Cartografias Sonoras A exposição Cartografias Sonoras aconteceu no Espaço do Conhecimento UFMG entre novembro de 2016 e fevereiro de 2017 e reuniu obras que lidam com a construção poética do mundo através da escuta. Os cinco trabalhos expostos – Em Família (Frederico Pessoa), Mulheres (Henrique Iwao), Vasos comunicantes ou O Homem que Desapareceu (Pedro Aspahan), Pacote (Pedro Durães) e Deriva Sonora (Marco Scarassatti) – estão inseridos no campo da Arte Sonora e propõem uma experiência ativa da escuta, ampliando a percepção e os sentidos dos acontecimentos sonoros. Cartografias Sonoras teve apoio do Espaço do Conhecimento UFMG, apoio cultural do Oi Futuro, patrocínio da Oi e incentivo da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais.
Pedro Durães
Pacote
Os ruídos ocupam um espaço grande em nosso cotidiano. O som constante do trânsito (motores, buzinas, freadas) o burburinho das falas, os ruídos das lojas no centro da cidade (caixas de som, microfones) constituem paisagens sonoras da experiência de viver em uma grande cidade. Nossos ouvidos se acostumam de tal forma a esses sons que passamos a não ouvi-los mais. Ao criar peças sonoras que utilizam diversos tipos de ruídos em sua composição, a obra Pacote propõe uma experiência de escuta que provoca estranhamento. Nesta obra, foram gravados sons de espaços de trabalho pequenos, onde existe certo confinamento físico. Posteriormente, esse material foi trabalhado, criando composições a partir de sons aparentemente não musicais.
Pacote é uma estrutura fechada, de madeira, com dimensões de 3m x 3m x 1,8m (C x L x A), com uma abertura para entrada e saída de pessoas e 8 orifícios para instalação de caixas de som. O visitante que entra na estrutura ouve uma série de peças sonoras, em 8 canais de áudio, baseadas em pesquisa – gravação, análise e recriação – do material sonoro de ambientes de trabalho confinados (pequenas lanchonetes, chaveiros, oficinas de sapataria e de costura), compostas de diferentes tipos de ruído contínuo (humming de máquinas, geladeiras etc). A ideia é que estejam em jogo não apenas o incômodo ou o sofrimento pela exposição forçada a esse tipo de som, mas as mudanças de estado perceptivo e os diferentes tipos de escuta que atuam a partir desses estímulos.
Frederico Pessoa
Em Família
Um conjunto de copos dispostos lado a lado. A espessura e a forma de cada um compõem uma atmosfera interna particular em que a luz desenha percursos, cria volumes, preenche e esvazia espaços. Os recipientes esperam pela plenitude, abertos àquilo que virá lhes ocupar e ocupar-se deles. As mãos percorrem as bordas, as faces, o fundo, o espaço recortado pelo contorno das peças de vidro. Cada peça se mostra única ao tato - ranhuras, dobras, volteios, cortes abruptos, ângulos diversos, solicitando uma forma-mão que se adapte à sua forma-vidro: as possibilidades estão dadas em potência tanto no corpo quanto na matéria informe. Os objetos habitam o cotidiano, com vida própria, mesmo quando estão à espera. Aguardam uma atualização em gestos, ações, realizações, composições de movimento. O corpo aguarda o objeto assim como o objeto anseia pelo corpo. Não há nada de óbvio na funcionalidade das coisas. Trata-
-se de um modo com que nos ocupamos dos objetos e eles de nós. Ocupar-se de algo é compartilhar tempo com este algo. Os objetos nos olham sugerindo modos de nos ocuparmos uns dos outros, mas não declaram quais modos preferem. Inúmeros olhares se lançam a eles, solicitando uma piscadela cúmplice, que nem sempre é retribuída. Em Família se ocupa de objetos que incitam o olhar – até mesmo em seu aspecto tátil - mas a obra privilegia a escuta. Cada grupo de objetos se constitui por características materiais e estéticas que os unem: tigelas de porcelana, copos de vidro, bacias esmaltadas, taças de vidro, vasos de cerâmica e potes decorativos de vidro. As famílias de objetos materializam em formas diversas funções semelhantes. A sedução de cada desenho se destina a um corpo, mesmo revelando-se um tipo padrão, reproduzido inúmeras vezes.
Agrupar o leque de possibilidades formais manifestas traz à luz o crescimento exponencial da população de objetos cotidianos em sua patética semelhança e em sua diversidade repetida. Por outro lado, permite que os exploremos em sua individualidade sonora, revelando a potência que ali se esconde, inaudita. Quando postos a vibrar pela sua percussão, os grupos se manifestam de forma única. Nesses grupos, cada peça possui suas próprias características sonoras que as diferenciam das demais, tanto em sua família, quanto em relação às demais famílias. Sendo retirados de sua manifestação mais corriqueira, os objetos são dispostos como artefatos que, ao serem articulados, formam instrumentos sonoros complexos. Em Família solicita a escuta dos objetos: um deslocamento nas relações que estabelecemos com eles que privilegia outra compreensão da matéria. Esta revela sua densidade,
sua fragilidade, sua espessura, sua porosidade, sua textura e sua concretude através de uma escuta atenta e aberta. No entanto, não se trata unicamente de se entregar aos objetos, mas de se apropriar deles, de nos arremeter a eles neste novo contexto: enlaçarmo-nos aos objetos na produção sonora que necessita corpo, ação e objeto. Esse agenciamento traz unidade à diversidade dos corpos que se põem em contato: o objeto depende de minha ação para tornar-se ele mesmo, assim como eu necessito de sua resposta ao meu gesto. Perguntas e respostas que geram novas perguntas e respostas num ciclo que tende ao infinito. Em Família tece uma rede que envolve grupos de objetos, sonoridades, relações, pessoas e gestos.
Marco Scarassati
Deriva Sonora Nos últimos anos, desenvolvi dispositivos de escuta acoplados a capacetes de segurança, ressignificando a relação cristalizada desse objeto com o trabalho e o deslocando a um lugar de experimentação em que encontre novos sentidos. Tenho utilizado esses capacetes em práticas coletivas de deslocamento e escuta no espaço urbano. Chamei essas práticas de Deriva Sonora, tendo como inspirações maiores a teoria da deriva situacionista, o soundwalking realizado por Hilde-
gard Westerkamp, os objetos relacionais de Lygia Clark e as plásticas sonoras silenciosas, de Walter Smetak. Procedimento defendido pelos situacionistas para romper com a racionalidade das representações dominantes do espaço, a deriva foi esboçada por Guy Debord numa publicação da revista da Internacional Situacionista - em 1958. O deslocamento pela cidade não estaria mais sob a intermediação pragmática do trabalho, tampouco no compor-
tamento programado ligado às noções clássicas de viagem e de passeio. Haveria uma renúncia temporária a esses agenciamentos para o corpo experimentar e perceber a cidade numa relação psicogeográfica. A Deriva Sonora, portanto, é constituída pelos capacetes sonoros funcionando como extensores de percepções sensoriais, por uma composição escutacional centrada numa rotina de experimentações e trocas de capacete, pela escolha de um desses dispositivos de escuta e pela experiência de se deslocar na cidade, deixando-se levar pela afecção sonora dos ambientes acústicos. É outra forma de perceber, caminhar e ocupar o espaço urbano, um gesto micropolítico e poético de alteração da percepção desse espaço. Ao vestir o capacete sonoro, o participante tem seu corpo expandido, pois o dispositivo atua diretamente em sua percepção auditiva - não só pela filtragem provocada pelos tubos, sifões e chifres, mas também pela recepção auditiva alterada – visto que o som, quando toca o dispositivo, propaga-se por irradiação até o aparelho auditivo, não apenas através do ar, adiciona-se aqui a propagação por meio da estrutura sólida do filtro que está em contato com a pele. Isso não significa melhora ou piora da escuta, mas outro modo de escutar e ser afetado pelos sons de um lugar, percebendo-o de outra forma e se movimentando por afecção sonora. A escuta, na Deriva Sonora proposta, transforma-se em um gesto de ação musical, que reside na escuta de cada um e não numa performance externa deflagradora de sons musicais. O corpo se torna sensível aos fluxos sonoro-ambientais que o atravessam em cada um dos espaços urbanos que percorre.
Henrique Iwao
Mulheres - VersĂŁo Instalativa 2016
Pedro Aspahan
Vasos Comunicantes ou O Homem que Desapareceu “Para acertar só existe um caminho e são infinitos os caminhos para errar” Padre Antônio Vieira citado por Marechal Costa e Silva em seu discurso de posse
A instalação sonora Vasos Comunicantes ou O Homem que Desapareceu é constituída por uma série (dodecafônica) de 12+2 vasos sanitários, ou bacias para caixa acoplada afixadas nas paredes do espaço expositivo do museu. O visitante é convidado a desfrutar da maravilhosa acústica desses objetos para a escuta do discurso político na relação com a história. Dentro das bacias, estão acopladas, de modo oculto, caixas de som. Assim, os vasos transformam-se em objetos de propagação acústica dos discursos de posse dos presidentes que chegaram ao poder através de golpes de estado, pela própria usurpação do poder, expressa numa promessa retórica vazia e completamente desconectada das ações que vieram a ser tomadas em seus governos. Dessa forma, pode-se escutar os discursos de posse dos presidentes do período da ditadura militar inaugurada pelo golpe de 1964: Marechal Castelo Branco (1964-1967);
Marechal Costa e Silva (1967-1969); General Emílio Garrastazu Médici (1969-1974); General Ernesto Geisel (1974-1979); e General João Batista Figueiredo (1979-1985). Na linha sucessória, também é possível ouvir o discurso de posse de Michel Temer (2016), que, após cumprir o primeiro mandato como vice da presidenta eleita Dilma Rousseff, chegou ao poder por meio de uma conspiração política que derrubou a sua ex-companheira de chapa e instalou um plano de governo com diretrizes econômicas, sociais e políticas completamente opostas àquelas eleitas pelo voto popular. Os vasos constituem-se, portanto, como uma espécie de ready-made acústico à la Duchamp. Eles são objetos industriais com os quais convivemos diariamente. Uma vez deslocados de seu contexto, pode-se observar sua riqueza tanto em função de sua estrutura visual (pela forma, textura,
cor, brilho, material) quanto sonora. A própria forma dos vasos, especialmente ao serem instalados bilateralmente nas pilastras da galeria, na altura do olhar, sugere também semelhança com a forma da orelha. Uma orelha ensurdecida pelo constante dejeto verborrágico dos discursos políticos e propagandísticos. Uma orelha que parece expressar o lugar ao qual a escuta foi reduzida na nossa sociedade. A palavra parece perder valor e sentido. Não há conexão entre a fala e a ação. A noção de mentira esvaeceu. O discurso oficial se apresenta como verdade dada, mesmo que não tenha vínculo algum com o real. Os meios de comunicação confirmam esse estado de exceção com a repetição do mesmo em favor de benefícios próprios. Castelo Branco prometeu em seu discurso de posse que realizaria eleições para presidente em 1966. Costa e Silva fez uma defesa da democracia, da
Constituição e do Congresso Nacional, mas instalou o Ato Institucional no 5, em 1968, que permitia, até mesmo, decretar o recesso do Congresso, impondo a censura e suspendendo uma série de garantias constitucionais. O General Médici discursou em tom humanista, em defesa da igualdade entre os povos e do homem do campo (dizendo-se, inclusive, um “homem do campo”) e foi em seu governo que a tortura, a execução sumária, o desaparecimento e a perseguição política aos opositores do regime se tornaram mais violentos. A lista de exemplos esdrúxulos segue até chegar em Michel Temer. Justamente ele, que tomou o poder após trair sua ex-companheira de chapa, inicia seu discurso dizendo que a sua primeira palavra ao povo brasileiro seria confiança. A sua fala, ao que tudo indica, desde o slogan às ações, foi fortemente inspirada pelos anos da ditadura militar. Ele defende os direitos conquistados pela popula-
ção, e depois articula a aprovação da PEC 241/55, que congela os investimentos em políticas públicas como saúde e educação por 20 anos, o que provocará uma debilitação expressiva nos direitos básicos da população. As bacias devolvem ao ouvinte esse pútrido dejeto que ele fora obrigado a engolir. É preciso se debruçar sobre o lixo mental que estamos produzindo, para evitar que ele retorne sempre e cada vez mais fortalecido. E ele tem retornado. É preciso enfiar a cabeça dentro da privada para ouvir o que tem sido dito e redito ao longo da nossa história recente. Como disse Brecht em 1952: “A memória da humanidade para o sofrimento passado é surpreendentemente curta, sua imaginação para o sofrimento futuro é ainda menor. É contra esta insensibilidade que devemos lutar. Porque a humanidade está ameaçada pelas guerras daqueles que
pereceram no passado sob tentativas miseráveis, que, sem dúvida, se repetirão, se as mãos daqueles que as preparam não forem esmagadas”. As palavras dos presidentes foram ditas novamente, e podem ser agora escutadas sem a marca do tempo. É Sálvio Penna quem lê os discursos. Membro do movimento sindical metalúrgico e da Ação Popular Marxista-Leninista do Brasil na Grande Belo Horizonte nos anos 1970 foi preso e torturado pela ditadura juntamente com sua esposa e seu filho recém nascido (com cinco dias de vida). As palavras dos presidentes, ditas por ele, ganham um novo sentido. Ao longo da exposição, também estão disponíveis fragmentos dos discursos originais dos presidentes, campanhas publicitárias do período militar, como a famosa campanha “povo bom é povo
limpo”, lições sobre a importância do patriotismo, campanhas que justificam o golpe de 64 contra a destruição do país projetada pelos comunistas, trechos dos discursos proferidos durante sessão de votação do impeachment da presidenta Dilma, entre outros materiais de arquivos sonoros da história política do país. Há também uma dimensão lúdica da instalação, e é possível participar desse jogo, levantando as tampas das privadas e fazendo seu próprio discurso em uma delas. O discurso será escutado, de modo não-dialógico, em outro canto do espaço, em outra privada. Por fim, a expressão presente no nome da obra “O Homem que Desapareceu” é uma referência ao título original do primeiro romance de Kafka, publicado postumamente por seu editor e amigo Max Brod, sob o título de “Amerika”. No livro, acompanhamos a trajetória de um jovem adolescente, Karl Rossmann,
que é expulso da família, sendo obrigado a atravessar o Atlântico em direção à América do Norte. Em seu percurso, ele se mete em estranhos jogos de poder, é enredado por arranjos de força da própria linguagem, pelos discursos e pela retórica dos mais espertos, dos mais fortes, e a cada encontro ele é destituído de algo. Por fim, ele perde o nome próprio, mas não perde sua dignidade. A exposição parece exibir não a face de Rossmann, mas de seus detratores. O homem que nos fala desapareceu pois, por trás de seu discurso, resta muito pouco de sua humanidade. Os cineastas Jean-Marie Straub e Danièle Huillet realizaram o filme “Relações de classe” (1984) a partir do livro de Kafka. Ao fim do filme, o jovem Rossmann consegue escapar a partir de um encontro com a arte, com o teatro e, segundo Straub, é ali que a máquina da mentira cessa de funcionar. Sigamos, então, em nossa aposta na arte como forma de fazer cessar a máquina da mentira.
Frederico Pessoa
Pedro Aspahan
Marco Scarassatti
é mestre em Artes/Cinema pela Escola de Belas Artes da UFMG, doutorando em Artes/Poéticas Tecnológicas, e artista sonoro, tendo estudado violão clássico na FEA/BH e Recording Techniques and Music Production no Morley College, em Londres. Realiza performances multimídia, exposições, compõe trilhas sonoras para dança e vídeo, e atua como designer sonoro. Site: www.fredericopessoa.net
desenvolve pesquisa de doutorado em Comunicação Social pela UFMG, com estágio doutoral na King’s College London, sobre as relações entre cinema e música na obra de Straub-Huillet. Concluiu o Mestrado também na UFMG com a dissertação “Entre a escuta e a visão: O lugar do espectador na obra de Robert Bresson”. Tem atuado na intercessão entre cinema e música com trabalhos de direção, captação e desenho de som e montagem, especializando-se no campo do documentário. Seu longa “Matéria de Composição”, sobre o processo de criação da música contemporânea em Belo Horizonte recebeu prêmios no Brasil e no mundo. É membro da Associação Filmes de Quintal e trabalha na organização do forumdoc - festival do filme documentário e etnográfico de Belo Horizonte.
artista sonoro e compositor, desenvolve pesquisa e construção de esculturas, instalações e emblemas sonoros. Foi artista comissionado na exposição Gambiarra Sonora, dentro do Festival Tonlagen 2016, em Dresden - Alemanha e autor dos trabalhos Deriva Sonora e Novelo Elétrico, também participantes desse festival. É professor da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG e autor do livro Walter Smetak, o alquimista dos sons.
Pedro Durães
Henrique Iwao
músico, produtor musical e sound-designer, especialmente dedicado à criação e performance musical com recursos eletrônicos, ao desenho de som para cinema e à trilha sonora. É colaborador em trabalhos de artistas, músicos e realizadores cinematográficos como Affonso Uchoa, Clarisse Alvarenga, Rafael Conde, Pedro Aspahan, Máximo Soalheiro, Rafael Martini, Antonio Loureiro e Kristoff Silva. Seu recente interesse na manipulação e recriação de paisagens sonoras com objetivos dramáticos e políticos surge a partir da experiência na finalização de som para filmes.
nasceu em Botucatu em 1983. Escreveu um estudo longo intitulado “Colagem Musical na Música Eletrônica Experimental”. Foi integrante do movimento de rádios livres e da rádio Muda (2002-6); foi um dos diretores do Ibrasotope (2007-12); é integrante da Seminal Records (2014-). Tem interesses diversos, como por exemplo: café, contato improvisação, filosofia contemporânea, ficção científica, arte conceitual. Escreve textos em seu blogue (http:// henriqueiwao.seminalrecords. org/) e também na revista Linda. Organiza atualmente a série de música improvisada “Quartas de Improviso”. Produziu as duas edições do festival BHNoise. Nunca foi colecionador a sério (embora tenha uma queda por). Anda experimentando discotecar verticalmente. Organizou sua discografia inteira em: https:// henriqueiwao.bandcamp.com/.
Curadoria: Frederico Pessoa Produção: Frederico Pessoa, Adriana Galuppo, Diana Castilho. Expografia: Tande Campos, Alice Guimarães, Dânia Lima, Tereza Bruzzi, Vitória Zanquetta. Design Gráfico: Tande Campos, Ana Cecília Souza, André Melo, Bruna Costa, Olívia Binotto. Fotografia: Camila Fialho, Cecília Pederzoli, Luiza Bragança. Vídeo: Adriana Galuppo, André Oliveira. Comunicação: André Melo, Barco - Débora Fantini, Camila Fialho, Isabelle Damião, Juliana Ferreira. Apoio: Espaço do Conhecimento UFMG Apoio Cultural: Oi Futuro. Patrocínio: Oi Incentivo: Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais.
patrocĂnio: apoio cultural: apoio:
CA 1394/001/2014
incentivo: