Documentos Técnicos FVA - Número 4
SISTEMA DE MONITORAMENTO DE USO DE RECURSOS NATURAIS NO RIO UNINI - SIMUR Descrição parcial de dados – Recursos naturais e Produtos agrícolas - 2008 a 2016
Simone Iwanaga Marcelo Augusto dos Santos Jr. Sérgio Henrique Borges Marcelo Paustein Moreira Carlos César Durigan Francisca Saldanha Fabiano Lopez da Silva
REALIZAÇÃO:
APOIO:
MANAUS
AMAZONAS AGOSTO 2018
BRASIL
A FVA é uma organização civil de inovação socioambiental que alia conhecimento tradicional e técnico-científico para a promoção de alternativas adequadas ao desenvolvimento socioeconômico regional sustentável.
Presidência José Luís Campana Camargo Vice-Presidência José Antônio Alves Gomes CONSELHOS Conselho Curador Manoel de Jesus Masulo da Cruz Marco Aurélio Bolognese Muriel Saragoussi Rodrigo Durães Fugii Sérgio Henrique Borges Conselho Fiscal Jorge Lima Daou Fred Andres do Couto Silva Cleucilene da Silva Nery COORDENAÇÃO EXECUTIVA Coordenador Executiva Fabiano Lopez da Silva Coordenadora Executiva Adjunta Ana Cristina Ramos de Oliveira PROGRAMAS Desenvolvimento Institucional Ana Cristina Ramos de Oliveira Ana Karina Ferreira de Pontes Célio Ribeiro dos Santos Joicicleide da Silva Batista Tatianna Portes
Gente para Conservação Maria Inez Waak Adriana Rodrigues Saraiva Odiel Brindeiro Sousa Tatiana Rodrigues Boletta Amanda Nogueira Araújo Arianny Simões de Araújo Eide Lima da Silva Maia Itaciara Dias João Pedro Rebelo dos Santos Karolina Maria de Araújo Cordeiro Maickson dos Santos Serrão Pâmela Souza Suzana Machado da Silva Thessyvanda Torres da Cunha Valéria Marques Batista Valquiria Gomes Coelho Vanessa C. de Lima Vanessa Costa Silva Zevaldo Luiz Rodrigues de Sousa
EXPEDIENTE
Geopolítica da Conservação Fabiano Lopez da Silva Ana Cíntia Guazzelli Francisca Saldanha Pablo Pacheco
Redação Simone Iwanaga
Lab. de Geoprocessamento Marcelo Augusto dos Santos Jr. Heitor Paulo Pinheiro Francisco Oliveira Sousa Júnior Ingrid Silva de Freitas
Projeto Gráfico Simone Iwanaga
Observatório da Região Metropolitana de Manaus Artur Sgambatti Monteiro Igor Matheus Ferreira da Silva
Fotos Acervo FVA
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini – SiMUR Descrição parcial de dados – Recursos naturais e Produtos agrícolas - 2008 a 2016 Agosto 2018 Coordenação Geral Fabiano Lopez da Silva Coordenação Editorial Ana Cíntia Guazzelli Equipe SiMUR Simone Iwanaga Marcelo Augusto dos Santos Jr. Sérgio Henrique Borges Marcelo Paustein Moreira Carlos César Durigan Francisca Saldanha Fabiano Lopez da Silva
Revisão Satya Caldenhof
Diagramação e Capa Sílvio Eduardo Sarmento
Patrocínio Gordon and Betty Moore Foundation
Comunicação | Mosaico do Baixo Rio Negro Ana Cíntia Guazzelli Conservação para Gente Marcelo Mendes do Amaral Kiviane Castro Ribeiro Maria da Saúde Barbosa da Silva
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A série Documentos Técnicos FVA tem como objetivo divulgar resultados de experiências, estudos e análises realizados no escopo das ações da Fundação Vitória Amazônica, com a participação de especialistas e instituições parceiras. Documentos Técnicos FVA é uma publicação sem periodicidade, impressa e em formato eletrônico. Comissão editorial: Ana Cíntia Guazzelli Ana Cristina Ramos de Oliveira Artur Monteiro Fabiano Lopez da Silva Marcelo Mendes do Amaral Marcelo Augusto dos Santos Junior
“Este documento foi elaborado a partir do Relatório descritivo de dados coletados de 2008 a 2016 – Recursos naturais e Produtos agrícolas, um produto intermediário do processo de revisão da base de dados do SiMUR que vem sendo conduzido pela primeira autora para a Fundação Vitória Amazônica.”
Ficha Catalográfica
196s IWANAGA, Simone et al. Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini – SiMUR: Descrição parcial de dados – Recursos naturais e Produtos agrícolas 2008 a 2016./ Simone Iwanaga; Marcelo Augusto dos Santos Jr.; Sérgio Henrique Borges; Marcelo Paustein Moreira; Carlos César Durigan; Francisca Saldanha; Fabiano Lopez da Silva 2018. – Manaus: FVA, 2018. 128p.: il. (Documentos Técnicos FVA, 4) 1. SiMUR – Amazonas. 2. Rio Unini – Recursos Naturais 3. Monitoramento I. IWANAGA, Simone. II. SANTOS JR., Marcelo Augusto dos; III. BORGES, Sérgio Henrique; IV. MOREIRA, Marcelo Paustein; V. DURIGAN, Carlos César; VI. SALDANHA, Francisca; VII. SILVA, Fabiano Lopez da. VIII. Fundação Vitória Amazônica. IX. Título. X. Série. CDD 333.751 CDU 504.062
A reprodução total ou parcial desta obra é permitida, desde que citada a fonte.
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS
10
INTRODUÇÃO
11
PARTE 1. CONTEXTUALIZAÇÃO METODOLÓGICA
13
Dados coletados
13
Definição de nomes de recursos naturais ou produtos
14
Representatividade dos dados
14
No nível da bacia
14
No nível de comunidade
14
No nível de família
17
Dado de localização geográfica
18
Quadro geral da coleta e revisão dos dados
18
Base atual de códigos vigentes do SiMUR (pós-revisão)
20
Base utilizada neste documento: alterações e localização nas unidades de conservação
20
Ciclos sazonais
22
PARTE 2. DIVERSIDADE, IMPORTÂNCIA RELATIVA E USO DE RECURSOS NATURAIS
25
E PRODUTOS AGRÍCOLAS Recursos naturais
25 28
Tipos de uso de recursos naturais Produtos agrícolas
29
Recursos naturais e produtos agrícolas comercializados
30 32
Destinos de venda e preços aplicados
PARTE 3. EXTRATIVISMO ANIMAL E VEGETAL
33
A prática do extrativismo animal
33
Intensidade de caça e captura ou coleta de quelônios aquáticos e pesca
33
Intensidade de uso ao longo do ciclo anual
34
Intensidade de uso de ambientes
34
A prática do extrativismo vegetal
42
Intensidade de uso de recursos madeireiros e não-madeireiros
42
Intensidade de uso de grupos botânicos
44
Distribuição do uso de recursos naturais nas unidades de conservação
45
Amostra de dados
45
Quadro geral: Extensão de área de uso e intensidade de uso
46
Uso de área pelas comunidades
48 Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
Uso de áreas por tipo de prática extrativa
52
Uso de áreas por tipo de recurso (hábito)
56
Uso de áreas por tipo de ambiente (recursos animais)
58
Distribuição da biomassa extraída (recursos animais)
63
PARTE 4. RECURSOS DE RELEVÂNCIA NO EXTRATIVISMO ANIMAL Parâmetros de relevância de recursos animais
67 67
Recursos animais destacados
67
Peixes x Quelônios aquáticos x Caça: Contribuição estimada em biomassa extraída
67
Piranha, tucunaré, pacu, aracu e cará
73
Importância
73
Intensidade de uso ao longo do ciclo anual
73
Intensidade de uso de ambientes
75
Flutuações anuais
75
Cabeçudo, irapuca, tracajá e tartaruga-da-amazônia
80
Importância
80
Contagem de ovos x contagem de ninhos de quelônios aquáticos
81
Intensidade de uso ao longo do ciclo anual
82
Intensidade de uso de ambientes
82
Flutuações anuais
89
Razão sexual
91
Paca, cutia, queixada, caititu e anta
94
Importância
94
Intensidade de uso ao longo do ciclo anual
94
Intensidade de uso de ambientes
96
Flutuações anuais
99
Razão sexual
101
PARTE 5. RECURSOS DE RELEVÂNCIA NO EXTRATIVISMO VEGETAL Cipó-titica, cipó-timbó-açu, castanha-da-amazônia Importância
103 103 103
Palmeiras
103
Importância
103
Intensidade de uso ao longo do ciclo anual
104
Flutuações anuais
107
PARTE 6. RECURSOS NATURAIS E PRODUTOS AGRÍCOLAS DE RELEVÂNCIA COMERCIAL Perfil produtivo
109 109
Produção e relação com a prática comercial
109
Produtividade
110
Produção e comercialização Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
111
Intensidade de produção ao longo do ciclo anual
111
Flutuações anuais na produção e comercialização
113
Destinos de venda e preços aplicados
115
PARTE 7. REFERÊNCIAS CITADAS
117
PARTE 8. ANEXOS
119
Anexo I. Lista de recursos naturais e produtos agrícolas declarados no SiMUR no período de 2008 a 2016
119
e respectivas taxas anuais de extração ou produção. Anexo II. Lista de recursos naturais e produtos agrícolas declarados comercializados no SiMUR no
125
período de 2008 a 2016 e respectivas taxas anuais de quantidade comercializada. Anexo III. Preços aplicados (médias anuais, mínimo e máximo) a produtos comercializados,
127
declarados no SiMUR no período de 2008 a 2016. Anexo IV. Totais anuais de produção e venda de farinha-de-mandioca, banana, cipós
129
e castanha-da-amazônia, declarados no SiMUR no período de 2008 a 2016.
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
10
AGRADECIMENTOS
AGRADECIMENTOS
A presente publicação, assim como o relatório que o originou, reúne resultados de um amplo e detalhado processo de revisão e atualizações ao qual a base de dados do Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini (SiMUR) vem sendo submetida desde 2016. Todo esse processo e produtos intermediários, incluindo esta publicação, vêm sendo executados em colaboração com a FVA, que tem conseguido garantir a continuidade da coleta de dados e a manutenção de uma base de dados que tão logo terá reunido pelo menos 10 anos de informação proveniente da bacia do Rio Unini. A metodologia do SiMUR é baseada na participação voluntária de famílias moradoras da bacia do rio Unini, que fornecem sistematicamente dados sobre os recursos naturais utilizados, e na capacitação de moradores para atuarem como monitores, que, por sua vez, são responsáveis pela coleta de dados em suas comunidades. Dessa forma, os resultados apresentados neste relatório, que contemplam os anos de 2008 a 2016, representam as informações fornecidas por mais de 260 famílias residentes em 10 comunidades e 46 monitores. Atualmente, essa participação totaliza cerca de 270 famílias e 52 monitores, que aderiram à iniciativa em períodos variados e que têm viabilizado a aplicação desta ferramenta na bacia do rio Unini e suas unidades de conservação. O conteúdo integral desta publicação está fundamentado nos trabalhos de equipes de técnicos da FVA que diretamente participaram da iniciativa SiMUR, em suas fases de planejamento e implementação, desde o ano de 2007. Entre esses técnicos estão, além da própria autora, Sérgio Henrique Borges, Marcelo Paustein Moreira, Francisca Saldanha e Carlos César Durigan, e os consultores Rachel Ribeiro Lange e Luciano Pohl. Atualmente, a equipe interna da FVA envolvida na implementação do SiMUR é composta por: Fabiano Lopez da Silva, Marcelo Augusto dos Santos Jr. e Francisca Saldanha, além própria autora que tem colaborado especificamente com a manutenção do processo de coleta de dados e banco de dados. Ao longo de sua existência, o SiMUR recebeu apoios diversos, de profissionais ou instituições parceiras na iniciativa, entre os quais Fundação Gordon & Betty Moore, Associação dos Moradores do Rio Unini (AMORU), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e analistas, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e pesquisadores, Wildlife Conservation Society (WCS-Brasil) e pesquisadores, Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), Centro Estadual de Unidades de Conservação (CEUC), Associação de Artesãos de Novo Airão (AANA) e Spot Satellite Products/Planet Action.
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
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INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
O Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini (SiMUR) é uma ferramenta metodológica que constitui um sistema de coleta de dados e geração de conhecimento sobre o uso de recursos biológicos na bacia do rio Unini, dando suporte aos processos de gestão de recursos naturais nas unidades de conservação (UCs) da bacia (Parque Nacional do Jaú, Reserva Extrativista Rio Unini e Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã). A metodologia do SiMUR é fundamentada em abordagem colaborativa em que a participação voluntária dos moradores locais é um fator-chave para garantir a continuidade da coleta e a representatividade dos dados. A Fundação Vitória Amazônica (FVA) iniciou a fase de implementação e coleta de dados do SiMUR junto às comunidades do rio Unini em 2008, contando com os suportes institucionais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Associação dos Moradores do Rio Unini (AMORU) e o suporte financeiro da Fundação Gordon & Betty Moore (FGBM). Em 2014, as bases conceituais e metodológicas do SiMUR foram descritas na Série Documentos Técnicos FVA (Borges et al. 2014). No presente volume da Série, é apresentada uma descrição do conjunto parcial de dados coletados por meio do SiMUR que contempla o período de 2008 a 2016. O conteúdo desta publicação foi elaborado originalmente na forma de relatório técnico, fruto de um processo de revisão abrangente e detalhada da própria base de dados do SiMUR. Esse relatório e, portanto, a presente publicação, representam um produto de natureza intermediária e preparatória frente a futuros estudos, que integrarão dados de um período de 10 anos de implementação da iniciativa. Considera-se que a fase intensiva de coleta de dados do SiMUR, abrangendo anos completos, teve início em janeiro de 2009 e está prevista para ser encerrada em dezembro de 2018, quando terá alcançado um ciclo de 10 anos de monitoramento. Apresentamos nesta publicação uma caraterização geral dos dados coletados e integrados na base de dados do SiMUR (Parte 1) e também alguns resultados gerados a partir desta base, utilizando-se cinco principais de oito protocolos aplicados no SiMUR no período de julho de 2008 a outubro de 2016 (Parte 2 a 6). Esses resultados referem-se a informações sobre extração de recursos animais no contexto da alimentação, extração de recursos vegetais e produção agrícola, para consumo e comercialização. Embora esta publicação tenha caráter parcial e preliminar, espera-se que as informações apresentadas forneçam uma dimensão das potenciais aplicações da base de dados gerada por meio do SiMUR, e suas limitações, contribuam para futuros estudos e para o melhor conhecimento sobre a dinâmica de uso de recursos naturais na bacia do rio Unini.
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
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PARTE 1
PARTE 1
CONTEXTUALIZAÇÃO METODOLÓGICA Dados coletados Os dados aqui apresentados representam as declarações de 262 famílias residentes do rio Unini e participantes do SiMUR, fornecidas no período de 2008 a 2016. O método de coleta de dados do SiMUR consiste em registrar sistematicamente recordações mensais sobre uso de recursos naturais de cada família em todas as comunidades do rio Unini, por meio de entrevistas domiciliares conduzidas por monitores residentes. Nas entrevistas, é aplicado um conjunto de questionários que agrupam recursos por tipo de prática extrativa (caça, pesca, captura de quelônios aquáticos e coleta de ovos, extração de recursos vegetais). O conjunto mensal de questionários inclui, ainda, um questionário sobre produção agrícola (produtos do roçado) e um questionário sobre registro ocasional de fauna de interesse para a conservação (de um rol de 33 espécies pré-definidas). Todos esses questionários registram recordações em escala mensal, exceto o de pesca, que registra também recordações dos dois últimos dias em que houve pescaria no mês. Também faz parte desse conjunto um questionário sobre abertura de novas áreas de roçado, que, no entanto, tem aplicação bimensal a partir do mês de fevereiro de cada ano. Além do conjunto mensal de questionários, um questionário é aplicado especificamente às famílias que praticam a pesca de peixes ornamentais, e quando a atividade ocorre. E finalmente, a partir de 2012, foram incluídas questões adicionais sobre con-
texto de abate no questionário de caça, que são aplicadas quando ocorre abate de quaisquer das 10 espécies animais pré-definidas. Esse rol contempla principalmente grandes predadores, cujo abate nem sempre tem como propósito a alimentação. É importante considerar aqui que o questionário “caça” faz referência à prática voltada para a alimentação dos moradores, mas é definido como “todos os animais abatidos exceto peixes e quelônios aquáticos”, contemplando também a fauna eventualmente abatida fora do propósito da alimentação. Os tipos de dados coletados nos questionários do SiMUR são resumidos na TABELA 1.1. Todos os dados são associados à família declarante, à comunidade e à data de aplicação do questionário. A localização geográfica de uma dada declaração de recurso natural é registrada nas entrevistas utilizando-se mapas impressos com imagens de satélite. Os mapas apresentam linhas verticais e horizontais formando quadrados equivalentes a áreas de 4 km² (para mapas 1:75.000) ou 25 km² (para mapas 1:250.000) identificados por uma numeração específica. Uma vez identificado o quadrado onde se situa o local declarado, a numeração correspondente a esse quadrado é anotada no questionário. A coleta do dado geográfico no SiMUR é abordada mais detalhadamente ainda nesta seção (Dado de localização geográfica). Os dados de comercialização incluem a quantidade vendida (em unidades padrão para cada recurso ou produto), preços aplicados e nome do comprador ou locais de venda.
TABELA 1.1. Tipos de dados coletados no SiMUR por escala de recordação e recursos-alvo ou produtos. RECURSOS-ALVO OU PRODUTOS RECORDADOS (ESCALA DE RECORDAÇÃO)
DADOS DE COLETA OU PRODUÇÃO ASSOCIADOS AO RECURSO OU PRODUTO DECLARADO LOCALIZAÇÃO AMBIENTE
MEDIDAS DE QUANTIDADE
SEXO-ETÁRIOS
COMERCIALIZAÇÃO
Peixes capturados nos dois últimos dias de pescaria do mês + Locais de pescaria (mensal)
Sim
Sim
Indivíduos
-
-
Quelônios aquáticos (capturas ativas ou não) + Ninhos predados (mensal)
Sim
Sim
Indivíduos ou ninhos+ovos
Sim
-
Caça: aves, mamíferos, crocodilianos, serpentes, quelônios terrestres (capturas ativas ou não) + dados adicionais para predadores (mensal)
Sim
Sim
Indivíduos
Sim
-
Fauna especial: registros visual sem abate ou vestigial de 33 espécies pré-definidas (mensal)
Sim
-
Indivíduos ou grupos
Sim
-
Recursos vegetais madeireiros e não-madeireiros (mensal)
Sim
-
Unidades padrão do recurso
-
Sim
-
-
Unidades padrão do produto
-
Sim
Sim
-
Indivíduos
-
Sim
Produtos agrícolas ou produtos do roçado (mensal) Peixes ornamentais (ocasional) Abertura de roçados novos (bimensal)
Cobertura vegetal original (mata primária, capoeira etc.) e tamanho do roçado em hectares Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
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PARTE 1
Definição de nomes de recursos naturais ou produtos Os recursos ou produtos declarados no SiMUR são registrados na forma nominal como são citados pelos moradores e, posteriormente, busca-se sua identificação taxonômica. A identidade taxonômica de aves, mamíferos, répteis, recursos vegetais e produtos agrícolas foi estabelecida pela equipe da FVA e a de peixes, utilizando a literatura científica. Existem grupos de recursos de rápida identificação no nível específico (p.ex. mamíferos, répteis), mas este não é o caso para peixes e alguns grupos de aves e recursos vegetais. Alguns grupos animais mais diversos permanecem com alta variação nominal (p.ex. aracus, carás) bem como há grupos menos diversos que permanecem com nomes genéricos (p.ex. psitacídeos), mesmo com o esforço feito junto aos monitores e às famílias para refinar as identificações. Esses grupos certamente demandarão o apoio de especialistas e um trabalho unicamente voltado para a determinação de táxons. Dadas às dificuldades de identificação, essas variantes foram agrupadas no nome imediatamente mais amplo, que é usado para definir o recurso natural (podendo, assim, representar espécies congêneres ou multigêneros). No caso de recursos vegetais, estes são definidos pelo seu uso ou parte utilizada (p.ex. copaíba óleo e copaíba madeira), assim, dois ou mais recursos podem representar um mesmo táxon. De forma similar, os produtos agrícolas são definidos pelos produtos finais, o que inclui derivados do processo de fabricação de produtos que utilizam uma única planta cultivada (p.ex. farinha e derivados). Assim, o recurso natural não necessariamente representa um táxon. A contabilidade de recursos naturais aqui apresentada segue os critérios mencionados acima, e também apresenta números estimados de táxons, baseados na contagem de gênero(s) esperado(s), para os casos em que a identificação da espécie não foi possível.
Representatividade dos dados No nível da bacia Um aspecto importante na apresentação de informações geradas
por meio do SiMUR é considerar o quanto os dados estão sendo representativos das famílias residentes na bacia do rio Unini, uma vez que nem todas as famílias residentes participam da iniciativa e o quadro de famílias participantes e monitores nas comunidades é inconstante. Os dados declarados de 2008 a 2016 representam um total de 262 famílias que participaram do SiMUR durante períodos variados, como apresentado na TABELA 1.2. Ao final de 2016, 87 dessas famílias já não residiam mais no rio Unini (ex-residentes), 23 haviam deixado de participar do SiMUR (desistentes), 4 famílias haviam se separado, juntando-se a outras participantes (canceladas), 4 residiam em locais onde o monitor não conseguia acessar (sem monitor) e 144 estavam efetivamente participando do SiMUR (TABELA 1.2). Estima-se que essas 144 famílias representavam, em 2016, cerca de 81% do total de famílias residentes no rio Unini, com participações variando de 69 a 100% de famílias por comunidade (TABELA 1.3). Nesse quadro, Democracia, que chegou a ter 10 famílias residentes, não é mais considerada comunidade, e sim, desde 2014, uma localidade com apenas uma família residente, assim como Patauá não era comunidade em 2008 e passou a ser. No nível de comunidade A amostragem dentro das comunidades ao longo do tempo também deve ser considerada, já que as comunidades têm números variados de famílias participantes e de famílias que são entrevistadas efetivamente a cada mês. No período de 2008 a 2016, as comunidades apresentaram ampla variação nos números de famílias entrevistadas por mês, devendo ser avaliado em que medida esses valores representam as famílias proporcionalmente ao tamanho da comunidade (TABELA 1.4). Nas amostragens por comunidades, também há descontinuidade na coleta de dados em diferentes níveis em todas elas, à exceção de Vila Nunes (TABELA 1.4). Isto ocorreu pela não indicação de monitores pelas comunidades ou pela ausência temporária de monitores, apesar dos esforços visando garantir a continuidade da coleta de dados, tais como requerer ao menos dois monitores por comunidade e informes antecipados por parte dos monitores em casos de mudança de moradia ou viagem, entre ou-
TABELA 1.2. Quadro anual cumulativo das 262 famílias que participaram do SiMUR no período de 2008 a 2016. Totais de famílias participantes efetivas = efetivas não entrevistadas (zero entrevistas no ano) + efetivas entrevistadas (>1 entrevistas no ano). STATUS DE PARTICIPAÇÃO NO SiMUR
Nº CUMULATIVO DE FAMÍLIAS 2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
Ex-residentes
-
13
27
35
48
56
66
72
87
Canceladas
-
-
-
3
3
3
3
3
4
Desistentes
-
-
-
1
8
11
18
21
23
Sem monitor
-
-
-
-
-
-
4
4
4
Efetivas que não foram entrevistadas
-
2
5
6
8
3
0
4
7
Efetivas que foram entrevistadas
131
174
169
175
164
166
161
154
137
Totais participantes efetivas
131
176
174
181
172
169
161
158
144
% de famílias entrevistadas
100,0
98,9
97,1
96,7
95,3
98,2
100,0
97,5
95,1
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
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PARTE 1
tros. As comunidades que acumularam mais meses sem entrevistas realizadas no período de 2008 a 2016 foram Manapana, Democracia e Patauá (TABELA 1.4). A descontinuidade na coleta de dados nas comunidades se reflete nas amostragens temporais, e os anos com maior acúmulo de meses sem entrevistas realizadas no período
de 2008 a 2016 foram 2012, 2011 e 2009 (TABELA 1.4). Sendo assim, considerando a soma dos meses com entrevistas realizadas e não realizadas de cada comunidade, tem-se que, no período de 2008 a 2016, foram acumulados 94 meses de monitoramento do total de 100 meses esperados (TABELA 1.4).
TABELA 1.3. Representatividade das famílias participantes do SiMUR em relação ao total de residentes no Rio Unini, em 2016. Os números de famílias residentes são estimados. *Democracia passou a ter apenas uma família, perdendo status de comunidade a partir de 2014. Nº DE FAMÍLIAS (% DO TOTAL DE RESIDENTES)
COMUNIDADE
RESIDENTES
PARTICIPANTES EFETIVAS
Lago das Pedras
10
8 (80%)
Terra Nova
27
19 (70%)
Patauá
29
20 (69%)
Democracia*
1
-
Tapiíra
35
31 (89%)
Manapana
9
8 (89%)
Lago das Pombas
8
7 (88%)
Floresta
12
12 (100%)
Vista Alegre
41
34 (83%)
Vila Nunes
5
5 (100%)
RDS Amanã: 5 (100%)
177
144 (81%)
144 (81%)
Total
PARTICIPANTES EFETIVAS POR UC RESEX Rio Unini: 47 (71%)
PARNA Jaú: 92 (87%)
TABELA 1.4. Representatividade das comunidades no período de 2008 a 2016 no SiMUR, com base na variação no número de famílias entrevistadas mensalmente e no número de meses em que não foram realizadas entrevistas nas comunidades. Meses de monitoramento; 2008 = 6 meses, 2009 a 2015 = 12 meses, 2016 = 10 meses. *Democracia passou a ter apenas uma família, perdendo status de comunidade a partir de 2014. **Patauá não era considerada comunidade em 2008. MESES SEM ENTREVISTAS NA COMUNIDADE / ANO
Nº DE FAMÍLIAS ENTREVISTADAS POR MÊS MÍN.-MÁX. (MEDIANA)
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
TOTAIS
Lago das Pedras
2-12 (7)
-
-
-
1
-
2
-
-
-
3
Terra Nova
5-28 (14)
-
-
-
2
3
-
-
-
-
5
Democracia
1-10 (3)
-
3
-
3
6
2
*
*
*
14
Patauá
4-19 (14)
**
5
-
2
3
-
-
-
-
10
Tapiíra
7-41 (21)
-
3
-
-
-
-
-
-
-
3
Manapana
1-11 (8)
-
3
1
8
4
-
-
-
2
18
Lago das Pombas
2-15 (9)
-
-
-
-
4
3
-
-
-
7
Floresta
2-12 (7)
-
-
-
1
-
-
1
-
-
2
Vista Alegre
2-41 (29)
-
1
-
-
-
-
-
-
-
1
Vila Nunes
1-9 (7)
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
0
15
1
17
20
7
1
0
2
63
COMUNIDADE
Soma de meses sem entrevista
MESES COM ENTREVISTAS TOTAIS Meses de monitoramento no ano x número de comunidades (esperados / realizados)
54/54
120/105 120/119 120/103 120/100 120/113 108/107 108/108
90/88
960/897
Meses de monitoramento no ano ÷ número de comunidades (esperados / realizados)
6/6,0
12/10,5 12/11,9 12/10,3 12/10,0 12/11,3 12/11,9 12/12,0
10/9,8
100/94
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
16
PARTE 1
Feitas as considerações anteriores, são apresentados a seguir os totais de famílias que representam os conjuntos anuais de dados acumulados no período de 2008 a 2016, distribuídos por comunidade (TABELA 1.5) e por mês (TABELA 1.6). Na
distribuição de famílias por comunidade, o somatório de famílias é maior que 262 devido a casos de mudança de moradia de famílias, que passam a ser entrevistadas em mais de uma comunidade no período.
TABELA 1.5. Distribuição anual de famílias entrevistadas por comunidade, no período de 2008 a 2016 no SiMUR. Na distribuição de famílias por comunidade, o somatório de famílias é maior que 262, devido a casos de mudança de moradia de famílias e que passam a ser entrevistadas em mais de uma comunidade. *Democracia passou a ter apenas uma família, perdendo status de comunidade a partir de 2014. **Patauá não era considerada comunidade em 2008. Nº DE FAMÍLIAS ENTREVISTADAS / ANO
COMUNIDADE 2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
TOTAIS
Lago das Pedras
12
14
10
10
11
11
9
9
7
18
Terra Nova
20
21
22
28
29
29
27
22
18
41
Democracia
10
8
3
3
4
6
*
*
*
14
Patauá
**
4
11
17
23
19
19
20
18
32
Tapiíra
17
40
42
41
34
35
32
28
29
50
Manapana
5
13
10
7
9
10
11
9
8
19
Lago das Pombas
15
17
15
11
11
9
9
9
7
20
Floresta
11
10
6
8
8
8
12
12
11
18
Vista Alegre
34
45
46
43
29
32
36
37
34
62
Vila Nunes
7
8
9
8
7
7
7
8
5
16
131
180
174
176
165
166
162
154
137
290
Totais
TABELA 1.6. Distribuição anual de famílias entrevistadas por mês, no período de 2008 a 2016 no SiMUR. *Dados não disponíveis até a elaboração do relatório.
MÊS
Nº DE FAMÍLIAS ENTREVISTADAS / ANO 2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
TOTAIS
Janeiro
-
69
148
126
110
103
105
106
96
223
Fevereiro
-
66
141
127
83
78
103
101
96
224
Março
-
59
139
117
76
95
113
116
108
222
Abril
-
71
118
117
87
102
115
101
109
225
Maio
-
71
120
147
90
110
111
120
109
225
Junho
-
131
132
141
88
113
122
118
110
229
Julho
121
143
132
137
93
135
124
120
114
252
Agosto
118
138
133
124
114
133
116
119
117
249
Setembro
85
138
126
129
112
132
121
116
94
245
Outubro
102
145
137
113
114
137
118
120
106
245
Novembro
95
153
134
92
133
113
121
107
*
237
Dezembro
83
152
134
79
111
102
91
102
*
229
Totais
131
174
169
175
164
166
161
154
137
262
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
17
PARTE 1
No nível de família Os dados do SiMUR representam famílias que participaram e foram entrevistadas durante diferentes períodos de tempo entre 2008 e 2016. Na maioria das vezes, a amostragem de cada uma delas é descontínua, já que não é raro que as famílias se ausentem do rio por longos períodos, bem como pode ocorrer falhas no processo de coleta de dados (p.ex. ausência de monitor). Portanto, cada família é representada por períodos de amostragem distintos, em volume e continuidade. É possível e recomendável que sejam selecionadas as famílias por tempo e/ou continuidade de amostragem para determinadas análises. Em relação ao volume acumulado por cada família (independente da continuidade), o somatório de meses em que cada
família foi entrevistada mostra que cerca de 20% das 262 famílias não completam um ano em entrevistas (FIGURA 1.1). As restantes completam entre 1 ano (12 meses) e 8 anos (96 meses), conforme apresentado na FIGURA 1.1. Para ilustrar a continuidade acumulada em entrevistas no nível das famílias, temos que a soma dos meses em que as famílias foram entrevistadas por ano mostra um conjunto de 120 famílias que acumulam 12 meses contínuos de entrevistas em um ou mais anos entre 2009 e 2015 (TABELA 1.7). Metade dessas 120 famílias acumulam 12 meses contínuos em apenas um dos anos entre 2009 e 2015, 30 (25%) em 2 anos, 21 (18%) em 3 ou 4 anos, 8 (6%) em 5 ou 6 anos, e apenas 1 família acumula 12 meses contínuos todos os 7 anos (FIGURA 1.2).
FIGURA 1.1. Distribuição de famílias por tempo acumulado em entrevistas, no período de 2008 a 2016 no SiMUR. Total de famílias = 262. Os anos se baseiam na contagem de meses até que completem 12 meses.
FIGURA 1.2. Distribuição de famílias com pelo menos 12 meses contínuos de entrevistas por anos acumulados, no período de 2008 a 2016 no SiMUR. Total de famílias = 120.
DISTRIBUIÇÃO DE FAMÍLIA POR TEMPO ACUMULADO EM ENTREVISTAS
DISTRIBUIÇÃO DE FAMÍLIAS COM 12 MESES CONTÍNUOS DE ENTREVISTAS POR ANO ACUMULADOS
20
100 % de famílias (N=120)
% de famílias (N=262)
30 20,2 14,5 10,3
10
12,6 7,3
10,7
10,7
10,3 2,3
0
<1 ano 1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 6 anos 7 anos 8 anos
(53)
(38)
(27)
(33)
(19)
(28)
(31)
(27)
(6)
80 60
50,0
40
25,0
20 0
9,0
8
3
3
1
6 anos
7 anos
1 ano
2 anos
3 anos
4 anos
5 anos
(60)
(30)
(11)
(10)
(4)
Tempo acumulado em entrevistas
(4)
(1)
Tempo acumulado em entrevistas
TABELA 1.7. Distribuição anual de famílias por meses acumulados em entrevistas, no período de 2008 a 2016 no SiMUR. *Dados não disponíveis até a elaboração do relatório. MESES EM ENTREVISTAS
Nº DE FAMÍLIAS / ANO (%)
TOTAIS
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
12 meses
-
23 (13,2)
73 (43,1)
29 (16,5)
22 (13,4)
28 (16,8)
29 (18,0)
40 (25,9)
*
120
11 meses
-
13 (7,4)
25 (14,7)
24 (13,7)
18 (10,9)
13 (7,8)
20 (12,4)
21 (13,6)
*
90
10 meses
-
13 (7,4)
9 (5,3)
23 (13,1)
6 (3,6)
24 (14,)
22 (13,)
15 (9,7)
40 (29,1)
102
9 meses
-
24 (13,8)
15 (8,9)
17 (9,7)
16 (9,7)
20 (12,0)
15 (9,3)
12 (7,7)
23 (16,7)
97
8 meses
-
12 (6,9)
12 (7,1)
27 (15,4)
21 (12,8)
23 (13,9)
26 (16,1)
24 (15,6)
24 (17,5)
125
7 meses
-
48 (27,6)
2 (1,1)
7 (4)
15 (9,1)
15 (9,0)
13 (8,0)
8 (5,1)
18 (13,1)
102
6 meses
63 (48,0)
9 (5,1)
1 (0,5)
9 (5,1)
16 (9,7)
10 (6,0)
10 (6,2)
6 (3,8)
7 (5,1)
107
5 meses
13 (9,9)
3 (1,7)
1 (0,5)
10 (5,7)
16 (9,7)
11 (6,6)
8 (4,9)
4 (2,5)
10 (7,2)
65
4 meses
19 (14,5)
1 (0,5)
12 (7,1)
11 (6,2)
12 (7,3)
5 (3,0)
3 (1,8)
13 (8,4)
5 (3,6)
71
3 meses
16 (12,2)
12 (6,8)
14 (8,2)
5 (2,8)
10 (6,0)
4 (2,4)
3 (1,8)
3 (1,9)
4 (2,9)
61
2 meses
17 (12,9)
14 (8,0)
2 (1,1)
13 (7,4)
7 (4,2)
5 (3,0)
5 (3,1)
4 (2,5)
4 (2,9)
59
1 mês
3 (2,2)
2 (1,1)
3 (1,7)
0 (0)
5 (3,0)
8 (4,8)
7 (4,3)
4 (2,5)
2 (1,4)
30
Totais
131
174
169
175
164
166
161
154
137
262
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
18
PARTE 1
Dado de localização geográfica Quadro geral da coleta e revisão dos dados A fim de identificar e registrar a localização geográfica de uma recordação, o(s) monitor(es) de cada comunidade dispõe(m) de um a dois mapas impressos (84,1 x 59,4 cm) com o recorte da imagem de satélite centrado na comunidade e área de entorno na escala de 1:75.000. Nessa escala, o dado de localização geográfica é definido por um quadrado equivalente a uma área de 4 km². Quando o local declarado extrapola esse recorte geográfico da sua comunidade, o monitor deve utilizar um conjunto de cinco mapas impressos (29,7 x 21,0 cm) que compõe um recorte da bacia do rio Unini na escala de 1:250.000. Nesse caso, o dado de localização geográfica é definido por um quadrado equivalente a uma área de 25 km². Esses quadrados formados a partir de linhas verticais e horizontais impressas nos mapas são identificados por uma numeração específica (código). Uma vez identificado o quadrado onde se situa o local recordado, o código correspondente a esse quadrado é anotado no questionário. Existe uma recomendação para que o uso dos mapas 1:250.000 seja restrito a regiões não contempladas pelos mapas 1:75.000, mas esta nem sempre foi seguida, em particular nos registros pertencentes à comunidade Vista Alegre. Nas etapas de revisão e atualização da base de dados do SiMUR, devem ser considerados possíveis erros na coleta desse dado geográfico, que podem incluir desde simples falhas de anotação nos formulários que poderão ser recuperados, até erros de leitura e interpretação dos mapas pelos monitores. Nesse último caso, a detecção de um erro de código de localização geográfica e sua alteração (correção ou exclusão) é baseada na interpretação do revisor seguindo alguns critérios, devendo ser feita com cautela. De forma geral, os processos de revisão de dados geográficos que antecederam esta última consistiram em incorporar os dados georreferenciados em um sistema de informação geográfica (SIG) e espacializá-los em pontos (ponto aleatorizado na área do quadrado). A partir da es-
pacialização, possíveis erros nos códigos originais eram verificados e depois alterados nos registros. No entanto, alguns fundamentos não foram aplicados nesses procedimentos, como o de associar, ao dado de origem, a comunidade e seu conjunto particular de códigos. Isso, por exemplo, evitaria o risco de se atribuir, ao código informado erroneamente pelo monitor, um novo código que de fato não é acessado na sua comunidade, acumulando-se, assim, um novo erro. Outro aspecto a destacar nos procedimentos antes adotados refere-se à conversão de dados informados na escala 1:250.000 (áreas de 25 km²) para a escala 1:75.000 (4 km²) nos registros da base de dados. Justificou-se, assim, que um novo processo de revisão fosse aplicado aos dados de localização geográfica originalmente coletados e a estrutura da base de dados fosse melhorada. Nesse processo, a verificação de erros foi fundamentada na associação do código informado à comunidade de origem e seu conjunto particular de códigos, e quando necessário, sua contextualização junto a outros campos e registros (p.ex. toponímias informadas no protocolo de recordação de peixes, tipos de recurso e ambiente). Todos os códigos foram mantidos na escala em que foram coletados. A revisão do dado geográfico não utilizou ferramentas de SIG, mas a tabelacontrole de códigos por mapa e comunidade e os mapas acessados pelos monitores. Atualmente, a base de dados do SiMUR mantém dois campos armazenando os códigos originalmente informados e seus correspondentes revisados (código vigente), e um campo que descreve a circunstância geral de alteração do dado original (p.ex. corrigido, excluído). De qualquer forma, a manutenção desses campos dá possibilidades ao usuário para aceitar integral ou parcialmente a versão revisada, submeter os dados originais ou revisados por outro(s) método(s) de verificação (p.ex. SIG), aplicar métodos de conversão de escalas, etc. É importante que esses procedimentos sejam mantidos para os lotes subsequentes de dados do SiMUR. O conjunto atual de registros e códigos vigentes de localização geográfica estabelecido após essa revisão é apresentado em item posterior
TABELA 1.8. Distribuição por protocolo de coleta de dados do número de registros com e sem erro no código de localização geográfica informado. Inclui a totalidade de registros de 5 protocolos com declaração de recursos no período de 2008 a 2016 no SiMUR. CONDIÇÃO DO DADO GEOGRÁFICO ORIGINAL APÓS REVISÃO
Nº DE REGISTROS / PROTOCOLO PEIXES
QUELÔNIOS AQUÁTICOS
CAÇA
RECURSOS VEGETAIS
FAUNA ESPECIAL
TOTAIS
Código não informado e não recuperado
206
129
106
206
198
845 (11%)
Código errado e não recuperado (excluído)
48
12
6
15
21
102 (1%)
Código errado e corrigido
5.543
304
367
237
357
6.808 (88%)
Com erro
5.797
445
479
458
576
7.755
Sem erro
43.657
5.066
3.675
2.792
7.077
62.267
Totais
49.454
5.511
4.154
3.250
7.653
70.022
% com erro (não recuperados + alterados)
11,7
8,1
11,5
14,1
7,5
11,1
% sem erro (inalterados)
88,3
91,9
88,5
85,9
92,5
88,9
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
19
PARTE 1
TABELA 1.9. Distribuição por comunidade do número de registros com e sem erro no código de localização geográfica informado. Comunidades em ordem decrescente de quantidade acumulada de registros. Inclui a totalidade de registros de 5 protocolos com declaração de recursos no período de 2008 a 2016 no SiMUR.
CONDIÇÃO DO DADO GEOGRÁFICO ORIGINAL APÓS REVISÃO
Nº REGISTROS / COMUNIDADE TAPIÍRA
VISTA ALEGRE
TERRA VILA LAGO LAGO PATAUÁ FLORESTA NOVA NUNES POMBAS PEDRAS
Código não informado e não recuperado
65
296
140
53
9
34
115
38
80
15
845
Código errado e não recuperado (excluído)
5
12
0
4
10
18
30
0
23
0
102
Código errado e corrigido
666
777
585
1.110
408
499
1.623
278
785
77
6.808
Com erro
736
1.085
725
1.167
427
551
1.768
316
888
92
7.755
Sem erro
13.764
11.277
9.363
6.481
6.277
4.219
2.853
4.018
2.846
1.169
62.267
Totais
14.500
12.362
10.088
7.648
6.704
4.770
4.621
4.334
3.734
1.261
70.022
% com erro (não recuperados + alterados)
5,1
8,8
7,2
15,3
6,4
11,6
38,3
7,3
23,8
7,3
11,1
% sem erro (inalterados)
94,9
91,2
92,8
84,7
93,6
88,4
61,7
92,7
76,2
92,7
88,9
nesta seção (Base atual de códigos vigentes do SiMUR). A seguir, alguns números são apresentados a fim de ilustrar em que proporções erros foram identificados no conjunto de códigos de localização geográfica originais, submetidos ao último processo de revisão. Foi analisada a totalidade dos registros com declaração de recurso dos cinco protocolos principais que coletam esse dado (peixes, quelônios aquáticos, caça, recursos vegetais e fauna especial), no período referido. Foram identificados erros nos códigos de localização geográfica em 11% do total de registros que compõem esses protocolos (TABELA 1.8). Estes erros referem-se a uma proporção menor de registros que não tiveram o código de localização geográfica informado e cujo código não foi recuperado (11% do
MANAPANA
DEMOCRACIA TOTAIS
total de erros) ou foi informado errado pelo monitor no formulário e não foi recuperado (1% do total de erros), e uma proporção maior de registros tiveram erros identificados no código informado e foram recuperados ou corrigidos, ou seja, alterados (88% do total de erros). O percentual de erros identificados nos registros de recursos vegetais foi maior (TABELA 1.8). A comunidade que apresentou maior proporção de registros problemáticos em códigos de localização geográfica foi Lago das Pombas, seguida de Manapana e Patauá (TABELA 1.9). Em relação aos conjuntos anuais de registros, os dois primeiros anos de coleta de dados (2008 e 2009) foram os que apresentaram maior proporção de registros com erros nesse campo (TABELA 1.10).
TABELA 1.10. Distribuição por ano do número de registros com e sem erro no código de localização geográfica informado. Inclui a totalidade de registros de 5 protocolos com declaração de recursos no período de 2008 a 2016 no SiMUR. Nº DE REGISTROS / ANO
CONDIÇÃO DO DADO GEOGRÁFICO ORIGINAL APÓS REVISÃO
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
TOTAIS
Código não informado e não recuperado
147
170
122
103
41
51
99
75
37
845
Código errado e não recuperado (excluído)
13
18
37
6
9
4
1
8
6
102
Código errado e corrigido
781
1.091
963
832
709
610
714
595
513
6.808
Com erro
941
1.279
1.122
941
759
665
814
678
556
7.755
Sem erro
2.790
8.109
8.302
9.012
6.761
7.748
6.847
7.136
5.562
62.267
Totais
3.731
9.388
9.424
9.953
7.520
8.413
7.661
7.814
6.118
70.022
% com erro (não recuperados + alterados)
25,2
13,6
11.9
9,5
10,1
7,9
10,6
8,7
9,1
11,1
% sem erro (inalterados)
74,8
86,4
88,1
90,5
89,9
92,1
89,4
91,3
90.9
88,9
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
20
PARTE 1
TABELA 1.11. Distribuição por tempo individual de monitoria do número de monitores em classes percentuais de registros com erro nos códigos de localização geográfica informados (códigos não recuperados + alterados). Média percentual de registros com erro nesse campo por monitor por tempo de monitoria. Inclui a totalidade de registros de 5 protocolos com declaração de recursos no período de 2008 a 2016 no SiMUR.
% DE REGISTROS COM ERRO NO DADO GEOGRÁFICO
Nº DE MONITORES / TEMPO DE MONITORIA MENOS DE 1 ANO
1 ANO COMPLETO
2 ANOS COMPLETOS
3 ANOS COMPLETOS
4 ANOS COMPLETOS
5 ANOS COMPLETOS
TOTAIS
Menos de 10%
2
4
3
3
2
4
18
10 a < 20%
1
2
3
2
1
2
11
20 a < 30%
3
4
1
1
30 a < 40%
2
1
40% ou mais
3
1
1
Totais
11
8
11
6
4
6
46
Médias percentuais de registros com erro por monitor + DP
35,3+26,4
15,7+16,5
20,6+14,9
9,7+7,8
11,8+11,3
6,1+3,8
19,2+19,2
Número médio de registros totais por monitor
233+153
1.060+435
909+404
1.617+869
3.445+1.704
4.252+1.275
1.522+1.545
2.561 (3,7%)
8.476 (12,1%)
9.997 (14,3%)
9.701 (13,9%)
13.778 (19,7%)
25.509 (36,4%)
70.022
Número total de registros
9 3
Os 46 monitores do SiMUR do período aqui considerado apresentaram em média 18% de registros informados com erro no código de localização geográfica (TABELA 1.11), no entanto, essa proporção variou muito entre monitores. Menos da metade desses monitores apresentaram menos de 10% de erro nesse campo, sendo monitores com variados tempos de permanência no trabalho de monitoria (TABELA 1.11). As maiores médias de erro nesse campo por monitor foram encontradas nos grupos de monitores que permaneceram até 2 anos completos no trabalho de monitoria, e cujos registros representam 30% do total de registros da base (TABELA 1.11). Base atual de códigos vigentes do SiMUR (pós-revisão) Como apresentado no item anterior (Quadro geral da coleta e revisão dos dados), a base de dados do SiMUR passou a manter dois campos armazenando os códigos originalmente informados e seus correspondentes revisados (código vigente). O código vigente reflete a escala em que foi coletado. A manutenção desses campos dá possibilidade ao usuário em aceitar integral ou parcialmente a versão revisada, submeter os dados originais ou revisados a outro(s) método(s) de verificação (p.ex. SIG), aplicar métodos de conversão de escalas, etc. O conjunto atual de registros e códigos vigentes de localização geográfica estabelecido na base do SiMUR após a última revisão é apresentado na TABELA 1.12. Os totais de quadrados ou códigos vigentes declarados da base dados do SiMUR (isto é, com recordação de recurso no período aqui considerado) representam 19% (702/3.722) dos quadrados representados nos mapas de escala 1:75.000 e 11% (156/1.406) daqueles
5
representados nos mapas de escala 1:250.000 consultados pelos monitores. Base utilizada neste documento: alterações e localização nas unidades de conservação As análises apresentadas neste documento utilizam o conjunto de registros e códigos vigentes de localização geográfica armazenado na base de dados do SiMUR, submetendo, no entanto, uma pequena proporção de registros à conversão de escalas. Como já abordado, tais alterações são aplicadas externamente e em nada afetam os registros com as escalas estabelecidas na base de dados do SiMUR. Desta forma, foram convertidos os códigos de localização geográfica de 1.104 registros (1,6% do total de códigos vigentes válidos). Cerca de 97% (1.075/1.104) desses registros pertencem ao protocolo de peixes (recordações mensais de locais de pescaria e recordações dos dois últimos dias de pescaria), e o restante aos demais quatro protocolos, com <1% cada (11, 8, 7 e 3 registros respectivamente dos protocolos de quelônios aquáticos, recursos vegetais, fauna especial e caça). Isto permitiu diminuir em 40% (2.704 para 1.1607) os registros com códigos de escala 1:250.00 e transferi-los para a escala 1:75.000 e diminuir em 10% (156 para 140) os códigos de escala 1:250.00, minimizando, portanto, a sobreposição de áreas entre as duas escalas. Essas alterações foram consideradas adequadas para esses registros principalmente a partir dos seus campos com dados sobre toponímia do protocolo de peixes (recordação dos dois últimos dias de pescaria) e outros campos que contribuíram para a sua contextualização. O conjunto de registros e códigos de localização geográfica que embasou as análises aqui apresentadas é resumido na TABELA 1.13.
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
21
PARTE 1
As 262 famílias que participaram do SiMUR estão distribuídas em 10 comunidades situadas ao longo do rio Unini, sendo uma na área da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (Vila Nunes), três na área de Reserva Extrativista Rio Unini (Lago das Pedras, Terra Nova, Patauá) e cinco na área do Parque Nacional do Jaú (Tapiíra, Manapana, Lago das Pombas, Floresta, Vista Alegre, além da localidade de Democracia). Essas três unidades de conservação (UCs) delimitam inteiramente a bacia do rio Unini. O SiMUR é uma ferramenta de monitoramento planejada primordialmente para contribuir para os processos que envolvem o equilíbrio entre uso e conservação da biodiversidade na implementação dessas UCs. Nesse sentido, é importante que os resultados gerados por meio do SiMUR respondam como se dão o uso de recursos naturais e as práticas agrícolas pelos moradores nos limites das UCs da bacia do rio Unini. Todos os estudos prévios do SiMUR que abordaram uso de recursos naturais e sua distribuição espacial na bacia do rio Unini e UCs (análises espaciais, mapas) foram fundamentados na espacialização de pontos aleatorizados utilizando ferramentas de SIG. Os pontos aleatorizados dentro dos quadrados correspondentes (representados pelos códigos) foram ajustados espacialmente, quando possível, considerando o tipo de recurso e ambiente (p.ex. aquáticos, terrestres). Como já citado, esses quadrados ou códigos correspondem a áreas de 4 km² ou 25 km². Neste documento, no entanto, os resultados apresentados sobre a distribuição espacial do uso de recursos naturais foram fundamentados no uso direto dos códigos de localização geográfica. Cada código único da tabela-controle de códigos por comunidade foi associado a campos descritivos de localização geográfica em relação às UCs. A condição geográfica de cada código foi estabelecida com base na simples consulta visual dos
mapas digitais das comunidades (mapas das duas escalas) com os limites das UCs da bacia do rio Unini. Desta forma, três campos descrevendo níveis de localização geográfica foram estabelecidos para cada código, de acordo com a posição do quadrado em relação aos limites das UCs. No primeiro nível, os quadrados posicionados integralmente em uma das UCs foram classificados em: 1) Reserva Extrativista Rio Unini (RESEX Rio Unini), 2) Parque Nacional do Jaú (PARNA do Jaú) ou 3) Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (RDS Amanã); os quadrados posicionados na linha limítrofe entre duas dessas UCs foram classificados em: 4) Limite entre unidades; os quadrados posicionados na linha limítrofe de uma UC foram classificados em: 5) Limite de unidade (somente o caso da RESEX Rio Unini); e finalmente, os quadrados posicionados integralmente fora das linhas limítrofes de qualquer uma dessas UCs foram classificadas em: 6) Fora de unidade de conservação. Os quadrados classificados como Limite entre unidades receberam um segundo nível de classificação, com três possibilidades: 1) RESEX Rio Unini–PARNA do Jaú, 2) RESEX Rio Unini-RDS Amanã, ou 3) PARNA do Jaú–RDS Amanã; assim como os quadrados classificados como Limite de unidade (somente o caso da RESEX Rio Unini), com duas possibilidades: 1) limite norte da bacia, ou 2) limite com rio Negro. No caso de todos esses quadrados posicionados sobre linhas limítrofes, um terceiro nível de classificação foi estabelecido, definindo uma condição única de posição em relação às UCs, ou seja: 1) RESEX Rio Unini, 2) PARNA do Jaú, 3) RDS Amanã, 4) Indefinido (entre RESEX Rio Unini-PARNA do Jaú ou entre RESEX Rio Unini-RDS Amanã), ou 5) Fora de unidade de conservação. Os critérios para estabelecer essa condição única a esses quadrados foram, principalmente, a presença de terras
TABELA 1.12. Distribuição por protocolo de coleta de dados do número de registros e códigos de localização geográfica vigentes (pós -revisão). Inclui a totalidade de registros de 5 protocolos com declaração de recursos no período de 2008 a 2016 no SiMUR. *contagem de códigos únicos válidos. Nº / PROTOCOLO DADO VIGENTE DE LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA
Registros
PEIXES TOTAL
QUELÔNIOS AQUÁTICOS
CAÇA
RECURSOS VEGETAIS
FAUNA ESPECIAL
TOTAIS
33.704
47.508
5.033
3.884
2.814
7.132
66.371
520
1.172
1.692
337
158
215
302
2.704
Com dado
14.324 (99%)
34.876 (99%)
49.200 (99%)
5.370 (97%)
4.042 (97%)
3.029 (93%)
7.434 (97%)
69.075 (99%)
Sem dado
69 (1%)
185 (1%)
254 (1%)
141 (3%)
112 (3%)
221 (7%)
219 (3%)
947 (1%)
LOCAIS MENSAIS
DOIS DIAS DE PESCARIA
Escala 1:75.000
13.804
Escala 1:250.000
Totais Códigos*
PEIXES
14.393
35.061
49.454
5.511
4.154
3.250
7.653
70.022
Escala 1:75.000
400 (82%)
372 (84%)
400 (82%)
387 (84%)
475 (88%)
418 (86%)
479 (86%)
702 (82%)
Escala 1:250.000
86 (18%)
72 (16%)
86 (18%)
73 (16%)
67 (12%)
67 (14%)
80 (14%)
156 (18%)
486
444
486
460
542
485
559
858
Totais
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
22
PARTE 1
contínuas na imagem dentro do quadrado, sendo o quadrado definido como pertencente à UC que abarca essas terras. A presença de terras contínuas foi considerada um critério geral adequado para estabelecer essa condição única a esses quadrados limítrofes, independente da proporção de área de uma ou outra unidade dentro do quadrado, pois se ajustaria para os casos que envolvem uso de ambiente evidentemente terrestre em quadrados onde a parte das terras pertence a uma UC e a parte do rio pertence à outra. Para os quadrados posicionados no rio, sem presença de terras contínuas, foi considerado o acesso potencial por meio de corpos d´água como lagos, furos e paranás e também a proporção de área de uma ou outra unidade dentro do quadrado. Os quadrados classificados como Limite de unidade posicionados integralmente em terras contínuas foram em sua maioria classificados como pertencentes à UC. A TABELA 1.14 apresenta o resultado dessa classificação aplicada ao conjunto de quadrados ou códigos de localização geográfica dos mapas acessados pelos monitores. Na presente análise, não houve tratamento para a questão da sobreposição de áreas devido ao uso de duas escalas e os registros são analisados sem diferenciação de escalas, mas as proporções de possível sobreposição de áreas são apresentadas ao longo dos resultados. A princípio, se todos os 5.128 quadrados são considerados, é possível esperar uma sobreposição de até 15% de quadrados de 25 km² (789/5.128) sobre quadrados de 4 km². Assim, as TABELAS 1.13 e 1.14 representam a base de dados de localização geográfica utilizada nas análises sobre distribuição do uso de recursos naturais apresentadas neste docu-
mento. Foram utilizados os 61.418 registros com dados válidos (>0) dos protocolos de consumo de peixes, quelônios aquáticos, caça e recursos vegetais, dos quais foram excluídos 4 registros cujos quadrados de localização geográfica foram classificados como Indefinido (entre RESEX Rio Unini-RDS Amanã), totalizando um conjunto de 61.414 registros analisados e 813 quadrados. Pretende-se ainda trabalhar na conversão de quadrados declarados de 25 km², principalmente os que se sobrepõem aos mapas individuais de quem coletou.
Ciclos sazonais Ao longo deste documento são feitas referências a ciclos sazonais marcados pelas flutuações na quantidade de chuvas e na cota do rio Unini. Para estabelecer esses ciclos sazonais ao longo de um ano, foram definidas classes trimestrais para essas duas variáveis (FIGURA 1.3). Assim, quatro classes trimestrais foram estabelecidas artificialmente com base nas flutuações mensais da cota diária (médias mensais em centímetros do período de julho de 2008 a outubro de 2016), e da quantidade de chuvas (médias dos totais mensais do período de julho de 2008 a junho de 2016). Esses dados pertencem a duas estações de monitoramento da Agência Nacional de Águas (ANA), localizadas no rio Unini à montante da cachoeira do Unini, nas comunidades Manapana (Estação 14855000, -1,8869°S -62,4636°W, dados de cota) e Vista Alegre (Estação 162003, -1,7108°S -62,8236°W dados de chuva) (Agência Nacional de Águas 2017).
TABELA 1.13. Distribuição por protocolo de coleta de dados do número de registros e códigos de localização geográfica utilizados especificamente neste documento (códigos vigentes da base SiMUR com inclusão de alterações de escala). Inclui a totalidade de registros de 5 protocolos com declaração de recursos no período de 2008 a 2016 no SiMUR. *contagem de códigos únicos válidos. Nº / PROTOCOLO PEIXES
DADO UTILIZADO DE LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA
Registros
Códigos*
QUELÔNIOS AQUÁTICOS
CAÇA
RECURSOS VEGETAIS
FAUNA ESPECIAL
TOTAIS
48.583
5.044
3.887
2.822
7.139
67.475
417
624
326
155
207
295
1.607
14.331 (100%)
34.876 (99%)
49.207 (99%)
5.370 (97%)
4.042 (97%)
3.029 (93%)
7.434 (97%)
69.082 (99%)
Sem dado
62 (<1%)
185 (1%)
247 (1%)
141 (3%)
112 (3%)
221 (7%)
219 (3%)
940 (1%)
Totais
14.393
35.061
49.454
5.511
4.154
3.250
7.653
70.022
Escala 1:75.000
401 (84%)
373 (86%)
401 (84%)
389 (86%)
476 (88%)
419 (87%)
479 (87%)
703 (83%)
Escala 1:250.000
75 (16%)
61 (14%)
75 (16%)
65 (14%)
63 (12%)
63 (13%)
71 (13%)
140 (17%)
Totais
476
434
476
454
539
482
550
843
LOCAIS MENSAIS
DOIS DIAS DE PESCARIA
PEIXES TOTAL
Escala 1:75.000
14.124
34.459
Escala 1:250.000
207
Com dado
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
23
PARTE 1
TABELA 1.14. Distribuição do conjunto dos quadrados dos mapas acessados pelos monitores nas unidades de conservação da bacia do rio Unini (segundo critérios e classificação aplicada especificamente neste documento), período de 2008 a 2016 no SiMUR. 1RESEX Rio Unini-PARNA do Jaú, RESEX Rio Unini-RDS Amanã, PARNA do Jaú-RDS Amanã, 2norte da bacia ou rio Negro, 3entre RESEX Rio Unini-norte da bacia ou RESEX Rio Unini-rio Negro.
POSIÇÃO DO QUADRADO EM RELAÇÃO AOS LIMITES DAS UNIDADES NOS MAPAS
1:75.000 (4 km²)
RESEX RIO UNINI
PARNA DO JAÚ
RDS AMANÃ
FORA DE UC
INDEFINIDO
TOTAL
Integral dentro de UC
991
1.775
403
-
-
3.169
Limite entre UCs1
55
82
54
-
-
191
Limite de UC²
78
-
-
7
-
85
Integral fora de UC3
-
-
-
277
-
277
1.124 (74,3)
1.857 (82,5)
457 (51,5)
284 (62,6)
-
3.722 (72,6)
Integral dentro de UC
258
361
380
-
-
999
Limite entre UCs1
49
34
50
-
22
155
Limite de UC2
82
-
-
8
-
90
Integral fora de UC3
-
-
-
162
-
162
389 (27,7)
395 (28,1)
430 (30,6)
170 (12,1)
22 (100%)
1.406 (27,4)
Integral dentro de UC
1.249
2.136
783
-
-
4.168
Limite entre UCs1
104
116
104
-
22
346
Limite de UC²
160
-
-
15
-
175
-
-
-
439
-
439
1.513 (100%)
2.252 (100%)
887 (100%)
454 (100%)
22 (100%)
5.128 (100%)
Totais (%)
1:250.000 (25 km²)
Totais (%)
Totais
Nº DE QUADRADOS / CLASSIFICAÇÃO APLICADA NESTE DOCUMENTO
Integral fora de UC3 Totais
FIGURA 1.3. Ciclo anual com períodos trimestrais artificiais estabelecidos com base em dados mensais de cota de rio (médias das cotas diárias) e chuvas (médias dos totais mensais). As linhas verticais referem-se aos valores mínimos e máximos dos respectivos períodos. Fonte: ANA (Agência Nacional de Águas 2017). *Meses de março e abril de 2014 sem dados. **Mês de agosto de 2013 sem dados.
Média diária (mínima-máxima)
CHUVAS NO RIO UNINI (MÉDIAS MENSAIS DE JULHO DE 2018 A JUNHO DE 2016**)
1800
600
1600
500
Média mensal (cm)
Média díária (cm)
COTA DO RIO UNINI (MÉDIAS DIÁRIAS DE JULHO 2008 A OUTUBRO 2016*)
1400 1200 1000 800 600
Média mensal (mínima-máxima)
400 300 200 100
FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN Enchente
Cheia
Vazante-Seca
Seca
0
FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN Chuvoso
Pré-estiagem
Estiagem
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
Pré-chuvoso
25
PARTE 2
PARTE 2
DIVERSIDADE, IMPORTÂNCIA RELATIVA E USO DE RECURSOS NATURAIS E PRODUTOS AGRÍCOLAS Recursos naturais No período de 2008 a 2016 (total de 94 meses de entrevistas com 262 famílias), as famílias do rio Unini declararam o uso de um total de 164 recursos naturais, sendo 100 animais e 64 vegetais (TABELA 2.1), conforme os critérios para definição de recurso natural apresentados na primeira parte deste documento (Parte 1: Dados coletados). Esse número se expande para 238 se consideradas todas as variantes de nomes e corresponde a cerca de 186 táxons representando gêneros ou espécies. No período considerado, 258 famílias declararam ter
utilizado em média 25 recursos naturais (DP=12, mín. máx.=278), o que representa cerca de 36 espécies ou gêneros animais e vegetais explorados por família (TABELA 2.1). A lista detalhada desses recursos naturais é apresentada no ANEXO I. O ANEXO I também apresenta o que representaria a extração de cada recurso declarado durante o período de 2008 a 2016, em taxas anuais. É importante lembrar que estes valores não incluem registros de animais abatidos fora do contexto de alimentação. Os grupos animais que apresentaram essa situação foram aves, mamíferos, serpentes e crocodilianos. Este contexto deverá ser tratado separadamente em etapa posterior ao pre-
TABELA 2.1. Diversidade de recursos naturais declarados no rio Unini, com base na contagem de nomes, variantes nominais declaradas por 262 famílias entrevistadas no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses) e táxons esperados. A lista detalhada é apresentada no ANEXO I. 1O número médio de recursos declarados por família é baseado na contagem de nomes. 2Não inclui registros de abate fora de contexto de alimentação. 3Totais que excluem registros com identificação insuficiente do recurso.
GRUPO DE RECURSO NATURAL CAÇA:
Nº DE RECURSOS NOMES
Nº MÉDIO DE RECURSOS POR FAMÍLIA (+DP, MÍN-MÁX.)
VARIANTES TÁXONS ESPERADO NOMINAIS
Nº FAMÍLIAS
RECURSOS/FAMÍLIA1
TÁXONS/FAMÍLIA
Nº TOTAL REGISTROS
Nº TOTAL REGISTROS COM IDENTIFICAÇÃO3
40
43
46
226
6,1 (+4,3, 1-23)
6,7 (+5,0, 1-26)
3.893
3.875
Aves
18
21
23
149
2,7 (+1,7, 1-10)
3,3 (+2,3, 1-12)
721
721
Mamíferos2
19
19
19
222
4,2 (+2,5, 1-11)
4,2 (+2,5, 1-11)
3.088
3.070
Crocodilianos2
2
2
2
12
1,1 (+0,3, 1-2)
1,1 (+0,3, 1-2)
24
24
Quelônios terrestres
1
1
2
32
1,0 (+0, 1-1)
2,0 (+0, 2-2)
60
60
PEIXES:
54
125
70
257
12,7 (+5,1, 2-26)
23,4 (+6,7, 4-41)
35.061
35.061
QUELÔNIOS AQUÁTICOS:
6
6
7
244
3,1 (+1,1, 1-6)
3,3 (+1,4, 1-7)
5.511
5.511
Totais Animais
100
174
123
258
20,9 (+9,4, 2-47)
32,3 (+11,6, 3-64)
44.465
44.447
MADEIREIROS:
37
37
37
28
3,0 (+3,4, 1-17)
3,0 (+3,5, 1-17)
158
108
Carvão
5
5
5
5
1,0 (+0, 1-1)
1,0 (+0, 1-1)
28
5
Madeira
32
32
33
24
3,3 (+3,6, 1-17)
3,3 (+3,7, 1-17)
130
103
27
27
27
223
4,5 (+2,9, 1-16)
4,5 (+2,9, 1-16)
3.092
3.077
Exsudato
6
6
6
40
1,2 (+0,4, 1-3)
1,2 (+0,4, 1-3)
63
63
Folha/Talo/Caule
5
5
5
80
1,4 (+0,7, 1-4)
1,4 (+0,7, 1-4)
188
173
Fruto
13
13
13
184
2,9 (+1,7, 1-9)
2,9 (+1,7, 1-9)
1.431
1.431
Raiz
3
3
3
179
1,7 (+0,6, 1-3)
1,7 (+0,6, 1-3)
1.410
1.410
Totais Vegetais
64
64
63
224
4,8 (+3,7, 1-31)
4,8 (+3,7, 1-31)
3.250
3.185
Totais Recursos naturais
164
238
186
258
25,1 (+12,3, 2-78)
36,5 (+14,5, 4-93)
47.715
47.632
2
NÃO-MADEIREIROS:
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
26
PARTE 2
sente documento. Isto também exclui dados oriundos da pesca ornamental, que devem ser considerados à parte, até mesmo pela suspensão temporária dessa atividade no rio Unini durante os anos de implementação do SiMUR, tornando a coleta de dados bastante irregular. Existe também o conjunto de dados oriundos do protocolo de peixes que se refere à recordação de locais mensais de pescaria, totalizando 14.393 registros que não têm função de trazer dados sobre recursos extraídos. Dadas as diferenças nas unidades de medida aplicadas a cada recurso, a importância relativa desses recursos naturais é indicada utilizando-se a proporção de famílias declarantes (TABELA 2.2). Foram contabilizados todos os recursos e suas variações de uso conforme apresentados no ANEXO I, excluindo-se os recursos com identificação insuficiente (NI). Assim, temos que 8 recursos animais (6 peixes e 2 quelônios aquáticos) foram declarados por mais de 80% das famílias entrevistadas (TABELA 2.2). Juntos, esses recursos correspondem a 5% do total de recursos declarados. Estes são seguidos por 7 recursos (4 peixes, 1 quelônio aquático e 2 mamíferos), que foram declarados por >60 a 80% das famílias entrevistadas (TABELA 2.2). Outros 7 recursos (1 peixe, 3 mamíferos, 3 recursos vegetais não-madeireiros) foram declarados por >40 a 60% das famílias entrevistadas (TABELA 2.2). Estes 22 recursos são reunidos na TABELA 2.3. Os demais 142 (87% dos recursos declarados e variações de uso) foram declarados por 40% ou menos das famílias entrevistadas. A TABELA 2.3 reúne os 22 recursos naturais mais relevantes em proporção de famílias declarantes (>40% das famílias entrevistadas), adicionando os totais agrupados para quilos declarados de cipós titica e timbó-açu (cipós do gênero Heteropsis). Convém agrupar esses dois recursos nessa unidade, pois embora constituam de fato dois recursos distintos (no uso final e na co-
mercialização), estão sujeitos à mesma dinâmica de exploração na região de sobreposição das áreas de ocorrência, de forma que 80% (62/77) das famílias coletoras de cipó-timbó-açu também são coletoras de cipó-titica. A ocorrência do cipó-timbó-açu é concentrada no baixo rio Unini, estando, portanto, acessível a um menor número de comunidades (o que explica o fato de ter sido declarado por menos de 40% das famílias entrevistadas), enquanto que o cipó-titica ocorre ao longo de toda a bacia do rio Unini. Fica clara a importância de recursos animais no uso de recursos naturais, especialmente peixes e quelônios aquáticos. Peixes constituíram o grupo mais diverso e possuem os recursos mais utilizados em quantidade de famílias envolvidas. Por sua vez, quelônios aquáticos são um grupo bem menos diverso da fauna explorada que ocorre na região, já que um total de 8 espécies são esperadas para a bacia do rio Unini. Entre estas, 6 foram declaradas como recurso alimentar pelos moradores, das quais 3 estão entre os recursos mais procurados. Os mamíferos podem ser considerados o terceiro grupo mais importante em número de famílias declarantes, principalmente por causa de espécies de ungulados (porcos, anta) e roedores (paca, cutia). A questão da importância dos recursos e grupos de recursos animais é discutida na Parte 4: Recursos de relevância no extrativismo animal, deste documento. Já os recursos vegetais declarados por mais famílias constituem aqueles extraídos prioritariamente para comercialização (cipós do gênero Heteropsis, castanha-da-amazônia) e somente um que é voltado para consumo familiar (açaí). Lembrando que existem dois recursos extraídos no rio Unini em contextos não acompanhados no SiMUR: a castanha-da-amazônia coletada por ex-moradores e o pirarucu pescado no âmbito do projeto de manejo do pirarucu na RESEX Rio Unini.
TABELA 2.2. Distribuição de recursos naturais declarados por categorias de procura. As categorias de procura são dadas pelas proporções de famílias declarantes. São contabilizados todos os recursos e suas variações de uso conforme apresentados no ANEXO I, excluindo-se recursos com identificação insuficiente (NI). Não inclui registros de abate fora de contexto de alimentação. Nº DE RECURSOS (CONTAGEM DE NOMES GERAIS) EM CADA GRUPO
PROPORÇÃO DE FAMÍLIAS DECLARANTES (N=262)
PEIXES
>80 a 100%
6
2
>60 a 80%
4
>40 a 60%
FRUTOS
RAÍZES
AVES
FIBRAS (FOLHA /TALO/CAULE)
MADEIRAS +CARVÃO
EXSUDATOS
CROCODILIANOS & QUELÔNIOS TERRESTRES
TOTAIS
-
-
-
-
-
-
-
-
8 (5%)
1
2
-
-
-
-
-
-
-
7 (4%)
1
-
3
2
1
-
-
-
-
-
7 (4%)
>20 a 40%
8
2
-
2
2
3
1
-
-
-
18 (11%)
Até 20%
35
1
14
9
-
15
4
37
6
3
124 (76%)
Totais
54
6
19
13
3
18
5
37
6
3
164
QUELÔNIOS MAMÍFEROS AQUÁTICOS
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
27
PARTE 2
Finalmente, é importante considerar as particularidades que envolvem a extração de alguns recursos. Tal como as diferenças geográficas na disponibilidade dos cipós do gênero Heteropsis, sabese informalmente que a tartaruga-da-amazônia é um recurso que não é facilmente encontrado no baixo rio Unini. Como recurso aquático (ou semiaquático, já que a nidificação é em terra), a tartaruga-da-amazônia parece ocorrer em toda a bacia, mas em bai-
xa densidade populacional, e, assim como o tracajá, necessita de ambiente específico para nidificação (praias), de ocorrência mais frequente no médio e alto rio Unini. Assim, para recursos como a tartaruga-da-amazônia (e cipó-timbó-açu), as proporções de famílias que os declararam na amostra das famílias entrevistadas no rio Unini parecem refletir sobretudo a baixa disponibilidade desses recursos em algumas regiões das áreas de uso dos moradores.
TABELA 2.3. Lista dos 22 recursos mais relevantes em quantidade de famílias declarantes (>40%) e taxas anuais de extração total e por família declarante. Os valores declarados de peixes representam recordações dos dois últimos dias de pescaria para cada mês. 1 Produto manufaturado. TOTAIS DECLARADOS
TAXAS ANUAIS DE EXTRAÇÃO
RECURSO (VARIAÇÃO DE NOMES) - No TÁXONS ESPERADO
Nº REGISTROS
Nº FAMÍLIAS (% N=262)
QUANTIDADE
UNIDADE
UNIDADES
UNIDADES / FAMÍLIA DECLARANTE
Peixe
PIRANHA (7) – 3
9.426
252 (96%)
94.939
Indivíduos
12.119,9
48,1
Peixe
TUCUNARÉ (6) – 2
4.983
249 (95%)
22.759
Indivíduos
2.905,4
11,7
Peixe
PACU (15) – 2
4.824
245 (94%)
41.004
Indivíduos
5.234,6
21,4
Peixe
ARACU (18) – 3
4.053
244 (93%)
20.637
Indivíduos
2.634,5
10,8
Peixe
CARÁ (29) – 5
3.268
237 (90%)
15.674
Indivíduos
2.000,9
8,4
1.849
222 (85%)
-
-
-
-
Indivíduos
1.183,8
5,7
GRUPO
Quelônio aquático
IRAPUCA – 1
1.426
206 (79%)
9.273
423
143 (55%)
4.246
Ninhos
542,0
3,8
Peixe
TRAÍRA (2) – 1
2.134
219 (84%)
8.221
Indivíduos
1.049,5
4,8
2.398
214 (82%)
-
-
-
-
2.353
211 (81%)
9.145
Indivíduos
1.167,4
5,5
45
38 (15%)
465
Ninhos
59,4
1,6
1.627
202 (77%)
17.050
Indivíduos
2.176,6
10,8
967
184 (70%)
-
-
-
-
687
168 (64%)
2.247
Indivíduos
286,9
1,7
280
117 (45%)
2.086
Ninhos
266,3
2,3
804
171 (65%)
1.565
Indivíduos
199,8
1,2
Quelônio aquático
CABEÇUDO – 1
Peixe
JARAQUI - 1
Quelônio aquático
TRACAJÁ - 1
Mamífero
PACA - 1
Mamífero
QUEIXADA - 1
683
168 (64%)
1.415
Indivíduos
180,6
1,1
Peixe
PACUÍ - 2
1.279
166 (63%)
15.411
Indivíduos
1.967,4
11,9
Peixe
ARUANÃ - 1
581
165 (63%)
2.627
Indivíduos
335,4
2,0
Peixe
JACUNDÁ – 1
601
160 (61%)
1.473
Indivíduos
188,0
1,2
665
145 (55%)
-
-
-
-
13
9 (3%)
362
Fio
46,2
5,1
Raiz
Raiz Fruto
CIPÓ-TITICA - 1
2
2 (1%)
13
Unidade
1,7
0,8
650
143 (55%)
42.253
kg
5.393,9
37,7
CIPÓS TITICA + TIMBÓ-AÇU
1.235
158 (60%)
84.546
kg
10.793,0
68,3
1
AÇAÍ - 1
412
136 (52%)
3.738
Cachos
477,2
3,5
CAITITU - 1
381
128 (49%)
658
Indivíduos
84,0
0,7
CASTANHA-DA-AMAZÔNIA - 1
521
124 (47%)
7.766
Lata de 20l
991,4
8,0
Mamífero
ANTA - 1
454
119 (45%)
491
Indivíduos
62,7
0,5
Mamífero
CUTIA - 1
417
116 (44%)
613
Indivíduos
78,3
0,7
Peixe
ARARI - 1
347
115 (44%)
1.061
Indivíduos
135,4
1,2
Mamífero Fruto
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
28
PARTE 2
Tipos de uso de recursos naturais Os 164 recursos naturais declarados de 2008 a 2016 foram classificados em amplas categorias de uso pelos moradores do rio Unini e 69% deles são utilizados para alimentação (TABELA 2.4). Basicamente 100 animais e todos os 13 frutos da floresta declarados compõem os recursos naturais consumidos na alimentação pelos moradores, dos quais apenas a castanhada-amazônia é regularmente comercializada e escoada para fora do rio. O segundo grupo de recursos relevantes são aqueles utilizados para a construção de moradias e embarcações (madeira em cortes) e ferramentas de trabalho e transporte (p.ex. enxadas, remos), composto pelos recursos madeireiros, pelas palhas preta, branca e ubim e pelo breu, que é uma resina (TABELA 2.4). Embora o breu tenha outros usos (p.ex. combustível), é utilizado principalmente para calafetagem. As madeiras em cortes (tábuas, perna-mancas, etc.) são comercializadas entre os moradores em pequena escala. Muitos artefatos de uso no dia-a-dia, como cestos, paneiros, abanos, dentre outros, são confeccionados utilizando talos de arumã e as raízes aéreas dos cipós ambé, titica e timbó-açu, e eventualmente esses objetos são comercializados em pequena escala. Em geral os cipós utilizados para este fim são declarados na forma bruta (fios) ou já como produtos finais (unidades) e
os cipós (titica e timbó-açu) destinados especificamente à comercialização são declarados em quilos, que é a unidade de venda dos cipós já no padrão comercial (descascados, cortados de forma padrão e secos). Recentemente, o arumã passou ser coletado comercialmente na comunidade Terra Nova, por demanda da Associação dos Artesãos de Novo Airão (AANA), que produz artesanato de arumã, porém essas demandas não são regulares. Os moradores também declararam produtos finais feitos de borracha (leite da seringa), como pequenas bolsas ou capangas que foram comercializados em pequena escala (TABELA 2.4). Recentemente houve uma iniciativa de revitalizar a atividade de extração comercial da borracha no rio Unini, mas apenas uma família declarou a extração desse produto nesse contexto. Algumas árvores em forma de carvão foram identificadas por alguns moradores, provavelmente oriundas do processo de preparação das áreas de roçado (TABELA 2.4). Esse carvão é medido em latas de 20 litros e utilizado nos fornos no dia-a-dia dos moradores. Outro uso identificado é o medicinal, pela extração de exsudatos vegetais (TABELA 2.4). Foram declarados nessa categoria copaíba (óleo), andiroba (óleo da semente), amapá (leite) e sucuúba (leite), dos quais a andiroba e a copaíba são eventualmente comercializados em litros e escoados para fora do rio.
TABELA 2.4. Distribuição de recursos naturais declarados por tipos de uso. São contabilizados todos os recursos e suas variações de uso conforme apresentados no ANEXO I, excluindo-se os recursos com identificação insuficiente (NI).1Seringa (exsudato), cipós ambé e timbó-açu (raízes) na forma de objetos manufaturados.
USO
Nº DE RECURSOS (CONTAGEM DE NOMES GERAIS) EM CADA GRUPO ANIMAIS
FRUTOS
MADEIRAS
FOLHA/TALO/CAULE
EXSUDATOS
RAÍZES
TOTAL
100
13
-
-
-
-
113 (68,9%)
Artefatos de madeira/fibra (construção, ferramentas)
-
-
32
4
1
-
37 (22,6%)
Artefatos de uso cotidiano (objetos)
-
-
-
1
1
3
5 (3,0%)
Combustível (carvão)
-
-
5
-
-
-
5 (3,0%)
Medicinal
-
-
-
-
4
-
4 (2,4%)
100
13
37
5
6
3
164
Escoado regularmente
-
1
-
-
-
2
3 (11,5%)
Escoado esporadicamente
-
-
-
1
4
-
5 (19,2%)
Vendido entre as famílias no rio
-
1
16
-
11
21
20 (76,9%)
Totais
-
2
16
1
4
2
26
CONSUMO: Alimento
Totais COMERCIAL:
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
29
PARTE 2
Produtos agrícolas No período de 2008 a 2016 (total de 94 meses de entrevistas com 262 famílias), 238 famílias do rio Unini declararam um total de 24 produtos agrícolas (de roçado), incluindo produtos derivados (p.ex. derivados da fabricação de farinha), representando 19 táxons (TABELA 2.5). Essas famílias produzem em média 4 produtos de roçado (DP=3, mín.máx.=1-16), representando cerca de 3 espécies cultivadas por família (TABELA 2.5). Uma lista detalhada desses produtos agrícolas é apresentada no ANEXO I. O ANEXO I também apresenta o que representariam esses valores de produção por produto declarado de 2008 a 2016, em taxas anuais. Apesar das diferenças entre diversidade de recursos naturais extraídos (TABELA 2.1) e de produtos de cultivo (TABELA 2.5), todos envolveram um grande número de famílias, indicando que as
práticas extrativistas e agrícolas são igualmente importantes na economia familiar. A farinha-de-mandioca foi o único produto que envolveu >80% das famílias entrevistadas, seguida da banana, com 77% (TABELA 2.6). Os demais 23 produtos agrícolas envolveram menos de 40% das famílias entrevistadas, entre os quais se destacaram-se dois derivados da fabricação de farinha (goma, tapioca), além de cará e abacaxi (TABELA 2.6). Todos esses produtos são destinados tanto ao consumo familiar quanto à comercialização, que é especialmente relevante para farinha e banana. O perfil de produção agrícola, particularmente envolvendo farinha e banana, é apresentado no âmbito dos produtos declarados comercializados, ainda nesta parte e em seção posterior (Recursos naturais e produtos agrícolas comercializados; Parte 6: Recursos naturais e produtos agrícolas de relevância comercial).
TABELA 2.5. Diversidade de produtos agrícolas no rio Unini, declarados por 262 famílias entrevistadas no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses), e táxons esperados. A lista detalhada é apresentada no ANEXO I. 1O número médio de produtos declarados por famílias é baseado na contagem de nomes. Nº DE PRODUTOS
GRUPO DE PRODUTO AGRÍCOLA
Nº MÉDIO DE PRODUTOS POR FAMÍLIA (+DP, MÍN-MÁX.)
Nº TOTAL REGISTROS
NOMES
VARIANTES NOMINAIS
TÁXONS ESTIMADO
Nº FAMÍLIAS
PRODUTOS/FAMÍLIA1
TÁXONS/FAMÍLIA
FARINHA&DERIVADOS:
5
5
1
235
1,8+1,1, 1-5
1,0+0, 1-1
5.558
OUTROS PRODUTOS:
19
19
18
207
2,7+2,1, 1-12
2,7+2,1, 1-11
3.741
Caule
2
2
1
36
1,1+0,2, 1-2
1,0+0, 1-1
83
Fruto
12
12
12
205
1,8+1,1, 1-7
1,8+1,1, 1-7
3.343
Grão
1
1
1
29
1,0+0, 1-1
1,0+0, 1-1
44
Raiz
3
3
3
86
1,4+0,5, 1-3
1,4+0,5, 1-3
269
1
1
1
2
1,0+0, 1-1
1,0+0, 1-1
2
24
24
19
238
4,1+2,9, 1-16
3,3+2,2, 1-12
9.299
Semente Totais Produtos agrícolas
TABELA 2.6. Lista dos 6 produtos agrícolas mais relevantes em quantidade de famílias declarantes (>20%) e taxas anuais de produção total e por família declarante. TOTAIS DECLARADOS
TAXAS ANUAIS DE PRODUÇÃO
PRODUTO – Nº TÁXONS ESPERADO
Nº REGISTROS
Nº FAMÍLIAS (% N=262)
QUANTIDADE
UNIDADE
UNIDADES
UNIDADES /FAMÍLIA DECLARANTE
FARINHA-DE-MANDIOCA – 1
5.146
235 (90%)
18.266
Saca de 75l
2.331,9
9,9
BANANA – 1
2.954
203 (77%)
43.898
Cacho
5.604,0
27,6
GOMA – 1
224
85 (32%)
3.964
kg
506,0
6,0
Raiz
CARÁ (RAIZ) – 1
209
77 (29%)
6.237
kg
796,2
10,3
Fruto
ABACAXI – 1
237
68 (26%)
1.472
Unidade
187,9
2,8
Farinha&deriv
TAPIOCA – 1
125
57 (22%)
4.172
Litro
532,6
9,3
GRUPO Farinha&deriv Fruto Farinha&deriv
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
30
PARTE 2
Recursos naturais e produtos agrícolas comercializados No período de 2008 a 2016 (total de 94 meses de entrevistas com 262 famílias), 233 famílias do rio Unini declararam ter comercializado um total de 43 produtos, entre 17 produtos agrícolas e 26 do extrativismo (TABELA 2.7). Ao todo, essas famílias comercializam em média 4 produtos (DP=2, mín.-máx.=1-13) por família (TABELA 2.7). Uma lista detalhada desses produtos comercializados é apresentada no ANEXO II. O ANEXO II também apresenta o que representariam esses valores de comercialização por produto declarado durante 2008 a 2016, em taxas anuais. A atividade agrícola, representada pela produção de farinhade-mandioca e em seguida pela produção de banana, é a atividade comercial mais relevante em número de famílias envolvidas. A farinha-de-mandioca foi o único produto que envolveu >80% das famílias entrevistadas, seguida da banana, com 59%, e do
cipó-titica, com 50% (TABELA 2.8). Os produtos comercializados mais relevantes seguintes foram a castanha-da-amazônia e o cipó-titica (TABELA 2.8). Mais uma vez, convém agrupar os valores de cipó-titica e cipó-timbó-açu (cipós do gênero Heteropsis), que totalizaram 54% das famílias entrevistadas (TABELA 2.8). Aproximadamente metade das famílias entrevistadas comercializaram cipós e pouco mais de um terço, castanha-da-amazônia. Mais de 90% das famílias produtoras de farinha e 76% das famílias produtoras de banana comercializaram alguma parte dessas produções, sendo que pelo menos 60% da produção total de farinha e 81% da produção total de banana foram destinadas à venda (TABELA 2.8). Os produtos do extrativismo são prioritariamente destinados à comercialização, de forma que 90% e 79% das famílias produtoras de cipós do gênero Heteropsis e castanha, respectivamente, declararam ter vendido alguma parte de suas produções, e, no total, 85% e 84% das produções totais declaradas desses respectivos produtos foram destinadas à venda (TABELA 2.8).
TABELA 2.7. Diversidade de produtos comercializados no rio Unini declarados por 262 famílias entrevistadas no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses), e táxons esperados. A lista detalhada é apresentada no ANEXO II. 1O número médio de produtos declarados por família é baseado na contagem de nomes. 2Totais que excluem registros com identificação insuficiente do recurso.
Nº DE PRODUTOS GRUPO DE PRODUTO COMERCIALIZADO
NOMES
Nº MÉDIO DE PRODUTOS POR FAMÍLIA (+DP, MÍN-MÁX.)
VARIANTES TÁXONS ESPERADO Nº FAMÍLIAS NOMINAIS
PRODUTOS/ FAMÍLIA1
TÁXONS/FAMÍLIA
Nº REGISTROS
Nº TOTAL REGISTROS COM IDENTIFICAÇÃO2
MADEIREIROS:
16
16
17
7
2,9+0,9, 2-4
3,0+1,2, 2-5
37
28
Madeira
16
16
17
7
2,9+0,9, 2-4
3,0+1,2, 2-5
37
28
NÃO-MADEIREIROS:
10
10
10
174
1,9+0,9, 1-5
1,9+0,9, 1-5
1.430
1.429
Exsudato
4
4
4
14
1,1+0,4, 1-2
1,1+0,4, 1-2
24
24
Folha/Talo
1
1
1
8
1,0+0,0, 1-1
1,0+0,0, 1-1
12
11
Fruto
2
2
2
99
1,0+0,0, 1-1
1,0+0,0, 1-1
368
368
Raiz
3
3
3
145
1,4+0,5, 1-2
1,4+0,5, 1-2
1.026
1.026
Totais Vegetais
26
26
27
175
2,0+1,1, 1-9
2,0+1,1, 1-10
1.467
1.457
FARINHA&DERIVADOS:
5
5
1
217
1,2+0,6, 1-4
1,0+0, 1-1
2.949
2.949
OUTROS PRODUTOS:
12
12
11
159
1,4+0,7, 1-4
1,4+0,7, 1-4
1.765
1.765
Caule
2
2
1
6
1,0+0,0, 1-1
1,0+0,0, 1-1
7
7
Fruto
6
6
6
156
1,1+0,4, 1-4
1,1+0,4, 1-4
1.695
1.695
Grão
1
1
1
3
1,0+0,0, 1-1
1,0+0,0, 1-1
4
4
Raiz
3
3
3
36
1,1+0,2, 1-2
1,1+0,2, 1-2
59
59
Totais Agrícolas
17
17
12
224
2,1+1,2, 1-7
1,9+0,9, 1-5
4.714
4.714
Totais Comercializados
43
43
39
233
3,5+2,0, 1-13
3,4+1,8, 1-13
6.181
6.171
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
31
PARTE 2
TABELA 2.8. Lista dos produtos comercializados por ordem de relevância em quantidade de famílias declarantes (N=262), proporção de famílias produtoras que declararam venda e proporção de quantidade vendida em relação à produzida. Os recursos madeireiros são vendidos em unidades distintas da unidade de coleta. A lista detalhada é apresentada no ANEXO II. 1Produto manufaturado. 2Folha/talo. TOTAIS DECLARADOS DE VENDA RECURSO
GRUPO
PRODUTO
Agrícola
Raiz
Agrícola
% DOS TOTAIS DECLARADOS DE PRODUÇÃO
Nº REGISTROS
Nº FAMÍLIAS (% N=262)
QUANTIDADE
UNIDADE
% DE FAMÍLIAS (N)
% QUANTIDADE (N)
FARINHA-DE-MANDIOCA
2.883
217 (83%)
11.220
Saca de 75l
92% (235)
61% (18.266)
Fruto
BANANA
1.662
155 (59%)
35.477
Cacho
76% (203)
81% (43.898)
Vegetal
Raiz
CIPÓS TITICA+TIMBÓ-AÇU
1.022
142 (54%)
71.987
kg
90% (158)
85% (84.546)
Vegetal
Raiz
CIPÓ-TITICA
535
130 (50%)
36.669
kg
91% (143)
87% (42.253)
Vegetal
Fruto
CASTANHA-DA-AMAZÔNIA
367
98 (37%)
6.491
Lata de 20l
79% (124)
84% (7.766)
488
69 (26%)
-
-
88% (78)
-
487
68 (26%)
35.318
kg
88% (77)
84% (42.293)
1
1 (<1%)
3
Unidade1
100% (1)
100% (3)
Vegetal
Raiz
CIPÓ-TIMBÓ-AÇU
Agrícola
Raiz
CARÁ (RAIZ)
47
29 (11%)
2.322
kg
38% (77)
37% (6.237)
Agrícola
Raiz
TAPIOCA
34
20 (8%)
1.439
Litro
35% (57)
34% (4.172)
Agrícola
Raiz
GOMA
20
15 (6%)
343
kg
18% (85)
9% (3.964)
Vegetal
Fibra2
ARUMÃ
11
8 (3%)
142
Feixe
28% (29)
1% (15.553)
Vegetal
Exsudato
COPAÍBA
6
6 (2%)
28
Litro
40% (15)
24% (119)
Agrícola
Fruto
MELANCIA
15
6 (2%)
1.470
Unidade
35% (17)
62% (2.375)
Agrícola
Fruto
ABACAXI
12
5 (2%)
231
Unidade
7% (68)
16% (1.472)
Agrícola
Raiz
ARUBÉ
7
5 (2%)
118
Litro
42% (12)
66% (178)
Vegetal
Exsudato
BREU
6
5 (2%)
128
kg
24% (21)
69% (187)
Agrícola
Raiz
MACAXEIRA
5
5 (2%)
150
kg
15% (33)
28% (545)
Agrícola
Raiz
TUCUPI
5
5 (2%)
41
Litro
17% (29)
11% (390)
Vegetal
Madeira
MADEIRA NI
9
4 (2%)
-
-
40% (10)
-
Agrícola
Raiz
MANGARATAIA
7
4 (2%)
87
kg
57% (7)
84% (104)
10
3 (1%)
-
-
100% (3)
-
8
2 (1%)
35
Unidade
100% (2)
100% (35)
2
1 (<1%)
179
kg
100% (1)
100% (179)
Vegetal
Exsudato
SERINGA
1
Vegetal
Madeira
CAFERANA
4
3 (1%)
-
-
33% (9)
-
Agrícola
Caule
CANA-DE-AÇÚCAR
4
3 (1%)
236
Unidade
9% (35)
12% (2.007)
Agrícola
Caule
MEL-DE-CANA
3
3 (1%)
36
Litro
100% (3)
72% (50)
Agrícola
Grão
MILHO
4
3 (1%)
4
Saca de 75l
10% (29)
7% (57)
Vegetal
Exsudato
ANDIROBA
2
2 (1%)
5
Litro
50% (4)
56% (9)
Vegetal
Madeira
ARITU
2
2 (1%)
-
-
Vegetal
Raiz
CIPÓ-AMBÉ
3
2 (1%)
Agrícola
Fruto
JERIMUM
2
Vegetal
Madeira
LOURO-ABACATE
Agrícola
Fruto
Vegetal Vegetal
50% (4)
-
10
1
Unidade
67% (3)
59% (17)
2 (1%)
13
Unidade
50% (4)
54% (24)
4
2 (1%)
-
-
40% (5)
-
PUPUNHA
3
2 (1%)
28
Cacho
6% (31)
14% (196)
Fruto
AÇAÍ
1
1 (<1%)
10
Cacho
1% (136)
<1% (3.738)
Madeira
BICO-DE-PATO
1
1 (<1%)
-
-
100% (1)
Continua »
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
32
PARTE 2
TOTAIS DECLARADOS DE VENDA RECURSO
GRUPO
PRODUTO
Vegetal
Madeira
Vegetal
% DOS TOTAIS DECLARADOS DE PRODUÇÃO
Nº REGISTROS
Nº FAMÍLIAS (% N=262)
QUANTIDADE
UNIDADE
% DE FAMÍLIAS (N)
% QUANTIDADE (N)
CEDRINHO
1
1 (<1%)
-
-
17% (6)
-
Madeira
CUPIÚBA
1
1 (<1%)
-
-
20% (5)
-
Agrícola
Fruto
LIMÃO
1
1 (<1%)
4
Lata de 20l
100% (1)
100% (4)
Vegetal
Madeira
LOURO-PRETO
1
1 (<1%)
-
-
20% (5)
-
Vegetal
Madeira
MARUPÁ
1
1 (<1%)
-
-
50% (2)
-
Vegetal
Fibra
PALHA NI
1
1 (<1%)
5
Feixe
7% (15)
<1% (1.882)
Vegetal
Madeira
PUNÃ
1
1 (<1%)
-
-
50% (2)
-
Vegetal
Madeira
RABO-DE-ARRAIA
1
1 (<1%)
-
-
50% (2)
-
Vegetal
Madeira
SAPUCAIA
2
1 (<1%)
-
-
33% (3)
-
Vegetal
Madeira
TACHI
2
1 (<1%)
-
-
50% (2)
-
Vegetal
Madeira
TANIMBUCA (MADEIRA)
1
1 (<1%)
-
-
50% (2)
-
Vegetal
Madeira
TAUARI
3
1 (<1%)
-
-
100% (1)
-
Vegetal
Madeira
TENTO
2
1 (<1%)
-
-
50% (2)
-
Vegetal
Madeira
VIOLETA
1
1 (<1%)
-
-
100% (1)
-
2
Destinos de venda e preços aplicados Nem todos os registros de venda no SiMUR permitem associar individualmente os compradores à quantidade comprada, já que um registro pode conter mais de um comprador e nem sempre lhes são atribuídas as quantidades específicas compradas. Assim, para caracterizar os destinos ou locais de venda foram utilizadas as quantidades de registros e de famílias como indicadores e os locais de venda foram categorizados em grandes níveis, considerando o período total de 2008 a 2016 (TABELA 2.9). A maior parte das famílias comercializou seus produtos localmente (TABELA 2.9). Provavelmente isto reflete o fato de poucas famílias possuírem embarcação própria para transporte de produção, que, por sua vez, tem como destino mais frequente a cidade de Novo Airão para comercialização direta dos produtos (TABELA 2.9). A maior parte das vendas locais (no rio Unini) foi realizada junto a comerciantes. Tendo como base uma identificação preliminar dos nomes fornecidos, pelo menos 26 pessoas que atuaram como comerciantes podem ser identificadas, alguns residentes no rio Unini e outros não. Apenas um comerciante fez parte de pelo menos 18% dos registros de venda local (1.028 de 5.724) de pelo menos 145 de 232 famílias que declararam venda local (63%). Um segundo comerciante mais importante participou de pelo menos 12% dos registros de venda local (673 de 5.724) de pelo menos 99 famílias que declararam venda local (43%). Os dois comerciantes sozinhos fizeram parte de 30% dos totais de registros de comercialização realizada no rio Unini (1.701 de 5.724). Em
seguida, um grupo de quatro comerciantes mais importantes participaram juntos de 32% dos registros totais de venda local. Não há informação exata sobre o destino desses produtos adquiridos pelos comerciantes junto às famílias produtoras. No ANEXO III são apresentados os preços aplicados na comercialização desses produtos em médias anuais, mínimas e máximas, e mais considerações são feitas na seção a seguir, no âmbito da comercialização de quatro produtos comerciais de maior relevância (Parte 6: Recursos naturais e produtos agrícolas de relevância comercial).
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TABELA 2.9. Locais de venda de produção comercializada, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Os registros considerando sobreposição de locais totalizam 6.001. *Comunidade no Rio Negro. LOCAL DE VENDA
Nº REGISTROS (% N=6.020)
Nº FAMÍLIAS (% N=232)
Rio Unini
5.682 (94,7%)
231 (99,6%)
Novo Airão
210 (3,5%)
43 (18,5%)
Barcelos
93 (1,5%)
21 (9,1%)
Moura
12 (0,2%)
5 (2,2%)
Manaus
3 (<0,1%)
2 (0,9%)
Vila Nova*
1 (<0,1%)
1 (0,4%)
33
PARTE 3
PARTE 3
EXTRATIVISMO ANIMAL E VEGETAL A prática do extrativismo animal Intensidade de caça e captura ou coleta de quelônios aquáticos e pesca Os recursos animais compõem cerca de 61% (100/164) do total de recursos naturais declarados pelos moradores no período de 2008 a 2016 e 88% (100/113) dos recursos naturais utilizados na alimentação dos moradores (Parte 2: Diversidade, importância relativa e uso de recursos naturais e produtos agrícolas). No SiMUR, as entrevistas dos protocolos de caça e quelônios aquáticos incluem, em paralelo às recordações sobre
FIGURA 3.1. Proporções de famílias que declararam ou não práticas ativas de caça e captura/coleta de quelônios aquáticos e distribuição de registros de abate por quantidade de práticas ativas declaradas, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses).
os recursos utilizados, a recordação mensal da família sobre a quantidade de ocasiões nas quais saíram com intuito de caçar (mamíferos, aves, etc.) ou capturar ou coletar quelônios aquáticos (indivíduos ou ovos), isto é, para praticar captura ou coleta ativa. As entrevistas do protocolo de peixes incluem apenas a recordação sobre se houve ou não pescaria no mês, já que a prática é realizada diariamente e às vezes mais de uma vez por dia, por mais de um membro da família. Os dados de 2008 a 2016 indicam que, em comparação à pesca, as práticas ativas de caça e captura/coleta de quelônios aquáticos em geral não são realizadas com grande intensidade pelas famílias do rio Unini, porém o número de famílias tende a aumentar em determinadas épocas do ano. Na maioria das vezes, as famílias tendem a não sair ou sair apenas uma vez ao mês com o intuito de caçar ou capturar/coletar quelônios aquáticos (FIGURA 3.1). As famílias também registram abate desses animais quando os encontram em ocasiões que não aquelas em que saíram com o intuito específico de caçar ou capturar/coletar (FIGURA 3.1). As famílias buscam esses recursos ativamente ao longo de todo o ano, mas a caça e a captura/coleta de quelônios aquáticos são praticadas em menor intensidade se comparadas à pesca (FIGURA 3.2). No entanto, o número de famílias saindo para caçar tende a aumentar nos meses de maio a agosto, sendo que cerca de metade (53%, 2.026/3.823) do total de registros de abate foram declarados nesses meses (FIGURA 3.2). Esses meses de maior intensidade de caça correspondem ao período do ano em que o rio Unini atinge seus níveis mais altos, permitindo a diversificação de acesso a locais via igarapés, lagos e outros corpos d´água. O número de famílias saindo para capturar/coletar quelônios aquáticos, por sua vez, tende a aumentar dos meses de agosto a dezembro, atingindo picos em setembro e outubro, período do ano em que o rio Unini atinge seus níveis mais baixos. Os meses de agosto a dezembro concentraram 69% (3.749/5.429) e somente os meses de setembro e outubro concentraram 40% (2.163/5.429) do total de registros de abate (FIGURA 3.2). A distribuição mensal de registros de abate que não foram relacionados a declarações de práticas ativas de caça ou captura/coleta de quelônios aquáticos foi semelhante (FIGURA 3.2).
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
34
PARTE 3
FIGURA 3.2. Proporções de famílias que declararam práticas ativas de caça e captura/coleta de quelônios aquáticos e distribuição de registros de abate por mês declarado, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Total de registros = 44.626.
Intensidade de uso ao longo do ciclo anual no extrativismo animal Espera-se que a intensidade de exploração dos recursos faunísticos varie ao longo de um ciclo anual, uma vez que, em geral, os acessos a esses recursos são determinados por processos naturais, como, por exemplo, a dinâmica de enchente e vazante do rio. A FIGURA 3.3 apresenta a importância relativa dos períodos do ano na exploração de grandes grupos taxonômicos e, considerando que a extração de quelônios aquáticos se dá sob duas formas, a captura de indivíduos e a coleta de ovos em ninhos. Os peixes tenderam a ser procurados regularmente ao longo de todo o ano, porém com um aumento mediano do rendimento (indivíduos pescados/família) nos meses que coincidem com o período do final da vazante e início da seca (setembro a novembro) (FIGURA 3.3). A captura de indivíduos de quelônios aquáticos, em quantidade de famílias e rendimento (indivíduos/família), se intensificou nos meses que coincidem com a vazante e a seca do rio (agosto a dezembro) (FIGURA 3.3). A coleta de ovos desses quelônios foi praticada quase que restritamente no período da vazante e início da seca (agosto a no-
vembro) e concentrada nos meses de setembro e outubro, tanto em relação à quantidade de famílias quanto ao rendimento (FIGURA 3.3). Por sua vez, aves e mamíferos, que representam basicamente os recursos terrestres, tenderam a ser explorados mais intensivamente nos meses que coincidem com o período de cheia e início da vazante (maio a agosto) (FIGURA 3.3). Essas tendências são melhor descritas na próxima seção, onde as flutuações ao longo do ciclo anual são avaliadas nos ambientes onde os recursos foram coletados. Intensidade de uso de ambientes no extrativismo animal No SiMUR, os recursos animais coletados em dado local são declarados em associação ao tipo de ambiente de coleta. Os recursos animais declarados foram classificados segundo os hábitos de vida terrestre, semiaquático e aquático. Convencionou-se classificar como recursos terrestres todas as aves (mesmo que algumas aves tenham hábitos de vida em torno de corpos d´água), os mamíferos (exceto peixe-boi) e quelônios terrestres; como recursos semiaquáticos, os crocodilianos; e como recursos aquáticos, os peixes e os quelônios aquáticos. Os registros com declaração
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
35
PARTE 3
de ambiente totalizaram 97% (43.339/44.608) do total de registros que exclui registros com identificação insuficiente. Para três dos recursos animais declarados não foram informados os tipos de ambiente (uma ave, um mamífero e um peixe). Os ambientes associados a recursos aquáticos e semiaquáticos mais importantes foram lagos, mata de igapó e rio (na bacia são identificados como tal as calhas principais do próprio rio Unini, do rio Paunini e do rio Papagaio), em quantidade de famílias declarantes e também em número de recursos aquáticos e semia-
quáticos que foram extraídos. Outros corpos d´agua importantes foram igarapé e furo/paraná (FIGURA 3.4). Já os ambientes associados a recursos terrestres mais importantes foram mata de terra firme e igarapé, seguidos de mata de igapó e mata de capoeira (FIGURA 3.4). Apesar de matas de igapó serem comparativamente menos relevantes que matas de terra firme em quantidade de famílias extraindo recursos animais terrestres, a diversidade de recursos extraídos nelas é tão alta quanto nas matas de terra firme (FIGURA 3.4).
FIGURA 3.3. Flutuações na exploração de grandes grupos biológicos do extrativismo animal ao longo do ciclo anual, com base nas quantidades mensais de famílias declarantes e indivíduos abatidos (distribuição e taxas de abate/família), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Total de registros = 44.608 (registros com identificação insuficiente excluídos).
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
36
PARTE 3
FIGURA 3.4. Importância relativa de tipos de ambientes utilizados no extrativismo animal com base na quantidade de famílias declarantes e número de recursos declarados, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Recursos aquáticos e semiaquáticos = peixes, crocodilianos e quelônios aquáticos; Recursos terrestres = aves, mamíferos e quelônios terrestres. Total de registros = 43.339 (registros sem declaração de ambiente e com identificação insuficiente excluídos).
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37
PARTE 3
A importância relativa desses ambientes reflete a maior ou menor intensidade de uso de grandes grupos taxonômicos animais (FIGURA 3.5). As matas de terra firme são mais intensivamente utilizadas para captura de todos os grupos classificados aqui como terrestres (aves, mamíferos, quelônios terrestres) e concentraram grande parte dos indivíduos abatidos em cada um desses grupos (FIGURA 3.5). Para mamíferos, as matas de terra firme também apresentaram as taxas mais altas de captura de indivíduos/família (FIGURA 3.5). Igarapés são o segundo ambiente mais relevante para esses três grupos, mas principalmente para mamíferos (FIGURA 3.5). Apesar de menos relevante em quantidade de famílias declarantes, as matas de igapó representaram o ambiente mais diverso em aves capturadas (FIGURA 3.5). As matas de capoeira representaram o terceiro ambiente mais relevante para a captura de mamíferos em quantidade de famílias declarantes e o principal em diversidade desse grupo, porém com baixas taxas de rendimento para indivíduos capturados/família se comparadas às obtidas para
matas de terra firme e igarapés (FIGURA 3.5). Os ambientes lagos e matas de igapó foram os mais relevantes para uso de grupos classificados aqui como aquáticos e semiaquáticos (crocodilianos, peixes e quelônios aquáticos), exceto para a coleta de ovos em ninhos de quelônios aquáticos (FIGURA 3.5). Outros três ambientes também são intensivamente utilizados para a captura de peixes, porém as maiores taxas de captura estiveram concentradas em lagos e matas de igapó, que, juntos, concentraram 58% do total de indivíduos declarados (FIGURA 3.5). Os lagos concentraram mais de 40% dos indivíduos declarados de quelônios aquáticos, além de apresentarem o maior rendimento em indivíduos capturados/família (FIGURA 3.5). Praia e queimada (áreas de mata de igapó que outrora sofreram incêndios) foram os ambientes mais intensivamente utilizados para a coleta de ovos em ninhos de quelônios aquáticos e juntos concentraram mais de 70% dos ninhos declarados e os maiores rendimentos em ninhos predados/família (FIGURA 3.5).
FIGURA 3.5. Importância relativa de tipos de ambientes utilizados no extrativismo animal com base na quantidade de famílias declarantes, número de recursos declarados e indivíduos abatidos (distribuição e taxas de abate/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses).
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
38
PARTE 3
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39
PARTE 3
A fim de ilustrar a dinâmica de uso desses ambientes ao longo de um ciclo anual para a extração de recursos aquáticos, semiaquáticos e terrestres, as flutuações mensais na quantidade de famílias declarantes (procura) desses grandes grupos de recursos em cada um dos principais ambientes foram sobrepostas às flutuações na cota do rio Unini (FIGURAS 3.6 e 3.7). Como esperado, o uso de ambientes que constituem corpos d´água, como lagos, rios, furos e paranás, para extração de recursos aquáticos e semiaquáticos, se intensificou principalmente nos
meses que coincidem com os períodos de cotas baixas do rio, ao contrário da mata de igapó, cujo uso se intensifica à medida do aumento da cota do rio (FIGURA 3.6). O ambiente de igarapé foi utilizado de forma relativamente estável ao longo de todo o ano para extração de recursos aquáticos e semiaquáticos, enquanto que o uso de ambientes de praia e queimada (associados fortemente à coleta de ovos em ninhos de quelônios aquáticos), se intensificou nos meses que coincidem com a vazante (praia) e seca (queimada) do rio (FIGURA 3.6).
FIGURA 3.6. Flutuações no uso de ambientes no extrativismo de recursos animais aquáticos e semiaquáticos ao longo do ciclo anual, com base na quantidade de famílias declarantes. Cota de rio (médias das cotas diárias em cm) referente ao período de julho de 2008 a outubro de 2016 (Agência Nacional de Águas 2017), para o período de 2008 a 2016 no SiMUR.
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
40
PARTE 3
O ambiente de mata de terra firme, que é o mais frequentado para extração de recursos animais terrestres, foi mais intensamente utilizado ao longo do primeiro semestre, com picos nos meses que coincidem com o período da cheia do rio (FIGURA 3.7). O uso do ambiente de igarapé tendeu a se intensificar à medida do aumento da cota do rio, assim como o ambiente de mata de igapó, apresentando picos de uso no período da vazante (FIGURA 3.7). Ambientes antrópicos como mata de capoeira, roçado e áreas de comunidade tenderam a ser mais intensamente utilizados nos meses que coincidem com baixas cotas do rio, principalmente entre os períodos da seca e da enchente, que coincidem também com o período pré-chuvoso (FIGURA 3.7).
Essa dinâmica de uso dos ambientes ao longo do ciclo anual é apresentada na perspectiva de cada grande grupo taxonômico na FIGURA 3.8. Em geral, as flutuações no uso dos ambientes para todos os grupos representaram as flutuações gerais obtidas por ambiente (FIGURAS 3.6 e 3.7), tanto em quantidade de famílias declarantes como em rendimento de indivíduos capturados por família ou ninhos predados por família (FIGURA 3.8). Somente para a coleta de ovos em ninhos de quelônios aquáticos foi observado um pico concomitante em rendimento de ninhos predados por família, nos três ambientes mais relevantes para este grupo, no mês de setembro, que representa o meio do período de vazante (FIGURA 3.8).
FIGURA 3.7. Flutuações no uso de ambientes no extrativismo de recursos animais terrestres ao longo do ciclo anual, com base na quantidade de famílias declarantes. Cota de rio (médias das cotas diárias em cm) referente ao período de julho de 2008 a outubro de 2016 (Agência Nacional de Águas 2017), no SiMUR.
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41
PARTE 3
FIGURA 3.8. Flutuações no uso dos ambientes mais relevantes para extrativismo animal ao longo do ciclo anual, com base na quantidade de famílias declarantes e indivíduos abatidos (taxas de abate/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). A proporção de famílias declarantes foi zerada nos meses em que o número de famílias foi <5.
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
42
PARTE 3
A prática do extrativismo vegetal Intensidade de uso de recursos madeireiros e não-madeireiros Como observado nas TABELAS 2.1 a 2.3 da seção anterior (Parte 2: Diversidade, importância relativa e uso de recursos naturais e produtos agrícolas), os recursos vegetais compõem cerca de 39% (64/164) dos recursos naturais (associados às partes utilizadas) declarados pelos moradores no período de 2008 a 2016. Apesar de representar um número menos diverso que recursos animais, que são quase 100% utilizados como fontes alimentares, os recursos vegetais são fundamentais para uma gama de usos, voltados para fins domésticos e comerciais, além de alimentação (TABELA 3.1). Mais de metade dos re-
cursos vegetais são madeireiros (58%, 37/64), porém foram pouco representativos em quantidade de famílias que os extrai (12,5%, 28/224) (FIGURA 3.9). Os recursos madeireiros são em grande parte beneficiados e utilizados em cortes para a construção de casas, embarcações e instrumentos como remos, entre outros artefatos, além de carvão utilizado em fornos. Já os recursos não-madeireiros, que representaram 42% (27/64) dos recursos vegetais declarados, têm vasto uso (construção, alimentação, medicinal, confecção de objetos e relevância comercial) e foram declarados no total por grande parte das famílias que declararam recurso vegetal (99,6%, 223/224) (FIGURA 3.9). Nesta seção, a classe de uso comercial considera apenas os produtos comercializados escoados regularmente para fora do rio.
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43
PARTE 3
TABELA 3.1. Classes de uso estabelecidas para os recursos madeireiros e não-madeireiros declarados no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). As madeiras em forma de carvão foram incluídas entre os recursos madeireiros. A classe de uso comercial considera apenas os produtos comercializados escoados regularmente para fora do rio. *Recursos comercializados escoados esporadicamente para fora do rio. **Recursos comercializados esporadicamente entre os moradores. CLASSE DE USO
RECURSOS DECLARADOS Não-madeireiros: breu* (exsudato), palha-branca, palha-preta e palha-ubim (folha), paxiúba (caule).
Artefato de madeira/fibra (construção, ferramentas)
Madeireiros: abiorana, acariquara, amarelão, aritu**, bico-de-pato**, caferana**, castanha-de-cutia, cedrinho**, copaíba, copaibarana, cupiúba**, guariúba, itaúba, jacareúba, lacre, louro-abacate**, louro-preto**, louro-rosa, macucu, marupá**, massaranduba, mututi, punã**, rabo-de-arraia**, roxinho, sapucaia**, tachi**, tanimbuca**, tauari**, tento**, titarana e violeta** (madeira corte), comati, pau-vidro, tanimbuca, taquarirana e angelim (carvão).
Alimentação
Não-madeireiros: açaí**, apuruí, bacaba, buriti, cacau-do-mato, castanha-da-amazônia, cupuí, mari, moela-de-mutum, patauá, piquiá, tucumã e uixi (frutos).
Artefato de uso cotidiano (objetos)
Não-madeireiros: arumã* (talo), cipó-ambé**, cipó-timbó-açu** e cipó-titica (raízes) em fios ou unidades manufaturadas, seringa* (exsudato) beneficiada ou em unidades manufaturadas.
Medicinal
Não-madeireiros: amapá, copaíba* e sucuúba (exsudatos), andiroba* (óleo da semente).
Comercial
Não-madeireiros: castanha-da-amazônia (fruto); cipó-timbó-açu e cipó-titica (raízes) em kg.
FIGURA 3.9. Importância relativa de recursos madeireiros e não-madeireiros por classes de uso, com base na quantidade de famílias declarantes, distribuição de registros e diversidade declarada (em contagem de recursos e famílias botânicas representadas), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). A classe de uso comercial considera apenas os produtos comercializados escoados regularmente para fora do rio (castanha-da-amazônia declarada vendida e cipós do gênero Heteropsis declarados em kg). Total de registros = 3.185 (registros com identificação insuficiente excluídos).
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PARTE 3
Intensidade de uso de grupos botânicos Quase metade dos não-madeireiros é representada por frutos comestíveis (48%, 13/27), dos quais destacam-se o açaí e a castanha-da-amazônia. Estes dois recursos, juntamente com o cipó-titica e o cipó-timbó-açu (cipós do gênero Heteropsis), estão entre os 22 recursos naturais mais relevantes em número de famílias declarantes (veja TABELA 2.3, Parte 2: Diversidade, importância relativa e uso de recursos naturais e produtos agrícolas). Enquanto o açaí é praticamente restrito ao consumo familiar (alimentação), a castanhada-amazônia e os cipós do gênero Heteropsis são em grande parte extraídos para comercialização, embora existam extrações voltadas para consumo familiar, seja para alimentação (castanha) ou para confecção de artefatos de uso doméstico (cipós). Dada a importância comercial da castanha-da-amazônia e dos cipós do gênero Heteropsis, os perfis de extração destes recursos são apresentados neste documento no contexto dos produtos comercializados (Parte 6: Recursos naturais e produtos agrícolas de relevância comercial). Além da relevância individual desses recursos vegetais, a representação dos recursos em grupos taxonômicos indica algumas famílias botânicas de maior importância em termos de procura, diversidade de espécies utilizadas e leque de utilizações (FIGURA 3.10). Entre os recursos madeireiros, a família botânica mais importante
foi Lauraceae (família das espécies de “louros”), com cinco espécies ou variedades declaradas, embora a representação de recursos madeireiros tenha sido de apenas 28 famílias (FIGURA 3.10). Entre os recursos não-madeireiros, três famílias apresentaram grande relevância - Araceae, Arecaceae e Lecythidaceae (FIGURA 3.10). A importância das famílias Araceae e Lecythidaceae reflete a maior incidência de declarações sobre os três recursos de uso comercial (cipós do gênero Heteropsis e castanha-da-amazônia) e no caso da família Arecaceae (família das espécies de palmeiras), o açaí consumido localmente. A família Arecaceae, no entanto, destaca-se ainda pela diversidade de espécies utilizadas, incluindo, além do açaí, quatro palmeiras cujos frutos também fazem parte da alimentação dos moradores (bacaba, buriti, patauá e tucumã), e mais quatro cujas fibras de folhas e caules são utilizadas basicamente em coberturas (variedades de “palhas” e paxiúba). Essa importância das palmeiras entre os recursos vegetais fica evidente na FIGURA 3.11. Embora somente o açaí tenha sido declarado entre os recursos vegetais por uma parcela substancial dos moradores, o uso das palmeiras em geral é caracterizado no contexto da família Araceae (Parte 5: Recursos de relevância no extrativismo vegetal), dada a importância desse grupo no uso de recursos vegetais.
FIGURA 3.10. Importância relativa de famílias botânicas na representação de recursos madeireiros e não-madeireiros, com base na quantidade de famílias declarantes e recursos declarados, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Total de registros = 3.185 (registros com identificação insuficiente excluídos).
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PARTE 3
FIGURA 3.11. Importância relativa de famílias botânicas na representação de classes de uso, com base na quantidade de famílias declarantes e recursos declarados, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). A classe de uso comercial considera apenas os produtos comercializados escoados regularmente para fora do rio (castanha-da-amazônia declarada vendida e cipós do gênero Heteropsis declarados em kg). Total de registros = 3.185 (registros com identificação insuficiente excluídos).
Distribuição do uso de recursos naturais nas unidades de conservação Amostra de dados Nesta seção, a distribuição do uso de recursos naturais nas UCs da bacia do rio Unini é apresentada, fundamentada na metodologia descrita na primeira parte do documento (Parte 1: Dado de localização geográfica: Base utilizada neste documento). Foi utilizado o conjunto de 61.414 registros com dados válidos (>0) dos proto-
colos de consumo de peixes, quelônios aquáticos, caça e recursos vegetais do período de 2008 a 2016 (94 meses de entrevistas com 262 famílias), que citam 813 quadrados no total. Registros cujos quadrados de localização geográfica foram classificados como Indefinido (quadrados que não tiveram a UC definida) não foram incluídos na análise (4 registros). Esse recorte implicou na exclusão, dessa análise, de alguns recursos naturais declarados no período. O dado de localização geográfica do protocolo de peixes é coletado em dois níveis, um onde o(s) quadrado(s) declarado(s)
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PARTE 3
representa(m) local(is) mensal(is) de pescaria, e outro onde representa(m) local(is) dos dois últimos dias de pescaria apenas e os respectivos dados sobre peixes capturados. Os quadrados declarados neste último nível estão contemplados entre os locais mensais de captura, portanto, dependendo da análise realizada, é utilizado um ou outro nível e nunca os dois juntos. Na maioria das análises são considerados os dados de localização geográfica dos registros de locais mensais de pescaria, nivelando-se assim os registros de todos os protocolos para uma escala mensal de recordação. Nessas análises, o conjunto de registros efetivos totaliza 26.540 registros (97% na escala 1:75.000 e 3% na escala 1:250.000), representando um total de 813 códigos únicos (quadrados), sendo 83% (678/813) na escala 1:75:000 (local declarado = quadrado de 4 km²) e 17% (135/813) na escala 1:250.000 (local declarado = quadrado de 25 km²). Nas análises que envolvem tipo de ambiente e diversidade de peixes, são considerados os dados de localização geográfica dos registros de recordação dos dois últimos dias de pescaria. Nesse caso, o conjunto de registros totaliza 47.084 registros (98% na escala 1:75.000 e 2% na escala 1:250.000). Quanto à questão da sobreposição de áreas devido ao uso de duas escalas, uma rápida análise indicou que há possibilidade de sobreposição em até 10% (83/813) dos quadrados na escala 1:250.000 sobre quadrados na escala 1:75.000, o que representa até 2,4% (631/26.540) do total de registros analisados aqui, e 1,4% (164/11.907), 2,7% (319/11.719) e 5,1% (148/2.914) dos registros atribuídos (classificados) respectivamente à Reserva Extrativista Rio Unini (RESEX Rio Unini), ao Parque Nacional do Jaú (PARNA do Jaú) e à Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (RDS Amanã). Cabe considerar também que 92% (581/631) dos registros com possibilidade de sobreposição de quadrados na escala 1:250.000 sobre quadrados na escala 1:75.000 pertencem à comunidade Vista Alegre, o que certamente influenciou os resultados apresentados abaixo para esta comunidade, principalmente superestimando a extensão (número) das áreas de uso do PARNA do Jaú pelas famílias desta comunidade. Na presente análise não houve tratamento para essa questão e os registros foram analisados sem diferenciação das duas escalas. Nas futuras análises é recomendável e espera-se estabelecer um tratamento padronizado para os
quadrados na escala 1:250.000 que se sobrepõem a quadrados na escala 1:75.000. Quadro geral: Extensão de área de uso e intensidade de uso Um total de 813 quadrados foram declarados nos protocolos de recursos naturais (peixes, quelônios aquáticos, caça e recursos vegetais) no período de 2008 a 2016, o que representa 17% (813/4.652) do total de quadrados classificados como inclusos nas áreas das UCs da bacia do rio Unini. Assumindo todos os quadrados como unidades de área de uso de 4 km² (ressalvas em Amostra de dados, nesta seção), o total de quadrados declarados equivaleria a uma área de 3.252 km², ou 12% da área total da bacia do rio Unini (26.896,44 km²). Desta forma, a área de uso declarada da RESEX Rio Unini corresponde a uma área de 1.492 km² ou 18% da área dessa unidade na bacia do rio Unini (aproximadamente 8.311,00 km²), a do PARNA do Jaú corresponde a uma área de 1.236 km² ou 16% da área dessa unidade na bacia (aproximadamente 7.853,76 km²), e a da RDS Amanã corresponde a uma área de 524 km² ou 5% da área dessa unidade na bacia (aproximadamente 10.731,68 km²). Em relação às áreas totais das respectivas UCs, esses valores correspondem a 18% da área total da RESEX Rio Unini (8.333,52 km²), 5% da área total do PARNA do Jaú (22.720,00 km²) e 2% da área total da RDS Amanã (23.130,00 km²). A partir desta seção, os quadrados declarados são definidos pelo termo unidades de áreas de uso. A maior parte das 813 áreas de uso informadas está localizada dentro dos limites da RESEX Rio Unini (46%), seguida do PARNA do Jaú (38%) e da RDS Amanã (16%) (TABELA 3.2, FIGURA 3.12). As áreas da RESEX Rio Unini e do PARNA do Jaú foram acessadas pela quase totalidade das famílias e comunidades, enquanto a área da RDS Amanã foi acessada quase exclusivamente por famílias das duas únicas comunidades localizadas na região do rio Unini onde essa UC faz limite com a RESEX Rio Unini e com o PARNA do Jaú, isto é, Vila Nunes e Vista Alegre (TABELA 3.2). Eventualmente, famílias de outras duas comunidades rio abaixo acessaram áreas pertencentes à RDS Amanã*. A comunidade Vila Nunes está localizada na interface RESEX Rio Unini-RDS Amanã, Vista Alegre na interface RESEX Rio Unini-PARNA do Jaú-RDS Amanã e as demais oito na interface RESEX Rio Unini-PARNA
TABELA 3.2. Indicadores de intensidade de uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini: totais de unidades de áreas de uso (quadrados), famílias e comunidades usuárias e citações (1somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mêsano); e médias de famílias usuárias e citações/família por quadrado, período de 2008 a 2016 no SiMUR.
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
Nº TOTAL DE QUADRADOS DECLARADOS (%)
Nº TOTAL DE FAMÍLIAS USUÁRIAS (%)
Nº DE COMUNIDADES USUÁRIAS
Nº TOTAL DE CITAÇÕES1/QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
Nº MÉDIO DE FAMÍLIAS
Nº MÉDIO DE CITAÇÕES/ FAMÍLIA / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
RESEX Rio Unini
373 (45,9%)
255 (98,8%)
10
10.914
8,7 (1-47)
3,4 (1-68)
PARNA do Jaú
309 (38,0%)
244 (94,6%)
9
10.917
9,6 (1-48)
3,7 (1-81)
RDS Amanã
131 (16,1%)
75 (29,1%)
4
2.709
5,3 (1-29)
3,9 (1-70)
Totais
813 (100%)
258 (100%)
10
24.540
8,5 (1-48)
3,6 (1-81)
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PARTE 3
FIGURA 3.12. Indicadores de intensidade de uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini, período de 2008 a 2016 no SiMUR. A) Totais de unidades de áreas de uso (quadrados) e médias de famílias usuárias por quadrado, B) Totais de citações (somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mês-ano) e médias de citações/família por quadrado.
TABELA 3.3. Indicadores de intensidade de uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini: totais de recursos naturais; e médias de recursos explorados por unidade de área de uso (quadrados) e recursos explorados/família por quadrado), período de 2008 a 2016 no SiMUR. 1Amostra de registros com recursos identificados conforme ANEXO I. Nº TOTAL DE QUADRADOS1 (%)
Nº TOTAL DE FAMÍLIAS USUÁRIAS (%)
Nº TOTAL DE RECURSOS DECLARADOS1 (%)
Nº MÉDIO DE RECURSOS / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
Nº MÉDIO DE RECURSOS / FAMÍLIA / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
RESEX Rio Unini
371 (46,5%)
255 (98,8%)
124 (76,1%)
9,5 (1-62)
3,8 (1-32)
PARNA do Jaú
302 (37,8%)
244 (94,6%)
136 (83,4%)
11,0 (1-67)
4,0 (1-30)
RDS Amanã
125 (15,7%)
75 (29,1%)
96 (58,9%)
7,3 (1-57)
3,3 (1-38)
Total Geral
798 (100%)
258 (100%)
163 (100%)
9,7 (1-67)
3,9 (1-38)
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
do Jaú. Portando, as famílias do rio Unini utilizam uma extensão maior de área da RESEX Rio Unini em comparação à área do PARNA do Jaú, seguido da área da RDS Amanã, o que é esperado pelas extensões dos limites dessas UCs no rio Unini e a distribuição das comunidades ao longo desses limites. Para indicar a intensidade com que as áreas das UCs foram acessadas, são utilizados o número médio de famílias por unidade de área de uso (dado pelo valor médio da contagem de famílias por quadrado) e o número médio de citações/família por unidade de área de uso, que pode ser entendido como frequência de uso (TABELA 3.2, FIGURA 3.12). Uma citação representa um mês/ano em que um dado quadrado foi citado ao menos uma vez em um protocolo por uma família, de forma que o número médio citações/família por área de uso de uma UC representa o valor médio da contagem de citações de cada família para uma unidade de área de uso pertencente a essa UC. Em geral, as áreas da RESEX Rio Unini e do PARNA do Jaú foram acessadas na mesma frequência total (soma das contagens de citações/família por unidade de área), contudo as áreas do PARNA
do Jaú apresentaram maior adensamento de famílias usuárias/unidade de área (TABELA 3.2, FIGURA 3.12). Já a frequência de uso/ unidade de área (número de vezes em que uma área de uso de uma das UCs é citada nos protocolos mensais das famílias) é similar entre as unidades, sendo ligeiramente mais alta para a RDS Amanã e para o PARNA do Jaú (TABELA 3.2, FIGURA 3.12). A intensidade de uso de áreas das UCs também foi comparada a partir do número total de recursos naturais declarados e médias de recursos por unidade de área de uso (TABELA 3.3, FIGURA 3.13). Um número maior de recursos naturais foi declarado para as áreas do PARNA do Jaú (83% do total de recursos identificados) em comparação às áreas da RESEX Rio Unini (76%) e da RDS Amanã (29%) e, assim, o adensamento de recursos por unidade de área de uso foi maior no PARNA do Jaú, seguido da RESEX Rio Unini e da RDS Amanã (TABELA 3.3, FIGURA 3.13). Por outro lado, em média, um número similar de recursos explorados/família por unidade de área foi observado nas UCs, sendo ligeiramente mais alto no PARNA do Jaú e na RESEX Rio Unini (TABELA 3.3, FIGURA 3.13).
*Importante lembrar que no relatório não contempla o manejo de pirarucu e a pesca ornamental, atividades que envolvem moradores de outras comunidades e utilizam a área da RDS Anamã.
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48
PARTE 3
FIGURA 3.13. Indicadores de intensidade de uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini, período de 2008 a 2016 no SiMUR. A) Totais de recursos naturais e médias de recursos explorados por unidade de área de uso (quadrado), B) Médias de recursos explorados/família por quadrado. **Amostra de registros com recursos identificados conforme ANEXO I.
Os resultados obtidos sobre extensão e intensidade de uso das áreas das UCs da bacia do rio Unini indicaram maior sobreposição de uso no PARNA do Jaú, dada pelo maior número de famílias usuárias e de recursos explorados por unidade de área de uso, em comparação à RESEX Rio Unini e à RDS Amanã. Nesse aspecto, a RDS Amanã apresentou menor sobreposição de uso, porém, maior frequência de uso por unidade de área pelas famílias usuárias. A seguir, a distribuição das áreas de uso nas UCs da bacia do rio Unini é apresentada sob enfoques mais específicos utilizando os mesmos parâmetros de intensidade de uso. Uso de área pelas comunidades As comunidades que utilizaram as maiores extensões de áreas das UCs da bacia do rio Unini (>20% do total de unidades
de áreas de uso de cada unidade) foram: Vista Alegre, Terra Nova e Tapiíra na RESEX Rio Unini, Vista Alegre, Terra Nova e Lago das Pombas no PARNA do Jaú e Vista Alegre e Vila Nunes na RDS Amanã (TABELA 3.4). Destas, as comunidades Vista Alegre, Tapiíra e Terra Nova foram também as que apresentaram os maiores números de famílias usuárias nas respectivas UCs (TABELA 3.4). As comunidades que apresentaram maiores adensamentos de famílias por unidade de área de uso (>7 famílias/unidade de área) foram: Tapiíra, Patauá e Lago das Pombas na RESEX Rio Unini, e Tapiíra, Patauá e Vista Alegre no PARNA do Jaú (TABELA 3.4). Já as comunidades que apresentaram maiores frequências de uso por unidade de área (média >5 citações/família/unidade de área) foram: Vila Nunes, Lago das Pombas e Lago das Pedras na RESEX Rio Unini, Flo-
FIGURA 3.14. Contribuição das comunidades no uso de áreas da bacia do rio Unini, período de 2008 a 2016 no SiMUR. A) Totais de unidades de áreas de uso (quadrados) e médias de famílias usuárias por quadrado, B) Totais de citações (somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mêsano) e médias de citações/família por quadrado. Os números entre parênteses representam o número de famílias usuárias do grupo.
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PARTE 3
resta e Tapiíra no PARNA do Jaú e Vila Nunes na RDS Amanã (TABELA 3.4). Para a bacia do rio Unini, as comunidades que apresentaram maiores extensões de áreas de uso foram: Vista Alegre e Terra Nova (>20% do total de unidades de áreas de uso), seguidas de Tapiíra, Vila Nunes e Lago das Pombas (<20% e >10%) (FIGURA 3.14). As comunidades com maiores adensamentos de
famílias usuárias por unidade de área de uso foram: Tapiíra, Patauá e Vista Alegre (>7 famílias/unidade de área), enquanto que as comunidades com maior frequência média de uso por unidade de área foram: Vila Nunes e Floresta (média >5 citações/família/ unidade de área) (FIGURA 3.14). A questão de como se deu a distribuição dessas medidas de áreas de uso das comunidades nas UCs da bacia é apresentada a seguir.
TABELA 3.4. Contribuição das comunidades no uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini: totais de unidades de áreas de uso (quadrados), famílias usuárias (1na distribuição de famílias por comunidade, o somatório de famílias é maior que 258, devido a casos de mudança de moradia de famílias e que passam a ser entrevistadas em mais de uma comunidade) e citações (2somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mês-ano); médias de famílias usuárias e citações/família por quadrado, período de 2008 a 2016 no SiMUR.
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
COMUNIDADE (TOTAIS DE FAMÍLIAS DA AMOSTRA1)
Nº TOTAL DE CITAÇÕES2
Nº MÉDIO DE FAMÍLIAS / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
Nº MÉDIO DE CITAÇÕES / FAMÍLIA / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
123 (33,0%)
60 (21,3%)
1.873
6,2 (1-44)
2,4 (1-28)
Terra Nova (40)
86 (23,1%)
40 (14,2%)
2.022
6,3 (1-38)
3,8 (1-56)
Tapiíra (50)
80 (21,4%)
49 (17,4%)
2.036
9,2 (1-47)
2,8 (1-32)
Patauá (32)
41 (11,0%)
32 (11,3%)
1.494
9,6 (1-31)
3,8 (1-28)
Vila Nunes (16)
40 (10,7%)
16 (5,7%)
803
3,8 (1-15)
5,4 (1-68)
29 (7,8%)
18 (6,4%)
826
6,2 (1-16)
4,6 (1-53)
Manapana (19)
29 (7,8%)
18 (6,4%)
387
4,1 (1-14)
3,3 (1-26)
Democracia (13)
26 (7,0%)
13 (4,6%)
275
3,7 (1-12)
2,9 (1-23)
Floresta (17)
20 (5,4%)
17 (6,0%)
461
5,7 (1-13)
4,0 (1-25)
Lago das Pombas (19)
20 (5,4%)
19 (6,7%)
737
7,4 (1-18)
5,0 (1-35)
373 (100%)
282 (100%)
10.914
6,6 (1-47)
3,4 (1-68)
Vista Alegre (62)
85 (27,5%)
61 (22,8%)
2343
9,2 (1-48)
3,0 (1-29)
Terra Nova (40)
84 (27,2%)
40 (14,9%)
1.655
6,2 (1-37)
3,2 (1-62)
Lago das Pombas (19)
61 (19,7%)
19 (7,1%)
939
5,3 (1-18)
2,9 (1-20)
Tapiíra (50)
53 (17,2%)
50 (18,7%)
2.945
11,9 (1-46)
4,7 (1-52)
Floresta (17)
31 (10,0%)
17 (6,3%)
1.131
4,6 (1-14)
7,9 (1-81)
Manapana (19)
29 (9,4%)
19 (7,1%)
629
6,4 (1-17)
3,4 (1-15)
Lago das Pedras (18)
24 (7,8%)
18 (6,7%)
565
5,9 (1-15)
4,0 (1-26)
Patauá (32)
21 (6,8%)
31 (11,6%)
575
9,4 (1-31)
2,9 (1-22)
Democracia (13)
18 (5,8%)
13 (4,9%)
135
2,9 (1-11)
2,6 (1-14)
309 (100%)
268 (100%)
10.917
7,3 (1-48)
3,7 (1-81)
Vista Alegre (62)
92 (70,2%)
56 (74,7%)
720
4,7 (1-29)
1,7 (1-13)
Vila Nunes (16)
58 (44,3%)
16 (21,3%)
1.980
4,4 (1-16)
7,8 (1-70)
Terra Nova (40)
2 (1,5%)
2 (2,7%)
4
1,0 (1-1)
2,0 (1-2)
Tapiíra (50)
2 (1,5%)
1 (1,3%)
5
1,0 (1-1)
2,5 (1-3)
Total (168)
131 (100%)
75 (100%)
2.709
4,5 (1-29)
3,9 (1-70)
Total (286)
Total (270)
RDS Amanã
Nº TOTAL DE FAMÍLIAS USUÁRIAS1 (%)
Vista Alegre (62)
RESEX Rio Unini Lago das Pedras (18)
PARNA do Jaú
Nº TOTAL DE QUADRADOS (%)
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PARTE 3
As comunidades localizadas dentro dos limites da RESEX Rio Unini são Lago das Pedras, Terra Nova e Patauá; do PARNA do Jaú são Democracia, Tapiíra, Manapana, Lago das Pombas, Floresta e Vista Alegre; e da RDS Amanã apenas Vila Nunes. Em geral, essas comunidades apresentaram valores mais altos de extensão de área de uso, adensamento de famílias por unidade de área e frequência de uso por unidade de área nas áreas das respectivas UCs em que estão situadas (isto é, da mesma margem do rio); ou então, apresentaram valores equilibrados entre áreas das respectivas unidades em que estão situadas e áreas da unidade limítrofe (TABELA 3.5). As exceções são dadas por três comunidades situadas no PARNA do Jaú - Democracia, Tapiíra e Vista Alegre, cujas áreas de uso foram mais extensas na unidade limítrofe (RESEX Rio Unini). No entanto, para as comunidades Tapiíra e Vista Alegre, as áreas mais intensivamente utilizadas estiveram na área do próprio PARNA do Jaú, tanto em adensamento de famílias por unidade de área como em frequência de
uso por unidade de área (citações/família por unidade de área) (TABELA 3.5). Outras exceções são dadas pelas comunidades Lago das Pombas e Floresta, também situadas no PARNA do Jaú, cujas áreas de uso mais intensivamente utilizadas estiveram na área da RESEX Rio Unini, em adensamento de famílias por unidade de área (Lago das Pombas e Floresta) e frequência de uso por unidade de área (Lago das Pombas). Na FIGURA 3.15, essas medidas são apresentadas agrupando-se as comunidades conforme a UC em que estão situadas. Nesse agrupamento, predomina a tendência de comunidades situadas no PARNA do Jaú utilizarem mais áreas da RESEX Rio Unini em extensão, porém utilizarem mais intensivamente (famílias/unidade de área, citações/família por unidade de área) áreas do PARNA do Jaú. As áreas da RDS Amanã declaradas pelo grupo das comunidades situadas no PARNA do Jaú são oriundas em grande parte da comunidade Vista Alegre e de uma família apenas da comunidade Tapiíra (FIGURA 3.15).
FIGURA 3.15. Distribuição do uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini por agrupamentos de comunidades, localizadas na RESEX Rio Unini (Lago das Pedras, Terra Nova, Patauá), no PARNA do Jaú (Democracia, Tapiíra, Manapana, Lago das Pombas, Floresta e Vista Alegre) e na RDS Amanã (Vila Nunes), período de 2008 a 2016 no SiMUR. A) Totais de unidades de áreas de uso (quadrados) e médias de famílias usuárias por quadrado, B) Totais de citações (somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mêsano) e médias de citações/família por quadrado. Os números entre parênteses representam o número de famílias usuárias do grupo.
20
20 0
7,1
6,7
RERU (90)
PNJ (89)
% total quadrados
1,0
RDSA (2)
0
% total de quadrados (595) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)
Distribuição do uso por comunidades localizadas no Parque Nacional do Jaú 100
50
80
40
60
30
44,7
39,8
40 20 0
20 15,5
7,6
6,6
RERU (176)
PNJ (179)
Distribuição do uso por comunidades localizadas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã 100 % total quadrados
10 0,9
RDSA (57)
50 40 59,2
60
30
40,8
20
20 0
0
10 3,8
4,4
RERU (16)
RDSA (16)
0
60 40
4342
4000
2795
20
2000 0
3,9
3,2
RERU (90)
PNJ (89)
Distribuição do uso por comunidades localizadas no Parque Nacional do Jaú
4
2,0
RDSA (2)
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
6000
80
8122
8000
60
5769
40
4000 2000 0
0
No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.)
10000
% total de quadrados (98) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)
80
40
10 4,6
6000
20
725 2,9
RERU (176)
Distribuição do uso por comunidades localizadas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã 3000
3,8
1,7
PNJ (179)
RDSA (57)
0
No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.) 80 60
1980
2000
40 1000 0
No. médio citações/família /quadrado
40
8000
No. médio citações/família /quadrado
44,8
80
803
20 5,4
7,8
RERU (16)
RDSA (16)
0
No. médio citações/família /quadrado
30
No. total citações
40 54,2
No. médio famílias/quadrado
60
No. total citações
80
No. médio famílias/quadrado
50
No. médio famílias/quadrado
% total quadrados
100
No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.)
Distribuição do uso por comunidades localizadas na Reserva Extrativista Rio Unini 10000 No. total citações
% total de quadrados (212) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)
Distribuição do uso por comunidades localizadas na Reserva Extrativista Rio Unini
51
PARTE 3
TABELA 3.5. Distribuição do uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini pelas comunidades: totais de unidades de áreas de uso (quadrados), famílias usuárias (1na distribuição de famílias por comunidade, o somatório de famílias é maior que 258, devido a casos de mudança de moradia de famílias e que passam a ser entrevistadas em mais de uma comunidade) e citações (2somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mês-ano); e médias de famílias usuárias e citações/família por quadrado, período de 2008 a 2016 no SiMUR.
LOCALIZAÇÃO DA COMUNIDADE
COMUNIDADE
Lago das Pedras
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO ACESSADA
Terra Nova
6,2 (1-16)
4,6 (1-53)
PARNA do Jaú
24 (45,3%)
18 (100,0%)
565
5,9 (1-15)
4,0 (1-26)
53 (100,0%)
18 (100,0%)
1.391
6,1 (1-16)
4,3 (1-53)
RESEX Rio Unini
86 (50,0%)
40 (100,0%)
2.022
6,3 (1-38)
3,8 (1-56)
PARNA do Jaú
84 (48,8%)
40 (100,0%)
1.655
6,2 (1-37)
3,2 (1-62)
2 (1,2%)
2 (5,0%)
4
1,0 (1-1)
2,0 (2-2)
172 (100,0%)
40 (100,0%)
3.681
6,2 (1-38)
3,5 (1-62)
RESEX Rio Unini
41 (66,1%)
32 (100,0%)
1.494
9,6 (1-31)
3,8 (1-28)
PARNA do Jaú
21 (33,9%)
31 (96,9%)
575
9,4 (1-31)
2,9 (1-22)
62 (100,0%)
32 (100,0%)
2.069
9,5 (1-31)
3,5 (1-28)
RESEX Rio Unini
26 (59,1%)
13 (100,0%)
275
3,7 (1-12)
2,9 (1-23)
PARNA do Jaú
18 (40,9%)
13 (100,0%)
135
2,9 (1-11)
2,6 (1-14)
44 (100,0%)
13 (100,0%)
410
3,3 (1-12)
2,8 (1-23)
RESEX Rio Unini
80 (59,3%)
49 (98,0%)
2.036
9,2 (1-47)
2,8 (1-32)
PARNA do Jaú
53 (39,3%)
50 (100,0%)
2.945
11,9 (1-46)
4,7 (1-52)
2 (1,5%)
1 (2,0%)
5
1,0 (1-1)
2,5 (2-3)
135 (100,0%)
50 (100,0%)
4.986
10,1 (1-47)
3,6 (1-52)
RESEX Rio Unini
29 (50,0%)
18 (94,7%)
387
4,1 (1-14)
3,3 (1-26)
PARNA do Jaú
29 (50,0%)
19 (100,0%)
629
6,4 (1-17)
3,4 (1-15)
58 (100,0%)
19 (100,0%)
1.016
5,2 (1-17)
3,3 (1-26)
RESEX Rio Unini
20 (24,7%)
19 (100,0%)
737
7,4 (1-18)
5,0 (1-35)
PARNA do Jaú
61 (75,3%)
19 (100,0%)
939
5,3 (1-18)
2,9 (1-20)
81 (100,0%)
19 (100,0%)
1.676
5,8 (1-18)
3,6 (1-35)
RESEX Rio Unini
20 (39,2%)
17 (100,0%)
461
5,7 (1-13)
4,0 (1-25)
PARNA do Jaú
31 (60,8%)
17 (100,0%)
1.131
4,6 (1-14)
7,9 (1-81)
51 (100,0%)
17 (100,0%)
1.592
5,1 (1-14)
6,2 (1-81)
RESEX Rio Unini
123 (41,0%)
60 (96,8%)
1.873
6,2 (1-44)
2,4 (1-28)
PARNA do Jaú
85 (28,3%)
61 (98,4%)
2.343
9,2 (1-48)
3,0 (1-29)
RDS Amanã
92 (30,7%)
56 (90,3%)
720
4,7 (1-29)
1,7 (1-13)
300 (100,0%)
62 (100,0%)
4.936
6,6 (1-48)
2,5 (1-29)
RESEX Rio Unini
40 (40,8%)
16 (100,0%)
803
3,8 (1-15)
5,4 (1-68)
RDS Amanã
58 (59,2%)
16 (100,0%)
1.980
4,4 (1-16)
7,8 (1-70)
98 (100,0%)
16 (100,0%)
2.783
4,1 (1-16)
6,9 (1-70)
RDS Amanã
RDS Amanã Total
Manapana
Total
PARNA do Jaú Lago das Pombas
Total
Floresta
Total
Vista Alegre
Total
RDS Amanã
Vila Nunes
NÚMERO MÉDIO DE CITAÇÕES/FAMÍLIA / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
826
Total
Tapiíra
NÚMERO MÉDIO DE FAMÍLIAS / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
18 (100,0%)
Total
Democracia
Nº TOTALDE CITAÇÕES2
29 (54,7%)
Total
Patauá
Nº TOTAL DE FAMÍLIAS USUÁRIAS1 (%)
RESEX Rio Unini
Total
RESEX Rio Unini
Nº TOTAL DE QUADRADOS (%)
Total
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
52
PARTE 3
FIGURA 3.16. Proporções de unidades de área de uso (quadrados) compartilhadas entre comunidades da bacia do rio Unini, período de 2008 a 2016 no SiMUR. Os números entre parênteses representam o número total de quadrados declarados pelas famílias usuárias da comunidade.
300
17%
No. quadrados
250 200 150
48%
100 50 0
62% L. Pedras (53)
24%
T. Nova Democracia (172) (44)
40%
87%
98% Patauá (62)
Tapiíra (135)
51%
Manapana L. Pombas (58) (81)
Uma parte das unidades de área de uso foi compartilhada entre duas até quatro comunidades. No total, 24% (194/813) dessas áreas apresentaram uso em comum, sendo 77% (150/194) delas entre duas comunidades, 21% (41/813) entre três comunidades e 2% (3/813) entre quatro comunidades. As comunidades que apresentaram maior proporção de unidades de área de uso em comum com outras comunidades foram Democracia (98% das unidades de área de uso da comunidade), Patauá (87%) Floresta (63%), Lago das Pedras (62%) e Lago das Pombas (51%) (FIGURA 3.16). Já a comunidade Tapiíra, cuja proporção de unidades de área de uso compartilhada foi de 24%, apresentou maior número de comunidades com as quais compartilha essas áreas (FIGURA 3.16). As proporções de áreas de uso compartilhadas entre comunidades podem refletir a proximidade entre algumas comunidades na sua distribuição espacial ao longo da bacia e também a mobilidade das famílias usuárias, como parece ser o caso da comunidade Tapiíra. As comunidades que apresentaram maior proporção de áreas sem uso por famílias de outras comunidades foram Vista Alegre e Tapiíra, seguidas de Manapana e Vila Nunes (FIGURA 3.16). Uso de áreas por tipo de prática extrativa Entre todas as atividades extrativas, a atividade de caça foi a que respondeu pelas maiores extensões de área de uso na RESEX Rio Unini e no PARNA do Jaú, enquanto na RDS Amanã essa atividade foi a pesca, seguida da extração de quelônios aquáticos (TABELA 3.6). A pesca respondeu pelas unidades de área mais intensivamente utilizadas (famílias usuárias e citação/família por unidade de área) na RESEX Rio Unini, no PARNA do Jaú e na RDS Amanã (TABELA 3.6). A extração de quelônios aquáticos foi a segunda atividade que respondeu pelas unidades de área de uso com maior adensamento de famílias por unidade de área na RESEX Rio Unini, no PARNA Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
63% Floresta (51)
V. Alegre (300)
8 7 6 5 4 3 42% 2 1 0
No. comunidades
No. de quadrados exclusivos No. de quadrados compartilhados No. comunidades compartilhando quadrados
Proporção de unidades de área de uso (quadrados) compartilhadas entre comunidades usuárias
V. Nunes (98)
do Jaú e na RDS Amanã, mas nem sempre pelas unidades de área com maior frequência de uso (TABELA 3.6). A contribuição do extrativismo vegetal foi particularmente maior no PARNA do Jaú em comparação às outras unidades, pela extensão da área utilizada, proporção de famílias usuárias e média de famílias por unidade de área (TABELA 3.6). Para a bacia do rio Unini, as atividades extrativas que ocuparam maiores extensões de áreas de uso foram caça e extração de recursos vegetais, seguidas de pesca e extração de quelônios aquáticos (FIGURA 3.17). No entanto, para os indicadores de intensidade de uso por unidade de área, a situação foi inversa, com pesca e extração de quelônios aquáticos com maiores adensamentos de famílias por unidade de área e pesca com maior frequência média de uso por unidade de área (FIGURA 3.17). A questão de como se deu a distribuição dessas medidas de áreas de uso para atividades extrativas nas UCs da bacia é apresentada a seguir. As maiores proporções de área em extensão utilizadas para todas as atividades extrativas (pesca, extração de quelônios aquáticos, caça e extração de recursos vegetais) foram encontradas na área da RESEX Rio Unini em comparação às áreas do PARNA do Jaú e da RDS Amanã (TABELA 3.7, FIGURA 3.18). No entanto, as diferenças proporcionais entre áreas da RESEX Rio Unini e do PARNA do Jaú são menores para áreas associadas às atividades de caça e extração de recursos vegetais (TABELA 3.7, FIGURA 3.18). Com exceção da extração de quelônios aquáticos, foram encontrados maiores adensamentos de famílias por unidade de área de uso na área do PARNA do Jaú (TABELA 3.7, FIGURA 3.18). Para todas as atividades extrativas, as frequências de uso por unidade de área (citação/ família por unidade de área) são relativamente equilibradas entre as áreas das UCs, no entanto, as áreas da RDS Amanã tenderam a ser utilizadas mais intensivamente pelas famílias usuárias (TABELA 3.7, FIGURA 3.18).
53
PARTE 3
TABELA 3.6. Contribuição das práticas extrativas (protocolos) no uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini: totais de unidades de áreas de uso (quadrados), famílias usuárias e citações (1somatório da contagem quadrado/família/protocolo/ mês-ano); e médias de famílias usuárias e citações/família por quadrado, período de 2008 a 2016 no SiMUR.
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
RESEX Rio Unini
PARNA do Jaú
RDS Amanã
PROTOCOLO
Nº TOTAL DE QUADRADOS (%)
Nº TOTAL DE FAMÍLIAS USUÁRIAS (%)
Nº TOTAL DE CITAÇÕES1
Nº MÉDIO DE FAMÍLIAS / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
Nº MÉDIO DE CITAÇÕES / FAMÍLIA/QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
Peixes
214 (57,4%)
254 (99,6%)
6.359
9,8 (1-47)
3,0 (1-50)
Quelônios aquáticos
211 (56,6%)
217 (85,1%)
2.245
5,9 (1-28)
1,8 (1-17)
Caça
233 (62,5%)
172 (67,5%)
1.334
3,6 (1-22)
1,6 (1-14)
Recursos vegetais
209 (56,0%)
154 (60,4%)
976
2,9 (1-20)
1,6 (1-14)
Total
373 (100%)
255 (100%)
10.914
5,5 (1-47)
2,3 (1-50)
Peixes
177 (57,3%)
240 (98,4%)
6.391
10,5 (1-46)
3,4 (1-47)
Quelônios aquáticos
162 (52,4%)
209 (85,7%)
1.411
5,5 (1-33)
1,6 (1-12)
Caça
216 (69,9%)
199 (81,6%)
1.741
4,7 (1-31)
1,7 (1-16)
Recursos vegetais
204 (66,0%)
190 (77,9%)
1.374
4,1 (1-29)
1,6 (1-18)
Total
309 (100%)
244 (100%)
10.917
6,1 (1-46)
2,4 (1-47)
Peixes
84 (64,1%)
69 (92,0%)
1.576
5,0 (1-26)
3,8 (1-53)
Quelônios aquáticos
81 (61,8%)
60 (80,0%)
579
4,0 (1-11)
1,8 (1-20)
Caça
63 (48,1%)
38 (50,7%)
264
2,2 (1-9)
1,9 (1-12)
Recursos vegetais
68 (51,9%)
44 (58,7%)
290
2,0 (1-12)
2,1 (1-29)
131 (100%)
75 (100%)
2.709
3,4 (1-26)
2,7 (1-53)
Total
FIGURA 3.17. Contribuição das práticas extrativas (protocolos) no uso de áreas da bacia do rio Unini, período de 2008 a 2016 no SiMUR. A) Totais de unidades de áreas de uso (quadrados) e médias de famílias usuárias por quadrado, B) Totais de citações (somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mês-ano) e médias de citações/família por quadrado. Os números entre parênteses representam o número de famílias usuárias do grupo.
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
54
PARTE 3
TABELA 3.7. Distribuição do uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini por práticas extrativas (protocolos): totais de unidades de áreas de uso (quadrados), famílias usuárias e citações (1somatório da contagem quadrado/família/protocolo/ mês-ano); e médias de famílias usuárias e citações/família por quadrado, período de 2008 a 2016 no SiMUR.
ATIVIDADE
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
Nº TOTAL DE QUADRADOS (%)
Nº TOTAL DE FAMÍLIAS USUÁRIAS (%)
Nº TOTAL DE CITAÇÕES1
Nº MÉDIO DE FAMÍLIAS/QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
Nº MÉDIO DE CITAÇÕES/FAMÍLIA / QUADRADO (MÍN.MÁX.)
RESEX Rio Unini
214 (45,1%)
254 (98,8%)
6.359
9,8 (1-47)
3,0 (1-50)
PARNA do Jaú
177 (37,3%)
240 (93,4%)
6.391
10,5 (1-46)
3,4 (1-47)
84 (17,7%)
69 (26,8%)
1.576
5,0 (1-26)
3,8 (1-53)
475 (100,0%)
257 (100,0%)
14.326
9,2 (1-47)
3,3 (1-53)
RESEX Rio Unini
211 (46,5%)
217 (89,3%)
2.245
5,9 (1-28)
1,8 (1-17)
PARNA do Jaú
162 (35,7%)
209 (86,0%)
1.411
5,5 (1-33)
1,6 (1-12)
81 (17,8%)
60 (24,7%)
579
4,0 (1-11)
1,8 (1-20)
454 (100,0%)
243 (100,0%)
4.235
5,4 (1-33)
1,7 (1-20)
RESEX Rio Unini
233 (45,5%)
172 (76,1%)
1.334
3,6 (1-22)
1,6 (1-14)
PARNA do Jaú
216 (42,2%)
199 (88,1%)
1.741
4,7 (1-31)
1,7 (1-16)
63 (12,3%)
38 (16,8%)
264
2,2 (1-9)
1,9 (1-12)
512 (100,0%)
226 (100,0%)
3.339
3,9 (1-31)
1,7 (1-16)
RESEX Rio Unini
209 (43,5%)
154 (70,3%)
976
2,9 (1-20)
1,6 (1-14)
PARNA do Jaú
204 (42,4%)
190 (86,8%)
1.374
4,1 (1-29)
1,6 (1-18)
68 (14,1%)
44 (20,1%)
290
2,0 (1-12)
2,1 (1-29)
481 (100,0%)
219 (100,0%)
2.640
3,3 (1-29)
1,7 (1-29)
Pesca RDS Amanã
Total
Extração de quelônios aquáticos RDS Amanã
Total
Caça RDS Amanã
Total
Extração de recursos vegetais RDS Amanã
Total
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
55
PARTE 3
FIGURA 3.18. Distribuição do uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini por práticas extrativas (protocolos), período de 2008 a 2016 no SiMUR. A) Totais de unidades de áreas de uso (quadrados) e médias de famílias usuárias por quadrado, B) Totais de citações (somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mês-ano) e médias de citações/família por quadrado. Os números entre parênteses representam o número de famílias usuárias do grupo.
0
RERU (254)
PNJ (240)
No. total quadrados
Distribuição do uso de áreas associadas à atividade de extração de quelônios aquáticos 100
60
0
30
46,5 35,7
40
20 17,8
20
5,9
RERU (217)
10
5,5
4,0
PNJ (209)
RDSA (60)
0
50
80
40
60
30
45,5
42,2
40
20
20 0
10
12,3 4,7
3,6
RERU (172)
PNJ (199)
Distribuição do uso de áreas associadas à atividade de extração de recursos vegetais 100
2,2
RDSA (38)
60
43,5
30 20
40 14,1
20 0
2,9
RERU (154)
4,1
PNJ (190)
10 2,0
RDSA (44)
0
No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.) 50
30
1000
20
579
500
10 1,6
1,8
PNJ (209)
RDSA (60)
1,8
RERU (217)
No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.)
40
1.741
30
1.334
1000
20
500
10
264 1,7
1,9
PNJ (199)
RDSA (38)
1,6
RERU (172)
Distribuição do uso de áreas associadas à atividade de extração de recursos vegetais 2500
50 40 1.374
1500
30
976
20
500 0
0
No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.)
2000
1000
0
50
2000 1500
0
40
1500
0
50
42,4
RDSA (69)
1.411
Distribuição do uso de áreas associadas à atividade de caça
0
40
PNJ (240)
2500
% total de quadrados (481) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)
80
3,8
2000
0
% total de quadrados (512) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)
100
RERU (254)
10
3,4
3,0
Distribuição do uso de áreas associadas à atividade de extração de quelônios aquáticos 2500 2.245
50 40
20 1.576
2000 0
% total de quadrados (454) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)
Distribuição do uso de áreas associadas à atividade de caça
No. total quadrados
RDSA (69)
80
0
No. total quadrados
10 5,0
30
4000
No. médio citações/família /quadrado
10,5
9,8
No. total citações
20
20 17,7
No. médio famílias/quadrado
40
No. total citações
37,3
40
6000
No. médio citações/família /quadrado
30
45,1
No. médio famílias/quadrado
60
50
6.391
6.359
10
290 1,6
RERU (154)
No. médio citações/família /quadrado
40
No. total citações
80
No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.)
8000
No. total citações
50 No. médio famílias/quadrado
100
Distribuição do uso de áreas associadas à atividade de pesca
1,6
2,1
PNJ (190)
RDSA (44)
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
0
No. médio citações/família /quadrado
% total de quadrados (475) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)
No. médio famílias/quadrado
No. total quadrados
Distribuição do uso de áreas associadas à atividade de pesca
56
PARTE 3
A maior parte das unidades de área de uso foram utilizadas para mais de uma prática extrativa. No total, 73% (595/813) dessas áreas apresentaram uso em comum, sendo 44% (262/595) delas entre duas práticas extrativas, 26% (152/595) entre três e 30% (181/595) entre quatro. As práticas extrativas que apresentaram maior proporção de unidades de área de uso em comum com outras práticas foram pesca e extração de quelônios aquáticos, que apresentaram cada uma 92% das unidades de área de uso em comum com outras práticas (FIGURA 3.19). Uso de áreas por tipo de recurso (hábito) A contribuição de recursos aquáticos, semiaquáticos e terrestres nas áreas de uso das UCs da bacia do rio Unini e a distribuição desses grupos de recursos nas UCs são apresentadas. O grupo de recursos terrestres é composto por todos os recursos vegetais e a maior parte dos recursos animais associados à prática da caça. O grupo de recursos aquáticos e semiaquáticos é composto por seis recursos animais associados à prática da caça e todos os recursos associados às práticas da pesca e da extração de quelônios aquáticos. Os recursos terrestres ocuparam maior número de unidades de área de uso nas áreas da RESEX Rio Unini e também do PARNA do Jaú, em comparação aos recursos (semi) aquáticos, ao contrário do observado para as áreas da RDS Amanã (TABELA 3.8). No entanto, o adensamento de famílias por unidade de área e a frequência por unidade de área (citações/família/unidade de área) foram mais altos nas áreas
associadas aos recursos (semi) aquáticos das três UCs (TABELA 3.8). Nas áreas do PARNA do Jaú, os adensamentos de recursos explorados e famílias por unidade de área tanto para recursos (semi)aquáticos como para terrestres, foram maiores em comparação às áreas da RESEX Rio Unini e da RDS Amanã, enquanto que nas áreas da RDS Amanã, a frequência de uso por unidade de área foi maior em comparação às áreas das duas outras UCs (TABELA 3.8). FIGURA 3.19. Proporções de unidades de área de uso (quadrados) compartilhadas entre práticas extrativas (protocolos), período de 2008 a 2016 no SiMUR. Os números entre parênteses representam o número total de quadrados declarados pelas famílias por atividade extrativa.
TABELA 3.8. Contribuição de recursos aquáticos, semiaquáticos e terrestres no uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini. Totais de unidades de áreas de uso (quadrados), famílias usuárias e citações (1somatório da contagem quadrado/família/ protocolo/mês-ano); e médias de recursos, famílias usuárias e citações/família por quadrado, período de 2008 a 2016 no SiMUR.
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
RESEX Rio Unini
PARNA do Jaú
RDS Amanã
HÁBITO (Nº RECURSOS)
Nº TOTAL DE QUADRADOS (%)
Nº TOTAL DE FAMÍLIAS USUÁRIAS (%)
Nº TOTAL DE CITAÇÕES1
Nº MÉDIO DE FAMÍLIAS QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
Nº MÉDIO DE CITAÇÕES/FAMÍLIA / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
Nº MÉDIO DE RECURSOS /QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
(Semi) aquático (53)
246 (42,9%)
255 (100,0%)
8.620
10,1 (1-47)
3,5 (1-67)
9,6 (1-35)
Terrestre (71)
292 (51,0%)
193 (75,7%)
2.298
4,1 (1-23)
1,9 (1-24)
4,2 (1-39)
Total (124)
373 (100%)
255 (100%)
10.918
6,9 (1-47)
3,0 (1-67)
6,6 (1-39)
(Semi) aquático (55)
194 (62,8%)
243 (99,6%)
7.813
11,0 (1-47)
3,7 (1-53)
10,5 (1-31)
Terrestre (81)
257 (83,2%)
220 (90,2%)
3.105
5,9 (1-43)
2,1 (1-28)
5,4 (1-37)
Total (136)
309 (100%)
244 (100%)
10.918
8,1 (1-47)
3,0 (1-53)
7,5 (1-37)
(Semi) aquático (40)
103 (78,6%)
72 (96,0%)
2.155
5,6 (1-29)
3,8 (1-57)
6,4 (1-27)
87 (66,4%)
51 (68,0%)
554
2,6 (1-14)
2,4 (1-37)
3,6 (1-35)
131 (100%)
75 (100%)
2.709
4,2 (1-29)
3,4 (1-57)
5,0 (1-35)
Terrestre (56) Total (96)
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
57
PARTE 3
TABELA 3.9. Distribuição do uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini por tipos de recursos naturais (hábito): totais de unidades de áreas de uso (quadrados), famílias usuárias e citações (1somatório da contagem quadrado/família/protocolo/ mês-ano); e médias de recursos, famílias usuárias e citações/família por quadrado, período de 2008 a 2016 no SiMUR.
HABITO
(Semi) aquático
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO (Nº DE RECURSOS)
Nº TOTAL DE QUADRADOS (%)
Nº TOTAL DE FAMÍLIAS USUÁRIAS (%)
Nº TOTAL DE CITAÇÕES1
Nº MÉDIO DE FAMÍLIAS/ QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
Nº MÉDIO DE CITAÇÕES / FAMÍLIA/QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
Nº MÉDIO DE RECURSOS/QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
RESEX Rio Unini (53)
246 (45,3%)
255 (99,2%)
8.620
10,1 (1-47)
3,5 (1-67)
9,6 (1-35)
PARNA do Jaú (55)
194 (35,7%)
243 (94,6%)
7.813
11,0 (1-47)
3,7 (1-53)
10,5 (1-31)
RDS Amanã (40)
103 (19,0%)
72 (28,0%)
2.155
5,6 (1-29)
3,8 (1-57)
6,4 (1-27)
543 (100,0%)
257 (100,0%)
18.588
9,59 (1-47)
3,6 (1-67)
9,3 (1-35)
RESEX Rio Unini (71)
292 (45,9%)
193 (80,4%)
2.298
4,1 (1-23)
1,9 (1-24)
4,2 (1-39)
PARNA do Jaú (81)
257 (40,4%)
220 (91,7%)
3.105
5,9 (1-43)
2,1 (1-28)
5,4 (1-37)
RDS Amanã (56)
87 (13,7%)
51 (21,3%)
554
2,6 (1-14)
2,4 (1-37)
3,6 (1-35)
636 (100,0%)
240 (100,0%)
5.957
4,61 (1-43)
2,0 (1-37)
4,6 (1-39)
Total (63)
Terrestre
Total (100)
Para a bacia do rio Unini, a quantidade de unidades de área de uso associadas a recursos terrestres foi superior a daquelas associadas a recursos aquáticos e semiaquáticos, no entanto estas últimas são as mais intensivamente utilizadas pelas famílias, em adensamento de famílias por unidade de área e frequência por unidade de área (citação/família/unidade de área) (FIGURA 3.20). A questão de como se deu a distribuição dessas medidas de áreas de uso para os grupos de recursos nas UCs da bacia é apresentada a seguir. As maiores proporções de área em extensão utilizadas para todos os tipos de recursos (aquáticos, semiaquáticos e terrestres) foram encontradas na área da RESEX Rio Unini em comparação
às áreas do PARNA do Jaú e da RDS Amanã (TABELA 3.9, FIGURA 3.21). As diferenças proporcionais entre áreas da RESEX Rio Unini e do PARNA do Jaú são menores para áreas associadas aos recursos terrestres (TABELA 3.9, FIGURA 3.21). Foram encontrados maiores adensamentos de famílias por unidade de área de uso na área do PARNA do Jaú, tanto para recursos (semi) aquáticos como para terrestres (TABELA 3.9, FIGURA 3.21). Para os dois tipos de recursos, as frequências de uso por unidade de área (citação/família por unidade de área) são relativamente equilibradas entre as áreas das UCs, no entanto, as áreas da RDS Amanã tenderam a ser utilizadas mais intensivamente pelas famílias usuárias (TABELA 3.9, FIGURA 3.21).
FIGURA 3.20. Contribuição de recursos aquáticos, semiaquáticos e terrestres no uso de áreas da bacia do rio Unini, período de 2008 a 2016 no SiMUR. A) Totais de unidades de áreas de uso (quadrados) e médias de famílias usuárias por quadrado, B) Totais de citações (somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mês-ano) e médias de citações/família por quadrado. Os números entre parênteses representam o número de famílias usuárias do grupo.
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
58
PARTE 3
FIGURA 3.21. Distribuição do uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini por tipos de recursos naturais (hábito), período de 2008 a 2016 no SiMUR. A) Totais de unidades de áreas de uso (quadrados) e médias de famílias usuárias por quadrado, B) Totais de citações (somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mês-ano) e médias de citações/família por quadrado. Os números entre parênteses representam o número de famílias usuárias do grupo.
50
60
30
45,3 35,7
20 0
20 11,0
10,1
5,6
RERU (255)
PNJ (243)
Distribuição do uso de áreas associadas a recursos terrestres
No. total quadrados
19,0
RDSA (72)
10 0
100
50
80
40
60
30
45,9
40,4
40 20 0
20 10
13,7 4,1
RERU (193)
5,9
PNJ (220)
2,6
RDSA (51)
80 60
6000
40
4000 2.155
2000
20
3,7
3,8
PNJ (243)
RDSA (72)
3,5
RERU (255)
Distribuição do uso de áreas associadas a recursos terrestres
% total de quadrados (636) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)
No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.) 7.813
8000
0
Uso de áreas por tipo de ambiente (recursos animais) As áreas de uso são descritas na perspectiva dos ambientes utilizados para a extração de recursos animais (considerações metodológicas são feitas na seção A prática do extrativismo animal: Intensidade de uso de ambientes no extrativismo animal). Os registros com declaração de ambiente totalizaram 97% (42.937/44.056) do total de registros de recursos animais com identificação de código de localização geográfica. É importante lembrar que os registros de peixes se referem à amostra de recordação dos dois últimos dias de pescaria. Os ambientes mais relevantes em extensão (>50% das unidades de área de uso) na RESEX Rio Unini e na RDS Amanã foram mata de igapó e lago, assim como no PARNA do Jaú, onde, no entanto, mata de terra firme e igarapé foram tão ou mais relevantes quanto esses dois ambientes aquáticos (TABELA 3.10). O ambiente mais intensivamente utilizado em média de famílias por unidade de área na RESEX Rio Unini foi lago, seguido de furo e/ou paraná, mata de igapó, ilha e rio; em frequência média de uso por unidade de área o ambiente mais relevante foi também lago, seguido de mata de igapó, igarapé, rio, furo e/ou paraná e roçado (TABELA 3.10). O ambien-
60
6000
40 3.105
2.298
20
2000 0
0
80
8000
4000
0
No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.)
10000 No. total citações
40
No. total citações
40
8.620
No. médio famílias/quadrado
80
No. médio famílias/quadrado
No. total quadrados
100
Distribuição do uso de áreas associadas a recursos (semi) aquáticos 10000
No. médio citações/qfamília /quadrado
% total de quadrados (543) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)
554 1,9
RERU (193)
2,1
2,4
PNJ (220)
RDSA (51)
No. médio citações/família /quadrado
Distribuição do uso de áreas associadas a recursos (semi) aquáticos
0
te mais intensivamente utilizado em média de famílias por unidade de área no PARNA do Jaú também foi lago, seguido de mata de igapó, furo e/ou paraná e rio; em frequência média de uso por unidade de área o ambiente mais relevante foi mata de igapó, seguido de lago, furo e/ou paraná, roçado, rio, igarapé e queimada (TABELA 3.10). Na RDS Amanã, o adensamento de famílias por unidade de área foi menor, e os ambientes mais intensivamente utilizados foram mata de igapó e furo e/ou paraná; já em frequência média de uso por unidade de área, foi ligeiramente maior que nas demais UCs, sendo o ambiente mais intensivamente utilizado mata de igapó, seguido de igarapé, lago, rio, roçado e furo e/ou paraná (TABELA 3.10). Assim, em geral, lago e mata de igapó foram os ambientes de grande relevância nas três UCs, sendo que para a área do PARNA do Jaú, ambientes ligados à terra firme (mata de terra firme, igarapé) foram também bastante representativos em extensão de área.
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
59
PARTE 3
TABELA 3.10. Contribuição de tipos de ambientes de exploração de recursos animais no uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini. Totais de unidades de áreas de uso (quadrados), famílias usuárias e citações (1somatório da contagem quadrado/família/ protocolo/mês-ano); médias de famílias usuárias por quadrado e citações/família por quadrado, período de 2008 a 2016 no SiMUR. RESEX RIO UNINI
PARNA DO JAÚ
RDS AMANÃ
TOTAL QUADRADOS (%)
TOTAL FAMÍLIAS USUÁRIAS (%)
MÉDIA FAMÍLIAS / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
TOTAL QUADRADOS (%)
TOTAL FAMÍLIAS USUÁRIAS (%)
MÉDIA FAMÍLIAS / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
TOTAL QUADRADOS (%)
TOTAL FAMÍLIAS USUÁRIAS (%)
MÉDIA FAMÍLIAS / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
Mata de igapó
189 (58,0)
208 (82,2)
4,9 (1-24)
138 (52,1)
209 (85,7)
6,5 (1-35)
68 (60,7)
56 (76,7)
3,8 (1-16)
Lago
166 (50,9)
229 (90,5)
7,1 (1-40)
132 (49,8)
206 (84,4)
6,8 (1-33)
63 (56,3)
53 (72,6)
3,5 (1-11)
Mata de terra firme
140 (42,9)
122 (48,2)
2,5 (1-17)
145 (54,7)
143 (58,6)
3,3 (1-22)
31 (27,7)
27 (37,0)
1,9 (1-7)
Igarapé
151 (46,3)
175 (69,2)
3,8 (1-33)
137 (51,7)
168 (68,9)
4,0 (1-31)
26 (23,2)
23 (31,5)
2,1 (1-11)
Rio
105 (32,2)
178 (70,4)
4,6 (1-30)
115 (43,4)
191 (78,3)
5,6 (1-32)
56 (50,0)
52 (71,2)
3,0 (1-10)
Furo/paraná
77 (23,6)
149 (58,9)
5,5 (1-35)
71 (26,8)
157 (64,3)
5,9 (1-33)
25 (22,3)
39 (53,4)
3,7 (1-15)
Praia
63 (19,3)
97 (38,3)
2,6 (1-12)
62 (23,4)
108 (44,3)
3,2 (1-22)
26 (23,2)
24 (32,9)
1,6 (1-4)
Queimada
81 (24,8)
115 (45,5)
3,6 (1-20)
57 (21,5)
102 (41,8)
3,7 (1-32)
3 (2,7)
2 (2,7)
1,0 (1-1)
Barranco
24 (7,4)
28 (11,1)
1,4 (1-3)
34 (12,8)
65 (26,6)
2,6 (1-13)
13 (11,6)
12 (16,4)
1,4 (1-2)
Mata de capoeira
14 (4,3)
30 (11,9)
2,6 (1-8)
43 (16,2)
86 (35,2)
3,7 (1-22)
11 (9,8)
13 (17,8)
1,9 (1-7)
Ilha
26 (8,0)
79 (31,2)
4,7 (1-16)
18 (6,8)
46 (18,9)
3,3 (1-17)
-
-
-
Roçado
12 (3,7)
28 (11,1)
3,3 (1-8)
26 (9,8)
62 (25,4)
3,1 (1-17)
2 (1,8)
4 (5,5)
2,0 (2-2)
Buritizal
12 (3,7)
13 (5,1)
1,7 (1-5)
16 (6,0)
21 (8,6)
1,4 (1-4)
2 (1,8)
2 (2,7)
1,0 (1-1)
Cachoeira/poço
2 (0,6)
2 (0,8)
1,0 (1-1)
4 (1,5)
5 (2,0)
1,5 (1-3)
-
-
-
AMBIENTE
Comunidade Total
2 (0,6)
3 (1,2)
1,5 (1-2)
3 (1,1)
4 (1,6)
1,3 (1-2)
-
-
-
326 (100,0)
253 (100,0)
4,4 (1-40)
265 (100,0)
244 (100,0)
4,7 (1-35)
112 (100,0)
73 (100,0)
2,9 (1-16)
TABELA 3.10. (Cont.) Contribuição de tipos de ambientes de exploração de recursos animais no uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini. RESEX RIO UNINI
PARNA DO JAÚ
RDS AMANÃ
TOTAL CITAÇÕES1
MÉDIA CITAÇÕES / FAMÍLIA / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
TOTAL CITAÇÕES1
MÉDIA CITAÇÕES/FAMÍLIA / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
TOTAL CITAÇÕES1
MÉDIA CITAÇÕES / FAMÍLIA /QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
Mata de igapó
1.806
2,0 (1-20)
2.098
2,3 (1-30)
698
2,7 (1-20)
Lago
2.873
2,4 (1-24)
1.933
2,1 (1-23)
393
1,8 (1-9)
Mata de terra firme
475
1,3 (1-10)
652
1,4 (1-6)
89
1,5 (1-7)
Igarapé
1.015
1,8 (1-12)
918
1,7 (1-18)
117
2,1 (1-17)
Rio
857
1,8 (1-20)
1.179
1,8 (1-18)
299
1,8 (1-14)
Furo/paraná
758
1,8 (1-10)
777
1,9 (1-13)
152
1,6 (1-10)
Praia
209
1,3 (1-4)
255
1,3 (1-6)
49
1,2 (1-2)
Queimada
438
1,5 (1-9)
333
1,6 (1-13)
3
1,0 (1-1)
Barranco
42
1,3 (1-3)
111
1,2 (1-6)
19
1,1 (1-2)
Mata de capoeira
45
1,3 (1-3)
217
1,4 (1-4)
32
1,5 (1-5)
Ilha
195
1,6 (1-5)
73
1,2 (1-4)
-
-
Roçado
71
1,8 (1-6)
152
1,9 (1-10)
7
1,8 (1-3)
Buritizal
24
1,2 (1-3)
25
1,1 (1-3)
2
1,0 (1-1)
Cachoeira/poço
2
1,0 (1-1)
6
1,0 (1-1)
-
-
Comunidade
4
1,3 (1-2)
4
1,0 (1-1)
-
-
8.814
1,9 (1-24)
8.733
1,9 (1-30)
1.860
2,0 (1-20)
AMBIENTE
Total
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
60
PARTE 3
Intensidade de uso de áreas por tipo de ambiente
40
60
56,2
30
51,4
45,0
44,7
40 20 0
20
39,3 24,6
6,4
5,3
5,4
4,7
3,7
2,8
21,5
20,1
10,1 3,6
2,7
9,7
Intensidade de uso de áreas por tipo de ambiente
No. total citações
6000
3,1
2,0
6,3
4,1
5,7
3,1
4,3
1,5
0,9
0,7
1,3
10 1,4
No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.) 30
5.199
4.602
20
4000 2.335
2.050
2000 0
0
1.687
1.216 2,2
2,3
1,7
1,4
Para a bacia do rio Unini, as unidades de área de uso associadas a mata de igapó e lago representaram cada uma mais de 50% do total de unidades de área declaradas, seguidas de mata de terra firme, igarapé, rio, furo e/ou paraná, praia e queimada (>20%) (FIGURA 3.22). As unidades de área de uso associadas a mata de igapó e lago também apresentaram os maiores valores de intensidade de uso por unidade de área (médias de famílias e citações/ família por unidade de área) (FIGURA 3.22). A questão de como se deu a distribuição dessas medidas de áreas de uso de exploração de recursos animais nas UCs da bacia é apresentada a seguir. As maiores proporções de área em extensão utilizadas para os ambientes de mata de igapó, lago, igarapé, furo e/ou paraná, queimada e ilha foram encontradas na área da RESEX Rio Unini, enquanto as proporções maiores para os ambientes de mata de
1,8
1,8
10
774
513 1,3
1,5
172
294 1,2
1,4
268
1,5
230
1,8
51
1,1
8
1,0
8
1,1
0
No. médio citações/família /quadrado
80
No. médio famílias/quadrado
% total de quadrados (703) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)
100 No. total quadrados
FIGURA 3.22. Contribuição de tipos de ambiente de exploração de recursos animais no uso de áreas da bacia do rio Unini, período de 2008 a 2016 no SiMUR: A) Totais de unidades de áreas de uso (quadrados) e médias de famílias usuárias por quadrado, B) Totais de citações (somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mêsano) e médias de citações/família por quadrado. Os números entre parênteses representam o número de famílias usuárias do grupo.
terra firme, rio, barranco, buritizal, cachoeira e/ou poço e ambientes antropizados (mata de capoeira, roçado, comunidade) foram encontradas na área do PARNA do Jaú (TABELA 3.11). Proporções equilibradas de áreas associadas ao ambiente praia foram encontradas no PARNA do Jaú e na RESEX Rio Unini (TABELA 3.11). Para quase todos esses ambientes, o adensamento de famílias por unidade de área foi maior no PARNA do Jaú, exceto ilha, roçado, buritizal e comunidade (TABELA 3.11). Já as frequências médias de uso por unidade de área para os ambientes de mata de igapó, mata de terra firme, igarapé e mata de capoeira foram mais altas na RDS Amanã (TABELA 3.11). A FIGURA 3.23 apresenta esses valores para os ambientes mais relevantes da bacia do rio Unini em extensão, isto é, que apresentaram maior quantidade de unidades de área de uso declaradas (>20% do total).
TABELA 3.11. Distribuição do uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini por tipos de ambiente de exploração de recursos animais: totais de unidades de áreas de uso (quadrados), famílias usuárias e citações (1somatório da contagem quadrado/ família/protocolo/mês-ano); e médias de recursos, famílias usuárias e citações/família por quadrado, período de 2008 a 2016 no SiMUR. AMBIENTE
Mata de igapó
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
Nº TOTAL DE QUADRADOS (%)
Nº TOTAL DE FAMÍLIAS USUÁRIAS (%)
Nº TOTAL DE CITAÇÕES1
Nº MÉDIO DE FAMÍLIAS/ QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
Nº MÉDIO DE CITAÇÕES/ FAMÍLIA/QUADRADO (MÍN.-MÁX.)
RESEX Rio Unini
189 (47,8%)
208 (88,1%)
1.806
4,9 (1-24)
2,0 (1-20)
PARNA do Jaú
138 (34,9%)
209 (88,6%)
2.098
6,5 (1-35)
2,3 (1-30)
RDS Amanã
68 (17,2%)
56 (23,7%)
698
3,8 (1-16
2,7 (1-20)
395 (100,0%)
236 (100,0%)
4.602
5,3 (1-35)
2,2 (1-30)
RESEX Rio Unini
166 (46,0%)
229 (93,1%)
2.873
7,1 (1-40)
2,4 (1-24)
PARNA do Jaú
132 (36,6%)
206 (83,7%)
1.933
6,8 (1-33)
2,1 (1-23)
Total
Lago
RDS Amanã Total
63 (17,5%)
53 (21,5%)
393
3,5 (1-11)
1,8 (1-9)
361 (100,0%)
246 (100,0%)
5.199
6,4 (1-40)
2,3 (1-24) Continua »
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
61
PARTE 3
Mata de terra firme
RESEX Rio Unini
140 (44,3%)
122 (69,3%)
475
2,5 (1-17)
1,3 (1-10)
PARNA do Jaú
145 (45,9%)
143 (81,3%)
652
3,3 (1-22)
1,4 (1-6)
31 (9,8%)
27 (15,3%)
89
1,9 (1-7)
1,5 (1-7)
RDS Amanã Total
Igarapé
316 (100,0%)
176 (100,0%)
1.216
2,8 (1-22)
1,4 (1-10)
RESEX Rio Unini
151 (48,1%)
175 (80,6%)
1.015
3,8 (1-33)
1,8 (1-12)
PARNA do Jaú
137 (43,6%)
168 (77,4%)
918
4,0 (1-31)
1,7 (1-18)
26 (8,3%)
23 (10,6%)
117
2,1 (1-11)
2,1 (1-17)
RDS Amanã Total
Rio
314 (100,0%)
217 (100,0%)
2.050
3,7 (1-33)
1,7 (1-18)
RESEX Rio Unini
105 (38,0%)
178 (78,8%)
857
4,6 (1-30)
1,8 (1-20)
PARNA do Jaú
115 (41,7%)
191 (84,5%)
1.179
5,6 (1-32)
1,8 (1-18)
RDS Amanã
56 (20,3%)
52 (23,0%)
299
3,0 (1-10)
1,8 (1-14)
276 (100,0%)
226 (100,0%)
2.335
4,7 (1-32)
1,8 (1-20)
RESEX Rio Unini
77 (44,5%)
149 (77,2%)
758
5,5 (1-35)
1,8 (1-10)
PARNA do Jaú
71 (41,0%)
157 (81,3%)
777
5,9 (1-33)
1,9 (1-13)
Total
Furo/paraná
RDS Amanã Total
Praia
97 (63,4%)
209
2,6 (1-12)
1,3 (1-4)
108 (70,6%)
255
3,2 (1-22)
1,3 (1-6)
RDS Amanã
26 (17,2%)
24 (15,7%)
49
1,6 (1-4)
1,2 (1-2)
151 (100,0%)
153 (100,0%)
513
2,7 (1-22)
1,3 (1-6)
RESEX Rio Unini
81 (57,4%)
115 (79,9%)
438
3,6 (1-20)
1,5 (1-9)
PARNA do Jaú
57 (40,4%)
102 (70,8%)
333
3,7 (1-32)
1,6 (1-13)
RDS Amanã
3 (2,1%)
2 (1,4%)
3
1,0 (1-1)
1,0 (1-1)
141 (100,0%)
144 (100,0%)
774
3,6 (1-32)
1,5 (1-13)
RESEX Rio Unini
24 (33,8%)
28 (31,8%)
42
1,4 (1-3)
1,3 (1-3)
PARNA do Jaú
34 (47,9%)
65 (73,9%)
111
2,6 (1-13)
1,2 (1-6)
RDS Amanã
13 (18,3%)
12 (13,6%)
19
1,4 (1-2)
1,1 (1-2)
71 (100,0%)
88 (100,0%)
172
2,0 (1-13)
1,2 (1-6)
RESEX Rio Unini
14 (20,6%)
30 (27,0%)
45
2,6 (1-8)
1,3 (1-3)
PARNA do Jaú
43 (63,2%)
86 (77,5%)
217
3,7 (1-22)
1,4 (1-4)
RDS Amanã RESEX Rio Unini PARNA do Jaú
1,9 (1-7)
1,5 (1-5)
3,1 (1-22)
1,4 (1-5)
26 (59,1%)
79 (84,0%)
195
4,7 (1-16
1,6 (1-5)
46 (48,9%)
73
3,3 (1-17)
1,2 (1-4)
268
4,1 (1-17)
1,5 (1-5)
RESEX Rio Unini
12 (30,0%)
28 (32,9%)
71
3,3 (1-8)
1,8 (1-6)
PARNA do Jaú
26 (65,0%)
62 (72,9%)
152
3,1 (1-17)
1,9 (1-10)
RDS Amanã
2 (5,0%)
4 (4,7%)
7
2,0 (2-2)
1,8 (1-3)
40 (100,0%)
85 (100,0%)
230
3,1 (1-17)
1,8 (1-10)
RESEX Rio Unini
12 (40,0%)
13 (37,1%)
24
1,7 (1-5)
1,2 (1-3)
PARNA do Jaú
16 (53,3%)
21 (60,0%)
25
1,4 (1-4)
1,1 (1-3)
RDS Amanã
2 (6,7%)
2 (5,7%)
2
1,0 (1-1)
1,0 (1-1)
30 (100,0%)
35 (100,0%)
51
1,5 (1-5)
1,1 (1-3)
RESEX Rio Unini
2 (33,3%)
2 (33,3%)
2
1,0 (1-1)
1,0 (1-1)
PARNA do Jaú
4 (66,7%)
5 (83,3%)
6
1,5 (1-3)
1,0 (1-1)
6 (100,0%)
6 (100,0%)
8
1,3 (1-3)
1,0 (1-1)
2 (40,0%)
3 (42,9%)
4
1,5 (1-2)
1,3 (1-2)
Total RESEX Rio Unini Comunidade
32 294
94 (100,0%)
Total Cachoeira/poço
13 (11,7%) 111 (100,0%)
18 (40,9%)
Total
Buritizal
11 (16,2%) 68 (100,0%)
44 (100,0%)
Total
Roçado
1,6 (1-10) 1,8 (1-13)
62 (41,1%)
Total Ilha
3,7 (1-15) 5,4 (1-35)
63 (41,7%)
Total
Mata de capoeira
152 1.687
PARNA do Jaú
Total
Barranco
39 (20,2%) 193 (100,0%)
RESEX Rio Unini
Total
Queimada
25 (14,5%) 173 (100,0%)
PARNA do Jaú Total
3 (60,0%)
4 (57,1%)
4
1,3 (1-2)
1,0 (1-1)
5 (100,0%)
7 (100,0%)
8
1,4 (1-2)
1,1 (1-2)
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
62
PARTE 3
FIGURA 3.23. Distribuição do uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini por tipos de ambiente de exploração de recursos animais, período de 2008 a 2016 no SiMUR. A) Totais de unidades de áreas de uso (quadrados) e médias de famílias usuárias por quadrado, B) Totais de citações (somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mês-ano) e médias de citações/família por quadrado. Os números entre parênteses representam o número de famílias usuárias do grupo.
6,5
4,9
RERU (208)
PNJ (209)
Distribuição do uso por tipo de ambiente - Lago
3,8
RDSA (56)
7,1
6,8
3,5
RERU (229)
PNJ (206)
Distribuição do uso por tipo de ambiente - Mata de terra firme 100
RDSA (53)
% total de quadrados (316) No. médio de famílias/quadrado (-máx.) 40
80
30 45,9
44,3
20
40 20 0
10
9,8 3,3
2,5
RERU (122)
PNJ (143)
Distribuição do uso por tipo de ambiente - Igarapé
1,9
RDSA (27)
% quadrados
80
30 48,1
20
43,6
40 20 0
4,0
3,8
RERU (175)
PNJ (168)
Distribuição do uso por tipo de ambiente - Rio
10
8,3 2,1
RDSA (23)
% quadrados
80
30
60 40 20 0
20
41,7
38,0
20,3 4,6
RERU (178)
5,6
PNJ (191)
10 3,0
RDSA (52)
0
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
No. total citações
1.933
20
10 393 2,4
RERU (229)
2,1
1,8
PNJ (206)
RDSA (53)
0
No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.) 30
2000
20
1000
10
652
475
1,4
1,3
RERU (122)
PNJ (143)
89
1,5
0
RDSA (27)
No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.)
3000
30
2000
20
1000
1.015
918
1,8
RERU (175)
Distribuição do uso por tipo de ambiente - Rio
40
100
0
30
1000
0
0
% total de quadrados (276) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)
2.873
Distribuição do uso por tipo de ambiente - Igarapé
40
2,7
RDSA (56)
No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.)
2000
0
% total de quadrados (314) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)
100
60
0
2,3
PNJ (209)
2,0
RERU (208)
Distribuição do uso por tipo de ambiente - Mata de terra firme 3000
No. total citações
60
10
698
0
0
No. total citações
% quadrados
10
17,5
No. médio famílias/quadrado
20
No. total citações
36,6
40
0
20
No. médio famílias/quadrado
46,0
1000
3000
No. médio famílias/quadrado
% quadrados
30
20
1.806
Distribuição do uso por tipo de ambiente - Lago
40
80
2.098
2000
0
% total de quadrados (361) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)
100
60
0
No. médio citações/família /quadrado
10
17,2
20
30
No. médio citações/família /quadrado
34,9
40
0
20
No. total citações
47,8
No. médio famílias/quadrado
30
3000
No. médio famílias/quadrado
% quadrados
80
No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.)
10 1,7
PNJ (168)
117
2,1
RDSA (23)
0
No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.)
3000
30
2000
20 1.179
1000
857
10 299
0
No. médio citações/família /quadrado
40
100
60
Distribuição do uso por tipo de ambiente - Mata de igapó
No. médio citações/família /quadrado
% total de quadrados (395) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)
1,8
RERU (178)
1,8
1,8
PNJ (191)
RDSA (52)
0
No. médio citações/família /quadrado
Distribuição do uso por tipo de ambiente - Mata de igapó
63
PARTE 3
FIGURA 3.23. (Cont.) Distribuição do uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini por tipos de ambiente de exploração de recursos animais, período de 2008 a 2016 no SiMUR. A) Totais de unidades de áreas de uso (quadrados) e médias de famílias usuárias por quadrado, B) Totais de citações (somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mês-ano) e médias de citações/família por quadrado. Os números entre parênteses representam o número de famílias usuárias do grupo.
5,9
5,5
RERU (149)
PNJ (157)
Distribuição do uso por tipo de ambiente - Praia
3,7
RDSA (39)
20
41,1
0
10
17,2
20 3,2
2,6
RERU (97)
PNJ (108)
Distribuição do uso por tipo de ambiente - Queimada
1,6
RDSA (24)
% quadrados
60
30 57,4
20
40,4
40
10
20 0
3,6
RERU (115)
3,7
PNJ (102)
2,1
1,0
RDSA (2)
1000
RERU (149)
PNJ (157)
152
1,6
RDSA (39)
0
No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.) 30
2000
20
1000
10 255 1,3
1,3
RERU (97)
PNJ (108)
49
1,2
RDSA (24)
0
No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.)
3000
30
2000
20
1000
10 438
0
Distribuição da biomassa extraída (recursos animais) A relação da biomassa animal extraída com as UCs de origem é apresentada neste item. Para compreender quais recursos estão sendo representados e como os valores de biomassa animal foram obtidos, deve-se consultar a Parte 4. Recursos de relevância no extrativismo animal: Parâmetros de relevância de recursos animais: Contribuição estimada em biomassa extraída. É importante lembrar que nem todos os recursos de pesca foram considerados e a existência de registros sem informação do local de extração, como já foi apresentado em itens anteriores. A partir desse exercício, foi possível estimar em pelo menos 61 ton./ ano a quantidade de biomassa animal extraída em toda a bacia do rio Unini. No período total considerado, 48% da biomassa total estimada pertencem à RESEX Rio Unini, 43% ao PARNA do Jaú e 10% à RDS Amanã (FIGURA 3.24). As taxas anuais
1,9
1,8
Distribuição do uso por tipo de ambiente - Queimada
0
10
777
758
3000
0
40
80
20
209
0
% total de quadrados (141) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)
100
No. total citações
41,7
No. total citações
% quadrados
30
60
2000
Distribuição do uso por tipo de ambiente - Praia
40
80
30
0
% total de quadrados (151) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)
100
40
0
No. médio famílias/quadrado
0
10
14,5
3000
No. médio citações/família /quadrado
20
20
41,0
40
No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.)
333 1,5
RERU (115)
No. médio citações/família /quadrado
44,5
No. total citações
30
No. médio quadrados/família
% quadrados
80
Mo. médio famílias/quadrado
40
100
60
Distribuição do uso por tipo de ambiente - Furo/Paraná
% total de quadrados (173) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)
1,6
PNJ (102)
3
1,0
RDSA (2)
No. médio citações/família /quadrado
Distribuição do uso por tipo de ambiente - Furo/Paraná
0
de recurso animal extraído foram estimadas em cerca de 29 ton./ ano para a RESEX Rio Unini, 26 ton./ano para o PARNA do Jaú e 6 ton./ano para a RDS Amanã (FIGURA 3.24). Peixes foi o grupo de recurso que mais contribuiu, com mais de 50% em biomassa extraída/ano no PARNA do Jaú e na RESEX Rio Unini, enquanto, na RDS Amanã, esse grupo foi representado por quelônios aquáticos (FIGURA 3.24). Essa alta proporção de quelônios aquáticos para a RDS Amanã, no entanto, representou cerca de 20% na biomassa extraída anualmente desse grupo animal nas UCs da bacia, como será apresentado abaixo. Na RESEX Rio Unini, a contribuição de quelônios aquáticos foi maior que no PARNA do Jaú (FIGURA 3.24). Esses valores estão detalhados na TABELA 3.12. A questão de como se deu a distribuição da biomassa a partir dos grupos de recursos animais nas UCs da bacia é apresentada a seguir.
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
64
PARTE 3
FIGURA 3.24. Contribuição total (na bacia) e de grupos de recursos animais em biomassa extraída por unidade de conservação, período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Considera valores de peixes extrapolados assumindo oito dias de pescaria por mês (ver texto). Foram utilizados 11 do total de 54 recursos de pesca declarados (97% do total de indivíduos do grupo) e todos os recursos declarados de quelônios aquáticos (100%) e caça (100%). Valores para quelônios aquáticos incluem indivíduos e ovos coletados.
Considerando a bacia do rio Unini, peixes compuseram quase a metade da biomassa animal extraída anualmente, a uma taxa de cerca de 30 ton./ano, seguidos de quelônios aquáticos e mamíferos, que compuseram cada um cerca de 25% da biomassa anual extraída, a uma taxa de cerca de 16 ton./ano (FIGURA 3.25). Quase a metade da biomassa anualmente extraída de peixes pertenceu à RESEX Rio Unini ou ao PARNA do Jaú, contra 5% pertencente à RDS Amanã (FIGURA 3.25). Mais da metade da biomassa anual de quelônios aquáticos pertenceu à RESEX Rio Unini, contra 29% e 20% do PARNA do Jaú e da RDS Amanã, respectivamente (FIGURA 3.25). Já em relação aos mamíferos, quase a metade da biomassa anual extraída pertenceu ao PARNA do Jaú, apesar de a RESEX Rio Unini contribuir de forma também importante para esse grupo animal, com 41% (FIGURA 3.25). Esses valores estão detalhados na TABELA 3.13.
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
65
PARTE 3
TABELA 3.12. Contribuição de grupos de recursos animais em biomassa extraída por unidade de conservação, período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). 1valores de peixes representam declarações dos dois últimos dias em que houve pescaria, 2valores de peixes extrapolados assumindo oito dias de pescaria por mês (ver texto). Foram utilizados 11 do total de 54 recursos de pesca declarados (97% do total de indivíduos do grupo) e todos os recursos declarados de quelônios aquáticos (100%) e caça (100%). Valores para quelônios aquáticos incluem indivíduos e ovos coletados. UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
Nº RECURSOS (Nº ESPERADO TÁXONS)
Nº FAMÍLIAS DECLARANTES
Nº REGISTROS
11 (22)
250
15.065
28.373,1
113.492,5
14.488,4 (49,7%)
10 (7)
217
2.862
62.347,2
62.347,2
7.959,2 (27,3%)
Mamíferos
18 (18)
161
1.156
50.607,6
50.607,6
6.460,5 (22,2%)
Aves
18 (23)
95
340
989,9
989,9
126,4 (0,4%)
2 (3)
25
50
891,0
891,0
113,7 (0,4%)
Total
59 (73)
254
19.473
143.208,9
Peixes
11 (22)
240
15.209
26.953,3
107.813,2
13.763,4 (52,7%)
10 (7)
209
1.778
35.244,3
35.244,3
4.499,3 (17,2%)
Mamíferos
17 (17)
194
1.633
59.977,5
59.977,5
7.656,7 (29,3%)
Aves
15 (18)
114
300
778,4
778,4
99,4 (0,4%)
3 (4)
21
31
777,2
777,2
99,2 (0,4%)
Total
56 (68)
244
18.951
123.730,7
Peixes
11 (22)
69
2.677
2.982,2
11.928,7
1.522,8 (25,0%)
10 (7)
60
730
24.089,4
24.089,4
3.075,2 (50,6%)
11 (11)
35
220
11.380,2
11.380,2
1.452,8 (23,9%)
8 (10)
17
64
201,7
201,7
25,7 (0,4%)
1 (2)
2
2
43,4
43,4
5,5 (0,1%)
41 (52)
73
3.693
38.696,9
47.643,4
6.082,1 (100,0%)
61 (75)
258
42.117
305.636,4
480.562,3
61.348,4
GRUPO Peixes Quelônios aquáticos
RESEX Rio Unini
Quel.terrestres e Crocod.
Quelônios aquáticos PARNA do Jaú
Quel.terrestres e Crocod.
Quelônios aquáticos RDS Amanã
Mamíferos Aves Quel.terrestres e Crocod. Total
Totais
BIOMASSA TOTAL 1 (KG)
1
BIOMASSA TOTAL 2 (KG)
2
KG/ANO (%)
228.328,3 29.148,3 (100,0%)
204.590,6 26.117,9 (100,0%)
FIGURA 3.25. Distribuição de biomassa extraída total (na bacia) e nas unidades de conservação por grupos de recursos animais, período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Considera valores de peixes extrapolados assumindo oito dias de pescaria por mês (ver texto). Foram utilizados 11 do total de 54 recursos de pesca declarados (97% do total de indivíduos do grupo) e todos os recursos declarados de quelônios aquáticos (100%) e caça (100%). Valores para quelônios aquáticos incluem indivíduos e ovos coletados.
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66
PARTE 3
TABELA 3.13. Distribuição de biomassa extraída nas unidades de conservação por grupos de recursos animais, período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). 1valores de peixes representam declarações dos dois últimos dias em que houve pescaria, 2valores de peixes extrapolados assumindo oito dias de pescaria por mês (ver texto). Foram utilizados 11 do total de 54 recursos de pesca declarados (97% do total de indivíduos do grupo) e todos os recursos declarados de quelônios aquáticos (100%) e caça (100%). Valores para quelônios aquáticos incluem indivíduos e ovos coletados.
GRUPO
Peixes
Quelônios aquáticos
Mamíferos
Aves
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
Nº FAMÍLIAS DECLARANTES
Nº REGISTROS
BIOMASSA TOTAL 1 (KG) 1
BIOMASSA TOTAL 2 (KG) 2
KG/ANO (%)
RESEX Rio Unini
11 (22)
250
15.065
28.373,1
113.492,5
14.488,4 (49%)
PARNA do Jaú
11 (22)
240
15.209
26.953,3
107.813,2
13.763,4 (46%)
RDS Amanã
11 (22)
69
2.677
2.982,2
11.928,7
1.522,8 (5%)
Total
11 (22)
257
32.951
58.308,6
233.234,5
29.774,6 (100%)
RESEX Rio Unini
10 (7)
217
2.862
62.347,2
62.347,2
7.959,2 (51%)
PARNA do Jaú
10 (7)
209
1.778
35.244,3
35.244,3
4.499,3 (29%)
RDS Amanã
10 (7)
60
730
24.089,4
24.089,4
3.075,2 (20%)
Total
10 (7)
243
5.370
121.680,9
121.680,9
15.533,7 (100%)
RESEX Rio Unini
18 (18)
161
1.156
50.607,6
50.607,6
6.460,5 (41%)
PARNA do Jaú
17 (17)
194
1.633
59.977,5
59.977,5
7.656,7 (49%)
RDS Amanã
11 (11)
35
220
11.380,2
11.380,2
1.452,8 (9%)
Total
19 (19)
222
3.009
121.965,3
121.965,3
15.570,0 (100%)
RESEX Rio Unini
18 (23)
95
340
989,9
989,9
126,4 (50%)
PARNA do Jaú
15 (18)
114
300
778,4
778,4
99,4 (40%)
8 (10)
17
64
201,7
201,7
25,7 (10%)
18 (23)
147
704
1.969,9
1.969,9
251,5 (100%)
RESEX Rio Unini
2 (3)
25
50
891,0
891,0
113,7 (52%)
PARNA do Jaú
3 (4)
21
31
777,2
777,2
99,2 (45%)
RDS Amanã
1 (2)
2
2
43,4
43,4
5,5 (3%)
Total
3 (4)
38
83
1.711,6
1.711,6
218,5 (100%)
RDS Amanã Total
Quelônios terrestres e Crocodilianos
Nº RECURSOS (Nº ESPERADO TÁXONS)
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
67
PARTE 4
PARTE 4
RECURSOS DE RELEVÂNCIA NO EXTRATIVISMO ANIMAL
Parâmetros de relevância de recursos animais Recursos animais destacados Como apresentado na TABELA 2.3 (Parte 2: Diversidade, importância relativa e uso de recursos naturais e produtos agrícolas), 19 recursos animais estiveram entre os 22 recursos naturais declarados por pelo menos 40% das famílias entrevistadas no SiMUR de 2008 a 2016. Os recursos animais compuseram cerca de 88% (100/113) dos recursos naturais utilizados na alimentação dos moradores. Neste documento, é atribuída importância aos recursos naturais em geral, pelo parâmetro da quantidade de famílias declarantes, dada a incompatibilidade de unidades utilizadas para diferentes recursos. No entanto, para recursos animais, é importante também conhecer a contribuição de cada recurso ou grupo de recurso como fonte de proteína animal. Nesta seção, os recursos animais são apresentados em ordem de relevância segundo sua contribuição em quantidade de famílias declarantes, quantidade de indivíduos declarados abatidos e taxas de abate por família. A contribuição em biomassa animal é tratada em separado logo abaixo na seção a seguir. A FIGURA 4.1 apresenta três listas de recursos animais, em ordem de importância, com base na quantidade de famílias entrevistadas que declararam seu uso (>40%), na proporção que representam no total de indivíduos declarados (>1%) e na taxa anual correspondente de indivíduos declarados por família entrevistada (>1 indivíduo por família/ano). Os valores para quelônios aquáticos foram separados entre indivíduos e ovos coletados em ninhos e os valores de ovos representam número de ninhos declarados predados versus número médio de ovos/ninho obtidos no SiMUR (veja TABELA 4.2 nesta seção: Cabeçudo, irapuca, tracajá e tartaruga-da-amazônia). Os valores de ovos são contabilizados da mesma forma que indivíduos. É importante considerar que os valores para peixes representam recordações mensais dos dois últimos dias de pescaria, ao contrário dos demais recursos, que representam recordações do mês inteiro. Entre os 21 recursos animais com maior representatividade em quantidade de famílias declarantes, 14 também estiveram entre os mais relevantes em proporção de indivíduos abatidos e em taxa de indivíduos abatidos por família entrevistada/ano (FIGURA 4.1). Estes recursos foram, em ordem decrescente de proporção de indivíduos abatidos: piranha, pacu, tracajá (ovos), irapuca (ovos), tucunaré, aracu, jaraqui, cará, pacuí, irapuca (indivíduos), cabeçudo (indivíduos), traíra, aruanã e tracajá (indivíduos). Outros 4 recursos não estiveram entre os mais relevantes na distribui-
ção total de indivíduos, mas estiveram entre os com maior taxa de indivíduos abatidos, a saber: paca, queixada, jacundá e arari. Os 3 restantes não estiveram entre os mais relevantes, tanto na distribuição total de indivíduos, como em taxas de indivíduos abatidos: caititu, anta e cutia. Três recursos animais que estiveram entre os mais relevantes na distribuição total de indivíduos e em taxas de indivíduos abatidos por família/ano, apesar do menor número de famílias declarantes (<40%), foram: cabeçudo (ovos), tartaruga (ovos) e branquinha, além de matrinchã. Com base nesse conjunto de parâmetros, foram considerados 24 recursos animais de destaque para esta seção: piranha, tucunaré, pacu, aracu e cará (primeiro grupo de peixes), traíra, jaraqui, pacuí, aruanã, jacundá e arari (segundo grupo de peixes), ovos e indivíduos de cabeçudo, irapuca, tracajá e tartaruga (quelônios aquáticos), paca, queixada, caititu, anta e cutia (recursos no contexto da caça). Os aspectos do uso de 18 desses recursos animais são apresentados em destaque ao longo desta seção. Peixes x Quelônios aquáticos x Caça: Contribuição estimada em biomassa extraída Nesta seção, é apresentado um exercício bastante preliminar sobre a contribuição em biomassa de recursos animais associados às práticas de pesca, captura e coleta de quelônios aquáticos e caça (contexto que inclui mamíferos, aves, quelônios terrestres e crocodilianos) na alimentação dos moradores. Infelizmente, a estrutura de coleta de dados do SiMUR não possui metodologias associadas de mensuração de biomassa dos animais abatidos. Assim, foram utilizados dados disponíveis na literatura científica (TABELA 4.1). O exercício foi aplicado para os registros de 57 recursos animais (TABELA 4.1), o que inclui todos os 24 identificados como mais relevantes na seção acima. Esses 57 recursos juntos respondem por 96% (42.509/44.447) do total de registros de recursos animais minimamente identificados e 97% (275.386/283.117) do total de indivíduos (e ninhos de quelônios aquáticos) declarados no SiMUR no período de 2008 a 2016. Foram considerados apenas 11 do total de 54 espécies ou grupos de espécies de peixes, dadas as dificuldades de obtenção de dados para todos eles. Esta amostra responde por 94% (33.123/35.061) do total de registros de peixes e 97% (240.856/248.587) do total de indivíduos desse grupo. Para quelônios aquáticos foram consideradas todas as 6 espécies (indivíduos + ovos), 100% (5.511/5.511) do total de registros de quelônios aquáticos e 100% (28.276/28.276) do total de
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
68
PARTE 4
indivíduos e ninhos desse grupo. Para os recursos associados à caça (aves, mamíferos, quelônios terrestres e crocodilianos), foram consideradas todas as 40 espécies ou grupos de espécies, 100% (3.875/3.875) do total de registros de caça e 100% (6.354/6.354) do total de indivíduos desse grupo. É importante considerar que, posteriormente, os valores de ovos são contabilizados como indivíduos e representam número de ninhos declarados predados versus número médio de ovos/ninho obtidos para cada espécie (veja TABELA 4.2 nesta seção: Cabeçudo, irapuca, tracajá e tartaruga-da-amazônia).
A TABELA 4.1 apresenta as medidas de peso corporal (kg/indivíduo) assumidas para cada um destes recursos. Foi priorizado o uso de dados disponibilizados por fontes de estudos que amostraram espécimes capturados em práticas de extrativismo animal, em detrimento de medidas de médias gerais para as espécies; mesmo considerando as diferenças geográficas entre populações da mesma espécie, essas medidas parecem mais realísticas e adequadas, dadas as condições semelhantes em que animais são abatidos (uso de apetrechos e técnicas de caça, pesca) (TABELA 4.1).
FIGURA 4.1. Importância de recursos animais com base em quantidades totais de famílias declarantes (total=262 famílias entrevistadas), distribuição do total de indivíduos declarados (N=356.218) e taxas indivíduos declarados por família entrevistada/ano, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). São listados os recursos declarados por pelo menos 40% de famílias entrevistadas, recursos que compuseram pelo menos 1% do total de indivíduos declarados e recursos com pelo menos 1 indivíduo declarado por família/ano. Para peixes, os valores representam declarações dos dois últimos dias em que houve pescaria. Ovos de quelônios foram contabilizados como indivíduos com base nas médias totais de ovos/ninho declarado (TABELA 4.1). *Inclui tartaruga (indivíduos). Total de registros = 44.608.
Importância x % de indivíduos (distribuição) Piranha
26,7
Pacu
11,5
Tracajá (ovos)
10,5
Irapuca (ovos)
9,5
Tucunaré
6,4
Aracu
5,8
Jaraqui
4,8
Cará
4,4
Pacuí
4,3
Irapuca (indiv.)
2,6
Cabeçudo (indiv.)
2,6
Traíra
2,3
Cabeçudo (ovos)
1,8
Aruanã
Im portância x % de fam ílias entrevistadas Piranha Tucunaré Pacu Aracu Cará Traíra Cabeçudo (indiv.) Irapuca (indiv.) Jaraqui Paca Tracajá (indiv.) Queixada Pacuí Aruanã Jacundá Irapuca (ovos) Caititu Anta Tracajá (ovos) Cutia Arari Outros 81
0,7
Tracajá (indiv.)
0,6
Tartaruga (ovos)
0,5
Branquinha
0,5
Outros 87* 96 95
4,3 0
10
20
30
% de indivíduos declarados (N=356.218)
94 93 90 84 81 79 77 65 64 64 63 63 61 55 49 45 45 44 44 <40% 0
50
100
% de famílias entrevistadas (total=262 famílias)
Importância x taxa indivíduos por família entrevistada/ano Piranha Pacu Tracajá (ovos) Irapuca (ovos) Tucunaré Aracu Jaraqui Cará Pacuí Irapuca (indiv.) Cabeçudo (indiv.) Traíra Cabeçudo (ovos) Aruanã Tracajá (indiv.) Tartaruga (ovos) Branquinha Paca Jacundá Queixada Arari Matrinchã Outros 82*
46 20 18 17 11 10 8 8 8 5 4 4 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 <1 0
10
20
30
40
50
Indivíduos declarados por família entrevistada/ano
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
69
PARTE 4
TABELA 4.1. Medidas de peso corporal (kg/indivíduo) de espécies ou grupos de espécies assumidas para estimativa de biomassa extraída. Valor kg/indivíduo: Taxa = valor calculado com base em dados de peso total pelo número total de espécimes capturados, encontrados em fontes bibliográficas; Média = valor de peso médio para a espécie; Mínimo = valor de peso mínimo para a espécie; Amplitude = valor de peso mínimo e máximo ou de peso médio para a espécie. *Foram utilizados 11 do total de 54 recursos de pesca declarados e todos os recursos declarados de quelônios aquáticos e caça.
GRUPO / NOME
FONTE
AMPLITUDE (KG/ INDIVÍDUO)
TÁXON ESPERADO
KG / INDIVÍDUO
VALOR
AMOSTRAS QUE BASEARAM AS TAXAS
Aracu
cf. Leporinus spp., Laemolyta spp., Pseudanos sp.
0,104
Taxa
50 espécimes (Laemolyta taeniata, Leporinus fasciatus, Leporinus friderici, Pseudanos trimaculatus)
Carrillo Moreno 2013, Loebens 2016
0,035-0,190
Arari
cf. Chalceus sp.
0,119
Taxa
2 espécimes (Chalceus erythrurus)
Loebens 2016
0,119-0,119
Aruanã
cf. Osteoglossum ferreirai
0,998
Taxa
932 espécimes (Osteoglossum bicirrhosum, Osteoglossum ferreirai)
Coimbra et al. 2017, Farias et al. 2017
0,927-1,150
Cará
Astronotus spp., Chaetobranchus spp., Geophagus sp., Heros sp., Uaru sp.
0,437
Taxa
94 espécimes (Astronotus sp., Geophagus proximus, Heros efasciatus, Heros severus, Uaru amphiacanthoides)
Coimbra et al. 2017, Loebens 2016
0,144-0,470
Jacundá
cf. Crenicichla sp.
0,095
Taxa
5 espécimes (Crenicichla cincta, Crenichla johanna)
Carrillo Moreno 2013
0,051-0,124
Jaraqui
cf. Semaprochilodus sp.
0,240
Taxa
8 espécimes (Semaprochilodus insignis, Semaprochilodus taeniurus)
Loebens 2016
0,223-0,355
Pacu/Pacuí
Myleus sp., Metynnis sp.
0,122
Taxa
136 espécimes (Metynnis sp., Metynnis argenteus, Metynnis hypsauchen, Myleus asterias)
Farias et al. 2017, Loebens 2016
0,078-0,206
Piranha
Serrasalmus spp., Pristobrycon sp., Pygocentrus sp.
0,185
Taxa
494 espécimes (Pristobrycon sp. Serrasalmus eigenmanni, Serrasalmus elongatus, Serrasalmus gouldingi, Serrasalmus hastatus, Serrasalmus rhombeus, Pygocentrus nattereri)
Carrillo Moreno 2013, Coimbra et al. 2017, Farias et al. 2017, Loebens 2016
0,045-0,312
Traíra
cf. Hoplias malabaricus
0,364
Taxa
11 espécimes (Hoplias malabaricus)
Carrillo Moreno 2013, Farias et al. 2017
0,316-0,382
Tucunaré
cf. Cichla ocellaris, Cichla temensis
0,668
Taxa
1.826 espécimes (Cichla sp., Cichla monoculus, Cichla temensis)
Coimbra et al. 2017, Loebens 2016
0,145-0,694
PESCA*:
COLETA E CAPTURA DE QUELÔNIOS AQUÁTICOS: Lalá
Mesoclemmys raniceps
2,000
Média
-
Testudines.org 2017
Matamatá
Chelus fimbriata
6,000
Taxa
1 espécime (Chelus fimbriatus)
Valsecchi & Amaral 2009
10,854
Cabeçudo
Peltocephalus dumerilianus
8,800
Média
-
AVPH 2017a
8,000-15,000
Irapuca
Podocnemis erythrocephala
2,000
Média
-
AVPH 2017b
-
Tartaruga
Podocnemis expansa
25,000
Média
-
Vogt 2008
Tracajá
Podocnemis unifilis
5,400
Taxa
36 espécimes (Podocnemis unifilis)
Valsecchi & Amaral 2009
Cabeçudo (ovo)
Peltocephalus dumerilianus
0,042
Média
-
Ferrara et al. 2017
-
Irapuca (ovo)
Podocnemis erythrocephala
0,018
Média
-
Ferrara et al. 2017
-
Tartaruga (ovo)
Podocnemis expansa
0,031
Média
-
Ferrara et al. 2017
-
Tracajá (ovo)
Podocnemis unifilis
0,029
Média
-
Ferrara et al. 2017
-
Arara
Ara spp.
0,900
Taxa
1 espécime (Ara spp.)
Valsecchi & Amaral 2009
Coro-coró
Mesembrinibis cayennensis
0,865
Média
-
EOL 2017a
Cujubim
Aburria cumanensis
3,000
Taxa
2 espécimes (Pipile cumanensis)
Valsecchi & Amaral 2009
Galega
Patagioenas sp.
0,255
Média
-
EOL 2017b
Gavião-real
Harpia harpyja
1,500
Taxa
1 espécime (Harpia harpyja)
Valsecchi & Amaral 2009
6,000
CAÇA: AVES 1,220 1,270 0,255-0,262 5,000 Continua »
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
70
PARTE 4
GRUPO / NOME
TÁXON ESPERADO
KG / INDIVÍDUO
VALOR
AMOSTRAS QUE BASEARAM AS TAXAS
FONTE
AMPLITUDE (KG/ INDIVÍDUO)
Inambu
Tinamus major, Crypturellus cinereus
0,980
Taxa
5 espécimes (Tinamus major, Crypturellus sp.)
Valsecchi & Amaral 2009
Jaburu
Jabiru mycteria, Mycteria americana
5,470
Média
-
EOL 2017c
-
Jacamim
Psophia crepitans
1,100
Média
-
EOL 2017d
-
Jacu
Penelope jacquacu
1,716
Média
-
EOL 2017e
-
Macucaua
Crypturellus undulatus
0,750
Taxa
2 espécimes (Crypturellus undulatus)
Valsecchi & Amaral 2009
0,569-0,621
Maguari
Ardea cocoi
2,000
Taxa
1 espécime (Ardea cocoi)
Valsecchi & Amaral 2009
1,937
Mergulhão
Phalacrocorax brasilianus, Anhinga anhinga
1,300
Média
-
EOL 2017f
Mutum
Pauxi tuberosa, Pauxi tomentosa
2,667
Taxa
3 espécimes (Crax globulosa, Mitu tuberosa)
Valsecchi & Amaral 2009
Papagaio
Amazona spp., Pionus spp.
0,430
Média
-
EOL 2017g
Pato
Cairina moschata
2,429
Taxa
7 espécimes (Cairina moschata)
Valsecchi & Amaral 2009
4,300
Socó
Tigrisoma lineatum
0,500
Taxa
1 espécime (Tigrisoma lineatum)
Valsecchi & Amaral 2009
0,980
Tucano
Ramphastos spp.
0,595
Mínimo
-
EOL 2017h
0,595-0,700
Urumutum
Nothocrax urumutum
1,000
Média
-
EOL 2017i
-
1,142
1,200-1,400 2,813 -
CAÇA: MAMÍFEROS Anta
Tapirus terrestris
112,750
Taxa
6 espécimes (Tapirus terrestris)
Valsecchi & Amaral 2009
169,496
Caititu
Pecari tajacu
17,200
Taxa
3 espécimes (Tayassu tajacu)
Valsecchi & Amaral 2009
18,000
Capivara
Hydrochoerus hydrochaeris
40,000
Taxa
1 espécime (Hydrochaeris hydrochaeris)
Valsecchi & Amaral 2009
35,000
Cutia
Dasyprocta fuliginosa
4,785
Taxa
54 espécimes (Dasyprocta fuliginosa)
Valsecchi & Amaral 2009
3,500
Cutiara
Myoprocta pratti
0,800
Mínimo
-
Bonvicino et al. 2008
Macaco-bicó
Cacajao melanocephalus
2,258
Taxa
6 espécimes (Cacajao melanocephalus)
Valsecchi & Amaral 2009
Macaco-cairara
Cebus albifrons
1,800
Média
-
Ravetta & Muniz 2015
1,400-3,300
Macaco-cheiro
Saimiri sciureus
0,635
Mínimo
-
Paim et al. 2015
0,635-0,740
Macaco-guariba
Alouatta seniculus
5,700
Taxa
10 espécimes (Alouatta seniculus)
Valsecchi & Amaral 2009
6,020
Macaco-prego
Sapajus apella
3,125
Taxa
8 espécies (Cebus macrocephalus)
Valsecchi & Amaral 2009
2,385
Paca
Cuniculus paca
7,669
Taxa
52 espécimes (Cuniculus paca)
Valsecchi & Amaral 2009
9,300
Peixe-boi
Trichechus inunguis
290,300
Taxa
3 espécimes (Trichechus inunguis)
Valsecchi & Amaral 2009
167,594
Quati
Nasua nasua
3,000
Mínimo
-
EOL 2017j
Queixada
Tayassu pecari
25,553
Taxa
135 espécimes (Tayassu pecari)
Valsecchi & Amaral 2009
Tatu-15 quilos
Dasypus kappleri
8,500
Mínimo
-
Miranda et al. 2015
Tatu-canastra
Priodontes maximus
26,800
Média
-
EOL 2017k
Tatu-galinha
Dasypus novemcinctus
3,200
Mínimo
-
Silva et al. 2015
Veado-mateiro
Mazama americana
33,717
Taxa
6 espécimes (Mazama americana)
Valsecchi & Amaral 2009
23,000
Veado-roxo
Mazama nemorivaga
12,667
Taxa
3 espécimes (Mazama nemorivaga)
Valsecchi & Amaral 2009
15,600
Jabuti-amarelo
Chelonoidis denticulatus
7,240
Taxa
5 espécimes (Geocheloni denticulata)
Valsecchi & Amaral 2009
15,000
Jacaré-açu
Melanosuchus niger
120,000
Taxa
2 espécimes (Melanosuchus niger)
Valsecchi & Amaral 2009
300,000
Jacaretinga
Caiman crocodilus
20,000
Taxa
1 espécime (Caiman crocodilus)
Valsecchi & Amaral 2009
40,000
0,800-1,200 2,500
3,000-6,000 31,799 8,500-10,500 18,700-32,300 3,200-4,100
CAÇA: RÉPTEIS
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
71
PARTE 4
Com base nas medidas da TABELA 4.1, a FIGURA 4.2(A) apresenta a contribuição em biomassa desses recursos animais em ordem de importância, de acordo com as quantidades de indivíduos declarados no SiMUR. Dezenove recursos contribuíram com pelo menos 1% do total de biomassa, sendo que um quelônio aquático (cabeçudo) e dois mamíferos (anta e queixada) sozinhos responderam por 55% do total de biomassa calculada. No entanto, neste exercício, 43 espécies ou grupos de espécies de peixes que respondem por 3% do total de indivíduos do grupo não estão representados e a amostragem de peixes fornece dados baseados apenas na recordação dos dois últimos dias de pescaria do mês e não do mês inteiro, como é fornecido para recursos associados à caça e para quelônios aquáticos. Por ser uma atividade frequente, em comparação às outras práticas de extrativismo animal, não é registrada no SiMUR a recordação sobre o número total de dias de pescaria do mês. Desta forma, para se ter uma base da representatividade da amostragem de peixes do SiMUR (dois dias de pescaria) na escala mensal, foram utilizados os resultados de um monitoramento do consumo de proteína animal em comunidades dos rios Jaú e Unini conduzido por Pezzuti et al. (2004). Na amostra de 260 refeições recordadas em domicílios, cerca de 47% foi constituída
primordialmente por aves ou mamíferos, 40% por peixes, 11% por quelônios aquáticos e 3% não continha proteína animal (Pezzuti et al. 2004). Considerando uma base de 60 refeições por mês (duas por dia), temos que 24 delas seria constituída por peixe. Assumindo que cada dia de refeição em que peixe foi a principal fonte de proteína animal constituiu um dia de pescaria, tem-se 12 dias de pescaria/mês. Nesse caso, dois dias de pescaria representariam 17% do total de dias de pescaria do mês. A fim de evitar super-estimativas de dias de pescaria/mês (ainda que não se tenha essa medida), assumiu-se, para fins deste exercício, 8 dias de pescaria/mês por família, e dois dias representariam 25% do total de dias de pescaria/mês. Nesse contexto, a FIGURA 4.2(B) apresenta a contribuição em biomassa de recursos animais em ordem de importância, a partir da extrapolação dos valores de biomassa de peixes, que assume que os valores obtidos de biomassa para peixes em dois dias de pescaria/mês representam 25% da biomassa extraída em oito dias de pescaria/mês (valor extrapolado = valor da biomassa com base na amostragem do SiMUR x 100 / 25). Nessa situação, um quelônio aquático (cabeçudo), dois peixes (piranha e tucunaré) e um mamífero (anta), responderiam por 55% do total de biomassa extraída.
FIGURA 4.2. Importância de recursos animais com base em biomassa extraída, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). São listados os recursos que compuseram pelo menos 1% do total de biomassa calculada. A = valores de peixes representam declarações dos dois últimos dias em que houve pescaria. B = valores de peixes extrapolados assumindo oito dias de pescaria por mês (ver texto). Foram utilizados 11 do total de 54 recursos de pesca declarados (97% do total de indivíduos do grupo) e todos os recursos declarados de quelônios aquáticos (100%) e caça (100%). *Valores para quelônios aquáticos incluem indivíduos e ovos coletados. Importância x Biomassa (A) Cabeçudo Anta Queixada Irapuca Piranha Tucunaré Tartaruga Tracajá Paca Caititu Cará Pacu Jaraqui Traíra Cutia Aruanã Veado-mateiro Aracu Pacuí Outros 38
Importância x Biomassa (B) 25,8 17,7 11,5
6,1 5,6 4,8 4,3 4,2 3,8 3,6 2,2 1,6 1,3 1,0 0,9 0,8 0,8 0,7 0,6 2,6 0
10
20
% de Kg (N=40.017 Kg/ano)
30
Cabeçudo Piranha Tucunaré Anta Queixada Cará Pacu Irapuca Jaraqui Tartaruga Tracajá Paca Traíra Caititu Aruanã Aracu Pacuí Cutia Veado-mateiro Outros 38
16,5 14,3 12,4 11,3 7,4 5,6 4,1 3,9 3,3 2,8 2,7 2,5 2,4 2,3 2,1 1,8 1,5 0,6 0,5 1,8 0
10
20
% de Kg (N=62.468 Kg/ano)
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
30
72
PARTE 4
A FIGURA 4.3 (A) apresenta as contribuições das práticas de pesca, captura e coleta de quelônios aquáticos e caça (contexto que inclui mamíferos, aves, quelônios terrestres e crocodilianos) para a biomassa total calculada a partir dos dados do SiMUR. Recursos associados à caça e quelônios aquáticos contribuem de forma similar para grande parte da biomassa total, com os mamíferos contribuindo para a maior parte da biomassa do contexto caça. Da mesma forma que no exercício anterior, são apresentadas na FIGURA 4.3 (B) as contribuições dessas categorias a partir da extrapolação dos valores de biomassa de peixes. Nessa situação, os peixes contribuíram com quase metade (48%) da biomassa total extraída. A FIGURA 4.4 apresenta a distribuição da biomassa total ao
longo de um ciclo anual, a partir da extrapolação dos valores de biomassa de peixes. A biomassa animal total extraída tendeu a aumentar no segundo semestre, com o aumento da contribuição de recursos aquáticos (peixes e quelônios). Esses meses coincidem com o período do final da enchente, vazante e início da seca do rio. Já a contribuição em biomassa de recursos associados à caça, em grande parte representados por recursos terrestres, tendeu a aumentar nos meses que coincidem com o período da cheia e início da vazante. Ao longo dessa seção poderá ser observado que essas flutuações na captura e coleta de alguns dos recursos animais mais relevantes acompanham a dinâmica de enchente e cheia do rio, que permite a formação de ambientes críticos para o extrativismo animal.
FIGURA 4.3. Contribuição das práticas de pesca, caça (contexto que inclui mamíferos, aves, quelônios terrestres e crocodilianos) e captura e coleta de quelônios aquáticos, em biomassa extraída, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). A = valores de peixes representam declarações dos dois últimos dias em que houve pescaria. B = valores de peixes extrapolados assumindo oito dias de pescaria por mês (ver texto). Foram utilizados 11 do total de 54 recursos de pesca declarados (97% do total de indivíduos do grupo) e todos os recursos declarados de quelônios aquáticos (100%) e caça (100%). *Valores para quelônios aquáticos incluem indivíduos e ovos coletados.
Recurso animal x Distribuição de biomassa (A1)
Recurso animal x Distribuição de biomassa (B1) 47,9
50 40,8
40,5
40
% de biomassa total (N=489.292 kg)
% de biomassa total (N=313.464 kg)
50
30 18,7
20 10
40 30
Peixes (11)
Quelônios aquáticos (6)
Peixes (11)
Caça (40)
Recurso animal x Distribuição de biomassa (B2) 50 39,6
% de biomassa total (N=489.292 kg)
% de biomassa total (N=313.464 kg)
40,5
30 20
18,7
10 0
0,6
Peixes
(11)
Caça (40)
Contexto espécies ou grupos) Contexto(N(Nº espécies ou grupos)
Recurso animal x Distrbuição de biomassa (A2)
40
Quelônios aquáticos (6)
10
Contexto (Nºespécies espéciesouougrupos) grupos) Contexto (N
50
26,1
20
0
0
26,0
Quelônios Mamíferos (19) Aves aquáticos (6)
0,5
(18) Que.terrestres /Crocodilianos
Grupo (Nº(N espécies ouou grupos dede espécies) Grupo espécies grupos espécies)
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
47,9
40 30
26,0
25,4
20 10 0
0,4
Peixes
(11)
Quelônios Mamíferos (19) Aves aquáticos (6)
Grupo (N espécies ou grupos de espécies)
0,4
(18) Que.terrestres /Crocodilianos
Grupo (Nº espécies ou grupos de espécies)
73
PARTE 4
FIGURA 4.4. Contribuição das práticas de pesca, captura e coleta de quelônios aquáticos e caça (contexto que inclui mamíferos, aves, quelônios terrestres e crocodilianos), em biomassa extraída ao longo de um ciclo anual, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Valores de peixes extrapolados assumindo oito dias de pescaria por mês (ver texto). Foram utilizados 11 do total de 54 recursos de pesca declarados (97% do total de indivíduos do grupo) e todos os recursos declarados de quelônios aquáticos (100%) e caça (100%). *Valores para quelônios aquáticos incluem indivíduos e ovos coletados.
Distribuição de biomassa animal x Ciclo anual
Distribuição de biomassa animal x Ciclo anual 56 51
50
40
39 33
33 26
43
39
38
28
20
0
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Caça
Quelônios aquáticos
30
53
Toneladas de biomassa (N=489,3 ton)
Toneladas de biomassa (N=489.3 ton)
60
Peixes
20
10
0
Nov Dez
Piranha, tucunaré, pacu, aracu e cará Importância Os peixes compuseram o grupo mais diverso de recursos naturais declarados pelas famílias participantes do SiMUR no período de 2008 a 2016 (Parte 2: Diversidade, importância relativa e uso de recursos naturais e produtos agrícolas). Do total de 164 recursos declarados, 113 são consumidos na alimentação, dos quais 100 são de origem animal e 54 são espécies ou grupos de espécies de peixes. Onze grupos de espécies de peixes estiveram entre os 22 recursos naturais mais relevantes em número de famílias declarantes do SiMUR no período de 2008 a 2016 (veja TABELA 2.3). Eles são representantes das famílias Serrasalmidae (piranha e pacuí), Cichlidae (tucunaré, cará e jacundá), Characidae (pacu e arari), Anostomidae (aracu), Erythrinidae (traíra), Prochilodontidae (jaraqui) e Osteoglossidae (aruanã). Nesta seção são apresentados dados sobre os cinco mais relevantes, declarados por pelo menos 90% das famílias participantes, a piranha (7 variantes nominais, ~3 gêneros possíveis), o tucunaré (6 variantes nominais, 1 gênero possível), o pacu (15 variantes nominais, ~2 gêneros possíveis), o aracu (17 variantes nominais, ~3 gêneros possíveis) e o cará (29 variantes nominais, ~5 gêneros possíveis). Esses cinco grupos de peixes responderam juntos por 76% (26.645/35.174) do total de registros de peixes e 60% (26.645/44.608) do total de registros de recursos animais declarados pelos moradores para alimentação. Os perfis de exploração desses peixes são apresentados a seguir, com base na flutuação das declarações ao longo do ciclo anual e nos tipos de ambiente declarados em cada registro de captura.
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out Nov Dez
longo de todo o ciclo anual, porém com flutuações específicas na procura (proporção de famílias declarantes) e no rendimento (indivíduos pescados/família). As piranhas, que formaram o grupo de espécies de maior relevância em número de famílias declarantes, apresentaram aumento no rendimento de indivíduos pescados/família a partir do mês de setembro até o mês de janeiro, período que coincide com o pico da vazante e a seca do rio (FIGURA 4.5). Esses cinco meses concentraram metade do total de indivíduos declarados pescados, com pico de rendimento no mês de outubro (FIGURA 4.5). As flutuações na procura e no rendimento ao longo do ciclo anual foram mais acentuadas para os demais grupos de peixes. Para os ciclídeos (tucunarés e carás), o aumento na procura e no rendimento ocorreram aproximadamente a partir dos meses de junho e julho, prolongando-se até o mês de janeiro, período que coincide com o pico da cheia, a vazante e a seca do rio, com picos de rendimento no mês de setembro (tucunaré) podendo se prolongar até a seca (cará) (FIGURA 4.5). Os pacus apresentaram um padrão semelhante de aumento no rendimento a partir do mês de outubro até janeiro, período de coincide com o final da vazante e a seca, porém não acompanhado pela procura (FIGURA 4.5). Para aracus, as flutuações na procura e no rendimento tenderam ao aumento nos meses de maio a julho, período que coincide com a cheia do rio (FIGURA 4.5). Essas tendências são melhor descritas na seção a seguir, onde as flutuações ao longo do ciclo anual são avaliadas nos ambientes onde os recursos foram coletados.
Intensidade de uso ao longo do ciclo anual Os cinco grupos de espécies em questão são capturados ao Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
74
PARTE 4
FIGURA 4.5. Flutuações na captura de cinco grupos de espécies de peixes mais relevantes no extrativismo animal ao longo do ciclo anual, com base nas quantidades mensais de famílias declarantes e indivíduos pescados (distribuição e taxas de indivíduos/família), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). As declarações mensais representam recordações dos dois últimos dias em que houve pescaria. São indicados os números de espécies minimamente esperados para cada grupo. Total de registros = 26.645.
100
89,8
90,0
90,3
91,2
89,8
84,1
80
82,4
77,8
86,6
91,3
89,8
30
87,7
51,7 43,6
60
20
38,5
39,9
35,2
36,2
36,1
39,9
40
10
20
8,1
6,9
7,8
7,0
6,7
7,6
48,9
60 44,6
40 10,9
6,9
56,1
38,0
%
%
% de indivíduos pescados piranha (N=94.939) Indivíduos pescados/família
Piranha x Ciclo anual (7 nomes, ~3 spp.)
% de famílias que declararam piranha
12,3
10,0
7,3
8,4
20
Indivíduos
Piranha x Ciclo anual (7 nomes, ~3 spp.)
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (177) (171) (186) (187) (184) (175) (182) (182) (200) (209) (194) (178)
N famílias que declararam recurso animal
50,5
52,2
50,2
58,7
78,2
87,0
86,5
84,3
% de indivíduos pescados tucunaré (N=22.759) Indivíduos pescados/família
30
77,8
16,9
10
3,7
0
8,3
7,3
3,8
3,4
77,6
77,1
74,0
73,3
30 64,5
60
57,6
59,4
65,7
66,5
11,1
9,4
24,3
9,7
21,5
21,4
8,3
8,2
16,3
15,6
6,1
6,2
0 0
40
53,8
57,4
76,6
76,0
18,0
30
75,1
14,5
55,1 33,8
14,4 5,3
11,0 6,4
9,1
20
0
30,6
38,0
42,4
% de indivíduos pescados aracu (N=20.637) Indivíduos pescados/família
Aracu x Ciclo anual (18 nomes, ~3 spp.)
20
15,7 12,9
%
%
60
76,6
9,2
19,6
N famílias declarantes
% de famílias que declararam aracu
74,3
26,4
27,8
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (141) (147) (163) (159) (158) (154) (162) (151) (133) (136) (142) (135)
N famílias que declararam recurso animal
80
40
33,2 26,2
10
20
100
0
% de indivíduos pescados pacu (N=41.004) Indivíduos pescados/família
32,3
20
40
Aracu x Ciclo anual (18 nomes, ~3 spp.)
8,3
6,0
Pacu x Ciclo anual (15 nomes, ~2 spp.)
% de famílias que declararam pacu
79,1
3,4
10
12,5
9,1
N famílias declarantes
%
%
77,4
14,6
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (142) (124) (104) (107) (103) (122) (152) (183) (201) (198) (182) (158)
N famílias que declararam recurso animal
71,6
13,6
7,5
6,6
0
80
15,1
20 15,6 11,9
11,1
10,5 6,9
20
100
16,8
13,6
20
40
Pacu x Ciclo anual (15 nomes, ~2 spp.)
17,1
Indivíduos
65,3
60
68,8
%
%
72,1
Tucunaré x Ciclo anual (6 nomes, ~2 spp.)
Indivíduos
% de famílias que declararam tucunaré
100 80
N famílias declarantes
11,7
10
20
7,5
6,8
17,8
14,6
11,1
20
16,7 13,1
13,7
13,7
13,4
10,3
N famílias que declararam recurso animal
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
8,3
3,2
2,8
6,4
0 0
8,3
11,0
10 5,2
4,6
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (106) (109) (153) (157) (157) (158) (166) (129) (78) (70) (82) (86) N famílias declarantes
0
Indivíduos
Tucunaré x Ciclo anual (6 nomes, ~2 spp.)
0
75
PARTE 4
100
30 50,3
58,7 45,3
40
41,3
40,5
59,3
64,1
58,4
54,1
63,0
57,6
20
40,0
15,3 11,1
10
20
7,0
0 0
11,2
10,6
%
%
80 60
% de indivíduos pescados cará (N=15.674) Indivíduos pescados/família
Cará x Ciclo anual (29 nomes, ~5 spp.)
% de famílias que declararam cará
5,8
7,9
7,5
4,3
4,0
6,6 3,5
7,3
9,4
12,7 12,2
13,2
13,8
10,9
15,5
13,5
20 14,3
10,7
5,7
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (99) (86) (85) (83) (82) (122) (131) (150) (135) (124) (136) (117)
N famílias que declararam recurso animal
10
Indivíduos
Cará x Ciclo anual (29 nomes, ~5 spp.)
0
N famílias declarantes
concentrando 65% do total de indivíduos declarados (FIGU-
Intensidade de uso de ambientes Lagos compuseram o ambiente mais importante na pro-
RA 4.6). As matas de igapó não apresentaram, no entanto, flu-
cura (proporção de famílias declarantes) e no rendimento (in-
tuação acentuada no rendimento ao longo do ciclo anual, ao
divíduos pescados/família) para os ciclídeos (tucunaré e cará),
contrário de ambiente de lagos, na captura de pacus (FIGURA
concentrando 38% (tucunaré) e 44% (cará) do total de indi-
4.7). Já a captura de aracus é concentrada em matas de igapó,
víduos declarados (FIGURA 4.6). No período do ano em que
que responderam por 43% do total de indivíduos declarados,
não há formação de lagos, isto é, a partir de fevereiro a agosto,
seguidas de lagos e igarapés (FIGURA 4.6). No entanto, o ren-
as matas de igapó assumem a importância na captura desses
dimento em igarapés é em média mais alto que em lagos e ma-
peixes, porém, em média, não superam o rendimento dos lagos
tas de igapó, na captura de aracus (FIGURA 4.7). Estes dados
no período da vazante e da seca (FIGURA 4.7). Lagos, matas
representam 98% do total de registros obtidos para os cinco
de igapó e rio foram os ambientes mais importantes na captura
peixes (26.109/26.645).
de piranhas, principalmente os dois primeiros, que apresentaram os maiores rendimentos e concentraram 52% do total de
Flutuações anuais
indivíduos declarados (FIGURA 4.6). Assim como os lagos, o
As proporções anuais de famílias declarantes e as taxas anu-
rio é um ambiente mais procurado e mais produtivo nos perí-
ais de captura do período de 2009 a 2016 dos grupos de es-
odos de vazante e seca (FIGURA 4.7). Matas de igapó e lagos
pécies de peixes em questão não apresentaram tendências de
foram os ambientes mais importantes para a captura de pacus,
incremento ou diminuição (FIGURA 4.8).
FIGURA 4.6. Importância relativa de tipos de ambientes na captura de cinco grupos de espécies de peixes mais relevantes no extrativismo animal, com base na quantidade de famílias declarantes e indivíduos pescados (distribuição e taxas de indivíduos/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). As declarações mensais representam recordações dos dois últimos dias em que houve pescaria. São indicados os números de espécies minimamente esperados para cada grupo. Total de registros = 26.109.
100
85,3
100
84,1 69,4
40 20 0
106,0
114,8
34,1
25,0
21,8
100
82,3
80
60 40
13,9
120 87,5
80
63,5
60
% de indivíduos pescados piranha (N=92.834) Indivíduos pescados/família
Piranha x Ambientes (7 nomes, ~3 spp.)
%
%
80
89,7
% de famílias que declararam piranha (252)
20 0
25,8
26,6
20,0
15,5
31,5
32,9
5,4
3,1
60 22,4
24,1
1,5
1,4
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
18,8 0,7
40 20 0
Indivíduos
Piranha x Ambientes (7 nomes, ~3 spp.)
76
PARTE 4
56,5
53,6
40
22,2
20
19,0
60 40
16,1
12,9
59,2
56,3
80 49,4 29,0
23,3
20
2,0
48,1
46,1 22,6
20
23,6
22,1
8,1
6,6
9,5
42,1
60
43,4
21,1
40 18,6
19,6
3,3
2,8
14,3 16,9
18,1
8,3
100 70,8
1,3
4,6 0,1
20 0
13,5 7,5
10,7 2,9
10,2 1,6
20 6,0 0,7
8,2 0,6
0
% de indivíduos pescados cará (N=15.511) Indivíduos pescados/família
Cará x Ambientes (29 nomes, ~5 spp.)
40
35,7
80 50,4
44,5
%
80,9
% de famílias que declararam cará (236)
14,5
25,2
0
Cará x Ambientes (29 nomes, ~5 spp.)
0
40
20
5,8
0
0,6
% de indivíduos pescados aracu (N=20.183) Indivíduos pescados/família
Aracu x Ambientes (18 nomes, ~3 spp.)
40 13,2
4,0
1,0
35,6
12,8
80
59,7
40
%
37,2
20
%
60
20
27,9
100 66,7
5,4
60
60
85,6
80 %
% de famílias que declararam aracu (243)
3,9
80
0
Aracu x Ambientes (18 nomes, ~3 spp.)
40
1,8
20
55,2
40
14,7
0
60
10,1
7,3
% de indivíduos pescados pacu (N=40.374) Indivíduos pescados/família
77,9
100
40
80
8,5
Pacu x Ambientes (15 nomes, ~2 spp.)
78,8
60
%
% de famílias que declararam pacu (245)
%
83,3
80
100
14,2
18,7
17,0
0
Pacu x Ambientes (15 nomes, ~2 spp.)
100
13,6 21,9
20
0
100
18,8 38,1
Indivíduos
%
80
68,1
60
40 27,3
40,7 15,3
15,3
60 40
6,8
5,9
0
20 0
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
43,9
20,3 13,5 21,9 10,3
16,9 11,0 11,4
6,8
20
13,6
3,1
6,1
6,6
1,4
0,7
4,2 0,4
0
Indivíduos
72,2
80
38,0
Indivíduos
100
90,3
%
100
% de indivíduos pescados tucunaré (N=22.346) Indivíduos pescados/família
Tucunaré x Ambientes (6 nomes, ~2 sp.)
% de famílias que declararam tucunaré (248)
Indivíduos
Tucunaré x Ambientes (6 nomes, ~2 sp.)
77
PARTE 4
FIGURA 4.7. Flutuações no uso dos ambientes mais relevantes na captura de cinco grupos de espécies de peixes ao longo do ciclo anual, com base na quantidade de famílias declarantes e indivíduos pescados (taxas de indivíduos/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). As declarações mensais representam recordações dos dois últimos dias em que houve pescaria.
100 %
80 60
58,0
Mata Igapó Furo/Paraná 66,8
50,0
41,6
40
71,2
69,1
64,4
47,8 30,5
26,5
21,4
31,3
20 0
40
100 %
80
67,1
60
Mata Igapó Furo/Paraná
22,6
20
0
74,6 55,7
69,2
66,2
46,1
38,5
40
77,2
23,4
24,8
23,0
29,5
20 0
100 68,7
%
80 60 40
38,1
73,6
76,4
67,1
73,0
Lago Rio
69,5
49,3 21,4
20
7,5
9,2
11,2
0
10
0
100 68,4
%
80 60 40
35,8
68,6
74,0
66,2
73,3
Lago
65,1
48,1 24,4 10,1
20 0
N famílias que declararam aracu
11,1
15,5
26,2
22,3
16,2
10,4
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (174) (170) (185) (187) (181) (173) (179) (180) (199) (208) (194) (177) N famílias declarantes
Lago (8.507) Rio (3.172) Igarapé (2.255)
Mata Igapó (4.883) Furo/Paraná (1.907)
11,3
9,2 5,1
6,3
4,8
5,0
6,1
5,5
10,7
11,4
7,8
9,5
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (140) (122) (104) (107) (101) (122) (149) (180) (201) (197) (182) (157) N famílias declarantes
Mata Igapó (11.251) Furo/Paraná (5.168)
20
0
14,1
11,5
14,4
13,4
15,0
Lago (15.039) Rio (3.254)
14,0 10,3
0
12,4
11,4
7,8
Mata Igapó (8.765) Igarapé (3.652)
20
10
14,1
11,2
13,3 7,9
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (139) (144) (163) (159) (157) (152) (159) (151) (131) (134) (141) (134) N famílias declarantes
Taxa mensal de aracus pescados/família por ambiente Indivíduos/família por ambiente
Mata Igapó Igarapé
15,9
26,7
40
N famílias que declararam pacu
% mensal de famílias que declararam aracu por ambiente
12,4
Taxa mensal de pacus pescados/família por ambiente Indivíduos/família por ambiente
Mata Igapó Furo/Paraná
19,5
20
N famílias que declararam tucunaré
% mensal de famílias que declararam pacu por ambiente
25,4 19,2
Taxa mensal de tucunarés pescados/família por ambiente Indivíduos/família por ambiente
Lago Rio Igarapé
Mata Igapó (24.686) Furo/Paraná (14.397)
27,7
N famílias que declararam piranha
% mensal de famílias que declararam tucunaré por ambiente
Lago (23.948) Rio (18.542) Igarapé (5.033)
Taxa mensal de piranhas pescadas/família por ambiente Indivíduos/família por ambiente
Lago Rio Igarapé
% mensal de famílias que declararam piranha por ambiente
10,6
9,9
11,0
Lago (3.415)
16,0 12,4 8,7
7,8 4,9
6,0 2,9
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (106) (106) (152) (156) (154) (157) (161) (126) (78) (69) (81) (84) N famílias declarantes
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
78
PARTE 4
100 %
80
61,2
60
69,9
61,7
51,8 30,6
40 20
70,2
66,4
34,5 19,3
21,0
19,0
19,4
0
Lago (6.815) Rio (1.602)
Taxa mensal de carás pescados/família por ambiente
Mata Igapó
Indivíduos/família por ambiente
Lago Rio
% mensal de famílias que declararam cará por ambiente
Mata Igapó (3.392)
20 12,1
13,4 10,4
10
0
N famílias que declararam cará
6,6
4,6
6,8
6,6
5,9
15,3
14,2
11,9
7,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (98) (85) (85) (83) (81) (121) (129) (145) (133) (123) (134) (114) N famílias declarantes
FIGURA 4.8. Flutuação temporal na captura de cinco grupos de espécies de peixes mais relevantes no extrativismo animal, com base na quantidade anual de famílias declarantes e indivíduos pescados/família, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). O ano de 2008 não foi incluído devido à amostragem sazonal parcial. As declarações representam recordações dos dois últimos dias em que houve pescaria para cada mês.
92,5
89,6
93,4
40 0
100
110
80
100
60 20
120
69,4
68,7
73,1
70,7
76,2
73,0
90 80
71,7
70
60 40
81,7
23,1
24,9
0
85,1 36,2
26,8
87,0
79,9 31,9
30,2
83,8
79,5
48,9
45,8
28,6
40
80 40 20
20 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)
20 0
77,9
81,0
60
21,8
19,0
20 0
% de famílias que declararam aracu (R²=-0,057) Indivíduos pescados/família (R²=-0,208) 82,9
70,1
60 40
18,3
71,6 23,6
24,4
84,0
74,4
20,7
19,2
79,5
18,1
0
0
% de famílias que declararam cará (R²=-0,294) Indivíduos pescados/família (R²=0,016)
19,7
71,0
18,5
70,3
15,0
66,5
12,0
66,0
16,4
64,0
18,6
64,9
59,9
40
15,3
20
25,1
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137) NNºfamílias entrevistadas de famílias entrevistadas
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
59,1
40
14,9
20
22,0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)
60 62,6
60 74,0
20
100
40
18,9
Nº Ndefamílias famíliasentrevistadas entrevistadas
Cará flutuação temporal
60
81,4
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)
NºNdefamílias famíliasentrevistadas entrevistadas
80
16,7
14,5
100
60
84,7
%
60
81,1 52,2
21,7
Aracu flutuação temporal
% de famílias que declararam pacu (R²=0,205) Indivíduos pescados/família (R²=0,072)
%
%
80
78,2
85,2
NºNdefamílias famíliasentrevistadas entrevistadas
Indivíduos
100
87,2
40
Nº Ndefamílias famíliasentrevistadas entrevistadas
Pacu flutuação temporal
87,4
20
60
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)
83,3
0
0
Indivíduos
95,7
91,5
Indivíduos
93,7
103,4
80 %
90,5
%
94,3
Indivíduos
100
% de famílias que declararam tucunaré (R²=-0,237) Indivíduos pescados/família (R²=-0,091)
Tucunaré flutuação temporal
Indivíduos
% de famílias que declararam piranha (R²=-0,019) Indivíduos pescados/família (R²=-0,068)
Piranha flutuação temporal
79
PARTE 4
Os anos de 2009 a 2011 foram marcados por baixa precipitação local (especialmente os anos de 2009 e 2011) e baixas cotas do rio Unini (especialmente o ano de 2010), certamente exercendo níveis variados de influência no acesso e na disponibilidade dos recursos naturais. O uso dos ambientes na captura dos grupos de espécies de peixes em questão foi comparado, utilizando-se dois agrupamentos artificiais de tempo, isto é, de 2009 a 2011 e de 2012 a 2015. Para esses dois períodos foram calculados parâmetros de exploração (proporção de famílias declarantes, distribuição de indivíduos pescados e taxas de indivíduos/família) com base nos ambientes declarados para cada grupo de peixes. A FIGURA 4.9 apresenta os ambientes declarados por pelo menos 50% das famílias declarantes de cada recurso para os períodos de 2009 a 2011 e 2012 a 2015.
Uma sutil diferença no uso dos ambientes declarados foi observada para a captura de piranhas, pacus e aracus (FIGURA 4.9). Para piranhas e pacus, foi observado um aumento da importância relativa do ambiente lago no período de 2012 a 2015, pela procura (proporção de famílias declarantes), porém não pelo rendimento (indivíduos capturados/família) em comparação ao período de 2009 a 2015 (FIGURA 4.9). O aumento no rendimento foi observado para piranhas em matas de igapó (FIGURA 4.9). Para aracus, foi observado um aumento na importância relativa do ambiente igarapé, pela procura e pelo rendimento (FIGURA 4.9). Para os ciclídeos (tucunaré e cará), foi observado um leve aumento no rendimento do ambiente lago (FIGURA 4.9). Essas tendências observadas potencialmente refletem flutuações climáticas ao médio prazo, que demandam dados e análises temporais mais expandidas.
FIGURA 4.9. Importância relativa de tipos de ambientes na captura de cinco grupos de espécies de peixes em dois agrupamentos artificiais de tempo (2009 a 2011 e 2012 a 2015), com base na quantidade de indivíduos pescados (distribuição e taxas de indivíduos/ família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). São considerados os ambientes declarados por >50% de famílias declarantes de cada recurso. Ambientes em ordem decrescente de famílias declarantes.
65,9 53,1
25,6
0
Mata igapó (158)
Rio (153)
80
60 40
26,3
21,3
20
80
16,3
Lago (152)
Furo/Paraná (124)
40
20
20
0
0
28,8
24,7
Lago (168)
Mata igapó (155)
% indivíduos pescados tucunaré (N=8.881) % indivíduos pescados tucunaré (N=10.280) Indivíduos pescados/família Indivíduos pescados/família
60 40
18,5
38,6
37,2
20
20,3
20 0
0
20
15,8
Lago (163)
12,9
9,1
21,9
16,1
Mata igapó (122)
Lago (153)
11,7
Mata igapó Rio (114) declarantes(111) N famílias (186)
12,4
10,0
Rio (109)
10 0
Furo/Paraná (97)
100
30 20 10
40 0
0
40
31,4
28,7
39,0
20 0
Mata igapó (147)
Lago (128)
Nº deNfamílias famíliasdeclarantes declarantes(188) (188)
Furo/Paraná (124)
40
6,1
20
Igarapé (108)
0
% indivíduos pescados tucunaré (N=10.280) Indivíduos pescados/família 30 20 11,7 21,9
Lago (163)
12,4
Mata igapó (122)
Rio (109)
10 0
50
100
40
80
30 20
% indivíduos pescados pacu (N=18.051) Indivíduos pescados/família
Pacu 2012-2015
%
49,0
60
Rio (146)
23,8
famíliasdeclarantes declarantes(186) (186) Nº deN famílias
Indivíduos
%
80
14,6
38,6
20
% indivíduos pescados pacu (N=16.060) Indivíduos pescados/família
100
18,0
60
18,5
60
famíliasdeclarantes declarantes(193) (193) Nº deNfamílias
Pacu 2009-2011
49,4
24,3
80 %
60 40
30
24,3
21,6
Tucunaré 2012-2015
Indivíduos
%%
80 80
Indivíduos
100 100
51,6
famíliasdeclarantes declarantes(192) (192) Nº deNfamílias
N famílias declarantes declarantes (200) (200) Nº de Tcunaré 2009-2011 Tucunaré 2012-2015
80
61,5
60
Indivíduos
40
50,1
100
77,9
50
44,2
40
33,3
60 40
10
20
0
0
35,5
21,3
20
26,6 11,1
Lago (145)
Mata igapó (144)
30
Furo/Paraná (94)
Nº deNfamílias famíliasdeclarantes declarantes(187) (187)
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
10 0
Indivíduos
61,7
60
100
%
%
80
100 Indivíduos
100
% indivíduos pescados piranha (N=41.890) Indivíduos pescados/família
Piranha 2012-2015
Indivíduos
% indivíduos pescados piranha (N=38.097) Indivíduos pescados/família
Piranha 2009-2011
80
PARTE 4
45,4
14,9
40 17,2
20 0
Mata igapó (149)
Lago (99)
20 10
20,8 42,5
40 0
Mata igapó (146)
Nº deNfamílias famíliasdeclarantes declarantes(182) (182)
100
40
40,7
13,8 23,9
20 0
100
30 21,5
Lago (116)
Mata igapó (106)
20
0
10
30
26,0
80 %
60
Igarapé (100)
% indivíduos pescados cará (N=7.445) Indivíduos pescados/família
Cará 2012-2015
Indivíduos
%
80
Lago (100)
10
Nº de N famílias famílias declarantes declarantes(184) (184)
% indivíduos pescados cará (N=6.135) Indivíduos pescados/família
Cará 2009-2011
21,5
15,8
20
0
20
15,3
60
60
13,0
45,5
40
19,4
20 0
0
Nº deNfamílias famíliasdeclarantes declarantes(168) (168)
Lago (130)
Mata igapó (111)
20 10
Indivíduos
%
60
30
80 %
80
28,2
100
30
26,0
Indivíduos
100
% indivíduos pescados aracu (N=9.680) Indivíduos pescados/família
Aracu 2012-2015
Indivíduos
% indivíduos pescados aracu (N=8.542) Indivíduos pescados/família
Aracu 2009-2011
0
Nº de N famílias declarantes (173)
Cabeçudo, irapuca, tracajá e tartaruga-da-amazônia Importância Quelônios aquáticos foram, depois de peixes, o grupo de recursos naturais declarado pelo maior número de famílias participantes do SiMUR no período de 2008 a 2016 (Parte 2: Diversidade, importância relativa e uso de recursos naturais e produtos agrícolas). O uso deste grupo de recurso incide principalmente sobre 4 espécies apenas, entre as 6 declaradas para fins de alimentação, em contraste às 54 espécies ou grupos de espécies de peixes declarados. Em geral, os quelônios são consumidos em todas as fases de desenvolvimento, sendo os ovos e filhotes recém-eclodidos altamente vulneráveis à predação. Três espécies de quelônios aquáticos representantes da família Podocnemididae estiveram entre os 22 recursos naturais mais relevantes em número de famílias declarantes (veja TABELA 2.3): cabeçudo (Peltocephalus dumerilianus), irapuca (Podocnemis erythrocephala) e tracajá (Podocnemis unifilis). Apesar de ter sido declarada por cerca de 26% apenas das famílias (ANEXO I), a tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa, Podocnemididae) é incluída aqui no grupo de espécies relevantes, já que essa menor procura parece refletir muito mais a disponibilidade geográfica ou ecológica restrita deste recurso ao longo da bacia do rio Unini. Essas quatro espécies responderam por 98% (5.428/5.528) do total de registros de quelônios aquáticos e 12% (5.428/44.608) Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
81
PARTE 4
de registros de recursos animais declarados pelos moradores para alimentação. Usualmente, os moradores utilizam nomes diferentes para machos e fêmeas desses quelônios e é comum que utilizem os nomes irapuca, tracajá e tartaruga em referência às fêmeas das respectivas espécies, e os nomes zé-prego, em referência aos machos de tracajá e irapuca, e capitari, em referência aos machos da tartaruga-da-amazônia. Essas quatro espécies são amplamente distribuídas na Amazônia e consumidas em todas as suas fases de desenvolvimento. O tracajá e a tartaruga são classificados no Brasil no status de espécies “quase ameaçadas”, enquanto o cabeçudo é classificado no status de espécie “pouco preocupante” e a irapuca é classificada como espécie “deficiente em dados”, ou seja, dados populacionais insuficientes para avaliar risco de extinção (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 2014). Os perfis de exploração dessas espécies são apresentados a seguir, com base na flutuação das declarações ao longo do ciclo anual e nos tipos de ambiente declarados em cada registro de uso. Contagem de ovos versus contagem de ninhos de quelônios aquáticos Quando há recordação de coleta de ovos em ninhos de quelônios aquáticos pelas famílias participantes do SiMUR, são registrados o número total de ninhos predados por local de coleta e o número total de ovos coletados correspondente. Uma vez que a quantidade mensal de ninhos predados é mais simples de ser recordada pelas famílias que a quantidade mensal de ovos coletados, ninhos predados são utilizados como indicador de consu-
mo nas seções a seguir, apesar de ovos constituírem a biomassa consumida. Por outro lado, uma análise dos valores declarados pelas famílias sobre a quantidade extraída de ovos em ninhos das quatro espécies de quelônios aquáticos mais relevantes resultou em médias de número de ovos/ninho em geral compatíveis às registradas na literatura científica (TABELA 4.2). A média de número de ovos/ninho por espécie corresponde ao valor médio das taxas número de ovos/ninho obtidas para cada registro (uma vez que um registro pode representar um ou mais ninhos). Na base de dados do SiMUR, qualquer registro em que a quantidade de ninhos não foi informada é assumido como quantidade de ninhos = 1. Esses casos compuseram 3% dos registros (24/758) durante o período de 2008 a 2016 e foram excluídos das análises que consideram contagem de ovos por ninho. Também devem ser consideradas as baixas frequências de coleta de ovos em ninhos de cabeçudo e tartaruga. As taxas número de ovos/ninho obtidas para cada registro foram distribuídas em classes de intervalos de número de ovos/ ninho para cada espécie (FIGURA 4.10). O cabeçudo foi a espécie com maior variação em número de ovos por ninho, com maiores frequências de registros na faixa de 6 a 20 ovos coletados/ ninho. Para a irapuca foram obtidos com mais frequência registros de até 10 ovos coletados/ninho, principalmente na faixa de 6 a 10 ovos. Para o tracajá, registros de até 25 ovos coletados/ ninho foram mais frequentes, principalmente na faixa de 16 a 25 ovos coletados/ninho. Já a distribuição de registros de tartaruga é afetada pela baixa frequência de coleta de ovos em ninhos da espécie (N=7).
TABELA 4.2. Números médios de ovos coletados por ninho de quatro espécies de quelônios aquáticos, com base nos valores médios das taxas ovos/ninho obtidas para cada registro de coleta do SiMUR no período de 2008 a 2016 (94 meses), em comparação a valores registrados na literatura científica (*Ferrara et al. 2017). Os registros em que a quantidade de ninhos não foi originalmente informada foram excluídos (3% do total de registros, 24/758).
TOTAIS DECLARADOS
NÚMERO OVOS/NINHO (SIMUR)
NÚMERO OVOS/NINHO (LITERATURA*)
QUELÔNIO Nº FAMÍLIAS
Nº NINHOS
Nº OVOS
Nº REGISTROS
MÉDIA + DP
MÍN.-MÁX.
MÉDIA
MÍN.-MÁX.
Cabeçudo
37
464
5.548
44
14,0 + 12,1
1-80
14
3-25
Irapuca
141
4.234
31.955
413
8,0 + 3,7
1-38
10
2-18
Tracajá
116
2.076
30.896
270
17,8 + 7,8
1-45
23
15-30
6
23
1.254
7
79,2 + 53,9
2-135
100
70-120
171
6.797
69.653
734
-
-
-
-
Tartaruga Totais
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
82
PARTE 4
FIGURA 4.10. Distribuição de registros (declarações) em classes de número de ovos coletados por ninho para quatro espécies de quelônios aquáticos) no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses), com base em taxas ovos/ninho obtidas para cada registro de coleta. Os registros em que a quantidade de ninhos não foi informada foram excluídos (3% do total de registros, 24/758).
20 0
18,2
11,4
1a5 (5)
5
22,7 6,8
6 a 10 (15)
11 a 15 (8)
16 a 20 (8)
21 a 25 (2)
>25 (2)
60 40 20
4,5
0
66,1 8,0
0
5 20,8
10,7
1a5 (55)
6 a 10 (124)
Ovos/ninho (N famílias declarantes)
Tartaruga - No. de ovos/ninho
% de registros de coleta de ovos tartaruga (N=7) Média ovos/ninho
28,6 14,3
20 0
14,3 0,0
<71 (2)
14,3 0,0
71 a 80 81 a 90 91 a 100 101 a (1) (0) (1) 110 (0)
111 a 120 (2)
75
80
>120 (1)
25
%
100
50
28,6
Tracajá - No. de ovos/ninho
100 No. de ovos
%
79,2
60 40
0,7
16 a 20 (7)
>20 (3)
0
Ovos/ninho (N famílias declarantes)
100 80
11 a 15 (33)
1,7
No. de ovos
36,4
10
80 %
%
10
60
% de registros de coleta de ovos irapuca (N=413) Média ovos/ninho
100
15
14,0
80
No. de ovos
100
40
Irapuca - No. de ovos/ninho
% de registros de coleta de ovos cabeçudo (N=44) Média ovos/ninho
20
17,8
15
60 40 20 0
0
10
31,1 6,7
1a5 (17)
15,2
6 a 10 (34)
14,1
19,6
10,0
11 a 15 16 a 20 21 a 25 26 a 30 (31) (61) (35) (23)
3,3
>30 (6)
5 0
Ovos/ninho (N famílias declarantes)
Ovos/ninho (N famílias declarantes)
Intensidade de uso ao longo do ciclo anual A quantidade de famílias declarantes (procura) e de indivíduos capturados (rendimento) das quatro espécies em questão apresentaram incremento a partir do mês de agosto, período que coincide com o início da vazante, principalmente para as três espécies congêneres (irapuca, tracajá e tartaruga) e diminuição nos meses especialmente de abril a julho, período que coincide com o final da enchente e pico da cheia do rio (FIGURAS 4.11 e 4.12). Somente para o cabeçudo, o rendimento em indivíduos capturados tende a manter-se relativamente estável ao longo de todo ciclo anual (FIGURA 4.12). O cabeçudo é a espécie mais capturada nessa fase, e menos capturada na fase de ovo, salvo a questão da tartaruga, cujos ovos são bastante apreciados, porém apresenta níveis diferenciados de disponibilidade pelas comunidades (FIGURA 4.11). Já a quantidade de famílias declarantes (procura) e de ninhos explorados para coleta de ovos (rendimento) das quatro espécies ficaram fortemente concentradas nos meses de agosto a outubro, período que coincide com a vazante, atingindo picos de rendimento no mês de setembro para cabeçudos e irapucas e no mês de outubro para tracajás e tartarugas (FIGURA 4.12). Essas tendências são melhor descritas
% de registros de coleta de ovos tracajá (N=270) Média ovos/ninho
No. de ovos
Cabeçudo - No. de ovos/ninho
na seção a seguir, onde as flutuações ao longo do ciclo anual são avaliadas nos ambientes onde os recursos foram coletados. Devem ser consideradas as baixas frequências de coleta de ovos em ninhos de cabeçudo e tartaruga. Intensidade de uso de ambientes Os lagos constituíram o tipo de ambiente mais intensamente utilizado pelas famílias para a captura de indivíduos das quatro espécies em questão (FIGURA 4.13). O cabeçudo foi capturado com maior frequência em uma maior amplitude de ambientes, como igapó, igarapé, rio, furo e paraná, em comparação à irapuca, ao tracajá e à tartaruga (FIGURA 4.13). No ambiente de lagos ocorreram os maiores rendimentos em indivíduos capturados por família, respondendo por mais de 70% do total de indivíduos declarados de tracajá e tartaruga, respectivamente, e mais de 60% do total de indivíduos de irapuca (FIGURA 4.13). Para indivíduos de cabeçudo, lagos e igapós registraram os maiores rendimentos, dividindo uma proporção de mais de 60% do total de indivíduos declarados da espécie (FIGURA 4.13). Estes dados representam 94% do total de registros obtidos para as cinco espécies (5.126/5.428).
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
83
PARTE 4
FIGURA 4.11. Flutuações na captura de indivíduos e coleta de ovos em ninhos de quatro espécies de quelônios aquáticos mais relevantes no extrativismo animal ao longo do ciclo anual, com base nas quantidades mensais de famílias declarantes, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Total de registros = 5.428. % de famílias que declararam cabeçudo (indivíduos) % de famílias que declararam cabeçudo (ovos)
60 50 40 30 20 10 0
55,4 43,1
42,1
44,7
40,0
56,8
51,9
54,2
43,2
42,9 32,2
33,5
10,4 0,5
5,7
0,4
1,4
60 50 40 30 20 10 0
40,3 31,2 21,8
16,3
12,6
% de famílias que declararam irapuca (indivíduos) % de famílias que declararam irapuca (ovos) 57,6 44,0
34,0
28,4
48,1
54,1 39,7
44,0
43,8
29,1 19,5 3,4
6,3 0,5
2,9
35,8 24,1
19,2 5,9
2,9
5,4
2,4
27,1
4,2
3,8
13,2 4,6
1,4
% de famílias que declararam tartaruga (indivíduos) % de famílias que declararam tartaruga (ovos)
Tartaruga x Ciclo anual
%
%
60 50 40 30 20 10 0
45,0
NNºfamílias quedeclararam declararamrecurso recursoanimal animal de famílias
N famílias quedeclararam declararam recurso animal Nº de famílias recurso animal Irapuca x Ciclo anual
% de famílias que declararam tracajá (indivíduos) % de famílias que declararam tracajá (ovos)
Tracajá x Ciclo anual
%
%
Cabeçudo x Ciclo anual
1,0
60 50 40 30 20 10 0
4,6
8,4
2,9
2,0
1,0
2,3
0,5
7,7 0,9
11,4 8,7 1,3 1,3
6,0
8,4
N famílias quedeclararam declararamrecurso recurso animal Nº de famílias animal
N quedeclararam declararamrecurso recurso animal Nºfamílias de famílias animal
FIGURA 4.12. Flutuações na captura de indivíduos e coleta de ovos em ninhos de quatro espécies de quelônios aquáticos mais relevantes no extrativismo animal ao longo do ciclo anual, com base nas quantidades mensais de indivíduos capturados e ninhos predados (distribuição e taxas de captura e coleta/família), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Total de registros = 5.428.
6,9
8,2
8,8 7,3
6,6
4,4
10
100
8
80
6 7,2
6,2
9,0
6,6
6,7
10,9
11,2
11,7
8,9
10,6
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (85) (80) (92) (82) (88) (67) (74) (101) (128) (130) (112) (110)
4
14,2
60
7,3
40
2
20
0
0
3,0 0,0
0,0
0,0
0,0
20 10 0
9,0
9,1
15,9
6,3 6,5
5,7
5,9
2,2 0,5
0,1
3,3 0,5
4,8
20,0
11,6 15,5
13,5
0,0
13,9
13,4
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (67) (54) (60) (7) (6) (13) (43) (103) (133) (124) (95) (89)
22,6
80
14,0
10
%
13,9
0
59,1
60
9,5
40 20
2,2
Nº famílias declarantes N de famílias declarantes
0,6
100
20
9,8
5,4
0
% de ninhos explorados irapuca (N=4.246) Ninhos explorados/família
Irapuca x Ciclo anual
Indivíduos
%
40 30
0,0
5
20,4
N de famílias declarantes Nº famílias declarantes
% de indivíduos coletados irapuca (N=9.273) Indivíduos coletados/família
14,3
0,0
1,0 0,2
10
8,3
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (0) (0) (0) (0) (0) (0) (1) (1) (24) (13) (3) (0)
famílias declarantes NºN de famílias declarantes
Irapuca x Ciclo anual
15
73,3
0
5,0 0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,1
4,7 0,3
7,0
25 20
14,6 11,0 31,2
7,4
1,7
10 0,5
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (0) (0) (0) (0) (0) (1) (3) (31) (111) (91) (10) (2) N famílias declarantes Nº de famílias declarantes
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
15 5 0
Ninhos
0
8,0
5,0
20 10
9,9
8,3
%
%
30
7,1
7,1
9,1
Indivíduos
9,4
40
% de ninhos explorados cabeçudo (N=465) Ninhos explorados/família
Cabeçudo x Ciclo anual
Ninhos
% de indivíduos coletados cabeçudo (N=9.145) Indivíduos coletados/família
Cabeçudo x Ciclo anual
84
PARTE 4
0
9,2
3,7
5,8
5,3
1,7 1,0
4,9 22,6
6
4,7
17,8
17,5
2,4
1,6
0,9
4,3
3,7
10,9
7,4 1,3
0,4
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (43) (31) (26) (12) (6) (5) (12) (45) (93) (103) (52) (55)
4
80 7,4
60 40
2
20
0
0
% de indivíduos coletados tartaruga (N=538) Indivíduos coletados/família
0,0
0,0
0,0
0,0
30
3,5
20 10 0
5,0
4,5
4,4
2,3
13,0 7,6
5,0
16,7
2,0 1,0
1,7
0,7
0,2
13,0
1,6
0,0
0,0
3,2
0,0
2,9
0,0
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (0) (0) (0) (0) (0) (0) (0) (9) (72) (82) (9) (0)
3,2
2,8
15,4
18,4
6
100
5
80
4 3 2
6,7 1,5
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (9) (16) (6) (4) (2) (1) (5) (18) (20) (26) (13) (17)
% de ninhos explorados tartaruga (N=24) Ninhos explorados/família
Tartaruga x Ciclo anual
%
5,8 4,6
10
6,8
N famílias declarantes Nº de famílias declarantes
Indivíduos
%
40
51,2
42,7
5
N famílias declarantes Nº de famílias declarantes Tartaruga x Ciclo anual
15
13,0
12,4
4,7
2,0
40
1 0
0
4
58,3
60 20
5
16,7 0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
3
2,0
2
25,0
0,0
0,0
Ninhos
3,9
20 10
5,0
4,8
100
8
%
30
7,1
Indivíduos
%
40
% de ninhos explorados tracajá (N=2.086) Ninhos explorados/família
Tracajá x Ciclo anual
Ninhos
% de indivíduos coletados tracajá (N=2.249) Indivíduos coletados/família
Tracajá x Ciclo anual
1
0,0
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (0) (0) (0) (0) (0) (0) (0) (2) (3) (3) (0) (0) N de famílias declarantes Nº famílias declarantes
famílias declarantes NºN de famílias declarantes
FIGURA 4.13. Importância relativa de tipos de ambientes na captura de indivíduos de quatro espécies de quelônios aquáticos mais relevantes no extrativismo animal, com base na quantidade de famílias declarantes e indivíduos capturados (distribuição e taxas de indivíduos/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Total de registros = 4.389.
100
%
47,1
44,2
35,1
40
13,9
8,7
3,4
0
20 0
%
% 28,2
23,3
19,8
8,0 29,9 9,1
100
34,5
80
68,6
14,4 3,0
2,0
7,6
3,3
60
1,0
20 0
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
10
5,7
3,7
3,1
0,8
0,3
5 0,2
0
% de indivíduos capturados irapuca (N=8.747) Indivíduos capturados/família 40 30
17,6
40 14,4
13,8
Irapuca x Ambiente
86,1
31,2
15 9,9
9,1
0
80 60
35,1
20
1,4
% de famílias que declararam indivíduos de irapuca (202)
Irapuca x Ambiente
40
20 13,0
60 40
20
100
18,0
80
69,2
60
18,5
Indivíduos
80
78,8
%
100
% de indivíduos capturados cabeçudo (N=8.660) Indivíduos capturados/família
Cabeçudo x Ambiente
20
10,7 12,6
7,0
5,7 3,0
9,1
9,7
4,2
3,2
2,8 0,9
4,8 0,3
1,3 0,1
4,0 0,1
10 0
Indivíduos
% de famílias que declararam indivíduos de cabeçudo (208)
Cabeçudo x Ambiente
85
PARTE 4
76,4
80
60
%
%
100
40
30,9
23,0
18,2
20
15,8
14,5
6,7
2,4
0
1,8
1,2
40 20 0
40
3,9
20
9,7
40,0
6,7
5,0
3,3
3,3
2,1
4,9
3,1
3,0 3,9
3,3 3,9
0,4
1,7
2,0
0,2
0,2
4 0
% de indivíduos capturados tartaruga (N=498) Indivíduos capturados/família
8,7
10 8
60
0
A coleta de ovos de cabeçudo aparentemente é ocasional, com uma maior tendência a ocorrer em ambiente de lagos (FIGURA 4.14). A coleta de ovos de irapuca ocorreu principalmente em ambiente de queimadas (áreas de mata de igapó que outrora sofreram incêndios), seguidas de praias e lagos, enquanto que as de tracajá e tartaruga foram fortemente associadas ao ambiente de praia (FIGURA 4.14). Nesses ambientes também ocorreram os maiores rendimentos em ninhos predados por família, respectivamente (FIGURA 4.14). A tartaruga foi a espécie com menor amplitude de ambientes declarados para a coleta de ovos, restrita aos ambientes de praias e lagos (FIGURA 4.14). Devem ser consideradas as baixas frequências de coleta de ovos em ninhos de cabeçudo e tartaruga. A utilização de ambientes de lagos para a captura de indivíduos de cabeçudo, irapuca, tracajá e tartaruga, associada ao aumento do rendimento de indivíduos capturados/família, ocorre principalmente a partir do mês de agosto, período que coincide com o início da vazante do rio, diminuindo drasticamente nos meses que coincidem com o período da cheia (FIGURA 4.15). No período da cheia, no caso do cabeçudo, as matas de igapó continuam sendo utilizadas para a captura de seus indivíduos (FIGURA 4.15), mantendo-se assim a relativa estabilidade na procura e nas taxas de captura dessa espécie ao longo do ano (veja Intensidade de uso ao longo do ciclo anual). Já a utilização de ambientes de praias, queimadas e lagos para a coleta de ovos
1,6
2,3
73,1
20
1,7
3,0
80 40 6,7
2,6
100 70,0
%
%
60
8
60
Tartaruga x Ambiente
100 80
12
72,1
0
% de famílias que declararam indivíduos de tartaruga (60)
Tartaruga x Ambiente
11,7
4,4 21,3
Indivíduos
100 80
% de indivíduos capturados tracajá (N=2.048) Indivíduos capturados/família
Tracajá x Ambiente
6
3,7 1,0 0,8
1,8 1,4
2,2
4 1,0 0,4
1,5 0,6
1,0 0,2
Indivíduos
% de famílias que declararam indivíduos de tracajá (165)
Tracajá x Ambiente
2 0
em ninhos de irapuca, e de praias, no caso de tracajá e tartaruga, esteve praticamente restrita a partir do mês de agosto até novembro, período que coincide com o início da vazante do rio e início da seca (FIGURA 4.16).
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
86
PARTE 4
FIGURA 4.14. Importância relativa de tipos de ambientes na coleta de ovos em ninhos de quatro espécies de quelônios aquáticos mais relevantes no extrativismo animal, com base na quantidade de famílias declarantes e ninhos predados (distribuição e taxas de ninhos/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Total de registros = 737.
%
45,9
60
40
40
16,2
20
10,8
10,8
5,4
5,4
5,4
0
% de famílias que declararam ninhos de irapuca (140)
80
80
62,1
%
%
100
45,0
40
5,7
4,3
4,3
3,6
% de famílias que declararam ninhos de tracajá (113)
80 %
%
100
23,0
15,9
20
5,3
5,3
4,4
3,5
20
0,9
% de famílias que declararam ninhos de tartaruga (7)
29,7 17,8
15 10
2,2
0,7
% 28,6
20
60 40
Lago
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
0
0,4
0,3
5 0
20
76,3
15
10,2
9,2
10
7,8
6,5 3,5
11,7
5,7
3,0
1,0
2,3 1,9
0,4
1,0 0,05
5 0
% de ninhos predados tartaruga (N=24) Ninhos predados/família 6,0
50,0 2,4
50,0
6 4 2
20 Praia
2,8
17,7
80
60
3,4
% de ninhos predados tracajá (N=2.059) Ninhos predados/família
100 71,4
20
5,2
4,6 0,9
Tartaruga x Ambiente
100
40
25
47,9
0
Tartaruga x Ambiente
0
15,0
40
0
%
60
10 7,5
18,9
Tracajá x Ambiente
78,8
60
0
19,5
0
Tracajá x Ambiente
80
60
2,5 1,2
4,7
% de ninhos predados irapuca (N=4.146) Ninhos predados/família
20
3,6
0
40
2,5 1,2
9,7
22,9
40
27,9
20
80
2,7 4,0
9,5
24,7
Irapuca x Ambiente
100
100
9,8
0
Irapuca x Ambiente
60
20
46,9 11,1
20
2,7
30 Ninhos
80
Ninhos
80
30,0
24,8
Ninhos
100 %
100 60
% de ninhos predados cabeçudo (N=401) Ninhos predados/família
Cabeçudo x Ambiente
Praia
Lago
0
Ninhos
% de famílias que declararam ninhos de cabeçudo (37)
Cabeçudo x Ambiente
87
PARTE 4
FIGURA 4.15. Flutuações no uso dos ambientes mais relevantes na captura de indivíduos de quatro espécies de quelônios aquáticos ao longo do ciclo anual, com base na quantidade de famílias declarantes e indivíduos capturados (taxas de indivíduos/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). A proporção de famílias declarantes nos ambientes mais relevantes foi zerada nos meses em que o número de famílias foi <5.
% de famílias/ambiente
100 80 60
58,2
Mata igapó Rio 67,2
64,2 50,0
64,2
51,0
47,3
40
65,1
23,5
24,4
20
29,7 16,1
0
12 10 8 6
5,2 3,8
4
5,0
4,3
80
78,7 60,8
Lago
72,7
60
46,2
42,9
53,7
61,0
72,4
Queimada 77,1
81,8
85,9
40 20
0,0
0
0
80 60
75,0
60,0
71,1 58,6
40
27,3
67,3
Rio
77,1
74,1
33,3
20
0,0
0
15 10
12,4
10,0
10,0
50,0
75,0
40 20 0
82,4
72,7
60,0 40,0
0,0
0,0
13,2
14,1
10,7
8,0
5 0
Queimada (1.106) 12,2
2,2
Jan Fev Mar Abr (61) (51) (55) (7)
3,7
Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (5) (13) (41) (100) (127) (118) (88) (85)
Lago (1.476) Praia (100)
Taxa mensal de indivíduos de tracajá/família por ambiente
47,6
0,0
N famílias que declararam indivíduos de tartaruga
Rio
Rio (199)
10
8,0
8 6 4
6,3 3,9
3,8 2,5
1,7
2 0
5,5
3,8
Jan Fev Mar Abr Mai (40) (30) (25) (11) (6)
4,3
4,6
5,2
2,4
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (4) (12) (45) (87) (98) (48) (54)
68,8
Taxa mensal de indivíduos de tartaruga/família por ambiente Indivíduos/família por ambiente
% de famílias/ambiente
60
Lago
80,0
6,5 4,9
N famílias declarantes
% mensal de famílias que declararam indivíduos de tartaruga por ambiente 80
Lago (5.998)
12,0
N famílias que declararam indivíduos de tracajá
100
5,3
N famílias declarantes
Lago Praia
76,0 57,5
5,4
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (79) (74) (91) (81) (86) (62) (74) (100) (123) (125) (106) (106)
Taxa mensal de indivíduos de irapuca/família por ambiente
Indivíduos/família por ambiente
% de famílias/ambiente
100
5,8 4,3
2
N famílias que declararam indivíduos de irapuca
% mensal de famílias que declararam indivíduos de tracajá por ambiente
5,1
N famílias declarantes
Indivíduos/família por ambiente
% de famílias/ambiente
100
Mata igapó (2.587) Rio (1.194)
8,5
N famílias que declararam indivíduos de cabeçudo
% mensal de famílias que declararam indivíduos de irapuca por ambiente
Lago (3.037) Igarapé (787) Furo/Paraná (662)
Taxa mensal de indivíduos de cabeçudo/família por ambiente Indivíduos/família por ambiente
Lago Igarapé Furo/Paraná
% mensal de famílias que declararam indivíduos de cabeçudo por ambiente
8 6
6,5
Rio (106)
6,8
6,3
5,3
4,9
4
3,9
3,0 2,0
2 0
Lago (364)
3,6
3,4
2,0 1,0
Jan Fev Mar (8) (15) (5)
Abr (4)
Mai (1)
Jun (1)
Jul (5)
Ago Set Out Nov Dez (16) (17) (21) (11) (16)
N famílias declarantes
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
88
PARTE 4
FIGURA 4.16. Flutuações no uso dos ambientes mais relevantes na coleta de ovos em ninhos de quatro espécies de quelônios aquáticos ao longo do ciclo anual, com base na quantidade de famílias declarantes e ninhos predados (taxas de ninhos/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). A proporção de famílias declarantes nos ambientes mais relevantes foi zerada nos meses em que o número de famílias foi <5, exceto para tartaruga.
Lago
% de famílias/ambiente
100 80
53,8
60
40,9
40 20 0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
Taxa mensal de ninhos de cabeçudo/família por ambiente
Queimada
0,0
0,0
0,0
Ninhos/família por ambiente
% mensal de famílias que declararam ninhos de cabeçudo por ambiente
16,0 13,0
15 10
7,4 3,0
5 0
Jan (0)
Fev Mar (0) (0)
Abr (0)
Praia
40 20 0
52,8
38,7
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
30,0
0,0
0,0
Ninhos/família por ambiente
% de famílias/ambiente
55,7
78,5 55,6
60 40 20 0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
Ninhos/família por ambiente
% de famílias/ambiente
80,0
22,1
13,3
15 10 5 0
1,5
Jan (0)
Fev Mar (0) (0)
Abr (0)
Praia
66,7 50,0
60 40 20 0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
Jul (3)
Ago Set Out Nov Dez (31) (106) (89) (10) (2)
Praia (1.571) 11,7
10
Queimada (240) 13,0 8,8
8,3
5 0
Jan (0)
Fev Mar (0) (0)
Abr (0)
Mai (0)
Jun (0)
Jul (0)
Ago Set Out Nov Dez (8) (70) (79) (9) (0)
Taxa mensal de ninhos de tartaruga/família por ambiente
Lago
0,0
0,0
Ninhos/família por ambiente
% de famílias/ambiente
80
Jun (1)
N famílias declarantes
100,0
100
Mai (0)
5,7
3,5
15
N famílias que declararam ninhos de tracajá
% mensal de famílias que declararam ninhos de tartaruga por ambiente
Praia (1.230)
20
Taxa mensal de ninhos de tracajá/família por ambiente
Queimada
100,0
80
Ago Set Out Nov Dez (1) (22) (13) (3) (0)
N famílias declarantes
Praia
100
Jul (1)
25
N famílias que declararam ninhos de irapuca
% mensal de famílias que declararam ninhos de tracajá por ambiente
Jun (0)
Queimada (1.988) Lago (739)
Taxa mensal de ninhos de irapuca/família por ambiente
100 60
Mai (0)
N famílias declarantes
Queimada Lago
80
Queimada (16)
20
N famílias que declararam ninhos de cabeçudo
% mensal de famílias que declararam ninhos de irapuca por ambiente
Lago (188)
N famílias que declararam ninhos de tartaruga
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
Praia (12)
Lago (12)
10 8 6 4 2 0
Jan (0)
Fev Mar (0) (0)
Abr (0)
Mai (0)
Jun (0)
Jul (0)
2,0
2,0
Ago (2)
Set (3)
N famílias declarantes
2,0
Out Nov Dez (3) (0) (0)
89
PARTE 4
Flutuações anuais As proporções anuais de famílias declarantes e as taxas anuais de captura de indivíduos e coleta de ovos em ninhos do período de 2009 a 2016 das espécies de quelônios aquáticos em questão mantiveram-se sem tendências claras de incremento ou diminuição (FIGURA 4.17). Houve uma leve tendência à diminuição na proporção de famílias declarando coleta de ovos de tracajá, mas não no rendimento ninhos predados/família, considerando o período total (FIGURA 4.17). Devem ser consideradas as baixas frequências de coleta de ovos em ninhos de cabeçudo e tartaruga. Como citado anteriormente, os anos de 2009 a 2011 foram marcados por baixa precipitação local (especialmente os anos de 2009 e 2011) e baixas cotas do rio Unini (especialmente o ano de 2010), certamente exercendo níveis variados de influência no acesso e na disponibilidade dos recursos naturais. O uso dos ambientes na captura de indivíduos e coleta de ovos em ninhos das espécies em questão foi comparado, utilizando-se dois agrupamentos artificiais de tempo, isto é, de 2009 a 2011 e de 2012 a 2015. Para esses dois períodos foram
calculados parâmetros de exploração (proporção de famílias declarantes, distribuição de indivíduos capturados e ninhos predados e taxas de indivíduos capturados e ninhos predados/ família) com base nos ambientes declarados para cada espécie. A FIGURA 4.18 apresenta os ambientes declarados por pelo menos 10% das famílias declarantes de cada recurso para os períodos de 2009 a 2011 e 2012 a 2015. Devem ser consideradas as baixas frequências de coleta de ovos em ninhos de cabeçudo e tartaruga. Na comparação entre os períodos de 2009-2011 e 20122015, foi observada uma tendência ao aumento da importância relativa do ambiente lago em pelo menos um dos parâmetros de captura de indivíduos das quatro espécies em questão (FIGURA 4.18). Os lagos se formam e são explorados essencialmente nas estações de vazante e seca (veja FIGURA 4.15). Essa tendência também foi observada em relação à coleta de ovos em ninhos de irapuca, tracajá e tartaruga (FIGURA 4.19). Essas tendências observadas podem estar relacionadas às flutuações climáticas em médio prazo, demandando dados e análises temporais mais expandidas.
FIGURA 4.17. Flutuação temporal na coleta e captura de quatro espécies de quelônios aquáticos mais relevantes no extrativismo animal, com base na quantidade anual de famílias declarantes e indivíduos capturados e ninhos predados/família, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). O ano de 2008 não foi incluído devido à amostragem sazonal parcial.
60,9
67,4 9,3
40
57,9
60,5
54,0
63,6
10
7,5
5
20 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)
18,0
40
11,6 71,5
30
0
10 3,4
% de famílias que declararam indivíduo de irapuca (R²=-0,002) Indivíduos/família (R²=0,001) 20
60 40
13,8 47,7
15,6 57,4
15,4
14,0 56,0
12,6
11,5 46,3
47,5
51,6
55,8
40
15,5
15 49,6
8,0
10
30 20
20
5
10
0
0
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137) N famílias entrevistadas
3,1
1,9
1,9
5 0,0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)
Irapuca - flutuação temporal
%
%
80
1,2
0,0
4,7
0
N famílias entrevistadas
Indivíduos
100
3,3
7,1
N famílias entrevistadas
Irapuca - flutuação temporal
15
10,5
20 10
0
14,0 11,7
33,1 28,2 13,9
13,3 17,8
% de famílias que declararam ninho de irapuca (R²=-0,259) Ninhos/família (R²=0,021) 22,3 25 16,0
12,1
16,5
24,1 10,4
20
15,6 16,1
19,5
17,5 9,7
15 10 5
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137) N famílias entrevistadas
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
0
Ninhos
%
60
10,3 61,5
11,9
%
80
11,9
Indivíduos
100
% de famílias que declararam ninho de cabeçudo (R²=-0,290) Ninhos/família (R²=-0,524) 20
Cabeçudo - flutuação temporal
Ninhos
% de famílias que declararam indivíduo de cabeçudo (R²=0,061) Indivíduos/família (R²=0,226) 14,1 15 12,2
Cabeçudo - flutuação temporal
90
PARTE 4
4,7
4,5
3,7 36,2
5,6
37,9
3,1 31,5
37,2
30,3
31,8
26,1
35,0
20 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)
6 4
40 30 20
2
10
0
0
6,4
6,3
5,0 20,7
17,7
15,4
3,7
4,9
60
3,1
40 20 0
11,5
10,7
4,6
4,4
4,1
3,4
6 4
2,9 9,1
5,1
8,7
8,0
3,1
13,0
14,6
13,0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)
6 4
0
8,4
11,7
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)
% de famílias que declararam ninho de tartaruga (R²=<-0,001) Ninhos/família (R²=0,446) 5,5 6
Tartaruga - flutuação temporal 40 30 %
5,9
Indivíduos
%
80
17,3
N famílias entrevistadas
% de famílias que declararam indivíduo de tartaruga (R²=<-0,001) Indivíduos/família (R²=0,199) 8
100
17,1
4,5
2
N famílias entrevistadas
Tartaruga - flutuação temporal
5,6
4,7
Ninhos
5,0
60 40
6,3
20
2
10
0
0
4
3,0
3,0 2,0
2
1,0 1,2
0,6
Ninhos
%
80
6,4
% de famílias que declararam ninho de tracajá (R²=-0,583) Ninhos/família (R²=<-0,001) 8
Tracajá - flutuação temporal
%
100
Indivíduos
% de famílias que declararam indivíduo de tracajá (R²=-0,168) Indivíduos/família (R²=<-0,001) 8
Tracajá - flutuação temporal
0,6
0,6
1,2
0,0
0,0
0,0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)
0
N famílias entrevistadas
N famílias entrevistadas
FIGURA 4.18. Importância relativa de tipos de ambientes na captura de indivíduos de quatro espécies de quelônios aquáticos em dois agrupamentos artificiais de tempo (2009 a 2011 e 2012 a 2015), com base na quantidade de indivíduos capturados (distribuição e taxas de indivíduos/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). São considerados os ambientes declarados por >10% de famílias declarantes de cada recurso. Ambientes em ordem decrescente de famílias declarantes.
31,8
7,9 28,5
4,4
20 0
Lago (118)
Mata igapó Igarapé (84) (64)
%
80 60
0
Rio (57)
Barranco (18)
5 0
0
10,5 7,3 14,0
Lago Queimada (121) (42)
10,6
Rio (39)
5,1
10
7,5
6,7
2,4
3,6
3,1
Furo/ Mata Igarapé Paraná igapó (21) (16) (27)
1,0
Praia (16)
5
15
12,0 9,8 39,9
7,3
29,0
9,3
Lago (106)
Mata igapó Igarapé (98) (52)
100 80
0
N famílias declarantes (146)
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
12,3
2,7
Barranco (16)
15 9,1
40
5,0 14,0
20
3,3
Lago (128)
0
20 14,7
60
0
5
6,0
Rio (51)
10
% indivíduos capturados irapuca (N=3.562) Indivíduos capturados/família
20,7 74,3
6,8
5,5
Furo/ Paraná N famílias declarantes (149) (44)
Irapuca 2012-2015
15
12,9
15,3
20
20
40 20
4,8
60 40
% indivíduos capturados irapuca (N=3.876) Indivíduos capturados/família
19,9
62,0
10,5
Furo/ Paraná N famílias declarantes (157) (41)
Irapuca 2009-2011 100
13,8
8,7
10
%
40
8,7
8,3
%
8,8
80 Indivíduos
11,1
60
100
15
Indivíduos
%
80
Indivíduos
100
% indivíduos capturados cabeçudo (N=4.058) Indivíduos capturados/família 20
Cabeçudo 2012-2015
Queimada (34) Mata igapó (23) N famílias declarantes (146)
4,1
Igarapé (16)
10 5 0
Indivíduos
% indivíduos capturados cabeçudo (N=3.268) Indivíduos capturados/família 20
Cabeçudo 2009-2011
91
PARTE 4
8
80
6
60
3,1
40 20 0
100
Lago (84)
2,5
2,5
2,4
8,1
4,7
4,4
4,0
Rio (22)
Praia (16)
Furo/ Paraná (15)
Igarapé (14)
4 2 0
8,1
8 75,7
6
60 2,3
20
6,3
7,1
Praia (16)
Rio (22)
0
Lago (84)
N famílias declarantes (112)
60
63,4
3,7 22,6
20 0
Lago (18)
80
6
5,8
40
100
Rio (10)
4 2
%
%
80
Tartaruga 2012-2015
Indivíduos
100
2,0
2
3,0
Mata igapó (13)
0
N famílias declarantes (104)
% indivíduos capturados tartaruga (N=164) Indivíduos capturados/família 8
Tartaruga 2009-2011
4
2,8
40
N famílias declarantes (32)
7,3
6
60
3,3
4
14,7
2
40 20 0
0
84,9
% indivíduos capturados tartaruga (N=225) Indivíduos capturados/família 8
Lago (26)
Rio (10)
Indivíduos
80
75,1
%
7,6
Indivíduos
%
100
% indivíduos capturados tracajá (N=856) Indivíduos capturados/família
Tracajá 2012-2015
Indivíduos
% indivíduos capturados tracajá (N=849) Indivíduos capturados/família
Tracajá 2009-2011
0
N famílias declarantes (30)
Razão sexual No SiMUR, as declarações de indivíduos abatidos no contexto da captura de quelônios aquáticos são associadas sempre que possível a classes sexo-etárias (machos, fêmeas, infantes e fêmeas ovadas). Neste documento, esses dados são apresentados em classes de machos, fêmeas, fêmeas ovadas e infantes (filhotes), para as quatro espécies de quelônios aquáticos mais relevantes captados pelo SiMUR em número de famílias declarantes. Esses dados representam 96% do total de indivíduos declarados (20.426/21.205). No total, os indivíduos das espécies em questão foram capturados nas seguintes razões macho-fêmea: 1,6:1 (cabeçudo), 0,7:1 (irapuca), 0,7:1 (tracajá), 0,3:1 (tartaruga) (FIGURA 4.20). A irapuca esteve sujeita à proporção mais alta de fêmeas prenhes, que constituíram 19% do total de fêmeas captura-
das, seguida de cabeçudo e tracajá, ambos com 6% (FIGURA 4. 20). Já a tartaruga esteve sujeita à proporção mais baixa de machos e mais alta de filhotes, os quais constituíram 31% do total de indivíduos capturados (FIGURA 4. 20). A FIGURA 4.21 apresenta ainda as flutuações das proporções de machos, fêmeas e filhotes entre os indivíduos abatidos das cinco espécies entre 2008 e 2016. Não foram encontradas tendências temporais claras nas capturas de machos, fêmeas ou filhotes para as quatro espécies (FIGURA 4.21). Se agregados a dados sobre densidade populacional e produtividade reprodutiva das espécies, os dados sobre a razão sexual de indivíduos abatidos podem ser úteis, contribuindo para avaliar pressão de caça e, se necessário, planejar ações de manejo e conservação dessas populações, especialmente para aquelas mais vulneráveis como a tartaruga-da-amazônia, o tracajá e a irapuca.
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
92
PARTE 4
FIGURA 4.19. Importância relativa de tipos de ambientes na coleta de ovos em ninhos de quatro espécies de quelônios aquáticos em dois agrupamentos artificiais de tempo (2009 a 2011 e 2012 a 2015), com base na quantidade de ninhos predados (distribuição e taxas de indivíduos/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). São considerados os ambientes declarados por >10% de famílias declarantes de cada recurso. Ambientes em ordem decrescente de famílias declarantes.
20 0
Lago (9)
60
3
47,1
1,8
40 20 0
Lago (5)
% ninhos predados irapuca (N=1.740) Ninhos predados/família
80
25
80
15,3
20
60
34,4
15
40
8,2
20 0
10,3
Queimada (49)
Praia (39)
Lago (22)
10
%
100
Ninhos
%
30
60
% ninhos predados irapuca (N=1.869) Ninhos predados/família
40
5
20
0
0
30,9 20,6
9,7
60 40 13,6
20 0
Praia (55)
Queimada (14)
100 80
10 5
%
%
80
100
100,0
Queimada (38)
0
0
77,6
10
7,7
60
0
0
5,0 9,7
Praia (41)
Queimada (10)
3,5
5,1
2,7
Lago (8)
Ilha (6)
5 0
N famílias declarantes (55)
% ninhos predados tartaruga (N=14) Ninhos predados/família 10,0 10
Tartaruga 2012-2015 100
2,0
%
5
Ninhos
%
Lago (16)
80
0
N famílias declarantes (4)
71,4
60 40 20
Praia (4)
10
% ninhos predados tracajá (N=790) Ninhos predados/família 15
15,0
20
% ninhos predados tartaruga (N=8) Ninhos predados/família 10
60
20
Praia (29)
40
80
40
26,5
5
N famílias declarantes (68)
Tartaruga 2009-2011
15
29,9
Tracajá 2012-2015
Ninhos
77,0
20
41,8
N famílias declarantes (75)
% ninhos predados tracajá (N=1.000) Ninhos predados/família 15
14,0
100
30 25
19,3
N famílias declarantes (87)
Tracajá 2009-2011
0
Queimada (4)
Irapuca 2012-2015
100 17,4 49,0
1
N famílias declarantes (11)
N famílias declarantes (18)
Irapuca 2009-2011
2
13,7
Ninhos
13,2
4
80
Ninhos
40
41,6
100
Ninhos
60
4,8
0
5 28,6 2,0
Praia (2)
Lago (1) N famílias declarantes (3)
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
0
Ninhos
%
80
% ninhos predados cabeçudo (N=51) Ninhos predados/família 5
Cabeçudo 2012-2015
%
100
% ninhos predados cabeçudo (N=286) Ninhos predados/família 31,7 35 30 25 20 33,2 15 10 5 1,7 2,5 0 Rio (3) Praia (2)
Ninhos
Cabeçudo 2009-2011
93
PARTE 4
FIGURA 4.20. Razão sexual de indivíduos capturados de quatro espécies de quelônios aquáticos mais relevantes no extrativismo animal (total), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses).
FIGURA 4.21. Razão sexual de indivíduos capturados de quatro espécies de quelônios aquáticos mais relevantes no extrativismo animal (anual), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Fêmeas
% de indivíduos
80 60 40 20
59,7
53,5 40,8
5,7
55,8
37,2
3,1
41,2
40,6
39,0
4,0
3,5
36,1
0
Tracajá - proporções de indivíduos capturados
Machos
% de indivíduos
48,0 42,9
51,5 45,8
40 20 0
80
36,9
1,9
1,2
Filhotes
76,3 58,7
48,6 47,8
35,3
1,7
60,4
41,3
56,3 42,3
40,7
32,6 20,6
9,2
2,7
3,6
0,0
6,9
5,7
3,1
60 40
60,8 38,4
55,7 41,1
34,9
0,8
53,9 45,5
41,6
3,2
0,5
1,5
54,3
60,6 45,8
42,9
35,4
40 20
16,0 2,9
23,4
2,5
1,9
0,6
Machos
53,6 42,9
3,6
59,9
11,4
51,5 48,2
1,1
0,6
Fêmeas
45,2
46,8 44,2
33,9
0
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
54,9
29,6
21,0
11,3
0,3
Filhotes
62,3 47,7 40,9 26,4
18,8
Filhotes
39,0
32,8
31,3
0,2
66,6
56,4
Tartaruga - proporções de indivíduos capturados 60
Fêmeas
66,3
64,9
20 0
Machos
80 58,9
47,8 46,5
Irapuca - proporções de indivíduos capturados
61,9
Fêmeas
80 60
35,7
4,4
1,7
62,8
62,6
59,6
59,2
54,7
Filhotes
% de indivíduos
Machos
% de indivíduos
Cabeçudo - proporções de indivíduos capturados
9,1
15,5
94
PARTE 4
Paca, cutia, queixada, caititu e anta Importância Do total de 164 recursos naturais declarados pelas famílias participantes do SiMUR no período de 2008 a 2016, 113 são consumidos para fins de alimentação, dos quais 100 de origem animal (Parte 2: Diversidade, importância relativa e uso de recursos naturais e produtos agrícolas). Os mamíferos representaram 19 desses recursos animais, compondo o terceiro grupo de recursos naturais mais importantes, depois de peixes e quelônios aquáticos. Cinco espécies de mamíferos roedores e ungulados estiveram entre os 22 recursos naturais mais relevantes em número de famílias declarantes (veja TABELA 2.3): a paca (Cuniculus paca), a cutia (Dasyprocta fuliginosa), a queixada (Tayassu pecari), o caititu (Pecari tajacu) e a anta (Tapirus terrestris). Essas quatro espécies juntas responderam por 71% (2.764/3.906) do total de registros no contexto da caça (aves, mamíferos, quelônios terrestres e crocodilianos) e 6% (2.764/44.608) de registros de recursos animais declarados pelos moradores para alimentação. Todas estas espécies são amplamente distribuídas e consumidas por populações tradicionais na Amazônia. Entre elas, anta e queixada são classificadas no status de espécies “vulneráveis” no Brasil pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e, embora as populações do bioma Amazônia tenham sido classificadas no status “pouco preocupante”
em comparação às populações de outros biomas brasileiros, têm potencial aumento de risco de extinção caso se mantenham as atuais tendências de perda de hábitat e sobrecaça (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 2014, Médici et al. 2012, Keuroghlian et al. 2012). Os perfis de exploração dessas espécies são apresentados a seguir com base na flutuação das declarações ao longo do ciclo anual e nos tipos de ambiente declarados em cada registro de abate. Intensidade de uso ao longo do ciclo anual Em geral, a paca, que foi a espécie de maior relevância em número de famílias declarantes, apresentou uma frequência de procura crescente até os meses que representam o pico da cheia e início da vazante do rio, isto é, julho e agosto (FIGURA 4.22). Os meses de julho e agosto concentraram quase metade (44%) do total de indivíduos abatidos e as taxas de indivíduos abatidos/ família estiveram entre as mais altas, embora o maior rendimento tenha sido observado no mês de setembro, que concentrou 11% dos indivíduos abatidos (FIGURA 4.22). Queixada e caititu foram abatidos seguindo uma tendência de procura semelhante, porém menos regular e mais dispersa ao longo do ano (FIGURA 4.22). Os meses de julho e agosto concentraram 30% do total de indivíduos abatidos de queixadas e, no caso dos caititus, os meses que concentraram as maiores proporções de indivíduos abatidos foram de maio a agosto e os maiores rendimentos indivíduos abatidos/família de maio a julho (FIGURA 4.22). A anta tendeu
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
95
PARTE 4
a um aumento menos gradual de procura, evidenciando picos nos meses de maio a julho, período que coincide com a cheia do rio e que concentrou mais de 61% do total de indivíduos abatidos e os maiores rendimentos em indivíduos abatidos/família (FIGURA 4.22). A cutia, em geral, tendeu a ser explorada de
forma mais regular ao longo de todo o ano, porém com um leve aumento de procura e de indivíduos abatidos no mês de julho (FIGURA 4.22). Essas tendências são melhor descritas na seção a seguir, onde as flutuações ao longo do ciclo anual são avaliadas nos ambientes onde os recursos foram coletados.
FIGURA 4.22. Flutuações na captura de cinco espécies de ungulados e roedores mais relevantes no extrativismo animal ao longo do ciclo anual, com base nas quantidades mensais de famílias declarantes e indivíduos abatidos (distribuição e taxas de indivíduos/ família), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Total de registros = 2.764.
50
20
1,3
1,2
1,4
4,8
2,2
2,3
10
3,0
0
0
5,5
8,8
Caititu x Ciclo anual
3,5
2,2
11,7
17,3
20,4
%
%
19,0
18,8 7,8
5,2
8,3
6,4
20 10 0
% de famílias que declararam cutia
1,7
7,8
7,6
6,1
1,7
16,0
14,3
13,2
12,1
10
8,8
14,6
12,4 6,1
10,9
%
%
20
14,9
1,7
16,2
20
2,0
2,3
9,9
10
N famílias que declararam recurso animal
4,3
2,0
8,5
20 10
11,7
14,2
19,4
22,9
1,7
14,5 8,5
8,0
1,9
1,7
1,4 9,6
24,4 18,2 7,4
2,3
4,3
3,2
2 1
3,6
1,6
6,7
1,6
1,8
9,3 5,7
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (26) (34) (25) (18) (30) (34) (40) (29) (14) (25) (35) (20)
6,5
9,9
3,2
20
0
2 1 0
% de indivíduos abatidos paca (N=1.565) Indivíduos abatidos/família 3,5 21,9 2,9
2,0
10 2,9
0
0 N famílias que declraram recurso animal
1,6
9,0
4,1
30
36,3
%
%
30
1,6
2,2
Paca x Ciclo anual
43,9 31,3
1,6
N famílias declarantes
% de famílias que declararam paca
40
1,3
3
12,6
0
50
1,6
11,6
% de indivíduos abatidos cutia (N=613) Indivíduos abatidos/família
0
Paca x Ciclo anual
0
3
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (25) (24) (24) (31) (39) (36) (45) (44) (18) (12) (18) (13)
30
18,1
1,2
7,9
Cutia x Ciclo anual
40 16,3
1,2
N famílias declarantes
50
17,9
1
2,2
N famílias que declararam recurso animal Cutia x Ciclo anual
1,0
2,6
2,1
0
30
1,0
% de indivíduos abatidos caititu (N=658) Indivíduos abatidos/família 2,7
2,0
12,6
1,2
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (21) (14) (31) (26) (53) (51) (60) (34) (11) (5) (5) (6)
30
40
12,7
1,0
8,1
Caititu x Ciclo anual
50
10
1,0
N famílias declarantes
% de famílias que declararam caititu
15,1
1,2
7,3
N famílias que declararam recurso animal
20
18,9
2
14,5
12,7
30
20,2
1,8 22,0
Indivíduos
7,4
27,1
1,4
1,8
Indivíduos
10,7
15,0
24,5
%
%
25,9
30 10
1,9
30
40 20
% de indivíduos abatidos anta (N=491) Indivíduos abatidos/família
Anta x Ciclo anual
Indivíduos
% de famílias que declararam anta
5,6
7,3
2,4 7,1
2,2 7,0
4,0 22,0
2,2 9,3
5
4,3
4 11,5
1,5 1,7
2,1
2
1,4 1,2
2,6
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (23) (27) (40) (47) (50) (65) (97) (85) (42) (17) (14) (20) N famílias declarantes
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
3 1 0
Indivíduos
Anta x Ciclo anual
96
PARTE 4
50
30 31,2
30 13,2
14,6
12,1
20,5
22,9
31,6
23,6
23,4
27,9
%
%
40 20
% de indivíduos abatidos queixada (N=1.415) Indivíduos abatidos/família
Queixada x Ciclo anual
% de famílias que declraram queixada
15,7
10
11,3
20 10
0
0
2,7
2,6
2,6
8,7
3,0
16,5
13,6 8,1
3,5
2,6
2,2
1,9
4
3,2
2,8
2,1
8,8
2,5
13,4
8,0
4,1
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (26) (23) (30) (42) (47) (49) (69) (74) (54) (64) (34) (23)
N famílias que declararam recurso animal
3 2
6,4
4,6
4,2
2,7
1
Indivíduos
Queixada x Ciclo anual
0
N famílias declarantes
Intensidade de uso de ambientes Pacas e cutias (roedores) tenderam a ser capturadas em uma maior amplitude de ambientes em comparação a queixadas, caititus e antas (ungulados) (FIGURA 4.23). A importância de ambientes antropizados foi maior para cutias, que são bastante capturadas em roçados e matas de capoeira, principalmente na época da seca (FIGURA 4.24), porém as taxas de captura de indivíduos/família tendem a ser em geral inferiores às obtidas em matas de terra firme ao longo do ciclo anual (FIGURA 4.24). A captura de pacas esteve fortemente associada a igarapés (FIGURA 4.23), atingindo picos em número de famílias e taxas de captura de indivíduos/família nos meses de julho a setembro, que coincidem com o pico da cheia e início da vazante. Queixadas e caititus
estiveram fortemente associados a matas de terra firme, mas a importância de ambientes antropizados foi comparativamente mais alta para caititus (FIGURA 4.23). Como esperado, em ambos os casos houve decréscimo na procura no período da seca em matas de terra firme (FIGURA 4.24), sendo que, no caso da queixada, o rendimento de indivíduos abatidos/família tendeu a manter-se estável ao longo do ciclo anual (FIGURA 4.24). Já as antas estiveram fortemente associadas a igarapés e matas de terra firme, sendo a espécie com menor amplitude de ambientes declarados (FIGURA 4.23), apresentando picos de procura e captura nos meses de maio a julho, meses que coincidem com a época da cheia (FIGURA 4.24). Estes dados representam 94% do total de registros obtidos para as cinco espécies (2.600/2.764).
FIGURA 4.23. Importância relativa de tipos de ambientes na captura de cinco espécies de ungulados e roedores mais relevantes no extrativismo animal, com base na quantidade de famílias declarantes e indivíduos abatidos (distribuição e taxas de indivíduos/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Total de registros = 2.600.
100 80
80 68,8
%
60
62,5
%
60 40
21,4
20
16,1
9,8
6,3
4,5
100 80
% de famílias que declararam caititu (125)
%
40 20 0
% 15,2
12,8
4,0
1,6
0,8
0,8
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
1,7
1,6 1,2
31,6 10,8
6,3
2,9
2,7
40 20 0
64,1
2 1,0
1,0
1,1
0,9
4,0 4,2 2,2 14,1
1 0
% de indivíduos abatidos caititu (N=629) Indivíduos abatidos/família
Caititu x Ambientes
60 21,6
2,0
43,6
40
80
32,8
2,0
0
76,8
60
3
2,5
20
3,6
0
Caititu x Ambientes
% de indivíduos abatidos anta (N=443) Indivíduos abatidos/família
Anta x Ambientes
Indivíduos
% de famílias que declararam anta (112)
1,9
1,8
7,9
5,4
2,1
5,4
4 3
2,4
1,9
5
1,0
1,0
0,3
0,2
2 0,6
1 0
Indivíduos
Anta x Ambientes
97
PARTE 4
%
55,4
60
51,8
%
60
80
38,4
40
15,2
20
7,1
6,3
5,4
2,7
0
0,9
0,9
0,9
% de famílias que declararam paca (167)
80 %
60 47,3
%
40
24,0
20
20,4
16,2
8,4
6,6
1,8
0
Queixada x Ambientes
2,2
2,0
5,8
1,8
1,2
% de famílias que declararam queixada (163)
28,8
21,5
20
18,4
12,9
11,7
5,5
1,8
0
1,0
1,0
1,0
0,5
0,2
0,2
0,2
0,2
3,6
2,9
2,4 17,0
80
5,4
60
50,1
2 1 0
7 6 5 4 3 2 1 0
4,5 3,2
2,4 1,5
9,6
5,4
5,2
3,1
3,6 2,3
12,9
1,0 1,8
1,4
0,2
2,0
1,3 0,6
0,3
0,1
% de indivíduos abatidos queixada (N=1.336) Indivíduos abatidos/família
40 20
1,2
1,0
58,4
Queixada x Ambientes
% 34,4
1,7
1,0
% de indivíduos abatidos paca (N=1.484) Indivíduos abatidos/família
0
76,1
40
2,9
1,5
6,9
40
0,6
3
1,7
1,1
16,0
20
60 %
29,3
2,4
Paca x Ambientes
75,4
60
80
4
3,0
20
0,9
100
100
41,6
0
Paca x Ambientes
80
40
5
3,9
Indivíduos
100 80
% de indivíduos abatidos cutia (N=587) Indivíduos abatidos/família
Cutia x Ambientes
Indivíduos
% de famílias que declararam cutia (112)
12,7
2,9
2,9
6,6
4,6
3,2
3,2
4,6
2,2
1,3 6,0
0
0,3
6 5 4 3 2 1 0
1,0 0,1
Indivíduos
Cutia x Ambientes
FIGURA 4.24. Flutuações no uso dos ambientes mais relevantes na captura de cinco espécies de ungulados e roedores ao longo do ciclo anual, com base na quantidade de famílias declarantes e indivíduos abatidos (taxas de indivíduos/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). A proporção de famílias declarantes nos ambientes mais relevantes foi zerada nos meses em que o número de famílias foi <5.
% de famílias/ambiente
80 60 40 20
38,9
35,7
45,8 26,7
56,0
65,2 52,6
48,4
40,0 20,0
16,7 0,0
0
N famílias que declararam anta
Igarapé (193) Mata terra firme (140)
Taxa mensal de antas abatidas/família por ambiente Infdivíduos/família por ambiente
Igarapé Mata terra firme
% de mensal de famílias que declararam anta por ambiente 100
2
1,6 1,1
1
0
1,2
1,0
1,2
1,5
1,6 1,1
1,0
1,0
1,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (18) (14) (30) (24) (50) (46) (57) (31) (10) (3) (5) (6) N famílias declarantes
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
98
PARTE 4
80
66,7
68,2
60,9
64,3
67,6
Mata terra firme Mata capoeira 74,3
65,9
60
57,1
63,6
58,8
47,1
41,7
40 20 0
Taxa mensal de caititus abatidos/família por ambiente Indivíduos/família por ambiente
% de famílias/ambiente
% mensal de famílias que declararam caititu por ambiente 100
3
2,3
2
2,4 2,0
1,8
60
60,9 42,3
40
51,9 38,9
35,3
Mata terra firme Roçado Mata capoeira 50,0
44,7
48,1
53,8 27,3
29,4
27,8
20 0
0
60 40
50,0
70,7 58,3 45,7
36,4
69,0 53,8
46,0
37,5
47,4
20 0
3
2,7
60
62,5
69,6
65,5
67,5
68,9
2,4
1,4
1,6
85,7 60,3 44,0 30,0
40 20 0
1,6
1,6 1,3
1,5
1,5
1 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (81) (34) (23) (18) (27) (32) (38) (27) (13) (22) (34) (18)
Igarapé (866) Mata terra firme (253)
5
4,0
4 2,8
3 2
2,9
4,3
3,3 2,4
2,3
1,8
2,4
2,1
1,8
1,6
1 0
Jan (22)
Fev (26)
Mar (38)
Abr (45)
Mai (46)
Jun (63)
Jul (96)
Ago (82)
Set (42)
Out (16)
Nov (13)
Dez (19)
N famílias declarantes
Taxa mensal mensal de queixadas queixadas/famílias Taxa abatidas/famílias por ambiente ambiente por
Mata terra firme Igarapé 65,6
1,6
2,0
1,9
Taxa mensal de pacas abatidas/família por ambiente
34,4
42,9
Indivíduos/família por ambiente
% de famílias/ambiente
80
1,4
Mata terra firme (244) Roçado (172) Mata capoeira (94)
2,7
2
N famílias que declararam paca
% mensal de famílias que declararam queixada por ambiente 100
1,4
N famílias declarantes
Igarapé Mata terra firme
64,4 50,0
1,5
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (24) (22) (23) (28) (37) (35) (44) (42) (17) (11) (17) (12)
Taxa mensal de cutias abatidas/família por ambiente
Indivíduos/família por ambiente
% de famílias/ambiente
80
1,8
1
N famílias que declararam cutia
% mensal de famílias que declararam paca por ambiente 100
2,4
N famílias declarantes
Indivíduos/família por ambiente
% de famílias/ambiente
80
2,6
1,7
N famílias que declararam caititu
% mensal de famílias que declararam cutia por ambiente 100
Mata terra firme (403) Mata capoeira (89)
N famílias que declararam queixada
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
Mata terra firme (669) Igarapé (172)
4 3
2,9 2,1
2,4
2,2
2,6
2,3
2,2
2,3
2
2,1
2,1
2,4
1,6
1 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (24) (23) (29) (40) (45) (49) (64) (68) (50) (60) (32) (21) N famílias declarantes
99
PARTE 4
Flutuações anuais As proporções anuais de famílias declarantes e as taxas anuais de abate do período de 2009 a 2016 das espécies de roedores e ungulados em questão tenderam a manter-se estáveis, com exceção da queixada e alguma ressalva para pacas e antas (FIGURA 4.25). A partir do ano de 2012 até 2015, houve uma forte tendência à diminuição na quantidade de famílias que declararam ter abatido queixadas e também no rendimento em indivíduos abatidos/família, em comparação aos três anos anteriores (FIGURA 4.25).Essa flutuação no abate de
queixadas, no entanto, também pode ser interpretada como a disponibilidade atípica desse recurso nos anos de 2009 a 2011, em que se deve considerar a história natural da espécie e os períodos prolongados de baixa precipitação local e seca do rio ocorridos nos anos de 2009 a 2011. Houve uma leve tendência ao aumento na proporção de famílias declarando abate de pacas a partir do ano de 2013, e uma diminuição no rendimento em indivíduos abatidos/família para antas, considerando o período total (FIGURA 4.25).
FIGURA 4.25. Flutuação temporal na captura de cinco espécies de ungulados e roedores mais relevantes no extrativismo animal, com base na quantidade anual de famílias declarantes e indivíduos abatidos/família, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). O ano de 2008 não foi incluído devido à amostragem sazonal parcial.
3,7
2,7 28,7
30,2
39,5 26,3
31,1
26,8
39,6
80
3
42,3
2
20 0
4
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)
3,0
2,9 2,5
20
0
0
22,4
25,4
19,4
% de famílias que declararam queixada (R²=-0,848) Indivíduos abatidos/família (R²=-0,410)
3,2 2,7
40 20 0
41,4
43,8
43,4
1,8 25,6
19,1
13,0
5
100
4
80
3
2,3
2 4,5
13,1
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)
1,9
1,7
2,1
20 0
2,3
1 0
40
1
20
0
0
1,9
2
20,1
16,0
21,7
21,3
24,1
19,3
13,0
1,5
1,5
25,9
22,7
2 1,3
1 24,3
22,3
17,1
13,1
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137) N famílias entrevistadas
1,5
3 2,2
60
60 29,9
2,5
2,5 2,1
1,7
1,6
80 40
22,6 9,7
% de famílias que declararam anta (R²=-0,372) Indivíduos abatidos/família (R²=-0,547)
Anta flutuação temporal 100
14,9
% de famílias que declararam caititu (R²=-0,236) Indivíduos abatidos/família (R²=0,013)
2,9
N famílias entrevistadas
%
60
2,9
2,8
Caititu flutuação temporal
%
4,1
%
80
4,2
14,2
N famílias entrevistadas
Indivíduos
100
2
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)
N famílias entrevistadas
Queixada flutuação temporal
16,5
3
2,2 1,3
40
1
1,9
1,8
60
2,2
16,1
18,2
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)
0
N famílias entrevistadas
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
1 0
Indivíduos
60 40
3,4
3,3
3,5
100
Indivíduos
3,7
5
%
%
80
4,1
3,8
Indivíduos
100
% de famílias que declararam cutia (R²=-0,266) Indivíduos abatidos/família (R²=-0,247)
Cutia flutuação temporal
Indivíduos
% de famílias que declararam paca (R²=0,596) Indivíduos abatidos/família (R²=0,011)
Paca flutuação temporal
100
PARTE 4
Como citado anteriormente, os anos de 2009 a 2011 foram marcados por baixa precipitação local (especialmente os anos de 2009 e 2011) e baixas cotas do rio Unini (especialmente o ano de 2010), certamente exercendo níveis variados de influência no acesso e na disponibilidade dos recursos naturais. O uso dos ambientes na captura das espécies de roedores e ungulados em questão foi comparado, utilizando-se dois agrupamentos artificiais de tempo, isto é, de 2009 a 2011 e de 2012 a 2015. Para esses dois períodos foram calculados parâmetros de exploração (proporção de famílias declarantes, distribuição de indivíduos abatidos e taxas de indivíduos abatidos/família) com base nos ambientes declarados para cada espécie. A FIGURA 4.26 apresenta os ambientes declarados por pelo menos 10% das famílias declarantes de cada recurso para os períodos de 2009 a 2011 e 2012 a 2015. Foi observada uma diferença no uso dos ambientes declarados na captura de todas as espécies em questão, com aumento da importância relativa de ambientes antropizados (roçado, mata de capoeira) no período de 2012 a 2015, seja pela quantidade de famílias declarantes, de indivíduos abatidos ou pelo rendimento (FIGURA 4.26). Com exceção da anta, que manteve proporções similares de indivíduos abatidos e rendimento para ambientes
primários (igarapé, mata de terra firme, mata de igapó), todos os demais recursos apresentaram diminuição da importância relativa desses ambientes no período de 2012 a 2015 em comparação ao período de 2009 a 2011 (FIGURA 4.26). Essas tendências observadas potencialmente refletem flutuações climáticas ao médio prazo, que demandam dados e análises temporais mais expandidas.
FIGURA 4.26. Importância relativa de tipos de ambientes na captura de cinco espécies de ungulados e roedores em dois agrupamentos artificiais de tempo (2009 a 2011 e 2012 a 2015), com base na quantidade de indivíduos abatidos (distribuição e taxas de indivíduos/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). São considerados os ambientes declarados por >10% de famílias declarantes de cada recurso. Ambientes em ordem decrescente de famílias declarantes.
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
101
PARTE 4
Razão sexual No SiMUR, as declarações de indivíduos abatidos no contexto da caça são associadas sempre que possível a classes sexo -etárias (machos adultos, fêmeas adultas, machos jovens, fêmeas jovens, infantes e fêmeas prenhes). Neste documento, esses dados são apresentados em classes de machos, fêmeas, fêmeas prenhes e infantes (filhotes) para as cinco espécies de roedores e ungulados que constam no rol dos recursos naturais mais relevantes captados pelo SiMUR em número de famílias declarantes (veja TABELA 2.3). Esses dados representam 97% do total de indivíduos abatidos declarados (4.590/4.742). Ao total, os indivíduos das espécies em questão foram abatidos nas seguintes razões macho-fêmea: 1,1:1 (paca), 1,2:1 (cutia), 0,9:1 (queixada), 1,3:1 (caititu) e 1,8:1 (anta) (FIGU-
RA 4.27). As antas estiveram sujeitas a proporções mais altas de fêmeas prenhes, que constituíram 7% do total de fêmeas abatidas, seguidas de cutias, com 6% (FIGURA 4.27). A FIGURA 4.27 apresenta ainda as flutuações das proporções de machos, fêmeas e filhotes entre os indivíduos abatidos das cinco espécies entre 2008 e 2016. Se agregados a dados sobre densidade populacional e produtividade reprodutiva das espécies, os dados sobre a razão sexual de indivíduos abatidos podem ser úteis, contribuindo para avaliar pressão de caça e, se necessário, planejar ações de manejo e conservação dessas populações, especialmente para aquelas mais vulneráveis a pressões, como a anta, que apresenta longo ciclo reprodutivo e baixa produtividade reprodutiva, e a queixada, que depende de extensas áreas e mosaicos de hábitats para a manutenção de suas populações.
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
102
PARTE 4
FIGURA 4.27. Razão sexual de indivíduos abatidos de cinco espécies de ungulados e roedores mais relevantes no extrativismo animal (total e anual), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses).
80 60
53,2
47,4
47,4
46,0
63,2
56,3
52,2
43,1
35,5
40 20 0,3
0
4,1
0,9
Paca (N=1.529)
6,0
0,6 2,9
0,4 2,5
Cutia (N=581)
Queix ada (N=1.383)
Cutia - Proporções de indivíduos abatidos
Caitit u (N=638)
Machos
1,3
Anta
Fêmeas
(N=459)
52,1 47,1
51,7 46,6
42,9
60,9
53,7 42,6
55,3
51,9 48,1
50,0 50,0
44,7
39,1 26,3
1,7
0
2008 (N=49)
3,7
0,8
2009 2010 (N=116) (N=121)
2011 (N=54)
0
0
0
0
0
2012 (N=48)
2013 (N=46)
2014 (N=52)
2015 (N=19)
2016 (N=76)
Caititu - Proporções de indivíduos abatidos
1,6
0
2008 (N=52)
51,4 48,1
50,4 49,6
0,5
50,0 49,3
0,7
0
57,3
55,4
54,0 46,0
44,6
0
53,7 46,3
42,7
0
0
0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=182) (N=183) (N=123) (N=144) (N=261) (N=166) (N=213) (N=205)
Machos
Fêmeas
Filhotes
Machos
60
54,3 45,7
54,4
50,9 49,1
44,9
51,9 47,7
59,3 38,9
40
58,1
56,8
56,3
51,9 46,2
43,8
43,2
41,9
1,8
0
0
0
1,9
2008 2009 2010 2011 2012 (N=247) (N=228) (N=296) (N=308) (N=113)
2013 (N=86)
2014 (N=37)
2015 (N=16)
2016 (N=52)
0
0,7
0
0,3
Anta - Proporções de indivíduos abatidos
Filhotes
Fêmeas
80
0
Machos
Fêmeas
Filhotes
100
80
67,1
60,7
55,6 42,6
39,3
58,7
53,6 46,4
41,3
32,9
20 0
0
1,9
2008 (N=84)
2009 (N=73)
2010 (N=54)
0
2011 (N=110)
63,0
55,6
54,2 44,8
% de indiv íduos
% de indiv íduos
52,2 46,2
40,4
20
100
0
40
59,6
Queixada - Proporções de indivíduos abatidos
Filhotes
% de indiv íduos
% de indiv íduos
57,1
20
40
Filhotes
100
40
60
60
0
73,7
80
0
Fêmeas
80
20
7,4
100
60
Machos
100
% de indiv íduos
% de indiv íduos abatidos
100
52,3
Paca - Proporções de indivíduos abatidos
Machos total Fêmeas total Filhotes Fêmeas prenhes (% de fêmeas total)
Proporções totais de indivíduos abatidos
50,0 50,0
44,4 32,6
0
1,0
2012 (N=63)
2013 (N=96)
0
2014 (N=72)
4,3
2015 (N=46)
80 60
2016 (N=40)
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
0
65,6
68,9
65,0
35,6
5,6
2008 (N=18)
66,7 57,6
54,0 46,0
50,0 44,4
40 20
0
70,9 62,2
31,1
29,1
2,2
0
2009 (N=90)
2010 (N=55)
3,3
2011 (N=61)
42,4
35,0
28,9
33,3
0
0
2,2
0
0
2012 (N=40)
2013 (N=63)
2014 (N=45)
2015 (N=54)
2016 (N=33)
103
PARTE 5
PARTE 5
RECURSOS DE RELEVÂNCIA NO EXTRATIVISMO VEGETAL
Cipó-titica, cipó-timbó-açu, castanha-da-amazônia Importância Três produtos florestais não-madeireiros estiveram entre os 22 recursos naturais mais relevantes em número de famílias declarantes do SiMUR no período de 2008 a 2016 (veja TABELA 2.3: Parte 2: Diversidade, importância relativa e uso de recursos naturais e produtos agrícolas): cipó-titica e cipó-timbó-açu (Heteropsis spp.) e castanha-da-amazônia (Bertholletia excelsa). A relevância desses três recursos está no fato de sua exploração ser prioritariamente voltada à comercialização e geração de renda local, mobilizando uma importante proporção de famílias do rio Unini. Nessa perspectiva, a exploração desses recursos pode ser considerada complementar à produção de farinha-de-mandioca e banana. Por este motivo, o uso desses produtos florestais é caracterizado no contexto dos produtos comercializados em seção posterior deste documento (Parte 6: Recursos naturais e produtos agrícolas de relevância comercial).
Palmeiras Importância Os frutos do açaí (Euterpe precatoria) estiveram entre os 22 recursos naturais mais relevantes em número de famílias declarantes do SiMUR no período de 2008 a 2016 (veja TABELA 2.3: Parte 2: Diversidade, importância relativa e uso de recursos naturais e produtos agrícolas). Essa importância do açaí para a alimentação dos moradores se estende também para o grupo botânico que ela representa, a família das palmeiras (Arecaceae). No total, nove espé-
cies de palmeiras foram declaradas durante esse período por 77% (172/223) das famílias que declararam ter extraído algum recurso vegetal (Parte 3: Extrativismo animal e vegetal). As palmeiras foram o grupo de recursos vegetais mais relevante na alimentação (frutos). Entre as famílias que declararam algum recurso vegetal para alimentação, 94% (160/171) declararam os frutos de pelo menos uma dessas cinco espécies de palmeiras: açaí (Euterpe precatória), bacaba (Oenocarpus bacaba), patauá (Oenocarpus bataua), buriti (Mauritia flexuosa) e tucumã (Astrocaryum aculeatum). As palmeiras também constituíram o grupo de recursos vegetais mais relevante na composição de construções de madeira e fibra (fibras das folhas e caule). Neste caso, 74% (67/91) das famílias que declararam algum recurso vegetal para este fim e pelo menos uma dessas quatro espécies de palmeiras: palha-branca (Attalea spp.), palha-preta (Attalea spp.), palha-ubim (Geonoma spp.) e paxiúba (Socratea exorhiza). As palmeiras responderam por 30% (926/3.077) do total de registros de recursos vegetais não-madeireiros identificados. A FIGURA 5.1 indica a predominância do açaí na alimentação e da palha-branca e da palha-ubim na composição de construções.
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
104
PARTE 5
FIGURA 5.1. Importância relativa de nove espécies de palmeiras no extrativismo vegetal, com base na quantidade de famílias declarantes e quantidade extraída (distribuição e taxas de unidades/família), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). *A parte extraída da paxiúba é contabilizada em caules. Total de registros = 926. Palmeiras x Alimentação
% de famílias declarantes
% de cachos extraídos (N=4.870)
Palmeiras x Alimentação
49,7
4,1
Patauá
Bacaba
15
Buriti
6,1
20
% de famílias declarantes
10,6
6,6
5,6
0,4
Açaí
Patauá
Bacaba
Buriti
Tucumã
61,5
60
0
% de talos extraídos (N=17.122) Talos extraídos/família
100
80
5
76,8
Palmeiras x Construção
100
10
5,8
5,5
2,9
0
Tucumã
%
% famílias que declararam recurso vegetal na classe de uso (N=91)
20
40
27,5
Palmeiras x Construção
500
440,9
80
400
60
300 207,9
40
40 16,5
20 0
25
80 60
34,5
Açaí
30
Palha-branca
8,8
Palha-ubim
20
5,5
Palha-preta
200
157,8
0
Paxiúba*
Intensidade de uso ao longo do ciclo anual É esperado que a extração de frutos de palmeiras acompanhe um ciclo sazonal, ao contrário da extração das folhas (medidas em talos) e caule. Ao longo de todo o ano os frutos de palmeiras foram consumidos de forma regular com tendência para um incremento nas taxas de extração (rendimento) durante os meses de período chuvoso (FIGURA 5.2). Esse incremento é principalmente devido à extração do açaí, que se concentra fortemente nesse período (FIGURA 5.3). Já no caso do patauá, apesar da procura ter se concentrado no período de estiagem, aparentemente não é acompanhada do aumento nas
Talos/família
79,5
27,5
Cachos/família
100
%
% famílias que declararam recurso vegetal na classe de uso (N=171)
Cachos extraídos/família 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0
100 51,6
38,6
9,7
2,4 0,1
Palha-branca
Palha-ubim
Palha-preta
Paxiúba*
0
taxas de extração (FIGURA 5.3). Os indicadores para bacaba, buriti e tucumã foram pouco representativos e as tendências de extração ao longo do ciclo anual pouco acentuadas (FIGURA 5.3). Como esperado, a extração das estruturas fibrosas de palmeiras ocorreu ao longo de todo o ano de forma regular, porém com uma aparente tendência a um incremento no rendimento no período chuvoso (FIGURA 5.4), principalmente devido à extração de folhas da palha-ubim, ao contrário da extração da palha-branca, que se deu de forma regular ao longo de todo o ano (FIGURA 5.4). Já a palha-preta e a paxiúba foram pouco representativas (FIGURA 5.4).
FIGURA 5.2. Flutuações na exploração de frutos e fibras de palmeiras para alimentação e composição de construções ao longo do ciclo anual, com base nas quantidades mensais de famílias declarantes e quantidades extraídas (distribuição e taxas de unidades/ família), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Total de registros = 926.
100
81,9
79,4
80,0
92,6
96,2
90,5
100,0
100,0
96,4
50 72,4
66,2
60 40 20 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (N=63) (N=71) (N=83) (N=90) (N=86) (N=81) (N=52) (N=21) (N=11) (N=16) (N=28) (N=29) N famílias que declararam recurso vegetal na alimentação
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
15
12,5 10,2
8,0
30 20
5,0
10
5,2
0
Cachos extraídos/família
14,9 12,7
40 %
%
80
84,9
% de cachos extraídos palmeira (N=4.870)
Frutos de palmeiras x Ciclo anual
% de famílias que declararam frutos de palmeiras
17,7 7,7
18,5
7,6
22,3 15,7
4,8 3,3 4,9
1,3
3,8 2,1 0,5
1,3
5
3,1 1,7
3,3
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (50) (47) (68) (72) (73) (75) (50) (19) (11) (16) (27) (21) N famílias declarantes
10
0
Cachos
Frutos de palmeiras x Ciclo anual
105
PARTE 5
% de famílias que declararam fibras de palmeiras
100
80,0
75,0
66,7
57,1
60
61,5
57,9
45,5
71,4
64,3
60,0
45,0
55,6
40
40 20 0
179,9 12,9
10 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (N=12) (N=11) (N=14) (N=10) (N=15) (N=19) (N=20) (N=13) (N=14) (N=20) (N=18) (N=14)
400
245,3
30 20
Talos/caules extraídos/família
383,1
50
%
%
80
% de talos/caules extraídos (N=17.122)
Fibras de palmeiras x Ciclo anual
120,2
17,9
168,8
131,5 8,4
3,5
300
213,0
12,4
8,4
148,3 102,0
45,7 2,4
7,9
7,8
7,1
77,8 4,5
113,5 6,6
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul (9) Ago Set Out Nov Dez (9) (5) (8) (8) (10) (11) (8) (9) (12) (10) (10)
200 100
Talos ou caules
Fibras de palmeiras x Ciclo anual
0
N famílias declarantes
N famílias que declararam recurso vegetal para madeira e fibra
FIGURA 5.3. Flutuações na exploração de frutos de cinco espécies de palmeiras para alimentação ao longo do ciclo anual, com base nas quantidades mensais de famílias declarantes e quantidades extraídas (distribuição e taxas de unidades/família), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses).
Cachos extraídos/família
100
50
60
75,6
75,6
27,0
20 0
40
61,7
49,3
11,5
20
17,2 4,8
0,0
0,0
3,6
10
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (N=63) (N=71) (N=83) (N=90) (N=86) (N=81) (N=52) (N=21) (N=11) (N=16) (N=28) (N=29)
13,6
30
0
9,0
21,5
12,2 22,2
15,3
50 40
20 0
42,9 22,5
12,0
3,3
3,5
3,7
11,5
9,5
37,9
6,3
10
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (N=63) (N=71) (N=83) (N=90) (N=86) (N=81) (N=52) (N=21) (N=11) (N=16) (N=28) (N=29)
0
40 20 0
9,9
12,0
13,3
17,4
17,2
%
30 20 10
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (N=63) (N=71) (N=83) (N=90) (N=86) (N=81) (N=52) (N=21) (N=11) (N=16) (N=28) (N=29) N famílias que declararam recurso vegetal na alimentação
0
10 8 6
5,0 3,9
3,7 2,7
34,4
13,3
2,7
12,1
7,7
2,5
2,7
2,5
3,6 2,5
1,8
1,5
3,4
0,9
0,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul (6) Ago Set (30) (16) (10) (3) (3) (3) (2) (0)
1,5
9,3
12,4
Out Nov Dez (1) (12) (11)
4 2 0
% de cachos extraídos patauá (N=516) 5 3,6
40 46,4
%
39,5
31,7
Out Nov Dez (0) (1) (5)
Cachos extraídos/família
80 52,4
2,2
50
87,5
50,0
0,3
8,3
Patauá x Ciclo anual
100,0
60
0,0
N famílias declarantes
% de famílias que declararam patauá
100
0,0
% de cachos extraídos bacaba (N=323)
N famílias que declararam recurso vegetal na alimentação Patauá x Ciclo anual
0,1
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul (6) Ago Set (17) (35) (59) (68) (65) (50) (1) (0)
30 20
0,0
5
2,0 1,0
Cachos extraídos/família
80 40
10
6,2
8,5 2,4
15
11,0
Bacaba x Ciclo anual
%
%
% de famílias que declararam bacaba
47,6
11,4
20
N famílias declarantes
100 60
26,6
5,2
N famílias que declaram recurso vegetal na alimentação
Bacaba x Ciclo anual
16,8
15,3
Cachos
71,1
%
%
80 40
% de cachos extraídos açaí (N=3.738)
Açaí x Ciclo anual
Cachos
% de famílias que declararam açaí
0
2,6
2,1
3,5
1,9
3,3
3,6
3,5 3,0 2,1
20,2
4 2,5
10,1 2,9
3,7
8,3
10,1
7,6
9,7 4,5
3 1,6
15,1 6,4
1,6
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (20) (7) (10) (12) (15) (32) (26) (11) (11) (14) (13) (5) N famílias declarantes
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
2 1 0
Cachos
Açaí x Ciclo anual
106
PARTE 5
Cachos extraídos/família
80
40 44,2
40 20 0
¨%
50
%
100 60 29,6 0,0
0,0
0,0
2,2
23,8
10,5
0,0
6,3
0,0
% de cachos extraídos buriti (N=273)
Buriti x Ciclo anual
40,7 3,8
30
10
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (N=63) (N=71) (N=83) (N=90) (N=86) (N=81) (N=52) (N=21) (N=11) (N=16) (N=28) (N=29)
0
0,0
0,0
0,0
% de famílias que declararam tucumã
1,8
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set (0) (0) (0) (2) (9) (24) (23) (5) (0)
60
%
%
40
40 0
0,0
2,2
0,0
1,9
1,2
4,8
0,0
0,0
2,2
0,0
Out Nov Dez (1) (0) (2)
2 0
10,7
% de cachos extraídos tucumã (N=20) Cachos extraídos/família
80
0,0
0,0
Tucumã x Ciclo anual 50
0,0
9,2
5,9
N famílias declarantes
100
20
3,2
3,2 12,5
N famílias que declararam recurso vegetal na alimentação
Tucumã x Ciclo anual
4
27,8
2,5
20
6,9
6
6,0 4,8
Cachos
% de famílias que declararam buriti
50,0
20 3,4
10
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (N=63) (N=71) (N=83) (N=90) (N=86) (N=81) (N=52) (N=21) (N=11) (N=16) (N=28) (N=29)
0
15,0
1,0 10,0
4
3,3
3,0
30
5
1,0
2,0
2,0
10,0
10,0
5,0 0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul (1) Ago Set (0) (0) (0) (2) (0) (1) (1) (0)
0,0
Out Nov Dez (0) (3) (1)
3 2
Cachos
Buriti x Ciclo anual
1 0
N famílias declarantes
N famílias que declararam recurso vegetal na alimentação
FIGURA 5.4. Flutuações na exploração de fibras de espécies de palmeiras para composição de construções de madeira e fibra ao longo do ciclo anual, com base nas quantidades mensais de famílias declarantes e quantidades extraídas (distribuição e taxas de unidades/família), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses).
100 60,0
50,0
40
61,5
60,0 47,4
27,3
40
64,3 45,0
40,0
28,6
38,9
%
%
60
28,6
10 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (N=12) (N=11) (N=14) (N=10) (N=15) (N=19) (N=20) (N=13) (N=14) (N=20) (N=18) (N=14)
0
% de famílias que declararam palha-preta
63,7 8,1
6,6
5,5
4,3
9,0
45,0
15,3
150 100,9
100 12,8
11,1
4,1
52,5
50
8,0 2,4
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul (8) Ago Set (6) (3) (4) (6) (9) (9) (8) (9)
Out Nov Dez (9) (7) (4)
0
% de talos extraídos (N=1.663) Talos extraídos/família
80 60
60
200
180
175 61,3
150
%
%
12,8
Palha-preta x Ciclo anual
80 40 0
108,7
88,4
N famílias declarantes
100
20
126,0
125,6
122,5
119,7
N famílias que declararam recurso vegetal para madeira e fibra Palha-preta x Ciclo anual
200
168,8
20
20 0
30
Talos extraídos/família
193,3
50
80
% de talos extraídos (N=8.834)
Palha-branca x Ciclo anual
100
40
16,7 0,0
7,1
10,0
0,0
10,5
0,0
0,0
0,0
5,0
Talos
% de famílias que declararam palha-branca
11,1
7,1
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (N=12) (N=11) (N=14) (N=10) (N=15) (N=19) (N=20) (N=13) (N=14) (N=20) (N=18) (N=14) N famílias que declararam recurso vegetal para madeira e fibra
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
20 0
21,0
47 0,0
4 0,2
10,8 2,8
0,0
0,0
0,0
0,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul (0) Ago Set (2) (0) (1) (1) (0) (2) (0) (0) N famílias declarantes
50
30 3,6
2 0,1
Out Nov Dez (1) (2) (1)
0
Talos
Palha-branca x Ciclo anual
107
PARTE 5
Talos extraídos/família
100
50
80 40 0
%
%
42,9 28,6 16,7
9,1
20,0 6,7
15,8
10,0
0,0
7,1
10,0
38,9
800
642,5
30
10
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (N=12) (N=11) (N=14) (N=10) (N=15) (N=19) (N=20) (N=13) (N=14) (N=20) (N=18) (N=14)
0
15,3
15,1
7,1 235,0 0,3
400
13,9 4,5 100,00,8
20,0
25,5
3,0
0,0
200
200,0 0,9 0,2 30,0 10,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul (2) Ago Set (2) (1) (4) (2) (1) (3) (0) (1)
153,7
0
Out Nov Dez (2) (1) (6)
N famílias declarantes
N famílias que declararam recurso vegetal para madeira e fibra Paxiúba x Ciclo anual
600
505,0
20
5,6
1000
1000,0
40
60 20
% de talos extraídos (N=6.613)
Palha-ubim x Ciclo anual
% de famílias que declararam palha-ubim
Talos
Palha-ubim x Ciclo anual
% de famílias que declararam paxiúba
% de caules extraídos (N=12)
Paxiúba x Ciclo anual
Caules extraídos/família
40 0
6
6
5
40
60
%
%
80
20
50,0
50
0,0
9,1
7,1
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
7,1
16,7
20
7,1
5,6
5,0
4
30
10
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (N=12) (N=11) (N=14) (N=10) (N=15) (N=19) (N=20) (N=13) (N=14) (N=20) (N=18) (N=14)
0
N famílias que declararam recurso vegetal para madeira e fibra
8,3 0,0
1
8,3
1
8,3 0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul (0) Ago Set (0) (1) (1) (0) (0) (0) (0) (1)
1
3 2
8,3
Out Nov Dez (1) (1) (1)
Caules
100
2 1
1 0
N famílias declarantes
Flutuações anuais As flutuações anuais de extração de palmeiras para alimentação e composição de construções em madeira e fibra vegetal são apresentadas em seus conjuntos na FIGURA 5.5. Para o período de 2009 a 2016, não foram encontradas tendências acentuadas de aumento ou diminuição nas proporções de famílias declarantes e as taxas anuais de extração em nenhum desses grupos de uso de palmeiras (FIGURA 5.5). No entanto, assim como foi observado para ungulados em geral na seção anterior, observa-se uma leve tendência à diminuição na quantidade de famílias extraindo esses recursos a partir do ano de 2012 (FIGURA 5.5). FIGURA 5.5. Flutuação temporal na exploração de frutos e fibras de palmeiras no extrativismo vegetal, com base na quantidade anual de famílias declarantes e unidades extraídas/família, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). O ano de 2008 não foi incluído devido à amostragem sazonal parcial.
30 20
%
36,2 8,4
23,0 45,7
15,1
14,2 8,7
9,4
24,7
12,9 21,1 8,1
22,7
25,5
13,4
10 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137) N famílias entrevistadas
25
60
20
50
15 10
%
51,5
50 40
Cachos extraídos/família (R²=0,294)
Cachos
60
% de famílias que declararam talos de palmeiras (R²=0,414)
Fibras de palmeiras - fluttuação temporal
Talos extraídos/família (R²=0,007) 384,6
372,9
400 300
40 30 20
5
10
0
0
140,5 9,2
154,3 9,5
163,8
156,3 93,3
12,6 4,9
4,3
4,3
4,5
108,3 6,6
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137) N famílias entrevistadas
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
200 100 0
Talos
% de famílias que declararam frutos de palmeiras (R²=0,391)
Frutos de palmeiras - flutuação temporal
108
PARTE 5
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
109
PARTE 6
PARTE 6
RECURSOS NATURAIS E PRODUTOS AGRÍCOLAS DE RELEVÂNCIA COMERCIAL
Perfil produtivo
TABELA 6.1. Distribuição de famílias que declararam pelo menos um dos quatro produtos comerciais mais relevantes no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Cipós = cipós titica + timbó-açu (kg).
Produção e relação com a prática comercial A farinha-de-mandioca é o produto comercializado mais difundido entre as famílias, mas grande parte das famílias residentes diversificam atividades comerciais com produtos agrícolas e produtos do extrativismo. No universo de famílias que declararam pelo menos um dos quatro produtos de relevância comercial (farinha, banana, cipós do gênero Heteropsis, castanha), cerca de 36% declarou todos eles considerando o período total de 2008 a 2016 (TABELA 6.1). Para o total de famílias que comercializaram pelo menos um desses produtos, essa proporção foi de 25% (TABELA 6.1). Nesse universo, as atividades produtivas agrícolas e/ou extrativas variam de um ano a outro para cada família, porém, em geral, é ligeiramente mais frequente que as famílias produzam e comercializem produtos agrícolas somente, do que produtos agrícolas e extrativos (TABELA 6.2). Por outro lado, as famílias que desenvolveram atividades agrícolas e extrativas tenderam a produzir e comercializar todos os quatro produtos em taxas mais elevadas se comparadas a famílias que declararam apenas produto agrícola (farinha e/ou banana) ou apenas produto do extrativismo (cipós e/ou castanha) (TABELA 6.3). No ANEXO IV são apresentados os totais anuais de produção e comercialização desses quatro produtos de relevância comercial.
PRODUTOS DECLARADOS
Nº FAMÍLIAS PRODUZINDO
Nº FAMÍLIAS COMERCIALIZANDO
Farinha + Banana + Cipós + Castanha
87 (35,8%)
57 (24,6%)
Farinha + Banana + Cipós
45 (18,5%)
40 (17,2%)
Farinha + Banana
44 (18,1%)
29 (12,5%)
Farinha + Banana + Castanha
24 (9,9%)
22 (9,5%)
Farinha + Cipós
14 (5,8%)
20 (8,6%)
Farinha somente
10 (4,1%)
32 (13,8%)
Farinha + Cipós + Castanha
6 (2,5%)
13 (5,6%)
Farinha + Castanha
5 (2,1%)
4 (1,7%)
Cipós ou Castanha somente
4 (1,6%)
7 (3,0%)
Banana + Cipós ou Castanha
2 (0,8%)
5 (2,2%)
Banana somente
1 (0,4%)
2 (0,9%)
Cipós + Castanha
1 (0,4%)
1 (0,4%)
243
232
Totais
TABELA 6.2. Números anuais de famílias que declararam pelo menos um dos quatro produtos comerciais mais relevantes por atividade produtiva, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Agrícola = farinha e/ou banana, Extrativa = cipós titica + timbó-açu e/ou castanha.
ATIVIDADE DECLARADA
NÚMERO FAMÍLIAS/ANO 2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
TOTAL
Produzido Agrícola + extrativa
38
89
74
87
86
62
67
62
44
179 (74%)
Agrícola somente
61
45
67
74
60
82
77
76
71
210 (86%)
Extrativa somente
9
17
2
5
6
7
2
2
7
40 (16%)
108
151
143
166
152
151
146
140
122
243
Agrícola + extrativa
31
75
64
64
63
41
53
41
26
153 (66%)
Agrícola somente
53
40
64
75
63
70
57
72
68
199 (86%)
Extrativa somente
13
22
4
9
14
14
5
3
10
59 (25%)
Totais
97
137
132
148
140
125
115
116
104
232
Totais Comercializado
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
110
PARTE 6
TABELA 6.3. Taxas de produção e venda declarada por família por atividade produtiva. Somente famílias que declararam pelo menos um dos quatro produtos comerciais mais relevantes, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Agrícola = farinha e/ou banana, Extrativa = cipós titica + timbó-açu e/ou castanha. Os valores anuais são apresentados no ANEXO IV.
PRODUTO (UNIDADE) FARINHA (saca de 75l) BANANA (cacho)
CIPÓS (kg)
PRODUZIDO
ATIVIDADE PRODUTIVA DECLARADA
COMERCIALIZADO
Nº FAMÍLIAS (%)
QUANT.
TAXA QUANTIDADE/ FAMÍLIA
Nº FAMÍLIAS (% PRODUTORES)
Agrícola + extrativa
176 (75%)
9.786
55,6
158 (89,8%)
6.367
65,1
40,3
Agrícola somente
207 (88%)
8.480
41,0
185 (89,4%)
4.854
57,2
26,2
235
18.266
77,7
217 (92,3%)
11.220
61,4
51,7
Agrícola + extrativa
144 (71%)
26.999
187,5
116 (80,6%)
22.520
83,4
194,1
Agrícola somente
158 (78%)
16.899
107,0
113 (71,5%)
12.957
76,7
114,7
203
43.898
216,2
155 (76,4%)
35.477
80,8
228,9
Agrícola + extrativa
149 (94%)
74.998
503,3
132 (88,6%)
64.236
85,7
486,6
Extrativa somente
33 (21%)
9.548
289,3
29 (87,9%)
7.751
81,2
267,3
Total
Total
Total Agrícola + extrativa
CASTANHA Extrativa somente (lata de 20l) Total
QUANTIDADE % PRODUZIDO
TAXA QUANTIDADE /FAMÍLIA
158
84.546
535,1
142 (89,9%)
71.987
85,1
507,0
120 (97%)
7.454
62,1
96 (80,0%)
6.232
83,6
64,9
15 (12%)
312
20,8
9 (60,0%)
260
83,3
28,8
124
7.766
62,6
98 (79,0%)
6.491
83,6
66,2
Produtividade Em geral, o perfil anual de produtividade das famílias é muito variável, principalmente para recursos como a castanha-da-amazônia, cuja frutificação pode apresentar grande variação interanual. Na FIGURA 6.1 são apresentadas as quantidades de famílias (em proporções anuais mínima e máxima encontradas) distribuídas em seis classes de produtividade anual de 2008 a 2016, para os produtos de maior relevância comercial. Em geral, uma proporção maior de famílias se encaixa nos perfis de menor produtividade e menores proporções de famílias nos perfis de maior produtividade anual (FIGURA 6.1). Assim, a maior parte das famílias produtoras de farinha produziu anualmente até 12 sacas, de banana até 60 cachos,
de castanha até 12 latas, e de cipós até 100 kg do produto. Isoladamente, no entanto, o cipó-timbó-açu pode apresentar um número maior de famílias com alta produtividade, ao contrário do cipó-titica (FIGURA 6.1). Como esperado, a variação interanual da produtividade das famílias é alta para a castanha, dadas as amplitudes entre anos com mais ou menos famílias em cada classe de produtividade. As poucas famílias que apresentaram alta produtividade anual de banana (>300 cachos), castanha (>60 latas) e cipós (>500 kg) responderam por 30%, 44% e 41% das respectivas produções totais do período de 2008 a 2016 (FIGURA 6.1). Importante citar que foram consideradas apenas as famílias com pelo menos 6 meses de entrevistas realizadas a cada ano.
FIGURA 6.1. Proporções de famílias (mínimo e máximo de valores anuais) por classes de produtividade anual dos produtos comercializados mais relevantes, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Inclui somente famílias com >6 meses de entrevistas realizadas em cada ano (total de 221 famílias).
100
80
40
80
36-64
40
30
19
20-33
20 0
28 17
6-17 Até 12 sacas
20
15
15
2-12
5
0-5
>12 a 24 >24 a 36 >36 a 48 >48 a 60 sacas sacas sacas sacas Produção anual / família 2008-2016
0-10 >60 sacas
% de famílias
50
% da produção
% de famílias
100
60
% da produção total 2008-2016 (N=37.600 kg)
Cipó-titica (Kg)
60
20
0
0
50
53-92
23
40
10
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
% de famílias produtoras por ano (Mín.-Máx.)
40
8-31
15
20
13
0-14 Até 100 kg
30
23
19
0-11
6
0-5
>100 a 200 >200 a 300kg >300 a 400kg >400 a 500kg kg Produção anual / família 2008-2016
0-12 >500kg
10 0
% da produção
% da produção total 2008-2016 (N=16.954 sacas) % de famílias produtoras por ano (Mín.-Máx.)
Farinha-de-mandioca (Sacas de 75l)
111
PARTE 6
20 0
7-17
Até 60 cachos
8
0-9
1-8 0-3 >60 a120 >120 a 180 >180 a 240 >240 a 300 >300 cachos cachos cachos cachos cachos Produção anual / família 2008-2016
¨% de famílias
33-85 10-67
60
20 0
10
10
0-18 Até 12 latas
100
40
80
20
9
0-10
0-16
>12 a 24 >24 a 36 >36 a 48 >48 a 60 latas latas latas latas Produção anual / família 2008-2016
0-18 10 >60 latas
12
0-30
13
0
Produção e comercialização Intensidade de produção ao longo do ciclo anual As flutuações dessas atividades produtivas ao longo do ciclo anual são apresentadas na FIGURA 6.2. Em geral, atividades agrícolas de produção de farinha e banana tenderam a ser realizadas por um número maior de famílias e em maior produtividade no segundo semestre do ano. A produção de farinha se deu de forma mais estável ao longo ano, porém com uma leve queda na proporção de famílias produtoras e produtividade de sacas/família nos meses de março e abril, que coincidem com o período de enchente/chuvoso (FIGURA 6.2). Os picos de produtividade de farinha ocorreram nos meses de novembro, dezembro e janeiro, que coincidem com o período de seca/pré-chuvoso (FIGURA 6.2). A flutuação na produção de banana ao longo do ano é mais evidente, com os picos de produção nos meses de setembro, outubro e novembro, que coincidem com o período do final da vazante/estiagem e início da seca/pré-chuvoso (FIGURA 6.2). Por sua vez, atividades extrativas tenderam a ser concentradas nos períodos de enchente/chuvoso ou cheia/pré-estiagem ou enchente/cheia. A produção da castanha-da-amazônia ficou praticamente restrita ao período de enchente/chuvoso, com picos de produção e produtividade de latas/família nos meses de fevereiro, março e abril (FIGURA 6.2). As produções de cipó-titica e cipó-
0-19
0-23 10
6
0-8
>500kg
13
% de famílias produtoras por ano (Mín.-Máx.) 50 40 30
14 12-25
12
0-24
20
13 0-22
7
0-17 10
0-5 Até 100kg
0
% da produção total 2008-2016 (N=73.682 kg)
41-68
20
0
20
13
41
60 40
0-25
Até 100 kg >100 a 200 >200 a >300 a >400 a kg 300kg 400kg 500kg Produção anual / família 2008-2016
Cipó-titica + Cipó-timbó-açu (Kg)
50
30 16
11
0
% de famílias produtoras por ano (Mín.-Máx.) 44
12
30
20
0
% da produção total 2008-2016 (N=7.322 latas)
100 80
10
40 33-63
60 40
50
43
% da produção
20
11
0-8
Castanha-da-Amazônia (Latas de 20l)
40
30
19 10
80
% de famílias
22
40
100
40
% de famílias
60
30
50
% da produção
67-90
80
% da produção
% de famílias
100
% da produção total 2008-2016 (N=36.082 kg) % de famílias produtoras por ano (Mín.-Máx.)
Cipo-timbó-açu (Kg)
% de famílias produtoras por ano (Mín.-Máx.)
>100 a >200 a >300 a >400 a 200kg 300kg 400kg 500kg Produção anual / família 2008-2016
% da produção
% da produção total 2008-2016 (N=42.281 cachos)
Banana (Cachos)
>500kg
0
timbó-açu começam a ser intensificadas logo ao final da seca/ pré-chuvoso, atingindo picos de produção e produtividade no mês de julho, que coincide com o pico da cheia/pré-estiagem (FIGURA 6.2). Essa relação foi mais evidente para o cipó-titica. No caso dos cipós é esperado que as atividades de coleta sejam realizadas nesses períodos pois o acesso às áreas de coleta é dado na maioria das vezes pelo rio e por igarapés, o que depende da cheia do rio.
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
112
PARTE 6
FIGURA 6.2. Flutuações na produção de quatro produtos comercializados mais relevantes ao longo do ciclo anual, com base nas quantidades mensais de famílias declarantes e quantidade produzida (distribuição e taxas de produção/família), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses).
80,0
80,4
83,2
87,4
85,6
90,7
85,6
91,5
90,4
60
%
%
80
82,8
40 20 0
40 35 30 25 20 15 10 5 0
Sacas/família 11,7
11,1 8,6
9,4
7,1
9,2 7,5
7,0
5,9
5,6
58,1 43,8
52,8
44,7
50,5
56,5
55,8
61,2
67,6
63,8
%
%
60
68,2
40 20 0
40 35 30 25 20 15 10 5 0
% famílias que declararam castanha
47,3
23,4 5,8
24,3
4,3
22,5
4,9
%
30,9
20
38,5 27,1
16,7
13,1 6,3
2,0
0,0
0
0,0
4,4
2,1
6,8
% 20
17,2
18,5
23,9
41,7
%
38,7 29,7
23,4 6,7
5,0
31,3
30,1
6,9
7,7
7,9
9,0
5 0
60
50,6 37,3
35,0 13,8
31,0
40
8,0
20
15,8 10,8
9,8
0
% da produção total em latas (N=7.766)
40 35 30 25 20 15 10 5 0
28,2
Latas/família
39,8
40
30,0 21,0
12,3 7,7 3,1
23,2
26,6
30
21,5
18,2
20
26,7 4,0
8,7
6,8
3,0
3,6
0,2
0,0
0,0
1,1
0,6
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (31) (55) (64) (69) (52) (25) (13) (4) (0) (0) (4) (12)
10 0
4,8
% da produção total em kg (N=42.176)
Cipó-titica x Ciclo anual
60
29,6
11,0
N famílias declarantes
% famílias que declararam cipó-titica
40
9,5
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (108) (78) (95) (80) (97) (108) (115) (123) (128) (137) (127) (113)
N famílias que declararam produção agrícola ou vegetal
Cipó-titica x Ciclo anual
31,4 23,9
Castanha-da-Amazônia x Ciclo anual
%
40
10
N famílias declarantes
60 35,6
8,9
10,3
Cachos/família
N famílias que declararam produção agrícola ou vegetal
Castanha-da-Amazônia x Ciclo anual
8,6
10,1
% da produção total em cachos (N=43.898)
Banana x Ciclo anual
100 66,3
9,8
9,3
N famílias declarantes
% famílias que declararam banana
80
7,2
9,1
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (156) (150) (144) (144) (159) (159) (180) (172) (175) (172) (172) (160)
N famílias que declararam produção agrícola ou vegetal
Banana x Ciclo anual
8,0
9,9 8,3
15 Sacas 75l
84,3
Cachos
83,9
Latas 20l
100
% da produção total em sacas (N=18.266)
Farinha-de-mandioca x Ciclo anual
% famílias que declararam farinha
9,6
0
N famílias que declararam produção agrícola ou vegetal
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
40 35 30 25 20 15 10 5 0
Kg/família 210
99,9
106,0
108,6
7,8
10,8
8,5
140
116,4
67,5
63,6
4,8
90,8
67,2
12,3
19,1
23,7 7,5
50,8 1,6
40,7 1,0
57,4 32,1 0,7
2,3
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (32) (33) (43) (53) (57) (74) (86) (47) (13) (10) (9) (17) N famílias declarantes
70 0
Kg
Farinha-de-mandioca x Ciclo anual
113
PARTE 6
60
50,5 34,4 24,7
36,9
38,0
44,0 32,3
28,1
%
%
40
16,6
20
10,0
% da produção total em kg (N=84.546)
Cipó-titica+Cipó-timbó-açu x Ciclo anual
13,6 6,9
0
40 35 30 25 20 15 10 5 0
Kg/família
198,0
131,0
110,3
128,7
6,0
9,6
8,0
20
13,4
17,7
19,4
%
%
40 17,3
24,3 17,4
12,4
8,0
140 90,9
14,0
88,7
85,1
71,6
70
8,5 2,1
1,3
2,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (46) (50) (62) (66) (73) (84) (104) (65) (32) (20) (13) (24)
0
4,8
% da produção total em kg (N=42.370)
Cipó-timbó-açu x Ciclo anual
60
17,2
11,1
110,1
N famílias declarantes
% famílias que declararam cipó-timbó-açu
18,5
22,2
3,4
N famílias que declararam produção agrícola ou vegetal
Cipó-timbó-açu x Ciclo anual
141,1
102,5 11,7
210
180,5
Kg
% famílias que declararam cipós titica + timbó-açu
6,2
0
40 35 30 25 20 15 10 5 0
Kg/família
200,2
210
175,2 121,6
115,0
124,2 103,1
102,8
20,7
114,2
15,6 7,2
8,4
7,5
10,0
9,0
93,8
140 85,4
90,8
3,2
1,9
67,5
9,4 5,3
Kg
Cipó-titica+Cipó-timbó-açu x Ciclo anual
70
1,8
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (25) (33) (31) (31) (34) (37) (50) (35) (24) (16) (9) (11)
0
N famílias declarantes
N famílias que declararam produção agrícola ou extrativista
Flutuações anuais na produção e comercialização Para avaliar tendências temporais de produção e comercialização dos quatro produtos comerciais mais relevantes (farinha, banana, cipós e castanha) foram utilizadas, em escala anual (exceto 2008, devido à falta de amostragem no primeiro semestre), as proporções de famílias produtoras em relação às entrevistadas (N=262), as taxas de produção por família produtora e as modas dos preços aplicados por unidade de produto. Para a farinha-de-mandioca, um sutil aumento de famílias produtoras foi observado, mantendo-se, porém, a estabilidade na taxa de produção/família e um aumento muito fraco do preço aplicado ao produto (FIGURA 6.3). Para a banana, por sua vez, foram observadas sutis diminuições no número de famílias produtoras e na taxa de produção/família, apesar de um aumento mediano de preços aplicados ao produto (FIGURA 6.3). No entanto, os preços aplicados à banana devem ser avaliados com cautela, já que o produto constitui variedades (“banana-maçã”, “banana-prata”, “banana-pacovã”) e tamanhos de cachos (“pequeno”, “médio”, “grande”) que são comercializados a preços distintos, seguindo mais ou menos um padrão estabelecido regionalmente, que não é registrado no SiMUR. Isto significa que um aparente aumento de preço aplicado ao produto pode refletir uma maior frequência na produção de variedades de maior valor comercial (p.ex. “pacovã”), em detrimento de outras.
No caso dos produtos do extrativismo, foi observado um aumento substancial no preço aplicado à castanha-da-amazônia entre 2009 e 2016 (FIGURA 6.3). É importante aqui contextualizar que em 2012 entraram em operação a Cooperativa Mista Agroextrativista dos Moradores do Rio Unini (COOMARU) e a fábrica ou central de beneficiamento de castanha (CAUMORU), que influenciaram o aumento do preço local desse produto. A COOMARU passou a adquirir castanha para ser beneficiada na CAUMORU, diretamente dos produtores e também de comerciantes locais, estabelecendo preços melhores e justos para os coletores e capacitando-os para melhorar a qualidade da matéria-prima a ser beneficiada na fábrica. Por outro lado, não houve mudança aparente no número de famílias produtoras, nem na produtividade delas. A castanha-da-amazônia, ao contrário dos outros produtos comercializados, não é acessível em qualquer ano e, ainda, é coletada em maiores quantidades em áreas de concentração da planta (“castanhais”), que possuem regime tradicional de propriedade de algumas famílias (residentes e ex-residentes). É possível que essas particularidades expliquem em parte a estabilidade temporal em número de produtores e produtividade. De forma distinta, foram observadas diminuições substanciais no número de famílias produtoras e na taxa de pro-
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
114
PARTE 6
dução/família do cipó-titica, entre 2009 e 2016, enquanto que o preço aplicado ao produto permaneceu estável (FIGURA 6.3). No caso do cipó-timbó-açu, o número de famílias produtoras manteve-se estável, porém com produtividade diminuída medianamente, enquanto o preço aplicado ao produto apresentou sutil aumento (FIGURA 6.3). Como já mencionado em seções anteriores, o cipó-titica é acessado por todas as comunidades, ao contrário do cipó-timbó-açu, que aparentemente é mais abundante na região do baixo rio Unini. Alguns coletores da comunidade Lago das Pedras, onde ambos
os cipós são coletados, relataram em conversas informais que tanto o cipó-titica como o cipó-timbó-açu têm se esgotado nas áreas antes acessadas e por isso as coletas precisam ser realizadas em áreas mais distantes. Também relatam que frequentemente são encontradas plantas mortas (“secas”), atribuindo o fato aos prolongados períodos de estiagem que ocorreram em anos anteriores e de forma consecutiva (o último foi em 2015). Essa questão é discutida em mais detalhes com base na espacialização das áreas de coleta de cipós na Parte 5: Recursos de relevância no extrativismo vegetal.
FIGURA 6.3. Proporções de famílias produtoras, taxas de produção por família/ano (A) e preços mais aplicados por ano (B) para os produtos agroextrativistas comercializados mais relevantes, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). O ano de 2008 não foi incluído devido à amostragem sazonal parcial.
% famílias que declararam farinha (R²=0,31)
(A) Farinha-de-mandioca
(B) Farinha-de-mandioca
Sacas produzidas/família (R²=0,01)
%
77,5 18,6
87,2
85,7
83,7
21,5
20,2 15,5
60
81,8
13,8
10
20 0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=127) (N=169) (N=175) (N=164) (N=166) (N=161) (N=154) (N=137)
R$220,00
200
13,0
13,0
250
30 20
10,3
40
85,1
R$ / saca 75l
73,0
80
86,3
Sacas de 75l
100
R$100,00
100
R$100,00
60 40 20 0
56,3
55,1
54,6
47,1
41,1
65,7
71,4
53,7
51,8
59,6
37,9
56,5
50,4
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=127) (N=169) (N=175) (N=164) (N=166) (N=161) (N=154) (N=137)
80 70 60 50 40 30 20 10 0
R$/cacho (moda) R²=0,41
12
R$10,00
10 R$ / cacho
73,6 65,6
Cachos
%
80
R$8,00
8 6
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=204) (N=258) (N=279) (N=219) (N=193) (N=163) (N=179) (N=79)
(B) Castanha-da-Amazônia
23,4
40 20 0
32,8 7,2 11,8
10,8 21,7
25,0
38,4 6,5 12,0
25,5
24,7
25,5
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=127) (N=169) (N=175) (N=164) (N=166) (N=161) (N=154) (N=137)
40 35 30 25 20 15 10 5 0
R$/lata (moda) R²=0,82
40 R$30,00
30 R$ / lata 20l
37,6 31,1
60
R$6,00
N registros Nº de registros
Latas de 20l
%
80
R$6,00
4 0
% famílias que declararam castanha (R²=0,00)
30,9
R$6,00
R$10,00
2
Latas produzidas/família (R²=0,05) 100
R$7,00
R$5,00
N famílias entrevistadas Nº de famílias entrevistadas
(A) Castanha-da-Amazônia
R$100,00
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=270) (N=410) (N=444) (N=358) (N=332) (N=280) (N=361) (N=229)
(B) Banana
Cachos produzidos/família (R²=-0,22) 64,0
R$100,00
N registros Nº de registros
% famílias que declararam banana (R²=-0,26)
100
R$100,00 R$75,00
50 0
0
R$150,00
150
N famílias entrevistadas Nº de famílias entrevistadas (A) Banana
R$/saca (moda) R²=0,12
N famílias entrevistadas Nº de famílias entrevistadas
R$25,00
20 10 0
R$15,00 R$10,00
R$10,00
2009 (N=76)
2010 (N=19)
2011 (N=37)
R$18,00 R$12,00
2012 (N=76)
R$14,00
2013 (N=10)
N registros Nº de registros
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
2014 (N=60)
2015 (N=41)
2016 (N=39)
115
PARTE 6
% famílias que declararam cipó-titica (R²=-0,84)
(A) Cipó-titica
(B) Cipó-titica
Kg produzidos/família (R²=-0,59) 184,4
%
60 40
41,4
36,1
135,4 86,2 36,6
85,9 31,3
18,9
20 0
77,0
150 100
73,0 49,1
9,9
8,4
4 R$ / kg
142,9
80
5
200 Kg
100
6,6
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=127) (N=169) (N=175) (N=164) (N=166) (N=161) (N=154) (N=137)
R$/Kg (moda) R²=0,00
3
R$4,00 R$3,50
1
0
0
% famílias que declararam cipó-timbó-açu (R²=-0,07)
2009 2010 (N=144) (N=91)
2011 (N=82)
5 4
150 14,3
15,6
100
11,7
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=127) (N=169) (N=175) (N=164) (N=166) (N=161) (N=154) (N=137)
R$ / kg
16,5
Kg
%
21,7
21,1
3
FARINHA (saca de 75l)
BANANA (cacho)
CASTANHA (lata de 20l)
CIPÓ-TITICA (kg)
CIPÓ-TIMBÓ-AÇU (kg)
2014 (N=19)
2015 (N=8)
2016 (N=6)
R$4,50 R$4,00
R$4,00
R$4,00 R$3,50
R$3,50 R$3,00
R$3,00
2
50
1
0
0
2009 (N=73)
2010 (N=48)
2011 (N=98)
2012 (N=56)
2013 (N=60)
2014 (N=48)
2015 (N=26)
2016 (N=25)
N registros Nº de registros
Destinos de venda e preços aplicados Como seria esperado, existe uma diferença nos preços aplicados associados aos locais de venda para as famílias produtoras, de forma que em média os preços tendem a ser mais elevados LOCAL DE VENDA
2013 (N=91)
R$/Kg (moda) R²=0,22
NºNdefamílias famíliasentrevistadas entrevistadas
PRODUTO (UNIDADE)
2012 (N=45)
(B) Cipó-timbó-açu
200
13,0
R$3,00
N registros Nº de registros
250
16,1
R$3,00
2
50
Kg produzidos/família (R²=-0,43) 40 35 30 25 20 15 10 5 0
R$4,00
R$3,00
famílias entrevistadas NºNde famílias entrevistadas (A) Cipó-timbó-açu
R$4,00
R$3,50
para produtos vendidos em Novo Airão ou Barcelos (TABELA 6.4). No ANEXO III são apresentados os preços aplicados na comercialização desses produtos em médias anuais, mínimas e máximas. MAIORES PREÇOS (R$/UNIDADE)
NÚMERO REGISTROS
MENORES PREÇOS (R$/UNIDADE)
MÉDIA+DP
MÍN.-MÁX.
MÉDIA+DP
MÍN.-MÁX.
Local
2.600
R$ 119,98+56,51
R$ 25,00-320,00
R$ 119,10+56,10
R$ 25,00-300,00
Novo Airão
120
R$ 155,71+63,66
R$ 70,00-280,00
R$ 155,46+63,48
R$ 70,00-280,00
Barcelos
55
R$ 178,09+71,34
R$ 75,00-300,00
R$ 178,09+71,34
R$ 75,00-300,00
Moura
6
R$ 154,17+53,33
R$ 120,00-250,00
R$ 154,17+53,33
R$ 120,00-250,00
Manaus
1
R$ 160,00
R$ 160,00-160,00
R$ 160,00
R$ 160,00-160,00
Vila Nova
1
R$ 250,00
R$ 250,00-250,00
R$ 250,00
R$ 250,00-250,00
Local
1.486
R$ 7,17+3,06
R$ 2,00-50,00
R$ 7,01+3,01
R$ 1,20-50,00
Novo Airão
61
R$ 14,45+6,02
R$ 5,00-30,00
R$ 11,58+4,48
R$ 5,00-30,00
Barcelos
30
R$ 15,40+6,61
R$ 5,00-30,00
R$ 13,70+5,55
R$ 5,00-25,00
Moura
4
R$ 11,25+2,50
R$ 10,00-15,00
R$ 11,25+2,50
R$ 10,00-15,00
Local
352
R$ 17,18+8,18
R$ 5,00-46,00
R$ 17,07+8,22
R$ 5,00-46,00
Novo Airão
2
R$ 23,50+2,12
R$ 22,00-25,00
R$ 23,50+2,12
R$ 22,00-25,00
Barcelos
1
R$ 8,50
R$ 8,50-8,50
R$ 8,50
R$ 8,50-8,50
Local
519
R$ 3,39+0,71
R$ 2,00-5,00
R$ 3,38+0,70
R$ 2,00-5,00
Novo Airão
3
R$ 4,27+0,25
R$ 4,00-4,50
R$ 4,27+0,25
R$ 4,00-4,50
Manaus
1
R$ 3,00
R$ 3,00-3,00
R$ 3,00
R$ 3,00-3,00
Local
468
R$ 3,36+0,73
R$ 1,70-5,00
R$ 3,34+0,72
R$ 1,70-5,00
Novo Airão
10
R$ 4,80+0,89
R$ 3,50-6,00
R$ 4,80+0,89
R$ 3,50-6,00
Manaus
1
R$ 3,00
R$ 3,00-3,00
R$ 3,00
R$ 3,00-3,00
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
117
PARTE 7
PARTE 7
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PARTE 7
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Ravetta A.L. & Muniz C.C. 2015. Avaliação do risco de extinção de Cebus albifrons (Humboldt, 1812) no Brasil. Processo de avaliação do risco de extinção da fauna brasileira. ICMBio<http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/ fauna-brasileira/estado-de-conservacao/7253-mamiferos-cebus-albifrons-cairara.html> Silva K.F.M., Costa J.F., Anacleto T.C.S. & Timo T.P.C. 2015. Avaliação do risco de extinção de Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758 no Brasil. Processo de avaliação do risco de extinção da fauna brasileira. ICMBio <http://www.icmbio.gov. br/portal/biodiversidade/fauna-brasileira/lista-de-especies/ 7106-mamiferos-dasypus-novemcintus-tatu-galinha.html> Testudines.org. 2017. 02.00 - Descripción: Mesoclemmys raniceps Gray (1855). <http://www.testudines.org/es/taxons/ taxon/67/description> Acessado em agosto de 2017. Valsecchi J. & Amaral P.V. 2009. Perfil da caça e dos caçadores na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, Amazonas – Brasil. Uakari 5(2):33-48. Vogt R.C. 2008. Tartarugas da Amazônia. Gráfica Biblos, Lima.
Miranda F.R., Röhe F., Vaz S.M., Anacleto T.C.S. & Timo T.P.C. 2015. Avaliação do risco de extinção de Dasypus kappleri Krauss, 1862 no Brasil. Processo de avaliação do risco de extinção da fauna brasileira. ICMBio <http://www.icmbio.gov. br/portal/biodiversidade/fauna-brasileira/lista-de-especies/ 7104-mamiferos-dasypus-kappleri-tatu-quinze-quilos.html> Paim F.P., Alfaro J.W.L. & Silva Jr. J.S. 2015. Avaliação do risco de extinção de Saimiri cassiquiarensis (Lesson 1840) no Brasil. Processo de avaliação do risco de extinção da fauna brasileira. ICMBio <http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/fauna-brasileira/estado-de-conservacao/7263-mamiferos-saimiri-cassiquiarensis-macaco-de-cheiro.html> Pezzuti J.C.B., Rebêlo G.H., Silva D.F., Lima J.P. & Ribeiro M.C. 2004. A caça e a pesca no Parque Nacional do Jaú. In: Janelas para a biodiversidade no Parque Nacional do Jaú: Uma estratégia para o estudo da biodiversidade na Amazônia. S.H. Borges, S. Iwanaga, C.C. Durigan, M.R. Pinheiro (eds.). Fundação Vitória Amazônica, Manaus. p.213-227. Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
119
PARTE 8
PARTE 8
ANEXOS
Anexo I. Lista de recursos naturais e produtos agrícolas declarados no SiMUR no período de 2008 a 2016 e respectivas taxas anuais de extração ou produção. Taxa anual = quantidade total declarada ÷ 94 meses x 12. Taxa anual familiar = taxa anual ÷ 160 (média anual de famílias entrevistadas). NI = identificação insuficiente. Dados baseados em recordação mensal de todos os recursos extraídos, exceto peixes (somente dos dois últimos dias de pescaria do mês). 1Não inclui registros de abate fora do contexto da alimentação. 2Produto manufaturado. 3Folha, talo ou caule.
CONTEXTO
TOTAIS DECLARADOS
RECURSO OU PRODUTO (VARIANTES NOMINAIS)
TÁXONS ESPERADOS
REGISTROS
FAMÍLIAS (%) N=160
TAXAS ANUAIS QUANT.
UNID.
UNID./ FAMÍLIAS
Caça (unidade = INDIVÍDUO) Ave
Arara
Psittacidae (Ara spp.)
41
5,2
<0,1
Ave
Coro-coró
Threskiornithidae (Mesembrinibis cayennensis)
4
Ave
Cujubim
Cracidae (Aburria cumanensis)
38
4 (1,5%)
4
0,5
<0,1
16 (6,1%)
74
9,4
0,1
Ave
Galega
Columbidae (Patagioenas sp.)
1
1 (0,4%)
1
0,1
<0,1
Ave
Gavião-real
3
3 (1,1%)
Ave
Inambu (3)
Tinamidae (Tinamus major, Crypturellus cinereus)
86
46 (17,6%)
3
0,4
<0,1
106
13,5
0,1
Ave
Jaburu
Ciconiidae (Jabiru mycteria, Mycteria americana)
1
1 (0,4%)
1
0,1
<0,1
Ave
Jacamim
Psophiidae (Psophia crepitans)
109
67 (25,6%)
161
20,6
0,1
Ave
Jacu
Cracidae (Penelope jacquacu)
Ave
Macucaua
Tinamidae (Crypturellus undulatus)
124
71 (27,1%)
152
19,4
0,1
4
4 (1,5%)
4
0,5
<0,1
Ave
Maguari
Ardeidae (Ardea cocoi)
6
6 (2,3%)
6
0,8
<0,1
Ave
Mergulhão
Phalacrocoracidae (Phalacrocorax brasilianus, Anhinga anhinga)
1
1
0,1
<0,1
Ave
Mutum
Cracidae (Pauxi tuberosa, Pauxi tomentosa)
78
10,0
0,1
Ave
Papagaio (2)
Psittacidae (Amazona spp., Pionus spp.)
Ave
Pato
Anatidae (Cairina moschata)
Ave
Socó
Ardeidae (Tigrisoma lineatum)
Ave
Tucano
Ave
Urumutum
Mamífero
Anta
Mamífero Mamífero
1
31
Accipitridae (Harpia harpyja)
65
21 (8,0%)
1 (0,4%) 37 (14,1%)
19
14 (5,3%)
33
4,2
<0,1
188
69 (26,3%)
379
48,4
0,3
5
4 (1,5%)
5
0,6
<0,1
Ramphastidae (Ramphastos spp.)
18
15 (5,7%)
20
2,6
<0,1
Cracidae (Nothocrax urumutum)
18
16 (6,1%)
23
2,9
<0,1
Tapiridae (Tapirus terrestris)
454
119 (45,4%)
491
62,7
0,4
Caititu
Tayassuidae (Pecari tajacu)
381
128 (48,9%)
658
84,0
0,5
Capivara
Caviidae (Hydrochoerus hydrochaeris)
22
17 (6,5%)
27
3,4
<0,1
Mamífero
Cutia
Dasyproctidae (Dasyprocta fuliginosa)
417
116 (44,3%)
613
78,3
0,5
Mamífero
Cutiara
Dasyproctidae (Myoprocta pratti)
5
5 (1,9%)
6
0,8
<0,1
Mamífero
Macaco-bicó
Pitheciidae (Cacajao melanocephalus)
14
10 (3,8%)
16
2,0
<0,1
Mamífero
Macaco-cairara
Cebidae (Cebus albifrons)
1
1 (0,4%)
1
0,1
<0,1
Mamífero
Macaco-cheiro
Cebidae (Saimiri sciureus)
1
1 (0,4%)
1
0,1
<0,1
Mamífero
Macaco-guariba
Atelidae (Alouatta seniculus)
56
39 (14,9%)
78
10,0
0,1
Mamífero
Macaco-prego
Cebidae (Sapajus apella)
60
36 (13,7%)
70
8,9
0,1
Mamífero
Macaco NI
-
18
13 (5,0%)
20
2,6
<0,1
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
120
CONTEXTO
PARTE 8
TOTAIS DECLARADOS
RECURSO OU PRODUTO (VARIANTES NOMINAIS)
TÁXONS ESPERADOS
REGISTROS
804
TAXAS ANUAIS
FAMÍLIAS QUANT. (%) N=160 171 (65,3%) 1.565
Mamífero
Paca
Cuniculidae (Cuniculus paca)
Mamífero
Peixe-boi
Trichechidae (Trichechus inunguis)
3
3 (1,1%)
Mamífero
Quati
Procyonidae (Nasua nasua)
3
3 (1,1%)
Mamífero
Queixada
Tayassuidae (Tayassu pecari)
683
Mamífero
Tatu-15 quilos
Dasypodidae (Dasypus kappleri)
Mamífero
Tatu-canastra
Dasypodidae (Priodontes maximus)
Mamífero
Tatu-galinha
Mamífero Mamífero
UNID./ FAMÍLIAS
UNID. 199,8
1,2
3
0,4
<0,1
4
0,5
<0,1
168 (64,1%)
1.415
180,6
1,1
43
27 (10,3%)
48
6,1
<0,1
9
8 (3,1%)
9
1,1
<0,1
Dasypodidae (Dasypus novemcinctus)
15
12 (4,6%)
17
2,2
<0,1
Veado-mateiro
Cervidae (Mazama americana)
71
52 (19,8%)
77
9,8
0,1
Veado-roxo
Cervidae (Mazama nemorivaga)
28
25 (9,5%)
29
3,7
<0,1
2
2 (0,8%)
2
0,3
<0,1
Serp&Croc Jacaré-açu1
Alligatoridae (Melanosuchus niger)
Serp&Croc Jacaretinga
Alligatoridae (Caiman crocodilus)
22
11 (4,2%)
41
5,2
<0,1
Quelônio
Testudinidae (Chelonoidis denticulatus, Chelonoidis carbonarius)
60
32 (12,2%)
91
11,6
0,1
2.398
214 (81,7%)
-
-
<0,1
2.353
211 (80,5%)
9.145
1.167,4
7,3
45
38 (14,5%)
465
59,4
0,4
1.849
222 (84,7%)
-
-
<0,1
1.426
206 (78,6%)
9.273
1.183,8
7,4
423
143 (54,6%)
4.246
542,0
3,4
197
69 (26,3%)
-
-
<0,1
189
68 (26,0%)
540
68,9
0,4
8
7 (2,7%)
24
3,1
<0,1
967
184 (70,2%)
-
-
<0,1
687
168 (64,1%)
2.247
286,9
1,8
280
117 (44,7%)
2.086
266,3
1,7
95
54 (20,6%)
144
18,4
0,1
Jabuti
Quelônios aquáticos (unidades = INDIVÍDUO e NINHO) Cabeçudo (total) Quelônio
Podocnemididae (Peltocephalus dumerilianus)
INDIVÍDUO NINHO Irapuca (total)
Quelônio
Podocnemididae (Podocnemis erythrocephala)
INDIVÍDUO NINHO Tartaruga (total)
Quelônio
Podocnemididae (Podocnemis expansa)
INDIVÍDUO NINHO Tracajá (total)
Quelônio
Podocnemididae (Podocnemis unifilis)
INDIVÍDUO NINHO
Quelônio
Lalá - INDIVÍDUO
Chelidae (Mesoclemmys raniceps, Rhinemys rufipes)
Quelônio
Matamatá - INDIVÍDUO
Chelidae (Chelus fimbriata)
5
5 (1,9%)
6
0,8
<0,1
Peixes (unidade = INDIVÍDUO) Peixe
Anujá
Auchenipteridae (cf. Trachelyopterus sp.)
6
6 (2,3%)
15
1,9
<0,1
Peixe
Apapá
Pristigasteridae (cf. Pellona sp.)
1
1 (0,4%)
1
0,1
<0,1
Peixe
Aracu (17)
Anostomidae (cf. Leporinus spp., Laemolyta spp., Pseudanos sp.)
4.053
244 (93,1%)
20.637
2.634,5
16,5
Peixe
Arari
Characidae (cf. Chalceus sp.)
347
115 (43,9%)
1.061
135,4
0,8
Peixe
Arraia
Potamotrygonidae (cf. Potamotrygon spp.)
14
9 (3,4%)
22
2,8
<0,1
Peixe
Aruanã
Osteoglossidae (cf. Osteoglossum ferreirai)
581
165 (63,0%)
2.627
335,4
2,1
Peixe
Barbachata
Pimelodidae (cf. Pinirampus pirinampu)
82
52 (19,8%)
261
33,3
0,2
Peixe
Barbado
Pimelodidae (cf. Pinirampus pirinampu)
164
70 (26,7%)
432
55,1
0,3
Peixe
Bodó (2)
Loricariidae (cf. Pterygoplichthys spp.)
84
57 (21,8%)
381
48,6
0,3
Peixe
Branquinha
Curimatidae (cf. Curimata spp.)
170
81 (30,9%)
1.843
235,3
1,5
Peixe
Cabeça-de-ferro
Pimelodidae (cf. Pimelodus sp.)
1
1 (0,4%)
1
0,1
<0,1
Peixe
Caparari
Pimelodidae (cf. Pseudoplatystoma tigrinum)
2
2 (0,8%)
3
0,4
<0,1
Peixe
Cará (peixe) (29)
Cichlidae (Astronotus spp., Chaetobranchus spp., Geophagus sp., Heros sp., Uaru sp.)
3.268
237 (90,5%)
15.674
2.000,9
12,5
Peixe
Cascudo
Loricariidae (cf. Pterygoplichthys spp.)
4
3 (1,1%)
52
6,6
<0,1
Peixe
Charuto
Hemiodontidae (cf. Hemiodus sp., Anodus sp.)
26
15 (5,7%)
137
17,5
0,1
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
121
PARTE 8
CONTEXTO
TOTAIS DECLARADOS
RECURSO OU PRODUTO (VARIANTES NOMINAIS)
TÁXONS ESPERADOS
REGISTROS
FAMÍLIAS (%) N=160
Peixe
Cubiu (peixe)
Hemiodontidae (cf. Hemiodus sp., Anodus sp.)
Peixe
Cuiú
Doradidae (cf. Platydoras sp.)
Peixe
Dourado
Pimelodidae (cf. Brachyplatystoma rousseauxii)
Peixe
Jacundá
Cichlidae (cf. Crenicichla sp.)
Peixe
Jandiá
Pimelodidae (cf.-)
Peixe
Jaraqui
Prochilodontidae (cf. Semaprochilodus sp.)
Peixe
Jatuarana
Hemiodontidae (cf. Hemiodus sp., Anodus sp.)
Peixe
Jeju
Erythrinidae (cf.-)
Peixe
Mafura
Serrasalmidae (cf.-)
Peixe
Mandi
Auchenipteridae (cf. Trachycorystes sp.)
Peixe
Mandubé
Auchenipteridae (cf. Ageneiosus spp.)
69
Peixe
Mapará
Pimelodidae (cf. Hypophthalmus spp.)
Peixe
Matrinchã
Bryconidae (cf. Brycon amazonicus)
Peixe
Matupiri
Characidae (cf. Tetragonopterus chalceus)
Peixe
Orana
Hemiodontidae (cf. Hemiodus sp., Anodus sp.)
6
6 (2,3%)
Peixe
Pacu (15)
Serrasalmidae (Myleus sp., Metynnis sp.)
4.824
245 (93,5%)
Peixe
Pacuí
Serrasalmidae (Myleus sp., Metynnis sp.)
1.279
166 (63,4%)
Peixe
Peito-de-aço
Curimatidae (cf. Curimata spp.)
4
Peixe
Peixe-agulha
Belonidae (cf.-)
Peixe
Peixe-cachorro
Acestrorhynchidae (cf. Acestrorhynchus spp.)
Peixe
Peixe-gato
Pimelodidae (cf.-)
Peixe
Pescada
Sciaenidae (cf. Plagioscion squamosissimus)
Peixe
Piau
Anostomidae (cf. Shizodon sp.)
Peixe
Piraíba
Pimelodidae (cf. Brachyplatystoma filamentosum)
Peixe
Piranambu/Paranabu
Pimelodidae (cf. Pinirampus pirinampu)
Peixe
Pirandirá
Cynodontidae (cf. Hydrolycus sp.)
Peixe
Piranha (7)
Serrasalmidae (Serrasalmus spp., Pristobrycon sp., Pygocentrus sp.)
Peixe
Pirapucu
Ctenoluciidae (cf. Boulengerella lucius, Boulengerella lateristriga)
Peixe
Pirarara
Pimelodidae (cf. Phractocephalus hemioliopterus)
Peixe
Pirarucu
Arapaimidae (Arapaima gigas)
Peixe
Poton
Peixe
Recoreco
Peixe
TAXAS ANUAIS QUANT.
UNID.
UNID./ FAMÍLIAS
86
55 (21,0%)
356
45,4
0,3
2
2 (0,8%)
2
0,3
<0,1
1
1 (0,4%)
2
0,3
<0,1
601
160 (61,1%)
1.473
188,0
1,2
37
32 (12,2%)
69
8,8
0,1
1.627
202 (77,1%)
17.050
2.176,6
13,6
237
82 (31,3%)
965
123,2
0,8
2
2 (0,8%)
3
0,4
<0,1
2
2 (0,8%)
7
0,9
<0,1
13
9 (3,4%)
31
4,0
<0,1
45 (17,2%)
209
26,7
0,2
2
2 (0,8%)
4
0,5
<0,1
316
93 (35,5%)
1.057
134,9
0,8
39
30 (11,5%)
144
18,4
0,1
18
2,3
<0,1
41.004
5.234,6
32,7
15.411
1.967,4
12,3
3 (1,1%)
52
6,6
<0,1
22
20 (7,6%)
55
7,0
<0,1
30
21 (8,0%)
56
7,1
<0,1
3
2 (0,8%)
11
1,4
<0,1
54
33 (12,6%)
206
26,3
0,2
8
8 (3,1%)
37
4,7
<0,1
2
2 (0,8%)
2
0,3
<0,1
1
1 (0,4%)
1
0,1
<0,1
21
19 (7,3%)
94
12,0
0,1
9.426
252 (96,2%)
94.939
12.119,9
75,7
2
2 (0,8%)
4
0,5
<0,1
158
77 (29,4%)
268
34,2
0,2
71
41 (15,6%)
97
12,4
0,1
-
1
1 (0,4%)
2
0,3
<0,1
Doradidae (cf. Acanthodoras spinosissimus)
1
1 (0,4%)
1
0,1
<0,1
Sandé
-
1
1 (0,4%)
2
0,3
<0,1
Peixe
Sardinha
Triportheidae (cf. Triportheus spp.)
50
35 (13,4%)
251
32,0
0,2
Peixe
Sardinhão
Pristigasteridae (cf. Pellona sp.)
Peixe
Surubim
Pimelodidae (cf. Pseudoplatystoma sp.)
Peixe
Tambaqui
Serrasalmidae (cf. Colossoma macropomum)
Peixe
Traíra (2)
Peixe
Tucunaré (6)
1
1 (0,4%)
1
0,1
<0,1
135
71 (27,1%)
556
71,0
0,4
7
7 (2,7%)
20
2,6
<0,1
Erythrinidae (cf. Hoplias malabaricus)
2.134
219 (83,6%)
8.221
1.049,5
6,6
Cichlidae (cf. Cichla ocellaris, Cichla temensis)
4.983
249 (95,0%)
22.759
2.905,4
18,2
Recursos madeireiros (unidade = ÁRVORE) Madeira
Abiorana
Sapotaceae (Pouteria spp.)
3
1 (0,4%)
3
0,4
<0,1
Madeira
Acariquara
Olacaceae (Minquartia guianensis)
1
1 (0,4%)
2
0,3
<0,1
Madeira
Amarelão
Apocynaceae (Aspidosperma sp.)
3
2 (0,8%)
7
0,9
<0,1
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
122
CONTEXTO
PARTE 8
TOTAIS DECLARADOS
RECURSO OU PRODUTO (VARIANTES NOMINAIS)
TÁXONS ESPERADOS
REGISTROS
FAMÍLIAS (%) N=160
TAXAS ANUAIS QUANT.
UNID.
UNID./ FAMÍLIAS
Madeira
Aritu
Lauraceae (cf. Licaria aritu)
8
4 (1,5%)
10
1,3
<0,1
Madeira
Bico-de-pato
Fabaceae (cf. Machaerium hirtum)
1
1 (0,4%)
1
0,1
<0,1
Madeira
Caferana
Rubiaceae (cf. Coussarea racemosa)
10
9 (3,4%)
16
2,0
<0,1
Madeira
Castanha-de-cutia
Chrysobalanaceae (Couepia sp.)
2
2 (0,8%)
4
0,5
<0,1
Madeira
Cedrinho
Mimosaceae (Cedrelinga sp.)
9
6 (2,3%)
11
1,4
<0,1
Madeira
Copaíba (madeira)
Caesalpinaceae (Copaifera multijuga)
2
2 (0,8%)
2
0,3
<0,1
Madeira
Copaibarana
Caesalpinaceae (cf. Copaifera guyanensis)
1
1 (0,4%)
1
0,1
<0,1
Madeira
Cupiúba
Celastraceae (Goupia glabra)
7
5 (1,9%)
9
1,1
<0,1
Madeira
Guariúba
Moraceae (Clarisia sp.)
1
1 (0,4%)
2
0,3
<0,1
Madeira
Itaúba
Lauraceae (Mezilaurus itauba)
5
4 (1,5%)
7
0,9
<0,1
Madeira
Jacareúba
Clusiaceae (Calophyllum brasiliense)
2
2 (0,8%)
10
1,3
<0,1
Madeira
Lacre
Clusiaceae (cf. Vismia cayenensis)
1
1 (0,4%)
12
1,5
<0,1
Madeira
Louro-abacate
Lauraceae (Ocotea sp.)
6
5 (1,9%)
6
0,8
<0,1
Madeira
Louro-preto
Lauraceae (Ocotea sp.)
5
5 (1,9%)
7
0,9
<0,1
Madeira
Louro-rosa
Lauraceae (Ocotea sp.)
1
1 (0,4%)
1
0,1
<0,1
Madeira
Macucu
Fabaceae (cf. Aldina heterophilla)
1
1 (0,4%)
1
0,1
<0,1
Madeira
Marupá
Simaroubaceae (cf. Simaruba amara)
2
2 (0,8%)
2
0,3
<0,1
Madeira
Massaranduba
Sapotaceae (Manilkara huberi)
6
3 (1,1%)
7
0,9
<0,1
Madeira
Mututi
Fabaceae (cf. Pterocarpus rohrii)
1
1 (0,4%)
1
0,1
<0,1
Madeira
Punã
Myristicaceae (cf. Iryanthera tricornis)
4
2 (0,8%)
4
0,5
<0,1
Madeira
Rabo-de-arraia
Vochysiaceae (cf. Vochysia haenkeana)
2
2 (0,8%)
2
0,3
<0,1
Madeira
Roxinho
Caesalpinaceae (cf. Peltogyne paniculata)
1
1 (0,4%)
1
0,1
<0,1
Madeira
Sapucaia
Lecythidaceae (Lecythis zabucajo)
3
3 (1,1%)
3
0,4
<0,1
Madeira
Tachi
Caesalpinaceae (cf. Tachigali myrmecophila)
3
2 (0,8%)
3
0,4
<0,1
Madeira
Tanimbuca (madeira)
Combretaceae (Buchenavia sp.)
5
2 (0,8%)
6
0,8
<0,1
Madeira
Tauari
Lecythidaceae (Cariniana spp., Couratari spp.)
1
1 (0,4%)
1
0,1
<0,1
Madeira
Tento
Fabaceae (cf. Ormosia paraensis)
2
2 (0,8%)
2
0,3
<0,1
Madeira
Titarana
Myrsinaceae (Cybianthus sp.)
2
2 (0,8%)
2
0,3
<0,1
Madeira
Violeta
cf. Myrsinaceae (Cybianthus sp.)
2
1 (0,4%)
2
0,3
<0,1
Madeira
Madeira NI
-
27
10 (3,8%)
49
6,3
<0,1
Recursos madeireiros (unidade = LATA DE 20l) Carvão
Angelim (carvão)
Mimosaceae (Dinizia excelsa)
1
1 (0,4%)
3
0,4
<0,1
Carvão
Comati (carvão)
Chrysobalanaceae (Licania sp.)
1
1 (0,4%)
3
0,4
<0,1
Carvão
Pau-vidro (carvão)
Myrtaceae (Eugenia sp.)
1
1 (0,4%)
3
0,4
<0,1
Carvão
Tanimbuca (carvão)
Combretaceae (Buchenavia sp.)
1
1 (0,4%)
9
1,1
<0,1
Carvão
Taquarirana (carvão)
Mimosaceae (Stryphnodendron sp.)
1
1 (0,4%)
4
0,5
<0,1
Carvão
Madeira NI (carvão)
-
23
14 (5,3%)
175
22,3
<0,1
Recursos não-madeireiros (unidade = PADRÃO DO RECURSO) Exsudato
Amapá - LITRO
Moraceae (Brosimum sp.)
3
2 (0,8%)
159
20,3
0,1
Exsudato
Andiroba - LITRO
Meliaceae (Carapa guianensis)
4
4 (1,5%)
9
1,1
<0,1
Exsudato
Breu - kg
Burseraceae (Protium spp.)
24
21 (8,0%)
187
23,8
0,1
Exsudato
Copaíba (exs) - LITRO
Caesalpinaceae (Copaifera multijuga)
21
15 (5,7%)
119
15,1
0,1
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
123
PARTE 8
CONTEXTO
Seringa (total) Exsudato
TOTAIS DECLARADOS
RECURSO OU PRODUTO (VARIANTES NOMINAIS)
TÁXONS ESPERADOS Euphorbiaceae (Hevea spp.)
kg UNIDADE
2
REGISTROS
FAMÍLIAS (%) N=160
TAXAS ANUAIS QUANT.
UNID./ FAMÍLIAS
UNID.
10
3 (1,1%)
-
-
<0,1
2
1 (0,4%)
179
22,9
0,1
8
2 (0,8%)
35
4,5
<0,1
Exsudato
Sucuúba - LITRO
Apocynaceae (cf. Himatanthus sucuuba)
1
1 (0,4%)
1
0,1
<0,1
Fibra3
Arumã - TALO
Marantaceae (Ischnosiphon polyphyllus)
42
29 (11,1%)
15.553
1.985,5
12,4
Fibra3
Palha-branca - TALO
Arecaceae (Attalea spp.)
89
56 (21,4%)
8.834
1.127,7
7,0
Fibra3
Palha-preta - TALO
Arecaceae (Attalea spp.)
10
8 (3,1%)
1.663
212,3
1,3
Fibra3
Palha-ubim - TALO
Arecaceae (Geonoma sp.)
26
15 (5,7%)
6.613
844,2
5,3
Fibra3
Palha NI - TALO
Arecaceae
15
15 (5,7%)
1.882
240,3
1,5
Fibra3
Paxiúba - ÁRVORE
Arecaceae (Socratea exorhiza)
6
5 (1,9%)
12
1,5
<0,1
Fruto
Açaí - CACHO
Arecaceae (Euterpe precatoria)
412
136 (51,9%)
3.738
477,2
3,0
Fruto
Bacaba - CACHO
Arecaceae (Oenocarpus bacaba)
110
59 (22,5%)
323
41,2
0,3
Fruto
Buriti - CACHO
Arecaceae (Mauritia flexuosa)
76
47 (17,9%)
273
34,9
0,2
Fruto
Patauá - CACHO
Arecaceae (Oenocarpus bataua)
188
85 (32,4%)
516
65,9
0,4
Fruto
Tucumã (extr) - CACHO
Arecaceae (Astrocaryum aculeatum)
9
7 (2,7%)
20
2,6
<0,1
Fruto
Apuruí - UNIDADE
cf. Rubiaceae (cf. Alibertia edulis)
2
2 (0,8%)
11
1,4
<0,1
Fruto
Cacau-do-mato - UNIDADE
Sterculiaceae (cf. Theobroma sylvestre)
Fruto
Cupuí - UNIDADE
Sterculiaceae (cf. Theobroma subincanum)
Fruto
Mari - UNIDADE
Icacinaceae (cf. Poraqueiba paraensis)
Fruto
Moela-de-mutum - UNIDADE
Ochnaceae (cf. Lacunaria jenmanii)
1
1 (0,4%)
Fruto
Piquiá - UNIDADE
Cariocaraceae (Caryocar villosum)
41
30 (11,5%)
Fruto
Uixi - UNIDADE
Humiriaceae (Endopleura uchi)
55
31 (11,8%)
Fruto
Castanha-da-amazônia LATA 20L
Lecythidaceae (Bertholletia excelsa)
521
Cipó-ambé (total)
Araceae (Philodendron sp.)
Raiz
2
2 (0,8%)
6
0,8
<0,1
10
8 (3,1%)
94
12,0
0,1
4
4 (1,5%)
315
40,2
0,3
12
1,5
<0,1
1.878
239,7
1,5
3.379
431,4
2,7
124 (47,3%)
7.766
991,4
6,2
158
76 (29,0%)
-
-
<0,1
FIO
150
76 (29,0%)
3.153
402,5
2,5
kg
2
2 (0,8%)
16
2,0
<0,1
UNIDADE2
6
3 (1,1%)
17
2,2
<0,1
587
78 (29,8%)
-
-
<0,1
Cipó-timbó-açu (total) Raiz
Araceae (cf. Heteropsis jenmanii)
FIO
1
1 (0,4%)
15
1,9
<0,1
kg
585
77 (29,4%)
42.293
5.399,1
33,7
1
1 (0,4%)
3
0,4
<0,1
665
145 (55,3%)
-
-
<0,1
13
9 (3,4%)
362
46,2
0,3
650
143 (54,6%)
42.253
5.393,9
33,7
13
UNIDADE
2
Cipó-titica (total) Raiz
Araceae (cf. Heteropsis flexuosa)
FIO kg UNIDADE
2
Raiz
Cipós timbó-açu + titica - kg
Araceae (Heteropsis spp.)
2
2 (0,8%)
1.235
158 (60,3%)
1,7
<0,1
84.546 10.793,0
67,5
18.266
2.331,9
14,6
Produtos agrícolas (unidade = PADRÃO DO PRODUTO) Raiz
Farinha-de-mandioca - SACA 75l
Euphorbiaceae (Manihot esculenta)
Raiz
Arubé - LITRO
Euphorbiaceae (Manihot esculenta)
20
12 (4,6%)
178
22,7
0,1
Raiz
Goma - kg
Euphorbiaceae (Manihot esculenta)
224
85 (32,4%)
3.964
506,0
3,2
Raiz
Tapioca - LITRO
Euphorbiaceae (Manihot esculenta)
125
57 (21,8%)
4.172
532,6
3,3
Raiz
Tucupi - LITRO
Euphorbiaceae (Manihot esculenta)
43
29 (11,1%)
390
49,7
0,3
5.146
235 (89,7%)
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
124
CONTEXTO
PARTE 8
RECURSO OU PRODUTO (VARIANTES NOMINAIS)
TOTAIS DECLARADOS TÁXONS ESPERADOS
REGISTROS
FAMÍLIAS (%) N=160
TAXAS ANUAIS QUANT.
UNID.
UNID./ FAMÍLIAS
Raiz
Cará (raiz) - kg
Dioscoriaceae (cf. Dioscorea bulbifera)
209
77 (29,4%)
6.237
796,2
5,0
Raiz
Macaxeira - kg
Euphorbiaceae (Manihot esculenta)
49
33 (12,6%)
545
69,6
0,4
Raiz
Mangarataia - kg
Zingiberaceae (Zingiber officinale)
11
7 (2,7%)
104
13,2
0,1
Caule
Cana-de-açúcar - UNIDADE
Graminae (Saccharum officinarum)
80
35 (13,4%)
2.007
256,2
1,6
Caule
Mel-de-cana - LITRO
Graminae (Saccharum officinarum)
3
3 (1,1%)
50
6,4
<0,1
Fruto
Abacaxi - UNIDADE
Bromeliaceae (Ananas comosus)
237
68 (26,0%)
1.472
187,9
1,2
Fruto
Banana - CACHO
Musaceae (Musa spp.)
2.954
203 (77,5%)
43.898
5.604,0
35,0
Fruto
Cubiu (fruto) - UNIDADE
Solanaceae (Solanum sessiliflorum)
Fruto
Cupuaçu - UNIDADE
Sterculiaceae (Theobroma grandiflorum)
Fruto
Jerimum - UNIDADE
Fruto Fruto
3
3 (1,1%)
279
35,6
0,2
44
29 (11,1%)
378
48,3
0,3
Cucurbitaceae (Cucurbita spp.)
4
4 (1,5%)
24
3,1
<0,1
Limão - LATA 20l
Rutaceae (Citrus limon)
1
1 (0,4%)
4
0,5
<0,1
Mamão - UNIDADE
Caricaceae (Carica papaya)
3
3 (1,1%)
27
3,4
<0,1
Fruto
Maxixe - UNIDADE
Cucurbitaceae (Cucumis anguria)
15
10 (3,8%)
499
63,7
0,4
Fruto
Melancia - UNIDADE
Cucurbitaceae (Citrullus lanatus)
30
17 (6,5%)
2.375
303,2
1,9
Fruto
Pepino - UNIDADE
Cucurbitaceae (Cucumis sativus)
1
1 (0,4%)
100
12,8
0,1
Fruto
Pupunha - CACHO
Arecaceae (Bactris gasipaes)
49
31 (11,8%)
196
25,0
0,2
Fruto
Tucumã (agri) - CACHO
Arecaceae (Astrocaryum aculeatum)
Grão
Milho - SACA 75l
Graminae (Zea mays)
Semente
Gergelim - kg
Pedaliaceae (Sesamum indicum)
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
2
2 (0,8%)
4
0,5
<0,1
44
29 (11,1%)
57
7,3
<0,1
2
2 (0,8%)
5
0,6
<0,1
125
PARTE 8
Anexo II. Lista de recursos naturais e produtos agrícolas declarados comercializados no SiMUR no período de 2008 a 2016 e respectivas taxas anuais de quantidade comercializada. Taxa anual = quantidade total declarada comercializada / 94 meses x 12. Taxa anual familiar = taxa anual / 160 (média anual de famílias entrevistadas). NI = identificação insuficiente. 1Produto manufaturado. 2Folha, talo ou caule. TOTAIS DE VALORES DECLARADOS DE VENDA GRUPO
PRODUTO
TÁXONS ESPERADOS
TAXAS ANUAIS
REGISTROS
FAMÍLIAS (%) N=160
2
2 (0,8%)
-
(total)
-
1
1 (0,4%)
2
Tábua (dúzia)
0,3
<0,1
QUANT.
UNIDADE
UNIDADES
UNIDADES/ FAMÍLIA
Recursos vegetais madeireiros Madeira
Aritu
Lauraceae (cf. Licaria aritu)
-
1
1 (0,4%)
1
Não informa
0,1
<0,1
Madeira
Bico-de-pato
Fabaceae (cf. Machaerium hirtum)
1
1 (0,4%)
1
Tábua (dúzia)
0,1
<0,1
Madeira
Caferana
Rubiaceae (cf. Coussarea racemosa)
4
3 (1,1%)
-
(total)
-
1
1 (0,4%)
1
Linha (meia dúzia)
0,1
<0,1
1
1 (0,4%)
8
Pernamanca
1,0
<0,1
1
1 (0,4%)
5
Tábua (dúzia)
0,6
<0,1
-
1
1 (0,4%)
1
Não informa
0,1
<0,1
Madeira
Cedrinho
Mimosaceae (Cedrelinga sp.)
1
1 (0,4%)
5
Tábua (dúzia)
0,6
<0,1
Madeira
Cupiúba
Celastraceae (Goupia glabra)
1
1 (0,4%)
8
Pernamanca
1,0
<0,1
Madeira
Louro-abacate
Lauraceae (Ocotea sp.)
4
2 (0,8%)
4
Não informa
0,5
<0,1
Madeira
Louro-preto
Lauraceae (Ocotea sp.)
1
1 (0,4%)
1
Não informa
0,1
<0,1
Madeira
Marupá
Simaroubaceae (cf. Simaruba amara)
1
1 (0,4%)
1
Não informa
0,1
<0,1
Madeira
Punã
Myristicaceae (cf. Iryanthera tricornis)
1
1 (0,4%)
3
Tábua (dúzia)
0,4
<0,1
Madeira
Rabo-de-arraia
Vochysiaceae (cf. Vochysia haenkeana)
1
1 (0,4%)
10
Caibro
1,3
<0,1
Madeira
Sapucaia
Lecythidaceae (Lecythis zabucajo)
2
1 (0,4%)
-
(total)
-
1
1 (0,4%)
10
Barrote
1,3
<0,1
-
1
1 (0,4%)
1 Esteio (meia dúzia)
0,1
<0,1
2
1 (0,4%)
3
Tábua (dúzia)
0,4
<0,1 <0,1
Madeira
Tachi
Caesalpinaceae (cf. Tachigali myrmecophila)
Madeira
Tanimbuca (madeira)
Combretaceae (Buchenavia sp.)
1
1 (0,4%)
1
Não informa
0,1
Madeira
Tauari
Lecythidaceae (Cariniana spp., Couratari spp.)
3
1 (0,4%)
-
(total)
-
1
1 (0,4%)
1
Linha (meia dúzia)
0,1
<0,1
1
1 (0,4%)
1 Ripão (meia dúzia)
0,1
<0,1
1
1 (0,4%)
4
Travessão
0,5
<0,1
2
1 (0,4%)
-
(total)
-
1
1 (0,4%)
1
Ripa (dúzia)
0,1
<0,1
1
1 (0,4%)
8
Tábua (dúzia)
1,0
<0,1 <0,1
Madeira
Tento
Fabaceae (cf. Ormosia paraensis)
-
-
Madeira
Violeta
cf. Myrsinaceae (Cybianthus sp.)
1
1 (0,4%)
5
Tábua (dúzia)
0,6
Madeira
Madeira NI
-
9
4 (1,5%)
-
(total)
-
1
1 (0,4%)
12
Ripa (dúzia)
1,5
<0,1
4
2 (0,8%)
48
Tábua (dúzia)
6,1
<0,1
4
3 (1,1%)
6
Não informa
0,8
<0,1
2
2 (0,8%)
5
Litro
0,6
<0,1
-
Recursos vegetais não madeireiros Exsudato
Andiroba
Meliaceae (Carapa guianensis)
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
126
PARTE 8
TOTAIS DE VALORES DECLARADOS DE VENDA GRUPO
PRODUTO
TÁXONS ESPERADOS
REGISTROS
FAMÍLIAS (%) N=160
QUANT.
TAXAS ANUAIS
UNIDADE
UNIDADES
UNIDADES/ FAMÍLIA
Exsudato
Breu
Burseraceae (Protium spp.)
6
5 (1,9%)
128
kg
16,3
0,1
Exsudato
Copaíba (exudato)
Caesalpinaceae (Copaifera multijuga)
6
6 (2,3%)
28
Litro
3,6
<0,1
Exsudato
Seringa
Euphorbiaceae (Hevea spp.)
10
3 (1,1%)
-
(total)
-
2
1 (0,4%)
179
kg
22,9
0,1
8
2 (0,8%)
35
Unidade
4,5
<0,1
11
8 (3,1%)
142
Feixe (100 talos)
18,1
0,1
-
Fibra2
Arumã
Marantaceae (Ischnosiphon polyphyllus)
Fibra
Palha NI
Arecaceae
1
1 (0,4%)
5
Feixe (10 talos)
0,6
<0,1
Fruto
Açaí
Arecaceae (Euterpe precatoria)
1
1 (0,4%)
10
Cacho
1,3
<0,1
Fruto
Castanha-da-amazônia
Lecythidaceae (Bertholletia excelsa)
367
98 (37,4%)
6.491
Lata de 20l
828,6
5,2
Raiz
Cipó-ambé
Araceae (Philodendron sp.)
3
2 (0,8%)
10
Unidade
1,3
<0,1
Raiz
Cipó-timbó-açu
Araceae (cf. Heteropsis jenmanii)
488
69 (26,3%)
-
(total)
-
487
68 (26,0%)
35.318
kg
4.508,7
28,2
2
-
1
1 (0,4%)
3
Unidade
0,4
<0,1
535
130 (49,6%)
36.669
kg
4.681,1
29,3
Araceae (Heteropsis spp.)
1.022
142 (54,2%)
71.987
kg
9.189,8
57,4
Raiz
Cipó-titica
Araceae (cf. Heteropsis flexuosa)
Raiz
Cipós timbó-açu + titica
Produtos agrícolas Raiz
Farinha-de-mandioca
Euphorbiaceae (Manihot esculenta)
2.883
217 (82,8%)
11.220
Saca de 75l
1.432,4
9,0
Raiz
Arubé
Euphorbiaceae (Manihot esculenta)
7
5 (1,9%)
118
Litro
15,1
0,1
Raiz
Goma
Euphorbiaceae (Manihot esculenta)
20
15 (5,7%)
343
kg
43,8
0,3
Raiz
Tapioca
Euphorbiaceae (Manihot esculenta)
34
20 (7,6%)
1.439
Litro
183,7
1,1
Raiz
Tucupi
Euphorbiaceae (Manihot esculenta)
5
5 (1,9%)
41
Litro
5,2
<0,1
Raiz
Cará (raiz)
Dioscoriaceae (cf. Dioscorea bulbifera)
47
29 (11,1%)
2.322
kg
296,4
1,9
Raiz
Macaxeira
Euphorbiaceae (Manihot esculenta)
5
5 (1,9%)
150
kg
19,1
0,1
Raiz
Mangarataia
Zingiberaceae (Zingiber officinale)
7
4 (1,5%)
87
kg
11,1
0,1
Caule
Cana-de-açúcar
Graminae (Saccharum officinarum)
4
3 (1,1%)
236
Unidade
30,1
0,2
Caule
Mel-de-cana
Graminae (Saccharum officinarum)
3
3 (1,1%)
36
Litro
4,6
<0,1
Fruto
Abacaxi
Bromeliaceae (Ananas comosus)
12
5 (1,9%)
231
Unidade
29,5
0,2
Fruto
Banana
Musaceae (Musa spp.)
1.662
155 (59,2%)
35.477
Cacho
4.529,0
28,3
Fruto
Jerimum
Cucurbitaceae (Cucurbita spp.)
2
2 (0,8%)
13
Unidade
1,7
<0,1
Fruto
Limão
Rutaceae (Citrus limon)
1
1 (0,4%)
4
Lata de 20l
0,5
<0,1
Fruto
Melancia
Cucurbitaceae (Citrullus lanatus)
15
6 (2,3%)
1.470
Unidade
187,7
1,2
Fruto
Pupunha
Arecaceae (Bactris gasipaes)
3
2 (0,8%)
28
Cacho
3,6
<0,1
Grão
Milho
Graminae (Zea mays)
4
3 (1,1%)
4
Saca de 75l
0,5
<0,1
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
127
PARTE 8
Anexo III. Preços aplicados (médias anuais, mínimo e máximo) a produtos comercializados, declarados no SiMUR no período de 2008 a 2016. Produtos em ordem de relevância pelo número de famílias declarantes (TABELA 2.8). Produtos não listados não continham registro com informação de preço. NI = Não informado. 1Produto manufaturado.
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
128
PARTE 8
Documentos Técnicos FVA 4 - 2018
1.257
13,0
262
No. sacas de 75l
Sacas / família declarante
No. registros
1.454
26,4
127
No. cachos
Cachos / família declarante
No. registros
56
14,0
5
No. latas de 20l
Latas / família declarante
No. registros
5.934
126,3
96
No. kg
kg / família declarante
No. registros
2.564
85,5
42
No. kg
kg / família declarante
No. registros
25
3.370
134,8
54
No. famílias
No. kg
kg / família declarante
No. registros
CIPÓ-TIMBÓ-AÇU
30
No. famílias
CIPÓ-TITICA
47
No. famílias
CIPÓS TITICA + TIMBÓ-AÇU
4
No. famílias
CASTANHA-DA-AMAZÔNIA
55
No famílias
BANANA
97
2008
No. famílias
FARINHA-DE-MANDIOCA
PRODUTO / PARÂMETRO GRUPO PRODUTIVO
Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR
98
227,3
6.365
28
183
184,4
13.274
72
281
261,9
19.639
75
96
30,9
1.761
57
338
47,1
4.616
98
468
10,3
1.305
127
2009
53
200,3
4.406
22
105
142,9
8.718
61
158
187,5
13.124
70
30
7,2
143
20
451
64,0
7.102
111
690
18,6
2.438
131
2010
108
219,0
8.104
37
110
86,2
5.520
64
218
172,4
13.624
79
65
10,8
409
38
545
65,6
8.199
125
734
20,2
3.055
151
2011
64
170,0
4.591
27
51
77,0
2.388
31
115
148,5
6.979
47
105
31,1
1.961
63
330
73,6
6.476
88
627
15,5
2.217
143
2012
81
125,9
4.531
36
110
135,4
7.042
52
191
210,4
11.573
55
25
6,5
130
20
310
54,6
4.692
86
650
13,8
1.914
139
2013
50
180,7
4.156
23
24
85,4
1.452
17
74
180,9
5.608
31
78
37,6
1.541
41
326
41,1
3.947
96
599
13,0
1.799
138
2014
PRODUZIDO (N=9.856 REGISTROS)
45
175,3
4.206
24
15
49,1
638
13
60
146,8
4.844
33
55
23,4
890
38
335
55,1
4.796
87
657
21,5
2.820
131
2015
32
160,3
2.564
16
10
73,0
657
9
42
146,4
3.221
22
62
25,0
877
35
192
37,9
2.616
69
459
13,0
1.461
112
2016
585
549,3
42.293
77
650
295,5
42.253
143
1.235
535,1
84.546
158
521
62,6
7.766
124
2.954
216,2
43.898
203
5.146
77,7
18.266
235
TOTAL
53
140,3
3.368
24
40
86,0
2.409
28
93
131,3
5.777
44
4
15,3
46
3
83
33,1
1.191
36
233
11,0
858
78
2008
94
188,7
4.717
25
177
163,1
11.090
68
275
225,8
15.807
70
87
34,4
1.685
49
285
50,7
3.652
72
409
8,1
821
102
2009
64
47
11,0
265
24
458
79,3
6.662
84
690
14,1
1.854
131
2011
52
182,2
3.826
21
100
142,1
7.958
56
152
181,3
103
234,4
7.736
33
93
93,5
4.675
50
197
193,9
11.784 12.411
65
22
7,6
107
14
377
77,3
5.801
75
661
12,6
1.520
121
2010
59
159,8
3.836
24
47
74,8
2.093
28
107
137,9
5.929
43
86
36,6
1.718
47
283
97,5
5.656
58
592
10,6
1.301
123
2012
74
118,2
3.427
29
103
140,3
6.313
45
181
198,8
9.740
49
13
8,0
72
9
255
66,6
3.995
60
550
11,6
1.205
104
2013
49
170,5
3.752
22
21
75,7
1.136
15
70
174,6
4.888
28
64
39,8
1.273
32
253
48,5
3.102
64
487
10,8
1.035
96
2014
VENDIDO (N=8.563 REGISTROS)
35
174,2
2.613
15
9
59,0
413
7
44
151,3
3.026
20
44
22,4
604
27
261
68,7
3.708
54
579
16,9
1.772
105
2015
29
145,9
2.043
14
6
116,4
582
5
36
154,4
2.625
17
48
30,1
723
24
145
37,2
1.710
46
392
10,1
855
85
2016
548
519,4
35.318
68
596
282,1
36.669
130
1.155
507,0
71.987
142
415
66,2
6.491
98
2.400
228,9
35.477
155
4.593
51,7
11.220
217
TOTAL
-
-
83,5
88,3
-
86,8
90,9
-
85,1
89,9
-
83,6
79,0
-
80,8
76,4
-
61,4
92,3
% PRODUZIDO
PARTE 8
129
Anexo IV. Totais anuais de produção e venda de farinha-de-mandioca, banana, cipós e castanha-da-amazônia, declarados no SiMUR no período de 2008 a 2016.