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Ana Maria Soares

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Xavier

Xavier

ANA MARIA SOARES escrita

Com um percurso profissional maioritariamente dedicado ao ensino, manteve sempre a paixão e o exercício da escrita: artigos, reportagens, contos, teatro, letras de canções e poesia, com participações em publica ções várias, em papel ou no mundo digital. Interessa-se particularmente pelo maravilhoso mundo da literatura infantil e da ilustração, a par dos contos, da prosa poética e da poesia. Cantar, dançar e escrever são os seus verbos de eleição.

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Licenciatura em Engenharia Geográfica, FCTUC / Universidade de Coimbra.

Profissionalização no Ensino da Matemática, CIFOP / Universidade de Aveiro.

FEMINA

Nas mãos, que bailam como asas, Nos dedos, que tocam como penas, Nos olhos fundos, nas marés vazas de águas, nem sempre serenas.

Nas unhas, que prendem como garras, Nos braços de ferro, espadas, que rasgam as infames amarras e nos trazem novas madrugadas!

Do lado da fria Lua, és mistério: Dominas o segredo da morte e da vida; Do lado do Sol, verso etéreo, Triunfo eterno e batalha perdida.

És fonte e rio e mar de saudade, És terra e pedra e areia e jardim, És fruto e árvore e flor sem idade, És casa e colo, ternura sem fim.

Nos sulcos de dor gravados no rosto, Nos pontos de luz, cadeia de estrelas, Nas cores da aurora, no aroma do mosto: A Femina arte com que te revelas. MULHER

Porque somos feitas de luz e de mar E trazemos sol e vento no olhar;

Por cada grito que ousamos calar, E pela palavra que sabemos plantar;

Pelas tantas lágrimas que guardamos em nós, Por todos os sonhos a que damos voz;

Pela brisa que somos quando há calor, Pelo quente do colo que acalma a dor;

Por sermos raiz, flor, fruto e semente, E a terra e a água e o fogo ardente;

Pelas mãos que afagam, pelo ventre, Por sermos passado, futuro e presente;

Pelo fio da vida que a cada momento Tecemos, em eterno movimento;

Mulheres, que ao mundo damos cor, Vida, força, beleza e amor.

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