R$ 3,00
Dia Internacional da Mulher
Cuide melhor do seu Bairro Bloco dos Sujos - 50 anos Nós de Axé na Alemanha Cães e gatos errantes
Olá Leitor A Revista Sintonia Social lança nesta edição a campanha Cuide melhor do seu Bairro. A proposta é incentivar a sociedade a saber e manter seu bairro bem tratado e belo, o que proporciona saúde, bem-estar, prazer e tudo de bom. É grande o desafio. Muitos ainda não sabem a importância de cuidar do lixo que produz, da calçada de sua casa ou de seu estabelecimento comercial, como se o que importasse apenas fosse “porta a dentro”. A via pública, então, é depósito para detritos. Arborização, ruas e calçadas, praças bem cuidadas, tudo muito limpo, sem lixo e qualquer outro detrito. Falo do que é belo aos olhos e à alma. Mas, a realidade é outra. E Vila Amélia, um dos mais importantes bairros de São Sebastião, tem grande potencial de ser um território perfeito. Mas, nas suas ruas e calçadas, temos de desviar de lixo e sacos de lixo, postes de eletricidade mal posicionados (seria lindo se não existissem), evitar tropeços pelos buracos nas calçadas estreitas e ruas, além de inundações e lama. É simples. O que há de belo aos olhos na Vila Amélia? Fiz esta pergunta a entrevistados. Quase não tive respostas. Mas há, sim, muita gente com alma bonita nesta Vila brasileira. Por isso, a esperança por um mundo melhor e mais belo. Nivia Alencar Carnaval 2020 - São Sebastião (SP) Foto: Patrícia Maria
Cães e gatos errantes | pág 4 Dia Internacional da Mulher | pág 8 Bloco dos Sujos, 50 Anos | pág 10 Vila Amélia. Cuide melhor do seu Bairro | pág 14 Nós de Axé, na Alemanha | pág 17
SINTONIA SOCIAL é uma revista da Alencar e Constancio Agência de Jornalismo LTDA/ME (12) 3893-1811 (12) 99144-2749 NS Comunicação Editoração - diagramação - imagens Nívia Alencar - MTb 21.218 Frank Constancio - MTb 28.786 Fotos de Capas - Edivaldo Nascimento nscomunicacao.agencia@gmail.com Edição 12 MAR-2020 • Litoral Norte (SP) SINTONIA SOCIAL | MARÇO- 2020
Pág 3
Obra do novo CCZ inacabada fica a poucos metros do atual prédio da unidade, no Jaraguá
Obra para novo CCZ de São Sebastião está parada As expectativas são enormes para a retomada das obras do novo prédio do Centro de Controle de Zoonoses (CZZ) de São Sebastião, no Jaraguá, a cerca de um quilômetro do atual imóvel onde funciona a unidade, espaço idealizado em 2006, o que implica defasagem estrutural. Conforme a médica veterinária Alessandra Marinho, do CCZ, o novo prédio prevê salas de cirurgia, triagem, pós-operatório, esterilização, laboratórios para todos os exames, necropsia, imunização para vacinas, atendimentos, salas para a equipe da administração, estrutura muito melhor para acolhimento dos munícipes, além de o dobro de canis disponíveis no atual prédio restrito para a demanda. “Então, a estrutura será bem melhor”, ela conclui. A obra é resultado de medida de compensação pelos impactos da construção e instalação da Estrada de Contorno, do Governo do Estado, no Litoral Norte. Trecho do viaduto está em direção ao prédio do CCZ, no Jaraguá. As obras dos contornos Norte e Sul no Litoral Norte estão suspensas, com previsão de serem retomadas em 2020, conforme anúncio do secretário estadual de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto, em dezembro de 2019. Por definição do Ministério de Saúde, Vigilância de Zoonoses é área da Secretaria Municipal de Saúde responsável pelo desenvolvimento e execução de atividades e estratégias relacionadas à vigilância, prevenção e ao controle de zoonoses e de acidentes causados por animais peçonhentos e venenosos, de relevância para a saúde pública. É o ato ou Pág 4
efeito de reduzir a incidência e prevalência de zoonoses e destes acidentes, de forma que sejam reduzidos a números baixos, atingindo assim o equilíbrio e deixando de constituir problema para a saúde pública. A fim de cumprir tais objetivos, o CCZ de São Sebastião intensificou o processo de castração de cães e gatos. Assim, foi criado o projeto Circuito de Castração, que se mantém pelo terceiro ano consecutivo. A veterinária Alessandra explica que este circuito tem período para início de término e meta de cirurgias. O circuito atende as demandas dos bairros, por meio de parcerias com associações de moradores e protetoras de animais. Pelo circuito, em 2019, foram executadas 1.800 cirurgias. O CCZ resgata animas em situação de risco, como suspeita de raiva canina e maus tratos. “Estes casos não são os mais frequentes (animais sob abandono são mais comuns)”. Em fevereiro de 2020, durante entrevista, a médica informou que a capacidade do CCZ para guarda estava ultrapassada, com sete animais entre cães e gatos. Ela explicou que o limite varia porque depende do porte e temperamento. “Como a estrutura está sobrecarregada, estamos mantendo as feiras de adoção para que o animal tenha oportunidade de segunda família”, Alessandra diz. Segundo a médica, as feiras têm sido bem-sucedidas porque a atual gestão municipal dispõe todo suporte necessário para planejamento e divulgação. “Temos calendário para disposição dos animais, além de parceria com a Secretaria da SINTONIA SOCIAL | MARÇO - 2020
CCZ, no Jaraguá. Prédio é restrito para demanda atual
A família adotou este e mais um gatinho na feira de adoção do CCZ de São Sebastião, em janeiro
Educação para falar às crianças temas como posse responsável. Percebemos que as crianças reproduzem estes ideais a suas famílias”. Alessandra afirma que o mesmo programa será, neste ano, extensivo a escolas particulares. “Em 2019, o projeto foi direcionado a 6 mil crianças da rede de ensino”. Alessandra explica que as competências do CCZ são várias e o problema do abandono de animais é exclusivamente causado por falta de responsabilidade, o que gera inúmeras denúncias. O CCZ não tem atribuição de promover consultas veterinárias, mas ela afirma que a gestão municipal permite esta prática como serviço suplementar. “É claro que nosso atendimento dentro do CCZ é restrito e, por vezes, precisamos encaminhar casos mais complexos aos colegas veterinários da cidade. Aqui, aproveitamos estes atendimentos também para verificar a incidência de zoonoses, como leishmaniose, transmissíveis ao homem”. Em termos de vacinação antirrábica, a mais recente campanha em São Sebastião alcançou 16 mil cães. Este universo não inclui animais vacinados em clínicas particulares, nem sequer soltos pelas ruas, mas alguns mais acessíveis são vacinados, segundo a médica. Alessandra afirma ainda que muitos destes animais nas ruas são soltos pelos seus donos, usam coleira e voltam para as casas à noite. “Muitos abrem SINTONIA SOCIAL | MARÇO -2020
Larissa Martins de Mendonça Freitas, formada em educação física, reside há 26 anos em São Sebastião. Além de gostar muito da cidade, outra paixão da jovem são cães e gatos. Com a morte de sua gatinha Nina, ela resolveu cuidar de animais sob abandono. Realiza brechós, cuja renda se destina à compra de ração, consultas e medicação. Larissa considera que a castração pode evitar a condição de cães abandonados. Quem puder ajudar com artigos para brechó e cuidados para cães e gatos pode telefonar para (12) 98241-7171.
o portão e deixam o cão sair; quando resgatados recebemos informações sobre quem são os donos”. Alessandra frisa que a campanha de castração tem de ser precisa e contínua. “Podemos ter uma cadela no cio e não optar pela castração, mas este animal não pode ter acesso aos machos na rua sem controle. A responsabilidade das pessoas está afeta à sua disponibilidade para cuidar deste animal”. O Centro de Zoonoses vem realizando cirurgias de castração diariamente de cães e gatos. Em 2019, somaram 1.900 castrações, em toda a cidade, número considerado muito satisfatório. “Estamos caminhando para o controle em relação à causa animal. Estamos satisfeitos com o esforço da nossa equipe e parcerias com associações de moradores, protetores de animais e da gestão pública. O circuito de castração deu certo em razão destas parcerias”, ela conclui. O CCZ também atende animais de grande porte como suínos e bovinos. A partir de denúncias, o CCZ aciona empresa responsável por socorrer estes animais soltos em via pública, que serão mantidos sob prazo para os proprietários reavê-los. Caso isto não ocorra, há prazo para leilão. O CCZ conta com 11 profissionais em sua sede (Avenida Dário Leite Carrijo, 2.598, fone (12) 3861-2555). Atendimento de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h. Pág 5
Centro de Referência Animal de Ilhabela Sonho realizado, conforme Apailha O Centro de Referência Animal de Ilhabela, no bairro Barra Velha “Maria Salete Magalhães Alves”, instituição da Prefeitura, tem como meta principal o controle populacional de cães e gatos, por meio de castrações. As cirurgias são gratuitas e exclusivas aos moradores de Ilhabela, cadastrados no Sistema Único de Saúde. O CRA não atende munícipes de outras cidades, frisa Gustavo Pereira da Silva, coordenador administrativo do CRA. O CRA foi construído em 2015, em cumprimento à lei 658/Out/2008, regulamentada pela lei 1.255/2017. Em 2 de agosto de 2008, a Prefeitura de Ilhabela havia firmado Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) frente ao Ministério Público, alusivo a inquérito civil de 2007, para recolhimento de cães e gatos errantes, promover a castração, entre outros procedimentos para a saúde dos animais. O CRA mantém Programa Permanente de Controle Populacional e Bem-Estar de Cães e Gatos contemplando: atendimento clínico-veterinário, com acompanhamento cirúrgico ou não e retorno; atendimento clínico veterinário em cardiologia, dermatologia, oncologia, ortopedia e exames de imagens (Raios X e ultrassonografia); cirurgia de castração de fêmeas e machos; microchipagem para banco de imagens vinculado ao proprietário; vacinação antirrábica; envio de amostras para exames laboratoriais de zoonoses, hemograma completo, perfil hepático e renal e urinálise tipo 1. Também promove feiras de adoção de cães e gatos, em parceria com a Associação Protetora dos Animais (Apailha). A estrutura compreende dois consultórios, centro cirúrgico (salas pré-cirúrgica, paramentação, esterilização, lavagem de materiais e pós-cirúrgico), rede de gases medicinais, sala de Raios X e Ultrassom, cozinha, administração almoxarifado, recepção, sanitários públicos, vestiários e sanitários de funcionários, lavanderia, depósito de ração, uma baia, sete canis e gatil coletivo, sala de multiuso e triagem, arquivo. Gustavo Silva reforça que o objetivo principal do CRA de Ilhabela é a castração de cães e gatos, mas todos recebem atendimento clínico gratuito. “Procuramos conscientizar os donos dos animais sobre a importância da castração. Em fêmeas, a castração reduz risco de câncer de mama”. Pág 6
Ele explica que cães e gatos errantes levados ao CRA são tratados, castrados, vacinados, microchipados e disponíveis à adoção ou entregues à Apailha, com quem o CRA mantém parceria, e ainda soltos novamente às ruas, o que é previsto, desde que fortalecidos. O coordenador frisa que o controle da população de gatos é muito mais difícil pelo perfil e porque se reproduz em grande escala. “Em 2019, alcançamos a marca de 2.458 castrações de cães e gatos”. O CRA conta com oito veterinários e é mantido com recursos municipais, exceto vacinas antirrábicas, disponíveis pelo Estado. Ainda é prevista ampliação da estrutura física.
Apailha A presidente da Apailha, Silvana Santos, considera que a meta de 100% de cães e gatos castrados nunca será alcançada em Ilhabela por conta do processo de migração, seja por abandono, por acesso de animais errantes pela balsa ou ainda por outras pessoas que passam a viver em Ilhabela com seus animais de estimação. “O CRA, para nós, é um sonho realizado, um serviço de excelência”, diz a presidente da Apailha, fundada em 1997, por Ceci Pizza, presidente até 2006, quando o cargo passou a Maria Salete, até 2016, ano em que Silvana Santos assumiu. “Temos colaboradores (protetores) e página no facebook, por onde conseguimos doar animais. É um trabalho voluntário. O CRA é nosso grande aliado porque podemos encaminhar ao CRA animais que também resgatamos”. Ela frisa que o maior problema hoje se deve aos gatos, “muitos vivem na mata, mas é até mais frequente a castração de gatos no CRA”. No facebook da Apailha estão 7 mil membros, cerca de 30 pessoas são mais atuantes. “Como somos uma Associação, não temos repasse de recursos públicos, dependemos de doações para compra de ração, medicamentos, anticarrapaticida. A qualidade de vida destes animais já está em 80% por todas as conquistas”, ela observa e diz que saúde animal é saúde pública. “CRA é política pública onde todos ganham. A Apailha é um trabalho fundamental em Ilhabela com graças aos voluntários”. (Nívia Alencar) SINTONIA SOCIAL | MARÇO - 2020
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta a existência de mais de 30 milhões de cães e gatos abandonados no Brasil. A OMS recomenda proporção de até 1 cão por 7 pessoas, o que representa uma condição limite no país. SINTONIA SOCIAL | MARÇO - 2020
VENDO TERRENO: Rua Quinze de Novembro, Pontal da Cruz, São Sebastião (SP) - vista para Ilhabela (12X30 | 360 metros²- R$ 270 mil). Tratar com proprietário: (12) 99123-6307 (11) 95051-1101 Pág 7
Dia Internacional da Mulher Sintonia Social entrevista uma grande e linda mulher que cuida de mulheres em gestação Enfermeira obstetra e consultora de aleitamento materno, também é aluna de curso de educadora pré-natal. Nascida em Santos (SP), reside há 28 anos em São Sebastião. Carla Maria Bruço Silveira é funcionária pública da Prefeitura, como enfermeira, desde 1992. Sendo uma das poucas enfermeiras à época, atuava entre a Costa Sul e Costa Norte da cidade. Um ano depois, em1993, ela e a médica pediatra Flávia Martinelli idealizaram e criaram o Ciama (Centro de Incentivo ao Aleitamento Materno), referência no Litoral Norte, que passou a ser muito conhecido pela comunidade. Em 1994, inauguraram o Banco de Leite. Carla é mãe de 4 filhos, 26, 24, 13 e 12 anos. “Foi muito bom ser mãe porque pude vivenciar melhor minha profissão”. Carla cita a educadora física Cristiane Rezende, professora de dança, criadora das oficinas culturais de São Sebastião, que iniciou no Ciama práticas como shantala (técnica de massagem na criança pela mãe) e baby yoga. Cristiane ainda ensaiou o grupo “Ciama Dança” que se apresentou, inclusive, em Santos, na Baixada Santista. Sala de Espera Florescer - Após 24 anos de atuação no Ciama, Carla deixou, há 3 anos, seu projeto crescido para iniciar outro ideal, a “Sala de Espera Florescer”, no Centro de Saúde da Vila Amélia, em São Sebastião. Trata-se, conforme Carla, de ambulatório para gestantes consideradas de alto risco. “Fiquei 25 anos, no pós-parto, senti que faltava apoio à mulher gestante, o que gerava mães deprimidas, com traumas no parto, problemas na amamentação”. Carla esclarece que gravidez de alto risco envolve casos de gestantes com diabetes, hipertensão, problemas de ordem social, descolamento de placenta, ameaça de aborto, trabalho prematuro de parto, usuárias de drogas, idade avançada, entre outros fatores. Ela afirma que estas gestantes contam com acompanhamento médico e, na Sala de Espera Florescer, recebem atendimento biopsicossocial e espiritual, indicado pela Anep (Associação Nacional para Educação Pré-Natal). “Quando comecei a fazer o curso de doula (mulher proporciona suporte físico e emocional a outras mulheres, antes, durante e após o parto) e educadora pré-natal, perPág 8
Por Nívia Alencar
cebi a grande importância de todo apoio e cuidado com a gestante”. Carla explica que, em caso de gestante hipertensa, por exemplo, é importante conhecer a história dela, uma vez que a pressão alta pode estar muito ligada ao emocional. “Por isso promovemos atividades como dança, arteterapia, reiki, entre outras, quem promove bem-estar e socialização”. A enfermeira afirma que gestantes precisam de alegria, boa comida, nutrição e atividades que a envolvam em beleza porque contemplar o belo favorece boas emoções, inclusive para a saúde do feto e do bebê que vai nascer. Ela afirma que estas recomendações são da Anep. Centro Gestacional na Rua da Praia - Carla solicitou à Prefeitura de São Sebastião a disponibilidade de um quiosque na Rua da Praia, centro histórico. No local, inaugurado dia 10 de março (fotos), passou a funcionar o Centro Gestacional Harmonia para a Vida, com a participação de 79 gestantes, em parceria com a Anep, que existe em 24 países. O Centro Gestacional, em parceria com a Anep, em São Sebastião, é o primeiro do país. O objetivo do Centro Gestacional é fortalecer e proteger a gestação com aspecto mais voltado às atividades biopsicossocial e espiritual. “Teremos terapias complementares integrativas como reiki, meditação, tai chi chuan, reflexologia, musicoterapia, pintura, costura e, ainda, geladeira, fogão, computador, tudo em ambiente bonito e alegre, o que toda gestante precisa para gerar e viver um parto humanizado para nascimento de seres humanos melhores e mais saudáveis”. Ela agradece a todos que contribuíram para a inauguração do Centro Gestacional. Para as mulheres que sofrem seja lá por qual motivo, você tem algo a dizer? “Acho que ela tem, primeiro, olhar para a essência dela, para dentro dela, para que ela se enxergue, cuidar dela, ter autoestima porque o sucesso de tudo que você vai fazer depende do seu bem-estar”. (Carla Bruço) SINTONIA SOCIAL | MARÇO - 2020
SINTONIA SOCIAL |MARร O - 2020
Pรกg 9
Marcos Vinicius Zanelli
Bloco dos Sujos, m e popular de S com 50
Cerca de 30 mil foliõ Por Nívia Alencar
Bloco dos Sujos, São Sebastião 2020 Pág 10
Um show de harmonia, cuidado, gentileza, bom humor, bom gosto e beleza. Assim foi o desfile do Bloco dos Sujos, de São Sebastião, no Carnaval 2020. Cerca de 30 mil foliões, de todas as idades, celebraram a vida em grande estilo. Caminharam pelas estreitas ruas do centro histórico, ocupando cada metro quadrado, com alegria e paz. Com 50 anos de existência, falar da origem do Bloco dos Sujos não é simples porque cada participante mais antigo teria uma versão, conforme diz um dos principais atores da história deste bloco, Wilson Fernando Flausino, 62 anos, nascido em São Sebastião, conhecido por Dita Ursa, apelido de infância, professor de educação física e arquiteto. Dita Ursa afirma que os primeiros passos de Bloco dos Sujos ocorreram ao fim da década de 1960, com grupo de festa junina. “Um pessoal de dança de quadrilha passou a se chamar Grupo dos Enxutos – homens vestidos de mulher e as mulheres de homem”. Ele lembra que mascarados desfilavam batendo lata pelas ruas - início do Carnaval de rua. Conforme Dita Ursa, nos anos de 1960, a juventude local era muito ativa, aconteciam muitas festas e atividades culturais. “O grupo de mascarados se fortalecia e seria mais tarde chamado Bloco dos Sujos - a casa da Fosca e Mário César foi o primeiro espaço para o bloco se preparar antes de sair às ruas”. Dita conta que, mais tarde, o grupo passou a se concentrar no Tebar Praia Clube, já na década de 1970. “A juventude tinha, em média, 18 anos. Nosso grupo era muito grande. Faziam parte Juan Pons Garcia, o ex-prefeito, Alemão (professor), Valdomiro Rego, a família dos Rosa (também da cidade). Era muito divertido, tenho muita saudade”, Dita diz. SINTONIA SOCIAL | MARÇO - 2020
movimento festeiro São Sebastião 0 anos
ões celebram a vida Ele lembra que no dia do desfile do Bloco dos Sujos, os integrantes se encontravam na praia, pela manhã, e mais tarde na sua própria casa, para um churrasco. A concentração tem novo lar - Rua Armando Salles, centro da cidade. “Minha mãe tinha uns baús grandes cheios de fantasias, roupas e perucas. Ela armava uma bancada nos fundos da casa com espelho, onde as meninas maquiavam a gente para o Bloco dos Sujos”. Filomena Ricota, mãe de Dita Ursa e de mais três filhos - Valdir, Janete e Paula - foi a grande estrela incentivadora do Bloco dos Sujos. Divertida, festeira e jovem mãe, Filomena preparava um caldeirão de canja de galinha para os foliões que sobrevivessem à noite do Bloco dos Sujos, regado a muita cerveja. Alimentados, os foliões - moradores e veranistas - agora iriam curtir o baile de rua. Dita Ursa lembra que seus pais, vindos do Interior de São Paulo em 1950, tornaram-se donos de açougue. Aos 70 anos, Paulo Flausino vestia-se de mulher no Bloco dos Sujos. “Minha mãe usava fantasia de ‘nega maluca’, conta Dita. Ao final de 1970, Bloco dos Sujos, que já reunia muitas pessoas, passa a receber recursos da Prefeitura de São Sebastião para manutenção dos instrumentos, guardados na casa dos pais de Dita Ursa. O tempo avança e Bloco dos Sujos é transferido para o Bar do Castelo, na Vila Amélia, propriedade de Benedito Carlos Ferreira. Este local reúne textos, fotos e camisetas alusivos ao Bloco dos Sujos. Dita Ursa afirma que o ex-prefeito Mansueto Pierotti (in memoriam) lançou o Carnaval de Rua, em São Sebastião, quando surgiram blocos carnavalescos, entre eles, originários do Grupo dos Enxutos, de festa junina. ”Bloco dos Sujos é da sociedade e cenário de gerações de moradores e SINTONIA SOCIAL |MARÇO - 2020
Pág 11
visitantes”. Ao fim dos anos de 1980, os atletas Pipoca, Donizete e Mauro, da Seleção Brasileira de Basquete, participaram do Bloco dos Sujos. Dita lembra que toda a sociedade sebastianense participava do Bloco dos Sujos. Em 1990, ele parou de desfilar no bloco, presidido hoje por Marcos Vinicius Zanelli.
Waldir José Flausino, in memorian, (déc. de 1980- Carnaval - Bloco dos Sujos)
Diretoria do Bloco dos Sujos Marcos Vinicius Zanelli: Presidente Marcos Eusébio de Santana: Vice-Presidente Diretores Airton José Brasil, Ailton Pedro de Souza, Evaristo Martins de Souza, Elizio Leite Santana, Benedito Carlos Ferreira (Castelo) e Janine Flauzino Teixeira da Silva
Paulo Flausino e esposa Janete Maria Ricota Flausino Silva (Festa Junina - São Sebastião - 1972) Pág 12
Janete Maria, a irmã - Janete Maria Ricota Flausino Silva, nascida em São José dos Campos, chegou a São Sebastião com a família. Irmã de Dita Ursa, ela participa de Bloco dos Sujos desde menina e ainda se diverte no bloco. Nelson Teixeira da Silva, falecido em 2001, então marido de Janete, codinome Prego, era líder de fanfarra e, mais tarde, presidente do Tebar Praia Clube, onde integrou roda de samba. Janete lembra de seus pais, Filomena e Paulo, muito divertidos e animados. Em 1992, Prego se aposentou da Petrobras e tornou-se sócio do Bar do Castelo, na Vila Amélia, onde o Bloco dos Sujos passou a se preparar para o Carnaval. Mãe de Janine e avó de Olívia, Janete ainda participa do Bloco dos Sujos, mas, no último sábado de Carnaval, não compareceu ao desfile porque sentiu saudade do irmão Valdir, falecido em janeiro passado. Conhecedora de vários países, Janete adora a cidade de São Sebastião, gosta de todas as praias e do patrimônio histórico. “Eu vivia na praia da Enseada, lá pegava bibigão, diz Janete talvez tão festeira com a vida, como sua mãe, Filomena. Ao responder se São Sebastião no passado era melhor, Janete diz: o passado era muito divertido e hoje temos a Olivia”, referindo-se à sua neta. Passado e presente - Fosca Cristina Borin, de Valinhos (SP), vive em São Sebastião desde 1966. Trabalhou como servidora pública municipal. Carnavalesca, curtia também o Bloco dos Sujos, quando formado ainda por familiares, amigos e poucos turistas. “Em 1968, foi a vez dos Mascarados; em 1969 desfilou no Bloco da Augusta, minha tia de São Paulo, na sequência tivemos Bloco dos Sujos”. Conforme Fosca, Bloco dos Sujos nasceu em uma casa na Rua Duque de Caxias, centro da cidade, em frente onde está hoje o Banco do Brasil. “Neste local morava eu e minha família”. Ela conta que um grupo grande de amigos, uma única vez, formou o Bloco dos Mascarados, cobertos de lençol branco e batendo panelas pelas ruas. SINTONIA SOCIAL | MARÇO -- 2020 2020 SINTONIA SOCIAL | FEVEREIRO
O fotógrafo Edivaldo Nascimento, caiçara nato, lembra de mascarados da década de 1950, durante o Carnaval pelo Centro Histórico, assustando e divertindo a molecada que corria para suas casas ao chamado de suas mães e avós: “Crianças, vêm pra dentro”. Fosca, aos 20 e poucos anos, participava do Bloco dos Sujos - ainda um grupo de pessoas afins e familiares e poucos homens fantasiados de mulher. “Lembro que meu pai participava e certo dia usou aqueles tapetes com pele de boi. Minha mãe encerrou a concentração do grupo em nossa casa porque as panelas dela começaram a sumir”. Fosca lembra que o novo local de reunião do Bloco dos Sujos foi a casa de Dita Ursa. “Tenho saudade daquela época”, ela diz citando com carinho seu irmão Mário Cesar e os amigos João Papai (João Olegário Leite) e Edgard Borges, este falecido. “Lamento que a cultura sebastianense não tenha sido preservada”. Quanto a algo de bom hoje na sociedade ela conclui: “a busca por um mundo melhor”. Atual Presidência - Em meados de 1990, o comando do Bloco dos Sujos passou ao saudoso Ubirajara de Araújo, Bira, mais um dos personagens esperados do Bloco dos Sujos por causa de suas fantasias de mulher. As fantasias muito bem cuidadas eram feitas por sua esposa Vera Lúcia de Assis Araujo que participou e adorou o desfile atual. Em 2003, a convite de Bira, Marcos Vinícius Zanelli, hoje diretor do Tebar Praia Clube, também preside o Bloco dos Sujos, e assim se mantém. Zanelli lembra com carinho de Filomena, Prego e Bira, atores do Bloco dos Sujos. “Prego presidia o Tebar Praia Clube, quando faleceu, era muito querido por todos nós”. O Bloco dos Sujos tem CNPJ e diretoria. Um grupo de rapazes que gostava muito de samba tocava no Tebar Praia Clube e integrava o Bloco dos Sujos. “Contavam sempre com a presença de Prego, o presidente do Tebar também gostava e tocava samba”, lembra Zanelli, participante do Bloco dos Sujos há quase 40 anos. ”No começo eu era garoto, mas quando o Bira assumiu eu ajudava a distribuir os instrumentos e cantava”. Em razão do crescimento do Bloco dos Sujos, a bateria que caminhava com os foliões ficou inviável e uma banda musical passou a atuar sobre o caminhão, em 2018. Fotos: Família Ricota Flausino
SINTONIA - 2020 SINTONIASOCIAL SOCIAL||FEVEREIRO MARÇO - 2020
Nelson Teixeira da Silva, Prego (déc. 1990, presidente do Tebar Praia Clube)
Filomena Ricota (déc. de 1980, Carnaval - Bloco dos Sujos)
Ex-prefeito de São Sebastião, Luiz Alberto de Faria, e Ubirajara de Araujo, Bira (déc.1990, Carnaval , Bloco do Sujos) Pág Pág 13 13
Com o objetivo de contribuir para melhor qualidade de vida onde moramos, a Revista Sintonia Social lança a campanha “Cuide melhor de seu Bairro”. Para começar, a Vila Amélia, um espaço privilegiado por ter o centro comercial e histórico de São Sebastião separados apenas por uma avenida. Tem também vários estabelecimentos como clínicas médica, estética e odontológica, farmácias, terminal rodoviário, faculdade, circo cultural e de entretenimento, secretarias municipais e gabinetes de vereadores, mas ainda carece de maior atenção da comunidade e poder público para bem-estar e beleza aos olhos, porque Deus ou a natureza, como preferir, já nos dá o presente de acordar com este amanhecer na Vila Amélia, que levou a Escola de Samba Sol da Vila a se ajoelhar para declarar seu amor. A seguir, moradores falam sobre este lugar e como deixá-lo melhor: Vanessa Monteiro Gonçalves, assistente social - PMSS - há 7 anos residente em Vila Amélia: Optei por este bairro, por ser próximo a tudo, o que facilita a vida. São necessárias melhorias nas condições de ruas e calçadas - estreitas e desniveladas - para maior acessibilidade. Gestão do lixo é outra demanda. Somos uma cidade turística, o que aumenta o volume de resíduos. Sacos de lixo por vezes rasgam, temos acúmulo de lixo, caçambas, de alguma forma, ajudam, desde que não superlotadas e árvores são sempre bem-vindas, mediante plantio planejado. Pedro Fernando do Rego, biólogo, consultor ambiental, há 5 anos residente na Vila Amélia: A Vila Amélia é muito prática, temos acesso a tudo e a pé. Moro numa vilinha dentro da Vila Amélia, o que resulta em dia a dia muito tranquilo. Fora da vilinha, temos enchente e a questão do lixo é um gargalho, as pessoas dispensam resíduos de forma inadequada, não sei por que isto ainda acontece, quando chove tudo vai para o córrego e para o mar. O correto é cada pessoa ser responsável pelo lixo que gera, com lixeiras identificadas. Talvez sejam úteis pontos de descarte melhor dimensionado, sinalizado e localizado. Caçambas em local de grande fluxo de pessoas são inviáveis. É preciso conscientização, se a lixeira está lotada não se deve colocar mais lixo. São Sebastião é a primeira cidade com coleta seletiva. As pessoas precisam se habituar aos horários de coleta. O córrego do Outeiro precisa ser revitalizado, deixar o ambiente bonito. Calçadas são desreguladas, temos cadeirantes aqui. Pág 14
Por Nívia Alencar
Vila Amélia São Sebastião
Cuide melhor do Gervásio Mariano de OIiveira, técnico de meio ambiente, servidor municipal, residente há 37 anos na Vila Amélia - Promovemos (assessores do vereador Reinaldinho) uma audiência pública no CAE da Vila Amélia (09/2013) para discutir questões do lixo. Chamamos a empresa concessionária da época, a Ecopav, chamamos vereadores, o superintendente da Sabesp, autoridades da Prefeitura, fizemos panfletagem de porta a porta e divulgação em rádio e carro de som para resolver a questão do lixo na Vila Amélia. Marcamos o dia e local, estavam todas as autoridades lá, e apenas 6 moradores. Ficamos nós com nós mesmos debatendo a questão. Precisa partir das pessoas a responsabilidade social, cobramos muito dos poderes públicos mas precisamos fazer nossa parte. Eu amo a Vila Amélia, amo São Sebastião. Precisamos de uma associação de bairro forte. Lugares bonitos? Temos quatro praças aqui. SINTONIA SOCIAL | MARÇO - 2020
“De joelhos vou me declarar Eu te amo Sol da Vila”
seu Bairro Foto: Nívia Alencar
Luiz Felipe da Costa Santana, advogado, conferente de carga do Porto de São Sebastião, há 46 anos residente na Vila Amélia: “Ela nasce como loteamento de ampliação do centro. São Sebastião tinha cerca de quatro ruas, a contar da Rua da Praia. Com abertura da Av. Guarda Mor Lobo Viana - de um lado um pântano, transformado em loteamento e mais tarde denominado Vila Amélia, apelido Vila Sapo, comum na área. Meu avô Joaquim Roque Santana, pai de Zangado, foi um dos primeiros moradores da Vila Amélia, em 1955. A Vila Amélia é extensão do centro. Esta é a grande vantagem para quem gosta desta condição. A Vila, do ponto de vista urbanístico, não é bonita, foi mal projetada. Tem ruas esburacadas, calçadas horríveis, cada um de um jeito. Realmente carece de tratamento, um olhar diferenciado. Quanto ao lixo, o principal responsável é o morador. A prefeitura limpa, dia seguinte está sujo novamente”. SINTONIA SOCIAL | MARÇO - 2020
Douglas Della Guardia, aposentado pela Petrobras, residente na Vila Amélia há cerca de 30 anos. A seguir trechos de apelo elaborado por ele, em abril de 2013, aos moradores da Vila Amélia, sem retorno, até hoje. Somos, de certa forma, privilegiados, pois vivemos num espaço que nos oferece todas as comodidades e serviços essenciais, cuja condição favorece nossa convivência em clima de conforto. Como cidadãos, temos dever comunitário de preservar esta condição, contribuindo para que a vida seja benéfica a todos. Com tristeza testemunhamos, diariamente, comportamento negligente. A ordem pública é prejudicada pela colocação indiscriminada de lixo orgânico e sucata em nossas calçadas, trazendo desconforto, além de dar péssimo exemplo. Que tal fazermos da dispensa de nossos resíduos um exemplo de cidadania. Basta dispor nosso lixo em nossa calçada em horário mais próximo da coleta sem acesso a animais ... Agradecemos por sua atenção, guardando a certeza de que todos comemoraremos, em breve, a melhor qualidade de vida em nossa tão preciosa comunidade. Pág 15
Fotos: Nivia Alencar
Aparecida Cristina de Oliveira, professora e pedagoga da rede pública de São Sebastião, residente há 12 anos na Vila Amélia: “Desenvol-
Quais os lugares bonitos no seu bairro? “A Vila Amélia precisa de mais cor e alegria, poderíamos ter um espaço de manifestações culturais para trocar experiência e saberes. Circo Navegador é lugar bonito, assim como a Mercearia do Kojo (Rua Ilhabela) onde existe o projeto Siri na Caixa, desde 2014, para promoção de leitura, em parceria também com a Biblioteca Municipal. É um ponto pequeno de luz. Se todos fizéssemos um pontinho de luz....”
(Aparecida Cristina de Oliveira)
Saber liberta Pág 16
vo projeto de leitura “Siri na Caixa”, com distribuição de livros, em parceria com a Biblioteca, inclusive na Vila Amélia. Amo morar na Vila Amélia. Sinto-me privilegiada, minha mais nova filha nasceu neste bairro que tem um pouco de tudo - educação, cultura, esporte, comércio, escritórios, clínicas, segurança, etc., de qualidade. Tudo isto faz da Vila Amélia um bairro diferenciado. Temos aqui escolas públicas e particulares, faculdade e a primeira creche pública do Litoral Norte. É um bairro que respira educação, vemos estudantes transitando pelas ruas, o que gera energia muito boa. Temos uma quadra onde jovens e adultos praticam atividades físicas. Joaquim Nibanio é o nome da quadra, em homenagem ao bisavô do meu marido, o Riva. Tenho muito orgulho de pertencer a uma família tradicional da Vila Amélia, um dos precursores do Carnaval de São Sebastião. O Bloco Leões da Vila fundado agora é reflexo desta tradição. Temos a Escola Sol da Vila, o Bloco dos Sujos. Temos o Circo Navegador, um lugar maravilhoso. A Vila Amélia é frequentada por moradores de outros bairros por tudo que acontece aqui. Temos moradores antigos que se relacionam muito bem e interagem com a juventude. Vejo que todos estes aspectos trazem qualidade de vida para quem está aqui. É um bairro pequeno com ótima infraestrutura. Acredito que a Vila Amélia tem muitas possibilidades de crescer com estrutura e planejamento. Então a expectativa é que a Vila seja ótimo bairro e, por que não, o melhor de São Sebastião. Questões que me preocupam ainda estão afetas à área da Petrobras, que vem sendo esvaziada. A Petrobras tinha o Plano de Contingência APPEL, que trazia um pouco mais de segurança, sentimos falta de interação da empresa com a Vila Amélia. Acredito que esta interação possa acontecer. Vejo que limpeza pública é outra questão que pode melhorar. Temos os caminhões coletores e a varrição, é preciso conscientização maior da comunidade. Temos a questão do rio do Outeiro, a limpeza precisa ser tratada com mais carinho. Temos lixo em locais não apropriados. Acredito em uma intervenção mais urbana na Vila Amélia para que espaços sejam melhor utilizados; o muro da Petrobras, há uma calçada grande que poderia receber ações culturais e arquitetônica. SINTONIA SOCIAL | MARÇO - 2020
Nós de Axé Livro de Janaína de Figueiredo, de São Sebastião, é divulgado na Alemanha O livro, Nós de Axé Axé, da escritora sebastianense, Janaina de Figueiredo, foi escolhido para ser trabalhado em um projeto desenvolvido na Alemanha pela BOB Campus. Trata-se de uma instituição de iniciativa privada ligada à Fundação Montag. Com sede em Bonn, a Fundação tem como princípio e objetivos atuar com responsabilidade social em diversas comunidades. A entidade - sem fins lucrativos - está comprometida com três tipos de projetos: Fundação Montag para a Juventude, Fundação Montag para Espaços Urbanos e Fundação Montag para Arte e Sociedade. Dentro desses eixos, a BOB Campus mantém um dos projetos financiados e desenvolvidos na unidade WuppertalOberbarmen, Alemanha. Uma das ações organizadas no espaço da Bob Campus está voltada à promoção de encontros entre culturas e grupos étnicos, intitulado BOB Kulturabend. Em fevereiro, o tema desse encontro foi dedicado ao Brasil. A curadora do evento, Suilian Richon, propôs utilizar as ilustrações de Paulica Santos e a história da Fitinha do Bonfim, recriada pela escritora Janaina de Figueiredo, para conduzir essa discussão afropoética. Nas palavras de Suilian Richon: “Mostramos um Brasil que amamos, um Brasil da diversidade, sem clichês e com um toque de axé.” Para a escritora Janaina de Figueiredo, esse evento foi de extrema importância. “É muita felicidade ver esse livro, feito com tanto carinho, representar o Brasil. Esperamos que, com isso, Nós de Axé ganhe a Alemanha e o mundo.”, diz Janaína. A escritora afirma, ainda, que o livro é também usado em Buenos Aires, na Argentina. Em julho, Nós de Axé será divulgado na Revista Aquelarre de Literatura Infantil y Juvenil. A Revista, ligada à Universidade Nacional de Rosário, convidou a escritora para participar no lançamento da edição da Revista no final do semestre deste ano. Sobre o encontro e a Instituição alemã: www.facebook.com/ events/181843979700973/. SINTONIA SOCIAL | MARÇO -2020
“Mostramos um Brasil que amamos, um Brasil da diversidade, sem clichês e com um toque de axé.” Suilian Richon, curadora
Pág 17