Relatório de monitorização universidade de aveiro 2014 (1)

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2º Relatório de Progresso (anexo)

3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] BRIGHT – BUSSACO´S RECOVERY FROM INVASIONS GENERATING HABITAT THREATS (LIFE10/NAT/PT/075) Contemplando as atividades realizadas no período entre 01.09.2013 e 31.08.2014 Data da Conclusão da Redação do Relatório 31.08.2014

Dados do Projeto Localização

Mata Nacional do Bussaco, Mealhada, Portugal

Data de Início

01/09/2011

Data de Fim

31/08/2016

Orçamento Total

€ 3.081.876

Contribuição CE

€ 1.540.938

(%) de Custos Elegíveis

50

Dados do Beneficiário Associado Nome do Beneficiário

Universidade de Aveiro

Pessoa de Contacto

Professor Doutor Carlos Fonseca

Morada

Departamento de Biologia

Telephone

+ 351 234 370 350

Fax:

+ 351 234 372 587

E-mail

cfonseca@ua.pt

Sítio Web

www.ua.pt/bio

Redação e Revisão por Milene Matos, Sónia Guerra, André Aguiar, Lísia Lopes, Rosa Pinho, Lúcia Pereira, Tatiana Moreira-Pinhal, Eduardo Batista, Paulo Silveira e Carlos Fonseca


ÍNDICE 1. SUMÁRIO EXECUTIVO ........................................................................................ 1 1.1. Progresso Geral .................................................................................................................. 1 1.2. Viabilidade dos Objetivos e Programa de Trabalhos ......................................................... 2 1.3. Problemas encontrados ...................................................................................................... 3

2. ASPETOS ADMINISTRATIVOS .............................................................................. 4 2.1. Estrutura e Equipa de Gestão do Projeto ........................................................................... 4 2.2. Equipa de Projeto ............................................................................................................... 5 2.3. Acordos de Parceria ........................................................................................................... 5

3. ASPETOS TÉCNICOS.......................................................................................... 6 3.1. Ações do Projeto ................................................................................................................ 6 3.2. SubAções do Projeto .......................................................................................................... 6 3.2.1. SubAção 1. ................................................................................................................................ 6 Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto – FAUNA..................................................... 6 3.2.1.1. Pontos de amostragem ............................................................................................................ 7 3.2.1.2. Metodologias para a monitorização de Fauna e respetiva calendarização ............................ 16 3.2.1.3. Análise e tratamento de dados .............................................................................................. 22 3.2.1.4. Resultados ............................................................................................................................. 25 3.2.1.5. Espécies de particular valor conservacionista ....................................................................... 63 3.2.1.6. Discussão de Resultados / Considerações finais .................................................................. 65 3.2.2. SubAção 2. .............................................................................................................................. 70 Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto – FLORA E HABITATS ............................ 70 3.2.2.1. Metodologia de Monitorização ............................................................................................... 72 3.2.2.2. Análise e Tratamento de Dados ............................................................................................. 78 3.2.2.3. Resultados da monitorização ................................................................................................. 81 3.2.2.3.1. Monitorização de Tradescantia fluminensis ........................................................................ 84 3.2.2.3.2. Monitorização de invasoras em comunidades florestais ..................................................... 98 3.2.2.4. Considerações finais ............................................................................................................ 143 3.2.3. OUTRAS AÇÕES ................................................................................................................... 145 Potencial da fauna para a dispersão de sementes ...................................................................... 145 3.2.3.1. Introdução ............................................................................................................................ 145 3.2.3.2. Metodologia ......................................................................................................................... 145 3.2.2.4. Resultados ........................................................................................................................... 154 3.2.2.5. Discussão de Resultados / Considerações Finais ............................................................... 159 3.2.4. OUTRAS AÇÕES ................................................................................................................... 164 Macrofungos da Mata Nacional do Buçaco .................................................................................. 164


3.2.5. Referências bibliográficas ....................................................................................................... 168

3.3. Progresso Esperado ....................................................................................................... 173 3.4. Impacto do Projeto .......................................................................................................... 174 3.5. Para além do LIFE+ ........................................................................................................ 175

4. ASPETOS FINANCEIROS ................................................................................. 179 4.1. Sistema Contabilístico. ................................................................................................... 179 4.2. Disponibilidade do Cofinanciamento .............................................................................. 179 4.3. Execução Financeira ...................................................................................................... 179

ANEXOS ........................................................................................................... 180 Deliverables e Marcos ........................................................................................................... 180 Fotografias ............................................................................................................................. 180 Mapas, Shapefiles e outros ................................................................................................... 181


ÍNDICE DE FIGURAS Fig. 1. Localização dos locais de amostragem de peixes, anfíbios e répteis. .............................. 9 Fig. 2. Localização dos transetos de amostragem noturna de anfíbios (coincidente com transetos de amostragem de morcegos). ..................................................................................... 9 Fig. 3. Localização dos pontos de amostragem de aves, pré-BRIGHT. ..................................... 11 Fig. 4. Localização dos pontos de amostragem de aves, BRIGHT. ........................................... 11 Fig. 5. Localização dos transetos para amostragem de indícios de presença de carnívoros (préBRIGHT e BRIGHT). Traçado adicional usado no BRIGHT, no Pinhal do Marquês, a laranja. . 12 Fig. 6. Traçado alternativo temporário (a verde) para amostragem de carnívoros (indícios de presença)..................................................................................................................................... 12 Fig. 7. Localização dos transetos de amostragem de micromamíferos Pré-BRIGHT. ............... 13 Fig. 8. Localização dos transetos de amostragem de micromamíferos BRIGHT. ...................... 13 Fig. 9. Localização das caixas-ninho colocadas na MNB, antes do ciclone Gong. .................... 14 Fig. 10. Caixas-ninho caídas ou danificadas pelo temporal. ...................................................... 15 Fig. 11: Localização das caixas-ninho monitorizadas. ................................................................ 15 Fig. 12. Interface do software Bat Sound Pro, exibindo o oscilograma (em cima) e o sonograma (em baixo) de pulsos de ecolocalização de Pipistrellus pipistrellus ou Pipistrellis pygmaeus, com feedinz buzz (sequência de pulsos ultrassónicos emitidos na fase final de aproximação às presas)......................................................................................................................................... 19 Fig. 13. Interface do software Bat Sound Pro, exibindo espetrograma de um pulso de ecolocalização de Pipistrellus pipistrellus ou Pipistrellis pygmaeus. .......................................... 19 Fig. 14. Interface do software Bat Sound Pro, exibindo o oscilograma (em cima) e o sonograma (em baixo) de pulsos de ecolocalização de Barbastella barbastellus, onde se denotam os pulsos com frequência modulada e alternada. ........................................................................... 20 Fig. 15. Localização das câmaras de fotoarmadilhagem............................................................ 22 Fig. 16. Distribuição percentual das espécies de invertebrados conhecidas para a MNB, por grupo taxonómico. ....................................................................................................................... 26 Fig. 17. Endemismo da Serra do Buçaco Athous lusitanicus Platia, 2006. (Platia, 2006).......... 26 Fig. 18. Galhas de Neuroterus numismalis, Cruz Alta (©Edmundo M. S. de Jesus, 2014). ...... 37 Fig. 19. Evolução do número de Ruivacos (Achondrostoma oligolepis) registados ao longo do tempo, por estação de amostragem. .......................................................................................... 41 Fig. 20. Evolução do número de Bordalos (Iberocypris alburnoides) registados ao longo do tempo, por estação de amostragem. .......................................................................................... 42 Fig. 21. Evolução do número de micromamíferos ao longo do Projeto, por unidade de paisagem. .................................................................................................................................... 55 Fig. 22. Localização da totalidade dos excrementos detetados durante o Projeto BRIGHT na MNB. ............................................................................................................................................ 58 Fig. 23. Fotocaptura de Gineta (Genetta genetta), obtida na estação P1. ................................. 60 Fig. 24. Foto de Fuinha (Martes foina), obtida na estação A3. ................................................... 60 Fig. 25. Foto de Raposa (Vulpes vulpes), obtida na estação R2................................................ 61 Fig. 26: Número de caixas-ninho com atividade resgistada em comparação e de caixas-ninho onde foram observadas crias/juvenis ao longo do tempo. .......................................................... 61


Fig. 28. Número de caixas-ninhocom atividade resgistada, por habitat, ao longo do tempo. .... 62 Fig. 27: Número de caixas-ninho com atividade resgistada, por espécie, ao longo do tempo. . 62 2

Fig. 29. a) Quadrado de monitorização de 1m para a invasora Tradescantia fluminensis. b) 2 Quadrado de 100m para monitorização das invasoras em comunidade florestal, instalado com 4 estacas de madeira e fio de demarcação. ............................................................................... 72 Fig. 30. Localização e identificação dos quadrados de monitorização de controlo: FRAde, FRCar e FRLou. .......................................................................................................................... 73 Fig. 31. Localização e identificação dos quadrados de monitorização de Tradescantia fluminensis (FRT1 a FRT11) e das diversas invasoras em comunidade florestal (PM1 a PM2; FR1 a FR18). ............................................................................................................................... 74 Fig. 32. a) Mancha intervencionada de Tradescantia fluminensis que envolve a parcela FRT3 2 (Portas de Coimbra). b) Marcação de um quadrado de amostragem fixa (1m ) e aspeto geral após remoção manual de Tradescantia fluminensis. .................................................................. 75 Fig. 33. a) Descasque de Pittosporum undulatum em mancha identificada na situação de referência, que envolve as parcelas FR1 e FR2 (zona de Caifás). b) Descasque de Acacia melanoxylon em mancha identificada na situação de referência, que envolve as parcelas FR17 e FR18 (zona da Cruz Alta). ........................................................................................................ 76 2

Fig. 34. a) Aspeto geral de um quadrado de monitorização de 1m para Tradescantia fluminensis (Portas de Coimbra) em situação de pós-intervenção. b) Plântulas de Phillyrea latifolia presentes no interior de um quadrado, sensivelmente 2 anos após a remoção manual de Tradescantia fluminensis sem recurso a cobertura com folhagem (parcela FRT1 nas portas de Coimbra). ................................................................................................................................ 77 Fig. 35. a) Exemplar partido pelo tronco de Acacia melanoxylon, após descasque do tronco (quadrado FR3). b) Aspeto seco da copa de um exemplar de Acacia melanoxylon previamente descascado (quadrado FR18). c) Conjunto de indivíduos de Acacia melanoxylon tombados em quadrado previamente intervencionado com descasque (quadrado FR18). .............................. 77 Fig. 36. a) Rebentos novos (ao nível da raiz) em tronco descascado de Prunus laurocerasus. b) Rebentos novos em ramos aéreos de um indivíduo descascado de Prunus laurocerasus. ...... 78 Fig. 37. Mapa do percurso de recolha dos excrementos dos carnívoros, com indicação do troço alternativo realizado a partir de fevereiro 2013. Os círculos indicam a localização dos poleiros para recolha de excrementos de aves, organizados por cor, consoante a unidade de paisagem onde se encontram. ................................................................................................................... 146 Fig. 38. Frutos (das plantas) e excrementos recolhidos na amostragem de setembro 2012. .. 146 Fig. 39. Exemplo de frutos maduros recolhidos da árvore (azevinho, Ilex aquifolium). ........... 147 Fig. 40. Exemplo de um processo de sementeira. .................................................................... 148 Fig. 41. Viveiro UA – Aspeto exterior. ....................................................................................... 149 Fig. 42. Viveiro UA – Aspeto interior. ........................................................................................ 149 Fig. 43. Sistema de rega do Viveiro UA. ................................................................................... 150 Fig. 44. Germinação de semente de azereiro (Prunus lusitanica). ........................................... 151 Fig. 45. Plântula de azereiro (Prunus lusitanica). ..................................................................... 151 Fig. 46. Medição de sementes com régua. ............................................................................... 152 Fig. 47. Frequência de ocorrência (FO%) dos diferentes componentes fecais nos excrementos da Fuinha, nas diferentes épocas do ano, tendo-se analisado 11 excrementos da primavera, 129 do outono e 29 do inverno.................................................................................................. 155 Fig. 48. Número de sementes germinadas a partir das plantas e dos excrementos de fuinha. ................................................................................................................................................... 158


Fig. 49. Capacidade germinativa das sementes digeridas pela fuinha e não digeridas (plantas). A capacidade germinativa é dada pela percentagem de germinação (média) das sementes com uma barra de erro associada (desvio padrão). ......................................................................... 159

ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 - Elementos da Equipa de Projeto – Universidade de Aveiro ........................................ 5 Tabela 2. Número de espécies de invertebrados registados para a MNB, por ordem/classe taxonómica. ................................................................................................................................. 25 Tabela 3. Espécies de Coleópteros endémicas e respetivos estatutos de conservação e proteção legal, segundo a Convenção de BERNA, a Diretiva Habitats, e a IUCN – International Union for the Conservation of Nature. Na coluna “comentários” apresentam-se os Corótipos dos endemismos (ENDE), diferenciados em: Ibmg - Endemismo Ibero-magrebino, Ib - Endemismo Ibérico, Lu - Endemismo Lusitânico e Bu - Endemismo da Serra do Buçaco. ........................... 27 Tabela 4. Espécies de borboletas diurnas monitorizadas ao longo do Projeto BRIGHT, fenologia registada na MNB, estatutos de conservação e proteção legal, e referências bibliográficas onde consta a citação da espécie, quando não tenha sido observada em campo. Confirmação da ocorrência: b – registo bibliográfico apenas;* espécies previamente citadas na literatura, confirmadas em campo; ** espécies não referidas na bibliografia mas confirmadas em campo, que assim constituem novos registos para a MNB. ................................................. 29 Tabela 5. Comentários sobre alguns Ropalóceros com necessidade de alguma atenção. ....... 32 Tabela 6. Espécies de libélulas e libelinhas registadas durante o Projeto BRIGHT. ................. 33 Tabela 7. Espécies de cigarrinhas, pulgões e percevejos na MNB. Algumas notas sobre a corologia (ENDE (Ib) - Endemismo Ibérico; PI - Península Ibérica; Fr - França). Relação alimentar (C - carnívoro, F - fitófago, H - hematófago, S/ - sem flora associada na MNB). Confirmação da ocorrência: b – registo bibliográfico apenas; * espécies previamente citadas na literatura, confirmadas em campo; ** espécies não referidas na bibliografia mas confirmadas em campo, que assim constituem novos registos para a MNB .................................................. 34 Tabela 8. Espécies da Ordem Hymenoptera e comentários sobre o tipo de alimentação e/ou fitopatologia associada. Corótipos dos endemismos (ENDE) apresentados, diferenciados em: Ib - Endemismo Ibérico e Lu - Endemismo Lusitânico. Confirmação da ocorrência: b – registo bibliográfico apenas; * espécies previamente citadas na literatura, confirmadas em campo. ... 38 Tabela 9. Espécies de Peixes registadas e monitorizadas e respetivos estatutos de conservação e proteção legal. Notas: End - Endemismo nacional; End Ib – Endemismo Ibérico. ..................................................................................................................................................... 41 Tabela 10. Espécies de Anfíbios registadas e monitorizadas e respetivos estatutos de conservação e proteção legal. Notas: End Ib – Endemismo Ibérico. ......................................... 42 Tabela 11. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos de anfíbios. A negrito assinalam-se os valores médios mais elevados. ........ 43 Tabela 12. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de anfíbios registados no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT. ............. 43 Tabela 13. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise da comparação do número de estações de amostragem em que a espécie foi detetada no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT. ........................................................................................................ 43


Tabela 14. Espécies de Répteis registadas e monitorizadas e respetivos estatutos de conservação e proteção legal. Notas: End Ib – Endemismo Ibérico. ......................................... 44 Tabela 15. Espécies de Aves registadas e monitorizadas e respetivos estatutos de conservação e proteção legal. .................................................................................................... 45 Tabela 16. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos para as aves no Pinhal do Marquês, por época do ano. A negrito, assinalamse os valores médios mais elevados. ......................................................................................... 47 Tabela 17. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos para as aves no Arboreto, por época do ano. A negrito assinalam-se os valores médios mais elevados. ................................................................................................... 47 Tabela 18. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos para as aves na Floresta Relíquia, por época do ano. A negrito assinalam-se os valores médios mais elevados. .............................................................................................. 48 Tabela 19. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de aves registados no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT, para o habitat * ** Pinhal do Marquês, por época do ano. Significativo P ≤ 0,05; Altamente significativo P ≤ 0,01 ..................................................................................................................................................... 49 Tabela 20. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de aves registados no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT, para o habitat Arboreto, por época do ano......................................................................................................... 49 Tabela 21. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de aves registados no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT, para a Floresta Relíquia, por época do ano. .......................................................................................... 50 Tabela 22: Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos para as aves, por habitat (censos de 10 minutos). A negrito assinalam-se os valores médios mais elevados. ................................................................................................... 51 Tabela 23: Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de aves registados no pós-Gong em comparação com os dados obtidos pré-Gong, por habitat/unidade de paisagem. ..................................................................................................... 52 Tabela 24. Análise sumária da estrutura da comunidade, principais tendências e índices de diversidade, antes e após o ciclone Gong, por unidade de paisagem. ...................................... 52 Tabela 25. Espécies de Mamíferos registadas e monitorizadas e respetivos estatudos de conservação e proteção legal. Notas: End Ib – Endemismo ibérico........................................... 53 Tabela 26. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos de micromamíferos e de morcegos. A negrito assinalam-se os valores médios mais elevados.............................................................................................................................. 54 Tabela 27. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de micromamíferos e morcegos registados no BRIGHT em comparação com os dados obtidos préBRIGHT. ...................................................................................................................................... 55 Tabela 28. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos para os carnívoros, por época do ano. A negrito, assinalam-se os valores médios mais elevados. ................................................................................................................ 56 Tabela 29. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de carnívoros registados no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT. ......... 56 Tabela 30. Número total de indícios de presença de carnívoros, por espécie e por transeto/unidade de paisagem. Nota: O ouriço, não sendo um mamífero carnívoro, consta nesta tabela por terem sido encontrados indícios de presença desta espécie. ......................... 57 Tabela 31. : Índice Quilométrico de Abundância (IKA) de indícios de presença de carnívoros registados nas diferentes unidades de paisagem (Floresta Relíquia, Pinhal do Marquês e Arboreto) da MNB. Prospeções efetuadas mensalmente entre julho de 2012 e julho de 2014. 58


Tabela 32. Número de capturas por cada estação de fotoarmadilhagem, para cada espécie identificada. ................................................................................................................................. 59 Tabela 33. Número de espécies de carnívoros e número médio de indivíduos detetados com fotoarmadilhagem, por unidade de paisagem. ............................................................................ 59 Tabela 34. Espécies de fauna registadas durante a monitorização BRIGHT, prioritárias em termos de conservação. Nota: No que respeita aos invertebrados, consideram-se espécies de particular interesse de conservação todas aquelas indicadas como endemismos, no entanto, devido à extensão da lista, nesta tabela apenas se desacam as espécies de invertebrados que constam da Diretiva Habitats (lista completa no Anexo II). ........................................................ 63 2

Tabela 35. Síntese dos dados relativos às intervenções florestais nos quadrados de 100m das comunidades florestais. ............................................................................................................... 81 Tabela 36. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura ao longo do tempo (pósBright – 6 meses, 1 ano, 1,5 ano e 2 anos). ........................................................................ 91 Tabela 37. Resultados do teste não paramétrico Friedman para variável tempo (6 meses, 1 ano, 1,5 ano e 2 anos) na mediana da % de cobertura das comunidades vegetais. Este teste foi aplicado, uma vez que não foram cumpridos os pressupostos da ANOVA testada (Anova de um fator de amostras repetidas). ...................................................................................................... 91 Tabela 38. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura ao longo do tempo (préBright – antes; pósBright – depois, 6 meses, 1 ano). ........................................................... 92 Tabela 39. Resultados do teste não paramétrico, Friedman para variável tempo (antes, depois, 6 meses, 1 ano) na mediana da % de cobertura das comunidades vegetais. Este teste foi aplicado, uma vez que não foram cumpridos os pressupostos da ANOVA testada (Anova de um fator de amostras repetidas). ...................................................................................................... 93 Tabela 40. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura ao longo do tempo (préBright – antes, pósBright – depois, 6 meses, 9 meses, 1 ano). ........................................... 94 Tabela 41. Resultados do teste não paramétrico, Friedman para variável tempo (antes, depois, 6 meses, 9 meses, 1 ano) na mediana da % de cobertura das comunidades vegetais. Este teste foi aplicado, uma vez que não foram cumpridos os pressupostos da ANOVA testada (Anova de um fator de amostras repetidas). ............................................................................... 95 Tabela 42. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (nestes quadrados não há lugar a intervenções florestais). .................................................................................................................................. 123 Tabela 43. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, depois) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2-arbustivo, 3 - herbáceo). ....................................................................... 124 Tabela 44. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (antes – préBright e depois - pósBright). .................. 125 Tabela 45. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, depois) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2-arbustivo, 3 - herbáceo). ....................................................................... 126 Tabela 46. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (antes – préBright e depois - pósBright). .................. 127 Tabela 47. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, depois) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2-arbustivo, 3 - herbáceo). ....................................................................... 128 Tabela 48. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (antes – préBright e depois - pósBright). .................. 130 Tabela 49. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, depois) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2-arbustivo, 3 - herbáceo). ....................................................................... 131


Tabela 50. Resultados dos testes não paramétricos, Wilcoxon e Sinais para variável tempo (antes e depois) na mediana da % de cobertura das comunidades vegetais. Estes testes foram aplicados, nos casos em que não foram cumpridos os pressupostos das duas ANOVAS testadas (Anova de 3 estratos e Anova de 2 estratos). ............................................................ 132 Tabela 51. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (antes – préBright e depois - pósBright). .................. 136 Tabela 52. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, depois) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2-arbustivo, 3 - herbáceo). ....................................................................... 136 Tabela 53. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (antes – préBright e depois - pósBright). .................. 138 Tabela 54. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, depois) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2-arbustivo, 3 - herbáceo). ....................................................................... 139 Tabela 55. Resultados dos testes não paramétricos, Wilcoxon e Sinais para variável tempo (antes e depois) na mediana da % de cobertura das comunidades vegetais. Estes testes foram aplicados, nos casos em que não foram cumpridos os pressupostos das duas ANOVAS testadas (Anova de 3 estratos e Anova de 2 estratos). ............................................................ 139 Tabela 56. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (antes – préBright e depois - pósBright). .................. 141 Tabela 57. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, depois) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2-arbustivo, 3 - herbáceo). ....................................................................... 142 Tabela 58. Número de excrementos de fuinha, raposa, gineta e não identificados (NI), registados mensalmente entre setembro de 2012 e janeiro de 2014 (período este sujeito a algumas interrupções). .............................................................................................................. 154 Tabela 59: Número total de excrementos identificados para a fuinha, raposa e gineta, número total de excrementos analisados e o número de excrementos analisados contendo sementes e indícios da presença de micromamíferos, invertebrados e aves para cada uma das espécies de carnívoros. Nota: Para o cálculo do número de excrementos de fuinha contendo sementes tiveram-se em conta 169 excrementos analisados, enquanto que para os indícios da presença de micromamíferos, invertebrados e aves se tiveram em conta apenas 99 excrementos. ...... 155 Tabela 60: Origem da espécie de semente triada, número de sementes semeadas, germinadas e a proporção média de sementes que germinaram até 11/7/2014 provenientes das plantas.156 Tabela 61: Origem da espécie de semente triada, número de sementes semeadas, germinadas e a proporção média de sementes que germinaram até 11/7/2014 provenientes dos excrementos de Fuinha. ............................................................................................................ 157 Tabela 62: Origem da espécie de semente triada, número de sementes semeadas, germinadas e a proporção média de sementes que germinaram até 11/7/2014 provenientes dos excrementos de Raposa. .......................................................................................................... 157 Tabela 63. Inventário dos macrofungos (cogumelos) registados até ao momento na MNB, com indicação do tipo de ocorrência na Mata, época prefrenical de observação e comestibilidade. ................................................................................................................................................... 164 Tabela 64. Síntese dos desenvolvimentos das ações do projeto, incluindo identificação do progresso previsto em candidatura (P) e execução verificada (E), desvios temporais associados, respetiva relevância, correção e efeitos no projeto. ............................................. 173 Tabela 65. Síntese da Execução Financeira do projeto até 31/08/2013 .................................. 179


LISTA DE ABREVIATURAS CMM – Câmara Municipal da Mealhada DGEP – Direção Geral dos Estabelecimentos Prisionais EPC - Estabelecimento Prisional de Coimbra FMB – Fundação Mata do Bussaco FR – Floresta Relíquia MC – Mata Climácica MNB – Mata Nacional do Bussaco UA – Universidade de Aveiro

CITAÇÃO RECOMENDADA Milene Matos, Sónia Guerra, André Aguiar, Lísia Lopes, Rosa Pinho, Lúcia Pereira, Tatiana Moreira-Pinhal, Eduardo Batista, Paulo Silveira e Carlos Fonseca (2014). Relatório de Progressos nº 2. Ação E.2 - Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto BRIGHT – Bussaco´s recovery from invasions generating habitat threats (LIFE10/NAT/PT/075). Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro. x + 182 pp.


1. SUMÁRIO EXECUTIVO 1.1. Progresso Geral A passagem do ciclone Gong na MNB, a 19 de janeiro de 2013, causou constrangimentos ao planeamento detalhado dos trabalhos a realizar por parte da UA, responsável pela execução da ação E.2 - Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto, conforme relatório atempadamente apresentado. A generalidade dos objetivos não ficou comprometida, porém, foi necessário efetuar alguns ajustes ao plano de trabalhos inicialmente estipulado, pois a impossibilidade e/ou dificuldade de acesso aos locais de amostragem levou a que as tarefas demorassem mais tempo a ser cumpridas e algumas metodologias, até ao momento, estão bastante atrasadas. No que diz respeito à monitorização da fauna, os constrangimentos mais relevantes relacionam-se com a colocação e monitorização de caixas-ninho e com a armadilhagem fotográfica de mamíferos carnívoros, admitindo-se o atraso das mesmas e uma redução do volume de dados resultantes destas metodologias. No entanto, as metodologias ajustadas não comprometem a obtenção de resultados satisfatórios. De um modo geral, as diferenças encontradas entre a situação de referência indicam que os grupos faunísticos ou não estão a ser afetados, ou dão indícios de estarem a ser beneficiados pelas ações do Projeto. Alguns resultados podem estar mascarados pelos efeitos do Ciclone Gong (como se comprovou para as aves), pelo que será necessário manter o programa de monitorização de forma a obter dados mais robustos ainda. Alguns outros fatores não controláveis nem mensuráveis ao abrigo das metodologias adotadas no presente projeto, nomeadamente nas alterações na paisagem e habitat nas áreas envolventes à MNB, poderão também ter influência em alguns resultados obtidos para a fauna vertebrada. No entanto, assume-se que para a maior parte das espécies a influência não seja significativa. O facto de não ter havido resultados de algum modo prejudiciais à fauna, é um excelente indicador de que os trabalhos decorrem de forma correta. A continuidade da monitorização da fauna ao longo do projeto torna-se essencial, para se obter uma análise robusta do impacto das ações no terreno sobre estes grupos, para garantir mais algum tempo de ajuste da fauna, face aos seus longos ciclos de vida e áreas vitais, e ainda para averiguar da existência de fatores de enviseamento. Ainda na fauna, mas ao nível dos invertebrados, decorre uma aturada pesquisa bibliográfica em coleções particulares, públicas e catálogos, bem como em literatura publicada, a par com o trabalho de campo. Estes trabalhos confirmaram até ao momento a presença de 1143 espécies, revelando uma impressionante riqueza biológica até ao momento muito escassamente conhecida. Foi também feito um estudo ao nível das associações que algumas espécies de invertebrados apresentam com a flora, fitopatologias e outros aspetos relevantes, relacionados por exemplo com as fenologias e a polinização. Ao nível da flora, o conjunto de dados apresentado permite realizar algumas análises comparativas com a situação de referência, que indiciam que o projeto está a ter resultados positivos ao nível da restauração de habitats previamente degradados pela presença de espécies invasoras, principalmente através da remoção de Tradescantia fluminensis, que permite a regeneração natural de um banco de sementes nativas (nomeadamente de Phillyrea latifolia) com papel importante no restauro ecológico. Relativamente às invasoras em comunidade florestal, e apesar das intervenções relativamente recentes no interior dos quadrados, a análise estatística permitiu detetar para já, algumas diferenças significativas ao nível da cobertura vegetal pós-Bright, nomeadamente nos quadrados de monitorização com invasora dominante Acacia melanoxylon.

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Decorre também a avaliação da eficácia dos métodos de controlo por descasque, para cada espécie invasora lenhosa, sendo que em Prunus lauroceraus o descasque aparenta não ser eficaz. Em suma, de acordo com os dados recolhidos até à data e o tratamento estatístico aplicado, verifica-se nesta fase, uma interferência “positiva” das intervenções florestais sobre as comunidades vegetais em monitorização, mais concretamente ao nível da redução da percentagem de cobertura das espécies invasoras já em declínio vegetativo. No entanto, dados mais conclusivos acerca da eficácia das ações deste projeto na conservação das comunidades florísticas nativas só serão possíveis através de dados adicionais de monitorização e de uma análise temporal mais alargada. De um modo geral e também na flora, o maior contratempo nos trabalhos, durante o período transato, esteve relacionado com a passagem do ciclone Gong a 19 de janeiro de 2013, que condicionou o acesso à zona central do adernal e ao extremo Sudoeste da zona de São João do Deserto, sendo que as árvores caídas, que estiveram a obstruir caminhos, dificultaram o trabalho e obrigaram a um maior dispêndio de tempo nos trabalhos normais de campo, levando a alguns atrasos nas tarefas previstas. De modo complementar ao projeto, e sem que os recursos humanos ou materiais do projeto sejam afetados, continuou-se o inventário dos macrofungos (cogumelos) existentes na Mata e prosseguiu a análise do potencial da fauna para a dispersão de sementes de plantas autóctones e invasoras, que trouxe importantes conclusões e sugestões de medidas de gestão, designadamente para o evitamento da propagação de Prunus laurocerasus.

1.2. Viabilidade dos Objetivos e Programa de Trabalhos A passagem do ciclone Gong na MNB, a 19 de janeiro de 2013, causou algumas dificuldades no cumprimento integral do plano de trabalhos estipulado para a ação E.2 - Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto, pelo que foi necessário efetuar alguns ajustes às metodologias a adotar. A impossibilidade e/ou dificuldade de acesso aos locais de amostragem durante alguns meses levou a que as tarefas demorassem mais tempo a ser cumpridas e algumas metodologias, nomeadamente a colocação e monitorização de caixas-ninho e a armadilhagem fotográfica de mamíferos, tiveram de ser repensadas de forma torná-las exequíveis. Não obstante, de uma forma genérica e após a realização de ajustes metodológicos, os objetivos principais mantêm-se viáveis, e excetuando a maior delonga temporal para o cumprimento de todos os objetivos propostos, o trabalho decorre de forma eficaz.

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1.3. Problemas encontrados Os maiores problemas encontrados relacionam-se com os já expostos atrasos e impedimentos de acesso devidos à passagem do ciclone Gong na MNB, como se passa a explicar. No que respeita à execução das tarefas em campo, faz-se nota de que duas câmaras fotográficas para fotoarmadilhagem de mamíferos carnívoros adquiridas para o Projeto foram furtadas, apesar de todas as precauções terem sido tomadas, nomeadamente a camuflagem das câmaras e instalação em locais remotos no interior da floresta, supostamente não visitados por curiosos. Esta é uma situação muito frequente em trabalhos com este tipo de aparelhos, pois suscitam a curiosidade de transeuntes, sendo ainda mais grave em locais muito visitados, como é o caso da MNB. Futuramente, a instalação das câmaras no terreno terá novamente este fator em conta, mas não se consegue garantir que não venham a ocorrer novos furtos. Para além destas situações relacionadas com o trabalho de campo, e conforme atempadamente comunicado à Comissão, houve a necessidade de proceder a alguns ajustes orçamentais, face à proposta inicial. Estas alterações advêm das já explicadas dificuldades sentidas em cumprir o plano de trabalho estipulado, causadas pela passagem do Ciclone Gong. Numa primeira fase, e conforme Ofício de 31-12-2013, os ajustes solicitados não implicam qualquer alteração ao montante global inicialmente orçamentado e aprovado para a componente da UA, no entanto implicam a redistribuição das verbas orçamentadas, entre rúbricas da UA, nomeadamente através do reforço das verbas da rúbrica “recursos humanos” com verbas não executadas das rúbricas de equipamentos e assistência externa. Numa segunda fase, a equipa da UA verificou a necessidade de um reforço superior das verbas para recursos humanos, para garantir o cumprimento das tarefas previstas atempadamente e com eficácia. Este reforço, solicitado com Ofício de 26-05-2014, seria viabilizado por transferência de verbas não executadas da FMB para a rúbrica de recursos humanos da UA. À data do presente relatório a FMB está em concordância com o pedido efetuado pela UA, tendo já sido efetuada a transferência dos valores correspondentes ao 2º adiantamento de pré-financiamento, assim como o ajuste ao 1 adiantamento de pré-financiamento, motivado pelo ajuste orçamental da ação E.2 no sentido do seu incremento. Com estes ajustamentos espera-se um melhor cumprimento dos objetivos propostos, nos prazos aqui definidos.

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2. ASPETOS ADMINISTRATIVOS 2.1. Estrutura e Equipa de Gestão do Projeto Dando continuidade às anteriores, e no sentido de assegurar o acompanhamento dos trabalhos e decisões inerentes ao projecto, promoveram-se no período a que respeita este relatório um conjunto de reuniões regulares da Equipa de Gestão: A equipa da UA levou a cabo as tarefas que estavam previstas para o período em análise, tendo reunido frequentemente com os parceiros FMB e CMM, de modo a discutir e adaptar as tarefas previamente planeadas. No período a que se reporta este relatório (01.09.2013 e 31.08.2014), decorreram as seguintes reuniões de trabalho: 

16 setembro 2013, reunião com FMB no sentido de discutir alguns aspetos operacionais dos trabalhos de monitorização da flora e habitats; preparação do Sement Event 2013;

01 outubro 2013, reunião com FMB no sentido de discutir aspetos operacionais dos trabalhos de monitorização da flora e habitats;

05 novembro 2013, reunião dos 3 parceiros, tendo por principal tema os atrasos e as necessidades de trabalho a realizar pelo parceiro CMM, com presença da nova equipa de decisores da CMM, que então comunicaram formalmente a decisão de iniciar os trabalhos com a maior brevidade;

17 janeiro 2014, reunião dos 3 parceiros, tendo por principal tema a reestruturação dos trabalhos do parceiro CMM e onde foram discutidas questões de comunicação do Projeto;

29 janeiro 2014, reunião com o parceiro FMB a fim de discutir os ajustamentos orçamentais solicitados pela UA;

30 janeiro 2014, reunião dos 3 parceiros a fim de coordenar as ações educativas a desenvolver na Ação D.7 a cargo do parceiro CMM;

06 fevereiro de 2014, reunião sob a égide da nova coordenação executiva tendo por agenda principal a necessidade de pedir o adiamento de entrega do Relatório Intercalar, por incumprimento dos critérios financeiros (150% do 1º adiantamento gasto), bem como ajustes solicitados pelo parceiro UA;

11 fevereiro 2014, reunião dos 3 parceiros, tendo por principal tema a reestruturação dos trabalhos do parceiro CMM e a coordenação dos parceiros no que respeita a ações de voluntariado;

em maio de 2014, reunião de balanço sobre o andamento dos trabalhos, transição da gestão do projeto e perspetivas/necessidades de continuidade, incluindo acerto dos trabalhos prioritários, por cada parceiro, para o trimestre seguinte.

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2.2. Equipa de Projeto A equipa da UA está identificada na Tabela 1 e é coordenada pelo Prof. Doutor Carlos Fonseca. Trata-se de uma equipa de 16 pessoas, multidisciplinar, que inclui pessoal dos Quadros da UA, dois bolseiros contratados para o projeto e diversos colaboradores, como investigadores e alunos da UA, que embora estejam a colaborar nas várias tarefas da Ação E.2 do Projeto BRIGHT, não auferem qualquer vencimento a partir do mesmo, não representando assim despesas de vencimento (estes colaboradores e alunos têm um asterisco * em frente à sua afetação, na Tabela 1).

Tabela 1 - Elementos da Equipa de Projeto – Universidade de Aveiro Nome

Funções Gerais

Tipo de Contrato / Despesa

Afetação

UA Carlos Fonseca

Coordenação Geral

Pessoal, Quadro

Parcial

Rosa Pinho

Coordenação Operacional Habitats

Pessoal, Quadro

Parcial

Paulo Silveira

Coordenação Operacional Flora

Pessoal, Quadro

Parcial

Lísia Lopes

Orientação trabalhos flora

Pessoal, Quadro

Parcial

Milene Matos

Coordenação Operacional Fauna

Bolseira FCT

Parcial *

Sónia Guerra

Bolseira, execução trabalhos flora

Contratada BRIGHT

Total (100%)

André Aguiar

Bolseiro, execução trabalhos fauna

Contratado BRIGHT

Total (100%)

Daniela Ferreira

Técnica superior gab. de gestão financeira de programas e projetos

Pessoal, Quadro

Parcial

Lúcia Pereira

Mestranda, dispersão de sementes por vertebrados

Aluna

Total (100%) *

Ana Vasques

Colaboradora, trabalhos com sementes

Colaboradora

Parcial *

Paula Maia

Colaboradora, trabalhos com sementes

Colaboradora

Parcial *

Tatiana Pinhal

Colaboradora, trabalhos com invertebrados

Aluna

Parcial *

Ricardo Santos

Colaborador, trabalhos com invertebrados

Aluno

Parcial *

Cátia Paredes

Colaboradora, trabalhos com invertebrados

Aluna

Parcial *

Sofia Jervis

Colaboradora, trabalhos com invertebrados

Aluna

Parcial *

Eduardo Batista

Colaborador, trabalho com macrofungos

Aluno

Parcial *

2.3. Acordos de Parceria A UA não estabeleceu, durante o período em causa, nenhum acordo de parceria com outras entidades, para além das que participam neste projeto, tendo em vista a realização dos objetivos propostos. Encontra-se, contudo, em apreciação jurídica para ultimação, uma adenda ao Acordo de Parceria original firmado a 31 de Agosto de 2011 entre a FMB e a UA, estabelecendo o aumento do orçamento de pessoal previsto para a aação E.2, conforme concordância concedida pela Comissão em ofício de 20 de janeiro de 2015.

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3. ASPETOS TÉCNICOS 3.1. Ações do Projeto A UA ficou responsável pela ação E.2 - Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto. Assim, a apresentação dos aspetos técnicos seguirá a estrutura de subações, sendo a Subação 1 a Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto – Fauna, e a Subação 2 a Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto – Flora e Habitats, apresentados nos pontos seguintes. De forma complementar ao Projeto, e de forma a enriquecê-lo com informação relevante, a UA efetuou ainda outras atividades, nomeadamente o levantamento dos invertebrados e macrofungos (cogumelos) existentes na MNB, e uma análise do potencial da fauna para a dispersão de sementes de plantas autóctones e invasoras. Uma vez que se trata de atividades “extra projeto”, serão apresentadas nas secções “outras ações”, neste documento.

3.2. SubAções do Projeto

3.2.1. SubAção 1. Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto – FAUNA A monitorização contínua da fauna vertebrada é um ponto fundamental no âmbito do Projeto Life+ BRIGHT, como meio de avaliar o impacto/efeito das intervenções florestais decorrentes do mesmo, na vasta biodiversidade faunística presente na MNB. Tendo-se estabelecido a situação de referência préintervenção (trabalhos anteriores, da UA) e sendo os trabalhos de monitorização dos grupos faunísticos ao longo do projeto compatíveis e comparáveis com esses resultados, importa avaliar com rigor qual o efeito das intervenções no terreno na fauna, sendo por isso uma análise relevante no contexto dos efeitos de ações de gestão do habitat, nomeadamente as ações que visam recuperar, reconverter e potenciar habitats tidos como muito importantes do ponto de vista da conservação. Assim, o presente projeto assume-se como modelo de referência para outros projetos e trabalhos similares, uma vez que tem em consideração a avaliação das ações no terreno e seus resultados, não meramente numa perspetiva direta (a biodiversidade faunística e florística, as cadeias tróficas e as relações ecológicas presentes nos habitats envolvidos. Desta forma, procura-se garantir que os trabalhos decorram da forma mais eficaz, focando-se em espécies-alvo e outras diretamente relacionadas com estas), mas de uma forma global e integrando quanto possível todos os valores naturais existentes na MNB, os quais interessa salvaguardar e beneficiar. As plantas invasoras podem reduzir a abundância e a diversidade da flora e fauna autóctone e alterar os processos dos ecossistemas (e.g. Gaertner et al. 2009; Mooney & Cleland 2001). Numa perspetiva de recuperação do ecossistema, são levadas a cabo ações de erradicação e controlo de plantas invasoras, sendo importante que as mesmas sejam compatíveis e favoreçam os valores naturais a proteger. Nesse sentido, a avaliação constante dos resultados das ações, através da monitorização da biodiversidade e da evolução da estrutura e funcionamento ecológico (e não só) das áreas invadidas sujeitas a trabalhos de recuperação assume extrema importância (Reid et al. 2009). Heleno et al. (2010) estudaram a resposta da comunidade à remoção de plantas invasoras, procurando avaliar o sucesso dos trabalhos de recuperação ecológica. Foi verificado que, no imediato, a flora autóctone sofre um decréscimo potencialmente devido à pressão resultante dos trabalhos, mas 2 anos após as intervenções, foi possível BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 6


verificar um acréscimo generalizado na fauna e no banco de sementes de espécies autóctones. Desta forma se evidencia a importância de avaliar a comunidade na sua globalidade (fauna e flora), para se entender a real eficácia dos trabalhos. Outros dados relevantes que resultaram do estudo de Heleno et al. (2010), são a maior propensão para a dispersão de sementes de plantas exóticas pelas aves, em oposição às sementes autóctones e o facto de a existência de plantas invasoras favorecer a germinação de sementes exóticas em detrimento das autóctones. Quando as espécies invasoras estão estabelecidas num ecossistema, podem alterar o seu funcionamento ou substituir o papel funcional de espécies autóctones, tornando a sua remoção mais complexa e com potenciais efeitos na biodiversidade e no ecossistema. Desse modo, a monitorização da biodiversidade, das cadeias tróficas e funções ecológicas presentes nos locais a intervencionar deverá ser efetuada, para prevenir e atempadamente responder a possíveis efeitos secundários indesejados decorrentes dos trabalhos de recuperação de habitat (Zavaleta et al. 2001). Sucintamente, poderemos considerar três componentes principais na avaliação do sucesso da recuperação de ecossistemas: biodiversidade, estrutura da vegetação e processos ecológicos (Ruiz-Jaen & Aide 2005). Neste contexto, os trabalhos de monitorização da fauna no presente projeto, procuram assegurar a adequada avaliação do efeito e eficácia das ações BRIGHT de controlo de invasoras no terreno, integrados nas componentes acima referidas e considerando os objetivos específicos do plano de ação para a componente Life+ BRIGHT_fauna, que em seguida se relembram: 1. Definição de pontos e/ou áreas de estudo/monitorização em concordância com a situação de referência. 2. Investigação e aplicação das metodologias de monitorização de fauna. 3. Definição de metodologias para a monitorização da fauna invertebrada. 4. Monitorização regular das populações de fauna vertebrada e invertebrada. 5. Colocação e monitorização das caixas-ninho como medida de beneficiação para as aves e eventualmente para a expansão da flora autóctone. 6. Análise contínua do efeito da evolução das ações do projeto e avaliação de resultados. 7. Levantamento de novos registos faunísticos para a MNB. 8. Recolha sistemática de excrementos de fauna e sementes para análise de germinação em viveiro (atividade complementar). 9. Acompanhamento das ações de intervenção na MNB e identificação de problemas, contratempos, imprevistos e outras situações relevantes. 10. Tratamento e análise de dados e comparação com a situação de referência. 11. Elaboração de relatórios técnicos. 12. Publicação dos resultados em encontros científicos, revistas de divulgação e científicas, etc. Notas: A secção deste documento referente à SubAção2 (E.2 Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto: Fauna) reporta-se aos dados recolhidos como situação de referência (antes do BRIGHT) e dados recolhidos entre julho de 2013 e julho de 2014 (BRIGHT).

3.2.1.1. Pontos de amostragem A monitorização de vertebrados decorreu nos locais de amostragem anteriormente selecionados e apresentados. A seleção dos pontos, estações e transetos de amostragem efetuada no início do Projeto, baseou-se no compromisso entre os trabalhos de amostragem anteriores ao projeto BRIGHT (com o objetivo de se poderem estabelecer comparações com os dados que constituem a situação de referência pré-intervenções no âmbito do projeto) e a cobertura das várias unidades de paisagem existentes na Mata, com especial atenção às áreas onde ocorreram e ocorrerão intervenções florestais decorrentes do projeto. Assim sendo, as áreas de amostragens (pontos/estações/transetos) coincidem com aquelas BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 7


utilizadas antes do projeto, no decorrer dos trabalhos efetuados pela UA para a caracterização da fauna vertebrada da MNB (Matos 2011). No entanto, de modo a satisfazer os objetivos do projeto, foram necessário ligeiros ajustes na localização/número das amostragens, que não comprometeram a comparação com a situação de referência. No que diz respeito aos invertebrados, entendeu-se ser necessário estabelecer áreas de amostragem com base nas intervenções florestais efetuadas e a efetuar, bem como com a situação de referência estabelecida para a flora, nomeadamente na Floresta Relíquia. Consideraram-se os diferentes habitats desta unidade de paisagem e a possibilidade de estabelecer comparações – ao nível dos invertebrados – entre áreas bem conservadas de floresta autóctone, com áreas invadidas e, por tal, degradadas. Paralelamente ao trabalho de campo tem sido efetuada uma extensa e morosa revisão bibliográfica, conforme explicado adiante.

Invertebrados Apesar de se ter realizado regularmente amostragem em campo, no seguimento dos trabalhos anteriores, têm-se concentrado esforços na revisão bibliográfica dos invertebrados (Classe Insecta, Arachnida e Myriapoda) com o intuito de se estabelecer uma situação de referência no que respeita ao estudo dos invertebrados da MNB – o que até ao momento era inexistente. As monotorizações de Lepidoptera (borboletas diurnas) têm tido o adicional objetivo de se conhecer melhor a distribuição e a fenologia das espécies. Em concordância, procurou-se avaliar a presença de espécies localizadas e/ou de importância conservacionista e, ainda, no geral, que tipo de influência ou relação estabelecem em relação à flora, nomeadamente atendendo às possíveis relações de polinização e fitopatologias desencadeadas pela entomofauna. As monotorizações de Lepidoptera realizaram-se sobretudo nas zonas da Cruz Alta, nos jardins do Palace Hotel, junto às Portas de Coimbra, de Luso, de Sula e de Serpa, na envolvente da Fonte de Sula e ainda ao longo das áreas de intervenção do Projeto, e também fora dos limites da MNB (lado exterior da Mata, entre a Cruz Alta e as Portas de Sula). Outras amostragens foram realizadas junto às principais linhas e massas de água da Mata, com especial enfoque na Fonte Fria e no Lago Grande. Optou-se por estes percursos sobretudo tendo em conta o jizz (comportamentos típicos) e as plantas-alvo das espécies previamente citadas para a Mata e não confirmadas em terreno. Peixes Definiram-se como áreas de amostragens as linhas de água principais (ao longo do Vale do Fetos e até à Porta das Lapas) e os lagos existentes na MNB (Lago Grande, Lago dos Cisnes junto à Fonte Fria e Lago do jardim do Palace Hotel), em concordância com as áreas de amostragem da situação de referência (Fig. 1). Anfíbios As áreas de amostragem para este grupo taxonómico coincidem com as que foram selecionadas aquando dos trabalhos de campo que constituem a situação de referência. Assim, foram definidas como áreas de amostragens os pontos de água e as linhas de água principais (ao longo do Vale do Fetos até à Porta das Lapas e Vale dos Abetos e linha de água a sul do Palace Hotel e na Fonte Fria), transetos nas margens dessas mesmas linhas de água (Fig. 1) e transetos (noturnos) coincidentes com os transetos de amostragem de morcegos (Fig. 2). Répteis As áreas de amostragem para este grupo taxonómico coincidem com as que foram selecionadas aquando dos trabalhos de campo que constituem a situação de referência antes do projeto. Assim, foram definidos como áreas de amostragem os transetos nas margens das linhas de água, de forma coincidente com os transetos de amostragem de anfíbios (Fig. 1 e 2).

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Fig. 1. Localização dos locais de amostragem de peixes, anfíbios e répteis.

Fig. 2. Localização dos transetos de amostragem noturna de anfíbios (coincidente com transetos de amostragem de morcegos).

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Aves As áreas de amostragem para este grupo taxonómico coincidem, em parte, com as que foram selecionadas aquando dos trabalhos de campo que constituem a base da situação de referência antes do projeto. Assim, foram definidos como áreas de amostragem para o Projeto alguns dos pontos de censo de aves utilizados nos trabalhos anteriores (para permitir a comparação com a situação de referência), tendo sido adicionados novos pontos com o objetivo de assegurar uma melhor cobertura das áreas alvo da intervenção das ações no terreno (nomeadamente no Pinhal do Marquês e na Floresta Relíquia). Desta forma espera-se ser possível ter uma melhor representatividade das diferentes unidades de paisagem, não comprometendo a essencial comparação com os dados obtidos anteriormente. No total, estabeleceram-se então 35 pontos de amostragem (5 no Pinhal do Marquês, 10 na Floresta Relíquia e 20 no Arboreto) (Fig. 3 e 4). Devido à inacessibilidade que o Ciclone Gong causou a alguns pontos de amostragem de aves, houve necessidade de nos meses subsequentes ajustar as localizações de alguns pontos, conforme possível, para locais acessíveis nas proximidades dos locais “originais”.

Mamíferos As áreas de amostragem para os mamíferos coincidem, em parte, com as que foram selecionadas aquando dos trabalhos de campo que constituem a situação de referência. Deste modo, foram definidos transetos para amostragem de morcegos (Fig. 2), transetos para amostragem de micromamíferos (Fig. 8) e transetos para amostragem de carnívoros (indícios de presença e excrementos), sendo que se revelou necessário adaptar os transetos antigos e acrescentar um pequeno troço (na área do Pinhal do Marquês), com o objetivo de assegurar uma melhor cobertura, permitindo uma melhor representatividade das diferentes unidades de paisagem existentes na MNB, tendo em conta os objetivos propostos (Fig. 5). Os transetos de amostragem de carnívoros, após o Ciclone Gong, sofreram alguns ajustamentos temporários (Fig. 6), devido a obstruções localizadas em troços dos percursos originais. Assim, até à total desobstrução dos percursos de amostragem, foi adotado um traçado provisório para amostragem de carnívoros (indícios de presença), tendo sido retomado o percurso original em julho de 2013. Este traçado temporário foi selecionado de forma a não afetar significativamente os resultados, na tentativa de não colocar em causa os objetivos propostos. No entanto, admite-se que o traçado alternativo não tenha sido tão eficaz para a amostragem em questão, nesse período. Quanto ao método de armadilhagem fotográfica para carnívoros, a elevada inacessibilidade da maioria dos locais e a dificuldade em estabelecer localizações alternativas ajustadas aos objetivos, diminuiu significativamente a exequibilidade destas amostragens no tempo previsto, atendendo à sua morosidade e distâncias mínimas necessárias. Como tal, foram efetuados ligeiros ajustes na localização das estações de armadilhagem fotográfica, para minimizar o risco de furto das câmaras e mantendo o compromisso da abrangência das unidades de paisagem presentes na MNB. No caso dos micromamíferos foram selecionadas 2 linhas de amostragem coincidentes com os trabalhos anteriores, aos quais se adicionaram 2 novos transetos (na zona do Pinhal do Marquês), de forma a se obter uma melhor representatividade das diferentes unidades de paisagem, não comprometendo a essencial comparação com os dados obtidos anteriormente, tendo em consideração as áreas alvo de intervenções no terreno (Fig. 7 e 8).

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Fig. 3. Localização dos pontos de amostragem de aves, pré-BRIGHT.

Fig. 4. Localização dos pontos de amostragem de aves, BRIGHT.

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Fig. 5. Localização dos transetos para amostragem de indícios de presença de carnívoros (pré-BRIGHT e BRIGHT). Traçado adicional usado no BRIGHT, no Pinhal do Marquês, a laranja.

Fig. 6. Traçado alternativo temporário (a verde) para amostragem de carnívoros (indícios de presença).

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Fig. 7. Localização dos transetos de amostragem de micromamíferos Pré-BRIGHT.

Fig. 8. Localização dos transetos de amostragem de micromamíferos BRIGHT.

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Caixas-ninho No que se refere às caixas-ninho, o objetivo inicial era colocar no terreno 250, sendo que as respetivas localizações corresponderiam aos objetivos de que esses dados pudessem resultar numa análise conveniente da beneficiação que as aves pudessem ter a partir das ações BRIGHT. As localizações inicialmente selecionadas e onde se encontravam colocadas 192 caixas-ninho, estão representadas na figura 9. No entanto, a queda de árvores ocorrida com o Ciclone Gong derrubou e/ou destruiu inúmeras caixas-ninho (Fig. 10), não tendo até ao presente momento ainda sido possível quantificar a extensão exata destes estragos devido à inacessibilidade/destruição de muitas caixas. As prospeções de campo demonstraram a inviabilidade de uma grande quantidade de caixas-ninho já colocadas, tendo sido impossível repor as caixas a tempo da época de reprodução seguinte ao (primavera 2013), quer pela inacessibilidade aos locais de colocação de caixas, quer pelo tempo que os trabalhos de colocação demoram. Assim, a monitorização completa e eficaz da nidificação das aves para a época de reprodução de 2013 através do acompanhamento das caixas-ninho ficou impossibilitada. Tendo em conta a destruição de inúmeras caixas-ninho, a inacessibilidade de muitos dos locais onde se encontram/encontravam colocadas (principalmente em zonas de floresta densa, fora dos caminhos) e a impossibilidade de se repor o mesmo número de caixas-ninho, nos mesmos locais ou em locais que se enquadrassem nos objetivos, estas metodologias foram alvo de ajustes atempadamente comunicados, que consistiram numa redução das caixas-ninho a monitorizar. Assim sendo, de forma a obter resultados minimamente satisfatórios e assumindo que o esforço despendido nesta metodologia teria que ser obrigatoriamente reduzido devido às condicionantes no terreno, e por forma a não comprometer a execução das demais tarefas em curso, foram monitorizadas um total de 60 caixas-ninho na época de reprodução de 2014 (20 na Floresta Relíquia, 20 no Pinhal do Marquês e 20 no Arboreto), colocadas nas localizações indicadas na Figura 11. Esta redução significativa no número de caixas-ninho a monitorizar permitirá obter resultados compatíveis com os objetivos propostos no projeto. Considera-se que será exequível, sem comprometer a obtenção de resultados relevantes, a monitorização deste número de caixas-ninho nas próximas épocas de reprodução, até ao término dos trabalhos.

Fig. 9. Localização das caixas-ninho colocadas na MNB, antes do ciclone Gong.

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Fig. 10. Caixas-ninho caídas ou danificadas pelo temporal.

Fig. 11: Localização das caixas-ninho monitorizadas.

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3.2.1.2. Metodologias para a monitorização de Fauna e respetiva calendarização As metodologias selecionadas para amostragem de Fauna (vertebrados), coincidem com as que foram aplicadas nos trabalhos anteriores ao projeto, que constituem a situação de referência, de acordo com os objetivos propostos. Desta forma, pretende-se que a avaliação do efeito das intervenções resultantes do projeto seja o mais completa e rigorosa possível. O Ciclone Gong causou algum impacto na monitorização da fauna, nomeadamente na calendarização de algumas amostragens. No entanto, admite-se que as alterações que se verificaram ao que estava previsto inicialmente, não coloquem em causa a generalidade dos objetivos propostos, embora o tempo despendido para a realização destas metodologias seja no geral, superior ao que se verificava anteriormente e se assumam atrasos significativos no desempenho de algumas tarefas, conforme atempadamente comunicado. Como já referido, após o ciclone Gong, diminuiu drasticamente a exequibilidade de algumas tarefas no tempo previsto (caixas-ninho e armadilhagem fotográfica). As capturas e manuseamento da fauna selvagem seguem metodologias autorizadas pela legislação portuguesa e os trabalhos na MNB estão devidamente autorizados pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, através das licenças nº 136/2011/CAPT, 86/2012/CAPT, 94/2012/CAPT, 181/2013/CAPT e 112/2014/CAPT, atribuídas aos investigadores responsáveis. Invertebrados Como explicado no Relatório de Progressos nº 1 (2013), a monitorização do presente período não seguiu os moldes inicialmente propostos e concentrou-se sobretudo na monotorização de Lepidoptera, sempre que possível mensalmente, no período de setembro a novembro de 2013 e retomando em março a agosto de 2014. Também se realizaram duas campanhas no mês de julho 2014 ao nível das espécies noturnas, neste caso amostragens com Lâmpada de mercúrio, 160W – armadilha horizontal sobre pano branco. Também se procurou alargar o conhecimento ao nível dos Odonata, tendo-se monotorizado os indivíduos adultos, e ainda através da identificação de exúvias encontradas ao longo das ribeiras, da Fonte Fria, tanques e Lago Grande, sobretudo no sentido de identificar as espécies residentes. No que respeita aos Coleoptera foram realizadas capturas aleatórias com o intuito de complementar a revisão bibliográfica, que ainda se encontra em fase de atualização. Na secção de resultados serão apresentadas as listas de espécies apuradas até ao momento para a MNB. Estas listas resultam de uma aturada revisão bibliográfica e também da identificação de espécimes recolhidos em campo, nomeadamente no que respeita à fenologia. No entanto, a maioria dos espécimes recolhidos em campo encontram-se preservados em álcool e aguardam identificação, sendo este um processo de investigação moroso e que carece de consulta a especialistas. Nos resultados serão ainda apresentadas notas acerca de espécies polinizadoras e espécies potencialmente nocivas para a flora. Nesta fase dos trabalhos, estes dados foram analisados apenas para as ordens Hemiptera, Lepidoptera, Hymenoptera e Coleoptera, e tendo em conta a flora encontrada na MNB. A análise destes dados limitou-se a recolha bibliográfica, pelo que no futuro se deverá procurar confirmar os casos in loco, excetuando os casos de estudos na MNB que incluíram e confirmaram as ditas relações. A revisão bibliográfica incluiu (mas não se limitou a) consulta nos repositórios a seguir indicados, bem como dados publicados em artigos e catálogos cujas referências bibliográficas estão presentes no Anexo I. Coleções: - Coleção de insetos do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro; - Coleção de invertebrados do Museu de História Natural de Lisboa; - Coleção da Sociedade Portuguesa de Entomologia (SPEN) BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 16


Base de dados: - NATURDATA - TAGIS - Portugal spider catalogue (v1.5). Disponível online em: http://www.ennor.org/catalogue.php Peixes As metodologias aplicadas centram-se na amostragem exaustiva das linhas de água principais da MNB e dos lagos, através da contagem de indivíduos por cada espécie. Esta amostragem tem periodicidade mensal tendo sido iniciada em julho de 2012. A calendarização destas amostragens não sofreu alterações com o Ciclone Gong. Anfíbios As metodologias de amostragem de anfíbios incluem amostragem de girinos nos pontos e linhas de água, com limite de tempo/distância (30 minutos em troços pré-determinados), busca ativa (diurna) em transetos nas margens dos troços das linhas de água com limite de tempo (30 minutos) e busca passiva noturna em transetos (correspondem aos transetos para amostragem de morcegos) em condições de chuva. Estas amostragens foram realizadas com periodicidade mensal, tendo sido iniciadas em julho de 2012 (exceto os transetos noturnos, que apenas se realizaram no meses em que se verificou ocorrência de precipitação). A calendarização destas amostragens não sofreu alterações com o Ciclone Gong. Répteis As metodologias de amostragem de répteis foram realizadas através de busca ativa (diurna) em transetos nas margens dos troços das linhas de água com limite de tempo (30 minutos). Estas amostragens foram realizadas com periodicidade mensal, tendo sido iniciadas em julho de 2012. A calendarização destas amostragens não sofreu alterações com o Ciclone Gong. Aves A metodologia de amostragem de aves foi realizada através de censos em ponto fixo, com a duração de 5 minutos (a partir de setembro 2013) e de 10 minutos (sempre após 2 minutos de habituação das aves à presença do observador), registando-se todas as aves detetadas (registos visuais e auditivos) num raio de 50 metros. Os censos realizam-se apenas nas primeiras 4 horas após o nascer do sol e foram efetuadas duas réplicas por cada época crucial da fenologia das aves, tendo-se iniciado a amostragem em julho de 2012. Durante o mês de janeiro de 2013 não foi realizada esta amostragem, devido aos impactos causados pelo Ciclone Gong, significando que a época de inverno 2012/2013 ficou incompleta, com apenas uma réplica realizada. Admite-se no entanto que este facto não comprometeu a generalidade dos objetivos/resultados. Conforme explicado no Relatório de Progressos nº 1 (2013), ficou definido que para uma mais correta comparação com os dados pré-BRIGHT, os censos deveriam ter a duração de 5 minutos, sendo que, no entanto, continuar-se-ia também a registar as observações durante os seguintes 5 minutos (total 10 minutos), com o objetivo de recolher dados para efetuar uma análise da evolução da comunidade de aves com o decorrer dos trabalhos BRIGHT. Coincidentemente, os registos obtidos com 10 minutos de censo desde o ínicio do projeto, poderão também permitir uma breve análise do impacto do Ciclone Gong nas aves, uma vez que há dados recolhidos em períodos comparáveis: entre julho de 2012 e dezembro de 2012 (pré-Gong) e entre julho 2013 e dezembro 2013 (pós-Gong).

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Mamíferos As metodologias de amostragem de mamíferos foram direcionadas para a amostragem das espécies de micromamíferos, de morcegos e de carnívoros. No que diz respeito aos micromamíferos, a metodologia envolveu a colocação e monitorização de linhas de 30 armadilhas Sherman iscadas (sementes, água e sardinha enlatada), em 4 noites consecutivas. Os micromamíferos capturados foram marcados distintamente em cada dia (marcação por corte de pelagem). A periodicidade foi de uma campanha de amostragem por cada estação do ano (no final da estação), sendo que os trabalhos se iniciaram em setembro de 2012. A calendarização destas amostragens não sofreu alterações com o Ciclone Gong. No entanto, devido ao inverno rigoroso que se fez sentir no fim de 2013 e início de 2014, não foi possível efetuar amostragens para este grupo neste período. Quanto aos morcegos, a metodologia de amostragem consistiu na deteção e gravação manual de ultrassons em 6 transetos (de 500 metros cada), durante cerca de 15 minutos por transeto, em noites com condições climatéricas favoráveis (sem chuva, nevoeiro, vento forte ou temperaturas demasiado baixas) e até três horas após o ocaso solar. Conforme Matos et al. 2013 (método manual), cada transeto foi percorrido a pé, com um detetor de ultrassons D240x Pettersson Elektronik AB® em modo de “tempo expandido”, acoplado a um gravador áudio digital, possibilitando detetar os morcegos que surgissem na área de abrangência do microfone, gravar as suas emissões sonoras e, posteriormente, efetuar a análise dos ficheiros acústicos para identificação das espécies presentes. Esta análise foi efetuada através do software Bat Sound Pro versão 3.3 da Pettersson Elektronik AB®, que produz informação gráfica (oscilogramas, espectrogramas, etc.) permitindo a medição de variáveis sonoras como frequência de máxima energia, frequência mínima, frequência máxima, amplitude, duração do pulso, duração do intervalo entre pulsos, entre outros (Fig. 12 a 14). Com base nas propriedades acústicas de cada sequência de pulsos analisada, por comparação com uma base de dados e com dados bibliográficos (e.g. Barataud 1996, Barataud 2002, Rainho et al. 2011, Russo e Jones 2002), identificou-se, sempre que possível, a espécie correspondente. Nas saídas de campo, tentou-se também observar os morcegos detetados de forma a recolher informação visual (tamanho, cor, tipo de voo, comportamento, etc.) que pudesse contribuir para a sua identificação. É importante salientar que este método nem sempre permite a identificação dos morcegos detetados ao nível da espécie, no caso de se tratar de espécies com vocalizações indistinguíveis. Nestas situações, indica-se o par ou grupo de espécies a que o indivíduo pode pertencer. Em situações em que não se conseguem observar os morcegos, também não se poderá efetuar uma quantificação absoluta do número de indivíduos detetados, pois a deteção de um elevado número de passagens de morcegos poderá, eventualmente, dever-se a poucos indivíduos que se encontrem a voar continuamente em torno do microfone do detetor. Assim, em rigor, com a utilização deste método obtémse uma quantificação da atividade de morcegos, que obviamente será indicativa da sua abundância, mas não tem exatamente o mesmo significado. A periodicidade da amostragem foi mensal, tendo os trabalhos de monitorização de morcegos iniciado em julho de 2012. Durante o mês de janeiro de 2013 não foi realizada esta amostragem, devido aos impactos causados pelo Ciclone Gong. A amostragem de carnívoros foi realizada através de 2 transetos de 2 km cada e um transeto mais curto (1km) no Pinhal do Marquês, onde foram identificados e georreferenciados todos os indícios de presença detetados. Esta amostragem teve uma periodicidade mensal, tendo sido iniciada em julho de 2012. Durante o mês de janeiro de 2013 não foi realizada esta amostragem, devido aos impactos causados pelo Ciclone Gong.

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Fig. 12. Interface do software Bat Sound Pro, exibindo o oscilograma (em cima) e o sonograma (em baixo) de pulsos de ecolocalização de Pipistrellus pipistrellus ou Pipistrellis pygmaeus, com feedinz buzz (sequência de pulsos ultrassónicos emitidos na fase final de aproximação às presas).

Fig. 13. Interface do software Bat Sound Pro, exibindo espetrograma de um pulso de ecolocalização de Pipistrellus pipistrellus ou Pipistrellis pygmaeus.

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Fig. 14. Interface do software Bat Sound Pro, exibindo o oscilograma (em cima) e o sonograma (em baixo) de pulsos de ecolocalização de Barbastella barbastellus, onde se denotam os pulsos com frequência modulada e alternada.

Foram ainda colocadas câmaras para armadilhagem fotográfica em locais definidos, representativos das várias unidades de paisagem da MNB. No entanto, devido ao furto de algumas câmaras e devido aos efeitos que o Ciclone Gong deixou na vegetação da Mata, impossibilitando os locais de amostragem inicialmente marcados, esta metodologia ainda não se encontrava “fechada” à data do último relatório. A amostragem efetuada em outubro e novembro de 2012 não permitiu também uma análise dos dados obtidos, uma vez que a relativamente reduzida área da MNB (face à área vital dos carnívoros) não possibilita a independências das estações de amostragem. Tendo então em conta a não independência das amostras obtidas, só são possíveis duas abordagens: o modelo nulo e um modelo onde a probabilidade de captura varia entre ocasiões (sendo que com relativamente poucas estações de fotoarmadilhagem este modelo é pouco eficiente). Por todos estes motivos, esta metodologia foi repensada para nova aplicação para o restante período de monitorização durante o Projeto. A reduzida dimensão da MNB, neste contexto, dificulta a implementação desta metodologia, sem que as amostragens sejam negativamente afetadas pela proximidade entre os locais possíveis de selecionar, impossibilitando uma correta estimativa do tamanho e composição da comunidade de carnívoros. Assim, pretende-se replicar a amostragem realizada de forma a obter dados comparáveis entre dois (ou mais) momentos do Projeto, sendo que no entanto, a influência de outras variáveis poderá afetar os resultados obtidos. Considerando a relativa inacessibilidade aos locais (interior da floresta, fora dos caminhos) causada pelo Gong e grande morosidade necessária para a execução desta metodologia, além de potenciais furtos das câmaras, foram ajustados os locais de colocação das estações de armadilhagem fotográfica, sempre tendo em consideração os locais originalmente selecionados. Uma vez que a modelação estatística não será possível, no futuro serão utilizados outros métodos estatísticos de comparação do número de capturas obtidas por unidade de paisagem e por espécie (apenas relevante quando se completar 2 amostragens por época em cada local), tendo sido necessário reduzir o período de tempo que as câmaras permanecem no campo de 30 para 15 dias por cada época do ano. As metodologias de fotoarmadilhagem foram efetuadas em outubro e novembro de 2012 (teste preliminar) e depois em dezembro de 2013, março/abril de 2014 e julho de 2014. No total e em cada campanha, foram colocadas 7 câmaras de armadilhagem fotográfica (2 no Pinhal do Marquês, 3 no Arboreto e 2 na Floresta Relíquia), o mais afastado entre si quanto possível, como se pode verificar na Figura 15. As câmaras foram colocadas a 0,2-0,3 metros de altura e fixadas ao tronco de árvores. Foi colocado isco (mistura de cereais e sardinha e aparas de carne fresca) a cerca de 1,5-2 metros da câmara, tendo sido reposto a cada 3-5 dias (conforme Pereira et al. 2012). Cada captura correspondeu a 3 disparos automáticos e sequenciais, e as fotos obtidas foram descarregadas do cartão de memória da câmara a cada 5 dias, aproximadamente. Posteriormente, na contabilização do número de capturas por cada estação de fotoarmadilhagem e por espécie, apenas foram consideradas cada grupo de 3 fotos não consecutivas, ou seja, capturas (cada 3 fotos) consecutivas (com apenas alguns segundos de intervalo) BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 20


da mesma espécie foram consideradas uma única captura do mesmo indivíduo, o que se confirmou pela observação de características individuais dos animais (ex: manchas na pelagem).

Caixas-ninho Conforme explicado acima, de acordo com o objetivo inicial seriam colocadas 250 caixas-ninho na MNB, numa malha de 40 metros entre si, com o objetivo de beneficiar as aves florestais e eventualmente potenciar o papel disseminador das sementes nas áreas florestais. À data do Ciclone Gong encontravam-se colocadas 192 caixas-ninho na MNB, no entanto devido à queda e destruição de um elevado número de caixas e à inacessibilidade de inúmeros locais onde estavam colocadas, foi necessário reavaliar esta questão. De forma a cumprir de forma minimamente satisfatória os objetivos do projeto e assumindo a perda e destruição de inúmeras caixas-ninho, a inacessibilidade de muitos locais onde se encontram e o maior esforço na monitorização, o número de caixas-ninho a monitorizar na época de reprodução de 2014, foi reduzido para um total de 60, ou seja, 20 por cada unidade de paisagem (Arboreto, Pinhal do Marquês e Floresta Relíquia), como se verifica na Figura 11. Este número permite obter resultados compatíveis com os objetivos propostos e, em simultâneo, espera-se que permita fazer face a condicionantes não controláveis (novas tempestades, vandalismo e roubo de caixasninho, queda de árvores ou eventuais ajustes pontuais na localização das caixas-ninho), pela sua relativa facilidade de reposição, em comparação com as 250 inicialmente previstas. A colocação das 60 caixas-ninho decorreu no outono 2013 e inverno 2013/14 e a sua monitorização decorreu durante a época de reprodução de 2014, ou seja, desde o início de março até ao final de julho de 2014, com uma ‘ronda’ a cada 2 semanas sensivelmente. A monitorização consistiu na observação direta (com o auxílio de binóculos) da caixa-ninho e proximidades da mesma, a cerca de 10 metros e durante 10 minutos, avaliando-se a atividade das aves que ativamente exploraram/utilizaram cada caixaninho. Em cada caixa registou-se: - a espécie que ocupa/utiliza a caixa-ninho; - o número de indivíduos adultos que ocupa/utiliza a caixa-ninho; - a presença de crias ou juvenis (registo visual ou auditivo); - condições meteorológicas. Considerou-se como “utilizada” cada caixa que tenha mostrado indícios de uso por adultos, porém apenas se classificaram como “utilizadas para reprodução” aquelas em que a reprodução foi efetivamente confirmada através da presença confirmada de ninho, crias ou juvenis. O manuseamento das caixas ou a observação direta por manipulação foram evitados de forma a reduzir a perturbação causada a potenciais casais reprodutores e/ou crias.

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Fig. 15. Localização das câmaras de fotoarmadilhagem.

3.2.1.3. Análise e tratamento de dados Os dados recolhidos no âmbito das amostragens realizadas durante o Projeto, entre julho de 2012 e julho de 2014, foram comparados com os dados existentes que resultam de trabalhos anteriores da equipa da UA, e que constituem a situação de referência (nomeadamente Matos 2011). Considerando que na situação de referência não constam dados quantitativos para o grupo taxonómico dos Peixes, efetuou-se uma abordagem quanto à evolução do número de indivíduos ao longo do tempo de monitorização BRIGHT, e somente para as espécies relevantes do ponto de vista conservacionista (Ruivaco e Bordalo). Quanto aos Répteis, sendo o volume de dados das amostragens BRIGHT e da situação de referências extremamente reduzido, impossibilitando qualquer análise quantitativa, apenas se faz referência às espécies detetadas durante os trabalhos de monitorização BRIGHT. Os dados recolhidos dos restantes grupos taxonómicos, e ambos os conjuntos de dados (BRIGHT e préBRIGHT), foram submetidos a cálculos e análises similares. Com recurso ao programa PRIMER 5, foram calculados índices de diversidade (número total de indivíduos - N, riqueza específica - S, Índice de Diversidade de Maragalef - d, Índice de equitabilidade de Pielou - J, Índice de Diversidade de Shannon H e Índice de Diversidade de Simpson - 1-D; ver Eq. I, II, III e IV) (Dias 2004) para cada um dos grupos taxonómicos, em ambos os conjuntos de dados, sendo que em alguns destes, foi efetuada a análise separadamente por habitat (Pinhal do Marquês, Arboreto e Mata Relíquia) e/ou época do ano, explicando-se esta análise em pormenor mais adiante neste documento.

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Eq. I - Índice de Margalef: d = (S-1)/lnN (Magurran 1988)

Eq. II - Índice de Shannon: H = −Σ pi ln pi, em que pi = ni/N = abundância relativa para a espécie i, sendo que ni é o número de indivíduos da espécie i (Magurran 1988).

Eq. III - Índice de Pielou’s: J = H/ln S (Magurran 1988)

Eq. IV – Índice de Simpson: 1-D = 1−Σ pi (Magurran 1988)

2

Para comparar os dois conjuntos de dados de vertebrados (pré-BRIGHT e BRIGHT) foi utilizado o teste de Mann-Whitney U. Este é um teste não paramétrico que permite avaliar se dois conjuntos de amostras com tamanhos diferentes (podendo ter tamanhos iguais) provêm de uma mesma população. Parte do pressuposto que as amostras de ambos os grupos ou conjuntos são independentes entre si, sendo os resultados apresentados com o sentido de qual é o sentido da diferença entre ambos os grupos (qual o grupo que para determinada variável possui os valores mais elevados) (Zar 1999). Neste caso, a hipótese nula é que não existem diferenças entre a biodiversidade faunística (vertebrada) e a sua composição entre a situação de referência pré-BRIGHT e a situação ao longo do projeto BRIGHT. A hipótese alternativa é que existem diferenças entre o pré-BRIGHT e o BRIGHT. No software estatístico SPSS, os dados pré-BRIGHT foram classificadas como sendo o grupo 1 para todas as análise, enquanto os dados BRIGHT foram classificados como sendo o grupo 2. Apresenta-se também o valor do teste de Wilcoxon para amostras independentes, uma vez que é um teste associado ao Mann-Whitney (por vezes, considerado como Mann-Whitney-Wilcoxon) e cujo valor de W se encontra relacionado com o valor de U respetivo. Invertebrados Uma vez que a metodologia de amostragem foi alterada (face ao inicialmente previsto) sobretudo pensando na monotorização das Ordens Lepidoptera e Odonada e reforçando a pesquisa bibliográfica, os dados dos anteriores anos não são quantitativamente comparáveis. Neste documento são apresentadas as listas de espécies citadas (em bibliografia) ou comprovadas em campo, até ao momento, sendo que a maioria dos espécimes recolhidos em campo se encontram preservados em álcool e ainda aguardam identificação – que carece de uma sólida e morosa investigação, bem como de consulta a especialistas. Face à natureza dos dados recolhidos, não foram aplicados quaisquer tratamentos estatísticos aos dados. Anfíbios Foi efetuada comparação entre os índices (N, S, d, J, H e 1-D) para pré-BRIGHT e BRIGHT por tipo de amostragem (dados totais, de linha de água, noturnos e classes de larvas, neste caso sendo a classe considerada como o número de indivíduos) e a comparação entre a quantidade de "estações de amostragem/ocasiões" em que determinada espécie foi encontrada, quer para pré-BRIGHT como BRIGHT. Foi realizado o teste de Mann-Whitney U (significância exata, 2 caudas, p-value = 0,05) para a comparação estatística entre os conjuntos de dados. As classes de larvas de anfíbios foram definidas da seguinte forma: 1 – 1 a 5 larvas, 2 – 6 a 10 larvas, 3 – 11 a 25 larvas, 4 – 26 a 50 larvas, 5 – mais de 50 larvas. Aves Foi efetuada comparação entre os índices (N, S, d, J, H e 1-D) para pré-BRIGHT e BRIGHT por habitat/unidade de paisagem e por cada época (estação do ano). Foi realizado o teste de Mann-Whitney U (significância exata, 2 caudas, p-value = 0,05) para a comparação estatística entre os conjuntos de dados. Adicionalmente, e uma vez que já eram existentes os dados de campo para tal, recolhidos nas amostragens BRIGHT, e atendendo à relevência da questão em termos de conservação geral da MNB bem como à possível interferência dos efeitos Gong na análise dos efeitos dos trabalhos BRIGHT, foi efetuada a análise do impacto do Ciclone Gong neste grupo faunístico. Assim sendo, os dados BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 23


referentes a julho de 2012 até dezembro de 2012 foram considerados como sendo “pré-Gong”, enquanto o conjunto de dados “pós-Gong” se refere aos dados recolhidos entre julho 2013 e dezembro 2013. A comparação entre estes dois conjuntos de dados consistiu na comparação entre os índices (N, S, d, J, H e 1-D) para pré-Gong e pós-Gong por habitat/unidade de paisagem. Foi realizado o teste de MannWhitney U (significância exata, 2 caudas, p-value = 0,05) para a comparação estatística entre os conjuntos de dados. Foi ainda efetuada uma análise sumária à composição das comunidades orníticas pré e pós-Gong, no sentido de aferir possíveis alterações no funcionamento ecológico (em termos de dominância e raridade de determinadas espécies) face às alterações físicas das manchas florestais. Micromamíferos Foi efetuada a comparação entre os índices (N, S, d, J, H e 1-D) para pré-BRIGHT e BRIGHT para os dados totais. Os registos referentes às recapturas não foram considerados na análise, evitando duplas contagens dos mesmos indivíduos. Foi realizado o teste de Mann-Whitney U (significância exata, 2 caudas, p-value = 0,05) para a comparação estatística entre os conjuntos de dados. Uma vez que nas campanhas pré-Bright não foi amostrado o Pinhal do Marquês, e considerando que esta unidade de paisagem foi e está a ser fortemente intervencionada em termos de controlo de invasoras, realizou-se uma análise geral das tendências no que refere à abundância de micromamíferos nessa unidade, e também no arboreto e floresta relíquia, por estação do ano. Esta análise não permite avaliar a significância estatística das diferenças na abundância, mas pode indicar tendências relevantes para a compreensão da dinâmica da comunidade. A abundância de micromamíferos (no total, e não por espécie) foi estimada para cada unidade de paisagem e para cada estação do ano com base no sucesso da armadilhagem (Trap success – TS (conforme Mills et al. 1991)), dado pela expressão: TS=ntn×100 Onde n é o número de micromamíferos capturados; e tn é o número de armadilhas usadas por noite vezes o número de noites em que as armadilhas estiveram ativas, descontando um-meio do número de armadilhas acidentalmente desativadas, ou desativadas por fauna sem captura (adaptado de Mills et al. 1991). Morcegos Foi efetuada comparação entre os índices (N, S, d, J, H e 1-D) para pré-BRIGHT e BRIGHT para os dados totais. Foi realizado o teste de Mann-Whitney U (significância exata, 2 caudas, p-value = 0,05) para a comparação estatística entre os conjuntos de dados. Carnívoros Foi efetuada comparação entre os índices (N, S, d, J, H e 1-D) para pré-BRIGHT e BRIGHT por época, com base nos dados de indícios de presença. Foi realizado o teste de Mann-Whitney U (significância exata, 2 caudas, p-value = 0,05) para a comparação estatística entre os conjuntos de dados. De modo a averiguar da ocupação territorial dos carnívoros da Mata, foi feita a comparação entre o número de excrementos (indicativos do uso da área por carnívoros) detetado em cada unidade de paisagem e por espécie. No entanto, uma vez que o percurso que atravessa cada unidade de paisagem não tem a mesma extensão (Transeto 1, arboreto, 2,144km; Transeto 2, floresta relíquia, 1,761km; Transeto 3, Pinhal do Marquês, 1,145km), é necessário estandadizar os dados, de forma a poder estabelecer comparações diretas entre as unidades de paisagem. Assim, foi calculado o índice quilométrico de abundância (IKA) de indícios (Vincent et al.1991). Este índice é bastante preciso ao avaliar a abundância de grandes mamíferos terrestres (Maillard et al. 2001) e indicar tendências populacionais (Loureiro et al. 2007), apesar de apresentar alguma vulnerabilidade no que diz respeito à taxa de defecação e degradação dos excrementos, às diferenças na detetabilidade dos indícios de presença pelo observador nos vários habitats e sob variadas condições atmosféricas (Vincent et al. 1991; Loureiro et al. 2007). Estas limitações foram ultrapassadas pelo facto das amostragens terem sido realizadas com periodicidade mensal, pelo que não se prevê que haja efeitos significativos sobre a degradação dos excrementos. Também a deteção ou identificação não sofrerá grande variabilidade uma vez que foi sempre o mesmo investigador a realizar a amostragem dos mesmos, estando este bastante treinado em relação à tipologia dos indícios de presença existentes na Mata, bem como à sua detetabilidade nas particulares condições da mesma. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 24


No que respeita aos dados de fotoarmadilhagem, e uma vez que a modelação estatística não é possível devido à falta de independência das estações de amostragem, no futuro serão utilizados outros métodos estatísticos de comparação do número de capturas obtidas por unidade de paisagem e por espécie. No entanto esta comparação apenas será estatisticamente mais robusta e relevante quando se completar duas amostragens por época em cada local. Assim, neste relatório apenas serão apresentados dados em bruto do número de fotocapturas obtidas por câmara, habitat e espécie.

3.2.1.4. Resultados De um modo geral, esta secção de resultados apresenta essencialmente as espécies identificadas para cada grupo taxonómico, e as análises efetuadas para comparar a diversidade encontrada na situação de referência com a diversidade presente durante a monitorização do projeto BRIGHT.

Invertebrados Até à data, tendo em conta o levantamento bibliográfico e os registos da monitorização BRIGHT, o total de espécies conhecidas para a MNB é de 1183 (Tabela 2), das quais 96 são endémicas (endemismos a várias escalas). É interessante perceber que não só várias espécies foram descritas através de holótipos do Buçaco, grande parte deles da MNB e do Luso, como também é de suma importância conservar espécies endémicas da Serra do Buçaco, de Portugal e/ou da Península Ibérica, apresentadas adiante neste documento. A nomenclatura e sistemática das listas apresentadas seguem a Fauna Europaea e outros trabalhos mais recentes, no entanto, face às constantes alterações que ocorrem ao nível da sistemática de invertebrados, é possível que o nome científco e a posição taxonómica de algumas espécies possam já estar desatualizados. Tabela 2. Número de espécies de invertebrados registados para a MNB, por ordem/classe taxonómica. Grupo taxonómico Coleoptera Lepidoptera Diptera Hymenoptera Hemiptera Odonata Plecoptera Orthoptera Trichoptera Dictyoptera Neuroptera Miriapoda Tardigrada Gastropoda Collembola Protura Araneae Acari Opiliones Total

Nº taxa

%

564 248 20 84 62 12 1 26 3 3 9 11 12 21 69 3 30 3 2 1183

48 21 1,7 7,1 5,2 1,0 0,08 2,2 0,25 0,25 0,76 0,93 1,0 1,8 5,8 0,25 2,5 0,25 0,25

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 25


Fig. 16. Distribuição percentual das espécies de invertebrados conhecidas para a MNB, por grupo taxonómico.

Coleoptera (Escaravelhos) De particular interesse florístico, a ordem Coleoptera tem sido pobremente estudada de uma forma geral, e em particular na MNB, onde é representada por 564 espécies. O primeiro naturalista a estudar a Ordem na Mata terá sido Heyden (1870) que terá feito batimentos sobre Quercus spp. e publicado uma lista de 27 espécies, das quais duas espécies foram mesmo descritas com parátipos provenientes da MNB. Apesar disso, o primeiro grande contributo para a MNB veio do primeiro entomólogo português, Paulino de Oliveira (1893), cujos dados publicados ao longo do catálogo de Portugal têm sido continuamente replicados, sobretudo na Nº taxa = 1183 Nº taxa insetos = 1032 primeira metade do séc. XX. Na segunda metade do séc. XX voltaram a surgir alguns estudos focados sobretudo em famílias ou subfamílias, das quais sobressai a família STAPHYLINIDAE. Neste estudo, Fagel, Coiffait e Franz terão contribuído para a caracterização da fauna de estafilionídeos presente na MNB, tendo revelado a presença de várias espécies endémicas da Mata. Note-se que, acompanhando a tendência da elevada biodiversidade endémica presente na Península Ibérica, apenas nesta Ordem há registos para a Mata de 87 endemismos, 19 dos quais Lusitânicos e 8 dos mesmos são, até à data, apenas conhecidas da Serra do Buçaco (sobretudo da MNB, alguns do Luso e um da Espinheira, Serra do Buçaco (Athous (Orthathous) lusitanus Platia, 2006, Figura 17). Os resultados do levantamento bibliográfico provisório, tendo em conta que algumas das espécies já foram confirmadas, estão presentes na Tabela 3, que também indica espécies com estatuto de

Fig. 17. Endemismo da Serra do Buçaco Athous lusitanicus Platia, 2006. (Platia, 2006)

conservação e proteção legal definidos (Lucanus cervus e Cerambyx cerdo, espécies prioritárias). A lista completa (provisória) da Ordem Coleoptera ( restantes grupos) encontra-se no Anexo II, onde são também indicadas as espécies confirmadas em campo e ainda a lista de referências bibliográficas onde se podem encontrar as espécies referenciadas.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 26


Tabela 3. Espécies de Coleópteros endémicas e respetivos estatutos de conservação e proteção legal, segundo a Convenção de BERNA, a Diretiva Habitats, e a IUCN – International Union for the Conservation of Nature. Na coluna “comentários” apresentam-se os Corótipos dos endemismos (ENDE), diferenciados em: Ibmg Endemismo Ibero-magrebino, Ib - Endemismo Ibérico, Lu - Endemismo Lusitânico e Bu - Endemismo da Serra do Buçaco. Família

Espécie

Presen.

Corótipo/Coment.

EN

Abromus lusoensis (Coiffait, 1984)

Buprestidae

Anthaxia (Haplanthaxia) scutellaris scutellaris Gené, 1839

Cantharidae

Cantharis (Cantharis) paulinoi Kiesenwetter, 1870

ENDE (Ib)

Malthinus cincticollis Kiesenwetter, 1865

ENDE (Ib)

Rhagonycha (Rhagonycha) hesperica Baudi, 1859

ENDE (Ib)

Rhagonycha (Rhagonycha) iberica Dahlgren, 1975

ENDE (Ib)

Rhagonycha (Rhagonycha) opaca Mulsant, 1862

ENDE (Ib)

Rhagonycha (Rhagonycha) plagiella Marseul, 1864

ENDE (Ib)

Bembidion (Princidium) dufourii (Perris, 1864)

ENDE (Ib)

LC

Brachinus (Brachinoaptinus) bellicosus L. Dufour, 1820

ENDE (Ib)

LC

Calathus (Calathus) minutus Gautier des Cottes, 1866

ENDE (Ib)

LC

Calathus (Neocalathus) granatensis Vuillefroy, 1866

ENDE (Ib)

LC

Carabidae

*

CAEM

Carabus (Chrysocarabus) lineatus lateralis (Chevrolat, 1840) Carabus (Ctenocarabus) galicianus Gory, 1839

ENDE (Ib)

LC

ENDE (Ib)

VU

Carabus (Macrothorax) rugosus celtibericus Germar, 1824

ENDE (Ib)

LC

Carabus (Mesocarabus) lusitanicus lusitanicus Fabricius, 1801 Carabus (Oreocarabus) amplipennis pseudosteuarti Lapouge, 1924 Carabus (Oreocarabus) guadarramus LaFerte-Senectere, 1847 Carabus (Rhabdotocarabus) melancholicus costatus (Germar, 1825) Cicindela (Cicindela) maroccana pseudomaroccana Roeschke, 1891 Cymindis (Cymindis) alternans Rambur, 1837

ENDE (Ib)

LC

ENDE (Lu)

LC

ENDE (Lu)

LC

ENDE (Ib)

LC

WMED

VU

Cymindis (Menas) miliaris Fabricius, 1801 Elaphropus (Sphaerotachys) hoemorrhoidalis (Ponza, 1805) Harpalus (Harpalus) contemptus Dejean, 1829

ENDE (Ib)

LC

ENDE (Ib)

NE

TEUM

NE

ENDE (Ib-mg)

LC

Harpalus (Harpalus) rufipalpis lusitanicus Schatzmayr, 1943

ENDE (Ib)

LC

Harpalus (Harpalus) sulphuripes sulphuripes Germar, 1874

WMED

NE

Lebia (Lebia) trimaculata (Villers, 1789)

TUME

NE

Leistus (Leistus) acutangulus Perrault, 1979

ENDE (Ib)

LC

Leistus (Leistus) oopterus (Chaudoir, 1861)

ENDE (Ib)

LC

Licinus (Licinus) aequatus reymondi Colas, 1949

ENDE (Ib)

NE

Licinus (Licinus) peltoides Dejean, 1826

ENDE (Ib)

LC

Nebria (Nebria) vanvolxemi Putzeys, 1874

ENDE (Lu)

VU

TEUR

NE

Orthomus hispanicus (Dejean, 1828)

ENDE (Ib)

LC

Platyderus (Platyderus) beseanus Jeanne, 1970

ENDE (Lu)

LC

Platyderus (Platyderus) lusitanicus lusitanicus Dejean, 1828

ENDE (Ib)

LC

Platyderus (Platyderus) montanellus Graells, 1851

ENDE (Ib)

Pterostichus (Iberophilus) brevipennis Chevrolat, 1840

ENDE (Ib)

LC

Pterostichus (Oreophilus) paulinoi paulinoi Vuillefroy, 1868

ENDE (Ib)

LC

Pterostichus (Oreophilus) paulinoi vanvolxemi Putzeys, 1874 Steropus (Sterocorax) globosus ebenus Chevrolet, 1840

ENDE (Lu)

NE

Ophonus (Metophonus) rufibarbis (Fabricius, 1792)

ENDE (Ib)

LC

ASER

NE

Trechus (Trechus) schaufussi schaufussi Putzeys, 1870

ENDE (Ib)

LC

Zabrus (Epomidozabrus) flavangulus Chevrolat, 1840

ENDE (Ib)

LC

Stomis (Stomis) pumicatus pumicatus (Panzer, 1796)

Habitats

ENDE (Ib)

NT

Calosoma (Calosma) sycophanta (Linné, 1758)

IUCN Berna

ENDE (Bu)

Bothrideridae

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 27


ENDE (Lu)

VU

Cerambyx cerdo mirbecki (Lucas, 1842)

(ssp.) ENDE (Ib)

NE

Iberodorcadion (Iberodorcadion) seoanei kricheldorffi (Pic, 1910) Iberodorcadion (Iberodorcadion) brannani (Schaufuss, 1870) Chrysomelidae Chrysolina (Melasomoptera) grossa chloromaura (Oliver, 1807) Chrysolina (Threnosoma) tagana (Suffrian, 1851)

ENDE (Ib)

Zabrus (Epomidozabrus) humeralis Uhagón, 1904 Cerambycidae

Curculionidae

Colaspidea algarvensis Zoia, 2014

ENDE (Ib)

Cryptocephalus (Heterichnus) lusitanicus Suffrian, 1847

ENDE (Ib)

Gastrophysa (Exiguipenna) unicolor (Marsham, 1802)

ENDE (Ib)

Smaragdina reyi (C. Brisout, 1866)

ENDE (Ib)

Anisorhynchus hespericus Desbroches, 1875

ENDE (Ib)

Phyllobius (Phyllobius) tuberculifer Chevrolat, 1865

ENDE (Ib)

Pleurodirus (Pleurodirus) carinula (Olivier, 1808)

ENDE (Ib) ENDE (Ib) ENDE (Ib-mg)

Elateridae

Athous (Orthathous) lusitanus Platia, 2006

ENDE (Bu)

Athous (Orthathous) obsoletus (Illiger, 1807)

ENDE (Lu)

Silphotrupes escorialensis (Jekel, 1866)

ENDE (Ib) ENDE (Ib-mg)

Enochrus (Methydrus) nigritus (Sharp, 1872)

ENDE (Ib)

Helophorus (Rhopalohelophorus) seidlitzii Kuwert, 1885 Latridiidae

Cartodere (Aridius) nodifer (Westwood, 1839)

Lucanidae

Lucanus (Pseudolucanus) barbarossa (Fabricius, 1801)

*

Lucanus (Lucanus) cervus (Linnaeus, 1758)

*

Exótica ENDE (Ib) ENDE (Lu)

Chasmatopterus hirtulus hirtulus (Illiger, 1803)

ENDE (Ib)

Chasmatopterus villosulus (Illiger, 1803)

ENDE (Ib) ENDE (Ib) ENDE (Lu) Endémico da MNB, Mealhada e de Sintra. ENDE (Ib)

Oedemeridae

Chrysanthia reitteri Seidlitz, 1899

Rutelidae

Anisoplia (Anisoplia) depressa Erichson, 1847

ENDE (Ib)

Anomala (s. st.) quadripunctata (Olivier, 1789)

ENDE (Ib-mg)

Anthoplia (Anthoplia) floricola (Fabricius, 1787) Scydmaenidae Euconnus (Tetramelus) fageli (Franz, 1960) Staphylinidae

Bryaxis lusitanicus (Saulcy, 1870)

Trogidae

ENDE (Bu) ENDE (Ib) ENDE (Ib)

Hesperotyphlus beirensis Coiffait, 1964

ENDE (Bu)

Hesperotyphlus vicinus Coiffait, 1964

ENDE (Bu)

Leptusa (Lasiopisalia) estrelensis Pace, 1981

Tenebrionidae

ENDE (Ib-mg)

Bryaxis peninsularis (Saulcy, 1870)

Hyllaena lusitanica Fagel, 1960

LC LC

Ceramida longitarsis (Illiger, 1803)

Rhizotrogus villiersi Baraud, 1970

B-II

ENDE (Ib)

Thorectes (Thorectes) laeviegatus (Fabricius, 1798)

Hymenoplia rugulosa Mulsant, 1842

III

ENDE (Ib)

Agabus (Gaurodytes) heydeni Wehncke, 1872

Melolonthidae

B-II; B-IV. Esp. prioritária

ENDE (Ib)

Dysticidae

Hydrophilidae

III

ENDE (Lu)

Polydius hispanus ludificator (Gyllenhal, 1833)

Geotrupidae

VU

ENDE (Bu) ENDE (Lu) Endémico das Serras do Buçaco e Estrela

Nazeris atlanticus Coiffait, 1971

ENDE (Ib)

Nazeris ibericus Koch, 1940

ENDE (Ib)

Oxypoda (Demosoma) segurae Assing, 2003

ENDE (Ib)

Pselaphostomus bussacensis bussacensis (Dodero, 1919)

ENDE (Bu)

Stenus (Hemistenus) bussacoensis Puthz, 1971

ENDE (Bu)

Stenus (Hemistenus) castillanus Fagel, 1958

ENDE (Ib)

Blaps hispanica Solier, 1848

ENDE (Ib)

Coelometopus clypeatus (Germar, 1813)

ENDE (Ib)

Isomira estrellana Kiesenwetter, 1870

ENDE (Ib)

Opatrum (Opatrum) perlatum Germar, 1824

ENDE (Ib)

Trox (Trox) hispanicus Harold, 1872

ENDE (Ib)

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 28


Lepidoptera (Borboletas) Os dados de lepidópteros existentes levam a crer que as listagens publicadas por Seabra (1905a) estejam concordantes com uma grande parte das espécies que ocorrem na Mata atualmente. No entanto, e perante a dúvida, decidiu-se eliminar uma parte considerável da listagem, até ser possível proceder à identificação dos espécimes da sua coleção, que data de 1902. Caso os espécimes tenham sido bem identificados, estaremos claramente perante vários casos de extinção das populações citadas, muito provavelmente devido ao panorama geral das espécies em Portugal, ameaçadas pela presença de extensas monoculturas de eucalipto. O mesmo sucede em redor da MNB, sendo que Zerkowitz (1946) classificou as referidas monoculturas como “inertes”, por não ter aí encontrado qualquer espécie. Quanto às vastas instalações de Acacia sp., apesar de aí se poderem observar algumas espécies, geralmente são espécies generalistas que apenas passam, em voo. O esforço de monitorização dos Lepidópteros no âmbito do BRIGHT focou-se sobretudo nas famílias de comportamento primordialmente diurno (Hesperiidae, Lycaenidae, Nymphalidae, Papilionidae e Pieridae). A alteração do desenho amostral veio claramente facilitar não só a confirmação de mais espécies previamente listadas e a recolha de mais informação sobre as mesmas, bem como permitiu a adição de novos registos, proporcionando, no geral, uma coleção de dados de maior qualidade face aos objetivos do Projeto. Na tabela 4 são apresentadas as espécies registadas ao longo das amostragens BRIGHT e identificadas na revisão bibliográfica, num total de 72 espécies. É de salientar que com as amostragens de campo foi possível registar, até à data, 11 espécies que ainda não haviam sido reportadas para a MNB (indicadas com ** na tabela 3), tais como a Tages (Erynnis tages), a Douradinha-escura (Thymelicus acteon), a Azulinha-bela (Lysandra bellargus) e a Bela-dama-americana (Vanessa virginiensis). Quanto à espécie prioritária Euplagia quadripunctaria, listada por Seabra (1905a), ainda não foi confirmada, mas dada a sua distribuição nacional é expectável que venha a ser observada. Tabela 4. Espécies de borboletas diurnas monitorizadas ao longo do Projeto BRIGHT, fenologia registada na MNB, estatutos de conservação e proteção legal, e referências bibliográficas onde consta a citação da espécie, quando não tenha sido observada em campo. Confirmação da ocorrência: b – registo bibliográfico apenas;* espécies previamente citadas na literatura, confirmadas em campo; ** espécies não referidas na bibliografia mas confirmadas em campo, que assim constituem novos registos para a MNB .

Conf. da Fenologia Habitats Comentários Ocorrência

Família

Nome vernáculo Nome científico

Hesperiidae

Coma

Hesperia comma (Linnaeus, 1758)

b

2

Tages

Erynnis tages (Linnaeus, 1758)

**

3

Douradinha-grande

Ochlodes sylvanus (Turati, 1905)

b

4

Douradinha-escura

Thymelicus acteon (Rottemburg, 1927)

**

Jul.

5

Douradinhasilvestre

Thymelicus sylvestris (Poda, 1761)

*

Jun.

6

Axadrezada-dasmalvas

Carcharodus alceae (Esper, 1780)

**

Set.

7

Axadrezadavermelha

Pyrgus onopordi (Rambur, 1839)

b

Registo fantasma de P. carthami, que não ocorre no nosso território. Confusão com P. onopordi.

8

Axadrezada-doslameiros

Pyrgus malvoides (Elwes & Edwards, 1897)

b

Registo erróneo de P. malvae. P. malvoides ocorre na Pampilhosa e na Mealhada

9

Axadrezada-comum Spialia sertorius (Hoffmannsegg, 1804)

1

*

Set.

JulhoAgosto

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 29


10 Lycaenidae

Acobreada

Lycaena phlaeas (Linnaeus, 1761)

*

JulhoAgosto

11

Acobreada-grande

Lycaena alciphron (Rottemburg, 1775)

*

JunhoJulho

12

Verdinha-domedronheiro

Callophrys avis (Chapman, 1909)

*

Abril-Maio

13

Verdinha-comum

Callophrys rubi (Linnaeus, 1758)

*

Março-Abril

14

Castanhinha-doscarvalhos

Satyrium esculi (Hübner, 1804)

**

JunhoJulho

15

Castanhinha-depintas-azuis

Satyrium spini (Denis & Schiffermüller 1775)

**

Julho

16

Azulinha-dosfreixos

Laeosopis roboris (Esper, 1789)

*

JunhoJulho

17

Verdinha-daPrimavera

Tomares ballus (Fabricius, 1787)

b

18

Azulinha-das-heras

Celastrina argiolus (Linnaeus, 1758)

*

Julho

19

Pintinhas

Glaucopsyche 1828)

*

Março

20

Cinzentinha

Leptotes pirithous (Linnaeus, 1767)

*

JunhoJulho; SetembroOutubro

21

Azulinha-bela

Lysandra bellargus (Rottemburg, 1775)

**

Agosto

22

Castanhinha

Aricia cramera Eschscholtz, 1821

**

JulhoSetembro

23

Azulinha-da-serra

Plebejus argus (Linnaeus, 1758)

*

Agosto outubro

24

Azulinha-comum

Polyommatus icarus (Rottemburg, 1775)

*

JunhoAgosto

25

Azulinha

Lampides boeticus (Linnaeus, 1767)

**

Junho e setembro

26 Nymphalidae Borboleta-doMedronheiro

Charaxes jasius (Linnaeus, 1767)

*

JunhoSetembro

27

Tabaco-deEspanha

Argynnis paphia (Linnaeus, 1758)

*

JulhoAgosto

28

Laranja-grande

Argynnis adippe (Denis & Schiffermuller, 1775)

*

JulhoAgosto

29

Cardinal

Argynnis pandora Schiffermuller, 1775)

**

JunhoAgosto

30

Prateada

Issoria lathonia (Linnaeus, 1758)

*

JulhoAgosto

31

Fritilária-doslameiros

Euphydryas aurinia (Rottemburg, 1775 )

*

Março-Maio B-II

32

Fritilária-escura

Melitaea nevadensis Oberthür, 1904

b

33

Fritilária-dasmontanhas

Melitaea cinxia (Linnaeus, 1758)

b

34

Fritiláriamediterrãnica

Melitaea didyma (Esper, 1778)

b

35

Antiopa

Nymphalis antiopa (Linnaeus, 1758)

*

Julho

36

Tartaruga-grande

Nymphalis polychloros (Linnaeus, 1758)

*

Julho

37

Coma

Polygonia c-album (Linnaeus, 1758)

*

Agosto

38

Almirante-vermelho

Vanessa atalanta (Linnaeus, 1758)

*

39

Bela-damaamericana

Vanessa virginiensis (Drury, 1773)

**

40

Borboleta-dos-

Vanessa cardui (Linnaeus, 1758)

*

melanops

(Boisduval,

(Denis

&

e

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 30


cardos 41

Tartaruga-pequena

Aglais urticae (Linnaeus, 1758)

*

42

Nêspera-escura

Coenonympha dorus (Esper, 1782)

*

43

Nêspera

Coenonympha 1758)

44

Melanargia-comum

Melanargia lachesis (Hübner, 1790)

*

45

Melanargiaocidental

Melanargia occitanica (Esper, 1793)

b

46

Salta-cercas-damontanha

Lasiommata maera (Linnaeus, 1758)

b

47

Salta-cercas

Lasiommata megera (Linnaeus, 1767)

*

48

Ariana

Pararge aegeria (Linnaeus, 1758)

*

49

Loba

Maniola jurtina (Linnaeus, 1758)

*

50

Guarda-portõesmenor

Pyronia (Idata) cecilia (Vallantin, 1894)

*

51

Guarda-portõesmediterrânica

Pyronia (Idata) bathseba 1793)

(Fabricius,

*

52

Guarda-portões

Pyronia (Pyronia) tithonus (Linnaeus, 1767)

*

53

Castanha-dasrochas

Arethusana arethusa Schiffermüller, 1775)

54

Circe

Brintesia circe (Fabricius, 1775)

*

55

Alcione

Hipparchia (Hipparchia) (Linnaeus, 1764)

hermione

*

56

Preta-comum

Hipparchia (Neohipparchia) (Hufnagel, 1766)

statilinus

*

57

Canela

Hipparchia (Parahipparchia) (Linnaeus, 1758)

semele

*

58

Preta-zigzag

Hipparchia (Pseudotergumia) (Linnaeus, 1767)

fidia

*

59 Papilionidae

Borboleta-zêbra

Iphiclides feisthamelii (Duponchel, 1832)

*

2ª q. Fev 1ª Dez.

60

Cauda-deandorinha

Papilio machaon Linnaeus, 1758

*

2ª q. Fev 1ª Dez.

61 Pieridae

Cleópatra

Gonepteryx cleopatra (Linnaeus, 1767)

*

62

Borboleta-limão

Gonepteryx rhamni (Linnaeus, 1758)

*

63

Branca-de-pontasescuras

Leptidea sinapis (Linnaeus, 1758)

b

64

Ponta-laranja

Anthocharis 1758)

(Linnaeus,

b

65

Ponta-laranja-doDouro

Anthocharis euphenoides Staudinger, 1869

b

66

Branca-do-pilriteiro

Aporia crataegi (Linnaeus, 1758)

b

67

Maravilha

Colias croceus (Fourcroy, 1785)

*

Colias croceus (Fourcroy, 1785) f. helice

**

68

(Linnaeus,

pamphilus

(Denis

cardamines

&

*

b

Fev Dez.

69

Borboleta-da-couve

Pieris brassicae (Linnaeus, 1758)

*

Fev Dez.

70

Borboleta-comveias-verdes

Pieris napi (Linnaeus, 1758)

*

2ª Fev Nov.

71

Borboleta-pequena- Pieris rapae (Linnaeus, 1758) da-couve

*

72

Esverdeada

*

Pontia daplidice (Linnaeus, 1758)

-

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 31


Na tabela 5 são apresentadas algumas considerações sobre a conservação de espécies de borboletas mais vulneráveis que ocorrem na MNB. Algumas espécies referenciadas na bibliografia também aqui são discutidas.

Tabela 5. Comentários sobre alguns Ropalóceros com necessidade de alguma atenção. Notas: Na tabela são apresentadas algumas notas sobre os fatores de ameaça e a conservação das espécies, bem como sobre a tendência das populações, de acordo com Maravalhas (2003). Assim, em termos de conservação: F espécies a sentir efeitos associados à fragmentação de habitat devido às monoculturas de eucalipto e plantas invasoras; L - espécies localizadas; P - espécies em perigo. Tendência: A - espécie em declínio; Ve - Espécie com populações estáveis; V - Espécie em perigo.

Família

Espécie

Hesperiidae

Ergynnis tages

Lycaenidae

Nymphalidae

Tendência

Notas (PT)

Situação na MNB

A

F

Cruz Alta

Callophrys avis

A

L, F. Muito localizada. Tem sofrido perda de habitat, sobretudo no que respeita à substituição de bosques mediterrânicos com medronheiro. Depende de manchas de medronheiro bem estabelecidas.

Apenas presente na zona da Cruz Alta, na mancha de predominância de medronheiro. Imagos apenas vistos durante ~15 dias, entre 1,5-2 metros acima do solo e em redor de medronheiros.

Satyrium spini

A

F, populações declínio.

Lycaena alciphron

A

F, L

Lysandra bellargus

A

F, P. Espécie ameaçada Um registo isolado da Fonte de Sula. no Norte de Portugal. Dependente de Trifolium spp.

Argynnis paphia

A

F

Facilmente observada nos jardins do Hotel e na Fonte de Sula. Vista também no Lago Grande

Argynnis addipe

A

F

Registada apenas na Fonte de Sula e nos jardins do Hotel, não se vê recorrentemente.

Euphydryas aurinia

Ve

Dir. Hab. Anexo B-II. Em Vê-se frequentemente na zona da Portugal, as populações Mata Climácica e Fonte de Sula, em são numerosas e orlas abertas. estáveis.

Melitaea cinxia

A

F

Não confirmada.

Melitaea didyma

A

F e fogos florestais

Não confirmada.

Nymphalis antiopa

A

Pouco comum mas Encontrada perto dos charcos distribuída por todo o temporários, perto das portas da país. Cruz Alta.

Nymphalis

A

F

em Apenas registada uma vez, perto das portas da Cruz Alta, em cardo. Facilmente observada na Cruz Alta. Não foi registada em qualquer outro local da MNB.

Apenas vista duas vezes, também

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perto da Mata Climácica (Cruz Alta).

polychlorus A

F

Vanessa virginiensis

V

Espécie norteamericana. Apenas um registo nos Jardins do Na Europa está confinada Hotel. à Península Ibérica e Macaronésia. Está muito vulnerável à expansão de monoculturas e urbanismo, havendo risco de extinção.

Aglais urticae

A

F

Apenas vista uma vez na zona da Cruz Alta.

Melanargia occitanica

Ve

F e fogos florestais

Não confirmada. Há exemplares dos anos 30 na Coleção da U.P.

Lasiommata maera

Ve

F, L

Não confirmada.

Hipparchia spp.

A

F

Todas as espécies foram confirmadas e são vistas normalmente ao longo das portas de Coimbra, Cruz Alta,

Aporia crataegi

A

F

Não confirmada mas de provável ocorrência.

Polygonia album

Pieridae

c-

Vista na Cruz Alta e nas Portas de Serpa. Raramente vista.

Odonata (libélulas e libelinhas) Como referido anteriormente, procurou-se identificar adultos e recolher exúvias deste grupo, sobretudo a partir do mês de maio de 2014. Este grupo carece claramente de maior esforço de amostragem, pois existe um elevado potencial de o número de espécies ocorrentes ser superior ao que foi confirmado em campo até ao momento (10 espécies), face à abundância de linhas e massas de água em toda a Mata e envolvente: charcos temporários perto da Cruz Alta, tanques, lagos e linhas de água da Mata. Das duas espécies previamente citadas, apenas a Boyeria irene (Fonscolombe, 1838) não foi confirmada (Seabra, 1937). Durante o período a que se refere este relatório, a espécie Aeshna affinis, anteriormente observada em campo, não voltou a ser registada. O registo anterior foi o terceiro a nível nacional, no entanto, como se tratava de uma fêmea e um registo isolado, poderá ter sido um indivíduo migrador que terá aproveitado os charcos e/riachos na MNB de forma ocasional. No próximo ano procurar-se-á realizar percursos no intuito de perceber quais as espécies residentes. A Tabela 6 apresenta as espécies de libélulas e libelinhas atualmente conhecidas para a MNB. Tabela 6. Espécies de libélulas e libelinhas registadas durante o Projeto BRIGHT. Confirmação da ocorrência: * espécies previamente citadas na literatura, confirmadas em campo; ** espécies não referidas na bibliografia mas confirmadas em campo, que assim constituem novos registos para a MNB

1

Família

Nome Vernáculo

Nome científico

Aeshnidae

Tira-olhos-afim

Aeshna affinis Vander Linder, 1820

**

Tira-olhosimperador

Anax imperator Leach, 1815

**

Gaiteiro-negro

Calopteryx haemorrhoidalis Linder, 1825)

2 3

Calopterygidae

Conf. da Ref. Biblio. Ocorrência

(Cander

**

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4 5

Coenagrionidae

Gaiteiro-azul

Calopteryx virgo (Linnaeus, 1758)

**

Libelinhamediterrânica

Coenagrion caerulescens (Fonscolombe, 1838)

**

LibelinhaPyrrhosoma nymphula (Sulzer, 1776) vermelha-grande

6

**

7

Cordulegastridae

Bate-cús

Cordulegaster boltonii (Donovan, 1807)

**

8

Lestidae

Lestes-robusto

Lestes dryas Kirby, 1890

**

9

Cavalinho-dodiabo

Lestes viridis (Vander Linder, 1825)

*

10 Libellulidae

Libélula-dequatro-pintas

Libellula quadrimaculata Linnaeus, 1758

**

11

Libélula-cor-desangue

Sympetrum sanguineum (Muller, 1764)

**

Seabra, 1937; Seabra, 1939a; Seabra, 1939b

Hemiptera (cigarrinhas, pulgões e percevejos) Até à data, a ordem dos hemípteros compreende registos de 61 espécies para a MNB (Tabela 7), sendo que os espécimes recolhidos ao longo deste ano ainda não foram identificados. Destaca-se a espécie descrita através de exemplares da MNB e da Mata de Leiria, Dictyla variabilis Duarte Rodrigues, 1976. Apesar de ainda não ter sido confirmada nas amostragens de campo recentes, trata-se de um endemismo ibérico e é uma espécie fitófaga sempre encontrada na forma das duas subespécies de Lithodora prostata (Loisel.) Griseb.

Tabela 7. Espécies de cigarrinhas, pulgões e percevejos na MNB. Algumas notas sobre a corologia (ENDE (Ib) Endemismo Ibérico; PI - Península Ibérica; Fr - França). Relação alimentar (C - carnívoro, F - fitófago, H hematófago, S/ - sem flora associada na MNB). Confirmação da ocorrência: b – registo bibliográfico apenas; * espécies previamente citadas na literatura, confirmadas em campo; ** espécies não referidas na bibliografia mas confirmadas em campo, que assim constituem novos registos para a MNB Conf. da Alimentação Ocorrência

Família

Espécie

Notas

Ref. Bibliog.

1

Acanthosomatidae

Acanthosoma haemorrhoidale (Linnaeus, 1758)

**

F, Quercus spp.; Corylus avellana; Crataegus spp.

2

Aphididae

Aphis (Aphis) armata Hausmann, 1802

b

F, Digitalis purpurea

Ilharco, 1991-95

3

Aphis (Aphis) craccivora Koch, 1854

b

F, Trifolium spp.; Robinia spp.

Ilharco, 1991-95

4

Aphis (Aphis) ruborum (Börner, 1932)

b

F, S/

Ilharco, 1991-95

5

Aulacorthum (Neomyzus) circumflexum (Buckton, 1876)

*

F, Sedum spp.

Ilharco, 1973

6

Cinara (Cinara) pilicornis (Hartig, 1841)

b

F, S/

Ilharco, 1991-95

7

Drepanosiphum platanoidis (Schrank, 1801)

b

F, Acer pseudoplatanus

Ilharco, 1991-95

8

Elatobium abietinum (Walker, 1849)

b

F, S/

Ilharco, 1991-95

9

Eucallipterus tiliae (Linnaeus, 1758)

b

F, S/

Ilharco, 1991-95

10

Melanaphis bambusae (Fullaway, 1910)

b

F, S/

Ilharco, 1991-95

11

Myzocallis (Myzocallis) coryli (Goeze,

b

F, Corylus avellana

Ilharco, 1991-95

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1778) 12

Myzus (Myzus) ornatus Laing, 1932

b

F, Epilobium spp.; Viburnum spp.; Ranunculus spp.; Daucus spp.; Asparagus spp.; Crataegus spp.; Veronica spp.; Viola spp.; Primula spp.; Prunella spp.; Campanula spp.; Torilis spp.; Capsella spp.; Oxalis spp.; Mentha spp.; Galium spp.; Sonchus spp.; Stellaria spp.; Solanum spp.; Clinopodium spp.

Ilharco, 1991-95

13

Nasonovia (Nasonovia) ribisnigri (Mosley, 1841)

b

F, Cichorium intybus

Ilharco, 1991-95

14

Pemphigus (Pemphigus) bursarius (Linnaeus, 1758)

b

F, Sonchus spp.; Cichorium spp.; Sonchus spp.

Trotter, 1901

15

Takecallis arundicolens (Clarke, 1903)

b

F, Sonchus spp.

Ilharco, 1991-95

16

Thelaxes dryophila (Schrank, 1801)

b

F, Quercus robur

Ilharco, 1991-95

17

Uroleucon (Uroleucon) picridis (Fabricius, 1775)

b

F

Ilharco, 1991-95

18 Berytidae

Berytinus (Berytinus) minor minor (Herrich-Schäffer, 1835)

b

F, Trifolium repens

Costas et al., 2005

19

Berytinus (Lizinus) montivagus (MeyerDür, 1841)

b

F, Erica arborea

Costas et al., 2005

20 Cimicidae

Cimex lectularius Linnaeus, 1758

b

H

Seabra, 1905a

21 Cixiinae

Tachycixius pilosus (Olivier, 1791)

*

F, Quercus spp.

Chicote, 1880

22 Coreidae

Bothrostethus annulipes (HerrichSchäffer, 1835)

b

23

Coriomeris scabricornis scabricornis (Panzer, 1809)

b

24

Haploprocta sulcicornis (Fabricius, 1794)

b

25

Syromastus rhombeus (Linnaeus, 1767)

b

26 Cydnidae

Cydnus aterrimus (Forster, 1771)

b

Oliveira, 1895: Seabra, 1925a; Seabra, 1926a

27

Geotomus punctulatus (A. Costa, 1847)

*

Oliveira, 1895; Seabra, 1905a; Seabra, 1925a; Seabra, 1926a

28

Legnotus limbosus (Geoffroy, 1785)

b

F, Galium aparine

Oliveira, 1895; Seabra, 1905a; Seabra, 1925a; Seabra, 1926a

29

Legnotus picipes (Fallen, 1807)

b

F, Galium spp.

Oliveira, 1895; Seabra, 1905a; Seabra, 1925a; Seabra, 1926ª

30

Ochetostethus nanus (HerrichSchäffer, 1834)

b

31 Hydrometridae

Hydrometra stagnorum (Linnaeus, 1758)

**

C

32 Lygaeidae

Beosus maritimus (Scopoli, 1763)

b

F, Sedum anglicum

33

Heterogaster affinis Herrich-Schäffer, 1835

*

Seabra, 1905a

F, Trifolium spp.

Oliveira, 1895; Seabra, 1905a Oliveira, 1895; Seabra, 1905a

F, Arenaria spp.

Seabra, 1926a

PI, Fr e Seabra, 1925a; Bélgica Seabra, 1926a

Oliveira, 1896; Seabra, 1905a Oliveira, 1895; Seabra, 1905a

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34

Horvathiolus guttatus (Rambur, 1839)

b

PI e Sul Oliveira, 1896; Seabra, 1905a de França

35

Macroplax fasciata (Herrich-Schäffer, 1835)

b

Oliveira, 1895; Seabra, 1905a

36

Melanocoryphus albomaculatus (Goeze, 1778)

b

37

Taphropeltus contractus (HerrichSchäffer, 1835)

b

Oliveira, 1896

38

Taphropeltus nervosus (Fieber, 1861)

b

Oliveira, 1896; Seabra, 1905a

39

Trapezonotus (Trapezonotus) arenarius (Linnaeus, 1758)

*

Oliveira, 1896; Seabra, 1905a

40

Trapezonotus (Trapezonotus) dispar Stall, 1872

b

Oliveira, 1896; Seabra, 1905a

41

Trapezonotus (Trapezonotus) ullrichi Fieber, 1837

*

F, S/

Oliveira, 1896; Seabra, 1905a

42 Microphysidae

Loricula (Myrmedobia) coleoptrata (Fallen, 1807)

b

F, coníferas

Oliveira, 1896; Seabra, 1905a

43 Miridae

Calocoris affinis Herrich-Schäffer, 1835

*

F, Heracleum sphondylium; Urtica dioica

Oliveira, 1896; Seabra, 1905a

44

Capsodes sulcatus (Fieber, 1861)

b

F, Vicia sativa

Oliveira, 1896; Seabra, 1905a

45

Hadrodemus m-flavum (Goeze, 1778)

*

F

Oliveira, 1896; Seabra, 1905a

46 Pentatomidae

Eurydema (Eurydema) ornata (Linnaeus, 1758)

*

F, S/

Seabra, 1926a; Seabra, 1926b; Oliveira, 1895; Seabra, 1905a

47

Eurydema (Eurydema) ornata picta Hahn. Mancini, 1954

*

F

Seabra, 1905a; Seabra, 1926a

48

Eysarcoris venustissimus (Schrank, 1776)

*

F, S/

Seabra, 1926a; Seabra, 1926b; Oliveira, 1895; Seabra, 1905a

49

Graphosoma lineatum (Linnaeus, 1758)

*

F, Heracleum spp.

Seabra, 1905a; Seabra, 1926a; Seabra, 1926b

50

Palomena prasina (Linnaeus, 1761)

**

F, Vicia spp.; Corylus avellana

51

Sciocoris (Sciocoris) cursitans (Fabricius, 1794)

*

F, Potentilla spp.

Oliveira, 1895; Seabra, 1905a; Seabra, 1926a; Seabra, 1926b

52

Staria lunata (Hahn, 1835)

*

F

Oliveira, 1895; Seabra, 1905a; Seabra, 1926b; Seabra, 1926a

53 Reduviidae

Peirates hybridus (Scopoli, 1763)

b

C

Oliveira, 1896; Seabra, 1905a; Seabra, 1933

54

Rhynocoris (Rhynocoris) iracundus (Poda, 1761)

b

C

Seabra, 1933

55 Rhopalidae

Corizus hyoscyami (Linnaeus, 1758)

b

F, Castanea sativa

Seabra, 1905a

56

Rhopalus (Rhopalus) subrufus (Gmelin, 1790)

b

F, Hypericum perforatum; Clinopodium vulgare

Oliveira, 1895; Seabra, 1905a

57 Tingidae

Acalypta parvula (Fallen, 1807)

b

F, S/

Bonet et al., 2009; Oliveira, 1896; Seabra, 1905a; Seabra, 1931

58

Dictyla echii (Schrank, 1782)

b

F, S/

Seabra, 1939a;

F, S/

Oliveira, 1895; Seabra, 1905a

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Seabra, 1939b; Bonet et al., 2009

59

Dictyla nassata (Puton, 1874)

b

F, S/

60

Dictyla variabilis Duarte Rodrigues, 1976

b

F, Lithodora prostata

61 Triozidae

Trioza alacris Flor, 1861

b

F, Laurus nobilis

Bonet et al., 2009; Oliveira, 1896; Seabra, 1905a; Seabra, 1931

ENDE (Ib)

Duarte-Rodrigues, 1988; DuarteRodrigues, 1976 Tavares, 1902

Himenoptera (Formigas, Abelhas e Vespas) Esta ordem engloba insetos de extrema importância ao nível da polinização, manutenção de solos, controlo de pragas e várias famílias estão diretamente dependentes da saúde dos carvalhais da mata. Damos destaque à presença das espécies endémicas de formiga Camponotus (Myrmentoma) figaro (Collingwood & Yarrow, 1969) e Solenopsis lusitanica Emery, 1915, esta última um endemismo lusitânico bastante raro. Estas duas espécies ainda não foram confirmadas ao longo do BRIGHT possivelmente apenas porque os indivíduos capturados desta família ainda não foram identificados em laboratório. Também a subespécie Mellinus arvensis ibericus Dusmet & Alonso, 1931, endémica da Península Ibérica não foi, pelo mesmo motivo, ainda confirmada.

Fig. 18. Galhas de Neuroterus numismalis, Cruz Alta (©Edmundo M. S. de Jesus, 2014).

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Tabela 8. Espécies da Ordem Hymenoptera e comentários sobre o tipo de alimentação e/ou fitopatologia associada. Corótipos dos endemismos (ENDE) apresentados, diferenciados em: Ib - Endemismo Ibérico e Lu Endemismo Lusitânico. Confirmação da ocorrência: b – registo bibliográfico apenas; * espécies previamente citadas na literatura, confirmadas em campo. Conf. da Alimentação Ocorrência

Família

Espécie

Adrenidae

Andrena (Euandrena) bicolor Fabricius, 1775

b

Polinizador

2

Andrena (Hoplandrena) trimmerana (Kirby, 1802)

b

Polinizador

3

Andrena (Micrandrena) minutula (Kirby, 1802)

b

Polinizador

4

Andrena (Zonandrena) flavipes Panzer, 1799

b

Polinizador

5

Panurgus (Panurgus) banksianus (Kirby, 1802)

b

Polinizador

6

Panurgus (Panurgus) banksianus proximus Saunders, 1881

b

Polinizador

7

Panurgus (Panurgus) calcaratus (Scopoli, 1763)

b

Polinizador

8

Panurgus (Panurgus) cephalotes Latreille, 1811

b

Polinizador

9

Panurgus (Panurgus) perezi Saunders, 1882

b

Polinizador

10 Anthophoridae

Anthophora (Petalosternon) crassipes Lepeletier, 1841

b

Polinizador

11

Ceratina (Euceratina) mocsaryi Friese, 1896

b

Polinizador

12

Ceratina cucurbitina (Rossi, 1972)

b

Polinizador

13

Eucera (Eucera) hispaliensis (Pérez, 1902)

b

Polinizador

14

Nomada fabriciana (Linnaeus, 1767)

b

Polinizador

15

Nomada fuscicornis Nylander, 1848

b

Polinizador

16 Apidae

Anthidium (Anthidium) cingulatum (Latreille, 1807)

b

Polinizador

17

Bombus (Bombus) terrestris (Linnaeus, 1758)

b

Polinizador

18

Bombus (Megabombus) hortorum (Linnaeus, 1761)

b

Polinizador

19

Bombus (Thoracobombus) pascuorum (Scopoli, 1763)

b

Polinizador

20 Chrysididae

Omalus spina vulgatus Buysson, 1891

b

Parasitóide

21 Colletidae

Hylaeus (Prosopis) confusus Nylander, 1852

b

Polinizador

22

Hylaeus (Prosopis) variegatus (Fabricius, 1798)

b

Polinizador

23 Crabronidae

Cerceris arenaria (Linnaeus, 1758)

b

24 Cynipidae

Andricus burgundus (Giraud, 1859)

b

Q. suber

25

Andricus curvator Hartig, 1840

*

Causa galhas em folhas de Q. robur

26

Andricus foecundatrix (Hartig, 1840)

b

Q. robur

27

Andricus grossulariae Giraud, 1859

b

Galhas nas flores de Q. suber

28

Andricus inflator Hartig, 1840

b

Galhas nos brotos de Q. robur

29

Andricus pseudoinflator Tavares, 1901

b

Q. robur

30

Andricus quercuscorticis (Linnaeus, 1761)

b

Galhas em Q. robur

31

Biorhiza pallida (Oliver, 1791)

b

Galhas em Q.

1

Fitopatologia

Predadora de outros insetos.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 38


robur 32

Cynips agama Hartig, 1840

b

Galhas em folhas de Q. robur.

33

Cynips disticha (Hartig, 1840)

b

Galhas em folhas de Q. robur

34

Cynips divisa (Hartig, 1840)

b

Galhas em folhas de Q. robur

35

Dryocosmus australis (Mayr, 1882)

b

36

Neuroterus albipes (Schenck, 1863)

b

Galhas em folhas de Q. robur

37

Neuroterus numismalis (Fourcroy, 1785)

*

Galhas em Quercus robur

38

Neuroterus quercusbaccarum (Linnaeus, 1758)

*

Galhas nas folhas e flores de Q. robur.

39

Trigonaspis bruneicornis (Tavares, 1902)

*

40 Encyrtidae

Cheiloneurus elegans (Dalman, 1964)

b

Em lusitanica faginea e suber

41

Homalotylus flaminius (Dalman, 1820)

b

Em Q. suber, Q. ilex a., genuina P. Court

42

Microterys duplicatus (Nees, 1834)

b

Em lusitanica faginea

43

Syrphophagus aphidivorus (Mayr, 1876)

b

Em Q. robur

44 Formicidae

Aphaenogaster iberica Emery, 1908

b

45

Aphaenogaster senilis (Mayr, 1853)

b

46

Camponotus (Myrmentoma) figaro

Raro

Comum

Q. ilex

Galhas em Quercus pedunculata e Q. lusitanica

Importante dispersor sementes. b

Q. a Q.

Q. a

de

ENDE (Ib)

(Collingwood & Yarrow, 1969)

47

Camponotus (Myrmentoma) piceus (Leach, 1825)

b

48

Camponotus (Myrmosericus) cruentatus (Latreille, 1802)

b

49

Camponotus (Tanaemyrmex) pilicornis pilicornis (Roger, 1859)

50

Crematogaster auberti auberti (Emery, 1869)

b

51

Formica (Iberoformica) gerardi (Bondroit, 1917)

b

52

Lasius (Lasius) niger (Linnaeus, 1758)

b

53

Pheidole pallidula pallidula (Nylander, 1849)

b

54

Plagiolepis pygmaea (Latreille, 1798)

55

Solenopsis lusitanica Emery, 1915

56

Temnothorax racovitzai (Bondroit, 1918)

b

57

Tetramorium caespitum (Linnaeus, 1758)

b

58

Tetramorium forte (Forel, 1904)

b

59

Tetramorium semilaeve (Andre, 1883)

b

60 Halictidae

Lasioglossum (Evylaeus) malachurum (Kirby,

b

b

b Bastante rara

ENDE (Lu)

Polinizador

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 39


1802)

61

Lasioglossum (Evylaeus) punctatissimum (Schenck, 1853)

b

Polinizador

62

Lasioglossum (Lasioglossum) leucozonium (Schrank, 1781)

b

Polinizador

63

Lasioglossum (Lasioglossum) prasinum (Smith, 1848)

b

Polinizador

64

Lasioglossum (Lasioglossum) quadrinotatum (Kirby, 1802)

b

Polinizador

65

Sphecodes rufiventris (Panzer, 1798)

66 Ichneumonidae

Anomalon cruentatum (Geoffroy, 1785)

b

Parasitóide

67

Diadegma armillatum Gravenhorst, 1829

b

Parasitóide

68

Diadegma monospilum (Thomson, 1887)

b

Parasitóide

69

Orthocentrus radialis Thomson, 1897

b

Parasitóide

70

Syrphophilus bizonarius (Gravenhorst, 1829)

b

Parasitóide

71 Megachilidae

Coelioxys (Coelioxys) conoidea (Illiger, 1806)

b

Cleoptoparasita

72

Stelis phaeoptera (Kirby, 1802)

b

Cleoptoparasita

73 Sphecidae

Ammophila sabulosa (Linnaeus, 1758)

*

Polinizador

74

Mellinus arvensis (Linnaeus, 1758)

b

75

Mellinus arvensis ibericus Dusmet & Alonso, 1931

b

76

Cerceris arenaria (Linnaeus, 1758)

77 Tenthredinidae

Aneugmenus padi (Linnaeus, 1761)

Polinizador

b

78

Athalia cordata Serville, 1823

b

79

Tenthredopsis ornata (Serville, 1823)

b

80 Vespidae

Eumenes coarctatus lunulatus Fabricius, 1804

b

81

Eumenes mediterraneus mediterraneus Kriechbaumer, 1879

b

82

Eumenes pomiformis (Fabricius, 1781)

b

83

Vespa crabro Linnaeus, 1758

*

84

Vespula germanica (Fabricius,1793)

b

ENDE (Ib)

Herbívoro

Folhas Pteridium aquilinum Kuhn

de (L.)

Praga

Predadora de abelhas e outros insetos

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 40


Peixes As amostragens sistemáticas realizadas para este grupo taxonómico permitiram o registo e a monitorização das espécies que constam na Tabela 9, onde também se podem consultar os respetivos estatutos de conservação e proteção legal. De realçar que durante os trabalhos (desde o início do Projeto) foram registados indivíduos de Bordalo (Iberocypris alburnoides), espécie que não havia sido ainda registada na MNB, endémica da Península Ibérica e que está classificada a nível nacional e internacional como Vulnerável (VU). Salienta-se ainda que não foi possível observar a Enguia-europeia (Anguilla anguilla), espécie relevante do ponto de vista conservacionista e que previamente havia sido registada na Mata (no lago junto à Fonte Fria), segundo informações dos Serviços Florestais. Nas Figuras 19 e 20 apresenta-se a evolução nos números de Ruivacos e Bordalos registados, por cada estação de amostragem, ao longo da monitorização (julho de 2012 a julho de 2014). No caso do Escalo do Norte (Squalius carolitertii), o reduzido número de indivíduos registados impossibilita qualquer análise. Tabela 9. Espécies de Peixes registadas e monitorizadas e respetivos estatutos de conservação e proteção legal. Notas: End - Endemismo nacional; End Ib – Endemismo Ibérico. Nome comum

Nome científico

Est. Nac.

Est. Int.

Berna

Bona

CITES

Diretiva Aves/Habitat

Notas

B-II

End

PEIXES Pimpão

Carassius auratus

NA

-

Ruivaco

Achondrostoma oligolepis

LC

LC

Carpa

Cyprinus carpio

NA

VU

Escalo do Norte

Squalius carolitertii

LC

LC

Bordalo

Iberocypris alburnoides

VU

VU

III

End Ib III

B-II

End Ib

Fig. 19. Evolução do número de Ruivacos (Achondrostoma oligolepis) registados ao longo do tempo, por estação de amostragem. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 41


Fig. 20. Evolução do número de Bordalos (Iberocypris alburnoides) registados ao longo do tempo, por estação de amostragem.

Anfíbios As amostragens sistemáticas realizadas para este grupo taxonómico permitiram o registo e a monitorização das espécies listadas na Tabela 10, onde também se podem consultar os respetivos estatutos de conservação e proteção legal. Durante as amostragens do projeto não foi possível registar Sapo-parteiro-comum (Alytes obstetricans), Rela-comum (Hyla arborea) e Rã-verde (Pelophylax perezi), espécies que previamente haviam sido registadas na Mata. No entanto, pelos respetivos estatutos de conservação (pouco preocupante), não se trata de espécies prioritárias para os objetivos deste projeto, estando a ser monitorizadas as espécies mais relevantes do ponto de vista da conservação (Tabela 10). Tabela 10. Espécies de Anfíbios registadas e monitorizadas e respetivos estatutos de conservação e proteção legal. Notas: End Ib – Endemismo Ibérico. Est. Nac.

Est. Int.

Berna

Chioglossa lusitanica

VU

VU

II

Salamandra-depintas-amarelas

Salamandra salamandra

LC

LC

III

Tritão-de-ventrelaranja

Lissotriton boscai

LC

LC

III

Tritãomarmorado

Triturus marmoratus

LC

LC

III

Sapo-comum

Bufo bufo

LC

LC

Rã-ibérica

Rana iberica

LC

NT

B-IV

End Ib

Rã-de-focinhopontiagudo

Discoglossus galganoi

NT

LC

B-II, B-IV

End Ib

Nome comum

Nome científico

Salamandralusitânica

Bona

CITES

Diretiva Aves/Habitat

Notas

B-II, B-IV

End Ib

End Ib B-IV

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 42


Na Tabela 11, são apresentados os valores médios dos índices de diversidade obtidos e respetivos desvios-padrão (σ) para os dados de anfíbios BRIGHT e pré-BRIGHT.

Tabela 11. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos de anfíbios. A negrito assinalam-se os valores médios mais elevados.

Total BRIGHT

Total pré-BRIGHT

S

N

d

J

H

1-D

Média

5,667

472,000

0,758

0,579

1,004

0,522

σ

1,155

75,346

0,176

0,134

0,293

0,179

Média

4,667

69,333

0,882

0,693

1,072

0,545

σ

2,082

35,247

0,502

0,180

0,596

0,244

Nas Tabelas 12 e 13 apresentam-se os resultados para os testes estatísticos efetuados. De realçar que não se encontraram diferenças significativas (P ≤ 0,05) em nenhuma das variáveis analisadas entre os dados BRIGHT e os dados pré-BRIGHT.

Tabela 12. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de anfíbios registados no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT. S

N

d

J

H

1-D

Mann-Whitney U

2,500

,000

4,000

4,000

4,000

4,000

Wilcoxon W

8,500

6,000

10,000

10,000

10,000

10,000

Z

-0,899

-1,964

-0,218

-0,218

-0,218

-0,218

P-value

0,500

0,100

1,000

1,000

1,000

1,000

Tabela 13. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise da comparação do número de estações de amostragem em que a espécie foi detetada no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT. Clus

Ssal

Tmar

Lbos

Bbuf

Pper

Ribe

Aobs

Dgal

MannWhitney U

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,500

0,000

0,000

0,000

Wilcoxon W

1,000

1,000

1,000

1,000

1,000

1,500

1,000

1,000

1,000

Z

-1,000

-1,000

-1,000

-1,000

-1,000

0,000

-1,000

-1,000

-1,000

P-value

1,000

1,000

1,000

1,000

1,000

1,000

1,000

1,000

1,000

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 43


Répteis As amostragens sistemáticas realizadas para este grupo taxonómico permitiram o registo e a monitorização das espécies listadas na Tabela 14 (onde também se podem consultar os respetivos estatutos de conservação e proteção legal.), em maioria observações ocasionais. De realçar que a pequena população de Lagarto-de-água (Lacerta schreiberi) junto ao Lago Grande se mantém aparentemente estável no que respeita ao número de indivíduos. No entanto, após o Ciclone Gong, foram observados em duas ocasiões diferentes exemplares da espécie, afastados das suas habituais áreas de ocorrência. As amostragens não permitiram o registo e monitorização das seguintes espécies: Osga (Tarentola mauritanica), Cobra-cega (Blanus cinereus), Sardão (Timon lepidus), Fura-pastos (Chalcides striatus), Cobra-de-ferradura (Hemorrhois hippocrepis), Cobra-de-escada (Rhinechis scalaris), Cobra-rateira (Malpolon monspessulanus), Cobra-de-água-viperina (Natrix maura) e Víbora-cornuda (Vipera latastei), previamente registadas na Mata. Das espécies prioritárias para os objetivos do projeto, apenas o Lagarto-de-água foi registado e se encontra a ser monitorizado. As restantes espécies, devido à grande dificuldade de deteção e baixa ocorrência, não foram ainda registadas. Por esta razão, não será correto admitir a hipótese de que estas espécies estejam a ser afetadas pelos trabalhos do projeto ou que estejam de todo presentemente ausentes na MNB. Os poucos dados recolhidos não permitem a aplicação de testes estatísticos relevantes. Tabela 14. Espécies de Répteis registadas e monitorizadas e respetivos estatutos de conservação e proteção legal. Notas: End Ib – Endemismo Ibérico. Est. Nac.

Est. Int.

Berna

Anguis fragilis

LC

LC

III

Lagarto-de-água

Lacerta schreiberi

LC

NT

Lagartixa-ibérica

Podarcis hispanica

LC

Lagartixa-do-mato

Psammodromus algirus

Cobra-de-águade-colar

Natrix natrix

Nome comum

Nome científico

Cobra-de-vidro

Diretiva Aves/Habitat

Notas

II

B-II, B-IV

End Ib

LC

III

B-IV

LC

LC

III

LC

LC

III

Bona

CITES

Aves As amostragens sistemáticas realizadas para este grupo taxonómico permitiram o registo e a monitorização das espécies listadas na Tabela 15, onde também se podem consultar os respetivos estatutos de conservação e proteção legal. Note-se que durante as amostragens do Projeto foi ainda confirmada a presença na MNB de Andorinha-dáurica (Cecropis daurica), Tentilhão-montês (Fringilla montifringilla) e de Águia-cobreira (Circaetus gallicus), espécies cuja ocorrência não era conhecida na área da MNB. No caso da Águia-cobreira, esta está classificada a nível nacional como Quase Ameaçada (NT) e a nível internacional como Pouco Preocupante (LC), pelo que será alvo particular dos objetivos e da monitorização do projeto BRIGHT. Entre as espécies prioritárias para os objetivos do Projeto, as amostragens não permitiram registar e monitorizar a Ógea (Falco subbuteo), a Petinha-das-árvores (Anthus trivialis) e a Toutinegra-das-figueiras (Sylvia borin), previamente registadas na Mata. As restantes espécies relevantes, juntamente com a Águia-cobreira, encontram-se sob monitorização regular, ao abrigo dos trabalhos do Projeto (Tabela 15).

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 44


Tabela 15. Espécies de Aves registadas e monitorizadas e respetivos estatutos de conservação e proteção legal. Nome comum

Nome científico

Est. Nac.

Est. Int.

Berna

Bona

CITES

Diretiva Aves/Habitat

Açor

Accipiter gentilis

VU

LC

II

II

II A

Gavião

Accipiter nisus

LC

LC

II

II

II A

Águia-de-asaredonda

Buteo buteo

LC

LC

II

II

II A

Águia-calçada

Aquila pennata

NT

LC

II

II

II A

A-I

Águia-cobreira

Circaetus gallicus

NT

LC

II

II

II A

A-I

Pombo-torcaz

Columba palumbus

LC

LC

Rola-turca

Streptopelia decaocto

LC

LC

III

Rola-brava

Streptopelia turtur

LC

LC

III

A

Coruja-do-mato

Strix aluco

LC

LC

II

II A

Noitibó-cinzento

Caprimulgus europaeus

VU

LC

II

Andorinhão-preto

Apus apus

LC

LC

III

Andorinhão-pálido

Apus pallidus

LC

LC

II

Peto-real

Picus viridis

LC

LC

II

Pica-pau-malhado

Dendrocopos major

LC

LC

II

Picapau-galego

Dendrocopos minor

LC

LC

II

Cotovia-árborea

Lullula arborea

LC

LC

III

Andorinha-das rochas

Ptyonoprogne rupestris

LC

LC

II

Andorinha-daschaminés

Hirundo rustica

LC

LC

II

Andorinha-dosbeirais

Delichon urbicum

LC

LC

II

Andorinha-dáurica

Cecropis daurica

LC

LC

II

Alvéola-cinzenta

Motacilla cinerea

LC

LC

II

Alvéola-branca

Motacilla alba

LC

LC

II

Carriça

Troglodytes troglodytes

LC

LC

II

Chasco-cinzento

Oenanthe oenanthe

LC

LC

II

II

Cartaxo

Saxicola torquata

LC

LC

II

II

Papa-moscas

Ficedula hypoleuca

-

LC

Taralhão-cinzento

Muscicapa striata

NT

LC

II

II

Pisco-de-peitoruivo

Erithacus rubecula

LC

LC

II

II

Rabirruivo

Phoenicurus ochruros

LC

LC

II

II

Melro

Turdus merula

LC

LC

III

II

D

Tordo-pinto

Turdus philomelos

NT / LC

LC

III

II

D

Tordoveia

Turdus viscivorus

LC

LC

III

Felosa-poliglota

Hippolais polyglotta

LC

LC

II

Notas

D

D

A-I

D II

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 45


Toutinegra-debarrete

Sylvia atricapilla

LC

LC

II

II

Toutinegra-dosvalados

Sylvia melanocephala

LC

LC

II

II

Felosa-comum

Phylloscopus collybita

LC

LC

II

II

Felosinha-ibérica

Phylloscopus ibericus

LC

LC

II

II

Estrelinha-real

Regulus ignicapilla

LC

LC

II

II

Chapim-rabilongo

Aegithalos caudatus

LC

LC

III

Chapim-de-poupa

Lophophanes cristatus

LC

LC

II

Chapim-carvoeiro

Periparus ater

LC

LC

II

Chapim-azul

Cyanistes caeruleus

LC

LC

II

Chapim-real

Parus major

LC

LC

II

Trepadeira-azul

Sitta europaea

LC

LC

II

Trepadeira

Certhia brachydactyla

LC

LC

II

Gaio

Garrulus glandarius

LC

LC

D

Gralha-preta

Corvus corone

LC

LC

D

Corvo

Corvus corax

NT

LC

III

Estorninho-preto

Sturnus unicolor

LC

LC

II

Pardal

Passer domesticus

LC

LC

Tentilhão

Fringilla coelebs

LC

LC

III

Tentilhão-montês

Fringilla montifringilla

DD

LC

III

Chamariz

Serinus serinus

LC

LC

III

Verdilhão

Chloris chloris

LC

LC

II

Lugre

Carduelis spinus

LC

LC

II

Pintassilgo

Carduelis carduelis

LC

LC

II

Pintarroxo

Carduelis cannabina

LC

LC

II

Escrevedeira

Emberiza cirlus

LC

LC

II

Nas Tabelas 16, 17 e 18 são apresentados os valores médios dos índices de diversidade obtidos e respetivos desvios-padrão (σ) para os dados BRIGHT e pré-BRIGHT de aves (dados referentes a 5 minutos de censo), por habitat, correspondendo a Pinhal do Marquês, Arboreto e Floresta Relíquia, respetivamente.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 46


Tabela 16. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos para as aves no Pinhal do Marquês, por época do ano. A negrito, assinalam-se os valores médios mais elevados. S

N

d

J

H

1-D

Verão Total BRIGHT Total pré-BRIGHT

Média

4,100

6,300

1,718

0,935

1,297

0,845

σ

0,876

2,312

0,318

0,061

0,214

0,083

Média

4,750

5,750

2,166

0,974

1,503

0,940

σ

0,957

1,708

0,225

0,017

0,182

0,042

Outono Total BRIGHT Total pré-BRIGHT

Média

5,400

8,900

2,068

0,943

1,575

0,883

σ

0,966

2,998

0,357

0,036

0,183

0,056

Média

2,500

5,000

0,903

0,932

0,739

0,557

σ

1,291

1,826

0,689

0,045

0,555

0,376

Média

4,000

7,600

1,520

0,881

1,205

0,768

σ

0,667

2,716

0,182

0,065

0,124

0,076

Média

2,500

4,000

0,936

0,985

0,665

0,473

σ

1,915

2,708

1,082

0,022

0,790

0,548

Inverno Total BRIGHT Total pré-BRIGHT

Primavera Total BRIGHT Total pré-BRIGHT

Média

4,600

6,900

1,879

0,942

1,422

0,868

σ

0,843

1,663

0,293

0,028

0,186

0,048

Média

6,000

9,000

2,248

0,949

1,663

0,888

σ

1,826

1,826

0,628

0,020

0,289

0,036

Tabela 17. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos para as aves no Arboreto, por época do ano. A negrito assinalam-se os valores médios mais elevados. S

N

d

J

H

1-D

Verão Total BRIGHT Total pré-BRIGHT

Média

6,875

12,800

2,388

0,939

1,789

0,893

σ

1,362

7,835

0,398

0,044

0,194

0,047

Média

6,833

8,900

2,663

0,958

1,814

0,924

σ

1,642

2,139

0,542

0,034

0,287

0,057

Outono Total BRIGHT Total pré-BRIGHT

Média

5,900

10,700

2,160

0,935

1,644

0,881

σ

1,033

5,534

0,333

0,050

0,181

0,062

Média

4,600

7,333

1,884

0,934

1,370

0,848

σ

1,476

4,722

0,543

0,089

0,358

0,140

Inverno Total BRIGHT

Média

4,375

9,050

1,640

0,903

1,296

0,801

σ

1,125

5,866

0,358

0,089

0,265

0,120

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 47


Total pré-BRIGHT

Média

4,333

6,667

1,856

0,944

1,302

0,868

σ

1,749

4,054

0,492

0,051

0,425

0,102

Média

5,700

11,250

2,011

0,928

1,581

0,855

σ

1,556

6,905

0,457

0,052

0,292

0,072

Média

6,200

10,033

2,346

0,932

1,673

0,885

σ

1,627

5,857

0,540

0,104

0,328

0,129

Primavera Total BRIGHT Total pré-BRIGHT

Tabela 18. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos para as aves na Floresta Relíquia, por época do ano. A negrito assinalam-se os valores médios mais elevados. S

N

d

J

H

1-D

Verão Total BRIGHT Total pré-BRIGHT

Média

6,350

9,850

2,356

0,956

1,756

0,908

σ

0,933

2,007

0,321

0,021

0,158

0,037

Média

5,333

7,167

2,450

0,970

1,456

0,930

σ

2,503

3,710

0,430

0,006

0,750

0,024

Outono Total BRIGHT Total pré-BRIGHT

Média

4,850

7,750

1,899

0,940

1,463

0,861

σ

1,137

2,099

0,404

0,055

0,256

0,093

Média

5,667

8,000

2,217

0,959

1,616

0,895

σ

2,066

2,000

0,745

0,023

0,354

0,057

Inverno Total BRIGHT Total pré-BRIGHT

Média

3,650

6,650

1,447

0,919

1,167

0,789

σ

0,813

2,852

0,354

0,066

0,234

0,094

Média

4,833

7,167

1,923

0,967

1,469

0,880

σ

1,835

2,229

0,646

0,019

0,333

0,051

Primavera Total BRIGHT Total pré-BRIGHT

Média

5,350

8,400

2,046

0,946

1,555

0,877

σ

1,348

2,437

0,430

0,021

0,257

0,042

Média

4,500

5,833

1,847

0,955

1,301

0,756

σ

1,975

2,137

0,979

0,033

0,676

0,374

Nas Tabelas 19, 20 e 21 encontram-se os resultados para os testes estatísticos efetuados, sendo que cada uma das tabelas se refere a cada um dos habitats presentes na MNB (Pinhal do Marquês, Arboreto e Floresta Relíquia, respetivamente), por cada época do ano. De realçar que as diferenças significativas (P≤0,05) encontradas nas variáveis analisadas entre os dados BRIGHT e os dados pré-BRIGHT, encontram-se assinaladas nas respetivas tabelas a negrito e com um asterisco.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 48


Tabela 19. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de aves registados no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT, para o habitat Pinhal do Marquês, por época do ano. * Significativo P ≤ 0,05; ** Altamente significativo P ≤ 0,01 S

N

d

J

H

1-D

Verão Mann-Whitney U

13,000

18,000

4,000

4,000

7,000

4,000

Wilcoxon W

68,000

28,000

59,000

59,000

62,000

59,000

Z

-1,042

-0,288

-2,285

-2,285

-1,857

-2,285

P-value

0,341

0,831

0,020*

0,023*

0,073

0,023*

Outono Mann-Whitney U

1,000

5,500

1,500

13,000

0,000

2,000

Wilcoxon W

11,000

15,500

11,500

19,000

10,000

12,000

Z

-2,742

-2,064

-2,619

-0,338

-2,828

-2,546

P-value

0,003**

0,041*

0,005**

0,811

0,002**

0,008**

Inverno Mann-Whitney U

10,000

6,000

19,000

0,000

12,000

19,000

Wilcoxon W

20,000

16,000

29,000

55,000

22,000

29,000

Z

-1,488

-1,995

-0,142

-2,164

-1,138

-0,142

P-value

0,139

0,047*

0,913

0,030*

0,285

0,918

Primavera Mann-Whitney U

11,000

8,000

12,500

18,500

10,500

15,000

Wilcoxon W

66,000

63,000

67,500

73,500

65,500

70,000

Z

-1,341

-1,716

-1,064

-0,213

-1,346

-0,711

P-value

0,177

0,106

0,328

0,867

0,202

0,515

Tabela 20. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de aves registados no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT, para o habitat Arboreto, por época do ano. ** * Significativo P ≤ 0,05; Altamente significativo P ≤ 0,01 S

N

d

J

H

1-D

Verão Mann-Whitney U Wilcoxon W

591,500

286,000

405,000

369,000

509,000

329,500

1411,500

751,000

1225,000

1189,000

1329,000

1149,500

-0,103

-3,771

-2,317

-2,743

-1,081

-3,213

0,921

0,000**

0,020*

0,006**

0,283

0,001**

Z P-value

Outono S

N

d

J

H

1-D

Mann-Whitney U

291,000

266,000

425,000

530,000

319,500

572,000

Wilcoxon W

756,000

731,000

890,000

1350,000

784,500

1037,000

-3,769

-3,985

-2,079

-0,832

-3,331

-0,333

Z

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 49


P-value

0,000**

0,000**

0,037*

0,001**

0,410

0,743

Inverno S Mann-Whitney U Wilcoxon W

N

d

J

H

1-D

559,500

429,500

428,500

400,500

568,000

404,000

1024,500

894,500

1248,500

1220,500

1388,000

1224,000

-0,494

-2,035

-1,845

-2,185

-0,380

-2,143

0,625

0,042*

0,065

0,028*

0,708

0,032*

Z P-value

Primavera S Mann-Whitney U Wilcoxon W

N

d

J

H

1-D

507,000

516,000

373,000

418,000

469,000

338,500

1327,000

981,000

1193,000

1238,000

1289,000

1158,500

-1,123

-1,004

-2,696

-2,161

-1,556

-3,107

0,265

0,319

0,007**

0,030*

0,121

0,002**

Z P-value

Tabela 21. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de aves registados no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT, para a Floresta Relíquia, por época do ano. ** * Significativo P ≤ 0,05; Altamente significativo P ≤ 0,01 S

N

d

J

H

1-D

Verão Mann-Whitney U

48,500

31,500

40,000

26,000

55,000

27,000

Wilcoxon W

69,500

52,500

250,000

236,000

76,000

237,000

Z

-0,745

-1,750

-0,681

-1,632

-0,305

-1,565

0,465

0,084

0,519

0,108

0,778

0,125

P-value

Outono Mann-Whitney U Wilcoxon W Z P-value

49,500

55,500

45,500

46,000

50,000

42,500

259,500

265,500

255,500

256,000

260,000

252,500

-0,661

-0,281

-0,889

-0,854

-0,610

-1,073

0,516

0,792

0,392

0,412

0,562

0,298

Inverno Mann-Whitney U Wilcoxon W Z P-value

36,000

50,500

30,000

29,500

27,500

23,500

246,000

260,500

240,000

239,500

237,500

233,500

-1,555

-0,590

-1,833

-1,860

-1,982

-2,228

0,128

0,579

0,068

0,064

0,047*

0,024*

Primavera Mann-Whitney U

47,500

26,000

59,500

25,500

54,500

49,000

Wilcoxon W

68,500

47,000

80,500

235,500

75,500

259,000

Z

-0,780

-2,086

-0,030

-1,667

-0,335

-0,670

0,469

0,037*

0,988

0,100

0,756

0,523

P-value

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 50


Impacto do Ciclone Gong na população de Aves da MNB Os dados recolhidos ao longo do Projeto, concretamente os dados recolhidos com 10 minutos de censo em períodos comparáveis de 2012 e 2013 permitiram efetuar uma análise adicional: a do impacto do Ciclone Gong na comunidade de aves florestais da MNB e na sua composição. Esta análise poderá ser importante para avaliar se os dados do ciclone poderão eventualmente estar a enviasar interpretação de resultados atribuíveis ás intervenções BRIGHT (e vice-versa). Na Tabela 22 são apresentados os valores médios dos índices de diversidade obtidos e respetivos desvios-padrão (σ) para os dados de aves pré-Gong e pós-Gong, por habitat/unidade de paisagem. Tabela 22: Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos para as aves, por habitat (censos de 10 minutos). A negrito assinalam-se os valores médios mais elevados. S

N

d

J

H

1-D

Pinhal do Marquês Total Pré-Gong Total Pós Gong

Média

7,850

11,750

2,797

0,949

1,886

0,916

σ

3,167

6,414

0,763

0,034

0,375

0,051

Média

7,300

14,600

2,376

0,912

1,793

0,869

σ

1,380

4,147

0,339

0,043

0,195

0,046

Arboreto Total Pré-Gong Total Pós Gong

Média

9,138

16,850

2,999

0,936

2,030

0,916

σ

2,453

10,893

0,556

0,071

0,291

0,070

Média

8,625

18,488

2,691

0,921

1,965

0,891

σ

1,610

8,776

0,378

0,053

0,184

0,051

Média

8,200

13,550

2,793

0,933

1,933

0,902

σ

2,198

4,707

0,588

0,055

0,293

0,067

Média

7,900

14,750

2,579

0,940

1,930

0,900

σ

1,374

3,402

0,391

0,030

0,190

0,035

Floresta Relíquia Total Pré-Gong Total Pós Gong

Na Tabela 23 encontram-se os resultados para os testes estatísticos efetuados na análise da população e diversidade de aves para o período pré-Gong em comparação com o pós-Gong, por cada habitat presente na MNB (Pinhal do Marquês, Arboreto e Floresta Relíquia), por cada época do ano. De realçar que as diferenças significativas (P≤0,05) encontradas nas variáveis analisadas entre os dados pré-Gong e os dados pós-Gong, encontram-se assinaladas na respetiva tabela.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 51


Tabela 23: Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de aves registados no pós-Gong em comparação com os dados obtidos pré-Gong, por habitat/unidade de paisagem. ** * Significativo P ≤ 0,05; Altamente significativo P ≤ 0,01 S

N

d

J

H

1-D

Pinhal Marquês Mann-Whitney U

195,000

119,500

145,000

92,500

172,500

84,000

Wilcoxon W

405,000

329,500

355,000

302,500

382,500

294,000

Z

-0,137

-2,185

-1,489

-2,909

-0,744

-3,140

P-value

0,897

*0,028

0,140

**0,003

0,465

**0,001

Arboreto Mann-Whitney U

2776,500

2672,000

2082,500

2112,500

2517,500

1820,500

Wilcoxon W

6016,500

5912,000

5322,500

5352,500

5757,500

5060,500

Z

-1,463

-1,805

-3,814

-3,712

-2,329

-4,708

P-value

0,144

0,071

**0,000

**0,000

*0,020

**0,000

Floresta Relíquia Mann-Whitney U

770,500

662,000

667,000

759,500

793,500

651,500

Wilcoxon W

1590,500

1482,000

1487,000

1579,500

1613,500

1471,500

Z

-0,289

-1,333

-1,280

-0,390

-0,063

-1,429

P-value

0,776

0,185

0,202

0,700

0,952

0,154

Tabela 24. Análise sumária da estrutura da comunidade, principais tendências e índices de diversidade, antes e após o ciclone Gong, por unidade de paisagem. ** * Significativo P ≤ 0,05; Altamente significativo P ≤ 0,01

Pinhal Marquês

Arboreto

Floresta Relíquia

Geral Mata

Tendência

P-value

Tendência

P-value

Tendência

P-value

Tendência

P-value

+24%

*0.028

+10%

0.071

+9%

0.185

+11%

**0,003

6 espécies mais abundantes

+39%

-

+17%

-

+13%

-

+18%

-

10 espécies mais abundantes

+31%

-

+16%

-

+14%

-

+15%

-

Nº espécies Diferenças na comunidade mais abundante

-26%

0.897

-26%

0.144

-34%

0.776

-24%

0.172

Sim

-

Não

-

Não

-

No

-

Nº aves

12

1

11

2

12

3

10

1

Shannon (diversidade)

Espécies raras

-

0.465

-

*0.020

-

0.952

-

*0,033

Simpson (diversidade)

-

**0.001

-

**0.000

-

0.154

-

**0,000

Pielou (equitabilidade)

-

**0.003

-

**0.000

+

0.7

-

**0,000

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 52


Mamíferos As amostragens sistemáticas realizadas para este grupo taxonómico permitiram o registo e a monitorização das espécies que constam na Tabela 25, onde também se podem consultar os respetivos estatutos de conservação e proteção legal. De realçar que foi confirmada a presença na MNB de Morcego-de-ferradura-mediterrânico (Rhinolophus euryale), espécie cuja ocorrência não era conhecida na área da MNB, e que está classificada em Portugal como Criticamente em Perigo (CR) (Cabral et al. 2005) e internacionalmente (IUCN) como Quase Ameaçado (NT). Entre as espécies prioritárias para os objetivos do projeto, as amostragens no último ano também permitiram registar e monitorizar o Musaranho-de-dentes-vermelhos (Sorex granarius) e o Morcego-de-ferradura-grande (Rhinolophus ferrumequinum), previamente registadas na Mata (dados anteriores ao projeto), mas que não haviam sido ainda detetadas no âmbito das amostragens BRIGHT, potencialmente devido à dificuldade de deteção destas mesmas espécies e baixas densidades em que ocorrerão na MNB.

Tabela 25. Espécies de Mamíferos registadas e monitorizadas e respetivos estatudos de conservação e proteção legal. Notas: End Ib – Endemismo ibérico. Nome comum

Nome científico

Est. Nac.

Est. Int.

Berna

Bona

CITES

Diretiva Aves/Habitat

Ouriço-cacheiro

Erinaceus europaeus

LC

LC

III

Musaranho-dedentes-vermelhos

Sorex granarius

DD

LC

III

Musaranho-dedentes-brancos

Crocidura russula

LC

LC

III

Toupeira

Talpa occidentalis

LC

LC

Morcego-deferradura-grande

Rhinolophus ferrumequinum

VU

LC

II

II#

B-II, B-IV

Morcego-deferradura-pequeno

Rhinolophus hipposideros

VU

LC

II

II#

B-II, B-IV

Morcego-deferraduramediterrânico

Rhinolophus euryale

CR

NT

II

II#

B-II, B-IV

Morcego-ratogrande

Myotis myotis

VU / CR

LC / LC

II

II#

B-II, B-IV

Morcego-de-água

Myotis daubentonii

LC

LC

II

II#

B-IV

Morcego-anão

Pipistrellus pipistrellus

LC

LC

III

II#

B-IV

Morcego-pigmeu

Pipistrellus pygmaeus

LC

LC

III

II#

B-IV

Morcego de Kuhl

Pipistrellus kuhlii

LC

LC

II

II#

B-IV

Morcego-arborícolapequeno

Nyctalus leisleri

DD

LC

II

II#

B-IV

Morcego-arborícolagigante / Morcegoarborícola-grande

Nyctalus lasiopterus / N. noctula

DD / DD

NT / LC

II

II#

B-IV

Morcego-hortelãoescuro / Morcegohortelão-claro

Eptesicus serotinus / isabellinus

LC / -

LC / -

II

II#

B-IV

Morcego-negro

Barbastella barbastellus

DD

NT

II

II#

B-II, B-IV

Morcego-orelhudocastanho / Morcego-

Plecotus auritus / P. austriacus

DD / LC

LC / LC

II

II#

B-IV

E.

Notas

End Ib

End Ib

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 53


orelhudo-cinzento Morcego-rabudo

Tadarida teniotis

DD

LC

Coelho-bravo

Oryctolagus cuniculus

NT

NT

Esquilo-vermelho

Sciurus vulgaris

LC

LC

Rato-cego

Microtus lusitanicus

LC

LC

Ratinho-do-campo

Apodemus sylvaticus

LC

LC

Raposa

Vulpes vulpes

LC

LC

Doninha

Mustela nivalis

LC

LC

III

Fuinha

Martes foina

LC

LC

III

Texugo

Meles meles

LC

LC

III

Gineta

Genetta genetta

LC

LC

III

Javali

Sus scrofa

LC

LC

II

II#

B-IV

III

D

B-V

Na Tabela 26 são apresentados os valores médios dos índices de diversidade obtidos e respetivos desvios-padrão (σ) para os dados de micromamíferos e morcegos BRIGHT e pré-BRIGHT.

Tabela 26. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos de micromamíferos e de morcegos. A negrito assinalam-se os valores médios mais elevados. S

N

d

J

H

1-D

Micromamíferos Total BRIGHT Total pré-BRIGHT

Média

1,500

36,500

0,138

0,399

0,105

0,058

σ

0,837

6,156

0,225

0,291

0,176

0,106

Média

2,500

55,000

0,384

0,282

0,264

0,126

σ

1,000

11,165

0,276

0,122

0,199

0,097

130,833

1,617

0,561

1,191

0,548

Morcegos Total BRIGHT Total pré-BRIGHT

Média

8,667

σ

1,862

75,266

0,366

0,093

0,182

0,094

Média

7,333

137,833

1,337

0,556

1,101

0,502

σ

1,366

85,677

0,288

0,092

0,228

0,102

Na Tabela 27 encontram-se os resultados para os testes estatísticos efetuados para os registos de micromamíferos e morcegos, considerando os dados totais pré-BRIGHT e BRIGHT. De realçar que as diferenças significativas (P ≤ 0,05) encontradas nas variáveis analisadas entre os dados BRIGHT e os dados pré-BRIGHT, encontram-se assinaladas nas respetivas tabelas.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 54


Tabela 27. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de micromamíferos e morcegos registados no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT. ** * Significativo P ≤ 0,05; Altamente significativo P ≤ 0,01 S

N

d

J

H

1-D

Micromamíferos Mann-Whitney U

4,500

1,000

6,000

5,000

5,000

6,000

Wilcoxon W

25,500

22,000

27,000

26,000

26,000

27,000

Z

-1,706

-2,352

-1,320

-1,540

-1,540

-1,320

P-value

0,129

0,014*

0,210

0,133

0,133

0,210

Morcegos Mann-Whitney U

10,000

18,000

11,000

16,000

13,000

13,000

Wilcoxon W

31,000

39,000

32,000

37,000

34,000

34,000

Z

-1,302

0,000

-1,121

-0,320

-0,801

-0,801

P-value

0,212

1,000

0,310

0,818

0,485

0,485

Na figura 21 é apresentada a evolução do número de micromamíferos, por unidade de paisagem, ao longo do Projeto.

45.00 40.00 35.00 30.00 25.00 20.00 15.00 10.00 5.00 0.00 Set'12

Dez'12

Mar'13 Pinhal

Jun'13 Arboreto

Out'13

Mar'14

Jun'14

Fl. Relíquia

Fig. 21. Evolução do número de micromamíferos ao longo do Projeto, por unidade de paisagem.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 55


No que respeita aos carnívoros, na Tabela 28 são apresentados os valores médios dos índices de diversidade e respetivos desvios-padrão (σ) obtidos para os dados BRIGHT e pré-BRIGHT, por época do ano, com base na prospeção e identificação de indícios de presença.

Tabela 28. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos para os carnívoros, por época do ano. A negrito, assinalam-se os valores médios mais elevados. S

N

d

J

H

1-D

Média

4,000

85,667

0,703

0,386

0,517

0,246

σ

1,732

84,097

0,235

0,046

0,182

0,073

Média

4,000

49,000

0,774

0,668

0,926

0,544

σ

0,000

9,899

0,041

0,019

0,027

0,000

Verão Total BRIGHT Total pré-BRIGHT

Outono Total BRIGHT Total pré-BRIGHT

Média

3,333

62,333

0,563

0,348

0,352

0,177

σ

1,155

35,921

0,238

0,223

0,169

0,102

Média

4,000

20,500

0,995

0,758

1,050

0,596

σ

0,000

2,121

0,034

0,041

0,057

0,041

Inverno Total BRIGHT Total pré-BRIGHT

Média

3,000

23,667

0,723

0,485

0,522

0,305

σ

1,000

22,301

0,332

0,208

0,276

0,199

Média

3,500

21,500

0,850

0,784

0,988

0,582

σ

0,707

14,849

0,022

0,131

0,322

0,155

Média

3,000

31,667

0,631

0,538

0,591

0,340

σ

0,000

20,008

0,155

0,203

0,223

0,175

Média

4,500

33,500

1,007

0,679

1,016

0,595

σ

0,707

14,849

0,071

0,021

0,075

0,020

Primavera Total BRIGHT Total pré-BRIGHT

Na Tabela 29 encontram-se os resultados para os testes estatísticos efetuados para os registos de Carnívoros, por época. De realçar que não se encontraram diferenças significativas (P ≤ 0,05) em nenhuma das variáveis analisadas entre os dados BRIGHT e os dados pré-BRIGHT.

Tabela 29. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de carnívoros registados no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT. S

N

d

J

H

1-D

0,000

0,000

0,000

Verão Mann-Whitney U

2,000

3,000

2,000

Wilcoxon W

8,000

9,000

8,000

6,000

6,000

6,000

Z

-0,609

0,000

-0,577

-1,732

-1,732

-1,732

P-value

0,800

1,000

0,800

0,200

0,200

0,200

0,000

0,000

0,000

Outono Mann-Whitney U

2,000

0,000

0,000

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 56


Wilcoxon W

8,000

3,000

6,000

6,000

6,000

6,000

Z

-0,816

-1,732

-1,732

-1,732

-1,732

-1,732

P-value

1,000

0,200

0,200

0,200

0,200

0,200

Inverno Mann-Whitney U

2,000

3,000

2,000

1,000

1,000

1,000

Wilcoxon W

8,000

9,000

8,000

7,000

7,000

7,000

Z

-0,609

0,000

-0,577

-1,155

-1,155

-1,155

P-value

0,800

1,000

0,800

0,400

0,400

0,400

Primavera Mann-Whitney U

0,000

3,000

0,000

2,000

0,000

0,000

Wilcoxon W

6,000

9,000

6,000

8,000

6,000

6,000

Z

-1,936

,000

-1,732

-,577

-1,732

-1,732

P-value

0,100

1,000

0,200

0,800

0,200

0,200

No que diz respeito aos indícios de presença de mamíferos carnívoros, foram registados até ao momento 614 (entre julho 2012 e julho 2014, sendo que foram registados 334 no primeiro ano e 280 no segundo ano), como se pode verificar na Tabela 30. Uma vez que os 3 transectos não têm exatamente a mesma extensão, na Tabela 31 são apresentados os mesmos dados, mas com o número de excrementos convertido para índice quilométrico de abundância, de forma a permitir comparações diretas.

Tabela 30. Número total de indícios de presença de carnívoros, por espécie e por transeto/unidade de paisagem. Nota: O ouriço, não sendo um mamífero carnívoro, consta nesta tabela por terem sido encontrados indícios de presença desta espécie.

Espécie

Nome Científico

Doninha

Mustela nivalis

Fuinha

Martes foina

Gineta

Transetos

Total

1 (Arboreto)

2 (Fl. Relíquia)

3 (Pinhal Marquês)

0

9

1

10

138

331

59

528

Genetta genetta

4

25

2

31

Ouriço

Erinaceus europaeus

3

1

0

4

Raposa

Vulpes vulpes

11

14

9

34

Texugo

Meles meles

0

3

0

3

Não Identificado

2

2

0

4

Total

158

385

71

614

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 57


Tabela 31. : Índice Quilométrico de Abundância (IKA) de indícios de presença de carnívoros registados nas diferentes unidades de paisagem (Floresta Relíquia, Pinhal do Marquês e Arboreto) da MNB. Prospeções efetuadas mensalmente entre julho de 2012 e julho de 2014. Transetos* Espécie

Nome Científico

1 (Arboreto)

2 (Fl. Relíquia)

3 (Pinhal Marquês)

Total

Doninha

Mustela nivalis

0.00

5.11

0.87

1.98

Fuinha

Martes foina

64.37

187.96

51.53

104.55

Gineta

Genetta genetta

1.87

14.20

1.75

6.14

Ouriço

Erinaceus europaeus

1.40

0.57

0.00

0.79

Raposa

Vulpes vulpes

5.13

7.95

7.86

6.73

Texugo

Meles meles

0.00

1.70

0.00

0.59

Não Identificado

0.93

1.14

0.00

0.79

Total

73.69

218.63

62.01

121.58

A localização dos excrementos detetados, na totalidade do período de estudo, pode ser observada na Fig. 22. Nesta figura é também observável o maior número de excrementos detetados na Floresta Relíquia, em relação aos restantes habitats.

Fig. 22. Localização da totalidade dos excrementos detetados durante o Projeto BRIGHT na MNB.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 58


No que respeita à fotoarmadilhagem, os resultados obtidos (número de capturas por espécie e por local de amostragem) apresentam-se na Tabela 32. De realçar que a espécie mais representada nas capturas foi a Fuinha e a menos representada foi a Raposa (Vulpes vulpes). A Tabela 33 mostra um resumo dos dados obtidos, no que respeita ao número de espécies e número médio de indivíduos detetados por unidade de paisagem. Foram realizados modelos estatísticos com o software R, no sentido de se tentar observar alguma diferença de abundâncias entre locais de captura, porém, face ao explicado acima e no relatório anterior (nomeadamente a não existência de independência das estações de amostragem devido à relativamente reduzida área da Mata face aos home range dos carnívoros), os resultados não permitem a adoção desta metodologia estatística, pelo que não se apresenta neste documento. As figuras 23 a 25 mostram algumas fotocapturas obtidas, como exemplo. Tabela 32. Número de capturas por cada estação de fotoarmadilhagem, para cada espécie identificada. Câmara e Un. Paisagem Câmara Pinhal 1 (P1)

Câmara Pinhal 2 (P2)

Câmara Arboreto 1 (A1) Câmara Arboreto 2 (A2)

Câmara Arboreto 3 (A3)

Câmara Floresta Relíquia 1 (R1)

Câmara Floresta Relíquia 1 (R1)

Espécie

Nome Científico

Número de Capturas

Fuinha

Martes foina

15

Gineta

Genetta genetta

8

Fuinha

Martes foina

14

Gineta

Genetta genetta

3

Raposa

Vulpes vulpes

4

Fuinha

Martes foina

25

Gineta

Genetta genetta

4

Fuinha

Martes foina

12

Gineta

Genetta genetta

6

Fuinha

Martes foina

30

Gineta

Genetta genetta

8

Raposa

Vulpes vulpes

1

Fuinha

Martes foina

43

Gineta

Genetta genetta

4

Raposa

Vulpes vulpes

3

Fuinha

Martes foina

38

Gineta

Genetta genetta

3

Raposa

Vulpes vulpes

4

Texugo

Meles meles

1

Tabela 33. Número de espécies de carnívoros e número médio de indivíduos detetados com fotoarmadilhagem, por unidade de paisagem.

Nº espécies detetadas Nº médio indivíduos /câmara

Pinhal

Arboreto

F. Relíquia

3 22

3 28.7

4 48

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 59


Fig. 23. Fotocaptura de Gineta (Genetta genetta), obtida na estação P1.

Fig. 24. Foto de Fuinha (Martes foina), obtida na estação A3.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 60


Fig. 25. Foto de Raposa (Vulpes vulpes), obtida na estação R2.

Caixas-ninho Nas seguintes figuras apresentam-se graficamente os dados obtidos na monitorização das caixas-ninho para a época de reprodução de 2014. Na figura 26 é possível observar-se a evolução ao longo do tempo no número de caixas-ninho com atividade registada, em comparação com o número de caixas-ninho onde foram observadas crias/juvenis. Na Figura 27, pode-se observar a evolução ao longo do período de amostragem (época de reprodução de 2014) no número de caixas-ninho com atividade registada, por espécie. Na Figura 28, apresenta-se a evolução ao longo da época reprodutora do número de caixasninho com atividade registada, por habitat.

Fig. 26: Número de caixas-ninho com atividade resgistada em comparação e de caixas-ninho onde foram observadas crias/juvenis ao longo do tempo. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 61


Fig. 27: Número de caixas-ninho com atividade resgistada, por espécie, ao longo do tempo.

Fig. 28. Número de caixas-ninhocom atividade resgistada, por habitat, ao longo do tempo.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 62


3.2.1.5. Espécies de particular valor conservacionista Nesta secção (Tabela 34) apresentam-se as espécies de fauna vertebrada registadas durante a monitorização BRIGHT que pelo seu estatuto de conservação nacional ou internacional, pelo facto de serem endemismos ou pela sua prioridade de conservação, no contexto da legislação que lhe é aplicável, são particularmente relevantes no âmbito do Projeto.

Tabela 34. Espécies de fauna registadas durante a monitorização BRIGHT, prioritárias em termos de conservação. Nota: No que respeita aos invertebrados, consideram-se espécies de particular interesse de conservação todas aquelas indicadas como endemismos, no entanto, devido à extensão da lista, nesta tabela apenas se desacam as espécies de invertebrados que constam da Diretiva Habitats (lista completa no Anexo II). Nome comum

Nome científico

Est. Nac.

Est. Int.

Berna

Bona

CITES

Diretiva Aves/Habitat

Notas

INVERTEBRADOS Vaca-loura

Lucanus cervus

-

-

B-II

Fritilária-doslameiros

Euphydryas aurinia

-

-

B-II

Cerambyx cerdo

-

VU

III

B-II e B-IV

III

B-II

PEIXES Ruivaco

Achondrostoma oligolepis

LC

LC

Escalo do Norte

Squalius carolitertii

LC

LC

Bordalo

Squalius alburnoides

VU

LC

III

B-II

End Ib

Salamandralusitânica

Chioglossa lusitanica

VU

VU

II

B-II, B-IV

End Ib

Tritão-deventre-laranja

Lissotriton boscai

LC

LC

III

Tritãomarmorado

Triturus marmoratus

LC

LC

III

Rã-ibérica

Rana iberica

LC

NT

B-IV

End Ib

Rã-de-focinhopontiagudo

Discoglossus galganoi

NT

LC

B-II, B-IV

End Ib

Lagarto-deágua

Lacerta schreiberi

LC

NT

II

B-II, B-IV

End Ib

Lagartixaibérica

Podarcis hispanica

LC

LC

III

B-IV

Açor

Accipiter gentilis

VU

LC

II

II

II A

Gavião

Accipiter nisus

LC

LC

II

II

II A

Águia-de-asaredonda

Buteo buteo

LC

LC

II

II

II A

Águia-calçada

Aquila pennata

NT

LC

II

II

II A

End End Ib

ANFÍBIOS

End Ib B-IV

RÉPTEIS

AVES

A-I

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 63


Águia-cobreira

Circaetus gallicus

NT

LC

Pombo-torcaz

Columba palumbus

LC

LC

Rola-brava

Streptopelia turtur

LC

LC

III

A

Coruja-do-mato

Strix aluco

LC

LC

II

II A

Noitibó-cinzento

Caprimulgus europaeus

VU

LC

II

Melro

Turdus merula

LC

LC

III

II

D

Tordo-pinto

Turdus philomelos

NT / LC

LC

III

II

D

Tordoveia

Turdus viscivorus

LC

LC

III

Gaio

Garrulus glandarius

LC

LC

D

Gralha-preta

Corvus corone

LC

LC

D

Corvo

Corvus corax

NT

LC

II

II

II A

A-I D D A-I

D

III

MAMÍFEROS Musaranho-de-dentesvermelhos

Sorex granarius

DD

LC

Toupeira

Talpa occidentalis

LC

LC

Morcego-de-ferraduragrande

Rhinolophus ferrumequinum

VU

LC

II

II#

B-II, B-IV

Morcego-de-ferradurapequeno

Rhinolophus hipposideros

VU

LC

II

II#

B-II, B-IV

Morcego-de-ferraduramediterrânico

Rhinolophus euryale

CR

NT

II

II#

B-II, B-IV

Morcego-rato-grande

Myotis myotis

VU CR

LC / LC

II

II#

B-II, B-IV

Morcego-de-água

Myotis daubentonii

LC

LC

II

II#

B-IV

Morcego-anão

Pipistrellus pipistrellus

LC

LC

III

II#

B-IV

Morcego-pigmeu

Pipistrellus pygmaeus

LC

LC

III

II#

B-IV

Morcego de Kuhl

Pipistrellus kuhlii

LC

LC

II

II#

B-IV

Morcego-arborícolapequeno

Nyctalus leisleri

DD

LC

II

II#

B-IV

Morcego-arborícolagigante / Morcegoarborícola-grande

Nyctalus lasiopterus / N. noctula

DD DD

NT / LC

II

II#

B-IV

Morcego-hortelãoescuro / Morcegohortelão-claro

Eptesicus serotinus / E. isabellinus

LC / -

LC / -

II

II#

B-IV

Morcego-negro

Barbastella barbastellus

DD

NT

II

II#

B-II, B-IV

Morcego-orelhudocastanho / Morcegoorelhudo-cinzento

Plecotus auritus / P. austriacus

DD LC

LC / LC

II

II#

B-IV

Morcego-rabudo

Tadarida teniotis

DD

LC

II

II#

B-IV

Raposa

Vulpes vulpes

LC

LC

Gineta

Genetta genetta

LC

LC

/

/

/

III

End Ib End Ib

D III

B-V

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 64


3.2.1.6. Discussão de Resultados / Considerações finais No que respeita aos invertebrados, e face à importância dos dados recolhidos até ao momento para a afirmação da MNB enquanto “oásis de biodiversidade”, é importante que se continue a pesquisa (bibliográfica, laboratorial e de campo). Não tendo os invertebrados sido um grupo inicialmente acautelado nas monitorizações de resultados das ações BRIGHT, sabe-se agora que ocorrem na Mata pelo menos 1183 espécies, das quais 96 endemismos, 9 sendo mesmo endemismos exclusivos da Serra do Buçaco. De encontro aos particulares objetivos do projeto, será importante dar continuidade à análise das associações entomológicas com a flora, nomeadamente ao nível das fitopatologias ou beneficiação natural que poderão ocorrer nas plantas nativas. Em relação aos vertebrados, considerando os resultados obtidos, de uma forma geral, os dados recolhidos durante as amostragens no âmbito do Projeto não diferem de forma significativa dos dados da situação de referência, com a exceção do grupo das aves. No entanto, deveremos considerar que durante o período de amostragens referentes ao projeto, algumas condições alheias à execução do projeto em si, poderão e deverão ter afetado a biodiversidade na MNB e como tal, enviesando alguns dados recolhidos, como os invernos particularmente rigorosos que se fizeram sentir e o próprio Ciclone Gong, que provocou inúmeros danos na MNB. Nesse sentido, e para discernir a potencial influência do ciclone nos resultados do projeto, foi efetuada a análise do impacto do Ciclone Gong na comunidade avifaunística presente na MNB, considerando períodos coincidentes antes e após o fenómeno. Os resultados sugerem que os danos causados pelo Ciclone Gong terão tido um impacto significativo neste grupo nas unidades de paisagem do Arboreto e do Pinhal do Marquês, tendo sido estas também as áreas mais afetadas. De realçar que no caso da Floresta Relíquia, não obstante os menores danos, não se encontraram diferenças significativas na população e nos índices de diversidade de aves antes e depois do Ciclone Gong, o que sugere que a Floresta Relíquia apresentou uma elevada estabilidade e resiliência às condições metereológicas adversas verificadas com o Ciclone Gong, o que salienta ainda mais a importância ecológica deste habitat para a fauna. De uma forma geral, em todas as unidades de paisagem, verificou-se que a riqueza específica de aves diminuiu, mas que a abundância de aves aumentou. A composição da comunidade ao nível das espécies previamente mais abundantes foi alterada somente no pinhal, por exemplo, com Corvus corone, que não havia aí sido registo antes, a tornar-se a espécies mais abundante após o ciclone. Este facto pdoerá dever-se ao efeito conjunto do BRIGHT com o ciclone, pois o pinhal foi bastante afetado pelo ciclone, mas já apresentava áreas mais abertas resultantes da eliminação de invasoras de porte arbóreo. Em todas as unidades de paisagem, as espécies que antes do ciclone eram raras praticamente desapareceram depois do mesmo. Concluímos então que a perturbação ecológica causada pelo Gong causou de facto respostas imediatas e a curto prazo na comunidade ornítica da Mata, provocando uma resposta compensatória nas espécies mais comuns e resilientes. Teorizamos que a abertura de calreiras poderia, contudo, contribuir para a heterogeneidade estrutural da floresta e beneficiar a composição e riqueza da comunidade de aves a longo prazo, desde que outros fatores de ameaça fossem inexistentes, designadamente a potencial ocupação por espécies invasoras. A gestão florestal no sentido de controlar as invasões ecológicas e favorecendo espécies de plantas nativas que se opera a nível do BRIGHT será crucial para acelerar o restauro do ecossistema. Poderia ser interessante futuramente analisar o impacto dos danos causados pelo Ciclone Gong nos restantes grupos faunísticos, mas a tipologia e natureza própria dos dados poderá ser um fator limitante para se proceder a uma análise adequada que permita tirar conclusões mais assertivas. Perante o exposto, compreende-se que os efeitos do ciclone Gong poderão de facto mascarar alguns efeitos ecológicos potencialmente devidos às intervenções BRIGHT, justificando, por exemplo, as diferenças significativas pré-BRIGHT e BRIGHT encontradas ao nível das aves. Por outro lado, deveremos também ter em conta que as áreas envolventes à MNB sofreram algumas alterações nos últimos anos e após a recolha dos dados pré-BRIGHT. Em alguns casos estas alterações foram bastante acentuadas, como se pode verificar no Pinhal do Marquês e na zona da Cruz Alta, e como tal, podem igualmente contribuir para algumas diferenças encontradas (por exemplo, o facto de aparentemente o número de raposas na MNB ter diminuído em relação à situação de referência). No entanto, as ações no terreno promovem no curto prazo alterações por vezes marcadas na estrutura da flora, que deverão ter efeito na diversidade faunística que aí ocorre (por exemplo, as diferenças no Pinhal do Marquês antes das intervenções, durante e após). A possível expansão da flora invasora durante o intervalo temporal entre a situação de referência e a monitorização BRIGHT, e outras dinâmicas naturais e não naturais no ecossistema da MNB, podem de igual modo contribuir para as (poucas) diferenças encontradas. Adicionalmente, considerando que a MNB é para muitas espécies apenas parte da sua área de BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 65


ocorrência/território, e que múltiplos fatores podem contribuir para a dinâmica populacional dessas mesmas espécies, poderemos assumir que os dados recolhidos na monitorização deste projeto podem ser afetados por diversos fatores que não nos é possível controlar nem medir, e como tal não podem ser considerados na presente análise. Analisando os resultados de uma forma mais concreta para os peixes, em particular o Ruivaco e Bordalo, as duas espécies apresentam diferenças nas contagens ao longo do tempo. Desse modo, poderemos verificar que as populações aparentam sofrer flutuações naturais no número do efetivo, ao longo do ano, com um aparente aumento durante a primavera e início de verão. No caso do Ruivaco, os valores mais elevados são atingidos nessas épocas mais quentes, enquanto no final de outono e durante o inverno o número de exemplares aparenta ser consistentemente mais reduzido. No caso do Bordalo, o final de inverno e início de primavera aparentam ser os períodos onde se registam menor número de indivíduos, sendo que se observam picos no outono e início de inverno. De realçar a estação P6 (Lago dos Jardins do Palace Hotel) onde esta espécie pode atingir números algo elevados, sendo que esta zona será muito provavelmente um dos locais de viveiro desta espécie na MNB. Estes dados serão influenciados por alguns fatores, como reforço populacional através da reprodução durante a primavera, maior caudal e maior corrente durante o inverno que pode provocar o arrastamento de indivíduos a montante das linhas de água, maior predação durante as épocas mais frias, que coincidem com a fase de ninfa aquática de Odonatas por exemplo e disponibilidade de alimento para as espécies em questão. Outro fator que pode influenciar os resultados obtidos é a maior eutrofização da água dos lagos, que contribui para a potencial subavaliação do número de exemplares em algumas amostragens (julho a setembro por exemplo). As observações efetuadas no campo, através da avaliação subjetiva da turbidez da água nos lagos (relacionada com o nível de eutrofização presente) indicam que nestes meses a visibilidade dos peixes que se encontrem junto ao fundo do lago é extremamente reduzida ou mesmo nula, podendo enviesar as contagens. Nos períodos mais quentes é frequente observar-se os peixes o mais afastados da superfície da água quanto possível, o que aliado ao fator anteriormente referido, poderá levar a contagens inferiores ao número real de exemplares. Os resultados obtidos para o grupo dos anfíbios demonstram que não há diferenças significativas entre os dados recolhidos durante o BRIGHT e os dados da situação de referência, indicando que os anfíbios não foram afetados pelas intervenções no terreno até ao momento, sendo importante considerar que as áreas de amostragem para este grupo e as zonas adjacente não foram praticamente intervencionadas, mantendo-se as condições equivalentes para os anfíbios. Já no que diz respeito aos répteis, sendo o volume de registos extremamente reduzido, não foi possível efetuar qualquer análise para este grupo taxonómico. Assume-se, tendo em conta os resultados, que as intervenções do BRIGHT não tiveram qualquer efeito, até ao momento, na diversidade e efetivos populacionais para estes grupos taxonómicos. É expectável que estes grupos não tenham sido significativamente afetados pelos estragos causados pelo Ciclone BRIGHT. Quanto aos resultados obtidos para as aves, verificam-se várias diferenças significativas entre os dados recolhidos no âmbito da monitorização BRIGHT e os dados da situação de referência, em particular no Pinhal do Marquês e no Arboreto, mesmo considerando que nesta análise apenas os dados referentes a censos de 5 minutos foram usados, de forma a permitir uma comparação mais adequada com os dados pré-BRIGHT (censos de 5 minutos). De realçar que desde setembro de 2013, ambas a metodologias (censos de 5 minutos e censos de 10 minutos) estão a ser adotadas, sendo que os dados de 10 minutos permitiram adicionalmente a análise dos impactos do Ciclone Gong, assunto já abordado anteriormente, e a análise da evolução da comunidade de aves e sua composição ao longo do período em que o projeto decorre. Desta forma, é possível cumprir os objetivos, mantendo os diferentes conjuntos de dados comparáveis entre si, e maximizando a informação sobre as aves presentes com os 10 minutos de censo. Em resumo, os dados obtidos sugerem que a análise da comparação dos dados BRIGHT com os dados pré-BRIGHT, incluem nos primeiros algum enviesamento devido aos impactos causados pelo Ciclone Gong, que como se verifica neste documento, influenciou a comunidade de aves local. Como se pode observar pelos testes estatísticos na Floresta Relíquia, os dois conjuntos de dados apresentam poucas diferenças significativas, enquanto para Arboreto e Pinhal do Marquês foram registadas diferenças significativas. No caso do Pinhal do Marquês de salientar que as alterações no local de que foi sujeito após a recolha dos dados pré-BRIGHT e antes do início da monitorização BRIGHT, terão muito provavelmente influência na comunidade de aves aí encontrada e nas diferenças encontradas entre ambos os conjuntos de dados, no entanto, o impacto dessas alterações é nesta fase impossível de analisar. No entanto, face aos dados discutidos no próximo parágrafo, aparentemente as intervenções BRIGHt tenderão a beneficiar as aves, principalmente em áreas previamente muito invadidas, como o Pinhal do Marquês.

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Nesta unidade de paisagem de facto foram encontradas diferenças significativas entre os dois conjuntos de dados, em particular no verão e outono. Já durante a primavera, os dados não diferem significativamente entre si. É no outono que as diferenças entre ambos os conjuntos de dados são mais evidentes, com os dados BRIGHT a apresentarem maior riqueza específica e diversidade. No verão, a diversidade de aves encontrada nesta área é significativamente superior para os dados pré-BRIGHT. Este último dado pode estar relacionado com a estrutura da vegetação e do menor coberto vegetal de porte arbóreo e arbustivo nesta área aquando da monitorização BRIGHT (fruto das alterações já mencionadas), o que leva a uma menor abundância de abrigo, sombra e potencialmente a temperaturas mais altas e menor humidade relativa nesta área durante esta época do ano. Verifica-se que é nas épocas mais frescas (outono e inverno) que os dados BRIGHT apresentam, em média, índices de diversidade mais elevados. Sendo uma zona mais aberta e onde as aves facilmente ficarão expostas (a predadores, a perturbação, a condições climatéricas, etc.), a diminuição do número de turistas que percorrem a MNB nestas épocas pode favorecer a ocorrência das aves nestes locais. Não obstante, e tendo em conta a ocorrência no Pinhal do Marquês, de espécies cuja frutificação ocorre durante as épocas mais frias (caso do Medronheiro), poderá também justificar uma maior afluência a este habitat por parte das aves, principalmente após os trabalhos BRIGHT que permitiram que as espécies autóctones estivessem sujeitas a menor competição por parte das espécies invasoras, tendo as primeiras melhores condições após as referidas intervenções. Além disso se considerarmos que embora o Gong tenha tido impacto siginificativo neste habitat, esse impacto foi algo localizado, pelo que as próprias intervenções florestais deverão justificar em parte as diferenças encontradas. Não obstante, tendo em conta que esta unidade de paisagem está a sofrer intervenções desde o início da monitorização de fauna (e pelas diferenças na estrutura da vegetação na mesma zona), seria de esperar que fosse a unidade de paisagem/habitat da MNB cujas diferenças fossem mais significativas, o que se confirmou. Na unidade de paisagem Arboreto, verificam-se diferenças significativas entre o pré-BRIGHT e BRIGHT na diversidade de aves em todas as épocas do ano. Considerando que o arboreto foi alvo de intervenções pontuais e experimentais no âmbito do projeto, e como tal, insignificantes na análise, não seria de esperar obter-se estas diferenças. No entanto, tendo em consideração a prévia análise ao impacto dos estragos do Ciclone Gong neste grupo faunístico e que todas as amostragens inlcuidas na presente análise (BRIGHT vs pré-BRIGHT) referem-se a períodos pós-Gong (censos de 5 minutos apenas se iniciaram em setembro de 2013), as diferenças significativas encontradas serão muito provavelmente justificadas em maior parte pelas alterações provocadas pelo Ciclone neste habitat (extensão dos danos algo considerável), sendo este evento, praticamente o único momento em que houve alterações mais significativas na estrutura da vegetação do arboreto desde a recolha dos dados pré-BRIGHT. A impossibilidade de efetuar a análise com dados BRIGHT anteriores ao Gong (amostragens de 10 minutos), comparando diretamente com os dados pré-BRIGHT (amostragens de 5 minutos), torna impossível dissociar o efeito do Ciclone e dos estragos provocados nesta análise e em análises futuras. Na unidade de paisagem Floresta Relíquia obtiveram-se diferenças significativas na diversidade apenas no inverno, sendo que os dados pré-BRIGHT revelam maior diversidade de aves em média para este habitat. Na primavera, os dados BRIGHT revelam significativamente maior número de indivíduos registados, em média. Estes dados suportam a ideia de que este habitat é extremamente estável (pela sua maturidade, torna-se resiliente), não obstante as intervenções florestais que decorrem no mesmo, os impactos do Ciclone Gong e as profundas alterações que se verificaram nos últimos anos nas áreas adjacentes exteriores à MNB. No que respeita às alterações na paisagem e na estrutura da vegetação nas áreas exteriores à MNB adjacentes a esta unidade de paisagem, estas podem por um lado promover a ocorrência de espécies e indivíduos que antes não se encontravam presentes e por outro porque a MNB pode servir como “refúgio” a algumas espécies e indivíduos que antes ocorreriam nessas áreas fora da MNB. Este aspeto não se enquadra nos objetivos da monitorização BRIGHT, mas poderá ter um impacto algo significativo na composição da comunidade de aves nas zonas mais próximas à bordadura da Mata. Em particular, a ausência de um vasto pinhal (pinheiro-bravo) no exterior da MNB (Perímetro Florestal da Serra do Buçaco), que existia na situação pré-BRIGHT e que foi removido (antes de se indicarem os trabalhos do BRIGHT) quase na sua totalidade pela AFN (Autoridade Florestal Nacional) em virtude das medidas antialastramento da contaminação com o nemátodo da madeira de pinheiro, pode em parte contribuir para potenciar ou “camuflar” diferenças existentes e não detetadas na análise. A continuição da monitorização deste grupo faunístico é de extrema importância, uma vez que as amostragens permitem um volume de dados considerável, sendo possível efetuar uma análise mais completa, adequada e rigorosa, podendo-se usar estes resultados como bioindicadores dos efeitos de vários fatores na comunidade de vertebrados, em particular o efeito das ações florestais que decorrem no terreno. Os resultados obtidos para os micromamíferos de uma forma global para toda a mata, sugerem que as intervenções no âmbito do BRIGHT não têm efeitos significativos, ao nível da larga escala, neste grupo de fauna. De facto, apenas o número de indivíduos registados é significativamente menor nas BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 67


amostragens do BRIGHT em comparação com a situação de referência pré-BRIGHT, sendo que no entanto, não há diferenças na diversidade nem na riqueza específica (número de espécies) registadas. Podemos, assim, verificar que até à data as intervenções florestais decorrentes do projeto não têm influência considerável na diversidade de micromamíferos presentes na MNB de uma forma global. No entanto, observando mais detalhadamente os dados de abundância de micromamíferos por habitat (fig. 21), verifica-se que ao nível do Pinhal do Marquês ocorreu uam evolução bastante positiva do número de efetivos aí amostrados. E no espaço de um ano, essa população passou mesmo a apresentar flutuações naturais, com os normais picos de abundância para este grupo. Não se pode comprovar a evolução positiva de forma estatística, pois não foram realizadas amostragens pré-BRIGHT no Pinhal do Marquês de forma comparável, precisamente devido à muito reduzida ou nula abundância de micromamíferos no local, à época. A situação de referência para este habitat e grupo taxonómico são então as primeiras amostragens efetuadas, em julho 2012; e também nessa época as abundâncias eram muito reduzidas. De uma forma prática, e uma vez que i) os micromamíferos conseguem responder de forma bastante rápida às alterações ambientais (e.g. Leis et al. 2008); ii) servindo de bioindicadores sobre as alterações principalmente no contexto dos serviços ecossistémicos da floresta (Sullivan et al. 2013); iii) a gestão florestal podem em curtos períodos de tempo atribuir características de florestas maduras às comunidades de micromamíferos (Sullivan et al. 2005, Sullivan et al. 2009), podemos afirmar com algum grau de certeza de que os micromamíferos foram beneficiados pelas intervenções de controlo de invasoras no Pinhal do Marquês. Uma vez que os micromamíferos constituem indicadores dos efeitos na biodiversidade em geral (Flowerdew et al. 2004; Sullivan et al. 2013), é conjeturável que toda a biodiversidade local tenha também sido beneficiada pelas ações BRIGHT. No entanto, e uma vez que a generalidade dos vertebrados apresentam resultados a longo-termo e em escalas nem sempre quantificáveis a curto-prazo, é natural que nem todos os grupos evidenciem claramente essa beneficiação. No caso dos morcegos, os resultados apontam para a não existência de diferenças significativas na diversidade e na equitabilidade da comunidade encontrada nas amostragens do BRIGHT em relação aos dados anteriores. Desta forma, os trabalhos florestais no âmbito do BRIGHT, não demonstraram ter ainda um impacto direto e mensurável na comunidade de morcegos encontrada na MNB, embora aparente haver uma diminuição algo relevante de Pipistrellus sp., sendo que, no entanto, não é uma espécie prioritária do ponto de vista conservacionista e como tal, esta situação é perfeitamente aceitável tendo em conta os objetivos do BRIGHT. Os morcegos, pelo seu ciclo de vida particular, tardia maturidade sexual e elevadas exigências ecológicas, a serem beneficiados pelas ações florestais, apresentarão sempre uma resposta mais a médio e longo-prazo (Stebbings 1988). É provável que o venham a ser, indiretamente, por exemplo pela maior disponibilidade de alimento e de abrigo, neste caso, para os morcegos arborícolas dependentes de espécies nativas e antigas (e.g. Plecotus spp.), relativamente raros na MNB. No entanto para já, verifica-se quea alteração estrutural da vegetação, resultante dos trabalhos no terreno, não prejudicam esta comunidade, o que é igualmente importante. Os registos obtidos para o Morcego-de-ferradura-mediterrânico (Rhinolophus euryale), espécie cuja ocorrência na MNB era até então desconhecida, obriga a um acompanhamento rigoroso deste grupo taxonómico particularmente sensível, e em particular desta espécie ameaçada e prioritária. Os resultados obtidos para os carnívoros, através dos indícios de presença, revelam que não existem diferenças significativas em nenhuma época entre os dados obtidos na monitorização do BRIGHT e os dados obtidos nas amostragens que constituem a situação de referência, mesmo considerando que no BRIGHT foi adicionado um pequeno transeto que não constava no pré-BRIGHT. No entanto, há algumas diferenças que importa referir, pois podem indicar tendências (que poderão ser avaliadas com a continuidade das amostragens BRIGHT) de diminuição de Raposa (Vulpes vulpes) e aumento de Fuinha (Mates foina) e maior dominância desta última espécie na comunidade de carnívoro presente na MNB. A Fuinha é claramente o mamífero carnívoro mais abundante na MNB, o que foi comprovado em todos os métodos aplicados, estando presente em todas os habitats, mas com particular incidência na floresta relíquia. Quanto à aparente redução do número de efetivos de Raposa que ocorrem na MNB poderá dever-se à remoção do pinhal adjacente à MNB, já referido anteriormente. Adicionalmente, estudos anteriores da equipa UA (Pereira et al. 2012) sobre a comunidade de carnívoros na região onde a MNB se insere, evidencia a importância desse pinhal, agora ausente, para a população de raposas presente na área. É possível, tendo em conta estes aspetos, que a população de Raposas presente na MNB e nas áreas envolventes, seja atualmente mais reduzida em relação à situação de referência pré-BRIGHT. Assim sendo, e tendo em conta que se trata de uma área não contemplada neste projeto, apenas com uma monitorização específica seria possível saber em detalhe o efeito que a alteração da paisagem e na estrutura da vegetação nesta área, poderá ter na comunidade de mamíferos carnívoros, bem como na restante diversidade de vertebrados existentes na MNB. Sendo evidente pelos resultados obtidos que os carnívoros, em geral, têm preferência por uma comunidade florestal como a floresta relíquia, a longoBRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 68


prazo é expectável que estes animais venham a ser beneficiados pelos trabalhos BRIGHT em curso designadamente no Pinhal do Marquês, sendo que aí se pretendem simular, através de plantações, as consições existentes na Floresta Relíquia. De momento, e face à larga área vital e mobilidade destas espécies, não é possível encontrar diferenças entre o momento atual e a situação de referência. Quanto à monitorização das caixas-ninho, salienta-se o número relativamente baixo (e espectável) de caixas-ninho onde foi registada atividade por parte das aves, e como seria de esperar um número mais reduzido de caixas-ninho efetivamente utilizadas para a reprodução. Quatro espécies foram observadas com atividade na caixa-ninho, sendo que as espécies mais registadas foram o chapim-real e o chapimazul, espécies que são mais abundantes na mata que o chapim-preto por exemplo. Já a trepadeiracomum, apesar de ser bastante comum em toda a MNB, apenas ocasionalmente é detetada a utilizar caixas-ninho, e na MNB esse facto não é exceção. Aliás, em trabalhos anteriores da Universidade de Aveiro, onde se monitorizou a ocupação de passeriformes em caixas-ninho semelhantes (da Silva et al. 2012) a trapadeira-comum nunca ocupou nenhuma caixa-ninho, o que poderá eventualmente indicar uma maior procura por locais de abrigo devido à queda de árvores antigas causada pelo ciclone Gong. Os habitats que registaram maior atividade nas caixas-ninho foram o arboreto e a Floresta Relíquia, como já era esperado, pois apresentam maior e mais diversa população de aves em relação ao Pinhal do Marquês. Como já referido anteriormente, a situação pós Ciclone Gong dificultou em grande escala as metodologias de monitorização do uso de caixas-ninho pelas aves, assim como as metodologias de fotoarmadilhagem para monitorização de mamíferos carnívoros. Neste último caso, a impossibilidade de se estabelecer a independência entre os vários pontos de amostragem (devido à reduzida dimensão da MNB) constitui outro fator que afetou negativamente a exequibilidade do plano de trabalhos inicial. Para estas duas metodologias deveremos considerar que a inacessibilidade de muitos dos locais e a impossibilidade de se selecionar pontos alternativos razoavelmente ajustados aos objetivos das mesmas metodologias, obrigou a ligeiros ajustes na localização das câmaras de fotoarmadilhagem e a uma redução do número de caixas-ninho monitorizadas. Ainda considerando os efeitos do Ciclone Gong, o tempo despendido para ambas metodologias é presentemente muito superior ao que se verificava antes do temporal, sendo por isso necessário e útil continuar com os ajustes propostos de forma a otimizar o tempo disponível para a execução das mesmas. Em ambos os casos, espera-se que os ajustes nas metodologias e localizações permitam obter resultados compatíveis com os objetivos dos projeto. De qualquer modo, e em resumo, os resultados obtidos indicam, de uma forma geral, que a ocorrência do Ciclone Gong e os estragos causados pelo mesmo afetaram a comunidade de aves na MNB (Arboreto e Pinhal do Marquês), podendo tal ser indicador de que terá também efeito nas comunidades dos restantes vertebrados existentes na MNB, em particular nos habitats referidos. Os resultados sugerem também que as intervenções florestais que decorrem no âmbito do projeto têm um impacto negligenciável ou positivo para a fauna. Mesmo considerando o grupo das aves, as diferenças encontradas poderão dever-se a fatores externos indissociáveis, como anteriormente referido, pelo que se sugere alguma cautela nas conclusões a respeito destas análises. A adição de mais dados resultantes das amostragens futuras no âmbito do projeto BRIGHT permitirá que a análise que aqui se apresenta fique ainda mais consistente e que seja possível, da forma mais correta e rigorosa que se consiga alcançar, continuar a avaliar o efeito das intervenções florestais decorrentes do Projeto BRIGHT na diversidade de fauna presente na MNB (diversidade essa que é deveras relevante e cujos trabalhos de monitorização permitiram alargar o leque de espécies conhecidas que aí ocorrem, incluindo novos registos de espécies com elevado valor conservacionista). De qualquer modo, os resultados obtidos indicam a necessidade de se continuar a analisar o efeito das intervenções na fauna e, caso se venha a considerar oportuno, reavaliar as mesmas intervenções e redefinir as estratégias de ação. Até ao momento, e admitindo que as diferenças encontradas podem dever-se, em grande parte, a fatores externos não controláveis nem mensuráveis (ou impossíveis de dissociar dos dados obtidos pelas amostragens), entendemos que não há necessidade de efetuar qualquer alteração preventiva ao plano de ação proposto para as ações de controlo de invasoras no terreno.

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3.2.2. SubAção 2. Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto – FLORA E HABITATS No âmbito da Acão E2 - monitorização e avaliação de resultados no âmbito do Projeto Life+ Bright, componente Life+ Bright_flora, o presente relatório resulta da continuidade dos trabalhos de monitorização sobre as ações de controlo de invasoras ao nível da flora e vegetação (na Floresta Relíquia e Pinhal do Marquês). Ao longo do período transato foram aplicadas, pelos funcionários da FMB, técnicas de controlo que tiveram como base intervenções florestais de fundo, sendo que as metodologias de monitorização ao nível da flora e vegetação em vigor pretendem avaliar a eficácia dessas intervenções, contribuindo assim para a demonstração de resultados do projeto LIFE+ BRIGHT. A metodologia aplicada no presente trabalho pressupõe a existência de uma situação de referência (préBright) previamente elaborada durante os primeiros trabalhos de monitorização iniciais, bem como um conjunto de dados recolhidos após as intervenções florestais (pósBright). Tendo em conta a metodologia caracterizada no relatório anterior, as ações de monitorização têm como principal objetivo avaliar a existência de diferenças significativas que possam vir a ocorrer na flora e vegetação, decorrentes das intervenções florestais realizadas. Neste sentido, ao longo do ano transato realizaram-se diversos levantamentos florísticos já em situação de pós-intervenção (pósBright), de modo a permitirem uma análise continuada ao longo do tempo e uma comparação efetiva com os dados recolhidos em situação de pré-intervenção (préBright). Neste período decorreram as intervenções florestais no interior dos quadrados para as invasoras em comunidade florestal (Pinhal do Marquês e Floresta Relíquia), e tiveram início intervenções nas manchas envolventes caracterizadas pela situação de referência. Paralelamente, durante a última primavera iniciaram os trabalhos de remoção manual de Tradescantia fluminensis nas manchas sinalizadas na situação de referência, no interior da Floresta Relíquia. Com o objetivo de registar e documentar todas as intervenções florestais realizadas no interior dos quadrados de monitorização, foi preenchido o Dossier de Campo (Anexo III) com informações relativas às datas de intervenção e tipo de ações aplicadas. De modo a complementar esta informação, foram realizadas ainda grelhas de registo simples relativas às manchas de invasoras intervencionadas que deverão igualmente ser preenchidas pelos funcionários da FMB durante as ações realizadas no interior das manchas. Partindo da situação de referência, as áreas de amostragem fixas instaladas dentro da Floresta Relíquia 2 (FR) (área prioritária onde incidem os trabalhos de monitorização), perfazem um total de 36m de 2 2 quadrados de 1m para a Tradescantia fluminensis, 16m para um quadrado de amostragem de Robinia 2 2 pseudoacacia, e 1900m de quadrados de 100m para as restantes espécies invasoras. Para além das 2 instalações previstas para a FR, foram ainda marcados dois quadrados de 100m no Pinhal do Marquês 2 (PM) (num total de 200m ) em áreas invadidas com Acacia dealbata e Acacia longifolia e ainda 3 2 quadrados de controlo de 100m representativos dos três Habitats naturais presentes na FR. No presente relatório, as ações conducentes com os trabalhos de monitorização, encontram-se divididas em duas secções principais: monitorização de 11 parcelas de Tradescantia fluminensis em quadrados de 2 1m (com três réplicas por parcela) e monitorização de 20 quadrados de espécies invasoras em comunidade florestal (acrescidos de 3 quadrados de controlo, correspondentes aos três Habitats naturais 2 presentes na FR) em quadrados de 100m . Para a Tradescantia fluminensis os dados de monitorização apresentados incluem os levantamentos de % cobertura em situação de pré-intervenção (préBright) e os levantamentos de % de cobertura após a sua remoção, dentro dos quadrados de monitorização, situação de pós-intervenção (pós-Bright). Relativamente às espécies invasoras em comunidade florestal (presentes na FR e no PM), os dados que se apresentam no presente relatório referem-se à monitorização a partir da instalação fixa dos

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2

quadrados de 100m , em situação de pré-intervenção (préBright) e em situação de pós-intervenção (pósBright). Com base nos resultados recolhidos e tratados até à data, nas 11 parcelas de Tradescantia fluminensis em monitorização, a análise estatística permitiu observar algumas diferenças significativas entre as medianas da % cobertura préBright e as medianas da % de cobertura pósBright. Paralelamente foram também observadas alterações ao nível do surgimento de diversas plântulas de espécies nativas, nomeadamente de Phillyrea latifolia (após intervenção) principalmente nas parcelas instaladas no Adernal da zona de Caifás. Relativamente às invasoras em comunidade florestal, e apesar das intervenções relativamente recentes no interior dos quadrados, a análise estatística permitiu detetar para já, algumas diferenças significativas ao nível da cobertura vegetal pósBright, nomeadamente nos quadrados de monitorização com invasora dominante Acacia melanoxylon. Com base nos dados de monitorização recolhidos até à data, nas parcelas de Tradescancia fluminensis intervencionadas, observa-se um acréscimo na diversidade de espécies autóctones e ainda a germinação de um banco de sementes significativo de Phillyrea latifolia, principalmente na parcela FRT1 junto às portas de Coimbra, onde não se realizou qualquer cobertura depois do arranque manual. De um modo geral, observa-se ainda que após o arranque manual de Tradescantia fluminensis, ocorre a regeneração natural de diversas espécies específicas dos Habitats naturais presentes, sendo que passado cerca de um ano, a progressão desta invasora para o interior dos quadrados “limpos” não ocorre com grande expressão/velocidade, principalmente nas zonas onde esta se distribui de forma mista e esparsa. 2

Relativamente às espécies invasoras arbóreas monitorizadas nos quadrados de 100m , realizou-se até agora uma primeira intervenção florestal (baseada no descasque e arranque manual), pelo que a partir de uma primeira fase de inventário pósBright, é possível observar até à data a evolução do estado vegetativo das invasoras intervencionadas e ainda, através da análise estatística, avaliar a eficácia das intervenções florestais sobre as % de cobertura das comunidades vegetais. Em suma, de acordo com os dados recolhidos até à data e o tratamento estatístico aplicado, verifica-se nesta fase, uma interferência “positiva” das intervenções florestais sobre as comunidades vegetais em monitorização, mais concretamente ao nível da redução da % de cobertura das espécies invasoras já em declínio vegetativo. No entanto, dados mais conclusivos acerca da eficácia das ações deste projeto na conservação das comunidades florísticas nativas só serão possíveis através de dados adicionais de monitorização e de uma análise temporal mais alargada.

Exemplares de Acacia melanoxylon intervencionados pelo método do descasque do tronco (zona da Cruz Alta Floresta Relíquia).

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3.2.2.1. Metodologia de Monitorização Monitorização e manutenção dos quadrados de amostragem fixa 2

Perfazendo um total de 23 quadrados de 100m (para a monitorização das invasoras em comunidade 2 florestal) e 33 quadrados de 1m (para a monitorização da invasora Tradescantia fluminensis), 2 2 encontram-se em monitorização 2.133 m na Floresta Relíquia e 200m no Pinhal do Marquês. Os 2 quadrados relativos ao Pinhal do Marquês, nomeadamente dois quadrados de 100m , foram instalados em áreas invadidas com Acacia dealbata e Acacia longifolia. Com base nas instalações dos quadrados de amostragem fixa, descritas no relatório anterior, ao longo do ano transato procedeu-se à manutenção de alguns deles, nomeadamente através da substituição de algumas estacas e recolocação de fio. 2

É de referir que relativamente aos quadrados de 100m , marcados com estacas e fio, houve a necessidade de remarcar o quadrado PM1, tarefa que se realizou facilmente com recurso às coordenadas previamente registadas em GPS e também às marcas deixadas no terreno pelos funcionários da FMB que tinham procedido previamente a intervenções florestais no interior deste quadrado. Ao longo dos trabalhos de monitorização realizados no interior de cada quadrado, procedeuse também à remarcação com spray de cor azul de todos os indivíduos arbóreos. 2

Relativamente aos quadrados de monitorização de 1m , realizou-se a manutenção de algumas estacas previamente introduzidas. Contudo, das 11 parcelas com 3 réplicas cada (que no total perfazem os 2 33m ) houve a registar durante a primavera/2014 intervenções florestais realizadas por funcionários da FMB na mancha III (identificada no Anexo V) que inviabilizaram a parcela FRT3, uma vez que por lapso foram removidas espécies no interior dos 3 quadrados. Neste sentido, não foi possível realizar o inventário da primavera/2014 para esta parcela, no entanto a partir do verão/2014 procedeu-se a novos registos de monitorização. Durante os trabalhos de monitorização realizados no interior de todos os quadrados, foram detetadas novas árvores e/ou ramos que caíram depois da passagem do ciclone Gong (ocorrido a 19 de janeiro de 2013), no entanto não houve a assinalar danos que inviabilizassem as tarefas normais de monitorização no interior dos mesmos, apenas se denotou um relevante aumento do tempo necessário para chegar aos locais e realizar as tarefas atempadamente.

a)

2

b)

Fig. 29. a) Quadrado de monitorização de 1m para a invasora Tradescantia fluminensis. b) Quadrado de 2 100m para monitorização das invasoras em comunidade florestal, instalado com 4 estacas de madeira e fio de demarcação.

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Localização em cartografia digital dos quadrados de amostragem fixa Em paralelo com a marcação/instalação das áreas fixas de amostragem, referidas no relatório anterior, foram efetuados levantamentos de campo que permitiram realizar a georreferenciação e editar as cartas digitais correspondentes através do software ArcGis 10 (©ESRI). Durante a edição das cartas correspondentes, os quadrados de amostragem foram organizados em dois mapas distintos. O primeiro mapa (Figura 30) é relativo à localização e identificação dos três quadrados de controlo referentes aos três habitats naturais presentes na FR (FRAde, FRCar e FRLou) e onde não são realizadas quaisquer tipos de intervenções florestais. Quadrados de controlo: 2

FRAde – quadrados de 100m em comunidade florestal no Habitat Adernal; 2

FRCar – quadrado de 100m em comunidade florestal no Habitat Carvalhal; 2

FRLou – quadrado de 100m em comunidade florestal no Habitat Louriçal.

Fig. 30. Localização e identificação dos quadrados de monitorização de controlo: FRAde, FRCar e FRLou.

O segundo mapa (Figura 31) contém a distribuição de todos os quadrados de monitorização no interior da FR (FRT1-FRT11 para Tradescantia fluminensis; FR1-FR18 para invasoras em comunidades florestais) e no Pinhal do Marquês (PM1-PM2 para invasoras em comunidades florestais), pela seguinte organização:

Pinhal do Marquês BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 73


Quadrado de monitorização em comunidade florestal - invasora Acacia dealbata - PM1 Quadrado de monitorização em comunidade florestal - Invasora Acacia longifolia - PM2 Floresta Relíquia Quadrados de monitorização da invasora Tradescantia fluminensis - FRT1 a FRT11 Quadrados de monitorização em comunidade florestal - invasora Pittosporum undulatum - FR1, FR2, FR8 Quadrados de monitorização em comunidade florestal - invasora Acacia melanoxylon - FR3, FR4, FR7, FR9, FR10, FR17, FR18 Quadrados de monitorização em comunidade florestal - invasora Acacia dealbata - FR5, FR16 Quadrados de monitorização em comunidade florestal - invasora Prunus laurocerasus - FR6, FR11, FR13, FR14 Quadrado de monitorização em comunidade florestal - invasora Robinia pseudoacacia - FR12 Quadrado de monitorização em comunidade florestal - invasora Ailanthus altissima - FR15

Fig. 31. Localização e identificação dos quadrados de monitorização de Tradescantia fluminensis (FRT1 a FRT11) e das diversas invasoras em comunidade florestal (PM1 a PM2; FR1 a FR18).

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Dossier de Campo e grelhas de registo das intervenções florestais De acordo com o referido no relatório anterior, ao longo do período transato, os funcionários da FMB procederam ao preenchimento dos anexos do Dossier de Campo à medida que foram realizando as intervenções florestais (de descasque e arranque) no interior dos quadrados de monitorização das 2 invasoras em comunidade florestal (100m ). 2

Com início em novembro de 2013, os trabalhos no interior dos 20 quadrados de 100m (instalados no Pinhal do Marquês e na Floresta Relíquia) terminaram em janeiro de 2014 e possibilitaram, numa primeira fase, a realização de uma sistematização de dados (Tabela 35) relativos à resposta que as várias invasoras apresentaram face às intervenções realizadas. Numa fase posterior, as intervenções florestais tiveram continuidade nas manchas envolventes (assinaladas na situação de referência) aos quadrados de monitorização. 2

Relativamente à Tradescantia fluminensis, no interior dos 33 quadrados de 1m , a equipa da UA procedeu às intervenções (arranque manual dos indivíduos) durante o verão/2013, sendo que as intervenções florestais levadas a cabo pelos funcionários da FMB nas manchas envolventes tiveram início nas manchas das Portas de Coimbra na primavera/2014. Para registar a data e o tipo de intervenção realizada nas manchas de invasoras identificadas na situação de referência, foram elaboradas grelhas de registo de preenchimento simples para os funcionários da FMB preencherem de acordo com os trabalhos realizados (Anexo IV). A acompanhar estas grelhas, foram ainda elaboradas duas cartas digitais no software ArcGis 10 (©ESRI), nomeadamente o Mapa 1 com a numeração das manchas de espécies invasoras (Anexo V) e o Mapa 2 com a numeração das espécies invasoras isoladas (Anexo VI).

Remoção de Tradescantia fluminensis nas manchas identificadas pela situação de referência Durante o período transato tiveram início as intervenções no interior das manchas de Tradescantia fluminensis identificadas na situação de referência. Estas intervenções não ocorreram no interior dos 33 quadrados de monitorização instalados (à exceção da parcela FRT3 que por lapso sofreu intervenções), uma vez que durante o verão/2013 foi realizado pela equipa da UA o arranque manual desta invasora no interior dos mesmos. Esta intervenção, realizada no interior dos quadrados de monitorização (antes de qualquer intervenção dos técnicos florestais da FMB), teve como objetivo permitir analisar a resposta desta invasora ao arranque manual e, por outro lado, avançar com a análise e tratamento estatístico nas comunidades herbáceas com Tradescantia fluminensis

a)

b)

Fig. 32. a) Mancha intervencionada de Tradescantia fluminensis que envolve a parcela FRT3 (Portas de 2 Coimbra). b) Marcação de um quadrado de amostragem fixa (1m ) e aspeto geral após remoção manual de Tradescantia fluminensis.

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Intervenções florestais nas manchas das invasoras em comunidade florestal, identificadas pela situação de referência 2

Após o descasque e arranque de invasoras no interior dos 20 quadrados (de 100m ) de monitorização, a partir de janeiro de 2014 tiveram início as intervenções florestais nas manchas de invasoras sinalizadas na situação de referência. Tendo as espécies alvo portes sobretudo arbóreos e arbustivos, as intervenções florestais consistiram no descasque do tronco dos exemplares de média/grande dimensão e arranque (por vezes com corte combinado) dos indivíduos de menor dimensão. O preenchimento das grelhas relativas às datas e tipo de intervenções realizadas torna-se importante para a monitorização dos quadrados que existem dispersos no interior destas manchas, uma vez que se considera a hipótese das intervenções florestais realizadas nas “imediações” de cada quadrado, poderem afetar a evolução das comunidades vegetais no seu interior. Se por um lado o banco de sementes pode vir a sofrer alterações, também as clareiras deixadas pela morte de alguns indivíduos, pode afetar grandemente as associações florísticas presentes.

a)

b)

Fig. 33. a) Descasque de Pittosporum undulatum em mancha identificada na situação de referência, que envolve as parcelas FR1 e FR2 (zona de Caifás). b) Descasque de Acacia melanoxylon em mancha identificada na situação de referência, que envolve as parcelas FR17 e FR18 (zona da Cruz Alta).

Levantamentos de cobertura nos quadrados de monitorização Para a avaliação da evolução das comunidades florestais no interior dos quadrados de monitorização, deu-se continuidade aos levantamentos de % de coberturas da vegetação presente no interior dos quadrados de amostragem. No âmbito da metodologia pré-estabelecida, descrita no relatório anterior, foram realizados os levantamentos de % cobertura antes de qualquer intervenção (situação préBright - pré-intervenção e situação pósBright – pós-intervenção) em todos os quadrados de monitorização de Tradescantia fluminensis e das invasoras em comunidade florestal. Nas parcelas de Tradescantia fluminensis foi aplicado o método de inventário sazonal baseado na leitura 2 de % de cobertura em 3 réplicas de 1m por parcela. Neste contexto, para as parcelas FRT4 a FRT11, foram efetuados levantamentos de % cobertura pósBright durante um ano, após a remoção realizada no interior dos quadrados pela equipa da UA no verão de 2013. Quanto às parcelas FRT1 e FRT2 de Tradescantia fluminensis já intervencionadas junto às Portas de Coimbra pelos funcionários da FMB, ainda antes dos trabalhos de monitorização terem início, deu-se continuidade aos levantamentos de % de cobertura em situação pós-Bright (sem situação de referência prévia).

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2

Para os quadrados de 100m , onde são monitorizadas as invasoras em comunidades florestais (FRAdeFRCar-FRLou, PM1-PM2, FR1-FR18), foi realizada uma segunda fase de levantamentos de % de cobertura, após terem lugar as intervenções florestais no interior dos mesmos. Nestes casos, o inventário foi realizado em situação pósBright durante a primavera/2014, permitindo obter dados anuais para comparação com o inventário préBright. Tal como descrito no relatório anterior, a metodologia de levantamento de % de cobertura das comunidades vegetais manteve-se, nomeadamente com a leitura por três estratos de vegetação: 1árvores, 2-arbustus, 3-herbáceas; e medição dos DAP´s (Diâmetro à Altura do Peito) de todos os exemplares arbóreos previamente numerados com spray azul. Relativamente à medição dos DAP´s, verificou-se que não existiam quaisquer diferenças comparativamente com os dados do ano anterior, pelo que não são apresentados no presente relatório novas medições de DAP´s para as várias espécies, sendo que esta é uma medição que pressupõem, para as diferentes espécies, intervalos mínimos de 2 anos para detetar a existência de crescimentos mensuráveis. Durante os trabalhos de monitorização efetuados no interior dos 20 quadrados com invasoras em comunidade florestal, foi também realizado um levantamento qualitativo acerca do estado vegetativo dos indivíduos arbóreos invasores intervencionados com descasque do tronco (Tabela 35).

a)

b)

2

Fig. 34. a) Aspeto geral de um quadrado de monitorização de 1m para Tradescantia fluminensis (Portas de Coimbra) em situação de pós-intervenção. b) Plântulas de Phillyrea latifolia presentes no interior de um quadrado, sensivelmente 2 anos após a remoção manual de Tradescantia fluminensis sem recurso a cobertura com folhagem (parcela FRT1 nas portas de Coimbra).

a)

b)

c)

Fig. 35. a) Exemplar partido pelo tronco de Acacia melanoxylon, após descasque do tronco (quadrado FR3). b) Aspeto seco da copa de um exemplar de Acacia melanoxylon previamente descascado (quadrado FR18). c) Conjunto de indivíduos de Acacia melanoxylon tombados em quadrado previamente intervencionado com descasque (quadrado FR18).

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Dados de monitorização de Prunus laurocerasus 2

Nos quadrados de 100m de Prunus laurocerasus com diversos exemplares de média e grande dimensão, registou-se durante os trabalhos de monitorização uma resposta das plantas que parece refletir uma certa resistência da espécie ao descasque. Nos indivíduos descascados existentes nos quadrados FR13 e FR14, observou-se a existência de diversos rebentos novos tanto na zona do tronco descascada como nos ramos aéreos. Se por um lado esta resposta vegetativa parece evidenciar uma tentativa da espécie reagir ao stress causado pelo descasque, por outro lado estes resultados demostram que esta técnica não é eficaz para esta espécie, havendo necessidade de testar outros métodos de controlo. Neste sentido, dada a singularidade desta ocorrência (não manifestada pelas outras espécies invasoras em monitorização), esta é uma situação que está a ser acompanhada por forma a validar conclusões acerca da resistência desta espécie ao descasque. (Fotos nos Anexos.)

a)

b)

Fig. 36. a) Rebentos novos (ao nível da raiz) em tronco descascado de Prunus laurocerasus. b) Rebentos novos em ramos aéreos de um indivíduo descascado de Prunus laurocerasus.

3.2.2.2. Análise e Tratamento de Dados Tratamento Estatístico de Dados em IBM SPSS Statistics 20 Para avaliar a eficácia das intervenções florestais nas manchas de invasoras existentes no Pinhal do Marquês e na Floresta Relíquia, foi realizada uma base de dados relativa à evolução das % de cobertura observadas ao longo do tempo nos diversos quadrados de monitorização. Posteriormente procedeu-se à organização e transferência dos dados para o Software ©IBM SPSS Statistics 20. Para a análise estatística, recorreu-se aos dados de estatística descritiva, à análise das caixas de bigodes e à aplicação de vários testes estatísticos, consoante a natureza e distribuição dos dados (variáveis independentes e/ou repetidas, testes paramétricos e testes não paramétricos). Com o objetivo de realizar uma análise evolutiva relativamente à evolução das comunidades florísticas presentes no interior dos quadrados de monitorização, os dados recolhidos ao nível das % de cobertura das espécies foram submetidos a uma análise comparativa, nomeadamente ao longo do tempo, tendo (na maioria dos quadrados de amostragem) como base comparativa, a situação de referência antes de qualquer tipo de intervenção e depois da remoção e/ou descasque dos indivíduos invasores. Assim, para cada quadrado de amostragem fixa, as % de cobertura foram analisadas ao longo do tempo, no sentido de avaliar se existem diferenças significativas antes, depois e ao longo do tempo. Para os diversos BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 78


cálculos estatísticos, a hipótese nula (H0) é a de que não existem diferenças significativas nas médias ou medianas da % de cobertura das comunidades florísticas presentes. A hipótese alternativa (H1) é a de que existem diferenças significativas na % de cobertura pelo menos num dos grupos analisados (antes; depois; 6 meses; 1 ano; 1,5 ano; 2 anos) No tratamento estatístico, os dados de referência pré-BRIGHT (antes das intervenções florestais) foram classificadas como sendo o grupo “antes”, enquanto os dados pós-BRIGHT foram classificados em diversos grupos temporais como “depois”, “6 meses”, “1 ano”, “1,5 ano” e “2 anos”. Neste contexto, e de acordo com a natureza dos dados em análise, foram utilizados testes estatísticos para análise comparativa das populações florísticas com recurso à aplicação de pressupostos de comparações múltiplas - ANOVA; teste estatístico não paramétrico de K amostras repetidas – Friedman; testes estatísticos para comparação de médias/medianas de duas amostras emparelhadas, teste paramétrico T-student e testes não paramétricos Wilcoxon e Sinais; e ainda o teste estatístico não paramétrico para comparação de medianas de duas amostras independentes - U de Mann-Whitney.

Parcelas da invasora Tradescantia fluminensis (FRT1 a FRT11) FRT1 a FRT3 Relativamente à monitorização da invasora Tradescantia fluminensis nas 11 parcelas de monitorização, 2 com três réplicas de quadrados de 1m cada parcela, foi realizada uma segunda fase de inventários, ao longo do ano transato. Neste sentido, os levantamentos das % de cobertura foram organizados de 2 formas distintas tendo em conta a tipologia dos dados. Assim, para as parcelas FRT1 e FRT2, intervencionadas em maio de 2012, antes dos trabalhos de monitorização terem início, os dados foram organizados temporalmente (através das médias de % cobertura das 3 réplicas) em situação de pósintervenção, nomeadamente: passados “6 meses”,” 1 ano”, “1,5 ano” e “2 anos”. Uma vez que não existia a situação de referência para estes quadrados, no relatório anterior considerou-se FRT3 a parcela controlo (ou referência) para FRT1 e FRT2, por se tratar de uma parcela contígua com as mesmas características. No entanto, ao longo do presente ano, os 3 quadrados de FRT3 acabaram por ser inviabilizados durante uma intervenção levada a cabo por funcionários da FMB que removeram as espécies de toda a parcela, inclusive as que estavam a ser monitorizadas no interior das 3 réplicas, sendo que esta parcela continua a ser monitorizada, apenas para avaliação da sua evolução. Neste sentido, a monitorização de FRT1 e FRT2 continua a fazer-se, mas sem dados pré-intervenção para comparar. Para comparar os dados das % de cobertura ao longo do tempo e perceber se há diferenças significativas nas populações após as intervenções florestais, foi aplicado o teste estatístico da ANOVA de um fator de amostras (ou medidas) repetidas para 4 condições: fator A - Tempo (variável repetida) condições: 1 – 6 meses 2 – 1 ano 3 – 1,5 ano 4 – 2 anos Partindo da questão: será que há diferenças significativas na % de cobertura da população ao longo do tempo (6 meses, 1 ano, 1,5 ano e 2 anos)? Consideraram-se as hipóteses nula (H0) e alternativa (H1): H0: não há diferenças significativas ao longo do tempo. H1: há diferenças significativas em pelo menos um dos períodos temporais. Para todas as parcelas analisadas, verificou-se que os requisitos da ANOVA não eram totalmente cumpridos, nomeadamente a normalidade dos resíduos. Neste sentido, foi aplicado o teste não paramétrico de Friedman de 4 amostras repetidas para comparação de medianas de 4 amostras emparelhadas (6 meses, 1 ano, 1,5 ano e 2 anos).

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FRT4 a FRT11 Quanto às parcelas de FRT4 a FRT11, foram realizados todos os levantamentos da situação de referência (pré-intervenção), no relatório anterior, e durante o ano transato efetuados diversos levantamentos sazonais que permitiram organizar os dados da seguinte forma: “antes” (pré-intervenção) e (pós-intervenção) – “depois”, “6 meses”, “9 meses”, “1 ano”. Neste sentido, os dados foram tratados para cada parcela individualmente através das médias de % 2 cobertura das 3 réplicas (33 quadrados de 1m no total), considerando a comparação de 4 populações temporais: a população florística pré-Bright definida no SPSS por grupo “antes” e as população florísticas pós-Bright definida como grupo “depois”, “6 meses”, “9 meses” e “1 ano”. Para comparar os dados das % de cobertura ao longo do tempo e perceber se há diferenças significativas nas populações antes e após as intervenções florestais, foi aplicado o teste estatístico da ANOVA de um fator de amostras (ou medidas) repetidas com 5 condições: fator A - Tempo (variável repetida) condições: 1 - antes 2 – depois 3 – 6 meses 4 – 9 meses 5 – 1 ano Partindo da questão: será que há diferenças significativas na % de cobertura da população ao longo do tempo (antes, depois, 6 meses e 1 ano)? Consideraram-se as hipóteses, nula (H0) e alternativa (H1): H0: não há diferenças significativas ao longo do tempo. H1: há diferenças significativas em pelo menos um dos períodos temporais. Contudo, para todas as parcelas analisadas verificou-se que os requisitos da ANOVA não eram totalmente cumpridos, nomeadamente a normalidade dos resíduos. Neste sentido, foi aplicado o teste não paramétrico de Friedman de 5 amostras repetidas para comparação de medianas de 5 amostras emparelhadas (antes, depois, 6 meses, 9 meses e 1 ano). Parcelas de invasoras das comunidades florestais (PM1-PM2, FRAde-FRCar-FRLou e FR1- FR18) 2

Em relação às invasoras em comunidades florestais, monitorizadas nos quadrados de 100m , e após uma primeira fase de intervenções florestais realizadas no interior dos quadrados, foi realizada uma segunda fase de inventário onde se realizaram os levantamentos das % de cobertura em situação de pós-intervenção “depois”. Neste sentido, os dados foram tratados para cada quadrado individualmente (23 quadrados no total), considerando a comparação de duas populações temporais: a população florística pré-Bright definida no SPSS por grupo “antes” e a população florística pós-Bright definida como grupo “depois”. Para comparar os dados das % de cobertura ao longo do tempo e perceber se há diferenças significativas na população após as intervenções florestais, foi aplicado o teste estatístico da ANOVA de dois fatores mistos, a saber: fator A - Tempo (variável repetida) condições: 1 - antes 2 - depois fator B – Tipo de estrato (variável independente) condições: 1 - árvores 2- arbustos 3 - herbáceas BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 80


Partindo da questão de base: Será que há diferenças significativas na % de cobertura da população ao longo do tempo (antes e depois) consoante os três estratos de vegetação (1-árvores, 2-arbustos, 3herbáceas)? Consideraram-se as hipóteses nula (H0) e alternativa (H1): H0: não há diferenças significativas ao longo do tempo consoante os estratos de vegetação. H1: há diferenças significativas pelo menos num dos grupos de variáveis. Para a maioria dos quadrados, foi também realizado um segundo teste da ANOVA apenas com dois estratos (1-arbóreas e 2 – arbustivas) com o objetivo de cumprir na totalidade os pressupostos da ANOVA e deste modo validar a análise estatística. Nos casos em que os requisitos da ANOVA não estão cumpridos (esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos), foi aplicado o teste para comparação de medianas de duas amostras emparelhadas (antes e depois), nomeadamente os testes não paramétricos Wilcoxon e Sinais. Nos casos em que não estando cumpridos os requisitos da ANOVA, se verificou a existência de distribuição normal, foi aplicado o teste paramétrico de t-student. Para estes casos, HO é: não há diferenças significativas na % de cobertura ao longo do tempo e H1 é: há diferenças significativas na % de cobertura ao longo do tempo. No entanto e por forma a validar os resultados estatísticos, foram realizados para todos os quadrados dois tipos de testes: comparação de medianas de duas amostras emparelhadas (apenas para comparar o “antes” e o “depois”) e ANOVA de dois fatores mistos.

3.2.2.3. Resultados da monitorização 2

Tabela 35. Síntese dos dados relativos às intervenções florestais nos quadrados de 100m das comunidades florestais. Parcela de amostragem

Invasora dominante

Data de intervenção

Tratamento aplicado

Ultima Monitorização

PM1

Acacia dealbata

6-11-2013

Descasque do tronco dos ind. de médio/grande porte. Arranque dos ind. de pequeno porte (<1,5m).

24-03-2014

A. dealbata em bom estado vegetativo, havendo alguns ind. com folhagem a secar.

PM2

Acacia longifolia

7-11-2013

Descasque do tronco dos ind. de grande/médio porte.

17-03-2014

Exemplares de A. longifolia já em aparente estado decrépito (ao contrário dos ind. de A. melanoxylon).

Arranque dos ind. de pequeno porte plântulas.

Situação das invasoras

FR1

Pittosporum undulatum

12-11-2013

Descasque do caule dos ind. de grande/médio porte.

11-03-2014

Há dois exemplares de P. undulatum com a folhagem a começar a secar.

FR2

Pittosporum undulatum

11-11-2013

Descasque dos ind, de grande/médio porte.

11-03-2014

Há um exemplar de P. undulatum já a secar.

17-03-2014

Alguns exemplares de A. melanoxylon já em

Arranque dos ind. de pequeno porte. FR3

Acacia melanoxylo

07-11-2013

Descasque dos ind. de grande/médio porte.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 81


n

FR4

Acacia melanoxylo n

Arranque dos ind. de pequeno porte. 20-12-2013 30-12-2013

Descasque do tronco dos ind. de grande/médio porte.

aparente estado decrépito.

21-04-2014

A maioria das A. melanoxylon estão em bom estado vegetativo, havendo algumas já a secar.

24-03-2014

Alguns exemplares de A. dealbata a começar a secar.

Arranque dos ind. de pequeno porte. FR5

Acacia dealbata

13-11-2013

Descasque dos ind. de grande/médio porte. Arranque dos ind. de pequeno porte.

FR6

Prunus laurocerasus

14-11-2013

Descasque dos ind. de médio porte combinado com corte. Arranque dos ind. de pequeno/médio porte menos enraizados.

04-04-2014

A maioria dos exemplares foi arrancada. Dos restantes, não há ind. a secar.

FR7

Acacia melanoxylo n

12-12-2013

Descasque dos ind. de médio/grande porte.

20-04-2014

Alguns exemplares de A. melanoxylon já a secar.

Pittosporum undulatum

19-12-2013

21-04-2014

P. undulatum e A. melanoxylon ainda em bom estado vegetativo.

20-04-2014

Alguns exemplares de A. melanoxylon já a secar.

20-04-2014

Os exemplares de A. melanoxylon estão ainda em bom estado vegetativo.

26-05-2014

A maioria dos exemplares foram arrancados. Dos restantes, não há ind. a secar.

26-05-2014

Exemplares de Robinia pseudoacacia em bom estado vegetativo.

26-05-2014

Os exemplares de P. laurocerasus estão em bom estado vegetativo.

26-05-2014

Os exemplares de P. laurocerasus estão em bom estado vegetativo.

FR8

Arranque dos ind. de pequeno porte. Descasque dos ind. de médio/grande porte. Arranque dos ind. de pequeno porte.

FR9

FR10

FR11

Acacia melanoxylo n

03-12-2013

Acacia melanoxylo n

12-12-2013

Prunus laurocerasus

10-01-2014

Descasque dos ind. de médio/grande porte. Arranque dos ind. de pequeno porte.

18-12-2013

Descasque dos ind. de médio/grande porte. Arranque dos ind. de pequeno porte. Descasque dos ind. de médio/grande porte, combinado com corte. Arranque dos ind. de pequeno porte.

FR12

FR13

Robinia pseudoaca cia

09-01-2014

Prunus laurocerasus

2-12-2013

Descasque dos ind. de médio/grande porte. Arranque dos ind. de pequeno porte. Descasque dos ind. de médio/grande porte, combinado com corte. Arranque dos ind. de pequeno porte.

FR14

Prunus laurocerasus

2-12-2013

Descasque dos ind. de grande porte. Arranque dos ind. de

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 82


pequeno/médio porte.

FR15

Ailanthus altissima

15-01-2013

Arranque de todos os indivíduos.

16-06-2014

Pequenos exemplares de Ailanthus altissima Que já voltaram a germinar após intervenção.

FR16

Acacia dealbata

14-01-2014

Descasque dos ind. de médio/grande porte.

16-06-2014

Os exemplares de A. dealbata ainda estão em bom estado vegetativo.

16-06-2014

Os exemplares de A. melanoxylon estão já com a folhagem amarelada.

16-06-2014

Há exemplares de A. melanoxylon com a folhagem amarelada, outras já a secar e uma completamente seca.

Arranque dos indivíduos de pequeno porte. FR17

FR18

Acacia melanoxylon

Acacia melanoxylon

10-01-2014 13-01-2013

08-01-2014 10-01-2014 14-01-2014

Descasque dos ind. de médio/grande porte. Arranque dos ind. de pequeno porte. Descasque dos ind. de médio/grande porte. Arranque dos ind. de pequeno porte.

Com base na Tabela 35, observam-se até à data algumas respostas das várias espécies invasoras às intervenções florestais realizadas. Relativamente às espécies do género Acacia, verifica-se que Acacia dealbata demora mais tempo a evidenciar declínio vegetativo após descasque do tronco. Pelo contrário, Acacia melanoxylon e Acacia longifolia parecem sucumbir a esta intervenção em pouco tempo, nomeadamente em aproximadamente 4/5 meses após descasque. De acordo com os dados da Tabela 35, a invasora Robinia pseudoacacia, não demostra sinais de declínio vegetativo passados 5 meses, no entanto observações posteriores, de julho/2014, permitiram verificar sinais de declínio (passados 7 meses após descasque). Para Pittosporum undulatum, as intervenções florestais realizadas parecem ter sucesso no declínio vegetativo dos indivíduos, aproximadamente 5 meses após descasque. Na lista das invasoras monitorizadas que parecem evidenciar maiores dificuldades de controlo, nomeadamente os indivíduos de média/grande dimensão, estão Prunus laurocerasus, que até à data evidencia bom estado vegetativo após as ações de descasque, e Ailanthus altíssima, que após arranque manual de todos os indivíduos presentes no quadrado FR15, apresenta (após 5 meses) diversos exemplares de pequena dimensão a germinar novamente.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 83


3.2.2.3.1. Monitorização de Tradescantia fluminensis DADOS DE INVENTÁRIO FRT1 - Tradescantia fluminensis intervencionada por FMB (s/ cobertura) - Portas de Coimbra

Data intervenção: maio/2012

Média da % cobertura (de 0 a 1)

Espécies

6meses

1ano

1,5ano

2anos

Tradescantia fluminensis

0,0073

0,0133

0,0833

0,1167

Ruscus aculeatus

0,0050

0,0100

0,0217

0,0100

Panicum repens

0,0033

0,0200

0,1867

0,3267

Plântulas

0,0600

Phillyrea latifolia

0,0013

0,0017

0,0043

Geranium purpureum

0,0800

0,0150

Mercurialis annua

0,1467

0,1500

Tamus communis

0,2167

Urtica dioica

0,1667

Oxalis corniculata

0,0008

Polygonatum odoratum

0,0833

Arisarum vulgare

0,0017

0,0167

Stellaria media

0,0033

0,0033

Gramínea (cf)

0,0167

0,2833

0,0027 0,0833

0,0667

0,2670

0,0667 0,0017

Oxalis pes-caprae

0,0033

0,0007

Geranium molle

0,0067

0,0007

Lamium maculatum

0,0033

Geranium robertianum

0,0007

Acacia sp. Total de cobertura

0,0757

0,7605

0,8417

0,8810

FRT2 - Tradescantia fluminensis intervencionada por FMB (c/ cobertura) - Portas de Coimbra

Data intervenção: maio/2012

Média da % cobertura (de 0 a 1)

Espécies

6meses

1ano

1,5ano

2anos

Tradescantia fluminensis

0,0042

0,0150

0,0133

0,0133

Ruscus aculeatus

0,0533

0,0958

0,0817

0,0983

Panicum repens

0,0033

0,0370

0,1700

0,2183

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 84


Plântulas

0,0013

Phillyrea latifolia

0,0082

0,0100

Geranium purpureum

0,1167

0,0833

Geranium robertianum

0,0242

Mercurialis annua

0,1083

Tamus communis

0,0333

Urtica dubia

0,0583

Smilax aspera

0,0003

Stellaria media

0,0100

Stachys arvensis (cf)

0,0050

0,0027

0,0467 0,1167

0,0183 0,0433

0,0767

0,3500

0,0013

Geranium molle

0,0083

Lamium maculatum

0,0033

Genista sp.

0,0017

0,0100

0,0003

Acacia melanoxylon

0,0003

Trifolium sp.

0,0003

Total de cobertura

0,0622

0,5122

0,5650

0,8033

FRT3 - Tradescantia fluminensis intervencionada pela UA (controlo) - Portas de Coimbra

Data intervenção: 18-06-2013

Média da % cobertura (de 0 a 1)

Espécies

antes

Tradescantia fluminensis

0,9233

Rubus ulmifolius

0,0333

Laurus nobilis

depois

6meses

1ano

0,0500

0,0117

0,0333

0,0833

0,0667

0,0067

0,0067

0,0167

0,0133

Panicum repens

0,0167

0,0133

0,2367

0,3207

Euphorbia characias

0,0167

0,0167

0,0833

Tamus communis

0,0017

Phillyrea latifolia

0,0003

0,0017

Oxalis pes-caprae

0,0300

0,0037

Geranium robertianum

0,0367

0,0177

Geranium molle

0,0117

Stellaria media

0,0183

0,0133

Urtica dioica

0,0117

0,0140

Arisarum vulgare

0,0167

Lamium maculatum

0,0033

Euphorbia sp.

0,0023

Sonchus sp.

0,0023

Geranium purpureum

0,0007

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 85


Acacia sp.

0,0003

Mercurialis annua

0,0017

Total de cobertura

0,9967

0,0720

0,5983

0,4700

FRT4 - Tradescantia fluminensis - Gruta de S. Pedro

Data intervenção: 02-08-2013

Média da % cobertura (de 0 a 1)

Espécies

antes

Tradescantia fluminensis

0,9800

Rubus ulmifolius

0,0033

Polypodium cambricum

0,0167

depois

6 meses

9meses

1ano

0,0083

0,0100

0,0150

0,0033

0,0050

0,0067

0,0067

0,0167

0,0133

0,0833

0,0233

Arisarum vulgare

0,0133

0,0050

Umbelicus rupestris

0,0200

0,0245

0,0033

0,0333

0,0500

Digitalis purpurea Total de cobertura

1,0000

0,0200

0,0599

0,1628

0,0983

FRT5 - Tradescantia fluminensis em mancha descontínua esparsa - Cruz Alta

Data intervenção: 24-07-2013

Média da % cobertura (de 0 a 1)

Espécies

antes

Tradescantia fluminensis

0,1600

Ruscus aculeatus

0,1500

Polypodium cambricum

depois

6meses

9meses

1ano

0,0015

0,0025

0,0027

0,2350

0,2350

0,2367

0,2533

0,0333

0,0133

0,0167

0,0200

Hedera hibernica

0,0200

0,0783

0,0500

0,0283

0,0250

Tamus communis

0,0050

0,1767

0,0067

0,0383

0,0100

Laurus nobilis

0,0067

0,0133

Asplenium onopteris

0,0067

0,0533

0,0233

0,0333

0,0333

Umbelicus rupestris

0,0140

0,0067

0,0170

0,0050

0,0033

Geranium purpureum

0,0007

0,0023

0,0050

Smilax aspera

0,0233

0,0100

0,0050

0,0167

Physospermum cornubiense

0,0500

0,0017

0,0100

0,0117

Viburnum tinus

0,0003

Polygonatum odoratum

0,0050

0,0017

0,0233

Geranium sp.

0,0003

0,0017

Panicum repens

0,0017

0,0003

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 86


Phillyrea latifolia

0,0003

Total de cobertura

0,3963

0,6553

0,3655

0,4098

0,3583

FRT6 - Tradescantia fluminensis em mancha descontínua esparsa - Cruz Alta

Data intervenção: 24-07-2013

Média da % cobertura (de 0 a 1)

Espécies

antes

Tradescantia fluminensis

0,3000

Ruscus aculeatus

0,0583

Polypodium cambricum

0,3333

Umbelicus rupestris

0,0033

Geranium purpureum

0,0033

Laurus nobilis

0,0067

depois

6meses

9meses

1ano

0,0033

0,0067

0,0150

0,1183

0,0950

0,0983

0,0667

0,0300

0,1833

0,0833

0,0533

0,0008 0,0133 0,0133

0,0133

0,0133

0,0133

Teucrium scorodonia

0,0167

0,0033

0,0007

0,0033

Polygonatum odoratum

0,0650

0,3000

0,0283

Cynosurus echinatus

0,0067

Smilax aspera

0,0133

0,0100

0,0083

Physospermum cornubiense

0,0017

0,0100

0,0033

Sedum forsteranum

0,0017

0,0037

0,0067

0,0017

Phillyrea latifolia

0,0007

0,0003

Simethis mattiazzi

0,0167

0,0133

0,0083

Geranium sp.

0,0170

0,0083

Acacia melanoxylon

0,0003

0,0003

0,0047

Asphodelus ramosus

0,0167

0,0167

0,0167

0,0033

0,0003

Panicum repens

0,0017

Arisarum vulgare

0,0007

Scilla monophyllos

0,0007

Tamus communis

0,0070

0,0003

Gramínea (cf)

0,0017

Viola riviniana

0,0010

Total de cobertura

0,7050

0,2840

0,3538

0,5860

0,2180

FRT7 - Tradescantia fluminensis em mancha descontínua esparsa - Cruz Alta

Data intervenção: 19-07-2013 Espécies

Média da % cobertura (de 0 a 1) antes

depois

6meses

9meses

1ano

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 87


Tradescantia fluminensis

0,2867

0,0015

0,0042

0,0103

Ruscus aculeatus

0,0667

0,0833

0,0667

0,0833

0,0833

Polypodium cambricum

0,1167

0,1167

0,0667

0,0250

0,0167

Rubus ulmifolius

0,0133

0,0333

0,0017

0,0133

0,0167

Hedera hibernica

0,0033

0,0067

0,0007

0,0010

0,0033

Lonicera periclymenum

0,0133

0,0217

0,0100

0,0100

0,0100

Geranium purpureum

0,0017

Panicum repens

0,0033

0,0013

0,0050

0,0183

0,0033

Quercus robur

0,0017

0,0033

0,0008

0,0007

0,0033 0,0133

0,0100

Polygonatum odoratum

0,0033

0,0400

Viburnum tinus

0,0003

0,0003

Geranium robertianum

0,0075

Tamus communis

0,0007

0,0108

0,0137

Physospermum cornubiense

0,0033

Phillyrea latifolia

0,0003

0,0003

Smilax aspera

0,0100

0,0017

Arbutus unedo

0,0003

0,0003

Acacia melanoxylon

0,0003

Total de cobertura

0,5067

0,2699

0,1612

0,2310

0,1767

FRT8 - Tradescantia fluminensis em mancha descontínua mista - Cruz Alta

Data intervenção: 19-07-2013

Média da % cobertura (de 0 a 1)

Espécies

antes

Tradescantia fluminensis

0,7867

Ruscus aculeatus

0,0933

Phillyrea latifolia

depois

6meses

9meses

1ano

0,0142

0,0225

0,0900

0,1333

0,1167

0,1100

0,1267

0,0100

0,0167

0,0100

0,0100

Smilax aspera

0,0133

0,0400

0,0400

0,2000

Umbelicus rupestris

0,0033

0,0100

Arisum vulgare

0,0167

0,0133

0,0067

Geranium purpureum

0,0300

0,0217

Polypodium cambricum

0,0003

Tamus communis

0,0108

0,0050

Stellaria media

0,0100

0,0083

Digitalis purpurea

0,0100

0,0267

Simethis mattiazzi

0,0008

0,0200

0,0100

0,1333

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 88


Acacia melanoxylon

0,0013

0,0017

0,0077

Viburnum tinus

0,0003

Hypochaeris radicata

0,0133

0,0667

Cytisus striatus

0,0003

0,0050

Conyza canadensis

0,0083

Total de cobertura

0,9233

0,1900

0,2675

0,4265

0,4677

FRT9 - Tradescantia fluminensis em mancha contínua - Cruz Alta

Data intervenção: 19-07-2013

Média da % cobertura (de 0 a 1)

Espécies

antes

Tradescantia fluminensis

0,9367

Polypodium cambricum

0,0033

Geranium purpureum

depois

6meses

9meses

1ano

0,0333

0,0500

0,3933

0,4967

0,0003

0,0017 0,0007

Geranium sp.

0,1233

Tamus communis

0,0017

0,0183

Umbelicus rupestris

0,0017

0,0050

Panicum repens

0,0033

0,0033

Arisarum vulgare

0,0017

Hedera hibernica

0,0003

Stellaria media

0,0033

0,0017

Composta (cf)

0,0003

Phillyrea latifolia

0,0003

Physospermum cornubiense

0,0017

Sedum forsteranum

0,0003

Total de cobertura

0,9400

0,0023

0,1650

0,5770

0,3980

FRT10 - Tradescantia fluminensis em mancha contínua - Cruz Alta

Data intervenção: 17-07-2013

Média da % cobertura (de 0 a 1)

Espécies

antes

Tradescantia fluminensis

0,8167

Ruscus aculeatus

0,1000

depois

0,1000

6meses

9meses

1ano

0,0200

0,0233

0,0267

0,1000

0,1100

0,1500

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 89


Laurus nobilis

0,0067

0,0067

Tamus communis

0,0033

Rubus ulmifolius

0,0083

Phillyrea latifolia

0,0010

Viburnum tinus

0,0003

0,0133

0,0067

0,0167

0,0083

0,0033

0,0008

0,0010

0,0010

0,0007

0,0007

Geranium purpureum

0,0650

0,0200

Panicum repens

0,0500

0,0670

Geranium molle

0,2010

0,0033

Gallium aparine

0,0033

0,0050

Geranium robertianum

0,0133

0,0083

Geranium lucidum

0,0167

0,0233

Hedera hibernica

0,0003

Stellaria media

0,0050

Polygonatum odoratum

0,0100

Hypochaeris radicata

0,0050

Solanum sp.

0,0007

0,0053

Total de cobertura

0,9233

0,1130

0,2858

0,3106

0,3953

FRT11 - Tradescantia fluminensis em mancha descontínua mista - porta de entrada Cruz Alta

Data intervenção: 02-07-2013

Média da % cobertura (de 0 a 1)

Espécies

antes

Tradescantia fluminensis

0,6667

Ruscus aculeatus

0,1200

Polypodium cambricum

depois

6meses

9meses

1ano

0,0600

0,0667

0,0733

0,1000

0,1600

0,1667

0,1567

0,0833

0,0167

0,0500

0,0167

0,0100

Viburnum tinus

0,0067

0,0100

0,0133

0,0133

Smilax aspera

0,0133

0,0133

Tamus communis

0,0383

Hedera hibernica

0,0167 0,1133

0,0383

0,0008

0,0037

0,0010

Polygonatum odoratum

0,0067

0,0087

Phillyrea latifolia

0,0003

Acacia sp.

0,0333

0,0013

Laurus nobilis Total de cobertura

0,8900

0,1862

0,3180

0,0013

0,0017

0,0020

0,0007

0,3923

0,2983

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 90


TRATAMENTO ESTATÍSTICO em IBM SPSS Statistics 20 para Tradescantia fluminensis Parcelas sem situação de referência, FRT1 e FRT2

Tabela 36. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura ao longo do tempo (pósBright – 6 meses, 1 ano, 1,5 ano e 2 anos). 6 meses M

1 ano DP

M

1,5 ano DP

M

2 anos DP

M

DP

,0190201

,001200

,0228678

,0120782

,002000

,0220415

FRT1 - Tradescantia fluminensis intervencionada por FMB (s/ cobertura) n=18

,00000

,0033194

,006650

,0160115

,005000

FRT2 - Tradescantia fluminensis intervencionada por FMB (c/ cobertura) n=18

,000000

,0029466

,009100

,0093648

,002500

M: mediana, DP: desvio-padrão; n: dimensão da amostra.

Tabela 37. Resultados do teste não paramétrico Friedman para variável tempo (6 meses, 1 ano, 1,5 ano e 2 anos) na mediana da % de cobertura das comunidades vegetais. Este teste foi aplicado, uma vez que não foram cumpridos os pressupostos da ANOVA testada (Anova de um fator de amostras repetidas). Parcela

n

ᵡ2

p-value

Resultado

(Friedman )

(Friedman)

FRT1 - Tradescantia fluminensis intervencionada por FMB (s/ cobertura) 18

16,714

,000*

X H0

FRT2 - Tradescantia fluminensis intervencionada por FMB (c/ cobertura) 18

14,738

,001*

X H0

Foram realizados os testes acima referidos com exata significância e p-value = 0,05, para a comparação estatística das % de cobertura entre os grupos 4 grupos temporais. *estatisticamente significativo p < 0,05.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 91


FRT1 Pelo teste não paramétrico de Friedman, p-value=0,000<0,05, pelo que há diferenças significativas ao longo do tempo em pelo menos um dos períodos temporais analisados. Pelo teste dos pares e análise da caixa de bigodes, observa-se uma diferença significativa entre as medianas das % de cobertura da população aos 6 meses (relativa ao inventário de outono de 2012) comparativamente aos restantes estratos. FRT1 Para este quadrado, o teste de Friedman tem um p-value=0,001, ou seja, existem diferenças significativas ao longo dos períodos temporais analisados. Através do teste dos pares e da análise da caixa de bigodes, verifica-se que as diferenças temporais ocorrem sobretudo ao nível da % de cobertura da comunidade vegetal levantada 6 meses após as intervenções realizadas. Esta população (6 meses) corresponde ao inventário do outono de 2012. FRT1

FRT2

Parcela com situação de referência, FRT3 (intervencionada)

Tabela 38. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura ao longo do tempo (préBright – antes; pósBright – depois, 6 meses, 1 ano). antes M

depois DP

M

6 meses

1 ano

DP

M

DP

M

DP

,0019792

,011700

,0129080

,002300

,0168148

FRT3 - Tradescantia fluminensis (intervencionada) n=19

,000000

,0484228

,000000

M: mediana, DP: desvio-padrão; n: dimensão da amostra. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 92


Tabela 39. Resultados do teste não paramétrico, Friedman para variável tempo (antes, depois, 6 meses, 1 ano) na mediana da % de cobertura das comunidades vegetais. Este teste foi aplicado, uma vez que não foram cumpridos os pressupostos da ANOVA testada (Anova de um fator de amostras repetidas). Parcela

n

ᵡ2

p-value

Resultado

(Friedman )

(Friedman)

,000

X H0

FRT3 - Tradescantia fluminensis (intervencionada) 19

18,269

Foram realizados os testes acima referidos com exata significância e p-value = 0,05, para a comparação estatística das % de cobertura entre os grupos 4 grupos temporais. *estatisticamente significativo p < 0,05.

FRT3 Pelo teste não paramétrico de Friedman, p-value=0,000<0,05, pelo que há diferenças significativas ao longo do tempo em pelo menos um dos períodos temporais analisados. Pelo teste dos pares e análise da caixa de bigodes, observa-se várias diferenças significativa entre as medianas das % de cobertura da população, a saber: população “antes” ≠ populações “6 meses” e “1 ano”; população “depois” ≠ populações “6 meses” e “1 ano”. (relativa ao inventário de outono de 2012) comparativamente aos restantes estratos. É de salientar no entanto, que os resultados para este quadrado não poderão ser validados, uma vez que os levantamentos relativos à primavera de 2014, não foram realizados devido a uma intervenção por lapso, realizada por funcionários da FMB. Neste sentido, todos os levantamentos da % de cobertura a partir dos “6 meses” não correspondem a uma medida efetiva. Salienta-se ainda que que as correspondências com as estações do ano são: antes – outono/2012, depois – verão/2013; 6meses – outono/2013; 1ano- verão/2014.

FRT3

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 93


Parcelas com situação de referência, FRT4 a FRT11 Tabela 40. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura ao longo do tempo (préBright – antes, pósBright – depois, 6 meses, 9 meses, 1 ano). antes M

depois DP

6 meses

9 meses

1 ano

M

DP

M

DP

M

DP

M

DP

,000000

,002727 1

,010800

,002884 8

,017250

,012111 4

,010850

,007556 9

,010000

,017327 2

,001700

,014525 5

,005000

,014439 5

,002500

,015600 5

,000000

,005723 1

,000300

,008683 8

,006700

,013541 4

,001700

,003673 1

,000150

,007703 5

,000700

,004996 8

,007100

,004838 3

,003300

,004563 5

,000000

,008026 7

,010000

,006862 7

,006700

,012647 5

,005000

,011206 1

,000000

,000127 7

,000000

,008890 9

,000150

,035224 6

,000150

,028068 0

,000000

,005534 4

,000400

,006601 0

,007500

,006584 2

,000350

,013408 4

,006700

,009005 0

,001300

,014709 4

,008700

,016956 5

,001700

,014673 2

FRT4 - Tradescantia fluminensis ,001650

n=6

,162688 2

FRT5 - Tradescantia fluminensis n=16

,002850

,012926 0

FRT6 - Tradescantia fluminensis n=23

,000000

,019014 8

FRT7 - Tradescantia fluminensis n=18

,000850

FRT8 fluminensis n=17

Tradescantia ,000000

FRT9 fluminensis n=14

,000000

,066889 4

Tradescantia

,000000

FRT11 fluminensis n=11

,046098 6

Tradescantia

FRT10 fluminensis n=18

,016801 6

,045362 5

Tradescantia

,000000

,059851 4

M: mediana, DP: desvio-padrão; n: dimensão da amostra.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 94


Tabela 41. Resultados do teste não paramétrico, Friedman para variável tempo (antes, depois, 6 meses, 9 meses, 1 ano) na mediana da % de cobertura das comunidades vegetais. Este teste foi aplicado, uma vez que não foram cumpridos os pressupostos da ANOVA testada (Anova de um fator de amostras repetidas). Parcela

n

ᵡ2

p-value

Resultado

(Friedman )

(Friedman)

FRT4 - Tradescantia fluminensis 6

10,493

,015*

X H0

16

7,197

,126 -

√ H0

23

12,278

,015* -

X H0

18

9,636

,047 -

√ H0

17

10,509

,033* -

X H0

14

6,681

,151

√ H0

18

26,735

,000* -

X H0

11

5,794

,217

√ H0

FRT5 - Tradescantia fluminensis

FRT6 fluminensis

FRT7 fluminensis

FRT8 fluminensis

FRT9 fluminensis

FRT10 fluminensis

FRT11 fluminensis

Tradescantia

Tradescantia

Tradescantia

Tradescantia

Tradescantia

Tradescantia

Foram realizados os testes acima referidos com exata significância e p-value = 0,05 (‘-‘ significa que a significância é assintótica em vez de exata por falta de memória do Software), para a comparação estatística das % de cobertura entre os 4 grupos temporais. *estatisticamente significativo p < 0,05.

FRT4 Pelo teste não paramétrico de Friedman, p-value=0,015<0,05, pelo que há diferenças significativas ao longo do tempo em pelo menos um dos períodos temporais analisados. Pelo teste dos pares e análise da caixa de bigodes (após a remoção de outliners e extremos) observa-se uma diferença significativa entre as medianas das % de cobertura da população “depois” comparativamente à população “9 meses”, sendo que, “depois” corresponde ao inventário do verão/2013 e “9 meses” corresponde ao inventário da primavera/2014. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 95


FRT5 Para esta parcela, o teste de Friedman tem um p-value=0,126, ou seja, não existem diferenças significativas ao longo dos períodos temporais analisados. Através da análise da caixa de bigodes (após a remoção de dois extremos), confirma-se que não há diferenças nas comunidades vegetais tendo em conta a situação de referência (antes - préBright) e a evolução ao longo do tempo (pósBright). FRT6 Pelo teste não paramétrico de Friedman, p-value=0,015<0,05, pelo que há diferenças significativas ao longo do tempo em pelo menos um dos períodos temporais analisados. Pelo teste dos pares e análise da caixa de bigodes, observa-se que a diferença ocorre sobretudo entre a população “antes” e a população “9meses”. Neste sentido, considera-se que houve alteração nas % de cobertura da população desta parcela entre a situação préBright (antes – verão/2013) e a situação temporal pósBright (9meses – primavera/2014) FRT7 Para esta parcela, o teste de Friedman tem um p-value=0,151, ou seja, não existem diferenças significativas ao longo dos períodos temporais analisados. Através da análise da caixa de bigodes (após a remoção de três extremos), confirma-se que não há diferenças nas comunidades vegetais tendo em conta a situação de referência (antes - préBright) e a evolução ao longo do tempo (pósBright). FRT8 Pelo teste não paramétrico de Friedman, p-value=0,033<0,05, pelo que há diferenças significativas ao longo do tempo em pelo menos um dos períodos temporais analisados. Pelo teste dos pares e análise da caixa de bigodes (após a remoção de 3 outliners e extremos), observase uma diferença significativa entre as medianas das % de cobertura da população “depois” comparativamente à população “9 meses”, sendo que, “depois” corresponde ao inventário do verão/2013 e “9 meses” corresponde ao inventário da primavera/2014. FRT9 Para esta parcela, o teste de Friedman tem um p-value=0,126, ou seja, não existem diferenças significativas ao longo dos períodos temporais analisados. Através da análise da caixa de bigodes (após a remoção de três extremos), confirma-se que não há diferenças nas comunidades vegetais tendo em conta a situação de referência (antes - préBright) e a evolução ao longo do tempo (pósBright). FRT10 Pelo teste não paramétrico de Friedman, p-value=0,000<0,05, pelo que há diferenças significativas ao longo do tempo em pelo menos um dos períodos temporais analisados. Pelo teste dos pares e análise da caixa de bigodes, observam-se várias diferenças significativa entre as medianas das % de cobertura da população, a saber: população “antes” ≠ população “9 meses” e população “depois” ≠ populações “6 meses” e “9 meses”. Neste sentido, considera-se que houve alteração nas % de cobertura da população desta parcela entre a situação préBright (antes – verão/2013) e a situação temporal pósBright (9meses – primavera/2014); e também entre a situação pósBright (depois – verão/2013) e as situações temporais pósBright (6meses – inverno/2013 e 9meses – primavera/2014). FRT11 Para esta parcela, o teste de Friedman tem um p-value=0,217 ou seja, não existem diferenças significativas ao longo dos períodos temporais analisados. Através da análise da caixa de bigodes (após a remoção de três extremos), confirma-se que não há diferenças nas comunidades vegetais tendo em conta a situação de referência (antes - préBright) e a evolução ao longo do tempo (pósBright).

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 96


FRT4

FRT5

FRT6

FRT7

FRT8

FRT9

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 97


FRT10

FRT11

3.2.2.3.2. Monitorização comunidades florestais

de

invasoras

em

DADOS DE INVENTÁRIO

Estratos de vegetação (layer) de acordo com o ICP Forests Manual (De Vries et al. 2002) 1 – estrato arbóreo (plantas lenhosas e escandentes com altura > 5 m) 2 – estrato arbustivo (plantas lenhosas e escandentes com altura > 0,5 m) 3 – estrato herbáceo (plantas não lenhosas e lenhosas com altura < 0,5 m) (4 – estrato muscíneo (líquenes e briófitos) – não foi considerado) Nota: plântulas e árvores abaixo de 0,5 m devem ser incluídas no estrato herbáceo *DAP mínimo (aproximadamente 5 cm) Quanto aos dados relativos aos DAP´s (Diâmetro à Altura do Peito) medidos para as árvores (estrato 1), não foram até à data realizadas comparações estatísticas para avaliar possíveis alterações de biomassa arbórea, uma vez que no período decorrido de aproximadamente um ano, verificou-se a inexistência de diferenças de DAP´s ao nível das várias espécies, o que está de acordo com o expectável para este tipo de medida, sendo que a avaliação de DAP´s requer uma análise a médio/longo prazo (aproximadamente 2 anos) para avaliar possíveis diferenças de crescimentos. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 98


Neste sentido, e de forma a organizar e sistematizar os dados recolhidos para os 23 quadrados de monitorização, foram realizadas tabelas de inventário com as % de cobertura pré-Bright (antes) e pósBright (depois), sendo que os DAP´s arbóreos e respetivos cálculos adicionais de BA (Área Basal) e SBA (Área Basal de Suporte) se mantêm os mesmos do relatório anterior (pelo que optámos por não os repetir no presente relatório).

QUADRADOS de CONTROLO – Habitats Naturais Parcela FRAde Local: Interior do Adernal Árvore dominante: Phillyrea latifolia Plot size: 100m

2

% cobertura (de 0 a 1) Data: 27/06/2013

Data:21/04/2014

Espécies

antes

depois

estrato

Quercus robur

0,3500

0,3000

1

Phillyrea latifolia

0,3000

0,3000

1

Ruscus aculeatus

0,2000

0,2200

2

Polypodium cambricum

0,1500

0,3500

3

Laurus nobilis

0,1350

0,1400

2

Viburnum tinus

0,1000

0,1000

2

Laurus nobilis

0,0600

0,0600

1

Hedera hibernica

0,0300

0,0200

3

Smilax aspera

0,0300

0,0100

2

Tamus communis

0,0150

0,0350

2

Ruscus aculeatus

0,0150

0,0150

3

Quercus robur

0,0100

0,0100

2

Umbelicus rupestris

0,0080

0,0100

3

Asplenium onopteris

0,0050

0,0100

3

Digitalis purpurea subsp. purpurea

0,0040

0,0050

3

Rubus ulmifolius

0,0020

0,0030

3

Polygonatum odoratum

0,0020

Rubia peregrina subsp. peregrina

0,0020

Stellaria media

0,0020

3

Geranium purpureum

0,0010

3

Physospermum cornubiense

0,0010

3

Phillyrea latifolia

0,0010

0,0010

3

Laurus nobilis

0,0010

0,0010

3

Ruscus aculeatus

0,0010

0,0010

3

Polypodium cambricum

0,0010

0,0010

3

Asplenium sp.

0,0010

0,0030

3

3 0,0100

3

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 99


Lonicera periclymenum subsp. periclymenum

0,0040

3

Tamus communis

0,0020

3

Viburnum tinus

0,0010

3

Parcela FRCar Local: Cruz Alta Árvore dominante: Quercus robur Plot size: 100m

2

% cobertura (de 0 a 1) Data: 17/07/2013

Data: 16/06/2014

Espécies

antes

depois

Estrato

Hedera hibernica

0,5000

0,4500

3

Quercus robur

0,4000

0,2500

1

Lonicera periclymenum subsp. periclymenum

0,3000

0,2500

2

Ilex aquifolium

0,2500

0,2000

1

Ruscus aculeatus

0,1250

0,1300

2

Laurus nobilis

0,0800

0,0800

2

Laurus nobilis

0,0400

0,0400

1

Arbutus unedo

0,0300

0,0300

1

Quercus robur

0,0150

0,0150

2

Quercus robur

0,0100

0,0150

3

Laurus nobilis

0,0050

0,0100

3

Ruscus aculeatus

0,0050

0,0050

3

Ilex aquifolium

0,0050

0,0050

3

Viburnum tinus

0,0030

0,0030

2

Pseudotsuga menziesii

0,0030

0,0040

3

Polygonatum odoratum

0,0020

0,0010

3

Castanea sativa

0,0010

3

Rubus ulmifolius

0,0100

3

Pteridium aquilinum

0,0010

3

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 100


Parcela FRLou Local: Cruz Alta Árvore dominante: Laurus nobilis Plot size: 100m

2

% cobertura (de 0 a 1) Data: 02/07/2013

Data: 16/06/2014

Espécies

antes

depois

estrato

Ruscus aculeatus

0,6000

0,6200

2

Laurus nobilis

0,2000

0,2000

1

Quercus robur

0,2000

0,2000

1

Arbutus unedo

0,1600

0,1300

2

Ilex aquifolium

0,1500

0,1500

1

Picea abies

0,1200

0,1200

1

Chamaecyparis lawsoniana

0,1000

0,1000

1

Hedera hibernica

0,0700

0,0600

3

Ilex aquifolium

0,0350

0,0300

2

Ruscus aculeatus

0,0350

0,0350

3

Viburnum tinus

0,0200

0,0250

2

Prunus lusitanica

0,0100

0,0100

2

Lonicera periclymenum subsp. periclymenum

0,0100

0,0100

2

Laurus nobilis

0,0050

0,0100

3

Polygonatum odoratum

0,0050

0,0050

3

Arbutus unedo

0,0050

1

Polypodium cambricum

0,0030

3

Phillyrea latifolia

0,0020

0,0040

3

Quercus robur

0,0010

0,0030

3

Simethis mattiazzi

0,0010

0,0010

3

Tamus communis

0,0010

0,0030

3

Smilax aspera

0,0030

3

Viburnum tinus

0,0010

3

Ilex aquifolium

0,0020

3

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 101


PINHAL do MARQUÊS Parcela PM1 Local: Cruz de Vopeliares Invasora dominante: Acacia dealbata Plot size: 100m

2

Data de intervenção: 6-11-2013

% cobertura (de 0 a 1) Data: 04/06/2013

Data: 24/03/2014

Espécies

antes

depois

estrato

Quercus robur

0,2800

0,1300

1

Acacia dealbata

0,2300

0,0500

2

Acacia dealbata

0,2200

0,2000

1

Acacia melanoxylon

0,1700

0,1700

1

Pittosporum undulatum

0,1400

0,1200

2

Acacia melanoxylon

0,1400

0,0250

2

Arbutus unedo

0,0500

0,0500

1

Ilex aquifolium

0,0400

0,0400

2

Cupressus lusitanica

0,0200

0,0200

1

Prunus laurocerasus

0,0100

Laurus nobilis

0,0120

0,0130

3

Quercus suber

0,0100

0,0100

2

Arbutus unedo

0,0050

0,0050

2

Ruscus aculeatus

0,0050

0,0050

3

Acacia dealbata

0,0020

3

Acacia melanoxylon

0,0020

3

Quercus robur

0,0020

0,0030

3

Ocotea foetens

0,0020

0,0040

2

Ilex aquifolium

0,0020

0,0030

3

Pittosporum undulatum

0,0020

0,0020

3

Scilla monophyllos

0,0010

0,0010

3

Acacia sp.

0,0030

3

Simethis mattiazzi

0,0020

3

2

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 102


Parcela PM2 Local: Cruz de Vopeliares Invasora dominante: Acacia longifolia Plot size: 100m

2

Data de intervenção: 7-11-2013 % cobertura (de 0 a 1) Data: 04/06/2013

Data: 17/03/2014

Espécies

antes

depois

estrato

Cupressus lusitanica

0,2000

0,2000

1

Erica umbellata

0,1400

0,1400

1

Arbutus unedo

0,1250

0,1300

2

Ulex minor

0,0750

0,0750

2

Acacia longifolia

0,0700

0,0050

2

Pterospartum tridentatum

0,0700

0,0750

3

Pittosporum undulatum

0,0700

0,0600

2

Quercus robur

0,0600

0,0400

2

Acacia sp.

0,0500

Agrostis castellana

0,0450

0,0400

3

Aira praecox (cf)

0,0350

0,0200

3

Acacia longifolia

0,0250

0,0250

1

Erica umbellata

0,0200

0,0200

3

Quercus suber

0,0100

0,0150

2

Pinus sp.

0,0100

0,0100

2

Cytisus striatus

0,0050

0,0050

2

Lavandula stoechas

0,0050

0,0060

3

Cedrus atlantica

0,0050

0,0030

2

Viburnum tinus

0,0050

0,0050

2

Acacia melanoxylon

0,0050

0,0050

2

Simethis mattiazzi

0,0020

0,0050

3

Pittosporum undulatum

0,0020

0,0030

3

Quercus robur

0,0020

0,0040

3

Quercus suber

0,0010

0,0030

3

Arbutus unedo

0,0010

0,0010

3

Briza media

0,0010

Scilla monophyllos

0,0010

Andryala integrifolia

0,0010

Genista triacanthos (cf)

0,0050

Phillyrea latifolia

3

3 0,0150

3 3

0,0050

3

0,0030

3

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 103


Urginea maritima

0,0030

3

Acacia sp.

0,0010

3

Ruscus aculeatus

0,0010

3

Cyperus sp.

0,0010

3

FLORESTA RELÍQUIA Parcela FR1 Local: Caifás Invasora dominante: Pittosporum undulatum Plot size: 100m

2

Data de intervenção: 12-11-2013 % cobertura (de 0 a 1) Data: 21/05/2013

Data: 11/03/2014

Espécies

antes

depois

estrato

Quercus robur

0,4000

0,2000

1

Laurus nobilis

0,3000

0,3000

1

Phillyrea latifolia

0,2500

0,2500

1

Ruscus aculeatus

0,2500

0,2500

2

Pittosporum undulatum

0,2400

0,0670

2

Laurus nobilis

0,0800

0,0800

2

Phillyrea latifolia

0,0650

0,0650

2

Viburnum tinus

0,0600

0,0600

2

Hedera hibernica

0,0600

0,0400

3

Polypodium cambricum

0,0550

0,0600

3

Pittosporum undulatum

0,0200

0,0200

1

Arbutus unedo

0,0200

0,0200

2

Lonicera periclymenum subsp. periclymenum

0,0040

0,0050

3

Pyrus cordata

0,0020

0,0020

2

Smilax aspera

0,0020

0,0050

3

Prunus laurocerasus

0,0020

0,0010

3

Teucrium scorodonia

0,0020

0,0020

3

Asplenium spp.

0,0020

0,0050

3

Tamus communis

0,0010

0,0030

3

Simethis mattiazzi

0,0010

0,0020

3

Phillyrea latifolia

0,0010

0,0050

3

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 104


Laurus nobilis

0,0050

0,0100

3

Ruscus aculeatus

0,0010

0,0050

3

Viburnum tinus

0,0010

0,0020

3

Pittosporum undulatum

0,0010

0,0010

3

Quercus robur

0,0010

3

Polygonatum odoratum

0,0020

3

Parcela FR2 Local: Caifás Invasora dominante: Pittosporum undulatum Plot size: 100m

2

Data de intervenção: 11-11-2013 % cobertura (de 0 a 1) Data: 18/06/2013

Data: 11/03/2014

Espécies

antes

depois

estrato

Ruscus aculeatus

0,3000

0,3500

2

Pittosporum undulatum

0,2200

0,0500

2

Phillyrea latifolia

0,2000

0,2000

1

Cupressus lusitanica

0,1800

0,1800

1

Pittosporum undulatum

0,1500

0,1500

1

Quercus robur

0,0500

0,0250

1

Phillyrea latifolia

0,0500

0,0500

2

Ruscus aculeatus

0,0400

0,0300

3

Polypodium cambricum

0,0400

0,0350

3

Tradescantia fluminensis

0,0350

0,0400

3

Laurus nobilis

0,0200

0,0200

2

Asplenium spp.

0,0200

0,0200

3

Tamus communis

0,0150

0,0250

3

Smilax aspera

0,0150

0,0150

3

Simethis mattiazzi

0,0100

0,0100

3

Viburnum tinus

0,0050

0,0050

2

Acacia melanoxylon

0,0050

Polygonatum odoratum

0,0050

0,0100

3

Hedera hibernica

0,0010

0,0020

3

Umbelicus rupestris

0,0010

0,0030

3

Geranium robertianum

0,0010

0,0010

3

Quercus robur

0,0010

2

3

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 105


Pittosporum undulatum

0,0010

3

Phillyrea latifolia

0,0010

0,0030

3

Laurus nobilis

0,0010

0,0020

3

Acacia melanoxylon

0,0010

3

Scilla monophyllos

0,0050

3

Physospermum cornubiense

0,0030

3

Asphodelus ramosus

0,0030

3

Parcela FR3 Local: Portas de Coimbra Invasora dominante: Acacia melanoxylon Plot size: 100m

2

Data de intervenção: 07-11-2013 % cobertura (de 0 a 1) Data: 21/05/2013

Data: 17/03/2014

Espécies

antes

depois

estrato

Acacia melanoxylon

0,2500

0,0800

1

Ruscus aculeatus

0,2200

0,2400

2

Phillyrea latifolia

0,2000

0,2000

1

Pittosporum undulatum

0,1500

0,1300

2

Cupressus lusitanica

0,1000

0,1000

1

Acacia melanoxylon

0,0800

Pittosporum undulatum

0,0500

0,0500

1

Polypodium cambricum

0,0250

0,0300

3

Panicum repens

0,0200

0,0500

3

Geranium purpureum

0,0150

0,0100

3

Tradescantia fluminensis

0,0100

0,0200

3

Digitalis purpurea subsp. purpurea

0,0100

0,0020

3

Solanum nigrum

0,0100

0,0020

3

Crataegus monogyna

0,0050

0,0050

2

Mercurialis annua

0,0050

0,0070

3

Asplenium onopteris

0,0030

0,0020

3

Smilax aspera

0,0030

0,0030

3

Scilla monophyllos

0,0030

0,0050

3

Umbelicus rupestris

0,0020

0,0150

3

Viburnum tinus

0,0020

0,0030

2

Tamus communis

0,0020

0,0020

3

2

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 106


Stellaria media

0,0020

0,0010

3

Torilis arvensis

0,0020

0,0030

3

Centranthus calcitrapae

0,0010

Cystopteris viridula

0,0010

0,0010

3

Ruscus aculeatus

0,0010

0,0050

3

Phillyrea latifolia

0,0010

Davallia canariensis

0,0010

3

3 0,0040

3

Pittosporum undulatum

0,0020

3

Acacia melanoxylon

0,0020

3

Arum italicum

0,0050

3

Arisarum vulgare

0,0050

3

Oxalis pes-caprae

0,0010

3

Parcela FR4 Local: Santo Antão Invasora dominante: Acacia melanoxylon Plot size: 100m

2

Data de intervenção: 30-12-2013 % cobertura (de 0 a 1) Data: 20/06/2013

Data: 21/04/2014

Espécies

antes

depois

estrato

Phillyrea latifolia

0,3500

0,3500

1

Ruscus aculeatus

0,2500

0,2700

2

Acacia melanoxylon

0,1250

0,1000

1

Acacia melanoxylon

0,1000

0,0400

2

Viburnum tinus

0,1200

0,1200

2

Laurus nobilis

0,0600

0,0600

2

Polygonatum odoratum

0,0600

0,0650

3

Tamus communis

0,0350

0,0400

2

Phillyrea latifolia

0,0300

0,0300

2

Arbutus unedo

0,0300

0,0300

2

Simethis mattiazzi

0,0300

0,0400

3

Erica arborea

0,0250

0,0250

2

Quercus lusitanica

0,0220

0,0250

2

Polypodium cambricum

0,0150

0,0250

3

Smilax aspera

0,0150

0,0150

2

Cupressus lusitanica

0,0100

0,0000

1

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 107


Quercus robur

0,0100

0,0150

2

Ruscus aculeatus

0,0100

0,0100

3

Cupressus lusitanica

0,0050

0,0050

2

Tamus communis

0,0050

0,0200

3

Phillyrea latifolia

0,0050

0,0050

3

Cistus psilosepalus

0,0030

Agrostis castellana

0,0010

0,0020

3

Hedera hibernica

0,0010

0,0010

3

Laurus nobilis

0,0010

0,0050

3

Asplenium onopteris

0,0010

0,0050

3

Asphodelus ramosus

0,0050

3

Scilla monophyllos

0,0100

3

Panicum repens

0,0020

3

Viburnum tinus

0,0050

3

2

Parcela FR5 Local: Próximo de Santo Antão Invasora dominante: Acacia dealbata Plot size: 100m

2

Data de intervenção: 13-11-2013 % cobertura (de 0 a 1) Data: 06/06/2013

Data: 24/03/2014

Espécies

antes

depois

estrato

Ruscus aculeatus

0,5000

0,5200

2

Laurus nobilis

0,1500

0,1500

2

Polypodium cambricum

0,1500

0,1200

3

Phillyrea latifolia

0,1400

0,1400

2

Acacia dealbata

0,0800

0,0600

1

Pittosporum undulatum

0,0600

0,0400

2

Phillyrea latifolia

0,0500

0,0500

1

Laurus nobilis

0,0450

0,0450

1

Arbutus unedo

0,0300

0,0300

1

Arbutus unedo

0,0300

0,0300

2

Acacia melanoxylon

0,0300

0,0300

1

Viburnum tinus

0,0300

0,0350

2

Polygonatum odoratum

0,0300

0,0400

3

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 108


Quercus robur

0,0200

0,0150

1

Quercus robur

0,0200

0,0150

2

Pyrus cordata

0,0150

0,0150

2

Tamus communis

0,0150

0,0150

3

Acacia dealbata

0,0100

0,0100

2

Ruscus aculeatus

0,0100

0,0150

3

Quercus rubra

0,0050

0,0030

2

Smilax aspera

0,0050

0,0070

3

Simethis mattiazzi

0,0020

0,0040

3

Agrostis castellana

0,0020

0,0030

3

Cupressus lusitanica

0,0050

0,0050

2

Asplenium onopteris

0,0010

0,0020

3

Acacia dealbata

0,0010

Mercurialis annua

0,0010

3 0,0030

3

Scilla monophyllos

0,0030

3

Phillyrea latifolia

0,0030

3

Parcela FR6 Local: Próximo de Santo Antão Invasora dominante: Prunus laurocerasus; Plot size: 100m

2

Data de intervenção: 14-11-2013 % cobertura (de 0 a 1) Data: 27/06/2013

Data: 04/04/2014

Espécies

antes

depois

estrato

Quercus robur

0,2200

0,1200

1

Pseudotsuga menziesii

0,0900

0,0900

2

Ilex aquifolium

0,0850

0,0850

1

Prunus laurocerasus

0,0700

0,0100

2

Ruscus aculeatus

0,0600

0,0600

2

Phillyrea latifolia

0,0500

0,0500

2

Arbutus unedo

0,0500

0,0500

1

Arbutus unedo

0,0500

0,0500

2

Castanea sativa

0,0500

0,0200

2

Laurus nobilis

0,0400

0,0400

1

Picea abies

0,0350

0,0350

2

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 109


Ilex aquifolium

0,0300

0,0400

2

Hedera hibernica

0,0300

0,0250

3

Quercus lusitanica

0,0150

0,0100

2

Laurus nobilis

0,0150

0,0150

2

Picea abies

0,0100

0,0100

1

Quercus robur

0,0100

0,0050

2

Polypodium cambricum

0,0100

0,0200

3

Polygonatum odoratum

0,0100

0,0200

3

Cupressus lusitanica

0,0050

0,0050

2

Acacia dealbata

0,0030

Rubus ulmifolius

0,0030

0,0050

2

Viburnum tinus

0,0030

0,0050

2

Pittosporum undulatum

0,0010

Smilax aspera

0,0010

0,0020

3

Simethis mattiazzi

0,0010

0,0100

3

Scilla monophyllos

0,0010

Asplenium onopteris

0,0010

0,0030

3

Ruscus aculeatus

0,0010

0,0030

3

Castanea sativa

0,0010

0,0030

3

Phillyrea latifolia

0,0010

0,0020

3

Laurus nobilis

0,0010

0,0050

3

Ilex aquifolium

0,0010

0,0020

3

Quercus robur

0,0010

0,0050

3

Prunus laurocerasus

0,0010

2

3

3

3

Tamus communis

0,0040

3

Pseudotsuga menziesii

0,0020

3

Lonicera periclymenum subsp. periclymenum

0,0010

3

Agrostis castellana

0,0030

3

Pinus pinea

0,0030

3

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 110


Parcela FR7 Local: Interior do Adernal Invasora dominante: Acacia melanoxylon; Plot size: 100m

2

Data de intervenção: 12-12-2013 % cobertura (de 0 a 1) Data: 20/06/2013

Data: 20/04/2014

Espécies

antes

depois

estrato

Viburnum tinus

0,1750

0,1800

2

Phillyrea latifolia

0,1650

0,1650

2

Acacia melanoxylon

0,1300

0,1200

1

Ilex aquifolium

0,0950

0,1000

2

Arbutus unedo

0,0900

0,0900

1

Quercus robur

0,0800

0,0700

2

Ilex aquifolium

0,0700

0,0700

1

Prunus laurocerasus

0,0600

Ruscus aculeatus

0,0450

0,0450

2

Pinus pinaster

0,0350

0,0200

1

Cupressus lusitanica

0,0250

0,0250

1

Simethis mattiazzi

0,0250

0,0350

3

Castanea sativa

0,0200

0,0150

2

Ulex minor

0,0150

0,0200

2

Arbutus unedo

0,0150

0,0150

2

Laurus nobilis

0,0150

0,0200

2

Polypodium cambricum

0,0150

0,0200

3

Polygonatum odoratum

0,0100

0,0200

3

Tamus communis

0,0050

0,0050

3

Lonicera periclymenum subsp. periclymenum

0,0050

0,0100

3

Ilex aquifolium

0,0030

0,0050

3

Hedera hibernica

0,0020

0,0050

3

Asplenium onopteris

0,0020

0,0030

3

Geranium robertianum

0,0010

Mercurialis annua

0,0010

0,0050

3

Physospermum cornubiense

0,0010

0,0010

3

Scilla monophyllos

0,0010

0,0030

3

Phillyrea latifolia

0,0010

0,0030

3

Quercus robur

0,0010

0,0010

3

Laurus nobilis

0,0010

2

3

3

Phillyrea angustifolia

0,0050

2

Acacia melanoxylon

0,0040

3

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 111


Viburnum tinus

0,0020

3

Ruscus aculeatus

0,0020

3

Pinus pinaster

0,0010

3

Parcela FR8 Local: Interior do Adernal Invasora dominante: Pittosporum undulatum Plot size: 100m

2

Data de intervenção: 19-12-2013

% cobertura (de 0 a 1) Data: 20/06/2013

Data: 21/04/2014

Espécies

antes

depois

estrato

Laurus nobilis

0,1650

0,1650

2

Pittosporum undulatum

0,1300

0,0500

2

Phillyrea latifolia

0,1000

0,1000

2

Cupressus lusitanica

0,0900

0,0900

1

Acacia melanoxylon

0,0800

0,0800

1

Ruscus aculeatus

0,0700

0,0750

2

Pittosporum undulatum

0,0500

0,0500

1

Acacia melanoxylon

0,0500

0,0200

2

Phillyrea latifolia

0,0400

0,0400

1

Polypodium cambricum

0,0400

0,1000

3

Laurus nobilis

0,0350

0,0350

1

Viburnum tinus

0,0300

0,0300

2

Arbutus unedo

0,0250

0,0250

1

Arbutus unedo

0,0200

0,0200

2

Lonicera periclymenum subsp. periclymenum

0,0150

0,0200

3

Ilex aquifolium

0,0100

0,0100

2

Polygonatum odoratum

0,0100

0,0200

3

Laurus nobilis

0,0050

0,0070

3

Ruscus aculeatus

0,0050

0,0050

3

Umbelicus rupestris

0,0050

0,0100

3

Acacia melanoxylon

0,0020

0,0010

3

Physospermum cornubiense

0,0020

0,0030

3

Phillyrea latifolia

0,0020

0,0020

3

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 112


Asplenium onopteris

0,0010

0,0010

3

Geranium robertianum

0,0010

Simethis mattiazzi

0,0010

0,0050

3

Pittosporum undulatum

0,0010

0,0010

3

Tamus communis

0,0010

3

Quercus robur

0,0020

3

Viburnum tinus

0,0050

3

3

Parcela FR9 Local: Interior do Adernal Invasora dominante: Acacia melanoxylon Plot size: 100m

2

Data de intervenção: 03-12-2013 % cobertura (de 0 a 1) Data: 27/06/2013

Data: 20/04/2014

Espécies

antes

depois

estrato

Ruscus aculeatus

0,3000

0,3000

2

Laurus nobilis

0,2500

0,1500

2

Phillyrea latifolia

0,1400

0,1400

1

Phillyrea latifolia

0,1250

0,1000

2

Acacia melanoxylon

0,1200

0,0300

1

Quercus robur

0,0500

0,0500

1

Smilax aspera

0,0400

0,0450

2

Ilex aquifolium

0,0600

0,0500

2

Cupressus lusitanica

0,0700

Acacia melanoxylon

0,0350

0,0100

2

Arbutus unedo

0,0300

0,0200

1

Viburnum tinus

0,0300

0,0250

2

Arbutus unedo

0,0200

0,0200

2

Quercus robur

0,0250

0,0250

2

Pyrus cordata

0,0150

0,0150

2

Tamus communis

0,0150

0,0250

2

Polypodium cambricum

0,0150

0,0300

3

Hedera hibernica

0,0150

0,0100

3

Polygonatum odoratum

0,0100

0,0100

3

1

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 113


Phillyrea latifolia

0,0100

0,0130

3

Simethis mattiazzi

0,0030

0,0050

3

Asplenium onopteris

0,0030

0,0030

3

Quercus robur

0,0020

0,0030

3

Lonicera periclymenum subsp. periclymenum

0,0020

Umbelicus rupestris

0,0020

0,0020

3

Scilla monophyllos

0,0020

0,0030

3

Ruscus aculeatus

0,0010

0,0020

3

Laurus nobilis

0,0010

3

3

Geranium robertianum

0,0010

3

Tamus communis

0,0030

3

Parcela FR10 Local: Interior do Adernal Invasora dominante: Acacia melanoxylon Plot size: 100m

2

Data de intervenção: 18-12-2013 % cobertura (de 0 a 1) Data: 20/06/2013

Data: 20/04/2014

Espécies

antes

depois

estrato

Arbutus unedo

0,2000

0,2000

1

Ilex aquifolium

0,1000

0,1000

2

Acacia melanoxylon

0,0900

0,0900

1

Ilex aquifolium

0,0600

0,0600

1

Acacia melanoxylon

0,0600

0,0300

2

Quercus robur

0,0400

0,0450

1

Hedera hibernica

0,0350

0,0350

3

Ruscus aculeatus

0,0300

0,0300

2

Arbutus unedo

0,0300

0,0300

2

Castanea sativa

0,0300

0,0300

2

Viburnum tinus

0,0250

0,0250

2

Quercus robur

0,0250

0,0250

2

Lonicera periclymenum subsp. periclymenum

0,0250

0,0300

3

Laurus nobilis

0,0200

0,0200

2

Prunus lusitanica

0,0150

0,0150

2

Agrostis castellana

0,0150

0,0200

3

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 114


Polypodium cambricum

0,0100

0,0400

3

Quercus robur

0,0050

0,0070

3

Pittosporum undulatum

0,0050

Phillyrea latifolia

0,0050

0,0050

2

Polygonatum odoratum

0,0050

0,0100

3

Simethis mattiazzi

0,0050

0,0100

3

Ruscus aculeatus

0,0020

0,0050

3

Scilla monophyllos

0,0010

3

Geranium robertianum

0,0010

3

Acacia melanoxylon

0,0010

0,0010

3

Laurus nobilis

0,0010

0,0030

3

0,0020

3

3

Asplenium onopteris

Parcela FR11 Local: Próximo da Via Sacra Invasora dominante: Prunus laurocerasus Plot size: 100m

2

Data de intervenção: 10-01-2014

% cobertura (de 0 a 1) Data: 02/08/2013

Data: 26/05/2014

Espécies

antes

depois

estrato

Castanea sativa (caída)

0,6000

0,2500

1

Hedera hibernica

0,4000

0,3500

3

Prunus laurocerasus

0,3500

0,1500

2

Laurus nobilis

0,2500

0,2300

2

Lonicera periclymenum subsp. periclymenum

0,1200

0,1700

3

Viburnum tinus

0,0400

0,0450

2

Ilex aquifolium

0,0400

0,0400

2

Pteridium aquilinum

0,0300

0,0350

3

Castanea sativa

0,0350

0,0350

2

Ruscus aculeatus

0,0300

0,0300

2

Prunus laurocerasus

0,0300

0,0030

3

Frangula alnus

0,0100

0,0100

2

Laurus nobilis

0,0100

0,0150

3

Quercus robur

0,0050

0,0050

2

Ilex aquifolium

0,0050

0,0070

1

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 115


Quercus robur

0,0050

0,0050

3

Physospermum cornubiense

0,0050

0,0050

3

Asplenium onopteris

0,0050

0,0050

3

Ruscus aculeatus

0,0020

0,0050

3

Polypodium cambricum

0,0020

0,0030

3

Polygonatum odoratum

0,0010

0,0010

3

Castanea sativa

0,0030

3

Viburnum tinus

0,0020

3

Parcela FR12 Local: Ermida do Calvário Invasora dominante: Robinia pseudoacacia Plot size: 16m

2

Data de intervenção: 09-01-2014 % cobertura (de 0 a 1) Data: 29/07/2013

Data: 26/05/2014

Espécies

antes

depois

estrato

Laurus nobilis

0,4000

0,4000

1

Robinia pseudoacacia

0,3600

0,3500

1

Laurus nobilis

0,3000

0,3000

2

Viburnum tinus

0,3000

0,3000

2

Robinia pseudoacacia

0,2000

0,1500

2

Ruscus aculeatus

0,1200

0,1200

2

Phillyrea latifolia

0,0500

0,0500

1

Smilax aspera

0,0500

0,0500

2

Hedera hibernica

0,0300

0,0300

3

Laurus nobilis

0,0100

0,0150

3

Rubus ulmifolius

0,0100

0,0100

3

Polypodium cambricum

0,0100

0,0100

3

Umbelicus rupestris

0,0100

0,0100

3

Asplenium trichomanes

0,0010

0,0010

3

Panicum repens

0,0050

0,0030

3

Rubia peregrina

0,0050

0,0030

3

Tamus communis

0,0050

0,0020

3

Asplenium onopteris

0,0050

0,0050

3

Tamus communis

0,1000

2

Ceterach officinarum subsp. officinarum

0,0030

3

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 116


Parcela FR13 Local: São João do Deserto Invasora dominante: Prunus laurocerasus Plot size: 100m

2

Data de intervenção: 2-12-2013 % cobertura (de 0 a 1) Data: 29/07/2013

Data: 26/05/2014

Espécies

antes

depois

estrato

Pseudotsuga menziesii

0,3500

0,3500

1

Prunus laurocerasus

0,3500

0,1500

2

Quercus robur

0,2600

0,2000

1

Hedera hibernica

0,2500

0,2500

3

Ilex aquifolium

0,2300

0,1700

1

Ruscus aculeatus

0,1000

0,1000

2

Prunus laurocerasus

0,0700

0,0700

1

Pseudotsuga menziesii

0,0400

0,0400

2

Lonicera periclymenum subsp. periclymenum

0,0500

0,0500

3

Laurus nobilis

0,0300

0,0300

1

Ilex aquifolium

0,0250

0,0250

2

Laurus nobilis

0,0150

0,0200

2

Laurus nobilis

0,0150

0,0150

3

Prunus laurocerasus

0,0100

0,0020

3

Phillyrea latifolia

0,0050

0,0050

2

Castanea sativa

0,0050

0,0050

2

Rubus ulmifolius

0,0050

0,0050

3

Asplenium onopteris

0,0050

0,0100

3

Viburnum tinus

0,0010

0,0010

3

Castanea sativa

0,0010

0,0020

3

Pseudotsuga menziesii

0,0010

0,0020

3

Quercus robur

0,0010

0,0020

3

Ruscus aculeatus

0,0010

0,0030

3

0,0020

3

Hedera hibernica

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 117


Parcela FR14 Local: São João do Deserto Invasora dominante: Prunus laurocerasus Plot size: 100m

2

Data de intervenção: 2-12-2013 % cobertura (de 0 a 1) Data: 29/07/2013

Data: 26/05/2014

Espécies

antes

depois

estrato

Hedera hibernica

0,4500

0,4200

3

Laurus nobilis

0,3500

0,3500

1

Prunus laurocerasus

0,3000

0,1200

2

Prunus lusitanica

0,2000

0,2000

1

Lonicera periclymenum subsp. periclymenum

0,2000

0,2000

3

Ilex aquifolium

0,1700

0,1700

1

Ruscus aculeatus

0,1500

0,1500

2

Viburnum tinus

0,1500

0,1600

2

Prunus laurocerasus

0,1000

0,1000

1

Laurus nobilis

0,0500

0,0500

2

Phillyrea latifolia

0,0350

0,0350

2

Rubus ulmifolius

0,0100

0,0100

3

Laurus nobilis

0,0100

0,0130

3

Ilex aquifolium

0,0050

0,0050

2

Tamus communis

0,0050

0,0030

3

Smilax aspera

0,0050

0,0050

3

Viburnum tinus

0,0050

0,0050

3

Ruscus aculeatus

0,0050

0,0050

3

Prunus laurocerasus

0,0040

0,0030

3

Pseudotsuga menziesii

0,0030

0,0030

3

Asplenium onopteris

0,0030

0,0100

3

Quercus robur

0,0020

0,0020

3

Polypodium cambricum

0,0010

3

Polygonatum odoratum

0,0030

3

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 118


Parcela FR15 Local: Cruz Alta Invasora dominante: Ailanthus altissima Plot size: 100m

2

Data de intervenção: 15-01-2013 % cobertura (de 0 a 1) Data: 17/07/2013

Data: 16/06/2014

Espécies

antes

depois

estrato

Phillyrea latifolia

0,7500

0,6000

1

Rubus ulmifolius

0,2000

0,1500

2

Tradescantia fluminensis

0,8000

0,2500

3

Ailanthus altissima

0,1500

0,0150

2

Pyrus cordata

0,0500

0,0500

2

Phillyrea latifolia

0,0400

0,0400

2

Solanum nigrum

0,0150

0,0300

3

Hedera hibernica

0,0100

0,0100

3

Quercus robur

0,0050

0,0050

2

Tamus communis

0,0020

0,0100

3

Centranthus calcitrapae

0,0020

0,0020

3

Avena sp.

0,0020

0,0050

3

Rumex acetosa

0,0020

0,0040

3

Briza media

0,0010

0,0020

3

Cynosurus echinatus

0,0010

0,0020

3

Crepis capillaris

0,0010

0,0030

3

Erodium sp.

0,0010

0,0030

3

Sonchus oleraceus

0,0010

0,0010

3

Geranium purpureum

0,0010

3

Geranium robertianum

0,0010

3

Geranium molle

0,0030

3

Stellaria media

0,0020

3

Andryala integrifolia

0,0030

3

Bromus diandrus

0,0020

3

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 119


Parcela FR16 Local: Cruz Alta Invasora dominante: Acacia dealbata Plot size: 100m

2

Data de intervenção: 14-01-2014 % cobertura (de 0 a 1) Data: 15/07/2013

Data: 16/06/2014

Espécies

antes

depois

estrato

Quercus robur

0,3500

0,3500

1

Acacia dealbata

0,1000

0,1000

1

Phillyrea latifolia

0,1000

0,1000

2

Ruscus aculeatus

0,1000

0,1200

2

Acacia dealbata

0,0750

0,0300

2

Acacia melanoxylon

0,0700

0,0100

2

Arbutus unedo

0,0500

0,0500

1

Agrostis castellana

0,0500

0,0500

3

Acacia melanoxylon

0,0350

0,0350

1

Laurus nobilis

0,0300

0,0300

2

Simethis mattiazzi

0,0300

0,0400

3

Erica australis

0,0200

0,0250

2

Arbutus unedo

0,0250

0,0300

2

Quercus robur

0,0150

0,0150

3

Lonicera periclymenum subsp. periclymenum

0,0100

0,0200

2

Ruscus aculeatus

0,0100

0,0100

3

Hedera hibernica

0,0100

0,0150

3

Quercus robur

0,0050

0,0050

2

Sedum hirsutum

0,0050

0,0050

3

Polypodium cambricum

0,0050

0,0150

3

Polygonatum odoratum

0,0050

0,0100

3

Acacia sp.

0,0040

Arenaria montana

0,0030

0,0040

3

Phillyrea latifolia

0,0020

0,0030

3

0,0010

3

Physospermum cornubiense

3

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 120


Parcela FR17 Local: Cruz Alta Invasora dominante: Acacia melanoxylon Plot size: 100m

2

Data de intervenção: 10-01-2014 e 13-01-2013 % cobertura (de 0 a 1) Data: 15/07/2013

Data: 16/06/2014

Espécies

antes

depois

estrato

Acacia melanoxylon

0,2500

0,1500

2

Ruscus aculeatus

0,2000

0,2300

2

Quercus robur

0,1500

0,1500

1

Phillyrea latifolia

0,1050

0,1100

2

Arbutus unedo

0,1000

0,1000

1

Acacia melanoxylon

0,0800

0,0800

1

Quercus robur

0,0500

0,0500

2

Polygonatum odoratum

0,0400

0,0500

3

Lonicera periclymenum subsp. periclymenum

0,0300

0,0350

2

Agrostis castellana

0,0250

0,0300

3

Simethis mattiazzi

0,0250

0,0400

3

Viburnum tinus

0,0200

0,0200

2

Ulex europaeus

0,0200

0,0200

2

Hedera hibernica

0,0150

0,0150

3

Quercus robur

0,0150

0,0200

3

Ruscus aculeatus

0,0150

0,0150

3

Polypodium cambricum

0,0150

0,0100

3

Pinus sp.

0,0060

0,0060

2

Smilax aspera

0,0050

0,0050

2

Arenaria montana

0,0050

0,0050

3

Erica australis

0,0040

0,0050

2

Ilex aquifolium

0,0030

0,0030

2

Asphodelus ramosus

0,0030

0,0100

3

Acacia melanoxylon

0,0030

0,0010

3

Teucrium scorodonia

0,0020

Arbutus unedo

0,0020

0,0030

3

Phillyrea latifolia

0,0020

0,0040

3

3

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 121


Parcela FR18 Local: Cruz Alta Invasora dominante: Acacia melanoxylon Plot size: 100m

2

Data de intervenção: 08-01-2014 e 10-01-2014 e 14-01-2014

% cobertura (de 0 a 1) Data: 15/07/2013

Data: 16/06/2014

Espécies

antes

depois

estrato

Acacia melanoxylon

0,6500

0,6000

1

Acacia melanoxylon

0,3500

0,1000

2

Arbutus unedo

0,1700

0,1400

1

Ruscus aculeatus

0,1000

0,1000

2

Phillyrea latifolia

0,0550

0,0600

2

Quercus robur

0,0500

0,0500

1

Erica arborea

0,0500

0,0500

2

Arbutus unedo

0,0300

0,0300

2

Laurus nobilis

0,0250

0,0250

2

Quercus robur

0,0200

0,0250

2

Viburnum tinus

0,0150

0,0200

2

Hedera hibernica

0,0150

0,0100

3

Ulex europaeus

0,0100

0,0100

2

Polypodium cambricum

0,0100

0,0300

3

Pinus sp.

0,0050

0,0050

2

Ilex aquifolium

0,0050

0,0050

2

Simethis mattiazzi

0,0050

0,0150

3

Polygonatum odoratum

0,0050

0,0100

3

Agrostis castellana

0,0050

0,0030

3

Viburnum tinus

0,0050

0,0050

3

Acacia melanoxylon

0,0030

0,0020

3

Quercus robur

0,0030

0,0040

3

Ilex aquifolium

0,0030

0,0030

3

Phillyrea latifolia

0,0020

0,0020

3

Ruscus aculeatus

0,0020

0,0030

3

Arbutus unedo

0,0010

0,0010

3

Laurus nobilis

0,0010

0,0010

3

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 122


TRATAMENTO ESTATÍSTICO em IBM SPSS Statistics 20 para Invasoras em comunidades florestais HABITATS NATURAIS Quadrados de controlo Tabela 42. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (nestes quadrados não há lugar a intervenções florestais). Antes

Depois

FRAde Estratos

n

M

DP

n

M

DP

1 - arbóreo

3

,236667

,1550269

3

,220000

,1385641

2 - arbustivo

6

,081667

,0767246

6

,085833

,0839295

3 - herbáceo

20

,011350

,0333850

20

,021850

,0774408

Estratos

n

M

DP

n

M

DP

1 - arbóreo

4

,180000

,1783255

4

,130000

,1116542

2 - arbustivo

5

,104600

,1199512

5

,095600

,1004206

3 - herbáceo

10

,053100

,1570537

10

,050100

,1405912

Estratos

n

M

DP

n

M

DP

1 - arbóreo

6

,129167

,0732405

6

,128333

,0749444

2 - arbustivo

6

,139167

,2329038

6

,137500

,2406605

3 - herbáceo

12

,010250

,0211708

12

,010583

,0182281

FRCar

FRLou

M: média, DP: desvio-padrão; n: dimensão da amostra.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 123


Tabela 43. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, depois) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2-arbustivo, 3 herbáceo). Quadrado

Fatores

F

p-value

Resultado

F

p-value

Resultado

(3estratos)

(3estratos)

(Anova 3estratos)

(2estratos)

(2estratos)

(Anova 2estratos)

tempo

,005

,946

√ H0

,785

,405

√ H0

estrato

12,166

,000*

X H0

3,909

,089

√ H0

tempo*estrato

,625

,543

√ H0

2,180

,183

√ H0

tempo

5,681

,030*

X H0

3,163

,119

√ H0

estrato

,822

,457

√ H0

,422

,537

√ H0

tempo*estrato

2,648

,102

√ H0

1,527

,256

√ H0

tempo

,156

,696

√ H0

,138

,718

√ H0

estrato

3,073

,068

√ H0

,009

,926

√ H0

tempo*estrato

,119

,889

√ H0

,015

,904

√ H0

da ANOVA

FRAde

n=29

FRCar

n=19

FRLou

n=24

ANOVA de dois fatores mistos, *estatisticamente significativo p < 0,05. A interação entre os fatores A (tempo) e B (estratos) é significativamente significativa para p < 0,05. √ H 0 – aceitar a Hipótese nula; X H0 – rejeitar a Hipótese nula.

FRAde Na Anova de 3 estratos, os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos não estão totalmente cumpridos, pelo que os resultados não se consideram totalmente validados. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos são totalmente cumpridos, pelo que se pode concluir que o número médio da % de cobertura para os níveis antes e depois do fator Tempo, não diferem significativamente entre si. O número médio da % de cobertura para os Estratos 1, 2 não difere entre si e a interação dos fatores não é significativa. Em suma, conclui-se que não há diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo.

FRCar Na Anova de 3 estratos, os pressupostos de esfericidade, homogeneidade são cumpridos a e normalidade dos resíduos só não é cumprida para o estrato 3. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos são totalmente cumpridos, pelo que se pode concluir que não há diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 124


FRLou Na Anova de 3 estratos, só o pressuposto de esfericidade é cumprido, homogeneidade e normalidade dos resíduos não são cumpridos. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos são cumpridos (à exceção da normalidade dos resíduos para o estrato 2), pelo que se pode concluir que não há diferenças significativas ao longo do tempo e entre os estratos 1 e 2.

PINHAL DO MARQUÊS Quadrados de monitorização com invasoras dominantes - Acacia dealbata e Acacia longifolia Tabela 44. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (antes – préBright e depois - pósBright). Antes

Depois

PM1 - Acacia dealbata Estratos

n

M

DP

n

M

DP

1 - arbóreo

5

,148000

,1107700

5

,114000

,0770065

2 - arbustivo

8

,072125

,0864481

8

,031750

,0400027

3 - herbáceo

10

,002800

,0035214

10

,003200

,0037653

PM2 - Acacia longifolia Estratos

n

M

DP

n

M

DP

1 - arbóreo

3

,121667

,0889288

3

,121667

,0889288

2 - arbustivo

11

,040000

,0416533

11

,032091

,0410255

3 - herbáceo

20

,012050

,0207909

20

,010300

,0181662

M: média, DP: desvio-padrão; n: dimensão da amostra.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 125


Tabela 45. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, depois) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2-arbustivo, 3 - herbáceo). Quadrado

Fatores

F

p-value

Resultado

F

p-value

Resultado

(3estratos)

(3estratos)

(Anova 3estratos)

(2estratos)

(2estratos)

(Anova 2estratos)

tempo

5,127

,035*

X H0

3,729

,080

√ H0

estrato

9,838

,001*

X H0

3,805

,077

√ H0

tempo*estrato

1,678

,212

√ H0

,027

,872

√ H0

tempo

,866

,359

√ H0

,433

,523

√ H0

estrato

13,188

,000*

X H0

6,504

,025*

X H0

,866

,359

√ H0

,433

,523

√ H0

da ANOVA

PM1 - Acacia dealbata

n=23

PM2 - Acacia longifolia

n=34

tempo*estrato

ANOVA de dois fatores mistos, *estatisticamente significativo p < 0,05. A interação entre os fatores A (tempo) e B (estratos) é significativamente significativa para p < 0,05. √ H 0 – aceitar a Hipótese nula; X H0 – rejeitar a hipótese nula.

PM1 Para a Anova com 3 estratos, os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos são parcialmente cumpridos, no entanto a ANOVA é robusta a pequenos desvios (mas não é possível validar ainda estatisticamente). O número médio de % de cobertura para os níveis antes e depois do fator Tempo, diferem significativamente entre si. O número médio da % de cobertura para os estratos 1, 2 e 3 diferem significativamente para pelo menos um dos estratos. A interação dos fatores não é significativa, o que significa que não há interação ente os fatores. Das comparações múltiplas pelo método de Bonferroni, obtiveram-se dois grupos homogéneos: Grupo 1 constituído pelo estrato 3 (herbáceas), e Grupo 2 constituído pelos estratos 2 (arbustivas) e 1 (arbóreas). Para a Anova de 2 estratos (1-arbóreo e 2- arbustivo), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos são cumpridos. Assim, o número médio da % de cobertura para os níveis antes e depois do fator Tempo, não diferem significativamente entre si. O número médio da % de cobertura para os estratos 1, 2 não difere entre si. A interação dos fatores não é significativa, o que significa que não há interação ente os mesmos. PM2 Para a Anova de 3 estratos, os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos são parcialmente cumpridos. O número médio de % de cobertura para os níveis antes e depois do fator Tempo, não diferem significativamente entre si. O número médio da % de cobertura para os estratos 1, 2 e 3 diferem significativamente para pelo menos um dos estratos. A interação dos fatores não é significativa, o que significa que não há interação ente os fatores. Das comparações múltiplas pelo método de Bonferroni, obtiveram-se dois grupos homogéneos: Grupo 1 constituído pelo estrato 1 (arbóreas), e Grupo 2 constituído pelos estratos 2 (arbustivas) e 3 (herbáceas). Para a Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos são cumpridos. O número médio da % de cobertura para os níveis antes e depois do fator Tempo, não diferem significativamente entre si. O número médio da % de cobertura para os estratos 1, 2 difere entre si. A interação dos fatores não é significativa.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 126


PM1

PM2

FLORESTA RELÍQUIA Quadrados de monitorização com invasora dominante - Pittosporum undulatum Tabela 46. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (antes – préBright e depois - pósBright). Antes

Depois

FR1 - Pittosporum undulatum Estratos

n

M

DP

n

M

DP

1 - arbóreo

4

,242500

,1609089

4

,192500

,1220314

2 - arbustivo

7

,102429

,1010674

7

,077714

,0809747

3 - herbáceo

16

,008625

,0191446

16

,009313

,0164630

FR2 - Pittosporum undulatum Estratos

n

M

DP

n

M

DP

1 - arbóreo

4

,145000

,0665833

4

,138750

,0785679

2 - arbustivo

6

,100000

,1275539

6

,079167

,1344030

3 - herbáceo

19

,009842

,0140762

19

,010947

,0128430

FR8 - Pittosporum undulatum Estratos

n

M

DP

n

M

DP

1 - arbóreo

6

,053333

,0260128

6

,053333

,0260128

2 - arbustivo

8

,071875

,0555452

8

,058750

,0528306

3 - herbáceo

16

,005625

,0100324

16

,011438

,0244294

M: média, DP: desvio-padrão; n: dimensão da amostra. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 127


Tabela 47. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, depois) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2-arbustivo, 3 herbáceo). Quadrado

Fatores

F

p-value

Resultado

F

p-value

Resultado

(3estratos)

(3estratos)

(Anova 3estratos)

(2estratos)

(2estratos)

(Anova 2estratos)

tempo

5,143

,033*

X H0

2,298

,164

√ H0

estrato

17,279

,000*

X H0

3,812

,083

√ H0

tempo*estrato

2,015

,155

√ H0

,263

,620

√ H0

tempo

1,263

,271

√ H0

,481

,508

√ H0

estrato

9,618

,001*

X H0

,556

,477

√ H0

tempo*estrato

,971

,392

√ H0

,139

,719

√ H0

tempo

,443

,511

√ H0

1,192

,296

√ H0

estrato

10,250

,000*

X H0

,263

,617

√ H0

tempo*estrato

2,806

,078

√ H0

1,192

,296

√ H0

da ANOVA

FR1 - Pittosporum undulatum

n=27

FR2 - Pittosporum undulatum

n=29

FR8 - Pittosporum undulatum

n=30

ANOVA de dois fatores mistos, *estatisticamente significativo p < 0,05. A interação entre os fatores A (tempo) e B (estratos) é significativamente significativa para p < 0,05. √ H0 – aceitar a Hipótese nula; X H0 – rejeitar a Hipótese nula.

FR1

FR2

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 128


FR8

FR1 Na Anova de 3 estratos, só o pressuposto de esfericidade é cumprido, homogeneidade e normalidade dos resíduos não são cumpridos. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos são totalmente cumpridos, pelo que se pode concluir que não há diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo. No entanto, e como neste caso n= 11, a Anova tende a aceitar H O para amostras inferiores a 10. Através da interpretação das caixas de bigodes, observa-se uma diminuição na % de cobertura das árvores e dos arbustos ao longo do tempo para FR1. FR2 Na Anova de 3 estratos, só o pressuposto de esfericidade é cumprido, homogeneidade e normalidade dos resíduos não são cumpridos. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade estão cumpridos e a normalidade dos resíduos só existe para o estrato 1, pelo que se pode concluir que não há diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo. No entanto, e como neste caso n= 10, a ANOVA tende a aceitar H O para amostras inferiores a 10. Neste quadrado, observa-se pela caixa de bigodes, uma redução na % de cobertura e na variância dos arbustos no período pós-intervenção (depois). FR8 Na Anova de 3 estratos, só o pressuposto de esfericidade é cumprido, homogeneidade e normalidade dos resíduos não são cumpridos. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos estão cumpridos, pelo que se pode concluir que não há diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo. Para FR8, pela análise da caixa de bigodes, existe uma maior % de cobertura arbustiva bem como uma maior variância, sendo que, se observa uma certa tendência para diminuição no período pós-intervenção (depois).

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 129


Quadrados de monitorização com invasora dominante- Acacia melanoxylon Tabela 48. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (antes – préBright e depois - pósBright). Antes

Depois

FR3 - Acacia melanoxylon Estratos

n

M

DP

n

M

DP

1 - arbóreo

4

,150000

,0912871

4

,107500

,0650000

2 - arbustivo

5

,091400

,0942857

5

,075600

,1071882

3 - herbáceo

24

,004875

,0067651

24

,007375

,0114771

FR4 - Acacia melanoxylon Estratos

n

M

DP

n

M

DP

1 - arbóreo

3

,161667

,1729403

3

,150000

,1802776

2 - arbustivo

13

,054231

,0687752

13

,051923

,0722132

3 - herbáceo

14

,009214

,0168485

14

,014286

,0182438

FR7 - Acacia melanoxylon Estratos

n

M

DP

n

M

DP

1 - arbóreo

5

,070000

,0425735

5

,065000

,0427200

2 - arbustivo

11

,062273

,0610886

11

,057727

,0641624

3 - herbáceo

19

,003895

,0063935

19

,006579

,0089958

FR9 - Acacia melanoxylon Estratos

n

M

DP

n

M

DP

1 - arbóreo

5

,082000

,0465833

5

,048000

,0544977

2 - arbustivo

11

,083182

,1004060

11

,069545

,0874201

3 - herbáceo

14

,004714

,0053698

14

,006071

,0079563

FR10 - Acacia melanoxylon Estratos

n

M

DP

n

M

DP

1 - arbóreo

4

,097500

,0713559

4

,098750

,0700446

2 - arbustivo

10

,034000

,0271621

10

,031000

,0255821

3 - herbáceo

14

,007929

,0103883

14

,011643

,0139096

FR17 - Acacia melanoxylon

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 130


Estratos

n

M

DP

n

M

DP

1 - arbóreo

3

,110000

,0360555

3

,110000

,0360555

2 - arbustivo

11

,063000

,0861116

11

,057636

,0745510

3 - herbáceo

13

,012846

,0117604

13

,015615

,0156287

FR18 - Acacia melanoxylon Estratos

n

M

DP

n

M

DP

1 - arbóreo

3

,290000

,3174902

3

,263333

,2950141

2 - arbustivo

11

,060455

,1000613

11

,039091

,0346279

3 - herbáceo

13

,004615

,0039272

13

,006846

,0081327

M: média, DP: desvio-padrão; n: dimensão da amostra.

Tabela 49. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, depois) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2-arbustivo, 3 herbáceo). Quadrado

Fatores

F

p-value

Resultado

F

p-value

Resultado

(3estratos)

(3estratos)

(Anova 3estratos)

(2estratos)

(2estratos)

(Anova 2estratos)

tempo

6,569

,016*

X H0

1,914

,209

√ H0

estrato

18,405

,000*

X H0

,605

,462

√ H0

tempo*estrato

3,911

,031*

X H0

,401

,547

√ H0

tempo

,967

,334

√ H0

1,544

,234

√ H0

estrato

2,459

,104

√ H0

2,978

,106

√ H0

tempo*estrato

5,743

,008*

X H0

,693

,419

√ H0

tempo

1,096

,303

√ H0

1,147

,302

√ H0

estrato

9,789

,000*

X H0

,059

,811

√ H0

tempo*estrato

1,890

,167

√ H0

,003

,960

√ H0

da ANOVA

FR3 - Acacia melanoxylon

n=33

FR4 - Acacia melanoxylon

n=30

FR7 - Acacia melanoxylon

n=35

FR9 - Acacia melanoxylon BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 131


n=30

tempo

9,372

,005*

X H0

6,510

,023*

X H0

estrato

4,874

,016*

X H0

1,190

,294

√ H0

tempo*estrato

3,830

,034*

X H0

,066

,802

√ H0

tempo

,136

,715

√ H0

,127

,728

√ H0

estrato

13,344

,000*

X H0

7,013

,021*

X H0

tempo*estrato

1,955

,163

√ H0

,747

,404

√ H0

tempo

,029

,865

√ H0

,077

,787

√ H0

estrato

4,927

,016*

X H0

1,077

,320

√ H0

tempo*estrato

,433

,654

√ H0

,077

,787

√ H0

tempo

1,694

,205

√ H0

1,109

,313

√ H0

estrato

9,369

,001*

X H0

6,354

,027*

X H0

tempo*estrato

,847

,441

√ H0

,014

,909

√ H0

FR10 - Acacia melanoxylon

n=28

FR17 - Acacia melanoxylon

n=27

FR18 - Acacia melanoxylon

n=27

ANOVA de dois fatores mistos, *estatisticamente significativo p < 0,05. A interação entre os fatores A (tempo) e B (estratos) é significativamente significativa para p < 0,05. √ H 0 – aceitar a Hipótese nula; X H0 – rejeitar a Hipótese nula.

Tabela 50. Resultados dos testes não paramétricos, Wilcoxon e Sinais para variável tempo (antes e depois) na mediana da % de cobertura das comunidades vegetais. Estes testes foram aplicados, nos casos em que não foram cumpridos os pressupostos das duas ANOVAS testadas (Anova de 3 estratos e Anova de 2 estratos). Quadrado

n

Z

p-value

Resultado

p-value

Resultado

(Wilcoxon )

(Wilcoxon)

(Sinais)

(Sinais)

-1,655

,102

√ H0

,019*

X H0

-1,481

,142

√ H0

,029*

X H0

FR4 - Acacia melanoxylon

23 FR7 - Acacia melanoxylon 35

Foram realizados os testes acima referidos com significância exata, 2 caudas e p-value = 0,05, para a comparação estatística das % de cobertura entre os grupos de dados “antes” e “depois”.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 132


FR3 Na Anova de 3 estratos, o pressuposto de esfericidade é cumprido, a normalidade dos resíduos é cumprida apenas para os estratos 1 e 2 e não está cumprida a homogeneidade. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos estão totalmente cumpridos, pelo que se pode concluir que não há diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo. Pela análise da caixa de bigodes, observa-se uma tendência para diminuição da % de cobertura no estrato arbóreo no período pósintervenção (depois). FR4 Na Anova de 3 estratos, só o pressuposto de esfericidade é cumprido, homogeneidade e normalidade dos resíduos não estão cumpridos. Pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de homogeneidade e normalidade dos resíduos continuam a não estar totalmente cumpridos. Neste sentido, realizaram-se testes não paramétricos para comparação de medianas de duas amostras emparelhadas (fator Tempo), nomeadamente o Teste dos Sinais (para variável diff sem simetria), sendo que, o resultado de pvalue=0,019, pelo que há diferenças significativas ao longo do tempo. Pela análise da caixa de bigodes, observa-se sobretudo uma diferença na % de cobertura estre os estratos, nomeadamente entre o estrato 1 e os restantes. FR7 Na Anova de 3 estratos, só o pressuposto de esfericidade é cumprido, homogeneidade e normalidade dos resíduos não estão cumpridos. Pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade e homogeneidade estão cumpridos e a normalidade dos resíduos está apenas cumprida para o estrato 1. Neste sentido, realizaram-se testes não paramétricos para comparação de medianas de duas amostras emparelhadas (fator Tempo), nomeadamente o Teste dos Sinais (para variável diff sem simetria), sendo que, pelo resultado de p-value=0,029 há diferenças significativas ao longo do tempo (principalmente para o estrato 3). Pela análise da caixa de bigodes, não se observam diferenças significativas, no entanto no estrato 3 há outliners e extremos não removidos. FR9 Na Anova de 3 estratos, o pressuposto de esfericidade é cumprido, mas a normalidade dos resíduos é cumprida apenas para o estrato 1 e a homogeneidade não é cumprida. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos estão cumpridos, pelo que se pode concluir que há diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo. Pela análise da caixa de bigodes, observa- que a diferença ocorre sobretudo na % de cobertura do estrato arbóreo entre o período préintervenção (antes) e o período pós-intervenção (depois). Observa-se ainda, uma diminuição da % de cobertura arbórea ao longo do tempo. FR10 Na Anova de 3 estratos, o pressuposto de esfericidade é cumprido, a normalidade dos resíduos é cumprida apenas para os estratos 1 e 2 e não está cumprida a homogeneidade. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos estão cumpridos, pelo que se pode concluir que não há diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo, mas há diferenças significativas nas médias das % de cobertura dos estratos 1 e 2. Pelo método das comparações múltiplas de Bonferroni, obtiveram-se dois grupos homogéneos: Grupo 1 constituído pelo estrato 1 (arbóreas), e Grupo 2 constituído pelos estratos 2 (arbustivas) e 3 (herbáceas). Pela análise da caixa de bigodes, e apesar da existência de outliners e extremos, observa-se uma diferença na % de cobertura no estrato arbóreo (com valores mais elevados de cobertura e de variância) relativamente aos restantes estratos. FR17 Na Anova de 3 estratos, o pressuposto de esfericidade é cumprido, a normalidade dos resíduos é cumprida apenas para o estrato 1 e não está cumprida a homogeneidade. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos estão cumpridos, pelo que se pode concluir que não há BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 133


diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo. Pela análise da caixa de bigodes, observa-se uma diferença na % de cobertura entre o estrato arbóreo e os restantes. FR18 Na Anova de 3 estratos, só o pressuposto de esfericidade é cumprido, homogeneidade e normalidade dos resíduos não estão cumpridos, sendo que, o resultado é de que há diferenças significativas na % de cobertura de pelo menos um dos estratos. No entanto, uma vez que a Anova é robusta a pequenos desvios, realizou-se o método das comparações múltiplas de Bonferroni para avaliar diferenças entre estratos, e obtiveram-se dois grupos homogéneos: Grupo 1 constituído pelo estrato 1 (arbóreas), e Grupo 2 constituído pelos estratos 2 (arbustivas) e 3 (herbáceas). Pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos continuam a não estar totalmente cumpridos, no entanto como a Anova é robusta a pequenos desvios, assume-se que o resultado é igual ao anterior. Assim, para este quadrado, não há para já diferenças ao longo do tempo, havendo contudo diferenças significativas nas médias das % de cobertura entre o estrato arbóreo e os restantes. Esta diferença é também visível através da caixa de bigodes. FR3

FR4

FR7

FR9

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 134


FR10

F17

FR18

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 135


Quadrados de monitorização com invasora dominante - Acacia dealbata Tabela 51. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (antes – préBright e depois - pósBright). Antes

Depois

FR5 - Acacia dealbata Estratos

n

M

DP

n

M

DP

1 - arbóreo

6

,042500

,0213892

6

,038333

,0163299

2 - arbustivo

11

,087727

,1461568

11

,087545

,1524804

3 - herbáceo

12

,018083

,0424659

12

,017917

,0339825

FR16 - Acacia dealbata Estratos

n

M

DP

n

M

DP

1 - arbóreo

4

,133750

,1468205

4

,133750

,1468205

2 - arbustivo

9

,048333

,0379967

9

,041111

,0403715

3 - herbáceo

12

,011583

,0145193

12

,014000

,0155914

M: média, DP: desvio-padrão; n: dimensão da amostra. Tabela 52. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, depois) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2-arbustivo, 3 herbáceo). Quadrado

Fatores

F

p-value

Resultado

F

p-value

Resultado

(3estratos)

(3estratos)

(Anova 3estratos)

(2estratos)

(2estratos)

(Anova 2estratos)

tempo

,697

,412

√ H0

,938

,348

√ H0

estrato

1,534

,234

√ H0

,578

,459

√ H0

tempo*estrato

,442

,648

√ H0

,787

,389

√ H0

tempo

,194

,664

√ H0

,278

,608

√ H0

estrato

6,194

,007*

X H0

3,196

,101

√ H0

tempo*estrato

,909

,418

√ H0

,278

,608

√ H0

da ANOVA

FR5 - Acacia dealbata

n=29

FR16 - Acacia dealbata

n=25

ANOVA de dois fatores mistos, *estatisticamente significativo p < 0,05. A interação entre os fatores A (tempo) e B (estratos) é significativamente significativa para p < 0,05. √ H0 – aceitar a Hipótese nula; X H0 – rejeitar a Hipótese nula. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 136


FR5 Na Anova de 3 estratos, os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos não estão totalmente cumpridos, pelo que os resultados não se consideram totalmente validados. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos são cumpridos, pelo que se pode concluir que o número médio da % de cobertura para os níveis antes e depois do fator Tempo, não diferem significativamente entre si. O número médio da % de cobertura para os Estratos 1, 2 não difere entre si e a interação dos fatores não é significativa. Em suma, conclui-se que não há diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo. Através da caixa de bigodes, verifica-se uma maior % de cobertura de arbustivas comparativamente à cobertura do estrato arbóreo. FR16 Na Anova de 3 estratos, só o pressuposto de esfericidade é cumprido, homogeneidade e normalidade dos resíduos não são cumpridos. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade e normalidade dos resíduos são cumpridos (à exceção da homogeneidade), pelo que se pode concluir que não há diferenças significativas ao longo do tempo e entre os estratos 1 e 2. Através da caixa de bigodes, observa-se uma diminuição na % de cobertura das arbustivas relativamente ao período pós-intervenção (depois). FR5

FR16

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 137


Quadrados de monitorização com invasora dominante - Prunus laurocerasus Tabela 53. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (antes – préBright e depois - pósBright). Antes

Depois

FR6 - Prunus laurocerasus Estratos

n

M

DP

n

M

DP

1 - arbóreo

5

,081000

,0821888

5

,061000

,0424853

2 - arbustivo

15

,032600

,0278845

15

,026667

,0264350

3 - herbáceo

20

,003100

,0069578

20

,005650

,0073074

FR11 - Prunus laurocerasus Estratos

n

M

DP

n

M

DP

1 - arbóreo

2

,302500

,4207285

2

,128500

,1718269

2 - arbustivo

8

,095000

,1299725

8

,068125

,0794147

3 - herbáceo

13

,046923

,1109658

13

,046308

,1021048

FR13 - Prunus laurocerasus Estratos

n

M

DP

n

M

DP

1 - arbóreo

5

,188000

,1342386

5

,164000

,1252198

2 - arbustivo

7

,077143

,1247283

7

,049286

,0550325

3 - herbáceo

12

,028333

,0711890

12

,028667

,0710433

FR14 - Prunus laurocerasus Estratos

n

M

DP

n

M

DP

1 - arbóreo

4

,205000

,1053565

4

,205000

,1053565

2 - arbustivo

6

,115000

,1089954

6

,086667

,0650897

3 - herbáceo

14

,050143

,1263809

14

,048786

,1188290

M: média, DP: desvio-padrão; n: dimensão da amostra.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 138


Tabela 54. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, depois) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2-arbustivo, 3 herbáceo). Quadrado

Fatores

F

p-value

Resultado

F

p-value

Resultado

(3estratos)

(3estratos)

(Anova 3estratos)

(2estratos)

(2estratos)

(Anova 2estratos)

tempo

5,151

,029*

X H0

3,740

,069

√ H0

estrato

13,948

,000*

X H0

4,730

,043*

X H0

tempo*estrato

3,254

,050

√ H0

1,100

,308

√ H0

tempo

11,297

,003

*

X H0

5,347

,050

√ H0

estrato

1,701

,208

√ H0

1,432

,266

√ H0

tempo*estrato

5,094

,016*

X H0

2,868

,129

√ H0

tempo

3,353

,081

√ H0

2,016

,186

√ H0

estrato

4,793

,019*

X H0

3,271

,101

√ H0

tempo*estrato

1,153

,335

√ H0

,011

,918

√ H0

tempo

1,325

,263

√ H0

,557

,477

√ H0

estrato

3,067

,068

√ H0

3,125

,115

√ H0

tempo*estrato

1,230

,312

√ H0

,557

,477

√ H0

da ANOVA

FR6 - Prunus laurocerasus

n=40

FR11 - Prunus laurocerasus

n=23

FR13 - Prunus laurocerasus

n=24

FR14 - Prunus laurocerasus

n=24

ANOVA de dois fatores mistos, *estatisticamente significativo p < 0,05. A interação entre os fatores A (tempo) e B (estratos) é significativamente significativa para p < 0,05. √ H0 – aceitar a Hipótese nula; X H0 – rejeitar a Hipótese nula.

Tabela 55. Resultados dos testes não paramétricos, Wilcoxon e Sinais para variável tempo (antes e depois) na mediana da % de cobertura das comunidades vegetais. Estes testes foram aplicados, nos casos em que não foram cumpridos os pressupostos das duas ANOVAS testadas (Anova de 3 estratos e Anova de 2 estratos). Quadrado

n

Z

p-value

Resultado

p-value

Resultado

(Wilcoxon )

(Wilcoxon)

(Sinais)

(Sinais)

,753

√ H0

,424

√ H0

FR11 - Prunus laurocerasus 23

-,314

Foram realizados os testes acima referidos com significância exata, 2 caudas e p-value = 0,05, para a comparação estatística das % de cobertura entre os grupos de dados “antes” e “depois”.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 139


FR6 Na Anova de 3 estratos, o pressuposto de esfericidade é cumprido, a normalidade dos resíduos é cumprida apenas para os estratos 1 e 2 e não está cumprida a homogeneidade. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos estão cumpridos, pelo que se pode concluir que não há diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo, existindo apenas diferenças entre as médias das % de cobertura dos estratos 1 e 2. Pela análise da caixa de bigodes, observa-se uma tendência para diminuição da % de cobertura no estrato arbóreo no período pós-intervenção (depois). FR11 Na Anova de 3 estratos, só o pressuposto de esfericidade é cumprido, homogeneidade e normalidade dos resíduos não são cumpridos. Pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de homogeneidade e normalidade dos resíduos continuam a não estar totalmente cumpridos. Neste sentido, realizaram-se testes não paramétricos para comparação de medianas de duas amostras emparelhadas (fator Tempo), nomeadamente Wilcoxon e o Teste dos Sinais (para variável diff sem simetria), sendo que, o resultado de p-value=0,424 significa não haver diferenças significativas ao longo do tempo. Pela análise da caixa de bigodes, observa-se uma maior % cobertura arbórea relativamente aos restantes estratos e ainda uma certa tendência para diminuição de % de cobertura e variância no período pósintervenção (depois), para os estratos 1 e 2. FR13 Na Anova de 3 estratos, os pressupostos de esfericidade e homogeneidade são cumpridos, mas a normalidade dos resíduos não é cumprida para todos os estratos. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos estão cumpridos, pelo que se pode concluir que não há diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo. Pela análise da caixa de bigodes, observa-se uma tendência para diminuição da % de cobertura no estrato arbóreo no período pós-intervenção (depois). FR14 Na Anova de 3 estratos, os pressupostos de esfericidade e homogeneidade são cumpridos, a normalidade dos resíduos é cumprida para todos os estratos à exceção do estrato 3. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos estão totalmente cumpridos, pelo que se pode concluir que não há diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo. Pela análise da caixa de bigodes, nomeadamente para os estratos 1 e 2 sem outliners e extremos, observa-se que não há diferenças nas médias da % de cobertura antes e depois das intervenções florestais. FR6

FR11

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 140


FR13

FR14

Quadrados de monitorização com invasoras dominantes - Robinia pseudoacacia e Ailanthus altissima

Tabela 56. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (antes – préBright e depois - pósBright). Antes

Depois

FR12 - Robinia pseudoacacia Estratos

n

M

DP

n

M

DP

1 - arbóreo

3

,270000

,1915724

3

,266667

,1892969

2 - arbustivo

6

,161667

,1265570

6

,170000

,1058301

3 - herbáceo

11

,008273

,0080510

11

,008364

,0084412

DP

n

M

DP

1

,600000

FR15 - Ailanthus altissima Estratos

n

M

1 - arbóreo

1

,750000

2 - arbustivo

5

,089000

,0821888

5

,052000

,0577278

3 - herbáceo

18

,046556

,1880758

18

,018556

,0581592

M: média, DP: desvio-padrão; n: dimensão da amostra.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 141


Tabela 57. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, depois) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2-arbustivo, 3 herbáceo). Quadrado

Fatores

F

p-value

Resultado

F

p-value

Resultado

(3estratos)

(3estratos)

(Anova 3estratos)

(2estratos)

(2estratos)

(Anova 2estratos)

tempo

,061

,808

√ H0

,029

,870

√ H0

estrato

12,478

,000*

X H0

1,069

,335

√ H0

,255

,778

√ H0

,157

,704

√ H0

tempo

2,555

,125

√ H0

8,398

,044*

X H0

estrato

14,990

,000*

X H0

72,916

,001*

X H0

,490

,619

√ H0

3,067

,155

√ H0

da ANOVA

FR12

-

pseudoacacia

n=20

Robinia

tempo*estrato FR15 - Ailanthus altissima

n=24

tempo*estrato

ANOVA de dois fatores mistos, *estatisticamente significativo p < 0,05. A interação entre os fatores A (tempo) e B (estratos) é significativamente significativa para p < 0,05. √ H0 – aceitar a Hipótese nula; H0 – rejeitar a Hipótese nula.

FR12 Na Anova de 3 estratos, apenas o pressuposto de esfericidade está cumprido, homogeneidade e normalidade dos resíduos não estão totalmente cumpridos, pelo que os resultados não se consideram totalmente validados. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos são totalmente cumpridos, pelo que se pode concluir que não há diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo. Através da caixa de bigodes, verifica-se que para os estratos 1 e 2 não há outliners nem extremos, sendo que, o estrato 1 ocupa uma maior % de cobertura neste quadrado. Verifica-se ainda existir uma diferença (de acordo com a ANOVA para 3 estratos) entre estratos, nomeadamente o estrato herbáceo aparece com uma média de % de cobertura diferente dos restantes estratos. FR15 Na Anova de 3 estratos, os pressupostos de esfericidade e homogeneidade são cumpridos, mas a normalidade dos resíduos só é cumprida para o estrato 2. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos estão cumpridos, pelo que se pode concluir que há diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo, existindo também diferenças entre as médias das % de cobertura dos estratos 1 e 2. Pela análise da caixa de bigodes, observa-se uma diminuição da % de cobertura no estrato arbóreo e arbustivo no período pós-intervenção (depois).

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 142


FR12

FR15

3.2.2.4. Considerações finais Na base dos trabalhos de monitorização de flora e vegetação que têm vindo a ser realizados está a carta digital da situação de referência, elaborada no início dos trabalhos, nomeadamente no verão de 2012. Através da análise desta carta digital, observou-se a existência de diversas manchas de espécies invasoras e de indivíduos isolados que no seu conjunto perfazem uma área invadida global da Floresta Relíquia de aproximadamente 6,49ha. Após os levantamentos de campo e análise cartográfica, considerou-se numa fase inicial, que as espécies invasoras com maior expressão na FR seriam Acacia melanoxylon, Pittosporum undulatum e Tradescantia fluminensis. Relativamente à resposta que as várias espécies invasoras apresentam face à intervenção de descasque do tronco, verifica-se através da Tabela 35, que há espécies tais como Acacia melanoxylon, Acacia longifolia e Pittosporum undulatum que entram mais rapidamente em declínio após descasque, demostrando assim a eficácia desta técnica sobre as mesmas. Por outro lado, observam-se espécies tais como Acacia dealbata e Robinia pseudoacacia que embora reajam ao descasque, demoram mais tempo a demostrar sinais de declínio, sendo que a espécie Prunus laurocerasus não demostra quaisquer sinais de vulnerabilidade após descasque. Esta última espécie, pelo contrário, parece reagir ao stress provocado mediante um acréscimo vegetativo de novos rebentos. Estes resultados permitem para já formular algumas conclusões acerca da eficácia desta técnica sobre as diversas espécies invasoras monitorizadas. De acordo com os resultados obtidos até ao presente, observou-se após a remoção de Tradescantia fluminensis nos quadrados de monitorização, que a sua progressão é significativamente mais lenta nas manchas onde esta aparece esparsa. Neste sentido, considera-se que na planificação de áreas prioritárias de intervenção em Tradescantia fluminensis deverá ser adotada uma estratégia de controlo do tipo “de dentro para fora” ou seja, começar por intervir nas zonas de fronteira entre zona não invadida e zona invadida (esparsa), progredindo depois para o interior das manchas invadidas (mista e contínua). Com base nos resultados recolhidos e tratados nas 11 parcelas de Tradescantia fluminensis em monitorização, a análise estatística permitiu observar algumas diferenças significativas entre a % de cobertura em situação de pré-intervenção (préBright) e em situação de pós-intervenção (pósBright). Em FRT1 e FRT2, parcelas sem situação de referência intervencionadas antes dos trabalhos de monitorização terem início, a análise estatística (teste de Friedman com p-value=0,05) revela que existem diferenças significativas ao longo dos períodos temporais analisados, nomeadamente ao nível das medianas das % de cobertura da comunidade vegetal levantada 6 meses após as intervenções realizadas. Para estas parcelas, observa-se ainda pelos dados de inventário, que em FRT1 (arranque sem cobertura posterior de folhagem) há uma maior percentagem de regeneração natural de espécies nativas comparativamente a FRT2 (arranque com cobertura posterior de folhagem). No entanto relativamente à progressão de Tradescantia fluminensis, esta apresenta até à data uma maior % de cobertura em FRT1 comparativamente a FRT2. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 143


Para as restantes parcelas de Tradescantia fluminensis, com situação prévia de referência, a análise estatística (teste não paramétrico de Friedman com p-value=0,05), revelou que nas parcelas FRT4, FRT6, FRT8 e FRT10, existem até à data diferenças significativas ao longo do tempo em pelo menos um dos períodos temporais analisados. Pelo teste dos pares e análise das caixas de bigodes, observam-se várias diferenças entre as medianas das % de cobertura da população, sendo que para as várias parcelas analisadas é comum as diferenças ocorrerem entre os períodos temporais “antes” verão/2013 e passados “9 meses” – primavera/2014. Relativamente às invasoras em comunidade florestal, intervencionadas no interior dos quadrados pelos funcionários da FMB durante o ano transato, observaram-se diferentes respostas face ao descasque, bem como algumas árvores e ramos caídos no interior de alguns quadrados, ainda danos colaterais do ciclone Gong ocorrido no início de 2013. Com base nos resultados recolhidos e tratados nos 20 quadrados de monitorização para as invasoras em comunidade florestal, a análise estatística (Anova de dois fatores mistos, com p= 0,05) permitiu detetar em FR9 diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo. Pela análise da caixa de bigodes, observa- que a diferença ocorre sobretudo na % de cobertura do estrato arbóreo entre o período pré-intervenção (antes) e o período pós-intervenção (depois). Paralelamente para FR4 e FR7 a análise estatística (Teste dos Sinais para variável diff sem simetria com p= 0,05) revelou existirem diferenças significativas ao longo do tempo. Pela análise da caixa de bigodes, observa-se sobretudo uma diferença na % de cobertura estre os estratos, nomeadamente entre o estrato 1 e os restantes. É de referir que as diferenças reveladas pela análise estatística ocorrem em três quadrados onde a invasora dominante é Acacia melanoxylon, sobretudo ao nível do estrato arbóreo, não havendo até à data para os restantes quadrados diferenças muito significativas. Através das ações de monitorização realizadas até agora, poder-se-á considerar à partida a existência de um efeito de controlo eficaz principalmente nas parcelas de Tradescantia fluminensis esparsa e mista. Por outro lado, observa-se após a remoção desta invasora, que existe um banco de sementes com capacidade regenerativa rico em espécies nativas, fator que justificará a remoção faseada desta espécie sobretudo no interior dos três Habitats naturais da FR. Relativamente às 6 invasoras arbóreas em monitorização, parece existir para já uma tendência para alteração do coberto arbóreo em situação de pós-intervenção (pósBright) nos quadrados com invasora dominante Acacia melanoxylon. No entanto, torna-se necessário recolher novos dados mais equidistantes temporalmente de forma a confirmar as diferenças detetadas até à data, avaliar eventuais alterações nas comunidades vegetais nativas e validar a eficácia das intervenções realizadas. Com o objetivo de tratar e avaliar estatisticamente alguns dos resultados que este trabalho apresenta, torna-se necessário assegurar a monitorização contínua da flora e vegetação, por forma a verificar as hipóteses consideradas e sobretudo de forma a avaliar a eficácia das ações florestais do projeto LIFE+ BRIGHT.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 144


3.2.3. OUTRAS AÇÕES Potencial da fauna para a dispersão de sementes

3.2.3.1. Introdução Este projeto surge na sequência da dissertação Mestrado em Ecologia Aplicada (Universidade de Aveiro), intitulada “Potencial de dispersão de sementes por mamíferos carnívoros e sua contribuição para a gestão de ecossistemas”, de Lúcia Pereira, que pretende verificar de que forma é que a fauna, sobretudo os mamíferos que se alimentam de frutos, se relacionam com a flora, avaliando a sua capacidade de dispersar ou controlar espécies vegetais. Com este estudo pretende-se perceber a dinâmica das relações entre a fauna e flora, no que respeita ao papel da fauna na propagação de espécies vegetais, ao seu potencial para o controlo de espécies autóctones e exóticas invasoras e à influência que a digestão de frutos produz na resposta germinativa de espécies vegetais. Para tal, e em resumo, procedeu-se à recolha de sementes da Mata Nacional do Buçaco e de excrementos de mamíferos e aves, ou seja, sementes não digeridas e digeridas e realizaram-se ensaios de germinação em viveiro. Com os dados obtidos a partir desta investigação pretende-se contribuir para o progresso do conhecimento das relações entre fauna e flora, procurando também que estes tenham uma aplicação na gestão da Mata, nomeadamente no âmbito do projeto Life + BRIGHT. No entanto, note-se que não estão a ser afetos meios humanos nem materiais diretos do BRIGHT para a realização deste trabalho, apenas se trata de um complemento. A Mata Nacional do Buçaco apresenta os requisitos necessários para a realização deste estudo, uma vez que se trata de uma área murada com comunidades de Vertebrados terrestres que incluem espécies frugívoras, roedoras e granívoras. Apresenta também uma grande riqueza florística e de habitats, com evidente singularidade, vulnerabilidade e valor conservacionista. Para além disso, este local possui infraestruturas necessárias à execução experimental deste estudo, tais como estufas e viveiros. É, ainda, considerado que a informação recolhida com este estudo poderá ser importante para a gestão da Mata e mesmo para os trabalhos decorrentes do projeto BRIGHT. Este trabalho encontra-se a ser finalizado, pelo que não será de esperar continuá-lo no próximo período.

3.2.3.2. Metodologia Mamíferos Carnívoros Este estudo iniciou-se em setembro de 2012, sendo que desde então se procedeu mensalmente à recolha de excrementos de carnívoros frugívoros, num percurso com cerca de cinco quilómetros que atravessa toda a Mata (Fig. 37). A figura 37 mostra o percurso inicialmente adotado (o mesmo utilizado para a normal e regular monitorização de mamíferos carnívoros no âmbito do projeto BRIGHT, através dos indícios de presença), assim como um segundo traçado alternativo. Este último foi adotado a partir do mês de fevereiro de 2013, em virtude dos danos florestais causados pela passagem do ciclone Gong na Mata do Buçaco a 19 de janeiro de 2013, que impediram o acesso e monitorização do traçado original, tendo-se retomado o percurso inicial após o desimpedimento do mesmo. Em cada amostragem mensal, cada excremento detetado foi guardado individualmente, etiquetado, identificado (espécie que lhe deu origem) e georreferenciado. Posteriormente, os excrementos recolhidos foram triados de forma a separar e contar as sementes presentes. A triagem foi efetuada recorrendo a pinças, ou manualmente, dependendo do estado do excremento. Em caso de excrementos muito secos, cuja desagregação se revelava problemática, recorreu-se ao humedecimento prévio dos mesmos. A identificação das sementes efetuou-se por comparação com sementes recolhidas das árvores, através ,

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 145


de consulta bibliográfica e através de consulta com especialistas. Às sementes que não foi possível identificar foi atribuído um código e colocaram-se a germinar, esperando identificar futuramente as plântulas. Após devidamente limpas e identificadas, todas as sementes foram semeadas e devidamente acompanhadas no que respeita a regas e germinação (ver secção “sementeira e processamento em viveiro”).

Fig. 37. Mapa do percurso de recolha dos excrementos dos carnívoros, com indicação do troço alternativo realizado a partir de fevereiro 2013. Os círculos indicam a localização dos poleiros para recolha de excrementos de aves, organizados por cor, consoante a unidade de paisagem onde se encontram.

Fig. 38. Frutos (das plantas) e excrementos recolhidos na amostragem de setembro 2012. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 146


Aves Paralelamente ao trabalho com excrementos de mamíferos carnívoros, entre agosto e dezembro de 2012, também se realizaram testes de “atratibilidade” para aves granívoras utilizando “poleiros” que haviam sido distribuídas nas várias unidades de paisagem da Mata (Arboreto, Vale dos Fetos e Pinhal do Marquês). Com este estudo pretendia-se verificar qual a dieta das aves granívoras e verificar o seu papel como dispersoras de sementes, ou seja, verificar se estas podem dispersar sementes e/ou alterar a capacidade germinativa das sementes comparativamente às sementes digeridas pelos carnívoros e às sementes não digeridas. No entanto, o número de sementes recolhidas foi bastante reduzido e as sementes semeadas praticamente não germinaram (germinou uma em 29 sementes de Arbutus unedo) pelo que não nos permitiu tirar quaisquer conclusões. Para além desta situação, também muitos dos poleiros colocados na Mata ficaram inacessíveis ou destruídos pela passagem do ciclone Gong, em janeiro de 2013. Por estes motivos e conforme explicado no relatório de agosto 2013 decidiu-se parar com este estudo. Assim o estudo prosseguiu apenas com as sementes recolhidas dos excrementos de mamíferos e das plantas. Sementes não digeridas por animais (controlo) De forma a se poder comparar o sucesso germinativo de sementes digeridas e não digeridas, ou seja, para se avaliar o potencial dispersor/controlador da fauna, foram também recolhidas sementes provenientes da flora da Mata. Aquando das amostragens de recolha de excrementos de carnívoros, e no mesmo percurso, mensalmente foram recolhidas sementes maduras que se encontravam nas árvores ou no solo (Fig. 39), tendo-se identificado a respetiva espécie e registado também a sua localização com GPS. Em seguida procedeu-se ao descasque manual dos frutos e em alguns casos recorrendo à imersão dos mesmos em água por forma a amolecer a casca e facilitar a sua remoção, como é o caso do folhado (Viburnum tinus). Posteriormente essas sementes foram semeadas da mesma forma que as sementes dos excrementos (ver secção “sementeira e processamento em viveiro”). Nestas tentou-se semear o maior número possível de sementes colhidas das árvores, por forma a representar a abundância de espécies e disponibilidade de frutos em cada colheita. Desta forma, foram registadas e calendarizadas as espécies que se encontravam em floração e/ou frutificação ao longo do ano (Anexo VIII).

Fig. 39. Exemplo de frutos maduros recolhidos da árvore (azevinho, Ilex aquifolium).

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Sementeira e processamento em viveiro Uma vez preparadas e prontas a semear, procedeu-se à sementeira das sementes das diversas proveniências, uma vez por mês, em caixas com 40 cuvetes. Numa primeira fase colocou-se uma única camada de substrato nas caixas, compactando-o. Em seguida semearam-se entre 2 a 15 sementes por cada cuvete, dependendo da espécie e do tamanho da semente. Finalmente completou-se o restante volume da cuvete com o mesmo substrato (Fig. 40). Este substrato foi disponibilizado pela Fundação Mata do Buçaco, sendo o mesmo habitualmente utilizado pelos viveiros florestais em funcionamento no âmbito do projeto BRIGHT. A título de exceção, ou aquando de um número muito reduzido de sementes, foram também semeadas algumas sementes em vasos, nomeadamente no caso de espécies invasoras ou de espécies, aparentemente, pouco viáveis. Para cada amostragem/sementeira, foram também colocadas em viveiro caixas que somente continham o substrato, sem quaisquer sementes, como controlo, por forma a identificar/quantificar possíveis contaminações (sementes, fungos, etc.) provenientes do próprio substrato. A cada caixa/cuvete foi atribuído um código que permitisse a identificação da proveniência das sementes, da data de sementeira e da respetiva espécie. Após cada sementeira, todas as caixas/cuvetes eram devidamente regadas e colocadas a germinar no interior do viveiro disponibilizado pela Fundação Mata do Buçaco para os trabalhos de investigação da Universidade de Aveiro (doravante, designado por “Viveiro UA”). O Viveiro UA (Fig. 41 e 42) pretende simular as condições naturais de temperatura, luminosidade e humidade da Mata. Está equipado com um sistema de rega (Fig. 43) que é ativado regularmente por forma a manter o substrato húmido e permitir a germinação das sementes e está coberto em todas as faces com uma tela que permite a passagem de luz, mas mantendo ensombramento e impedindo a entrada de sementes ou outros contaminantes indesejados.

Fig. 40. Exemplo de um processo de sementeira.

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Fig. 41. Viveiro UA – Aspeto exterior.

Fig. 42. Viveiro UA – Aspeto interior.

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Fig. 43. Sistema de rega do Viveiro UA.

Ao longo do tempo tem-se monitorizado a germinação das sementes (Fig. 44 e 45) em cada cuvete semeada, registando a espécie e o número de plântulas de cada espécie que germina. Compara-se a fisionomia das plântulas que germinam com as das caixas controlo que contêm plântulas provenientes do próprio substrato, eliminando possíveis contaminantes. Este registo iniciou-se assim que surgiram as primeiras plântulas, no final do mês de janeiro, sendo que desde então quinzenalmente se registam todas as germinações que ocorrem. No caso de existirem plântulas identificadas como contaminantes do substrato, são retirados quando o substrato se encontra húmido, com o auxílio de uma pinça. Ao longo do tempo, as diversas caixas têm sido trocadas de local, dentro do Viveiro UA, para possibilitar a todas as caixas as mesmas condições (alternadas) de exposição à luz, à rega e à possibilidade de contaminação por sementes do exterior (através da tela de revestimento do Viveiro). Ao longo deste processo foram tiradas fotografias aos excrementos e às sementes neles contidas (Fig. 46), utilizando uma régua graduada como escala, sendo que este procedimento facilita a identificação de cada espécie por comparação com fotografias de sementes provenientes de plantas. Por outro lado, também nos viveiros se tiraram fotografias com regularidade às caixas e às plântulas, por forma a poder identificar com certeza a espécie de cada plântula.

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Fig. 44. Germinação de semente de azereiro (Prunus lusitanica).

Fig. 45. Plântula de azereiro (Prunus lusitanica).

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Fig. 46. Medição de sementes com régua.

3.2.3.3. Análise e tratamento de dados Variações sazonais na dieta dos carnívoros Por forma a verificar variações sazonais na dieta dos carnívoros na área de estudo ao longo do ano (Fig. 47), procedeu-se ao cálculo da frequência de ocorrência (FO, expressa em percentagem) destes tipos de alimentos nos excrementos. Esta análise focar-se-á essencialmente na dieta de fuinha, para a qual foram analisados 176 excrementos. No caso da raposa e gineta, dado o reduzido número de excrementos analisados (6 e 4, respetivamente), apenas se obteve uma tendência do que poderá ser a dieta destes carnívoros. Para realizar o cálculo do “Índice de seletividade de Savage” (Wi) e a análise estatística da germinação apenas se tiveram em conta os dados relativos aos excrementos de fuinha, excluindo-se dessa forma os dados referentes ao conteúdo dos excrementos de raposa e gineta devido à sua reduzida abundância. Índice de seletividade de Savage (Wi) Por forma a verificar qual a preferência da fuinha relativamente aos frutos existentes na MNB procedeuse ao cálculo do Índice de seletividade de Savage (wi), que permite verificar a significância estatística do evitamento ou preferência de cada item alimentar (Manly et al. 2002; Oscoz et al. 2006). Este é calculado a partir da seguinte fórmula: Wi = Ui/pi; Onde pi, neste caso, é a proporção das diferentes espécies de frutos disponíveis na MNB, que é calculado a partir da expressão pi= N/S, onde N é o número de frutos disponíveis para cada espécie e o S é o número total de frutos disponíveis na Mata (adaptado a partir de Tella & Forero 2000, e Cock BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 152


1978). O Ui é a proporção das diferentes espécies de frutos ingeridos pela fuinha, que é calculado a partir da expressão Ui=Ne/Se, onde Ne é o número de frutos de uma espécie ingeridos pela fuinha e o Se é o número total de frutos ingeridos (adaptado a partir de Tella & Forero 2000, e Cock 1978). A disponibilidade de frutos na MNB foi estimada mensalmente a partir do número de frutos recolhidos manualmente durante 2 minutos por cada árvore ou arbusto em frutificação, ao longo do percurso representativo de toda a Mata. Por outro lado, a proporção de frutos ingeridos pelas fuinhas foi estimada a partir da contagem do número de sementes contidas nos excrementos e pela estimativa do número de frutos teoricamente ingeridos pela fuinha, tendo em conta a média do número de sementes por frutos presente em Lázaro et al. (2013), coincidentes com as observações efetuadas na área de estudo. O índice de seletividade de Savage varia entre 0 (máximo de seleção negativa) até infinito (máximo de seleção positiva) (Sánchez-Hernández & Cobo 2012), e Wi=1 indica que não ocorre seleção nem evitamento (Tella & Forero 2000; Manly et al. 2002). Assim, considera-se que ocorre a seleção positiva ou preferência quando o Wi é significativamente maior do que um e seleção negativa ou evitamento desses frutos quando o valor é significativamente menor do que um (Cock 1978; Oscoz et al. 2006). O erro padrão do índice [s.e. (wi )] é calculado através da expressão: [s.e. (wi )] = √ [(1 − pi)/(S × pi)] Onde S é o número total de frutos ingeridos pela fuinha (adaptado de Manly et al. 2002). A significância estatística dos resultados é obtida pela comparação do parâmetro estatístico calculado desta forma: [(wi−1)2/s.e.(wi)2], com o valor crítico da distribuição de χ2 correspondente, com um grau de liberdade (Manly et al. 2002). De forma a minimizar erros associados a testes múltiplos realizados em simultâneo, é conveniente aplicar a correção sequencial de Bonferroni para o número de testes em questão (α/número de categorias (e.g. Tella & Forero 2000). Ou seja, neste caso, dividindo o valor da significância pretendida (α=0.05) pelo número de espécies de sementes ingeridas pela fuinha, atingindo2 se a significância a um nível de p<0.05, com o qual se verifica então o valor crítico da distribuição de χ (Virgós & Casanovas 1999). A hipótese nula que foi considerada é que a fuinha não apresenta preferência por qualquer tipo de fruto, ou seja utiliza os frutos do meio ambiente em proporção idêntica à sua disponibilidade. Por outro lado, a hipótese alternativa é que a fuinha apresenta preferência ou evitamento por determinada(s) espécie(s) de fruto(s), consumindo-a(s), respetivamente, em maior ou menor proporção relativamente às disponibilidade no meio ambiente. Germinação das sementes digeridas e não digeridas Tendo em conta que o número de sementes semeadas foi diferentes para as diferentes origens e a interpretação dos resultados do número de sementes germinadas sem tratamento prévio induziriam em erro, optou-se por proceder ao cálculo da percentagem de germinação (número de sementes germinadas/número de sementes semeadas) para que se possa concluir acerca da capacidade germinativa das sementes das diferentes origens (sementes digeridas e sementes não digeridas), ou seja, verificar se a digestão das sementes faz com que estas germinem em maior proporção relativamente às sementes não digeridas. Análise estatística do sucesso de germinativo e tempo de germinação das sementes digeridas e não digeridas Avaliou-se o efeito da ingestão de sementes na germinação de várias espécies de plantas através da comparação do sucesso germinativo e rapidez de germinação (T50) de sementes colhidas em excrementos ou colhidas diretamente das plantas. Para estas análises apenas se consideraram as espécies cujo número de sementes disponíveis nos excrementos/plantas fosse superior a dez, o que se verificou nas seguintes espécies: Arbutus unedo, Celtis australis, Prunus laurocerasus e Rubus sp.. O sucesso germinativo corresponde ao número total de sementes germinadas e o insucesso da germinação corresponde ao número de sementes não germinadas, tendo em conta o número de sementes semeadas inicialmente em cada cuvete. O T50 corresponde ao número de dias que se demorou a detetar a ocorrência de 50% (metade) do número total de sementes germinadas, tendo em conta o número total de sementes germinadas, em cada cuvete, no final da experiência. Ao avaliar a normalidade e homogeneidade das variâncias das variáveis consideradas (sucesso germinativo e tempo de germinação) foi possível verificar que mesmo após a transformação dos dados BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 153


estes não cumpriram os pressupostos da ANOVA, utilizando o software SPSS versão 22.0. De tal modo optou-se por realizar a análise destes dados através de modelos lineares generalizados (GLM), que não implicam a necessidade de normalidade e homogeneidade de variâncias. Realizaram-se dois tipos de modelo para cada espécie: um para o sucesso germinativo das sementes (GLM com uma distribuição binomial) e outro para o número de dias em que se observou a germinação de 50% do número total de sementes (T50) (GLM com uma distribuição de Poisson). Todavia, análises preliminares indicaram que as respostas poderiam ser distintas por espécie de planta e por isso se optou por modelos por espécie, mais parcimoniosos, em vez de um modelo global. Portanto, consideramos o ano de sementeira (2012 ou 2013) e a origem das sementes (planta ou excremento) como variáveis explicativas. Nestas análises utilizamos o Software R. E por fim consideramos que existiam diferenças significativas sempre que o nível de significância fosse inferior a 5% (p<0,05).

3.2.2.4. Resultados De setembro a dezembro de 2012, de fevereiro a abril de 2013 e de setembro de 2013 a janeiro de 2014 foram colhidos diversos frutos das árvores, num total de 27 espécies existentes na Mata, nomeadamente Acacia melanoxylon, Arbutus unedo, Crataegus monogyna, Cupressus lusitanica, Hedera sp., Ilex aquifolium, Laurus nobilis, Phillyrea latifolia, Polygonatum odoratum, Prunus laurocerasus, Prunus lusitanica, Rubus sp., Ruscus aculeatus e Viburnum tinus. Relativamente às sementes recolhidas dos excrementos foram encontradas 22 espécies, nomeadamente Arbutus unedo, Celtis australis, Ficus carica, Hedera sp., Ilex aquifolium, Phoenix canariensis, Prunus laurocerasus, Rubus sp., Secale cereale, Vitis vinifera, entre outras por identificar. Algumas das espécies de sementes encontradas nos excrementos de fuinha, nomeadamente Secale cereale e Vitis vinifera não provêm do interior da Mata. Mamíferos carnívoros Verificou-se que a maioria dos excrementos pertencia à fuinha (Martes foina) tendo-se recolhido também excrementos de gineta (Genetta genetta) e raposa (Vulpes vulpes), em menor quantidade e alguns não identificados (NI). Verificou-se também que nos meses quentes e secos (setembro) existiam mais excrementos do que nos meses chuvosos (outubro e fevereiro, por exemplo) (Tabela 58). Tabela 58. Número de excrementos de fuinha, raposa, gineta e não identificados (NI), registados mensalmente entre setembro de 2012 e janeiro de 2014 (período este sujeito a algumas interrupções).

Espécie Fuinha Mês setembro de 2012 setembro de 2013 outubro de 2012 outubro de 2013 novembro de 2012 novembro de 2013 dezembro de 2012 janeiro de 2014 fevereiro de 2013 março de 2013 abril de 2013 Total Geral

98 39 6 8 11 10 25 14 11 3 9 234

Raposa 5 2 0 0 0 2 0 0 0 0 0 9

Gineta 0 1 0 0 0 0 0 1 4 1 3 10

NI 2 0 1 0 2 0 2 0 0 0 0 7

Total Geral 105 42 7 8 13 12 27 15 15 4 12 260

Relativamente à dieta dos carnívoros foi possível verificar que a fuinha ingere uma grande variabilidade de alimentos, apresentando uma elevada quantidade de excrementos contendo sementes (FO ≈ 89%) e BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 154


micromamíferos (FO ≈ 16%), e em menor quantidade invertebrados (FO ≈ 8%) e aves (FO ≈ 1%) (Fig. 47). Por vezes foi possível verificar que os seus excrementos continham mais do que um tipo de alimento ingerido em simultâneo, apesar de que na maioria dos casos estes eram constituídos exclusivamente por sementes e as respetivas cascas desses frutos. Ao avaliar as variações sazonais na dieta da fuinha foi possível verificar que no outono esta se alimenta principalmente a partir de frutos, presentes em 99% dos excrementos, mas também de micromamíferos (FO ≈ 7%) e invertebrados (FO ≈ 3%). Também no inverno, esta ingere maioritariamente frutos (FO ≈ 69%), seguidos do consumo de matéria vegetal (FO ≈ 31%), de invertebrados (FO ≈ 7%) e micromamíferos (FO ≈ 7%), em menores proporções. Por outro lado, na primavera esta ingere maioritariamente alimentos de origem vegetal (FO ≈ 64%), seguidos dos micromamíferos (FO ≈ 45%) e frutos (FO ≈ 27%), e em menores quantidades invertebrados (FO ≈ 18%) e aves (FO ≈ 9%) (Figura 47).

Fig. 47. Frequência de ocorrência (FO%) dos diferentes componentes fecais nos excrementos da Fuinha, nas diferentes épocas do ano, tendo-se analisado 11 excrementos da primavera, 129 do outono e 29 do inverno.

Tendo em conta o Índice de Savage (Anexo IX) foi possível verificar que no outono a fuinha tinha preferência por frutos de Celtis australis, Prunus laurocerasus e Rubus sp., enquanto que no inverno esta preferia significativamente os frutos de Arbutus unedo e Ilex aquifolium. Contudo durante a primavera a fuinha não apresentou preferência por nenhuma espécie de fruto.

O reduzido número de excrementos de raposa e de gineta recolhidos não permitem efetuar análises tão aprofundadas como as que foram feitas para a fuinha.

Tabela 59: Número total de excrementos identificados para a fuinha, raposa e gineta, número total de excrementos analisados e o número de excrementos analisados contendo sementes e indícios da presença de micromamíferos, invertebrados e aves para cada uma das espécies de carnívoros. Nota: Para o cálculo do número de excrementos de fuinha contendo sementes tiveram-se em conta 169 excrementos analisados, enquanto que para os indícios da presença de micromamíferos, invertebrados e aves se tiveram em conta apenas 99 excrementos.

Espécie

Fuinha

Raposa

Gineta

234 169 151 16 8 1 19

9 8 7 3 0 0 0

10 4 2 4 1 2 1

Excrementos

Identificados Analisados Com sementes Com micromamíferos Com invertebrados Com aves Com matéria vegetal

Total Geral 253 181 159 23 9 3

Monitorização dos viveiros No Viveiro da UA verificou-se que tanto as sementes de excrementos como as de plantas começaram a germinar a partir do mês de janeiro de 2013. Desde então foi possível verificar que até ao mês de julho de 2014 germinaram inúmeras sementes provenientes de plantas, nomeadamente de Laurus nobilis, Ligustrum lucidum, Ligustrum sinense, Lonicera periclymenum, Pittosporum eugenioides, Ruscus aculeatus, Smilax aspera e Tamus communis que apresentam entre 75% a 100% de germinação (Tabela BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 155


60). No entanto espécies como Cupressus lusitanica, Deutzia crenata, e Solanum nigrum ainda não germinaram. Ao passo que outras foram semeadas em 2012 e apenas começaram a germinar em fevereiro de 2014, no caso de Phillyrea latifolia e Ilex aquifolium, e em novembro de 2013 no caso de Polygonatum odoratum e Smilax aspera, isto porque estas sementes se encontravam num estado de dormência que foi quebrado somente após o segundo outono. Foi possível verificar que algumas das espécies exóticas invasoras têm facilidade em germinar, como é o caso de Pittosporum eugenioides (76%), Pittosporum undulatum (42%) e Phytolacca americana (35%) (Tabela 60). No entanto a Acacia melanoxylon germinou numa proporção muito inferior ao que se verificou nas restantes espécies invasoras (19%). Tabela 60: Origem da espécie de semente triada, número de sementes semeadas, germinadas e a proporção média de sementes que germinaram até 11/7/2014 provenientes das plantas.

Espécie Nome científico Acacia melanoxylon Arbutus unedo Berberis sp. Celtis australis Crataegus monogyna Cupressus lusitanica Deutzia crenata Hedera sp. Ilex aquifolium Laurus nobilis Ligustrum lucidum Ligustrum sinense Lonicera periclymenum Phillyrea latifolia Phytolacca americana Pittosporum eugenioides Pittosporum undulatum Polygonatum odoratum Prunus laurocerasus Prunus lusitanica Pyracantha sp. Rubus sp. Ruscus aculeatus Smilax aspera Solanum nigrum Tamus communis Viburnum tinus Total

Origem Exótica Invasora Autóctone Autóctone Autóctone Autóctone Autóctone Autóctone Autóctone Autóctone Autóctone Exótica Exótica Autóctone Autóctone Exótica invasora Exótica Invasora Exótica Invasora Autóctone Exótica Invasora Autóctone Exótica Autóctone Autóctone Autóctone Autóctone Autóctone Autóctone

Nº sementes semeadas 86 425 100 115 253 50 50 170 390 173 101 40 15 240 256 50 492 50 140 265 325 150 426 144 120 190 100 4916

Nº sementes % germinadas Germinação 7 19 116 27 40 40 80 69 20 7 0 0 0 0 46 27 45 11 138 79 90 89 32 80 15 100 167 70 57 35 38 76 206 42 19 38 5 4 57 23 35 14 6 4 378 89 129 91 0 0 161 85 55 55 1942 47

Por outro lado, nas sementes provenientes dos excrementos também foi possível verificar que Celtis australis e Hedera sp. apresentam entre 75% a 100% de germinação (Tabela 61). Para além destas também germinaram sementes cuja espécie não foi possível identificar, referenciadas pelos códigos G, H, R e U, que apesar de pouco representativas, uma vez que foram semeadas apenas 1 ou 2 sementes, germinaram na totalidade (100% de germinação) (Anexo IX).

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Tabela 61: Origem da espécie de semente triada, número de sementes semeadas, germinadas e a proporção média de sementes que germinaram até 11/7/2014 provenientes dos excrementos de Fuinha.

Espécie Origem Nome científico Arbutus unedo Autóctone Celtis australis Autóctone Ficus carica Exótica Hedera sp. Autóctone Ilex aquifolium Autóctone Phoenix canariensis Exótica Prunus laurocerasus Exótica Invasora Prunus serotina Exótica Rubus sp. Autóctone Secale cereale Exótica Vitis vinifera Exótica Total

Nº sementes semeadas 155 79 200 3 6 15 315 40 150 10 54 1027

Nº sementes % germinadas Germinação 72 46 67 85 0 0 2 75 0 0 6 40 45 15 28 70 35 23 0 0 17 28 272 35

Relativamente aos excrementos, a maior parte das sementes semeadas provêm de fuinha, sendo nestes onde se verifica maior quantidade de sementes germinadas. Relativamente aos excrementos de gineta verificou-se que apenas um excremento possuía uma única semente que estava a germinar in situ. Nos excrementos não identificados, apesar do pequeno número de sementes, verificou-se apenas a germinação de 50% das sementes de Ilex aquifolium (Anexo IX). Nos excrementos de raposa verificouse que, apesar do pequeno número de sementes semeadas, no caso de Prunus laurocerasus ocorreu a germinação de 23% das sementes (Tabela 62). Tabela 62: Origem da espécie de semente triada, número de sementes semeadas, germinadas e a proporção média de sementes que germinaram até 11/7/2014 provenientes dos excrementos de Raposa.

Espécie Origem Nome científico Prunus laurocerasus Exótica Invasora Rubus sp. Autóctone Total

Nº sementes semeadas 18 20 38

Nº sementes % germinadas Germinação 4 23 0 0 4 12

Para poder concluir quantitativamente acerca da presença ou ausência de germinação de sementes com diferentes origens teve-se em conta as seguintes espécies: Arbutus unedo, Celtis australis, Hedera sp., Ilex aquifolium, Prunus laurocerasus, e Rubus sp., uma vez que existem em diferentes excrementos e ao mesmo tempo nas sementes colhidas das plantas (Fig. 48), desta forma permitem concluir acerca do efeito benéfico ou nefasto da passagem de sementes pelo trato digestivo de diferentes carnívoros (fuinha e raposa). Verificou-se que na maioria dos caso se semeou uma quantidade muito superior de sementes não digeridas do que de sementes digeridas, tal como se sucede no caso do Arbutus unedo, Celtis australis, Hedera sp. e Ilex aquifolium. Somente no caso do Prunus laurocerasus e Rubus sp. ocorreu a situação inversa, ou seja, recolheu-se uma quantidade de sementes presentes nos excrementos de fuinha superior aquela que se encontrou na flora da mata, ainda que no caso de Rubus sp. se tenha optado por semear uma quantidade de sementes muito inferior aquela que surgiu nos excrementos (Fig 48). A partir do gráfico da Fig.48, onde está representado o número de sementes germinadas, é possível verificar que germinaram todas as espécies de sementes digeridas e não digeridas pela fuinha, à

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exceção de Ilex aquifolium. No caso das sementes digeridas pela raposa foi possível verificar que Prunus laurocerasus germinou, contrariamente a Rubus sp.. A partir deste gráfico (Fig.48) não é possível tirar qualquer conclusão acerca da capacidade germinativa das sementes das diferentes origens, uma vez que o número de sementes semeadas foi diferente para as diferentes origens das sementes. Portanto, para se podem tirar conclusões acerca do efeito que a digestão dos carnívoros tem sobre a germinação das sementes é necessário considerar a percentagem de germinação das sementes digeridas e não digeridas para cada espécie expressa na Fig.49. Fig. 48. Número de sementes germinadas a partir das plantas e dos excrementos de fuinha.

No caso de Ilex aquifolium foi possível verificar que germinaram somente as sementes oriundas das plantas (11%), não tendo germinado nenhuma das sementes digeridas pela fuinha (Fig.14). Contudo, não é possível concluir o que quer que seja acerca do efeito da digestão da fuinha sobre a capacidade germinativa destas sementes devido ao reduzido número de sementes digeridas. Também no caso de Hedera sp. surge a mesma situação, isto é, não é possível comparar a capacidade germinativa das sementes digeridas e não digeridas devido ao reduzido número de sementes digeridas, embora ambas tenham germinado em 75% e 27%, respetivamente. Através da aplicação de modelos lineares generalizados (GLM) ao sucesso germinativo das diferentes espécies de sementes (Arbutus unedo, Celtis australis, Prunus laurocerasus e Rubus sp.) foi possível verificar que as sementes digeridas pela fuinha têm maior sucesso germinativo do que as sementes não digeridas (Fig. 49), tendo-se verificado que apenas em Arbutus unedo (Z=-1.804; P=0.0712) e Rubus sp. (Z=-4.419; P=9.90E-06) existem diferenças significativas relativamente à origem das sementes (plantas ou excrementos) (Anexo IX). A partir desta análise também foi possível verificar a existência de diferenças significativas no ano de sementeira de 3 das espécies analisadas, nomeadamente Arbutus unedo (Z=9.843; P=<2e-16), Prunus laurocerasus (Z=3.655; P=0.000257) e Rubus sp. (Z=-3.359; P=0.000783). Estas diferenças indicam que as sementes de Arbutus unedo e Prunus laurocerasus semeadas no ano de 2013 têm maior sucesso germinativo relativamente às sementes postas a germinar em 2012. No caso de Rubus sp. e Celtis australis ocorre a situação inversa, ou seja, as sementes semeadas no ano de 2012 têm maior sucesso germinativo relativamente às sementes semeadas em 2013. Também a aplicação de modelos lineares generalizados (GLM) ao tempo de germinação de 50% do número total de sementes germinadas (T50) das diferentes espécies de sementes (Arbutus unedo, Celtis australis, Prunus laurocerasus e Rubus sp.) permitiram-nos verificar que as sementes digeridas atingem o T50 mais cedo do que as sementes não digeridas, sendo que apenas existem diferenças significativas no caso particular de Rubus sp. (Z=3.308; P= 0.001119).

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Fig. 49. Capacidade germinativa das sementes digeridas pela fuinha e não digeridas (plantas). A capacidade germinativa é dada pela percentagem de germinação (média) das sementes com uma barra de erro associada (desvio padrão).

3.2.2.5. Discussão de Resultados / Considerações Finais Hábitos alimentares dos mamíferos carnívoros A fuinha é o carnívoro que apresenta maior abundância de excrementos na Mata, comparativamente à raposa e gineta, uma vez que esta existe em maior abundância na Mata. A grande abundância deste carnívoro está associada à existência de vegetação abundante, diversa e com estruturas complexas que lhe fornecem abrigo e refúgio (Bakaloudis et al. 2012), condições estas que são asseguradas pela vegetação existente na Floresta Relíquia e Arboreto. Para além disso, por este ser um carnívoro generalista, a Mata também lhe fornece importantes recursos alimentares, tais como micromamíferos em grande abundância (Apodemus sylvaticus) (Matos 2011), artrópodes (Aguiar et al. 2013) e frutos (Prunus laurocerasus, Arbutus unedo, Rubus sp., Pittosporum undulatum) (Pereira 2010). Além de generalista, a fuinha é também oportunista, uma vez que tem a capacidade de adequar a sua alimentação de acordo com a disponibilidade de alimento no habitat (Lode 1994; Lanszki 2003) e com as diferentes estações do ano, (Lanszki et al. 1999) consumindo os alimentos que se encontram disponíveis em maior abundância (Goszczyński 1976; Marchesi et al. 1989; Balestrieri et al. 2013). Por exemplo, no outono os excrementos de fuinha possuíam uma maior quantidade e diversidade de espécies de sementes, uma vez que nesta a época do ano a maioria dos frutos estão maduros (Serafini & Lovari 1993; Lode 1994; Genovesi, Secchi & Boitani 1996; Balestrieri et al. 2013) e disponíveis em grande abundância para que estas os possam consumir (Goszczyński 1976; Marchesi et al. 1989; Balestrieri et al. 2013). Também na primavera a fuinha consome mais alimentos de origem animal do que frutos BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 159


(Bakaloudis et al. 2012). Isto porque, nesta época do ano existe uma menor disponibilidade de frutos maduros, devido floração ou o início da frutificação da maioria das espécies de plantas presentes na Mata, e por outro lado existe uma maior disponibilidade de micromamíferos, nomeadamente de Apodemus sylvaticus, cuja captura é mais vantajosa por implicar um menor esforço e gasto de energia (Carbone et al. 1999; Carbone, Teacher & Rowcliffe 2007) A fuinha durante o outono apresenta preferência por frutos de Celtis australis, Prunus laurocerasus e Rubus sp e durante o inverno por Arbutus unedo e Ilex aquifolium. Todas estas espécies estão presentes na flora da Mata e foram anteriormente descritas como espécies usualmente ingeridas por esta espécie de carnívoro (Serafini & Lovari 1993; Rysava-Novakova & Koubek 2009; Rosalino & Santos-Reis 2009; Rosalino, Rosa & Santos-reis 2010). Todavia, nos excrementos de fuinha foi possível detetar outro tipo de sementes de frutos usualmente cultivados pelo homem e inexistentes na flora da Mata, como é o caso de Secale cereale e Vitis vinífera. Este tipo de sementes surge usualmente nos territórios agrícolas adjacentes a esta área, nos quais existem espécies de cereais e videiras (Matos 2011). Esta situação é frequente no caso de alguns indivíduos desta espécie que ocupam áreas adjacentes a zonas rurais (Santos-Reis et al. 2005), onde procuram alimento em campos de cultivo, pastagens ou pomares (Genovesi et al. 1996; Lanszki et al. 1999; Mitchell-Jones et al. 1999; Lanszki 2003; Santos-Reis et al. 2005; Posłuszny et al. 2007; Santos, Pinto & Santos-Reis 2007; Goszczyński et al. 2007). Pereira (2010) refere que a raposa não apresenta preferência pelos habitats presentes na MNB, tanto devido à pequena dimensão da Mata que não é suficiente para salvaguardar as necessidades desta espécie, como à existência de uma elevada densidade de vegetação arbórea e arbustiva, que lhe dificulta a captura de presas. De tal forma que na MNB o número de efetivos de raposa é reduzido (Aguiar et al. 2013), pelo que o número de excrementos detetamos é igualmente reduzido. Os poucos excrementos de raposa analisados indicam que este carnívoro, durante o outono, possui uma dieta baseada essencialmente na ingestão de micromamífero e frutos disponíveis em grande abundância, tais como Prunus laurocerasus e Rubus sp., frutos estes comumente ingeridos por esta espécie de carnívoros (D’hondt et al. 2011). Este comportamento alimentar aparente é tido por muitos autores como oportunista (Marchesi et al. 1989; Cavallini & Lovari 1991; Prigioni 1991), uma vez que este carnívoro consome o que se encontra disponível na natureza em maior abundância (Serafini & Lovari 1993). Portanto, o consumo de frutos e outro tipo de matéria vegetal por parte da fuinha e raposa pode estar relacionado com a sua preferência alimentar destas (Serafini & Lovari 1993), ser uma consequência da disponibilidade de alimentos, sazonal (Serafini & Lovari 1993) ou local (Padial, Ávila & Sánchez 2002), ou serem obrigados a ingerir alimentos de origem vegetal aquando da escassez de proteínas animais (roedores e insetos, por exemplo) (Serafini & Lovari 1993). O reduzido número de excrementos de gineta analisados mostrou que este carnívoro possui uma dieta variada que inclui frutos, micromamíferos, insetos e aves, sendo esta considerada por muitos autores como uma dieta omnívora e oportunista (Palomares & Delibes 1990; Castells & Mayo 1993; MacDonald & Barrett 1993; Larivière & Calzada 2001; Santos-Reis et al. 2005). No entanto os excrementos deste carnívoro surgem em maior abundância na primavera, altura na qual existe uma elevada disponibilidade de micromamíferos na mata e uma reduzida quantidade de frutos disponíveis. Geralmente a gineta ocupa habitats que possuem elevada disponibilidade de micromamíferos, nomeadamente Apodemus sylvaticus (Matos 2011), a baixa ocorrência de raposa e uma cobertura vegetal densa (Palomares & Delibes 1988, 1994), com ramos largos e elevados que permitam o comportamento arborícola desta espécie, tal como se sucede com a vegetação arbórea antiga presente na Floresta Relíquia (Pereira 2010). Nos meses quentes e secos verificou-se que existiam mais excrementos do que em meses chuvosos, reduzindo-se assim o número de excrementos recolhidos, em muito derivado ao facto de ocorrer escorrência de água que pode desfazer os excrementos existentes. Este fenómeno também é mencionado por Martins et al. (2008) que refere que o número de excrementos colhidos durante a estação menos chuvosa é o dobro do que ocorre em estações chuvosas. Este autor realça também o efeito da dissolução de excrementos de menores dimensões pela ação da chuva. Por outro lado também na primavera se recolheu um reduzido número de excrementos e estes apresentavam menores dimensões, porém este facto está associado a disponibilidade de recursos alimentares (Cavallini & Lovari 1991), nomeadamente a reduzida disponibilidade de frutos e a maior disponibilidade de micromamíferos, nomeadamente Apodemus sylvaticus, e invertebrados. Poderemos então considerar que as condições climatéricas (temperatura e pluviosidade) (Martins et al. 2008) e a disponibilidade de recursos alimentares (Cavallini & Lovari 1991) são os fatores que mais influenciam a deteção de diferentes quantidades de excrementos. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 160


Eficácia da dispersão de sementes digeridas Através da análise dos dados obtidos foi possível verificar que a fuinha é uma espécie dispersora de sementes na Mata do Buçaco, uma vez que dispersa várias espécies de sementes viáveis, que ao serem depositadas no solo têm a capacidade de germinar em maior ou menor proporção em relação às sementes não digeridas. Neste estudo verificou-se que a maioria das sementes digeridas pela fuinha germinam em maior quantidade e mais cedo do que as sementes não digeridas, ainda que esta resposta varie de espécie para espécie. Da mesma forma que variadas espécies de mamíferos também induzem uma elevada taxa de viabilidade às sementes que defecam (Aronne & Russo 1997; Traveset, Riera & Mas 2001; Schaumann & Heinken 2002; Verdú & Traveset 2004; Rosalino et al. 2010; Matías et al. 2010). A digestão de sementes viáveis pelos frugívoros tanto pode causar o aumento, a diminuição ou não alterar a capacidade germinativa das sementes. Esta variabilidade de resposta germinativa das sementes depende de variados fatores, incluindo as características fisiológicas e morfológicas dos frugívoros (Traveset 1998; Jordano 2000), as características dos próprios frutos, (Rodriguez-Perez, Riera & Traveset 2005), a composição química dos alimentos ingeridos juntamente com as sementes (Murray, Russell & Picone 1994) (Witmer 1996) e as condições climatéricas a que estas são expostas após a sua deposição (Quintana, Cruz & Ferna 2004). No entanto tendo em conta que 1) Os carnívoros estudados possuem um trato gastrointestinal relativamente curto e simples (Stevens & Hume 1998) que permite a passagem das sementes sem que estas sejam profundamente danificadas, devido à abrasão mecânica e química do sistema digestivo. 2) Geralmente cada excremento era constituído apenas por frutos (uma única espécie ingerida), não tendo portanto a influência de outro tipo de alimentos (Rosalino et al. 2010). 3) Todas as sementes foram semeadas e postas a germinar mediante as mesmas condições climatéricas. Portanto, o único fator que influência a germinação das sementes são as características da própria espécie de semente, como por exemplo a espessura do tegumento (Rodriguez-Perez et al. 2005), o número de sementes semeadas ou o tipo de dormência associado a cada uma das espécies. Neste estudo o efeito positivo da digestão da fuinha sobre a germinação das sementes apenas foi observado em duas das espécies autóctones, Arbutus unedo e Rubus sp.. Daí que a percentagem de germinação das sementes digeridas seja significativamente maior do que a germinação das sementes não digeridas. Por outro lado a digestão das sementes de Celtis australis (espécie autóctone) não teve qualquer efeito sobre a capacidade germinativa das sementes, ou seja, nem são beneficiadas nem sofrerem um efeito negativo comparativamente à germinação das sementes não digeridas. Também a digestão de Prunus laurocerasus, que é considerada uma espécie exótica com potencial invasor no contexto da Mata, não resultou nem no benefício nem na perda da capacidade germinativa das sementes, pelo que as sementes dispersadas pela fuinha apresentam a mesma capacidade germinativa do que as sementes não digeridas. Por este motivo a digestão das sementes de Celtis australis e Prunus laurocerasus apenas são beneficiadas pelo transporte e dispersão de sementes pela fuinha, podendo-as dispersar para locais distantes da planta mãe e permitir que estas colonizem novas áreas ou invadam, no caso do Prunus laurocerasus. Enquanto que no caso das sementes de Arbutus unedo e Rubus sp. para além de beneficiarem do transporte e dispersão das suas sementes a sua germinação ainda é promovida pela digestão da fuinha, pelo que tem um papel importante na regeneração e reflorestação da flora autóctone. Logo, a fuinha é um eficaz dispersor de sementes de frutos carnudos da flora da Mata, uma vez que transporta as sementes viáveis a longas distâncias, geralmente superiores a 500m, devido a um tempo de retenção relativamente longo (Hickey et al. 1999; Schaumann & Heinken 2002) e ao seu grande home range, de aproximadamente 2.5km2 (Santos-Reis et al. 2005). Estas podem ainda depositar as sementes contidas nos seus excrementos em habitats florestais adequados à sua germinação (Schupp 1993), como é o caso do solo fértil, húmido e pouco profundo da Mata. Considerando que o home range da fuinha inclui áreas agrícolas adjacentes à mata, a partir das quais ingerem frutos e os dispersam pela mata. E ainda dispersam frutos da flora autóctone ou exótica existente no interior da mata para o seu exterior. Este intercâmbio de sementes podem levar à mobilização de genes entre a planta-mãe e locais distantes, dentro da mesma população ou entre populações (Willson & Traveset 2000), podendo ainda levar ao estabelecimento de novas populações. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 161


Este fluxo genético por um lado, é benéfico para a flora existente na mata, considerando que os frugívoros, particularmente a fuinha, dispersem sementes da flora autóctone pela mata aumentando o número de plantas nativas ou o banco de sementes existente. Do mesmo modo que a dispersão de sementes autóctones presentes na mata para áreas adjacentes pode promover a colonização de novos habitats. Por outro lado, a introdução de sementes de espécies exóticas trazidas do exterior para a mata podem levar à instalação de novas espécies no interior da mata e constituir uma potencial fonte de espécies indesejadas, tais como espécies invasoras, que poderão causar a perda da biodiversidade e um grande impacto sobre os ecossistemas existentes (Macías, Esteban & Pardo 2011). Para além disso, a dispersão das sementes de Prunus laurocerasus existentes no interior da mata constituem um perigo para a conservação da mesma, uma vez que a fuinha dispersa sementes desta espécie, viáveis, para locais distantes da planta mãe, podendo aumentar a abundância desta espécie invasora no interior da mata ou por outro lado permitir que estas colonizem e invadam novas áreas no exterior da mesma, gerando novos focos de invasão. Também a raposa é um eficaz dispersor de sementes de frutos carnudos, uma vez que apresenta elevada mobilidade entre territórios e defeca sementes de Prunus laurocerasus viáveis em locais distantes da planta-mãe (D’hondt et al. 2011), onde as condições podem ser favoráveis para o seu estabelecimento (Howe & Miriti 2000) e por esse motivo gerarem novos indivíduos, aumentando ainda mais a quantidade de indivíduos desta espécie presentes no interior da MNB. Por outro lado estas ao serem dispersas para o exterior da mata podem colonizar e invadir novas áreas e gerar novos focos de invasão. No caso da gineta não pudemos tirar qualquer conclusão acerca do efeito que esta tem sobre a dispersão de sementes dado o reduzido número de excrementos e sementes triadas.

Medidas de gestão Na mata o Prunus laurocerasus é tido como uma espécie exótica invasora que se encontra em visível propagação e os carnívoros nela presente possuem uma dieta frugívora oportunista. Tendo em conta estas características Buckley et al. (2006) e Gosper, Stansbury & Vivian-Smith (2005) sugerem que se devam adotar medidas de gestão que impliquem a redução da produção de frutos ou que afetem a qualidade dos frutos das plantas potencialmente invasoras. Para tal, sugerem a aplicação de agentes de controlo biológico de plantas invasoras para reduzir o número de frutos produzidos (Hoffmann, Moran & Zeller 1998), a qualidade do fruto (Day et al. 2003) ou a quantidade de sementes predadas (Mays & Kok 1988). Também a poda, no caso de espécies usadas em sebes (Gosper & Vivian-Smith 2006), para diminuir a quantidade de frutos produzidos (Gosper et al. 2005). Com esse mesmo objetivo Deckers et al. (2007) propõe o controlo de Prunus serotina através do corte de árvores de grande porte. Prevê-se que a aplicação deste tipo de ações seja eficaz uma vez que dessa forma são dispersadas menos sementes de espécies potencialmente invasoras. Supõe-se ainda que, nessa situação, os frugívoros não tendo uma grande abundância de frutos disponíveis evitem ingerir os frutos dessa espécie (Gosper et al. 2005). Assim, a existência de um menor número de frutos disponíveis implica a redução do número de sementes dispersadas e redução da distribuição dessas sementes, mediante o comportamento dos frugívoros (Gosper et al. 2005). Harris & Harris (1997) propõe ainda que para além de se controlar a flora exótica invasora, se deva também promover a colonização de arbustos autóctones com frutos e preservar as estruturas antigas (árvores, paredes, montes de rochas empilhadas, matagal) por forma a abrigar e fornecer alimento aos frugívoros dispersores de espécies autóctones. Embora as espécies invasoras possam ter impactos negativos sobre os ecossistemas, nem sempre remover as plantas exóticas dispersadas pelos frugívoros trará melhorias para a conservação das áreas (Buckley et al. 2006), especialmente no caso de áreas onde determinada espécie exótica é muito importante para a subsistência de alguns dos frugívoros e esses animais apresentam um papel ecológico muito importante na dispersão de espécies autóctones. Por este motivo considera-se que a proposta feita por Buckley et al. (2006) em relação à exclusão de frugívoros terrestres ou á manipulação da comunidade frugívoro não é viável, nem desejável para algumas das áreas afetadas, tal como refere Deckers et al. (2007). Até porque muitos autores referem que o rompimento deste mutualismo entre plantas e frugívoros pode ter consequências graves para a manutenção das populações de plantas (Willson & Traveset 2000). Quer isto dizer que a remoção de todas das plantas de Prunus laurocerasus, espécie esta consumida abundantemente pela fuinha e raposa, poderá resultar na redução da presença BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 162


destes carnívoros na mata ou por outro lado levar ao aumento do número de espécies de plantas provenientes do exterior, conduzindo à degradação da floresta. Assim, o mais razoável a fazer será uma gestão controlada do número de plantas e frutos produzidos pelo Prunus laurocerasus presente na Mata, devendo-se proceder a ações de gestão que impliquem a redução da produção de frutos ou a aplicação de métodos que afetem a qualidade dos frutos das plantas potencialmente invasoras (agentes biológicos, por exemplo) ou por outro lado proceder à remoção ou poda de árvores de grande porte que produzam grandes quantidades de sementes. Também a preservação de estruturas antigas e a plantação de um maior número de espécies nativas com frutos carnudos, tais como Arbutus unedo, Celtis australis, Ilex aquifolium e Prunus lusitanica, uma vez que estes terão sempre alimento e abrigo disponível, pudendo dessa forma contribuir ativamente para a dispersão dessas espécies autóctones. Por outro lado também se pode controlar o efeito que os frugívoros têm sobre a dispersão de sementes das espécies autóctones ou exóticas, tendo em conta a forma e o conteúdo dos excrementos depositados pelos frugívoros (espécie e quantidade de sementes presentes) (Anexo IX), podem-se recolher e eliminar os excrementos que contenham sementes de Prunus laurocerasus, impedindo dessa forma a sua germinação e propagação, ou por outro lado promover a propagação e germinação das sementes autóctones (Arbutus unedo, Celtis australis, Ilex aquifolium e Rubus sp.) presentes nos excrementos de fuinha, com o intuito de reflorestar a mata. Além disso pode-se ainda recuperar o estudo da dieta das aves granívoras e do papel destas como dispersoras de sementes, ao avaliar o efeito que estas poderão ter sobre a dispersão de espécies exóticas invasoras, tentando avaliar de que forma é que estas selecionam as sementes, a que distâncias as dispersam e quais as espécies de aves que mais contribuem para a sua dispersão. Para tal, Buckley et al. (2006) e Gosper et al. (2005) sugerem a aplicação de poleiros como reservatório de sementes de plantas invasoras em habitats inadequados para o recrutamento de plântulas ou locais onde esse recrutamento possa ser gerido. Ao aplicar este estudo poder-se-á avaliar qual o efeito que a ingestão/digestão (regurgitar ou defecar) poderá ter sobre a integridade/viabilidade destas sementes e ao mesmo tempo avaliar quais as preferências alimentares de cada uma dessas aves tanto através de observações de campo como pela análise de possíveis dejetos defecados sobre o poleiro, verificando igualmente se estas disseminam sementes de espécies nativas. A realização deste estudo contribuirá igualmente para a elaboração de estratégias de gestão e conservação adequadas à fauna e flora da MNB. Independentemente do método que se possa aplicar deve-se sempre efetuar essas intervenções de forma gradual e acompanhadas por monitorizações regulares por forma a minimizar e avaliar os efeitos que estas alterações poderão ter sobre os restantes componentes do ecossistema ecossistema (Zavaleta et al.2001; Gosper et al. 2005; Buckley et al. 2006).

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3.2.4. OUTRAS AÇÕES Macrofungos da Mata Nacional do Buçaco É sabido que a Mata do Buçaco detém um património biológico inigualável, já estudado por diversos investigadores da fauna e da flora. No entanto, até à data não existia nenhum estudo sistemático dos cogumelos da Mata, nem sequer um inventário, pelo que este estudo é pioneiro. O levantamento dos macrofungos existentes na MNB foi realizado de forma não sistemática, por toda a área da Mata, sem a utilização de meios diretamente afetos ao Projeto BRIGHT, uma vez que o bolseiro André Aguiar desenvolveu estes levantamentos no seu tempo livre, por interesse pessoal, e inicialmente apenas com um caráter lúdico. Neste momento, a Universidade de Aveiro tem ainda um aluno finalista da Licenciatura em Biologia, Eduardo Batista, a estudar os macrofungos da MNB, sem qualquer afetação ao BRIGHT, mas contribuido para a criação da checklist de macrofungos. Neste momento o aluno está a caracterizar as diferenças nas comunidades macrofúngicas em áreas com invasoras, áreas já intervencionadas pelo Projeto BRIGHT e áreas que não sofreram qualquer tipo de intervenção. Em termos ecológicos, a diversidade de cogumelos agora revelada reforça a importância conservacionista da Mata, com as suas árvores centenárias, num ecossistema estável e maduro que possibilita o desenvolvimento de inúmeras espécies. Até ao momento já foram identificados exemplares de treze ordens diferentes, estimando uma diversidade superior a 130 espécies. No entanto, o conhecimento dos cogumelos da Mata reveste-se de muitas outras mais-valias, como sejam o potencial para a exploração gastronómica, fotográfica e turística, o valor estético e paisagístico e ainda as oportunidades que permite ao nível da educação ambiental. Face a estes aspetos, inclui-se neste documento a lista de cogumelos identificados até ao momento na MNB (Tabela 63), sendo de salvaguardar que a sistemática deste grupo se encontra em permanente alteração (face ao seu escasso conhecimento relativamente a outros grupos taxonómicos), pelo que certamente muitos nomes científicos e categorizações taxonómicas já se encontrarão desatualizados. Após a tabela 63 são apresentadas algumas notas sobre revisões taxonómicas/de sistemática. Tabela 63. Inventário dos macrofungos (cogumelos) registados até ao momento na MNB, com indicação do tipo de ocorrência na Mata, época prefrenical de observação e comestibilidade.

COGUMELOS Nome científico

Ocorrência na Mata

1 Xylaria hypoxylon

Xylariales

Pouco Frequente

Todo o ano

2 Xylaria polymorpha

Xylariales

Pouco Frequente

Não

3 Helvella lacunosa

Pezizales

Pouco Frequente

4 Helvella crispa

Pezizales

Pouco Frequente

Outono-Primavera Primavera a outono Verão-Outono

5 Helvella elastica

Pezizales

Pouco Frequente

Verão-Outono

Sim

6 Aleuria aurantia

Pezizales

Pouco Frequente

Sim

7 Sarcoscypha coccinea

Pezizales

Frequente

Não

8 Tarzetta catinus

Pezizales

Pouco Frequente

Primavera-Outono Inverno a primavera Primavera-Outono

9 Leotia lubrica

Helotiales

Frequente

Verão-Outono

Não

10 Bisporella citrina

Helotiales

Pouco Frequente

Verão-Outono

Não

11 Calocera cornea

Dacrymycetales

Frequente

Todo o ano

Não

12 Calocera viscosa

Dacrymycetales

Frequente

Outono-Primavera

Não

Auriculariales

Pouco Frequente

Todo o ano

Sim

Tremellales

Frequente

Todo o ano

Não

Tremellales

Pouco Frequente

Outono

Não

Cantharellales

Pouco Frequente

Verão-Outono

Sim

13 Auricularia auricula-judae 14 Tremella mesenterica 15 Exidia glandulosa 16 Cantharellus cibarius

Época

Comestibilida de Não

Ordem/Grupo

Sim Sim

Não

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17 Cantharellus tubaeformis

Cantharellales

Pouco Frequente

Verão-Outono

Sim

18 Craterellus cornucopioides

Cantharellales

Pouco Frequente

Verão-Outono

Sim

19 Sparassis crispa

Polyporales

Pouco Frequente

Verão-Outono

Sim

20 Clavulina rugosa

Cantharellales

Frequente

Outono

Não

21 Clavulina cristata

Cantharellales

Frequente

Outono

Não

22 Clavulinopsis helvola

Cantharellales

Pouco Frequente

Outono

Não

23 Clavulinopsis corniculata

Cantharellales

Frequente

Outono

Não

24 Clavulinopsis fusiformis

Cantharellales

Frequente

Outono

Não

25 Hydnum repandum

Cantharellales

Frequente

Verão-Outono

Sim

26 Hydnum rufescens

Cantharellales

Muito Frequente

Primavera-Outono

Sim

27 Ramaria gracilis

Gomphales

Pouco Frequente

Outono

Não

28 Ramaria formosa

Gomphales

Frequente

Verão-Outono

Tóxico

29 Ramaria flavescens

Gomphales

Muito Frequente

Verão-Outono

Sim

Sacordon imbricatus

Telephorales

Muito Frequente

Outono

Não

31 Sarcodon scabrosus

Telephorales

Pouco Frequente

Outono

Não

Agaricales

Pouco Frequente

Todo o ano

Não

30

32 Schizophyllum commune 33 Inonotus hispidus

Hymenochaetales

Pouco Frequente

Outono

Não

34 Ganoderma applanatum

Polyporales

Pouco Frequente

Todo o ano

Não

35 Ganoderma lucidum

Polyporales

Pouco Frequente

Outono

Não

36 Fistulina hepatica

Agaricales

Muito Frequente

Verão-Outono

Sim

37 Phaeolus schweinitzii

Polyporales

Muito Frequente

Verão-Outono

Não

38 Laetiporus sulphureus

Polyporales

Pouco Frequente

Primavera-Verão

Não

39 Fomes fomentarius

Polyporales

Muito Frequente

Todo o ano

Não

40 Fomitopsis pinicola

Polyporales

Frequente

Todo o ano

Não

41 Trametes versicolor

Polyporales

Muito Frequente

Todo o ano

Não

42 Trametes hirsuta

Polyporales

Pouco Frequente

Todo o ano

Não

43 Stereum rugosum

Russulales

Frequente

Todo o ano

Não

44 Panellus serotinus

Agaricales

Pouco Frequente

Primavera-Outono

Não

45 Pleurotus ostreatus

Agaricales

Pouco Frequente

Outono

Sim

46 Hygrocybe conica

Agaricales

Muito Frequente

Verão-Outono

Não

47 Hygrocybe chlorophana

Agaricales

Pouco Frequente

Outono

Não

48 Hygrocybe coccinea

Agaricales

Frequente

Verão-Outono

Não

49 Hygrocybe psittacina

Agaricales

Pouco Frequente

Verão-Outono

Não

50 Leucopaxillus gentianeus

Tricholomatales

Frequente

Outono

Não

51 Pseudoclitocybe cyanthiformis

Tricholomatales

Pouco Frequente

Outono-Inverno

Não

52 Clitocybe gibba

Tricholomatales

Muito Frequente

Outono

Não

53 Clitocybe nebularis

Tricholomatales

Pouco Frequente

Outono-Inverno

Sim

54 Clitocybe odora

Tricholomatales

Muito Frequente

Verão-Outono

Não

55 Armillaria mellea

Tricholomatales

Frequente

Outono-Inverno

Não

56 Tricholoma sulphureum

Tricholomatales

Pouco Frequente

Outono

Tóxico

57 Laccaria amethystina

Tricholomatales

Muito Frequente

Outono

Não

58 Laccaria bicolor

Tricholomatales

Frequente

Primavera-Outono

Não

59 Laccaria laccata

Tricholomatales

Muito Frequente

Primavera-Outono

Não

60 Lepista inversa

Tricholomatales

Muito Frequente

Verão-Outono

Sim

61 Lepista nuda

Tricholomatales

Muito Frequente

Outono-Inverno

Sim

62 Marasmius oreades

Tricholomatales

Pouco Frequente

Primavera-Outono

Sim

63 Collybia dryophila

Tricholomatales

Muito Frequente

Primavera-Outono

Não

64 Mycena acicula

Tricholomatales

Frequente

Verão-Outono

Não

65 Mycena epipterygia

Tricholomatales

Muito Frequente

Verão-Outono

Não

66 Flammulina velutipes

Tricholomatales

Frequente

Outono-Inverno

Não

67 Coprinus disseminatus

Agaricales

Frequente

Primavera-Outono

Não

68 Coprinus micaceus

Agaricales

Pouco Frequente

Primavera-Outono

Não

69 Coprinus lagopides

Agaricales

Frequente

Outono

Não

70 Psathyrella velutina

Agaricales

Pouco Frequente

Outono

Não

71 Agaricus campestris

Agaricales

Pouco Frequente

Primavera-Outono

Sim

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 165


72 Macrolepiota procera

Agaricales

Muito Frequente

Outono

Sim

73 Amanita vaginata

Agaricales

Pouco Frequente

Primavera-Outono

Sim

74 Amanita battarae

Agaricales

Pouco Frequente

Outono

Sim

75 Amanita caesarea

Agaricales

Frequente

Verão-Outono

Sim

76 Amanita gemmata

Agaricales

Muito Frequente

Verão-Outono

Não

77 Amanita muscaria

Agaricales

Muito Frequente

Outono

Não

78 Amanita pantherina

Agaricales

Muito Frequente

Outono

Tóxico

79 Amanita rubescens

Agaricales

Muito Frequente

Verão-Outono

Sim

80 Amanita citrina

Agaricales

Muito Frequente

Outono

Não

81 Amanita phalloides

Agaricales

Muito Frequente

Outono

Tóxico

82 Bolbitius vitellinus

Cortinariales

Pouco Frequente

Outono

Não

83 Pholiota squarrosa

Cortinariales

Pouco Frequente

Verão-Outono

Não

84 Stropharia aurantiaca

Cortinariales

Muito Frequente

Verão-Outono

Não

85 Hypholoma fasciculare

Agaricales

Muito Frequente

Todo o ano

Não

86 Crepidotus variabilis

Cortinariales

Frequente

Outono-Inverno

Não

87 Gymnopilus spectabilis

Cortinariales

Muito Frequente

Outono

Não

88 Galerina marginata

Cortinariales

Pouco Frequente

Outono

Tóxico

89 Entoloma serrulatum

Agaricales

Frequente

Verão-Outono

Não

90 Russula cyanoxantha

Russulales

Frequente

Verão-Outono

Sim

91 Russula torulosa

Russulales

Muito Frequente

Outono

Não

92 Lactarius deliciosus

Russulales

Pouco Frequente

Outono

Sim

93 Lactarius necator

Russulales

Frequente

Verão-Outono

Não

94 Lactarius chrysorrheus

Russulales

Frequente

Outono

Não

95 Lactarius aurantiacus

Russulales

Muito Frequente

Outono

Não

96 Hygrophoropsis aurantiaca

Boletales

Frequente

Outono

Não

97 Paxillus involutus

Boletales

Muito Frequente

Verão-Outono

Tóxico

98 Chroogomphus rutilus

Boletales

Frequente

Verão-Outono

Não

99 Suillus luteus

Boletales

Frequente

Outono

Sim

100 Suillus bovinus

Boletales

Pouco Frequente

Outono

Sim

101 Xerocomus badius

Boletales

Frequente

Verão-Outono

Sim

102 Xerocomus chrysenteron

Boletales

Frequente

Verão-Outono

Sim

103 Xerocomus rubellus

Boletales

Frequente

Verão-Outono

Não

104 Boletus edulis

Boletales

Pouco Frequente

Verão-Outono

Sim

105 Boletus pinicola

Boletales

Pouco Frequente

Verão-Outono

Sim

106 Boletus erythropus

Boletales

Pouco Frequente

Verão-Outono

Sim

107 Phallus impudicus

Phallales

Muito Frequente

Verão-Outono

Não

108 Clathrus ruber

Phallales

Pouco Frequente

Primavera-Outono

Não

109 Astraeus hygrometricus

Sclerodermatales

Pouco Frequente

Primavera-Outono

Não

110 Pisolithus arhizus

Sclerodermatales

Muito Frequente

Primavera-Outono

Não

111 Scleroderma citrinum

Sclerodermatales

Frequente

Verão-Outono

Não

Geastrales

Muito Frequente

Verão-Outono

Não

113 Calvatia utriformis

Lycoperdales

Pouco Frequente

Primavera-Outono

Não

114 Lycoperdon perlatum

Lycoperdales

Muito Frequente

Primavera-Outono

Não

115 Lycoperdon molle

112 Geastrum triplex

Lycoperdales

Frequente

Primavera-Outono

Não

116 Helvella queletii

Pezizales

Pouco Frequente

Primavera

Sim

117 Helvella acetabulum

Pezizales

Pouco Frequente

Primavera

Sim

118 Scutellinia sp.

Pezizales

Pouco Frequente

Primavera-Outono

Não

Tricholomatales

Pouco Frequente

Primavera-Outono

Tóxico

120 Tubaria hiemalis

Cortinariales

Pouco Frequente

Outono-Primavera

Não

121 Inocybe lacera

Cortinariales

Pouco Frequente

Primavera-Outono

Tóxico

122 Boletus satanas

Boletales

Pouco Frequente

Verão-Outono

Tóxico

123 Bulgaria inquinans

Helotiales

Muito Frequente

Outono-Primavera

Não

124 Coltricia perennis

Hymenochaetales

Pouco Frequente

Outono

Não

125 Phellinus torulosus

Hymenochaetales

Muito Frequente

Todo o ano

Não

126 Armillaria bulbosa

Tricholomatales

Pouco Frequente

Outono

Não

119 Mycena pelianthina

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 166


127 Laccaria tortilis

Tricholomatales

Pouco Frequente

Verão-Outono

128 Mycena seynii

Tricholomatales

Pouco Frequente

Outono

Não Não

129 Mycena pura

Tricholomatales

Pouco Frequente

Verão-Outono

Tóxico

130 Coprinus lagopus

Agaricales

Muito Frequente

Outono

Não

131 Agaricus sylvaticus

Agaricales

Pouco Frequente

Outono

Sim

132 Agaricus macrosporus

Agaricales

Pouco Frequente

Outono

Sim

133 Lepiota helveola

Agaricales

Pouco Frequente

Outono

Tóxico

134 Mutinus caninus

Phallales

Pouco Frequente

Verão-Outono

Não

Notas sobre sistemática de macrofungos: - Algumas ordens elencadas na lista sofreram algumas alterações, passando a ser familias da ordem Agaricales, que neste momento engloba as seguintes familias: Marasmiaceae Agaricaceae Mycenaceae Amanitaceae Niaceae Bolbitiaceae Omphalotaceae Broomeiaceae Phelloriniaceae Chromocyphellaceae Physalacriaceae Clavariaceae Pleurotaceae Cortinariaceae Pluteaceae Cyphellaceae Porotheleaceae Entolomataceae Psathyrellaceae Fistulinaceae Pterulaceae Hemigasteraceae Schizophyllaceae Hydnangiaceae Strophariaceae Hygrophoraceae Tricholomataceae Incertae sedis Tubariaceae Inocybaceae Lyophyllaceae Typhulaceae - A antiga ordem Tricholomateles agora passa a ser Agaricales da familia Tricholomataceae. - Os cortinários, apesar de serem um grande grupo, também estão incluidos na ordem Agaricales. - A antiga ordem Sclerodematales foi incluida na Ordem Boletales, da qual agora fazem parte as seguintes famílias: Incertae sedis Amylocorticiaceae Boletaceae Jaapiaceae Boletinellaceae Paxillaceae Calostomataceae Protogastraceae Coniophoraceae Rhizopogonaceae Sclerodermataceae Diplocystidiaceae Sclerogastraceae Gasterellaceae Serpulaceae Gastrosporiaceae Gomphidiaceae Suillaceae Gyroporaceae Tapinellaceae Hygrophoropsidaceae - Dentro dos Agariomycetes foi criada uma subclasse Phallomycetidae que engloba: Geastrales Gomphales Hysterangiales Phallales

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3.3. Progresso Esperado

Tabela 64. Síntese dos desenvolvimentos das ações do projeto, incluindo identificação do progresso previsto em candidatura (P) e execução verificada (E), desvios temporais associados, respetiva relevância, correção e efeitos no projeto. 2012

2013

Ação

E.2_Flora

P E

E.2_Fauna P E

2014

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Desvio

Relevância / Solução

Efeitos no Projeto

Alguns atrasos devidos ao ciclone.

Relevante

Atrasos nos trabalhos de monitorização.

Ajuste de algumas metodologias.

Redução do nº caixas-ninho a monitorizar. Atrasos na fotoarmadilhag em.

X Alguns atrasos e prejuízos devidos ao ciclone.

Os trabalhos da Ação E.2 decorrem com algumas alterações face ao previsto, conforme explicado anteriormente, sendo que no próximo período se continuarão as metodologias em curso.

1) Monitorização de fauna: - Invertebrados, periodicidade regular, várias metodologias; pesquisa bibliográfica; - Peixes, periodicidade mensal, contagem exaustiva; - Anfíbios, periodicidade mensal, várias metodologias; - Répteis, periodicidade mensal, busca ativa; - Aves, periodicidade fenológica, censos em ponto fixo; - Mamíferos carnívoros, fotoarmadilhagem (15 dias consecutivos por época do ano) e busca mensal de indícios de presença; - Micromamíferos, periodicidade fenológica, amostragem com armadilhas tipo Sherman; - Morcegos, periodicidade mensal, amostragem de ultrassons. - Monitorização de 60 caixas-ninho na Mata, com estratificação por unidades de paisagem e monitorização da ocupação das mesmas durante a época de reprodução (março a julho) – 20 caixas por cada unidade de paisagem (Arboreto, Pinhal do Marquês e Floresta Relíquia). - De forma complementar: inventários dos macronfungos da Mata. Após a obtenção dos dados, serão calculados índices de biodiversidade para avaliação da situação faunística nos vários habitats da Mata do Bussaco, quando aplicável. Nos grupos taxonómicos em que seja possível, será efetuada uma comparação com dados ae situação de referência pré-intervenção BRIGHT para avaliação dos efeitos do projeto sobre as diversas comunidades faunísticas. 1) Monitorização da flora e habitats:

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As amostragens de monitorização serão realizadas em modo contínuo de forma a obter dados antes e após as intervenções florestais, e para obter levantamentos comparáveis nas diferentes estações do ano. Com o objetivo de avaliar os efeitos das ações previstas pelo BRIGHT na flora e nos habitats, serão efetuadas ainda análises comparativas da evolução das comunidades florísticas tendo em conta a situação de referência pré-definida e as áreas de controlo representativas de cada habitat. Assim, serão aplicadas diversas metodologias de monitorização consoante a espécie invasora: - Acacia dealbata, periodicidade contínua de comparação sazonal, com diversas metodologias de monitorização. - Acacia longifolia, periodicidade contínua de comparação sazonal, com diversas metodologias de monitorização. - Acacia melanoxylon, periodicidade contínua de comparação sazonal, com diversas metodologias de monitorização. - Ailanthus altíssima, periodicidade contínua de comparação sazonal, com diversas metodologias de monitorização. - Fascicularia bicolor, periodicidade contínua com monitorização cartográfica. - Phytolacca americana, periodicidade contínua com monitorização cartográfica. - Pittosporum undulatum, periodicidade contínua de comparação sazonal, com diversas metodologias de monitorização. - Prunus laurocerasus, periodicidade contínua de comparação sazonal, com diversas metodologias de monitorização. - Robinia pseudoacacia, periodicidade contínua de comparação sazonal, com diversas metodologias de monitorização. - Tradescantia fluminensis, periodicidade contínua de comparação sazonal, com aplicação do método do quadrado. Para além das diversas técnicas de monitorização a aplicar consoante a espécie invasora, será realizada em paralelo a monitorização cartográfica com recurso a ArcGis para análise da evolução das áreas ocupadas por espécies invasoras e progressão dos habitats naturais. - Edição de cartografia em ArcGis com a evolução/progresso a partir da situação de referência. - Inventariação das espécies disseminadoras de sementes por época/estação de ano. - Análise das técnicas de intervenção aplicadas e investigação/ensaio de novas técnicas – melhoria continua. Serão elaborados cálculos e análises estatísticas para efeitos de avaliação das intervenções previstas em projeto, a partir de um ciclo bienal de dados sazonais. A comparação de dados dos períodos antes e após intervenção para cada espécie invasora a monitorizar, bem como a análise da evolução dos habitats intervencionados ou com introdução de espécies autóctones, será realizada em paralelo com as ações no terreno tendo em conta a evolução florística temporal das parcelas a amostrar.

3.4. Impacto do Projeto Atendendo a que o trabalho de campo já decorre há cerca de dois anos, não se verificam quaisquer efeitos nefastos do Projeto sobre a biodiversidade ou outros elementos, pelo contrário. Ao nível da fauna, de um modo geral, as diferenças encontradas entre a situação de referência indicam que os grupos faunísticos ou não estão a ser afetados, ou dão indícios de estarem a ser beneficiados pelas ações do Projeto. Alguns resultados podem estar mascarados pelos efeitos do Ciclone Gong, pelo que será necessário manter o programa de monitorização de forma a obter dados mais robustos ainda. O facto de não ter havido resultados de algum modo prejudiciais à fauna, é um excelente indicador de que os trabalhos decorrem de forma correta. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 174


Ao nível da flora, o conjunto de dados apresentado permite realizar algumas análises comparativas de referência, que indiciam que o projeto está a ter resultados positivos ao nível da restauração de habitats previamente degradados pela presença de espécies invasoras, principalmente através da remoção de Tradescantia fluminensis. Quanto ao impacto do projeto ao nível da população local, verifica-se que alguns proprietários de propriedades locais procuram orientação não formal para combater o problema das espécies invasoras nessas suas propriedades, fruto da visibilidade e projeção que o projeto BRIGHT está a alcançar. Verifica-se ainda a ‘replicação’ de algumas das técnicas de controlo de invasoras, aplicadas nas propriedades privadas afetadas com o mesmo problema. A Universidade de Aveiro, em particular o Departamento de Biologia, tem sido regularmente contactado para dinamizar ações de controlo de invasoras, ou prestar aconselhamento sobre essa temática noutros locais, mas fruto do alcance e impacto positivo que o projeto BRIGHT tem tido um pouco por todo o país. Todas as ações de disseminação de conhecimento têm tido claramente resultados muito positivos e o desejado efeito multiplicador das boas práticas ambientais que integram o projeto. A imagem social positiva que o projeto está a ter tem também despertado o interesse do tecido empresarial, que tem procurado os parceiros do projeto para estabelecer parcerias, formações, etc.

3.5. Para além do LIFE+ No âmbito do pós-doutoramento em Promoção e Administração de Ciência e Tecnologia, de Milene Matos (equipa UA), têm sido desenvolvidas muitas ações e atividades na MNB que, embora não sejam financiadas pelo LIFE, acabam por ser complementares à missão de envolvimento da sociedade nas ações de conservação e transmissão de conhecimento técnico à população em geral. É inevitável nestas atividades mencionar o projeto BRIGHT, referir a sua importância em termos de conservação, o enquadramento e objetivos do mesmo, sensibilizando os participantes e gerando consciencialização ambiental. Algumas destas ações incluem: oficinas pedagógicas, workshops, cursos de formação, atividades de sensibilização ambiental intergeracionais, entre outras. (Os anexos mencionados neste ponto encontram-se na Pasta ‘ANEXOS - Deliverables e Marcos’.) Para o período do presente relatório, alguns exemplos são: - Formação em monitorização de anfíbios e répteis. I Seminário de Monitorização de Fauna Selvagem. 5 de abril 2014, Universidade do Minho, Braga. - Formação "Conceção de atividades de Educação Ambiental (metodologias, desenho e implementação)" integrada no Curso de Monitores de Educação Ambiental realizado na Murtosa, de 1 a 4 de agosto de 2014 e organizado pela ASPEA, Associação Portuguesa de Educação Ambiental. - Atividade de sensibilização ambiental “Criaturas da Noite”, sobre a biodiversidade noturna, organizado por Living Place, Pampilhosa, 13 junho 2014. - Atividade de controlo de invasoras organizada por Agora Aveiro - Associação para a Promoção do Cidadão Ativo - para o intercâmbio europeu Erasmus + sobre sustentabilidade WAVE project: Surfing for Environment, Sustainability, Health; 23 junho 2014, Resrva Natural das Dunas de São Jacinto. - Atividade de sensibilização ambiental “Noite Europeia dos Morcegos”, 27 junho 2014, Coimbra. - Atividade de sensibilização ambiental “Noite Europeia dos Morcegos”, 25 julho 2014, Parque Ambiental do Buçaquinho. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 175


No âmbito do Sement Event 2013 (Evento anual BRIGHT), a equipa do DBio-UA teve a cargo uma parte do Seminário Técnico (30 novembro e 1 dezembro), onde apresentou os resultados sobre fauna, flora e divulgação. Ainda nesse Sement Event, a Universidade de Aveiro disponibilizou material para, em conjunto com a FMB, se organizar a exposição “Macrofungos da Mata Nacional do Buçaco”, que esteve patente no Convento de Santa Cruz. Em 2012 foi criado e organizado o Serviço Educativo da Mata do Bussaco, à época com coordenação geral e científica do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, que continua a disponibilizar também oficinas didáticas para escolas, grupos e famílias, por marcação e com agenda regular. (Brochura em anexo.) Sempre que possível e adequado, são realizadas na MNB as aulas práticas e ações de voluntariado do Departamento de Biologia da UA, sempre com a realização de atividades de formação-ação acerca do controlo de espécies exóticas invasoras, respetivo enquadramento, problemática e ecologia. No período a que se refere este documento foram realizadas as seguintes aulas/ações de campo, com menção ao BRIGHT: - novembro 2013, ação de voluntariado com alunos de Engª do Ambiente - março de 2014, ação de Voluntariado com caloiros da Lic. Em Biologia - maio 2014, aulas de campo das disciplinas “Gestão e Conservação de Recursos Silvestres” e “Biodiversidade e Ecologia Terrestres”. No âmbito da divulgação e disseminação de resultados do projeto BRIGHT, foram realizadas três saídas técnicas, organizadas pelo Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro: - Academia de verão da UA, 09 de julho de 2014, com ação de voluntariado junto à Cruz Alta. - Academia de verão da UA, 16 de julho de 2012, com ação de voluntariado junto à Cruz Alta. - Ciência Viva - Biologia no verão, 29 de agosto de 2014.

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Foram efetuadas as seguintes comunicações em encontros científicos, onde foi mencionado o projeto BRIGHT: - Milene Matos e Nelson Matos. “Mata Nacional do Buçaco: modelo de desenvolvimento sustentável, inteligente e inclusivo“. ObservaNatura 2013. 12 e 13 outubro 2013, Herdade da Mourisca, Setúbal (Comunicação oral, pdf em anexo). - Milene Matos, André Aguiar, Maria João Ramos Pereira & Carlos Fonseca. Morcegos na Mata Nacional do Buçaco: investigação e educação ambiental. II Jornadas Quiropterianas, sob coorganização da Fundação Cultursintra, Federação Portuguesa de Espeleologia e Associação dos Espeleólogos de Sintra. 26 e 27 outubro 2013, Quinta da Regaleira, Sintra (Comunicação oral, pdf em anexo). - Milene Matos. Comunicação “Projeto BRIGHT: contributo para a educação ambiental e promoção da cultura científica.” III Sement Event. 23 novembro a 1 dezembro 2013, Mata Nacional do Buçaco. (Comunicação oral, pdf em anexo). - L. Pereira, M. Matos, P. Maia, A. Vasques e C. Fonseca. Comunicação “Floresta autóctone e espécies invasoras: potencial dos mamíferos carnívoros para a disseminação ou controlo de sementesa.” III Sement Event. 23 novembro a 1 dezembro 2013, Mata Nacional do Buçaco. (Comunicação oral, pdf em anexo). - L. Pereira, M. Matos, P. Maia, A. Vasques e C. Fonseca. Especies nativas e invasoras del bosque: potencial de los mamíferos carnívoros en la propagación y control de las semillas. XI Congreso de la SECEM - Sociedad Española para la Conservación y Estudio de los Mamíferos. 5 a 8 dezembro 2013. Avilés, Asturias (Comunicação oral, abract em anexo). - M. Matos, N. Lopes-Pinto, M. J. Pereira & C. Fonseca. Detección de murciélagos: hombre vs. máquina. XI Congreso de la SECEM - Sociedad Española para la Conservación y Estudio de los Mamíferos. 5 a 8 dezembro 2013. Avilés, Asturias (Comunicação oral). - Comunicação “Ciência e sociedade: a comunicação de ciência como base para a sustentabilidade.” XV Jornadas de Biologia Aplicada, Universidade do Minho. 20 fevereiro 2014, Braga. - André Aguiar, Milene Matos e Carlos Fonseca. Influência de ações de controlo e erradicação de espécies de flora invasora na comunidade de aves. VIII Congresso de Ornitologia da SPEA. 1 a 4 março 2014, Almada, Portugal (Comunicação em painel, pdf em anexo). - Comunicação “Mata Nacional do Buçaco e Projeto Life + BRIGHT: a sustentabilidade para além do controlo de invasoras”. ObservaRia. 12 e 13 abril 2014, Estarreja. (Comunicação oral, pdf em anexo). - Sofia Jervis, Carlos Fonseca, Milene Matos. Ciência e sociedade: a comunicação de ciência como base para a sustentabilidade. Congresso de Comunicação de Ciência SciCom PT 2014. 3 e 4 junho 2014, Universidade do Porto, Portugal (Comunicação em painel). - Comunicação “A Floresta como indutora/promotora da Educação e Cultura Científica”. 1º Simpósio “Viver a Floresta – diferentes visões para os recursos endógenos renováveis”. 6 junho 2014, Mata Nacional do Buçaco.

Foram, ainda, efetuadas as seguintes publicações científicas e de divulgação: - Milene Matos. 2013. Aves pelos Ares da Mata Nacional do Buçaco. Pardela, 47: 21-23. (pdf em anexo) - Milene Matos, Paulo Trincão, Amadeu M.V.M. Soares e Carlos Fonseca. 2013. Mata Nacional do Buçaco: a natureza escondida. Patrimónios, 10: 169 – 184. (pdf em anexo)

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- Universidade de Aveiro. dezembro 2013. Buçaco: viagem para outra dimensão de vida, de património e de espírito. Linhas 20, Revista da Universidade de Aveiro.

Os diversos membros da equipa da UA colaboraram/colaboram intensivamente na redação e elaboração de conteúdos e materiais de Divulgação do projeto BRIGHT, tais como brochuras, folhetos, placas e informações diversas.

O Departamento de Biologia e o Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro, em parceria com o SapoLabs, da mesma entidade, e com apoio da Fundação PT e da FMB, desenvolveram a plataforma Bussaco Digital (bussacodigital.sapo.pt), tendo o projeto tido início em setembro de 2013. Esta plataforma permite “plantar” árvores à distância de um clique, na Mata Nacional do Buçaco, acompanhar o seu crescimento, ou até dedicar árvores notáveis a alguém especial. Trata-se de um projeto inovador e único em Portugal, sendo que as plantações obtidas constituem um contributo, em termos de reflorestação, para o projeto BRIGHT.

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4. ASPETOS FINANCEIROS 4.1. Sistema Contabilístico. POC E

4.2. Disponibilidade do Cofinanciamento -

4.3. Execução Financeira

Tabela 65. Síntese da Execução Financeira do projeto até 31/08/2013

Rubrica de Despesa

Orçamento do Projeto (€)

Despesas até 31-122013

Despesas até 30-082014

%

%

129,297.00

65,561.49

51%

25,107.78

70%

0.00

895.57

6,240.00

260.18

0.00

0.00

20,750.00

13,927.85

Protótipos

0.00

0.00

0.00

Aquisição de Terrenos/Direitos

0.00

0.00

0.00

21,280.00

4,875.63

0.00

0.00

12,288.00

5,986.45

49%

1,902.29

64%

189,855.00

91,507.17

48%

29,077.82

64%

Pessoal

Viagem e Estadia Assistência Externa

Infraestruturas

Equipamentos

Consumíveis Outros Custos Despesas Gerais TOTAIS

Adjudicações €

%

357.81

4%

0.00

4%

0.00

67%

23%

0.00

1,709.94

67%

31%

0.00

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 179


ANEXOS

Deliverables e Marcos Como referido no ponto 3.5. “Para além do LIFE+”, entre outras atividades, o Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, através do pós-doutoramento em Promoção e Administração de Ciência e Tecnologia, de Milene Matos (em curso), tem organizado inúmeros eventos formativos em parceria com a Fundação Mata do Bussaco. Embora estas atividades não sejam financiadas pelo LIFE, acabam por ser complementares à missão de envolvimento da sociedade nas ações de conservação e transmissão de conhecimento técnico-científico à população em geral. É quase inevitável nestas atividades mencionar o projeto BRIGHT, referir a sua importância em termos de conservação, o enquadramento e objetivos do mesmo, sensibilizando os participantes e gerando consciencialização ambiental. Não sendo financiadas pelo LIFE, não apresentam os logos e as referências imediatas ao projeto, mas são ações, por assim dizer, complementares ao projeto, pois disseminam-no e publicitam a sua importância, objetivos e resultados. As demais atividades realizadas pela equipa da UA, ou com a colaboração da mesma, já foram listadas no Ponto 3.5. “Para além do LIFE+”. Os anexos são apresentados conforme indicado no ponto 3.5. “Para além do LIFE+”, ou seja, constam da pasta anexa ao documento: Pasta ‘ANEXO - Deliverables e Marcos’. As atividades mencionadas ou outros assuntos decorrentes do trabalho da equipa do DBio-UA no projeto BRIGHT por vezes resultam em notícia em alguns media nacionais e regionais, dando visibilidade ao projeto e contribuindo para a disseminação de conhecimentos gerado pelo mesmo. De seguida apresenta-se uma seleção abreviada destas notícias. - 21-05-2013. Local.Pt. “Alunos da Universidade de Aveiro em voluntariado na Mata do Buçaco”. - 23-08-2013. Jornal de Notícias. “Morcego em vias de extinção localizado na Mata do Buçaco” - 19-09-2013. Público. “Duas novas espécies animais descobertas na Mata do Buçaco”

Fotografias Estes anexos encontram-se na pasta “ANEXOS – Fotografias” do suporte DVD anexo.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 180


Mapas, Shapefiles e outros Estes anexos encontram-se na pasta “ANEXOS – Mapas e outros” enviada em conjunto com o relatório.

Anexo I

Lista completa de referências bibliográficas consultadas para revisão dos invertebrados.

Anexo II

Inventário preliminar da entomofauna e restantes invertebrados da Serra do Buçaco (até 31.08.2014 – em atualização).

Anexo III

Dossier de Campo entregue à FMB.

Anexo IV

Grelhas de preenchimento para monitorização de espécies invasoras.

Anexo V

Mapa 1 - Numeração das Manchas de Espécies Invasoras - Floresta Relíquia.

Anexo VI

Mapa 2 - Numeração das Espécies Invasoras Isoladas - Floresta Relíquia.

Anexo VII

Gráficos dos inventários florísticos.

Anexo VIII

Calendário de Floração e Frutificação das plantas na Mata Nacional do Buçaco.

Anexo IX

Resultados completos, Análise e tratamento de dados (Potencial da fauna para a dispersão de sementes).

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