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Michael Barrett

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Xavier

Xavier

EVOCAÇÃO MICHAEL BARRETT pintura

Mulher, 1999 Tinta da China s/papel 410x290

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A ilha de Lesbos, 1984 Aguarela s/papel 430x300 Colecção Vieira Duque Michael Barrett, pintor português, nasceu em Paris a 13 de Fevereiro de 1926 (filho de mãe inglesa e pai francês). Veio aos 9 anos para Portugal. Foi o arquitecto Gil Graça que o incentivou para a pintura. Morreu a 6 de Maio de 2004, em Cascais.

Sendo, sem quaisquer dúvidas, uma referência na arte portuguesa do séc. XX, Barrett acentuou uma modernidade no seu trabalho pictórico definida pela extraordinária sensibilidade que incutia nas representações do quotidiano que por onde passava o apaixonavam. Uma viagem interior de análise do Mundo - devassando a realidade - e que nos transmite a respectiva amplitude dos sentimentos, valores e emoções numa paleta muito própria e intimista quer na profusão de cores a óleo, acrílico ou aguarela, como no diálogo solitário das manchas preto / cinzas - caso desta obra - em aguarela que completam o traço e tinta-da-china que definem roteiros de cada existência; tal como os desenhos a caneta apresentando ruas que convidam ao ser social ou, ao invés, a uma solidão sentida, pressentida e mantida como necessária.

A pintura de Barrett é também autobiográfica, mesmo quando o outro não está em si, mas aceitando e valorizando as diferenças e promovendo a multiplicidade de cada um de nós a partir de si mesmo: criando cenários e humanidades.

Uma democratização no trabalho artístico que toca o neorrealismo, fugindo dos padrões convencionais e academismos da moda.

No entanto, influenciado de forma marcante por uma escola impressionista / expressionista, tendo como referências o mestre Henri Matisse, que admirava como a nenhum outro pintor. Por isso, nas suas composições pintou apenas o essencial.

“Eu gosto muito deste trabalho! Não é bem desenhado? Quero lá saber! Eu gosto dele! não tem uma côr equilibrada. Quero lá saber! gosto dele! Não está bem composto? Quero lá saber! Eu gosto muito dele! Não faz sentido? Quero lá saber! Eu gosto dele! Não tem côr no céu? Quero lá saber! gosto dele! Não é bom? Quero lá saber! Fi-lo com gosto e carinho. quero lá saber! O papel é mau? Quero lá saber! As tintas não prestam? quero lá saber! saber saber saber, quem sabe (2) ??? Eu não sei, nunca soube (desenhar, compor, pintar, etc). Tu sabes? É o sabes, pensas que sabes!!!! O Cézanne nunca soube, nem o Gauguin, nem o Van Gogh, etc etc. (julgavam eles) mas sabiam? ou não? Há quem diga que o V. G. não sabia desenhar. (Ignorantes) Que o G. não sabia de côr. (idiotas) que o Cézanne não sabia pintar (cretinos). Olhem meus amigos eu gosto deste trabalho. Quero lá saber. Eu gosto dele. Michael Barrett, Cascais 4ªfeira 21/11/84. Gosto dele, delas!!”

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