Estação dos Versos - edição especial

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edição especial


A S Prefeito municipal V L M Vice-prefeito municipal

L L  S Diretor superintendente da Fundação Cultural C D R A C A R  A C N S M A  B B


F T O E Lindon Lopes da Silva (coordenador) Tadeu Terra (curadoria) E Diagramação: Agnaldo Montesso MTB 15.903 JP Impresso em março/2019 pela Gráfica Nossa Senhora Aparecida Capa desenhada por jannoon028 / Freepik

Praça Matheus Tavares, 121 - Centro 37002-320 - Varginha/MG Telefone: (35) 3690-2700 superintendencia@fundacaoculturaldevarginha.com.br

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Sumário Poeta

Pág.

Ÿ Adão Marcos Misael - Eu tenho um quintal

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Ÿ Alana Ataíde Delmindo - Meu Caos

5

Ÿ Angélica Gouvea - O que a vida Vale

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Ÿ Ariane Jesus - Porta-retrato

7

Ÿ Brenno Cândido - Poesia de rua

8

Ÿ Byaah Rios - A nossa própria destruição

9

Ÿ Edilaine Gonçalves Ferreira de Toledo - Pintura do amanhã

10

Ÿ Fábio de Paula Martins - Labirinto

11

Ÿ Fernanda Oliveira Lopes - José e Marias

12

Ÿ Frederico Massote - Vida a cavalo

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Ÿ Gustavo Uchôas Guimarães - Jir

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Ÿ Inês Mesquita Diniz - O olhar por uma janela

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Ÿ Isabel Cristina Geovanini Carvalho - Meu irmão

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Ÿ Maísa Pereira Silva - A menina forte

17

Ÿ Neide de Abreu Morais - Bombeiro, Bombeira – missão ou profissão?

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Ÿ Raphaela Ramos - Sem título (4)

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Ÿ Regina Doraci de Luca do Nascimento - As cores e o tempo

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Ÿ Tadeu Terra - Sete ciclos

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Ÿ aynara Reis - Empoderei

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Ÿ Wesley Vieira Campos - Meia-fome deve-se manter

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Eu tenho um quintal Adão Marcos Misael* …este quintal, eu não comprei, não foi eu que fiz, mas este quintal é meu. No centro deste quintal, tem uma piscina… esta piscina também não comprei e também não foi eu que fiz, mas ela é minha. …e do centro do meu quintal e do centro da minha piscina, eu vejo um pedaço do céu. Este pedaço do céu, também não comprei, também não foi eu que fiz, mas este pedaço do céu também é meu… …e do centro deste quintal, do centro desta piscina e do pedaço do meu céu, eu vejo a imensidão sem fim. Vejo o dia azulejar… E vermelhar Vejo estrelas. Vejo a lua. Vejo lua de sangue. Vejo eclipse lunar. E vejo avião passar.

* Poeta, escritor, artista plástico, ator profissional sindicalizado pelo Sindicato dos Artistas e Técnicos dos Espetáculos de Diversão do Estado de Minas Gerais (DRT 9495), empreendedor cultural, produtor artístico, colunista social e jornalista (MTB 13.651/MG).

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Meu Caos Alana Ataíde Delmindo* Você é o caos que de mim fez morada quando eu estava a navegar, Vagando por dentre mares de inúmeras incertezas e sonhos. Você é o caos, que me alegra em um dia chuvoso e triste. Você é o caos, que me faz lembrar que o sol existe. Você é o caos, que me desarma, me abraça e deseja que eu fique. Você é o caos, que me domina, me abraça e me pega desprevenida. e me arrasta e me joga de volta pra vida, Você é o caos, que me segura, que me prende e impede que eu desista. Você é o caos que me engole mesmo com espinhos e lanças, e me puxa, que dança comigo e me solta e balança, Você é o caos, que me deixa boba, tola e tonta. Você é o caos, que no meio de tantos tombos, tropeços, contos e prantos, quis ficar O único caos, que me acalma e conhece minha alma. Você é o caos, que me conheceu por inteiro, provou os meus erros e não quis me concertar. Você é o caos de asas cortadas, de pele clara e olhos da cor do mais profundo rio e deságua onde eu me afogo e emerjo em águas calmas de misturas de afeto e apego. Você é o caos, que eu permiti ser, que eu fiz ser. Você é o acaso mais incerto e esquisito Mas de certo, o mais puro e bonito por dentro e por fora, Você é o único caos que eu poderia escolher ter.

* É natural de Cruzília/MG. Mora em Varginha há mais de dois anos. Sempre gostou de escrever poesias e letras de música como uma maneira de expressar o que está sentindo.

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O que a vida Vale Angélica Firmiano Gouvea* A lama que esparrama na paisagem que some É a dor da perda da alma que dorme. O coração que estremece é a vida que padece. E a riqueza enobrece o que do pobre esquece… E no doce rio já não existe vida Se no caminho turvo se vai desvalida O que um dia se fartou a mesa Hoje se vê com real tristeza Pois nessa mesa não há mais comida. Se o trabalho traz dignidade, o que será de uma cidade e se perdeu na lama da morte que chama? Ainda há a esperança de um novo começo Dos que restaram para relembrar. Mas dessa cena jamais me esqueço O que realmente se deve honrar. Ainda que o silêncio no coração fale O que se leva da vida é o que a vida vale.

* Tem 41 anos e é estudante do 3º período do Curso de Letras do Unis, em Varginha. É varginhense e sempre trabalhou com atendimento ao público em empresas privadas, mas nunca escondeu a paixão pela leitura e pela escrita. Este poema aborda o tema que muito tem comovido o país e o mundo nos últimos dias: o rompimento da barragem de Brumadinho.

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Porta-retrato Ariane de Jesus* Hoje tive uma conversa com meu coração, Ele está irredutível! Disse que não vai desapegar de nada que for seu, Eu disse que era preciso! Ele me pediu; Alguns dias de verão, e algumas ressacas E por fim! um porta retrato; Para colocar uma foto tua E pendurar na parede da memória.

* Escritora e colecionadora de palavras, reside em Varginha, mas é natural de Rio Claro (SP). Tem 21 anos e publicou o poema (Outono pág:75) no Poetize 2018, pela Vivara.

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Dinheiro Brenno Candido Aleixo* em não quer dinheiro? em não quer? Comprar carro, moto, casa, Joia pra mulher, ter os filhos Formados em faculdades, Viajar nas férias para várias cidades, Carros velozes, amores ferozes, Investimentos maiores. em quer dinheiro? em quer? Sonhadores, trabalhadores, ricos e pobres Infelizmente, hoje, só quem tem dinheiro São filhos dos nobres, Pra nós, só nos resta a visão… De que dias melhores virão. Pra que tanto dinheiro? Se tenho um teto pra me proteger, Se tenho comida pra comer, Roupas pra escolher, Mulher pra amar, mãe pra cuidar Uma vida inteira ainda pra tocar. Tem gente que só quer ver dinheiro E acaba perdendo a visão do mundo inteiro, Dinheiro, dinheiro, dinheiro… É pra muitos, mais importante que eu e você, Mesmo que nos meros mortais iremos um dia morrer Em vida todos os frutos plantados, em vida iremos colher.

* Tem 17 anos e está no 2º ano do Ensino Médio. Faz parte do Propac, uma iniciativa do CDCA (Centro de Desenvolvimento da Criança e do Adolescente). Atualmente, cumpre estágio na Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Varginha.

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A nossa própria destruição! Byaah Rios* Um assunto que incomoda muita gente. Iludir, ser iludido, ou se auto iludir (existe isso?)… As pessoas nos iludem ou a gente se ilude por conta própria? Será que não estamos iludindo outras pessoas? Soa estranho pensar no porquê alguém iria querer se iludir, mas às vezes, procuramos afeto nas pessoas e, nem sempre, elas podem nos corresponder… Essa incerteza nos leva a procurar caminhos mais fáceis para sermos felizes, ou aceitarmos o que não deu certo… Mas isso também não seria ilusão? É claro que tem gente se aproveitando da ingenuidade de alguns e assim satisfazendo suas próprias vaidades… Será isso uma defesa ou medo de se machucar? De qualquer forma, longe de qualquer definição, sinceridade é que faz a diferença… É a sinceridade, que nos mostra que nem todas as palavras são vazias e… isso é amadurecimento… Errar é humano, eu sei e ser feliz não é tão fácil assim, especialmente nesta caixinha de surpresas chamada vida… Nessa brincadeira de iludir e ser iludido, é importante saber, que alguém pode sair machucado e, sinceramente, é um processo sem volta… Concorde ou não, aceite ou não… o respeito continua sendo fundamental… seja das pessoas ou das opiniões delas!

* É estudante e tem 16 anos. Está concluindo o Ensino Médio na Escola Estadual Prof. Antônio Corrêa de Carvalho. Sempre gostou de escrever sobre temas filosóficos e, provocada pelo professor de Português, decidiu participar desta antologia.

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Pintura do amanhã Edilaine Gonçalves Ferreira de Toledo* Nas cores do presente, Eu desenho o que ainda não veio, O que ainda não construí, O que jamais vivi. Na imagem que a mente cria, Surge o retrato que se espera De um hoje bem vivido, De um ontem bem lembrado. Com a tela da esperança E o pincel da ousadia, Eu invento o que anseio E recrio o que aprecio. E neste emaranhado colorido, Ainda que quase desconhecido, No rascunho da arte da vida, Surgirá minha obra-prima…

* Professora de Língua Portuguesa e Produção Textual do CEFET-MG (Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais), na cidade de Varginha, onde reside há 36 anos. Graduada em Letras, com mestrado e doutorado nos estudos discursivos e da linguagem, tem com a escrita e a leitura uma parceria diária, intensa e prazerosa, entre poesias e crônicas que materializam sua imaginação, reflexão e percepções sobre a realidade.

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Labirinto Fábio de Paula Martins* Vivo no labirinto que está dentro de mim Passeio em seus corredores com atrevimento E não encontro início, meio e fim Fico perdido neste pavimento Ando pra lá e pra cá sem parar Não paro um instante sem quer Encontro tantas coisas no meu caminhar Umas são interligadas com o meu viver Outras são de outros mundos, de outro ser. Ó labirinto, ó máquina engenhosa e me enlaça automaticamente e me arrasta como uma torrente! Sim, estou preso na mente Sou escravo poeta sadio, doente E não posso me desatar de suas correntes Estou neste labirinto frequentemente Sou obrigado a poetizar loucamente Não sei o porquê me envolver com isso Só sei que está no meu ser como bicho Feroz, devorando o enguiço da vida Buscando grandeza, pobre fica Vivendo a pobreza rica, desmistifica Escrevo por fraqueza Sou escravo da poesia Sou triste feliz Assim me farão, me fizeram, me fiz.

* Nasceu no bairro da Laje, zona rural de Turvolândia/MG. Formou-se no curso de Letras pelo Centro Superior de Ensino e Pesquisa de Machado- CESEP, onde redescobriu e aperfeiçoou a paixão pela arte literária. Leciona na Escola Estadual Nossa Senhora da Piedade, na qual aprendeu a arte da escrita.

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José e Marias Fernanda Oliveira Lopes* Maria pensava em José que esperava a filha Maria que no campo colhia flores de lindas cores que o verde escondia. Com uma flor a enfeitar o cabelo a benção a José pedia entregava o almoço ainda quente e sentavam na pedra fria. E enquanto a comer se entretinha José observava Maria desejava que fosse eterna aquela curta hora do dia. E voltava ao trabalho José cantarolando a menina ia com ela levava as flores pra agradar a mãe Maria. E assim o dia passava na casa das duas Marias tarefa pronta, esperavam José junto à tarde que caía. E até que nascesse outro dia!

* Tem 29 anos e é natural de Oliveira/MG. Há três anos reside em Varginha. Começou a escrever aos 11 anos como uma forma de desabafo. Com o tempo, tomou gosto pelas rimas simples e pelos enredos regionais e cotidianos. Canta em Corais e Madrigais desde os sete anos e participou de vários eventos culturais sendo dentre eles o mais relevante, a participação do projeto e gravação do DVD "Titane e o Campo das Vertentes", no Palácio das Artes em 2012.

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Vida a cavalo Frederico Massote* Eu que sempre fui meio desatento Em cima dele me concentro Me benzo e faço uma prece E num passe de mágica, qualquer tristeza desaparece. Montado enxergo o horizonte A felicidade já não se esconde Ascende um brilho no olhar Meu corpo então assiste, minha alma a galopar. Tomo de empréstimo sua nobreza Faço dessa paixão minha certeza Dizem que o castigo vem nele e a vingança também Mas eu duvido que eu seja, o castigo de alguém Dá mais sentido aos meus dias Traduz a minha alegria Acredite no que eu falo Já fiz um acordo com Deus, só vou para o céu se tiver cavalo.

* Nascido em Varginha - MG em 26/12/1989, é filho de Cláudio Bonifácio e Carolina Mendes Massote Bonifácio, de que quem herdou o gosto pela escrita. Formado pela Faculdade de Direito de Varginha FADIVA, é servidor do Núcleo Jurídico Regional da Secretaria Estadual de Meio Ambiente. Amante do futebol e dos animais, dedica este poema, em especial, à paixão pelos cavalos.

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Jir* Gustavo Uchôas Guimarães** Corre menino pela estrada de terra, Sobe morro, transpõe a serra, Vai brincando de ser feliz. Criança índia, começou a viver E já tem que ver O seu povo por um triz. “Isso não é vida”, Diz a mãe entristecida e como essa gente sofrida Busca apenas sobreviver. O país desenvolve e cresce Mas a criança índia amadurece Vendo sua tribo morrer.

*“Criança” , no idioma do povo Kaingang ** Professor de História - Efetivo na Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. Pós-graduado em História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena (UNINTER) e em Metodologia do Ensino de História e Geografia (Univ. Barão de Mauá). É graduado em História (UNIFRAN) e em Normal Superior (UNIPAC). Já atuou em 22 escolas nas cidades de Varginha, Itanhandu, Passa atro, Itamonte, Pouso Alto e Elói Mendes.

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O olhar por uma janela Inês Mesquita Diniz* O que vejo diante dos fatos Sobre uma janela Defino meus contatos A brisa vem e toca o rosto Nesse instante sinto a brisa suave do mês de agosto Nada é em vão, porque na janela vejo a imensidão A noite traz consigo a escuridão Porém no céu azul defino a ilusão Nada vai definir o olhar na janela Contudo vai iluminar os pensamentos que há “nela” Passam-se as horas e nada de perceber e o tempo corre e nos deixa envelhecer Mas nunca desiste do olhar na janela Todas as noites ela está cada dia mais bela Na beleza de sua juventude ela brilha com sua atitude De ver além da janela a vida ser mais bela Como numa passarela tudo passa diante dos olhos em uma janela Cada dia mais empolgada ela vai se despedindo olhando para o céu Rindo. Adeus. Escuridão… amanhã volto para mais um espiolhar Na janela da imensidão volto a olhar

* Educadora Infantil no município de Varginha há 14 anos – SEDUC. Foi diretora escolar de 2014 a 2017 no CEMEI D. Ieda Carvalho Silva - CAIC I, no bairro Imaculada. É graduada em História e Pedagogia e tem várias Pós-graduações em Educação. No ano de 2017, recebeu a Menção Honrosa pelo FNDE Educação Alimentar. Atualmente, trabalha no CEMEI Nave Mágica e esse ano de 2019 vai fazer o primeiro lançamento do meu livro “Gestão Escolar: Ética e Relações Interpessoais na Contemporaneidade”, pela Editora Dialogar.

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Meu irmão Isabel Cristina Geovanini Carvalho* Você trazia alegria, Sabia tratar as pessoas com muito amor. Gostava de abraçar e estar perto de mim, Era meu grande companheiro de sair. Juntos íamos a missa aos domingos, Colocávamos músicas alegres para ouvir. Pergunta Bel: você gosta da música? Logo, com sorriso, fui agradecida. A bondade que envolvia ao fazer-me feliz. Você era cheio de esperança. Pensava ter um futuro melhor. Amava todos os seus irmãos. E sou sempre o seu coração. Wellington era muito religioso. anto era tempo de Natal lembrava de todos. Agora resta a saudade e muita recordação.

* Poetisa (acrósticos), Teatróloga, Técnico de Laboratório, Técnica em Meio Ambiente e Gestão Ambiental, Palestrante do Projeto Social ELO (Expediente Laboratorial Ocupacional).

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A menina forte Maísa Pereira Silva* Ela nem sabia da vida. Não tinha consciência de nada. Não entendia sobre o mundo. Vivia por viver. Atropelada pelas convenções. Culpa de quem? De ninguém. Mas a vida dá voltas. O despertar nunca é tarde. Sempre acontece no tempo certo. E ela se refez. Se reergueu. Se ressignificou. Revisitou a existência. Compreendeu o coração. Subiu os degraus da paz. Se é o destino final? Claro que não. A caminhada é longa. E ela não se cansa de evoluir. Não para de buscar o belo. Não descuida do seu jardim. Vive a cada dia um milagre. A cada sucesso uma comemoração. Reencontrando sempre a felicidade.

* 31 anos, recém escritora, empreendedora, ghost writer. Amante do autoconhecimento, da vida saudável e dos livros. Sua missão é ajudar as pessoas a transformarem suas ideias em palavras.

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Sete ciclos Para meu sobrinho Eduardo Oliveira Terra Tadeu Terra* Estende-se na linha, do teu desejo: a mão que agasalha e desenha teu espaço. Desova, em tua cabeça: um leque de sentidos. E a luz que vem de dentro: abre o signo da tua alma, limpa o lodo dos teus olhos, Varre o mofo do teu caminho. A par, o amor é à parte! Limiar da fantasia. Medo, inocência, risco, escolha! São sete ciclos, salmos e sonhos. Pausa para eu! Voa! A vida é um pássaro…

* Nasceu em Alterosa/MG. É poeta e diretor teatral sindicalizado pelo Sated. Fez o curso de direção e interpretação teatral no Inacen. Atuou em teatro como diretor, produtor e cenógrafo. Colaborador de vários jornais literárias sul mineiros. Atuou como ator e produtor em breve passagem pela televisão brasileira. Foi premiado em festivais de teatro, poesia e música popular brasileira.

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Bombeiro, Bombeira – missão ou profissão? Neide de Abreu Morais* Bombeiro daqui, bombeiro de lá Bombeiro do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais as mesmas minas que atraíram a cobiça dos garimpeiros as mesmas gerais que geraram riquezas e valores nem sempre espirituais! Minas Gerais enlutada, coloca homens em um campo de batalha lameado, homens recobertos, remontando estátuas petrificadas, qual imagem da Pompéia destruída! Os anos passam, as tragédias acontecem e vidas vão sendo ceifadas como se valor nenhum tivessem! Bombeiro, Bombeira - missão ou profissão? Mais que profissão, uma linda missão! bonito falar assim… emociona… traz lágrimas aos olhos Mas passa e a vida continua célere em seu processo, sem retrocesso! o tempo traz consigo o esquecimento, as feridas vão cicatrizando, os corações e as almas se dilacerando em Saudades que se eternizam! Triste e medonha realidade meninos e meninas se afundam na lama e arriscam a vida se doando na tentativa de resgatar, com vida ou sem vida, homens, mulheres, crianças, corpos inertes, inteiros ou dilacerados! Acima da profissão, vem a missão, falando bem mais alto ao coração, pois dia após dia, extenuados e com a esperança se esvaindo… ainda assim persistem na busca desesperada do encontro, mesmo sem vida, já que os vivos precisam de respostas!

* Brasileira, casada, mãe de dois filhos e avó de um casal de netos. É formada em Administração de Empresas e em Ciências Contábeis. Trabalhou na Minas Caixa até seu fechamento. Trabalhou na Seplag, onde aposentou. Hoje trabalha na Secretaria Municipal de Turismo e Comercio de Varginha.

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Sem título (4) Raphaela Ramos* E se o tempo fosse um botão pregado no não? envolto por casa estreita, ameaçadora? O amor ali não se saberia jamais alcançaria o peito, tecido sempre rasgado ansioso de perigo E se o não fosse arremate ponto final? O amor, puído, fundo de gaveta não se vestiria para passeio não se olharia no espelho Mas o não, por destino ou benção pode cismar em virar do avesso: um sim preso à agulha numa costura de corpo, crença, caminho E quando o não, bainha feita punho engomado vira sim (primeiro na boca, demos mais adentro) já não há pano velho o roto se ajeita, o gasto ganha cor Depois do sim – um sim de festa e vida começa o trabalho a minuciosa arte do amor feito à mão

* É mestre em Artes Cênicas pela Escola de Belas Artes da UFMG, com especialização em Comunicação e Arte do Ator pela UFJF. É também jornalista cultural e poeta, autora do livro Coisas da atriz (2010). Atualmente, dá aulas de hatha yoga no espaço Casa do Sol, criado por ela em Varginha em março de 2017.

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As cores e o tempo Regina Doraci de Luca do Nascimento* Branco esmaecido Vermelho fogo no farol A seus pés Verde rebaixado Amarelo contido Marrom avivado Azul do céu, do mar Impregnados no meu olhar… Olhar cuidadoso, paciente Contemplativo e vivo Pois, tudo num instante Pode mudar … se transformar… Só depende do tempo e calado tudo assiste E mostra-se implacável Na persistência das horas e disciplinadamente passam…

* Natural de Bernardino de Campos/SP. Professora, artista plástica e por puro prazer se dedica a música, fotografia e poesia. Formada pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo em Educação Artística, Artes Plásticas e Desenho. Pós Graduada pela Faculdade Armando Alvares Penteado em História da Arte. Fez o curso livre de Fotografia pelo SENAC e Cursos Livres de Música do setor cultural da USP de Pirassununga/SP e Conservatório Cacilda Becker de Pirassununga/SP

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Empoderei aynara Reis* Cuide-se Ame-se Permita-se estione-se Desconstrua Destrua Tudo que instrua A seguir a padronização. Cuide-se Encontre-se Sente-se Envolva-se Empodere-se Grite Chore Aflore Explore Aceite-se Ajude-se Levante-se Abra-se Descontrua Destrua Construa De novo.

Deixe partir quem não te acrescenta. Construa Tudo aquilo que instrua A seguir seu coração. Permita se Ao menos ser, Pelo menos, um pouquinho Daquilo que você quer ser. Ei, moço! Isso aqui também é para você! Seja você mesmo Antes que cortina se feche Antes que o verdadeiro eu Não queira mais viver. Usufrua Da paz que existe ai dentro Do sentimento que é amar-se Do sentimento que é habitar-se No corpo onde agora, ela ama viver. Inspira, respira…

É processo… Olhe-se (Lembre se dos pontos positivos) Declare-se Tudo aquilo que não foi dito.

* “Me encanta tudo aquilo que me tira da realidade.” (autor desconhecido). Varginhense, encontrou nos livros um refúgio, um passaporte pra viajar pra novos ventos. Caloura ainda, aspirante a escritora. Alguns anos atrás decidiu expressar tudo aquilo que carregava ali dentro, em um papel e caneta… Mesmo diante da realidade que mundo se encontra, acha nele inspirações pra escrever. “Basta olhar com olhos diferentes”. Possui uma obra no Wapad: Improvável, apaixonada por E-books, amante da arte.

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Meia-fome deve-se manter Wesley de Caratinga* Não se fazem canções como eu queria não se fazem revoluções com poderia tudo estava ali e ninguém decidia venceram da melhor maneira me deram o que queria e eu satisfeito padecia meia fome deve-se manter diz o amigo que do diferente sabia meia vontade de viver e não se conformar com o dia-a-dia mantenha o medo sem ter medo de nada é o que ele dizia mas não se tem mais ninguém a frente nesse tempo em que tudo se sabia informações é o que se pedia satisfação dos desejos de mudança do dia-a-dia mas embriagaram de distrações aqueles que um dia deveriam ter se mantido no incômodo de mudar o dia estava tudo ali e ninguém se atrevia a descoberta do século que ninguém antevia ‘‘dê tudo a eles o comandante dizia’’ sabia ele que com as opções a frente ninguém se atreveria a mudar o pouco que se oferecia e sair desse mundo em que tudo parecia estar tudo certo, com todos sabendo o que devia revolta na internet é o que os satisfazia "dê a eles o que tanto esse povo me ‘‘pedia’’ informação é o que querem então eu digo ‘‘sacia’’ esse povo que quando de tudo se aperceber se esquecerá do que queria. * *Wesley Vieira Campos é advogado. Tem 28 anos, mas uma alma centenária. Fui morador de Varginha por mais de 7 anos, e tenho a agradecer e maldizer cada dia. Ou seja, foi intenso. Comecei a escrever quando ainda estava por aí. Hoje já não escrevo mais, e ainda fico limitado a escolha de um, claro entre aspas, "poema". É minha forma de sentir saudades dos varginhenses que me apresentaram a mim mesmo.

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