Relatório de progresso 3 2016

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LIFE10/NAT/PT/075 Relatório de Progresso nº 3 Abarcando as atividades realizadas no período entre 26.06.2015 e 15.11.2016 Data da Conclusão da Redação do Relatório 30.11.2016

BRIGHT – BUSSACO´S RECOVERY FROM INVASIONS GENERATING HABITAT THREATS Dados do Projecto Localização

Mata Nacional do Bussaco, Mealhada, Portugal

Data de Início

01/09/2011

Data de Fim

31/12/2017

Orçamento Total

€ 3.081.876

Contribuição CE

€ 1.540.938

(%) de Custos Elegíveis

50

Dados do Beneficiário Coordenador Nome do Beneficiário

Fundação Mata do Buçaco

Pessoa de Contacto

Engº António Gravato

Morada

Mata Nacional do Buçaco, LUSO, Portugal

Telephone

+ 351 231 937 000

Fax:

n.d.

E-mail

bright@fmb.pt

Sítio Web

www.fmb.pt/bright/

Redação e revisão por: Jóni Vieira, Ana Sofia Ferreira, Miguel Queiroz e António Gravato Aprovação: António Gravato


ÍNDICE ÍNDICE ........................................................................................................................... 2 1. ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................. 4 2. LISTA DE ABREVIATURAS ......................................................................................... 5 3. SUMÁRIO EXECUTIVO ............................................................................................... 6 3.1. Progresso Geral ........................................................................................................................... 6 3.2. Viabilidade dos Objetivos e Programa de Trabalhos ................................................................... 7 3.3. Problemas encontrados ................................................................................................................ 7

4. ASPETOS ADMINISTRATIVOS .................................................................................... 8 4.1. ACÇÃO E.1 – Gestão do Projecto ............................................................................................ 8 4.1.1. Estrutura e Equipa de Gestão do Projecto ............................................................................. 8

5. ASPETOS TÉCNICOS .............................................................................................. 10 5.1. ACÇÃO A.1: Elaboração de Programa de Acções de Demonstração para Controlo e Erradicação de Exóticas e Conservação/Beneficiação de Autóctones ............................................. 10 5.2. ACÇÃO A.2: Elaboração de Programa de Acções de Sensibilização, Envolvimento e Voluntariado ...................................................................................................................................... 11 5.3. ACÇÃO C.1: Acções de Reactivação/Operação de Viveiro e Beneficiação de Autóctones ... 11 5.4. ACÇÃO C.2: Acções de Controlo e Erradicação de Espécies Invasoras ............................... 13 5.4.1. Controlo e Erradicação de Espécies Invasoras Herbáceas ................................................. 13 5.4.2. Controlo e Erradicação de Espécies Invasoras Lenhosas ................................................... 15 5.5. ACÇÃO D.1: Programa de Acções de Comunicação e Divulgação LIFE+ / Sítio Web .......... 19 5.6. ACÇÃO D.2: Programa de Acções de Comunicação e Divulgação LIFE+ / Placards e Outdoors ............................................................................................................................................ 20 5.7. ACÇÃO D.3: Programa de Acções de Comunicação e Divulgação LIFE+ / Relatório para Leigos – Layman Report ................................................................................................................... 21 5.8. ACÇÃO D.4: Programa de Acções de Comunicação e Divulgação LIFE+ / Acções Complementares ............................................................................................................................... 21 5.8.1. Materiais de Comunicação ................................................................................................... 21 5.8.2. Eventos e Comunicação ...................................................................................................... 23 5.9. ACÇÃO D.5: Programa de Acções de Sensibilização, Envolvimento e Voluntariado / Público em Geral ............................................................................................................................................ 24 5.10. ACÇÃO D.6: Programa de Acções de Sensibilização, Envolvimento e Voluntariado / Empresas .......................................................................................................................................... 26 5.11. ACÇÃO D.7: Programa de Acções de Sensibilização, Envolvimento e Voluntariado / Escolas .............................................................................................................................................. 27 5.12. ACÇÃO D.8: Programa de Acções de Disseminação e Transferência de Resultados ......... 30

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5.13. ACÇÃO E.2 Monitorização e Avaliação de Resultados do Projecto ..................................... 32 5.13.1. Fauna ................................................................................................................................. 32 5.13.2. Flora ................................................................................................................................... 34 5.14. ACÇÃO E.3 Auditoria Externa............................................................................................... 35 5.15. ACÇÃO E. 4 Networking com outros projectos LIFE ............................................................ 36 5.16. ACÇÃO E.5 “Plano de Comunicação Pós-LIFE”................................................................... 37

6. PROGRESSO ESPERADO ........................................................................................ 38 7. DELIVERABLES E MARCOS ..................................................................................... 40 8. IMPACTO DO PROJECTO ......................................................................................... 42 9. EXECUÇÃO FINANCEIRA ......................................................................................... 44 9.1. Sistema Contabilístico ............................................................................................................. 44 9.2. Disponibilidades do Cofinanciamento ..................................................................................... 44 9.3. – Execução Financeira ............................................................................................................ 44

10. ANEXOS .............................................................................................................. 47 ANEXO 1 – Reuniões da Equipa de Gestão realizadas .................................................................... 47 ANEXO 2 – Lista de plantas disponíveis em viveiro ......................................................................... 48 ANEXO 3 – Detalhes acerca das intervenções em invasoras herbáceas da Acção C2 ................... 49 ANEXO 4 – Fotografias dos materiais em avançado estado de degradação ................................... 50 ANEXO 5 – Lista de eventos com participação do projecto (no período a que se reporta o presente relatório) ............................................................................................................................................ 51 ANEXO 6 – Lista de actividades do período de reporting do presente relatório ............................... 52 ANEXO 7 – Acordo de Revogação de Contrato de Prestação de Serviços de Auditoria Externa Financeira Independente ................................................................................................................... 53 ANEXO 8 – Compilação de materiais gráficos utilizados na disseminação e comunicação do projecto (no período a que se reporta o presente relatório) .............................................................. 54 ANEXO 9 – Síntese fotográfica das acções desenvolvidas .............................................................. 55 ANEXO 10 – 3º Relatório de Monitorização e Avaliação de Resultados e respectiva Adenda......... 56 ANEXO 11 – Guia de Fauna e Flora do Adernal da Mata Nacional do Bussaco .............................. 57 ANEXO 12 – Apresentações realizadas (no período a que se reporta o presente relatório) ............ 58 ANEXO 13 – Lista de projectos participantes no encontro INTERLIFE ............................................ 59 ANEXO 14 – Inquérito distribuído para avaliação do impacto do projecto nas comunidades .......... 60

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1. ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 – Indicadores de execução da Acção E.1 .............................................................................. 10 Tabela 2 – Indicadores de execução da Acção A.1 .............................................................................. 11 Tabela 3 – Indicadores de execução da Acção A.2 .............................................................................. 11 Tabela 4 – Indicadores de execução da Acção C.1 .............................................................................. 13 Tabela 5 – Indicadores de execução da Acção C.2 .............................................................................. 19 Tabela 6 – Indicadores de execução da Acção D.1 .............................................................................. 20 Tabela 7 – Indicadores de execução da Acção D.2 .............................................................................. 21 Tabela 8 – Indicadores de execução da Acção D.4 .............................................................................. 23 Tabela 9 – Indicadores de execução da Acção D.5 .............................................................................. 25 Tabela 10 – Indicadores de execução da Acção D.6 ............................................................................ 27 Tabela 11 – Indicadores de execução da Acção D.7 ............................................................................ 29 Tabela 12 – Indicadores de execução da Acção D.8 ............................................................................ 31 Tabela 13 – Indicadores de execução da Acção E.4 ............................................................................ 37 Tabela 15 – Resumo da execução financeira do projecto .................................................................... 45

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2. LISTA DE ABREVIATURAS APA – Agência Portuguesa do Ambiente CMM – Câmara Municipal da Mealhada EPC - Estabelecimento Prisional de Coimbra FMB – Fundação Mata do Bussaco MNB – Mata Nacional do Bussaco UA – Universidade de Aveiro CIA – Centro de Interpretação Ambiental

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3. SUMÁRIO EXECUTIVO 3.1. Progresso Geral No que diz respeito aos trabalhos das acções de conservação C1 e C2, os trabalhos têm decorrido de forma consistente, e mantêm um ritmo constante. Na actualidade, as áreas de controlo de invasoras já intervencionadas, nomeadamente em áreas de conversão, têm sido alvo de controlos de seguimento de forma a consolidar os trabalhos até que o banco de sementes desapareça e/ ou as plantações realizadas apresentem um desenvolvimento capaz de controlar por si só a germinação de invasoras. No que diz respeito ao adernal, os controlos realizados sobre lenhosas e herbáceas mostraram-se eficazes, estando prevista uma nova acção de controlo de seguimento a realizar durante a primavera de 2017. Dando resposta ao descrito no Pedido de Prorrogação, a equipa da FMB iniciou já a intervenção em algumas das áreas perturbadas pelos eventos meteorológicos extremos, quer pela intensificação de trabalhos, dentro do possível, em áreas inicialmente previstas, onde tinha sido feito apenas um controlo inicial, quer pela intervenção em áreas de novas clareiras onde não ocorriam anteriormente espécies exóticas invasoras. A aprovação da prorrogação do projecto até ao final de 2017, está a permitir a consolidação dos trabalhos nestas áreas. Nesse sentido, e em linha com o referido nesse documento e relatórios anteriores, e devido à dimensão dos trabalhos em causa, a FMB procedeu à contratação de duas assistências externas para o controlo de flora exótica invasora em áreas de novas clareiras e para beneficiação de autóctones nestas mesmas áreas e em áreas de projecto já intervencionadas pelas equipas BRIGHT. Relativamente às acções de sensibilização e envolvimento, estas têm decorrido dentro do panorama exposto no relatório anterior, sendo que, numa ótica de garantir o seu envolvimento pós-LIFE, tem sido feito um esforço suplementar por parte da equipa de comunicação e de coordenação de projecto no sentido de envolver presidentes e directores de empresas de grande dimensão, assim como figuras públicas, que atraiam a atenção para a MNB e trabalhos de conservação necessários. Deste esforço tem resultado uma maior divulgação do projecto junto dos media, tendo sido possível em algumas das acções atingir os principais canais televisivos e jornais nacionais e regionais (ver capítulos correspondentes às acções D.5 e D.6). Espera-se que este esforço venha a resultar, em 2017 e/ou pós-projeto, num maior envolvimento de grandes empresas no projecto, quer por acções pontuais, quer pelo apadrinhamento de parcelas. Tem-se notado uma maior afluência do público em geral às acções de voluntariado, nomeadamente nos últimos meses, possivelmente como consequência destas acções, tendo-se registado pedidos para realização de acções por parte de entidades que até então não tinham qualquer relação com a mata ou com o projecto. Relativamente à acção D.7, a FMB tem conseguido, com um grande esforço da sua equipa, dar uma resposta relativamente eficiente aos objectivos da acção (dentro de todos os constrangimentos explanados em relatórios anteriores), tendo-se envolvido, apenas no período a que se reporta o presente relatório, um total de 5576 pessoas na acção, entre professores, alunos e familiares.

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Destaca-se no âmbito desta acção a exposição no CIA, realizada com os trabalhos realizados pelos alunos, em Junho de 2016. No que diz respeito à execução financeira, esta mantem-se abaixo do que seria expectável face ao avanço cronológico do projecto, sendo as razões para tal as que já vinham sendo evidenciadas nos relatórios anteriores (aqui se incluindo uma execução mais custo-eficaz dos meios inicialmente previstos).

3.2. Viabilidade dos Objetivos e Programa de Trabalhos De uma forma geral, apesar de todas as contrariedades já referidas em relatórios anteriores, algumas das quais ainda afetando a execução do projeto, a aprovação da prorrogação permitiu não só manter a viabilidade dos objectivos principais explanados em candidatura, como também superar as adversidades inesperadas e, em alguns casos, ir além daqueles objetivos, para isso contribuindo o apoio das duas assistências externas já referidas e dirigidas à rectificação/consolidação de trabalhos necessários nas áreas de clareiras. No que diz respeito às acções de sensibilização e envolvimento, mantêm-se resultados positivos, também aplicáveis à acção D.7, que, apesar de todas as contrariedades, tem apresentado uma boa evolução (ver capítulo correspondente). No que diz respeito às restantes acções, os objectivos gerais mantêm-se viáveis, sem prejuízo de alguns desvios no que diz respeito a datas de entrega de Deliverables, e metas a atingir, relatados e aprovados com o Pedido de Prorrogação. Apesar das alterações que o plano de trabalhos geral sofreu, nas quais se inclui a prorrogação da data de término, prevê-se que na globalidade os bons resultados atingidos se estendam à generalidade do projecto, transitando de forma eficaz e consolidada para uma estratégia pós-LIFE que a FMB se encarregará de implementar.

3.3. Problemas encontrados Actualmente há um problema que está relacionado com a disponibilidade de transporte de alunos da escola até à Mata Nacional do Bussaco, uma vez que as escolas não têm meios para tal e que a disponibilidade de autocarros por parte da CMM é bastante reduzida. Este facto tem limitado a adesão das escolas às actividades de sensibilização e envolvimento realizadas na MNB, e tendo-se já iniciado os contactos com estas para o programa da D7 de 2017, verificou-se que este é um factor que está a trazer entraves significativos à adesão das escolas. Desta forma solicita-se à Comissão a autorização para alocar despesas ao transporte de alunos no âmbito da acção D7, sem custos adicionais, prevendo-se que com esta decisão se venha a conseguir abranger uma totalidade de cerca de 80 a 90% do público escolar do Concelho da Mealhada (actualmente abrangeu-se apenas 50%). Relativamente aos problemas relatados no Pedido de Prorrogação, confirma-se que a extensão do prazo de término do projecto entretanto concedida irá permitir dar a resposta eficiente aos trabalhos adicionais necessários.

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Algumas questões relacionadas com a contratação de pessoal, nomeadamente os problemas encontrados decorrentes da adaptação dos estatutos da FMB às exigências legais impostas pela nova legislação, continuam a fazer-se sentir na estrutura de pessoal, resultando em alterações regulares à equipa afecta ao projecto. Contudo a FMB tem lidado com a situação garantindo que a implementação do projecto não é afectada por estas alterações, e que os novos técnicos apresentam um perfil adequado e um conhecimento prévio do projecto ou das matérias que este envolve. Regista-se a rotatividade dos reclusos, sendo que os novos operários carecem de formação e acompanhamento constante por parte dos coordenadores operacionais e colegas de equipa. Esta questão tem sido especialmente relevante nos últimos 6 meses, durante os quais foram substituídos 4 dos reclusos, prevendo-se ainda uma nova saída durante o mês de Dezembro. Contudo, até à data, esta questão não tem afectado o desenvolvimento dos trabalhos de forma significativa.

4. ASPETOS ADMINISTRATIVOS 4.1. ACÇÃO E.1 – Gestão do Projecto 4.1.1. Estrutura e Equipa de Gestão do Projecto Actualmente a Equipa da Gestão do Projecto é representada pelos seguintes membros: •

Por parte da FMB, o Eng. António Gravato, Presidente do Conselho Diretivo, e coordenador

executivo do Projeto, apoiado pelo coordenador técnico Jóni Vieira, contratado com funções de gestor de projeto até ao seu término; •

Da parte da UA, o Professor Carlos Fonseca na coordenação geral dos aspectos

relacionados com fauna, apoiado pela Dra. Rosa Pinho na coordenação operacional de habitats, a Dra. Lísia Lopes na orientação dos trabalhos de flora, e o Dr. Paulo Silveira na coordenação operacional de flora; •

Da parte da Câmara Municipal da Mealhada (CMM) e não obstante os trabalhos da acção D.7

terem passado a ser desenvolvidos pela FMB conforme descrito no último relatório, foi possível à CMM contratar a técnica Lídia Dias, recorrendo a meios próprios, para apoiar a continuidade da acção D.7. A Equipa de Gestão tem mantido as reuniões regulares sempre que estas são necessárias, nomeadamente para avaliar o cumprimento de objectivos, programar a execução dos trabalhos em conjunto e identificar e resolver problemas que surgem no decorrer dos trabalhos (ver anexo 1). À semelhança do restante período de projecto, tem-se mantido uma relação contínua de troca de informação entre a FMB e a Universidade de Aveiro, permitindo perceber de forma contínua a relação entre as intervenções realizadas e os dados da monitorização. Desta interação tem sido possível perceber que as práticas implementadas têm sido eficientes e optimizar metodologias e boas práticas. Tendo recentemente ocorrido uma reestruturação interna do ICNF, entidade que integra o Conselho Directivo da FMB, têm-se desenvolvido reuniões semanais com esta entidade, apurando-se esta uma contribuição de utilidade significativa para o apoio consultivo aos trabalhos do projecto.

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A restante equipa de projecto foi sofrendo pequenas alterações ao longo do período a que se reporta o presente relatório, nomeadamente: •

a substituição da técnica Ana Mannarino, pelo técnico Miguel Gonçalves, que entrou em

Janeiro de 2016; •

a substituição do Coordenador Operacional Nelson Matos, que saiu em Março de 2016, pelo

atual gestor de projeto, Jóni Vieira, que entrou em Maio de 2016; •

a saída do técnico Jorge Sousa, em Fevereiro de 2016, tendo as suas tarefas acumulado

com as do gestor de projecto; •

a saída da técnica Anabela Bem-Haja, tendo as suas tarefas acumulado com as do técnico

Filipe Gonçalves; •

a substituição da técnica Cláudia Nunes pela técnica Sofia Lavrador;

a entrada da técnica Elodie Madeira para apoio às acções de Sensibilização e Envolvimento,

em resposta ao défice de monitores identificado em relatórios anteriores; No que diz respeito à Auditoria Externa, o ROC Dr. Carlos Barros, por razões externas e alheias à FMB, tomou a decisão própria de se desvincular do projecto, tendo proposto um Acordo de Revogação que se celebrou no dia 21 de Setembro de 2016. A FMB procedeu assim à contratação de nova assistência externa à empresa LCA S.R.O.C., com o ROC Dr. Sousa Leal (ver capítulo 6.14 Acção E3 – Auditoria Externa para mais pormenores). A equipa de monitorização da Universidade de Aveiro mantém-se coordenada pelo Professor Doutor Carlos Fonseca, sendo que em Setembro de 2015 a Dra. Sónia Guerra deixou a equipa, tendo sido substituída em Janeiro de 2016 pela Dra. Paula Alexandra Maia. Com a necessidade de continuidade dos trabalhos de monitorização prevista no Pedido de Prorrogação, a equipa da UA que actualmente se encontra afecta ao projecto, e que continuará a desenvolver os trabalhos de monitorização, é constituída por pelo Professor Carlos Fonseca na coordenação geral, a Dra. Rosa Pinho na coordenação Operacional de Habitats, a Dra. Lísia Lopes na orientação dos trabalhos de flora, o Dr. Paulo Silveira na coordenação operacional de flora, e dois bolseiros, para as vertentes de fauna e flora, respectivamente André Aguiar e Paula Maia. No que diz respeito às equipas de trabalho no terreno, saíram os operacionais Eduardo Pereira, em Janeiro de 2016, João Silva, em Setembro de 2016, Paulo Carapinha, em Março de 2016, e Pedro Santos, em Fevereiro de 2016. As alterações descritas encontram-se reflectidas no organigrama de projecto actualizado à data de 15 de Novembro de 2016. Apesar das alterações, os trabalhos não foram afectados uma vez que a FMB tomou as devidas precauções, substituindo elementos sempre que tal se verificou necessário. Realça-se ainda o facto de o coordenador operacional Nelson Matos ter sido substituído pelo coordenador operacional e gestor de projecto Jóni Vieira, cuja experiência de trabalho com o instrumento LIFE, nomeadamente em controlo de flora exótica invasora, e cujo envolvimento no projecto BRIGHT nos seus primeiros anos, permitiram uma fácil transição das tarefas de coordenação, sem afectação dos trabalhos previstos

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Figura 1 – Organigrama da equipa de projecto

Tabela 1 – Indicadores de execução da Acção E.1

nº de reuniões da equipa de gestão realizadas: 31 nº de reuniões de Conselho Consultivo realizadas: 2 (2012 e 2013) nº de Relatórios de Projeto produzidos/redigidos: 5 (incluindo o presente) Relatório

Data prevista

Data de submissão

Relatório de Arranque

31-05-2012

29-05-2012

Relatório de Progressos nº 1

31-05-2013

31-05-2013

Relatório Intercalar

28-02-2014

03-07-2014 versão 1 10-102014 final

Relatório de Progressos nº 2

31-05-2015

10-07-2015

Relatório de Progressos nº 3

30-11-2016

30-11-2016

5. ASPETOS TÉCNICOS 5.1. ACÇÃO A.1: Elaboração de Programa de Acções de Demonstração para Controlo e Erradicação de Exóticas e Conservação/Beneficiação de Autóctones Esta acção encontra-se plenamente desenvolvida, sendo que o seu único deliverable, que foi enviado à Comissão com o 1º Relatório de Progresso, se encontra finalizado e disponível para consulta no website do projecto. Tendo em conta que o zonamento, as metodologias aplicadas, as lógicas de

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intervenção, os processos de registo, e restantes aspectos do Programa de Acções de Demonstração para Controlo e Erradicação de Exóticas e Conservação/Beneficiação de Autóctones se mantêm inalterados, não tendo a prorrogação do projecto implicado alterações ao previsto pelo documento, não se verificou a necessidade de proceder à alteração do mesmo. Tabela 2 – Indicadores de execução da Acção A.1 Indicador Programa de Ações de Demonstração para Controlo e Erradicação de Exóticas e Conservação/Beneficiação de Autóctones: 1

Concluído e disponível para consulta em: http://www.fmb.pt/bright/index.php/pt/documentos/relato rios.html

5.2. ACÇÃO A.2: Elaboração de Programa de Acções de Sensibilização, Envolvimento e Voluntariado Esta acção encontra-se plenamente desenvolvida, sendo que o seu único deliverable, que foi enviado à Comissão com o 1º Relatório de Progresso, se encontra finalizado e disponível para consulta no website do projecto. Posteriormente, e de acordo com a aprovação pela Comissão cujo ofício de 20 de Janeiro de 2015 atesta, foi incluído o subprograma específico da acção D.7.

Tabela 3 – Indicadores de execução da Acção A.2 Indicador Programa de Ações de Sensibilização, Envolvimento e Voluntariado: 1_ _(inclui 1 subprograma específico D.7)

Concluído e disponível para consulta em: http://www.fmb.pt/bright/index.php/pt/documentos/relatorios.ht ml

5.3. ACÇÃO C.1: Acções de Reactivação/Operação de Viveiro e Beneficiação de Autóctones A Acção C.1 continua a decorrer acima da metas traçadas em fase de candidatura. Actualmente os viveiros encontram-se na sua capacidade máxima de armazenamento de plantas, e desde o último relatório de progresso, foi realizada uma campanha de plantação/ sementeiras, entre o Outono de 2015 e a Primavera de 2016, que ficou aquém das espectativas (cerca de metade das plantações previstas), devido a atrasos decorrentes do período de seca durante o Outono de 2015. À data de redacção do presente relatório encontra-se em início uma nova campanha de plantações e sementeiras, que conta já com aproximadamente 3100 plantações realizadas. Os trabalhos de viveirismo prendem-se actualmente com a manutenção das plantas existentes. Continuam os trabalhos de produção anual de plantas autóctones, sendo que, devido às actuais taxas de ocupação do viveiro e adicionais necessidades de mão de obra para trabalhos de plantação, se prevê uma redução nas sementeiras e estacarias para a campanha de 2016/ 2017.

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Apesar da medidas de reforço de rega apresentadas postas em prática em 2015/2016, e que se verificaram uma importante ajuda durante o Verão de 2016, durante os meses de Junho, Julho, Agosto e Setembro, verificou-se um período de seca extrema prolongada (à semelhança de anos anteriores, com a agravante de ter ocorrido no Verão, com temperaturas na casa dos 30ºC), o que levou a algumas perdas de plantas no terreno nas parcelas expostas a Sul/ Oeste. Estas plantas serão sujeitas a retanchas na actual época de plantações. De forma a aumentar os níveis de ensombramento, reduzindo as taxas de germinação de flora exótica invasora, e de acordo com o relatado no Pedido de Prorrogação aprovado, a nova campanha de plantação encontra-se actualmente a ser desenvolvida com recurso a compassos de plantação mais densos (Figura 2). A aprovação do Pedido de Prorrogação do projecto permitirá até ao final de 2017 reforçar plantações, em quantidades e densidades, evitando-se o comprometimento dos objectivos de conservação e controle de flora exótica invasora estipulados pelo projecto. Tendo em conta a quantidade de plantas existentes em viveiro e dando-se cumprimento ao exposto no Pedido de Prorrogação, procedeu à contratação de uma assistência externa para a realização de plantações nas principais clareiras causadas pelas intempéries, e em áreas de projecto sujeitas a beneficiação com autóctones, de forma a minimizar/ eliminar as pressões exercidas nas parcelas de projecto. O procedimento de contratação está a decorrer à data de redacção do presente relatório e estará terminado até meados de Dezembro.

Figura 2 – Plantações realizadas durante a época de plantação actual, com compassos mais densos

Actualmente existem em viveiro cerca de 44040 plantas com porte adequado à plantação no terreno (ver Anexo 2), que serão as suficientes para dar resposta às metas de plantação apresentadas no Pedido de Prorrogação (80.000 plantas). Além das plantas com porte adequado para plantação, existem ainda cerca de 13.000 sementeiras e estacarias em fase de crescimento. Até à data, desde o início do projecto, foram plantadas já 43.460 plantas em 50,55 ha de beneficiação de autóctones. Na sequência da necessidade da realização de pequenas obras de manutenção, já identificadas e referidas no anterior relatório de progresso, foi realizada em Maio do presente ano uma intervenção geral na estufa central, destinada a garantir o seu funcionamento mínimo sem comprometer o

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desenvolvimento das plantas e sementeiras que são realizadas nesta. A estufa encontrava-se a necessitar nomeadamente de reparações na sua cobertura, uma vez que estava a entrar água pela cobertura prejudicando os trabalhos já desenvolvidos e em desenvolvimento. Na Tabela 4 encontram-se descriminados os indicadores de execução da acção. Destaca-se que no total foram já intervencionados 50,55 ha com acções de beneficiação com autóctones, tendo esta área sido também alvo de controlo de flora invasora (no âmbito da acção C.2). Relativamente à área de Pinus pinaster alvo de substituição progressiva (que também foi intervencionada no âmbito da acção C2), duplicou-se já a área prevista inicialmente para beneficiação com autóctones, tendo-se atingido um total de 10,28 ha. Tabela 4 – Indicadores de execução da Acção C.1 2015 – Relatório de Progresso nº 2

Actual/ Total

Realizada

Realizada

Identificação, colheita e propagação de espécies autóctones

Realizada

Realizada

Cartografia digital de apoio à gestão Área total de floresta autóctone beneficiada/conservada (área sujeita a plantação de espécies autóctones - ha) Área de Pinus pinaster objeto de substituição progressiva (área inicialmente ocupada por pinheiro, onde

Realizada

Realizada

46,23 (151%)

50,55 (165%)

10,28 (205,3%)

10,28 (205,3%)

46,23 (151%)

50,55 (165%)

Avaliação e acompanhamento de resultados

Realizada

Realizada

Identificação de povoamentos/indivíduos dadores

Realizada

Realizada

Recolha de material vegetal

Realizada

Realizada

Ensaios de técnicas de germinação/propagação

Realizada

Realizada

Propagação alargada por aplicação de técnicas mais adequadas a cada espécie Plantação e manutenção das áreas abrangidas pelo projeto

Realizada

Realizada

Realizada

Realizada

Avaliação e acompanhamento de resultados

Realizada

Realizada

Indicador Reativação e operação regular das infraestruturas de viveiro

incidiram as invasões por Acacia sp. – o indicados refere-se a ha plantados)

Área de ações C.2 coberta com intervenções de beneficiação com autóctones (área sujeita a plantação de espécies autóctones - ha)

5.4. ACÇÃO C.2: Acções de Controlo e Erradicação de Espécies Invasoras 5.4.1. Controlo e Erradicação de Espécies Invasoras Herbáceas Durante o período de reporte, os trabalhos de controlo de Tradescantia fluminensis incidiram sobretudo nos controlos de seguimento em áreas já intervencionadas, procedendo-se à reviragem das pilhas criadas nomeadamente nas áreas intervencionadas do adernal, juntamente com aplicação de glifosato quando necessário.

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Os controlos de seguimento em áreas de Tradescantia fluminensis têm-se mostrado mais trabalhosos em casos onde não há plantação nem abundante regeneração natural. Nestes casos a invasora acaba por re-invadir as parcelas com maior velocidade, levando a uma maior regularidade de acções de controlo. Em áreas plantadas com espécies de crescimento rápido (como a vinca), e em áreas como o adernal, onde a regeneração autóctone é muito intensa (juntamente com a acumulação de folhas que retarda o crescimento de propágulos de Tradescantia fluminensis), os controlos de seguimento ocorrem de forma mais espaçada, uma vez que o espaço é imediatamente ocupado por outras espécies. Em áreas de adernal, os controlos têm sido particularmente importantes e eficientes, e a diversidade específica aumenta com as acções de controlo, tal como demonstram os resultados da monitorização. Ainda assim, foram desenvolvidos outros trabalhos de controlo a par com as acções de controlo de espécies invasoras lenhosas. As metodologias utilizadas nas intervenções foram as mesmas descritas no último relatório, optando-se sempre que possível pela metodologia que se mostrou mais custo-eficaz ao longo do projecto: arranque manual em tapete, seguida da deposição em pilhas destinadas à reviragem regular e aplicação de glifosato, quando necessário. Para informação detalhada acerca das áreas intervencionadas no período a que se refere o presente relatório, por parcela, e o total global intervencionado, ver o Anexo 3. A área total de invasoras herbáceas intervencionada é, juntamente com as parcelas piloto, à data da redacção do presente relatório, de 13,37 ha. Realça-se que a meta acrescer 2.89 ha de controlo de Tradescantia fluminensis em áreas de adernal, apresentada como a cumprir no caso de adiamento do termo do projecto (ver Relatório de Progresso nº 2), foi já ultrapassada.

Figura 3 – Área de intervenção conjunta em invasoras lenhosas, com descasque, e invasoras herbáceas, herbáceas (Tradescantia fluminensis), com arranque manual e deposição em pilha, à esquerda

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Figura 4 – Distribuição espacial das intervenções em invasoras herbáceas na área de intervenção, no final do período a que se refere o presente relatório

Nas áreas piloto das parcelas AD3 e AD1, e de acordo com os relatórios de monitorização do parceiro UA, foi verificada a invasão das áreas de remoção de Tradescantia fluminensis pela gramínea Ehrharta erecta, que apresenta uma tendência de ocupação típica de uma planta invasora. Assim, fruto do diálogo contínuo desenvolvido com a UA, seguiram-se as sugestões de controlo apresentadas por aquela entidade, e a FMB iniciou um pequeno ensaio (em cerca de 200 m2), sem custos adicionais para o projecto e numa lógica de preparação para o período pós-projecto, que consiste na remoção manual da espécie invasora e plantação de gilbardeira (Ruscus aculeatus). Espera-se no relatório final poder apresentar resultados relativamente a este ensaio e à sua pertinência.

5.4.2. Controlo e Erradicação de Espécies Invasoras Lenhosas À semelhança do restante período de projecto, os trabalhos de controlo de flora exótica invasora lenhosa têm avançado de forma contínua e consistente, de acordo com as prioridades previstas e os pressupostos avançados nos programas iniciais do projecto.

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No período a que se refere o presente relatório, foi feito um esforço pelas equipas para dar continuidade às acções de controlo de invasoras lenhosas e simultaneamente realizar as acções de beneficiação no âmbito da acção C.1. Actualmente encontram-se abrangidos por acções de controlo de flora exótica invasora lenhosa um total de 41,5 ha, tendo-se já ultrapassado os valores estipulados em candidatura e no Programa Operacional previsto nas acções A. Desta área, e na sequência da metodologia de trabalho que vinha a ser aplicada, há várias parcelas em diferentes estados de evolução no que diz respeito aos controlo de seguimento, nomeadamente: 15,86 ha de área com controlo inicial, 5,35 de área com 1º controlo de seguimento, 20,35 ha de área com 2º controlo de seguimento/ manutenção, 1,88 ha de área com 3º controlo de seguimento/ manutenção, 1,16 ha com 4º controlo de manutenção e 0,5 ha com 5º controlo de manutenção. Tenha-se em conta que o controlo de manutenção diz respeito a intervenções de arranque de novas rebentações e manutenção das parcelas enquanto, enquanto o controlo de seguimento diz respeito à repetição de intervenções em indivíduos já previamente intervencionados. Na experiência do projecto, os controlos de seguimento têm-se mostrado necessários até pelo menos ao 3º ou 4º controlo, sendo que a partir do segundo controlo as intervenções são um misto de controlos de seguimento/ manutenção.

Figura 5 – Distribuição espacial das intervenções em invasoras lenhosas na área de intervenção no final do período a que se refere o presente relatório

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A quantidade de controlos de seguimento/ manutenção necessários até o habitat estar estabilizado, pela experiência adquirida no projecto, irá estar relacionada com vários factores que interagem entre si, nomeadamente: •

A espécie em questão. Pela experiência do projecto, a austrália (Acacia melanoxylon) tem-se mostrado mais susceptível aos tratamentos aplicados do que a mimosa (Acacia dealbata). No caso do Pittosporum undulatum, os indivíduos com menor diâmetro à altura do peito têm-se mostrado mais susceptíveis ao descasque, morrendo até 1,5 anos após a intervenção. Os indivíduos com maior porte demoram bastante mais tempo a secar, sendo que alguns exemplares descascados há mais de 2 anos ainda se encontram vivos. No caso da espécie Ailanthus altissima, o seu controlo por descasque tem-se mostrado ineficiente, e o seu arranque logisticamente difícil e pouco eficiente. A metodologia mais eficiente para a eliminação desta espécie, pela experiência do projecto, é a perfuração do tronco e injecção com glifosato.

A existência de um banco de sementes instalado e a entrada de novas sementes de áreas externas à mata, não alvo do projecto. Nas áreas onde o banco de semente está instalado, verificou-se que até ao 3º controlo de seguimento/ manutenção continua a ocorrer uma germinação substancial do banco de sementes, sendo que esta diminui muito após o 1º e 2º controlo de seguimento. Em áreas com 4º controlo de manutenção a germinação por semente é já significativamente mais reduzida, sendo que nas áreas mais periféricas, próximas de fontes de sementes externas à mata, se verifica uma “alimentação” do banco de sementes por espécimes externos à mata.

A disponibilidade de luz e o crescimento da vegetação plantada ou da regeneração natural. Em áreas sem perturbação, com vegetação autóctone estabilizada nos diferentes estratos, como é o caso do Adernal, a germinação de sementes é muito reduzida, e geralmente está associada a caminhos ou áreas de património construído. As invasoras intervencionadas nestas áreas com descasque necessitarão à partida apenas de 2 ou 3 controlos de seguimento/ manutenção, para aperfeiçoar descasques e garantir a morte das árvores intervencionadas.

Tendo em conta estes dados e a evolução dos trabalhos, prevêem-se duas situações distintas no âmbito do projecto: •

as intervenções em habitats consolidados, como o Adernal, em que o controlo de invasoras lenhosas se encontrará à partida estabilizado após o 3º controlo de seguimento/ manutenção. Contudo, e tendo em conta o input externo de sementes provenientes da área fora de muros, prevê-se que nas áreas mais periféricas, assim como ao longo de caminhos seja necessário fazer controlos de seguimento de 2 em 2 anos, de forma a garantir a eliminação dos espécimes entretanto germinados. Estes controlos são substancialmente menos trabalhosos do que os controlo iniciais;

As intervenções em habitats a restaurar, como é o caso do Pinhal do Marquês, em que a vegetação autóctone de médio/ grande porte era quase inexistente na altura do controlo

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inicial. Neste caso, após o 4º controlo de seguimento/ manutenção a situação parece tender a estabilizar (também fruto do crescimento ocorrido da vegetação plantada), prevendo-se contudo a necessidade de realizar um controlo de seguimento anual até a vegetação plantada crescer o suficiente para ocupar o espaço, e providenciar o ensombramento necessário para controlar a germinação do banco de sementes. Estes controlos são substancialmente menos trabalhosos do que os controlo iniciais; Nestes termos, o projecto BRIGHT é particularmente bem sucedido na medida em que, o envolvimento massivo de voluntários e a “filiação” de alguns grupos que retornam anualmente à mata para acções de voluntariado, será uma excelente forma de garantir os controlos de seguimento que se preveem necessários até à estabilização da vegetação plantada. Relativamente às metodologias de controlo aplicadas, têm sido mantidas as que se têm mostrado mais eficazes ao longo do projecto, nomeadamente: arranque de espécimes de pequeno porte (nomeadamente nos controlos de seguimento), descasque simples e descasque com pincelagem com glifosato em indivíduos de médio/ grande porte, em áreas de controlo inicial. A metodologia de injecção com glifosato tem sido aplicada apenas em casos muito específicos, quando o descasque não funciona em indivíduos de grande porte, ou no controlo de Ailanthus altissima, que não responde ao descasque simples, e cujo arranque manual se mostra muito pouco eficiente. O corte com pincelagem é uma técnica apenas utilizada em áreas com elevadas densidades de invasão, quando há necessidade de abrir espaço para poder entrar nas parcelas e proceder aos descasques. Em Janeiro de 2016, foi realizada a aquisição de um medidor de distâncias a laser, destinado a facilitar a medição de áreas nas parcelas de intervenção em lenhosas e herbáceas, e auxiliar na implementação dos trabalhos de abate de árvores secas (cálculo de locais de queda).

Figura 6 – Intervenção de equipa especializada em acácia descascada morta

No âmbito da presente acção, verificaram-se um conjunto de árvores de grande porte, nomeadamente acácias secas alvo de descasques nas fases iniciais de projecto, que pela perigosidade de queda sobre vias ou áreas já plantadas tiveram que ser desmontadas por equipa

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especializada, tendo-se recorrido a uma primeira assistência externa com equipa de cirurgiões de árvores para o efeito, durante o mês de Setembro de 2016. Na sequência do Pedido de Prorrogação apresentado em Maio de 2016, e em resposta às necessidades de trabalhos adicionais, a FMB procedeu à contratação de uma assistência externa para intervenção nas principais clareiras causadas pelas intempéries, de forma a minimizar/ eliminar as pressões exercidas nas parcelas de projecto, previamente identificadas no Relatório de Progresso nº 2. O procedimento de contratação está a decorrer à data de redacção do presente relatório, prevendo-se a sua conclusão até meados de Dezembro. Para a equipa de operários da FMB, este esforço não seria compatível com os objectivos de consolidação das acções de controlo de seguimento que se mostram necessárias numa área cada vez maior, nem com as necessidades de dar resposta às plantações previstas (80.000 árvores) e consequentes regas (que se têm verificado indispensáveis). Ainda na sequência da prorrogação do prazo do projecto, foi realizada uma aquisição de equipamentos de trabalho, nomeadamente motosserras, motorroçadoras, EPI’s e pequenos instrumentos de apoio, motivada pelo avançado estado de degradação do material existente devido ao uso intenso durante os 5 anos de projecto, material esse que não permitiria cumprir eficientemente os trabalhos previstos até ao final de 2017 (ver anexo 4). Tabela 5 – Indicadores de execução da Acção C.2 Indicador Área total intervencionada com trabalhos de controlo de invasoras lenhosas Área abrangida por trabalhos de seguimento de invasoras lenhosas (ha) Área abrangida por trabalhos de controlo de Tradescantia fluminensis (ha) Área abrangida por trabalhos de controlo de outras herbáceas (ha) Área abrangida por trabalhos de controlo de seguimento de invasoras herbáceas Espécies invasoras arbóreas abrangidas pelos trabalhos (nº) Espécies invasoras herbáceas abrangidas pelos trabalhos (nº) Métodos ensaiados/ desenvolvidos para controlo de Tradescantia fluminensis

Relatório de Progresso nº 2

Relatório de Progresso nº 3

31,67

41,5

22,82

25,67

6,7

15,08

1,43

1,43

1,42

2,2

6

6

4

4

8

8

5.5. ACÇÃO D.1: Programa de Acções de Comunicação e Divulgação LIFE+ / Sítio Web O website do projecto apresenta evidentes melhorias relativamente à versão que estava online aquando da redacção do Relatório de Progresso nº2. Desde este relatório, e dando resposta ao ofício da Comissão, o site foi traduzido para inglês. O website mantém a estrutura apresentada no Relatório de Progresso nº 2, com os separadores “Início”, “Projeto”, “Documentos”, “Atividades”, “Voluntariado”,

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“Divulgação”, “Galeria”, “Links” e “Contactos”, através dos quais se disponibilizam os conteúdos do projecto, nomeadamente as notícias mais recentes, com uma actualização regular de base mensal na versão em português, e trimestral na versão em inglês. No período a que se refere o presente relatório, foram carregados no separador “Relatórios”, os relatórios mais recentes. Destacam-se desde Maio de 2016 as actualizações regulares que têm vindo a ser feitas das notícias na página principal da versão portuguesa, e na página “Press” da versão inglesa. Destacam-se ainda, desde a mesma data, as actualizações regulares cos comunicados de imprensa e das notícias no separador divulgação. As notícias estão a ser actualizadas com regularidade, nomeadamente na página principal, onde actualmente se encontra em destaque a referência ao Sement Event 2016, que conta com diversas actividades de voluntariado e um dia de seminário com vários projectos LIFE nacionais e internacionais. Desde o último relatório, o técnico Tiago Mamede tem assegurado a gestão do Backoffice do website, com o apoio do técnico Miguel Gonçalves. Tabela 6 – Indicadores de execução da Acção D.1 Indicador Utilização do Sítio Web Nº de notícias digitalizadas Nº de relatórios de projecto

Objectivo de candidatura 200 visitas mensais

Relatório de Progresso nº 2 300 visitas mensais

Relatório de Progresso nº 3 250 visitas mensais

X

213

274

5

4

5 30

X

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Nº de apresentações sobre o projecto

• • •

7 desde o ultimo relatório: Colóquio As invasoras e a Malta, Apresentação para o Eco Escolas, Workshop do LIFE Healthy Forest (LIFE14 ENV/ES/000179) • Sement Event 2015 (4)

5.6. ACÇÃO D.2: Programa de Acções de Comunicação e Divulgação LIFE+ / Placards e Outdoors Actualmente os placards colocados no terreno totalizam de 20 unidades, dos quais 5 são representativos de ações de envolvimento e voluntariado, 6 de caráter informativo geral, 6 de descrição de trabalhos e 3 de “apadrinhamento” de parcelas. Prevê-se durante o próximo período de projecto, realizar algumas operações de manutenção em algumas das placas distribuídas pela mata, recorrendo sobretudo a meios internos. Em Abril e Agosto essas melhorias/ manutenções foram já iniciadas, tendo-se para tal adquirido barrotes de madeira para substituição de materiais partidos ou em estado de degradação. Prevê-se a curto prazo a reposição do outdoor da Mealhada. No que diz respeito aos indicadores de execução da acção, as metas definidas em candidatura foram já ultrapassadas, estando-se a alcançar resultados que vão além dessas metas, dando-se resposta a necessidades adicionais sem incremento de custos para o projecto.

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Tabela 7 – Indicadores de execução da Acção D.2 Indicador Nº de modelos gráficos de placards e outras peças gráficas outdoors concebidos Nº de outdoors produzidos/ colocados nas entradas da Mata/ áreas de intervenção Nº de outdoors de grande dimensão produzidos/colocados fora da Mata Nº de placards de divulgação produzidos/colocados em parcelas de intervenção

Objectivo de candidatura

Relatório de Progresso nº 2

Relatório de Progresso nº 3

X

28

28

4

7

7

X

1

1

20

20

20

5.7. ACÇÃO D.3: Programa de Acções de Comunicação e Divulgação LIFE+ / Relatório para Leigos – Layman Report Esta acção, no que diz respeito à sua execução, não apresenta alterações face ao exposto no Relatório de Progressos 2, uma vez que a sua execução está prevista para o final do projecto. Com a aprovação do Pedido de Prorrogação do projecto, a data prevista para apresentação do Relatório para Leigos é o dia 30 de Março de 2018, juntamente com a entrega do Relatório de Auditoria Externa, e o Plano de Comunicação Pós-LIFE.

5.8. ACÇÃO D.4: Programa de Acções de Comunicação e Divulgação LIFE+ / Acções Complementares 5.8.1. Materiais de Comunicação A presente acção já atingiu e ultrapassou em muito os objectivos descritos na candidatura. Realça-se o excelente trabalho que tem sido desenvolvido pela actual equipa de comunicação da FMB, que tem permitido ao projecto alcançar o público geral de uma forma que até então ainda não se tinha verificado. São prova disso os indicadores registados na tabela de indicadores da presente acção. Todas as brochuras e flyers previstos em candidatura estão desenvolvidos e disponíveis para download no website do projecto. Com o apoio do parceiro CMM, a equipa da FMB tem desenvolvido regularmente materiais de comunicação para as actividades desenvolvidas, recorrendo apenas à mão de obra interna, o que tem ajudado em muito na comunicação e adesão. Para efeitos de indicador, estes materiais foram juntos ao indicador “flyers” na tabela, procedimento já utilizado no último

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relatório. Estes materiais incluem materiais digitais e impressos relativos a actividades com o público, trilhos, oficinas e acções de plantação com empresas e figuras públicas.

Figura 7 – Exemplos de cartazes de divulgação dos trilhos, oficinas e plantações com figuras públicas e empresas

Relativamente ao Guia de Campo de Flora e Fauna do Adernal da Mata Nacional do Bussaco, cuja produção no âmbito da acção D7 estava previsto em candidatura, encontra-se actualmente finalizado e a ser entregue ao público alvo a que se destina (ver anexo 11). Todos os materiais de comunicação produzidos no âmbito da presente acção se encontram a ser utilizados nas actividades das acções.

Figura 8 – Distribuição dos Guias de Campo de Flora e Fauna do Adernal no âmbito das acções de sensibilização e envolvimento

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5.8.2. Eventos e Comunicação Para uma melhor e maior comunicação do projeto e disseminação/transferência de resultados organizam-se, desde 2011, eventos anuais que pretendem abranger o público em geral e especifico com atividades e acções direcionadas. Neste sentido os trabalhos decorreram como planeado e segundo os modelos e calendarização previstos, não se identificando quaisquer constrangimentos à sua execução. Realça-se neste contexto a edição do Sement Event de 2016, que pela primeira vez conta com a presença/ contribuição de projectos LIFE internacionais da Irlanda (LIFE RAPTOR (LIFE13 NAT/IE/000769)) e Espanha (LIFE INVASEP (LIFE10 NAT/ES/000582) e LIFE CONHABIT (LIFE13 NAT/ES/000586)). Como já referido, o trabalho dedicado da equipa de comunicação tem permitido aumentar a visibilidade regional e nacional do projecto, nomeadamente pelo aumento de notícias na televisão e na rádio, assim como pela dinamização de um conjunto de plantações com empresas e figuras públicas, que tem merecido a atenção dos media, tendo-se verificado com tal um aumento da quantidade de notícias relacionadas com as actividades do projecto.

Tabela 8 – Indicadores de execução da Acção D.4 Indicador

Objectivo de candidatura

Relatório de Progresso nº 2

Relatório de Progresso nº 3

Brochuras/ desdobráveis

3

4

4 (trilho adrenal, trilho invasoras, fauna, Sement Event 2013)

52 (Adernal, Invasoras, Fauna, Escapadela no Bussaco, Voluntariado para PME’s, Cartazes de actividades com o parceiro CMM, Cartazes de actividades de trilhos e oficinas, cartazes Sement Event 2012 a 2016), cartazes de plantação de árvores) 8 (mamíferos, anfíbios, cogumelos tóxicos, cogumelos não tóxicos, flora autóctone, flora invasora, aves, controlo de espécies invasoras) 3 (herbário, caixa ninho, Guia de Campo de Flora e Fauna do Adernal da Mata Nacional do Bussaco)

Flyers

15

22

Fichas de Guia de Campo

2

8

Kits pedagógicos

1

2

30

138

171

10

3

4

2

1

1

5

3

5

X

196

242

X

2

X

1

12 6 (Programa Portugal em directo,

Notas de imprensa emitidas Conferências de imprensa dinamizadas Seminários públicos organizados Sessões de divulgação anual organizadas Notícias em jornais nacionais Notícias radiofónicas Notícias televisivas

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24 de Dezembro – Trilho Adernal,


Plantação com personalidades (SIC, TVI e CMTV), Reportagem RTP e Revista de Imprensa TVI24)

Notícias em portais web Artigos em revistas especializadas Outros eventos de comunicação/ divulgação

X

275

291

X

5

5

X

1

1 (Simpósio “Viver a floresta – diferentes visões para os recursos endógenos renováveis)

5.9. ACÇÃO D.5: Programa de Acções de Sensibilização, Envolvimento e Voluntariado / Público em Geral De uma forma geral, a acção tem vindo a desenvolver-se de uma forma contínua e com crescente adesão, em grande parte fruto dos trabalhos de comunicação desenvolvidos pela presente equipa, e também resultado das experiências positivas que levam os públicos que já participaram nas acções a trazer novos públicos. Destaca-se o envolvimento de um total de 7956 participantes em actividades da acção até ao momento, sendo que 4080 dessas pessoas foram envolvidas no período entre o último relatório de progresso e a actualidade (ver Tabela 9). Os indicadores de nº de bagas de gilbardeira recolhidas e nº de plantas semeadas em viveiro retratam que as actividades abrangem significativamente as actividades de viveirismo e recolha de sementes, além do controlo de flora invasora, que é o tema predominante. Para informação detalhada acerca das actividades realizadas, consultar o Anexo 6. Recentemente, e tendo-se verificado que a baixa execução relativa aos indicadores que dizem respeito às visitas e passeios pedestres (ver Tabela 9) não se coaduna com a realidade da execução, detectou-se um lapso na contabilização da quantidade de visitas ao projecto. Na realidade não estavam a ser contabilizadas visitas realizadas com entidades que na mesma altura faziam voluntariado e visita ao projecto, estando-se a contabilizar tudo como uma actividade única que entrava nos indicadores de voluntariado. Aparentemente este erro repetiu-se pelo menos nos últimos 2 anos. Por esta razão o indicador que diz respeito às visitas apresenta valores abaixo do esperado, sendo que na realidade o número de visitas é muito superior ao apresentado. Não sendo possível contabilizar o valor para trás, será a partir da presente data feita a contabilização correcta, e apresentados os valores no relatório final. No que diz respeito aos passeios pedestres, apesar da divulgação realizada, a adesão tem sido relativamente baixa no caso do Trilho Invasoras. No período até ao final do projecto a FMB irá focarse mais nos trilhos Adernal e Floresta Relíquia, de forma a aumentar a execução deste indicador. Juntamente com a acção D.6, foi implementado no presente ano um programa de plantação de árvores e arbustos com empresas e personalidades públicas, para o qual a FMB convidou um conjunto de entidades/ pessoas a vir à Mata Nacional do Bussaco com o objectivo de realizarem uma plantação no âmbito do projecto BRIGHT. Estas acções têm merecido o despertar de atenção dos media, que têm acompanhado os eventos de perto, destacando-se a plantação com o artista José

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Cid, tendo o evento sido notícia nas principais televisões de Portugal (SIC, CMTV e TVI) e em vários Jornais nacionais e regionais (ex: JN, Diário de Coimbra e Diário As Beiras).

Figura 9 – Imagem dos certificados entregues no âmbito do programa de plantações com empresas e personalidades públicas (à esquerda), e cobertura pelas televisões da acção de plantação com o José CID (à direita)

Desta forma espera-se que os trabalhos da acção venham a beneficiar da divulgação destas acções, perspectivando-se um aumento da afluência de públicos à MNB com objectivos de envolvimento nos trabalhos do projecto. Para apoio às actividades com o público, verificou-se necessário adquirir material pedagógico (utilizado também nas acções D.6 e D.7), assim como proceder à impressão de flyers de apoio. Destaca-se ainda a exposição BRIGHT, com os trabalhos realizados pelas escolas no âmbito da acção D.7, decorrida no Centro de Interpretação Ambiental da Mealhada entre 01/06/2016 e 09/06/2016, contribuiu em larga escala para o aumento do público abrangido pelas actividades da acção D.5, uma vez que a exposição decorreu numa fase de bastante actividade no CIA e no Parque da Cidade da Mealhada, encontrando-se na altura aberta ao público em geral. Tabela 9 – Indicadores de execução da Acção D.5 Indicador Visitas guiadas Passeios pedestres Ateliers/ oficinas Público abrangido com actividades da acção Trilhos pedestres criados Bagas de gilbardeira (Ruscus aculeatus) recolhidos kg Plantas semeadas em viveiro

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Objectivo de candidatura 520 (nº de visitas ao

Relatório de Progresso nº 2

Relatório de Progresso nº 3

longo dos 5 anos do projecto) 120 (nº de passeios ao longo dos 5 anos de projecto) 120 (nº de oficinas ao longo dos 5 anos de projecto)

127

174

21

26

21

79

X

3876

7956

X

3

3

X

6,855

8,52

X

5400

10500

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5.10. ACÇÃO D.6: Programa de Acções de Sensibilização, Envolvimento e Voluntariado / Empresas Os trabalhos da acção têm sido desenvolvidos de uma forma contínua, verificando-se o regresso anual de várias empresas, como é o caso do Montepio e a Sociedade de Águas do Luso, com parcelas apadrinhadas. De um modo geral a acção encontra-se acima dos níveis de execução previstos, sendo que até ao momento foram envolvidos em actividades da acção 4864 participantes, num total de 154 empresas e IPSS’s, tendo-se ultrapassado largamente as metas inicialmente previstas (12 empresas – ver Tabela 10). Para informação detalhada acerca das actividades realizadas, consultar o Anexo 6. Destaca-se ainda que no âmbito desta acção já se fizeram intervenções num total de 16,68 ha de Tradescantia fluminensis, tendo-se extravasado significativamente os 5 ha inicialmente previstos (ver Tabela 10). O indicador relativo ao controlo de 50% das áreas de Cortaderia selloana e Fascicularia bicolor apresenta um valor constante de 1,85 ha porque, relativamente à primeira espécie só existia um exemplar que foi removido no 2º ano de projecto, e relativamente à segunda espécie, esta não tem uma ocupação territorial agressiva, e não tem apresentado qualquer problema para os valores de conservação alvo do projecto, pelo que se optou por canalizar energias para as principais espécies alvo. Além disso as áreas com Fascicularia bicolor são muito reduzidas e circunscritas, e praticamente não apresentaram crescimento durante os 5 anos de projecto. Desta forma apresentase como indicador a intervenção realizada em início de projecto em 1,85 ha.

Figura 10 – Voluntariado com o grupo Montepio

Ainda assim, foi verificado um ligeiro decréscimo de actividade na acção no início do ano de 2016. Tendo detectado atempadamente esta tendência, a FMB lançou um programa de plantação de árvores e arbustos com empresas, para o qual convidou os presidentes das 1000 maiores empresas de Portugal a virem à Mata Nacional do Bussaco com o objectivo de realizarem uma plantação no âmbito do projecto BRIGHT. Na acção de plantação, que é na sua abordagem inicial simbólica no que diz respeito à sua significância em termos de volume de trabalho concreto, é plantada uma árvore numa parcela de projecto, atribuindo-se um certificado ao participante com as coordenadas

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geográficas e local de plantação. Após a plantação é desenvolvido um momento de diálogo entre a FMB e a empresa, com a explicação do projecto e seus objectivos, apresentando-se os programas de voluntariado empresarial e envolvimento de empresas. Estas acções têm sido acompanhadas nomeadamente por jornais locais, o que tem potenciado a divulgação do projecto, tendo-se verificado já pedidos de várias entidades para desenvolver acções de plantação no âmbito do projecto, pedidos estes decorrentes das notícias veiculadas. Neste contexto, esperam-se durante o ano de 2017 vir a ter um envolvimento mais significativo e próximo nos trabalhos do projecto de parte das empresas que participaram nestas acções de plantação simbólica, assim como de outras entidades que têm conhecimento das acções de plantação através dos meios de comunicação social. Estas acções terão uma relevante importância no âmbito do período Pós-LIFE, prevendo-se vir a aprofundar os contactos já realizados com as empresas envolvidas, de forma a concertar um plano de envolvimento que dê continuidade/ expansão às acções iniciadas pelo projecto.

Tabela 10 – Indicadores de execução da Acção D.6 Indicador Eventos de envolvimento direto de responsabilidade corporativa (empresas) e IPSS’s Participantes envolvidos em acções de voluntariado Acções de voluntariado/ comunicação/ oficinas dinamizadas Controlo/ irradicação de Tradescantia fluminensis e povoamentos de Acacia spp. (hectares) Controlo/ irradicação de Cortadeira selloana e Fascicularia bicolor Plantação de espécies autóctones

Objectivo de candidatura

Relatório de Progresso nº 2

Relatório de Progresso nº 3

12

105

154

5040

4429

4864

X

174

199

5

17,68

18,68

50% das áreas ocupadas

1,85 ha

1,85 ha

10080

3100

4108

5.11. ACÇÃO D.7: Programa de Acções de Sensibilização, Envolvimento e Voluntariado / Escolas A acção progrediu de forma muito eficiente desde que passou a ser liderada pela FMB, e até ao final de 2017 será possível atingir uma execução próxima do inicialmente previsto, e de acordo com o programa específico elaborado para a acção em 2015. Envolveram-se até à data um total de 8335 alunos, professores, monitores e pais de alunos em trabalhos da acção. Conseguiu-se envolver 50%

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da população escolar do ensino básico do concelho da Mealhada (ver Tabela 12). Para informação detalhada acerca das actividades realizadas, consultar o Anexo 6. Na preparação do cronograma da acção para 2017, algumas têm sido as escolas que têm recusado participar na ação pela falta de transporte, sendo este um problema que a manter-se não permitirá ir além dos 50% de população escolar abrangida. Desta forma, e sem custos adicionais para o projecto, a FMB solicita à Comissão autorização para alocar despesas ao transporte de alunos no âmbito da acção D7, nomeadamente para aluguer de autocarros quando necessário, prevendo-se que com esta decisão se alcance durante 2017 entre 80 a 90% da população escolar. Há uma percentagem de 10 a 20% da população escolar que por motivos alheios à FMB não aceita os convites para participação na acção. Os trabalhos da acção D.7 continuaram, no período a que se refere o presente relatório, a ser desenvolvidos com a FMB a garantir a execução da acção, coordenando a calendarização e execução das actividades, utilizando para o efeito as instalações da FMB e as instalações do Centro de Interpretação Ambiental da Mealhada, com o apoio do parceiro CMM, sem custos adicionais para o projecto. A CMM contribuiu com o apoio à agilização dos contactos e disponibilização de espaços exteriores à MNB, e tendo vistas ultrapassadas algumas das suas problemáticas associadas à possibilidade de contratação, contratou através dos seus próprios meios a técnica Lídia Dias, que tem apoiado a execução da acção D.7. À semelhança do descrito no anterior relatório, a acção acolheu actividades com escolas de diferentes níveis de escolaridade do concelho, assegurando o efectivo envolvimento dos alunos, professores e familiares. Verificou-se necessária a impressão de mini-guias de apoio às actividades. Além dos trabalhos previstos no âmbito da acção, estaca-se a exposição dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos no âmbito da acção D.7, que decorreu entre 01/06/2016 e 09/06/2016, tendo-se alcançado um total de visitantes na ordem dos 2000, sendo que cerca de 800 foram alunos, professores e familiares (Figura 11).

Figura 11 – Imagem da exposição dos trabalhos desenvolvidos no âmbito da acção D.7

No que diz respeito ao Guia de Campo, desde Maio de 2016 foram feitas melhorias significativas à maquete apresentada como anexo ao Relatório de Progresso nº 2, no sentido de optimizar a concepção gráfica e a leitura do documento, homogeneizar as imagens das espécies, optando-se por

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colocar fotografias em detrimento de ilustrações, e optimizar conteúdos e a forma como estes estavam a ser comunicados, adequando-se o mais possível a linguagem do documento ao público alvo. À data de redacção do presente relatório o “Guia de Campo de Flora e Fauna do Adernal da Mata Nacional do Bussaco” (ver anexo 11) encontra-se finalizado e em distribuição (ver figura 8). O Guia será distribuído no âmbito das acções de envolvimento e sensibilização, aos monitores, líderes de grupo, professores, encarregados e outros responsáveis, com os objectivos de enriquecer as acções, permitir uma explicação ilustrada in situ das diferentes espécies, e disseminar os valores naturais do Adernal. Tem-se mostrado um excelente apoio nomeadamente às actividades com escolas.

Figura 12 – Distribuição dos kits pedagógicos no âmbito da acção D.7

Dando cumprimento ao programa específico desenvolvido para a acção D7, no período a que se reporta o presente relatório foram distribuídos os kits pedagógicos nas actividades desenvolvidas no âmbito da acção, nomeadamente com escolas que se deslocam à MNB, tendo-se distribuído um total de 600 kits. No sentido de preparar a continuidade da acção durante o próximo ano lectivo (2016/ 2017), e dando cumprimento ao programa específico desenhado para a acção D7, foram compradas 7 mini-estufas para as actividades a desenvolver no âmbito da acção, assim como madeira para a construção de abrigos para morcego no âmbito das oficinas previstas. A aquisição de apenas 7 miniestufas prende-se com a receptividade das escolas para receber o material e desenvolver actividades com este. Apenas 7 escolas demonstraram interesse nas mini-estufas. No que diz respeito aos compostores, optou-se por não adquirir uma vez o interesse nestes por parte das escolas foi extremamente reduzido, e que a temática da compostagem acabou por ficar fora dos trabalhos do projecto quando se abdicou da unidade de compostagem. Tabela 11 – Indicadores de execução da Acção D.7 Indicador População escolar do ensino básico do concelho da Mealhada Actividades/oficinas

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Objectivo de candidatura

Relatório de Progresso nº 2

Relatório de Progresso nº 3

100%

15%

50%

X

43

154

29


dinamizadas Ciclos de ensino abrangidos Participantes envolvidos em ações de sensibilização e envolvimento (todos os ciclos de ensino e famílias) Materiais pedagógicos produzidos Propagação de plantas autóctones fora da Mata Kits pedagógicos básicos distribuídos em actividades a decorrer na MNB Mini-estufas e compostores

X

4

4

X

2759

8335

X

1

1

2500

0

650

X

X

600

25+25

0

7 mini-estufas

5.12. ACÇÃO D.8: Programa de Acções de Disseminação e Transferência de Resultados A boa execução antecipou a execução dos indicadores previstos, com a excepção do arranque das participações na Greenweek, que atrasou cerca de um ano, tendo-se realizado em 2015, e da produção do DVD/ documentário, cuja assistência externa não foi concluída até à data de redacção do presente relatório. Actualmente, e de forma global, a acção encontra-se acima da execução prevista. As visitas dos media ao projecto têm-se mantido regulares, segundo o mesmo modelo informal e ágil de convites, ajustado às solicitações dos jornalistas, verificando-se cada vez mais que os media procuram a Mata Nacional do Bussaco pela notabilidade e visibilidade que esta tem adquirido através das dinâmicas geradas pelo projecto BRIGHT. Os órgãos de comunicação que têm feito este acompanhamento são de âmbito local/ regional em maioria, tendo-se alcançado ainda órgãos da comunicação de âmbito nacional, nomeadamente no âmbito actividades desenvolvidas no âmbito da acção D.5, em que os principais canais de televisão vieram acompanhar a plantação com o José Cid e a Gabriela Carrascalão. Apenas durante o período a que se reporta o presente relatório foram realizadas 11 visitas de divulgação para os media (mais do dobro do que no restante período de projecto – ver Tabela 12). Até ao final de 2017 espera-se ultrapassar as 20 visitas previstas inicialmente. A participação em feiras e eventos tem sido regular e com uma frequência muito superior ao previsto em candidatura. Em 2017 prevê-se a participação na Greenweek, dando resposta ao previsto em candidatura. Sem incrementar os custos para o projecto, e com o esforço suplementar de dinamização de actividades realizado pela FMB durante o ano de 2016, conseguiu-se até à data exceder o número de

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30


visitas dos media previsto em candidatura, contando-se com várias coberturas das actividades do projecto por jornais, rádios e televisão (ver tabela de indicadores da acção D.4). No que diz respeito a workshops e conferências técnicas, as metas definidas em candidatura foram já ultrapassadas, tendo-se realizado no Sement Event de 2015 mais uma oficina/ workshop de produção de autóctones e uma conferência técnica sobre controlo de invasoras. Destaca-se ainda que a FMB e o projecto BRIGHT foram anfitriões, juntamente com a CMM, do primeiro encontro nacional de projectos LIFE, o INTERLIFE Portugal, organizado pelo projecto LIFE Capacitação da APA (LIFE14 CAP/PT/000004). Neste evento foi realizada uma visita aos trabalhos do projecto, dando-se a conhecer in situ as técnicas aplicadas, expondo-se os resultados obtidos, e esclarecendo-se as metodologias aplicadas. No período de reporte, os trabalhos de disseminação de resultados alcançaram uma dimensão internacional, com a participação no workshop do projecto LIFE Healthy Forest (Tabela 12). No que diz respeito à participação em eventos destinados à disseminação/ transferência de resultados e conhecimentos, a equipa de projecto participou, durante o período a que se refere o presente relatório, num total de 5 eventos (ver Anexo 5), destacando-se: •

a participação no Seminário Nacional Eco Escolas de Leiria em Janeiro de 2016, que contou

com mais de 43 entidades ligadas à conservação da natureza/ ambiente e ao ensino, onde foi realizada uma apresentação do programa desenvolvido com as escolas no âmbito do projecto BRIGHT; •

a presença no colóquio “As Invasoras e a Malta” promovido pela MONTIS ACN em Outubro

de 2016, onde estiveram várias entidades ligadas ao controlo de flora exótica invasora, como a Universidade de Coimbra, o projecto LIFE Biodiscoveries, a MONTIS ACN e a equipa do projecto de Cabeço Santo, e no qual a FMB teve a oportunidade de partilhar os resultados do projecto que foram aplicados na parte prática do colóquio, no terreno, com várias boas práticas de controlo de flora exótica invasora; •

a primeira acção de disseminação de resultados e transferência de conhecimentos de âmbito

internacional, com a participação no workshop do projecto LIFE Healthy Forest (LIFE14 ENV/ES/000179), em Novembro de 2016. Tabela 12 – Indicadores de execução da Acção D.8 Indicador Visitas de divulgação para os media Workshops sobre controlo de invasoras Workshops sobre propagação de autóctones Conferência técnica sobre controlo de invasoras e propagação de autóctones DVD/ documentário técnico

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Objectivo de candidatura

Relatório de Progresso nº 2

Relatório de Progresso nº 3

20

5

16

2

3

3 (Sement Event 2012, 2013, e 2014)

2

3

4 (Sement Event 2012, 2013, 2014 e 2015)

1

4

5 (Sement Event 2012, 2013, 2014 e 2015,

1

0

0

Simpósio “Viver a Floresta” (06/06/14))

31


Stand Participações em eventos/feiras de âmbito nacional Participações na Greenweek Participações em outros eventos Vídeos de produção interna sobre actividades BRIGHT Territórios abrangidos por replicação/ aplicação de resultados

1

1

1

3

29

33

2

1

1 (Edição de 2015)

X

5

6

X

1

1

2 nacionais 1 europeu

2 nacionais

2 nacionais (relatório de progresso 2) 1 internacional (Workshop técnico do projecto LIFE Healthy Forest LIFE14 ENV/ES/000179 – País Basco, Espanha)

5.13. ACÇÃO E.2 Monitorização e Avaliação de Resultados do Projecto Apresentam-se neste capítulo os principais resultados da monitorização do projecto, desenvolvida pelo parceiro UA. A síntese apresentada tem por base o último Relatório de Monitorização da UA, que se refere ao período de 01/09/2014 a 31/08/2015, e que se apresenta como anexo do presente relatório (ver Anexo 10).

5.13.1. Fauna De acordo com o referido Relatório de Monitorização, apresenta-se uma síntese das principais conclusões do relatório para a vertente da fauna, nomeadamente seguindo a divisão nos grupos peixes, anfíbios, répteis, aves, micromamíferos, morcegos e carnívoros. De uma forma geral, o relatório descreve que nenhum dos grupos foi afectado negativamente pelas intervenções realizadas no âmbito do projecto, não se tendo registado diferenças significativas entre o cenário pré-BRIGHT e o cenário BRIGHT, com a excepção dos grupos das aves e dos micromamíferos, cujas populações foram beneficiadas com as intervenções do projecto na unidade de paisagem do Pinhal do Marquês. A ausência de efeitos negativos revela que as metodologias e boas práticas aplicadas foram eficientes e cautelosas na prevenção da afectação dos valores faunísticos. No que diz respeito às aves, destaca-se a área do Pinhal do Marquês, onde os resultados obtidos pela monitorização sugerem que as intervenções realizadas no âmbito do projecto BRIGHT beneficiaram a comunidade de aves. É ainda realçado que a evolução futura da vegetação resultante das intervenções realizadas tenderá a favorecer uma comunidade de aves mais rica. O Pinhal do Marquês foi a área onde a comunidade de aves apresentou uma evolução, sendo que estes dados são especialmente relevantes durante o Outono, com os dados BRIGHT a apresentarem uma maior riqueza específica e diversidade, relativamente ao cenário pré-BRIGHT. No verão, a diversidade de aves no Pinhal do Marquês é superior no período pré-BRIGHT, sendo esta questão justificável pelo estado ainda primário de desenvolvimento dos estratos de vegetação, que devido à diminuição temporária do coberto vegetal poderá ter diminuído o abrigo, a sombra e a humidade relativa durante

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esta época do ano. Esta será provavelmente uma situação passageira, que se manterá enquanto os estratos arbóreos e arbustivos não crescerem o suficiente para garantir as condições de ensombramento, humidade relativa e possibilidade de refúgio. É sobretudo durante as épocas mais frescas (Outono e Inverno) que que a diversidade de aves é superior no Pinhal do Marquês relativamente à situação de referência. A monitorização aponta ainda para uma maior afluência das aves ao Pinhal do Marquês pelas acções de restauro de habitat com beneficiação de árvores e arbustos cuja frutificação ocorre nas épocas mais frias (ex: medronheiro), justificando uma maior afluência das aves a esta unidade de paisagem. No adernal não foram registadas diferenças significativas entre o cenário pré-BRIGHT e cenário BRIGHT, o que seria expectável face às reduzidas intervenções do projecto no estrato arbóreo e face à elevada resiliência do habitat. No que diz respeito ao arboreto, ocorreram alterações significativas relativamente ao cenário préBRIGHT. Contudo, tendo em conta a reduzida intervenção do projecto nesta unidade de paisagem e o forte impacto do Gong, as alterações registadas são atribuídas sobretudo à passagem do ciclone. No grupo dos micromamíferos, as intervenções florestais potencialmente beneficiaram as suas populações no Pinhal do Marquês. Os registos obtidos aumentaram substancialmente ao longo do projeto. Assume-se que maior diversidade de alimento e refúgio contribuíram decisivamente para tal. No grupo dos peixes, a monitorização aponta a ocorrência de flutuações naturais entre espécies como o Bordalo e o Ruivaco, realçando a importância dos lagos existentes para as espécies, uma vez que a ocorrência destas nas linhas de água é ocasional. Realça-se a possibilidade de ocorrência de flutuações nas populações de futuro, que poderão ser resultado de trabalhos de limpeza levados a cabo pela equipa da FMB, com o devido apoio do parceiro UA, durante o mês de Julho de 2015. Não é apresentada uma relação entre os trabalhos desenvolvidos pelo projecto e a fauna piscícola. No grupo dos anfíbios, a monitorização aponta um baixo impacto dos do projecto nas populações, referindo que as populações se têm mantido estáveis comparativamente com a situação de referencia. No que diz respeito aos répteis, a monitorização refere um volume de registos extremamente reduzido, não tendo sido possível realizar uma análise para este grupo. Contudo, e tendo por base os resultados obtidos, a monitorização dá como assumido que nem as intervenções BRIGHT nem o ciclone Gong tenham tido quaisquer qualquer efeitos, até ao momento de redação daquele relatório, na diversidade e efetivos populacionais para estes grupos taxonómicos. A monitorização refere que a população do lagarto-de-água (Lacerta schreiberi) se encontra estável. No que diz respeito aos morcegos, não foram registadas diferenças significativas, sendo que a monitorização aponta para um impacto positivo neste grupo na unidade de paisagem do Pinhal do Marquês, a médio prazo. Nos carnívoros não foi registada uma diferença significativa relativamente à situação de referência, sendo que as espécies registadas no adernal e arboreto foram também registadas no Pinhal do Marquês, sendo de esperar uma evolução positiva neste grupo a médio prazo.

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5.13.2. Flora No que diz respeito à flora, em relação às 7 invasoras arbóreas em monitorização, no período a que se refere o último relatório de monitorização, é possível observar uma tendência mais efetiva para a alteração do coberto arbóreo, sobretudo nos quadrados onde existem indivíduos invasores de grandes dimensões, sendo também observáveis algumas diferenças na capacidade regenerativa de espécies invasoras/nativas em quadrados com diferentes tipologias de solo, localização e caraterização fitossociológica. Neste sentido, poder-se-á considerar até à data, a existência de um efeito de controlo eficaz em todas as invasoras em análise com exceção de Prunus laurocerasus, onde as taxas de re-invasão (banco de sementes e rebentamento por toiça), apesar de significativas, poderão ser facilmente controladas. Relativamente às espécies invasoras arbóreas monitorizadas nos quadrados de 100m2, e após as intervenções florestais (baseada no descasque e arranque manual), passado aproximadamente 2 anos, é possível observar a maioria dos indivíduos já completamente secos e alguns ainda a evoluírem para o estado decrépito (nomeadamente alguns indivíduos de Pittosporum undulatum e Acacia melanoxylon). Neste sentido, há até à data uma alteração nas percentagens do coberto arbóreo (já evidenciada pelo tratamento estatístico anterior para Acacia melanoxylon e agora também para Acacia dealbata e Pittosporum undulatum), sobretudo nos quadrados onde existiam muitas espécies invasoras com porte arbóreo, que agora estão completamente secas e abrem clareiras no solo (ver figura 11). Durante as observações de campo, parece haver uma relação entre estas clareiras/disponibilidade de luz, com a regeneração do banco de sementes. No entanto, torna-se também evidente que se em alguns quadrados há uma grande abundância de espécies nativas a germinar, noutros quadrados a regeneração das invasoras parece superar grandemente as nativas. Esta diferença parece ser mais clara entre os quadrados do pinhal do Marquês, onde não há folhagem de Outono a cobrir o solo e as invasoras já começam a regenerar em abundância, e os quadrados da FR (Cruz Alta) onde ocorre uma densa folhagem de Outono a cobrir o solo e a regeneração de nativas parece superar a de invasoras. Por outro lado, as intervenções florestais nas invasoras das áreas limítrofes e as plantações de espécies nativas, têm vindo a evoluir positivamente, tornando-se evidente um franco desenvolvimento da regeneração de espécies nativas em detrimento das espécies invasoras. Esta situação torna-se até à data bastante evidente na região de Caifás, onde toda a zona invadida com Pittosporum undulatum (da situação de referencia), encontra-se agora em franca recuperação, o que parece indiciar uma evolução bastante favorável para as comunidades nativas desta zona. Relativamente à Tradescantia fluminensis, as intervenções manuais que têm sido realizadas, mostram até à data alguns resultados bastante positivos, nomeadamente no aumento da riqueza específica e no surgimento de plântulas de espécies nativas. Através das ações de monitorização realizadas até agora, poder-se-á considerar à partida a existência de um efeito de controlo eficaz principalmente nas parcelas de Tradescantia fluminensis esparsa e mista, onde a taxa de re-invasão (observada através dos gráficos correspondentes, pela linha de tendência) é relativamente lenta.

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Relativamente à viabilidade das plântulas nativas, Standish et al., (2004), referem que a Tradescantia fluminensis aumenta a decomposição de matéria orgânica e altera a disponibilidade de nutrientes ao nível do solo, causando a mortalidade de plântulas (sobretudo pelo ensombramento), e também pela modificação do seu habitat, o que poderá comprometer a longo prazo a viabilidade das plântulas. Este último aspeto, parece aplicar-se às parcelas monitorizadas nas Portas de Coimbra (FRT1 e FRT2), onde o número de plântulas de Phillyrea latifolia tem vindo a diminuir. De acordo com a adenda apresentada pela UA ao último relatório de monitorização, foi identificado um aumento significativo da gramínea Ehrharta erecta, nomeadamente na área das portas de Coimbra, ocupando áreas onde previamente foi feita a remoção das espécie invasora Tradescantia fluminensis. No mesmo documento a UA apresenta um conjunto de recomendações de práticas para o controlo da potencial invasora, nomeadamente no que diz respeito a metodologias de controlo mecânico. Nesse sentido, e apesar de esta ser uma espécie fora do âmbito do projecto, a equipa da FMB encontra-se já a ensaiar nestas parcelas o arranque manual da espécie, seguido da plantação de gilbardeira em compassos apertados, de forma a tentar conter a expansão da espécie.

Figura 13 – Coberturas estimadas nos vários estratos de Acacia dealbata

5.14. ACÇÃO E.3 Auditoria Externa Em Agosto de 2016, o ROC até então contratado para a realização da Auditoria Externa ao projecto, Carlos Miguel Dias Barros, com NIF 204 081 491 e instalações na Rua Padre Estevão Cabral, 120, sala 204, 3000-316 COIMBRA, por iniciativa própria apresentou a intenção de interromper a assistência externa que vinha a desenvolver, tendo apresentado à FMB a proposta de realização de um Acordo de Revogação de Contrato (ver anexo 7), que foi consumada à data de 21 de Setembro de 2016, assinada por ambas as partes.

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No sentido de dar resposta às circunstâncias, a FMB procedeu à contratação de nova assistência externa com a empresa LCA, Leal, Carreira & Associados, S.R.O.C., cuja adjudicação data de 14 de Novembro de 2016, estando à data de entrega do presente relatório a assistência externa contratada e em curso.

5.15. ACÇÃO E. 4 Networking com outros projectos LIFE O período a que se refere o presente relatório foi especialmente profícuo no que diz respeito ao desenvolvimento de acções de networking com outros projectos LIFE. Desde Julho de 2015 foram estabelecidos contactos com vários projectos LIFE nacionais e europeus, nomeadamente no âmbito de seminários e workshops em que a FMB participou e/ ou organizou. No mês de Julho de 2016, entre os dias 11 e 13, a FMB recebeu um membro do projecto LIFE LINES (LIFE14 NAT/PT/001081), José Lambuca, que opera os viveiros do projecto, e que visitou o projecto durante 3 dias para partilha de conhecimentos no âmbito da operacionalização dos viveiros da FMB e produção de espécies autóctones. Posteriormente, a 8 de Novembro, a participação no workshop do projecto LIFE Healthy Forest (LIFE14 ENV/ES/000179), de Espanha, focado no estudo da fitossanidade florestal, permitiu estabelecer contactos com este mesmo projecto e com o projecto LIFE Observatree (LIFE12 ENV/UK/000731), cujo programa de voluntariado tem um modelo muito diferente do BRIGHT, e acerca do qual foram trocadas ideias. Nos dias 3 e 4 de Novembro, a FMB juntamente com a CMM foram os anfitriões do primeiro encontro INTERLIFE Portugal, promovido pelo projecto LIFE Capacitação, da APA. Durante a manhã do segundo dia do encontro, os participantes do evento foram guiados numa visita de campo aos trabalhos do projecto BRIGHT pelo coordenador de projecto, durante a qual foram partilhadas ideias e metodologias acerca do controlo de flora exótica invasora e outros assuntos relacionados com o projecto, tendo-se envolvido um total de 18 projectos LIFE, estando já superada a meta estabelecida em candidatura de convidar 4 projectos para visita aos trabalhos desenvolvidos no BRIGHT. Ainda durante o encontro e os seminários foi possível recolher ideias e metodologias implementadas por outros projectos, que poderão vir a ter aplicabilidade no âmbito do projecto BRIGHT. Realça-se a participação de vários projectos LIFE neste encontro (ver lista no Anexo 13). Na sequência da preparação do Sement Event de 2016, foram estabelecidos contactos com o projecto LIFE RAPTOR (LIFE13 NAT/IE/000769), da Irlanda, focado na recuperação de habitats com acções de controlo de flora invasora, que acabou por vir apresentar o seu trabalho no evento. Além do networking desenvolvido com projectos LIFE, foram desenvolvidos contactos para networking com outros projectos não LIFE, nomeadamente no âmbito da procura de futuras parcerias que possam trazer sustentabilidade à continuidade dos trabalhos num período pós-LIFE. Destes contactos destacam-se a partilha de ideias e estratégias com a Associação Cultural Bosques de Cantábria, que desenvolve um trabalho exemplar com flora exótica invasora, nomeadamente com a espécie Cortaderia selloana em regime de voluntariado. Prevê-se no futuro vir a desenvolver projectos comuns com esta entidade.

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Ainda no âmbito do colóquio promovido pela MONTIS ACN em Outubro de 2016, foi possível desenvolver contactos com esta entidade e com o Projecto das 100.000 árvores, promovido pela AMPorto, sendo que destes contactos resultou já um envolvimento directo da MONTIS ACN nas acções de voluntariado do Sement Event de 2016. Realça-se ainda que o projecto BRIGHT foi o primeiro projecto a ser divulgado pela recém criada página do facebook “LIFE in Portugal”, criada no âmbito do desenvolvimento do projecto LIFE14 CAP/PT/000004. Tabela 13 – Indicadores de execução da Acção E.4 Indicador Nº de projectos LIFE+ contactados para networking Nº de outros projectos contactados para networking Nº de projectos LIFE+ com parcerias para acções concretas Nº de entidades com parcerias formalizadas

Objectivo de candidatura

Relatório de Progresso nº 2

Relatório de Progresso nº 3

4

18

38

X

16

18

X

6

6

X

5

5

5.16. ACÇÃO E.5 “Plano de Comunicação Pós-LIFE” O Plano de Comunicação Pós-LIFE será objecto de início de redacção no último semestre do projecto, com coordenação por parte da equipa de gestão do projecto e contributos dos técnicos de cada parceiro, num processo de diálogo e participação, aberto ainda a actores externos para comentários e/ou sugestões, que seguirá as orientações e boas práticas recomendadas pela Comissão. Com a prorrogação do projecto, prevê-se a sua entrega até 31/12/2017.

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6. PROGRESSO ESPERADO

Tabela 14 – Cronograma dos trabalhos de projecto com a execução prevista, de acordo com o Pedido de prorrogação, e a execução realizada até à actualidade (os “X” apontam os momentos de reporting do projecto; o verde claro é o tempo de projecto proposto e o verde escuro é o tempo de projecto até à actualidade)

Na generalidade, no que diz respeito ao período a que reporta o presente relatório, todas as acções decorreram dentro do expectável face às exposições colocadas no anterior relatório, como retrata a Tabela 14. A acção D.7, apesar dos atrasos irrecuperáveis, tem vindo a ser desenvolvida pela FMB de forma consistente, sendo que no período a que refere o presente relatório foi possível envolver um total de 5576 pessoas na acção.

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6.1. Progresso previsto até ao próximo relatório Desde a presente data, e até ao final do projecto, altura da redacção do relatório final, espera-se a consolidação dos trabalhos no terreno, nomeadamente das acções C1 e C2, dando resposta aos objectivos identificados no Relatório de Progresso nº 2 e no Pedido de Prorrogação, nomeadamente no que diz respeito à densificação das plantações destinadas à beneficiação de habitats e ao controlo de invasoras em clareiras abertas pelo ciclone Gong. Tal será possível com o apoio das duas assistências externas que se encontram actualmente em fase de adjudicação. Espera-se por este meio desenvolver acções de controlo de flora exótica invasora em cerca de 8,3ha, seguindo-se a plantação nestas mesmas, e ainda a plantação em outras clareiras já alvo de acções de controlo de invasoras. As acções de comunicação e divulgação continuarão a ser desenvolvidas nos moldes em que têm sido desenvolvidas até à actualidade, com uma perspectiva de reforçar parcerias e procurar novos parceiros, de forma a garantir sustentabilidade no período Pós-LIFE. Para tal, nas acções D5, D6 e D7 espera-se, decorrente dos últimos esforços realizados no âmbito dos convites a empresas e personalidades públicas para plantação de árvores georreferenciadas, obter um maior envolvimento em geral nas acções de voluntariado e sensibilização, nomeadamente com empresas, objectivandose criar sustentabilidade que sirva de base ao desenvolvimento e implementação do plano Pós-LIFE. No que diz respeito à acção D.8, prevê-se até 30/09/2017 concluir a execução do DVD com informação sobre os trabalhos, para disseminação, e Manuais/Guiões Técnicos (versão digital para download). Prevê-se a continuidade dos trabalhos de monitorização por parte do parceiro UA, e a entrega de relatório referente ao período desde o último Relatório de Monitorização até ao ano de 2017, totalizando os 5 relatórios previstos nos Deliverables do projecto. Espera-se ainda realizar a segunda participação na Greenweek, de acordo com o estipulado em candidatura, promovendo-se o networking, e a transferência e replicabilidade de resultados. Até ao final do projecto será ainda realizado o segundo Seminário Público de Apresentação do Projecto, a decorrer até 30/06/2017, e uma Conferencia Técnica de Disseminação de Resultados, também até à mesma data. Espera-se ainda, até 31/11/2017 redigir e aprovar internamente o Plano de Comunicação Pós-LIFE, e até 31/12/2017 terminar a redacção do Relatório para Leigos, disponibilizando o documento online. O relatório final será entregue até 30/03/2018, conforme discriminado no Pedido de Prorrogação do projecto, assim como o Relatório de Auditoria Externa.

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7. DELIVERABLES E MARCOS Deliverables Programa de Acções de Combate e Erradicação de Exóticas e Conservação/Beneficiação de Autóctones

Acção Deadline

Execução

A.1

30/03/12 Março 2013

Programa de Acções de Sensibilização, Envolvimento e Voluntariado A.2 30/03/2012

A.2

30/03/12 Março 2013

Flyers sobre flora para apoio a trabalhos das acções D.5 a D.7 (versões digitais, para download do sítio web do projecto)

D.4

Flyer adernal: 18.09.2012 Flyer invasoras: 30/03/12 18.09.2012 Flyer fauna: 22.05.2013

Guias de Campo sobre Fauna e Flora (2)

D.4, D.7

Kit Pedagógico

D.4, D.7

Kit de Flora

D.4, D.6

Mini-guia cogumelos: 17.10.2013 Miniguia anfíbios, miniguia mamíferos, mini-guia aves, mini-guia flora autóctone, 30/06/12 mini-guia flora invasora: 19.06.2012 Miniguia controlo de invasoras: 18.03.2015 Guia de Campo de Flora e Fauna do Adernal da MNB: 23.11.2016 Apenas Guia de Campo Concepção: Março 30/06/12 2015 Produção para distribuição: Previsto para setembro de 2015 A não executar conforme 30/06/12 informação/autorização da CE

Brochuras sobre as espécies de flora, fauna e habitats alvo dos trabalhos do projecto (3, versões digitais)

D.4

31/08/12

DVD com informação sobre os trabalhos, para disseminação e Manuais/Guiões Técnicos (versão digital para download)

D.8

30/09/17 x

Plano de Comunicação Pós LIFE na versão aprovada

E.5

31/12/17 x

Relatório para Leigos, disponível para distribuição em D.3 versão impressa

31/12/17 x

Relatórios Técnico-Científicos de Monitorização e Avaliação de Resultados (4) Artigos Técnico-Científicos publicados pela equipa de Projecto, mencionando apoio LIFE+ (4) Cartografia Digital de Apoio à Gestão Pós-Projecto (áreas intervencionadas e dados sobre intervenções) Relatório Final de Auditoria Externa

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Brochura Adernal, brochura invasoras, brochura fauna: 26.06.2013

E.2

31/08/17 x

E.2

31/12/17 x

C.1, C.2

31/12/17 x

E.3

30/03/18 x

40


Marcos Arranque de trabalhos de Networking com outros Projectos LIFE e LIFE+ Seminário Público de Apresentação de Objectivos e Trabalhos do Projecto Contratualização dos Serviços de Auditoria Externa para o período do projecto Conclusão dos Trabalhos Preparatórios Colocação Online do Sítio Web do Projecto Início de Trabalhos de Campo de Gestão e Conservação de Habitats Início Efectivo de primeiras Acções de Sensibilização, Envolvimento e Voluntariado Instalação de primeiros Placards em Áreas de Intervenção do Projecto Apresentação do primeiro Relatório dos trabalhos de monitorização/avaliação de resultados (sit. referência) Início de visitas de divulgação com convites à imprensa Produção e 1ª Utilização de Stand do Projecto em Eventos Nacionais Arranque de Participações na Greenweek Início de workshops técnicos de divulgação e disseminação 50% dos objectivos de controlo/erradicação atingidos Seminário Público de Apresentação de Resultados do Projecto Organização de Conferência Técnica de Disseminação de Resultados Aprovação interna de Plano de Comunicação Pós-LIFE Redução de 50% da área de Tradescantia fluminensis e sua substituição por Vinca difformis Eliminação dos povoamentos florestais invasores e dos exemplares de ornamentais potencialmente perigosas Disponibilização Online do Layman Report Conclusão e apresentação do Relatório Final do Projecto

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Acção Deadline

Executado

E.4

30/09/11 Novembro 2012

D.4

30/10/11 Sement Event 2012: 17 a 25. 11.2012;

E.3

31/12/11 Maio 2012

A.1, A.2

30/03/12

D.1

30/03/12 Abril.2012

C.1, C.2 D.5, D.6, D.7

Março 2013 revisto em setembro 2014 (subprograma D.7)

01/04/12 C.1: setembro 2011 C.2: novembro 2011 01/04/12 Setembro 2011

D.2

30/06/12 27.08.2012

E.2

31/08/12 31/08/12

D.8

31/12/12 Setembro 2011

D.8

Produzido: Maio 2012 30/06/13 1º utilização: Expo.Tur- 1ª Feira de Turismo Rural e Natureza 02 a 10.06.2012

D.8

30/06/14 03/06/15

D.8

01/10/14 17/11/12

C.1, C.2

31/12/14 Maio 2014

D.4

30/06/16 e x 30/06/17

D.8

30/06/17 x

E.5

30/11/17 x

C.1, C.2

31/12/17 x

C.1, C.2

31/12/17 x

D.3

31/12/17 x

E.1

30/03/18 x

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8. IMPACTO DO PROJECTO Acerca do impacto do projecto na fauna e flora da Mata Nacional do Bussaco, e para um maior detalhe, poderá ser lido o capítulo respeitante à acção E2 – Monitorização e Avaliação de Resultados do Projecto, com um breve resumo das principais conclusões do último Relatório de Monitorização. No que diz respeito ao impacto do projecto no adernal, que é o principal habitat que a implementação do projecto pretende proteger e promover, este tem-se revelado bastante positivo. De acordo com o último Relatório de Monitorização apresentado pela UA, “a área intervencionada na FR” (adernal) “da Mata Nacional do Buçaco, é relativamente pequena, e as intervenções manuais que têm sido realizadas, mostram até à data alguns resultados bastante positivos, nomeadamente no aumento da riqueza específica e no surgimento de plântulas de espécies nativas.” Estes dados demonstram que as acções de controlo de invasoras na área de adernal, nomeadamente invasoras herbáceas, estão a ter efeitos positivos na regeneração natural e no aumento da biodiversidade da área. Nesta área é natural que as intervenções em invasoras lenhosas não tenham efeitos significativos, uma vez que estas são muito pontuais, sendo as intervenções sobretudo de prevenção. Contudo, e já na área do Pinhal do Marquês, as acções de controlo de invasoras lenhosas têm demonstrado impactos positivos, nomeadamente nos grupos das aves e dos micromamíferos. O aumento das diversidade do coberto vegetal, nomeadamente com a presença de arbustos com fruto, como é o caso do medronheiro, é dado como uma justificação para a maior afluência das aves ao local. Relativamente aos impactos indirectos, e à semelhança do descrito no Relatório de Progresso nº 2, os parceiros do projecto continuam a ser convidados para dinamizar acções de controlo de invasoras, e os resultados obtidos têm sido um exemplo para outros projectos LIFE e não LIFE que têm por base acções de controlo de flora exótica invasora. Destaca-se nomeadamente o projecto LIFE Biodiscoveries, que aplica igualmente o descasque de acácias nas boas práticas que implementa, através de um modelo semelhante ao do BRIGHT, com o apoio de uma equipa de reclusos, o que denota que os impactos do projecto ocorrem também ao nível social. Relativamente às questões da sensibilização, o trabalho de envolvimento de escolas tem sido especialmente profícuo, e há já escolas de fora do concelho que procuram a Mata Nacional do Bussaco para dinamizar actividades de plantação e controlo de invasoras com os alunos (ex: actividade de voluntariado + visita com o Externato S. João do Bosco, do Porto). Os alunos das escolas envolvidas na acção D.7 têm participado em outras actividades de voluntariado fora da D.7, trazendo os pais e familiares, e tendo um papel activo nessas acções, o que significa que os valores/ sensibilização transmitidos pelo projecto estão a criar raízes nas gerações mais novas. Registam-se ainda os impactos sociais decorrentes do envolvimento do Estabelecimento Prisional de Coimbra, e as dinâmicas criadas com outros projectos da FMB. Complementarmente ao LIFE, a FMB tem de momento um conjunto de candidaturas a decorrer que, a serem aprovadas desenvolverão um conjunto de acções complementares ao LIFE, nomeadamente nas áreas do turismo sustentável, gestão florestal sustentável. No que diz respeito a projectos complementares em curso, destacam-se o projecto SHF (Small Holders Fund do FSC), dedicado à valorização de produtos florestais não lenhosos, que surgiu no âmbito da certificação florestal da

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Mata Nacional do Bussaco, que por sua vez foi uma consequência da implementação do projecto BRIGHT. No âmbito das acções de envolvimento e sensibilização, assim como no âmbito das acções de disseminação e transferência de resultados, desde Agosto de 2016, encontra-se a ser distribuído um inquérito destinado a avaliar o impacto do projecto na comunidade, e a capacidade do projecto em comunicar os valores que trabalha (ver anexo 14). Sendo ainda muito cedo para sintetizar dados e extrapolar conclusões dos resultados deste, será apresentado no relatório final uma síntese desses mesmos resultados. No que diz respeito à disseminação de resultados/ conhecimento e transferibilidade/ replicabilidade das acções, o projecto tem tido um papel bastante activo, sobretudo pelo forte trabalho de networking que tem vindo a ser desenvolvido (ver acção D.8 para mais pormenores). Estas acções têm sido particularmente visíveis no âmbito do envolvimento de outros projectos LIFE nacionais, que surgiram após o arranque do BRIGHT, com os quais se mantêm contactos e trabalho em rede, e que de alguma forma implementaram modelos/ boas práticas semelhantes ou iguais aos do projecto BRIGHT. Neste contexto destaca-se o projecto LIFE Biodiscoveries, que trabalha com uma equipa de reclusos num modelo semelhante ao BRIGHT, e que implementa várias das boas práticas desenvolvidas e aperfeiçoadas pelo BRIGHT para o controlo de flora exótica invasora lenhosa. Ainda o projecto LIFE LINES, através de uma acção de networking veio em 2016 beber dos conhecimentos de viveirismo gerados no âmbito do BRIGHT para a replicação de procedimentos de propagação de espécies autóctones. Destaca-se ainda o interesse demonstrado por vários participantes em actividades de voluntariado para replicar as práticas do projecto em terrenos particulares (nomeadamente no programa de envolvimento de proprietários locais que se pretende retomar em período pós-LIFE), e a abordagem por algumas Associações e ONG’s acerca da temática do controlo de invasoras. Destas últimas destaca-se a MONTIS, associação de conservação da natureza, que convidou o projecto a estar presente no colóquio que realizou, com o objectivo de partilhar os conhecimentos gerados no projecto com os sócios, e realizar uma sessão de implementação destas práticas em campo. Os processos de networking, disseminação e transferência de resultados têm-se mostrado uma forma de criar parcerias e novos stakeholders, com problemas e objectivos semelhantes, esperando-se que estes mesmos processos sejam motores para a criação de sustentabilidade no que diz respeito à gestão no período pós-projecto. Enquadrando os resultados alcançados pelo projecto na Estratégia de Biodiversidade da UE para 2020, o conhecimento gerado no âmbito do projecto pela implementação de boas práticas em invasoras lenhosas e metodologias piloto com a espécie Tradescantia fluminensis, são um contributo para a “Meta 5: Combater as Espécies Invasoras” uma vez que, mais do que os resultados obtidos no terreno, o conhecimento gerado e que se encontra a ser disseminado será um contributo para outros projectos a abordar a mesma temática/ problemas. Neste campo a FMB tem realizado um forte trabalho de disseminação de resultados, que se espera vir a consolidar até ao final do projecto e no período Pós-LIFE. No que diz respeito à Meta 6: Contribuição para evitar a perda de biodiversidade global, o projecto BRIGHT apresenta resultados práticos e de qualidade no que diz respeito à preservação do Adernal da Mata Nacional do Bussaco, um ecossistema com um grau de maturidade e uma composição florística e faunística extremamente ricos, pelo que a sua preservação contribui

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francamente para a redução das perdas de biodiversidade locais, regionais, nacionais e ao nível da europa (nomeadamente pela presença da espécie Chioglossa lusitanica, listada nos Anexos II e IV Directiva Habitats e dada como VU na IUCN Red List).

9. EXECUÇÃO FINANCEIRA 9.1. Sistema Contabilístico Em conformidade com os relatórios de arranque e progressos apresentados, continua-se a utilizar o SNC – Sistema de Normalização Contabilística, com a respectiva afectação aos Centros de Custos.

9.2. Disponibilidades do Cofinanciamento No período a que reporta o presente relatório não se colocaram constrangimentos à disponibilidade da componente de cofinanciamento nacional. De acordo com o programado tem sido possível à FMB, a partir das receitas geradas com outras actividades e das transferências previstas nos seus Estatutos, dispor da componente de cofinanciamento nacional destinada a suportar os 50% dos custos elegíveis a que se comprometeu com a assinatura do Contrato de Subvenção. Assim, e mantendo-se a evolução até à data verificada, não se esperam constrangimentos a este respeito. As principais incógnitas que se poderão colocar a este nível advêm das alterações à Lei das Fundações, sobre a qual subsistem dúvidas de aplicação em matéria de transferências do Estado e Autarquias para a FMB. Contudo, mesmo a esse nível e face à relativa autonomia financeira da FMB de financiamento de origem pública, não são actualmente expectáveis constrangimentos que coloquem em causa a componente de cofinanciamento nacional. No que respeita aos parceiros, a informação recolhida aponta também no sentido da ausência de tais constrangimentos. Pelo facto, e em linha com o descrito neste documento, considera-se continuar a não existir, nesta fase, constrangimentos que coloquem em causa as necessidades de cofinanciamento.

9.3. – Execução Financeira A execução financeira apresentada no presente capítulo reporta-se ao período desde início do projecto até à data de 30.09.2016, muito embora o relatório se reporte ao período decorrido até 15/11/2016. Este facto prende-se com os dados recebidos dos parceiros, que se remetem ao referido prazo, e à necessidade de tempo para tratamento dos dados e compilação da informação para inclusão em relatório.

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Total Orçamento em €

Despesas Efetuadas até 30.09.2016 in €

1.447.774,00 €

1.072.128,48 €

74,05 %

12.980,00 €

5.011,60 €

38,61 %

3. External assistance

885.394,00 €

436.172,44 €

49,26 %

4. Durable goods

412.250,00 €

137.765,15 €

33,42 %

Infrastructure

0,00 €

0,00 €

0,00 %

Equipment

412.250,00 €

137.765,15 €

33,42 %

Prototype

0,00 €

0,00 €

0,00 %

0,00 €

0,00 €

0,00 %

211.173,00 €

129.562,66 €

61,35 %

29.850,00 €

3.204,58 €

10,74 %

82.455,00 €

97.474,40 €

118,22 %

3.081.876,00 €

1.881.319,31 €

61,04 %

Rúbrica 1. Personnel 2. Travel and subsistence

5. Land purchase / long-term lease 6. Consumables 7. Other Costs 8. Overheads TOTAL

% Total Custos

Tabela 15 – Resumo da execução financeira do projecto

Da síntese apresentada salienta-se a execução financeira real de 1.881.319,31 euros, que corresponde a 61,04% do Orçamento do Projeto, cabendo a maior parte desta percentagem financeira à FMB – 88,03%, seguida da UA – 10,74%, e 1,23% da CMM. Conforme a tabela evidencia, desde o último relatório ocorreu um acréscimo de 15,60% dos custos elegíveis. Em suma, apesar de todos os constrangimentos enfrentados, a 30 de Setembro de 2016 o projecto apresenta uma taxa de execução financeira no valor de 61,03%, taxa essa que será aumentada com a prorrogação do projecto até ao final do ano de 2017. No geral, as rúbricas com maior execução financeira são o pessoal, sendo que tal facto decorre da equipa que se tem mantido sempre afecta às necessidades de projecto (e com um número regular de elementos apesar das substituições), e os consumíveis, com taxas de 74,05% e 61,35%. No que diz respeito às rúbricas assistência externa, viagens e equipamento, todas com taxas de execução relativamente baixas, entre os 30 e os 40% (ver Tabela 15), prevê-se até ao final do projecto aumentar a taxa de execução das viagens (devido ao maior ênfase em actividades de networking e à participação na edição da Greenweek 2017 que está prevista), assim como da assistência externa, nomeadamente pelas empreitadas florestais previstas. A rúbrica equipamentos manterá a execução que apresenta na actualidade (faltando apenas reflectir a aquisição de material referida, com um impacto insignificante). Como referido no capítulo respeitante à acção C2, na sequência da prorrogação do prazo do projecto, foi

realizada

uma

aquisição

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de

equipamentos

de

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trabalho,

nomeadamente

motosserras,


motorroçadoras, EPI’s e pequenos instrumentos de apoio, motivada pelo avançado estado de degradação do material existente devido ao uso intenso durante os 5 anos de projecto, material esse que não permitiria cumprir eficientemente os trabalhos previstos até ao final de 2017 (ver anexo 4). Esta aquisição representa um valor reduzido, com um impacto insignificante no orçamento geral e muito reduzido na rúbrica de equipamentos (4967,71€+IVA). Note-se que este valor não está reflectido na tabela uma vez que a execução financeira apresentada se refere apenas ao período até ao final de Setembro de 2016.

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10.

ANEXOS

ANEXO 1 – Reuniões da Equipa de Gestão realizadas


ANEXO 2 – Lista de plantas disponíveis em viveiro

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ANEXO 3 – Detalhes acerca das intervenções em invasoras herbáceas da Acção C2

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ANEXO 4 – Fotografias dos materiais em avançado estado de degradação

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ANEXO 5 – Lista de eventos com participação do projecto (no período a que se reporta o presente relatório)

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ANEXO 6 – Lista de actividades do período de reporting do presente relatório

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ANEXO 7 – Acordo de Revogação de Contrato de Prestação de Serviços de Auditoria Externa Financeira Independente

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ANEXO 8 – Compilação de materiais gráficos utilizados na disseminação e comunicação do projecto (no período a que se reporta o presente relatório)

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ANEXO 9 – Síntese fotográfica das acções desenvolvidas

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ANEXO 10 – 3º Relatório de Monitorização e Avaliação de Resultados e respectiva Adenda

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ANEXO 11 – Guia de Fauna e Flora do Adernal da Mata Nacional do Bussaco

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57


ANEXO 12 – Apresentações realizadas (no período a que se reporta o presente relatório)

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58


ANEXO 13 – Lista de projectos participantes no encontro INTERLIFE

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ANEXO 14 – Inquérito distribuído para avaliação do impacto do projecto nas comunidades

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