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Cris Rodrigues
CRIS RODRIGUES escrita
Calar de Vero Amor Junho 1999
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Noite em Lisboa Setembro 2019
A Mulher do Quadro Fevereiro 2020
Adaptação Abril 2019 Cris Rodrigues . Nasceu no Brasil (São Paulo) em 1964, descendente de espanhóis e portugueses, radicou-se no Porto em 2019 em razão de sua grande admiração pela cultura e história portuguesas.
Escreve desde os 11 anos, tendo participado de vários concursos literários no Brasil e outros países da América do Sul.
Formada em Economia e Direito, base sólida de sua avidez por leitura.
Como maratonista, viajou pelo mundo, conhecendo as mais diversas culturas e inspirando-se nas sutilezas de cada povo.
CALAR DE VERO AMOR
E então, depressa, no romper da estrada diz adeus a Amiga, que querias Amada! E nunca mais ouvirás qualquer rima que emocione a Amiga ou encante a Amada. Abre-se o peito - e dele o texto escapa para alcançar a Amiga e encontrar a Amada! Fecha-se o peito - e eis que a cega retina já não vê a Amiga e nem vislumbra a Amada. (Se me imaginares novamente, nada te faça acreditar na Amiga, na Amada! Se te imaginar sozinha, pode ser que eu resista na tua memória, então vaga!)
E então, já não imaginemos nada nem a Amiga, nem a Amada! E talvez apenas a entrelinha diga que melhor que Amiga serias minha Amada. Para bem perto vai sendo levada, quase perdida, quase enganada, sem que ela mesma já não perceba que mais que Amiga, era Amada, sem que possa sentir o que a palavra cala: que era a tua Amiga pra ser a tua Amada. Ah! Do que se viu nada mais se ilumine Ouviste uma Amiga, mas falava tua Amada!
A MULHER DO QUADRO
No quadro...a mulher! Desnuda de liberdade, Intacta em sua força. Transcende à sensualidade fugaz dos padrões impingidos a si. É mulher, ainda que no quadro! Não há dor nem prazer em sua prisão, pois que tanto uma quanto outra não a transfiguram. Ela mantém sua essência incólume. Porque se basta! E nisso, reside toda a beleza... NOITE EM LISBOA
A noite ferve Belas raparigas bebem cores Gajos gentis falam flores Pulsa a verve...
O sangue esquenta Belas raparigas sorriem olhares Gajos gentis cedem lugares A vida segue...
A noite sangra Porque pulsa a verve Porque a vida segue E jovens se amam!
ADAPTAÇÃO
Toda vez que parto Parte do meu coração Se deixa...
Para trás, um trago Que afina a alma Quando ela se deita
Não é mais um Porto É o momento de um parto Um aperto, uma queixa
Toda vez que parto Meu coração fica apertado Mas, depois se ajeita!