Ensino Fundamental - 6° ano
PRÉ-HISTÓRIA O CAMINHO QUE A HUMANIDADE TRAÇOU
ADRIELLE GAIO, CAROLINA PFEIFFER, FRANTIELE ALVARES, GABRIEL BARBOZA, GABRIELA DECARLI
Como tudo começou? Você já parou para pensar como surgiu o planeta em que você e eu estamos agora e como nós chegamos até aqui? A teoria mais aceita pelos cientistas para explicar o surgimento do universo ficou conhecida como a Teoria do Big Bang. Essa teoria defende que tudo começou a partir da explosão de uma pequena partícula há 13. 7 bilhões de anos atrás. O planeta terra, por sua vez, surgiu há cerca de 4,5 a 5 bilhões de anos, resultado da poeira e de gases que surgiram com a formação do sol. Os primeiros seres vivos surgiram há aproximadamente 3.4 bilhões de anos. É muito difícil pensar em todo esse tempo e imaginar o que acontecia há bilhões de anos atrás, então vamos simplificar: “Imagine que os 4.5 bilhões de anos da Terra foram comprimidos em um só ano (entre parênteses colocamos a idade real de cada evento). Nesta escala de tempo, as rochas mais antigas que se conhece (-3,6 bilhões de anos) teriam surgido apenas em março. Os primeiros seres vivos (3,4 bilhões de anos) aparecem nos mares em maio. As plantas e os animais terrestres surgiram no final de novembro (a menos de 4 milhões de anos). Os dinossauros dominaram os continentes e os mares em meados de dezembro, mas desapareceram no dia 26 (de 190 a 65 milhões de anos), mais ou menos na mesma época em que as montanhas rochosas começaram a se elevar.
Os humanóides apareceram em algum momento da noite de 31 de dezembro (a aproximadamente 11 milhões anos).” (Extraído de Eicher, D. L. Tempo Geológico, 1968) Agora que você já sabe que o mundo e as primeiras formas de vida surgiram há muito tempo, vamos aprender como e quando os primeiros humanos surgiram e se desenvolveram. Para isso vamos percorrer pelo período chamado Pré-História, estão todos preparados?
O QUE SIGNIFICA “PRÉ-HISTÓRIA”? Caro aluno, a expressão PréHistória o faz pensar imediatamente em um período onde não existia História, não é mesmo? Mas não se engane, essa ideia está errada! Existia sim História na Pré-História! Nós apenas não havíamos desenvolvido a escrita, que começou a surgir somente há 4.000 anos atrás em algumas regiões do Planeta Terra. Portanto, essa expressão utilizada para remeter ao período anterior à escrita precisa ser repensada, pois os seres humanos existentes nessa época também construíram a História, como já vimos. Mas se não temos registros escritos da Pré-História, como estudamos a vida dos nossos ancestrais que viveram nela? A resposta é simples: através de artefatos e de fósseis que nos permitem várias descobertas!
A TEORIA EVOLUTIVA E A CIÊNCIA EXPLICANDO A ORIGEM DOS SERES HUMANOS A teoria evolutiva trata-se de uma teoria científica proposta pelo naturalista britânico Charles Darwin, seu principal representante. Tal teoria, que também pode ser chamada de evolucionismo foi apresentada por Darwin em seu livro mais conhecido “A Origem das Espécies”, publicado no ano de 1859. Através dessa obra, o conhecimento Charles Darwin, criador da de que as espécies evoluem ao Teoria da Evolução longo do tempo foi adquirido, pois o imagem: wikipedia.com evolucionismo nos esclarece que espécies com características melhor adaptadas ao ambiente em que se encontram tendem a sobreviver, enquanto espécies com algumas características desfavoráveis ao meio desaparecem. Mas, não vá pensando que evolução é sinônimo de superioridade entre espécies, nada disso! A espécie sobrevivente apenas transforma-se, fazendo uso de uma característica que já possui mas que talvez anteriormente não tivesse tanta importância e utilidade (tudo depende do meio em que você se localiza!). De acordo com a teoria de Darwin, as primeiras formas de vida apareceram nos oceanos evoluindo até o surgimento dos mamíferos. Na classe dos mamíferos existe a ordem dos primatas, os antropóides surgiram como evolução de alguns primatas
dando origem aos hominídeos e aos pongídeos (gorila, chimpanzé, orangotango, gibão). Nós e nosso representante mais antigo, o Australopithecus, pertencemos à família dos hominídeos. A origem desse representante mais antigo se deu no continente africano, há mais ou menos 7 milhões de anos atrás, fósseis do gênero Australopithecus foram encontrados até os dias atuais somente nesse continente! Portanto, a África (o continente Áfricano, o país África chama-se África do Sul, ok?) é o berço da nossa humanidade, pois foi lá que surgiram os nossos ancestrais! Muito interessante, não é mesmo? Dos Australopithecus surgiu a primeira espécie do gênero ao qual pertencemos, o gênero Homo, há aproximadamente 2 milhões de anos atrás: o primeiro representante dos Homo é o Homo habilis.
CHIMPANZÉS E HUMANOS: Desde a publicação do livro “A Origem das Espécies”, Darwin foi muito criticado por religiosos que não aceitavam a hipótese de os seres humanos terem um “parentesco” com outras criaturas animais. Muitas pessoas se assustam até hoje com essa ideia. Parte do problema deve-se a uma interpretação equivocada da teoria evolucionista, pois nela não há nenhuma afirmação revelando que descendemos do macaco. A hipótese apenas emite que as linhagens de humanos e dos demais primatas compartilharam um ancestral comum, há 7 milhões de anos atrás na África, e os descendentes desse ancestral comum teriam evoluído por caminhos diferentes.
Os monos (chimpanzé, gorila, e orangotango) são, portanto, nossos parentes mais próximos e não os ancestrais dos quais descendemos. A ordem dos primatas e dos humanos apresentam algumas características em comum, como a presença de polegar oponível, unhas no lugar de garras,capacidade craniana e aparato visual maior que os demais mamíferos, e a dependência dos filhotes à mãe. A característica que define a nossa linhagem em detrimento da linhagem dos chimpanzés é a bipedia (andar sobre dois pés), enquanto os chimpanzés são definidos pela nanopedalia (quadrupedia complexa). O grupo ao qual nós e nossos ancestrais bípedes pertencemos chama-se hominídeos.
EVOLUÇÃO: UM VERDADEIRO MOSAICO Desde Darwin, acreditava-se que características como a bipedia, cérebro maior, canino menor e produção de ferramentas, evoluíram todas ao mesmo tempo e que as espécies de hominídeos viveram uma de cada vez. Essas noções também são mitos acerca da teoria evolucionista. Existiram bípedes com cérebros pequenos e a fabricação de ferramentas não está relacionada ao aumento do cérebro, que começou a crescer, na linhagem evolutiva, há 2 milhões de anos, enquanto as primeiras ferramentas aparecem há 2.6 milhões de anos. Além disso, nem sempre houve apenas uma espécie de hominídeos vivendo no planeta: há 30 mil anos atrás, pelo menos quatro espécies de hominídeos viviam na Terra. Desse modo, a evolução não foi linear e sim um verdadeiro mosaico: não deve se pensar em um caminho simples e reto, ao longo do qual nossos ancestrais “progrediram” em linha reta, em direção aos seres humanos atuais.
ÁFRICA E AS NOSSAS ORIGENS Já sabemos que os humanos antigos não existem mais, no entanto, muitos deles deixaram um série de vestígios de sua existência, como os fósseis. Os fósseis são restos ou vestígios preservados de animais, plantas ou outros seres vivos deixados em rochas, sedimentos, gelo ou âmbar. Preservam-se como moldes do corpo ou partes deste, rastros e pegadas. A totalidade dos fósseis e sua colocação nas formações rochosas e camadas sedimentares é conhecida como registro fóssil. A palavra “fóssil” deriva do termo latino fossile, que significa “desenterrado”. Por meio desses vestígios, os pesquisadores concluíram, como já vimos, que foi no continente africano que surgiram nossos primeiros ancestrais. Na África, há 2.5 milhões de anos, coexistiram dois gêneros de hominídeos: o Australopithecus e o Homo. O termo Australopithecus significa “macaco do sul”. Eles viveram na África há 4,5 milhões de anos, aproximadamente. Eram onívoros, possuíam bipedia facultativa com postura semi ereta, estatura baixa e cérebro pequeno. As espécies do gênero Homo são caracterizadas pelo crescimento do cérebro, locomoção bípede semelhante aos humanos modernos e dentes menores. Registros fósseis indicam que, por volta de 2 milhões de anos atrás, a árvore da família dos hominídeos já apresentava outro ramo diferente dos Australopithecus. Trata-se das espécies do gênero Homo, que chegou até os seres humanos atuais. Entres as principais espécies do gênero Homo estão o Homo habilis, o Homo erectus, o Homo neanderthalensis e o Homo sapiens.
Expansão da ocupação humana a partir do continente africano.
imagem: http://zambukaki.blogspot.com
Homo habilis: Descoberto na Tanzânia pelo casal Leakey, os fósseis mais antigos possuem aproximadamente 2 milhões de anos. É associado a ferramentas de pedras lascadas, motivo pelo qual chama-se homo habilis, que quer dizer “homem habilidoso” ou “homem fabril”. Diferencia-se dos Australopithecus pelo seu volume cerebral um pouco maior (640 cm³), pelos dentes molares e maxilares reduzido e pela inclusão de proteína animal na dieta. Possuía bipedia facultativa. Você sabia? Possuir bipedia facultativa nada mais é do que conseguir manter-se sobre os dois pés (isso é ser bípede!) e conseguir deslocar-se de forma semelhante aos orangotangos, agarrando-se de galho em galho nas árvores! Conforme o Dicionário Online de Português, facultativo significa: “Optativo; que pode ser feito, ou não; em que há escolha e não obrigação; com a opção de ser ou não realizado; sem obrigação: benefício facultativo.” Agora você já sabe o que é a tal bipedia facultativa. Representação do Homo Habilis, que exercia bipedia facultativa
imagem: www.britannica.com
Essa é uma reconstrução de como seria a face do Homo Habilis.
Homo erectus O primeiro fóssil foi encontrado na Ilha de Java, em 1891. Apresenta volume cerebral entre 850 e 1100 cm³ e uma altura variada entre 1,6 e 1,8 metros. A espécie está vinculada com a domesticação do fogo e a produção de instrumento Esse é o Homo Erectus, ele é o de pedra com padrões mais primeiro hominídeo a ter bipedia definidos e identificáveis, completa, ou seja, foi o primeiro a como machados de mão, andar somente em duas pernas. raspadores, facas, etc. Demais, não é? Observe os traços Foi o primeiro hominídeo parecidos com os humanos modernos. a sair da África e viveu, aproximadamente, de 1,7 milhões a 300 mil anos atrás. imagens: National Geographic
Homo neanderthalensis Viveu entre 150 e 27 mil anos atrás e leva esse nome porque ocupavam as regiões do vale do Neander, na Alemanha. Possuíam volume cerebral de 1450 cm³ e estatura em torno de 1,6 metros. Os seus quadris e ombros eram largos e as juntas ósseas fortificadas. São conhecidos pelo sepultamento dos mortos nas carvernas e diferenciam-se dos Homo Sapiens por apresentarem um crânio mais alongado, com testa baixa e ausência de queixo.
Fonte: John Gurche, artist / Chip Clark, photographer
Homo sapiens
imagem: www.tricurioso.com
Aparecem há cerca de 160 mil anos atrás diferenciando-se das demais espécies pela linguagem articulada associada a uma estrutura social complexa. Apresenta um crânio em formato globular, com volume cerebral de 1350 cm³ e altura média de 1,73 metros, além da presença de queixo. Os humanos modernos se diferem dos demais por sua autoconsciência e racionalidade, fator que foi decisivo para o avanço da espécie Homo.
PALEOLÍTICO, O PERÍODO DOS CAÇADORESCOLETORES O Paleolítico (do grego Palaiós – antigo; lithos – pedra) é o primeiro e mais longo período pré-histórico, com datações entre 2,7 milhões de anos até 10.000 anos a.C. É considerado um dos períodos mais importantes para a história da evolução humana, já que ele abrange o desenvolvimento humano desde o Australopithecus até o Homo Sapiens. O termo Paleolítico por muitas vezes é associado a “Idade da Pedra lascada”, já que a maioria dos vestígios meteriais encontrados estão associados à indústria lítica, ou seja, ferramentas e utensílios feitos e esculpidos em pedras. Os humanos na era Paleolítica viviam da caça e pesca de animais e coleta de frutos, grãos e raízes (por isso são denominados caçadores-coletores). O fato de viverem dessa maneira os obrigava a constantemente mudarem o seu território para conseguirem sobreviver, ou seja, eles constituíam grupos nômades (o que significa que não tinham habitação fixa) . Os climas com grandes amplitudes térmicas (muito frio ou muito quente) e a falta de alimento fez com que esses indivíduos migrassem frequentemente para outros locais em busca de recursos. O período Paleolítico subdivide-se em três etapas: Paleolítico Inferior, Paleolítico Médio e Paleolítico Superior.
PALEOLÍTICO INFERIOR O período denominado como Paleolítico Inferior é demarcado pelas primeiras manifestações culturais e o domínio sobre o fogo. Os primeiros artefatos e ferramentas feitos em madeira, ossos e pedras estão associados ao Homo Habilis, conhecido como “homem habilidoso” justamente por ser a primeira espécie a desenvolver objetos. Esses primeiros objetos produzidos pelos humanos arcaicos foram encontrados somente no leste do continente africano. O clima muito frio desse período fez com que os hominídeos se abrigassem em cavernas e utilizassem roupas desenvolvidas com couro de animais. O Homo habilis não desenvolveu a caça, essa espécie é considerada carniceira oportunista, que por sua vez usufruíam de cetas ocasiões para se alimentar de carcaças e restos de animais que já tinham sido mortos por outros predadores.
Você sabia?
O domínio do fogo desempenhou um papel fundamental Exemplo de pedra lascada, denominada como biface para o desenvolvimento humano. O de seixo cozimento dos alimentos fez com que houvesse um aumento significativo no valor energético das comidas, fazendo com os nossos ancestrais obtivessem maior energia com os alimentos que eram ingeridos.
E ainda tem mais: O fogo possibilitou aquecimento durante as temperaturas baixas nesse período e proteção contra predadores, fazendo com que a vigília fosse menor, ou seja, eles conseguiam dormir por mais horas.
PALEOLÍTICO MÉDIO É considerado um período curto do Paleolítico, as principais evidências estão associadas a espécie Neanderthal, que se destaca por suas táticas de caça que foram aprimoradas devido à avanços tecnológicos, como por exemplo, o uso de lanças feitas com pontas de pedras. O período intermediário marca seu fim com a extinção dos Neanderthais, algumas teorias dão como resposta para o fim dessa espécie a competição Instrumento lítico do por território e por alimentos. período paleolítico
PALEOLÍTICO SUPERIOR O Paleolítico Superior é caracterizado pelo aumento da diversidade cultural, nesse período a espécie Homo sapiens é predominante e aumenta consideravelmente o número da população.
Uma característica predominante nesse período é o desenvolvimento artístico, destacando-se a arte rupestre, ou seja, pinturas representando animais e cenas de caças desenhadas nas paredes e tetos de cavernas e abrigos rochosos e também a predominação da arte móvel, dando origem às primeiras esculturas e objetos com gravações. A indústria óssea também se destaca, como por exemplo, agulhas, adornos, propulsores e arpões. Pintura rupestre encontradas na Caverna de Lascaux, França.
imagem: www.dicaseuropa.com.br
Por muitas vezes, a figura da mulher era representada como forma divina por meio das esculturas móveis, a representação do corpo feminino é visto em diversos momentos em culto à fecundidade, relacionando-se com ritos (cerimônias feitas em homenagens à divindades). Os principais materiais utilizados para esculpir as estatuetas eram argila, marfim, ossos e pedras. Ao lado, a estatueta denominada Vênus de Willendorf, representando o corpo feminino como forma de culto a fecundidade. É a obra de arte mais preservada e conhecida do período Paleolítico, tem cerca 30.000 anos.
NEOLÍTICO, O PERÍODO DOS PASTORESAGRICULTORES O Neolítico, também conhecido como “Idade da Pedra Polida” ou da “Pedra Nova”, compreendendo-se entre 9000 a.C e 4000 a.C (sendo que essas datas não são consensuais entre vários historiadores e arqueólogos). Podemos observar neste período diversas características sociais e tecnológicas não observadas anteriormente, caracterizando-se pelo desenvolvimento de diversas técnicas e suas implementações. A partir do Neolítico, o ser humano começou a se desenvolver socialmente de uma maneira um pouco mais abrupta do que antes, a título de exemplo, podemos ver o surgimento de sociedades agropastoris, que levou os humanos a domesticação dos animais e ao desenvolvimento de práticas relacionadas à agricultura, cultivando alimentos e praticando-se então, o sedentarismo. Grandes mudanças aconteceram na temperatura do planeta, provocando o deslocamento populacional para áreas próximas aos rios (característica marcante no Egito e na Mesopotâmia).
imagem: http://www.historiadetudo.com/neolitico
A vida no Neolítico
A REVOLUÇÃO NEOLÍTICA
Como dito anteriormente, o período Neolítico é caracterizado por diversas mudanças estruturais nas sociedades e nos modos de vida dos humanos deste período. Com o fim das glaciações, podemos observar diversas evoluções em grande escala, possibilitando maior produção, armazenamento e colheita de grãos e alimentos, no geral. A Revolução Neolítica, termo cunhado por Gordon Childe, facilitou o desenvolvimento da agricultura, por exemplo, que levou os humanos ao pastoreio, possibilitando a criação de porcos, bois, aves, etc. A transição de um estilo de vida nômade para a vigência de um estilo sedentário foi possível neste período, sendo possível graças a um conjunto de técnicas e suas produções. Com a Revolução Neolítica e a especialização de diversas técnicas foi possível um aumento populacional, possibilitando maior desenvolvimento das artes, arquitetura, economia, divisão do trabalho, centralização da política, etc. Glaciação: A glaciação ou Era Glacial, trata-se de um período em que a temperatura da Terra permanece extremamente baixa, causando a formação de grandes geleiras em todo o planeta. Segundo estudiosos, o planeta Terra já teria passado por 27 glaciações com duração média de 100 mil anos. O intervalo de tempo denominado interglacial ocorre entre uma glaciação e outra, apresentando temperaturas mais altas. A última Era Glacial terminou há cerca de 12 mil anos, atualmente nós vivemos em um período interglacial.
É interessante notar também que o surgimento das sociedades Mesopotâmicas e Egípcias se dá neste período, proporcionando o surgimento da escrita (escrita cuneiforme) e o desenvolvimento da vida em sociedade. Entretanto, no final do período Paleolítico, os humanos eram caçadores-coletores, sobrevivendo através da aça e da coleta de frutos, raízes e imagem: https://noticias.up.pt vegetais. O Neolítico possibilitou uma mudança cultural jamais vista antes, cultivando e adaptando-se ao meio ambiente, sendo possível uma qualidade de vida melhor (se comparada aos períodos anteriores). Os homens estocavam os alimentos que foram plantados e colhidos, assim, a sobrevivência em períodos de seca ou de frio foi possível, mesmo assim, não significa que não havia tribos ou pulações nômades, pelo contrário; até hoje podemos observar sociedades compostas por caçadores- coletores. Em relação às inovações técnicas, O Neolítico foi o responsável pelo surgimento da produção de instrumentos feitos a partir de pedra polida. Os historiadores e arqueólogos que estudam tal período já encontraram machados, facas e diversos outros instrumentos feitos neste período. O sedentarismo também possibilitou a construção de casas e abrigos mais elaboradas (usando-se madeira, folhas, argila, etc.). Com o armazenamento dos alimentos iniciou-se o excesso destes, ou seja, uma produção de excedentes. Graças a isso foi possível trocas entre vilas e povos vizinhos, havendo movimentações econômicas e culturais.
Instrumentos utilizados no perído Neolítico.
imagem: http://www.clickescolar.com.br/periodo-neolitico.htm
ARTE NO PERÍODO NEOLÍTICO A Revolução Neolítica possibilitou diversas mudanças e evoluções nas sociedades da época, houve no período um grande desenvolvimento de práticas relacionadas a religião, artesanato e cultura. Com o desenvolvimento de artefatos decorrente do polimento das pedras, as mudanças artísticas e culturais foram possíveis, podendo ser encontrado artefatos feitos de cerâmica. Há também, nesta indústria manufatureira (ou seja, produtos manuais e com divisão de trabalho), a criação de roupas feitas com peles de animais. Geralmente, os artefatos criados por indivíduos da época possuíam valor religioso, passíveis de cultuação e adoração, sejam pequenas estátuas ou ornamentos, amuletos, etc. Os primeiros rituais e cultos religiosos estavam ligados à produção da arte no Neolítico. A arquitetura do período (caracterizada pelo uso da madeira e da tecelagem) possibilitou que estes povos fossem os primeiros arquitetos da história da humanidade, com obras mais elaboradas geometricamente. A produção artística do período denota uma mudança da mentalidade dos indivíduos. Outro aspecto da Arte no Neolítico é a construção das chamadas “Artes Megalíticas”, que eram grandes blocos de pedra arquitetonicamente engenhados, sendo prezados como monumentos funerários ou como culto à natureza do período. Os Cromeleques, as Antas e os Dólmenes também são datados deste período, estes eram grandes blocos de pedra colocados em círculo, visando (provavelmente) o culto religioso. Stonehenge é a arte Megalítica mais conhecida do período, sendo alvo de teorias e estudos. Esse é o monumento Stonehenge, faz parte do assentamento neolítico mais bem preservado do mundo, encontra-se na Inglaterra.
fonte: https://vidacigana.com
POVOAMENTO DO CONTINENTE AMERICANO A América foi povoada apenas depois de milhares de anos após o surgimento da espécie Homo. A teoria mais aceita em relação ao povoamento do continente americano trata-se da Teoria do Estreito de Bering. Segundo essa teoria, a ocupação teria acontecido há cerca de 12.000 anos a.C., momento em que a diminuição do nível do mar (causada por um período de glaciação) permitiu uma passagem de gelo que ligaria a Sibéria ao Alasca por meio do Estreito de Bering. Dessa forma, essa teoria defende a ideia de que os primeiros ocupantes da América teriam vindo da Ásia. Entretanto, a data de chegada ao nosso continente não é um consenso entre os estudiosos, já que a cada dia novas descobertas são feitas e novas hipóteses são levantadas.
localize-se Esse é o Estreito de Bering, localizado entre a Sibéria e o Alaska
imagem: http://www.geografia.seed.pr.gov.br
Os primeiros habitantes da América seriam caçadores-coletores que se alimentavam da coleta de frutos e raízes encontrados na natureza e da caça de animais gigantes extintos (tatus gigantes, preguiças gigantes, capivaras gigantes, entre outros) há aproximadamente 10.000 anos atrás devido ao fim da última era glacial (ou glaciação); portanto, eram povos nômades. Com a extinção desses animais, alimentos provenientes do mar, como peixes, algas, etc. começaram a ser consumidos e a agricultura foi desenvolvida entre 7 e 4 mil anos atrás, porém, essa datação também não é consensual.
A agricultura americana era baseada no plantio de abóbora, milho, tomate, feijões, batata, pimentões, batata-doce e mandioca. A partir do desenvolvimento da agricultura, os habitantes anteriormente nômades tornaram-se aos poucos, sedentários, ou seja, passaram a fixar-se em um único território, pois o cultivo de legumes, vegetais, grãos e frutos demandam tempo.
VOCÊ SABIA? Na América do Sul existiram cerca de 37 espécies de animais pertencentes a mega fauna, com aproximadamente 1 tonelada. A extinção desses animais se deu devido as atividades humanas e mudanças climáticas. Réplica da preguiça gigante 'Eremotherium laurillardi' exposta pela UFTM, em Uberaba (MG) (Foto: L. Adolfo/AE)
A CIVILIZAÇÃO DOS SAMBAQUIS Na língua tupi-guarani sambaqui significa “montes de conchas”. Os sambaquis são empilhamentos (morros) construídos com conchas vazias, espinhas de peixes, esqueletos pré-históricos, utensílios feitos de pedra ou ossos e ossos humanos. A “civilização dos sambaquis” foi desenvolvida em Sambaqui de Figueirinha, em território brasileiro entre 10 e 8 mil Jaguaruna, litoral sul-catarinense. (Fonte: anos atrás e pesquisas mais recentes https://www.gazetadopovo.com.br) apontam essas grandes construções humanas como locais que teriam servido de cemitério. Há 40 mil corpos enterrados em um sambaqui denominado Jabuticabeira 2, localizado no estado de Santa Catarina.