Projeto Origens - Nativos

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Projeto “Origens” Introdução: A princípio, o projeto era um estudo sobre o fazer cerâmico dos indígenas, negros e caiçaras, algo técnico e regional. Contudo, em contato com o volume de informações e impactados, na vivência de estudo de campo, pela força de resistência, adaptação e sabedoria dos povos que deram origem aos brasileiros do Litoral Norte Paulista, o Projeto “Origens”, ampliou-se em propósito e para além da região. Constituindo-se na busca da representação, através da cerâmica artística, das raízes históricas e culturais dos povos que habitaram, e que influenciaram a formação da cultura atual. Fundamentado em estudos, pesquisas, vivências, troca de experiências para o desenvolvimento dos trabalhos artísticos, o projeto dividiu-se em três fases: .“Nativos”: representação da riqueza do fazer cerâmico na tradição das nações indígenas brasileiras e visibilidade das etnias, com foco no desenvolvimento cultural. .“Negros”: representação da influência das culturas das diversas nações africanas trazidas a nossa região pelos escravos, no período colonial. .“Caiçaras”: representação da cultura tradicional caiçara, existente como tal, principalmente no litoral do Estado de São Paulo e formada em decorrência da miscigenação genética e cultural entre índios, brancos e negros. O Projeto “Origens”, idealizado pelo Grupo Ubuntu Caraguá - Ceramistas, foi realizado em parceria com outros artistas plásticos, convidados pela afinidade com os temas desenvolvidos e a paixão em realizar arte representando nossa identidade e transformou-se em três exposições. Sendo a exposição “Origens Nativos”, foco desta apresentação.


“Origens Nativos” Apresentação: “Origens-Nativos” é uma mostra cerâmica itinerante realizada pelo Grupo Ubuntu Caraguá Ceramistas e convidados, sobre os fazeres e saberes da cultura indígena brasileira, representada por diversas etnias. É um trabalho desenvolvido a partir de pesquisas bibliográficas, estudos arqueológicos, visitas de campo, reuniões mensais entre os ceramistas envolvidos para a confecção das peças nos ateliês, em uma rica troca de experiências e que culmina em exposições abertas ao público em instituições como: museus, universidades e outros espaços expositivos, abrangendo a realização de palestras e oficinas sobre o tema desenvolvido. É uma exposição que se divide em duas partes: “A Grande Maloca – Origens Nativos”, que apresenta um conjunto de 32 máscaras de etnias indígenas e 08 peças de criação. “Fazeres na Tradição – Origens Nativos”, que apresenta um conjunto de 35 peças, principalmente utilitárias, de 18 etnias, resultado dos estudos sobre a produção de cerâmica por etnias extintas, pelas que deixaram de produzir e de povos que ainda praticam este fazer.


"A Grande Maloca - Origens Nativos"

“A Exposição Origens Nativos, apresenta “A Grande Maloca, um conjunto de 32 máscaras e 8 objetos de criação. Trata-se de uma faceta do projeto homônimo, que inclui a produção de máscaras de 305 etnias brasileiras, além de peças em cerâmica. A pergunta básica que motiva o grupo é: Quais são as nossas origens? Num país colonizado como o Brasil, muitas vezes são negligenciados os povos autóctones. Os indígenas que habitavam o Brasil antes da chegada dos portugueses são fundamentais sob diversos aspectos, como a criação de objetos utilitários e obras de arte. O objetivo da exposição é o resgate de saberes e a apresentação ao público de elementos ora em extinção, ora em ressignificação. A modelagem cuidadosa e a coloração com o uso do engobe, um tipo de óxido, são alguns dos recursos utilizados para gerar no público a percepção de estar em contato direto com as diversas culturas de um Brasil. Os trabalhos apresentados, nesta jornada pelo universo dos índios brasileiros, permitem que a cultura nacional mantenha a sua riqueza e a difunda das mais variadas maneiras, pois somente no respeito e na divulgação da diversidade é que será construída a educação ampla e inclusiva, tão propalada e nem sempre praticada.”

Texto de Oscar D'Ambrósio, Doutor em Educação, Arte e História da Cultura e Mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp, onde atua na Assessoria de Comunicação e Imprensa.




Amostra das máscaras:

Asuriní

Kuikuro


Desana

Munduruku

Karajรก

Kayapรณ


Peças de criação:

“Kuarup”

“Tatu Kayapó”

“Ventre Nativo”

“Besouro Baniwa”


“Dona do Barro”

“Monstro Aranha”

“Homenagem ao povo Xakriabá”


“Fazeres na Tradição - Origens Nativos"

“A valorização da cultura indígena é absolutamente fundamental por diversos aspectos, que incluem fatores emocionais coletivos, elementos racionais históricos e culturais, e o potencial criativo de cada um. Essas variáveis estão presentes nesta exposição, que reúne dois segmentos. Por um lado, estão os trabalhos motivados diretamente pela experiência do grupo de ceramistas por meio de estudos de acervos arqueológicos. Trata-se de uma jornada que inclui o estudo de etnias como a Tapajônica e a Marajoara, já extintas, ou a Tupi-guarani, que deixou de praticar a arte cerâmica. Por outro, há obras realizadas em contato com etnias que continuam a tradição secular da cerâmica. A vivência com indígenas e pesquisas em museus auxiliaram a conhecer processos de estabelecimento de formas, texturas, acabamentos e queimas. Assim, o passado, o presente e o futuro se fazem presentes. O conjunto, portanto, tanto homenageia aquilo que não tem continuidade, como estabelece pontes com o que é feito atualmente. Esse diálogo cria uma atmosfera respeitosa em que o conhecer, o refletir e o criar constituem um processo enriquecedor para quem participou do processo criativo e para quem contempla o resultado."

Texto de Oscar D'Ambrósio, Doutor em Educação, Arte e História da Cultura e Mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp, onde atua na Assessoria de Comunicação e Imprensa.


Estudos sobre a cerâmica de povos que continuam produzindo na atualidade:


Kaingang

Terena

Waurá

Asuriní

Kadiwéu

Terena


Baniwa

Suruí

Wayana-Aparaí

Waiwai

Matis

Marubo


Estudos sobre a cerâmica de povos extintos ou que deixaram de produzir:


Universo Iconográfico Tapajônico

Gargalo Tapajônico

Marajoara


Marajoara

Tupiguarani

Tupinambรก

Tupiguarani

Tupiguarani


Marajoara (

)

Criação

Marajoara (

)

Criação

Marajoara


Descrição: Inicialmente a proposta era estudar a influência das culturas de várias nações indígenas, no desenvolvimento cultural do Litoral Norte Paulista. Na busca desta identidade da cerâmica regional percebemos que a cerâmica dos povos nativos, perdeu-se quase que por completo, o que era um obstáculo a ser vencido. Em contato com os esforços de antropólogos, arqueólogos, historiadores e outros envolvidos, em resgatar um pouco da cerâmica destes povos, através da reconstituição de fragmentos cerâmicos, entendemos que os povos migravam para outras regiões e mantinham algum tipo de diálogo, direto ou indireto, entre suas maneiras de fazer cerâmica, como por exemplo, na queima e adornos, o que nos levou a necessidade de ampliar a pesquisa para outras regiões do Brasil. Numa primeira fase do trabalho o grupo seguiu uma mesma direção de visitas e pesquisas, no Estado de São Paulo, a saber: • Sítio arqueológico Aratu, em Paraibuna, com a pesquisadora Aline Furtado; • Museu de Arqueologia de Jacareí, onde peças foram reconstituídas a partir de pequenos fragmentos arqueológicos, com palestra ministrada por Claudia Moreira Queiroz; • Museu Arqueológico da USP em Piraju; • “Primeiros Habitantes do Litoral Norte de São Paulo”, palestra ministrada por Alberto Capucci. • Visita à Aldeia Renascer – Tupi-guarani, em Ubatuba. E assim, desenhou-se o método de trabalho em reuniões constantes. Cada membro foi absorvendo uma etnia para pesquisa, num movimento de troca e de escolhas, de acordo com possibilidades e recursos de cada artista. Um dos ceramistas, Carlo Cury, responsabilizou-se por colher informações importantes para a realização do projeto, visitando várias regiões de concentração de material sobre a cerâmica indígena, a saber: • Rio de Janeiro: Participação no “Primeiro Seminário de Cerâmica Indígena”, realizado pelo Museu do Índio, coordenado pelas Antropólogas Renata Valente e Sheila de Sá. • Mato Grosso do Sul: Visitas às aldeias Terena e Kadiwéu; Visita ao Museu Dom Bosco em Campo Grande; Visitas aos espaços de arte indígena em Miranda, Bodoquena, Aquidauana e Bonito. • Região Norte: Participação em oficina de “Cerâmica Tapajônica” no ateliê de Mestre Izauro (Santarém), com os orientadores Lucivaldo dos Santos Silva e Ronaldo Marques; Encontro técnico com a pesquisadora Anne Rapp da UFOPA – Universidade Federal do Pará, Campus de Santarém; Visitas a ateliês, em Belém e Soure na Ilha do Marajó, bem como a museus e espaços de arte indígenas.




As informações obtidas nesta pesquisa de campo foram compartilhadas e discutidas por meio de oficinas e conversas com os integrantes do grupo. O grupo em ação contínua de pesquisas produziu peças em miniaturas para orientar a execução das peças elaboradas para o projeto. Em seguida confeccionaram suas obras em seus ateliês e ainda uma peça de confecção conjunta. As etnias abordadas foram: Tapajônica

Fu - nió

Marajoara

Gavião

Tupiguarani

Huni Kui

Tupinambá

Hambiquara

Xacriabá

Ikpeng

Kaingang

Kamaiura

Iny / Karajá

Kayapó

Waujá / Waurá

Kuikuro

Waiwai

Merinaco

Waiana

Maxakali

Kadiwéu

Munduruku

Terena

Pataxó

Asurini

Potiguara

Matis

Rikbaktsa

Aratu

Umutina

Marubo

Xavante

Baniwa

Xicrim

Suruí

Yawalapiti

Bororó

Yanomami

Botocudo

Xetá

Desana

Pankararu

Apesar do volume de material estudado e confeccionado, os artistas continuam motivados a realizarem novos estudos sobre outras etnias, gerando a confecção de novas peças que serão incorporadas gradativamente


a exposição, correspondendo a demanda do público visitante de querer mais e novos conhecimentos sobre o assunto. Além disso à mostra possui a flexibilidade, de ao dividir-se em duas partes, as mesmas poderem ser expostas juntas ou separadas, formando exposições distintas, adequando-se aos espaços expositivos: “A Grande Maloca – Origens Nativos”, que apresenta um conjunto de 32 máscaras de etnias indígenas e 08 peças de criação. Uma amostra de um projeto homônimo, em andamento, que incluirá a produção de máscaras das 305 etnias brasileiras, além de peças de criação em cerâmica.


“Fazeres na Tradição – Origens Nativos”, que apresenta um conjunto de 35 peças, principalmente utilitárias, de 18 etnias, e que dividir-se em três módulos: . Obras de cerâmica a partir do estudo arqueológico dos fazeres tradicionais de povos indígenas extintos. Exemplo: Tapajônica e Marajoara. . Obras de cerâmica a partir do estudo arqueológico dos fazeres tradicionais de povos indígenas que deixaram de produzir. Exemplo: Tupiguaranis. . Obras de cerâmica a partir do estudo dos fazeres tradicionais de povos indígenas que continuam produzindo.

E por fim, após visita a todas estas etnias e em continuidade aos estudos e trabalho artístico do Grupo Ubuntu Caraguá Ceramistas, surgiu a intenção de gerar novo projeto: um desdobramento específico, que já está em andamento, sobre a rica e mais influente cultura indígena, a “Tupiguarani”, e que deixou de produzir cerâmica.


Justificativa:

Para os artistas, no intuito de entender o próprio trabalho, houve uma crescente mudança de valores ao buscar o seu aprimoramento nestas raízes. De um lado, a beleza e riqueza estética encontrada a cada passo e de outro, colocar a capacidade de trabalhar com as mãos a serviço destas culturas. Expor o trabalho passou a ter um motivo especial no desenrolar das pesquisas, pois daria visibilidade a esta riqueza cultural e ao esquecimento contínuo sofrido por estas culturas que iniciaram o processo de ocupação territorial. O projeto se insere em um contexto histórico, pesquisando o modo de fazer cerâmica dos índios, buscando resgatar e entender, ainda, quais fragmentos destas culturas estão presentes na cultura atual e observando qual o resultado desta influência sobre o trabalho dos ceramistas, ou seja, o que ficou em cada um de nós e que marcará o trabalho artístico e/ou comercial. Por vontade dos ceramistas, todos os povos indígenas do território nacional estariam presentes neste projeto, pela diversidade cultural e pelo entendimento de que a energia estabelecida por eles ainda está presente em várias manifestações culturais. A escolha por determinadas etnias foi feita pela importância que seus materiais cerâmicos representam nos estudos e reconstruções históricas. As peças classificadas como “criativas” são manifestações artísticas que carregam ícones estudados das etnias. O projeto ao expor as peças produzidas pelos artistas não só resgata o fazer tradicional da cerâmica indígena, como também propõe, através de palestras e de oficinas sobre o tema étnico desenvolvido, abertas ao público interessado tanto pelos ensinamentos cerâmicos como por outras motivações individuais, a disseminação do conhecimento sobre as culturas indígenas, transmissão de saberes e a reflexão sobre quanto somos nós.


Objetivos:

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Realizar exposições itinerantes com as obras produzidas; Promover a reflexão entre a arte e a história; Apresentar as culturas que fazem parte da memória histórica; Difundir a cerâmica indígena e a necessidade de preservá-la como patrimônio e riqueza nacional; Levar o espectador a se conscientizar sobre como os fragmentos de cerâmica podem ajudar a entender um pouco dos hábitos, crenças e barganhas, cultura que os primeiros habitantes das diversas regiões deste país nos deixaram como legado e estão sendo perdidos ou sufocados sem entendimento; Promover ao espectador o reconhecimento do modo de vida dos índios, formando a união dos universos indígena e não indígena. Inserir o espectador no modo de fazer cerâmica tradicional indígena; Mostrar os caminhos do fazer tradicional indígena, somado aos conteúdos individuais de cada artista; Difundir os diferentes materiais e técnicas no fazer tradicional das etnias abordadas no projeto; Proporcionar aos artistas participantes, um enriquecimento no modo de fazer arte em conjunto, com base em pesquisas; Valorizar o cooperativismo entre os artistas; Promover palestras e oficinas, mediante entendimento entre artistas e responsáveis pelos espaços expositivos, para aprofundamento na transmissão de saberes. Fomentar a economia criativa.


Público alvo e local:

• • •

Exposição aberta à visitação pública em geral, sem distinções de idades, com ênfase cultural, social e educacional. Pessoas interessadas nas palestras, discussões e oficinas sobre o tema desenvolvido. Em museus, espaços de exposições, instituições de ensino universitário, instituições de cunho social, grêmios empresariais e toda forma de associação que venha se interessar e se beneficiar.

Resultados Previstos:

• Tornar itinerante a mostra; • Encontro consciente, entre os ceramistas do grupo com os agentes (índios) que exercem influências sobre os seus trabalhos; • Percepção, no espectador e no ceramista, da influência da cerâmica dos índios. • Levantar reflexões no visitante, sobre a maneira como percebe a influência dos povos indígenas em si e no todo. • Cumplicidade, de mais pessoas, com o ideal de preservação destas culturas, como patrimônio cultural e como entendimento da identidade nacional. • Influência das culturas ancestrais sobre o trabalho dos ceramistas deste projeto, no que se refere a técnica e uso dos diversos materiais. • Intersecção entre os trabalhos dos ceramistas da região com o modo de fazer cerâmica de alguns dos primeiros povos habitantes do território nacional. • União do grupo e fortalecimento da importância em realizar projetos artísticos em conjunto, com base em pesquisas, como forma de aprendizado contínuo de técnicas cerâmicas, como de desenvolvimento social e cultural. • Promoção da economia criativa.


Apresentação do Grupo Ubuntu Caraguá – Ceramistas

O termo Ubuntu, que significa “Eu sou porque nós somos”, tem sua origem nas línguas bantu e é um exercício prático da filosofia tradicional africana, que foca na importância das alianças e do relacionamento entre as pessoas, baseado no respeito, solidariedade e fraternidade. Sob o lema Ubuntu, artistas ceramistas, radicados em Caraguatatuba, uniramse para fazer arte em conjunto. Somando forças, conhecimentos, vivenciando a troca de suas experiências em ateliê e desenvolvendo projetos artísticos com base em pesquisas, reeditam o processo de criação e a produção da própria arte de maneira inovadora, prazerosa e valorizada. A missão do Grupo Ubuntu Caraguá - Ceramistas, é através do desenvolvimento de peças cerâmicas nas tradições estudadas e de outras produções artísticas, revelar consciência sobre elementos históricos culturais e sua manifestação na atualidade. Projetos desenvolvidos e em desenvolvimento pelo Grupo: o Projeto “Origens”, o “Projeto Imagens de Devoção”, o Projeto “Retábulos – O Sagrado de Cada Um”, o Projeto “Heranças”, e Projeto “Tupiguarani”.


Componentes do grupo:

Carlo Cury Ceramista, arquiteto e artista plástico, Carlo Cury nasceu em 1963, Piraju, SP., mas adotou a cidade de Caraguatatuba para a produção de suas peças exclusivas, inspiradas em pesquisas da cultura dos povos nativos, no meio ambiente e na religiosidade. Idealizador de diversos projetos, entre eles “Ceres” (deusa grega da agricultura), que trata do respeito à natureza. Deste projeto saíram obras em técnica mista sobre tela, que alcançaram projeção internacional: 10 delas compõem o acervo da Fundação Mokiti Okada, em Lisboa, Portugal. A partir de 2000, passou a lecionar arte em escolas de São Paulo e idealizou o “Projeto Olhares Poéticos Sobre o Meio Ambiente”, que leva educação gratuita de arte a alunos da rede pública de ensino, inclusive em Caraguatatuba. Em 2011, descobriu a cerâmica como um rico caminho para criar mecanismos visuais nos quais pôde aprofundar seus diálogos com o tridimensional. Integrante da Rota da Cerâmica de Caraguatatuba, é também um dos fundadores do Grupo Ubuntu Caraguá-Ceramistas. Além da paixão pelo litoral norte do Estado de São Paulo, Carlo Cury tem realizado pesquisas sobre cerâmica de povos nativos no Pará, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Tocantins e São Paulo, além de países da América do Sul e Central, visitando museus (arqueologia), instituto de pesquisas e aldeias indígenas.


Claudia Canova Ceramista e artista plástica, Claudia Canova nasceu em 1963 na Capital Paulista. Cursou o ensino médio no colégio IADE (técnico em comunicação visual), já sinalizando sua escolha pela faculdade de artes plásticas (FAAP), concluída em 1987, com especialização em desenho técnico (IADE). Desde cedo compreendeu que felicidade tinha gosto de mar e levada por sua atração pela natureza, assim que pode escolheu morar perto dele, em Caraguatatuba, com seus dois filhos. Lecionou arte em escolas estaduais, no ensino fundamental e médio, até 1994. Em 2003 retornou as artes plásticas vivenciando o curso de cerâmica do “Projeto Terramar”, coordenado pelo ceramista Ben Hur Vernizzi. Pertinho do mar e da Mata Atlântica, pode finalmente das asas a sua imaginação e, com total liberdade, passou a criar peças de cerâmica em formato de joaninhas, besouros, borboletas, libélulas, lagartos, tatus, tartarugas, peixes entre outros bichos do ar, terra e mar. Possui um olhar sensível para esse mundo quase invisível, delicado e essencial ao equilíbrio do ecossistema, tendo seu trabalho como tema principal a beleza da natureza, usando sempre elementos orgânicos. Em 2009 integrou a Rota da Cerâmica do município. Teve a experiência de construir e manejar um forno de barranco, na casa onde morava, em que a queima a lenha leva cerca de 24 horas e atinge 1000° e um forno a gás que atinge 1200°. É membro fundador do Grupo Ubuntu Caraguá Ceramistas.


Lu Chiata Ceramista e psicóloga clínica, Lu Chiata nasceu em 1965, Guarulhos, SP. Em 2002, busca qualidade de vida, abandona a cidade grande e muda-se, com o marido e seus cinco filhos, para uma chácara no sul de Caraguatatuba, SP. Em 2004, Começa seu contato com a cerâmica, através de um curso de modelagem de panelas de barro, que fez na extinta Cooperartess (Cooperativa de Artesanato de São Sebastião), local que promovia o resgate cultural do fazer tradicional do grupo de paneleiras, que existiu ativamente entre meados do século XIX e começo do século XX, no bairro São Francisco, em São Sebastião. Filiou-se a Cooperartess por 2 anos. Inspirada pelo manuseio do barro, passou a diversificar suas produções, dedicando-se a criação de esculturas. No fim de 2005, com a assessoria do artista plástico e ceramista, Maurício San, construiu um forno a gás, modular, no ateliê em sua residência, estruturando sua autonomia como ceramista. Em 2016, integra a Rota da Cerâmica do município e, também entra para o Grupo Ubuntu Caraguá Ceramistas, um “divisor de águas” em seu trabalho e na sua conceituação e prática da arte. Seu trabalho traz a marca de sua atração pelo mar e seus mistérios, pela herança africana deixada na história, cultura e religiosidade brasileira e pela manifestação pura e simples de vida e fé popular, demonstrada na devoção a santos retratados em suas produções e ao Divino Espirito Santo, confeccionado pela ceramista, como símbolo da espiritualidade. ”Sou terra... e o trabalho com o barro é parte de minha identidade, materializa minhas interpretações do mundo, acalma, equilibra, centra!” (Lu Chiata)


Zandoná Ceramista, Zandoná, nasceu 1945, em Viçosa, AL. Lembra-se que quando criança via sua mãe, se preparando para queimar, em um forno de chão, as panelas de barro, feitas com argila coletada em um rio próximo de onde moravam. Em sua casa só se usava as panelas de barro feitas por sua mãe, uma mulher com sangue índio, que incentivou desde cedo os filhos a não ficarem parados, mas irem à luta em busca do seu sustento. Menina, aprendeu sozinha a costurar e com 10 anos, já fazia suas bonecas de pano, com meia fina e pano de chita, bordando boca e os olhos. E, foi com esse incentivo da mãe, que Zandoná saiu de Viçosa para morar na capital paulista. Na cidade grande, foi trabalhar como costureira e tornou-se encarregada geral em uma empresa grande, onde fiscalizava o corte e a costura. Casou-se e teve seus quatro filhos. Paralelamente, fez diversos cursos de artesanato. Depois que os filhos se casaram, Zandoná decidiu morar em Caraguatatuba, no Litoral Norte. Fez o curso de cerâmica do “Projeto Terramar”, coordenado pelo ceramista Ben Hur Vernizzi e, apesar de ter gostado muito de trabalhar com o barro, ainda levou um tempo para descobrir que caminho deveria seguir. Até que um dia, por incentivo e elogios de um repórter italiano, admirado com uma peça sua que retratava um caiçara, despertou para a vontade de criar outros personagens. E se quando menina, fazia bonecas de pano, adulta passou a fazê-las de barro. A princípio esculturas com aparência séria, mas hoje, em sua maioria sorrindo, combinando com o jeito de ser da artista, risonho o tempo todo. Perdeu as contas de quantos caiçaras já fez, homens e mulheres. Consolidando a característica principal de seu trabalho: a construção de figuras humanas, reveladoras da personalidade própria e original da artista. Integra a Rota da Cerâmica de Caraguatatuba e é também membro do Grupo Ubuntu Caraguá Ceramistas.


Portfólio da Exposição:








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