Caneta e Café Miscelânia Cultural
Edição 1 / Ano 1
Mulheres nos quadrinhos Em Goiás, autoras se destacam no mundo das HQs e conquistam cada vez mais espaço no meio Por Francisco Costa
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or muitos anos o universo das histórias em quadrinhos era tido como masculino, dominado por super-heróis, com ilustradores e roteiristas homens. Bem, não é mais assim. Cada vez mais as mulheres ganham reconhecimento nessa área e se destacam. Prova disso é o número recorde de mulheres indicadas ao prêmio estadunidense Eisner Awards 2016, o Oscar dos Quadrinhos. 49 artistas receberam 61 indicações, contra 44 do ano passado. Além disso, elas marcaram 27 de 30 categorias e levaram quase metade. Goiás Em Goiás, as quadrinistas também marcam presença e se destacam. Cátia Ana Baldoino, duas vezes indicada ao Troféu HQMix (nossa maior premiação do segmento) pela webcomics O Diário de Virgínia, é uma dessas artistas. Além deste, a autora também produziu a antologia independente Pequi com Quadrinhos, Spam (Zarabatana Books), Quadrinhos Infinitos (seu novo site de HQs) e mais.
Para ela, é excelente esse destaque que as mulheres vêm conquistando. “Nós temos muito a contribuir também. Não somente por acrescentar uma voz feminina às que já estavam aí, mas principalmente para tornar mais rica e variada as histórias produzidas.” Segundo ela, as possibilidades de produção independente deram às muitas meninas uma forma de produzir seus projetos, de serem vistas e ouvidas. Sobre um cenário de quadrinhos no Estado, Cátia afirma desconhecer. “Acho que não existe, o que é bem triste”, lamenta e explica: “O que vejo hoje são produções esparsas, normalmente de pessoas ligadas a alguma faculdade de arte ou design. E elas acabam vendendo seus trabalhos entre si ou em grandes eventos fora de Goiás, como o FIQ, em Belo Horizonte, e a Comi Con Experience, em São Paulo. Feminismo Cátia reconhece a importância do tema e sua discussão nas histórias em quadrinhos, mas garante não ser sua primeira preocupação. “Gosto de contar histórias. Se
crio mais personagens mulheres é porque o universo feminino para mim é mais próximo e acessível e, também, porque boa parte das minhas histórias tem um cunho pessoal”, diz. A quadrinista Karolyne da Rocha Bastos, autora de Rainy Day “Or Not” e coautora de Lykan Wild, diz que não pretende fazer algo do gênero, apesar de apresentar mulheres fortes em suas histórias. Ainda assim ela acredita que o modo da mulher ver o mundo e expressar a arte é diferente do homem, independente do tema. Para ela, ser mulher não traz nenhuma dificuldade nesse meio, mas é preciso passar uma mensagem de qualidade nos trabalhos. Ela destaca que existem muitas quadrinistas mulheres, aproveitando as oportunidades do mercado hoje. “O que importa é fazer”, afirma ela. Questionada sobre os próximos trabalhos, Karolyne diz que pretende fazer algo para edificar e ajudar as pessoas. “Os jovens estão se tornando egocentristas e isso é mal. Quero fazer algo voltado ao social”, finaliza.
Página de uma história da quadrinista Cátia Ana
Preconceito
Recentemente, a roteirista da Turma da Mônica Jovem, Petra Leão, foi vítima de linchamento virtual por conta de uma frase tirada de contexto da personagem Mônica. Na edição 94 da revista, a protagonista sofria pressão dos amigos na decisão de colocar ou não colocar um aparelho dental, quando disse: “Meu corpo, minhas regras”. O texto serve para mostrar que esta é uma decisão que deve partir dela, mas na internet não foi compreendido assim.
Até mesmo ao aborto a frase foi vinculada, tirada do contexto original. A revista precisou esclarecer a polêmica por meio de uma nota e mostrar o texto como de fato era. O mais estranho é que Marcelo Cassaro, também creditado como roteirista não foi alvo de críticas. Mesmo com todo o linchamento, muitos saíram em defesa de Petra Leão e diversos usuários das redes sociais, sites, jornais e mídia de modo geral, demonstraram seu apoio a roteirista.
Beleza Natural: Corumbá de Goiás
Passou da hora de começar a ouvir podcasts
Delícias nas férias: confira receitas
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Por Katiúscia Pessoni
Por Marco Faleiro
Por Johny Cândido
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Turismo
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Goiânia, Julho de 2016
Beleza natural Para quem busca passeios em meio à natureza e aventuras, Corumbá de Goiás, ao Leste do Estado, oferece cachoeiras deslumbrantes e esportes radicais
Fotos: Marcos Luiz Casé Góes
Por Katiúscia Pessoni
E
ncostada em íngremes colinas e banhada pelo rio Corumbá, a cidade de Corumbá de Goiás – uma das mais antigas do Estado –, se mistura à beleza de sua história, que começou ainda com o ciclo do ouro na região, no início do século XVIII. O município é frequentado por turistas que vão em busca das mais variadas cachoeiras do local e suas águas revigorantes que se misturam à paisagens deslumbrantes. A região abriga uma soma de sete cachoeiras, sendo que a maior, Salto de Corumbá, possui uma queda de 50 m e enormes paredões de pedras rodeadas pela vegetação do Cerrado. Para chegar às atrações, o visitante precisa estar disposto a caminhar: as trilhas de acesso variam de 1 a 3 km, com trechos íngremes e pedregosos, mas que auto se guiam. Como recompensa, quase todos percursos terminam em poços que surgem à base de quedas d´água e formações rochosas. Um dos trechos leva até mesmo a uma gruta. Atrações locais Mesmo com diversas opções de diversão, são as quedas d'água que atraem tanta gente para o lugar. Entre as principais estão, além de Salto de Corumbá, a Cachoeira do Rasgão,
Cachoeira do Ouro, Cachoeira da Gruta e Garganta do Ouro, segundo Cleber Evangelista Neres, gerente do Salto de Corumbá Hotel Camping Clube, local que dá acesso à todas essas belezas naturais. Para chegar até elas é preciso percorrer trilhas, algumas em matas fechadas, outras com o cerrado à vista. Todas sinalizadas e de fácil acesso.
tar em caminhar ou ir a cavalo, já que esses seguem todo o local de forma segura. Para os mais aventureiros, a escolha é a tirolesa, que trilha sobre a mata do cerrado numa queda de 70 m e termina dentro das águas do rio. Já o rapel é praticado por turistas que se animam em descer os 50 m da cachoeira de Salto de Corumbá. Todas as atividades são pratica-
Curiosidade
A água do rio Corumbá também é adequada para quem gosta de esportes radicais. O mais calmo deles é o boia cross, propício a ser praticado em família, pois a idade mínima é de seis anos. Com percurso de 1.200 m, o caminho conta com corredeiras mais tranquilas e termina em duas quedas maiores, com no máximo 5 m. Para quem prefere percorrer as trilhas, pode-se op-
das com equipamentos adequados e instrutores autorizados. A temperatura entre setembro e fevereiro, por volta dos 28º, é perfeita para o banho. Mas mesmo em épocas mais frias do ano, é possível aproveitar as águas mais geladas, porém revigorantes. No período de alta temporada, o Salto chega a receber mais de 6.500 visitantes.
A cachoeira Salto de Corumbá foi capa da edição de dezembro de 2015 da maior revista de viagens e natureza do mundo inteiro: a Traveler, da National Geographic. Capturada pelo fotógrafo amador e brasiliense Victor Lima, a fotografia da capa foi escolhida por um concurso, no qual competiram mais de 34 mil fotos de fotógrafos amadores e profissionais de todo o mundo. Três editores da revista receberam a mis-
são de escolher a capa da edição especial de Melhores Destinos do Mundo – e a vencedora foi a do Salto de Corumbá.
Internet
Goiânia, Julho de 2016
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Passou da hora de começar a ouvir podcasts Programas de áudio disponibilizados pela internet crescem cada vez mais em popularidade e já tiveram até mesmo uma espécie de “blockbuster” norte-americano
Foto: Reprodução
Por Marco Faleiro
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ocê sabe o que é um podcast? Se não sabe, já está passando da hora de descobrir. Os programas de áudio disponibilizados pela internet crescem cada vez mais em popularidade e já tiveram até mesmo uma espécie de “blockbuster” norte-americano. Entre os maiores hits da internet em 2014, o podcast “Serial” revolucionou o conceito de produtos culturais que viralizam nas redes. O podcast estampou manchetes (inclusive de jornais brasileiros) em 2015 depois que sua série de investigação, que mistura realidade e dramatização, se popularizou de maneira considerável em várias partes do mundo. “Serial” narra a história real de um norte-americano com descendência paquistanesa condenado à prisão perpétua pelo assassinato de sua ex-namorada na juventude. Em forma de áudio-documentário serializado, “Serial” tem como principal produtora Sarah Koenig, experiente repórter de jornal impresso. Com uma primeira temporada totalizando média de 1,5 milhão de downloads por episódio, o programa tem audiência comparável à de bem-sucedidos seriados da televisão norte-americana. O que é? Até aí, tudo muito interessante. Mas você já entendeu de que, exatamente, fala-se aqui? Calma, vamos aos di-
Popularidade de programas de áudio cresce entre público mais jovem, habituado a usar no dia a dia equipamentos e ferramentas digitais mais complexas
cionários. Não há verbete para podcast no dicionário Aurélio, mas a definição do dicionário Oxford para a palavra é de um arquivo de áudio digital disponibilizado pela internet para download em computador ou tocador de mídia, tipicamente publicado em série, cujos lançamentos podem ser enviados aos assinantes automaticamente. A origem do termo, ainda de acordo com o dicionário (PODCAST, c2015), deriva da união entre as palavras iPod e broadcast, na qual iPod (pod: personal on demand ou pessoal sob demanda) é o aparelho de reprodução de áudio da empresa estadunidense Apple e broadcast é o equivalente em inglês a transmissão. Essa definição vai ao encontro do que tradicionalmente se populari-
zou como podcast: os produtos de áudio disponibilizados via feed (assinatura de conteúdos para recebimento automático). Brasil Enquanto a cultura podcaster em massa pode ser considerada um fenômeno recente, o início dessa ideia pode ser datado de 2004, quando o primeiro programa foi publicado no Brasil. Mas, colocando em termos que todos possam entender, vamos falar do Nerdcast. Considerado o principal expoente dos podcasts brasileiros, foi fundado em 2006 e é veiculado no site Jovem Nerd. Os episódios atingem média de 750 mil downloads e o recordista de acessos na história do programa já foi baixado 3,2 milhões de vezes. O biólogo Nicholas Ma-
zzei não foge à regra dos ouvintes tupiniquins. Ele foi iniciado no mundo do podcast por meio do Nerdcast, quando um amigo insistiu que ouvisse um “estranho programa de áudio” com pessoas falando sobre quadrinhos. Hoje, Nicholas ouve podcasts em seu celular durante viagens de ônibus, longas esperas em filas de ônibus e outras situações entediantes. “Também costumo procurar podcasts quando acabo de ler ou assistir algo que me chame a atenção, uma vez que uma das coisas mais interessantes dos ‘casts’ é a forma como abordam os temas a que se propõem a discutir. Todo mundo gosta de ouvir a opinião dos outros a respeito das coisas que gostamos, seja pra concordar ou não”, resumiu.
Dragões de Garagem Mas, além do Nerdcast, há no País grande quantidade de programas com temática cultural e de variedade, elaborados por pessoas sem formação em comunicação ou mesmo experiência anterior na área, bem como se vê em boa parte do conteúdo produzido para a internet. É o exemplo do Dragões de Garagem, podcast que se propõe a fazer divulgação científica de temas que raramente serão vistos discutidos na televisão, rádio ou revistas comuns. Mestre em microbiologia pela Universidade de São Paulo (USP), Luciano Queiroz é um dos fundadores do “Dragões” e conta que também foi influenciado pelo Nerdcast para tirar do papel suas ideias, ao lado do amigo Lucas Camargos. Cientistas, eles queriam fazer algo abrangente, misturando informações científicas e brincadeiras que costumavam fazer entre amigos. “Conseguimos cumprir nossos dois objetivos iniciais: conversar com nossos amigos sobre assuntos que gostamos e divulgar ciência”, contou. Para Lucas, a vantagem do podcast sobre as outras possibilidades da internet, como o popular YouTube, são baixo custo de produção, agilidade na produção e liberdade para discutir. “Os equipamentos para gravar com qualidade de áudio aceitável são baratos e acessíveis; reunir os amigos, gravar e depois editar não poderia nos tomar muito tempo por sermos alunos de pós-graduação e professores universitários, ou seja, poderíamos produzir o podcast em nossos horários livres; e podemos ficar conversando por horas sobre um assunto e tentar abordar todos os aspectos dele, o que seria impossível em conteúdo audiovisual”, explicou o podcaster.
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Culinária
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Goiânia, Julho de 2016
Delícias nas férias Aprenda a fazer duas receitas fáceis e aproveite ainda mais o mês de julho Por Johny Cândido
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om a chegada do mês de férias, o chef Pedro Ernesto, responsável pelo cardápio do restaurante Rosas Cozinha e Sentimento, preparou duas receitas para servir como sobremesa ou lanches vespertinos. “Pensei nessas opções por serem simples de fazer, pois nesse período de férias a criançada, e até mesmo os adultos, estão com o tempo mais livre”, diz o chef. Foto: Johny Cândido
Chefe Pedro Ernesto
Mousse de maracujá com ganache de chocolate 2 Latas de Creme de Leite 1 Lata de Leite Condensado 1 Envelope de Gelatina Sem Sabor 1 Xícara (chá) de Suco Concentrado de Maracujá 200g Chocolate Meio Amargo Modo de preparo Comece a receita com o preparo do ganache. Para isso derreta o chocolate no micro-ondas mexendo sempre de 30 em 30 segundos até que esteja líquido. Adicione 1 (uma) lata de creme de leite em temperatura ambiente e misture delicadamente
até ficar tudo homogêneo e reserve por 30 minutos em temperatura ambiente ou na geladeira por uns 15 minutos. No liquidificador, ou com um fuê, misture 1 lata de creme de leite, 1 lata de leite condensado e 1 xícara de chá de suco de maracujá concentrado (aqueles de garrafinha). Hidrate a gelatina conforme instruções do fabricante e adicione a mistura da mousse e misture bem. Em taças individuais coloque cerca de 1 colher de ganache e complete com o mousse de maracujá. Leve para gelar por pelo menos 2 horas e sirva.
EXPEDIENTE
Diretor Administrativo – João Paulo Arruda Silva Editor Chefe – Francisco Costa Diagramação e Arte – Marco Faleiro
Jurídico – Jairo Silva Neto Reportagem – Francisco Costa, Katiúscia Pessoni, Johny Cândido, Marco Faleiro Fotografia - Marcos Luiz Casé Góes
Mousse de maracujá com ganache de chocolate 2 Latas de Creme de Leite 1 Lata de Leite Condensado 1 Envelope de Gelatina Sem Sabor 1 Xícara (chá) de Suco Concentrado de Maracujá 200g Chocolate Meio Amargo Modo de preparo Comece a receita com o preparo do ganache. Para isso derreta o chocolate no micro-ondas mexendo sempre de 30 em 30 segundos até que esteja líquido. Adicione 1 (uma) lata de creme de leite em temperatura ambiente e misture delicadamente
até ficar tudo homogêneo e reserve por 30 minutos em temperatura ambiente ou na geladeira por uns 15 minutos. No liquidificador, ou com um fuê, misture 1 lata de creme de leite, 1 lata de leite condensado e 1 xícara de chá de suco de maracujá concentrado (aqueles de garrafinha). Hidrate a gelatina conforme instruções do fabricante e adicione a mistura da mousse e misture bem. Em taças individuais coloque cerca de 1 colher de ganache e complete com o mousse de maracujá. Leve para gelar por pelo menos 2 horas e sirva.
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