Práxis da JPIC na Formação Inicial. Aprendizagem da JPIC através do contato com os pobres e de outras experiências Introdução: De acordo com o Painel Internacional sobre as mudanças climáticas, realizado em dezembro de 2000 com um pouco mais de 2000 cientistas, o uso de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás) está causando um aquecimento global provocando mudanças no clima e prevêem que se as emissões de gás não forem reduzidas agora em 60%, nos próximos 100 anos esperam que a temperatura tenha aumentado entre um e cinco graus (ºC). Nos últimos 10000 anos a temperatura global aumentou de um grau centígrado. Se o aumento de um grau centígrado tem provocado temporais mais fortes do que se tem previsto, e que se recordam no passado, tem secas mais longas e prolongadas, assim como a fusão de blocos de gelo polar provocando o aumento do nível do mar. Um aumento de cinco graus centígrados o quê provocará? O protocolo de Kyoto teve a pressão dos Estados Unidos, por isso somente conseguiu o acordo para reduzir gases do efeito estufa em 8% de acordo com os níveis do ano 1990 até os próximos 10 anos. Com o atual nível de aquecimento global se prevê que em 25 anos terá 25 milhões de refugiados em Bangladesh, só pelas inundações permanentes. As Nações Unidas dizem que atualmente há no mundo 25 milhões de refugiados. O temeroso cenário ecológico é um sinal dos tempos, e é um chamado a todos aqueles que declaramos defender e promover a vida, para nos movimentarmos antes que seja tarde demais. Como são nossas propostas e planos de ação evangelizadora, se nossas lideranças e nosso povo estão lutando contra os impactos ambientais e fugindo das regiões e países, sofrendo a intolerância contra os refugiados, e contra aqueles que pedem asilo pelo mundo afora. (Não entendi) Devemos estar dispostos a olhar para nosso “doente” e ver as outras enfermidades e doenças oportunistas que se apresentam. Precisamos preparar nossos irmãos na formação para ter um olhar crítico com os sinais dos tempos, para que sejam capazes de trabalhar conjuntamente com outros. Os franciscanos, religiosos, leigos, ONGs e todas aquelas pessoas que têm boa vontade. Hoje, os problemas como as soluções precisam ser analisadas globalmente. Por exemplo, que reflexão tem sido feita nas nossas casas de formação sobre a mudança climática? Quantos de nossos irmãos são conscientes ou se preocupam com as ameaças contra a vida no nosso planeta? A guerra que se quer provocar contra o Iraque, onde se estima que dois milhões de pessoas, principalmente crianças, já morreram devido a sanções para com um líder político religioso que está mais preocupado consigo mesmo que pelo povo. Quatro milhões de pessoas têm HIV. A dívida internacional, a escravidão moderna, continua empobrecendo as pessoas. O tráfico de mulheres e crianças para a prostituição, que dá mais lucro que a contrabando de drogas e é menos arriscado para as máfias. Como em nossa programação na formação se abordam estas temáticas e outros problemas atuais? Temos a crise no Iraque. O que estamos fazendo com nossos confrades para refletir sobre a temática da Paz e o nosso papel em sermos reconciliadores de Paz e promotores de alternativas nos conflitos cotidianos? Ou, estamos permitindo que os meios de comunicação e a máquina da propaganda definam o nosso apoio para as ações militares?
Pediram-me que partilhara aquilo que está se fazendo na Ordem de maneira concreta para formar os irmãos na JPIC. É impossível fazer isso em dez minutos. Nossos irmãos na formação inicial inspiram-se ou desmotivam-se pelo testemunho das províncias e da Ordem. Temos irmãos muito bons fazendo trabalhos qualificados com atividades que se enquadram dentro da JPIC. De fato, o manual da JPIC tem bons exemplos, sugiro começar com isso. Nossos irmãos precisam tomar conhecimento desses exemplos, encontrarem as pessoas e motivar-se pelo mesmo espírito que interpela nossos irmãos a fazer o que fazem. Um irmão que faz visita aos presos e os acompanha no dia-dia, por acaso não se enquadra na JPIC. A sua vida, o seu trabalho e ministério não estão ligados com a paz e integridade da criação? Quero partilhar uma preocupação, a partir de uma observação que penso não abordamos com muita importância. Tenho partilhado idéias e problemas da JPIC com muitos irmãos jovens das nossas províncias. Constato certa tendência segundo a qual, quanto mais avançados estão no processo formativo, menos interessados estão em saber o que se passa no mundo. Isto indica que em vez de formar
eles
estão
sendo
deformados.
Muitos
aspirantes
e
postulantes
faziam
perguntas
interessantíssimas e os professos simples nenhuma. Isto é somente uma constatação, e não tenho nenhum dado científico para comprová-lo. Seguidamente escuto que quanto mais institucionalizados nos tornamos, mais longe estamos das lutas e dificuldades do povo. Como podemos manter os irmãos em contato com os problemas e dificuldades reais da maior parte da humanidade, ajudá-los a identificar-se nas suas dificuldades, sem o desejo de comprometer a sua vida apoiando esses excluídos? Peter Schorr ofm deu algumas idéias teóricas a respeito da JPIC e a formação. O papel de um animador da JPIC e de um formador a respeito da JPIC é ajudar a integrar os valores da JPIC e a vida dos ministérios da Ordem, e preparar os candidatos para o desafio do futuro. Eu tentei partilhar alguns exemplos de como as províncias, em diferentes partes da Ordem, estão ajudando os irmãos na formação inicial a promover os valores da JPIC, usando como base para esta partilha um artigo que escrevi no Manual da JPIC. Pedi a meus companheiros animadores e às províncias de enviar-me exemplos, mas já podem supor que as respostas a esses questionários são muito poucas. Afortunadamente tive o privilegio de visitar muitas províncias nos últimos cinco anos, a serviço do secretariado da JPIC, e sou testemunha de que muita coisa está acontecendo, também a partir da experiência vivida durante 10 anos em El Salvador a partir de uma fraternidade inserida com os irmãos de formação inicial. JPIC na Formação e para os Formadores Se os formadores não concordarem e não se empenharem em apoiar a proposta da JPIC, e esta como parte integral da vida e missão franciscana, nosso trabalho como animadores de JPIC é praticamente impossível. Por isso é importante que os formadores se formem na perspectiva da JPIC do nosso carisma. No final desta apresentação farei algumas propostas que possam ajudar a este propósito. JPIC nos programas de Formação É importante para toda a Província ter integrado a JPIC em todas as etapas do processo de Formação, do postulantado até a Profissão Solene e depois nos programas de Formação Permanente. Há necessidade de um plano ou de uma programação. Muitas Províncias fazem referência a JPIC nos seus estatutos, na formação, mas falta uma programação sistemática que ajude aos irmãos a integrar progressivamente a
JPIC nas suas vidas e que os prepare para o futuro nos seus ministérios. A Comissão de JPIC da Conferência Bolivariana nos oferece um desenho de um programa para a formação teórica na JPIC. Eles utilizam os recursos da JPIC já disponíveis no próprio manual da JPIC, traduzido em 10 idiomas. Este e outros recursos estão disponíveis na página Web da JPIC de Roma: www.ofm-jpic.org . Os mais importantes são: “El livro de las ponencias del Congreso Internacional de JPIC” ; o livro franciscano sobre a Não violência (5 idiomas), a brochura sobre a mudança climática (12 idiomas). Estaremos inserindo ainda artigos e outros materiais de interesse, para ajudar no apoio da formação inicial e permanente. Há muitas referências a respeito da Paz e da Integridade da Criação na Ratio Formationis Franciscanae. Precisamos transformar estas inspirações em ações concretas, de outra maneira, não teremos nada para oferecer aos marginalizados e oprimidos do mundo. O Ministro Geral John Vaughn disse no ano de 1985 “Temos muitos documentos e palavras. O que o mundo espera de nos são ações concretas”. Tenho escolhido seis subsídios, nos quais darei exemplos concretos das experiências vivenciadas nas províncias, e também darei sugestões do que se poderia fazer. Eles são: “La Fraternidad, la presencia”, “La voz de los sin voz”, “La consciencia crítica”, “Abiertos a todos” e “la formación Permanente”. Para evitar possíveis constrangimentos evitarei dar os nomes das províncias. 1.
JPIC en la Fraternidad: (#(RFF 18), # (Rff 28 b)) 1.
Oração: até que ponto o que acontece no mundo mexe na nossa oração? Nossa oração pode ser espiritualista e estar desligada da realidade. Nossos irmãos podem apreender a ser compassivos lendo os sinais dos tempos, não só na capela, mas nos eventos especiais de oração para celebrar os momentos históricos e culturais importantes: por exemplo, o Dia internacional da Paz, e dia da Terra, da migração, da Oração pela unidade dos cristãos e outras religiões. A participação nas vigílias e jejuns pela paz e os direitos humanos, por exemplo, contra a dívida internacional (Gênova) e contra a pena de morte (EEUU).
2.
Trabalhos domésticos: realizados pelos confrades e não só por funcionários.
3.
Processos planejados: os irmãos em formação inicial façam parte do planejamento e avaliação da comunidade e não só participem do planejamento realizado pelos formadores (para que isto aconteça é importante introduzir uma mentalidade de colaboração, essencial para uma Igreja participativa, que inclui os leigos) Em algumas províncias os irmãos na formação inicial participam dos capítulos provinciais, em outras participam das conferências para discutir juntos os processos na formação e fazer propostas para melhorar a formação.
4.
Finanças: os irmãos nomeados para colaborar na economia da casa, e aqueles que são convidados a serem ecônomos na administração das entidades financeiras. Isto ajuda a dar uma apreciação sobre quanto se está gastando, e não só quanto é o custo de vida, mas provocando a reflexão sobre uma vida mais simples. O que faz a fraternidade com seu dinheiro? Sé se faz investimentos em bancos, quais são os investimentos éticos desses investimentos e aplicações? A discussão sobre isto pode ajudar a criar uma apreciação sobre os perigos e políticas de maus investimentos, e como nosso poder econômico como franciscanos pode ser usado para o bem, pressionando os bancos e companhias para usar normas éticas para seus projetos.
5.
Funcionários: salários justos e tratamento justo para os funcionários são o imperativo para todas as nossas fraternidades, particularmente nas casas de formação. Este tema é importante para a JPIC para refletir com os confrades.
6.
Comércio justo dos produtos: para preços justos pelos produtos. Há muitas organizações de comércio justo no desenvolvimento mundial, importadoras de alimentos e de outros bens essenciais para ajudar os produtores (colonos) e a economia do mundo em vista do desenvolvimento. Muitas vezes os produtos são mais caros, mas, o que nós pagamos nos revela o preço real e ecológico. Fiquei impressionado quando conheci um membro da OFS nos EEUU que compra no comercio os produtos cultivados organicamente, assim eles sejam mais caros. Ela diz que o faz prescindindo de outros produtos luxuosos, não essenciais. Ela tem desenvolvido uma consciência de eco-justiça, quanto mais pessoas comprem estes produtos eles se tornarão mais baratos, e assim chegarão a outros. É importante apoiar os produtos locais nos países subdesenvolvidos. Isto deveria levar a uma reflexão sobre os hábitos de consumo na fraternidade.
7.
O bom uso dos recursos socioambientais: a energia, água, transporte, etc., os gases que produzem efeito estufa, produzidos por um uso excessivo de combustíveis fósseis, é um dos maiores perigos da vida no planeta. Cada um de nós pode representar uma diferença. Por exemplo, os irmãos em Kyoto recebem 80% da sua energia de energia solar (energia responsável). Eles recolhem água da chuva para usá-la no jardim, também reciclam lenha para o papel. Outros separam os resíduos e usam-nos como material orgânico para produzir adubo.
8.
Solidariedade com os oprimidos: uma carta de solidariedade escrita e entregue às autoridades pertinentes pode que não seja uma noticia, mas milhares de cartas sim o são. Esta foi uma experiência da nossa secretaria da JPIC. Por exemplo, uma campanha de cartas de Ação Urgente para dois de nossos irmãos no Brasil, cujas vidas estavam em perigo pelo trabalho que realizavam com os sem terra foi reforçada por outras centenas de cartas, a maioria da Família Franciscana de todo o mundo. Franciscanos International tem promovido uma campanha de cartas mostrando solidariedade com os cristãos de Paquistão, muitos dos quais têm sido assassinados não faz muito tempo. Ao mesmo tempo em que ajudava a pessoas nas causas específicas, esta ação é formativa. Os irmãos começam a tomar consciência de problemas além de seu país e da sua paróquia. Animamos a apoiar esta RED Inter Franciscana de Ações Urgentes, que atualmente está sendo construída. Os irmãos na formação, que tem acesso à internet e correio eletrônico, poderiam contribuir na formação de uma rede viável de solidariedade.
9.
Capítulos
fraternos: Incluam
um
tempo
na
agenda
para
refletir
sobre
os
acontecimentos que acontecem no mundo e questionem-se para saber que ações se podem realizar, não importa que sejam pequenas. Por exemplo, diante de uma possível guerra contra o Iraque qual deveria ser nossa reação como franciscanos, e o que poderíamos fazer na prática para levar adiante uma cultura de paz e não violência? Na maioria dos guardianatos se tratam temas relacionados com o trabalho, e não são suficientemente utilizados como uma ferramenta da formação permanente. Se
dedicarmos suficiente tempo nos guardianatos, ou capítulos fraternos e também na formação inicial, talvez tenhamos um bom caminho percorrido. 10. Morar de aluguel no lugar de possuir moradias próprias: Morar de aluguel da mais flexibilidade para nos movimentarmos a partir das circunstâncias. É muito mais difícil deixar uma propriedade que adquirimos. 11. Construções: nossas construções devem estar de acordo com critérios franciscanos. 12. Jardins e chácaras: o contato com a terra não só é importante para cultivar nosso discernimento espiritual, mas também para produzir alimentos e a medicina alternativa. Sempre que seja possível, os irmãos podem aperfeiçoar-se na medicina alternativa, assim como promover e defender a sabedoria indígena, contra a ameaça das Corporações Transnacionais Farmacêuticas no seu intento de patentear suas propriedades curativas. 13. Planejar a não pronta ecologia da fraternidade: Tenho certeza que vocês estarão muito preocupados pela nossa maneira de nos harmonizarmos com a criação, Examinem
a
sua
não
pronta
ecologia.
CF, Http://.olywa.
Net/roundtable/footprint/, http://www.wcologicalfootprint.com/ II Presença: (#(RFF 22b), # (RFF 25ª), # RFF 32 a), # (RFF 155) ) 1)
Pequenas fraternidades inseridas no meio dos pobres: Em muitas províncias, especialmente na
América Latina e Filipinas, esta é uma pratica comum durante uma parte ou toda a formação inicial. Há exemplos em todas as etapas de formação a partir do postulantado. No noviciado algumas províncias fazem um segundo ano em outro país. Algumas vantagens:
Contato com os pobres e suas lutas.
Os irmãos devem aprender a organizar e levar uma vida saudável e organizada. A oração, a fraternidade, os estudos, o trabalho pastoral e os trabalhos que são realizados fora da fraternidade. Nos lugares mais institucionalizados esta presença é ignorada e o trabalho se limita àquele que é realizado numa outra comunidade da província, e muitas vezes terminam vivenciando sozinhos as suas crises.
É mais fácil motivar-se em pequenos grupos porque permite conhecer aos candidatos e ajudálos nos processos de formação mais personalizados.
Pequenas fraternidades junto com o povo mantêm os irmãos em contato com suas lutas, e nosso modo de viver tem uma melhor oportunidade de ser avaliado desde essa perspectiva. A partir de onde moramos e onde partilhamos nossa vida, determina nossas opções e da maneira como lemos os sinais dos tempos.
Projetos pessoais e fraternos podem ser avaliados com mais facilidade.
As fraternidades podem se tornar parcial ou totalmente independentes da economia provincial, que, na maioria das vezes, financia todas as casas de formação.
Existe uma possibilidade de experimentar as lutas de povo e desenvolver a partir do povo uma pastoral, dando reflexões teológicas e acadêmicas a partir da prática.
Algumas desvantagens:
Pequenas fraternidades sem supervisão ou acompanhamento são receita para levar a um desastre.
As pressões da pastoral e do trabalho podem roubar tempo ao mundo acadêmico (Porém, quem faz faculdade de teologia no El Salvador diz que morar em pequenas casas inseridas não dificultava seu rendimento acadêmico, que era igual ao daqueles que tinham outra responsabilidade e estudo)
São muitas vezes vistas como uma “experiência” unicamente para os irmãos na formação inicial.
Você pode trazer o cavalo até a fonte, mas não pode obrigá-lo a beber. A inserção em si mesma é inútil, se não há abertura ao irmão. Uma vez solenemente professos, muitos irmãos se negam a considerar a inserção.
III) A voz dos sem voz (# (RFF 25 b), # (RFF 34 b) )
Aprender a bagunçar (fazer lobby) pelos pobres:
Atualmente em Genebra há cinco jovens ganhando uma inavaliável experiência no trabalho pelos Direitos Humanos, e aprendendo os mecanismos das Nações Unidas. Por que nos não mandamos também ali alguns de nossos jovens? Muitos jovens estão comprometidos em iniciativas ecológicas, como pessoalmente experimentei na Conferência sobre a mudança Climática em Bohn. Um de nossos irmãos apostou um mês com um dos senadores do Senado dos EEUU, aprendendo como poder influenciar nos processos de decisão em favor dos pobres. Os TNC estão ali com força e com milhões de dólares para promover armas, drogas, cigarros e convenções comerciais favoráveis com o Sul, e mecanismos de rescisão para os bens competitivos.
Convidados especiais para partilhar suas vidas e trabalhos:
1.
Irmãos que tenham experiências pessoais de pastoral com os pobres.
2.
Leigos e outras pessoas que possam aconselhar em questões práticas sobre diferentes problemas: por exemplo, como morar na harmonia com a criação, reduzir a impronta ecologia reduzindo o modelo do consumismo e promover a reciclagem, etc.
3.
Os pobres que lutam pelos seus direitos e sua dignidade (membros de organizações populares, associações de moradia, grupos de luta pela terra, migrantes, refugiados e pessoas com HIV/Aids, prostitutas, etc.
4.
Visita de missionários.
5.
Políticos e cientistas sociais que ajudem a compreender as realidades políticas e sociais.
6.
Membros das comissões de JPIC no trabalho ou quando eles participam em Congressos, etc.
Comissões Provinciais JPIC:
Animar os irmãos a vincular-se às comissões provinciais de JPIC e/ou às comissões interfranciscanas ou intercongregacionais. Desafortunadamente, algumas comissões provinciais dependem dos irmãos de formação inicial para sua existência. Isto é um bom sinal para o futuro, mas, um mau sinal que fala da falta de seriedade com que assumem a animação JPIC.
Apoiar boas organizações:
Os irmãos em muitas províncias apóiam direta e indiretamente organizações que trabalham pelos direitos humanos, como por exemplo: Anistia Internacional, etc. Alguns fazem parte de filiais locais da organização. Eles também participam e apóiam organizações comunitárias locais, tanto religiosas como civis, que trabalham por melhores condições para todos. No lugar de promover organizações paralelas, sejamos solidários com os que estão lutando pela justiça, a paz e o cuidado da criação. Os irmãos podem trabalhar como um a mais, mas com certa liderança.
IV. Consciência crítica (#(RFF 32b), # (RFF 79), # (RFF 162) ).
Em algumas províncias os irmãos dedicam um tempo durante seus capítulos mensais da fraternidade, para refletir juntos os temas e problemas relacionados com a justiça, a paz, e o cuidado da criação. Um dos irmãos prepara uma breve análise sobre o que está se passando em nível local e nacional a respeito das questões sociais, econômicas, políticas e religiosas. Os outros compartem depois o que eles sabem, e as conseqüências que isto tem, ou que poderia ter para os irmãos e para a gente. Se há alguma implicação prática, se definem tarefas específicas e se designam responsabilidades.
Estudos relacionados com áreas e problemas de JPIC:
No geral, os estudos de pós-graduação se fazem na área da filosofia e teologia. Alguns irmãos têm estudado direito, sociologia, economia, ciências naturais, planejamento, ecologia, direitos humanos, política, ensino social da Igreja, etc., mas são uma minoria. Esperamos que no futuro as províncias animem um campo mais amplo para os estudos e a pesquisa. Os irmãos com competência nas ciências naturais e sociais podem ajudar a orientar nossa missão, objetivos e estratégias. V. Abertos a todos e contra a violência (# (RFF 21 b) ): * Experiência de Pastoral: na fraternidade: durante o tempo de aula e nas férias. Muitas províncias animam algum tipo de atividade pastoral: 1. Em atividades nas Comunidades: movimentos sociais, visita aos doentes, dependentes químicos, idosos, presos, deficientes físicos, e outros grupos minoritários. 2. Com outras igrejas, religiões e ONGs. * Fora ou em áreas de missão da Província: podem ser feitas as atividades durante as atividades acadêmicas e os trabalhos domésticos. Os irmãos fazem experiência em outras províncias para morar perto dos pobres. Se há professos temporais, estes ficam numa casa de formação da província que acolhe (é importante que estas experiências sejam acompanhadas, sejam planejadas anteriormente e se avaliem posteriormente). Outra vantagem é que isto pode ajudar a construir a tolerância com outras culturas, e pode preparar os irmãos para o futuro fazendo parte das fraternidades internacionais. * A não Violência:
Existe a necessidade de aprender a solucionar os conflitos de acordo com os princípios da “não Violência”. Isto se pode aprender participando nas oficinas com acompanhamento. A secretaria da JPIC recentemente tem publicado um livro sobre a “não violência Franciscana”. Estamos familiarizados com as manifestações contra a globalização, freqüentemente apresentadas pelos meios de comunicação, como manifestações violentas, ressaltando a minoria violenta e ignorando as muitas pessoas que usam a “não violência ativa” como uma maneira de comunicar suas opiniões. Muitos movimentos da “Não violência” estão procurando pessoas que apóiem suas iniciativas, por exemplo, a Força de Paz Não Violenta tem solicitado quatro franciscanos. Eles se capacitarão na não violência prática e servirão como construtores de paz. Quantos de nos tem aprendido estratégias da não violência prática para resolver conflitos?
Alguns irmãos não querem prestar serviço militar e não aceitam um serviço alternativo, então passam um tempo na prisão. Esta é uma forma de dizer ao militarismo que estão continuando a tradição da não violência dos franciscanos de socavar as cruzadas.
Partilhando espaços de vida com os pobres: os irmãos oferecem pouso a pessoas que tem AIDS, refugiados e grupos marginalizados. No passado, alguns tem abertamente declarado suas casas como santuários para solicitantes de asilo, tanto político como econômico. Outros tem cedido parte dos prédios para o trabalho com os pobres e marginalizados, dependentes químicos, pacientes com AIDS, crianças de rua, etc. Outros tem disponibilizado suas casas para ajudar a ONGs comprometidas com o trabalho e a promoção dos direitos humanos.
VI Formation Permanente (# (RFF 58))
Encontros provinciais: Muitas províncias organizam regularmente (a cada ano ou a cada três anos) um encontro provincial para todos os irmãos, para refletir sobre os temas da Justiça, Paz e integridade da Criação. Algumas províncias têm tomado esta decisão em seu capítulo provincial. Todos os irmãos são convidados. Em muitos casos participam os promotores locais. Em algumas províncias estes encontros se organizam junto com a Família Franciscana.
Alguns irmãos representam suas fraternidades em organizações comunitárias locais, que lutam pelo melhoramento de suas áreas. Em geral eles evitam assumir posições de liderança.
Conclusão: José Rodriguez Carvalho ofm, secretario para a Formação e estudos, dirigindo-se aos animadores da JPIC e da Ordem no Congresso Internacional de Vossenack, Alemanha, manifestou: Minha presença aqui quer dizer um sinal de colaboração e parceria entre o Secretariado Geral para a formação e os estudos no Serviço da Justiça e paz em Roma. Esta deseja ser sobre tudo, a expressão de uma profunda convicção que tenho faz algum tempo. A formação não pode avançar sem o aspecto constitutivo do carisma franciscano da Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC), não pode este aspecto essencial de nossa forma de vida entrar na vida dos irmãos separado da formação. A parceria e a colaboração não são somente convenientes, mas necessárias”
Para ajudar com este processo, apresento uma proposta (ver anexo) para ajudar a integrar a JPIC nos programas da formação nos próximos três anos. Por favor, levem em consideração, e esperamos possa ser de base para uma proposta concreta de assembléia. Gearoid F. O Conaire ofm Vice Diretor, serviço JPIC office, Roma 10/10/2002
JPIC e a Formação (Uma Proposta) Incorporar a JPIC nos programas de formação da cada Província Etapa 1: Dezembro 2001-2003 Proposta: Os formadores de cada província participem de um seminário da JPIC Objetivo: * Aprender sobre a dimensão da JPIC no nosso carisma *Começar a familiarizar-se com o material disponível *Começar a desenvolver o rascunho do programa da JPIC Responsável: Secretário da Formação e animador da JPIC Etapa 2. Dezembro 2003-2004 Proposta: Encontro com os Secretários de Formação e Estudos e dos animadores da JPIC de cada Conferência. Objetivo: *Partilhar os desenhos dos programas de formação na JPIC *Desenhar uma proposta comum para todas as entidades da Conferência Responsável: Responsáveis da Conferência para a Formação e para a JPIC Etapa 3. Dezembro 2004-2005 Proposta: Publicar os programas de formação da JPIC Objetivo: *À luz desta publicação, cada província avalia seu programa Responsável: Secretariado para a Formação e estudos e Serviço da JPIC de Roma Etapa 4. Continuidade a)Proposta: Que ao menos a cada três anos os formadores participem de um seminário, e/ou marquem um outro momento para a realização de outros seminários. Objetivo: Renovação de programação Responsável: Secretariado para a Formação e Estudos
PROPOSTA DE CURRICULUM DE TEMAS DE JPIC CONFERENCIA BOLIVARIANA Postulantado: *Historia sócio-política crítica do próprio país *Métodos de análise crítico da realidade *A política (modelos, partidos e movimentos) *A economia (modelos). O neoliberalismo. *A ideologia Noviciado: A visão franciscana do trabalho em favor da JPIC: *Presença franciscana no mundo *Minoridade, opção preferencial pelos pobres e o trabalho pela paz *JPIC na Evangelização e na Formação *Contemplação, unidade com Deus e o trabalho da JPIC *JPIC na Ratio Formationis Franciscanae. A prática de Francisco *Francisco homem pacífico e pacificador (Adm. 13 e 15; Carta às autoridades dos povos; 3omp. 58) *instrumentos de Paz (Esp. Perf. 101: Ley. Per. 84) *Anuncio da Paz e do Bem *Regra da Ordem Documentos da Ordem e da Família Franciscana sobre JPIC: *Capítulo Geral OFM (1979) *Ministros Gerais da Família Franciscana (19 de abril de 1981) *Conselho Plenário da Bahia: “O Evangelho nos desafia” (1983). *Capitulo Geral OFM (1985). *Encontro de João Paulo II em Assis (26-27 de outubro (1986). Ministros Gerais da Família Franciscana: “O Espírito de Assis” (16-4-87). Filosofia: *Ensino Social da Igreja: Documentos: *Rerum Novarum (leão XIII, 1891). *Mater et Magistra (João XXVIII, 1961). *Pacem in Terris (João XVIII, 1963). *Gaudium et Spes (Vaticano II, 1965). *Populorum Progressio (Paulo VI, 1967). *Laborem Exercens (João Paulo II, 1981).
*Sollicitudo rei socialis (João Paulo II, 1987). *Centessimus annus (João Paulo II, 1991). *Medellín (1968) e Puebla (1979). Temas de interés específico: *Artífices da Paz. Fundamentos bíblicos e franciscanos. *Integridade da criação. Justiça Ecológica. *Biodiversidade. Aquecimento da terra. Água. *A vida: aborto, pena de morte, eutanásia. *Direitos Humanos, individuais e coletivos. Direito Nacional e internacional. *Não violência ativa. *A mulher. O machismo. Teologia: As estratégias da JPIC na Ordem; Roma, New York, Genebra. Serviços, Conferências Provinciais. A JPIC nos diferentes ministérios: *Na vida Quotidiana. *Na “Missão ad gentes” *No ministério paroquial. *No ministério da Palavra. *Na educação. *Na formação. *Ética e Bioética. *Ecumenismo. *Inculturação e interculturação. Culturas. Bibliografia: *Escritos e biografias de Francisco. *Regra e Constituições e EEGG *Subsídios: Franciscanos pela Justiça, Paz e Ecologia. *Documentos citados. *Documentos da Vossenack.
(Trad. Frei Luis Alberto Méndez)
ORAÇÃO ECUMÊNICA PELA PAZ
Vida e futuro. Sentimo-nos em comunhão com as Igrejas do
Hermann Schalück, ofm
vizinho Oriente.
Deus único de todas criaturas humanas,
Elas dão testemunho
vós criastes a terra e o cosmo
do Evangelho de Jesus,
em sua variedade, em sua beleza, em sua
da força da liberdade sem violência
fragilidade.
e da certeza da Ressurreição.
Também as diversas culturas e religiões estão à
Nós vos pedimos,
Vossa procura,
também em união com os Irmãos e Irmãs
origem de todas as coisas.
daquelas Regiões,
Vós quereis que todos sejam não uma ameaça,
que têm suas origens no vizinho Oriente.
mas uma recíproca bênção.
Vós nos criastes todos à vossa imagem e
O mundo deve ser, segundo vossa vontade,
semelhança.
uma casa pacífica e habitável para todos.
Todos são vossa imagem.
Escolhestes o vizinho Oriente para que ele,
A todos os que vos procuram na verdade
conosco,
inspirastes fome e sede de justiça
tornasse conhecido
e desejo de paz.
o vosso Nome e o vosso Caminho em
Todos, Muçulmanos, Cristãos e Membros do
numerosos lugares.
Povo de Israel,
Abraão, pai na fé para Hebreus, Muçulmanos e
aspiram ardentemente a reconciliação.
Cristãos,
Todos estão de luto pelas vítimas
escutou a vossa chamada
do ódio e da violência.
na Região entre o Eufrates e o Tigre, o hodierno
Todos, segundo vosso projeto, são chamados
Iraque.
a colaborar na construção de um mundo novo.
Prometestes de modo especial ao antigo e ao
Nós vos pedimos:
novo Povo de Israel
Tende misericórdia de todas as vítimas e de
vida e futuro.
todos os culpados.
Como mulheres e homens cristãos nós vos
Ponde fim à espiral da violência, da inimizade,
agradecemos,
do ódio e da vingança.
sobretudo pelo Senhor Jesus Cristo, nosso
Dai a todos, sobretudo aos Responsáveis pela
Irmão.
política,
Ele é a nossa Paz.
a convicção que o caminho da paz duradoura
Ele veio abater muros e dar a todos, sem
não é o da guerra,
distinção,
mas o da paz com justiça.
Suscitai, também hoje, em todas as religiões
Ó Tu, que estabeleceste
abraâmicas,
a harmonia de todo o criado,
pessoas que sejam instrumentos, mensageiras
concede paz ao homem e a Israel.
e mensageiros
O Príncipe da Paz (João XXIII)
de um mundo diferente.
O Príncipe da paz afaste do coração dos
Fazei com que os corações se abram e cesse a
homens
guerra,
tudo o que possa colocar em perigo a paz
ainda antes mesmo de começar.
e transforme-os em testemunhas da verdade, da
Daí a paz duradoura ao vizinho Oriente.
justiça e do amor fraterno.
Fazei nascer para todos uma pátria segura.
Ilumine os responsáveis pelos povos para que,
Fazei, Senhor, que todos os homens de boa
Junto às preocupações por um justo bem-estar
vontade,
dos seus concidadãos,
de todas as religiões,
Garantam e defendam o grande dom da paz.
do Norte e do Sul, do Oriente e do Ocidente,
Inflame a vontade de todos para superar as
assumindo todos suas responsabilidades,
barreiras que dividem, para fazer crescer os
derrubem as montanhas de mal-entendidos,
vínculos da caridade mútua, a compreender os
preencham os grotões do ódio
outros, a perdoar aqueles que causaram injúrias
e abram estradas rumo a um futuro comum.
Em virtude de sua atuação, se irmanem todos
Fazei calar as armas nesse mundo, que é nosso
os povos da terra
único mundo,
E floresça neles e reine sempre a tão desejada
e fazei ressoar sempre mais fortes os apelos da
paz.
paz, Paz para todos, sem diferenças. Senhor, único Deus, Fazei de todos nós instrumentos da vossa Paz! Dá-me a força de não revidar (Prece hebreia) Ó Senhor, preserva meus lábios de pronunciar o mal, O engano e a fraude. Dá-me a força de não revidar a quem me ultraja. Faz com que me dê alegria o cumprir os preceitos e que eu compreenda plenamente as Tuas Leis. Faz com que eu não seja soberbo. Anula os projetos perversos daquele que me deseja fazer algum dano. Concede-me sabedoria, Paciência e inteligência, Meios de subsistência, Piedade e misericórdia.