I Congreso Latinoamericano de Ecología Urbana “Desafíos y escenarios de desarrollo para las ciudades latinoamericanas” Junio 2012
Análise da oferta de alimento para fauna urbana através da caracterização da síndrome de dispersão das espécies arbóreas de área verde em São Caetano do Sul/São Paulo/Brazil Armas, Paula Bazotti; Cordeiro, Sonia; Andrade Zampieri, Ricardo; Massanet, Thais; Rodrigues do Prado, Michelly; Santos Roveratt, Dagmar
RESUMO A principal fonte de alimentação para a fauna urbana está presente na vegetação. No ambiente urbano, as árvores produtoras de frutos e sementes comestíveis oferecem alimento a diversas espécies animais, tendo grande potencial para a conservação da biodiversidade. Muitos autores têm proposto a re-vegetação das áreas verdes urbanas com espécies que funcionem como fontes de alimento para a fauna. Já a reprodução de muitas plantas depende da interação com animais polinizadores e/ou dispersores de sementes. É preciso planejar a arborização das áreas verdes urbanas visando a interdependência da fauna local e das espécies vegetais. Para evidenciar a importância das espécies vegetais como fontes potenciais de alimento para a fauna urbana, este projeto identificou,de acordo com a classificação de seus frutos quanto à síndrome de dispersão, as espécies arbóreas do Espaço Verde Chico Mendes, parque localizado no município de São Caetano do Sul/SP/Brasil. A síndrome de dispersão corresponde às adaptações que as plantas apresentam para se espalharem no meio ambiente. Os dados foram utilizados para compor um panorama dos diferentes tipos de espécies vegetais quanto ao seu potencial como fonte de alimento. A observação e identificação das espécies foram feitas de Dezembro/2011 a Março/2012. Os indivíduos foram identificados no nível de espécie; foram determinados os aspectos fenológicos (época de floração e de frutificação). As espécies foram enquadradas em uma das categorias de síndrome de dispersão: anemocoria (dispersão pelo vento), autocoria (autodispersão) e zoocoria (dispersão por animais) e também com relação aos tipos de polinização.Tais dados foram analisados para evidenciar se na área de estudo existe necessidade de intervenções na arborização visando melhorar a quantidade e qualidade de oferta de alimentos para a fauna. Foram identificadas 85 espécies distribuídas em 33 famílias, com maior predominância de espécies das famílias Fabaceae; Myrtaceae; Arecaceae; Moraceae e Bignoniaceae. As espécies com maior número de indivíduos foram: Cinnamomun camphora (L.) J. Presl; Ligustrum lucidum W.T. Aiton; Pinus elliottii Engel.; Ficus benjamina L.; Eugenia uniflora L.. Das espécies identificadas, 52% são zoocóricas, 26% anemocóricas e 15% autocóricas. A maior parte dos indivíduos pertence a espécies exóticas (78%), sendo 8% de espécies nativas brasileiras e 14% de nativas da região. Como 52% das espécies são zoocóricas, podem estar contribuindo significativamente para a permanência de espécies animais na região. Porém, como a maioria é exótica, existe necessidade de se fazer uma re-vegetação com espécies nativas regionais para que possam contribuir para a conservação da fauna original do local. RESUMEN Análisis de la oferta de alimento para fauna urbana, a través de la caracterización del síndrome de dispersión de las especies arbóreas de área verde en São Caetano do Sul/ São Paulo/ Brasil La principal fuente de alimentación para la fauna urbana está en la vegetación. En el ambiente urbano, arbores productoras de frutos y semillas comestibles ofrecen alimento para diversas
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I Congreso Latinoamericano de Ecología Urbana “Desafíos y escenarios de desarrollo para las ciudades latinoamericanas” Junio 2012 especies animales, teniendo gran potencial para la conservación de la biodiversidad. Muchos autores han propuesto a re-vegetación de las áreas verdes urbanas con especies que funcionen como fuentes de alimento para la fauna. Ya la reproducción de muchas plantas depende de la interacción con animales polinizadores y/o dispersores de semillas. Es preciso planear la arborización de las áreas verdes urbanas visando la interdependencia de la fauna local y de las especies vegetales. Para evidenciar la importancia de las especies vegetales como fuentes potenciales de alimento para la fauna urbana, este proyecto identificó, de acuerdo con la clasificación de sus frutos cuanto al síndrome de dispersión, las especies arbóreas del Espacio Verde Chico Mendes, parque localizado en el municipio de São Caetano do Sul/SP/Brasil. El síndrome de dispersión corresponde a las adaptaciones que las plantas presentan para esparcirse en el medio ambiente. Los datos fueron utilizados para componer un panorama de los diferentes tipos de especies vegetales cuanto a su potencial como fuente de alimento. La observación e identificación de las especies fueron hechas de Diciembre/2011 a Marzo/2012. Los individuos fueron identificados en el nivel de especie; fueron determinados los aspectos fenológicos (época de floración y de fructificación). Las especies fueron encuadradas en una de las categorías de síndrome de dispersión: anemócoria (dispersión por el viento), autocoria (auto dispersión) y zoocoria (dispersión por animales). Tales datos fueron analizados para evidenciar si en el área de estudio existe necesidad de intervenciones en la arborización visando mejorar la cantidad y calidad de oferta de alimentos para la fauna. Fueron identificadas 50 especies distribuidas en 16 familias, con mayor predominancia de especies de las familias Fabaceae; Myrtaceae; Arecaceae; Moraceae e Bignoniaceae. Las especies con mayor número de individuos fueron: Cinnamomun camphora (L.) J. Presl; Ligustrum lucidum W.T. Aiton; Pinus elliottii Engel.; Ficus benjamina L.; Eugenia uniflora L.. De las especies identificadas, 52% son zoocóricas, 26% anemocóricas y 15% autocóricas. La mayor parte de los individuos pertenece la especies exóticas (78%), siendo 8% de especies nativas brasileñas y 14% de nativas de la región. Como 52% de las especies son zoocóricas, pueden estar contribuyendo significativamente para la permanencia de especies animales en la región. Sin embargo, como la mayoría es exótica, existe necesidad de hacerse una re-vegetação con especies nativas regionales para que puedan contribuir para la conservación de la fauna original del local.
INTRODUÇÃO O intenso processo de urbanização observado nas últimas décadas tem determinado a degradação, fragmentação e o isolamento de diversos ambientes com grande prejuízo para a biodiversidade. As áreas verdes como parques e jardins tem um grande potencial para a conservação da biodiversidade por oferecerem recursos alimentares, abrigo e condições favoráveis para a sobrevivência de diversos animais que vivem e ocupam o ambiente urbano. Para a fauna urbana, a principal fonte de alimentação está presente na vegetação, que além das próprias folhas, também fornece frutos, sementes, óleos, flores, pólen e néctar que mantêm diversos mamíferos, aves, répteis, anfíbios e insetos. Este fato evidencia a importância das áreas verdes remanescentes nas cidades como refúgio para a fauna e também para a flora nativa. As áreas verdes urbanas favorecem direta ou indiretamente a presença de invertebrados e vertebrados que atraem seus predadores ou dispersores formando a trama alimentar, garantindo o equilíbrio ecológico no ambiente urbano (ALMEIDA et al., 2009). Além disto, as árvores urbanas proporcionam inúmeros benefícios, pois exercem função ambiental, psicológica e ecológica importante para o ambiente urbano e a população humana (BIONDI & ALTHAUS, 2005; ROPPA et al., 2007). Assim, as áreas verdes promovem a integração dos espaços urbanos, possibilitando a continuidade da rede biológica, evitando a perda da biodiversidade e o desconforto ambiental característico dos centros urbanizados sem vegetação adequada. Neste contexto, a presença de espécies vegetais que ofereçam recursos alimentares à fauna é de grande importância para
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I Congreso Latinoamericano de Ecología Urbana “Desafíos y escenarios de desarrollo para las ciudades latinoamericanas” Junio 2012 manter o equilíbrio e a harmonia do ecossistema urbano. Quanto maior a quantidade destas espécies, maior é a disponibilidade de micro ambientes disponíveis à vida neste ambiente. A fragmentação das áreas naturais em função da urbanização trazem consequências muito negativas para as espécies que integram essas ilhas da natureza representadas pelas cidades. Para evitar ou diminuir estas conseqüências, as áreas verdes urbanas podem representar uma estratégia de conectividade aumentando a porosidade dos trechos urbanos, servindo como trampolins ou corredores biológicos entre remanescentes de vegetação natural (AYRES et al., 2005). Tem sido proposto a re-vegetação das áreas verdes urbanas com espécies de plantas hospedeiras potenciais de diversos animais e que forneçam recursos alimentares de modo a incrementar o valor dessas áreas para conservação de diversos grupos faunísticos. Desta forma, é preciso planejar a arborização das áreas verdes urbanas visando a interdependência da fauna local e das espécies vegetais. A falta de planejamento prévio resulta, muitas vezes, na perda da vegetação nativa, uma vez que é muito frequente a introdução de espécies exóticas que podem afetar o equilíbrio ecológico urbano e manutenção das espécies nativas que contribuem para a diversidade da flora e fauna (RIBEIRO& MUNIZ, 2011). Síndrome de dispersão é o termo correspondente às adaptações estruturais que as plantas desenvolvem para ocuparem o meio ambiente. Essas adaptações têm a função de proteger as sementes, além de garantir a dispersão destas em locais apropriados para sua germinação e sobrevivência, promovendo a perpetuação das espécies (VENZKES et al., 2008). A reprodução de muitas plantas depende, essencialmente, da interação com animais polinizadores e/ou dispersores de sementes, uma vez que dependem dos animais para o transporte de pólen ou de sementes (MORELLATO & LEITÃO FILHO,1992). A dependência estreita entre planta e dispersor pode tornar crítico todo o equilíbrio de um sistema uma vez que a remoção de um ou outro pode afetar de modo irreversível o estado de equilíbrio das populações (TERBORGH, 1986). A persistência desses organismos em suas respectivas comunidades é controlada pela oferta de recursos (para o animal) e pela disponibilidade de sítios de estabelecimento e presença de dispersor (para a planta), além de outras condicionantes ambientais (SARAVY et al., 2003). As adaptações das plantas, conforme seus agentes dispersores correlacionam-se com as características morfológicas de cada espécie e família e com a região em que esta predomina, sendo que as sementes evoluíram de acordo com os dispersores. As formas de disseminação de sementes podem ser classificadas em: Anemocoria – sementes dispersas pelo vento; neste caso, os frutos apresentam alas, que são formadas por partes do perianto, permitindo que o fruto seja levado de um lugar para outro; Autocoria - é a dispersão de sementes feitas pela própria planta; os frutos quando maduros arrebentam-se e as sementes são lançadas à distância das respectivas matrizes; Barocoria - é a disseminação do fruto pelo seu próprio peso e secundariamente é dispersa por animais; Zoocoria - é a dispersão do fruto por animais, que após a semente passar pelo tubo digestivo do animal, sem sofrer nenhum dano, são espalhadas. Esta ainda pode ser dividida, conforme a dieta alimentar de alguns animais: diszoocoria (feita por roedores), ornitocoria (feita por aves) e quiropterocoria (morcegos), entre outras (SARAVY et al., 2003). A caracterização, de acordo com sua síndrome de dispersão, das espécies vegetais presentes nas áreas verdes urbanas, pode fornecer dados importantes quanto ao seu potencial como fonte de alimento para a fauna. Para evidenciar a importância das espécies vegetais da área urbana do município de São Caetano do Sul/SP/Brasil, como fontes potenciais de alimento para a fauna, este trabalho identificou, de acordo com a classificação de seus frutos e sementes quanto à síndrome de dispersão, as espécies arbóreas do Espaço Verde Chico Mendes, Os dados foram utilizados para compor um panorama das espécies vegetais quanto ao seu potencial como fonte de alimento para a fauna. Os dados coletados poderão ser utilizados em futuros projetos de intervenções na arborização do espaço, visando ampliar de forma planejada a oferta de alimento para a fauna da cidade.
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I Congreso Latinoamericano de Ecología Urbana “Desafíos y escenarios de desarrollo para las ciudades latinoamericanas” Junio 2012 MATERIAIS E MÉTODOS O Espaço Verde Chico Mendes é constituído por uma área verde de 140 mil m² localizada no município de São Caetano do Sul/SP/Brasil sob as coordenadas: 23° 37.914’ S; 46° 34.321’W. A área é composta por bosques com predominância de espécies arbóreas, áreas ajardinadas com predominância de espécies arbustivas e gramado, áreas de lazer com play-grounds, pistas de corrida, lagos e quadras poliesportivas, além de edificações como sanitários, lanchonete, palco, espaços da administração pública e estacionamentos. Os exemplares arbóreos existentes dentro dos limites do parque foram identificados até o nível de espécie e caracterizados de acordo com a síndrome de dispersão. Foi considerado exemplar arbóreo todo vegetal de caule lenhoso com diâmetro à altura do peito (DAP), igual ou superior a 5 cm, não ramificado desde a sua base. Foram considerados, também, os exemplares ramificados desde a base que apresentassem pelo menos um dos troncos com DAP superior a 5 cm. As palmeiras com estipe superior a 5 cm de DAP foram consideradas integrantes do componente arbóreo, independentemente de apresentarem estipe único ou entouceirado, nesse último caso, consideradas neste estudo quando, pelo menos um dos estipes apresentasse DAP superior a 5 cm. Os dados foram obtidos através do método de inventário de caráter quali-quantitativo, do tipo censo, também denominado inventário total, no período de Dezembro/2011 a Abril/2012. A identificação foi realizada até o nível de espécie com auxílio de pessoal técnico habilitado e consulta à literatura especializada (LORENZI, 1992, 1996; LORENZI & SOUZA, 1999; LORENZI et al., 2003, 2006). A grafia dos nomes das espécies e seus autores seguiu o proposto nas obras acima. Foram determinados os aspectos fenológicos (época de floração e de frutificação). As espécies foram enquadradas de acordo com os mecanismos de dispersão de sementes e frutos em: zoocóricas – diásporos adaptados à dispersão por animais; anemocóricas – diásporos adaptados à dispersão pelo vento e autocóricas – diásporos que não apresentam adaptação morfológica evidente para a dispersão pelas outras categorias citadas anteriormente. Foram classificadas, também, com relação aos padrões de síndrome de polinização utilizados por Yamamoto et al., (2007): entomofilia – polinização efetuada por insetos; melitofilia – polinização efetuada principalmente por abelhas; anemofilia – polinização pelo vento; ornitofilia – polinização efetuada por aves; autofilia – autopolinização. As espécies também foram classificadas em “nativas regionais” (NR) quando de ocorrência natural da região onde se insere o município em questão, enquanto as “nativas brasileiras” (NB) seriam aquelas encontradas em outras regiões ou ecossistemas brasileiros e “exóticas” (E) para aquelas de ecossistemas não encontrados no Brasil (ISERNHAGEN et al., 2009) Os dados foram analisados para evidenciar se na área de estudo existe necessidade de intervenções na arborização visando melhorar a quantidade e qualidade de oferta de alimentos para a fauna urbana local.
RESULTADOS E DISCUSSÃO Tabela 1 – Lista de espécies amostradas no Espaço Verde Chico Mendes, São Caetano do Sul/SP. Quantidade (QTD) - quantidade de indivíduos encontrados por espécie. Tipo – Nativa Regional (NR), Nativa Brasileira (NB), Exótica (E). Dispersão das Sementes (DIS) – Anemocórica (ANE), Autocórica (AUTO), Zoocórica (ZOO). Tipo de Polinização (POL) – Entomofilia (ENT), Melitofilia (MEL), Ornitofilia (ORN). Grupo Família
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I Congreso Latinoamericano de Ecología Urbana “Desafíos y escenarios de desarrollo para las ciudades latinoamericanas” Junio 2012 Espécie GIMNOSPERMAS Arecaceae Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Livistona chinensis (N. J. Jacquin) R. Brown ex Mart. Dypsis lutescens H. Wendl Caryota urens L. Acrocomia intrumescens Drude Cocos nucifera L. Cupressaceae Thuja orientalis L. Chamaecyparis pisifera (Sielbold & Zucc.) Endl. Chamaecyparis obtusa (Siebold& Zucc.) Endl. Cycadaceae Cycas circinalis L. Pandanaceae Pandanus utilis Bory Pinaceae Pinus elliottii Engel. ANGIOSPERMAS Anacardiaceae Mangifera indica L. Schinus terebinthifolius Raddi Apocynaceae Nerium oleander L. Plumeria rubra L. Araliaceae Schefflera actinophylla (Endl.) Harns Asparagaceae Dracaena fragrans (L.) Ker Gawl Bignoniaceae Tabebuia pentaphylla Hemsl. Spathodea nilotica Seem Jacaranda cuspidifolia Mart. Tabebuia chysotricha Mart. Tabebuia rosea-alba (Ridl.) Sand. Tabebuia sp Bombacaceae Pachira aquatica Aubl. Chorisia speciosa A. St. Hil.
Nome popular
QTD
tipo
DIS
POL
Jerivá
98
NB
ND
ENT
Palmeira Leque
84
E
ZOO
ENT
Areca Bambu
56
E
ENT
Palmeira Rabo de Peixe Palmeira Barriguda Coco da Bahia
21
E
AUTO ZOO ZOO
ENT
16 7
NB E
ZOO ND
ENT ENT
Thuja Pinheirinho
44 16
E E
ANE ANE
ANE ANE
Pinheiro Dourado
5
E
ANE
ANE
Cica
35
E
ZOO
ENT
Pandalus
4
E
ND
ENT
Pinus
229
E
ANE
ANE
Manga Aroeira
83 32
E NR
ZOO ZOO
MEL MEL
Espirradeira Jasmim Manga
10 4
E E
ND ANE
ANE ANE
Cheflera
31
E
ZOO
ND
Dracena
105
E
ND
ENT
Ipê Balsamo Espatódea
61 37
E E
ANE ANE
Jacarandá Ipê Amarelo Ipê Branco Ipê
27 20 3 23
NB NR NB
ANE ANE ANE ANE
MEL ENT ORN MEL ENT ENT ENT
Castanha do Maranhão Paineira
20
NB
ZOO
ENT
11
NR
ZOO ANE
ORN
Euphorbiaceae
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I Congreso Latinoamericano de Ecología Urbana “Desafíos y escenarios de desarrollo para las ciudades latinoamericanas” Junio 2012 Euphorbia pulcherrima Willd. Ex Klotzsch Euphorbia cotinifolia L. Fabaceae Leucaena leucocephala (Lam.) R. de Wit
Bico de Papagaio Leiteiro Vermelho
3 1
E E
ND AUTO
ENT ENT
Leucena
61
E
MEL
Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf.
Flamboiã
37
E
AUTO ZOO ANE
Calliandra brevipes Benth. Erytrina speciosa Andrews Bauhinia forticata Link Caesalpinia peltophoroides Benth. Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. Tipuana tipu (Benth.) Kuntze Senna multijuga (Rich.) Irwin et Barn.
Calliandra Eritrina Pata de Vaca Sibipiruna Tamboriu Bravo Tipuana
32 31 31 29 24 17 15
NB NB NR NR NB E NR
ND ZOO AUTO AUTO AUTO ANE ZOO
Senna Calliandra Vermelha Ingá
11 11
NB NR
AUTO ZOO
Albizia Pau Brasil Pau Ferro
7 6 2
E NB NB
AUTO AUTO AUTO
ENT ENT ORN ENT ENT ENT
Flamboiãzinho Guapuruvu
1 1
E NR
AUTO AUTO
ENT MEL
Canela canforeira Canela
759 92
E NR
ZOO ZOO
ENT ENT
Abacate
27
E
ZOO
MEL
Resedá Romã
58 3
E E
ANE ZOO
MEL ENT
Magnólia
8
E
AUTO
ENT
Acerola
7
E
ZOO
ENT
Quaresmeira Manacá da Serra
9 1
NR NR
ANE ANE
ENT ENT
Cinamomo Cedro
5 4
E NR
ZOO ANE
ENT ENT
210 41 32 4 3 3
E E E NR NR E
ZOO ZOO ZOO ZOO ZOO ZOO
ENT ENT AUTO ENT ENT ENT
5
E
Calliandra twediiI Benth. Inga uruguaiensis Hooker at Arnott Albizia lebbeck (L.) Benth. Caesalpinia equinata Lam. Caesalpinia ferrea Mart. Brownea ariza Benth. Schizolobium parahyba (Vell.) Blake Lauraceae Cinnamomun camphora (L.) J. Presl Nectandra lanceolata Nees et Mart. Ex Nees Persea americana Mill. Lythraceae Lagerstroemia indica L. Punica granatum L. Magnoliaceae Michelia champaca L. Malpighiaceae Malpighia emarginaginata Sessé & Moc. Ex DC. Melastomataceae Tibouchina granulosa Cong. Tibouchina mutabilis Cong. Meliaceae Melia azedarach L. Cedrela fissilis Vell. Moraceae Ficus benjamina L. Morus nigra L. Artocarpus heterophyllus Lam. Ficus graranitica Schodat Ficus enormis (Mart. ex Miq.) Mart. Ficus elastica Roxb. Musaceae Musa X paradisíaca L. Myrtaceae
Ficus Amoreira Jaca Mata Pau Fícus Enormis Seringueira Banana
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ENT MEL ENT ORN ENT MEL MEL MEL ENT
I Congreso Latinoamericano de Ecología Urbana “Desafíos y escenarios de desarrollo para las ciudades latinoamericanas” Junio 2012 Eugenia uniflora L. Psidium guajava L. Eucalyptus paniculata Sm. Callistemon viminalis (Sol.ex Gaertn.) G.Don ex Loud Syzygium jambos (L.) Alston Syzygium cumini (L.) Skeels Myrciaria cauliflora (Mart.) O. Berg. Eugenia brasilliensis Lam. Eugenia pyriformis Cambess Oleaceae Ligustrum lucidum W.T. Aiton Phytolaccaceae Gallesia integrifólia (Spreng.) Harms Polygonaceae Triplaris caracasana Cham. Proteaceae Grevillea robusta A. Cunn. Ex R.Br. Rhamnaceae Hovenia dulcis Thunb Zizyphus joazeiro Mart. Rosaceae Eriobotrya japonica Loquat Rubiaceae Coffea arabica L. Rutaceae Citrus sinensis L. Citrus limon (L.) Burm. F. Citrus reticulata L. Murraya paniculata (L.) Jacq. Salicaceae Salix alba L. Sterculiaceae Dombeya wallichii (Lindl.) K. Schum. Verbenaceae Duranta repens L.
Pitangueira Goiabeira Eucalípito Escova de Garrafa
119 93 34 6
NR NR E E
ZOO ZOO ANE AUTO
ENT MEL MEL ENT
5 4 3 2 1
E E NR NB NR
ZOO ZOO ZOO ZOO ZOO
ENT ENT ENT ENT ENT
444
E
ZOO
ENT
Pau D’Álho
1
NR
ANE
ND
Pau Formiga
35
E
ANE
ANE
Grevilea
5
E
ANE
ENT
Uva Japonesa Juázeiro
16 1
E NB
ZOO ZOO
MEL ENT
Ameixeira
14
E
ZOO
ENT
Café
17
E
ZOO
MEL
Laranja Limão Mixirica Murta
8 5 5 1
E E E E
ZOO ZOO ZOO ZOO
ENT ENT ENT ENT
Chorão
11
E
ZOO
ENT
Astrapéia
4
E
ND
ENT
Pingo de Ouro
7
E
ZOO
ENT
Jambo Jambolão Jabuticabeira Grumixama Uvaia Alfeneiro
Não Identificadas
95
Os dados coletados mostraram que a vegetação arbórea do Espaço Verde Chico Mendes é composta por 3.609 indivíduos dos quais 3.491 foram identificados em nível de espécie e 23 em nível de gênero. (Tabela 1) Entre os indivíduos identificados foram encontradas 85 espécies arbóreas pertencentes a 70 gêneros e 33 famílias. As famílias com maior riqueza de espécies são: Fabaceae (16), Myrtaceae (9), Arecaceae (6); Moraceae (6) e Bignoniaceae (5). Os gêneros que apresentaram maior riqueza em espécies são: Ficus (4); Caesalpinia (3); Citrus (3) eTabebuia (3). As espécies com maior número de indivíduos foram: Cinnamomun camphora (L.) J. Presl (759); Ligustrum lucidum W.T. Aiton (444); Pinus elliottii Engel. (229); Ficus benjamina L.(210); Eugenia uniflora L. (119). (Tabela 1) Das espécies identificadas no componente arbóreo do Espaço Verde Chico Mendes, 52% são zoocóricas, 26% anemocóricas e 15% autocóricas. Para algumas espécies não foram encontrados dados (ND) sobre a síndrome de dispersão. (Tabela 1).
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I Congreso Latinoamericano de Ecología Urbana “Desafíos y escenarios de desarrollo para las ciudades latinoamericanas” Junio 2012 No que se refere à polinização, a maioria das espécies identificadas no componente arbóreo do parque apresenta síndrome de polinização do tipo entomofilia (67%), seguida de melitofilia (19%), anemofilia (8%), ornitofilia (5%) e autofilia (1%). (Tabela1). Das 85 espécies identificadas, 19 (22%) apresentam distribuição geográfica natural na região de São Paulo, consideradas nativas regionais (NR) neste trabalho; 13 (15%) ocorrem em outras regiões do Brasil, consideradas, portanto, nativas brasileiras (NB) e 53 (63%) são provenientes de outros países e, portanto, exóticas (E). A maior parte dos indivíduos (78%) pertence a espécies exóticas, sendo que 8% dos indivíduos são de espécies nativas brasileiras e 14% de nativas da região (Tabela 1). CONCLUSÃO O Espaço Verde Chico Mendes é uma área verde implantada, com predominância de espécies exóticas amplamente utilizadas na arborização urbana e projetos paisagísticos. Apesar disto, 52% das espécies encontradas na área são zoocóricas revelando um padrão predominante deste tipo de dispersão. Entre as zoocóricas, 25% são nativas da região. Já com relação a síndrome de polinização, ficou clara a importância desta comunidade vegetal para a conservação de grupos de insetos, inclusive abelhas. Estes resultados indicam a importância da comunidade arbórea desta área como fonte de recursos alimentares para a fauna local. A vegetação pode estar contribuindo significativamente para a permanência de espécies animais na região. Porém, como a maioria é exótica, existe necessidade de se fazer uma re-vegetação com espécies nativas regionais para que possam contribuir para a conservação da fauna original do local. Considera-se necessária a elaboração de um plano de manejo visando o enriquecimento da vegetação do Espaço Verde Chico Mendes para incrementar o potencial da área como corredor ecológico. Além disso, um programa de educação ambiental aliado ao plano de manejo seria essencial para que os aspectos ambientais e ecológicos do parque sejam incorporados aos valores dos freqüentadores. REFERÊNCIAS ALMEIDA, A.R.; ZEM, L.M. & BIONDI, D. Relação observada pelos moradores da cidade de Curitiba-PR entre a fauna e árvores frutíferas. REVSBAU, Piracicaba, v.4, n1, p.3-20. 2009. AYRES J.M, FONSECA G.A.B, Rylands A.B, et. al.Os corredores ecológicos das florestas tropicais do Brasil.1a ed. Pp 114, Belém, PA, Sociedade civil Mamiraua, 2005. BIONDI, D.; ALTHAUS, M. Árvores de rua de Curitiba: cultivo e manejo. Curitiba: FUPEF, p.177, 2005. ISERNHAGEN, I.; LE BOURLEGAT, J. M. G.; CARBONI, M. Trazendo a Riqueza Arbórea Regional para Dentro das Cidades: Possibilidades, Limitações e Benefícios. REVSBAU, Piracicaba – SP, v.4, n.2, p.26-46, 2009. LORENZI, H. Árvores Brasileiras – Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. vol. 1 Nova Odessa: Editora Plantarum, 1992. 352p. LORENZI, H. Árvores Brasileiras – Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. vol. 2 Nova Odessa: Editora Plantarum, 2002. 368p.
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I Congreso Latinoamericano de Ecología Urbana “Desafíos y escenarios de desarrollo para las ciudades latinoamericanas” Junio 2012 LORENZI, H. Palmeiras no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa: Editora Plantarum, 1996. 303 p. LORENZI, H.; SOUZA, H. M (de). Plantas Ornamentais no Brasil: arbustivas, herbáceas e trepadeiras. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 1999. 1088 p. LORENZI, H. et al. Árvores Exóticas do Brasil: Madeireiras, Ornamentais e Aromáticas. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2003. 382 p. LORENZI, H. et al. Frutas Brasileiras e Exóticas Cultivadas. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2006. 640 p. MORELLATO, L. P. C.; LEITÃO FILHO, H. F. Padrões de frutificação e dispersão na Serra do Japi. In: MORELLATO, L. P. C. (Org.). História Natural da Serra do Japi: ecologia e preservação de uma área florestal no Sudeste do Brasil. Campinas: Ed. da UNICAMP- FAPESP, 1992. P.112-140 RIBEIRO, L. M.; MUNIZ, J. M. Descrição arborística das praças públicas da cidade de Campanha (MG) e sua relação com a Educação Ambiental. X Congresso de Ecologia do Brasil, São Lourenço, MG. 2011. ROPPA, C.; FALKENBERG, J. R.; STANGERLIN, D. M.; BRUN, F. G .K.; BRUN E.J & LONGHI, S. J. Diagnóstico da percepção dos moradores sobre a arborização urbana na vila estação colônia – bairro Camobi, Santa Maria – RS. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Piracicaba, v. 2, n. 2, p. 11-30, 2007. SARAVY, F. P.; FREITAS, P. J.; LAGE, M. A.; LEITE, S. J.; BRAGA, L. F.; SOUSA, M. P.Síndrome de dispersão em estratos arbóreos em um fragmento de floresta ombrófila aberta e densa em Alta Floresta – MT. Revista do Programa de Ciências Agro-Ambientais, Alta Floresta, v.2, n.1, p.1-12, 2003. TERBORGH, J. Community aspects of frugivory in tropical Forest.In: ESTRADA, A.; FLEMING, T. H. (Eds.). Frugivores and seed dispersal.Dordrech, W. Junk, 1986. P. 371-384. VENZKE, T. S.; SEIBEL, G. P.; COSTA, M. A. D. Características da Síndrome de Dispersão em uma Comunidade Vegetal Ocorrente em um terreno Baldio, Pelotas, RS. XVII Congresso de Iniciação Científica, Pelotas, RS, 2008. YAMAMOTO, F.L.; KINOSHITA, L.S.; MARTINS, F.R. Síndromes de polinização e de dispersão em fragmentos da Floresta Estacional Semidecídua Montana, SP, Brasil. ActaBotânica Brasílica, v. 21, n. 3, p. 553-573, 2007.
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