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Dengue mata!
from A Banqueta 672
by Fred Sarti
autoridades, mas também da população, porque a dengue é perigosa e pode matar
Impacto da pandemia
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A alta dos casos já era esperada, uma vez que os picos se repetem a cada três a cinco anos. Essa era a expectativa para 2022, entretanto o isolamento social devido à Covid-19 pode ter impactado no avanço da doença, conforme avalia a SES-MG Com as medidas e restrições impostas pelo Ministério da Saúde para a contenção do avanço da Covid-19, o agente de Combate às Endemias, que realiza o monitoramento e educação em saúde, não pôde ter acesso às residências para a realização dos trabalhos, o que, conforme análise do órgão, pode ter impactado no avanço da dengue
Erradicação
relação ao chikungunya, não há óbitos registrados Segundo o Governo Municipal, os casos confirmados de dengue em 2019 foram 275, já no período pandêmico houve uma queda: em três anos, de 2020 a 2022, foram apenas 144 registros E a discrepância dos números fica maior: apenas nestes três primeiros meses de 2023, já são 290 notificações, sendo 182 confirmados. Em Minas Gerais, até a última segunda-feira (10), foram 69 454 confirmados, 27 óbitos e 88 mortes em investigação E ainda, são 14 945 casos confirmados de chikungunya, 15 mortes confirmadas e oito estão em investigação
Prevenção
O estado mineiro está em alerta para o que pode se tornar uma das piores epidemias de dengue da história. Em apenas pouco mais de três meses, segundo o Ministério da Saúde, Minas Gerais é o estado com mais casos da doença. Até a última segunda-feira (10), foram 178 463 casos prováveis, sendo, por enquanto, 69 454 confirmados São 27 óbitos e 88 em investigação Além disso, são 43 276 casos prováveis de chikungunya, dos quais 14 945 foram confirmados Dessa doença, foram 15 mortes confirmadas e oito estão em investigação Minas também é a terceira região com maior incidência de casos em 100 mil habitantes e o cenário fica ainda mais grave visto que os dados disponibilizados pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) são parciais e não contemplam todas as notificações do estado.
Em Nova Lima não é diferente. Dados do Governo Municipal mostram que, atualmente, o município é considerado de alto risco para transmissão do mosquito da dengue e, até o momento, possui 290 casos notificados e 182 confirmados para a doença e uma morte em investigação Já para a chikungunya, são sete pessoas confirmadas com a enfermidade O Aedes aegypti transita durante todo o ano e sua proliferação aumenta em períodos de chuva e calor, pois é o momento em que se reproduzem com maior velocidade O combate deve ser realizado de forma rotineira, não só das
Somado a esse cenário, há também a falta de responsabilização da própria população. De acordo com o infectologista Dr. Guenael Freire, mesmo com a realização de campanhas de combate ao mosquito transmissor das arboviroses (doenças causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos) provocadas por Aedes aegypti, a eliminação dos possíveis criadouros do vetor ainda não faz parte da rotina diária dos cidadãos. Dessa maneira, a viabilidade de erradicação torna-se cada vez mais ineficaz e promovem ciclos epidemiológicos de adoecimento e agravamento das doenças durante os anos O infectologista ressalta que o aniquilamento desse mosquito deve ser realizado rotineiramente, com o engajamento da sociedade civil e governos
Proliferação em Nova Lima
De acordo com o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), realizado no início do ano, Nova Lima apresenta alto risco de contaminação, sendo os bairros com maiores índices: Alto do Gaia, BNH, Cabeceiras, Cariocas e Vila da Serra. Além desses, outros 38 bairros foram registrados com larvas do mosquito e os resultados mais preocupantes são: Bela Vista, Boa Vista, Bom Jardim, Chácara dos Cristais, Cristais, Olaria, Parque Aurilândia, Quintas, Quintas do Sol, Retiro, Rua Nova, Vila Lacerda, Vila Madeira, Vila Operária, Vila Passos, Village Royale e Vila São José O índice de infestação predial desses locais chegou a 9,7%, muito acima do limite considerado de baixo risco, que é 1%, segundo levantamento
Óbitos
Em Nova Lima, de acordo com os dados divulgados pela Prefeitura de Nova Lima, desde 2021 não foi registrado nenhuma morte por dengue, entretanto, no momento, há um óbito em investigação. Em
O infectologista Dr Guenael reforça que há métodos preventivos conjuntos e individuais que podem ser realizados para diminuir a exposição do mosquito “Manter as áreas externas livres de reservatórios que podem acumular água, usar repelentes mais de uma vez ao dia, evitar se deslocar para áreas endêmicas, pelo menos até o final do mês de maio, que ainda deve ter uma circulação razoável do vírus. Usar roupas de manga comprida sempre que possível Claro que tem a questão climática, mas se for possível usar calças, meias, camisas de manga comprida, porque evita diminuir a área de exposição à picada do inseto vetor E, em ambientes que permitam, utilizar ar-condicionado, porque evita que insetos adentrem”
Dengue e chikungunya
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A fase inicial da dengue e chikungunya são similares, mas é possível diferenciá-las após a fase aguda, conforme explica Dr. Guenael. “O principal sintoma é a febre e, junto a ela, pode vir dores de cabeça, muscular e nas articulações, manchas no corpo todo, mal estar e, às vezes, algum sangramento Vamos colocar assim: a chikungunya pode evoluir com dor articular que pode durar de semanas a meses e, eventualmente, anos Então, a pessoa sai da fase aguda e vai para a crônica, às vezes, com artrite, que é a inflamação das articulações, isso pode ser bem impactante A dengue não causa dor articular depois da fase aguda, ela evolui com resolução de todos os sintomas, com possibilidade de persistir uma fadiga por até 30 dias”, explica
Vacina
O infectologista destaca que existe uma vacina que já é comercializada há alguns anos para a dengue, entretanto só está disponível na rede privada para quem já teve a doença no passado “A pessoa tem que ter tido [dengue] ou fazer um exame que demonstre ter anticorpo, no caso de ser assintomática Mas tem uma nova, uma vacina japonesa, que deve ser comercializada aqui no Brasil no segundo semestre deste ano O Ministério da Saúde avalia incorporar essa vacina no Programa Nacional de Imunização (PMI) Serão duas doses, que protege contra os quatro subtipos do vírus da dengue e não precisa ter tido antes. Mas em relação ao chikungunya ainda não tem perspectiva de vacina”, finaliza.
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Solidariedade