TCC arqurbuvv+Do mar à praça, da praça ao mar

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UNIVERSIDADE VILA VELHA ARQUITETURA E URBANISMO HUGO MARIANI FROSSARD DO MAR À PRAÇA, DA PRAÇA AO MAR. (A Reabilitação da Praça 8 de Setembro, Vitória - ES) VILA2021VELHA

UNIVERSIDADE VILA VELHA ARQUITETURA E URBANISMO HUGO MARIANI FROSSARD DO MAR À PRAÇA, DA PRAÇA AO MAR. (A Reabilitação da Praça 8 de Setembro, Vitória - ES) Trabalho de Conclusão de Curso apre sentado ao Coordenação de Arqui tetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha – UVV, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Professor Me. Luiz Marcello Gomes Ribeiro VILA2021VELHA

“Um livro de poesia na gaveta Não adianta nada Lugar de poesia é na calçada Lugar de quadro é na exposição Lugar de música é no rádio Ator se vê no palco e na televisão O peixe é no mar Lugar de samba-enredo é no asfalto Lugar de samba-enredo é no asfalto” SAMPAIO, Sérgio.

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resumo Aquilo que outrora operara como ponto de importante dinamismo para o fun cionamento e desenvolvimento da cidade, hoje ocupa a posição de um lugar de passagem, um mero visual, ou quem sabe, um não lugar.

Dado o passar dos anos, é inegável dizer que a relação entre o cidadão e o espaço público não tenha mudado. Paralelamente, esta relação também foi alterada entre o habitante e sua maneira de caminhar e pertencer a esses espaços vazios.

“Do Mar à Praça, da Praça ao Mar”, portanto, busca estudar e traçar estratégias de requalificação da praça Oito de Setembro, localizada no Centro de Vitória – Espí rito Santo, e suas adjacências. Entender o que fez da região singular protagonista de sua cidade, e traçar estratégias para reestruturar tais características hoje.

Palavras Chaves: Centros Históricos; Vitalidade Urbana; Patrimônio Cultural; Economia Criativa

domarà dapraçapraça ao mar 7 abstract What used to work as a point of important dynamism for the functioning and development of the city, today occupies the position of a place of passage, a mere visual, or who knows, a non-place. outline“FromthesealsotheGiventhepassingoftheyears,itisundeniabletosaythattherelationshipbetweencitizenandthepublicspacehasn’tchanged.Inparallel,thisrelationshiphasbeenalteredbetweentheinhabitantandhiswayofwalkingandbelongingtoemptyspaces.theSeatotheSquare,andSquaretotheSea”,therefore,seekstostudyandstrategiestorequalifytheOitodeSetembrosquare,locatedintheHistoricalCenterofVitória–EspíritoSanto,anditssurroundings.Understandwhatmadetheregionauniqueprotagonistofyourcityandoutlinethestrategiestorestructurethesecharacteristicstoday. Historic Sites; Urban Vitality; Cultural Heritage; Creative Economy

lista de figuras FIGURA01 – Foto da Capa.1 FIGURA02 – Ilustração de André Car loni (Rua da Alfândega, 1910).16 FIGURA03 – Maquete 01.17 FIGURA04 – Maquete 02.19 FIGURA05 – Relação para com o mo vimento das casas comerciais.20 FIGURA06 – Monumento do Obelis FIGURAco.20 07 – Embarcações e pesca na Praça da Alfândega.21 FIGURA 08 – Eventos militares na Praça Santos Dumont.21 FIGURA 09 – Muro de balaústre.21 FIGURA 10 – Rua da alfândega em ter FIGURAra.21 11 – Palacete da alfândega.21 FIGURA 12 – Bank of London ao fundo de palácio Jongnell.21 FIGURA13 – Maquete 03.23 FIGURA 14 – Preparação de nova pagina FIGURAção.24 15 – Construção do relógio.24 FIGURA 16 – Relógio frente a galpão FIGURA05.24 17 – Novo prédio da alfânde FIGURAga.24 18 – Movimento na J. Montei FIGURAro.24 19 – Novo calçamento.24 FIGURA20 – Vida noturna na Praça FIGURA21Oito.25 – Maquete 04.27 FIGURA22 – Maquete 05.29 FIGURA23 – Publicação (10.03.21).33 FIGURA24 – Fachada Avenida São Pau FIGURA25lo.45 – Passagens abertas.45 FIGURA26 – Ambientes internos do FIGURA27projeto.45 – Relação com espaço públi FIGURA28co.45 – Fachada Interior do bair FIGURA29ro.46 – Fachada frente ao Rio FIGURA30Ter.46 – Relação para com o Rio FIGURA31Ter.46 – Foto aérea Sant Eudald.47 FIGURA32 – Imagem noturna da praça de Sant FIGURA33Eudald.47–Comunicação comercial em Plaza FIGURA34Gran.47–Igreja do Senhor do Bon FIGURA35fim.48 – Bares e restaurantes na FIGURA36colina.48 – Relação de níveis.48 FIGURA37 – Vista aérea de implantação de projeto de requalificação.48 FIGURA38 – Vista aérea Cais do Sodré.49 FIGURA39 – Nova relação comercial ao Cais.50 FIGURA40 – Vista aérea Cais do Sodré.50 FIGURA41 – Imagem de satélite da área de FIGURA42estudo.52– Resultado questão 02.56 FIGURA43 – Resultado questão 09.56 FIGURA44 – Relação do tráfego frente a FIGURA45praça.57 – Edifício Magazine Helal.58 FIGURA46 – Edifício Banco de Lon FIGURA47dres.58 – Visual da praça a partir da Escadaria Maria Ortiz.58 FIGURA48 – Mapa do Patrimônio e Bens de Proteção de Vitória.59 FIGURA 49 – Flor de Maio.59 FIGURA 50 – Café Rio Branco.59 FIGURA 51 – Café Globo.59 FIGURA 52 – Pan Americano.60 FIGURA 53 – Pharmácia Aguirre.60 FIGURA 54 – Alfaiataria Resemini.60 FIGURA55 – Resultado questão 04.60 FIGURA56 – Resultado questão 12.61 FIGURA57 – Fachadas de casas comer ciais frente a praça.61 FIGURA58 – Relação perdida entre mar e morros FIGURA59(1930s).63–Comício pelas eleições Dire tas Já FIGURA60(1984).64–Relação praça e nova mor FIGURA61fologia.65 – Análise sobre compilação de FIGURA62imagens.66 – Visuais em área de estudo.71 do mar à praçapraçadaaomar8

domarà dapraçapraça ao mar 9 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.................................................................................................10 2. POR QUE PRAÇA OITO DE SETEMBRO?.................................................14 2.1 CONTEXTO...............................................................................................16 2.2 EVOLUÇÃO URBANA E ARQUITETÔNICA.....................................17 2.3 SUAS MOTIVAÇÕES.................................................................................31 3. REQUALIFICAÇÃO DE ÁREAS CENTRAIS DE INTERESSE DE 8.7.6.5.4.SERVAÇÃO............................................................................................................34PRE3.1DANECESSIDADE....................................................................................363.2PELAPÓS-MODERNIDADEPORTUÁRIAEOSCUIDADOSDAGENTRIFICAÇÃO....................................................................................................393.3ÀPRAÇA.....................................................................................................423.4ESEUSCASOSEXITOSOS......................................................................44CARACTERIZAÇÃOEDIAGNÓSTICO......................................................524.1CARACTERIZAÇÃOEDIAGNÓSTICO................................................544.2SÍNTESEDODIAGNÓSTICO.................................................................674.3MAPADEESTRATÉGIAS........................................................................72PROJETO.........................................................................................................785.1MASTERPLAN...........................................................................................805.2SETORCIDADE.........................................................................................825.3SETORPRAÇA...........................................................................................885.4SETORMAR(1).........................................................................................945.5SETORMAR(2).........................................................................................985.6MEMORIALDESCRITIVO....................................................................1035.7CHECKLISTDEPERMEABILIDADEURBANA...............................105CONSIDERAÇÕESFINAIS........................................................................109REFERÊNCIASBIBILIOGRÁFICAS.........................................................110APÊNDICE......................................................................................................1128.1PESQUISAETNOGRÁFICA..................................................................112

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Assim, ao se analisar o atual cenário metropolitano da cidade de Vitória e seu contexto histórico de morfologia urbana e desenvolvimento à atualidade das praças e vazios como tais polos convergentes, nos desencontramos deste conceito para diferenciar espaço de lugar.

Dado o passar dos anos, é inegável dizer que a relação entre o cidadão e o espaço público não tenha mudado. Paralelamente, esta relação também foi alterada entre o habitante e sua maneira de caminhar e pertencer a esses espaços vazios.

A moradia é o refúgio do cidadão praticante, mas dela a cidade não se basta.

Aquilo que outrora funcionara como ponto de importante dinamismo para o funcionamento e desenvolvimento da cidade, hoje ocupa a posição de um território de passagem, um mero cenário de fundo visual, ou até quem sabe, um “não lugar”.

Apesar do momento no qual se desenvolve essa pesquisa, a sociedade global atravessar a maior crise epidemiológica da modernidade, esta relação já vem sofrendo mudanças prévias às condições impostas pelo SARS-CoV-2.

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Se fechado o escopo de análise sobre os centros históricos brasileiros na se gunda metade do século XX, portanto, inúmeros vetores contribuíram não apenas para o espraiamento das cidades, mas pela marginalização dos cen tros, institucionalização destes, surgimento de novos polos descentralizado res, e a consequente popularização deles.

Esta apenas existe como abrigo moderno na necessidade de prover aquilo que a natureza não fornece, e surge assim, como manifestação de uma co munidade na composição deste espaço coletivo.

Torna-se perceptível, por exemplo, como até mesmo comícios, manifesta ções políticas e comoções populares passam a buscar outros diferentes es paços dentro da cidade fora os centros históricos à fim de propagarem suas Oscausas.centros das cidades possuem relevância histórica, econômica e social, contudo, o processo de deterioração e abandono os transforma em lugares ermos e sem atrativos para investimentos e uso. Nesse processo ainda existe a problemática dos edifícios históricos e aqueles não históricos, aqui identi ficados como “arquitetura corrente” ou patrimônio comum”; abandonados e ociosos dentro do espaço urbano. Esses imóveis parados, vazios e em pro cesso de degradação, geralmente bem localizados e com uma infraestrutura de qualidade já pronta; acabam por não cumprir sua função social na cidade (VARGAS & CASTILHO, 2006).

“A arquitetura é, antes de mais nada, uma questão política.” Diz Paulo Men des da Rocha ao questionar a função da casa horizontal na metrópole con temporânea (ROCHA, 2014).

Por isso uma praça não opera sem a cidade e o mesmo deve ser dito do con trário. Pois juntas são a materialização daquilo que significa o viver metro politano e dão sentido para o abrigo ali existir.

introdução

Manifesto de uma cidade que ainda respira, busca em direção ao mar o reen contro de sua alameda cultural, vez esquecida, à fim de estabelecer-se como angariador de recursos, vislumbrante da baía de Vitória e comunicador de seus esforços democráticos ao estado do Espírito Santo através da utilização dos armazéns do Porto de Vitória, que fazem na atualidade, frente à praça.

Armazéns estes que no dia 10 de março do ano de 2021 voltam aos noticiá rios com a demolição, pela CODESA (Companhia Docas do Espirito Santo), de um anexo (~10.000m²) no intento de se restabelecer a organização es pacial original daquele setor do Porto; liberando assim, a visual perdida há dácadas pela praça, e possibilitando novo diálogo e releitura no dinamismo Élocal.deintento, assim, retomar a Praça Oito como tal amplo, dinâmico e estra tégico ponto de convergência de todas as culturas, classes e itinerários. De modo a reverter as problemáticas encontradas em centros urbanos con temporâneos e potencializar as capacidade de tais logradouros, a pesquisa envolve entender que dentre os espaços que Vitória dispõe com potencial de ser aquilo que a Praça Oito foi um dia, a própria permanece como “co ração adormecido” deste Centro. Se apresentando ainda hoje, como único e possível ponto de convergência na região da Grande Vitória de modo a protagonizar tal núcleo de diversificações culturais, manifestos populares e impulsionadores econômicos da região, cumprindo seu dever cívico de es paço a ser ocupado.

do mar à praçapraçadaaomar12 Não obstante, os frutos de um engajamento social possibilitam uma real sen sação de pertencimento à realidade do cotidiano urbano em comunidade e possibilita a reflexão perante os reais valores a serem priorizados em se tra tar do planejamento urbano. Este, por sua vez, se mostra distante das reais necessidades das populações locais, fomentando, de forma impessoal, uma deletéria relação de coexistência habitacional, alheia às ideias de pertenci mento tão necessárias à métricas sociais fundamentais hoje e sempre, como: segurança, saúde, educação e cultura. Tais temas, quando não aparelhados junto à população, podem gerar um grande desconforto urbano (ROLNIK, Assim,2015). esta pesquisa - “Do Mar à Praça, da Praça ao Mar”, busca estudar e traçar estratégias de requalificação da praça Oito de Setembro, localizada no Centro de Vitória – ES, e suas adjacências.

Tais usos não apenas escassos na atual conjuntura, mas entendidos essen ciais para a vitalidade de um grande centro urbano, encontram-se ali desas sistidos de um melhor amparo público, fazendo de uma grande praça, uma vez acolhedora dos mais diversos públicos, rara manifestação na estrutura metropolitana do séc. XXI, fracamente aproveitada.

Entender o que a fez singular protagonista na cidade e traçar maneiras de se resgatar tais caracteristicas, em um novo fenômeno, por meio da reade quação dos edifícios de seu entorno imediato; estudo de um novo desenho urbano; e a proposta de um programa de diálogo entre a praça e sua relação focal rumo à baía de Vitória através do Porto.

Procurando reater seu papel agregador na identidade local deste grupo so cial, potencializar seus usos e propor novas leituras perante a composição comercial/econômica do local de maneira a extinguir o que a torna ponto transitório na atualidade.

Considerando o atual momento da pandemia e suas imposições de restri ções, tais levantamentos e conversas serão todos efetuados de forma tele presencial de maneira a não comprometer o desenvolvimento do projeto, priorizando, na medida do possível, seus resultados e conteúdo.

domarà dapraçapraça ao mar 13 Para tanto, parte-se de uma pesquisa bibliográfica para a fundamentação teórica dos temas abordados em livros, arquivos públicos, artigos científicos e repositórios de pesquisa. A fundamentação está centrada em autores tais como: BONDUK (2012) que discorre perante questões como a conservação e restauração de patrimônios históricos, desenvolvimento social e econômi co através do estudo de casos do Programa Monumenta; VARGAS e CAS TILHO (2006) que abordam maneiras de se restabelecer a vitalidade nos centros urbanos após entender os motivos que os levam ao abandono, e a consequente importância de se reverter tal fenômeno; GEHL (2010) que sob o guarda-chuva conceitual da cidade para pessoas, analisa muitas de suas ideias seminais, examina algumas das cidades do mundo que se desenvol veram com êxito nas últimas décadas e estabelece os desafios para o futuro; e SPECK (2016) passando paralelamente pela ideia de cidade caminhável, aborda estratégias de se compor a nova morfologia urbana endereçada à vi talidade dos espaços.

O estudo também angaria referenciais teóricos dos conceitos em torno do Novo Urbanismo e Urbanismo Tático, juntamente de referências em proje tos perante os usos e diversidades em praças, como: Praça das Artes em São Paulo - Brasil Arquitetura; Teatro La Lira - RCR + PUIGCORBÉ em Ripoll, na Espanha; Plaça de Sant Eudald - Comas-Pont Arquitectes também em Ripoll, Espanha; projeto de Requalificação da Colina Sagrada do Senhor do Bonfim - Sotero Arquitetos em Salvador, Bahia; bem como a praça do Cais do Sodré (Jardim Roque Gameiro) - Bruno Soares Arquitectos, na requalifi cação das frentes de água de Lisboa, em Portugal.

A metodologia desse trabalho irá conter uma revisão bibliográfica acerca dos temas de: Desenvolvimento urbano, Vitalidade em centros históricos e economia criativa; Contextualização histórica da região perante sua impor tância para a cidade; Levantamento e estudo de campo da praça, edifícios de entorno e suas imediações; Investigações, entrevistas e dinâmicas com grupos sociais ativos e potencializadores de uma economia e cultura local para o Centro de Vitória.

Com isso, propõe-se propor um ensaio de projeto que sintetize tais levanta mentos na composição de um novo planejamento de fluxos e desenho ur bano; conservação, restauração e requalificação de usos e arquitetura; com respectivas diretrizes de intervenções como parte de um programa de macro intervenção urbana.

22. POR QUE PRAÇA OITO DE SETEMBRO?..................................14 2.1 CONTEXTO.................................................................................16 2.2 EVOLUÇÃO URBANA E ARQUITETÔNICA......................17 2.3 SUAS MOTIVAÇÕES..................................................................31

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CarloniAndrédeIlustração–FIGURA02 1910)Alfândega,da(Rua MonjerdinmSolarMuseuFONTE:

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Dos primeiros tempos da República até a primeira década do século XX, Vitória ainda não havia sofrido alterações em seu espaço urbano, manti nha seu traçado colonial, registrado nos trapiches e pequeno cais de ma deira que atendiam ao porto, nas ruas estreitas e desalinhadas, nas edifi cações, nas ladeiras e escadarias ligadas à parte plana beirando o mar, a cidade alta, que concentrava a elite, e o poder local (político e religioso), na falta de saneamento e no contexto socioeconômico. (SIQUEIRA, 1994).

FIGURA03 – Maquete 01 FONTE: Produção do Autor da praça ao mar A cidade teve, portanto, seu desenvolvimento inicial nas proximidades des te porto. Junto ao porto, em terrenos conquistados com aterros, surgiram as primeiras ruas de comércio da parte baixa, onde se instalaram os trapi ches. Todo movimento se dava no centro, nas mediações do porto, nota damente na Rua da Alfândega e na Rua do Comércio (SIQUEIRA, 1994).

Como retrata ilustração a baixo do autodidata arquiteto André Carloni, era Rua da Alfândega antes de ser Jerônimo Monteiro aquela que recebia as em barcações e catraieiros ao cais de vitória, extendendo ali seu centro comer cial neste espaço que era consequência de suas atividades marinhas e viabi lizador das mesmas [Fonte: Museu Solar Monjardim]. Observar maquete 01.

A Alfândega de Vitória, por sua vez, - Estabelecida em 1552, quando a sede da capitania foi transferida da Vila do Espírito Santo para a ilha, para melhor de fesa contra embates com os índios. É posta em execução, entretanto, em 1841, quando Martim Francisco Ribeiro de Andrada, Ministro da Fazenda, “autoriza va saques para a conclusão das obras da alfândega”. (OLIVEIRA, 1937 e 1964).

banístico e arquitetônico um grande incentivador da apropriação do es paço por parte da população local para fins de lazer. (BELLINI, 2014).

Pois é desde o meado do século XIX que começam a se delinear planos de melhoramentos dos portos, visando atender as necessidades sempre crescentes do movimento comercial marítimo, principalmente em fun ção da exportação do café, produto que comandava as exportações do país e que naturalmente passaria a exigir melhoramentos nas precárias condições de atracação e operacionalidades dos portos. O porto de Vitó ria vai iniciar esse processo somente a partir de 1908 (SIQUEIRA, 1994).

Uma vez Cais Grande, assim, passa a ser conhecido como Cais das Alfân degas aquele que viria ser um dos principais agentes da manifestação polí tica popular da capital. Na primeira década do século XX, enquanto agente de negócios, trocas e casas de comércio, vinha a ser homenageado com o nome de Santos Dumont no alvorecer do Cilco do Café (1906), onde ilu minada pelos lampiões à beira mar, ainda em traçados coloniais, suas ca sas de cafés interrompiam o movimento na rua da alfandega frente a praça, que ancorava-se no mesmo antigo e baixo edificio da Alfândega de Vitó ria, que viria a ser ampliado como palacete anos depois (ELTON, 1999).

De acordo com Novais e Sevcenko (1998, p. 538), “o momento é o de afinar -se com o tempo, com as notícias rápidas, com a circunstância europeia atua lizada pelo dernier bateau ou, em breve, a americana do último filme. A cena agora pertencia ao individualismo exibicionista”. Ao final da primeira déca da do século XX, flanar pela Rua da Alfândega e pela Praça Santos Dumont era estar up to date. Os grupos beneficiados com a remodelação do espaço não demoraram em ocupar a passarela urbana recém-consolidada para o desfile ostensivo da nova sociedade (BELLINI, 2014). Observar maquete 02.

“Á noite, então, o espetáculo é belíssimo. Sopitando o frio, desdenhando a chuva, as nossas patrícias pontuam as ruas de multico res graças, fazendo, defronte às vitrines, ver dadeiros pasteis dignos de eméritos artistas. Na praça 8 de Setembro, principalmen te, o mais esplênico observador há de confessar, junto a montredermiercriada ‘A Primavera’ que vitória é chic, que é encan tadora, progressista” (PETIT, 1912, p. 1).

A remodelação da Praça Santos Dumont veio consolidar a utilização do espaço como vitrine de práticas sociais próprias da primeira fase da Re pública. Aos poucos a antiga cidade foi desaparecendo deixando, por mutação, emergir outra. Como na montagem de um cenário, a região da Alfândega foi ganhando uma nova roupagem, sendo esse rearranjo ur

FIGURA04 – Maquete 02 FONTE: Produção do Autor

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Ainda ali, agora protegido por um muro balaustrado funcionara o cais de de sembarque dos botes, ponto de convergência dos comerciantes, que no contexto das transformações urbanas, mudou o sítio primitivo da cidade. Pois na década de 1920, o cais do porto e a ponte sobre a baía deram a Vitória uma nova fisiono mia urbana, intimamente relacionada com as atividades portuárias, marcan do a grande e longa parceria entre a cidade e o seu porto (SIQUEIRA, 1994).

Perene frente ao passar dos anos, é conhecida como “Praça Oito” des de o oitavo dia de Setembro de 1911, data de comemoração do 360º ani versário de fundação da cidade, símbolo daquele que passa a ser um dos pontos mais frequentados da ilha. Onde celebrava frente ao mar o iní cio da longa despespedida do vislumbre do mesmo, pois as obras ali in terrompidas em 1914 voltam a ser executadas a mando da União em 1925 como parte de um projeto de projeção nacional de comércio do estado com o desevolvimento do Porto de Vitória (ELTON, 1999).

ObeliscodoMonumento–FIGURA06NacionalCulturaleArtísticoPatrimôniodoInstitutoArcevoFONTE:

comerciaiscasasdasmovimentoocomparaRelação–FIGURA05

NacionalCulturaleArtísticoPatrimôniodoInstitutoArcevoFONTE:

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ao mar FIGURA13 – Maquete 03 FONTE: Produção do Autor

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destacavam a Farmácia Aguirre, a Joalheria Petrochi, o Café Globo, o Petró polis, o Bar Central, este em prédio onde antes fora a alfaiataria de Hilde brando Resemini, o Pan-Americano, vendendo objetos finos, importados e a Flor de Maio, especializada em vendas de chapéus, bengalas, guarda -chuvas e malas, ainda de pé, dando às suas vitrinas já agora, outra disposi ção. Ladeavam a praça o prédio da Alfândega e o Banco de Crédito Agrícola do Espírito Santo, este agora em um novo projeto, inaugurado também em 1940, e ao seu lado, o edifício da recém fundada (1942) Companhia Vale do Rio Doce dando frente ao já consagrado Bank of London (ELTON, 1999). praça

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OitoPraçananoturnaVida–FIGURA20 VitóriadeMunicípiodoGeralArquivoArcevoFONTE:

Com a nova morfologia estabelecida, o calçamento passa a interligar as duas quadras laterais a praça, e dar a essa uma continuidade na caminhabilidade.

O volume de operações portuárias aumentou entre 1970 e 1983 e a impor tação superou a exportação na maior parte na década de 70 (SIQUEIRA, 1994). Juntamente a isso, houve a modernização operacional das atividades portuárias do ES comparadas a padrões nacionais.

Tomadas proporções tamanhas, não obstante, a praça Oito de Setembro na quela época alcançara sua pontual maturação. Já despida do excedente garbo que a acompanhara durante seus anos, via-se ali soberano ponto de encontro comercial e administrativo, dententor do mais puro significado do demo crático logradouro que era. Onde todos os tipos e classes se esbarravam no dia e na noite de todas maneiras, por quaisquer propósitos, era passagem de políticos, estudantes e professores.

da praça

Entretanto, com isso, o crescente fluxo nas vias que a circundavam (Jerô ao mar

FIGURA21 – Maquete 04 FONTE: Produção do Autor

instalações portuárias em grande portos mais afastados, tecnológica e fisicamente preparados para os novos tempos.” (DEL RIO, 2001).

Para além, foram migrando do Centro para estes novos polos a Assembleia Legislaiva do Estado, o Tribunal de Justiça; Tribunal de Contas de Estado e

A partir desse momento, segundo Freitas (2010, p.52), “o porto deixa de ser um elemento moderno para ser histórico e a preocupação atual passa a ser a sua preservação. Novas funções deverão vir se integrar a eles”. Nessa pers pectiva estão os armazéns do Porto de Vitória.

Dessa maneira, também com a inauguração do Shopping Vitória em 1993, os comerciantes que tinham um forte poder aquisitivo migraram para aque le vetor de desenvolvimento da capital, a fim de investir em grandes empre endimentos comerciais.

da praça ao mar FIGURA22 – Maquete 05 FONTE: Produção do Autor

Assim, esses espaços públicos voltam a ser locais de troca de informação, formação e vivência.

Não apenas ponto nodal dentro do contexto urbano da Grande Vitória, a Praça Oito é um desses raros casos de extremo potencial subaproveitado pela falta da leitura apropriada perante as potencialidades ali desperdiçadas.

Ainda hoje, em outras localidades dentro do próprio Centro, observa-se a capacidade do bairro na aceitação externa, sendo ser um dos poucos pon tos capazes de convergir estes diferentes públicos num mesmo evento e/ou festividades locais. Toma-se de exemplo as casas de música independente e bares/restaurantes que ali promovem movimentações, tais como: O Parque; SubTrópico; Casa de Bamba; Bar da Zilda; Casa.Lab Infinitas; Casa da Gruta; entre outros.

Hoje, fora condições impostas pelo SARS-CoV-2, tais eventos tomam o for mato sazonal, e anualmente, o mais próximo que a Praça chega das mobili zações de outrora, é o Carnaval do Centro de Vitória e os palcos ali instala dos durante o Viradão Cultural. Ambos, importantes exemplos de como este espaço ainda pode prover interessantes conversas dentro da cidade e tirar proveito de sua história e localidade.

“O ato de preservar esse bem patrimonial histórico e, depois convertê-lo a outro uso, explicita as variadas possibilidades de readaptação das antigas es truturas ao convívio da cidade contemporânea” (GIACOMET, 2008, p. 137).

Onde a indiscutível relevância histórica da Praça demonstra-se de fato su cumbida pelo passar dos anos, e desvalorizada por não somente uma ques tão informativa de conhecimento e compreensão perante a matéria, mas por não se viabilizar como aquele espaço de trocas e convergências de antiga Semente.disposto um olhar brevemente analítico perante a condição que a fez pal co de grandes manifestações políticas de outrora, percebe-se que o próprio desenvolvimento da cidade suprimiu este uso sem prever um novo (ou no vas maneiras de o promover). Revelando-se um claro caso, portanto, de um desenfreado processo de urbanização, mal planejado e levianamente displi cente para com os usos ali precedentes.

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Não obstante, a Praça Oito deve ser aproveitada como ponto facilitador dessas convergências por sua localidade e espacialidade especialmente re levantes dentro de um novo contexto urbano de extrema conurbação e su focamento dos espaços abertos na Região da Grande Vitória. É essencial as sim, viabilizar maneiras de se utilizar dentro da cidade estes espaços que já permitiram, e deixam de permitir (por motivos anteriormente discorridos) este dinamismo, ao invés de apostar nos novos vazios, por vezes ausentes de toda uma ancestralidade histórica e carentes de semelhante potencialidade. De modo a se reconectar com as raízes desta caracterização sociocultural e revelar este forte poder identitário hoje em desuso.

são os eventos e angariações sediados hoje no Centro e na cidade de Vitória que poderiam alavancar visibilidade e alcance utili zando-se do espaço e localidade da Praça Oito de Setembro, por sua vez, reinserida no radar como grande protagonista contemporâneo da cidade, a partir de um novo planejamento e inserção urbana.

“Dentre as áreas centrais de interesse para revitalização, as antigas áreas por tuárias – berço e lugar central de suas metrópoles durante séculos – voltam a assumir um papel estratégico, assim como acontece no caso do Rio de Ja neiro. A liberação destas enormes áreas e estruturas, e a transposição dos impedimentos, geram importantes oportunidades para o desenvolvimento urbano, para novas funções e inversões imobiliárias, indo ao encontro do novo planejamento estratégico, dos modelos de oportunidade e das opera ções de revitalização urbana. Coroados com novas visibilidades e acessos à frente de água, esses investimentos – públicos e privados – assumem grande poder de atração, lucram com seu poder multiplicador e tendem a se valori zar cada vez mais” (DEL RIO, 2001).

Modelos de eventos e usos estes, de singular riqueza cultural e social, inca pazes de se encontrar em outras regiões da cidade. Enriquecidos por uma demanda muitas vezes suprimida, em escala reduzida, por serem estes es paços de mobilizações privadas e sem maiores investimentos por parte do poder Juntamente,público.inúmeros

domarà dapraçapraça ao mar 33 2 Publicação responsável por publicar a demolição do armazém de anexo (1.000 m²) frente a Praça Oito de Setembro pela CODESA. do trouxe do mar a necessidade de praça, e agora retorna, da praça ao mar.

Para além, vislumbra-se hoje possibilidades de se ir mais à fundo diante a história local e partir de encontro para com sua origem como Cais da Al fândega, num reencontro com o mar e a baía de Vitória. Na iminência dos novos usos dos armazéns, amplamente cobiçados, a partir da eminente pri vatização da CODESA em futuros próximos. Defenderá Vicente del Rio (2001), por exemplo, que importante atrativo destas áreas é a própria movimentação portuária, principalmente por seus barcos de passeio, lazer e até pedalinhos, tanto por conta de seus usuários diretos quanto pela ambiência lúdica e festiva que proporcionam. Juntamen te, argumenta que a movimentação mais “suja”, de rebocadores ou mesmo de carga e descarga, também é atrativa para o público e pode ser mantida, como foi o caso de seu projeto para Fells Point, Baltimore. Some-se a isto, as próprias embarcações tornadas atração principal, como no caso de barcos FIGURA23 – Publicação (10.03.21)

33. REQUALIFICAÇÃO DE ÁREAS CENTRAIS DE INTERESSE PRESERVAÇÃO......................................................................................34DE3.1DANECESSIDADE.....................................................................363.2PELAPÓS-MODERNIDADEPORTUÁRIAEOSCUIDADOSDAGENTRIFICAÇÃO...........................................................393.3ÀPRAÇA......................................................................................423.4ESEUSCASOSEXITOSOS.......................................................44

De acordo com Hanna Arendt (1968, p. 266), ao falarmos de cultura, o pri meiro significado que nos vem à mente diz respeito à natureza e ao cuidado do mar à

A partir do processo de diluição das centralidades e a consequente perda de seu dinamismo socioeconômico dentro deste novo contexto urbano, passa a haver uma competição de protagonismos dentro das cidades modernas, que segundo as autoras Heliana Vargas e Ana Castilho (2006, p. 3), caracte rizou-se como responsável pela aceleração da deterioração e degradação dos centros históricos.

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Também Jaime Lerner nos assevera que:“Os centros das cidades são os pontos de referência maior, porque é neles que se concentra a maior parte da nossa identi dade, da nossa memória. Funcionam como o velho retrato de família que, como se costuma dizer, ninguém rasga” (LERNER, 2001, p. 52).

Assim, revelam-se cada vez mais frequentes, ações que contribuam para a criação de novos polos de atividade a partir da intervenção em áreas com grande potencial de desenvolvimento urbano, sejam por suas dimensões, seja pelos atrativos físicos. Entre estas, se destacam margens de rios, estradas de ferro, portos, zonas industriais e centros históricos. As intervenções mais atuais em cenário nacional buscam seu aproveitamento para a criação de novos polos de atividades terciárias, turísticas e culturais, que poderíamos chamar de novas centralidades (FONTENELE, 2005).

Estas experiências perpassadas conjuntamente aos centros urbanos nos úl timos anos – especificamente nas últimas duas décadas do séc. XX - bus caram envolver métodos de atuação baseados no desenho urbano, gestão, planejamento e redistribuição de suas funções. Percebe-se também a busca por aliar a preservação do patrimônio cultural existente ao desenvolvimento urbano. Ao trabalhar esta ideia, Borja acaba por afirmar que “as experiências de cidades, com maior êxito nos últimos anos, são aquelas que mudaram de escala, que deram um salto à frente, mas mantiveram, inclusive formalmen te, grande parte de sua história” (BORJA, 2001, p. 82).

da necessidade

O arquiteto Vicente Del Rio, por sua vez, defende a importância dos centros pela sua “imensa carga simbólica, por um lado representativa de toda uma sociedade urbana e de um modo de produção, por outro representativo da cristalização físico-espacial resultante da evolução das práticas políticas, so ciais e culturais específicas de uma cidade” (DEL RIO, 1991: 07).

Dessa maneira, segundo Sabrina Fontenele (2005, p. 3), se antigamente as intervenções em áreas centrais estavam relacionadas ao problema do desafo go de trânsito, extinção dos cortiços ou modernização da cidade, nas últimas décadas esta está intimamente relacionada a questão da competição das ci dades, em nível internacional, por um espaço no mercado do turismo e lazer.

com os monumentos do passado. Ao constatar como tal, a autora reforça o fato de associarmos, comumente, a Cultura ao Patrimônio Arquitetôni co, marcos edificados que, ao chegarem aos nossos dias com características estéticas, construtivas e materiais, mesmo que minimamente preservadas, deixam de ser apenas uma referência do passado. Esses elementos, dizem respeito a um momento específico da história, e passam a ter a qualidade não apenas memorial, mas de permanência, marcando de forma particular o tecido urbano com sua presença.

No entanto, de acordo com Marcelo Antônio Sotratti (2015), quando esse processo está associado a uma estratégia definida por modelos de plane jamento, recebe denominações distintas. Todas essas denominações se re domarà ao mar

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Assim, a refuncionalização de espaços urbanos degradados consiste no pro cesso de transformação das funções dos elementos arquitetônicos de um determinado processo histórico pretérito. A refuncionalização é uma con sequência natural da própria reestruturação socioespacial de determinada cidade, liderada por alguns grupos sociais. Dependendo da força dos gru pos sociais e de suas intencionalidades, esse processo pode abranger escalas distintas, como edifícios, bairros, cidades ou mesmo regiões (SOTRATTI, Da2015).mesma forma, Marco Antonio Ramos de Almeida nos indica: “A requalificação das áreas centrais inclui -se hoje nos projetos de desenvolvimento das nações, e muitas cidades já vêm recu perando e modernizando os seus centros como instrumento de inserção na ordem mundial. Os princípios, conceitos, avalia ções estratégicas e perspectivas que então se percebiam, estão hoje confirmados. Daí a importância de divulgar cada vez mais essas ideias, de retomar os fundamentos do debate, reexaminá-los à luz dos desenvolvi mentos mais recentes e submetê-los à pro va de observação empírica e do confronto de ideias.” (ALMEIDA, 2001, p. 9).

A diversidade urbana, por sua vez, é elemento essencial para atrair novas pessoas a usufruir do espaço urbano, e por isso os bairros devem ter carac terísticas básicas para gerar e proporcionar esta variedade de usos nas ruas e calçadas (JACOBS, 2011).

Portanto, Del Rio (2001) irá concluir que é inegável que, desta forma, o pro cesso de planejamento estratégico, integrado e ao longo prazo, fica imbuído de potenciais e dinamismos sem precedentes, tornando-se flexível e cons tantemente exposto a avaliação e exigências das comunidades usuárias e do próprio mercado. Adotado em diferentes graus e roupagens em cidades do mundo inteiro, e destacando-se pelos diversos exemplos bem sucedidos de cidades norte-americanas e europeias, como Boston, Baltimore e São Fran cisco (EUA) - as pioneiras - e de Londres e Glasgow (Grã-Bretanha), Barce lona e Bilbao (Espanha), Berlin e Hamburgo (Alemanha); o movimento na direção da requalificação das áreas centrais foi plenamente aceito como o novo modelo para o desenvolvimento urbano.

ferem comumente à estratégia de valorização de áreas dotadas deste patri mônio cultural que passam por processos de degradação. Por meio de uma refuncionalização dirigida e estratégica, o emprego de funções vinculadas ao capitalismo global, como turismo, cultura, negócios, comércio e residências, é incentivado nessas ações de planejamento urbano. Por isso, o patrimônio é o elemento central do modelo: através de sua re funcionalização, acompanhada pela manutenção e modernização de suas formas originais, o patrimônio cultural requalificado possibilita a inserção de atividades de amplo interesse da sociedade contemporânea. Dentre estas atividades, o turismo representa – conforme o discurso da requalificação/ revitalização urbana – a forma de ressaltar a identidade local e, ao mesmo tempo, conduzir as áreas dotadas de patrimônio cultural a novas dimensões de desenvolvimento dentro de seu contexto urbano. Mauel de Solá-Morales (2001) salienta que o processo de requalificação ur bana deve, primeiramente, partir da análise da importância simbólica e ar quitetônica do patrimônio cultural, antes de se definir a política urbana ideal das intervenções. Apreciação da história, valor da memória e qualidade esté tico-arquitetônica são alguns elementos de análise ressaltados pelo autor. Da mesma forma, a potencialidade econômica e a infraestrutura de tais áreas devem ser também consideradas nas estratégias a serem empregadas na re qualificação (SOLÁ-MORALES apud SOTRATTI, 2015, verbete).

Portanto, sobre o entendimento do que é histórico, defende-se ser um mito este congelamento do passado como fundamento das políticas de preser vação, pois, nas cidades, os centros históricos deveriam representar aquilo que há de mais dinâmico e mutante. Sendo a síntese dos múltiplos proces sos urbanos em constante alteração tais condesadores históricos (CARRION apud VARGAS e CASTILHO, 2006, p.30). Seguindo na mesma direção, a contruibuição potencial de uma preservação histórica será muito limitada para a cidade como um todo se somente física e turistiamente direcionada. Essa preservação enfim, não será histórica, pois refletirá somente a arquite tura e não o ambiente urbano ou a sua memória. A qualidade arquitetônica é apenas é apenas um dos itens que devem ser considerados na preservação e consquente requalificação histórica (MARCUSE apud VARGAS E CASTI LHO, 2006, p.30).

Dessa maneira, estas iniciativas adotam princípios projetuais a fim de valo rizarem uma nova forma de integração socioespacial para com a relação ali preexistente. Onde, de modo geral, se exercido a partir de uma discussão analítica minuciosamente observada sob a luz dos valores de consumo local e conflitos socioespaciais ali exercidos, proporcionam estratégias saudáveis de traçar-se novos diálogos para com esta localidade. Pois cabe a cargo dos pesquisadores do campo do patrimônio observar se os fins foram alcança dos ou se sofreram desvios no sentido de apenas reforçar o apelo consumista e “espetacular” de tais espaços, minando seu potencial agregador à cidade.

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pela pós-modernidade portuária e os cuidados da gentrificação

Mais de um século depois, como aponta o professor Rogério Proença Leite (2002), tais políticas contemporâneas de “revitalização” do patrimônio reto mam, em outro contexto e com outras perspectivas, o princípio social higie nizador de Haussmann, como maneira de adequar as cidades às demandas e aos fluxos internacionais de turismo e consumo urbano. Esses processos atuais, longe das ideias haussmanianas de criar uma imagem moderna da Paris do século XIX, voltam-se hoje a formas de reapropriação cultural das imagens das cidades, objetivando na maioria das vezes, em sua perspectiva, recriar sentidos e usos dos conteúdos e materiais do passado, aspectos apontados por David Harvey (1992) e Mike Featherstone (1995) como típicos da chamada pós-modernidade (HARVEY e FEATHERSTONE apud LEITE, 2002, p.118).

São raras as cidades históricas que não têm uma importante relação com a água. Como portos marítimos ou fluviais, muitos desses núcleos viveram durante séculos em função do vaivém das embarcações essenciais para o co mércio, a circulação de pessoas e o escoamento da produção local. As orlas, sobretudo no passado, exerceram uma forte polarização na estrutura urbana por concentrar numerosos edifícios, como armazéns, alfândegas, mercados e casas comerciais, além de todo um aparato de equipamentos vinculados ao porto. Mas, por causa do regime das águas, que gera alagamentos e, em consequência, focos de criação de insetos, as áreas ao longo das orlas eram consideradas insalubres, sendo evitadas por quem não tinha a obrigação de passar por lá. Já os portos, caracterizados por sua funcionalidade e marcados pela presença de toda sorte de mercadorias, constituíam áreas povoadas por trabalhadores braçais, forasteiros e prostitutas. Também conviviam com a sujeira decorrente das próprias atividades ali desenvolvidas e dos detritos que se acumulam junto à costa, carregados pelas correntes marítimas e flu viais (BONDUKI, 2012).

Ele continua ao propor que transformações urbanas raramente resultam de um desenvolvimento imanente da cidade. Principalmente como produto cultural, a cidade seria sempre este resultado convergente de distintas in fluências formais e cotidianas. A análise de Georg Simmel (1986; 1997) so bre a objetivação do conteúdo espiritual da cultura reforça esta sua linha de raciocínio ao falar de um tipo de objeto cultural que não depende direta e exclusivamente de nenhum produtor, alheio às determinações de um único sujeito anímico (SIMMEL apud LEITE, 2002, p.120).

“Tanto para os que o edificam, como para aqueles que dele recebem as advertências, o monumento é uma defesa contra o trau matismo da existência, um dispositivo de segurança. O monumento assegura, acal ma, tranquiliza, conjurando o ser do tem domarà dapraçapraça ao mar

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Frente à extensa decorrência e múltiplas análises possíveis de discorridos casos no Brasil e no mundo, a pesquisa pretende elucidar a complexidade de tais operações urbanas e possíveis contradições que a requalificação destes centros históricos carrega consigo na tentativa de prescrever e prevenir de mais mazelas a serem cometidas.

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O espaço atual no Centro de Vitória, como descrito e elucidado no decorrer de do capítulo 02, não pertence mais, apenas, à classe mais nobre da cida de e não se pretende buscar maneiras de se reconectar exclusivamente com ela. Entende-se aqui a necessidade de argumentar perante a população hoje instalada, quais melhores maneiras de se potencializar os usos existentes de maneira não predatória e qualitativa para o seu espaço e o consolidar deste perante as configurações ali encontradas.

po. Ele constitui uma garantia das origens e dissipa a inquietação gerada pela incerte za dos começos. Desafio à entropia, à ação dissolvente que o tempo exerce sobre to das as coisas naturais e artificiais, ele tenta combater a angústia da morte e do aniqui lamento.” (CHOAY, 2006, 18).

Ao leitor, aqui se permitirá uma digressão semântica em função da arte e poesia: “Que tudo o que foi planejado se torne re alidade. Deixe-os acreditar. Que eles riem de suas paixões. Pois aquilo eles chamam de paixão não passa do atrito de suas almas com mundo exterior. E o mais importante, deixe-os acreditar em si mesmos. Que eles sejam indefesos como crianças, porque a fraqueza é uma coisa grande e a força nada é. O objeto recém-nascido é fraco e flexí vel. Ao morrer, duro e insensível. Quando uma árvore está crescendo, ela é macia e flexível. Mas quando está seca e dura, ela morre. A dureza e a força são as compa nheiras da morte. Flexibilidade e fraqueza são expressões do frescor do ser. Porque o que endureceu nunca vencerá.” (TARKO VSKY, 1979).

Apesar da falha tradução frente ao russo coloquial, ao adaptar as prospec ções do pensamento soviético a partir da obra dos irmãos Strugatsky, Andrei Tarkovsky perpassa perante a ideia de “intento primitivo” ao trabalhar seu conceito de paixões. Talvez aqui ensaia-se, ou ao menos possibilita-se, uma reflexão perante as justaposições históricas e o motivo das coisas tomarem suas tais morfologias. Pois em detrimento das razões lógicas de planejamento e gestão públicas, imaginar um real intento (no seu caso, “frescor do ser”) como real motivo na concepção de solutos urbanos, permite compreender desfechos de reso luções profundamente obtusas se analisadas friamente. Assim, permitindo-se utilizar a linguagem poética como instrumento abs trativo da análise, o caso ensaiado aqui possibilita estender novas lentes pe do mar à ao

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Pois ao se observar nos últimos anos, com o fenômeno mundial de revalori zação das áreas de frente de água, as alterações nas relações entre o indivíduo e o seu tempo de lazer, o crescimento do turismo cultural e temático, e a tendência à construção de fragmentos qualificados de cidade, destacaram as áreas portuárias por suas potencialidades paisagísticas, lúdicas, logísticas e imobiliárias, bem como pela “revalorização mediática do seu capital simbó lico” (Viegas et al, 1995: 11). O turismo recreativo, cultural, de compras e de negócios, tem se mostrado importante dinamizador econômico e social nos projetos de revitalização das áreas centrais, particularmente nas áreas portu árias e frentes de água, onde a simbiose histórica entre cidade e mar pode ser amplamente explorada e transformada num efetivo cenário – são os Festival Market Malls, as marinas, os aquários e museus, os centros de conferências, etc. Foi o caso de Baltimore e tantas outras cidades norte-americanas, de Sydney com a Opera House e o Darling Harbor, e, juntamente, com Bilbao e o museu Guggenhein (DEL RIO, 2001).

rante a leitura das vitalidades mil vivenciadas no logradouro da Praça Oito de Setembro, e como suas razões, intrinsicamente relacionadas com sua ne cessidade primordial, estiveram atreladas a sua primeira ideia (ou primeiro intento) de maneira inconscientemente assertiva e essencial. Seu uso (e maturação do mesmo), não esteve em momento algum procuran do ser algo além daquilo que poderia ser, e quem sabe por isso, vingou tal dialogo tão bem entrelaçado para com sua cidade, demonstrando, por outro lado, que na tentativa de se adaptar à novas tendências, “endureceu” para com todo seu laço identitário, e “morreu” ao se afastar do mesmo.

Porém, como já exposto, e em contraponto pelas autoras Vargas e Castilho (2006, p.31), é estipulado como paradoxal a utilização do conceito de preser vação urbana dentro de um processo que venha a recriar um novo ambiente urbano, apoiando-se de maneira nociva na estrutura ali pré-existente.

Portanto, deve ser tomado dentro de um processo projetual de requalifica ção de centros históricos, todos os cuidados e estudos necessários para miti gar as consequências de um possível processo de gentrificação urbana. domarà dapraçapraça ao mar

Há quem denomine esse novo lugar, ou quiçá não-lugar, como parque temá tico histórico (REICHL apud VARGAS E CASTILHO, 1999, p.30), onde no restaurar de áreas históricas como elaboração de novos objetos de consumo, passa a conduzir um tipo espetacular capaz de atrair visitantes e residentes, alimentado as atividades comerciais ali propostas. Essa estratégia, entretanto, poderá conduzir a um processo de segregação espacial e exclusão social, ao incluir argumentos que relacionam camadas sociais de baixa renda à violência, desordem e sujeira (SAMUEL apud VAR GAS e CASTILHO, 2006, p.30).

Ou seja, os equipamentos instalados em áreas de requalificação voltam-se, muitas vezes, para um público de classes mais abastadas e afastam-se das comunidades ali pré-existentes, por vezes detentoras de menos recursos e, não obstante, merecedoras do usufruto de uma boa política urbana. Des sa maneira, como já debatido, necessita-se de um estudo e conhecimento profundo dos públicos e usos atuais. Defendendo-se assim a necessidade do fortalecimento da cultura local para o desenvolvimento de um processo democrático. à praça Uma praça, enfim, é muito mais do que uma área livre, não edificada. Embo ra, atualmente, qualquer espaço vazio entre ruas, até mesmo uma nesga de terreno, acabe sendo chamado de praça, como afirma Camilo Sitte (1892), sob o ponto de vista artístico, um terreno vazio não é uma praça. A praça nos núcleos históricos brasileiros, assim como nas cidades medievais e renas centistas, é o resultado do efeito harmonioso de um conjunto formado pela relação entre o espaço livre e as construções que o envolvem.

Como sabidamente afirmado por Jane Jacobs:“Osprogramas de revitalização, que bus cam principalmente preservar edifícios e ocasionalmente ajudar algumas pessoas, mas espalham o restante dos moradores, têm praticamente o mesmo efeito – assim como os empreendimentos concentrados da iniciativa privada, que lucram rapida mente com a valorização criada pela esta bilidade de determinado bairro” (JACOBS, 2000: 142).

Nesse ambiente indissociável – espaço público contornado por uma massa contínua de edificações –, onde as mais importantes construções da cidade foram erguidas como verdadeiras obras de arte, não por acaso floresceu a vida pública. Graças a sua função, os edifícios do entorno das praças – igre jas, palácios governamentais, casas legislativas, repartições, prestadoras de serviços públicos e casas comerciais – sempre atraíram a população de todas as classes sociais, transformando o lugar em principal ponto de referência e motivo de orgulho da cidade.

Ao compor sua tese, Nabil Bonduk (2012) irá lembrar que, na ausência de espaços fechados capazes de reunir grande número de pessoas, a praça era o local das manifestações coletivas, que exigiam a manutenção de um piso seco, ou seja, sem canteiros, arbustos ou arborização. Até o século XVIII,

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Dentre elas, observa-se de comum nas propostas: a busca por articular ini ciativas de valorização do espaço público envolvendo a prospecção arque ológica para resgate de origens do local; a eliminação de interferências no conjunto arquitetônico; a reabilitação do espaço público; o restauro dos mo numentos e recuperação de seus singelos casarios; a recomposição da rela ção entre a praça e seu entorno; e o estímulo à apropriação do espaço pelos seus usuários valorizando-se o conjunto urbanístico e arquitetônico.

Dito isso, percebe-se, porém, após breve estudo de campo efetuado em de zembro de 2018 na Praça da Alfândega, como complexas são as justaposi ções em situações paralelas à de Porto Alegre. Experiência esta talvez da qual mais se aproxime à situação encontrada na Praça Oito, encontra-se distante de desfrutar de todo o potencial previsto em projeto, e ainda há de lidar com o esvaziamento e abandono comum aos centros históricos brasileiros. Não obstante, percebe-se necessário o traçar de tais estratégias em fina sin tonia para com seu contexto e situação pré-estabelecida em prol da efetiva requalificação de tais espaços, de maneira a acrescentar à cidade e seus cida dãos novas possibilidades de diálogo para com a praça. domarà ao mar

As praças dos núcleos históricos brasileiros, por sua vez, guardam algumas das características das praças medievais (objeto de estudo de Sitte), mas apresentam especificidades relacionadas à política urbanizadora de Portugal.

Onde ao não elaborar rígidas regras na concepção das cidades, mostravam grande diversidade no traçado urbano e nas praças coloniais, distinguindo -se de outras morfologias encontradas em distintas colônias.

Destas praças, Nabil Bonduk (2012) vai traçar análises perante quatro casos de intervenções em núcleos históricos brasileiros, sendo estes: o largo do Théberge, na cidade cearense de Icó; praça da Alfândega, em Porto Alegre; praça São Francisco, em São Cristóvão, capital sergipana até 1868; e praça Tiradentes, em Ouro Preto.

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Especificamente, no caso da Praça da Alfândega, em Porto Alegre, a inter venção ainda busca, mais fortemente, resgatar a memória do lugar, tanto do ponto de vista material, por meio de escavações arqueológicas visando identificar as origens da ocupação da cidade, como do imaterial, valorizando manifestações culturais e pontos de encontro que marcaram e ainda marcam sua vida cotidiana.

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não se considerava necessário criar no seio das cidades ambientes de exal tação ao verde, inclusive porque a relação homem-natureza era muito dife rente da Segundoatual.Sitte (1892), como a praça constitui a face mais visível de uma ci dade, adorná-la com obras de arte sempre foi a melhor maneira de valorizar todo o núcleo urbano: “Na Idade Média e na Renascença, essas praças ricamente adornadas eram o orgu lho e a alegria de toda cidade independen te; ali se concentrava o movimento, tinham lugar as festas públicas, organizavam-se as exibições, empreendiam-se as cerimônias oficiais, anunciavam-se as leis, e se realiza va todo tipo de eventos semelhantes.” (SIT TE, 1892).

Dessa maneira, serão dispostos aqui alguns casos exitosos à análise e apro fundamento no desenvolver desta intervenção, com o objetivo de elucidar propostas e resultados de projetos de requalificação de áreas centrais de in teresse de preservação e inserções arquitetônicas; urbanísticas.

Dentre semelhanças e contraposições, ao aglutinar-se porto e praça no mes mo logradouro, percebe-se como o trabalho de intervenção “Do mar à praça, da praça ao mar” na praça Oito de Setembro requer demasiada análise para obter-se dali melhor dinamismo e proporcionar, novamente, tal vitalidade ao Centro de Vitória. Onde apesar da intrínseca relação para com o passado da cidade, requer mi nucioso exame ao visar o reestabelecer de tal protagonismo metropolitano.

e seus casos exitosos Dos exemplos a serem discorridos, foram selecionados especificamente aqueles que mostraram possíveis tais retornos à vitalidade e dinamismo ur bano nessas regiões antes em mal uso, e de alguma maneira lidaram com propostas de requalificação em áreas portuárias; costeiras e/ou de praças pú blicas voltadas para o setor cultural, comercial e de lazer. praça das artes Localizada no coração do Centro de São Paulo, entre a Avenida São João e a Praça Ramos de Azevedo, a Praça da Artes é um convite a quem ali transita, permeando praticamente toda a quadra em um complexo artístico cultural. Possui três principais fachadas interligadas pelo miolo do quarteirão, e dão uma nova cara ao circuito cultural paulista ao recondicionar os edifícios ali existentes e propor o funcionamento deste novo espaço aberto, os interli Desenvolvidogando. pelo escritório Brasil Arquitetura, foi inaugurado em 2012 este que veio a ressignificar as marcas histórico-culturais da região em meio a tamanha visibilidade e especulação existente sobre as edificações e lotes vazios ou subutilizados em seu entorno direto.

Como ao decorrer sobre lugar, aponta Álvaro Siza: “... uma coisa é o lugar físico, outra coisa é o lugar para o projeto. E o lugar não é ne nhum ponto de partida, mas é um ponto de chegada. Perceber o que é o lugar é já fazer o projeto.” (SIZA, 2011).

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projetodointernosAmbientes–FIGURA26

Como salientado pelo próprio escritório: “é de intento neste projeto captar e inventar o lugar em um só tempo, numa mesma ação” (BRASIL ARQUITE TURA, 2013).

FIGURA27 – Relação com espaço público -brasil-arquiteturaFONTE:https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes

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FIGURA24 – Fachada Avenida São Paulo -brasil-arquiteturaFONTE:https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes

Neste projeto de requalificação na área central da cidade, o complexo une potencialidades pré-existentes, e junto ao Theatro Municipal de São Pau lo, diversifica os públicos e atividades ali presentes de maneira a impactar positivamente o qualitativo disposto e exercido na localidade, incentivando outros usos residenciais e comerciais adjacentes.

FIGURA25 – Passagens abertas FONTE:https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura

FONTE:https://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura

FIGURA3046 – Relação para com o Rio Ter

FONTE:https://www.world-architects.com/en/rcr-arquitectes-olot-girona/project/la-lira-theatre-public-domain FIGURA29 –Fachada frente ao Rio Ter public-domain-olot-girona/project/la-lira-theatre-architects.com/en/rcr-arquitectesFONTE:https://www.worldFIGURA28 – Fachada Interior do bairro FONTE:https://www.world-architects.com/en/rcr-arquitectes-olot-girona/project/la-lira-theatre-public-domain

Utiliza-se da tradição metalúrgica da cidade e da energia proveniente dos fluxos d’água na famosa “forja catalã” como partido no emprego do aço em sua composição arquitetônica. Fazendo este novo espaço vazio e proporcio nado uma praça local e angariadora do espírito público de sua natureza tea tral. Como descrito por aqueles que a conceberam: “O prédio público cria o Espaço Público e, finalmente, o espírito do teatro permanece.”

teatro la lira Inserido, por sua vez, em um contexto mais sufocante no quesito implanta ção, o Teatro La Lira toma como proposta as interlocuções de limites físicos e viários na província de Ripoll, na Espanha, ao substituir a antiga estrutu ra que sediava ali primordial versão deste espaço, abrindo-se aos entornos imediatos de maneira a permitir melhor fluxo de pedestres e consequente permeabilização espaço-visual de seu nível térreo.

Elaborado pelo grupo RCR Arquitectes em conjunto com o arquiteto Joan Puigcorbé, o projeto busca quebrar a conurbação edificada à beira-rio, mes clando diferentes técnicas construtivas e abrindo suas fachadas frontais e traseiras em prol da ventilação e comunicação para com sua vizinhança. Trabalha com a ativação do espaço térreo como uso público comercial apro veitando seu espaço subterrâneo ao uso do teatro e salas de exposição, libe rando as passagens e caminhabilidades para com as ruas agora transitáveis e proporcionando para além, a travessia do rio Ter em uma passarela elevada.

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também do aço como elemento presente na concepção con ceitual de intervenção, torna-se notável na concepção do mobiliário a ma neira coerente como se porta tal espaço público, enaltecendo as origens da localidade e destacando o contexto arquitetônico patrimonial do entorno.

urbano forma um sistema de drenagem que percorre toda a extensão projetual até a praça Gran (importante praça adjacente à Sant Eu dald). Isso atua como um elemento de organização axial através do espaço e fornece continuidade visual e espacial, levando em consideração o gabarito relativamente baixo dos edifícios sem afastamentos lateral e frontal, e com isso, reafirmando a ideia de linearidade dos espaços dispostos. domaràpraça

plaza de sant eudald Ainda em Ripoll, desta vez na região central da vila, o projeto de requalifica ção da praça de Sant Eudald reconhece as camadas históricas e materiais lo cal ao respeitar as características da região e propor uma nova relação entre espaço e uso comercial no enfatizar de tal logradouro como principal praça da Executadoprovíncia.projeto

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ject/urbanization-of-historical-downtowncom/nl/comas-pont-arquitectes-vic/proFONTE:https://www.catalan-architects.

FIGURA31 – Foto aérea

FIGURA32 – Imagem noturna da praça de Sant Eudald

f-historical-downtowncomas-pont-arquitectes-vic/project/urbanization-oFONTE:https://www.catalan-architects.com/nl/

EudaldSant

É disposto de poucos mobiliários de permanência este que tira proveito da revitalização de fachadas no percorrer de toda a praça para a potencialização dos fluxos comerciais e novas instalações institucionais de serviços, garan tindo assim, prática vitalidade à região ao servir de facilitador estratégico da Utilizando-semesma.

Uma segunda pele é utilizada para identificar o perímetro da antiga igreja ali existente, demolida durante a guerra civil espanhola, e que se encontra representada na paginação do piso para a praça, marcando assim sua histo Talricidade.elemento

FIGURA33 – Comunicação comercial em Plaza Gran

de Comas-Pont Arquitectes em 2009, parte da intenção de se reativar o uso térreo e seus caminhos pedestres ali culminantes de tal espaço vazio. Proporcionando amplo espaço livre em prol da versatilidade.

ject/urbanization-of-historical-downtowncom/nl/comas-pont-arquitectes-vic/proFONTE:https://www.catalan-architects.

colina sagrada do senhor do bonfim A requalificação urbana e paisagística da Colina Sagrada do Senhor do Bon fim envolveu o redesenho de uma das mais importantes áreas da cidade de Salvador-BA. Ela é composta por três praças: Praça Teodósio Rodrigues de Faria, Largo do Bonfim e Praça Eusébio de Matos, totalizando 36.050,00m² de intervenção. Entre os usos determinados pelo caráter devocional e cul tural do público visitante e os usos comerciais, de serviços e lazer propos tos, fora potencializado o caráter simbólico da igreja sobre seu entorno ao reforçar o eixo Largo/Catedral, definindo por uma linha imaginária que ao perpassar praça e igreja longitudinalmente, cria-se uma continuidade por sugerir a importância da edificação sobre as demais, unificando o conjunto Oarquitetônico.trabalhoelaborado pelo escritório Sotero Arquitetos em 2019 notabilizou -se pela alta complexidade de ações que englobam da pequena à grande es cala, de desenho de mobiliário urbano à redefinição de infraestrutura viária e paisagística do sítio. A premissa do projeto foi de valorização da experiên cia do pedestre em detrimento do automóvel com redefinição de todo siste ma viário e resgate de aspectos simbólicos importantes desse sítio religioso. mar à mar48

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FIGURA35 – Bares e restaurantes na colina

FIGURA36 – Relação de níveis ficacao-da-colina-do-senhor-do-bonfim-sotero-arquitetosFONTE:https://www.archdaily.com.br/br/935579/requali

FIGURA37 – Vista aérea de implantação de projeto de requalificação -bonfim-sotero-arquitetosFONTE:https://www.archdaily.com.br/br/935579/requalificacao-da-colina-do-senhor-do

cacao-da-colina-do-senhor-do-bonfim-sotero-arquitetosFONTE:https://www.archdaily.com.br/br/935579/requalifi

FIGURA34 – Igreja do Senhor do Bonfim FONTE:https://www.archdaily.com.br/br/935579/requalificacao-da-colina-do-senhor-do-bonfim-sotero-arquitetos

praçapraçadaao

cais do sodré Durante anos numa das mais desvalorizadas áreas de Lisboa, o projeto de requalificação do eixo Cais do Sodré e Corpo Santo em diálogo com o bairro Santos, demonstra categoricamente as corretas maneiras de se tirar proveito dessas grandes áreas atracadoras. Como outrora, capazes de movimentar o comércio e passeio local numa estratégia de reaproximação da cidade com o Inauguradorio. pelo estúdio Bruno Soares Arquitectos em 2017, este que se situa entre o Largo de São Paulo e o mirante de Santa Catarina, faz jus a seu pas sado histórico se tornando um dos grandes polos gastronômicos da cidade. Movimentando bares, clubes e restaurantes ao redor de um projeto de novo fluxo viário, sua repaginação e desobstrução arquitetônica juntamente a um programa de permeabilização cultural e de lazer, converge patrimônio histó rico e inovações tecnológicas em prol do uso público deste espaço de praça numa efervescente renovação de moradores e turistas, trazendo novos olha res sobre a área. domarà dapraçapraça ao mar 49 A obra, inserida em área tombada pelo IPHAN desde 1983, apresenta uma gama bastante ampla de equipamentos. Entre redesenhos e novas propostas pode-se destacar: Capela da água benta, capela das velas, espaço para cele brações campais, redefinição das áreas de estar e permanência, dentre elas o chafariz central da praça, palco, área de bares e restaurantes, novo estacio namento, parque infantil, rampas de acessibilidade universal, reordenamen to do tráfego de taxi, bicicleta, ônibus de turismo, transporte público, bem como transporte individual.

FIGURA38 – Vista aérea Cais do Sodré FONTE:https://sintranoticias.pt/2017/03/15/obras-acabam-no-cais-do-sodre-dia-festa/

reativa relação da praça para com o mar numa proposta de se abrir em novos arquitetônicospatrimôniosenaltecendousos,seus modifica arranjo viário em prol incentivandopermeabilizaçãodanapraça,suapermanênciaetrazendonovosfrequentadores ressignificaratrairrevolucionaregiãodemaneiraanovospúblicoseseupatrimôniohistórico-cultural

na intenção queprolmarreaproximardeecidade,avançaemdaescalahumanaestapossibilitamelhoresacessosamesma cais de contemplativos;usoscentrosculturais;praçapública;comércioeserviçolocal;malhacicloviária

Assim, parte-se das premissas vistas anteriormente, para a elaboração de um diagnóstico local que venha corroborar com essas antevisões onde pretende -se o desenvolvimento cruzado de ações personalizadas e experiências exito sas onde se possa ressignificar a relação da região para com a arte ao trazer novos olhares para a mesma, de maneira a romper com uma linguagem esté tica padronizada, unindo modernidade e tradição aos usos contemporâneos e ao entendimento de suas reais necessidades, bem como um novo olhar frente aos usos centrais da região, ressignificando sua importância para o público local e visitante da área. domaràpraça 51 ocupa miolo de permeandoquadradiferentesedifíciosaoabrir-seadiferentesfachadas galerias; salas de música e dança; teatrorestaurantes;cafés;eáreascomunsdeconvivência

potencializandoculturalcontextoentendedaregiãoaeenaltecepatrimôniohistóricoexistenteaopreservá-lo libera passeios e deacessosinterligandonocaminhosinteriordaquadraruasepermeandodentroseucomplexo comaressignificarelaçãodaregiãoparaaarteaotrazernovosolharesparaamesma criarribeirinharessignificafrenteaocaminhosparacomointeriordobairroempropostadearejaracomposiçãourbana cafés; depública;praçasalasexposição;teatromunicipal;travessiaempassarelaelevada faz leiturasóbriasobre a cultura regional e a utiliza de modo a contemporâneasprojetarmaneirasdeasubverter desenvolve nova relação para com o rio Ter ao liberar seu uso térreo, doandose à cidade e seusfluxosnovos de maneira a romper com a modernidade,estética,linguagemunetradiçãoeusosaoentendernecessidades faz localcaminhávelaperanteleituraamplamalhaepropõeinterlocuçõesentreasmesmas praça administrativos;centrospública;usoslivres;inserçãodecomércioeserviçoslocais utiliza-se tambémmaterialidadedalocalaopriorizarsuaarquiteturahistórica,marcandoaigrejavezexistente centralimportânciaentendedapraçaaodesobstruirseusfluxoseliberarpasseioemmeiodequadra traz olharmodernofrenteaosusoscentraisdaregião,ressignificandoaimportânciadamesma torná-loirregulardiferentesentendeníveisemterrenoaofluidoecaminhável praça serviçosinserçãopública;decomércioelocais;cantosdecontemplação;espraiadaseplatôs prioriza culturalhistórico-cargaaoagirdemaneiraapotencializá-lasemtentarsesobreporàmesma ao usoscomtrabalhardiferentesplatôs,requalificamalhaviáriaasimplificandoemprodosepasseios novaentregarelaçãoparacomosusosalipré-existentes,amelhorcapacitandoparatal

FIGURA41 – Imagem de satélite da área de estudo FONTE: Google Earth Pro. Satélite: DigitalGlobe

análise44. CARACTERIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO......................................52 4.1 CARACTERIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO................................54 4.2 SÍNTESE DE DIAGNÓTCO......................................................67 4.3 MAPA DE ESTRATÉGIAS.........................................................72 análise

A caracterização investigativa e diagnóstico da Área de Estudo e seus entornos imediatos apresenta uma análise da morfologia urbana; sua legislação local vigente; do uso e ocupação do solo; do sistema viário e meios de circulação; das potencialidades de usos e funções; do gabarito edificado; da paisagem cultural e da semiótica do ambiente urbano no recorte deli Amitado.delimitação do recorte, por sua vez, foi concebida a partir de um raio de aproximadamente 300 metros do centro da Praça Oito de Setembro, buscando compreender as influências dire tas sobre Área de Projeto no contexto do usuário caminhante na região do Centro de Vitória.

Os dados da pesquisa surgem em apoio e suporte às análises da caracterização que se segue. Mais informações podem ser conferidas no questionário e tabulação da amostra disponível no apêndice desta pesquisa. Sistema Viário Solo

dapraçaaomar54 MAPA 01 –

x Uso do

Os dados desta caracterização foram cruzados e analisados em conjunto com a pesquisa et nográfica realizada por meio de formulário digital durante o primeiro semestre do ano de 2021, envolvendo moradores da Grande Vitória e região do Centro da cidade; reunindo di ferentes setores sociais, classes, gêneros e faixas etárias, em função de absorver, com mais precisão, as percepções do usuário perante a Praça Oito de Setembro e sua inserção meio ao ambiente urbano.

De maneira a conectar regiões extremas da cidade, a Avenida Jerônimo Monteiro, Getúlio Vargas e Governador Bley funcionam como vias arteriais da cidade de Vitória, sendo responsáveis por um intenso volume de fluxos de automóveis e transportes públicos. Em uma importante estrutura de dis tribuição de pontos de ônibus, ao interligar bairros e municípios, protagoni zam assim, as demandas rodoviárias no Centro da cidade estas que perpas sam a Área de Estudo.

domarà dapraçapraça ao mar 55 4.1 caracterização e diagnóstico 4.1.1 morfologia

Para além, em um traçado irregular, o restante da malha viária observada demostra adaptações às incongruências de terreno encontradas no passado, e de maneira a reorganizar tal espaço, compõem trajetos, becos, pracetas, es cadarias, ruas de pedestres e ladeiras espraiadas no miolo central do bairro, em adjacência a extremidade costeira da Área de Estudo .

O espaço territorial da Praça 8 de Setembro, data do início da ocupação inicial da ilha. Atualmente, é definida pelo Plano Diretor Urbano de Vitória (PDU) como praça de uso público considerando a área calçada em pedras portuguesas ao redor do Monumento do Relógio. Entre a Avenida Jerônimo Monteiro e a Avenida Governador Bley, encontra-se esta que está configura da em aproximadamente 2.000 metros quadrados de área. Sua gênese é proveniente da ocupação no período colonial e sua evolução, onde a área está caracterizada por seu traçado composto meio a uma aden sada malha urbana, por vez consequente de declividades, relevos e irregula ridades de terrenos e loteamentos típicos das vilas litorâneas de ocupação na América portuguesa. Também como retratada no segundo capítulo e obser vado no mapa da página anterior, é produto direto dos processos de aterros portuários e suas necessárias reconfigurações viárias meio os tradicionais e estreitos arruamentos antes existentes.

Em meio a esse contexto, na implicação de um processo alheio à sua con templação e enaltecimento, a Praça Oito de Setembro encontra-se (por

Oriunda desta ocupação orgânica ao longo de uma orla irregular, mescla diferentes temporalidades históricas e feições à região, apresentando para além, o encontro com ortogonalidades e amplitudes viárias propostas em remanejamentos urbanos no decorrer de suas reurbanizações. Sendo princi palmente identificadas nas avenidas à beira-mar, este dinamismo viário, ao entorno imediato da Praça, fruto das necessidades encontradas com o rodo viarismo e o processo de popularização do veículo automotor. Contudo, a Área de Estudo apresenta-se como fiel retrato de um longo pro cesso de desenvolvimento urbano e, em suas camadas, revela o passado e atualidade em contato, nas suas eventuais divergências e contrastes. 4.1.2 sistema viário

ser instalado frente à praça o ponto de ônibus ali exis tente entre as casas de comércio, consolida-se tal leitura, e acaba por simbo lizar esta nova degradante relação para com seus anteriores usos. Onde para além, indicado por 75% dos entrevistados, há intensa sensação de poluição sonora no local, decorrente do volume de trânsito e seus barulhos. Assim, do ponto de vista dos seus usos e questões viárias, a praça encontra -se neste estado de subutilização e mal aproveitamento pelos moradores e usuários da Região da Grande Vitória, consequência de uma má distribuição viária e falta de uma melhor logística de fluxos; incapacitando, desta forma, a interlocução desta para com seu público e deste para com a densidade his tórica do local.

Meios alternativos (bicicleta; skate; patins; etc.)

Transporte individual (carro; motocicleta; etc.)

as relações dos entrevista dos para com a praça, 45% deles apontam que seu envolvimento é apenas de passagem, transitório ou nulo, e 76% da totalidade de res postas indica que sua abordagem ao chegar à praça é por meio des tas vias e seus sistemas de trans porte (privado ou coletivo), sendo 75% destes, advindos da Avenida Jerônimo Paralelamente,Monteiro.após

distintos motivos discorridos no segundo capítulo) encurralada entre es tas duas grandes avenidas (Av. Jerônimo Monteiro e Av. Governador Bley), onde configuram não apenas barreiras físicas para com aquilo que a fizera ser grande ponto de convergência, agora distante do mar e do porto e, por outro lado, os estabelecimentos comerciais em diferentes tipologias e estilos de épocas. Tais elementos acabaram por inativar a praça como espaço de vivência, tornando-a mero espaço de passagem e cenário por quem ali tenha que Comotransitar.aponta alguns resultados da pesquisa etnográfica, realizada em função deste estudo, ao abran ger residentes e não residentes da região do Centro de Vitória, entre diferentes faixas etárias e grupos sociais, nota-se como a relação da população para com a praça emol dura-se em função das condições impostas por seu sistema viário e seus conseguintes meios de inter locução para com o caminhante próximo, seus limitados interesses comerciais e seus alcances imedia Dentretos.

Não obstante, vale ressaltar que lado a lado aos muros do Porto de Vitória, identifica-se um rudimento de malha ciclo viária instalada desde a Aveni da Beira-Mar (Av. Mal. Mascarenhas de Moraes), que abrange grande parte do litoral da cidade, que se encontra ali, juntamente perpassante a intenso do mar à praçapraçadaaomar56 Sim, sou morador da região Sim, à trabalho, por conta do comércio ou a lazer Apenas de passagem NãoNuncatenho certeza...

Como você chega a este local?

Através de transporteCaminhandopúblico

Viagens particulares (taxi e/ou aplicativos)

domarà dapraçapraça ao mar 57 fluxo de caminhantes e praticantes de atividades físicas, em todos os dias da semana; ambos usos nulamente apropriados pela praça, vez isolada pela confluência da Avenida Governador Bley. 4.1.3 uso do solo Protagonizado pelo comércio da Avenida Jerônimo Monteiro, este uso ca racteriza-se como maioria na região da Área de Estudo juntamente aos usos mistos, que por sua vez, apresentam-se muito em função das próprias casas comerciais e ainda algumas residências conjugadas, provenientes do modelo dos sobrados do período colonial, seguidos pelos usos Institucionais e de Serviço. O Centro de Vitória, mais especificamente na Área de Estudo em questão, está marcado por ser esta região de Uso do Solo cívico e democráti co, onde a demanda histórica e sua condição como centro metropolitano, o fazem tal espaço em função da cidade.

Entre edifícios governamentais como o Palácio Anchieta, referenciais eu carísticos como a Catedral Metropolitana (ambos símbolos da arquitetura e patrimônio históricos capixabas), alamedas a céu aberto de comércios de vestuários e utilidades domésticas, agências bancárias, edifícios comerciais e de serviços, compõe-se tal cenário de tamanha diversidade e utilidade ur bana.

FIGURA44 – Relação do tráfego frente a praça FONTE: Acervo do autor

Frente à Praça, observa-se como as antigas casas comerciais, instaladas em sobrados ora ecléticos, mas de arcabouços coloniais e neoclássicos, se man tém como atividade comercial, reforçando o caráter da região. Para além, 45% dos entrevistados levam este setor em consideração como Praça Oito de Setembro, não restringindo-se apenas ao calçamento em torno do monu mento do relógio, mas sim toda a massa comercial ao seu redor.

FONTE: Acervo do autor

do mar à praçapraçadaaomar Edifício Magazine

Segundo o PDU, os usos encontrados na Área de Estudo estão adequados conforme a legislação vigente pois, de acordo com a Lei 6.705 que institui o plano diretor urbano, as atividades estão compatíveis com as estabelecidas para o local.

FIGURA4558 –

Helal

FONTE: Acervo do autor FIGURA47 – Visual da praça a partir da Escadaria Maria Ortiz FONTE: Acervo do autor 4.1.4 potencialidades de usos e funções

FIGURA46 – Edifício Banco de Londres

Para enaltecimento de sua relevância frente ao passar do tempo como im portante logradouro urbano, protagonista de gerações e períodos históricos, é cabido reiterar a praça Oito de Setembro como “Lugar de Memória” ou “Sítio de Consciência”.

Essa memória pode ser despertada através de lugares, edificações e de mo numentos que, em sua materialidade, são capazes de fazer rememorar a for ma de vida daqueles que no passado deles se utilizaram. Cada edificação, portanto, carrega em si não apenas a matéria de que é composto, mas todo um coletivo de significados e experiências nele vivenciados. Como definido por Pierre Nora, em Entre Memória e História: “...É material por seu conteúdo demográfi co; funcional por hipótese, pois garante ao mesmo tempo a cristalização da lembrança e sua transmissão; mas simbólica por defi nição visto que caracteriza por um acon tecimento ou uma experiência vivida por pequeno número uma maioria que deles não participou.” (NORA, 1993).

doMapa–FIGURA48PatrimônioeBensde VitóriadeProteção VitóriadePDUFONTE:

60 se

do mar à praçapraçadaaomar atentados à relação destes possíveis públicos para com os

12questãoResultado–FIGURA56 eelabordaoOnlineGoogleQuestionárioFONTE: autorpeloadaptado

à

61

Consequentemente, tais funções e caracterizações podem ser integralmente relacionadas para com os Armazéns do Porto de Vitória e sua recente rea bertura para o mar (demolição do antigo anexo) em função de se comunicar e estruturar tais esforços, retomando atividades de lazer e vida noturna vez já Parapraticados.além,aRua

Nestor Gomes, intrinsicamente ligada à história da praça, possui em sua extensão vinte e três empreendimentos voltados para a Eco nomia Criativa onde, juntos, formam o Corredor Criativo Nestor Gomes (sinalizado no mapa 01); cujo coletivo tem como meta a valorização da cul tura local.

Apenas 28% da amostra indicam haver algum conhecimento ou entendi mento frente à Praça Oito de Setembro e seu passado.

FIGURA57 – Fachadas de casas comerciais frente a praça FONTE: Acervo do autor domardapraçapraça ao mar

Qual sua relação com as festivida des/eventos que ocorrem na praça? Procuro prestigiar sempre queNenhumapossível Fui uma vez, se não me engano Não perco um sequer!

4.1.5 gabarito

Marcado predominantemente por edificações de 1 a 4 pavimentos, a região da Área de Estudo é caracterizada por sua ocupação primitiva, desde o perí odo colonial, em assentamentos de topografia irregular. Com exceção da re gião dos aterros a partir da Av. Jerônimo Monteiro em direção à faixa portuá ria que, por sua vez, possuem edifícios que podem chegar até 20 pavimentos. Como observado no mapa 02, esta faixa ortogonal de edifícios mais altos às margens da centralidade histórica, opera como consequência dos avanços e desenvolvimentos urbanísticos na cidade de Vitória, e acabam por destoar do padrão de gabaritos prévios ao tentar suprir as demandas metropolitanas ali requeridas a partir da década de 1950, abrigando instituições públicas e privadas no decorrer de toda a Av. beira-mar.

MAPA 02 – Gabarito x Paisagem Cultural x Semiótica x Funcional Pasiagístico

Nota-se que a maior parcela da Área de Estudo é consideravelmente ocupada, em um alto nível de adensamento, porém, relativamente pouco verticalizada.

dapraçaaomar62

Onde hoje escondida e ofuscada pela verticalização dos edifícios, a relação entre morro e mar era fundamental característica na concepção do termo colonial “cidade presépio”1 como atributo à morfologia da cidade de vitória e símbolo da Praça Oito de Setembro como este respiro contemplador meio as Comoedificações.decorrido no capítulo 02, não apenas a proximidade com o mar e suas atividades acabaram se distanciando da praça, mas a constante presença do visual do Morro da Fonte Grande tornara-se um destes elementos a serem perdidos com o passar dos anos. Onde vez imponente e por horas acolhedor, passou a torna-se distante percepção de quem por ali hoje passa.

domarà dapraçapraça ao mar 63

Referente a área de entorno imediato da praça, dois são os principais agentes desta percepção, sendo eles os edifícios do Banco Banestes, cuja localização se dá em área renovada por três vezes ao longo do século XX, até a solução atual, e também, o Edifício que abriga Sede da Claro em Vitória, que ocupa a localização do antigo palacete da Alfândega de Vitória. Ambos situados nas laterais da praça, e coadjuvantes responsáveis pela mudança em sua percep ção perante o contexto da cidade e as sensações transpassadas ao pedestre usuário desta. 4.1.6 paisagem cultural

1

O epíteto “Cidade Presépio” a Vitória foi consagrado pelo escritor Aerobaldo Lelis Horta, em poema publicado em 1951, na revista Vida Capichaba, mas outros autores como Almeida Cousin, em 1930, e Teixeira Leite também em 1930, já fizeram referências a Vitó ria como “Cidade Presépio”, (TATAGIBA, José. Vitória Cidade Presépio. Vitória: Multipli cidade, 2005, p.06).

eleiçõespelasComício–FIGURA59 (1984)JáDiretas MagnagoJ.A.eLoyolaGildoFONTE:

ao

Dito isso, de maneira a justificar e permear estas imagens que os cercam, o Centro de Vitória demonstra como tais elementos são capazes de vincu lar significado, relação e tradição para com sua população no tecer de seu patrimônio imaterial. Onde de modo a reunir diferentes ocorrências histó ricas na comunidade e natureza local, dão substantiva forma a estes conteú dos pessoais e sociais, enaltecendo seu valor afetivo e efetivo dentro de uma extensa gama comportamental carregadas de seus conjuntos de imagem e Entreidentidade.capelas, praças, igrejas, fortes, escadarias, teatros e monumentos his tóricos, o Centro possui inúmeros marcos materiais capazes de compor este cenário, como observa-se no mapa 02. Formando em sua totalidade, 51 pon tos turísticos e culturais de acordo com a Prefeitura Municipal de Vitória, onde dentre esses, 27% se encontram na área de estudo, se destacando: a Ca tedral Metropolitana; o Teatro Sesc Glória; o Palácio Anchieta; a Escadaria Maria Ortiz; praças Costa Pereira e Oito de Setembro; e o Galpão 05 do Por to de Vitória. Todos estes, importantes marcos histórico-culturais da região.

Para além, comprovando a força sim bólica destes monumentos, 86% dos entrevistados apontam o monumen to do relógio1 como sintetizador deste imaginário popular na ideia de Pra ça Oito de Setembro como ponto de lembrança imagética. Assim também, vezes justificado por sua relevância no contexto e morfologia da cidade, é lembrado no questionário como ponto de marcantes manifestações populares. Onde por sua proximidade para com o Palácio Anchieta, operara inúmeras vezes como ponto estratégico destas aglomerações, retificando tal posicio namento e caráter cívico através de sua história.

Segundo Maurice Halbwachs, em A Memória Coletiva: “...a apropriação de um espaço ocorre quando os pensamentos e ações do grupo social envolvido se vinculam às imagens exteriores, ou seja, quando há a consolida ção dos hábitos dos indivíduos à materiali dade que os cerca.” (HALBWACHS, 2013).

4.1.7 semiótica do ambiente urbano

A Área de Estudo e o Centro de Vitória de uma maneira geral, apresentam -se como direto reflexo de uma reestruturação frente as decorrências de um desenvolvimento apressado e mal planejado, no qual, onde após transforma 1 Inaugurado em 1942, este que é tombado patrimônio histórico e cultural do Espírito Santo, badalava os 7 acordes do hino estadual a cada hora marcada e configura um dos mairoes símbolos de sua cidade. do mar à praçapraçadamar64

Pois é a partir desse cenário que o centro se molda e, onde inserido dentro de um contexto de tamanha riqueza cultural e histórica, mostra-se capaz de manter os componentes de uma cidade democrática, generosamente dis tribuída e permanentemente cultural. No sentido mais puro da palavra, o Centro é, assim, detentor simbólico da efervescência cultural do estado do Espírito Santo que, por vezes, negligência suas origens e passado de maneira a não os valorizar.

FIGURA60 – Relação praça e nova morfologia FONTE: Acervo do autor

ções de públicos e usos desde tempos primordiais, apresenta sua resiliente arquitetura como retrato das mudanças no decorrer do tempo. Ao contar o passar dessa história, demonstra cronologicamente, por ruas e esquinas, suas diferentes abordagens e estilos arquitetônicos frente aos ideais e adaptações, ornados pela necessidade e dever de se constituir este centro administrativo capaz de suprir os avanços metropolitanos. Assim, tais fatores influenciam diretamente para a compreensão e análise semiótica do ambiente em questão. Ao apresentar alguns conceitos trabalha dos por Elaine Kohlsdorf em “Apreensão da Forma da Cidade” (1996), a pes quisa indica que cerca de 50% dos entrevistados perante a Área de Estudo percebem a questão do Realce, Direcionamento e Emolduramento – temas de apreensão da forma da cidade, segundo a autora, frente ao Monumento do Relógio e sua composição ao centro da praça paralelamente à sensação de Envolvimento e Alargamento – outros temas relacionados pela autora, para com a tipologia presenciada em seu entorno.

Demonstrando as qualidades conquistadas na elaboração desta área aberta, hoje permanentemente importante, como lugar de embrionária importância e relevância no contexto cívico e urbano, possibilitando o contato para com demandas de outrora e propondo respiros meio a cidade. Não diferente, os resultados da pesquisa demonstram como a percepção de quem passa pela Área de Projeto permeiam as sensações de nostalgia, tranquilidade, alívio e calma. Todas essas, qualidades de um espaço único e primordial.

domarà dapraçapraça ao mar 65

do

obstante, vale ressaltar que em detrimento das atuais condições locais na Área de Projeto, apesar da compreensão de suas qualidades, é observado como consequência do esvaziamento e abandono, as sensações de medo e insegurança por grande parte dos voluntários deste levantamento realizado, como pode se observar no apêndice deste trabalho. Apontadas como um dos principais problemas da praça, durante o processo fora descrito como o isolamento deste espaço para com as áreas mais movi mentadas (principalmente em períodos noturnos) podem gerar esta condi ção de vulnerabilidade e consequente inibir de quem por ali passa. mar

FIGURA61 – Análise sobre compilação de imagens FONTE: Google mapsNão

à praçapraçadaaomar66

4.2.1 o remanejamento do sistema viário

2. Incentivar as atividades que favoreçam ao pertencimento e a perma nência no lugar;

4. Incentivar as atividades de cultura e entretenimento visando múlti plos turnos de ocupação;

3. Promover o estudo, restauro e requalificação de uso dos bens cultu rais de maior densidade, promovendo ainda sua relação com a imate rialidade dos comportamentos que permitirão reabilitar o protagonis mo da área;

5. Valorizar as atividades comerciais e residenciais de forma a difundir a permanência e não apenas a passagem pela área. Abrangendo assim, a partir dessas cinco diretrizes, a distribuição de ações e estratégias pontuais em prol da consolidação e viabilização de um desenho que venha atingir os objetivos da Diretriz macro. A seguir desenvolve-se mais complementarmente a visão dessas diretrizes e suas ações necessárias ao redesenho da área, concluindo em seu Mapa de Estratégias.

Como apontado durante grande parte da pesquisa, percebe-se como as novas relações entre a praça e as avenidas que a cercam são fundamentais fatores para a condição de passagem do local em questão. Para além, fora observado também a complexidade de tais intervenções ao tratar-se de vias arteriais da cidade de Vitória, percebendo-se, portanto, a condição prematura de tais materializações e a intenção da as amadurecerem durante desenvolvimento e aprofundamento da pesquisa.

domarà dapraçapraça ao mar 67 4.2 síntese do diagnóstico Sintetizando-se, portanto, a partir da caracterização efetuada sobre a área de estudo, o cruzamento de seus dados para com a pesquisa etnográfica reali zada em prol deste entendimento (apreciada integralmente em apêndice) e os levantamentos e estudos de caso no capítulo 03; foi possível traçar uma estratégia de diretrizes e ações, agora mais bem fundamentadas e aqui dis corridas, em função da consecução do projeto “Do mar à praça, da praça ao mar” iniciando-se com uma Diretriz Macro que trata da reabilitação do pro tagonismo daquele espaço para a cidade no reencontro com suas atividades originais como agentes desse novo dinamismo a ser recuperado. Contudo, como proposta de intervenção pressupõe-se a requalificação, uma vez que não é desejada a recriação de um cenário de época, sim a adequação desse lugar ao seu tempo presente e mesmo futuro, sem prejuízo de suas referências históricas fundamentais. Observa-se assim, para o contexto de Vitória, algumas questões primordiais ao entender-se como diretrizes, vis lumbradas não apenas pelo diagnóstico aplicado, mas como pelas respostas angariadas frente ao público e usuário deste espaço. Seriam elas:

1. Remanejar o sistema viário local;

• Requalificação das vias de passagem que interligam a Praça à Cidade Alta, dentro de uma nova motivação e integrada, por sua vez, junto da proposta do complexo da Praça Oito de Setembro;

• Redesenho das vias da Av. Jerônimo Monteiro visando regular a pas sagem e velocidade dos transportes coletivos com vistas, ainda, de não prejudicar o movimento comercial.

• Estudo de possíveis fluxos alternativos em eventos sazonais e finais de semana, prevendo a interdição da Área de Projeto como grande com plexo de atividades de entretenimento e lazer.

• Requalificação de usos de alguns bens culturais da área, notadamente o Edifício Panamericano e do Banco de Londres, importantes marcos referenciais na paisagem local, com vistas a estabelecer usos âncoras para o desenvolvimento e reabilitação do protagonismo da área.

4.2.2 o incentivo a atividades de pertencimento e permanência Ao avaliar as condições históricas deste espaço, percebera-se como tais va lores de identidade e permanência de ocupação da praça e seus entornos foram sendo perdidos no decorrer do tempo.

•Setembro;Priorização dos passeios e contemplações meio ao complexo cultural Praça Oito de Setembro, visando diversificar seus usos e públicos;

do mar à praçapraçadaaomar68 Dito isso, são traçadas as seguintes preliminares ações:

• Implantação de um “mergulhão” na confluência das Avenidas Getú lio Vargas e Mal. Mascarenhas de Moraes, viabilizando a continuidade do passeio entre a Praça Oito de Setembro e a calçada oposta rumo ao encontro da praça com o mar, por meio da reabertura do espaço entre os galpões 4 e 5 da CODESA;

Não apenas visto como de suma importância para a justificativa desta in tervenção, mas como uma maneira de se reativar a memória e relação local para com seu uso, são traçadas tais ações:

• Desvio do trânsito de veículos particulares da Av. Jerônimo Monteiro para a Av. Princesa Isabel com a confluência da Av. Gov. Bley. Onde esta se conectará ao novo sistema viário subterrâneo.

• Extensão do desenho da praça até a área do anexo portuário demoli do, possibilitando o contato imediato para com os galpões do Porto de Vitória, sua malha ciclo viária e, principalmente a visual do mar com a baía de Vitória ao fundo;

• Nova proposta de organização paisagística e de uso dos pisos e pavi

• Criação de um novo espaço aberto para a cidade entre os galpões 04

• Nova proposta de travessias e sistemas de “trafic calm” entre a Praça 8 e a sua continuidade que dá acesso à Cidade Alta.

• Reabilitação e/ou requalificações de uso em diferentes imóveis para abrigar atividades alternativas de habitação coletiva.

•mentos;Padronização de mobiliários fixos e modulares ao entorno de esta belecimentos comerciais, tais como bares e restaurantes, prevendo seu espraiamento em direção as passagens laterais das casas comerciais e ao espaço hoje consolidado no imaginário coletivo como Praça Oito de

• Restauro das edificações históricas do Edifício Pan-americano e Ban co de Londres em prol do abrigo de novos usos e da melhoria dos as pectos semióticos a estes relacionados, readequando suas estéticas e soluções arquitetônicas originais, reforçando seu valor e características programa de parceiras entre o poder público e a ini ciativa privada de forma a promover a restauração de fachadas dos es tabelecimentos situados no interstício dos dois edifícios supracitados;

domarà dapraçapraça ao mar 69 e 05 de maneira a consolidar-se como núcleo deste novo polo de entre •tenimento.Criaçãode uma nova praça-mar, reabilitando o eixo histórico local, com uma nova configuração e desenho no interstício dos galpões 4 e 5 da CODESA, como retorno à origem histórica e consolidação deste espaço como um ponto embrionário do desenvolvimento do Centro e da cidade de Vitória 4.2.3 o estudo de restauro material e imaterial em seu enaltecimento com sítio hisórico-cultural da cidade Não obstante, salienta-se a necessidade da restauração sobre a matéria que compõe a área de projeto. Dessa forma a manutenção e conservação destes edifícios e monumentos históricos e da sua consequente relação para com a população local e sua memória afetiva, permitirão o câmbio da sensação de abandono passada por esses edifícios e a praça em si, além do desconheci mento da história e passado local, consolidando assim, as seguintes propos tas:

• Desenvolver estudo cromático para a área visando proporcionar uma ambiência satisfatória ao compromisso da permanência do público no

• Implantação de Mupis1 com o desenvolvimento de infográficos e ilustrações à céu aberto, em linha temporal, que permeie as passagens e permanências, celebrando e contando a história e importância local em um trabalho de educação para o patrimônio;

• Restauro do monumento do relógio da Praça Oito, com a reconstitui ção de seus mecanismos musicais, recolocando em prática o soar dos primeiros sete acordes do hino espírito-santense;

•arquitetônicas;Criaçãodeum

•lugar;Elaboração de comunicação visual e sinalização didática com lingua gem iconográfica própria ao longo do percurso Praça Oito de Setembro, buscando sinalizar e identificar simbolicamente os pontos e atividades ali sediadas dentro de uma identidade estética;

• Substituição de toda a rede de fiação aérea pelo sistema enterrado, adequando postes, transformadores e padrões de entrada.

4.2.4 o incentivo a atividades de cultura e lazer de uso noturno 1 marca registada francesa, de Mobilier Urbain pour l’Information, mobiliário urbano para a informação

• Polo gastronômico PG02 com restaurantes de padrão internacional à beira-mar ocupando o galpão 04 da CODESA na faixa fronteira com a baía de Vitória junto ao cais do Porto, incentivando o público familiar à uma zona de privilégio com espaço reservado, porém ainda integran do-os ao complexo proposto;

• Abertura de um Centro Cultural Correios com abertura para exposi ções e visitações em sua sede;

Consequentemente, ao entender as questões de uso do solo local pertinentes aos edifícios que rodeiam a praça e como os mesmos hoje operam, foram traçadas estratégias de não apenas readequar os usos comerciais praticados, mas como também suas tipologias e finalidades. Onde de maneira a revisar a relação atual da região para com sua população, procura subterfúgios para se promover a moradia e o adensamento demográfico residencial na região, onde se observados no mapa 01, são hoje inexistentes. Serão, portanto, tais ações:

• Polo gastronômico PG01 com bares e cafés, remetendo ao antigo fe nômeno cultural atrelado ao comercio e transbordo do café naquela área portuária, ocupando de forma mais dinâmica as lojas e sobrados ecléticos, mesclando este uso diurno e noturno para com a presença de um público de perfil alternativo, restaurando a tipologia e, possivel mente, nomes dos estabelecimentos tradicionais locais, tais como o Bar Central, a Casa Flôr de maio, Café Rio Branco, entre outros;

• Retomada do Projeto Estação Porto, no Galpão 05 da CODESA no Porto de Vitória, como casa de eventos, shows e exibições de cinema neste grande ponto de convergência da cidade, integrado desta vez, ao novo contexto da praça e suas atividades.

• Viabilização de palcos modulares para apresentações ao vivo no espa ço da praça de modo a abranger diferentes proporções de eventos, desde músicos de rua à organizações municipais na elaboração de eventos ali já consolidados como o “Viradão Cultural” e o “Carnaval de Vitória”;

do mar à praçapraçadaaomar70 Como relatado nos anteriores capítulos, percebe-se como parte da proposta a necessidade da Área de Projeto passar por esta nova compreensão do espa ço e seus possíveis usos. Assim, de modo a garantir sua vitalidade de públi cos durante diferentes horários e dias da semana, inibindo a tão recorrente sensação de esvaziamento e abandono, tem-se como âncoras de projeto a implantação de um polo gastronômico, espaços de exposição e performan ces culturais, casa de shows e espaços de eventos sazonais, sendo estes:

• Desenvolvimento no edifício da antiga sede do Banco de Londres, mediante parcerias institucionais, do “Farol Cultural Santander”. Este se assemelharia aos Centros Culturais do Banco do Brasil, Correios ou o próprio Santander Cultural, presentes em diversas capitais do Brasil, como casa de exposições de arte, favorecendo artistas capixabas por meio de editais de ocupação; promovendo apresentações e performan ces, ao procurar diversificar e pluralizar usos e atividades teatrais já existentes na região, conectando-os em circuito cultural;

4.2.5 o novo olhar perante usos e funções comerciais e residenciais local

• Avaliação de viabilidade para requalificação do Edifício da Claro (an tiga sede da Embratel) com usos híbridos em seus pavimentos superio res de modo a possibilitar transformações na atual situação demográfi ca local, promovendo a diversidade de usos e públicos na região;

• Utilização de pavimentos comerciais no edifício Rural Bank (Banes tes) na implantação de espaços coworking e atividades de desenvolvi mento econômico e treinamento estratégico às empresas do setor cria tivo local;

FIGURA62 – Visuais em área de estudo FONTE: Acervo do autor

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Estratégias de integração destas atividades culturais em função da economia criativa, interligando atividades hoje praticadas no Corredor Cultural Nestor Gomes, e possibilitando melhor estrutura e propagação das mesmas numa rede unificada de logística e organização;

• Requalificação do edifício Pan-americano - atualmente ocupado pe las Casas Bahia e atividades menores de varejo e serviço - como centro de hospedagem e residências estudantis e artísticas no complexo Praça Oito de Setembro, angariando e concentrando esforços de visitantes e convidados envolvidos com o Corredor Cultural Nestor Gomes, e sua nova rede de Economia Criativa;

• Requalificação das coberturas de ambos os edifícios como rooftops para a implantação de um restaurante de categoria internacional e um bar/lounge visando subestabelecer um ponto de encontro do público local com os possíveis visitantes e turistas na região.

• Realocação das eventuais casas comerciais de varejo para outros pos síveis pontos comerciais, ou subutilizadas atualmente, localizadas ainda na Área de Estudo, em um raio de 300 metros anteriormente estabele cido, visando dirimir possíveis aspectos de gentrificação da área.

• Readequação e aproveitamento dos pavimentos superiores e poste riores das casas comerciais frente à praça em prol da promoção de um novo eixo comercial voltado para a rua Nestor Gomes com a finalidade de promover os materiais desenvolvidos e/ou relacionados para com o complexo da Praça Oito de Setembro;

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fonte de figuras em colagens 27_Acervo26_https://www.behance.net/gallery/30086755/PRINT-TRADITION25(2)_https://sintranoticias.pt/2017/03/15/obras-acabam-no-cais-do-sodre-dia-festa/3Dw203-h100-k-no-pi-0-ya37.203987-ro-0-fo100!7i8000!8i4000?hl=pt-BRcom%2Fp%2FAF1QipOBrExS-A6TYjg2c2Nst7Mb8RmzHj46g07-WKYt%b8RmzHj46g07-WKYt!2e10!3e11!6shttps:%2F%2Flh5.googleusercontent.7.13h,89.75t/data=!3m8!1e1!3m6!1sAF1QipOBrExS-A6TYjg2c2Nst7M25(1)_https://www.google.com/maps/@38.7054679,-9.1412213,3a,75y,2724_https://free-barcelona-tours.com/barcelona-cafes-best/23_https://www.osakastation.com/shopping-in-osaka/24_https://free-barcelona-tours.com/barcelona-cafes-best/21_https://tourb.com.br/sao-paulo/lugares/centros-comerciais/galeria-do-rock/19_https://www.baressp.com.br/baladas/air-rooftop17_https://sanremoimoveis.com.br/property/galpao-cais-do-porto-centro-cod-2366/15_https://www.momondo.com.br/discover/bares-rio-de-janeiro-vivo-no-itaim-bibi14_https://www.baressp.com.br/eventos/boteco-boa-praca-oferece-happy-hour-e-musica-ao13_http://museubrasil.org/pt/museu/santander-cultural-manter-o-otimismo-032110_https://www.agazeta.com.br/artigos/mobilidade-urbana-no-espirito-santo-esta-dificilcessos/9_https://revistaprojeto.com.br/noticias/7-marquises-que-orientam-percursos-e-coroam-alantes-no-martim-moniz-18448436_https://www.publico.pt/2018/09/22/local/noticia/esta-por-dias-a-abertura-das-escadas-ro195167049-Samba_Caffe-Rio_de_Janeiro_State_of_Rio_de_Janeiro.html5_https://www.tripadvisor.com.br/LocationPhotoDirectLink-g303506-d6950212-ita=!3m6!1e1!3m4!1sHytS_0LX21iJdWV6JjhBmA!2e0!7i16384!8i8192?hl=pt-BR4_https://www.google.com/maps/@38.7088318,-9.1315002,3a,75y,64.81h,92.94t/da-espacio-madrid-spain2_https://www.pacadar.com/projects/other-projects/item/underground-car-park-for-torre-sanitarios_25652_102.html1_https://www.metropoliabierta.com/el-pulso-de-la-ciudad/barcelona-aparcamiento-gratisdoAutor ao

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55. 5.75.65.55.45.1.25.1.15.1PROJETO...................................................................................................78MASTERPLAN...................................................................................80SETORCIDADE.............................................................................82SETORPRAÇA...............................................................................86SETORMAR(1)............................................................................................90SETORMAR(2)............................................................................................94MEMORIALDESCRITIVO.........................................................................96CHECKLISTDEPERMEABILIDADEURBANA...................................98 do mar à praçapraçadaaomar78

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A tabela abaixo utilizada para autoanálise e revisão da proposta apresentada foi desenvol vida pela Arquiteta e Urbanista Izabela Ulliana Pelegrini sob a orientação da Professora Dra. Ana Paula Rabello Lyra, em sua pesquisa desenvolvida no âmbito do Mestrado em Arquitetura e Cidade da UVV, concluído em 2020.

aomar104 Check List de permeabilidade urbana:

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domarà dapraçapraça ao mar 109 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tais relações, tão fundamentais na concepção das grandes metrópoles, parecem não somente distantes de seu intuito primário quando subutili zadas, como muitas vezes prejudiciais à saúde física e mental do cidadão.

Onde numa segunda oportunidade, seriam investigados com maior pro ximidade as relações remanescentes da população local com este espaço e seus desejos para com o mesmo. (Reitera-se que o estudo foi desenvolvido durante um período de epidemia global e muito do material de pesquisa desejado não foi possível de ser angariado por questões oriundas da limi tações impostas pela Sars-Cov-2).

Pois ao se debruçar sobre como a nossa sociedade moderna vinha mu dando gradativamente as maneiras de se relacionar para com esse espaço, é que se traçou o desafio de se investigar como essas relações se alteram e quais motivos nos distanciam dos usos e identidades originais das mes mas, galgando uma nova perspectiva na leitura de tal.

Como caso de estudo neste ensaio, a Praça Oito de Setembro é foco aqui de um destrinchamento histórico-analítico que procurou compreender tais razões endêmicas de um fenômeno tão comum nos centros históri cos brasileiros, e propor com isso uma alternativa ao abandonamento e à precarização destes sítios. Agregando e consolidando novas estratégias ao cenário local encontrado atualmente.

Tendo isso em vista, numa auto-análise, creio ter alcançado com o traba lho, um material que é capaz de sintetizar de maneira objetiva e embasada a longa e profunda trajetória deste tão importante logradouro capixaba, buscando ilustrar e contextualizar as pesquisas levantadas junto da elabo ração de materiais gráficos e informativos no auxílio de sua leitura. Tra zendo como desfexo, o ensaio de uma consolidação projetual das mudan ças Paraavaliadas.além,torna-se perceptível como o projeto carece de futuros aprofun damentos teóricos e arquitetônicos na materialização de suas diretrizes.

Sendo assim, “do mar à praça, da praça ao mar” configura o desaguar dos olhares de quem vivenciou este local e, dentro de um cenário de margi nalização do mesmo, cresceu imaginando quais caminhos poderiam aju dá-lo a construir uma nova maneira de se relacionar para com este que não as triviais desconfigurações predatórias de um mercado muitas vezes distoante, e sim, indo em direção aos anseios de uma comunidade que deseja um dia voltar a desfrutar de sua cidade igualitariamente.

Passando, portanto, por um levantamento cronológico e bibiliográfico, o trabalho apresenta as características da região e conduz o leitor aos dife rentes pontos de vista perante as consequências de um projeto de requali ficação urbana em diversas partes do mundo, tentando apontar onde suas intervenções e propostas arquitetônicas se cruzam numa revisão destes materiais Encerrandoacadêmicos.assimnum projeto que almeja traçar uma série de propostas para a poligonal abordada, a fim de absover da mesma aquilo que pudesse acrescentar melhorias às questões fundamentais debatidas como metas a serem aqui alcançadas. Onde ao mesclar comércio, moradia, lazer, entre terimento, cultura, apoio e celebração da arte, desenha-se caminhos de se compor este ambiente democrático e diverso que vai de encontro ao uso plural e saudável do espaço público na cidade.

“A arquitetura é, antes de mais nada, uma questão política.” Diz Paulo Mendes da Rocha ao questionar a função da casa horizontal na metrópole contemporânea (ROCHA, 2014).

A frase acima abre e encerra este projeto que nasce da experiência de quem cresceu no centro da cidade de Vitória e buscou, com o passar dos anos, a ler e entender o ambiente urbano com novos olhares e maneiras de se absorver do mesmo a sua potencialidade final em prol do usuário.

BIBILIOGRÁFRICASREFERÊNCIAS

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do mar à praçapraçadaaomarAPÊNDICE112 Resultado Pesquisa Etnográfica

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