibi acabam tendo Gordon como seu referencial e é o comissário que concentra a maioria das perguntas que surgem após a leitura da revista. Afinal de contas, se basta um “dia ruim” para levar a sanidade de uma pessoa, porque o mesmo não aconteceu com Gordon? Porque é que Wayne se transformou no Batman, aquele comediante no Coringa e o Comissário escapou ileso? Eu fiquei muito “bolado” com os atos do Coringa nessa história e aceitei – sim, seus cuequinhas verdes – que o Batman matou o palhaço no final (risos). 28
New York - A Grande Cidade (Martins Fontes) foi publicada em 1988, com 148 páginas no formato 21 x 27,5 cm, em preto e branco e lombada quadrada. Com história e arte de Will Eisner, foi originalmente publicada em New York: The Big City (1981) e reune pequenos contos sobre a vida na cidade grande. Apesar de ser ambientado em Nova York, essas histórias podem ser vistas em qualquer cidade grande. Degraus de edifícios, metrôs, “tesouros” perdidos no respiradouro do metrô, lixeiras, sons da rua, janelas, paredes e quarteirões tornam-se cenários para Eisner nos mostrar do que realmente são feitas as cidades: pessoas. Will Eisner é um gênio da narrativa gráfica! Suas “graphic novels” são uma aula de como utilizar a linguagem dos quadrinhos de maneira criativa e ousada. A expressividade de seus personagens é tão grande que ele não precisa de texto pra contar uma história. A maneira como o mestre Eisner trata os quadros é impressionante, raramente ele se utiliza de linhas para delimitar os quadros, e assim mesmo, seus quadros são perfeitamente compreensíveis. Sua maestria na ilustração é tão grande que ele consegue fazer o leitor experimentar sensações impossíveis de serem representadas em quadrinhos, como cheiros, sons e tons de voz. Eisner apresenta esses temas ao leitor em forma de histórias curtas, muitas vezes sem texto e com páginas de forte impacto. A capacidade de expressão facial e corporal da arte de Eisner aliada à sua incrível diagramação de páginas são inovadoras mesmo quase 30 anos depois do lançamento do livro.
Watchmen (1988-1989, Abril), publicado como minissérie em 6 edições, no formato americano, saiu entre novembro de 1988 e abril de 1989. Escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons foi publicada originalmente em doze edições mensais nos Estados Unidos. Watchmen (1986-1987, DC Comics), foi, no contexto dos quadrinhos da década de 1980 — junto com Batman Cavaleiro das Trevas de Frank Miller, e Maus de Art Spiegelman — um dos responsáveis por despertar o interesse do público adulto para um formato até então considerado infanto-juvenil. A trama, no contexto da “Guerra Fria” em 1985, envolve episódios vividos por um grupo de vigilantes do passado e do presente e eventos relacionados ao misterioso assassinato de um deles. Moore, nessa série, retrata os super-heróis como indivíduos verossímeis, que enfrentam problemas éticos e psicológicos, lutando contra neuroses e defeitos. Moore considerou escrever uma história remodelando os heróis da Charlton Comics, assim como fez com Miracleman em 1982. O editor Dick Giordano foi receptivo ao projeto, mas se opôs à ideia de usar os personagens da Charlton, ao invés disso, convenceu Moore a retrabalhar o projeto com personagens inéditos. Confesso que, na época com 13 anos, não gostei de Watchmen e parei no número 1 por achar os desenhos feios – não era parecido com John Byrne ou George Pérez (risos). Uma blasfêmia, eu sei. Hoje, a série se tornou o meu quadrinho preferido de todos os tempos e Watchmen – Edição Definitiva (2009, Panini) é um dos meus “orgulhos da prateleira”. 29
Graphic Novel 8 – O Edifício (Abril) foi publicado em fevereiro de 1989, com 84 páginas, formato de 21 x 27,5 cm, em sépia e branco e preço de capa NCz$ 2,00. Com história e arte de Will Eisner, publicada originalmente em The Building (1987), conta a história de quatro fantasmas cujas vidas foram marcadas por tristezas e desilusões. Entretanto, a personagem principal que une e entrelaça suas histórias é um prédio situado na esquina de uma grande megalópe. De uma poesia que só Eisner sabe transmitir, “O Edifício” retrata a dor e o peso da existência humana por meio das “pequenas coisas” que acontencem no cotidiano. Nas palavras do livro: “Agora sei que estas estruturas, incrustadas de riso e machadas de lágrimas, são mais do que edificações sem vida. Não é possível que, tendo feito parte da vida, eles não absorvam de alguma forma a radiação proveniente da interação humana.” A primeira história trata de Monroe Mensh, um velho que levou a metade de sua vida em insossa rotina, com a política de nunca se envolver na vida alheia com o intuito de evitar problemas para si mesmo, até o dia em que decide largar tudo para se dedicar a ajudar crianças. A segunda história abrange a vida de Gilda Green, desde sua adolescência até sua morte, ao mostrar os percalços que ela lhe traz. A terceira história nos brinda com a vida do músico Antonio Tonatti, que acabou se tornando um violinista porque seus pais não tiveram dinheiro para lhe comprar um piano. A quarta história mostra o impiedoso empresário P. J. Hammond que, depois de ter vencido na vida, desenvolve uma estranha obsessão pelo edifício da história que outrora pertencera a sua família.
Liga da Justiça (1989-1994, Abril) teve 67 edições publicadas, onde pela primeira vez no país a “Liga da Justiça da América” ganha um título próprio com a tradução correta (a editora Ebal publicou o título como “Justiceiros”). O título começa com a fase da “Liga Cômica”, muito elogiada, escrita por Keith Giffen, mostrando um lado mais cômico do grupo, que conta com super-heróis de “segundo escalão”. A Liga da Justiça se expandiu tanto nesta época que existiam três ligas: Liga da Justiça da América, Liga da Justiça Europa e Liga da Justiça Internacional. Liga da Justiça nº 1 foi publicada em janeiro de 1989, com 84 páginas em formatinho e preço de capa Cz$ 500,00. A revista mix reúne três histórias originais da editora americana DC Comics: “A Nova Geração”, com argumento de Keith Giffen, roteiro de J.M. Dematteis, desenho de Kevin Maguire e arte-final de Terry Austin, foi publicada em Justice League n° 1 (1987). A Liga está de volta, liderada por Batman e composta por uma mescla de veteranos e novatos, e marcada por atritos entre alguns membros indiciplinados. “Para Que Haja Um Amanhã”, com roteiro de John Ostrander e desenho de Joe Brozowski, foi publicada em The Fury of Firestorm, The Nuclear Man n° 62 (1987). “Julgamento Pelo Fogo”, com roteiro de John Ostrander e desenho de Luke McDonnell, foi publicada em Suicide Squad n° 2 (1987). O grande sucesso da Liga veio com as séries animadas Liga da Justiça (Justice League, 2001-2004) e Liga da Justiça Sem Limites (Justice League Unlimited, 2004-2006), exibidas pelo SBT no programa Bom Dia & Cia de 2002 até 2013. 30
Graphic Novel 12 – Rocketeer (Abril) foi publicada em junho de 1989, com 68 páginas, formato de 21 x 27,5 cm e preço de NCz$ 4,50. Foi originalmente publicada em 1982 nos EUA como The Rocketeer, com roteiro e arte de Dave Stevens A primeira aparição do personagem foi em 1982, embora seja uma homenagem aos heróis das decadas de 1930 e 1940. A namorada do herói, Betty, é inspirada em Bettie Page. Rocketeer é a identidade secreta de Cliff Secord, um piloto acrobático que descobre uma misteriosa mochila a jato que lhe permite voar. As aventuras de Rocketeer são definidas em Los Angeles e Nova York no ano de 1938, e Stevens deu uma roupagem retro-futurista, nos causando uma sensação nostálgica, claramente influenciada pelos seriados estrelados pelo Commando Cody da Republic Pictures, e a “pinup” Bettie Page. Baseado nos quadrinhos de Stevens, foi lançado o filme Rocketeer (The Rocketeer, 1991, Joe Johnston), estrelado por Billy Campbell e Jennifer Connelly. O filme recria o ambiente “noir” da cidade de Hollywood no ano de 1938, com seus gângsteres, espiões nazistas e o crescimento da era da aviação. Lendo recentemente (2015), já que não li na época do seu lançamento no Brasil, mesmo gostando mais da arte que do roteiro, vejo esse quadrinhos como uma bela homenagem aos heróis dos quadrinhos “pulp” dos anos 1930 e 1940. Nessa pegada do “pulp”, Dave Stevens traz um personagem que evidentemente faz diversas referências ao Sombra (The Shadow, 1931-1942) que, assim como o Zorro (19191944), é considerado inspirador para a criação do Batman.
Crise Nas Infinitas Terras (1989, Abril), publicado como minissérie em 3 edições, em formatinho, saiu entre maio e julho de 1989. Escrita por Marv Wolfman e desenhada por George Pérez, foi originalmente publicada como Crisis on Infinite Earths (1985-1986, DC), com doze edições. A saga atingiu os mais importantes personagens do Universo DC, como o Super-Homem, o Batman, a Mulher-Maravilha e o Flash. A história teve fundamental importância por ter eliminado o conceito de Multiverso, que causava muitas confusões entre os leitores a respeito da cronologia dos personagens. O conceito do Multiverso surgiu na história “Flash of Two Worlds” da revista The Flash nº 123 (1961) onde o Flash da Era de Prata (Barry Allen), encontra seu antecessor dos anos 40, Jay Garrick (conhecido no Brasil como Joel Ciclone). O Flash conseguia viajar entre essas Terras paralelas, pois sua supervelocidade permitia que seu corpo alcançasse as diferentes vibrações que as separavam no mesmo tempo e espaço. A Abril já havia publicado a Crise diluída em vários títulos da editora, entre Os Novos Titãs nº 12 (27 de março de 1987) e SuperHomem nº 37 (3 de julho de 1987). Eu acompanhei essa saga mensalmente, onde a espera me deixava muito ansioso a cada mês para ver o desfecho daquela grandiosa história que englobava todos os personagens da DC com a arte ainda mais grandiosa de George Perez. Muitas Terras interessantes eu fiquei conhecendo nessa saga e, ”na minha cronologia pessoal”, o Universo DC ainda é o que ficou estabelecido nessa saga. 31
Grandes Heróis Marvel 25 – Quarteto Fantástico (Abril), foi publicado em setembro de 1989, com 84 páginas em formatinho e preço de capa NCz$ 3,50. GHM nº 25 merece ser relembrado por mostrar mais um excelente trabalho de John Byrne, agora à frente do Quarteto Fantástico. A grande atração desta fase se deve pelo fato da substituição de Ben Green, o Coisa, pela carismática Jenifer Walters, a Mulher-Hulk. A Mulher-Hulk, de personalidade forte, tão poderosa e bem humorada quanto o Coisa, traz uma dinâmica diferente ao Quarteto por ser mais bem resolvida em relação aos seus poderes e aparência – o Coisa sofre com sua aparência e trata seus poderes como uma maldição da qual não consegue se livrar. A revista GHM nº 25 é um mix que traz três histórias publicadas pela editora americana Marvel Comics: “Feliz Aniversário, Querido!”, com roteiro, desenho, e arte-final de John Byrne, foi publicada originalmente em Fantastic Four n° 271 (1984). “Velho ou Novo Oeste”, com roteiro, desenho, e arte-final de John Byrne, foi publicada originalmente em Fantastic Four n° 272 (1984). O Quarteto viaja ao "velho oeste" de um universo alternativo, procurando o pai do Sr. Fantástico. “Reencontro”, com roteiro, desenho, e arte-final de John Byrne, foi publicada originalmente em Fantastic Four n° 273 (1984). 21 páginas (das 22 originais). Como não admirar o trabalho do mestre “Bráine”? Ele era roteirista, desenhista, artefinalista, modelo e atriz (risos) e qualquer título que ele pegava era reformulado e se tornava campeão de vendas.
Miracleman (1989-1990, Tannos) trouxe a fase de Alan Moore publicada em 4 volumes, entre setembro de 1989 e junho de 1990, no formato de 18 x 26 cm. A história foi originalmente publicada em 16 edições de Marvelman (1982-1984) – uma versão sombria do Capitão Marvel – com os roteiros de Alan Moore e Alan Davis. Neil Gaiman assume os roteiros em mais 8 edições publicadas em 1987 com arte de Mark Buckingham. Eu li toda a fase de Alan Moore, e como sou “putinha paga” do bruxo, achei sensacional e muito intrigante ver a mitologia do Shazam (como muitos chamavam o Capitão Marvel) de forma adulta e sombria, trocando a magia por ciência e focando nos conflitos psicológicos e de relacionamento das personagens. Em março de 1982, uma nova revista em quadrinhos britânica em preto e branco da editora Quality Communications foi lançada com o título de Warrior. Até a revista #21 (agosto de 1984), o principal herói era uma versão sombria de Marvelman (1954-1963) de Mick Anglo. Quando o personagem foi licenciado para editoras americanas o nome foi mudado para Miracleman. Moore tinha ficado fascinado com a ideia de um Michael Moran adulto e o apresentara assim na primeira revista: casado e sofrendo com dores de cabeça, com sonhos em que pode voar mas incapaz de se lembrar da palavra que daria significado aos mesmos. Desde o princípio das suas histórias do Marvelman, Moore toca em muitos temas que caracterizaria seu trabalho posterior, inclusive o super-herói como fonte de terror, o vilão simpático e a exploração da mitologia de um personagem estabelecido. 32
Marvel Especial 7 – A Saga de Fênix (Abril) foi publicado em novembro de 1989, com 132 páginas em formatinho e preço de NCz$ 12,00. ME nº 7 republica sete histórias do arco “A Saga da Fênix Negra”, com roteiros de Chris Claremont e John Byrne: “A Juventude Cobiçada” foi publicada em The Uncanny X-Men n° 129 (1980). X-Men e Clube do Inferno disputam duas novas recrutas: Kitty Pride e Allison Blair (Cristal). Jean Grey fica a mercê da ilusões do Mestre Mental. “Pesadelos de Cristal” foi publicada em The Uncanny X-Men n° 130 (1980). Os X-Men e Kitty Pryde tentam se libertar do jugo da Rainha Branca do Clube do Inferno, Emma Frost. “Fuga Alucinada” foi publicada em The Uncanny X-Men n° 131 (1980). Kitty Pryde, Ciclope, Noturno e Cristal conseguem libertar os outros X-Men da Rainha Branca e dos soldados do Clube do Inferno. “O Inferno Não Pode Esperar” foi publicada em The Uncanny X-Men n° 132 (1980). Jean e Ciclope fazem amor no topo de um planalto, ao pôr do sol. Os X-Men penetram na sede do Clube do Inferno. “Wolverine à Espreita” foi publicada em The Uncanny X-Men n° 133 (1980). Os X-Men são facilmente derrotados pelo Clube do Inferno e, iludida pelo Mestre Mental, Jean Grey se torna a Rainha Negra do Clube do Inferno. Mas Wolverine lutará sozinho contra todos. “O Prelúdio da Destruição” foi publicada em The Uncanny X-Men n° 134 (1980). Os XMen derrotam o Clube do Inferno e quando tudo parecia se encaminhar para o final feliz, Jean Grey se transforma na Fênix Negra! “Fênix Negra” foi publicada em The Uncanny X-Men n° 135 (1980). A Fênix Negra comete uma tragédia sem precedentes!
V de Vingança (1989-1990, Globo) foi publicado como minissérie em 5 edições, no formato americano, saiu entre outubro de 1989 e fevereiro de 1990. Escrita por Alan Moore, com arte de David Lloyd, “V for Vendetta” foi originalmente publicado em 1982 na revista inglesa Warrior, e traz mais uma vez para os quadrinhos a genialidade de Alan Moore. Aqui o “herói” é um homem atormentado pelo passado e com uma visão de mundo bem crítica e politizada. O enredo é situado numa realidade em que um partido de índole totalitária ascende ao poder, após uma guerra nuclear. A analogia com o regime fascista é inevitável: o governo tem o controle da mídia, há uma polícia secreta e campos de concentração para minorias raciais e sexuais - à semelhança do que escreveu Hannah Arendt no seu livro “Origens do Totalitarismo”, de 1951. Também vemos na série um sistema de monitoramento mediante o uso de câmeras, nos moldes do livro “1984”, de George Orwell, escrito em 1948. A história começa após o fim do conflito político, com os campos de concentração desativados e a população complacente com a situação, até que surge “V” — um anarquista que veste uma máscara estilizada de Guy Fawkes e é possuidor de uma vasta gama de habilidades e recursos. “V” inicia uma elaborada campanha para derrubar o Estado, em grande parte inspirada na chamada Conspiração da Pólvora do início do século XVII, da qual Guy Fawkes participou. No processo, “V” conhece Evey, tratada como aprendiz, sempre sendo apresentada à resquícios de uma cultura perdida por causa da guerra e degradação da sociedade. 33
Marvel Especial 8 – A Saga de Fênix (Abril) foi publicado em dezembro de 1989, com 132 páginas em formatinho e preço de NCz$ 16,00. ME nº 8 traz quatro histórias concluindo o arco “A Saga da Fênix Negra”: “A Filha da Luz e Das Trevas”, com Chris Claremont (roteiro), John Byrne (roteiro e desenho) e Terry Austin (arte-final), saiu em The Uncanny X-Men n° 136 (1980). A Fênix consumiu uma estrela, matando bilhões de vidas. Lilandra, Majestrix Shiar, junto ao conselho galáctico, decide que a Fênix ameaça todo o Universo e deve ser destruída. “O Destino de Fênix”, com roteiro de John Byrne e Chris Claremont, foi publicada em The Uncanny X-Men n° 137 (1980). Xavier consegue controlar a Fênix Negra e Jean recobra a razão. No Cruzador Imperial de Lilandra, Jean é setenciada à morte pelo terrível crime de Fênix. Os heróis não aceitam a decisão e desafiam a Guarda Imperial de Shiar pela liberdade de Jean que, temendo por seus amigos, se suicida diante de Ciclope. “Elegia”, Chris Claremont (roteiro), John Byrne (roteiro e desenho) e Terry Austin (artefinal), foi publicada em The Uncanny X-Men n° 138 (1980). Os X-Men prestam suas últimas homenagens à sua amada Jean Grey. Na triste despedida de sua namorada, Ciclope, em seu íntimo, relembra todos os momentos vividos pelos mutantes, desde o primeiro confronto com Magneto até o trágico fim de Fênix. Ao fim da trama, ao mesmo tempo que Ciclope deixa os X-Men, a jovem Kitty Pryde se une ao grupo. “O Que Aconteceria Se Fênix Não Tivesse Morrido?”, com Mary Jo Duffy (roteiro) e Jerry Bingham (desenho), foi publicada originalmente em What If? n° 27 (1981).
Sandman (1989-1998, Globo) foi uma série mensal, em formato americano, com 75 edições publicadas entre novembro de 1989 e outubro de 1998. Magistralmente escrita por Neil Gaiman, Sandman (1988-1993, Vertigo) é uma série de quadrinhos britânicos para adultos. Suas histórias descrevem a vida do governante do mundo dos sonhos e sua interação com o universo, os homens e outras criaturas. A história é vista pela perspectiva de Sonho, um dos sete perpétuos, a representação antropomórfica do sonho, inicialmente preso por um grupo de humanos que almejava prender sua irmã mais velha Morte para que se tornassem imortais, mas falham e capturam Sonho (também conhecido como Morpheus, Sandman, Oneiros, Lorde Moldador, Kai’Ckul e Senhor do Sonho). Os Perpétuos (the Endless) são manifestações antropomórficas de aspectos comuns a todos os seres vivos: Destino, Morte, Sonho, Destruição, Desejo, Desespero e Delírio. Os sete perpétuos não são deuses, mas sim entidades responsáveis pelo ordenamento da realidade conhecida. Sandman, no total, tem treze arcos originais que contam a sua história em 75 números: Prelúdios e Noturnos (01 a 08); A Casa de Bonecas (9 a 16); Terra dos Sonhos (17 a 20); Estação das Brumas (21 a 28); Espelhos Distantes (29 a 31 e 50); Um Jogo de Você (32 a 37); Convergência (38 a 40); Vidas Breves (41 a 49); Fim dos Mundos (51 a 56); Entes Queridos (57 a 69); Despertar (70 a 73); Exílio (74); A Tempestade (75). 34
Quadrinhos e Arte Sequencial (1989, Martins Fontes) é a primeira publicação dessa obra no Brasil. Originalmente publicada em Comics and Sequential Art (1985, Will Eisner), tem uma versão revisada, lançada postumamente nos EUA em 2008, redesenhada, com parte do texto alterado e exemplos de quadrinhos atuais foi lançada aqui no Brasil em 2014, também pela Martins Fontes – essa é a edição que li a pouco tempo. Will Eisner é um dos artistas americanos mais importantes do Século XX, um pioneiro no campo das histórias em quadrinhos. Neste livro clássico, ele condensa a arte de contar uma história em quadrinhos em princípios claros e concisos que todo fã de HQs, quadrinista, cartunista, roteirista ou cineasta devem conhecer. Baseado no concorrido curso que Eisner ministrou por muitos anos na School of Visual Arts de Nova York, o livro “Quadrinhos e Arte Sequencial”, desenvolvido para servir de guia prático para o estudante, o profissional e o professor de artes gráficas, é um trabalho essencial, repleto de valiosas teorias e técnicas fáceis de serem aplicadas. Eisner revela nesta obra os fundamentos das histórias em quadrinhos: ele aborda diálogo, anatomia, enquadramento e muitos outros aspectos importantes da “nona arte”. Em uma recente leitura (2019), fiquei bastante empolgado com os ensinamentos que o mestre da narrativa gráfica, Will Eisner, nos passa generosamente. Foi umas das leituras mais prazerozas sobre quadrinhos que fiz recentemente, talvez por fantasiar uma carreira, mesmo que de forma amadora, como roteirista e desenhista de quadrinhos.
Monstro do Pântano (1990-1991, Abril) teve apenas 19 edições e trouxe a fase de Aln Moore como destaque. O Monstro do Pântano (Swamp Thing) foi criado por Len Wein e Berni Wrightson em 1971 para a DC Comics. MDP nº 1 foi publicado em janeiro de 1990, com 52 páginas em formatinho e preço de capa NCz$ 20,00. Traz as duas primeiras partes do arco “Gótico Americano”: “Raízes”, com roteiro de Alan Moore, desenho de Rick Veitch e arte-final de John Totleben, foi publicada em The Saga of The Swamp Thing n° 37 (1985). Início da épica saga “Gótico Americano”, onde Alan Moore aumenta a dose de terror na revista. O Monstro do Pântano e sua amada Abby Cable estão aproveitando sua intimidade até que sua paz é perturbada por um sarcástico visitante: o mago inglês John Constantine (sua primeira aparição). “Águas Silenciosas”, com roteiro de Alan Moore, desenho de Stan Woch e arte-final de John Totleben, foi publicada em The Saga of The Swamp Thing n° 38 (1985). Após aceitar ser instruído por John Constantine e aprender mais sobre suas habilidades, o Monstro do Pântano precisa ir à Rosewood, uma cidade que está sofrendo com os ataques de uma feroz raça de vampiros sedentos de sangue! A Abril já havia publicado essa fase de Moore espalhada em diversas revistas, entre Os Novos Titãs nº 4 (julho de 1986) e Superamigos nº 22 (fevereiro de 1987). Na série do Monstro do Pântano, Moore definiu novos padrões para a narrativa gráfica e desencadeou uma revolução na nona arte que se reflete até os dias de hoje. Foi a primeira série popular de quadrinhos a abandonar completamente o “Comics Code Authority” e a escrever diretamente para adultos. 35
Graphic Album 5 – Um Sinal do Espaço (Abril) foi publicado em abril de 1991, com 132 páginas no formato de 20,5 x 27,5 cm e preço de capa Cr$ 1.500,00. Um Sinal do Espaço, com roteiro e arte de Will Eisner, foi publicado originalmente em Signal From Space (1983, Kitchen Sink). Em plena guerra fria, um observatório de radioastronomia estadunidense recebe um sinal de rádio do espaço. Nele, descobre-se uma seqüência de números primos. A partir de então, têm início várias intrigas políticas, pessoais e morais. Talvez o ponto mais interessante dessa estória seja a forma como Will Eisner explora a cômica do cotidiano e as relações humanas. “Uma cidade preocupada apenas em existir, enquanto uma civilização num planeta distante tenta fazer um contato… um impacto que poderia mudar o destino da espécie humana! E a gente empenhada em fazer coisinhas… no final das contas, seremos apenas formigas num pedregulho do espaço chamado Terra?” – Eisner Os pesquisadores acreditam que esses sinais tem origem de vida inteligente de fora do planeta Terra. A partir daí, instaura-se uma luta entre os Estados Unidos e os espiões da União Soviética para ver qual das duas potências será a detentora dos achados vindos do espaço. Além do conflito principal que engloba Estados Unidos e União Soviética, esses sinais motivam rupturas no segmento industrial, no campo das ciências e das esferas religiosas dentro dos Estados Unidos. Várias narrativas sobrepostas ao enredo principal demonstram como o lado Ocidental do planeta Terra não está preparado para lidar com um possível contato com seres de outros lugares do espaço.
Batman – Asilo Arkham (Abril) foi publicado em dezembro de 1990, com 132 páginas em formato americano. Asilo Arkham foi originalmente publicada em Arkham Asylum: A Serious House on Serious Earth (1989, DC Comics) com roteiro de Grant Morrison e arte de Dave McKean. Os inimigos de Batman tomaram o hospital para criminosos insanos, e o HomemMorcego tem de atravessar seus portões para descobrir que a batalha derradeira será travada dentro de sua mente. A HQ também inspirou uma série de jogos de videogames, muito elogiada por usar elementos da HQ como base, incluindo seu tema mais sombrio e sua história que visava desconstruir o herói: Batman: Arkham Asylum (2009, Rocksteady Studios), escrito pelo veterano escritor dos quadrinhos Paul Dini, mostra o Coringa iniciando um plano elaborado a partir do Asilo Arkham, onde muitos outros vilões foram encarcerados, obrigando o Batman a investigar. Batman: Arkham City (2011, Rocksteady Studios), Batman deve combater o crime, principalmente o Coringa e Rhaz Al Ghul, num incrível e belo mundo aberto. Batman: Arkham Origins (2013, Warner Bros. Games), decorre alguns anos antes dos acontecimentos de Arkham Asylum e mostra um Batman mais inexperiente enfrentando oito dos maiores assassinos do mundo. Batman: Arkham Knight (2015, Rocksteady Studios), um ano depois dos eventos de Arkham City, o Espantalho reúne os grandes inimigos de Batman, com o intuito de eliminar de uma vez o Cavaleiro das Trevas. 36
Super Powers 21 (Abril) foi publicado em maio de 1991, com 100 páginas em formatinho e preço de capa Cr$ 300,00. Que revista! Reúne duas obras clássicas do genial Alan Moore nos roteiros do SuperHomem da DC Comics: “Para o Homem Que Tem Tudo...”, com roteiro de Alan Moore e arte de Dave Gibbons, foi publicada em Superman Annual n° 11 (1985). No aniversário do Superman, Batman, Robin e Mulher-Maravilha vão à Fortaleza da Solidão dar os merecidos parabéns. Porém o encontram paralizado, preso à Clemência Negra, planta que aprisiona seu hospedeiro num transe onde seus desejos mais profundos são reais. Com um final surpreendente, desenhos bem caracterizados e expressivos, ação e detalhismo em cada quadro, esta com certeza é uma aventura indispensável. “O Que Aconteceu Com o Homem de Aço? – Parte 1”, com roteiro de Alan Moore, desenho de Curt Swan e arte-final de George Pérez, foi publicada em Superman n° 423 (1986). Moore pretendia homenagear toda a mitologia do Super-Homem, criando uma trama que sintetizasse tudo o que ele significava. Durante a história, Lois Lane narra os eventos que haviam transcorrido dez anos antes e que marcaram o fim da carreira do Super-Homem após anos de combate ao crime: sucessivos ataques por parte de seus inimigos, a revelação de sua identidade secreta e a morte de alguns entes queridos. “O Que Aconteceu Com o Homem de Aço? – Parte 2”, com roteiro de Alan Moore e desenho de Curt Swan, foi publicada em Action Comics n° 583 (1986). Insatisfeito com a reformulação de John Byrne, Moore buscaria trabalhar com elementos mais fantásticos no Supremo – uma cópia do Superman criada por Rob Liefeld.
Homem-Aranha – A Última Caçada de Kraven (Abril) foi publicado em maio de 1991, em formato americano, como uma minissérie em 3 edições. Em dezembro de 1991, a Abril publica uma edição encadernada com 140 páginas desse arco. Em dezembro de 2015 é a vez da Panini publicar o arco, agora um álbum de luxo de 148 páginas e preço de capa de R$ 25,90. Esse arco foi originalmente publicado em 1987 pela Marvel Comis, com roteiros de J.M. Dematteis, desenhos de Mike Zeck e arte-final de Bob McLeod. A história, em 6 partes, foi distribuída entre três revistas do amigão da vizinhança: Web of Spider-Man, The Amazing Spider-Man e Peter Parker, The Spectacular Spider-Man. O nome verdadeiro de Kraven é Sergei Kravinoff e apareceu pela primeira vez em The Amazing Spider-Man 15 (1964). Ele é meio irmão do Camaleão, com quem morou por um tempo em sua pátria, a mãe Rússia. A revista tem um ar mais adulto, não por ser violenta ou conter cenas de sexo, mas pela trama em si, por conter menos diálogos explicativos e bons momentos introspectivos dos personagens. Nessa história Kraven tem o plano definitivo para derrotar o Homem-Aranha e provar que é o melhor caçador do mundo, e que nenhum animal pode fugir dele, nem mesmo um super herói, o que ele consegue. Kraven coloca o herói em um caixão, o enterra sob uma lápide que diz: “Aqui jaz o Homem-Aranha. Morto pelo Caçador” e, usando um uniforme do Aranha, ele sai combatendo o crime para provar que é um Aranha melhor. 37
Toda Mafalda – Da Primeira à Última Tira (Martins Fontes) foi publicado em junho de 1991, com 442 páginas no formato 22 x 31 cm, colorido e preço de capa R$ 85,00. Desde então, já foi reimpresso diversas vezes. Mafalda é uma menina de seis anos de idade, que se comporta como uma típica menina de sua faixa etária, mas tem uma visão crítica da vida e vive questionando o mundo à sua volta. Tem uma visão mais humanista e aguçada do mundo em comparação com os outros personagens da série. As tiras em quadrinhos foram publicadas entre 1964 e 1973 pelo autor Quino (argumento e desenho). Toda Mafalda é uma coletânea que tenta reunir todas as tiras em quadrinhos já publicadas da personagem Mafalda, criada pelo argentino Quino. São 409 páginas de histórias cheias de humor, ironia e crítica social da esperta menina e seus amigos. A encadernação traz ainda uma entrevista com Quino, prefácio de Umberto Eco e um resumo da criação de personagem e da carreira do autor. No final da edição, “A Declaração dos Direitos da Criança” comentada pela própria Mafalda. Eu li um álbum de Toda Mafalda que peguei emprestado na biblioteca da escola onde trabalho – era uma versão revisada, publicada em janeiro de 2005 pela Martins Fontes, com 420 páginas, preto e branco, formato 22,5 x 30,5 cm, capa dura e preço de capa R$ 104,50. Pessoalmente, achei bem mais agradável reler as tiras da Mafalda em preto e branco. Na minha humilde opinião, o traço do Quino fica mais bonito e expressivo dessa forma.
Wolverine (1992-2000, Abril) foi o título próprio do famoso mutante na Editora Abril, em formatinho e com 84 páginas por edição. Wolverine, conhecido como Logan, é um personagem da Marvel Comics, principalmente em associação com os X-Men. Ele é um mutante que possui sentidos aguçados, capacidades físicas aprimoradas, fator de cura e três garras retratáveis em cada mão. Apareceu em The Incredible Hulk nº 180 e nº 181 (novembro de 1974). Criado por Roy Thomas e Len Wein. John Romita projetou o seu visual, que foi desenhado pela primeira vez por Herb Trimpe. Wolverine nº 1 foi publicado em março de 1992, com 84 páginas em formatinho, preço de capa Cr$ 2.500,00 e capa com arte de John Byrne. A revista mostra a primeira aparição do Caolho, um “disfarce” de Logan para se infiltrar na máfia de Madripoor. A revista reúne 10 histórias, de 8 páginas cada, originalmente publicadas entre as Marvel Comics Presents n° 1 (1988) e Marvel Comics Presents n° 10 (1989), com roteiro de Chris Claremont, desenho de John Buscema e artefinal de Klaus Janson, Al Milgrom, Dave Cockrum e Tom Sutton. Nessa história, Wolverine, o principal membro da equipe X-Men, divide seu tempo entre a Austrália, onde luta ao lado dos mutantes, e sua nova morada a milhares de quilômetros dali, em Madripoor, Cingapura. Como Caolho, ocultando sua verdadeira identidade, ele combate o crime solitariamente. Na minissérie Wolverine (1982), de Chris Claremont e Frank Miller, estreou o bordão de Wolverine: “Eu sou o melhor no que faço, mas o que faço não nada agradável!” 38
Grandes Heróis Marvel 36 – MulherHulk (Abril) foi publicado em junho de 1992, com 84 páginas em formatinho e preço de capa Cr$ 3.700,00. GHM nº 36 reúne as 3 primeiras revistas da Mulher-Hulk, agora John Byrne com total liberdade criativa: “Esta É a Minha Vez”, com roteiro e desenho de John Byrne, arte-final de Bob Wiacek, foi publicada originalmente em The Sensational She-Hulk n° 1 (1989). A Mulher-Hulk enfrenta o Circo do Crime, que está sendo financiado por um grupo misterioso (mas que será revelado na mesma edição). “O Ataque Dos Terríveis Homens-Sapos, ou, Caco, o Sapo, Não Estava Só!”, com roteiro e desenho de John Byrne, arte-final de Bob Wiacek, foi publicada originalmente em The Sensational She-Hulk n° 2 (1989). Nossa heroína enfrenta a invasão dos Homens-Sapos? Mas serão eles mesmo? Esta história marca a volta de uma personagem dos anos 40, a Loura Fantasma, aqui já aposentada. “Meu Astro Convidado... Meu Inimigo!”, com roteiro e desenho de John Byrne, arte-final de Bob Wiacek, foi publicada originalmente em The Sensational She-Hulk n° 3 (1989). O HomemAranha se junta a Mulher-Hulk para enfrentar os Cabeças em uma história sem pé nem cabeça. Que revista divertida! John Byrne está “soltinho” nos roteiros da Mulher-Hulk – aqui ela conversa com os leitores, faz ironias e piadas com as situações absurdas da trama, assumindo que está em uma história em quadrinhos. Issso mesmo seu cabaço! Ela “quebra a quarta parede” muito antes disso virar modinha com o Deadpool – confesso que até gostei dos filmes recentes, mas o Deadpool sempre foi muito ruim nos quadrinhos (tá dito!).
Grandes Heróis Marvel 35 – Arma X (Abril) foi publicado em março de 1992, com 132 páginas em formatinho e preço de capa Cr$ 3.200,00. Arma X (Weapon X) é um arco de HQs, dividido em 13 partes, originalmente publicado em 1991, com roteiro e arte de Barry WindsorSmith, entre as revistas Marvel Comics Presents n° 72 e Marvel Comics Presents n° 84. Conheça Logan, um homem violento, atormentado e sem perspectiva. Seqüestrado por uma misteriosa organização, ele está prestes a se tornar mais do que um simples ser humano. Seu destino é transformar-se na maior máquina de combate do mundo. O assassino perfeito. Uma verdadeira arma. A Abril também publicou o arco de forma seriada nas revistas do Homem-Aranha, a partir do nº 110 (agosto de 1992). Em maio de 1995, a Abril publica o arco Arma X na revista Wolverine Extra nº 1, com 132 páginas em formatinho e preço de capa R$ 2,80. Em outubro de 2003, a Panini publica uma edição especial chamada Wolverine – Arma X, com 148 páginas em formato americano e preço de capa R$ 12,90. Em novembro de 2013, a Panini publica um álbum de luxo chamado Wolverine – Arma X – Edição Definitiva, em formato americano, com 156 páginas e preço de capa R$ 48,00. Quando o passado do Wolverine ainda era um mistério, minha cabeça explodiu quando Barry Windsor-Smith, com sua arte sensacional, mostra como Logan “ganhou” suas garras e um completo revestimento de adamantium (metal mais resistente nos quadrinhos da Marvel) em seu esqueleto. Repito, a arte é sensacional! 39
Grandes Heróis Marvel 38 – Vingadores da Costa Oeste (Abril), com 100 páginas, foi publicado em dezembro de 1992. GHM nº 38 reúne quatro revistas dos Vingadores da Costa Oeste nas mãos criativas de John Byrne: “Um De Nossos Androides Desapareceu!” com roteiro e desenho de John Byrne e artefinal de Mike Machlan, foi publicada originalmente em The West Coast Avengers n° 42 (1989). “Inatingível Como Uma Visão”, com roteiro e arte de John Byrne, foi publicada originalmente em The West Coast Avengers n° 43 (1989). “Antes Viúva Do Que...”, com roteiro e desenho de John Byrne e arte-final de Mike Machlan, foi publicada originalmente em The West Coast Avengers n° 44 (1989). “Novos Rostos”, com roteiro e desenho de John Byrne e arte-final de Mike Machlan, foi publicada originalmente em The West Coast Avengers n° 45 (1989). Na década de 1980, tudo que John Byrne tocava virava ouro. Até um título sem muito sucesso, como o dos Vingadores da Costa Oeste, nas mãos dele se transformavam em sucesso de vendas. Eu, por exemplo, era fascinado pelos desenhos de John Byrne. Copiava o seu estilo o tempo todo em meus cadernos. Os roteiros não importavam mais para o pequeno Fran, se Byrne estivesse na revista, comprava sem hesitar. Nesse arco, além de roformular o Visão, John Byrne cria uma trama mais pessoal aprofundando os relacionamentos entre os membros da equipe, principalmente em uma espécie de triângulo amoroso entre a Feiticeira Escarlate, o Magnum e o Visão.
Grandes Heróis Marvel 42 – Namor (Abril) foi publicado em dezembro de 1993, com 84 páginas em formatinho. Namor (Namor the Sub-Mariner, Marvel) foi criado pelo escritor-desenhista Bill Everett, em 1939, para Funnies Inc. Namor foi publicado pela primeira vez na revista Marvel Comics nº 1 (outubro de 1939) – primeiro gibi da Timely Comics. Suas origens estão ligadas à lendária Atlântida. Namor é filho da princesa Fen — herdeira do trono de Atlântida — e do norteamericano Leonard McKenzie. Familiar? GHM nº 42 reúne as 3 primeiras revistas do Namor (Marvel), agora reformulado por John Byrne: “O Ferver do Sangue”, com roteiro e desenho de John Byrne, arte-final de Bob Wiacek, foi publicada originalmente em Namor The Sub-Mariner n° 1 (1990). “Asas de Águia e Garras de Leão”, com roteiro e desenho de John Byrne, arte-final de Bob Wiacek, foi publicada originalmente em Namor The Sub-Mariner n° 2 (1990). “Reunião do Conselho”, com roteiro e desenho de John Byrne, arte-final de Bob Wiacek, foi publicada originalmente em Namor The Sub-Mariner n° 3 (1990). O personagem foi recuperado anos mais tarde por Stan Lee e Jack Kirby, nas histórias do Quarteto Fantástico, responsável pela volta do gênero na editora. Seu retorno aconteceu em Fantastic Four nº 4 (maio de 1962), e justificando sua ausência editorial, argumentou-se que ele tinha perdido a memória e acreditava ser um andarilho. Atuou diretamente com os Vingadores, Quarteto Fantástico, Invasores, Esquadrão Vitorioso, Defensores, X-Men, e Illuminati. 40
Desvendando os Quadrinhos (M. Books) foi publicado em 1995, com 216 páginas em preto e branco, no formato 17 x 26 cm e arte da capa do autor Scott McCloud. Understanding Comics: The Invisible Art, livro escrito e ilustrado por Scott McCloud, foi publicado originalmente em 1993 pela Harper Paperbacks. Em 2005, a M. Books publica novamente o livro como Desvendando Os Quadrinhos – Edição Histórica de 10 Anos, com 266 páginas, em preto e branco, e preço de capa R$ 55,00. Utilizando a própria linguagem das histórias em quadrinhos, o livro examina a sua forma artística e funcionalidade. De maneira leve e divertida, o autor conta como definir os elementos básicos dos quadrinhos e como a mente processa sua linguagem. A obra aborda, também, a influência do tempo nas histórias, o que acontece entre um quadro e outro e a interação entre palavras, figuras e narração. Além disso, o autor teoriza sobre o processo criativo e suas implicações na arte em geral. Escrito em forma de quadrinhos, com McCloud como narrador, contou o que é essa mídia, como ela funciona e ainda dissecou sua estrutura de transição quadro a quadro. Tem capítulos especiais para detalhes da linguagem: uso de cor, onomatopéias, balões, etc. Porém, o seu papel era o de olhar da porta para dentro. McCloud tinha um foco: exaurir tudo que era possível sobre a linguagem dos quadrinhos. Desvendando os Quadrinhos é literatura básica para quem algum dia ousou discutir ou analisar o tema, profissionalmente ou não.
Marvels (Abril) é uma minissérie em 4 edições, publicada entre janeiro e março de 1995, em formato americano e com as capas “inovadoras e desejadas” de acetato. Escrita por Kurt Busiek e incrivelmente ilustrada por Alex Ross, Marvels (Marvel Comics) foi originalmente publicada em 1994. Ambientada entre 1939 e 1974, a série viaja por todo o universo da Marvel, mostrando a história de diversos super-heróis a partir do ponto de vista de um fotógrafo chamado Phil Sheldon. A série foi um sucesso, ganhando vários prêmios e responsável também por fazer a carreira de Busiek e Ross deslanchar. Em maio de 2005, a Panini publicou Marvels - Edição de 10º Aniversário, grande orgulho da minha prateleira, com 236 páginas em formato americano, colorido, lombada quadrada e preço de capa R$ 24,90. Sempre que eu folheio Marvels, assim como Reino do Amanhã, fico estasiado com a beleza da arte pintada e realista do mestre Alex Ross. Além de ser uma excelente homenagem a cronologia da Marvel, a arte de Ross nos faz enxergar personagens com super-poderes – Homem-Aranha, Vingadores, X-Men e Quarteto Fantástico – com naturalidade, como se fossem reais em nosso mundo. Cada página é uma obra de arte bem executada por Ross. Ângulos cinematográficos, perspectiva impecável dos cenários, anatomia, proporção e postura das personagens corretas e plasticamente belas, roupas e uniformes com texturas e drapeados verossímeis e o fantástico uso da cor, da luz e da sombra em cada quadro. Só posso dizer que sou muito fã! 41
Grandes Heróis Marvel 51 – Excalibur (Abril) foi publicado em março de 1996, com 100 páginas em formatinho e preço de capa R$ 2,60. Excalibur é um grupo de super-heróis publicados pela americana Marvel Comics. Eles são retratados como uma ramificação dos XMen, geralmente com sede no Reino Unido. GHM nº 51 reúne 4 revistas do Excalibur em sua melhor fase, com roteiros e arte de Alan Davis: “Cozido Irlandês”, com roteiro e desenho de Alan Davis, arte-final de Mark Farmer, foi publicada originalmente em Excalibur n° 48 (1992). “Façam-se as Trevas”, com roteiro e desenho de Alan Davis, arte-final de Mark Farmer, foi publicada originalmente em Excalibur n° 49 (1992). “O Vencedor Perde Tudo”, com roteiro e desenho de Alan Davis, arte-final de Mark Farmer, foi publicada originalmente em Excalibur n° 50 (1992). “Tudo o Que Você Sempre Quis Saber Sobre a Fênix Mas Tinha Medo de Perguntar”, com roteiro de Alan Davis e arte de William Simpson, foi publicada originalmente em Excalibur n° 52 (1992). Excalibur foi criado por Alan Davis e Chris Claremont em 1988, após a saga “Queda dos Mutantes”. Na ocasião os X-Men Noturno, Fênix II e Lince Negra, uniram-se aos ingleses Capitão Britânia e sua namorada Meggan para enfrentar Lobisomens Guerreiros, enviados por Mojo, para pegar Rachel Summers (Fênix II). A partir daí, estando os X-Men dados como mortos, os cinco heróis resolveram se unir e montar o grupo Excalibur.
Sin City – Cidade do Pecado (Globo) foi publicado em março de 1996, com 212 páginas, formato americano, preto e branco, lombada quadrada e preço de capa R$ 13,00. Com roteiro e arte de Frank Miller, Sin City foi originalmente publicado em 1991 pela editora americana Dark Horse Comics. Sin City é uma série de quadrinhos criada e realizada por Frank Miller com um estilo de “film noir” e com diversos álbuns publicados no Brasil. A Editora Globo publicou dois álbuns de luxo na década de 1990: Sin City – Cidade do Pecado (1996). Sin City – A Dama Fatal (1998). A Pandora Books publicou seis álbuns de luxo na década de 2000: Sin City – A Dama de Vermelho (2000). Sin City – A Grande Matança (2000). Sin City – Apenas Outra Noite de Sábado (2001). Sin City – Noite de Vingança (2002). Sin City – Inferno (2003). Sin City – O Assassino Amarelo (2003). Sin City – Sem Perdão (2003). A série de quadrinhos de Sin City, com sua trama policial inspirada pelos filmes antigos (noir), por sua vez, agora inspira o cinema com a produção de dois bons filmes: Sin City: A Cidade do Pecado (Sin City, 2005, Robert Rodríguez, Frank Miller e Quentin Tarantino) com Bruce Willis, Mickey Rourke, Rosario Dawson e Jessica Alba. Sin City 2: A Dama Fatal (Sin City: A Dame to Kill For, 2014, Robert Rodríguez e Frank Miller) com Josh Brolin, Mickey Rourke, Rosario Dawson, Joseph Gordon-Levitt, Bruce Willis e Jessica Alba. 42
Superman – Entre a Foice e o Martelo (Panini) foi publicado como uma minissérie em 3 edições, entre abril e junho de 2004, no formato americano (17 x 26 cm). Escrita por Mark Millar e desenhada por Dave Johnson, Superman: Red Son (DC Comics) foi originalmente publicado em 2003. Nessa surpreendente releitura de um conto mais do que familiar, uma certa nave kryptoniana cai na Terra, trazendo um infante que um dia se tornará o ser mais poderoso do planeta. Mas seu veículo não aterrissou nos Estados Unidos. Ele não foi criado em Smallville, Kansas. Em vez disso, encontrou um novo lar em uma fazenda coletiva na União Soviética! Quais as repercussões que sua criação trará ao mundo no futuro? Superman – Entre a Foice e o Martelo faz parte do selo Elseworlds da DC Comics (ou Túnel do Tempo, como era conhecido no Brasil, na época da Editora Abril). O selo Elseworlds traz histórias em realidades alternativas, sem conexão com a cronologia regular dos personagens. Em junho de 2006, a Panini publica uma edição encadernada, com 144 páginas, formato americano e preço de capa R$ 14,90. Em agosto de 2017, a Panini publica um álbum de luxo, com 172 páginas, formato americano, capa dura e preço de capa R$ 32,90. Como é engraçado ver um Super-Homem comunista bem mais interessante e profunda que a sua versão americana – que chega a ser chato de tão “certinho” (risos). Millar não consegue se aprofundar tanto nas questões políticas, mas mesmo assim, é uma leitura válida.
O Reino do Amanhã (Abril) foi publicado como uma minissérie em 4 edições, entre julho e agosto de 1997, em formato americano. Com roteiro de Mark Waid e arte de Alex Ross, foi publicada originalmente em 1996 como Kingdom Come (DC Comics). Em abril de 1988, a Editora Abril publica uma edição encadernada com 192 páginas, formato americano e preço de capa R$ 14,50. Em agosto de 2004, a Panini publica uma edição especial com 224 páginas, formato americano e preço de capa R$ 24,90. Em outubro de 2013, a Panini publica a edição definitiva (álbum de luxo) com 340 páginas, formato 19,5 x 30,5 cm, capa dura e preço de capa R$ 89,00 – essa é a edição que orgulhosamente está na minha prateleira. Quando Alex Ross ainda trabalhava em Marvels, ele decidiu criar uma obra similar com os personagens da DC, os seus prediletos na infância. Ross escreveu um esboço manuscrito de 40 páginas sobre o que seria Reino do Amanhã e apresentou a ideia para James Robinson, como um projeto similar a Watchmen e ao infame “trabalho perdido” de Alan Moore, Twilight of the Superheroes. Por fim, Alex Ross associou-se ao escritor Mark Waid, que foi recomendado pelos editores devido à sua forte familiaridade com a história dos super-heróis da DC. 43
Lobo Solitário (Panini) foi publicado em 28 volumes, entre dezembro de 2004 e abril de 2007. Cada edição tinha 308 páginas em preto e branco no formato 13,5 x 17,5 cm e lombada quadrada. Outras editoras nacionais já publicaram Lobo Solitário anteriormente, mas de forma incompleta, como a Cedibra (1988-1989) e a Nova Sampa (1990-1991 e 1993-1996). Lobo Solitário (Kozure Okami, 19701976) é uma série de mangá criada pelo autor Kazuo Koike e pelo ilustrador Goseki Kojima. A história foi adaptada em seis filmes, entre 1972 e 1974, estrelados por Tomisaburo Wakayama e quatro peças de teatro; uma série de televisão estrelada por Kinnosuke Yorozuya em 1973 é amplamente reconhecido como um trabalho importante e influente e chegou a ser exibida pela TVS como O Samurai Fugitivo. As histórias de Lobo Solitário se passam no Período Edo da história do Japão e narram a história de Ogami Itto, o carrasco do Shogun que usa uma espada de batalha dotanuki. Desonrado por falsas acusações do clã Yagyu, ele é forçado a tomar o caminho do assassino. Junto com seu filho de três anos de idade, Daigoro, eles procuram vingança. Kazuo Koike e Goseki Kojima também criaram os mangás Samurai Executor (Kubikiri Asa, 1972-1976), em 10 volumes, e O Caminho do Assassino (Hanzo no Mon, 1978-1984), em 15 volumes, sendo que o primeiro foi publicado no Brasil pela Panini, e o segundo ainda é inédito no Brasil. Ambos são igualmente inspirados nos samurais do Período Edo. Lady Snowblood (Yuki), escrito por Kazuo Koike, foi publicado no Brasil pela Conrad Editora.
Maus (Maus: A Survivor's Tale, 19801991), a primeira e única revista em quadrinhos a ganhar um prêmio Pulitzer, foi publicada em junho de 2005 pela Cia. das Letras, em preto e branco, 300 páginas no formato 16 x 23 cm. É um romance gráfico produzido pelo sueco Art Spiegelman (roteiro e arte) que narra a difícil luta de seu pai, um judeu polonês, para sobreviver ao Holocausto. A história fala do relacionamento complicado do autor com seu pai e de como os efeitos da guerra repercutiram através das gerações de sua família. Spiegelman retrata diferentes grupos étnicos como espécies de animais: os judeus são os ratos (em alemão: maus), os alemães gatos, os franceses sapos, os poloneses porcos, os americanos cachorros, os suecos renas, os ciganos traças, os ingleses peixes. O uso de antropomorfismo foi uma tirada irônica em relação às propagandas do nazismo, que mostravam os judeus como ratos e os poloneses como porcos. Maus foi publicado em vários capítulos na revista Raw de dezembro de 1980 a 1991. Em 1986, os primeiros seis capítulos foram publicados em formato de álbum e entitulado Maus: A Survivor's Tale. No Brasil, foi publicado em 1987 pela Editora Brasiliense com o título “Maus - A História de Um Sobrevivente”. Os últimos cinco capítulos foram reunidos em 1991 num segundo volume com o subtítulo And Here My Troubles Began. No Brasil, foi publicado pela mesma Editora Brasiliense, com o subtítulo traduzido para “E Foi Aí Que Começaram os Meus Problemas”. 44
DC Especial 5 – Gotham City Contra o Crime (Panini) foi publicado em março de 2005, com 116 páginas em formato americano. Gotham Central (DC Comics), com Greg Rucka e Ed Brubaker nos roteiros e Michael Lark na arte, foi originalmente publicado entre 2003 e 2006, somando 40 edições mensais. DC Especial nº 5 reúne as cinco primeiras edições da série original americana: “No Cumprimento do Dever – Parte 1” foi publicada em Gotham Central n° 1 (2003). “No Cumprimento do Dever – Parte 2” foi publicada em Gotham Central n° 2 (2003). “Motivo – Parte 1” foi publicada em Gotham Central n° 3 (2003). “Motivo – Parte 2” foi publicada em Gotham Central n° 4 (2003). “Motivo – Conclusão” foi publicada em Gotham Central n° 5 (2003). A série é protagonizada pelos policias de Gotham City. Uma das principais características da revista era a alternância entre os escritores que passaram a se revezar nos roteiros a partir do segundo arco: Rucka ficou responsável pelas histórias protagonizadas pelos policiais do turno diurno, e Brubaker, pelas do turno noturno. Um fato marcante dentre as várias subtramas da série é quando a homossexualidade da policial Renee Montoya torna-se algo público após uma foto sua ser pendurada no mural da delegacia, e, além dos conflitos profissionais e pessoais decorrentes dessa revelação, Montoya tem que enfrentar o vilão Duas-Caras. A Panini continou publicando a série na revista DC Especial nº 8 (dezembro de 2005), nº 11 (novembro de 2006), nº 13 (março de 2007), nº 14 (junho de 2007) e nº 16 (dezembro de 2007).
DC – A Nova Fronteira (Panini) saiu em duas partes, em julho e agosto de 2006; cada uma com 208 páginas em formato americano. Com roteiro e arte de Darwyn Cooke, foi originalmente publicada em 2004 como DC: The New Frontier (DC Comics), uma minissérie em 6 edições. Anos 1950, Estados Unidos. A Comissão de Atividades Antiamericanas, faz com que os heróis, pouco após o fim da Segunda Guerra Mundial, tenham uma difícil decisão a tomar: revelar suas identidades secretas para o governo e o público ou, então, entrar numa forçosa clandestinidade, acusados de serem traidores da América. Com o surpreendente afastamento da Sociedade da Justiça da América, muitos outros paladinos abandonaram suas carreiras. Em março de 2017, a Editora Eaglemoss publicou a série em dois álbuns de Luxo, com 224 páginas cada um, formato americano, capa dura e preço de capa R$ 49,99. Em dezembro de 2018, a Panini publicou um álbum de luxo com 524 páginas, formato 19 x 28 cm, capa dura e preço de capa R$ 153,00. A minissérie ganhou os Eisner, Harvey, e Shuster (as mais importantes premiações de quadrinhos nos EUA). A história revisita a Era de Prata das histórias em quadrinhos e reconta as primeiras aparições de diversos heróis, sua relação com os Estados Unidos durante os anos de Guerra Fria e da Corrida Espacial, e traz o surgimento de um grande mistério. A série inspirou um excelente filme em animação: Liga da Justiça: A Nova Fronteira (Justice League: The New Frontier, 2008, Dave Bullock). 45
Supremo (Devir) foi publicado em quatro volumes, entre maio de 2007 e julho de 2008, com arte de Alex Ross nas capas. Supremo (Supreme) é uma versão egoísta e violenta do Superman criada por Rob Liefeld e Brian Murray para a Image Comics em 1992. A obra traz um Supremo “reconstruído” por Alan Moore em 1996, a partir da revista Supreme: The New Adventures nº 41, usado em uma série de homenagens às clássicas histórias do Superman da Era de Prata dos quadrinhos. Como curiosidade, temos o brasileiro Joe Bennett (Bené Nascimento) desenhando cinco revistas da série mensal americana. Com a história Supreme: The Story of the Year, originalmente publicada em duas partes, Alan Moore venceu o Prêmio Eisner de 1997 de “Melhor Escritor”. Antes dessas 4 publicações da Devir, a Brainstore Editora já havia publicado a série aqui no Brasil dividida em três volumes como Supremo – A História do Ano, entre maio e julho de 2003, em formato americano. Alan Moore recebeu a proposta de Rob Liefeld para escrever as aventuras de Supremo. Ele concordou com a condição de que tudo o que ocorrera com o personagem anteriormente fosse desconsiderado ou mudado. Moore começou a reescrever Supremo, usando recursos de metaficção, inserindo em cada uma das revistas comentários e narrativas, abordando as histórias em quadrinhos em geral e em particular a “mitologia do Superman”. Agora sem a costumeira “desconstrução” e senso de ironia, Moore comentou que fez isso como um pedido de desculpas devido a sua fama de descontruir os super-heróis e levá-los a um lado obscuro.
Reinventando os Quadrinhos (M. Books) foi publicado em 2006, com 260 páginas, formato 17 x 24,5 cm, preto e branco, lombada quadrada e preço de capa R$ 55,00. Com roteiro e arte de Scott McCloud, foi publicada originalmente em 2000 entitulado Reinventing Comics: How Imagination and Technology Are Revolutionizing an Art Form. Continuação de “Desvendando os Quadrinhos”, o novo livro de Scott McCloud – “Reinventando os Quadrinhos” – destaca doze revoluções no modo como são criados, lidos e percebidos na era digital. E assim como a obra que o precedeu, é constituído da própria linguagem desse tipo de história. Reinventando os Quadrinhos olha, a partir de algumas das premissas de originalidade e qualidade estabelecidas pelo livro anterior, como os quadrinhos se posicionam diante do mundo real. Logo no começo, McCloud define doze zonas de expansão para os quadrinhos nos próximos anos. É importante notar que não se trata de áreas para onde os quadrinhos vão, abandonando as conquistas a serem realizadas, e sim novos segmentos pelos quais a indústria, os artistas e os leitores devem batalhar. Entre essas conquistas, os quadrinhos como literatura, os quadrinhos como arte, os direitos dos criadores, equilíbrio dos sexos, representação das minorias e diversidade de gêneros. O que McCloud mostra – e o atraso na publicação brasileira reforça – é que o mercado de quadrinhos não só é pequeno, mas também pensa pequeno. E, quando um mercado está numa situação dessas, só tem uma saída: se reinventar. 46
O Sonhador (Devir) foi publicado em setembro de 2007, com 60 páginas, formato 19 x 25 cm, sépia e branco, lombada quadrada e preço de capa R$ 22,00. Com roteiro e arte de mestre Will Eisner, foi originalmente publicada em 1986 como The Dreamer. Billy Eyron (alter-ego do autor) é um rapaz que sonha em trabalhar como desenhista no mundo dos gibis nos anos 30. Ao longo do caminho, ele irá conhecer outros que comparilham do seu sonho e aqueles que têm seus próprios sonhos. Eisner faz aqui, referências a diversos colegas da Era de Ouro dos quadrinhos: Jack Kirby (“Jack King”), Harry Donenfeld (“Donald Harrifield”), Bob Kane e outros. Após recusar vender seu talento para o tipo de desenho que não lhe interessava, Billy foi despedido e passou dias tentando bicos para ilustrar anúncios ou quaisquer trabalhos onde pudesse desenvolver sua arte. Esbarrou com amigos que o levou para sindicatos, que lhe indicou revistas, mas o mercado gráfico e editorial passava por constantes altos e baixos e aquele momento era o de várias revistas fecharem. Billy então juntou tudo o que tinha e montou seu próprio negócio. O início foi pesado, mas enquanto o setor editorial passava por maus bocados, a ideia de revistas em quadrinhos foi tomando forma e Billy continuou sonhando, enfrentando figurões ambiciosos e outros interessados no ramo que só desejavam dinheiro. A obra faz imaginar como o próprio Eisner trilhou seus primeiros passos e como muitas idealizações e conquistas nascem com pessoas que apenas se deram a chance de sonhar.
As Tiras do Homem-Aranha (Panini) foi publicado em junho de 2007, com 332 páginas, formato 16 x 21 cm, preto e branco e preço de capa R$ 49,90. Com roteiros de Stan Lee e arte de John Romita, a série foi originalmente publicada em tiras de jornais chamadas de Spider-Man, entre 1977 e 1978. O álbum é editado por Rogério Saladino, traduzido por Eduardo Sales Filho (o Dudu Sales do Papo de Gordo) com letreiramento de Júlio Nogueira e Germana Viana. Nesse volume, o amigo da vizinhança enfrenta vilões tradicionais como Doutor Destino, o ditador da Latvéria, Doutor Octopus, Rei do Crime, Mystério e Kraven, o caçador. Também enfrenta terroristas, marginais que assaltam a tia May – em uma história claramente baseada no filme “Desejo de Matar”, com Charles Bronson – e até uma garota que faz chantagem ao ameaçar revelar a sua identidade secreta. Por fim, a origem do Homem-Aranha é recontada e, mais uma vez, Peter Parker decide abandonar sua identidade de super-herói. O Homem-Aranha foi criado pelo escritor Stan Lee e pelo artista Steve Ditko, e a sua primeira aparição foi em Amazing Fantasy nº 15 (agosto de 1962), durante a Era de Prata. Lee e Ditko conceberam o personagem como um adolescente, educado e criado pela sua Tia May, que tem de lidar com as lutas diárias de um garoto normal e também de um combatente do crime mascarado. Após ter sido mordido por uma aranha radioativa, o Homem-Aranha ganha super força, agilidade e a habilidade de conseguir aderir nas superfícies. 47
A Força da Vida (Devir) foi publicada em dezembro de 2007, com 156 páginas, formato 19 x 25 cm, sépia e branco, lombada quadrada e preço de capa R$ 38,00. Essa obra de Will Eisner foi originalmente publicada em 1988, como A Life Force – uma graphic novel ambientada na década de 1930, durante a Grande Depressão econômica nos Estados Unidos e traz a essência dos melhores trabalhos do mestre da “arte sequencial”. Em termos estilísticos e temáticos, A Força da Vida enquadra-se na sequência de ótimas obras que Eisner lançou a partir de 1978 – como Um Contrato com Deus, Nova York: A Grande Cidade, O Edifício – e que deram força à tradição das graphic novels norte-americanas. O quadrinho traz uma narrativa bastante diversa, que mistura páginas de quadrinhos, textos ilustrados, representações de cartas e reportagens ou até mesmo a compilação de dados meteorológicos. A obra traz uma notável riqueza na representação dos personagens, cenários e contexto. Não é por menos que pessoas e acontecimentos vão surgindo e interagindo, ganhando vida e sentido a cada capítulo. O livro nos apresenta um tema e vários personagens que, ao longo dos capítulos, vão se entrelaçando. O tema já está presente no título, é a “força da vida” que nos impele adiante mesmo nas situações mais adversas, ainda que nos questionemos sobre o sentido de nossa existência ou sobre a existência ou não de um Deus. Os personagens são pessoas comuns, capturadas em breves ou longas sequências da vida nas grandes cidades: os injustiçados e os perseguidos das grandes lutas sociais, os heróis e os vilões dos pequenos dramas cotidianos, jovens e velhos, pessoas como nós.
Os Maiores Super-Heróis do Mundo (Panini) foi publicado em março de 2008, com 396 páginas, formato 23 x 30 cm, capa dura e preço de capa R$ 129,00. O álbum, um grande orgulho em minha prateleira, reúne obras incríveis com roteiros de Paul Dini e arte de Alex Ross: Paz na Terra (Superman: Peace On Earth, 1999). Em pleno Natal, o Homem de Aço decide usar seus poderes para acabar com a fome do mundo, mas não será tão simples quanto ele imagina. Guerra ao Crime (Batman: War On Crime, 1999). Batman resolve atacar as verdadeiras causas da criminalidade, a miséria e o desespero que assola as ruas. O Poder da Esperança (Shazam!: Power of Hope, 2001). O Capitão Marvel passa um dia ao lado de crianças doentes e desamparadas e aprenderá uma lição inesquecível. O Espírito da Verdade (Wonder Woman: The Spirit of Truth, 2001). A Princesa Amazona quer ajudar os seres humanos, mas mundo afora encontra resistência. Como é difícil para Diana compreendê-los. Origens Secretas (JLA: Secret Origins, 2002). Um resumo das origens dos principais super-heróis da DC Comics. Liberdade e Justiça (JLA: Liberty And Justice, 2003). A Liga da Justiça enfrenta um poderoso germe que imobiliza as pessoas, deixando-as às portas da morte. 48
As Incríveis Aventuras do Pequeno Parker (The Amazing Adventures of Puny Parker, 2008-2011, Vitor Cafaggi). Foram 140 tirinhas com roteiro e arte de Vitor Cafaggi, postadas semanalmente em seu blog (punyparker.blogspot.com), em português e em inglês, entre 7 de agosto de 2008 e 3 de junho de 2011, envolvendo o pequeno Peter Parker, em idade escolar, enfrentando desafios comuns a qualquer nerd, como descobrir seu amor por Mary Jane e brincar com seu herói favorito, o Capitão América. O maior trunfo de Cafaggi é construir uma série capaz de agradar tanto aos fãs do herói quanto àqueles que não se interessam pelo Homem-Aranha, mas se divertem com tiras. A série é cheia de menções à cronologia do personagem, explicadas ao final da tira, em um pequeno texto do autor. Tudo para que o leitor aproveite ao máximo o trabalho. O pequeno Parker é carismático como o Homem-Aranha da Marvel. Sua ingenuidade rende momentos divertidíssimos, especialmente quando envolvem os desencontros com Mary Jane. A arte de Cafaggi é ótima, tanto nas tiras em preto e branco quanto nas coloridas, que primam pela vivacidade de tons (confira os cabelos da Mary Jane para entender). Acompanhei a tirinha na época de sua publicação no blog, semana após semana, vi o crescimento do pequeno Parker, assim como o crescimento do artista Vitor Cafaggi no cenário dos quadrinhos nacionais. Em dezembro de 2018 foi publicado, de forma independente, um álbum de luxo com 84 páginas no formato 22,5 x 30,5 cm, colorido, capa dura, com todas as 140 tiras.
Desenhando Quadrinhos (M. Books) foi publicado em 2008, com 280 páginas, formato 17 x 26 cm, preto e branco, lombada quadrada e preço de capa R$ 55,00. Making Comics: Storytelling Secrets of Comics, Manga, and Graphic Novels, escrito e ilustrado por Scott McCloud, foi originalmente publicado em 1993 pela Harper Paperbacks. O consagrado quadrinista Scott McCloud ensina como utilizar técnica e criatividade na criação e no desenho de quadrinhos. Desenhando os Quadrinhos – ocupa um lugar especial em minha prateleira – faz parte da trilogia de Scott McCloud sobre a “teoria dos quadrinhos em quadrinhos” iniciada em Desvendando os Quadrinhos e Reinventando os Quadrinhos. Enquanto, nos dois primeiros livros, ele explicava como as histórias em quadrinhos funcionam e pensava o futuro da mídia, no novo ele dá uma aula sobre como fazer quadrinhos – desde ferramentas e técnicas até linguagem e gêneros. Desenhando os Quadrinhos é um livro de cabeceira obrigatório para quem pensa em trabalhar com HQs. E não só com quadrinhos, mas também com animação, ilustração e tudo que envolva expressão gráfica. McCloud é tido como gênio por grande parte da indústria de quadrinhos dos Estados Unidos. Toda vez que leio esse maravilhoso quadrinho, saio escrevendo inúmeros roteiros para fazer meus próprios gibis. Como é fácil e prazeroso compreender as explanações sobre a mídia dos quadrinhos nessa obra. O mais incrível do livro, além de englobar tudo sobre a produção de quadrinhos, é ser inteiramente feito como um quadrinho (pirei!). 49
Retalhos (Cia. das Letras) foi publicado em maio de 2009, com 592 páginas, formato 16 x 23 cm, preto e branco, e preço R$ 49,00. Com roteiro e arte de Craig Thompson, foi originalmente publicada em Blankets (2003) – uma autobiografia do autor Craig Thompson, tornou-se um clássico e uma das referências das graphic novels. História em nove capítulos na qual o autor retrata sua própria história, da infância até o início da vida adulta, numa cidadezinha de Wisconsin, no centro dos Estados Unidos. Seu crescimento é marcado pelo temor a Deus, que se interpõe contra seus desejos, como o de se expressar pelo desenho. Com a adolescência, seus desejos se expandem e acabam tomando forma em Raina com quem começa uma relação que mudará as visões que ele tem da família, de Deus, do futuro e do próprio amor. O que torna esta obra tão bela é a atenção aos pequenos detalhes dos grandes movimentos da vida. A descoberta do amor, a perda da fé, o amor familiar, as descobertas e as incertezas, o ridículo e o trágico, todos estes temas são tratados com uma intimidade e sensibilidade que arrasta o leitor para a narrativa e o deixa relembrar o próprio processo de crescimento. Retalhos recebeu o Harvey Award para melhor cartunista e melhor graphic-novel, o Eisner Award de melhor graphic-novel e melhor ecritor/desenhista, o Ignatz Award para melhor artista e melhor graphic-novel, o francês Prix de la Critique e entrou pra lista da Time das 10 melhores graphic-novel de todos os tempos. Como curiosidade, a edição brasileira tem tradução de Érico Assis e letreiramento da famosa Lilian Mitsunaga.
Y: O Último Homem (2009-2012, Panini) foi publicado em 10 volumes, entre setembro de 2009 e novembro de 2012. Escrito por Brian K. Vaughan com arte de Pia Guerra, a série foi originalmente publicada em 60 edições pela Vertigo, entre 2002 e 2008 como Y: The Last Man. Y é sobre o único homem sobrevivente de uma súbita e simultânea morte de todos os animais machos do planeta. Entre julho e dezembro de 2006, a série começou a ser publicada pela Opera Graphica, mas não foi concluída. A história se passa em 2002 quando nosso planeta foi atingido por uma praga de origem desconhecida que matou os mamíferos com um cromossomo Y, ou seja, os machos. Apenas dois machos sobreviveram, o jovem ilusionista do Brooklyn chamado Yorick Brown e o seu querido bichinho de estimação, o macaquinho Ampersand. A sociedade é então lançada no caos quando as suas infraestruturas colapsam e as mulheres sobreviventes tentam lidar com a perda dos homens e o conhecimento de que a humanidade está fadada à extinção. Vaughan descreve meticulosamente a sociedade que emerge desse caos, desde a conversão do fálico Monumento de Washington num monumento em memória aos homens mortos, até a gênese das fanáticas Filhas das Amazonas, que acreditam que a Mãe Natureza se limpou da “aberração” do cromossomo Y. Durante a sua jornada, Yorick e suas amigas descobrem como a sociedade lidou com as consequências da peste. Entretanto, muitas mulheres que eles encontram têm segundas intenções em relação à Yorick. 50
Bando de Dois (Zarabatana Books) foi publicado em setembro de 2010, com roteiro e arte de Danilo Beyruth. A publicação é uma edição especial com 96 páginas, formato magazine (21 x 28 cm), preto e branco, lombada quadrada e preço de capa R$ 41,00. O livro conta a história dos cangaceiros Tinhoso e Caveira de Boi, únicos sobreviventes de um bando dizimado pelo Tenente Honório. Eles decidem vingar os amigos mortos recuperando suas cabeças, que foram decepadas e colocadas em caixas que estavam sendo levadas para a capital, onde seriam exibidas como troféus. O quadrinho foi publicado com apoio do ProAc (Programa de Apoio à Cultura do Estado de São Paulo), que financiou a produção e a publicação da obra. Em 2011, o livro ganhou o Troféu HQ Mix – mais importante premiação dos quadrinhos nacionais – na categoria “melhor edição especial nacional”. Confesso aqui que não conhecia esse quadrinho, muito menos seu autor, e comprei essa edição pela capa – simples assim. Mas logo após a primeira leitura, vendo uma boa história e arte dinâmica, já virei fã de Danilo Beyruth – um incrível narrador gráfico. Essa história poderia ser facilmente adaptada para o cinema, inclusive com os mesmos enquadramentos primorosos desse quadrinho. Aposto que faria sucesso. Bando de Dois é tão bom e tão rápido em ser absorvido, que eu fiz questão de emprestálo para os meus amigos, incluindo aquele amigo que não é leitor de quadrinhos – o “civil” – para que ele conheça a mídia quadrinhos de forma adulta, inteligente e, principalmente, divertida.
O Que Aconteceu Ao Homem Mais Rápido do Mundo? (Gal Editora) foi publicado em setembro de 2010, com 68 páginas, formato 16,5 x 24 cm, preto e branco, lombada quadrada e preço de capa R$ 22,00. O roteiro é de Dave West e a arte de Marleen Lowe. Um terrorista coloca uma poderosa bomba no centro de Londres! O caos e o desespero recaem sobre o Reino Unido e uma tragédia de enormes proporções pode ocorrer a qualquer momento. Acompanhando essa crise pela TV, o jovem Bobby Doyle sabe que é o único que talvez possa evitar a catástrofe usando o estranho dom com o qual nasceu: o poder de parar o tempo à sua volta. Mas como salvar milhares de inocentes se isso pode significar um sacrifício inimaginável? Algumas vezes, a simplicidade de uma história em quadrinhos provoca mais reações e impactos do que outras mais “cerebrais”. Esta criação do britânico Dave West é exemplo perfeito. São poucas páginas de enredo, que funcionam mais como um conto ilustrado do que necessariamente uma HQ tradicional. Simples assim: ele teve uma ideia, não necessariamente original, e a executou de forma eficiente. O desenho da Marlowe “funciona” justamente por misturar uma noção torta e absurda a um enredo tão cheio de nuances. A arte parece negar a seriedade com quem West trabalha os dilemas de seu personagem, o que, de certa forma, é positivo num trabalho que problematiza, por meio dos quadrinhos, a noção de super-heroísmo tão banalizada nessa mídia e também no cinema, em especial nos produtos Marvel e DC. 51
Batima Feira da Fruta! (2012) é um “web-comic” baseado na paródia Feira da Fruta (1981), uma redublagem da série Batman (1966) gravada em fita VHS. A versão em quadrinhos foi organizada por Eduardo Ferigato, com participação de diversos artistas brasileiros – Mario Cau, Roger Cruz, Julia Bax, Cris Peter, entre outros. Ganhou o 25º Troféu HQ Mix, em 2013, na categoria "Web Quadrinhos".
Valente Para Sempre (Vitor Cafaggi) foi publicado em novembro de 2011, com 96 páginas, de forma independente, formato 12 x 23 cm e preço de capa R$ 10,00. A edição é uma coletânea das tiras do Valente criadas pelo mineiro Vitor Cafaggi, o mesmo que criou as aventuras do Puny Parker. Em novembro de 2013, a Editora Panini republica o álbum com 96 páginas, formato 13 x 18 cm, preto e branco, e preço R$ 14,90. Valente é um jovem sonhador que um dia troca olhares e se apaixona pela garota Dama. A partir daí, ele passa a viver uma série de situações tragicômicas geradas pelo choque de suas fantasias e expectativas com a realidade. Sucessos e fracassos, alegrias e decepções, “Valente” é sobre as garotas que encontramos em nossas vidas antes de encontrarmos a garota de nossas vidas. Valente é ambientado em um mundo com animais antropomorfizados, conta a história do jovem cão que dá nome à tira. A tira começou a ser publicada no jornal O Globo e no site do autor em 2010. Em 2012, Vitor Cafaggi lançou o segundo volume, Valente Para Todas. Em 2013, a Panini Comics republicou as duas primeiras coletâneas e passou a lançar as novas edições. O 2º e o 3º volumes ganharam o Troféu HQ Mix, respectivamente em 2013 e 2014, na categoria “melhor publicação de tiras”.
Bátima Feira da Fruta (1981) é uma paródia, através de uma redublagem na qual um episódio da série Batman de 1966 teve seu áudio completamente substituído por diálogos cômicos e de baixo calão. A redublagem foi feita de forma caseira em 1981 por Fernando Pettinati e Antônio Camano e o título é uma referência à música homônima do Grupo Capote, que serve de “fundo musical” para a redublagem. Gravado em uma fita VHS, a redublagem foi “resgatada” por volta de 2003 com uma versão digital divulgada na internet. “Uh-ruh-ruh! Eu vô cumê a tia do Bátima!” 52
Astronauta: Magnetar (Graphic MSP) foi publicado em outubro de 2012 pela Panini: com 84 páginas, formato 19 x 26 cm, capa dura e preço de capa R$ 19,90. Com arte de Danilo Beyruth, cores de Cris Peter e edição de Sidney Gusman, faz parte do projeto Graphic MSP (Mauricio de Sousa Produções), que traz releituras dos personagens da Turma da Mônica (1976-1986, Abril; 19872006, Globo; 2007-Hoje, Panini) sob a visão de artistas brasileiros dos mais variados estilos. Astronauta – Magnetar conta a história de Astronauta Pereira, um astronauta que fica isolado no espaço após sua nave ser danificada pelo campo magnético de um magnetar. Com excelentes roteiro e arte, esse quadrinho não deixa nada a desejar aos Comics americanos – que acompanho desde 1982. Assim como em Bando de Dois, Beyruth dá um show de narrativa e nos conta, com belos textos e desenhos, uma história intimista, e também divertida, do nosso Astronauta Pereira explorando, sozinho, a imensidão do espaço. A partir dessa iniciativa da Maurico de Sousa Produções, idealizada por Sidney Gusman, comecei a conhecer artistas nacionais e olhar os quadrinhos com outros olhos. Agora eu leio quadrinhos de alto nível feitos aqui mesmo no Brasil, muitos deles bem melhores que os “comics” americanos que eu costuma ler. O quadrinho fez tanto sucesso, assim como todo o selo Graphic MSP, que a dupla de artistas, Danilo Beyruth e Cris Peter, sob a tutela do editor Sidney Gusman, fizeram mais três belas sequências do Astronauta: Astronauta: Singularidade (2014) Astronauta: Assimetria (2016) Astronauta: Entopia (2018)
Turma da Mônica: Laços (Graphic MSP) foi publicado em junho de 2013 pela Panini: com 80 páginas, formato 19 x 26 cm, capa dura e preço de capa R$ 19,90. “Laços” é o segundo quadrinho da série Graphic MSP (Mauricio de Sousa) com roteiro e arte dos irmãos Vitor e Luciana Cafaggi. Na trama, o Floquinho desapareceu e para encontrar seu cachorro de estimação, Cebolinha conta com os amigos Cascão, Mônica e Magali e, claro, um plano “infalível”. Já era fã do Vitor Cafaggi por causa das tiras Pequeno Parker e Valente, mas em Laços, ele vai além em termos de qualidade, tanto nos desenhos quanto no roteiro. O roteiro, cheio de referências a filmes da década de 1980, principalmente Gonnies (The Goonies, 1985, Richard Donner) e Conta Comigo (Stand by Me, 1986, Rob Reiner), usa bem a energia e ingenuidade das crianças da Turma da Mônica para contar uma história divertida, sensível e que emociona qualquer um que lê o quadrinho. Turma da Mônica: Laços teve mais duas sequências, Turma da Mônica: Lições (2015) e Turma da Mônica: Lembranças (2017), com os talentosos irmãos Vitor e Lu Cafaggi mantendo o alto nível. Laços também inspirou um belo filme, Turma da Mônica: Laços (2019), dirigido por Daniel Rezende. Fui ao cinema com a minha família ver Laços e, mesmo não fazendo parte do público alvo, gostei muito do filme. A fotografia é linda, os cenários e os figurinos nos remetem aos quadrinhos com nostalgia e as crianças estão muito bem nos papéis da turminha. 53
Do Inferno (Veneta) foi publicado como um álbum de luxo em novembro de 2014, com capa dura, 592 páginas, formato 21 x 28 cm, preto e branco, e preço de capa R$ 129,90. Escrita por Alan Moore e ilustrado por Eddie Campbell, From Hell foi originalmente publicado de forma seriada, entre 1989 e 1996, na revista Taboo. A obra foi compilada e lançada em formato único em 1999 pela Eddie Campbell Comics. Do Inferno foi publicado pela primeira vez no Brasil em quatro volumes, através da Via Lettera Editora, entre abril de 2000 e dezembro de 2001. A história se passa durante o final da Era Vitoriana (período do reinado da Rainha Vitória, no Reino Unido, de junho de 1838 a janeiro de 1901) e apresenta uma hipótese para os casos de assassinatos envolvendo Jack, o Estripador, também especulando sobre sua identidade e suas motivações. O título foi tirado das primeiras palavras da carta que algumas autoridades acreditam ser uma mensagem autêntica mandada pelo próprio assassino em 1888. A obra é densa e apresenta diversos acontecimentos históricos misturados com eventos imaginados pelo autor. Do Inferno recebeu diversos prêmios e teve uma adaptação cinematográfica estrelada pelo ator Johnny Depp – Do Inferno (From Hell, 2001, Albert e Allen Hughes). Alan Moore e Eddie Campbell fizeram uma exaustiva pesquisa, apurando tudo o que parecia ser plausível e verossímil. Na edição de luxo, Moore apresenta uma descrição do que foi tirado da literatura e de pesquisas e apresenta as fontes, e o que foi imaginado por ele mesmo.
The Witcher: Matando Monstros (The Witcher: Killing Monsters, 2015, Dark Horse) foi publicado pela Dark Horse Comics em maio de 2015 e estava disponível com a venda do jogo The Witcher 3: Wild Hunt. É escrito por Paul Tobin e ilustrada por Max Bertolini. Antes dos eventos mostrados no trailer do jogo, “Killing Monsters”, Vesemir e Geralt estão procurando por Yennefer na pequena cidade de Vorune, ocupada por tropas de Nilfgaard, e assinam contrato para matar um monstro devorador de homens. Mas a fera gigante não é o único assassino nesta região. O jogo The Witcher 3: Wild Hunt (2015, CD Projekt RED), que sucede The Witcher (2007) e The Witcher 2: Assassins of Kings (2011) – que foram baseados na série de livros Wiedzmin (1992-1999) do polonês Andrzej Sapkowski – é ambientado em um gigantesco cenário medieval que dá liberdade total ao jogador, o game tem o lendário bruxo Geralt de Rívia como seu protagonista, o qual inicia uma longa jornada pelos Reinos do Norte, tendo que enfrentar diversos perigos usando espadas e magia num mundo em crise, podendo viajar a pé, de barco, ou montado em Carpeado, o cavalo inseparável de Geralt. Dois pacotes de expansão, Hearts of Stone (2015) e Blood and Wine (2016), foram lançados e receberam elogios semelhantes aos do jogo principal. Eu já terminei The Witcher 3: Wild Hunt diversas vezes, acumulando aproximadamente 800 horas de jogatina. As analogias com a nossa realidade me fez pensar sobre o preconceito, a intolerância e a ganância que geram guerras e conflitos injustificáveis. Agora estou lendo com entusiamo os livros e esperando mais quadrinhos como esse. 54
O Melhor de Peanuts (Editora L&PM) foi publicado em novembro de 2015 em um álbum de luxo de 648 páginas, formato 21 x 21 cm, preto e branco, lombada quadrada e preço de capa R$ 99,90. Li recentemente (2019) esse álbum com uma seleção das melhores tirinhas da turma do Minduim, o Charlie Brown, e do seu cachorro Snoopy (Peanuts, 1950-2000, Charles Schulz). O mínimo que posso dizer sobre Charles Schulz é que ele era genial e, ao mesmo tempo, crítico e sensível às questões sociais. Suas críticas sobre relacionamentos e convenções sociais são sempre atuais independentemente da época que serão lidas. O azarado, inseguro e até depressivo Charlie Brown traz questionamentos sobre as amarguras da vida e, mesmo de forma humorada num universo infantil, como as pessoas são egoístas e cruéis umas com as outras. Por diversas vezes eu parei a leitura para gargalhar – talvez eu não seja uma boa pessoa (risos). Os contantes fracassos do Minduim, a ignorância e egocentrismo da Lucy, as paranóias do Linus, a burrice da Patty Pimentinha e a loucura do Snoopy geram boas piadas. Esse álbum veio em um bom momento devido ao lançamento, com sucesso, do longametragem animado nos cinemas: Snoopy e Charlie Brown: Peanuts, o Filme (The Peanuts Movie, 2015, Steve Martino) estreou no Brasil em 14 de janeiro de 2016. Numa trama, Snoopy enfrenta o Barão Vermelho, enquanto Charlie Brown tenta ganhar a afeição da Garota Ruiva, que acaba de se mudar para o bairro. O filme, na “mesma pegada” da antiga série animada para a TV, A Turma do Charlie Brown e Snoopy (The Charlie Brown and Snoopy Show, 1983-1985) de apenas 18 episódios, me emocionou, principalmente pela nostalgia.
The Witcher: A Casa de Vidro (Pixel Media) foi publicado em setembro de 2015 com 144 páginas, formato 17 x 26 cm, colorido, capa dura e preço de capa R$ 34,90. A arte da capa é de Dan Panosian. A Casa de Vidro foi originalmente publicada como uma minissérie em 5 partes entitulada The Witcher (2014, Dark Horse), com roteiro de Paul Tobin, arte de Joe Querio e cores de Carlos Badilla. Viajando através da floresta negra assombrada, Geralt — o famoso bruxo caçador de monstros — encontra um pescador viúvo, cujo cadáver vingativo da esposa habita uma mansão misteriosa, conhecida como a casa de vidro. Ao explorar essa mansão assombrada, Geralt luta contra uma série de terríveis criaturas e descobre um mistério tão horrível que poderia fazer dessa casa seu túmulo! No “famoso” amigo oculto de família, meu filho Leonardo me deu esse quadrinho de presente no Natal de 2016. Eu já havia jogado centenas de horas de The Wicher 3: Wild Hunt e suas expansões, primeiro no Xbox One e depois no Playstation 4; já havia começado a leitura do primeiro livro, O Último Desejo (1992, Andrzej Sapkowski); já havia jogado algumas horas do jogo The Witcher 2: Assassins of Kings no bom e velho Xbox 360; também havia feito uma tatuagem da escola do lobo, deixado meus cabelos brancos crescer em homenagem ao Geralt; mas quadrinhos são quadrinhos (risos). Uma boa história e uma excelente arte com o bruxo investigando e resolvendo mistérios sobrenaturais nesse universo mágico e medieval que aprendi a amar. Recomendo! 55
Flash Gordon: No Planeta Mongo (Pixel Media) foi publicado em novembro de 2015, licenciado junto ao King Features Syndicate, com 208 páginas, formato 28 x 21 cm, colorido e preço de capa R$ 89,90. O livro traz a coleção completa das páginas de tiras dominicais do personagem, publicadas entre 1934 e 1937, com arte do seu criador Alex Raymond, roteiros de Don Moore e restauradas por Peter Maresca. “Concebido, a princípio, como uma tira de quadrinhos para competir com Buck Rogers no Século XXV (1929), Flash Gordon rapidamente traçou seu próprio curso. Raymond carregava suas aventuras com uma sexualidade arrebatadora, elementos híbridos fantásticos de homem com alienígena, ação intensa, e alguns dos cenários futuristas mais lindamente desenhados. Artistas como Raymond e Hal Foster – criador do Príncipe Valente – introduziram a arte dos livros de história e das revistas no meio dos quadrinhos. No fim das contas, o trabalho de Raymond gerou os realistas do quadrinho moderno, do qual faço parte, e através de suas inovações ele moldou o mundo da fantasia popular. Bem antes, garotos como eu estavam vendo os seriados de Buster Crabbe na TV. Em 1979, o estúdio de animação Filmation produziu uma série de desenhos meticulosamente baseada no estilo da tira de jornal. Ela era bastante avançada para a sua época, o que deu para ver quando foi ao ar um piloto incrivelmente impressionante, com a duração de um longa. Fiquei maluco. No final de 1980, a versão modernizada de Flash Gordon chegou aos cinemas como uma sensação cult.” Alex Ross. Flash Gordon foi revolucionário em sua época, entre os anos 1930 e 1980, mas pros padrões atuais, as histórias são bem ingênuas, bobas. Ainda assim, foi muito divertido ler esse álbum, principalmente pelo saudosismo e o incrível prefácio de Alex Ross.
The Witcher: Os Filhos da Raposa (Pixel Media) foi publicado em dezembro de 2015 com 140 páginas, formato 17 x 26 cm, colorido, capa dura e preço de capa R$ 34,90. A arte da capa é de Julian Totino Tedesco. Os Filhos da Raposa foi originalmente publicada como uma minissérie em 5 partes entitulada The Witcher: Fox Children (2015, Dark Horse Comics), com roteiro de Paul Tobin, arte de Joe Querio e cores de Carlos Badilla. A viagem de Geralt o leva a bordo de um navio cheio de tolos, renegados e criminosos – mas alguns passageiros são mais perigosos do que os outros, e um deles esconde um segredo hediondo que pode levar a tripulação a um destino amargo e terrível nas mãos da vingativa mãe raposa! A viagem de Geralt o leva a bordo de um navio cheio de tolos, renegados e criminosos – mas alguns passageiros são mais perigosos do que os outros, e um deles esconde um segredo hediondo que pode levar a tripulação a um destino amargo e terrível nas mãos da vingativa mãe raposa! A viagem de Geralt o leva a bordo de um navio cheio de tolos, renegados e criminosos – mas alguns passageiros são mais perigosos do que os outros, e um deles esconde um segredo hediondo que pode levar a tripulação a um destino amargo e terrível nas mãos da vingativa mãe raposa! A viagem de Geralt o leva a bordo de um navio cheio de tolos, renegados e criminosos – mas alguns passageiros são mais perigosos do que os outros, e um deles esconde um segredo hediondo que pode levar a tripulação a um destino amargo e terrível nas mãos da vingativa mãe raposa! 56
Principais fontes de pesquisa na “rede mundial de computadores”:
Quadrinhos dos Anos 10 (Quadrinhos na Cia) foi publicado em abril de 2016 como uma coletânea de tiras com 320 páginas, formato 13,5 x 20,5 cm, colorido, lombada quadrada e preço de capa R$ 64,90. Quadrinhos dos Anos 10 é uma tirinha publicada diariamente pelo quadrinista André Dahmer nos jornais Folha de S. Paulo e O Globo. As tiras fazem uma crítica à sociedade – a qual me identifiquei muito – utilizando-se de um particular humor politicamente incorreto, ácido e nonsense. A ênfase maior são nas questões de afastamento social, da falta de conhecimento e criticidade e da superficialidade gerada pelo novo modo de interação social moderna chamada de internet – a rede mundial de computadores (risos). Em 2017, o quadrinho ganhou o 29º Troféu HQ Mix na categoria “melhor publicação de tiras” e foi indicado ao Prêmio Jabuti na categoria “melhor história em quadrinhos”. Eu conheci essa obra em 2017 quando ganhei o livro do meu amigo Juliano, colega de profissão e tão crítico (ou mais) quanto eu dessa sociedade cruel e doentia em que vivemos, principalmente da atual situação política do país entregue nas mãos de corruptos, intolerantes e incompetentes. Quem “enxerga o mundo de fora da caverna” vai entender e dar boas risadas da forma como André Dahmer mostra o quanto são patéticas a maioria das peças (pessoas) dessa tal engrenagem chamada humanidade.
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