Relatório de monitorização universidade de aveiro 2015

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3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] BRIGHT – BUSSACO´S RECOVERY FROM INVASIONS GENERATING HABITAT THREATS (LIFE10/NAT/PT/075) Contemplando as atividades realizadas no período entre 01.09.2014 e 31.08.2015 Data da Conclusão da Redação do Relatório 31.08.2015

Dados do Projeto Localização

Mata Nacional do Bussaco, Mealhada, Portugal

Data de Início

01/09/2011

Data de Fim

31/08/2016

Orçamento Total

€ 3.081.876

Contribuição CE

€ 1.540.938

(%) de Custos Elegíveis

50

Dados do Beneficiário Associado Nome do Beneficiário

Universidade de Aveiro

Pessoa de Contacto

Professor Doutor Carlos Fonseca

Morada

Departamento de Biologia

Telephone

+ 351 234 370 350

Fax:

+ 351 234 372 587

E-mail

cfonseca@ua.pt

Sítio Web

www.ua.pt/bio Redação e Revisão por

Milene Matos, Sónia Guerra, André Aguiar, Paula Maia, Lísia Lopes, Rosa Pinho, Tatiana Moreira-Pinhal, Paulo Silveira e Carlos Fonseca


ÍNDICE 1. SUMÁRIO EXECUTIVO ...................................................................................... 13 1.1. Progresso Geral ................................................................................................................ 13 1.2. Viabilidade dos Objetivos e Programa de Trabalhos ....................................................... 14 1.3. Problemas encontrados .................................................................................................... 15

2. ASPETOS ADMINISTRATIVOS ............................................................................ 16 2.1. Estrutura e Equipa de Gestão do Projeto ......................................................................... 16 2.2. Equipa de Projeto ............................................................................................................. 17 2.3. Acordos de Parceria ......................................................................................................... 17

3. ASPETOS TÉCNICOS........................................................................................ 18 3.1. Ações do Projeto .............................................................................................................. 18 3.2. SubAções do Projeto ........................................................................................................ 18 3.2.1. SubAção 1. ............................................................................................................................... 18 Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto – FAUNA ......................................................... 18 3.2.1.1. Pontos de amostragem .......................................................................................................... 20 3.2.1.2. Metodologias para a monitorização de Fauna e respetiva calendarização ............................ 29 3.2.1.3. Análise e tratamento de dados .............................................................................................. 36 3.2.1.4. Resultados ............................................................................................................................. 39 3.2.1.5. Espécies de particular valor conservacionista ....................................................................... 77 3.2.1.6. Discussão de Resultados / Considerações finais .................................................................. 80 3.2.1.7. Síntese ................................................................................................................................... 88 3.2.2. SubAção 2. ............................................................................................................................... 90 Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto – FLORA E HABITATS ................................... 90 3.2.2.1. Metodologia de Monitorização ............................................................................................... 90 3.2.2.2. Análise e Tratamento de Dados ................................................ Erro! Marcador não definido. 3.2.2.3. Resultados da monitorização ............................................................................................... 104 3.2.2.3.1. Monitorização de Tradescantia fluminensis ...................................................................... 106 3.2.2.3.2. Monitorização de invasoras em comunidades florestais ................................................... 106 3.2.2.4. Considerações finais ............................................................................................................ 162 3.2.5. Referências bibliográficas ....................................................................................................... 168

3.3. Progresso Esperado ....................................................................................................... 171 3.4. Impacto do Projeto .......................................................................................................... 173


3.5. Para além do LIFE+ ........................................................................................................ 173

4. ASPETOS FINANCEIROS ................................................................................. 178 4.1. Sistema Contabilístico. ................................................................................................... 178 4.2. Disponibilidade do Cofinanciamento .............................................................................. 178 4.3. Execução Financeira ...................................................................................................... 178

ANEXOS ........................................................................................................... 179 Deliverables e Marcos ........................................................................................................... 179 Fotografias ............................................................................................................................. 179 Mapas, Shapefiles e outros ................................................................................................... 180


ÍNDICE DE FIGURAS Fig. 1. Localização dos locais de amostragem de peixes, anfíbios e répteis. .................... 22 Fig. 2. Localização dos transetos de amostragem noturna de anfíbios (coincidente com transetos de amostragem de morcegos). ................................................................................... 23 Fig. 3. Localização dos pontos de amostragem de aves, pré-BRIGHT. ..................................... 23 Fig. 4. Localização dos pontos de amostragem de aves, BRIGHT. ........................................... 24 Fig. 5. Localização dos transetos para amostragem de indícios de presença de carnívoros (préBRIGHT e BRIGHT). Traçado adicional usado no BRIGHT, no Pinhal do Marquês, a laranja. . 24 Fig. 6. Traçado alternativo temporário (a verde) para amostragem de carnívoros (indícios de presença)..................................................................................................................................... 25 Fig. 7. Localização dos transetos de amostragem de micromamíferos Pré-BRIGHT. ............... 25 Fig. 8. Localização dos transetos de amostragem de micromamíferos BRIGHT. ...................... 26 Fig. 9. Localização das caixas-ninho colocadas na MNB, antes do ciclone Gong. .................... 27 Fig. 10. Caixas-ninho caídas ou danificadas pelo temporal. ...................................................... 28 Fig. 11: Localização das caixas-ninho monitorizadas. ................................................................ 28 Fig. 12. Interface do software Bat Sound Pro, exibindo o oscilograma (em cima) e o sonograma (em baixo) de pulsos de ecolocalização de Pipistrellus pipistrellus ou Pipistrellis pygmaeus, com feedinz buzz (sequência de pulsos ultrassónicos emitidos na fase final de aproximação às presas)......................................................................................................................................... 32 Fig. 13. Interface do software Bat Sound Pro, exibindo espetrograma de um pulso de ecolocalização de Pipistrellus pipistrellus ou Pipistrellis pygmaeus. .......................................... 32 Fig. 14. Interface do software Bat Sound Pro, exibindo o oscilograma (em cima) e o sonograma (em baixo) de pulsos de ecolocalização de Barbastella barbastellus, onde se denotam os pulsos com frequência modulada e alternada. ........................................................................... 33 Fig. 15. Localização das câmaras de fotoarmadilhagem............................................................ 34 Fig. 16. Distribuição percentual das espécies de invertebrados conhecidas para a MNB, por grupo taxonómico. ....................................................................................................................... 40 Fig. 17. Evolução do número de Ruivacos (Achondrostoma oligolepis) registados ao longo do tempo, por estação de amostragem. .......................................................................................... 42 Fig. 18. Evolução do número de Bordalos (Iberocypris alburnoides) registados ao longo do tempo, por estação de amostragem. .......................................................................................... 42 Fig. 19. Evolução do número de micromamíferos ao longo do Projeto, por unidade de paisagem. .................................................................................................................................... 61 Fig. 20. Evolução da abundância relativa de micromamíferos (Índice de Mills) ao longo do Projeto, por unidade de paisagem. ............................................................................................. 62 Fig. 21. Localização da totalidade dos excrementos detetados durante o Projeto BRIGHT na MNB. ............................................................................................................................................ 66 Fig. 22. Fotocaptura de Gineta (Genetta genetta), obtida na estação P1. ................................. 68


Fig. 23. Fotocaptura de Fuinha (Martes foina), obtida na estação A3. ....................................... 68 Fig. 24. Fotocaptura de Raposa (Vulpes vulpes), obtida na estação R2.................................... 69 Fig. 25. Fotocaptura de Javali (Sus scrofa), obtida na estação A2. ........................................... 69 Fig. 26. Fotocaptura de Fuínha (Martes foina), obtida na estação A1........................................ 70 Fig. 27. Fotocaptura de Texugo (Meles meles), obtida na estação P1. ..................................... 70 Fig. 28: Número de caixas-ninho com atividade resgistada em comparação e de caixas-ninho onde foram observadas crias/juvenis ao longo do tempo. .......................................................... 74 Fig. 29: Número de caixas-ninho com atividade resgistada, por espécie, ao longo do tempo. . 74 Fig. 30. Número de caixas-ninho com atividade resgistada, por habitat, ao longo do tempo. ... 76 Fig. 31. Operações de captura dos peixes e limpeza do lago do Palace Hotel, na MNB (14 Julho 2015). ................................................................................................................................. 82 2

Fig. 32. a) Monitorização de quadrado de monitorização de 1m para a invasora Tradescantia 2 fluminensis- Cruz Alta. b) Quadrado de 100m para monitorização de invasoras em comunidade florestal (Pittosporum undulatum) – Caifás. ........................................................... 92 Fig. 33. Localização e identificação dos quadrados de monitorização de controlo: FRAde, FRCar e FRLou. .......................................................................................................................... 93 Fig. 34. Localização e identificação dos quadrados de monitorização de Tradescantia fluminensis (FRT1 a FRT11) e das diversas invasoras em comunidade florestal (PM1 a PM2; FR1 a FR18). ............................................................................................................................... 94 2

Fig. 35. a) Detalhe de um quadrado de monitorização de 1m para Tradescantia fluminensis (Cruz Alta) em que se observa a re-invasão desta invasora em situação de pós-intervenção. b) Plântulas de Phillyrea latifolia presentes no interior de um quadrado de monitorização de Tradescantia fluminensis, onde se destaca Panicum repens, a perfazer 95% de cobertura, 3 anos após a remoção manual (portas de Coimbra). ................................................................... 96 Fig. 36. a) Quadrado de monitorização de Robinia pseudoacacia, após intervenção com descasque do tronco (quadrado FR12). b) Exemplares arbóreos (secos) de Acacia melanoxylon previamente numerados com spray azul (quadrado FR7). ......................................................... 96 Fig. 37. a) Mancha intervencionada de Tradescantia fluminensis na Cruz Alta, onde são visíveis as margens do caminho com diferenças no subcoberto intervencionado (à esquerda). b) Aspeto do novo subcoberto em recuperação (após remoção de Tradescantia fluminensis) – Cruz Alta. ..................................................................................................................................................... 98 Fig. 38. a) Aspeto do 'novo' subcoberto dominado por Panicum repens nas Portas de Coimbra. b) “Cama” de Tradescantia fluminensis, metodologia em ensaio e análise – Cruz Alta. ........... 98 Fig. 39 - Valores estimados de cobertura, no quadrado FRT1, ao longo do tempo após a intervenção. ............................................................................................................................... 107 Fig. 40 - Valores estimados de cobertura, no quadrado FRT2, ao longo do tempo após a intervenção. ............................................................................................................................... 108 Fig. 41- Valores estimados de cobertura, no quadrado FRT3, ao longo do tempo. ................. 110 Fig. 42- Valores estimados de cobertura, no quadrado FRT4, ao longo do tempo. ................. 113 Fig. 43- Valores estimados de cobertura, no quadrado FRT5, ao longo do tempo. ................. 114 Fig. 44 - Valores estimados de cobertura, no quadrado FRT6, ao longo do tempo. ................ 115


Fig. 45 - Valores estimados de cobertura, no quadrado FRT7, ao longo do tempo. ................ 116 Fig. 46 - Valores estimados de cobertura, no quadrado FRT8, ao longo do tempo. ................ 117 Fig. 47 - Valores estimados de cobertura, no quadrado FRT9, ao longo do tempo. ................ 118 Fig. 48 - Valores estimados de cobertura, no quadrado FRT10, ao longo do tempo. .............. 119 Fig. 49 - Valores estimados de cobertura, no quadrado FRT11, ao longo do tempo. .............. 120 Fig. 50 - Coberturas estimadas nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela PM1................................................................... 126 Fig. 51 - Coberturas estimadas nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela PM2................................................................... 127 Fig. 52 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR1. ......................... 130 Fig. 53 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR1. .................................................................. 130 Fig. 54 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR2. ......................... 131 Fig. 55 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR2. .................................................................. 131 Fig. 56 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR8. ......................... 132 Fig. 57 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR8. .................................................................. 132 Fig. 58 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR3. ......................... 139 Fig. 59 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR3. .................................................................. 139 Fig. 60 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR4. ......................... 140 Fig. 61 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR4. .................................................................. 140 Fig. 62 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR7. ......................... 141 Fig. 63 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR7. .................................................................. 141 Fig. 64 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR9. ......................... 142 Fig. 65 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR9. .................................................................. 142 Fig. 66 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR10. ....................... 143 Fig. 67 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR10. ................................................................ 143


Fig. 68 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR17. ....................... 144 Fig. 69 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR17. ................................................................ 144 Fig. 70 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR18. ....................... 145 Fig. 71 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR18. ....................... 145 Fig. 72 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR5. ......................... 148 Fig. 73 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR5. .................................................................. 148 Fig. 74 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR16. ....................... 149 Fig. 75 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR16. ................................................................ 149 Fig. 76 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR6. ......................... 153 Fig. 77 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR6. .................................................................. 153 Fig. 78 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR11. ....................... 154 Fig. 79 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR11. ................................................................ 154 Fig. 80 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR13. ....................... 155 Fig. 81 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR13. ................................................................ 155 Fig. 82 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR14. ....................... 156 Fig. 83 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR14. ................................................................ 156 Fig. 84 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR12. ....................... 159 Fig. 85 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR12. ................................................................ 159 Fig. 86 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR15. ....................... 160 Fig. 87 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR15. ................................................................ 160


ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 - Elementos da Equipa de Projeto – Universidade de Aveiro ...................................... 17 Tabela 2. Número de espécies de invertebrados registadas para a MNB, por grupo taxonómico. ..................................................................................................................................................... 40 Tabela 3. Espécies de Peixes registadas e monitorizadas e respetivos estatutos de conservação e proteção legal. Notas: End - Endemismo nacional; End Ib – Endemismo Ibérico. ..................................................................................................................................................... 41 Tabela 4. Espécies de Anfíbios registadas e monitorizadas, e respetivos estatutos de conservação e proteção legal. Notas: End Ib – Endemismo Ibérico. ......................................... 43 Tabela 5. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos de anfíbios. A negrito assinalam-se os valores médios mais elevados. ........ 43 Tabela 6. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de anfíbios registados no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT. ............. 44 Tabela 7. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise da comparação do número de estações de amostragem em que a espécie foi detetada no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT. ........................................................................................................ 44 Tabela 8. Espécies de Répteis registadas e monitorizadas e respetivos estatutos de conservação e proteção legal. Notas: End Ib – Endemismo Ibérico. ......................................... 45 Tabela 9. Espécies de Aves registadas e monitorizadas e respetivos estatutos de conservação e proteção legal. .......................................................................................................................... 46 Tabela 10. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos para as aves no Pinhal do Marquês, por época do ano. A negrito, assinalamse os valores médios mais elevados. ......................................................................................... 48 Tabela 11. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos para as aves no Arboreto, por época do ano. A negrito assinalam-se os valores médios mais elevados. ................................................................................................... 49 Tabela 12. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos para as aves na Floresta Relíquia, por época do ano. A negrito assinalam-se os valores médios mais elevados. .............................................................................................. 50 Tabela 13. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de aves registados no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT, para o habitat * ** Pinhal do Marquês, por época do ano. Significativo P ≤ 0,05; Altamente significativo P ≤ 0,01 ..................................................................................................................................................... 51 Tabela 14. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de aves registados no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT, para o habitat Arboreto, por época do ano......................................................................................................... 52 Tabela 15. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de aves registados no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT, para a Floresta Relíquia, por época do ano. .......................................................................................... 53 Tabela 16: Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos para as aves, por habitat (censos de 10 minutos). A negrito assinalam-se os valores médios mais elevados. ................................................................................................... 54


Tabela 17: Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de aves registados no pós-Gong em comparação com os dados obtidos pré-Gong, por habitat/unidade de paisagem. ..................................................................................................... 55 Tabela 18. Análise sumária da estrutura da comunidade e principais tendências, antes e após o ciclone Gong (1º ano após o Gong e 2º ano após o Gong), por unidade de paisagem. ............ 55 Tabela 19: Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos para as aves, por habitat (censos de 10 minutos). A negrito assinalam-se os valores médios mais elevados. ................................................................................................... 56 Tabela 20: Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de aves registados no 2º ano de monitorização BRIGHT em comparação com os dados obtidos no ** 3º ano, por habitat/unidade de paisagem. * Significativo P ≤ 0,05; Altamente significativo P ≤ 0,01 .............................................................................................................................................. 57 Tabela 21. Espécies de Mamíferos registadas e monitorizadas e respetivos estatudos de conservação e proteção legal. Notas: End Ib – Endemismo ibérico........................................... 58 Tabela 22. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos de micromamíferos e de morcegos. A negrito assinalam-se os valores médios mais elevados.............................................................................................................................. 60 Tabela 23. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de micromamíferos e morcegos registados no BRIGHT em comparação com os dados obtidos préBRIGHT. ...................................................................................................................................... 60 Tabela 24. Valores de Abundância Relativa de micromamíferos usando o Índice de Mills, por habitat e por época de amostragem. .......................................................................................... 62 Tabela 25. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos para os carnívoros, por época do ano. A negrito, assinalam-se os valores médios mais elevados. ................................................................................................................ 63 Tabela 26. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de carnívoros registados no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT. ......... 64 Tabela 27. Número total de indícios de presença de meso-mamíferos, por espécie e por transeto/unidade de paisagem. Nota: O ouriço, não sendo um mamífero carnívoro, é um mamífero de médio porte, e consta nesta tabela por terem sido encontrados indícios de presença desta espécie. ............................................................................................................. 65 Tabela 28. Índice Quilométrico de Abundância (IKA) de indícios de presença de mesomamíferos registados nas diferentes unidades de paisagem (Floresta Relíquia, Pinhal do Marquês e Arboreto) da MNB. Prospeções efetuadas mensalmente entre julho de 2012 e julho de 2015. Nota: O ouriço, não sendo um mamífero carnívoro, é um mamífero de médio porte, e consta nesta tabela por terem sido encontrados indícios de presença desta espécie............... 65 Tabela 29. Número de capturas por cada estação de fotoarmadilhagem, para cada espécie identificada. ................................................................................................................................. 67 Tabela 30. Número de espécies de mamíferos de médio porte (carnívoros + esquilo + javali + ouriço) e número médio de indivíduos detetados com fotoarmadilhagem, por unidade de paisagem. .................................................................................................................................... 67 Tabela 31. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos de micromamíferos, de morcegos e de carnívoros. A negrito assinalam-se os valores médios mais elevados. ................................................................................................... 72


Tabela 32. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de micromamíferos e morcegos registados no período pré-Gong em comparação com os dados obtidos em período correspondente pós-Gong........................................................................... 73 Tabela 33. Espécies de fauna registadas durante a monitorização BRIGHT, prioritárias em termos de conservação. .............................................................................................................. 77 Tabela 34. Datas e tipologias de intervenção, nas parcelas com espécies invasoras (em monitorização). ............................................................................................................................ 97 Tabela 35. Síntese dos dados relativos aos pontos fortes e fracos, observados nos diversos quadrados de amostragem fixa, durante os trabalhos de monitorização. ................................ 104 Tabela 36. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura ao longo do tempo (pósBright – 6 meses, 1,5 ano, 2,5 anos e 3 anos). ................................................................. 106 Tabela 37. Resultados do teste não paramétrico, Friedman para variável tempo (6 meses, 1,5 ano, 2,5 anos e 3 anos) na mediana da % de cobertura das comunidades vegetais. Este teste foi aplicado, uma vez que não foram cumpridos os pressupostos da ANOVA testada (Anova de um fator de amostras repetidas). .............................................................................................. 106 Tabela 38. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura ao longo do tempo (préBright – antes; pósBright – depois, 1 ano, 2 anos). ............................................................ 109 Tabela 39. Resultados do teste não paramétrico, Friedman para variável tempo (antes, depois, 1 ano, 2 anos) na mediana da % de cobertura das comunidades vegetais. Este teste foi aplicado, uma vez que não foram cumpridos os pressupostos da ANOVA testada (Anova de um fator de amostras repetidas). .................................................................................................... 109 Tabela 40. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura ao longo do tempo (préBright – antes, pósBright – depois, 6 meses, 9 meses, 1 ano, 1,5 anos, 1,9 anos e 2 anos). ................................................................................................................................................... 111 Tabela 41. Resultados do teste não paramétrico, Friedman para variável tempo (antes, depois, 6 meses, 9 meses, 1 ano) na mediana da % de cobertura das comunidades vegetais. Este teste foi aplicado, uma vez que não foram cumpridos os pressupostos da ANOVA testada (Anova de um fator de amostras repetidas). ............................................................................. 112 Tabela 42. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (préBright – antes; pósBright: 1 ano e 2 anos). Nestes quadrados não ocorreram intervenções florestais. ................................................................... 122 Tabela 43. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, 1 ano, 2 anos) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2-arbustivo, 3 - herbáceo). ................................................................... 123 Tabela 44. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (préBright – antes; pósBright: 1 ano e 2 anos). ........ 124 Tabela 45Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, 1 ano, 2 anos) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2-arbustivo, 3 - herbáceo). ................................................................... 125 Tabela 46. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (préBright – antes; pósBright: 1 ano e 2 anos). ........ 127 Tabela 47. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, 1 ano, 2 anos) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2-arbustivo, 3 - herbáceo). ................................................................... 128


Tabela 48. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (préBright – antes; pósBright: 1 ano e 2 anos). ........ 133 Tabela 49. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, 1ano, 2anos) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2-arbustivo, 3 - herbáceo). ....................................................................... 135 Tabela 50. Resultados do teste não paramétrico, Friedman para variável tempo (antes, 1 ano, 2 anos) na mediana da % de cobertura das comunidades vegetais, para 3 estratos de vegetação (1-árboreo, 2-arbustivo, 3 – herbáceo). Este teste foi aplicado, uma vez que não foram cumpridos os pressupostos da ANOVA testada (Anova de dois factores mistos). .................. 136 Tabela 51. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (préBright – antes; pósBright: 1 ano e 2 anos). ........ 146 Tabela 52. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, 1ano, 2anos) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2-arbustivo, 3 - herbáceo). ....................................................................... 146 Tabela 53. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (préBright – antes; pósBright: 1 ano e 2 anos). ........ 150 Tabela 54. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, 1ano, 2anos) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2-arbustivo, 3 - herbáceo). ....................................................................... 151 Tabela 55. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (préBright – antes; pósBright: 1 ano e 2 anos). ........ 157 Tabela 56. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, 1ano, 2anos) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2-arbustivo, 3 - herbáceo). ....................................................................... 157 Tabela 57. Síntese dos desenvolvimentos das ações do projeto, incluindo identificação do progresso previsto em candidatura (P) e execução verificada (E), desvios temporais associados, respetiva relevância, correção e efeitos no projeto. ............................................. 171 Tabela 58. Síntese da Execução Financeira do projeto até 31/08/2015 .................................. 178


LISTA DE ABREVIATURAS CMM – Câmara Municipal da Mealhada DGEP – Direção Geral dos Estabelecimentos Prisionais EPC - Estabelecimento Prisional de Coimbra FMB – Fundação Mata do Bussaco FR – Floresta Relíquia MC – Mata Climácica MNB – Mata Nacional do Bussaco UA – Universidade de Aveiro

CITAÇÃO RECOMENDADA Milene Matos, Sónia Guerra, André Aguiar, Paula Maia, Lísia Lopes, Rosa Pinho, Tatiana Moreira-Pinhal, Paulo Silveira e Carlos Fonseca (2015). 3º Relatório de Monitorização e Avaliação de Resultados – Ação E.2 - Projeto BRIGHT – Bussaco´s recovery from invasions generating habitat threats (LIFE10/NAT/PT/075). Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro. x + 180 pp.


1. SUMÁRIO EXECUTIVO 1.1. Progresso Geral A passagem do ciclone Gong na MNB, a 19 de janeiro de 2013, causou constrangimentos ao planeamento detalhado dos trabalhos a realizar por parte da UA, responsável pela execução da ação E.2 - Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto, conforme relatório atempadamente apresentado. A generalidade dos objetivos não ficou comprometida, porém, foi necessário efetuar alguns ajustes ao plano de trabalhos inicialmente estipulado, pois a impossibilidade e/ou dificuldade de acesso aos locais de amostragem levou a que as tarefas demorassem mais tempo a ser cumpridas e algumas metodologias, até ao momento, estão bastante atrasadas. No que diz respeito à monitorização da fauna, os constrangimentos mais relevantes relacionam-se com a colocação e monitorização de caixas-ninho e com a armadilhagem fotográfica de mamíferos carnívoros, admitindo-se o atraso das mesmas e uma redução do volume de dados resultantes destas metodologias. No entanto, as metodologias ajustadas não comprometem a obtenção de resultados satisfatórios. De um modo geral, as diferenças encontradas entre a situação de referência indicam que os grupos faunísticos ou não estão a ser afetados, ou dão indícios de estarem a ser beneficiados pelas ações do Projeto. Alguns resultados podem estar mascarados pelos efeitos do Ciclone Gong (como se comprovou para as aves), pelo que será necessário manter o programa de monitorização de forma a obter dados ainda mais robustos. Alguns outros fatores não controláveis nem mensuráveis ao abrigo das metodologias adotadas no presente projeto, nomeadamente nas alterações na paisagem e habitat nas áreas envolventes à MNB, poderão também ter influência em alguns resultados obtidos para a fauna vertebrada. No entanto, assume-se que para a maior parte das espécies a influência não seja significativa. O facto de não ter havido resultados de algum modo prejudiciais à fauna, é um excelente indicador de que os trabalhos decorrem de forma correta. A continuidade da monitorização da fauna ao longo do projeto torna-se essencial, para se obter uma análise robusta do impacto das ações no terreno sobre estes grupos, para garantir mais algum tempo de ajuste da fauna, face aos seus longos ciclos de vida e áreas vitais, e ainda para averiguar da existência de fatores de enviseamento. Ainda na fauna, mas ao nível dos invertebrados, decorre uma aturada pesquisa bibliográfica em coleções particulares, públicas e catálogos, bem como em literatura publicada, a par com o trabalho de campo. Estes trabalhos confirmaram até ao momento a presença de mais de 1200 espécies, revelando uma impressionante riqueza biológica até ao momento muito escassamente conhecida. Ao nível da flora, o conjunto de dados apresentado permite realizar algumas análises comparativas com a situação de referência, que indiciam que o projeto está a ter resultados positivos ao nível da restauração de habitats previamente degradados pela presença de espécies invasoras, principalmente através da remoção de Tradescantia fluminensis, que permite a regeneração natural de um banco de sementes nativas (nomeadamente de Phillyrea latifolia) com papel importante no restauro ecológico. Relativamente às invasoras em comunidade florestal, e apesar das intervenções relativamente recentes no interior dos quadrados, a análise estatística permitiu detetar para já, algumas diferenças significativas ao nível da cobertura vegetal pós-Bright, nomeadamente nos quadrados de monitorização com invasora dominante Acacia melanoxylon.

Decorre também a avaliação da eficácia dos métodos de controlo por descasque, para cada espécie invasora lenhosa, sendo que em Prunus lauroceraus o descasque aparenta não ser eficaz. Em suma, de acordo com os dados recolhidos até à data e o tratamento estatístico aplicado, verifica-se nesta fase, uma interferência “positiva” das intervenções sobre as comunidades vegetais em BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 13


monitorização, mais concretamente ao nível da redução da percentagem de cobertura das espécies invasoras já em declínio vegetativo. No entanto, dados mais conclusivos acerca da eficácia das ações deste projeto na conservação das comunidades florísticas nativas só serão possíveis através de dados adicionais de monitorização e de uma análise temporal mais alargada. De um modo geral e também na flora, o maior contratempo nos trabalhos, durante o projeto, esteve relacionado com a passagem do ciclone Gong a 19 de janeiro de 2013, que condicionou o acesso à zona central do adernal e ao extremo Sudoeste da zona de São João do Deserto, sendo que as árvores caídas, que estiveram a obstruir caminhos, dificultaram o trabalho e obrigaram a um maior dispêndio de tempo nos trabalhos normais de campo, levando a alguns atrasos nas tarefas previstas.

1.2. Viabilidade dos Objetivos e Programa de Trabalhos A passagem do ciclone Gong na MNB, a 19 de janeiro de 2013, causou algumas dificuldades no cumprimento integral do plano de trabalhos estipulado para a ação E.2 - Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto, pelo que foi necessário efetuar alguns ajustes às metodologias a adotar. A impossibilidade e/ou dificuldade de acesso aos locais de amostragem durante alguns meses levou a que as tarefas demorassem mais tempo a ser cumpridas e algumas metodologias, nomeadamente a colocação e monitorização de caixas-ninho e a armadilhagem fotográfica de mamíferos, tiveram de ser repensadas de forma torná-las exequíveis. Não obstante, de uma forma genérica e após a realização de ajustes metodológicos, os objetivos principais mantêm-se viáveis, e excetuando a maior delonga temporal para o cumprimento de todos os objetivos propostos, o trabalho decorre de forma eficaz.

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1.3. Problemas encontrados Os maiores problemas encontrados relacionam-se com os já expostos atrasos e impedimentos de acesso devidos à passagem do ciclone Gong na MNB, como se passa a explicar. No que respeita à execução das tarefas em campo, faz-se nota de que duas câmaras fotográficas para fotoarmadilhagem de mamíferos carnívoros adquiridas para o Projeto foram furtadas, apesar de todas as precauções terem sido tomadas, nomeadamente a camuflagem das câmaras e instalação em locais remotos no interior da floresta, supostamente não visitados por curiosos. Esta é uma situação muito frequente em trabalhos com este tipo de aparelhos, pois suscitam a curiosidade de transeuntes, sendo ainda mais grave em locais muito visitados, como é o caso da MNB. Futuramente, a instalação das câmaras no terreno terá novamente este fator em conta, mas não se consegue garantir que não venham a ocorrer novos furtos. Para além destas situações relacionadas com o trabalho de campo, e conforme atempadamente comunicado à Comissão, houve a necessidade de proceder a alguns ajustes orçamentais, face à proposta inicial. Numa primeira fase, e conforme Ofício de 31-12-2013, os ajustes solicitados não implicaram qualquer alteração ao montante global inicialmente orçamentado e aprovado para a componente da UA, no entanto implicaram a redistribuição das verbas orçamentadas, entre rúbricas da UA, nomeadamente através do reforço das verbas da rúbrica “recursos humanos” com verbas não executadas das rúbricas de equipamentos e assistência externa. Numa segunda fase, a equipa da UA verificou a necessidade de um reforço superior das verbas para recursos humanos, para garantir o cumprimento das tarefas previstas atempadamente e com eficácia. Este reforço, solicitado com Ofício de 26-05-2014, seria viabilizado por transferência de verbas da FMB para a rúbrica de recursos humanos da UA. À data do presente relatório a FMB continua em concordância com o pedido efetuado pela UA, tendo já sido efetuada a transferência dos valores correspondentes ao 2º adiantamento de pré-financiamento, assim como o ajuste ao 1º adiantamento de pré-financiamento, motivado pelo ajuste orçamental da ação E.2 no sentido do seu incremento. Com estes ajustamentos espera-se a continuação do cumprimento dos objetivos propostos, nos prazos definidos.

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2. ASPETOS ADMINISTRATIVOS

2.1. Estrutura e Equipa de Gestão do Projeto No sentido de assegurar o acompanhamento dos trabalhos e decisões inerentes ao projecto, promoveram-se no período a que respeita este relatório um conjunto de reuniões regulares da Equipa de Gestão. A equipa da UA levou a cabo as tarefas que estavam previstas para o período em análise, tendo reunido frequentemente com os parceiros FMB e CMM, de modo a discutir e adaptar as tarefas previamente planeadas. No período a que se reporta este relatório (de 01.09.2014 a 31.08.2015), decorreram reuniões de trabalho nas seguintes datas: 

17-09-2014

12-02-2015

19-02-2015

29-05-2015

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2.2. Equipa de Projeto A equipa da UA está identificada na Tabela 1 e é coordenada pelo Prof. Doutor Carlos Fonseca. Trata-se de uma equipa de 13 pessoas, multidisciplinar, que inclui pessoal dos Quadros da UA, dois bolseiros contratados para o projeto e diversos colaboradores, como investigadores e alunos da UA, que embora estejam a colaborar nas várias tarefas da Ação E.2 do Projeto BRIGHT, não auferem qualquer vencimento a partir do mesmo, não representando assim despesas de vencimento (estes colaboradores e alunos têm um asterisco * em frente à sua afetação, na Tabela 1).

Tabela 1 - Elementos da Equipa de Projeto – Universidade de Aveiro Nome

Funções Gerais

Tipo de Contrato / Despesa

Afetação

UA Carlos Fonseca

Coordenação Geral

Pessoal, Quadro

Parcial

Rosa Pinho

Coordenação Operacional Habitats

Pessoal, Quadro

Parcial

Paulo Silveira

Coordenação Operacional Flora

Pessoal, Quadro

Parcial

Lísia Lopes

Orientação trabalhos flora

Pessoal, Quadro

Parcial

Milene Matos

Coordenação Operacional Fauna

Bolseira FCT

Parcial *

Sónia Guerra

Bolseira, execução trabalhos flora

Contratada BRIGHT

Total (100%)

André Aguiar

Bolseiro, execução trabalhos fauna

Contratado BRIGHT

Total (100%)

Paula Maia

Colaboradora, trabalhos flora

Colaboradora

Parcial *

Daniela Ferreira

Técnica superior gab. de gestão financeira de programas e projetos

Pessoal, Quadro

Parcial

Tatiana Pinhal

Colaboradora, trabalhos com invertebrados

Aluna

Parcial *

João Gonçalo Moreira

Colaborador, trabalhos com invertebrados

Aluno

Parcial *

Ricardo Santos

Colaborador, trabalhos com invertebrados

Aluno

Parcial *

Cátia Paredes

Colaboradora, trabalhos com invertebrados

Aluna

Parcial *

Sofia Jervis

Colaboradora, trabalhos com invertebrados

Aluna

Parcial *

2.3. Acordos de Parceria A UA não estabeleceu, durante o período em causa, nenhum acordo de parceria com outras entidades, para além das que participam neste projeto, tendo em vista a realização dos objetivos propostos.

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3. ASPETOS TÉCNICOS 3.1. Ações do Projeto A UA é responsável pela ação E.2 - Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto. Assim, a apresentação dos aspetos técnicos seguirá a estrutura de subações, sendo a Subação 1 a Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto – Fauna, e a Subação 2 a Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto – Flora e Habitats, apresentados nos pontos seguintes. De forma complementar ao Projeto, e de forma a enriquecê-lo com informação relevante, a UA efetuou ainda outras atividades, nomeadamente o levantamento dos invertebrados e macrofungos (cogumelos) existentes na MNB, e uma análise do potencial da fauna para a dispersão de sementes de plantas autóctones e invasoras. Estas ações adicionais já terminaram e foram devidamente reportadas nos relatórios anteriores, pelo que já não constam do presente documento.

3.2. SubAções do Projeto

3.2.1. SubAção 1. Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto – FAUNA

A monitorização contínua da fauna vertebrada é um ponto fundamental no âmbito do Projeto Life+ BRIGHT, como meio de avaliar o impacto/efeito das intervenções florestais decorrentes do mesmo, na vasta biodiversidade faunística presente na MNB. Tendo-se estabelecido a situação de referência préintervenção (trabalhos anteriores, da UA) e sendo os trabalhos de monitorização dos grupos faunísticos ao longo do projeto compatíveis e comparáveis com esses resultados, importa avaliar com rigor qual o efeito das intervenções no terreno na fauna, sendo por isso uma análise relevante no contexto dos efeitos de ações de gestão do habitat, nomeadamente as ações que visam recuperar, reconverter e potenciar habitats tidos como muito importantes do ponto de vista da conservação. Assim, o presente projeto assume-se como modelo de referência para outros projetos e trabalhos similares, uma vez que tem em consideração a avaliação das ações no terreno e seus resultados, não meramente numa perspetiva direta (a biodiversidade faunística e florística, as cadeias tróficas e as relações ecológicas presentes nos habitats envolvidos. Desta forma, procura-se garantir que os trabalhos decorram da forma mais eficaz, focando-se em espécies-alvo e outras diretamente relacionadas com estas), mas de uma forma global e integrando quanto possível todos os valores naturais existentes na MNB, os quais interessa salvaguardar e beneficiar. As plantas invasoras podem reduzir a abundância e a diversidade da flora e fauna autóctone e alterar os processos dos ecossistemas (e.g. Gaertner et al. 2009; Mooney & Cleland 2001). Numa perspetiva de recuperação do ecossistema, são levadas a cabo ações de erradicação e controlo de plantas invasoras, sendo importante que as mesmas sejam compatíveis e favoreçam os valores naturais a proteger. Nesse sentido, a avaliação constante dos resultados das ações, através da monitorização da biodiversidade e da evolução da estrutura e funcionamento ecológico (e não só) das áreas invadidas sujeitas a trabalhos de recuperação assume extrema importância (Reid et al. 2009). Heleno et al. (2010) estudaram a resposta da comunidade à remoção de plantas invasoras, procurando avaliar o sucesso dos trabalhos de BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 18


recuperação ecológica. Foi verificado que, no imediato, a flora autóctone sofre um decréscimo potencialmente devido à pressão resultante dos trabalhos, mas dois anos após as intervenções, foi possível verificar um acréscimo generalizado na fauna e no banco de sementes de espécies autóctones. Desta forma se evidencia a importância de avaliar a comunidade na sua globalidade (fauna e flora), para se entender a real eficácia dos trabalhos. Outros dados relevantes que resultaram do estudo de Heleno et al. (2010), são a maior propensão para a dispersão de sementes de plantas exóticas pelas aves, em oposição às sementes autóctones e o facto de a existência de plantas invasoras favorecer a germinação de sementes exóticas em detrimento das autóctones. Quando as espécies invasoras estão estabelecidas num ecossistema, podem alterar o seu funcionamento ou substituir o papel funcional de espécies autóctones, tornando a sua remoção mais complexa e com potenciais efeitos na biodiversidade e no ecossistema. Desse modo, a monitorização da biodiversidade, das cadeias tróficas e funções ecológicas presentes nos locais a intervencionar deverá ser efetuada, para prevenir e atempadamente responder a possíveis efeitos secundários indesejados decorrentes dos trabalhos de recuperação de habitat (Zavaleta et al. 2001). Sucintamente, podemos considerar três componentes principais na avaliação do sucesso da recuperação de ecossistemas: biodiversidade, estrutura da vegetação e processos ecológicos (Ruiz-Jaen & Aide 2005). Neste contexto, os trabalhos de monitorização da fauna no presente projeto procuram assegurar a adequada avaliação do efeito e eficácia das ações BRIGHT de controlo de invasoras no terreno, integrados nas componentes acima referidas e considerando os objetivos específicos do plano de ação para a componente Life+ BRIGHT_fauna, que em seguida se relembram: 1. Definição de pontos e/ou áreas de estudo/monitorização em concordância com a situação de referência. 2. Investigação e aplicação das metodologias de monitorização de fauna (vertebrados e invertebrados). 3. Colocação e monitorização de caixas-ninho como medida de beneficiação para as aves e eventualmente para a expansão da flora autóctone, por via da dispersão de sementes. 4. Análise contínua do efeito das ações do projeto na biodiversidade, e avaliação de resultados. 5. Levantamento de novos registos faunísticos para a MNB. 6. Acompanhamento das ações de intervenção na MNB e identificação de problemas, contratempos, imprevistos e outras situações relevantes. 7. Tratamento e análise de dados e comparação com a situação de referência. 8. Elaboração de relatórios técnicos. 9. Publicação dos resultados em encontros científicos, revistas de divulgação e científicas, etc.

Notas: A secção deste documento referente à SubAção2 (E.2 Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto: Fauna) reporta-se aos dados recolhidos como situação de referência (antes do BRIGHT) e dados recolhidos no período compreendido entre julho de 2013 e julho de 2015 (BRIGHT).

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3.2.1.1. Pontos de amostragem A monitorização de vertebrados decorreu nos locais de amostragem anteriormente selecionados e apresentados. A seleção dos pontos, estações e transetos de amostragem efetuada no início do Projeto, baseou-se no compromisso entre os trabalhos de amostragem anteriores ao projeto BRIGHT (com o objetivo de se poderem estabelecer comparações com os dados que constituem a situação de referência pré-intervenções no âmbito do projeto) e a cobertura das várias unidades de paisagem existentes na Mata, com especial atenção às áreas onde ocorreram e ocorrerão intervenções florestais decorrentes do projeto. Assim sendo, as áreas de amostragens (pontos/estações/transetos) coincidem com aquelas utilizadas antes do projeto, no decorrer dos trabalhos efetuados pela UA para a caracterização da fauna de vertebrados da MNB (conforme Matos 2011). No entanto, de modo a satisfazer os objetivos do projeto, foram necessários ligeiros ajustes na localização/número das amostragens, que não comprometeram a comparação com a situação de referência. No que diz respeito aos invertebrados, entendeu-se ser necessário estabelecer áreas de amostragem com base nas intervenções florestais efetuadas e a efetuar, bem como com a situação de referência estabelecida para a flora, nomeadamente na Floresta Relíquia. Consideraram-se os diferentes habitats desta unidade de paisagem e a possibilidade de estabelecer comparações – ao nível dos invertebrados – entre áreas bem conservadas de floresta autóctone, com áreas invadidas e, por tal, degradadas. Paralelamente ao trabalho de campo tem sido efetuada uma extensa e morosa revisão bibliográfica, conforme explicado adiante.

Invertebrados Apesar de se ter realizado regularmente amostragem em campo, no seguimento dos trabalhos anteriores, têm-se concentrado esforços na revisão bibliográfica dos invertebrados (Classe Insecta, Arachnida e Myriapoda) com o intuito de se estabelecer uma situação de referência no que respeita ao estudo dos invertebrados da MNB – o que até ao projeto BRIGHT era inexistente. As monotorizações de Lepidoptera (borboletas diurnas) têm tido o adicional objetivo de se conhecer melhor a distribuição e a fenologia das espécies. Em concordância, procurou-se avaliar a presença de espécies localizadas e/ou de importância conservacionista e, ainda, no geral, que tipo de influência ou relação estabelecem em relação à flora, nomeadamente atendendo às possíveis relações de polinização e fitopatologias desencadeadas pela entomofauna. As monotorizações de Lepidoptera realizaram-se sobretudo nas zonas da Cruz Alta, nos jardins do Palace Hotel, junto às Portas de Coimbra, de Luso, de Sula e de Serpa, na envolvente da Fonte de Sula e ainda ao longo das áreas de intervenção do Projeto, e também fora dos limites da MNB (lado exterior da Mata, entre a Cruz Alta e as Portas de Sula). Outras amostragens foram realizadas junto às principais linhas e massas de água da Mata, com especial enfoque na Fonte Fria e no Lago Grande. Optou-se por estes percursos sobretudo tendo em conta o jizz (comportamentos típicos) e as plantas-alvo das espécies previamente citadas para a Mata e não confirmadas em terreno.

Peixes Definiram-se como áreas de amostragem as linhas de água principais (ao longo do Vale do Fetos e até à Porta das Lapas) e os lagos existentes na MNB (Lago Grande, Lago dos Cisnes junto à Fonte Fria e Lago do jardim do Palace Hotel), em concordância com as áreas de amostragem da situação de referência (Fig. 1).

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Anfíbios As áreas de amostragem para este grupo taxonómico coincidem com as que foram selecionadas aquando dos trabalhos de campo que constituem a situação de referência. Assim, foram definidas como áreas de amostragens os pontos de água e as linhas de água principais (ao longo do Vale do Fetos até à Porta das Lapas e Vale dos Abetos e linha de água a sul do Palace Hotel e na Fonte Fria), transetos nas margens dessas mesmas linhas de água (Fig. 1) e transetos (noturnos) coincidentes com os transetos de amostragem de morcegos (Fig. 2).

Répteis As áreas de amostragem para este grupo taxonómico coincidem com as que foram selecionadas aquando dos trabalhos de campo que constituem a situação de referência antes do projeto. Assim, foram definidos como áreas de amostragem os transetos nas margens das linhas de água, de forma coincidente com os transetos de amostragem de anfíbios (Fig. 1 e 2).

Aves As áreas de amostragem para este grupo taxonómico coincidem, em parte, com as que foram selecionadas aquando dos trabalhos de campo que constituem a base da situação de referência antes do Projeto. Assim, foram definidos como áreas de amostragem para o Projeto alguns dos pontos de censo de aves utilizados nos trabalhos anteriores (para permitir a comparação com a situação de referência), tendo sido adicionados novos pontos com o objetivo de assegurar uma melhor cobertura das áreas alvo da intervenção das ações no terreno (nomeadamente no Pinhal do Marquês e na Floresta Relíquia). Desta forma espera-se ser possível ter uma melhor representatividade das diferentes unidades de paisagem, não comprometendo a essencial comparação com os dados obtidos anteriormente. No total, estabeleceram-se então 35 pontos de amostragem (5 no Pinhal do Marquês, 10 na Floresta Relíquia e 20 no Arboreto) (Fig. 3 e 4). Devido à inacessibilidade que o Ciclone Gong causou a alguns pontos de amostragem de aves, houve necessidade de nos meses subsequentes ajustar as localizações de alguns pontos, conforme possível, para locais acessíveis nas proximidades dos locais “originais”.

Mamíferos As áreas de amostragem para os mamíferos coincidem, em parte, com as que foram selecionadas aquando dos trabalhos de campo que constituem a situação de referência. Deste modo, foram definidos transetos para amostragem de morcegos (Fig. 2), transetos para amostragem de micromamíferos (Fig. 8) e transetos para amostragem de carnívoros (indícios de presença e excrementos), sendo que se revelou necessário adaptar os transetos antigos e acrescentar um pequeno troço (na área do Pinhal do Marquês), com o objetivo de assegurar uma melhor cobertura, permitindo uma melhor representatividade das diferentes unidades de paisagem existentes na MNB, tendo em conta os objetivos propostos (Fig. 5).

Os transetos de amostragem de carnívoros, após o Ciclone Gong, sofreram alguns ajustamentos temporários (Fig. 6), devido a obstruções localizadas em troços dos percursos originais. Assim, até à total desobstrução dos percursos de amostragem, foi adotado um traçado provisório para amostragem de carnívoros (indícios de presença), tendo sido retomado o percurso original em julho de 2013. Este traçado temporário foi selecionado de forma a não afetar significativamente os resultados, na tentativa de não colocar em causa os objetivos propostos. No entanto, admite-se que o traçado alternativo não tenha sido tão eficaz para a amostragem em questão, nesse período.

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Quanto ao método de armadilhagem fotográfica para carnívoros, a elevada inacessibilidade da maioria dos locais e a dificuldade em estabelecer localizações alternativas ajustadas aos objetivos, diminuiu significativamente a exequibilidade destas amostragens no tempo previsto, atendendo à sua morosidade e distâncias mínimas necessárias. Como tal, foram efetuados ligeiros ajustes na localização das estações de armadilhagem fotográfica, para minimizar o risco de furto das câmaras e mantendo o compromisso da abrangência das unidades de paisagem presentes na MNB.

No caso dos micromamíferos foram selecionadas 2 linhas de amostragem coincidentes com as dos trabalhos anteriores, às quais se adicionaram duas novas linhas (na zona do Pinhal do Marquês), de forma a se obter uma melhor representatividade das diferentes unidades de paisagem, não comprometendo a essencial comparação com os dados obtidos anteriormente, tendo em consideração as áreas alvo de intervenções no terreno (Fig. 7 e 8).

Fig. 1. Localização dos locais de amostragem de peixes, anfíbios e répteis.

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Fig. 2. Localização dos transetos de amostragem noturna de anfíbios (coincidente com transetos de amostragem de morcegos).

Fig. 3. Localização dos pontos de amostragem de aves, pré-BRIGHT.

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Fig. 4. Localização dos pontos de amostragem de aves, BRIGHT.

Fig. 5. Localização dos transetos para amostragem de indícios de presença de carnívoros (pré-BRIGHT e BRIGHT). Traçado adicional usado no BRIGHT, no Pinhal do Marquês, a laranja.

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Fig. 6. Traçado alternativo temporário (a verde) para amostragem de carnívoros (indícios de presença).

Fig. 7. Localização dos transetos de amostragem de micromamíferos Pré-BRIGHT.

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Fig. 8. Localização dos transetos de amostragem de micromamíferos BRIGHT.

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Caixas-ninho No que se refere às caixas-ninho, o objetivo inicial (exposto em sede de candidatura do Projeto) era colocar no terreno 250, sendo que as respetivas localizações corresponderiam aos objetivos de que esses dados pudessem resultar numa análise conveniente da beneficiação que as aves pudessem ter a partir das ações BRIGHT. As localizações inicialmente selecionadas e onde se encontravam colocadas 192 caixas-ninho, estão representadas na figura 9. No entanto, a queda de árvores ocorrida com o Ciclone Gong derrubou e/ou destruiu inúmeras caixas-ninho (Fig. 10), não tendo sido possível quantificar a extensão exata destes estragos devido à inacessibilidade/destruição de muitas caixas. As prospeções de campo demonstraram a inviabilidade de uma grande quantidade de caixas-ninho já colocadas, tendo sido impossível repor as caixas a tempo da época de reprodução seguinte ao (primavera 2013), quer pela inacessibilidade aos locais de colocação de caixas, quer pelo tempo que os trabalhos de colocação demoram. Assim, a monitorização completa e eficaz da nidificação das aves para a época de reprodução de 2013 através do acompanhamento das caixas-ninho ficou impossibilitada. Tendo em conta a destruição de inúmeras caixas-ninho, a inacessibilidade de muitos dos locais onde se encontram/encontravam colocadas (principalmente em zonas de floresta densa, fora dos caminhos) e a impossibilidade de se repor o mesmo número de caixas-ninho, nos mesmos locais ou em locais que se enquadrassem nos objetivos, estas metodologias foram alvo de ajustes atempadamente comunicados, que consistiram numa redução das caixas-ninho a monitorizar. Assim sendo, de forma a obter resultados minimamente satisfatórios e assumindo que o esforço despendido nesta metodologia teria que ser obrigatoriamente reduzido devido às condicionantes no terreno, e por forma a não comprometer a execução das demais tarefas em curso, foram monitorizadas um total de 60 caixas-ninho na época de reprodução de 2014 e 2015 (20 na Floresta Relíquia, 20 no Pinhal do Marquês e 20 no Arboreto), colocadas nas localizações indicadas na Figura 11. Esta redução no número de caixas-ninho a monitorizar permite obter resultados compatíveis com os objetivos propostos no projeto. Considera-se que será exequível, sem comprometer a obtenção de resultados relevantes, a monitorização deste número de caixas-ninho nas próximas épocas de reprodução, até ao término dos trabalhos.

Fig. 9. Localização das caixas-ninho colocadas na MNB, antes do ciclone Gong. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 27


Fig. 10. Caixas-ninho caídas ou danificadas pelo temporal.

Fig. 11: Localização das caixas-ninho monitorizadas.

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3.2.1.2. Metodologias para a monitorização de Fauna e respetiva calendarização As metodologias selecionadas para amostragem de Fauna de Vertebrados, coincidem com as que foram aplicadas nos trabalhos anteriores ao projeto, que constituem a situação de referência, de acordo com os objetivos propostos. Desta forma, pretende-se que a avaliação do efeito das intervenções resultantes do projeto seja a mais completa e rigorosa possível. O Ciclone Gong causou algum impacto na monitorização da fauna, nomeadamente na calendarização de algumas amostragens. No entanto, admite-se que as alterações que se verificaram ao que estava previsto inicialmente, não coloquem em causa a generalidade dos objetivos propostos, embora o tempo despendido para a realização destas metodologias seja no geral, superior ao que se verificava anteriormente e se assumam atrasos significativos no desempenho de algumas tarefas, conforme atempadamente comunicado. Como já referido, após o ciclone Gong, diminuiu drasticamente a exequibilidade de algumas tarefas no tempo previsto (caixas-ninho e armadilhagem fotográfica). As capturas e manuseamento da fauna selvagem seguem metodologias autorizadas pela legislação portuguesa e os trabalhos na MNB estão devidamente autorizados pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, através das licenças nº 136/2011/CAPT, 86/2012/CAPT, 94/2012/CAPT, 181/2013/CAPT, 112/2014/CAPT e 248/2015/CAPT, atribuídas aos investigadores responsáveis.

Invertebrados O trabalho de campo ao nível dos Invertebrados tem sido baseado em campanhas regulares onde se adotam as seguintes metodologias: - Monitorização diurna de Lepidoptera por varrimento com rede; - Monitorização de espécies noturnas com Lâmpada de mercúrio, 160W – armadilha horizontal sobre pano branco; - Monitorização de Odonata através de contagens de indivíduos adultos e identificação de exúvias encontradas ao longo das ribeiras, da Fonte Fria, tanques e Lago Grande; - Capturas de Coleoptera; - Registos ad-hoc.

O trabalho de campo tem sido complementado com uma profunda revisão bibliográfica e museológica. Esta revisão incluiu (mas não se limitou a) consulta nos repositórios a seguir indicados, bem como dados publicados em artigos e catálogos cujas referências bibliográficas estão presentes no Anexo I. Coleções: - Coleção de insetos do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro; - Coleção de invertebrados do Museu de História Natural de Lisboa; - Coleção da Sociedade Portuguesa de Entomologia (SPEN)

Base de dados: - NATURDATA - TAGIS - Portugal spider catalogue (v1.5). Disponível online em: http://www.ennor.org/catalogue.php BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 29


Na secção de resultados serão apresentadas as listas de espécies apuradas até ao momento para a MNB. Estas listas resultam da aturada revisão bibliográfica e também da identificação de espécimes recolhidos em campo, nomeadamente no que respeita à fenologia. No entanto, a maioria dos espécimes recolhidos em campo encontram-se preservados em álcool e aguardam identificação, sendo este um processo de investigação moroso e que carece de consulta a especialistas.

Peixes As metodologias aplicadas centram-se na amostragem exaustiva das linhas de água principais da MNB e dos lagos, através da contagem de indivíduos por cada espécie. Esta amostragem tem periodicidade mensal tendo sido iniciada em julho de 2012. A calendarização destas amostragens não sofreu alterações com o Ciclone Gong.

Anfíbios As metodologias de amostragem de anfíbios incluem amostragem de girinos nos pontos e linhas de água, com limite de tempo/distância (30 minutos em troços pré-determinados), busca ativa (diurna) em transetos nas margens dos troços das linhas de água com limite de tempo (30 minutos) e busca passiva noturna em transetos (correspondem aos transetos para amostragem de morcegos) em condições de chuva. Estas amostragens foram realizadas com periodicidade mensal, tendo sido iniciadas em julho de 2012 (exceto os transetos noturnos, que apenas se realizaram no meses em que se verificou ocorrência de precipitação). A calendarização destas amostragens não sofreu alterações com o Ciclone Gong.

Répteis As metodologias de amostragem de répteis foram realizadas através de busca ativa (diurna) em transetos nas margens dos troços das linhas de água com limite de tempo (30 minutos). Estas amostragens foram realizadas com periodicidade mensal, tendo sido iniciadas em julho de 2012. A calendarização destas amostragens não sofreu alterações com o Ciclone Gong.

Aves A metodologia de amostragem de aves foi realizada através de censos em ponto fixo, com a duração de 5 minutos (a partir de setembro 2013) e de 10 minutos (sempre após 2 minutos de habituação das aves à presença do observador), registando-se todas as aves detetadas (registos visuais e auditivos) num raio de 50 metros. Os censos realizam-se apenas nas primeiras 4 horas após o nascer do sol e foram efetuadas duas réplicas por cada época crucial da fenologia das aves, tendo-se iniciado a amostragem em julho de 2012. Durante o mês de janeiro de 2013 não foi realizada esta amostragem, devido aos impactos causados pelo Ciclone Gong, significando que a época de inverno 2012/2013 ficou incompleta, com apenas uma réplica realizada. Admite-se no entanto que este facto não comprometeu a generalidade dos objetivos/resultados. Conforme explicado no Relatório de Progressos da Ação E.2 nº 1 (2013), ficou definido que para uma mais correta comparação com os dados pré-BRIGHT, os censos deveriam ter a duração de 5 minutos, sendo que, no entanto, continuar-se-ia também a registar as observações durante os seguintes 5 minutos (total 10 minutos), com o objetivo de recolher dados para efetuar uma análise da evolução da comunidade de aves com o decorrer dos trabalhos BRIGHT. Coincidentemente, os registos obtidos com 10 minutos de censo desde o ínicio do projeto, poderão também permitir uma breve análise do impacto do Ciclone Gong nas aves, uma vez que há dados recolhidos em períodos comparáveis: entre julho de 2012 e dezembro de 2012 (pré-Gong) e entre julho 2013 e dezembro 2013 e de Julho 2014 a Dezembro 2014 (pós-Gong). BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 30


Mamíferos As metodologias de amostragem de mamíferos foram direcionadas para a amostragem das espécies de micromamíferos, de morcegos e de carnívoros. No que diz respeito aos micromamíferos, a metodologia envolveu a colocação e monitorização de linhas de 30 armadilhas Sherman iscadas (sementes, água e sardinha enlatada), em 4 noites consecutivas. Os micromamíferos capturados foram marcados distintamente em cada dia (marcação por corte de pelagem). A periodicidade foi de uma campanha de amostragem por cada estação do ano (no final da estação), sendo que os trabalhos se iniciaram em setembro de 2012. A calendarização destas amostragens não sofreu alterações com o Ciclone Gong. No entanto, devido ao inverno rigoroso que se fez sentir no fim de 2013 e início de 2014, não foi possível efetuar amostragens para este grupo neste período.

Quanto aos morcegos, a metodologia de amostragem consistiu na deteção e gravação manual de ultrassons em 6 transetos (de 500 metros cada), durante cerca de 15 minutos por transeto, em noites com condições climatéricas favoráveis (sem chuva, nevoeiro, vento forte ou temperaturas demasiado baixas) e até três horas após o ocaso solar. Conforme Matos et al. 2013 (método manual), cada transeto foi percorrido a pé, com um detetor de ultrassons D240x Pettersson Elektronik AB® em modo de “tempo expandido”, acoplado a um gravador áudio digital, possibilitando detetar os morcegos que surgissem na área de abrangência do microfone, gravar as suas emissões sonoras e, posteriormente, efetuar a análise dos ficheiros acústicos para identificação das espécies presentes. Esta análise foi efetuada através do software Bat Sound Pro versão 3.3 da Pettersson Elektronik AB®, que produz informação gráfica (oscilogramas, espectrogramas, etc.) permitindo a medição de variáveis sonoras como frequência de máxima energia, frequência mínima, frequência máxima, amplitude, duração do pulso, duração do intervalo entre pulsos, entre outros (Fig. 12 a 14). Com base nas propriedades acústicas de cada sequência de pulsos analisada, por comparação com uma base de dados e com dados bibliográficos (e.g. Barataud 1996, Barataud 2002, Rainho et al. 2011, Russo e Jones 2002), identificou-se, sempre que possível, a espécie correspondente. Nas saídas de campo, tentou-se também observar os morcegos detetados de forma a recolher informação visual (tamanho, cor, tipo de voo, comportamento, etc.) que pudesse contribuir para a sua identificação. É importante salientar que este método nem sempre permite a identificação dos morcegos detetados ao nível da espécie, no caso de se tratar de espécies com vocalizações indistinguíveis. Nestas situações, indica-se o par ou grupo de espécies a que o indivíduo pode pertencer. Em situações em que não se conseguem observar os morcegos, também não se poderá efetuar uma quantificação absoluta do número de indivíduos detetados, pois a deteção de um elevado número de passagens de morcegos poderá, eventualmente, dever-se a poucos indivíduos que se encontrem a voar continuamente em torno do microfone do detetor. Assim, em rigor, com a utilização deste método obtémse uma quantificação da atividade de morcegos, que obviamente será indicativa da sua abundância, mas não tem exatamente o mesmo significado. A periodicidade da amostragem foi mensal, tendo os trabalhos de monitorização de morcegos iniciado em julho de 2012. Durante o mês de janeiro de 2013 não foi realizada esta amostragem, devido aos impactos causados pelo Ciclone Gong.

A amostragem de carnívoros foi realizada através de 2 transetos de 2 km cada e um transeto mais curto (1km) no Pinhal do Marquês, onde foram identificados e georreferenciados todos os indícios de presença detetados. Esta amostragem teve uma periodicidade mensal, tendo sido iniciada em julho de 2012. Durante o mês de janeiro de 2013 não foi realizada esta amostragem, devido aos impactos causados pelo Ciclone Gong. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 31


Fig. 12. Interface do software Bat Sound Pro, exibindo o oscilograma (em cima) e o sonograma (em baixo) de pulsos de ecolocalização de Pipistrellus pipistrellus ou Pipistrellis pygmaeus, com feedinz buzz (sequência de pulsos ultrassónicos emitidos na fase final de aproximação às presas).

Fig. 13. Interface do software Bat Sound Pro, exibindo espetrograma de um pulso de ecolocalização de Pipistrellus pipistrellus ou Pipistrellis pygmaeus.

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Fig. 14. Interface do software Bat Sound Pro, exibindo o oscilograma (em cima) e o sonograma (em baixo) de pulsos de ecolocalização de Barbastella barbastellus, onde se denotam os pulsos com frequência modulada e alternada.

Foram ainda colocadas câmaras para armadilhagem fotográfica em locais definidos, representativos das várias unidades de paisagem da MNB. No entanto, devido ao furto de algumas câmaras e devido aos efeitos que o Ciclone Gong deixou na vegetação da Mata, impossibilitando os locais de amostragem inicialmente marcados, esta metodologia ainda não se encontrava “fechada” à data do último relatório. A amostragem efetuada em outubro e novembro de 2012 não permitiu também uma análise dos dados obtidos, uma vez que a relativamente reduzida área da MNB (face à área vital dos carnívoros) não possibilita a independências das estações de amostragem. Tendo então em conta a não independência das amostras obtidas, só são possíveis duas abordagens: o modelo nulo e um modelo onde a probabilidade de captura varia entre ocasiões (sendo que com relativamente poucas estações de fotoarmadilhagem este modelo é pouco eficiente). Por todos estes motivos, esta metodologia foi repensada para nova aplicação para o restante período de monitorização durante o Projeto. A reduzida dimensão da MNB, neste contexto, dificulta a implementação desta metodologia, sem que as amostragens sejam negativamente afetadas pela proximidade entre os locais possíveis de selecionar, impossibilitando uma correta estimativa do tamanho e composição da comunidade de carnívoros. Assim, pretende-se replicar a amostragem realizada de forma a obter dados comparáveis entre dois (ou mais) momentos do Projeto, sendo que no entanto, a influência de outras variáveis poderá afetar os resultados obtidos. Considerando a relativa inacessibilidade aos locais (interior da floresta, fora dos caminhos) causada pelo Gong e grande morosidade necessária para a execução desta metodologia, além de potenciais furtos das câmaras, foram ajustados os locais de colocação das estações de armadilhagem fotográfica, sempre tendo em consideração os locais originalmente selecionados. Uma vez que a modelação estatística não será possível, no futuro serão utilizados outros métodos estatísticos de comparação do número de capturas obtidas por unidade de paisagem e por espécie (apenas relevante quando se completar 2 amostragens por época em cada local), tendo sido necessário reduzir o período de tempo que as câmaras permanecem no campo de 30 para 15 dias por cada época do ano. As metodologias de fotoarmadilhagem foram efetuadas em outubro e novembro de 2012 (teste preliminar) e após dezembro de 2013, de forma consistente, 4 amostragens anuais, uma em cada época do ano. No total e em cada campanha, foram colocadas 7 câmaras de armadilhagem fotográfica (2 no Pinhal do Marquês, 3 no Arboreto e 2 na Floresta Relíquia), o mais afastado entre si quanto possível, como se pode verificar na Figura 15. As câmaras foram colocadas a 0,2-0,3 metros de altura e fixadas BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 33


ao tronco de árvores. Foi colocado isco (mistura de cereais e sardinha e aparas de carne fresca) a cerca de 1,5-2 metros da câmara, tendo sido reposto a cada 3-5 dias (conforme Pereira et al. 2012). Cada captura correspondeu a 3 disparos automáticos e sequenciais, e as fotos obtidas foram descarregadas do cartão de memória da câmara a cada 5 dias, aproximadamente. Posteriormente, na contabilização do número de capturas por cada estação de fotoarmadilhagem e por espécie, apenas foram consideradas cada grupo de 3 fotos não consecutivas, ou seja, capturas (cada 3 fotos) consecutivas (com apenas alguns segundos de intervalo) da mesma espécie foram consideradas uma única captura do mesmo indivíduo, o que se confirmou pela observação de características individuais dos animais (ex: manchas na pelagem).

Fig. 15. Localização das câmaras de fotoarmadilhagem.

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Caixas-ninho Conforme explicado acima, de acordo com o objetivo inicial seriam colocadas 250 caixas-ninho na MNB, numa malha de 40 metros entre si, com o objetivo de beneficiar as aves florestais e eventualmente potenciar o papel disseminador das sementes nas áreas florestais. À data do Ciclone Gong encontravam-se colocadas 192 caixas-ninho na MNB, no entanto devido à queda e destruição de um elevado número de caixas e à inacessibilidade de inúmeros locais onde estavam colocadas, foi necessário reavaliar esta questão. De forma a cumprir de forma minimamente satisfatória os objetivos do projeto e assumindo a perda e destruição de inúmeras caixas-ninho, a inacessibilidade de muitos locais onde se encontram e o maior esforço na monitorização, o número de caixas-ninho a monitorizar na época de reprodução de 2014 e posteriormente em 2015, foi reduzido para um total de 60, ou seja, 20 por cada unidade de paisagem (Arboreto, Pinhal do Marquês e Floresta Relíquia), como se verifica na Figura 11. Este número permite obter resultados compatíveis com os objetivos propostos e, em simultâneo, espera-se que permita fazer face a condicionantes não controláveis (novas tempestades, vandalismo e roubo de caixas-ninho, queda de árvores ou eventuais ajustes pontuais na localização das caixas-ninho), pela sua relativa facilidade de reposição, em comparação com as 250 inicialmente previstas. A colocação das 60 caixas-ninho decorreu no outono 2013 e inverno 2013/14 e a sua monitorização decorreu durante as épocas de reprodução de 2014 e de 2015, ou seja, desde o início de março até ao final de julho de 2014 e igual período em 2015, com uma ‘ronda’ a cada 2/3 semanas sensivelmente. A monitorização consistiu na observação direta (com o auxílio de binóculos) da caixa-ninho e proximidades da mesma, a cerca de 10 metros e durante 10 minutos, avaliando-se a atividade das aves que ativamente exploraram/utilizaram cada caixa-ninho. Em cada caixa registou-se: - a espécie que ocupa/utiliza a caixa-ninho; - o número de indivíduos adultos que ocupa/utiliza a caixa-ninho; - a presença de crias ou juvenis (registo visual ou auditivo); - condições meteorológicas. Considerou-se como “utilizada” cada caixa que tenha mostrado indícios de uso por adultos, porém apenas se classificaram como “utilizadas para reprodução” aquelas em que a reprodução foi efetivamente confirmada através da presença confirmada de ninho, crias ou juvenis. O manuseamento das caixas ou a observação direta por manipulação foram evitados de forma a reduzir a perturbação causada a potenciais casais reprodutores e/ou crias.

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3.2.1.3. Análise e tratamento de dados Os dados recolhidos no âmbito das amostragens realizadas durante o Projeto, entre julho de 2012 e julho de 2015, foram comparados com os dados existentes que resultam de trabalhos anteriores da equipa da UA, e que constituem a situação de referência (nomeadamente Matos 2011). Considerando que na situação de referência não constam dados quantitativos para o grupo taxonómico dos Peixes, efetuou-se uma abordagem quanto à evolução do número de indivíduos ao longo do tempo de monitorização BRIGHT, e somente para as espécies relevantes do ponto de vista conservacionista (Ruivaco e Bordalo). Quanto aos Répteis, sendo o volume de dados das amostragens BRIGHT e da situação de referências extremamente reduzido, impossibilitando qualquer análise quantitativa, apenas se faz referência às espécies detetadas durante os trabalhos de monitorização BRIGHT. Os dados recolhidos para os restantes grupos taxonómicos, e ambos os conjuntos de dados (BRIGHT e pré-BRIGHT), foram submetidos a cálculos e análises similares. Com recurso ao programa PRIMER 5, foram calculados índices de diversidade (número total de indivíduos - N, riqueza específica - S, Índice de Diversidade de Maragalef - d, Índice de equitabilidade de Pielou - J, Índice de Diversidade de Shannon H e Índice de Diversidade de Simpson - 1-D; ver Eq. I, II, III e IV) (Dias 2004) para cada um dos grupos taxonómicos, em ambos os conjuntos de dados, sendo que em alguns destes, foi efetuada a análise separadamente por habitat (Pinhal do Marquês, Arboreto e Mata Relíquia) e/ou época do ano, explicando-se esta análise em pormenor mais adiante neste documento. 

Eq. I - Índice de Margalef: d = (S-1)/lnN (Magurran 1988)

Eq. II - Índice de Shannon: H = −Σ pi ln pi, em que pi = ni/N = abundância relativa para a espécie i, sendo que ni é o número de indivíduos da espécie i (Magurran 1988).

Eq. III - Índice de Pielou’s: J = H/ln S (Magurran 1988)

Eq. IV – Índice de Simpson: 1-D = 1−Σ pi (Magurran 1988)

2

Para comparar os dois conjuntos de dados de vertebrados (pré-BRIGHT e BRIGHT) foi utilizado o teste de Mann-Whitney (U). Este é um teste não paramétrico que permite avaliar se dois conjuntos de amostras com tamanhos diferentes (podendo ter tamanhos iguais) provêm de uma mesma população. Parte do pressuposto que as amostras de ambos os grupos ou conjuntos são independentes entre si, sendo os resultados apresentados com o sentido de qual é o sentido da diferença entre ambos os grupos (qual o grupo que para determinada variável possui os valores mais elevados) (Zar 1999). Neste caso, a hipótese nula é que não existem diferenças entre a biodiversidade faunística (vertebrada) e a sua composição entre a situação de referência pré-BRIGHT e a situação ao longo do projeto BRIGHT. A hipótese alternativa é que existem diferenças entre o pré-BRIGHT e o BRIGHT. No software estatístico SPSS, os dados pré-BRIGHT foram classificadas como sendo o grupo 1 para todas as análise, enquanto os dados BRIGHT foram classificados como sendo o grupo 2. Apresenta-se também o valor do teste de Wilcoxon (W) para amostras independentes, uma vez que é um teste associado ao Mann-Whitney (por vezes, considerado como Mann-Whitney-Wilcoxon) e cujo valor de W se encontra relacionado com o valor de U respetivo.

Invertebrados Uma vez que a metodologia de amostragem foi alterada (face ao inicialmente previsto) sobretudo pensando na monotorização das Ordens Lepidoptera e Odonada e reforçando a pesquisa bibliográfica, os dados dos anteriores anos não são quantitativamente comparáveis.

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Neste documento são apresentadas as listas de espécies citadas (em bibliografia) ou comprovadas em campo, até ao momento, sendo que a maioria dos espécimes recolhidos em campo se encontram preservados em álcool e ainda aguardam identificação – que carece de uma sólida e morosa investigação, bem como de consulta a especialistas. Face à natureza dos dados recolhidos, não foram aplicados quaisquer tratamentos estatísticos aos dados.

Anfíbios Foi efetuada comparação entre os índices (N, S, d, J, H e 1-D) para pré-BRIGHT e BRIGHT por tipo de amostragem (dados totais, de linha de água, noturnos e classes de larvas, neste caso sendo a classe considerada como o número de indivíduos) e a comparação entre a quantidade de "estações de amostragem/ocasiões" em que determinada espécie foi encontrada, quer para pré-BRIGHT como BRIGHT. Foi realizado o teste de Mann-Whitney U (significância exata, 2 caudas, p-value = 0,05) para a comparação estatística entre os conjuntos de dados. As classes de larvas de anfíbios foram definidas da seguinte forma: 1 – 1 a 5 larvas, 2 – 6 a 10 larvas, 3 – 11 a 25 larvas, 4 – 26 a 50 larvas, 5 – mais de 50 larvas. Aves Foi efetuada comparação entre os índices (N, S, d, J, H e 1-D) para pré-BRIGHT e BRIGHT por habitat/unidade de paisagem e por cada época (estação do ano). Foi realizado o teste de Mann-Whitney U (significância exata, 2 caudas, p-value = 0,05) para a comparação estatística entre os conjuntos de dados. Adicionalmente, e uma vez que já eram existentes os dados de campo para tal, recolhidos nas amostragens BRIGHT, e atendendo à relevência da questão em termos de conservação geral da MNB, bem como à possível interferência dos efeitos Gong na análise dos efeitos dos trabalhos BRIGHT, foi efetuada a análise do impacto do Ciclone Gong neste grupo faunístico. Assim sendo, os dados referentes a julho de 2012 até dezembro de 2012 foram considerados como sendo “pré-Gong”, enquanto o conjunto de dados “pós-Gong” se refere aos dados recolhidos em igual período em 2013 e 2014. A comparação entre estes dois conjuntos de dados consistiu na comparação entre os índices (N, S, d, J, H e 1-D) para pré-Gong e pós-Gong por habitat/unidade de paisagem. Foi realizado o teste de MannWhitney U (significância exata, 2 caudas, p-value = 0,05) para a comparação estatística entre os conjuntos de dados. Foi ainda efetuada uma análise sumária à composição das comunidades orníticas pré e pós-Gong, no sentido de aferir possíveis alterações no funcionamento ecológico (em termos de dominância e raridade de determinadas espécies) face às alterações físicas das manchas florestais. Analisou-se ainda, a análise das diferenças de comunidades de aves por habitat entre o 2º ano de monitorização BRIGHT (Agosto 2013 a Julho de 2014) e o 3º ano (Agosto de 2014 a Julho de 2015). A comparação entre estes dois conjuntos de dados consistiu na comparação entre os índices (N, S, d, J, H e 1-D) para o 2º Ano BRIGHT e o 3º Ano BRIGHT por habitat/unidade de paisagem. Foi realizado o teste de Mann-Whitney U (significância exata, 2 caudas, p-value = 0,05) para a comparação estatística entre os conjuntos de dados.

Micromamíferos Foi efetuada a comparação entre os índices (N, S, d, J, H e 1-D) para pré-BRIGHT e BRIGHT para os dados totais. Os registos referentes às recapturas não foram considerados na análise, evitando duplas contagens dos mesmos indivíduos. Foi realizado o teste de Mann-Whitney U (significância exata, 2 caudas, p-value = 0,05) para a comparação estatística entre os conjuntos de dados.

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Uma vez que nas campanhas pré-Bright não foi amostrado o Pinhal do Marquês, e considerando que esta unidade de paisagem foi e está a ser fortemente intervencionada em termos de controlo de invasoras, realizou-se uma análise geral das tendências no que refere à abundância de micromamíferos nessa unidade, e também no arboreto e floresta relíquia, por estação do ano. Esta análise não permite avaliar a significância estatística das diferenças na abundância, mas pode indicar tendências relevantes para a compreensão da dinâmica da comunidade. A abundância de micromamíferos (no total, e não por espécie) foi estimada para cada unidade de paisagem e para cada estação do ano com base no sucesso da armadilhagem (Trap success – TS (conforme Mills et al. 1991)), dado pela expressão: TS=ntn×100 Onde n é o número de micromamíferos capturados; e tn é o número de armadilhas usadas por noite vezes o número de noites em que as armadilhas estiveram ativas, descontando um-meio do número de armadilhas acidentalmente desativadas, ou desativadas por fauna sem captura (adaptado de Mills et al. 1991). Adicionalmente, foi efetuada a análise do impacto do Ciclone Gong neste grupo faunístico. Assim sendo, os dados referentes a julho de 2012 até dezembro de 2012 foram considerados como sendo “pré-Gong”, enquanto o conjunto de dados “pós-Gong” se refere aos dados recolhidos entre julho 2013 e dezembro 2013 e entre julho 2014 e dezembro 2014. A comparação entre estes dois conjuntos de dados consistiu na comparação entre os índices (N, S, d, J, H e 1-D) para pré-Gong e pós-Gong para os dados totais. Foi realizado o teste de Mann-Whitney U (significância exata, 2 caudas, p-value = 0,05) para a comparação estatística entre os conjuntos de dados.

Morcegos Foi efetuada comparação entre os índices (N, S, d, J, H e 1-D) para pré-BRIGHT e BRIGHT para os dados totais. Foi realizado o teste de Mann-Whitney U (significância exata, 2 caudas, p-value = 0,05) para a comparação estatística entre os conjuntos de dados. Procedeu-se ainda a análise do impacto do Ciclone Gong neste grupo faunístico. Assim sendo, os dados referentes a julho de 2012 até dezembro de 2012 foram considerados como sendo “pré-Gong”, enquanto o conjunto de dados “pós-Gong” se refere aos dados recolhidos entre julho 2013 e dezembro 2013 e entre julho 2014 e dezembro 2014. A comparação entre estes dois conjuntos de dados consistiu na comparação entre os índices (N, S, d, J, H e 1-D) para pré-Gong e pós-Gong para os dados totais. Foi realizado o teste de Mann-Whitney U (significância exata, 2 caudas, p-value = 0,05) para a comparação estatística entre os conjuntos de dados.

Carnívoros Foi efetuada comparação entre os índices (N, S, d, J, H e 1-D) para pré-BRIGHT e BRIGHT por época, com base nos dados de indícios de presença. Foi realizado o teste de Mann-Whitney U (significância exata, 2 caudas, p-value = 0,05) para a comparação estatística entre os conjuntos de dados. De modo a averiguar da ocupação territorial dos carnívoros da Mata, foi feita a comparação entre o número de excrementos (indicativos do uso da área por carnívoros) detetado em cada unidade de paisagem e por espécie. No entanto, uma vez que o percurso que atravessa cada unidade de paisagem não tem a mesma extensão (Transeto 1, arboreto, 2,144km; Transeto 2, floresta relíquia, 1,761km; Transeto 3, Pinhal do Marquês, 1,145km), é necessário estandadizar os dados, de forma a poder estabelecer comparações diretas entre as unidades de paisagem. Assim, foi calculado o índice quilométrico de abundância (IKA) de indícios (Vincent et al.1991). Este índice é bastante preciso ao avaliar a abundância de grandes mamíferos terrestres (Maillard et al. 2001) e indicar tendências populacionais (Loureiro et al. 2007), apesar de apresentar alguma vulnerabilidade no que diz respeito à taxa de defecação e degradação dos excrementos, às diferenças na detetabilidade dos indícios de presença pelo observador nos vários habitats e sob variadas condições atmosféricas (Vincent et al. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 38


1991; Loureiro et al. 2007). Estas limitações foram ultrapassadas pelo facto das amostragens terem sido realizadas com periodicidade mensal, pelo que não se prevê que haja efeitos significativos sobre a degradação dos excrementos. Também a deteção ou identificação não sofrerá grande variabilidade uma vez que foi sempre o mesmo investigador a realizar a amostragem dos mesmos, estando este bastante treinado em relação à tipologia dos indícios de presença existentes na Mata, bem como à sua detetabilidade nas particulares condições da mesma. No que respeita aos dados de fotoarmadilhagem, e uma vez que a modelação estatística não é possível devido à falta de independência das estações de amostragem, neste relatório apenas serão apresentados dados do número de fotocapturas obtidas por câmara, habitat e espécie. No caso dos dados obtidos das amostragens por transetos para procura de vestígios de carnívoros, foi ainda possível realizar a análise do impacto do Ciclone Gong neste grupo faunístico. Assim sendo, os dados referentes a julho de 2012 até dezembro de 2012 foram considerados como sendo “pré-Gong”, enquanto o conjunto de dados “pós-Gong” se refere aos dados recolhidos entre julho 2013 e dezembro 2013 e entre julho 2014 e dezembro 2014. A comparação entre estes dois conjuntos de dados consistiu na comparação entre os índices (N, S, d, J, H e 1-D) para pré-Gong e pós-Gong para os dados totais. Foi realizado o teste de Mann-Whitney U (significância exata, 2 caudas, p-value = 0,05) para a comparação estatística entre os conjuntos de dados.

3.2.1.4. Resultados De um modo geral, esta secção de resultados apresenta essencialmente as espécies identificadas para cada grupo taxonómico, e as análises efetuadas para comparar as diferenças encontradas entre a situação de referência e a monitorização do projeto BRIGHT, no que respeita à faunda da MNB.

Invertebrados Até à data, tendo em conta o levantamento bibliográfico e os registos da monitorização BRIGHT, o total de espécies conhecidas para a MNB é de 1241 (Tabela 2 e Anexo I), das quais 96 são endémicas (endemismos a várias escalas – ver Anexo I). Até à data foi possível aferir que ocorrem 9 espécies endémicas da Serra do Buçaco, 7 das quais da Mata Nacional do Buçaco e zonas em seu redor. A estes endemismos beirenses (ENDE Bu) aliam-se, ainda, um total de 16 lusitânicos, 69 ibéricos e 3 iberomagrebinos, perfazendo um total de 96 espécies endémicas, sendo que muitos casos carecem de confirmação pois são dados muito antigos, por vezes do séc. XIX e inícios do séc. XX. Alguns destes casos estão em dúvida para a zona e até para o território nacional. Dos mesmos optou-se por eliminar da presente lista 55 espécies (Anexo II) até que o restante material por identificar nos dê informações sobre a veracidade ou não dos mesmos, sendo que se consideram grande parte dos mesmos improváveis. É interessante perceber-se que várias espécies foram descritas através de holótipos do Buçaco, grande parte deles da MNB e do Luso. É também de suma importância conservar espécies endémicas da Serra do Buçaco, de Portugal e/ou da Península Ibérica, apresentadas na lista de espécies anexa. A nomenclatura e os corótipos apresentados seguem maioritariamente a base de dados europeia FAUNA EUROPAEA (2014) e Species 2000 & ITIS Catalogue of Life (Roskov et al., eds. 2014) e no caso dos Coleoptera seguiu-se bibliografia mais recente, sendo que para os CARABIDAE se seguiu Aguiar & BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 39


Serrano (2013), para os STAPHYLINIDAE os catálogos de Gamarra & Outerelo (2005 act. 2014; 2007 act. 2014; 2008; 2009a; 2009b; 2009c; 2009d) e para os MELOIDAE, García-París et al., 2010. Os estatutos de conservação nacionais em CARABIDAE (Coleoptera) estão segundo Aguiar & Serrano (2013) e, sempre que possível, são apresentados dados relativos a estatutos de convenção nacionais e internacionais (Berna, Directiva Habitats IUCN). As referências bibliográficas consultadas encontram-se no Anexo I.

Tabela 2. Número de espécies de invertebrados registadas para a MNB, por grupo taxonómico. Grupo taxonómico

Nº taxa

%

1090

87.83

Arachnida

35

2.82

Enthognatha

72

5.80

Myriapoda

11

0.89

Gastropoda

21

0.97

Tardigrada

12

1.69

Insecta

Total

Myriapoda Enthognatha 1% 6% Arachnida 3%

1241

Tardigrada 1% Gastropoda 1%

Insecta 88%

Fig. 16. Distribuição percentual das espécies de invertebrados conhecidas para a MNB, por grupo taxonómico.

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Peixes As amostragens sistemáticas realizadas para este grupo taxonómico permitiram o registo e a monitorização das espécies que constam na Tabela 3, onde também se podem consultar os respetivos estatutos de conservação e proteção legal. De realçar que durante os trabalhos (desde o início do Projeto) foram registados indivíduos de Bordalo (Iberocypris alburnoides), espécie que não havia sido ainda registada na MNB, endémica da Península Ibérica e que está classificada a nível nacional e internacional como Vulnerável (VU). Salienta-se ainda que foi possível observar a Enguia-europeia (Anguilla anguilla) numa linha de água da Mata (registo ocasional), espécie relevante do ponto de vista conservacionista e que também previamente havia sido registada na Mata (no lago junto à Fonte Fria), segundo informações dos Serviços Florestais. Nas Figuras 17 e 18 apresenta-se a evolução nos números de Ruivacos e Bordalos registados, por cada estação de amostragem, ao longo da monitorização (julho de 2012 a julho de 2015). No caso do Escalo do Norte (Squalius carolitertii), o reduzido número de indivíduos registados impossibilita qualquer análise.

Tabela 3. Espécies de Peixes registadas e monitorizadas e respetivos estatutos de conservação e proteção legal. Notas: End - Endemismo nacional; End Ib – Endemismo Ibérico. Nome comum

Nome científico

Est. Nac.

Est. Int.

Berna

Bona

CITES

Diretiva Aves/Habitat

Notas

B-II

End

PEIXES Pimpão

Carassius auratus

NA

-

Ruivaco

Achondrostoma oligolepis

LC

LC

Carpa

Cyprinus carpio

NA

VU

Escalo do Norte

Squalius carolitertii

LC

LC

Bordalo

Iberocypris alburnoides

VU

VU

III

End Ib III

B-II

End Ib

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Fig. 17. Evolução do número de Ruivacos (Achondrostoma oligolepis) registados ao longo do tempo, por estação de amostragem.

Fig. 18. Evolução do número de Bordalos (Iberocypris alburnoides) registados ao longo do tempo, por estação de amostragem.

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Anfíbios As amostragens sistemáticas realizadas para este grupo taxonómico permitiram o registo e a monitorização das espécies listadas na Tabela 4, onde também se podem consultar os respetivos estatutos de conservação e proteção legal. Durante as amostragens do projeto (Julho 2012 a Julho 2015) não foi possível registar Sapo-parteiro-comum (Alytes obstetricans), Rela-comum (Hyla arborea) e Rã-verde (Pelophylax perezi), espécies que previamente haviam sido registadas na Mata.

Tabela 4. Espécies de Anfíbios registadas e monitorizadas, e respetivos estatutos de conservação e proteção legal. Notas: End Ib – Endemismo Ibérico. Est. Nac.

Est. Int.

Berna

Chioglossa lusitanica

VU

VU

II

Salamandra-depintas-amarelas

Salamandra salamandra

LC

LC

III

Tritão-de-ventrelaranja

Lissotriton boscai

LC

LC

III

Tritãomarmorado

Triturus marmoratus

LC

LC

III

Sapo-comum

Bufo bufo

LC

LC

Rã-ibérica

Rana iberica

LC

NT

B-IV

End Ib

Rã-de-focinhopontiagudo

Discoglossus galganoi

NT

LC

B-II, B-IV

End Ib

Nome comum

Nome científico

Salamandralusitânica

Bona

CITES

Diretiva Aves/Habitat

Notas

B-II, B-IV

End Ib

End Ib B-IV

Na Tabela 5, são apresentados os valores médios dos índices de diversidade obtidos e respetivos desvios-padrão (σ) para os dados de anfíbios BRIGHT e pré-BRIGHT.

Tabela 5. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos de anfíbios. A negrito assinalam-se os valores médios mais elevados. S

N

d

J

H

1-D

Média

5,667

628,667

0,723

0,579

1,007

0,518

σ

1,155

89,198

0,167

0,134

0,305

0,181

Média

4,667

69,333

0,882

0,693

1,072

0,545

σ

2,082

35,247

0,502

0,180

0,596

0,244

Total BRIGHT

Total pré-BRIGHT

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Nas Tabelas 6 e 7 apresentam-se os resultados para os testes estatísticos efetuados. De realçar que não se encontraram diferenças significativas (P ≤ 0,05) em nenhuma das variáveis analisadas entre os dados BRIGHT e os dados pré-BRIGHT.

Tabela 6. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de anfíbios registados no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT. S

N

d

J

H

1-D

Mann-Whitney U

2,500

0,000

4,000

4,000

4,000

4,000

Wilcoxon W

8,500

6,000

10,000

10,000

10,000

10,000

Z

-0,899

-1,964

-0,218

-0,218

-0,218

-0,218

P-value

0,500

0,100

1,000

1,000

1,000

1,000

Tabela 7. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise da comparação do número de estações de amostragem em que a espécie foi detetada no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT. Clus

Ssal

Tmar

Lbos

Bbuf

Pper

Ribe

Aobs

Dgal

MannWhitney U

0,000

0,000

0,500

0,000

0,000

0,500

0,000

0,000

0,000

Wilcoxon W

1,000

1,000

1,500

1,000

1,000

1,500

1,000

1,000

1,000

Z

-1,000

-1,000

0,000

-1,000

-1,000

0,000

-1,000

-1,000

-1,000

P-value

1,000

1,000

1,000

1,000

1,000

1,000

1,000

1,000

1,000

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 44


Répteis As amostragens sistemáticas realizadas para este grupo taxonómico permitiram o registo e a monitorização das espécies listadas na Tabela 8 (onde também se podem consultar os respetivos estatutos de conservação e proteção legal.), em maioria observações ocasionais. De realçar que a pequena população de Lagarto-de-água (Lacerta schreiberi) junto ao Lago Grande se mantém aparentemente estável no que respeita ao número de indivíduos. No entanto, após o Ciclone Gong, foram observados em duas ocasiões diferentes exemplares da espécie, afastados das suas habituais áreas de ocorrência. As amostragens não permitiram o registo e monitorização das seguintes espécies: Osga (Tarentola mauritanica), Cobra-cega (Blanus cinereus), Sardão (Timon lepidus), Fura-pastos (Chalcides striatus), Cobra-de-ferradura (Hemorrhois hippocrepis), Cobra-rateira (Malpolon monspessulanus), Cobra-de-água-viperina (Natrix maura) e Víbora-cornuda (Vipera latastei), previamente registadas na Mata. Das espécies prioritárias para os objetivos do projeto, apenas o Lagarto-de-água foi registado e se encontra a ser monitorizado. As restantes espécies, devido à grande dificuldade de deteção e baixa ocorrência, não foram ainda registadas. Por esta razão, não será correto admitir a hipótese de que estas espécies estejam a ser afetadas pelos trabalhos do projeto ou que estejam de todo presentemente ausentes na MNB. Os poucos dados recolhidos não permitem a aplicação de testes estatísticos relevantes.

Tabela 8. Espécies de Répteis registadas e monitorizadas e respetivos estatutos de conservação e proteção legal. Notas: End Ib – Endemismo Ibérico. Est. Nac.

Est. Int.

Berna

Diretiva Aves/Habitat

Notas

Anguis fragilis

LC

LC

III

Lagarto-de-água

Lacerta schreiberi

LC

NT

II

B-II, B-IV

End Ib

Lagartixa-ibérica

Podarcis hispanica

LC

LC

III

B-IV

Lagartixa-do-mato

Psammodromus algirus

LC

LC

III

Cobra-de-águade-colar

Natrix natrix

LC

LC

III

Cobra-de-escada

Rhinechis scalaris

LC

LC

III

Nome comum

Nome científico

Cobra-de-vidro

Bona

CITES

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 45


Aves As amostragens sistemáticas realizadas para este grupo taxonómico permitiram o registo e a monitorização das espécies listadas na Tabela 9, onde também se podem consultar os respetivos estatutos de conservação e proteção legal. Note-se que durante as amostragens do Projeto foi ainda confirmada a presença na MNB de Andorinha-dáurica (Cecropis daurica), Tentilhão-montês (Fringilla montifringilla) e de Águia-cobreira (Circaetus gallicus), espécies cuja ocorrência não era conhecida na área da MNB. No caso da Águia-cobreira, esta está classificada a nível nacional como Quase Ameaçada (NT) pelo que detém particular interesse para a conservação. Entre as espécies prioritárias para os objetivos do Projeto, as amostragens não permitiram registar e monitorizar a Ógea (Falco subbuteo), a Petinha-das-árvores (Anthus trivialis) e a Toutinegra-das-figueiras (Sylvia borin), previamente registadas na Mata. As restantes espécies relevantes, juntamente com a Águia-cobreira, encontram-se sob monitorização regular, ao abrigo dos trabalhos do Projeto (Tabela 9).

Tabela 9. Espécies de Aves registadas e monitorizadas e respetivos estatutos de conservação e proteção legal. Nome comum

Nome científico

Est. Nac.

Est. Int.

Berna

Bona

CITES

Diretiva Aves/Habitat

Açor

Accipiter gentilis

VU

LC

II

II

II A

Gavião

Accipiter nisus

LC

LC

II

II

II A

Águia-de-asaredonda

Buteo buteo

LC

LC

II

II

II A

Águia-calçada

Aquila pennata

NT

LC

II

II

II A

A-I

Águia-cobreira

Circaetus gallicus

NT

LC

II

II

II A

A-I

Pombo-torcaz

Columba palumbus

LC

LC

Rola-turca

Streptopelia decaocto

LC

LC

III

Rola-brava

Streptopelia turtur

LC

LC

III

A

Coruja-do-mato

Strix aluco

LC

LC

II

II A

Noitibó-cinzento

Caprimulgus europaeus

VU

LC

II

Andorinhão-preto

Apus apus

LC

LC

III

Andorinhão-pálido

Apus pallidus

LC

LC

II

Peto-real

Picus viridis

LC

LC

II

Pica-pau-malhado

Dendrocopos major

LC

LC

II

Picapau-galego

Dendrocopos minor

LC

LC

II

Cotovia-árborea

Lullula arborea

LC

LC

III

Andorinha-das rochas

Ptyonoprogne rupestris

LC

LC

II

Andorinha-daschaminés

Hirundo rustica

LC

LC

II

Andorinha-dosbeirais

Delichon urbicum

LC

LC

II

Andorinha-dáurica

Cecropis daurica

LC

LC

II

Notas

D

D

A-I

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 46


Alvéola-cinzenta

Motacilla cinerea

LC

LC

II

Alvéola-branca

Motacilla alba

LC

LC

II

Carriça

Troglodytes troglodytes

LC

LC

II

Chasco-cinzento

Oenanthe oenanthe

LC

LC

II

II

Cartaxo

Saxicola torquata

LC

LC

II

II

Papa-moscas

Ficedula hypoleuca

-

LC

Taralhão-cinzento

Muscicapa striata

NT

LC

II

II

Pisco-de-peitoruivo

Erithacus rubecula

LC

LC

II

II

Rabirruivo

Phoenicurus ochruros

LC

LC

II

II

Melro

Turdus merula

LC

LC

III

II

D

Tordo-pinto

Turdus philomelos

NT / LC

LC

III

II

D

Tordoveia

Turdus viscivorus

LC

LC

III

Felosa-poliglota

Hippolais polyglotta

LC

LC

II

II

Toutinegra-debarrete

Sylvia atricapilla

LC

LC

II

II

Toutinegra-dosvalados

Sylvia melanocephala

LC

LC

II

II

Felosa-comum

Phylloscopus collybita

LC

LC

II

II

Felosinha-ibérica

Phylloscopus ibericus

LC

LC

II

II

Estrelinha-real

Regulus ignicapilla

LC

LC

II

II

Chapim-rabilongo

Aegithalos caudatus

LC

LC

III

Chapim-de-poupa

Lophophanes cristatus

LC

LC

II

Chapim-carvoeiro

Periparus ater

LC

LC

II

Chapim-azul

Cyanistes caeruleus

LC

LC

II

Chapim-real

Parus major

LC

LC

II

Trepadeira-azul

Sitta europaea

LC

LC

II

Trepadeira

Certhia brachydactyla

LC

LC

II

Gaio

Garrulus glandarius

LC

LC

D

Gralha-preta

Corvus corone

LC

LC

D

Corvo

Corvus corax

NT

LC

III

Estorninho-preto

Sturnus unicolor

LC

LC

II

Pardal

Passer domesticus

LC

LC

Tentilhão

Fringilla coelebs

LC

LC

III

Tentilhão-montês

Fringilla montifringilla

DD

LC

III

D

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 47


Chamariz

Serinus serinus

LC

LC

III

Verdilhão

Chloris chloris

LC

LC

II

Lugre

Carduelis spinus

LC

LC

II

Pintassilgo

Carduelis carduelis

LC

LC

II

Pintarroxo

Carduelis cannabina

LC

LC

II

Escrevedeira

Emberiza cirlus

LC

LC

II

Nas Tabelas 10, 11 e 12 são apresentados os valores médios dos índices de diversidade obtidos e respetivos desvios-padrão (σ) para os dados BRIGHT e pré-BRIGHT de aves (dados referentes a 5 minutos de censo), por habitat, correspondendo a Pinhal do Marquês, Arboreto e Floresta Relíquia, respetivamente.

Tabela 10. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos para as aves no Pinhal do Marquês, por época do ano. A negrito, assinalam-se os valores médios mais elevados. S

N

d

J

H

1-D

Verão Total BRIGHT

Total pré-BRIGHT

Média

4,350

6,800

1,780

0,936

1,361

0,852

σ

0,745

2,067

0,280

0,047

0,183

0,068

Média

4,750

5,750

2,166

0,974

1,503

0,940

σ

0,957

1,708

0,225

0,017

0,182

0,042

Outono Total BRIGHT

Total pré-BRIGHT

Média

5,533

9,133

2,093

0,941

1,592

0,882

σ

1,125

2,900

0,362

0,031

0,196

0,049

Média

2,500

5,000

0,903

0,932

0,739

0,557

σ

1,291

1,826

0,689

0,045

0,555

0,376

Inverno Total BRIGHT

Total pré-BRIGHT

Média

4,100

7,450

1,582

0,898

1,249

0,790

σ

0,788

2,502

0,274

0,062

0,176

0,081

Média

2,500

4,000

0,936

0,985

0,665

0,473

σ

1,915

2,708

1,082

0,022

0,790

0,548

Primavera Total BRIGHT

Total pré-BRIGHT

Média

4,800

7,100

1,939

0,944

1,450

0,864

σ

1,105

1,586

0,452

0,038

0,267

0,077

Média

6,000

9,000

2,248

0,949

1,663

0,888

σ

1,826

1,826

0,628

0,020

0,289

0,036

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 48


Tabela 11. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos para as aves no Arboreto, por época do ano. A negrito assinalam-se os valores médios mais elevados. S

N

d

J

H

1-D

Verão Total BRIGHT

Total pré-BRIGHT

Média

6,575

12,450

2,312

0,938

1,747

0,889

σ

1,240

7,749

0,372

0,047

0,183

0,054

Média

6,833

8,900

2,663

0,958

1,814

0,924

σ

1,642

2,139

0,542

0,034

0,287

0,057

Outono Total BRIGHT

Total pré-BRIGHT

Média

5,933

10,950

2,159

0,933

1,643

0,878

σ

1,118

5,664

0,355

0,061

0,209

0,074

Média

4,600

7,333

1,884

0,934

1,370

0,848

σ

1,476

4,722

0,543

0,089

0,358

0,140

Inverno Total BRIGHT

Total pré-BRIGHT

Média

4,400

9,113

1,649

0,906

1,300

0,805

σ

1,218

5,824

0,380

0,088

0,264

0,120

Média

4,333

6,667

1,856

0,944

1,302

0,868

σ

1,749

4,054

0,492

0,051

0,425

0,102

Primavera Total BRIGHT

Total pré-BRIGHT

Média

5,825

11,663

2,048

0,933

1,611

0,865

σ

1,508

7,667

0,431

0,051

0,263

0,065

Média

6,200

10,033

2,346

0,932

1,673

0,885

σ

1,627

5,857

0,540

0,104

0,328

0,129

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 49


Tabela 12. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos para as aves na Floresta Relíquia, por época do ano. A negrito assinalam-se os valores médios mais elevados. S

N

d

J

H

1-D

Verão Total BRIGHT

Total pré-BRIGHT

Média

6,200

9,825

2,293

0,954

1,730

0,903

σ

0,939

2,062

0,313

0,021

0,157

0,034

Média

5,333

7,167

2,450

0,970

1,456

0,930

σ

2,503

3,710

0,430

0,006

0,750

0,024

Outono Total BRIGHT

Total pré-BRIGHT

Média

4,833

7,600

1,905

0,943

1,461

0,865

σ

1,147

2,111

0,391

0,046

0,256

0,078

Média

5,667

8,000

2,217

0,959

1,616

0,895

σ

2,066

2,000

0,745

0,023

0,354

0,057

Inverno Total BRIGHT

Total pré-BRIGHT

Média

3,725

6,775

1,462

0,910

1,171

0,779

σ

0,905

2,694

0,361

0,083

0,273

0,120

Média

4,833

7,167

1,923

0,967

1,469

0,880

σ

1,835

2,229

0,646

0,019

0,333

0,051

Primavera Total BRIGHT

Total pré-BRIGHT

Média

5,425

8,525

2,075

0,946

1,574

0,880

σ

1,279

2,572

0,402

0,025

0,240

0,045

Média

4,500

5,833

1,847

0,955

1,301

0,756

σ

1,975

2,137

0,979

0,033

0,676

0,374

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 50


Nas Tabelas 13, 14 e 15 encontram-se os resultados para os testes estatísticos efetuados, sendo que cada uma das tabelas se refere a cada um dos habitats presentes na MNB (Pinhal do Marquês, Arboreto e Floresta Relíquia, respetivamente), por cada época do ano. De realçar que as diferenças significativas (P≤0,05) encontradas nas variáveis analisadas entre os dados BRIGHT e os dados pré-BRIGHT, encontram-se assinaladas nas respetivas tabelas a negrito e com um asterisco.

Tabela 13. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de aves registados no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT, para o habitat Pinhal do Marquês, por época do ** ano. * Significativo P ≤ 0,05; Altamente significativo P ≤ 0,01 S

N

d

J

H

1-D

Verão Mann-Whitney U

32,000

28,000

10,000

9,000

20,000

9,000

Wilcoxon W

242,000

38,000

220,000

219,000

230,000

219,000

Z

-0,672

-0,945

-2,344

-2,419

-1,560

-2,419

P-value

0,588

0,376

0,016*

0,013*

0,128

0,013*

Outono Mann-Whitney U

1,500

7,500

2,500

19,000

0,000

2,000

Wilcoxon W

11,500

17,500

12,500

25,000

10,000

12,000

Z

-2,921

-2,261

-2,752

-0,415

-3,001

-2,802

P-value

0,001**

0,022*

0,002**

0,724

0,001**

0,002**

Inverno Mann-Whitney U

19,000

12,000

33,500

1,000

22,000

37,000

Wilcoxon W

29,000

22,000

43,500

211,000

32,000

47,000

Z

-1,728

-2,188

-0,506

-2,179

-1,399

-0,233

P-value

0,100

0,026*

0,640

0,017*

0,175

0,840

Primavera Mann-Whitney U

11,000

8,000

12,500

18,500

10,500

15,000

Wilcoxon W

66,000

63,000

67,500

73,500

65,500

70,000

Z

-1,341

-1,716

-1,064

-0,213

-1,346

-0,711

P-value

0,177

0,106

0,328

0,867

0,202

0,515

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 51


Tabela 14. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de aves registados no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT, para o habitat Arboreto, por época do ano. ** * Significativo P ≤ 0,05; Altamente significativo P ≤ 0,01 S

N

d

J

H

1-D

Verão Mann-Whitney U

1045,000

717,500

705,500

730,500

906,500

642,000

Wilcoxon W

4285,000

1182,500

3945,500

3970,500

4146,500

3882,000

Z

-1,068

-3,267

-3,323

-3,153

-1,971

-3,748

P-value

0,288

0,001**

0,001**

0,001**

0,049*

0,000**

Outono Mann-Whitney U

433,500

402,000

641,500

802,000

469,000

866,000

Wilcoxon W

898,500

867,000

1106,500

2632,000

934,000

1331,000

Z

-4,100

-4,284

-2,215

-0,840

-3,691

-0,292

P-value

0,000**

0,000**

0,026*

0,404

0,000**

0,774

Inverno Mann-Whitney U

1121,500

850,000

870,500

836,000

1148,000

831,500

Wilcoxon W

1586,500

1315,000

4110,500

4076,000

4388,000

4071,500

Z

-0,542

-2,361

-1,990

-2,224

-0,349

-2,255

P-value

0,591

0,018*

0,046*

0,026*

0,729

0,024*

Primavera Mann-Whitney U

1054,000

995,000

769,000

872,500

973,500

704,000

Wilcoxon W

4294,000

1460,000

4009,000

4112,500

4213,500

3944,000

Z

-0,999

-1,382

-2,895

-2,199

-1,521

-3,331

P-value

0,321

0,168

0,003**

0,027*

0,129

0,001**

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 52


Tabela 15. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de aves registados no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT, para a Floresta Relíquia, por época do ano. ** * Significativo P ≤ 0,05; Altamente significativo P ≤ 0,01 S

N

d

J

H

1-D

Verão Mann-Whitney U

104,000

66,000

74,500

41,000

120,000

49,000

Wilcoxon W

125,000

87,000

894,500

861,000

940,000

869,000

Z

-0,555

-1,777

-0,923

-2,133

0,000

-1,845

P-value

0,598

0,075

0,372

0,031*

1,000

0,065

Outono Mann-Whitney U

72,500

78,500

67,500

68,000

72,000

64,000

Wilcoxon W

537,500

543,500

532,500

533,000

537,000

529,000

Z

-0,765

-0,496

-0,959

-0,935

-0,765

-1,109

P-value

0,460

0,634

0,352

0,365

0,461

0,283

Inverno Mann-Whitney U

78,000

107,500

63,000

58,000

58,000

53,000

Wilcoxon W

898,000

927,500

883,000

878,000

878,000

873,000

Z

-1,438

-0,413

-1,865

-2,026

-2,026

-2,190

P-value

0,165

0,696

0,063

0,042*

0,042*

0,026*

Primavera Mann-Whitney U

91,500

51,500

118,500

58,000

102,000

103,000

Wilcoxon W

112,500

72,500

139,500

878,000

123,000

923,000

Z

-0,953

-2,254

-0,049

-1,519

-0,588

-0,555

P-value

0,355

0,022*

0,968

0,135

0,571

0,593

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 53


Impacto do Ciclone Gong na população de Aves da MNB Os dados recolhidos ao longo do Projeto, concretamente os dados recolhidos com 10 minutos de censo em períodos comparáveis de 2012 (pré-Gong) e depois de 2013, 2014 e 2015 (pós-Gong) permitiram efetuar uma análise adicional: a do impacto do Ciclone Gong na comunidade de aves florestais da MNB e na sua composição. Esta análise poderá ser importante para avaliar se os dados do ciclone poderão eventualmente estar a enviasar interpretação de resultados atribuíveis às intervenções BRIGHT (e viceversa).

Na Tabela 16 são apresentados os valores médios dos índices de diversidade obtidos e respetivos desvios-padrão (σ) para os dados de aves pré-Gong e pós-Gong, por habitat/unidade de paisagem.

Tabela 16: Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos para as aves, por habitat (censos de 10 minutos). A negrito assinalam-se os valores médios mais elevados. S

N

d

J

H

1-D

Pinhal do Marquês Total Pré-Gong

Total Pós Gong

Média

7,850

11,750

2,797

0,949

1,886

0,916

σ

3,167

6,414

0,763

0,034

0,375

0,051

Média

7,275

13,375

2,454

0,929

1,829

0,888

σ

1,176

3,712

0,323

0,041

0,166

0,045

Arboreto Total Pré-Gong

Total Pós Gong

Média

9,138

16,850

2,999

0,936

2,030

0,916

σ

2,453

10,893

0,556

0,071

0,291

0,070

Média

8,663

17,869

2,736

0,927

1,984

0,897

σ

1,545

8,860

0,376

0,055

0,179

0,050

Floresta Relíquia Total Pré-Gong

Total Pós Gong

Média

8,200

13,550

2,793

0,933

1,933

0,902

σ

2,198

4,707

0,588

0,055

0,293

0,067

Média

7,850

13,850

2,625

0,944

1,934

0,905

σ

1,264

3,077

0,382

0,030

0,178

0,039

Na Tabela 17 encontram-se os resultados para os testes estatísticos efetuados na análise da população e diversidade de aves para o período pré-Gong em comparação com o pós-Gong, por cada habitat presente na MNB (Pinhal do Marquês, Arboreto e Floresta Relíquia), por cada época do ano. De realçar que as diferenças significativas (P≤0,05) encontradas nas variáveis analisadas entre os dados pré-Gong e os dados pós-Gong, encontram-se assinaladas na respetiva tabela. Na Tabela 18 apresenta-se uma análise sumária da estrutura da comunidade de aves antes e após o ciclone Gong, no que refere ao número de aves, número de espécies e número de espécies raras detetadas.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 54


Tabela 17: Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de aves registados no pós-Gong em comparação com os dados obtidos pré-Gong, por habitat/unidade de paisagem. ** * Significativo P ≤ 0,05; Altamente significativo P ≤ 0,01 S

N

d

J

H

1-D

Pinhal Marquês Mann-Whitney U

385,500

277,000

318,000

270,500

373,500

233,500

Wilcoxon W

595,500

487,000

1138,000

1090,500

1193,500

1053,500

Z

-0,232

-1,936

-1,286

-2,031

-0,416

-2,612

P-value

0,821

0,053

0,201

0,042*

0,683

0,008**

Arboreto Mann-Whitney U

5604,000

5606,000

4478,000

5056,500

5337,000

4173,000

Wilcoxon W

18484,000

8846,000

17358,000

17936,500

18217,000

17053,000

Z

-1,593

-1,570

-3,792

-2,650

-2,097

-4,393

P-value

0,111

0,117

0,000**

0,008**

0,036*

0,000**

Floresta Relíquia Mann-Whitney U

1525,500

1507,000

1420,500

1556,000

1537,000

1432,000

Wilcoxon W

4765,500

2327,000

4660,500

2376,000

2357,000

4672,000

Z

-0,424

-0,520

-1,000

-0,245

-0,351

-0,936

P-value

0,674

0,605

0,320

0,808

0,728

0,352

Tabela 18. Análise sumária da estrutura da comunidade e principais tendências, antes e após o ciclone Gong (1º ano após o Gong e 2º ano após o Gong), por unidade de paisagem.

Pinhal Marquês

Nº aves As 6 espécies mais abundantes As 10 espécies mais abundantes

Nº espécies Diferenças na composição das espécies mais abundantes Espécies raras

Arboreto

PréGong 235

1º ano 292

2º ano 242

PréGong 1348

109

152

112

623

728

156

204

164

897

35

26

31

-

Sim

13

1

Floresta Relíquia

1º 2º ano ano 1479 1380

MNB

PréGong 542

1º ano 590

2º ano 518

PréGong 2125

616

296

334

291

976

1150

1038

888

428

478

414

1396

1610 1371

43

32

40

35

23

26

49

37

48

Sim

-

Não

Não

-

-

Não

Não

6

11

2

8

12

10

1

7

Não Não 3

8

1º 2º ano ano 2361 2141 970

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 55


Análise da recuperação da comunidade de aves após Gong A partir dos dados recolhidos após a ocorrência do Gong, foi efectuada uma análise comparativa entre a comunidade de aves para cada habitat, entre o 2º ano de monitorizações BRIGHT (Agosto 2013 a Julho 2014, ou seja, 1º ano após o Gong) e o 3º ano de monitorizações BRIGHT (Agosto 2014 e Julho 2015, ou seja, 2º ano após o Gong). Esta análise serve dois importantes objetivos: primeiro, verificar qual a evolução da comunidade de aves após o Gong, e segundo, analisar se existe ou não resposta da comunidade de aves às intervenções BRIGHT, nos diferentes habitats. Ambas as análises estão potencialmente interligadas e não é possível disassociar a influência do Gong e das acções florestais. No entanto, sendo que todos os dados são referentes a um período pós-Gong (mais de 6 meses após o temporal), esta análise torna-se extremamente relevante para se perceber potenciais dinâmicas nos ecossistemas (sejam fruto das intervenções florestais ou da natural recuperação do próprio ecossistema) e a resposta das aves a essas mesmas dinâmicas.

Na Tabela 19 são apresentados os valores médios dos índices de diversidade obtidos e respetivos desvios-padrão (σ) para os dados de aves no 2º ano de monitorizações (1º ano pós-Gong) e no 3º ano de monitorizações (2º ano pós-Gong), por habitat/unidade de paisagem. Tabela 19: Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos para as aves, por habitat (censos de 10 minutos). A negrito assinalam-se os valores médios mais elevados. S

N

d

J

H

1-D

Pinhal do Marquês 1º ano pós-Gong

2º ano pós-Gong

Média

4,525

7,425

1,796

0,925

1,375

0,841

σ

0,987

2,571

0,349

0,054

0,223

0,079

Média

4,771

7,629

1,873

0,933

1,431

0,849

σ

1,140

2,170

0,431

0,044

0,255

0,078

Arboreto 1º ano pós-Gong

2º ano pós-Gong

Média

5,713

10,950

2,050

0,926

1,578

0,857

σ

1,556

6,672

0,473

0,063

0,296

0,087

Média

5,614

11,164

2,016

0,928

1,563

0,858

σ

1,487

7,280

0,447

0,067

0,282

0,091

Floresta Relíquia 1º ano pós-Gong

2º ano pós-Gong

Média

5,050

8,163

1,937

0,940

1,485

0,858

σ

1,440

2,602

0,497

0,047

0,310

0,083

Média

5,071

8,286

1,934

0,936

1,486

0,854

σ

1,397

2,698

0,466

0,060

0,320

0,098

Na Tabela 20 encontram-se os resultados para os testes estatísticos efetuados na análise da população e diversidade de aves para o 2º ano de monitorização BRIGHT em comparação com o 3º de monitorização BRIGHT, por cada habitat presente na MNB (Pinhal do Marquês, Arboreto e Floresta Relíquia), por cada época do ano. De realçar que as diferenças significativas (P≤0,05) encontradas nas variáveis analisadas entre os dados do 2º e 3º ano, encontram-se assinaladas na respetiva tabela.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 56


Tabela 20: Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de aves registados no 2º ano de monitorização BRIGHT em comparação com os dados obtidos no 3º ano, por habitat/unidade de ** paisagem. * Significativo P ≤ 0,05; Altamente significativo P ≤ 0,01 S

N

d

J

H

1-D

Pinhal Marquês Mann-Whitney U

611,000

638,000

611,500

655,500

598,500

655,500

Wilcoxon W

1431,000

1458,000

1431,500

1475,500

1418,500

1475,500

Z

-0,992

-0,666

-0,943

-0,474

-1,080

-0,474

P-value

0,325

0,509

0,349

0,640

0,283

0,640

Arboreto Mann-Whitney U

10832,000

11177,500

10791,500

10948,500

10847,000

11153,000

Wilcoxon W

20702,000

24057,500

20661,500

23828,500

20717,000

24033,000

Z

-0,500

-0,030

-0,545

-0,336

-0,471

-0,063

P-value

0,617

0,976

0,586

0,737

0,638

0,950

Floresta Relíquia Mann-Whitney U

2754,500

2712,500

2790,500

2731,500

2761,500

2733,500

Wilcoxon W

5994,500

5952,500

6030,500

5971,500

6001,500

5973,500

Z

-0,175

-0,332

-0,036

-0,258

-0,145

-0,251

P-value

0,862

0,741

0,972

0,798

0,886

0,803

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 57


Mamíferos As amostragens sistemáticas realizadas para este grupo taxonómico permitiram o registo e a monitorização das espécies que constam na Tabela 21, onde também se podem consultar os respetivos estatutos de conservação e proteção legal. De realçar que foi confirmada a presença na MNB de Morcego-de-ferradura-mediterrânico (Rhinolophus euryale), espécie cuja ocorrência não era conhecida na área da MNB, e que está classificada em Portugal como Criticamente em Perigo (CR) (Cabral et al. 2005) e internacionalmente (IUCN) como Quase Ameaçado (NT). Entre as espécies prioritárias para os objetivos do projeto, as amostragens no último ano também permitiram registar e monitorizar o Musaranho-de-dentes-vermelhos (Sorex granarius) e o Morcego-de-ferradura-grande (Rhinolophus ferrumequinum), previamente registadas na Mata (dados anteriores ao projeto), mas que não haviam sido ainda detetadas no âmbito das amostragens BRIGHT, potencialmente devido à dificuldade de deteção destas mesmas espécies e baixas densidades em que ocorrerão na MNB.

Tabela 21. Espécies de Mamíferos registadas e monitorizadas e respetivos estatudos de conservação e proteção legal. Notas: End Ib – Endemismo ibérico. Nome científico

Est. Nac.

Ouriço-cacheiro

Erinaceus europaeus

LC

LC

III

Musaranho-dedentes-vermelhos

Sorex granarius

DD

LC

III

Musaranho-dedentes-brancos

Crocidura russula

LC

LC

III

Toupeira

Talpa occidentalis

LC

LC

Morcego-deferradura-grande

Rhinolophus ferrumequinum

VU

LC

II

II#

B-II, B-IV

Morcego-deferradura-pequeno

Rhinolophus hipposideros

VU

LC

II

II#

B-II, B-IV

Morcego-deferraduramediterrânico

Rhinolophus euryale

CR

NT

II

II#

B-II, B-IV

Morcego-ratogrande

Myotis myotis

VU / CR

LC / LC

II

II#

B-II, B-IV

Morcego-de-água

Myotis daubentonii

LC

LC

II

II#

B-IV

Morcego-anão

Pipistrellus pipistrellus

LC

LC

III

II#

B-IV

Morcego-pigmeu

Pipistrellus pygmaeus

LC

LC

III

II#

B-IV

Morcego de Kuhl

Pipistrellus kuhlii

LC

LC

II

II#

B-IV

Morcego-arborícolapequeno

Nyctalus leisleri

DD

LC

II

II#

B-IV

Morcego-arborícolagigante / Morcegoarborícola-grande

Nyctalus lasiopterus / N. noctula

DD / DD

NT / LC

II

II#

B-IV

Nome comum

Est. Int.

Berna

Bona

CITES

Diretiva Aves/Habitat

Notas

End Ib

End Ib

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 58


Morcego-hortelãoescuro / Morcegohortelão-claro

Eptesicus serotinus / isabellinus

Morcego-negro

Barbastella barbastellus

Morcego-orelhudocastanho / Morcegoorelhudo-cinzento

LC / -

LC / -

II

II#

B-IV

DD

NT

II

II#

B-II, B-IV

Plecotus auritus / P. austriacus

DD / LC

LC / LC

II

II#

B-IV

Morcego-rabudo

Tadarida teniotis

DD

LC

II

II#

B-IV

Coelho-bravo

Oryctolagus cuniculus

NT

NT

Esquilo-vermelho

Sciurus vulgaris

LC

LC

Rato-cego

Microtus lusitanicus

LC

LC

Ratinho-do-campo

Apodemus sylvaticus

LC

LC

Raposa

Vulpes vulpes

LC

LC

Doninha

Mustela nivalis

LC

LC

III

Fuinha

Martes foina

LC

LC

III

Texugo

Meles meles

LC

LC

III

Gineta

Genetta genetta

LC

LC

III

Javali

Sus scrofa

LC

LC

E.

III

D

B-V

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 59


Na Tabela 22 são apresentados os valores médios dos índices de diversidade obtidos e respetivos desvios-padrão (σ) para os dados de micromamíferos e morcegos BRIGHT e pré-BRIGHT.

Tabela 22. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos de micromamíferos e de morcegos. A negrito assinalam-se os valores médios mais elevados. S

N

d

J

H

1-D

Micromamíferos Total BRIGHT

Total pré-BRIGHT

Média

2,167

60,833

0,281

0,305

0,181

0,086

σ

1,169

9,326

0,279

0,097

0,141

0,068

Média

2,500

55,000

0,384

0,282

0,264

0,126

σ

1,000

11,165

0,276

0,122

0,199

0,097

Morcegos Total BRIGHT

Total pré-BRIGHT

Média

9,833

203,000

1,700

0,563

1,268

0,571

σ

2,317

106,057

0,424

0,057

0,155

0,055

Média

7,333

137,833

1,337

0,556

1,101

0,502

σ

1,366

85,677

0,288

0,092

0,228

0,102

Na Tabela 23 encontram-se os resultados para os testes estatísticos efetuados para os registos de micromamíferos e morcegos, considerando os dados totais pré-BRIGHT e BRIGHT. De realçar que as diferenças significativas (P ≤ 0,05) encontradas nas variáveis analisadas entre os dados BRIGHT e os dados pré-BRIGHT, encontram-se assinaladas nas respetivas tabelas.

Tabela 23. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de micromamíferos e morcegos registados no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT. ** * Significativo P ≤ 0,05; Altamente significativo P ≤ 0,01 S

N

d

J

H

1-D

Micromamíferos Mann-Whitney U

9,500

8,500

9,000

9,000

10,000

10,000

Wilcoxon W

30,500

18,500

30,000

30,000

31,000

31,000

Z

-0,573

-0,748

-0,642

-0,642

-0,428

-0,432

P-value

0,629

0,514

0,562

0,562

0,710

0,748

Morcegos Mann-Whitney U

5,500

12,000

9,000

17,000

10,000

9,000

Wilcoxon W

26,500

33,000

30,000

38,000

31,000

30,000

Z

-2,016

-0,961

-1,441

-0,160

-1,281

-1,441

P-value

0,039*

0,394

0,180

0,937

0,240

0,180

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 60


Na Figura 19 é apresentada a evolução do número de micromamíferos, por unidade de paisagem, ao longo do Projeto. Foram ainda calculados os valores de abundância relativa de micromamíferos para cada época de amostragem e por unidade de paisagem, recorrendo à fórmula do Índice de Abundância de Mills, como se pode ver na Figura 20 e na Tabela 24.

Fig. 19. Evolução do número de micromamíferos ao longo do Projeto, por unidade de paisagem.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 61


Fig. 20. Evolução da abundância relativa de micromamíferos (Índice de Mills) ao longo do Projeto, por unidade de paisagem.

Tabela 24. Valores de Abundância Relativa de micromamíferos usando o Índice de Mills, por habitat e por época de amostragem. Índice de Abundância Relativa de Mills Época

Habitat/unidade de paisagem Pinhal Marquês

Arboreto

Floresta Relíquia

Verão 2012

1,7

5,3

4,7

Outono 2012

2,1

11,0

11,3

Inverno 2013

10,6

10,3

5,8

Primavera 2013

3,8

1,4

1,3

Verão 2013

10,4

1,7

7,2

Inverno 2014

3,0

0,9

3,7

Primavera 2014

1,3

3,0

1,3

Verão 2014

2,9

7,4

5,2

Outono 2014

3,0

5,5

3,6

Inverno 2015

7,2

7,0

5,7

Primavera 2015

1,3

10,8

3,4

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 62


No que respeita aos carnívoros, na Tabela 25 são apresentados os valores médios dos índices de diversidade e respetivos desvios-padrão (σ) obtidos para os dados BRIGHT e pré-BRIGHT, por época do ano, com base na prospeção e identificação de indícios de presença.

Tabela 25. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos para os carnívoros, por época do ano. A negrito, assinalam-se os valores médios mais elevados. S

N

d

J

H

1-D

Verão Total BRIGHT

Total pré-BRIGHT

Média

4,000

117,000

0,646

0,373

0,497

0,238

σ

1,732

107,921

0,237

0,018

0,156

0,060

Média

4,000

49,000

0,774

0,668

0,926

0,544

σ

0,000

9,899

0,041

0,019

0,027

0,000

Outono Total BRIGHT

Total pré-BRIGHT

Média

3,333

78,000

0,536

0,356

0,362

0,179

σ

1,155

47,466

0,229

0,214

0,148

0,091

Média

4,000

20,500

0,995

0,758

1,050

0,596

σ

0,000

2,121

0,034

0,041

0,057

0,041

Inverno Total BRIGHT

Total pré-BRIGHT

Média

3,000

36,667

0,613

0,451

0,504

0,286

σ

1,000

32,347

0,274

0,229

0,307

0,199

Média

3,500

21,500

0,850

0,784

0,988

0,582

σ

0,707

14,849

0,022

0,131

0,322

0,155

Primavera Total BRIGHT

Total pré-BRIGHT

Média

3,333

56,333

0,627

0,526

0,610

0,335

σ

0,577

39,552

0,167

0,225

0,209

0,166

Média

4,500

33,500

1,007

0,679

1,016

0,595

σ

0,707

14,849

0,071

0,021

0,075

0,020

Na Tabela 26 encontram-se os resultados para os testes estatísticos efetuados para os registos de Carnívoros, por época. De realçar que não se encontraram diferenças significativas (P ≤ 0,05) em nenhuma das variáveis analisadas entre os dados BRIGHT e os dados pré-BRIGHT.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 63


Tabela 26. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de carnívoros registados no BRIGHT em comparação com os dados obtidos pré-BRIGHT. S

N

d

J

H

1-D

Verão Mann-Whitney U

2,000

2,000

2,000

0,000

0,000

0,000

Wilcoxon W

8,000

5,000

8,000

6,000

6,000

6,000

Z

-0,609

-0,577

-0,577

-1,732

-1,732

-1,732

P-value

0,800

0,800

0,800

0,200

0,200

0,200

Outono Mann-Whitney U

2,000

0,000

0,000

0,000

0,000

0,000

Wilcoxon W

8,000

3,000

6,000

6,000

6,000

6,000

Z

-0,816

-1,732

-1,732

-1,732

-1,732

-1,732

P-value

1,000

0,200

0,200

0,200

0,200

0,200

Inverno Mann-Whitney U

2,000

2,500

0,500

0,500

0,500

0,500

Wilcoxon W

8,000

5,500

6,500

6,500

6,500

6,500

Z

-0,609

-0,296

-1,481

-1,481

-1,481

-1,481

P-value

0,800

1,000

0,300

0,300

0,300

0,300

Primavera Mann-Whitney U

0,500

2,000

0,000

2,000

0,000

0,000

Wilcoxon W

6,500

5,000

6,000

8,000

6,000

6,000

Z

-1,521

-0,577

-1,732

-0,577

-1,732

-1,732

P-value

0,300

0,800

0,200

0,800

0,200

0,200

No que diz respeito aos indícios de presença de mamíferos carnívoros, foram registados até ao momento 868 (entre julho 2012 e julho 2015, sendo que foram registados 334 no primeiro ano, 280 no segundo ano e 254 no terceiro ano), como se pode verificar na Tabela 27. Uma vez que os 3 transectos não têm exatamente a mesma extensão, na Tabela 28 são apresentados os mesmos dados, mas com o número de excrementos convertido para índice quilométrico de abundância, de forma a permitir comparações diretas.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 64


Tabela 27. Número total de indícios de presença de meso-mamíferos, por espécie e por transeto/unidade de paisagem. Nota: O ouriço, não sendo um mamífero carnívoro, é um mamífero de médio porte, e consta nesta tabela por terem sido encontrados indícios de presença desta espécie.

Espécie

Nome Científico

Doninha

Mustela nivalis

Fuinha

Martes foina

Gineta

Transetos

Total

1 (Arboreto)

2 (Fl. Relíquia)

3 (Pinhal Marquês)

0

9

1

10

202

465

82

749

Genetta genetta

5

43

4

52

Ouriço

Erinaceus europaeus

5

1

0

6

Raposa

Vulpes vulpes

13

18

13

44

Texugo

Meles meles

0

3

0

3

Não Identificado

2

2

0

4

Total

227

541

100

868

Tabela 28. Índice Quilométrico de Abundância (IKA) de indícios de presença de meso-mamíferos registados nas diferentes unidades de paisagem (Floresta Relíquia, Pinhal do Marquês e Arboreto) da MNB. Prospeções efetuadas mensalmente entre julho de 2012 e julho de 2015. Nota: O ouriço, não sendo um mamífero carnívoro, é um mamífero de médio porte, e consta nesta tabela por terem sido encontrados indícios de presença desta espécie. Transetos* Espécie

Nome Científico

1 (Arboreto)

2 (Fl. Relíquia)

3 (Pinhal Marquês)

Total

Doninha

Mustela nivalis

0

5,11

0,87

1,99

Fuinha

Martes foina

94,22

264,05

71,62

149,20

Gineta

Genetta genetta

2,33

24,42

3,49

10,36

Ouriço

Erinaceus europaeus

2,33

0,57

0

1,20

Raposa

Vulpes vulpes

6,06

10,22

11,35

8,76

Texugo

Meles meles

0

1,70

0

0,60

Não Identificado

0,93

1,14

0

0,80

Total

105,88

307,21

87,34

172,91

A localização dos excrementos detetados, na totalidade do período de estudo, pode ser observada na Fig. 21. Nesta figura é também observável o maior número de excrementos detetados na Floresta Relíquia, em relação aos restantes habitats.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 65


Fig. 21. Localização da totalidade dos excrementos detetados durante o Projeto BRIGHT na MNB.

No que respeita à fotoarmadilhagem, os resultados obtidos (número de capturas por espécie e por local de amostragem) apresentam-se na Tabela 29. De realçar que a espécie mais representada nas capturas foi a Fuinha e a menos representada foi o Esquilo (Sciurus vulgaris). A Tabela 30 mostra um resumo dos dados obtidos, no que respeita ao número de espécies e número médio de indivíduos detetados por unidade de paisagem. Os dados do teste preliminar não foram considerados neste caso. Foram realizados modelos estatísticos com o software R, no sentido de se tentar observar alguma diferença de abundâncias entre locais de captura, porém, face ao explicado acima e no relatório anterior (nomeadamente a não existência de independência das estações de amostragem devido à relativamente reduzida área da Mata face aos home range dos carnívoros), os resultados não permitem a adoção desta metodologia estatística, pelo que não se apresenta neste documento. As figuras 22 a 24 mostram algumas fotocapturas obtidas, como exemplo.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 66


Tabela 29. Número de capturas por cada estação de fotoarmadilhagem, para cada espécie identificada. Câmara e Un. Paisagem

Câmara Pinhal 1 (P1)

Câmara Pinhal 2 (P2)

Câmara Arboreto 1 (A1)

Câmara Arboreto 2 (A2)

Câmara Arboreto 3 (A3)

Câmara Floresta Relíquia 1 (R1)

Câmara Floresta Relíquia 1 (R1)

Espécie

Nome Científico

Número de Capturas

Fuinha

Martes foina

14

Gineta

Genetta genetta

5

Raposa

Vulpes vulpes

7

Texugo

Meles meles

4

Fuinha

Martes foina

11

Gineta

Genetta genetta

1

Raposa

Vulpes vulpes

3

Ouriço

Erinaceus europaeus

10

Fuinha

Martes foina

60

Gineta

Genetta genetta

6

Fuinha

Martes foina

37

Gineta

Genetta genetta

3

Javali

Sus scrofa

5

Fuinha

Martes foina

44

Gineta

Genetta genetta

4

Raposa

Vulpes vulpes

3

Esquilo

Sciurus vulgaris

1

Fuinha

Martes foina

64

Gineta

Genetta genetta

3

Raposa

Vulpes vulpes

5

Fuinha

Martes foina

56

Gineta

Genetta genetta

5

Raposa

Vulpes vulpes

2

Texugo

Meles meles

1

Tabela 30. Número de espécies de mamíferos de médio porte (carnívoros + esquilo + javali + ouriço) e número médio de indivíduos detetados com fotoarmadilhagem, por unidade de paisagem.

Nº espécies detetadas Nº médio indivíduos /câmara

Pinhal

Arboreto

F. Relíquia

5 27,5

5 54,3

4 68

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Fig. 22. Fotocaptura de Gineta (Genetta genetta), obtida na estação P1.

Fig. 23. Fotocaptura de Fuinha (Martes foina), obtida na estação A3.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 68


Fig. 24. Fotocaptura de Raposa (Vulpes vulpes), obtida na estação R2.

Fig. 25. Fotocaptura de Javali (Sus scrofa), obtida na estação A2.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 69


Fig. 27. Fotocaptura de Texugo (Meles meles), obtida na estação P1.

Fig. 26. Fotocaptura de Fuínha (Martes foina), obtida na estação A1.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 70


Impacto do Ciclone Gong na população de Mamíferos da MNB Os dados recolhidos ao longo do Projeto, em períodos comparáveis de 2012 (pré-Gong) e depois de 2013, 2014 e 2015 (pós-Gong) permitiram efetuar uma análise adicional: a do impacto do Ciclone Gong nas comunidades de mamíferos da MNB e na sua composição. Esta análise poderá ser importante para avaliar se os dados do ciclone poderão eventualmente estar a enviesar a interpretação de resultados atribuíveis às intervenções BRIGHT (e vice-versa). Foram usados os dados de amostragens de micromamíferos, das amostragens de morcegos e da amostragens de carnívoros (índicios de presença).

Na Tabela 31 são apresentados os valores médios dos índices de diversidade obtidos e respetivos desvios-padrão (σ) para os dados de micromamíferos, morcegos e carnívoros, nos períodos pré-Gong pós-Gong.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 71


Tabela 31. Valores médios dos vários índices calculados e respetivos desvios-padrão (σ), para os dados obtidos de micromamíferos, de morcegos e de carnívoros. A negrito assinalam-se os valores médios mais elevados. S

N

d

J

H

1-D

Micromamíferos Total Pré-Gong

Total Pós Gong

Média

1,333

12,333

0,130

0,385

0,089

0,052

σ

0,516

7,840

0,205

0,167

0,147

0,091

Média

1,333

17,833

0,111

0,179

0,066

0,032

σ

0,816

2,787

0,273

0,254

0,161

0,080

Morcegos Total Pré-Gong

Total Pós Gong

Média

5,167

54,167

1,083

0,624

1,020

0,517

σ

0,753

28,181

0,225

0,161

0,286

0,162

Média

6,333

41,000

1,442

0,666

1,173

0,592

σ

2,251

19,769

0,477

0,097

0,235

0,094

Carnívoros Total Pré-Gong

Total Pós Gong

Média

1,524

12,857

0,382

0,494

0,185

0,159

σ

1,470

16,662

0,407

0,180

0,276

0,171

Média

1,679

7,071

0,495

0,666

0,300

0,294

σ

0,920

7,957

0,449

0,225

0,312

0,300

Na Tabela 32 encontram-se os resultados para os testes estatísticos efetuados para os registos de micromamíferos, morcegos e carnívoros, considerando os dados totais pré-Gong e pós-Gong. De realçar que as diferenças significativas (P ≤ 0,05) encontradas nas variáveis analisadas entre os dados préGong e os dados pós-Gong, encontram-se assinaladas nas respetivas tabelas.

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Tabela 32. Resultado do Teste de Mann-Whitney na análise dos índices de diversidade de micromamíferos e morcegos registados no período pré-Gong em comparação com os dados obtidos em período correspondente pós-Gong. ** * Significativo P ≤ 0,05; Altamente significativo P ≤ 0,01 S

N

d

J

H

1-D

Micromamíferos Mann-Whitney U

15,000

16,000

1,000

16,000

12,500

16,000

Wilcoxon W

36,000

37,000

4,000

37,000

33,500

37,000

Z

-0,631

-0,420

-0,775

-0,420

-0,885

-0,422

P-value

0,727

1,000

0,667

1,000

0,407

1,000

Morcegos Mann-Whitney U

9,000

10,000

8,000

17,000

12,000

12,000

Wilcoxon W

30,000

31,000

29,000

38,000

33,000

33,000

Z

-1,506

-1,281

-1,601

-0,160

-0,961

-0,961

P-value

0,156

0,240

0,132

0,937

0,394

0,394

Carnívoros Mann-Whitney U

724,000

837,000

421,000

112,000

694,000

368,000

Wilcoxon W

955,000

4407,000

526,000

148,000

925,000

473,000

Z

-1,332

-0,362

-0,771

-1,755

-1,601

-1,430

P-value

0,185

0,721

0,447

0,080

0,110

0,155

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Caixas-ninho Nas seguintes figuras apresentam-se graficamente os dados obtidos na monitorização das caixas-ninho para as épocas de reprodução de 2014 e de 2015. Na figura 25 é possível observar-se a evolução ao longo do tempo no número de caixas-ninho com atividade registada, em comparação com o número de caixas-ninho onde foram observadas crias/juvenis. Na Figura 26, pode-se observar a evolução ao longo do período de amostragem (época de reprodução de 2014 e época de reprodução de 2015) no número de caixas-ninho com atividade registada, por espécie. Na Figura 27, apresenta-se a evolução ao longo da época reprodutora do número de caixas-ninho com atividade registada, por habitat.

Fig. 28: Número de caixas-ninho com atividade resgistada em comparação e de caixas-ninho onde foram observadas crias/juvenis ao longo do tempo.

Fig. 29: Número de caixas-ninho com atividade resgistada, por espécie, ao longo do tempo.

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Fig. 30. Número de caixas-ninho com atividade resgistada, por habitat, ao longo do tempo.

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3.2.1.5. Espécies de particular valor conservacionista Nesta secção (Tabela 33) apresentam-se as espécies de fauna vertebrada registadas durante a monitorização BRIGHT que pelo seu estatuto de conservação nacional ou internacional, pelo facto de serem endemismos ou pela sua prioridade de conservação, no contexto da legislação que lhe é aplicável, são particularmente relevantes no âmbito do Projeto. Nota: No que respeita aos invertebrados, consideram-se espécies de particular interesse de conservação todas aquelas indicadas como endemismos, no entanto, devido à extensão da lista, nesta tabela apenas se destacam as espécies de invertebrados que constam da Diretiva Habitats (lista completa no Anexo I).

Tabela 33. Espécies de fauna registadas durante a monitorização BRIGHT, prioritárias em termos de conservação. Nome comum

Nome científico

Est. Nac.

Est. Int.

Berna

Bona

CITES

Diretiva Aves/Habitat

Notas

INVERTEBRADOS Vaca-loura

Lucanus cervus

-

-

B-II

Fritilária-doslameiros

Euphydryas aurinia

-

-

B-II

Cerambyx cerdo

-

VU

Euplagia quadripunctaria

-

-

Ruivaco

Achondrostoma oligolepis

LC

LC

Escalo do Norte

Squalius carolitertii

LC

LC

Bordalo

Squalius alburnoides

VU

LC

III

B-II

End Ib

Salamandralusitânica

Chioglossa lusitanica

VU

VU

II

B-II, B-IV

End Ib

Tritão-deventre-laranja

Lissotriton boscai

LC

LC

III

Tritãomarmorado

Triturus marmoratus

LC

LC

III

Rã-ibérica

Rana iberica

LC

NT

B-IV

End Ib

Rã-de-focinhopontiagudo

Discoglossus galganoi

NT

LC

B-II, B-IV

End Ib

Lagarto-deágua

Lacerta schreiberi

LC

NT

II

B-II, B-IV

End Ib

Lagartixaibérica

Podarcis hispanica

LC

LC

III

B-IV

III

B-II e B-IV B-II

PEIXES III

B-II

End End Ib

ANFÍBIOS

End Ib B-IV

RÉPTEIS

AVES

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Açor

Accipiter gentilis

VU

LC

II

II

II A

Gavião

Accipiter nisus

LC

LC

II

II

II A

Águia-de-asaredonda

Buteo buteo

LC

LC

II

II

II A

Águia-calçada

Aquila pennata

NT

LC

II

II

II A

A-I

Águia-cobreira

Circaetus gallicus

NT

LC

II

II

II A

A-I

Pombo-torcaz

Columba palumbus

LC

LC

Rola-brava

Streptopelia turtur

LC

LC

III

A

Coruja-do-mato

Strix aluco

LC

LC

II

II A

Noitibó-cinzento

Caprimulgus europaeus

VU

LC

II

Melro

Turdus merula

LC

LC

III

II

D

Tordo-pinto

Turdus philomelos

NT / LC

LC

III

II

D

Tordoveia

Turdus viscivorus

LC

LC

III

Gaio

Garrulus glandarius

LC

LC

D

Gralha-preta

Corvus corone

LC

LC

D

Corvo

Corvus corax

NT

LC

III

III

D D

A-I

D

MAMÍFEROS Musaranho-de-dentesvermelhos

Sorex granarius

DD

LC

Toupeira

Talpa occidentalis

LC

LC

Morcego-de-ferraduragrande

Rhinolophus ferrumequinum

VU

LC

II

II#

B-II, B-IV

Morcego-de-ferradurapequeno

Rhinolophus hipposideros

VU

LC

II

II#

B-II, B-IV

Morcego-de-ferraduramediterrânico

Rhinolophus euryale

CR

NT

II

II#

B-II, B-IV

Morcego-rato-grande

Myotis myotis

VU CR

LC / LC

II

II#

B-II, B-IV

Morcego-de-água

Myotis daubentonii

LC

LC

II

II#

B-IV

Morcego-anão

Pipistrellus pipistrellus

LC

LC

III

II#

B-IV

Morcego-pigmeu

Pipistrellus pygmaeus

LC

LC

III

II#

B-IV

Morcego de Kuhl

Pipistrellus kuhlii

LC

LC

II

II#

B-IV

Morcego-arborícolapequeno

Nyctalus leisleri

DD

LC

II

II#

B-IV

Morcego-arborícolagigante / Morcegoarborícola-grande

Nyctalus lasiopterus / N. noctula

DD DD

NT / LC

II

II#

B-IV

Morcego-hortelãoescuro / Morcegohortelão-claro

Eptesicus serotinus / E. isabellinus

LC / -

LC / -

II

II#

B-IV

Morcego-negro

Barbastella barbastellus

DD

NT

II

II#

B-II, B-IV

/

/

End Ib End Ib

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Morcego-orelhudocastanho / Morcegoorelhudo-cinzento

Plecotus auritus / P. austriacus

DD LC

Morcego-rabudo

Tadarida teniotis

Raposa Gineta

/

LC / LC

II

II#

B-IV

DD

LC

II

II#

B-IV

Vulpes vulpes

LC

LC

Genetta genetta

LC

LC

D III

B-V

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3.2.1.6. Discussão de Resultados / Considerações finais No que respeita aos invertebrados, e face à importância dos dados recolhidos até ao momento para a afirmação da MNB enquanto “oásis de biodiversidade”, é importante que se continue a pesquisa (bibliográfica, laboratorial e de campo). Não tendo os invertebrados sido um grupo inicialmente acautelado nas monitorizações de resultados das ações BRIGHT, sabe-se agora que ocorrem na Mata pelo menos 1200 espécies, das quais 96 endemismos, 9 sendo mesmo endemismos exclusivos da Serra do Buçaco. De encontro aos particulares objetivos do projeto, será importante dar continuidade à análise das associações entomológicas com a flora, nomeadamente ao nível das fitopatologias ou beneficiação natural que poderão ocorrer nas plantas nativas. Em relação aos vertebrados, considerando os resultados obtidos, de uma forma geral, os dados recolhidos durante as amostragens no âmbito do Projeto não diferem de forma significativa dos dados da situação de referência, com a exceção do grupo das aves. No entanto, deveremos considerar que durante o período de amostragens referentes ao projeto, algumas condições alheias à execução do projeto em si, poderão e deverão ter afetado a biodiversidade na MNB e como tal, enviesando alguns dados recolhidos, como os invernos particularmente rigorosos que se fizeram sentir e o próprio Ciclone Gong, que provocou inúmeros danos na MNB. Nesse sentido, e para discernir a potencial influência do ciclone nos resultados do projeto, foi efetuada a análise do impacto do Ciclone Gong na comunidade avifaunística presente na MNB, considerando períodos coincidentes antes e após o fenómeno. Os resultados sugerem que os danos causados pelo Ciclone Gong terão tido um impacto significativo neste grupo nas unidades de paisagem do Arboreto e do Pinhal do Marquês, tendo sido estas também as áreas mais afetadas. De realçar que no caso da Floresta Relíquia, não obstante os menores danos, não se encontraram diferenças significativas na população e nos índices de diversidade de aves antes e depois do Ciclone Gong, o que sugere que a Floresta Relíquia apresentou uma elevada estabilidade e resiliência às condições metereológicas adversas verificadas com o Ciclone Gong, o que salienta ainda mais a importância ecológica deste habitat para a fauna. De uma forma geral, em todas as unidades de paisagem, verificou-se que a riqueza específica de aves diminuiu, mas que a abundância de aves aumentou. A composição da comunidade ao nível das espécies previamente mais abundantes foi alterada somente no pinhal, por exemplo, com Corvus corone, que não havia aí sido registado antes, a tornar-se a espécies mais abundante logo após o ciclone. Este facto poderá dever-se ao efeito conjunto do BRIGHT com o ciclone, pois o pinhal foi bastante afetado pelo ciclone, mas já apresentava áreas mais abertas resultantes da eliminação de invasoras de porte arbóreo. Em todas as unidades de paisagem, as espécies que antes do ciclone eram raras praticamente desapareceram depois do mesmo. Concluímos então que a perturbação ecológica causada pelo Gong causou de facto respostas imediatas e a curto prazo na comunidade ornítica da Mata, provocando uma resposta compensatória nas espécies mais comuns e resilientes, o que vai de encontro a outros estudos (Zmihorski, 2012; Zmihorski, 2010). Teorizamos que a abertura de clareiras poderia, contudo, contribuir para a heterogeneidade estrutural da floresta e beneficiar a composição e riqueza da comunidade de aves a longo prazo, desde que outros fatores de ameaça fossem inexistentes, designadamente a potencial ocupação por espécies invasoras. A gestão florestal no sentido de controlar as invasões ecológicas e favorecendo espécies de plantas nativas que se opera a nível do BRIGHT estará com certeza a ser crucial para acelerar o restauro do ecossistema. Ainda a este respeito, importa referir que a análise efectuada para o 2º ano e o 3º ano de monitorizações de aves no âmbito do projeto (ambos os períodos pós-Gong) revelam que a comunidade de aves não difere significativamente em nenhum dos habitats entre esses períodos. Com base nestes dados duas hipóteses se podem colocar: a comunidade de aves estabilizou após sensivelmente meio ano pós-GONG (a recuperação terá ocorrido nos primeiros meses após o temporal) à semelhança do que Lynch (1991) verificou; ou a comunidade de aves ainda não começou a recuperar dos efeitos do ciclone Gong, e como tal, estará estável ou a recuperar muito lentamente. De salientar que outros estudos, referem que a recuperação da fauna em resposta a alterações mais impactantes do habitat, pode levar 2 anos ou mais (Heleno et al., 2010), pelo que a segunda hipótese não será de excluir. Além disso, Wiley & Wunderle (1993) sugerem que a resposta das aves não ocorre no momento do temporal BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 80


mas após a passagem do mesmo. De qualquer forma, as alterações impostas pelo temporal alteraram a comunidade de aves que após recuperar tenderá a estabilizar a curto e médio prazo e não tendo composição e estrutura necessariamente idêntica à que se verificava antes do temporal, como indicam outros estudos (Zmihorski, 2010; Tossas, 2006), sendo tal dever-se-á a alterações na cadeia trófica (insectos) como sugerem alguns estudos (Zmihorski, 2012; Mlot, 2003, Greenberg & Lanham, 2001). A análise sumária da evolução da comunidade parece adiantar que as comunidades de aves estarão a regressar à “normalidade”, aproximando-se a situação atual muito mais da realidade existente antes da passagem do ciclone, embora essas doferenças não consubstanciem ainda robustez estatística nos testes efetuados.

Analisou-se também o impacto dos danos causados pelo Ciclone Gong nos mamíferos (micromamíferos, morcegos e carnívoros), pese embora a tipologia e natureza própria dos dados que poderá ter sido um fator limitante para se proceder a uma análise adequada que permita tirar conclusões mais assertivas. No entanto, os resultados obtidos, sugerem que o Ciclone Gong, não terá influenciado a comunidade de mamíferos existente na MNB. Contudo, isto não significa que não tenha tido impactos quer negativos quer positivos, mas existindo impactos, há aparentemente um equilíbrio no balanço dos mesmos, que permite que a comunidade de mamíferos se tenha mantido estável. Importa referir que a análise efectuada não é completamente sensível a pequenas alterações na comunidade, como por exemplo, uma espécie deixar de ocorrer, ou ocorrer em menor número, devido à alteração do habitat e da estrutura do mesmo, e ser substituída por outra espécie que tenha sido beneficiada pelas diferentes condições do habitat na mesma área, assim como espécies menos comuns antes do ciclone, poderão ocorrer em número mais elevado. Desta forma a comunidade como um todo pode não sofrer alterações no número de espécies e na representatividade de cada uma delas, mas ao mesmo tempo, apresentar um elenco de espécies diferente após o temporal, ou a proporção de cada uma das espécies na população pode ter alterado significativamente, se considerarmos cada espécie indivualmente. Perante o exposto, compreende-se que os efeitos do ciclone Gong poderão de facto mascarar alguns efeitos ecológicos potencialmente devidos às intervenções BRIGHT, justificando, por exemplo, as diferenças significativas pré-BRIGHT e BRIGHT encontradas ao nível das aves. Por outro lado, deveremos também ter em conta que as áreas envolventes à MNB sofreram algumas alterações nos últimos anos e após a recolha dos dados pré-BRIGHT. Em alguns casos estas alterações foram bastante acentuadas, como se pode verificar no Pinhal do Marquês e na zona da Cruz Alta, e como tal, podem igualmente contribuir para algumas diferenças encontradas (por exemplo, o facto de aparentemente o número de raposas na MNB ter diminuído em relação à situação de referência). No entanto, as ações no terreno promovem no curto prazo alterações por vezes marcadas na estrutura da flora, que deverão ter efeito na diversidade faunística que aí ocorre (por exemplo, as diferenças no Pinhal do Marquês antes das intervenções, durante e após). A possível expansão da flora invasora durante o intervalo temporal entre a situação de referência e a monitorização BRIGHT, e outras dinâmicas naturais e não naturais no ecossistema da MNB, podem de igual modo contribuir para as (poucas) diferenças encontradas. Adicionalmente, considerando que a MNB é para muitas espécies apenas parte da sua área de ocorrência/território, e que múltiplos fatores podem contribuir para a dinâmica populacional dessas mesmas espécies, poderemos assumir que os dados recolhidos na monitorização deste projeto podem ser afetados por diversos fatores que não nos é possível controlar nem medir, e como tal não podem ser considerados na presente análise.

Analisando os resultados de uma forma mais concreta para os peixes, em particular o Ruivaco e Bordalo, as duas espécies apresentam diferenças nas contagens ao longo do tempo. Desse modo, poderemos verificar que as populações aparentam sofrer flutuações naturais no número do efetivo, ao longo do ano, com um aparente aumento durante a primavera e início de verão. No caso do Ruivaco, os valores mais elevados são atingidos nessas épocas mais quentes, enquanto no final de outono e durante o inverno o número de exemplares aparenta ser consistentemente mais reduzido. No caso do Bordalo, o final de inverno e início de primavera aparentam ser os períodos onde se registam menor número de BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 81


indivíduos, sendo que se observam picos no outono e início de inverno. De realçar a estação P6 (Lago dos Jardins do Palace Hotel) onde esta espécie pode atingir números algo elevados, sendo que esta zona será muito provavelmente um dos locais de viveiro desta espécie na MNB (o mesmo se verifica para o Ruivaco, embora o Lago Grande aparente ter maior importância para esta espécie). Estes dados serão influenciados por alguns fatores, como reforço populacional através da reprodução durante a primavera, maior caudal e maior corrente durante o inverno que pode provocar o arrastamento de indivíduos a montante das linhas de água, maior predação durante as épocas mais frias, que coincidem com a fase de ninfa aquática de Odonatas por exemplo e disponibilidade de alimento para as espécies em questão. Outro fator que pode influenciar os resultados obtidos é a maior eutrofização da água dos lagos, que contribui para a potencial subavaliação do número de exemplares em algumas amostragens (julho a setembro por exemplo). As observações efetuadas no campo, através da avaliação subjetiva da turbidez da água nos lagos (relacionada com o nível de eutrofização presente) indicam que nestes meses a visibilidade dos peixes que se encontrem junto ao fundo do lago é extremamente reduzida ou mesmo nula, podendo enviesar as contagens. Nos períodos mais quentes é frequente observar-se os peixes o mais afastados da superfície da água quanto possível, o que aliado ao fator anteriormente referido, poderá levar a contagens inferiores ao número real de exemplares. De realçar, que nos cursos de água (P1 e P3) não se obtiveram registos em todas as amostragens (em ambas as estações, desde meados de 2014). Sugere-se a hipótese de que a presença de peixes nestas massas de água será casual, possivelmente acidental (sairão acidentalmente dos lagos nos meses de Inverno, onde o caudal e corrente favorece a saída de peixes do lago), permanecendo nos cursos de água enquanto encontram condições para a sobrevivência. Esta hipótese é também reforçada, pelos registos obtidos, nos meses iniciais de monitorização dos vertebrados, de Pimpão nestas estações (P1 e P3). Ainda em relação à estação P6 será digno de nota expor que poderá doravante fazer-se sentir um descréscimo significativo no número de peixes, pois recentemente (Julho 2015), a equipa gestora da Mata, com o apoio da equipa da Universidade de Aveiro procedeu à limpeza do referido lago com o intuito de reparar uma fuga de água no fundo do mesmo. Os peixes foram manualmente recolhidos e colocados em recipientes de grandes dimensões com água da Mata. Todas as condições de trasfega e manutenção temporária dos peixes foram salvaguardadas, com o acompanhamento dos biólogos da equipa BRIGHT-UA; no entanto num período inferior a 12h (entre o final de tarde e a manhã seguinte), foi registada a morte de grande parte dos peixes. Esta situação, por ser totalmente inesperada, e não se podendo explicar com argumentos técnicos, levantam a suspeita de ter eventualmente ocorrido algum tipo de vandalismo. Recorde-se que as operações decorriam ao ar livre num dos locais mais visitados da Mata. A equipa da UA estará atenta à recuperação das populações.

Fig. 31. Operações de captura dos peixes e limpeza do lago do Palace Hotel, na MNB (14 Julho 2015). BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 82


Os resultados obtidos para o grupo dos anfíbios demonstram que não há diferenças significativas entre os dados recolhidos durante o BRIGHT e os dados da situação de referência, indicando que os anfíbios não foram afetados pelas intervenções no terreno até ao momento, sendo importante considerar que as áreas de amostragem para este grupo e as zonas adjacente não foram praticamente intervencionadas com ações BRIGHT. Já no que diz respeito aos répteis, sendo o volume de registos extremamente reduzido, não foi possível efetuar qualquer análise para este grupo taxonómico. Assume-se, tendo em conta os resultados, que as intervenções do BRIGHT não tiveram qualquer efeito, até ao momento, na diversidade e efetivos populacionais para estes grupos taxonómicos. É expectável que este grupo também não tenha sido significativamente afetado pelos estragos causados pelo Ciclone BRIGHT. Quanto aos resultados obtidos para as aves, verificam-se várias diferenças significativas entre os dados recolhidos no âmbito da monitorização BRIGHT e os dados da situação de referência, em particular no Pinhal do Marquês e no Arboreto, mesmo considerando que nesta análise apenas os dados referentes a censos de 5 minutos foram usados, de forma a permitir uma comparação mais adequada com os dados pré-BRIGHT (censos de 5 minutos). De realçar que desde setembro de 2013, ambas a metodologias (censos de 5 minutos e censos de 10 minutos) estão a ser adotadas, sendo que os dados de 10 minutos permitiram adicionalmente a análise dos impactos do Ciclone Gong, assunto já abordado anteriormente, e a análise da evolução da comunidade de aves e sua composição ao longo do período em que o projeto decorre. Desta forma, é possível cumprir os objetivos, mantendo os diferentes conjuntos de dados comparáveis entre si, e maximizando a informação sobre as aves presentes com os 10 minutos de censo. Em resumo, os dados obtidos sugerem que a análise da comparação dos dados BRIGHT com os dados pré-BRIGHT, incluem nos primeiros algum enviesamento devido aos impactos causados pelo Ciclone Gong, que como se verifica neste documento, influenciou a comunidade de aves local. Como se pode observar pelos testes estatísticos na Floresta Relíquia, os dois conjuntos de dados apresentam poucas diferenças significativas, enquanto para Arboreto e Pinhal do Marquês foram registadas muitas diferenças significativas. No caso do Pinhal do Marquês de salientar que as alterações no local de que foi sujeito após a recolha dos dados pré-BRIGHT e antes do início da monitorização BRIGHT, terão muito provavelmente influência na comunidade de aves aí encontrada e nas diferenças encontradas entre ambos os conjuntos de dados, no entanto, o impacto dessas alterações é nesta fase impossível de analisar. No entanto, face aos dados discutidos no próximo parágrafo, aparentemente as intervenções BRIGHT tenderão a beneficiar as aves, principalmente em áreas previamente muito invadidas, como o Pinhal do Marquês. Nesta unidade de paisagem de facto foram encontradas diferenças significativas entre os dois conjuntos de dados, em particular no verão, outono e inverno. Já durante a primavera, os dados não diferem significativamente entre si. É no outono que as diferenças entre ambos os conjuntos de dados são mais evidentes, com os dados BRIGHT a apresentarem maior riqueza específica e diversidade. No verão, a diversidade de aves encontrada nesta área é significativamente superior para os dados pré-BRIGHT. Este último dado pode estar relacionado com a estrutura da vegetação e do menor coberto vegetal de porte arbóreo e arbustivo nesta área aquando da monitorização BRIGHT (fruto das alterações já mencionadas), o que leva a uma menor abundância de abrigo, sombra e potencialmente a temperaturas mais altas e menor humidade relativa nesta área durante esta época do ano. Verifica-se que é nas épocas mais frescas (outono e inverno) que os dados BRIGHT apresentam, em média, índices de diversidade mais elevados. Sendo uma zona mais aberta e onde as aves facilmente ficarão expostas (a predadores, a perturbação, a condições climatéricas, etc.), a diminuição do número de turistas que percorrem a MNB nestas épocas pode favorecer a ocorrência das aves nestes locais. Não obstante, e tendo em conta a ocorrência no Pinhal do Marquês, de espécies cuja frutificação ocorre durante as épocas mais frias (caso do Medronheiro), poderá também justificar uma maior afluência a este habitat por parte das aves, principalmente após os trabalhos BRIGHT que permitiram que as espécies autóctones estivessem sujeitas a menor competição por parte das espécies invasoras, tendo as primeiras melhores condições após as referidas intervenções. Além disso, se considerarmos que embora o Gong tenha tido impacto significativo neste habitat, esse impacto foi algo localizado, pelo que as BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 83


próprias intervenções florestais deverão justificar em parte as diferenças encontradas. Não obstante, tendo em conta que esta unidade de paisagem está a sofrer intervenções desde o início da monitorização de fauna (e pelas diferenças na estrutura da vegetação na mesma zona), seria de esperar que fosse a unidade de paisagem/habitat da MNB cujas diferenças fossem mais significativas, o que se confirmou. Na unidade de paisagem Arboreto, verificam-se diferenças significativas entre o pré-BRIGHT e BRIGHT na diversidade de aves em todas as épocas do ano. Considerando que o arboreto foi alvo de intervenções pontuais e experimentais no âmbito do projeto, e como tal, insignificantes na análise, não seria de esperar obter-se estas diferenças. No entanto, tendo em consideração a prévia análise ao impacto dos estragos do Ciclone Gong neste grupo faunístico e que todas as amostragens inlcuidas na presente análise (BRIGHT vs pré-BRIGHT) referem-se a períodos pós-Gong (censos de 5 minutos apenas se iniciaram em setembro de 2013), as diferenças significativas encontradas serão muito provavelmente justificadas em maior parte pelas alterações provocadas pelo Ciclone neste habitat (extensão dos danos algo considerável), sendo este evento, praticamente o único momento em que houve alterações mais significativas na estrutura da vegetação do arboreto desde a recolha dos dados pré-BRIGHT. A impossibilidade de efetuar a análise com dados BRIGHT anteriores ao Gong (amostragens de 10 minutos), comparando diretamente com os dados pré-BRIGHT (amostragens de 5 minutos), torna impossível dissociar o efeito do Ciclone e dos estragos provocados nesta análise e em análises futuras. Na unidade de paisagem Floresta Relíquia obtiveram-se diferenças significativas na diversidade apenas no inverno, sendo que os dados pré-BRIGHT revelam maior diversidade de aves em média para este habitat. Na primavera, os dados BRIGHT revelam significativamente maior número de indivíduos registados, em média. Estes dados suportam a ideia de que este habitat é extremamente estável (pela sua maturidade, torna-se resiliente), não obstante as intervenções florestais que decorrem no mesmo, os impactos do Ciclone Gong e as profundas alterações que se verificaram nos últimos anos nas áreas adjacentes exteriores à MNB. No que respeita às alterações na paisagem e na estrutura da vegetação nas áreas exteriores à MNB adjacentes a esta unidade de paisagem, estas podem por um lado promover a ocorrência de espécies e indivíduos que antes não se encontravam presentes e por outro porque a MNB pode servir como “refúgio” a algumas espécies e indivíduos que antes ocorreriam nessas áreas fora da MNB. Este aspeto não se enquadra nos objetivos da monitorização BRIGHT, mas poderá ter um impacto algo significativo na composição da comunidade de aves nas zonas mais próximas à bordadura da Mata. Em particular, a ausência de um vasto pinhal (pinheiro-bravo) no exterior da MNB (Perímetro Florestal da Serra do Buçaco), que existia na situação pré-BRIGHT e que foi removido (antes de se indicarem os trabalhos do BRIGHT) quase na sua totalidade pela AFN (Autoridade Florestal Nacional) em virtude das medidas antialastramento da contaminação com o nemátodo da madeira de pinheiro, pode em parte contribuir para potenciar ou “camuflar” diferenças existentes e não detetadas na análise. A continuação da monitorização deste grupo faunístico é de extrema importância, uma vez que as amostragens permitem um volume de dados considerável, sendo possível efetuar uma análise mais completa, adequada e rigorosa, podendo-se usar estes resultados como bioindicadores dos efeitos de vários fatores na comunidade de vertebrados, em particular o efeito das ações florestais que decorrem no terreno. Os resultados obtidos para os micromamíferos de uma forma global para toda a mata, sugerem que as intervenções no âmbito do BRIGHT não têm efeitos significativos, ao nível da larga escala, neste grupo de fauna. De facto, apenas o número de indivíduos registados é significativamente menor nas amostragens do BRIGHT em comparação com a situação de referência pré-BRIGHT, sendo que no entanto, não há diferenças na diversidade nem na riqueza específica (número de espécies) registadas. Podemos, assim, verificar que até à data as intervenções florestais decorrentes do projeto não têm influência considerável na diversidade de micromamíferos presentes na MNB de uma forma global. No entanto, observando mais detalhadamente os dados de abundância de micromamíferos por habitat (fig. 20), verifica-se que ao nível do Pinhal do Marquês ocorreu uma evolução bastante positiva do número de efetivos aí amostrados. E no espaço de um ano, essa população passou mesmo a apresentar flutuações naturais, com os normais picos de abundância para este grupo. Não se pode comprovar a evolução positiva de forma estatística, pois não foram realizadas amostragens pré-BRIGHT no Pinhal do Marquês de forma comparável, precisamente devido à muito reduzida ou nula abundância de micromamíferos no BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 84


local, à época. A situação de referência para este habitat e grupo taxonómico são então as primeiras amostragens efetuadas, em julho 2012; e também nessa época as abundâncias eram muito reduzidas. De uma forma prática, e uma vez que i) os micromamíferos conseguem responder de forma bastante rápida às alterações ambientais (e.g. Leis et al. 2008); ii) servindo de bioindicadores sobre as alterações principalmente no contexto dos serviços ecossistémicos da floresta (Sullivan et al. 2013); iii) a gestão florestal podem em curtos períodos de tempo atribuir características de florestas maduras às comunidades de micromamíferos (Sullivan et al. 2005, Sullivan et al. 2009), podemos afirmar com algum grau de certeza de que os micromamíferos foram beneficiados pelas intervenções de controlo de invasoras no Pinhal do Marquês. Uma vez que os micromamíferos constituem indicadores dos efeitos na biodiversidade em geral (Flowerdew et al. 2004; Sullivan et al. 2013), é conjeturável que toda a biodiversidade local tenha também sido beneficiada pelas ações BRIGHT. No entanto, e uma vez que a generalidade dos vertebrados apresentam resultados a longo-termo e em escalas nem sempre quantificáveis a curto-prazo, é natural que nem todos os grupos evidenciem claramente essa beneficiação. Importa salientar ainda, que os resultados obtidos, mostram as flutuações inter-anuais da população de micromamíferos em cada habitat da MNB. Assim sendo, pode-se verificar que no Arboreto a população sofreu uma quebra acentuada na primavera de 2013, portanto, alguns meses após o Gong, começando a recuperar no Inverno de 2013/2014. Embora a análise do impacto do Gong para este grupo não tenha demonstrado diferenças significativas, devemos considerar que a análise por habitat dos efeitos do Gong não foi efectuada (devido ao reduzido volume de dados) e como tal, os dados dos outros habitats e do 3º ano de monitorização podem ter “compensado” os efeitos. De qualquer forma, tanto na Floresta Relíquia como no Pinhal do Marquês, a quebra na população de micromamíferos ocorreu na Primavera de 2014 e como tal não deverá ter relação com o Ciclone Gong, e será fruto das flutuações naturais da população de micromamíferos. De facto, no caso do arboreto não é possível dissociar o potencial efeito do temporal e a possível flutuação natural, pelo que a diminuição da população verificada em 2013 para este habitat, poder-se-á dever a ambos os fatores ou apenas a um desses fatores. No caso dos morcegos, os resultados apontam para a não existência de diferenças significativas na diversidade e na equitabilidade da comunidade encontrada nas amostragens do BRIGHT em relação aos dados anteriores. Apenas há diferenças significativas no número de espécies registadas no BRIGHT, o que seria de esperar, tendo em conta a periodicidade e os 3 anos de monitorização efetuados, resultando num maior esforço de amostragem quando comparado com a situação pré-BRIGHT. Desta forma, os trabalhos florestais no âmbito do BRIGHT, não demonstraram ter ainda um impacto direto e mensurável na comunidade de morcegos encontrada na MNB, embora aparente haver uma diminuição algo relevante de Pipistrellus sp., sendo que, no entanto, não é uma espécie prioritária do ponto de vista conservacionista e como tal, esta situação é menosprezável para já. Os morcegos, pelo seu ciclo de vida particular, tardia maturidade sexual e elevadas exigências ecológicas, a serem beneficiados pelas ações florestais, apresentarão sempre uma resposta mais a médio e longo-prazo (Stebbings 1988). É provável que o venham a ser, indiretamente, por exemplo pela maior disponibilidade de alimento e de abrigo, neste caso, para os morcegos arborícolas dependentes de espécies nativas e antigas (e.g. Plecotus spp.), relativamente raros na MNB. No entanto para já, verifica-se que a alteração estrutural da vegetação, resultante dos trabalhos no terreno, não prejudicam esta comunidade, o que é igualmente importante. Os registos obtidos para o Morcego-de-ferradura-mediterrânico (Rhinolophus euryale), espécie cuja ocorrência na MNB era até então desconhecida, obriga a um acompanhamento rigoroso deste grupo taxonómico particularmente sensível, e em particular desta espécie ameaçada e prioritária. Os resultados obtidos para os carnívoros, através dos indícios de presença, revelam que não existem diferenças significativas em nenhuma época entre os dados obtidos na monitorização do BRIGHT e os dados obtidos nas amostragens que constituem a situação de referência, mesmo considerando que no BRIGHT foi adicionado um pequeno transeto que não constava no pré-BRIGHT. No entanto, há algumas diferenças que importa referir, pois podem indicar tendências (que poderão ser avaliadas com a continuidade das amostragens BRIGHT) de diminuição de Raposa (Vulpes vulpes) e aumento de Fuinha (Mates foina) e maior dominância desta última espécie na comunidade de carnívoro presente na MNB. A BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 85


Fuinha é claramente o mamífero carnívoro mais abundante na MNB, o que foi comprovado em todos os métodos aplicados, estando presente em todas os habitats, mas com particular incidência na floresta relíquia. Quanto à aparente redução do número de efetivos de Raposa que ocorrem na MNB poderá dever-se à remoção do pinhal adjacente à MNB, já referido anteriormente. Adicionalmente, estudos anteriores da equipa UA (Pereira et al. 2012) sobre a comunidade de carnívoros na região onde a MNB se insere, evidencia a importância desse pinhal, agora ausente, para a população de raposas presente na área. É possível, tendo em conta estes aspetos, que a população de Raposas presente na MNB e nas áreas envolventes, seja atualmente mais reduzida em relação à situação de referência pré-BRIGHT. Assim sendo, e tendo em conta que se trata de uma área não contemplada neste projeto, apenas com uma monitorização específica seria possível saber em detalhe o efeito que a alteração da paisagem e na estrutura da vegetação nesta área, poderá ter na comunidade de mamíferos carnívoros, bem como na restante diversidade de vertebrados existentes na MNB. Sendo evidente pelos resultados obtidos que os carnívoros, em geral, têm preferência por uma comunidade florestal como a floresta relíquia, a longoprazo é expectável que estes animais venham a ser beneficiados pelos trabalhos BRIGHT em curso designadamente no Pinhal do Marquês, sendo que aí se pretendem simular, através de plantações, as consições existentes na Floresta Relíquia. De momento, e face à larga área vital e mobilidade destas espécies, não é possível encontrar diferenças entre o momento atual e a situação de referência. Quanto à monitorização das caixas-ninho, salienta-se o número relativamente baixo (e espectável) de caixas-ninho onde foi registada atividade por parte das aves, e como seria de esperar, um número mais reduzido de caixas-ninho efetivamente utilizadas para a reprodução de 2013. Quatro espécies foram observadas com atividade na caixa-ninho, sendo que as espécies mais registadas foram o chapim-real e o chapim-azul, espécies que são mais abundantes na mata que o chapim-preto, por exemplo. As primeiras foram também as espécies que resitaram um maior aumento no uso de caixas-ninho de 2013 para 2014. Já a trepadeira-comum, apesar de ser bastante comum em toda a MNB, apenas ocasionalmente é detetada a utilizar caixas-ninho, e na MNB esse facto não é exceção. Aliás, em trabalhos anteriores da Universidade de Aveiro, onde se monitorizou a ocupação de passeriformes em caixas-ninho semelhantes (da Silva et al. 2012) a trapadeira-comum nunca ocupou nenhuma caixaninho, o que poderá eventualmente indicar uma maior procura por locais de abrigo devido à queda de árvores antigas causada pelo ciclone Gong. Os habitats que registaram maior atividade nas caixas-ninho foram o arboreto e a Floresta Relíquia, como já era esperado, pois apresentam maior e mais diversa população de aves em relação ao Pinhal do Marquês. De notar o aumento de caixas-ninhas em uso na época de reprodução em 2014 em comparação com 2013, sendo esse aumento foi verificado no Pinhal do Marquês e no Arboreto, enquanto o número de caixas-ninho ocupadas na Floresta Relíquia se manteve estável, o que corrobora a ideia de que este último habitat é bastante estável, assim como as comunidades de fauna que aqui ocorrem. Como já foi referido anteriormente, a situação pós Ciclone Gong dificultou em grande escala as metodologias de monitorização do uso de caixas-ninho pelas aves, assim como as metodologias de fotoarmadilhagem para monitorização de mamíferos carnívoros. Neste último caso, a impossibilidade de se estabelecer a independência entre os vários pontos de amostragem (devido à reduzida dimensão da MNB) constitui outro fator que afetou negativamente a exequibilidade do plano de trabalhos inicial. Para estas duas metodologias deveremos considerar que a inacessibilidade de muitos dos locais e a impossibilidade de se selecionar pontos alternativos razoavelmente ajustados aos objetivos das mesmas metodologias, obrigou a ligeiros ajustes na localização das câmaras de fotoarmadilhagem e a uma redução do número de caixas-ninho monitorizadas. Ainda considerando os efeitos do Ciclone Gong, o tempo despendido para ambas metodologias continua a ser superior ao que se verificava antes do temporal, sendo por isso necessário e útil continuar com os ajustes propostos de forma a otimizar o tempo disponível para a execução das mesmas. Em ambos os casos, espera-se que os ajustes nas metodologias e localizações permitam obter resultados compatíveis com os objetivos dos projeto. De qualquer modo, e em resumo, os resultados obtidos indicam, de uma forma geral, que a ocorrência do Ciclone Gong e os estragos causados pelo mesmo afetaram a comunidade de aves na MNB (Arboreto e Pinhal do Marquês), não se tendo verificado o mesmo para as comunidades de mamíferos existentes na MNB, em particular nos habitats referidos. Os resultados sugerem também que as BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 86


intervenções florestais que decorrem no âmbito do projeto têm um impacto negligenciável ou positivo para a fauna. Mesmo considerando o grupo das aves, as diferenças encontradas poderão dever-se a fatores externos indissociáveis, como anteriormente referido, pelo que se sugere alguma cautela nas conclusões a respeito destas análises. A adição de mais dados resultantes das amostragens futuras no âmbito do projeto BRIGHT permitirá que a análise que aqui se apresenta fique ainda mais consistente e que seja possível, da forma mais correta e rigorosa que se consiga alcançar, continuar a avaliar o efeito das intervenções florestais decorrentes do Projeto BRIGHT na diversidade de fauna presente na MNB (diversidade essa que é deveras relevante e cujos trabalhos de monitorização permitiram alargar o leque de espécies conhecidas que aí ocorrem, incluindo novos registos de espécies com elevado valor conservacionista), em particular, importa analisar a evolução da comunidade dos vários grupos de vertebrados ao longo do tempo de monitorização e de projecto, já que até ao momento a análise comparativa entre o 2º ano de monitorização e o 3º ano não, no caso das aves, não demonstra qualquer diferença significativa, mesmo considerando as contínuas intervenções florestais no Pinhal do Marquês e na Floresta Relíquia, o que não deixa de ser um dado interessante e de certa forma algo inesperado. Deste modo, os resultados obtidos indicam a necessidade de se continuar a analisar o efeito das intervenções na fauna e, caso se venha a considerar oportuno, reavaliar as mesmas intervenções e redefinir as estratégias de ação. Até ao momento, e admitindo que as diferenças encontradas podem dever-se, em grande parte, a fatores externos não controláveis nem mensuráveis (ou impossíveis de dissociar dos dados obtidos pelas amostragens), entendemos que não há necessidade de efetuar qualquer alteração preventiva ao plano de ação proposto para as ações de controlo de invasoras no terreno.

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3.2.1.7. Síntese Peixes - Ocorrem flutuações naturais nos números de indíviduos registados de Bordalo e Ruivaco, sendo que não coincidem entre ambas as espécies (diferenças no ciclo anual de cada). - Lagos assumem uma elevada importância como viveiros para as espécies de peixes. - Ocorrência nas linhas de água é ocasional, e possivelmente acidental. - Eutrofização dos lagos no verão, temperaturas baixas no Inverno, recrutamento e mortalidade (predação por ninfas de Odonata) e caudal nos cursos de água são alguns dos factores que influenciam a contagem. - Os trabalhos de limpeza levados a cabo na estação P6, irá futuramente alterar os resultados obtidos.

Anfíbios - Pouco impacto dos trabalhos BRIGHT sobre as áreas amostradas para este grupo, pois as áreas de intervenção praticamente não coincidem com as principais áreas de ocorrência. - As populações de anfíbios mantêm-se estáveis quando em comparação com a situação de referência. - Verificou-se um decréscimo nos números de Salamandra-lusitânica nos últimos meses de monitorização na Fonte Fria. Esta situação será analisada com atenção nos trabalhos que se seguem, Répteis - Reduzido número de registos impossibilita uma análise mais aprofundada. - População de Lagarto-d’água aparenta estar estável. - Assume-se que possivelmente, as intervenções BRIGHT no terreno, tenham um impacto muito reduzido neste grupo.

Aves - No Pinhal do Marquês, os resultados sugerem que a comunidade de aves foi beneficiada pelas intervenções BRIGHT. - Nesta área os meses mais frios a diversidade de aves aumentou em relação à situação de referência, possivelmente devido a maior abundância e diversidade de alimento. - Enquanto que no Verão, a menor cobertura arbórea, maior exposição ao sol e ao calor, potenciou a diminuição da diversidade de aves (aves tipicamente florestais evitam àreas abertas com tempo muito quente). - A evolução da vegetação no Pinhal do Marquês e o expectável aumento da cobertura arbórea tenderão a favorecer uma comunidade de aves mais rica. - Como esperado, o Pinhal do Marquês é o habitat na MNB cujo impacto das intervenções florestais (conseguindo-se dissociar o impacto do Gong) foi mais significativo para este grupo. - No Arboreto, os dados sugerem que as diferenças encontradas são maioritariamente explicadas pelo impacto do Gong na comunidade de aves (nesta área, o impacto do Gong sobre a vegetação foi elevado). - Não seriam expectáveis diferenças entre a situação de referência e os dados BRIGHT para o arboresto, pois foi o habitat menos intervencionado no âmbito do proejto... - Na Floresta Relíquia, a análise do impacto do Gong comprovou a resiliência deste habitat e das comunidades que nele habitam, não se verificando impactos sobre as aves.

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- Apenas no Inverno se pode obervar uma menor diversidade de aves em relação ao pré_BRIGHT, o que reforça a ideia da estabilidade da Floresta Relíquia ao longo de vários anos. - As intervenções florestais não têm impactos significativos na comunidade de aves, ou os mesmos são rapidamente mitigados de forma natural. - A taxa de utilização de caixas-ninho e o número de espécies que as usam são baixos, como seria expectável. - No Pinhal do Marquês, como seria expectável pela menor diversidade e abundância de aves, a taxa de ocupação foi mais baixa que nos restantes habitats.

Micromamíferos - As intervenções florestais potencialmente beneficiaram a população de micromamíferos no Pinhal do Marquês. Os registos obtidos aumentaram substancialmente ao longo do projeto. Assume-se que maior diversidade de alimento e refúgio contribuiram decisivamente para tal. - Nos outros habitats, a análise efetuada indica que não há diferenças entre o pré-BRIGHT e os dados recolhidos ao longo do projeto. - O Gong não terá afectado as comunidades de micromamíferos existentes na MNB, verificando-se algumas flutuações que podem ser reflexo das flutuações naturais das populações de cada espécie.

.Morcegos - Os dados pré-BRIGHT e BRIGHT não diferem significativamente, pelo que os trabalhos florestais não terão impacto, seja positivo ou negativo, neste grupo. - De salientar que, no Pinhal do Marquês onde as intervenções foram mais profundas, a evolução da paisagem a médio termo (maior cobertura arbórea, etc.), poderá ter impacto positivo neste grupo. - O Gong não terá tido impacto nas comunidades de morcegos, mesmo considerando que as clareiras que surgiram poderiam ter influência negativa nas espécies arborícolas.

Carnívoros - Não se encontraram diferenças significativas, pelo que as intervenções BRIGHT não aparentam ter qualquer impacto significativo sobre este grupo. - Aumento de Fuinha e diminuição de Raposa, que se pode dever a factores externos à MNB. Possivelmente o aumento de Fuinha dá-se em resposta à diminuição da Raposa, por redução da competição ecológica.. - Interessa referir que embora a Floresta relíquia e o Arboreto sejam mais ricos no que respeita a diversidade e abundância de carnívoros, todas as espécies foram também detectadas no Pinhal do Marquês, sendo de se esperar uma evolução postiva nesta área a médio prazo.

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3.2.2. SubAção 2. Monitorização e Avaliação de Resultados do Projeto – FLORA E HABITATS

3.2.2.1. Metodologia de Monitorização

I. INTRODUÇÃO Com o objetivo de conservar a biodiversidade associada à Floresta Relíquia (FR) da Mata Nacional do Buçaco (MNB), em 2012 teve início o projeto LIFE+ BRIGHT, que preconiza um conjunto de ações de controlo sobre as espécies de flora invasoras. Neste sentido, nomeadamente na componente Life+ Bright_flora, âmbito da Acão E2 - monitorização e avaliação de resultados do projeto, têm vindo a ser realizadas ações de monitorização sobre as intervenções de controlo de invasoras, no interior da Floresta Relíquia (FR) e no Pinhal do Marquês (PM).

No início dos trabalhos de monitorização, foi elaborada a carta digital da situação de referência, nomeadamente no Verão de 2012. Através da análise desta carta digital, observou-se a existência de diversas manchas de espécies invasoras e de indivíduos isolados que no seu conjunto perfaziam uma área invadida global da FR de aproximadamente 6,5ha. Após os levantamentos de campo e análise cartográfica, considerou-se numa fase inicial, que as espécies invasoras com maior expressão seriam Acacia melanoxylon, Pittosporum undulatum e Tradescantia fluminensis.

Tradescantia fluminensis é uma espécie persistente nativa da América do Sul, considerada invasora em Portugal e em diversos países onde o clima lhe é favorável (Nova Zelândia, Austrália, Estados Unidos e Suíça). Com um crescimento vigoroso, forma densos tapetes de cobertura no sub-bosque de florestas nativas, reduzindo significativamente a disponibilidade de luz, e, interferindo na sucessão florestal (McCluggage 1998; Standish 2001). Uma das características facilitadoras da invasão é o facto de esta espécie se expandir facilmente através do crescimento vegetativo de pequenos fragmentos dos caules radicantes. A partir de fragmentos com apenas 1 cm de comprimento, podem estabelecer-se novas plantas por reprodução vegetativa (Kelly e Skipworth, 1984a), o que vai condicionar fortemente o desenvolvimento de outras plântulas, limitando assim a regeneração de espécies nativas. Por outro lado, considera-se que as zonas mais afetadas pela formação de tapetes contínuos de Tradescantia fluminensis, i.e, onde esta cresce mais vigorosamente, são as clareiras e/ou as zonas de margem/bordadura florestal, sendo que, trabalhos anteriores de remoção da espécie, demonstram que a sua diminuição conduz ao aumento da riqueza específica e abundância de plântulas de espécies florestais nativas (Standish et al., 2001a).

A Acacia melanoxylon é uma espécie nativa do Sudeste da Austrália e Tasmânia, que tem uma ampla distribuição em Portugal e que se reproduz em larga escala por via vegetativa e seminal, sendo que, as suas sementes podem permanecer viáveis no solo por várias dezenas de anos. Após a abertura de BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 90


clareiras e/ou ocorrência de incêndios, o banco de sementes presente ao nível do solo, apresenta um elevado grau de germinação (Marchante et al., 2008). De origem maioritariamente Australiana, estas plantas, representam o maior grupo de invasoras em diversas regiões do globo, e provocam diversos impactes ecológicos e socioeconómicos, relacionados por exemplo com os elevados custos de aplicação dos métodos de controlo. (Le Maitre et al., 2011). A Acacia melanoxylon provoca impactes negativos nos ecossistemas, ao formar povoamentos densos que impedem a regeneração e desenvolvimento das comunidades nativas e através da produção de folhagem rica em azoto, que altera a composição do solo (Marchante et al., 2008).

Pittosporum undulatum é uma árvore da família Pittosporaceae, originária da Austrália, e largamente difundida por diversas regiões florestais (Carpanezzi et al., 2014). Esta espécie apresenta uma elevada propagação de propágulos (37.500 sementes/ind. e 20 sementes/fruto), que facilmente se dispersam principalmente por pássaros (Goodland e Healey, 1997 in Mielke, 2012), sendo que, as sementes detêm uma alta capacidade de germinação, independente da época ou local de colheita (diretamente da árvore ou fezes dos dispersores) (Mielke, 2012). De rápido crescimento, Pittosporum undulatum coloniza rapidamente áreas desflorestadas, tornando-se uma praga em diversas regiões onde foi introduzido: Caribe, Hawai, Açores, Ilha da Madeira e Brasil (Mielke, 2012).

No presente relatório, as ações conducentes com os trabalhos de monitorização, encontram-se divididos em duas secções principais: monitorização de 11 parcelas de Tradescantia fluminensis em quadrados de 2 1m (com três réplicas por parcela) e monitorização de 20 quadrados de espécies invasoras em comunidade florestal (acrescidos de 3 quadrados de controlo, correspondentes aos três Habitats naturais 2 presentes na FR) em quadrados de 100m .

Para a Tradescantia fluminensis os dados de monitorização apresentados, incluem os levantamentos de % cobertura em situação de pré-intervenção (préBright) e os levantamentos de % de cobertura após a sua remoção dentro dos quadrados de monitorização, situação de pós-intervenção (pósBright). Relativamente às espécies invasoras em comunidade florestal (presentes na FR e no PM), os dados que 2 se apresentam no presente relatório referem-se à monitorização dos quadrados de 100m , em situação de pré-intervenção (préBright) e em situação de pós-intervenção (pósBright).

Com base nas características das diversas espécies invasoras, ao longo do período transato, a aplicação das técnicas de controlo pressupõem a realização de intervenções florestais de fundo, sendo que, as metodologias de monitorização ao nível da flora e vegetação em vigor, pretendem avaliar a eficácia das mesmas, contribuindo assim para a demonstração de resultados conducentes com o objetivo global do projeto LIFE+ BRIGHT. Neste sentido, e de acordo com os dados recolhidos até à data, verifica-se uma interferência “positiva” das intervenções florestais sobre as comunidades vegetais nativas em monitorização, mais concretamente ao nível da redução da % de cobertura das espécies invasoras. No entanto, a análise temporal mais alargada numa fase pós-BRIGHT, será decisiva para demonstrar com maior eficácia o sucesso das ações implementadas pelo projecto.

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II. METODOLOGIA DE MONITORIZAÇÃO A metodologia caracterizada nos relatórios anteriores tem como objetivo avaliar a existência de diferenças significativas que possam vir a ocorrer na flora e vegetação decorrentes das intervenções florestais realizadas. Partindo da situação de referência de 2012 (Anexo III), foram implementadas áreas 2 2 de amostragem fixa dentro da Floresta Relíquia, perfazendo um total de 36m de quadrados de 1m para 2 2 a Tradescantia fluminensis, e 2100m de quadrados de 100m para as restantes espécies. Para além 2 das instalações previstas para a FR, foram ainda marcados dois quadrados de 100m no Pinhal do 2 Marquês (perfazendo 200m ) em áreas invadidas com Acacia dealbata e Acacia longifolia. Neste sentido, ao longo do ano transato realizaram-se diversos levantamentos florísticos em situação de pósintervenção (pósBright), de modo a permitirem uma análise continuada ao longo do tempo e uma comparação efetiva com os dados recolhidos até à data. Neste período, tiveram início as intervenções nas manchas envolventes caracterizadas pela situação de referência. Relativamente à Tradescantia fluminensis, são levantadas as percentagens de cobertura das espécies 2 presentes em 3 réplicas de 1m por parcela. Contudo, das 11 parcelas com 3 réplicas cada (que no total 2 perfazem os 33m ), houve a registar durante o Inverno/2015 intervenções florestais realizadas por funcionários da FMB nas manchas da Cruz Alta (identificada no Anexo IV) que em alguns casos soterraram réplicas de quadrados com as respectivas estacas. Neste sentido, para as parcelas FRT9 e 2 FRT8, houve a necessidade de relocalizar 2 réplicas de quadrados de 1m , bem como proceder à manutenção/substituição de estacas de marcação fixa. Para as 7 espécies invasoras arbóreas, Acacia dealbata, Acacia longifolia, Acacia melanoxylon, Ailanthus altissima, Pittosporum undulatum, Prunus laurocerasus, Robinia pseudoacacia, nas áreas de 2 amostragem fixa, são amostrados quadrados de 100m onde são levantadas as percentagens de cobertura por três níveis de vegetação (estrato arbóreo – 1; estrato arbustivo – 2; estrato herbáceo – 3). 2 Dentro de cada quadrado de 100m é ainda realizada a medição do DAP (Diâmetro à Altura do Peito) e contabilizado o número de árvores mortas após as intervenções florestais. De modo a avaliar a eficácia das intervenções florestais, os dados de cobertura levantados nos quadrados de monitorização são posteriormente introduzidos numa base de dados e de seguida transferidos para o Software IBM SPSS Statistics 20. Para a análise estatística, recorre-se a uma análise comparativa das populações florísticas com recurso à aplicação de testes estatísticos paramétricos e não paramétricos. Neste sentido, recorre-se aos dados de estatística descritiva e à aplicação de testes, nomeadamente: análise comparativa das populações florísticas com recurso à aplicação da ANOVA.

a)

b)

Fig. 32. a) Monitorização de quadrado de monitorização de 1m para a invasora Tradescantia fluminensis2 Cruz Alta. b) Quadrado de 100m para monitorização de invasoras em comunidade florestal (Pittosporum undulatum) – Caifás. 2

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Localização em cartografia digital dos quadrados de amostragem fixa Após a edição das cartas digitais através do software ArcGis 10 (©ESRI), foi realizada a marcação/instalação das áreas fixas de amostragem, organizadas em dois mapas distintos. O primeiro mapa (Figura 31) é relativo à localização e identificação dos três quadrados de controlo referentes aos três habitats naturais presentes na FR (FRAde, FRCar e FRLou) e onde não são realizadas quaisquer tipos de intervenções florestais. Quadrados de controlo: 2

FRAde – quadrados de 100m em comunidade florestal no Habitat Adernal; 2

FRCar – quadrado de 100m em comunidade florestal no Habitat Carvalhal; 2

FRLou – quadrado de 100m em comunidade florestal no Habitat Louriçal.

Fig. 33. Localização e identificação dos quadrados de monitorização de controlo: FRAde, FRCar e FRLou.

O segundo mapa (Figura 32) contém a distribuição de todos os quadrados de monitorização no interior da FR (FRT1-FRT11 para Tradescantia fluminensis; FR1-FR18 para invasoras em comunidades florestais) e no Pinhal do Marquês (PM1-PM2 para invasoras em comunidades florestais), pela seguinte organização:

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Pinhal do Marquês Quadrado de monitorização em comunidade florestal - invasora Acacia dealbata - PM1 Quadrado de monitorização em comunidade florestal - Invasora Acacia longifolia - PM2 Floresta Relíquia Quadrados de monitorização da invasora Tradescantia fluminensis - FRT1 a FRT11 Quadrados de monitorização em comunidade florestal - invasora Pittosporum undulatum - FR1, FR2, FR8 Quadrados de monitorização em comunidade florestal - invasora Acacia melanoxylon - FR3, FR4, FR7, FR9, FR10, FR17, FR18 Quadrados de monitorização em comunidade florestal - invasora Acacia dealbata - FR5, FR16 Quadrados de monitorização em comunidade florestal - invasora Prunus laurocerasus - FR6, FR11, FR13, FR14 Quadrado de monitorização em comunidade florestal - invasora Robinia pseudoacacia - FR12 Quadrado de monitorização em comunidade florestal - invasora Ailanthus altissima - FR15

Fig. 34. Localização e identificação dos quadrados de monitorização de Tradescantia fluminensis (FRT1 a FRT11) e das diversas invasoras em comunidade florestal (PM1 a PM2; FR1 a FR18).

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Grelhas de registo das intervenções florestais No seguimento da metodologia mencionada nos relatórios anteriores, relativa ao Dossier de Campo e às Grelhas de Registo previamente elaboradas para preenchimento pelos funcionários da FMB, deu-se continuidade à sistematização das mesmas, sendo que, no presente relatório apresentam-se as Grelhas de Registo (Anexos VII e VIII), relativas às intervenções florestais realizadas nas imediações dos quadrados de monitorização. Estas grelhas, foram preenchidas pelos funcionários da FMB à medida que foram realizando as intervenções florestais no interior das manchas sinalizadas (pela situação de referência). A acompanhar estas grelhas, foram ainda elaboradas duas cartas digitais no software ArcGis 10 (©ESRI), nomeadamente o Mapa 1 com a numeração das manchas de espécies invasoras (Anexo IV) e o Mapa 2 com a numeração das espécies invasoras isoladas (Anexo V).

Levantamentos de cobertura nos quadrados de monitorização Para a avaliação da evolução das comunidades florestais no interior dos quadrados de monitorização, deu-se continuidade aos levantamentos de % de coberturas da vegetação presente no interior dos quadrados de amostragem. No âmbito da metodologia pré-estabelecida, descrita nos relatórios anteriores, foram realizados os levantamentos de % cobertura antes de qualquer intervenção (situação préBright) e depois das intervenções (situação pós-Bright) em todos os quadrados de monitorização de Tradescantia fluminensis e das invasoras em comunidade florestal.

Nas parcelas de Tradescantia fluminensis foi aplicado o método de inventário sazonal baseado na leitura 2 de % de cobertura em 3 réplicas de 1m por parcela. Neste contexto, para as parcelas FRT4 a FRT11, foram efetuados levantamentos de % cobertura pósBright durante um ano, após a remoção realizada no interior dos quadrados pela UA no Verão de 2013. Quanto às parcelas FRT1 e FRT2 de Tradescantia fluminensis já intervencionadas junto às Portas de Coimbra pelos funcionários da FMB, ainda antes dos trabalhos de monitorização terem início, deu-se continuidade aos levantamentos de % de cobertura em situação pós-Bright (sem situação de referencia prévia). 2

Para os quadrados de 100m , onde são monitorizadas as invasoras em comunidades florestais (FRAdeFRCar-FRLou, PM1-PM2, FR1-FR18), foi realizada uma terceira fase de levantamentos de % de cobertura, após as intervenções florestais. Nestes casos, o inventário foi realizado em situação pósBright durante a Primavera/2015, permitindo obter dados anuais para comparação com os inventários anteriores. Tal como descrito no relatório anterior, a metodologia de levantamento de % de cobertura das comunidades vegetais manteve-se, nomeadamente com a leitura por três estrados de vegetação: 1árvores, 2-arbustos, 3-herbáceas; e medição dos DAP´s (Diâmetro à Altura do Peito) de todos os exemplares arbóreos previamente numerados. Relativamente à medição dos DAP´s, verificou-se que não existiam quaisquer diferenças comparativamente com os dados do ano anterior, pelo que não são apresentados no presente relatório novas medições de DAP´s para as várias espécies. Durante os trabalhos de monitorização efetuados no interior dos 20 quadrados com invasoras em comunidade florestal, foi também realizada uma análise qualitativa acerca dos pontos fortes e pontos fracos observados (Tabela 35).

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 95


a)

b) 2

Fig. 35. a) Detalhe de um quadrado de monitorização de 1m para Tradescantia fluminensis (Cruz Alta) em que se observa a re-invasão desta invasora em situação de pós-intervenção. b) Plântulas de Phillyrea latifolia presentes no interior de um quadrado de monitorização de Tradescantia fluminensis, onde se destaca Panicum repens, a perfazer 95% de cobertura, 3 anos após a remoção manual (portas de Coimbra).

a)

b)

Fig. 36. a) Quadrado de monitorização de Robinia pseudoacacia, após intervenção com descasque do tronco (quadrado FR12). b) Exemplares arbóreos (secos) de Acacia melanoxylon previamente numerados com spray azul (quadrado FR7).

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Intervenções Florestais Desde o início do projeto até à data, foram diversas as intervenções florestais levadas a cabo pelos funcionários da FMB, sobre as espécies invasoras (previamente identificadas na situação de referência). Neste sentido, foram realizados dois tipos distintos de intervenções principais: descasque e arranque no 2 interior dos quadrados de 100m (com invasoras arbóreas em comunidade florestal) e manchas limítrofes, bem como o arranque manual nas parcelas de Tradescantia fluminensis e áreas contíguas. A Tabela 34 refere as diferentes datas de intervenção, sistematizando assim a informação temporal e tipo de intervenções realizadas (constante no Dossier de Campo e nas Grelhas de Registo). Tabela 34. Datas e tipologias de intervenção, nas parcelas com espécies invasoras (em monitorização).

Invasora

Data de intervenção

Tipo de intervenção

Quadrados de Tradescância

Jul a Agt/2013

arranque manual

Jan a Mar/2015

arranque manual

Cruz Alta (1.ª intervenção)

Jan/2015

arranque manual

(2.ª intervenção)

Mar/2015

arranque manual

Nov/2013 a Jan/2014

descasque e arranque

Caifás

Jan a Mai/2014

descasque e arranque

Portas de Coimbra

Abr a Agt/2014

descasque e arranque

Adernal interior

Jun a Agt/2014

descasque e arranque

Cruz Alta

Jan a Mar/2015

descasque e arranque

Manchas limítrofes de Tradescância Portas de Coimbra

Quadrados de Invasoras Arbóreas Manchas Arbóreas

limítrofes

de

Invasoras

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Remoção de Tradescantia fluminensis nas manchas identificadas pela situação de referência Durante o ano transato tiveram continuidade as intervenções no interior das manchas de Tradescantia fluminensis identificadas na situação de referência. Estas intervenções ocorreram nas imediações dos quadrados de monitorização instalados, sendo que, em situações pontuais (FRT8 e FRT9) houve a registar o soterramento de réplicas, o que levou à necessidade de relocalização de 2 quadrados. Por outro lado, houve a registar durante este ano, a aplicação de duas novas técnicas de intervenção: - a realização de “camas”, in situ, de Tradescantia fluminensis previamente arrancada e removida do solo, em vez da remoção total de todo o material orgânico; - cobertura do solo com estilha de Acácia seca, após remoção da Tradescantia fluminensis. O ensaio relacionado com a realização de “camas” de Tradescantia fluminensis previamente arrancada e removida do solo (Fig. 36 – b), está a ser acompanhado, no sentido de perceber se esta técnica (contrária ao sugerido pela bibliografia, mas que agiliza o trabalho moroso de remoção do material arrancado) trará implicações negativas na re-invasão. No entanto, e uma vez que as pilhas de material orgânico são reviradas periodicamente (a fim de evitar progressões vegetativas), aguarda-se pela evolução desta metodologia. Quanto à cobertura com estilha, aplicada sobretudo nas manchas da Cruz Alta identificadas pela situação de referência, poderá retardar o efeito re-invasor da espécie, mas no entanto confere um certo grau de artificialismo à área.

a)

b)

Fig. 37. a) Mancha intervencionada de Tradescantia fluminensis na Cruz Alta, onde são visíveis as margens do caminho com diferenças no subcoberto intervencionado (à esquerda). b) Aspeto do novo subcoberto em recuperação (após remoção de Tradescantia fluminensis) – Cruz Alta.

a)

b)

Fig. 38. a) Aspeto do 'novo' subcoberto dominado por Panicum repens nas Portas de Coimbra. b) “Cama” de Tradescantia fluminensis, metodologia em ensaio e análise – Cruz Alta.

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Intervenções nas invasoras em comunidade florestal, nas manchas identificadas pela situação de referência A partir de Janeiro de 2014 tiveram início as intervenções florestais nas manchas de invasoras sinalizadas na situação de referência. Tendo as espécies alvo, portes sobretudo arbóreos e arbustivos, as intervenções florestais consistiram no descasque do tronco dos exemplares de média/grande dimensão e arranque (por vezes com corte combinado) dos indivíduos de menor dimensão. No seguimento das intervenções realizadas, as espécies invasoras reagiram favoravelmente, pelo que até à data, à exceção de Prunus laurocerasus e alguns exemplares de Pittosporum undulatum, a maioria dos exemplares intervencionados já secou ou encontra-se em estado decrépito. Estas intervenções de fundo realizadas na FR, levantam a hipótese das intervenções florestais realizadas nas “imediações” de cada quadrado, poderem vir a afetar a evolução das comunidades vegetais no seu interior. De um modo geral, o que se verifica, é uma alteração significativa do coberto arbóreo de alguns quadrados, que acabam por ficar com clareiras, o que deverá contribuir numa primeira fase, para o aumento da cobertura e riqueza específica do estrato herbáceo. No entanto, se por um lado as invasoras arbóreas, agora secas, “abrem lugar” para que novas espécies se possam implementar, por outro lado, nalguns casos, sobretudo nos quadrados do Pinhal do Marquês (PM1 e PM2), há um “novo” banco de sementes das espécies invasoras que já apresenta taxas de cobertura muito significativas ao nível do estrato herbáceo. Esta ocorrência associada também ao rebentamento por toiça de muitos exemplares invasores arbóreos e arbustivos secos, tornam urgente a realização de novas intervenções florestais no interior dos quadrados. É ainda de referir, que, no interior dos quadrados e áreas limítrofes, permanece até à data, um elevado número de exemplares arbóreos completamente secos, que devem ser removidos com brevidade, a fim de evitar possíveis quedas com riscos colaterais subsequentes (pessoas, bens, infraestruturas, bem como a própria comunidade vegetal).

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3.2.2.2. Análise e Tratamento de Dados Tratamento Estatístico de Dados em IBM SPSS Statistics 20

Para avaliar a eficácia das intervenções florestais nas manchas de invasoras existentes no Pinhal do Marquês e na Floresta Relíquia, foi realizada uma base de dados relativa à evolução das % de cobertura observadas ao longo do tempo nos diversos quadrados de monitorização. Posteriormente procedeu-se à organização e transferência dos dados para o Software IBM SPSS Statistics 20. Para a análise estatística, recorreu-se aos dados de estatística descritiva, à análise das caixas de bigodes e à aplicação de vários testes estatísticos, consoante a natureza e distribuição dos dados (variáveis independentes e/ou repetidas, testes paramétricos e testes não paramétricos).

Com o objetivo de realizar uma análise evolutiva relativamente à evolução das comunidades florísticas presentes no interior dos quadrados de monitorização, os dados recolhidos ao nível das % de cobertura das espécies foram submetidos a uma análise comparativa, nomeadamente ao longo do tempo, tendo (na maioria dos quadrados de amostragem) como base comparativa, a situação de referência antes de qualquer tipo de intervenção e depois da remoção e/ou descasque dos indivíduos invasores. Assim, para cada quadrado de amostragem fixa, as % de cobertura foram analisadas ao longo do tempo, no sentido de avaliar se existem diferenças significativas antes, depois e ao longo do tempo. Para os diversos cálculos estatísticos, a hipótese nula (H0) é a de que não existem diferenças significativas nas médias ou medianas da % de cobertura das comunidades florísticas presentes. A hipótese alternativa (H1) é a de que existem diferenças significativas na % de cobertura pelo menos num dos grupos analisados (antes, depois, 6 meses, 1 ano, 1,5 ano, 2 anos, entre outros)

No tratamento estatístico, os dados de referência préBRIGHT (antes das intervenções florestais) foram classificadas como sendo o grupo “antes”, enquanto os dados pósBRIGHT foram classificados em diversos grupos temporais como “depois”, “6 meses”, “1 ano”, “1,5 ano” e “2 anos”, entre outros. Neste contexto, e de acordo com a natureza dos dados em análise, foram utilizados testes estatísticos para análise comparativa das populações florísticas com recurso à aplicação de pressupostos de comparações múltiplas - ANOVA; teste estatístico não paramétrico de K amostras repetidas – Friedman; testes não paramétricos Wilcoxon e Sinais; e ainda o teste estatístico não paramétrico para comparação de medianas de duas amostras independentes - U de Mann-Whitney.

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Parcelas da invasora Tradescantia fluminensis (FRT1 a FRT11) FRT1 a FRT3 Relativamente à monitorização da invasora Tradescantia fluminensis nas 11 parcelas de monitorização, 2 com três réplicas de quadrados de 1m cada parcela, foi realizada uma terceira fase de inventários, ao longo do ano transato. Neste sentido, os levantamentos das % de cobertura foram organizados de 2 formas distintas tendo em conta a tipologia dos dados. Assim, para as parcelas FRT1 e FRT2, intervencionadas em Maio de 2012, antes dos trabalhos de monitorização terem início, os dados foram organizados temporalmente (através das médias de % cobertura das 3 réplicas) em situação de pósintervenção, nomeadamente: passados “6 meses”,” 1 ano”, “1,5 ano”, “2 anos”, “2,5 anos” e “3 anos”.

Uma vez que não existia a situação de referência para estes quadrados, nos relatórios anteriores considerou-se FRT3 a parcela controlo (ou referência) para FRT1 e FRT2, por se tratar de uma parcela contígua com as mesmas características. No entanto, como os 3 quadrados de FRT3 acabaram por ser inviabilizados durante uma intervenção em que removeram as espécies de toda a parcela, inclusive as que estavam a ser monitorizadas, esta parcela continua a ser monitorizada, mas apenas para avaliação da sua evolução. Neste sentido, a monitorização de FRT1 e FRT2 continua a fazer-se, mas sem dados pré-intervenção (ou controlo).

Para comparar os dados das % de cobertura ao longo do tempo e perceber se há diferenças significativas nas populações após as intervenções florestais, foi aplicado o teste estatístico da ANOVA de 1 Fator de amostras (ou medidas) repetidas para as condições: fator A - Tempo (variável repetida) condições: 1 – 6 meses 2 – 1 ano 3 – 1,5 ano 4 – 2 anos 5 – 2,5 anos 6 – 3 anos

Partindo da questão: será que há diferenças significativas na % de cobertura da população ao longo do tempo (6 meses, 1 ano, 1,5 ano, 2 anos, 2,5 anos e 3 anos)? Consideraram-se as hipóteses nula (H0) e alternativa (H1): H0: não há diferenças significativas ao longo do tempo. H1: há diferenças significativas em pelo menos um dos períodos temporais. Para todas as parcelas analisadas, verificou-se que os requisitos da ANOVA não eram totalmente cumpridos, nomeadamente a normalidade dos resíduos. Neste sentido, foi aplicado o teste não paramétrico de Friedman de K amostras repetidas para comparação de medianas de K amostras emparelhadas (6 meses, 1 ano, 1,5 ano, 2 anos, 2,5 anos e 3 anos).

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FRT4 a FRT11 Quanto às parcelas de FRT4 a FRT11, foram realizados todos os levantamentos da situação de referência (pré-intervenção), e durante o ano transato efetuados diversos levantamentos sazonais que permitiram organizar os dados da seguinte forma: “antes” (pré-intervenção) e (pós-intervenção) – “depois”, “6 meses”, “9 meses”, “1 ano”, “1,5 ano”, “1,9 anos” e “ 2 anos”. Neste sentido, os dados foram tratados para cada parcela individualmente através das médias de % cobertura das 3 réplicas (33 2 quadrados de 1m no total), considerando a comparação de 8 populações temporais: a população florística préBright definida no SPSS por grupo “antes” e as população florísticas pósBright definidas como grupo “depois”, “6 meses”, “9 meses” e “1 ano”, “1,5 ano”, “1,9 anos” e “ 2 anos”.

Para comparar os dados das % de cobertura ao longo do tempo e perceber se há diferenças significativas nas populações antes e após as intervenções florestais, foi aplicado o teste estatístico da ANOVA de 1 Fator de amostras (ou medidas) repetidas com 8 condições: fator A - Tempo (variável repetida) condições: 1 - antes 2 – depois 3 – 6 meses 4 – 9 meses 5 – 1 ano 6 - 1,5 ano 7 – 1,9 anos 8 – 2 anos

Partindo da questão: será que há diferenças significativas na % de cobertura da população ao longo do tempo? Consideraram-se as hipóteses, nula (H0) e alternativa (H1): H0: não há diferenças significativas ao longo do tempo. H1: há diferenças significativas em pelo menos um dos períodos temporais. Contudo, para todas as parcelas analisadas, verificou-se que os requisitos da ANOVA não eram totalmente cumpridos, nomeadamente a normalidade dos resíduos. Neste sentido, foi aplicado o teste não paramétrico de Friedman para comparação de medianas de 8 amostras emparelhadas (antes, depois, 6 meses, 9 meses, 1 ano, 1,5 ano, 1,9 anos e 2 anos).

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Parcelas de invasoras das comunidades florestais (PM1-PM2, FRAde-FRCar-FRLou e FR1- FR18) 2

Em relação às invasoras em comunidades florestais, monitorizadas nos quadrados de 100m , e após uma fase de intervenções florestais realizadas nas imediações dos quadrados, foi realizada uma terceira fase de inventário onde se realizaram os levantamentos das % de cobertura em situação de pósintervenção Neste sentido, os dados foram tratados para cada quadrado individualmente (23 quadrados no total), considerando a comparação de três populações temporais: a população florística préBright definida no SPSS por grupo “antes” e as populações florísticas pósBright definidas como grupo “1 ano” e “2 anos”.

Para comparar os dados das % de cobertura ao longo do tempo e perceber se há diferenças significativas na população após as intervenções florestais, foi aplicado o teste estatístico da ANOVA de dois fatores mistos, a saber: fator A - Tempo (variável repetida) condições: 1 - antes 2 – 1 ano 3 – 2 anos fator B – Tipo de estrato (variável independente) condições: 1 - árvores 2- arbustos 3 - herbáceas

Partindo da questão de base: Será que há diferenças significativas na % de cobertura da população ao longo do tempo (antes e depois: 1 ano, 2 anos) consoante os três estratos de vegetação (1-árvores, 2arbustos, 3-herbáceas)? Consideraram-se as hipóteses nula (H0) e alternativa (H1): H0: não há diferenças significativas ao longo do tempo consoante os estratos de vegetação. H1: há diferenças significativas pelo menos num dos grupos de variáveis. Para a maioria dos quadrados, foi também realizado um segundo teste da ANOVA apenas com dois estratos (1-arbóreas e 2 – arbustivas) com o objetivo de cumprir na totalidade os pressupostos da ANOVA e deste modo validar a análise estatística.

Nos casos em que os requisitos da ANOVA não estão cumpridos (esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos), foi aplicado o teste para comparação de medianas de duas amostras emparelhadas (antes, 1 ano, 2 anos), nomeadamente os testes não paramétricos Wilcoxon e Sinais. Para estes casos, HO é: não há diferenças significativas na % de cobertura ao longo do tempo e H 1 é: há diferenças significativas na % de cobertura ao longo do tempo. No entanto e por forma a validar os resultados estatísticos, foram realizados para todos os quadrados dois tipos de testes: comparação de medianas de três amostras emparelhadas (apenas para comparar os três períodos temporais) e ANOVA de dois fatores mistos.

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3.2.2.3. Resultados da monitorização Tabela 35. Síntese dos dados relativos aos pontos fortes e fracos, observados nos diversos quadrados de amostragem fixa, durante os trabalhos de monitorização.

Pontos Fortes

Pontos Fracos

Tradescantia fluminensis  Recuperação do subcoberto com o surgimento de espécies nativas (Foto 2 e 3);  Germinação de plântulas de Phillyrea latifolia (significativamente maior nas parcelas instaladas nas Portas de Coimbra);  Recolonização de Tradescantia fluminensis (intervencionada no Verão de 2013) para o interior dos quadrados é em muitos casos relativamente lenta, o que permitirá programar atempadamente novas intervenções (preferencialmente durante o Verão);  Aumento da riqueza específica (Foto 5);  Nas parcelas com abundância de árvores caducifólias, parece haver uma relação entre a cobertura do solo com folhagem de Outono e a maior dificuldade para a reinvasão da Tradescantia fluminensis;  Panicum repens, parece ser atualmente a espécie dominante, na substituição de Tradescantia fluminensis, sobretudo nas portas de Coimbra (Foto 7);  As espécies autóctones que estão a colonizar os locais onde existia Tradescantia fluminensis são diversas: Polypodium cambricum, Polygonatum odoratum, Ruscus aculeatus, Viburnum tinus, Laurus nobilis, Phillyrea latifolia, Tamus communis, Smilax aspera, Hedera hibernica e Umbelicus rupestris;

 A germinação de nativas (nomeadamente de Phillyrea latifolia) parece ter pouca viabilidade;  Nas parcelas da Cruz Alta, a germinação de Phillyrea latifolia é muito reduzida, o que pode estar relacionado com o envelhecimento do Adernal nesta zona;  A “limpeza do solo” está em alguns casos a dar lugar à implementação de novas invasoras (como referido por alguns autores). Este aspeto é mais visível em áreas de maior perturbação, como nas portas de Coimbra, com o surgimento de Oxalis pes-caprae e Conyza canadensis;  Na Cruz Alta a camada de solo removido, foi bastante elevada e o impacto visual da cobertura com estilha confere um ar artificializado à zona;

Invasoras em Comunidade Florestal  Nos quadrados instalados no interior da FR, sobretudo em zonas onde as folhosas são abundantes, ocorre um coberto de folhagem de Outono sobre o solo, que parece limitar a germinação do banco de sementes das espécies invasoras;  De um modo geral observa-se a germinação de uma quantidade apreciável de nativas (sobretudo nos quadrados instalados no interior da FR);  Ocorrência da germinação de “novas” espécies de árvores, possivelmente disseminadas pelo vento e pelas aves, que agora poderão ver nas clareiras deixadas pelas invasoras, um melhor acesso ao solo;  Ligeiro aumento da riqueza específica no interior dos

 Nos 2 quadrados instalados no PM, onde não existe cobertura de folhagem de Outono ao nível do solo, apesar dos exemplares arbóreos (Acacia dealbata, Acacia longifolia e Acacia melanoxylon), terem secado, há uma forte germinação do banco de sementes de espécies invasoras, que deverão ser rapidamente intervencionadas mediante o arranque manual;  Na maioria dos quadrados monitorizados, observase a re-invasão pela via vegetativa, nomeadamente pelo rebentamento pela raiz (em exemplares invasores totalmente secos). Este aspeto parece ter maior expressão nos quadrados onde existe uma

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quadrados intervencionados (sobretudo ao nível do estrato 3);  Na zona de Caifás, nomeadamente na maior mancha de Pittosporum undulatum, observa-se uma excelente recuperação do subcoberto, com uma grande germinação de espécies nativas. Por outro lado, as plantações que têm sido levadas a cabo pela FMB, também apresentam um bom estado vegetativo, pelo que no conjunto, esta área fortemente intervencionada, parece apresentar bons sinais de recuperação ecológica;

cobertura significativa de musgos, que possivelmente aumentam a humidade do solo, favorecendo este tipo de correlação;  Em áreas limítrofes intervencionadas, há ocorrência de novas invasoras: Phytolacca americana e Conyza canadensis, sobretudo no Pinhal do Marquês;  À data do presente relatório, verifica-se a ocorrência de muitos exemplares (previamente descascados) já completamente secos e em risco de queda, que deverão ser objeto de remoção;

Até à data, relativamente à Tradescantia fluminensis, os levantamentos de coberturas de vegetação pósintervenção, realizados em todos os quadrados de 1m2 instalados na FR, permitiram observar através do tratamento estatístico em IBM SPSS Statistics 20, algumas diferenças significativas entre a % de cobertura pré-intervenção e pós-intervenção. No entanto, 9 meses após a ultima análise estatística, começam a surgir novos dados que levarão provavelmente a outros resultados estatísticos e/ou a novas interpretações. Neste sentido, no presente relatório, optou-se por indicar algumas evidências observáveis, e que atualmente podem ser classificadas como pontos fortes e pontos fracos (Tabela 1).

O ensaio relacionado com a realização de “camas” de Tradescantia fluminensis previamente arrancada e removida do solo (Foto 8), está a ser analisado, no sentido de perceber se esta técnica (que agiliza o trabalho moroso de remoção do material arrancado), trará implicações negativas na re-invasão. No entanto, e uma vez que as pilhas de material orgânico são reviradas periodicamente (a fim de evitar progressões vegetativas), aguarda-se pela evolução desta metodologia.

Para os quadrados de 100m2, onde são monitorizadas as invasoras em comunidades florestais, e após se ter verificado, através do último tratamento estatístico, uma ligeira tendência para algumas alterações da percentagem de cobertura do coberto arbóreo, os levantamentos mais recentes efetuados durante este ano, mostram algumas evidências abaixo indicadas:

Na lista das invasoras monitorizadas que parecem evidenciar maiores dificuldades de controlo, nomeadamente os indivíduos de média/grande dimensão, continua a evidenciar-se Prunus laurocerasus que até à data evidencia bom estado vegetativo após as ações de descasque, e Ailanthus altissima que após arranque manual de todos os indivíduos presentes no quadrado FR15, apresenta (após 5 meses) diversos exemplares de pequena dimensão a germinar novamente.

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3.2.2.3.1. Monitorização de Tradescantia fluminensis Análise estatística dos dados de monitorização das parcelas de Tradescantia fluminensis Parcelas sem situação de referência, FRT1 e FRT2 Tabela 36. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura ao longo do tempo (pósBright – 6 meses, 1,5 ano, 2,5 anos e 3 anos). 6 meses M

1,5 ano DP

M

2,5 anos DP

M

3 anos DP

M

DP

,000

,090

,001

,129

FRT1 - Tradescantia fluminensis intervencionada por FMB (s/ cobertura) n=20

,000

,013

,003

,077

,000

,072

FRT2 - Tradescantia fluminensis intervencionada por FMB (c/ cobertura) n=19

,000

,012

,001

,050

,000

,125

M: mediana, DP: desvio-padrão; n: dimensão da amostra. Tabela 37. Resultados do teste não paramétrico, Friedman para variável tempo (6 meses, 1,5 ano, 2,5 anos e 3 anos) na mediana da % de cobertura das comunidades vegetais. Este teste foi aplicado, uma vez que não foram cumpridos os pressupostos da ANOVA testada (Anova de um fator de amostras repetidas). Parcela

n

ᵡ2

p-value

Resultado

(Friedman )

(Friedman)

FRT1 - Tradescantia fluminensis intervencionada por FMB (s/ cobertura) 20

14,526

,001*

X H0

FRT2 - Tradescantia fluminensis intervencionada por FMB (c/ cobertura) 19

12,440

,004*

X H0

Foram realizados os testes acima referidos com exata significância e p-value = 0,05, para a comparação estatística das % de cobertura entre os 4 grupos temporais. *estatisticamente significativo p < 0,05.

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FRT1 Pelo teste não paramétrico de Friedman, p-value=0,001<0,05, observa-se que há diferenças significativas ao longo do tempo em pelo menos um dos períodos temporais analisados. Pelo teste dos pares (Wilcoxon Signed Ranks Test e Sign Test ) e análise da caixa de bigodes, observase uma diferença significativa entre as medianas das % de cobertura da população aos 6 meses (relativa ao inventário de Outono de 2012) comparativamente aos restantes períodos temporais. Através da caixa de bigodes, observa-se ainda uma maior variância no período temporal de 1,5 ano, que é equivalente com uma maior riqueza específica.

Fig. 39 - Valores estimados de cobertura, no quadrado FRT1, ao longo do tempo após a intervenção.

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FRT2 Para este quadrado, o teste de Friedman tem um p-value=0,004, ou seja, existem diferenças significativas ao longo dos períodos temporais analisados. Através dos testes dos pares (Wilcoxon Signed Ranks Test e Sign Test) e da análise da caixa de bigodes, verifica-se que as diferenças temporais ocorrem sobretudo ao nível da % de cobertura da comunidade vegetal levantada 6 meses após as intervenções realizadas. Esta população (6 meses) corresponde ao inventário do Outono de 2012.

Fig. 40 - Valores estimados de cobertura, no quadrado FRT2, ao longo do tempo após a intervenção.

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Parcela com situação de referência, FRT3 (intervencionada) Tabela 38. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura ao longo do tempo (préBright – antes; pósBright – depois, 1 ano, 2 anos). antes M

depois DP

M

1 ano DP

M

2 anos DP

M

DP

FRT3 - Tradescantia fluminensis (intervencionada) n=24

,000

,187

,000

,007

,001

,065

,000

,069

M: mediana, DP: desvio-padrão; n: dimensão da amostra.

Tabela 39. Resultados do teste não paramétrico, Friedman para variável tempo (antes, depois, 1 ano, 2 anos) na mediana da % de cobertura das comunidades vegetais. Este teste foi aplicado, uma vez que não foram cumpridos os pressupostos da ANOVA testada (Anova de um fator de amostras repetidas). Parcela

n

ᵡ2

p-value

Resultado

(Friedman )

(Friedman)

,000*

X H0

FRT3 - Tradescantia fluminensis (intervencionada) 24

19,481

Foram realizados os testes acima referidos com exata significância e p-value = 0,05, para a comparação estatística das % de cobertura entre os grupos 4 grupos temporais. *estatisticamente significativo p < 0,05.

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FRT3 Pelo teste não paramétrico de Friedman, p-value=0,000<0,05, pelo que indica existirem diferenças significativas ao longo do tempo em pelo menos um dos períodos temporais analisados. No entanto, como p-value=0, este resultado torna-se inconclusivo. Pelo teste dos pares (Wilcoxon Signed Ranks Test e Sign Test) e análise da caixa de bigodes, observase várias diferenças entre as medianas das % de cobertura da população, a saber: população “antes” ≠ populações “1 ano” e “2 anos”; população “depois” ≠ populações “1 ano” e “2 anos”. É de salientar no entanto, que os resultados para este quadrado não poderão ser validados, uma vez que os levantamentos relativos à Primavera de 2014, não foram realizados devido a uma intervenção por lapso, realizada por funcionários da FMB. Neste sentido, todos os levantamentos da % de cobertura a partir dos “6 meses” não correspondem a uma medida efetiva. Salienta-se ainda que que as correspondências com as estações do ano são: antes – Outono/2012, depois – Verão/2013; 1 ano – Verão/2014; 2 anosVerão/2015.

Fig. 41- Valores estimados de cobertura, no quadrado FRT3, ao longo do tempo.

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Parcelas com situação de referência, FRT4 a FRT11 Tabela 40. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura ao longo do tempo (préBright – antes, pósBright – depois, 6 meses, 9 meses, 1 ano, 1,5 anos, 1,9 anos e 2 anos). antes M

DP

depois M

DP

6 meses

9 meses

1 ano

1,5 anos

1,9 anos

M

DP

M

DP

M

,008

,007

,010

,029

,002

,051

,003

,000

,039

,000

2 anos

DP

M

DP

M

DP

M

DP

,007

,018

,027

,043

,023

,040

,033

,042

0,51

,000

,055

,001

,066

,005

,065

,000

,068

,002

,060

,000

,017

,001

,053

,001

,050

,000

,025

,020

,003

,019

,002

,018

,002

0,22

,005

,021

,000

,023

,001

,026

,001

,047

,000

,042

,000

,028

,000

,032

,000

,032

,000

,029

,000

,114

,000

,090

,000

,003

,000

,002

,000

,005

,000

,027

,007

,027

,000

,055

,000

,056

,000

,059

,000

,056

,000

,046

,004

,053

,001

,046

,003

,060

,004

,064

,001

,066

FRT4 - Tradescantia fluminensis n=7

,000

,369

,000

,006

FRT5 - Tradescantia fluminensis n=21

,000

,046

,000

,063

FRT6 - Tradescantia fluminensis n=27

,000

,085

,000

,026

FRT7 - Tradescantia fluminensis n=21

,000

,066

,000

,031

FRT8 - Tradescantia fluminensis n=22

,000

,166

,000

,029

FRT9 - Tradescantia fluminensis n=19

,000

,215

,000

,000

FRT10 - Tradescantia fluminensis n=19

,000

,187

,000

,023

FRT11 - Tradescantia fluminensis n=13

,000

,184

,001

,028

M: mediana, DP: desvio-padrão; n: dimensão da amostra.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 111


Tabela 41. Resultados do teste não paramétrico, Friedman para variável tempo (antes, depois, 6 meses, 9 meses, 1 ano) na mediana da % de cobertura das comunidades vegetais. Este teste foi aplicado, uma vez que não foram cumpridos os pressupostos da ANOVA testada (Anova de um fator de amostras repetidas). Parcela

n

ᵡ2

p-value

Resultado

(Friedman )

(Friedman)

FRT4 - Tradescantia fluminensis 7

27,836

,000*

X H0

21

8,619

,281

√ H0

27

19,785

,006*

X H0

21

13,974

,052

√ H0

22

12,918

,074

√ H0

19

13,294

,065

√ H0

19

25,487

,001*

X H0

13

15,264

,033*

X H0

FRT5 - Tradescantia fluminensis

FRT6 fluminensis

FRT7 fluminensis

FRT8 fluminensis

FRT9 fluminensis

FRT10 fluminensis

FRT11 fluminensis

Tradescantia

Tradescantia

Tradescantia

Tradescantia

Tradescantia

Tradescantia

Foram realizados os testes acima referidos com significância assintótica e p-value = 0,05, para a comparação estatística das % de cobertura entre os grupos temporais. *estatisticamente para p < 0,05.

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FRT4 Pelo teste não paramétrico de Friedman, p-value=0,000<0,05, pelo que há diferenças significativas ao longo do tempo em pelo menos um dos períodos temporais analisados. Pelo teste dos pares (Wilcoxon Signed Ranks Test e Sign Test) e análise da caixa de bigodes (após a remoção de um outliner), observam-se várias diferenças significativa entre as medianas das % de cobertura da população ao longo do tempo, a saber: “depois”≠ “9 meses”, “1,5 ano”, “1,9 anos”, “2 anos”; “1 ano” ≠ “1,5 ano”, “1,9 anos”, “2 anos”. As populações “depois”, “1 ano” e “2 anos”, correspondem respectivamente aos inventários de Verão/2013, Verão/2014 e Verão/2015.

Fig. 42- Valores estimados de cobertura, no quadrado FRT4, ao longo do tempo.

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FRT5 Para esta parcela, o teste de Friedman tem um p-value=0,281, ou seja, não existem diferenças significativas ao longo dos períodos temporais analisados. Através da análise da caixa de bigodes (após a remoção de um extremo), confirma-se que não há diferenças nas comunidades vegetais tendo em conta a situação de referência (antes - préBright) e a evolução ao longo do tempo (pósBright).

Fig. 43- Valores estimados de cobertura, no quadrado FRT5, ao longo do tempo.

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FRT6 Pelo teste não paramétrico de Friedman, p-value=0,006<0,05, pelo que há diferenças significativas ao longo do tempo em pelo menos um dos períodos temporais analisados. Pelo teste dos pares (Wilcoxon Signed Ranks Test e Sign Test) e análise da caixa de bigodes (com remoção de 4 extremos), observa-se que a diferença ocorre sobretudo entre as populações: “antes”≠ “9 meses”, “1 ano”, “1,9 anos”; “9meses” ≠ “2 anos”; “1,5 ano” ≠ “2 anos”. Neste sentido, considera-se que houve alteração nas % de cobertura da população desta parcela entre a situação préBright (antes – Verão/2013) e a situação temporal pósBright.

Fig. 44 - Valores estimados de cobertura, no quadrado FRT6, ao longo do tempo.

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FRT7 Para esta parcela, o teste de Friedman tem um p-value=0,52, ou seja, não existem diferenças significativas ao longo dos períodos temporais analisados. Através da análise da caixa de bigodes (após a remoção de três extremos), confirma-se que não há diferenças nas comunidades vegetais tendo em conta a situação de referência (antes - préBright) e a evolução ao longo do tempo (pósBright).

Fig. 45 - Valores estimados de cobertura, no quadrado FRT7, ao longo do tempo.

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FRT8 Pelo teste não paramétrico de Friedman, p-value=0,074>0,05, pelo que não há diferenças significativas ao longo dos períodos temporais analisados. Pela caixa de bigodes (após a remoção de 4 outliners e extremos), confirma-se que não há diferenças significativas na distribuição das populações vegetais tendo em conta a situação de referência (antes préBright) e a evolução ao longo do tempo.

Fig. 46 - Valores estimados de cobertura, no quadrado FRT8, ao longo do tempo.

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FRT9 Para esta parcela, o teste de Friedman tem um p-value=0,065, ou seja, não existem diferenças significativas ao longo dos períodos temporais analisados. Através da análise da caixa de bigodes (após a remoção de três extremos), confirma-se que não há diferenças nas comunidades vegetais tendo em conta a situação de referência (antes - préBright) e a evolução ao longo do tempo (pósBright).

Fig. 47 - Valores estimados de cobertura, no quadrado FRT9, ao longo do tempo.

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FRT10 Pelo teste não paramétrico de Friedman, p-value=0,001<0,05, pelo que há diferenças significativas ao longo do tempo em pelo menos um dos períodos temporais analisados. Pelo teste dos pares (Wilcoxon Signed Ranks Test e Sign Test) e análise da caixa de bigodes, observam-se diferenças significativa entre as medianas das % de cobertura na distribuição da população, a saber: população “9 meses” ≠ populações “antes”, “depois”, “6 meses” e “1,5 ano”. Neste sentido, considera-se que houve alteração nas % de cobertura da população desta parcela entre a situação préBright (antes – Verão/2013) e a situação temporal pósBright (sobretudo em “9meses” – Primavera/2014).

Fig. 48 - Valores estimados de cobertura, no quadrado FRT10, ao longo do tempo.

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FRT11 Para esta parcela, o teste de Friedman tem um p-value=0,033, ou seja, existem diferenças significativas em pelo menos um dos períodos temporais analisados. Através do teste dos pares (Wilcoxon Signed Ranks Test e Sign Test) e da análise da caixa de bigodes (após a remoção de três extremos), confirma-se que existem diferenças significativas ao longo do tempo, sobretudo na distribuição da população pósBright “1,9 anos” ≠ populações pósBright “6 meses” e “1 ano”.

Fig. 49 - Valores estimados de cobertura, no quadrado FRT11, ao longo do tempo.

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3.2.2.3.2. Monitorização de invasoras em comunidades florestais Estratos de vegetação (layer) de acordo com o ICP Forests Manual (BFH, 2002) 1 – estrato arbóreo (plantas lenhosas e escandentes com altura > 5 m) 2 – estrato arbustivo (plantas lenhosas e escandentes com altura > 0,5 m e < 5m e < 5 m) 3 – estrato herbáceo (plantas não lenhosas e lenhosas com altura < 0,5 m) Nota: plântulas e árvores abaixo de 0,5 m foram incluídas no estrato herbáceo *DAP mínimo (aproximadamente 5 cm)

Quanto aos dados relativos aos DAP´s (Diâmetro à Altura do Peito) medidos para as árvores (estrato 1), não foram até à data realizadas comparações estatísticas para avaliar possíveis alterações de biomassa arbórea, uma vez que no período decorrido verificou-se a inexistência de diferenças de DAP´s ao nível das várias espécies, o que está de acordo com o expectável para este tipo de medida, uma vez que a avaliação de DAP´s requer uma análise a médio/longo prazo (aproximadamente 2/3 anos) para avaliar possíveis diferenças de crescimentos. Neste sentido, e de forma a organizar e sistematizar os dados recolhidos para os 23 quadrados de monitorização, foram realizadas tabelas de inventário com as % de cobertura pré-Bright (antes) e pósBright (depois/1ano; depois/2anos), sendo que, os DAP´s arbóreos e respetivos cálculos adicionais de BA (Área Basal) e SBA (Área Basal de Suporte) mantêm-se os mesmos do relatório de 2013 (pelo que optámos não os repetir no presente relatório).

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Monitorização de Controlo de Invasoras em comunidades florestais HABITATS NATURAIS Quadrados de controlo Tabela 42. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (préBright – antes; pósBright: 1 ano e 2 anos). Nestes quadrados não ocorreram intervenções florestais. antes

1 ano

2 anos

FRAde Estratos

n

M

DP

M

DP

M

DP

1 - arbóreo

3

,236667

,1550269

,220000

,1385641

,236667

,1550269

2 - arbustivo

6

,081667

,0767246

,085833

,0839295

,087833

,0770465

3 - herbáceo

21

,010810

,0326338

,020810

,0756304

,032381

,1187436

Estratos

n

M

DP

M

DP

M

DP

1 - arbóreo

4

,180000

,1783255

,130000

,1116542

,130000

,1116542

2 - arbustivo

5

,104600

,1199512

,095600

,1004206

,112000

,1205508

3 - herbáceo

10

,053100

,1570537

,050100

,1405912

,057800

,1624567

Estratos

n

M

DP

M

DP

M

DP

1 - arbóreo

7

,110714

,0827863

,110000

,0838650

,115714

,0816205

2 - arbustivo

6

,139167

,2329038

,137500

,2406605

,145000

,2489980

3 - herbáceo

13

,009462

,0204679

,009769

,0176972

,014154

,0277304

FRCar

FRLou

M: média, DP: desvio-padrão; n: dimensão da amostra.

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Tabela 43. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, 1 ano, 2 anos) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2arbustivo, 3 - herbáceo). Quadrad o

Fatores

F

p-value

(3estratos )

(3estratos )

tempo

,359

,700

√ H0

estrato

8,703

,001

X H0

tempo*estrat o

,259

,903

tempo

4,080

estrato tempo*estrat o

da ANOVA

Resultad o

F

p-value

(2estratos )

(2estratos )

1,199

,331

√ H0

3,948

,087

√ H0

√ H0

1,519

,253

√ H0

,030

X H0

2,529

,138

√ H0

,677

,522

√ H0

,269

,620

√ H0

3,236

,029

X H0

2,383

,150

√ H0

1,683

,216

√ H0

,087

,774

√ H0

,027

,947

√ H0

(Anova 3estratos )

Resultad o (Anova 2estratos )

FRAde

n=30

n=9

FRCar

n=19

n=9

FRLou

n=24

tempo

3,849

,035

X H0

estrato

2,983

,070

√ H0

tempo*estrat o

,035

,979

√ H0

n=1 3

ANOVA de dois fatores mistos, *estatisticamente significativo p < 0,05. A interação entre os fatores A (tempo) e B (estratos) é significativamente significativa para p < 0,05. √ H 0 – aceitar a Hipótese nula; X H0 – rejeitar a Hipótese nula.

FRAde Na Anova de 3 estratos, os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos não estão totalmente cumpridos, pelo que os resultados não se consideram validados. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos são totalmente cumpridos, pelo que se pode concluir que a média da % de cobertura ao longo do tempo, não difere significativamente entre si. O número médio da % de cobertura para os Estratos 1, 2 não difere entre si e a interação dos fatores não é significativa. Em suma, conclui-se que não há diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo.

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FRCar Na Anova de 3 estratos, os pressupostos de esfericidade, homogeneidade são cumpridos a e normalidade dos resíduos só não é cumprida para o estrato 3. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos são cumpridos, pelo que se pode concluir que não há diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo. FRLou Na Anova de 3 estratos, só o pressuposto de esfericidade é cumprido, homogeneidade e normalidade dos resíduos não são cumpridos. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos são cumpridos (à exceção da normalidade dos resíduos para o estrato 2), pelo que se pode concluir que não há diferenças significativas ao longo do tempo e entre os estratos 1 e 2.

PINHAL DO MARQUÊS Quadrados de monitorização com invasoras dominantes - Acacia dealbata e Acacia longifolia Tabela 44. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (préBright – antes; pósBright: 1 ano e 2 anos). antes

1 ano

2 anos

PM1 - Acacia dealbata Estratos

n

M

DP

M

DP

M

DP

1 - arbóreo

5

,148000

,1107700

,114000

,0770065

,102000

,1255787

2 - arbustivo

8

,072125

,0864481

,031750

,0400027

,017250

,0128369

3 - herbáceo

12

,002333

,0033665

,002667

,0036265

,007667

,0059442

PM2 - Acacia longifolia Estratos

n

M

DP

M

DP

M

DP

1 - arbóreo

3

,121667

,0889288

,121667

,0889288

,113333

,1026320

2 - arbustivo

11

,040000

,0416533

,032091

,0410255

,030091

,0432815

3 - herbáceo

19

,012684

,0211609

,010789

,0185280

,013474

,0143851

M: média, DP: desvio-padrão; n: dimensão da amostra.

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Tabela 45Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, 1 ano, 2 anos) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2arbustivo, 3 - herbáceo). Quadrad o

Fatores

F

p-value

(3estratos )

(3estratos )

tempo

3,836

,029*

X H0

estrato

12,231

,000*

X H0

tempo*estrat o

1,652

,178

tempo

1,298

estrato

tempo*estrat o

da ANOVA

Resultad o

F

p-value

(2estratos )

(2estratos )

2,630

,095

√ H0

5,114

,045*

X H0

√ H0

,020

,980

√ H0

,281

√ H0

,980

,390

√ H0

11,548

,000*

X H0

6,059

,030*

X H0

1,050

,389

√ H0

,205

,816

√ H0

(Anova 3estratos )

Resultad o (Anova 2estratos )

PM1 - Acacia dealbata

n=25

n=1 3

PM2 - Acacia longifolia

n=33

n=1 4

ANOVA de dois fatores mistos, *estatisticamente significativo p < 0,05. A interação entre os fatores A (tempo) e B (estratos) é significativamente significativa para p < 0,05. √ H 0 – aceitar a Hipótese nula; X H0 – rejeitar a hipótese nula. PM1 Para a Anova com 3 estratos, os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos são apenas parcialmente cumpridos. O número médio de % de cobertura para o fator Tempo, diferem significativamente entre si. O número médio da % de cobertura para os estratos 1, 2 e 3 difere significativamente para pelo menos um dos estratos, e, a interação dos fatores não é significativa. Das comparações múltiplas pelo método de Bonferroni, obtiveram-se dois grupos homogéneos: Grupo 1 constituído pelo estrato 3 (herbáceas), e Grupo 2 constituído pelos estratos 2 (arbustivas) e 1 (arbóreas). Para a Anova de 2 estratos (1-arbóreo e 2- arbustivo), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos são cumpridos. Assim, o número médio da % de cobertura ao longo do tempo, não difere significativamente entre si. O número médio da % de cobertura entre os estratos 1, 2 difere significativamente, e, a interação dos fatores não é significativa. PM2 Para a Anova de 3 estratos, os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos não são totalmente cumpridos. O número médio da % de coberturaao longo do tempo, não difere significativamente entre si. A distribuição da % de cobertura nos estratos 1, 2 e 3 diferem significativamente para pelo menos um dos estratos e a interação dos fatores não é significativa. Das comparações múltiplas realizadas pelo método de Bonferroni, obtiveram-se dois grupos homogéneos:

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 125


Grupo 1 constituído pelo estrato 1 (arbóreas), e Grupo 2 constituído pelos estratos 2 (arbustivas) e 3 (herbáceas). Para a Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos são cumpridos. O número médio da % de cobertura ao longo do tempo, não difere significativamente entre si, sendo que, a média da % de cobertura entre os estratos 1 e 2, apresenta diferenças significativas entre si. PM1

Fig. 50 - Coberturas estimadas nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela PM1.

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PM2

Fig. 51 - Coberturas estimadas nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela PM2.

FLORESTA RELÍQUIA Quadrados de monitorização com invasora dominante - Pittosporum undulatum Tabela 46. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (préBright – antes; pósBright: 1 ano e 2 anos). antes FR1 undulatum

1 ano

2 anos

Pittosporum

Estratos

n

M

DP

M

DP

M

DP

1 - arbóreo

4

,242500

,1609089

,192500

,1220314

,245000

,1682260

2 - arbustivo

7

,102429

,1010674

,077714

,0809747

,080571

,1020814

3 - herbáceo

18

,007667

,0181983

,008278

,0157548

,010500

,0147419

FR2 undulatum

Pittosporum

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 127


Estratos

n

M

DP

M

DP

M

DP

1 - arbóreo

4

,145000

,0665833

,138750

,0785679

,125000

,0818535

2 - arbustivo

6

,100000

,1275539

,079167

,1344030

,084167

,1561543

3 - herbáceo

23

,008130

,0132915

,009043

,0123674

,013130

,0144074

FR8 undulatum

Pittosporum

Estratos

n

M

DP

M

DP

M

DP

1 - arbóreo

6

,053333

,0260128

,053333

,0260128

,050000

,0246982

2 - arbustivo

8

,071875

,0555452

,058750

,0528306

,061250

,0553399

3 - herbáceo

22

,004091

,0088582

,008318

,0212947

,011227

,0206442

M: média, DP: desvio-padrão; n: dimensão da amostra.

Tabela 47. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, 1 ano, 2 anos) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2arbustivo, 3 - herbáceo). Quadrad o

Fatores

F

p-value

(3estratos )

(3estratos )

tempo

3,689

,032*

X H0

estrato

26,123

,000

X H0

tempo*estrat o

2,380

,065

tempo

3,514

estrato

31,452

da ANOVA

Resultad o

F

p-value

(2estratos )

(2estratos )

1,408

,273

√ H0

7,856

,023*

X H0

√ H0

,756

,486

√ H0

,055

√ H0

1,121

,353

√ H0

,000*

X H0

7,384

,030*

X H0

(Anova 3estratos )

Resultad o (Anova 2estratos )

FR1 Pittosporum undulatum

n=29

n=1 0

FR2 Pittosporum undulatum

n=33

n=9

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 128


tempo*estrat o

2,840

,054

√ H0

,262

,774

√ H0

tempo

,552

,501

√ H0

,924

,381

√ H0

estrato

13,287

,000*

X H0

,254

,623

√ H0

tempo*estrat o

2,842

,058

√ H0

,651

,477

√ H0

FR8 Pittosporum undulatum

n=36

n=1 4

ANOVA de dois fatores mistos, *estatisticamente significativo p < 0,05. A interação entre os fatores A (tempo) e B (estratos) é significativamente significativa para p < 0,05. √ H 0 – aceitar a Hipótese nula; X H0 – rejeitar a Hipótese nula. FR1 Na Anova de 3 estratos, os pressupostso de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos não são totalmente cumpridos. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos são totalmente cumpridos, pelo que se pode concluir que há diferenças significativas na média da % de cobertura entre os estratos 1 e 2. No entanto, como neste caso n= 10, a Anova tende a aceitar HO para amostras inferiores a 10, sendo que, pela Anova de 3 estratos, p-value <0,05 para o factor tempo, o que indica existir pelo menos um período temporal cujo valor médio da % de cobertura é diferente dos restantes períodos temporais analizados. FR2 Na Anova de 3 estratos, os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos não são totalmente cumpridos. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos da Anova estão cumpridos, pelo que se pode concluir que não há diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo. No entanto, e como neste caso, n= 9, a ANOVA tende a aceitar HO para amostras inferiores a 10. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos são totalmente cumpridos, pelo que se pode concluir que há diferenças significativas na média da % de cobertura entre os estratos 1 e 2. FR8 Na Anova de 3 estratos, apenas o pressuposto da normalidade dos resíduos é cumprido. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos estão cumpridos, pelo que se pode concluir que não há diferenças significativas dos estratos 1 e 2 ao longo do tempo. Para o estrato herbáceo e pela análise da caixa de bigodes (com remoção de 3 extremos), observa-se uma diferença significativa ao longo do tempo, nomeadamente ao fim de 2 anos. Este aspecto confirma-se pelo teste não paramétrico de Friedman, sendo que, p-value=0,000 <0,05 (para n=19) e Sign Test a assinalar diferenças significativas para o período temporar pósBRIGHT – 2 anos.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 129


FR1

Fig. 52 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR1.

Fig. 53 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR1.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 130


FR2

Fig. 54 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR2.

Fig. 55 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR2.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 131


FR8

Fig. 56 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR8.

Fig. 57 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR8.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 132


Quadrados de monitorização com invasora dominante- Acacia melanoxylon Tabela 48. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (préBright – antes; pósBright: 1 ano e 2 anos). antes

1 ano

2 anos

FR3 - Acacia melanoxylon Estratos

n

M

DP

M

DP

M

DP

1 - arbóreo

4

,150000

,0912871

,107500

,0650000

,077500

,0932291

2 - arbustivo

6

,076167

,0922180

,063000

,1007174

,049667

,0987252

3 - herbáceo

29

,004034

,0064114

,006103

,0107814

,028828

,1104307

FR4 - Acacia melanoxylon Estratos

n

M

DP

M

DP

M

DP

1 - arbóreo

3

,161667

,1729403

,150000

,1802776

,125000

,1952562

2 - arbustivo

13

,054231

,0687752

,051923

,0722132

,056923

,0744854

3 - herbáceo

19

,006789

,0149130

,010526

,0167974

,012316

,0172661

FR7 - Acacia melanoxylon Estratos

n

M

DP

M

DP

M

DP

1 - arbóreo

5

,070000

,0425735

,065000

,0427200

,051000

,0391152

2 - arbustivo

12

,057083

,0609567

,052917

,0634056

3 - herbáceo

23

,003217

,0059769

,005435

,0085271

,021565

,0616226

,056250

,0646362

FR9 - Acacia melanoxylon Estratos

n

M

DP

M

DP

M

DP

1 - arbóreo

5

,082000

,0465833

,048000

,0544977

,042000

,0576194

2 - arbustivo

11

,083182

,069545

,0874201

,067273

,0878170

,1004060

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 133


3 - herbáceo

21

,003143

,0048917

,004048

,0070532

,009857

,0117910

FR10 - Acacia melanoxylon Estratos

n

M

DP

M

DP

M

DP

1 - arbóreo

4

,097500

,0713559

,098750

,0700446

,081250

,0844961

2 - arbustivo

10

,034000

,0271621

,031000

,0255821

,035000

,0289636

3 - herbáceo

19

,005842

,0095293

,008579

,0129414

,011579

,0135660

FR17 - Acacia melanoxylon Estratos

n

M

DP

M

DP

M

DP

1 - arbóreo

3

,110000

,0360555

,110000

,0360555

,110000

,0360555

2 - arbustivo

11

,063000

,0861116

,057636

,0745510

,053909

,0677797

3 - herbáceo

15

,011133

,0117890

,013533

,0154775

,022000

,0266297

FR18 - Acacia melanoxylon Estratos

n

M

DP

M

DP

M

DP

1 - arbóreo

3

,290000

,3174902

,263333

,2950141

,200000

,1802776

2 - arbustivo

11

,060455

,1000613

,039091

,0346279

,038182

,0296034

3 - herbáceo

15

,004000

,0039821

,005933

,0079054

,017867

,0374583

M: média, DP: desvio-padrão; n: dimensão da amostra.

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Tabela 49. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, 1ano, 2anos) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2arbustivo, 3 - herbáceo). Quadrado

Fatores

F

p-value

Resultado

F

p-value

Resultado

(3estratos)

(3estratos)

(Anova 3estratos)

(2estratos)

(2estratos)

(Anova 2estratos)

tempo

1,163

,297

√ H0

2,657

,105

√ H0

estrato

8,944

,001*

X H0

5,479

,052

√ H0

tempo*estrato

1,642

,202

√ H0

,270

,767

√ H0

tempo

4,610

,017*

X H0

3,396

,048*

X H0

estrato

6,463

,004*

X H0

2,234

,157

√ H0

tempo*estrato

6,568

,000*

X H0

4,924

,015*

X H0

tempo

,044

,862

√ H0

,801

,426

√ H0

estrato

7,250

,002*

X H0

,050

,827

√ H0

tempo*estrato

1,040

,369

√ H0

,855

,407

√ H0

tempo

5,863

,014*

X H0

3,446

,071

√ H0

estrato

7,000

,003*

X H0

,141

,713

√ H0

tempo*estrato

3,545

,028*

X H0

,636

,475

√ H0

tempo

,728

,440

√ H0

,768

,423

√ H0

estrato

14,840

,000*

X H0

5,516

,037*

X H0

tempo*estrato

2,437

,083

√ H0

1,430

,259

√ H0

da ANOVA

FR3 melanoxylon

n=39

FR4 melanoxylon

n=35

FR7 melanoxylon

n=40

FR9 melanoxylon

n=37

FR10 melanoxylon

n=33

FR17

-

Acacia

n=9

Acacia

n=16

Acacia

n=17

Acacia

n=16

Acacia

n=14

Acacia

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 135


melanoxylon

n=29

tempo

,032

,891

√ H0

estrato

5,915

,008*

X H0

tempo*estrato

,884

,437

tempo

3,142

estrato tempo*estrato

FR18 melanoxylon

n=29

,070

,823

√ H0

14,397

,003*

X H0

√ H0

,070

,823

√ H0

,070

√ H0

2,514

,122

√ H0

11,400

,000*

X H0

7,290

,019*

X H0

2,542

,074

√ H0

1,124

,329

√ H0

n=14

Acacia

n=14

ANOVA de dois fatores mistos, *estatisticamente significativo p < 0,05. A interação entre os fatores A (tempo) e B (estratos) é significativamente significativa para p < 0,05. √ H 0 – aceitar a Hipótese nula; X H0 – rejeitar a Hipótese nula.

Tabela 50. Resultados do teste não paramétrico, Friedman para variável tempo (antes, 1 ano, 2 anos) na mediana da % de cobertura das comunidades vegetais, para 3 estratos de vegetação (1-árboreo, 2-arbustivo, 3 – herbáceo). Este teste foi aplicado, uma vez que não foram cumpridos os pressupostos da ANOVA testada (Anova de dois factores mistos). Parcela

n

ᵡ2

p-value

Resultado

(Friedman )

(Friedman)

FR4 - Acacia melanoxylon 35

23,615

,000*

X H0

40

32,176

,000*

X H0

37

18,403

,000*

X H0

FR7 - Acacia melanoxylon

FR9 - Acacia melanoxylon

Foram realizados os testes acima referidos com exata significância e p-value = 0,05, para a comparação estatística das % de cobertura entre os 3 grupos temporais. *estatisticamente significativo p < 0,05.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 136


FR3 Na Anova de 3 estratos, os pressupostos da Anova não estão totalmente cumpridos. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreo e arbustivo), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos estão totalmente cumpridos, pelo que se pode concluir que não há diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo. Pela análise da caixa de bigodes, observa-se uma tendência para diminuição da % de cobertura dos estratos arbóreo e arbustivo nos períodos temporais de pósintervenção (1 ano, 2 anos). FR4 Na Anova de 3 estratos, os pressupostos da Anova não são cumpridos, sendo que, na Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de homogeneidade e normalidade dos resíduos continuam a não estar totalmente cumpridos. Neste sentido, pelo teste não paramétrico de Friedman, para comparação de medianas de amostras emparelhadas (fator Tempo), observam-se diferenças significativas ao longo do tempo, sendo que, pelo teste dos pares (Teste dos Sinais para variável diff sem simetria), p-value<0,05 em todos os pares temporais analisados. Pela análise da caixa de bigodes, observa-se sobretudo uma tendência para a diminuição da % de cobertura do estrato arbóreo ao longo do tempo. FR7 Na Anova de 3 estratos, os pressupostos da Anova não são cumpridos, sendo que, na Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade e normalidade dos resíduos continuam a não estar totalmente cumpridos. Neste sentido, pelo teste não paramétrico de Friedman, para comparação de medianas de amostras emparelhadas (fator Tempo), observam-se diferenças significativas ao longo do tempo, pelo que, através do teste dos pares (Wilcoxon Signed Ranks Test, para variável diff com simetria), p-value<0,05 na comparação dos seguintes períodos temporais: 2anos≠antes e 2anos≠1ano. Pela análise da caixa de bigodes, não se observam diferenças significativas ao longo do tempo, no entanto há outliners e extremos não removidos. Pela análise da caixa de bigodes, observa-se sobretudo uma tendência para o aumento da média da % de cobertura do estrato herbáceo, ao longo do tempo. FR9 Na Anova de 3 estratos, os pressuposto não são cumpridos e pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos também não estão cumpridos na totalidade. Assim, pelo teste não paramétrico de Friedman, para comparação de medianas de amostras emparelhadas (fator Tempo), observam-se diferenças significativas ao longo do tempo, pelo que, através do teste dos pares (Teste dos Sinais para variável diff sem simetria), p-value<0,05 na comparação dos seguintes períodos temporais: 2anos≠antes e 2anos≠1ano. Esta diferença observa-se sobretudo no estrato 3 (através da caixa de bigodes, após a remoção de 4 extremos) Ainda pela análise da caixa de bigodes, observa-se também uma diferença significativa na % de cobertura do estrato arbóreo entre o período pré-intervenção (antes) e os períodos pós-intervenção (1 ano, 2 anos),sendo evidente uma diminuição da % de cobertura arbórea ao longo do tempo. FR10 Na Anova de 3 estratos, os pressupostos não estão cumpridos. Pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos estão cumpridos, pelo que se pode concluir que não há diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo, mas há diferenças significativas nas médias das % de cobertura entre os estratos 1 e 2. Pela análise da caixa de bigodes, e apesar da existência de outliners e extremos, observa-se uma diferença na % de cobertura no estrato arbóreo (com valores mais elevados de cobertura e de variância) relativamente aos restantes estratos. Paralelamente aos restantes quadrados analisados, observa-se BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 137


através da caixa de bigodes (com remoção de 2 extremos para o estrato 3) uma tendência para o aumento da média da % de cobertura do estrato herbáceo ao longo do tempo. FR17 Na Anova de 3 estratos os pressupostos não estão cumpridos. Pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos estão cumpridos, pelo que se pode concluir que não há diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo, mas há diferenças significativas nas médias das % de cobertura entre os estratos 1 e 2. Pela análise da caixa de bigodes, observa-se uma diferença na média da % de cobertura entre o estrato arbóreo e os restantes, sendo que, há uma tendência para o aumento da % de cobertura do estrato herbáceo ao longo do tempo. FR18 Na Anova de 3 estratos, só o pressuposto da normalidade dos resíduos está cumprido, sendo que, o resultado é de que há diferenças significativas na % de cobertura de pelo menos um dos estratos. No entanto, uma vez que a Anova é robusta a pequenos desvios, realizou-se o método das comparações múltiplas de Bonferroni para avaliar diferenças entre estratos, e obtiveram-se dois grupos homogéneos: Grupo 1 constituído pelo estrato 1 (arbóreas), e Grupo 2 constituído pelos estratos 2 (arbustivas) e 3 (herbáceas). Pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos continuam a não estar totalmente cumpridos, no entanto como a Anova é robusta a pequenos desvios, assume-se que o resultado é igual ao anterior. Assim, para este quadrado, não há para já diferenças ao longo do tempo, havendo contudo diferenças significativas nas médias das % de cobertura entre o estrato arbóreo e os restantes. Esta diferença é visível através da caixa de bigodes, sendo que, na caixa de bigodes para o estrato 3, continua a evidênciar-se a tendência (observada nos quadrados anteriores) para um aumento da % de cobertura do estrato herbáceo ao longo do tempo.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 138


FR3

Fig. 58 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR3.

Fig. 59 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR3.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 139


FR4

Fig. 60 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR4.

Fig. 61 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR4.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 140


FR7

Fig. 62 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR7.

Fig. 63 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR7.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 141


FR9

Fig. 64 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR9.

Fig. 65 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR9.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 142


FR10

Fig. 66 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR10.

Fig. 67 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR10.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 143


FR17

Fig. 68 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR17.

Fig. 69 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR17.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 144


FR18

Fig. 70 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR18.

Fig. 71 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR18.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 145


Quadrados de monitorização com invasora dominante - Acacia dealbata Tabela 51. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (préBright – antes; pósBright: 1 ano e 2 anos). antes

1 ano

2 anos

FR5 - Acacia dealbata Estratos

n

M

DP

M

DP

M

DP

1 - arbóreo

6

,042500

,0213892

,038333

,0163299

,025833

,0224537

2 - arbustivo

11

,087727

,1461568

,087545

,1524804

,091273

,1617029

3 - herbáceo

16

,013563

,0372540

,013438

,0301838

,018500

,0322346

FR16 - Acacia dealbata Estratos

n

M

DP

M

DP

M

DP

1 - arbóreo

4

,133750

,1468205

,133750

,1468205

,107500

,1629673

2 - arbustivo

9

,048333

,0379967

,041111

,0403715

,051111

,0461504

3 - herbáceo

17

,008176

,0132110

,009882

,0145038

,024471

,0488801

M: média, DP: desvio-padrão; n: dimensão da amostra. Tabela 52. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, 1ano, 2anos) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2arbustivo, 3 - herbáceo). Quadrado

Fatores

F

p-value

Resultado

F

p-value

Resultado

(3estratos)

(3estratos)

(Anova 3estratos)

(2estratos)

(2estratos)

(Anova 2estratos)

tempo

1,422

,249

√ H0

1,979

,178

√ H0

estrato

1,939

,162

√ H0

,179

,679

√ H0

tempo*estrato

3,285

,035*

X H0

1,755

,205

√ H0

,068

,863

√ H0

1,429

,265

√ H0

da ANOVA

FR5 - Acacia dealbata

n=32

n=16

FR16 - Acacia dealbata tempo

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 146


n=30

estrato

6,130

,006*

X H0

tempo*estrato

2,019

,135

√ H0

n=11

3,130

,111

√ H0

1,645

,221

√ H0

ANOVA de dois fatores mistos, *estatisticamente significativo p < 0,05. A interação entre os fatores A (tempo) e B (estratos) é significativamente significativa para p < 0,05. √ H 0 – aceitar a Hipótese nula; X H0 – rejeitar a Hipótese nula. FR5 Na Anova de 3 estratos, os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos não estão totalmente cumpridos, pelo que os resultados não se consideram totalmente validados. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos são parcialmente cumpridos, pelo que se pode concluir que o número médio da % de cobertura ao longo do tempo, não difere significativamente entre si. Relativamente à % de cobertura para os Estratos 1, 2, não difere entre si e a interação dos fatores não é significativa. Em suma, conclui-se que não há diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo. Através da caixa de bigodes, para o estrato 3 (herbáceas), verifica-se uma tendência para um aumento da média da % de cobertura ao longo do tempo.

FR16 Na Anova de 3 estratos, os pressupostos da Anova não estão cumpridos. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos são cumpridos, pelo que se pode concluir não existirem diferenças significativas ao longo do tempo e entre os estratos 1 e 2. Através da caixa de bigodes, para o estrato 3 (herbáceas), verifica-se uma tendência para um aumento da média da % de cobertura ao longo do tempo.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 147


FR5

Fig. 72 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR5.

Fig. 73 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR5.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 148


FR16

Fig. 74 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR16.

Fig. 75 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR16.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 149


Quadrados de monitorização com invasora dominante - Prunus laurocerasus Tabela 53. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (préBright – antes; pósBright: 1 ano e 2 anos). Antes

1 ano

2 anos

FR6 - Prunus laurocerasus Estratos

n

M

DP

M

DP

M

DP

1 - arbóreo

5

,081000

,0821888

,061000

,0424853

,089000

,0817313

2 - arbustivo

15

,032600

,0278845

,026667

,0264350

,031533

,0292694

3 - herbáceo

22

,002818

,0066807

,005136

,0071467

,007409

,0104820

FR11 laurocerasus

Prunus

Estratos

n

M

DP

M

DP

M

DP

1 - arbóreo

2

,302500

,4207285

,128500

,1718269

,130000

,1697056

2 - arbustivo

8

,095000

,068125

,0794147

,072500

,0815475

3 - herbáceo

14

,043571

,1073475

,043000

,0988768

,048000

,1013372

FR13 laurocerasus

,1299725

Prunus

Estratos

n

M

DP

M

DP

M

DP

1 - arbóreo

5

,188000

,1342386

,164000

,1252198

,175000

,1263922

2 - arbustivo

8

,067500

,1186532

,043125

,0538475

,054375

,0594281

3 - herbáceo

12

,028333

,0711890

,028667

,0710433

,042167

,1133930

FR14 laurocerasus

Prunus

Estratos

n

M

DP

M

DP

M

DP

1 - arbóreo

4

,205000

,1053565

,205000

,1053565

,207500

,1099621

2 - arbustivo

6

,115000

,1089954

,086667

,0650897

,095833

,0690229

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 150


3 - herbáceo

15

,046800

,1224699

,045533

,1151973

,049067

,1265247

M: média, DP: desvio-padrão; n: dimensão da amostra.

Tabela 54. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, 1ano, 2anos) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2arbustivo, 3 - herbáceo). Quadrado

Fatores

F

p-value

Resultado

F

p-value

Resultado

(3estratos)

(3estratos)

(Anova 3estratos)

(2estratos)

(2estratos)

(Anova 2estratos)

tempo

8,819

,001*

X H0

1,292

,288

√ H0

estrato

14,749

,000*

X H0

27,110

,000*

X H0

tempo*estrato

3,834

,011*

X H0

,651

,528

√ H0

tempo

11,302

,002*

X H0

4,217

,074

√ H0

estrato

11,086

,003*

X H0

3,453

,113

√ H0

tempo*estrato

5,502

,009*

X H0

4,423

,068

√ H0

tempo

1,730

,189

√ H0

1,590

,234

√ H0

estrato

4,388

,025*

X H0

17,026

,002*

X H0

tempo*estrato

,786

,540

√ H0

,000

,996

√ H0

tempo

1,061

,338

√ H0

,476

,535

√ H0

estrato

3,311

,055

√ H0

3,433

,101

√ H0

tempo*estrato

1,107

,359

√ H0

,515

,517

√ H0

da ANOVA

FR6 laurocerasus

n=42

FR11 laurocerasus

n=24

FR13 laurocerasus

n=25

FR14 laurocerasus

n=25

Prunus

n=19

Prunus

n=8

Prunus

n=13

Prunus

n=10

ANOVA de dois fatores mistos, *estatisticamente significativo p < 0,05. A interação entre os fatores A (tempo) e B (estratos) é significativamente significativa para p < 0,05. √ H 0 – aceitar a Hipótese nula; X H0 – rejeitar a Hipótese nula. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 151


FR6 Na Anova de 3 estratos, os pressupostos de esfericidade, normalidade dos resíduos e homogeneidade, não são totalmente cumpridos. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos são totalmente cumpridos, pelo que se pode concluir que não há diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo, existindo apenas diferenças nas médias das % de cobertura entre os estratos 1 e 2. Pela análise da caixa de bigodes, relativa ao estrato 3, observa-se uma tendência para o aumento da % de cobertura ao longo do tempo, bem como uma diferença significatva entre os períodos temporais préBRIGHT - antes e pósBRIGHT – 2 anos.

FR11 Na Anova de 3 estratos, os pressupostos de esfericidade, normalidade dos resíduos e homogeneidade, não são totalmente cumpridos. Pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos estão cumpridos, e com p-value>0,05, significa que não existem diferenças significativas ao longo do tempo e entre os estratos. Pela análise da caixa de bigodes, relativa ao estrato 3, observa-se uma tendência para o aumento da média da % de cobertura ao longo do tempo.

FR13 Na Anova de 2 e de 3 estratos, os pressupostos de esfericidade, normalidade dos resíduos e homogeneidade, são cumpridos. Assim, uma vez que para o factor “estratos” p-value<0,05, conclui-se que há diferenças significativas entre os estratos 1 e 2. Relativamente ao factor tempo, observa-se através da análise dos valores de p-value>0,05, que não existem diferenças significativas ao longo do tempo na distribuição da média da % de cobertura. Pela análise da caixa de bigodes, observa-se uma tendência para o aumento da média da % de cobertura para os estratos 2 e 3.

FR14 Na Anova de 3 estratos, os pressupostos de esfericidade e homogeneidade são cumpridos, a normalidade dos resíduos é cumprida para todos os estratos à exceção do estrato 3. Pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos estão totalmente cumpridos, pelo que se pode concluir que não há diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo. Pela análise da caixa de bigodes, nomeadamente para os estratos 1 e 2 sem outliners e extremos, observa-se que não há diferenças nas médias da % de cobertura antes e depois das intervenções florestais.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 152


FR6

Fig. 76 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR6.

Fig. 77 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR6.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 153


FR11

Fig. 78 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR11.

Fig. 79 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR11.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 154


FR13

Fig. 80 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR13.

Fig. 81 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR13.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 155


FR14

Fig. 82 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR14.

Fig. 83 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR14.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 156


Quadrados de monitorização com invasoras dominantes - Robinia pseudoacacia e Ailanthus altissima Tabela 55. Resultados da estatística descritiva para a % de cobertura por três estratos de vegetação (1, 2 e 3) ao longo do tempo (préBright – antes; pósBright: 1 ano e 2 anos). Antes

1 ano

2 anos

FR12 - Robinia pseudoacacia Estratos

n

M

DP

M

DP

M

DP

1 - arbóreo

3

,270000

,1915724

,266667

,1892969

,150000

,2179449

2 - arbustivo

6

,161667

,1265570

,170000

,1058301

,146667

,1231124

3 - herbáceo

11

,008273

,0080510

,008364

,0084412

,008818

,0085067

FR15

-

Ailanthus

altissima Estratos

n

M

DP

M

DP

M

DP

1 - arbóreo

1

cons.

cons.

cons.

cons.

cons.

cons.

2 - arbustivo

5

,089000

,0322310

,052000

,0577278

,023000

,0216795

3 - herbáceo

26

,032231

,1566316

,012846

,0487481

,005154

,0033189

M: média, DP: desvio-padrão; n: dimensão da amostra; cons.:constante.

Tabela 56. Resultados dos testes da ANOVA de dois fatores mistos para a % de cobertura por três estratos de vegetação, ao longo do tempo. Fator A: Tempo (antes, 1ano, 2anos) e Fator B: Estratos (1-árboreo, 2arbustivo, 3 - herbáceo). Quadrad o

FR12

Fatores da ANOVA

-

F

p-value

(3estratos )

(3estratos )

4,838

,030*

Resultad o (Anova 3estratos )

F

p-value

(2estratos )

(2estratos )

2,375

,151

Resultad o (Anova 2estratos )

Robinia

pseudoacacia tempo

X H0

√ H0

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 157


n=20

FR15

-

estrato

10,730

,001*

X H0

tempo*estrat o

2,564

,086

√ H0

tempo

2,350

,133

√ H0

estrato

45,140

,000*

X H0

,546

,601

√ H0

n=9

,536

,488

√ H0

1,247

,312

√ H0

Ailanthus

altissima

n=32

tempo*estrat o

n=3 1

1,562

,222

X H0

1,407

,245

X H0

,270

,622

√ H0

ANOVA de dois fatores mistos, *estatisticamente significativo p < 0,05. A interação entre os fatores A (tempo) e B (estratos) é significativamente significativa para p < 0,05. √ H 0 – aceitar a Hipótese nula; X H0 – rejeitar a Hipótese nula. FR12 Na Anova de 3 estratos, apenas o pressuposto da normalidade dos resíduos está parcialmente cumprido, pelo que os resultados não se consideram totalmente validados. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos são totalmente cumpridos, pelo que se pode concluir que não há diferenças significativas nos estratos 1 e 2 ao longo do tempo. Através da caixa de bigodes, verifica-se que para os estratos 1 e 2 não há outliners nem extremos, sendo que, o estrato 1 ocupa uma maior % de cobertura neste quadrado. Verifica-se ainda, pela caixa de bigodes, existir uma tendência para uma diferença significativa ao longo do tempo (antes e após dois anos) no estrato arbóreo. FR15 Na Anova de 3 estratos, os pressupostos não estão cumpridos. Assim, pela Anova de 2 estratos (arbustivas e herbáceas), os pressupostos de esfericidade, homogeneidade e normalidade dos resíduos estão parcialmente cumpridos, pelo que se pode concluir que não há diferenças significativas nos estratos 2 e 3 ao longo do tempo. Pela análise da caixa de bigodes, observa-se um decréscimo da média da % de cobertura ao longo do tempo para o estrato 2, e, sobretudo, ao nível do estrato 3, uma diferença significativa ao longo do tempo (antes e após 2 anos) e ainda um aumento da média da % de cobertura ao longo do tempo.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 158


FR12

Fig. 84 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR12.

Fig. 85 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR12.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 159


FR15

Fig. 86 - Coberturas estimadas para as várias espécies nos vários estratos de vegetação, ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR15.

Fig. 87 - Cobertura no estrato rasteiro (herbáceas ou plântulas), ao longo do tempo (antes, 1 ano e 2 anos após a intervenção) na parcela FR15.

BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 160


BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 161


3.2.2.4. Considerações finais A conservação da diversidade biológica torna-se determinante para assegurar a estabilidade e funcionamento dos ecossistemas (Toft et al., 2001). Assim, a conservação dos biotas regionais de todo o mundo dependem diretamente das ações de gestão aplicadas em pequenas áreas fragmentadas de vegetação original. Na Mata Nacional do Buçaco (MNB), ocorre uma mancha singular de Adernal com 17ha de extensão, que representa a vegetação climácica das florestas nativas da região oeste do centro de Portugal continental, e, à qual se atribui a designação de Floresta Relíquia (FR). Neste sentido, e de forma a conservar a biodiversidade associada à FR, teve início em 2012 o Projeto Life + BRIGHT, bem como as medidas de monitorização que lhe estão associadas. Na base dos trabalhos de monitorização de flora e vegetação que têm vindo a ser realizados até ao presente, está a carta digital da situação de referência, elaborada no início dos trabalhos, nomeadamente no Verão de 2012. Através da análise desta carta digital, observou-se a existência de diversas manchas de espécies invasoras e de indivíduos isolados que no seu conjunto perfazem uma área invadida global de aproximadamente 6,49ha, que comprometem grandemente a conservação da FR.

Os resultados na monitorização da flora e habitats recolhidos até à data, permitem avançar que há dados altamente variáveis em termos da regeneração de plântulas nativas e/ou re-invasão de espécies invasora, e, que as ações de controlo e intervenção florestal em curso, podem exercer uma maior/ou menor taxa de sucesso sobre as mesmas. Assim, de forma a sistematizar toda a informação recolhida até à data, organizaram-se os dados de duas formas distintas: análise qualitativa – baseada em observações in situ ao longo dos últimos 3 anos; e análise quantitativa – baseada na análise estatística em SPSS. Por se tratar de informação detalhada, entendeu-se que a sua descrição seria pertinente para as considerações finais, uma vez que poderá ser objeto de fundamentação à análise estatística futura. Neste sentido, a seguir apresenta-se a análise qualitativa, a análise quantitativa (em SPSS) e as conclusões para: - (1) Tradescantia fluminensis; - (2) Invasoras em comunidades florestais.

(1) Tradescantia fluminensis Analise Qualitativa

Quadrado(s)

Tradescantia fluminensis

 As plântulas de Aderno são em menor número comparativamente aos dados de monitorização anteriores (o que sugere a não viabilidade das plântula);  Em Q3 de FRT1, as plântulas de Aderno apresentam maior viabilidade, provavelmente porque neste quadrado havia menor % de cobertura de Tradescantia fluminensis;  Ocorrência de muitos indivíduos de Conyza canadensis nas imediações dos 3 quadrados;  Há muita folhagem no solo de Quercus robur; A re-invasão de Tradescantia fluminensis é lenta; Muitos indivíduos de Ruscus aculeatus e Hedera hibernica a germinar;  Q1 e Q3 foram intervencionados (no decurso dos trabalhos de remoção manual na

FRT1, FRT2 FRT1 FRT3 FRT5, FRT6, FRT7 FRT8

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mancha); Q2 foi soterrado por Tradescantia fluminensis, pelo que foi relocalizado; Há muita folhagem no solo de Quercus robur; A mancha envolvente sofreu duas intervenções;  Q1 e Q2 intervencionados, no decurso dos trabalhos de remoção na mancha envolvente; Q3 soterrado por Tradescantia fluminensis amontoada, pelo que foi relocalizado; A mancha envolvente sofreu duas intervenções;  Caiu um Aderno parcialmente em cima de Q1 (uma estaca foi substituída); Observa-se um grande número de indivíduos de Ruscus aculeatus a germinar nas imediações;  Ocorrem plântulas de Laurus nobilis; Há também indivíduos de Acacia sp. a germinar (depois da remoção manual de Tradescantia fluminensis;

FRT9

FRT10

FRT11

Análise Quantitativa (SPSS) Com base nos resultados do tratamento estatístico em SPSS, tratados para as 11 parcelas de Tradescantia fluminensis em monitorização, a análise estatística permitiu observar algumas diferenças significativas entre a % de cobertura em situação de pré-intervenção (préBright) e em situação de pósintervenção (pósBright). Em FRT1 e FRT2, parcelas sem situação de referência intervencionadas antes dos trabalhos de monitorização terem início, a análise estatística (teste de Friedman com p-value=0,05) revela que existem diferenças significativas ao longo dos períodos temporais analisados, nomeadamente ao nível das medianas das % de cobertura da comunidade vegetal levantada 6 meses (inventário do Outono de 2012) após as intervenções realizadas, sendo que, através da caixa de bigodes, observa-se ainda uma maior variância no período temporal de 1,5 ano, equivalente a uma maior riqueza específica. Para estas parcelas, observa-se ainda pelos dados de inventário, que em FRT1 (arranque sem cobertura posterior de folhagem) ocorreu uma maior percentagem de regeneração natural de espécies nativas comparativamente a FRT2 (arranque com cobertura posterior de folhagem). No entanto, após um ano, a maioria das plântulas de Aderno quantificadas na monitorização anterior, não tiveram viabilidade germinativa. No entanto relativamente à progressão de Tradescantia fluminensis, esta apresenta até à data, uma maior taxa de re-invasão em FRT1 comparativamente a FRT2. Para as restantes parcelas de Tradescantia fluminensis, com situação prévia de referência, a análise estatística (teste não paramétrico de Friedman com p-value=0,05), revelou que nas parcelas FRT4, FRT6, FRT10 e FRT11, existem diferenças significativas ao longo do tempo em pelo menos um dos períodos temporais analisados. Pelo teste dos pares e análise das caixas de bigodes, observam-se várias diferenças entre as medianas das % de cobertura da população, sendo que, para as várias parcelas analisadas é comum a diferenças ocorrer entre os períodos temporais “antes” - Verão/2013 e/ou “depois” – Verão/2013, e passados: “9 meses” – Primavera/2014, “1 ano” - Verão/2014, “1,9 anos” – Primavera/2015, e, “2 anos” – Verão/2015. Através da análise das caixas de bigodes, verifica-se frequentemente a existência de outliners e extremos que correspondem a Panicum repens, nomeadamente nos quadrados FRT1, FRT2 e FRT3. A ocorrência de elevadas % de cobertura desta espécie (em evidência pelos gráficos correspondentes), vem demonstrar o carácter “recolonizador - oportunista” que esta espécie apresenta face à remoção de Tradescantia fluminensis. Por outro lado, é também frequente surgir Ruscus aculeatus em alguns quadrados (FRT5 e FRT6) com valores extremos (elevadas % de cobertura), o que estará na origem de uma elevada taxa germinativa desta espécie em situação pósBRIGHT.

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Conclusões De acordo com Rinella et al. (2009), embora o controlo de herbáceas invasoras seja justificado pela necessidade de conservar as comunidades nativas, por vezes, os métodos de controlo podem ter efeitos prejudiciais também sobre as espécies nativas, uma vez que podem conduzir à substituição de uma espécie exótica invasora por outra (Reid et al., 2009). Esta possibilidade tenderá a ocorrer se em resultado da remoção da herbácea invasora, surgir uma diminuição da competição entre espécies (nativas e invasoras), o que poderá originar uma rápida recolonização por espécies invasoras mais competitivas e de rápido crescimento (Lusk et al., 2012). Relativamente ao tipo de intervenção realizada, e apesar de os estudos com remoção manual de Tradescantia fluminensis, serem ainda escassos, segundo Porteous (1993), este tipo de intervenção sem recurso à utilização de herbicidas será adequado apenas para pequenas áreas, desde que haja o cuidado de remover todos os pequenos fragmentos do local. Efetivamente, a área intervencionada na FR da Mata Nacional do Buçaco, é relativamente pequena, e as intervenções manuais que têm sido realizadas, mostram até à data alguns resultados bastante positivos, nomeadamente no aumento da riqueza específica e no surgimento de plântulas de espécies nativas. Relativamente à viabilidade das plântulas nativas, Standish et al., (2004), referem que a Tradescantia fluminensis aumenta a decomposição de matéria orgânica e altera a disponibilidade de nutrientes ao nível do solo, causando a mortalidade de plântulas (sobretudo pelo ensombramento), e também pela modificação do seu habitat, o que poderá comprometer a longo prazo a viabilidade das plântulas. Este último aspeto, parece aplicar-se às parcelas monitorizadas nas Portas de Coimbra (FRT1 e FRT2), onde o número de plântulas de Phillyrea latifolia tem vindo a diminuir. Mais de 80% dos estudos com Tradescantia fluminensis, resultam de ensaios científicos e não de ações reais de restauração de habitats e/ou de projetos de gestão de invasoras, para além de serem limitados no espaço e no tempo (com pequenos plots de amostragem e restritos a períodos inferiores a 1 ano) (Lusk et al., 2012), o que vem enfatizar a importância do presente projeto, nomeadamente na análise científica dos dados. Através das ações de monitorização realizadas até agora, poder-se-á considerar à partida a existência de um efeito de controlo eficaz principalmente nas parcelas de Tradescantia fluminensis esparsa e mista, onde a taxa de re-invasão (observada através dos gráficos correspondentes, pela linha de tendência) é relativamente lenta. No entanto, e de forma a assegurar o sucesso do presente projeto, torna-se necessário assegurar que as intervenções florestais são contínuas (anuais) de forma a controlar as taxas de re-invasão da invasora em análise e de impedir que outras espécies invasoras que entretanto surgiram nas imediações (Oxalis pes-caprae e Conyza bonariensis), se venham a implementa no seu lugar.

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(2) Invasoras em comunidades florestais Analise Qualitativa

Quadrado(s)

Invasoras em comunidades florestais Acacia melanoxylon

 Há braças grandes caídas de Acacia melanoxylon que representam risco de queda;  Há muitos exemplares de Acacia melanoxylon com rebentação pela raiz (50% dos indivíduos arbóreos); Invasoras com muita germinação por semente;  Grande cobertura de musgos, que parece influenciar o maior rebentamento pela raiz das espécies invasoras descascadas;  Curiosamente, os exemplares de Pinus pinaster que estavam em estado decrépito há um ano atrás, agora "arrebitaram";  Quadrados com maior cobertura de musgos e folhagem, apresentam menor germinação de invasoras;

FR3 FR4 FR4 FR7 FR16, FR17, FR18

Acacia dealbata

 Não há muita regeneração de Acacia dealbata e verifica-se uma boa germinação de Aderno.  Aderno nascido em clareira deixada pelas Acácias que secaram; Não há regeneração por semente de Acacia dealbata, sendo que, por outro lado a regeneração de autóctones é elevada; Há muita folhagem no solo;  Nas imediações do quadrado, ocorre um número bastante elevado de indivíduos de Conyza bonariensis e de Phytolacca americana;

FR5 FR16

PM1

Pittosporum undulatum

 Franco desenvolvimento da regeneração de espécies nativas em detrimento das espécies invasoras; A mancha envolvente invadida com Pittosporum undulatum, encontra-se agora em recuperação;  Pittosporum undulatum arbóreo com DAP<5cm após descasque está seco (depois de 1,5 ano), enquanto que, indivíduos com DAP>5cm continuam vivos;

FR1

FR2

Prunus laurocerasus

 Há um Prunus laurocerasus que foi descascado e que está a secar;  Os exemplares de Prunus laurocerasus descascados estão com bastante vigor e novos rebentos; Os troncos descascados apresentam regeneração de nova casca (principalmente na zona voltada para o solo); Há no entanto alguns ramos de que secaram;

FR11 FR13

Robinia pseudoacacia

 É necessário intervencionar os exemplares de Robinia pseudoacacia que estão nas imediações do quadrado, por detrás da ermida;

FR12

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Ailanthus altissima

 Houve plantações de 3 folhados, 4 medronheiros e 2 Adernos no interior do quadrado; Há uma "cama" de Tradescantia fluminensis intervencionada no interior do quadrado (com cerca de 2,5 m2); Foi colocada estilha (de Acácia seca) ao nível do solo, neste quadrado;

FR15

Geral

 A maioria dos quadrados tem clareiras deixadas pelas invasoras que secaram, e que estimulam a germinação de novas plântulas;  Castanea sativa aparece a germinar (pela primeira vez) em muitos quadrados;

Análise Quantitativa (SPSS) Relativamente às invasoras em comunidade florestal, observaram-se diferentes respostas face ao descasque. Com base nos resultados recolhidos e tratados nos 20 quadrados de monitorização para as invasoras em comunidade florestal, a análise estatística (Anova de dois fatores mistos, com p= 0,05 e teste não paramétrico de Friedman) permitiu detetar algumas diferenças significativas nos estratos 1 e 3 ao longo do tempo. Nos quadrados do Pinhal do Marquês, PM1 e PM2, pela Anova de 2 estratos (arbóreas e arbustivas), o número médio da % de cobertura ao longo do tempo, não difere significativamente entre si, sendo que, a média da % de cobertura entre os estratos 1 e 2, apresenta diferenças significativas entre si. Em relação a Pittosporum undulatum, existe pelo menos um período temporal cujo valor médio da % de cobertura é diferente dos restantes períodos temporais analisados (em FR1). Esta diferença ocorre ao nível do estrato herbáceo, onde a distribuição da % de cobertura do período préBRIGHT difere significativamente da % de cobertura do período pósBRIGHT (2 anos). Paralelamente, em FR8, pela análise da caixa de bigodes (com remoção de 3 extremos), observa-se uma diferença significativa ao longo do tempo no estrato herbáceo, ao fim de 2 anos. Este aspeto confirma-se pelo teste não paramétrico de Friedman, sendo que, p-value<0,05 e Sign Test com diferenças significativas entre os períodos “antes” e “2 anos”. Relativamente a Acacia melanoxylon, verifica-se pela análise das caixas de bigodes, uma tendência para a diminuição da % de cobertura do estrato arbóreo ao longo do tempo (FR4, FR7 e FR9). Em FR9, confirma-se uma diferença significativa ao longo do tempo no estrato arbóreo (antes≠1 ano, 2 anos) e no estrato herbáceo (2anos≠1 ano, antes). Ao nível do estrato herbáceo, foram também assinaladas diferenças significativas (pelo teste não paramétrico de Friedman e caixa de bigodes) entre os períodos temporais “antes” e “2 anos” em FR3, FR4, FR7 e FR9. Por outro lado, na generalidade dos quadrados de Acacia melanoxylon para o estrato herbáceo, verifica-se uma tendência para o aumento da % de cobertura ao longo do tempo, e também para o aumento da variabilidade (aumento da riqueza específica). Através da análise estatística, para o quadrado FR5 de Acacia dealbata, verifica-se uma tendência para a diminuição da média da % de cobertura ao longo do tempo no estrato arbóreo, sendo que, para o estrato herbáceo, observa-se uma tendência para o aumento da média da % de cobertura e da variabilidade ao longo do tempo. Os quadrados de Prunus laurocerasus revelaram não existirem diferenças significativas ao longo do tempo, para os estratos arbóreo e arbustivo. Relativamente a Robinia pseudoacacia verifica-se um decréscimo acentuado na % de cobertura do estrato arbóreo ao longo do tempo (2 anos após as intervenções). Em FR15, quadrado relativo a Ailanthus altissima, observa-se (através da caixa de bigodes) um decréscimo da média da % de cobertura ao longo do tempo para o estrato 2, e, sobretudo ao nível do estrato 3, uma diferença significativa ao longo do tempo (“antes” e após “2 anos”). BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 166


Com base nos dados relativos ao ano transato, verificam-se agora mais diferenças reveladas pela análise estatística, que ocorrem em outros quadrados (para além dos de Acacia melanoxylon revelados no relatório anterior). Neste sentido, surgem agora diferenças significativas quando comparados os períodos préBRIGHT e pósBRIGHT (2 anos), sobretudo nos estratos 1 e 3, em quadrados de Acacia dealbata e Pittosporum undulatum.

Relativamente às 7 invasoras arbóreas em monitorização, parece existir para já uma tendência para alteração do coberto arbóreo em situação de pós-intervenção (pósBright) nos quadrados onde a invasora dominante (Acacia melanoxylon, Acacia dealbata e Pittosporum undulatum) ocupava uma % de cobertura significativa. Por outro lado, as clareiras deixadas pelas árvores já secas, parecem ser a causa pela qual há um grande numero de quadrados em que a análise estatística revela haver diferenças significativas ao longo do tempo, nomeadamente ao nível de uma maior % de cobertura e variabilidade (riqueza especifica) no período pósBRIGHT “2 anos”.

Conclusões 2

Relativamente às espécies invasoras arbóreas monitorizadas nos quadrados de 100m , e após as intervenções florestais (baseada no descasque e arranque manual), passado aproximadamente 2 anos, é possível observar a maioria dos indivíduos já completamente secos e alguns ainda a evoluírem para o estado decrépito (nomeadamente alguns indivíduos de Pittosporum undulatum e Acacia melanoxylon). Neste sentido, há até à data uma alteração nas percentagens do coberto arbóreo (já evidenciada pelo tratamento estatístico anterior para Acacia melanoxylon e agora também para Acacia dealbata e Pittosporum undulatum), sobretudo nos quadrados onde existiam muitas espécies invasoras com porte arbóreo, que agora estão completamente secas e abrem clareiras no solo. Durante as observações de campo, parece haver uma relação entre estas clareiras/disponibilidade de luz, com a regeneração do banco de sementes. No entanto, torna-se também evidente que se em alguns quadrados há uma grande abundância de espécies nativas a germinar, noutros quadrados a regeneração das invasoras parece superar grandemente as nativas. Esta diferença parece ser mais clara entre os quadrados do pinhal do Marquês, onde não há folhagem de Outono a cobrir o solo e as invasoras já começam a regenerar em abundância, e os quadrados da FR (Cruz Alta) onde ocorre uma densa folhagem de Outono a cobrir o solo e a regeneração de nativas parece superar a de invasoras. Por outro lado, as intervenções florestais nas invasoras das áreas limítrofes e as plantações de espécies nativas, têm vindo a evoluir positivamente, tornando-se evidente um franco desenvolvimento da regeneração de espécies nativas em detrimento das espécies invasoras. Esta situação torna-se até à data bastante evidente na região de Caifás, onde toda a zona invadida com Pittosporum undulatum (da situação de referencia), encontra-se agora em franca recuperação, o que parece indiciar uma evolução bastante favorável para as comunidades nativas desta zona. Em suma, em relação às 7 invasoras arbóreas em monitorização, nesta fase, já é possível observar uma tendência mais efetiva para a alteração do coberto arbóreo, sobretudo nos quadrados onde existem indivíduos invasores de grandes dimensões, sendo também observáveis algumas diferenças na capacidade regenerativa de espécies invasoras/nativas em quadrados com diferentes tipologias de solo, localização e caraterização fitossociológica. Neste sentido, poder-se-á considerar até à data, a existência de um efeito de controlo eficaz em todas as invasoras em análise (com exceção de Prunus laurocerasus), onde as taxas de re-invasão (banco de sementes e rebentamento por toiça) , apesar de significativas, poderão ser facilmente controladas. No entanto, e de forma a assegurar o sucesso do presente projeto, e à semelhança das referência para Tradescantia fluminensis, torna-se imperativo adotar um plano de continuidade de intervenções florestais pós – Projeto Life+ BRIGHT, de forma a controlar as taxas de re-invasão das diversas invasoras e impedir a implementação efetiva de novas espécies invasoras.

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Em suma, implementar uma estratégia de continuidade das intervenções de controlo de invasoras, juntamente com ações de restauração de habitats e de monitorização, torna-se determinante para garantir o sucesso do projecto Life+ BRIGHT a médio/longo prazo.

3.2.5. Referências bibliográficas

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3.3. Progresso Esperado

Tabela 57. Síntese dos desenvolvimentos das ações do projeto, incluindo identificação do progresso previsto em candidatura (P) e execução verificada (E), desvios temporais associados, respetiva relevância, correção e efeitos no projeto. 2014 Ação

2015

trim

trim

trim

trim

trim

trim

trim

trim

P

X

X

X

X

X

X

X

X

E

X

X

X

X

X

X

X

E.2_Fauna P

X

X

X

X

X

X

X

E

X

X

X

X

X

X

X

E.2_Flora

Desvio

Alguns atrasos devidos ao ciclone.

Relevância / Solução

Efeitos no Projeto

Relevante.

Atrasos nos trabalhos de monitorização – já recuperados.

X Alguns atrasos e prejuízos devidos ao ciclone.

Ajuste de algumas metodologias.

Redução do nº caixas-ninho a monitorizar. Atrasos na fotoarmadilhagem.

Os trabalhos da Ação E.2 decorrem com algumas alterações face ao previsto, conforme explicado anteriormente, sendo que no próximo período se continuarão as metodologias em curso. 1) Monitorização de fauna: - Invertebrados, periodicidade regular, várias metodologias; pesquisa bibliográfica; - Peixes, periodicidade mensal, contagem exaustiva; - Anfíbios, periodicidade mensal, várias metodologias; - Répteis, periodicidade mensal, busca ativa; - Aves, periodicidade fenológica, censos em ponto fixo; - Mamíferos carnívoros, fotoarmadilhagem (15 dias consecutivos por época do ano) e busca mensal de indícios de presença; - Micromamíferos, periodicidade fenológica, amostragem com armadilhas tipo Sherman; - Morcegos, periodicidade mensal, amostragem de ultrassons. - Monitorização de 60 caixas-ninho na Mata, com estratificação por unidades de paisagem e monitorização da ocupação das mesmas durante a época de reprodução (março a julho) – 20 caixas por cada unidade de paisagem (Arboreto, Pinhal do Marquês e Floresta Relíquia).

Após a obtenção dos dados, serão calculados índices de biodiversidade para avaliação da situação faunística nos vários habitats da Mata do Bussaco, quando aplicável. Nos grupos taxonómicos em que seja possível, será efetuada uma comparação com dados ae situação de referência pré-intervenção BRIGHT para avaliação dos efeitos do projeto sobre as diversas comunidades faunísticas. BRIGHT – Bussaco´s Recovery of Invasions Generating Habitat Threats (LIFE10/NAT/PT/075) 3º RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RESULTADOS [AÇÃO E.2 ] p. 171


1) Monitorização da flora e habitats: As amostragens de monitorização serão realizadas em modo contínuo de forma a obter dados antes e após as intervenções florestais, e para obter levantamentos comparáveis nas diferentes estações do ano. Com o objetivo de avaliar os efeitos das ações previstas pelo BRIGHT na flora e nos habitats, serão efetuadas ainda análises comparativas da evolução das comunidades florísticas tendo em conta a situação de referência pré-definida e as áreas de controlo representativas de cada habitat. Assim, serão aplicadas diversas metodologias de monitorização consoante a espécie invasora: - Acacia dealbata, periodicidade contínua de comparação sazonal, com diversas metodologias de monitorização. - Acacia longifolia, periodicidade contínua de comparação sazonal, com diversas metodologias de monitorização. - Acacia melanoxylon, periodicidade contínua de comparação sazonal, com diversas metodologias de monitorização. - Ailanthus altíssima, periodicidade contínua de comparação sazonal, com diversas metodologias de monitorização. - Fascicularia bicolor, periodicidade contínua com monitorização cartográfica. - Phytolacca americana, periodicidade contínua com monitorização cartográfica. - Pittosporum undulatum, periodicidade contínua de comparação sazonal, com diversas metodologias de monitorização. - Prunus laurocerasus, periodicidade contínua de comparação sazonal, com diversas metodologias de monitorização. - Robinia pseudoacacia, periodicidade contínua de comparação sazonal, com diversas metodologias de monitorização. - Tradescantia fluminensis, periodicidade contínua de comparação sazonal, com aplicação do método do quadrado. Para além das diversas técnicas de monitorização a aplicar consoante a espécie invasora, será realizada em paralelo a monitorização cartográfica com recurso a ArcGis para análise da evolução das áreas ocupadas por espécies invasoras e progressão dos habitats naturais. - Edição de cartografia em ArcGis com a evolução/progresso a partir da situação de referência. - Inventariação das espécies disseminadoras de sementes por época/estação de ano. - Análise das técnicas de intervenção aplicadas e investigação/ensaio de novas técnicas – melhoria continua. Serão elaborados cálculos e análises estatísticas para efeitos de avaliação das intervenções previstas em projeto, a partir de um ciclo bienal de dados sazonais. A comparação de dados dos períodos antes e após intervenção para cada espécie invasora a monitorizar, bem como a análise da evolução dos habitats intervencionados ou com introdução de espécies autóctones, será realizada em paralelo com as ações no terreno tendo em conta a evolução florística temporal das parcelas a amostrar.

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3.4. Impacto do Projeto Atendendo a que o trabalho de campo já decorre há cerca de três anos, não se verificam quaisquer efeitos nefastos do Projeto sobre a biodiversidade ou outros elementos, pelo contrário. Ao nível da fauna, de um modo geral, as diferenças encontradas entre a situação de referência indicam que os grupos faunísticos ou não estão a ser afetados, ou dão indícios de estarem a ser beneficiados pelas ações do Projeto. Alguns resultados podem estar mascarados pelos efeitos do Ciclone Gong, pelo que será necessário manter o programa de monitorização de forma a obter dados mais robustos ainda. O facto de não ter havido resultados de algum modo prejudiciais à fauna, é um excelente indicador de que os trabalhos decorrem de forma correta. Ao nível da flora, o conjunto de dados apresentado permite realizar algumas análises comparativas de referência, que indiciam que o projeto está a ter resultados positivos ao nível da restauração de habitats previamente degradados pela presença de espécies invasoras.

Quanto ao impacto do projeto ao nível da população local, verifica-se que alguns proprietários de propriedades locais procuram orientação não formal para combater o problema das espécies invasoras nessas suas propriedades, fruto da visibilidade e projeção que o projeto BRIGHT está a alcançar. Verifica-se ainda a ‘replicação’ de algumas das técnicas de controlo de invasoras, aplicadas nas propriedades privadas afetadas com o mesmo problema. A Universidade de Aveiro, em particular o Departamento de Biologia, tem sido regularmente contactado para dinamizar ações de controlo de invasoras, ou prestar aconselhamento sobre essa temática noutros locais, mas fruto do alcance e impacto positivo que o projeto BRIGHT tem tido um pouco por todo o país. Todas as ações de disseminação de conhecimento têm tido claramente resultados muito positivos e o desejado efeito multiplicador das boas práticas ambientais que integram o projeto. A imagem social positiva que o projeto está a ter tem também despertado o interesse do tecido empresarial, que tem procurado os parceiros do projeto para estabelecer parcerias, formações, etc.

3.5. Para além do LIFE+ Para além do âmbito específico da Ação E.2, que cabe à Universidade de Aveiro, a equipa tem realizado muitas atividades complementares, por forma a aumentar o conhecimento disponível e a sensibilização pública em torno das matérias do Projeto. Conforme anteriormente reportado, os trabalhos complementares ao BRIGHT deram já origem a duas teses académicas: - Potential of carnivorous mammals for seed dispersal and their contribution to ecosystem management, tese de mestrado de Lúcia Pereira. Atualmente está a ser preparada a publicação dos resultados em forma de artigo. - Caracterização da comunidade Macro fúngica da Mata Nacional do Buçaco, tese de Licenciatura em Biologia, de Eduardo Batista. Estes trabalhos serão ainda alvo de continuado estudo, desta feita ao nível de mestrado.

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No âmbito do pós-doutoramento em Promoção e Administração de Ciência e Tecnologia, de Milene Matos (equipa UA), têm sido desenvolvidas muitas ações e atividades na MNB que, embora não sejam financiadas pelo LIFE, acabam por ser complementares à missão de envolvimento da sociedade nas ações de conservação e transmissão de conhecimento técnico à população em geral. É inevitável nestas atividades mencionar o projeto BRIGHT, referir a sua importância em termos de conservação, o enquadramento e objetivos do mesmo, sensibilizando os participantes e gerando consciencialização ambiental. Algumas destas ações incluem: oficinas pedagógicas, workshops, cursos de formação, atividades de sensibilização ambiental intergeracionais, entre outras. (Os anexos mencionados neste ponto encontram-se na Pasta ‘ANEXOS_Deliverables’.) Para o período do presente relatório, alguns exemplos são: - 20/09/2014: Atividade de sensibilização ambiental “Noite Europeia dos Morcegos”, Canelas; - 16/05/2015: Atividade de sensibilização ambiental “Noite Europeia dos Morcegos”, Vagos; - 24/05/2015: BussacoBlitz (Anexo Poster_BussacoBlitz).

No âmbito do Sement Event 2014 (Evento anual BRIGHT), a equipa do DBio-UA teve a cargo uma parte do Seminário Técnico (29 e 30 novembro), onde apresentou os resultados sobre fauna, flora e divulgação. Ainda nesse Sement Event, a Universidade de Aveiro disponibilizou material para, em conjunto com a FMB, se organizar a exposição “Macrofungos da Mata Nacional do Buçaco”, que esteve patente no Parque da Cidade de Mealhada.

Em 2012 foi criado e organizado o Serviço Educativo da Mata do Bussaco, à época com coordenação geral e científica do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, que continua a disponibilizar também oficinas didáticas para escolas, grupos e famílias, por marcação e com agenda regular.

Sempre que possível e adequado, são realizadas na MNB as aulas práticas e ações de voluntariado do Departamento de Biologia da UA, sempre com a realização de atividades de formação-ação acerca do controlo de espécies exóticas invasoras, respetivo enquadramento, problemática e ecologia. No período a que se refere este documento foram realizadas as seguintes aulas/ações de campo, com menção ao BRIGHT: - 07/10/2014: Atividade de integração dos novos alunos de Biologia, com plantação de árvores na MNB; - 04/03/2015: Ação de Voluntariado com Escola Secundária de S. Bernardo (Anexo: pasta de fotos Bussaco_volunt_escolaSaoBernardo_04-03-2015); - 21/03/2015: Ação de Voluntariado Bucaquinho_volunt_21-03-2015);

no

Parque Ambiental

do

Buçaquinho

(Anexo:

- 11/04/2015: Atividade de integração dos caloiros de Biologia, com plantação de árvores na MNB (Anexo: Bussaco_volunt_caloiros_11-04-2015.

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No âmbito da divulgação e disseminação de resultados do projeto BRIGHT, foram realizadas três saídas técnicas, organizadas pelo Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro: - 08/07/2015: Academia de Verão da UA, com ação de voluntariado junto à Cruz Alta (Anexo: Academia de Verão UA_09_07_2014). - 15/07/2015: Academia de Verão da UA, com ação de voluntariado junto à Cruz Alta (Anexo: Academia de Verão UA_16_07_2014). - 27/08/2015: Ciência Viva - Biologia no Verão.

Por parte da equipa da UA foram efetuadas as seguintes comunicações em encontros científicos, onde foi mencionado o projeto BRIGHT:

- Milene Matos, André Aguiar, Carlos Fonseca. Immediate bird responses to windstorm disturbance: a case study from Bussaco National Forest, Central Portugal. 27th International Congress for Conservation Biology & 4th European Congress for Conservation Biology. 2-6 Agosto 2015, Montpellier, France (Comunicação em painel – Anexo Abstract_ICCBECCB_2015_AVES GONG). - Milene Matos. "A gestão da paisagem portuguesa e seus efeitos na conservação da biodiversidade". 13 Abril 2015, 1º Biologia em Prática. Departamento de Biologia, Universidade de Aveiro. - Milene Matos, André Aguiar, Sónia Guerra, Lísia Lopes, Rosa Pinho and Carlos Fonseca. Can intense control of invasive species do more harm than good? A case study from Bussaco National Forest, central Portugal. 33rd International Union of Game Biologists Congress. 24-27 Agosto 2015. Puebla, Mexico (Comunicação em painel – Anexo Poster_IUGB2015).

Foram, ainda, efetuadas as seguintes publicações científicas e de divulgação: - Milene Matos. 2015. Dos deuses e do homem… Mata Nacional do Buçaco. Quercus Ambiente, 70: 24.

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Os diversos membros da equipa da UA colaboraram/colaboram intensivamente na redação e elaboração de conteúdos e materiais de Divulgação do projeto BRIGHT, tais como brochuras, folhetos, placas e informações diversas.

O Departamento de Biologia e o Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro, em parceria com o SapoLabs, da mesma entidade, e com apoio da Fundação PT e da FMB, desenvolveram a plataforma Bussaco Digital (bussacodigital.sapo.pt), tendo o projeto tido início em setembro de 2013. Esta plataforma permite “plantar” árvores à distância de um clique, na Mata Nacional do Buçaco, acompanhar o seu crescimento, ou até dedicar árvores notáveis a alguém especial. Trata-se de um projeto inovador e único em Portugal, sendo que as plantações obtidas constituem um contributo, em termos de reflorestação, para o projeto BRIGHT. Este projeto acabou por ser eleito pela Federação Europarc como sendo o melhor projeto comunicação a nível europeu, para a comunicação ela conservação da natureza (Anexo Natura 2000 Communications Award).

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4. ASPETOS FINANCEIROS 4.1. Sistema Contabilístico. POC E

4.2. Disponibilidade do Cofinanciamento -

4.3. Execução Financeira

Tabela 58. Síntese da Execução Financeira do projeto até 31/08/2015

Rubrica de Despesa Pessoal Viagem e Estadia Assistência Externa

Infraestruturas Equipamentos Consumíveis Despesas Gerais TOTAIS

Orçamento do Projecto (€)

Despesas €

Adjudicações %

173,448.97

121,989.47

0.00

2,137.06

260.18

260.18

0.00

0.00

13,927.85

13,927.85

100%

21,280.00

8,028.50

38%

14,415.27

10,244.01

71%

223,332.27

156,587.07

70%

%

70%

100%

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ANEXOS

Deliverables e Marcos Como referido no ponto 3.5. “Para além do LIFE+”, entre outras atividades, o Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, através do pós-doutoramento em Promoção e Administração de Ciência e Tecnologia, de Milene Matos (em curso), tem organizado inúmeros eventos formativos em parceria com a Fundação Mata do Bussaco. Embora estas atividades não sejam financiadas pelo LIFE, acabam por ser complementares à missão de envolvimento da sociedade nas ações de conservação e transmissão de conhecimento técnico-científico à população em geral. É quase inevitável nestas atividades mencionar o projeto BRIGHT, referir a sua importância em termos de conservação, o enquadramento e objetivos do mesmo, sensibilizando os participantes e gerando consciencialização ambiental. Não sendo financiadas pelo LIFE, não apresentam os logos e as referências imediatas ao projeto, mas são ações, por assim dizer, complementares ao projeto, pois disseminam-no e publicitam a sua importância, objetivos e resultados. As demais atividades realizadas pela equipa da UA, ou com a colaboração da mesma, já foram listadas no Ponto 3.5. “Para além do LIFE+”. Os anexos são apresentados conforme indicado no ponto 3.5. “Para além do LIFE+”, ou seja, constam da pasta anexa ao documento: Pasta ‘ANEXO - Deliverables’. As atividades mencionadas ou outros assuntos decorrentes do trabalho da equipa do DBio-UA no projeto BRIGHT por vezes resultam em notícia em alguns media nacionais e regionais, dando visibilidade ao projeto e contribuindo para a disseminação de conhecimentos gerado pelo mesmo. De seguida apresenta-se uma seleção abreviada destas notícias. - 13/10/2014. Região de Águeda. “Praxe académica: Caloiros de Biologia recebem carvalhos ‘bebés’ para cuidarem e plantarem no Buçaco.” - 04/11/201. Público. “Quando a praxe significa plantar uma árvore” - LifeStyle Sapo. “Mata Nacional do Buçaco pode abrigar 200 espécies de cogumelos”

Fotografias Estes anexos encontram-se na pasta “ANEXOS – Deliverables” do suporte digital anexo.

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Mapas, Shapefiles e outros Estes anexos encontram-se na pasta “ANEXOS – Mapas e outros” enviada em conjunto com o relatório.

Anexo I

Lista completa de invertebrados identificados para a MNB e respetivas referências bibliográficas

Anexo II

Lista de espécies eliminadas do inventário de invertebrados da MNB.

Anexo III

Situação de referência para a flora.

Anexo IV

Numeração de manchas de espécies invasoras.

Anexo V

Numeração de espécies invasoras isoladas.

Anexo VI

Gráficos dos inventários florísticos.

Anexo VII

Grelhas: monitorização de espécies invasoras.

Anexo VIII

Grelhas: monitorização de espécies invasoras 2.

Anexo IX

Dados de monitorização de comunidades vegetais.

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