Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR

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Documentos Técnicos FVA - Número 4

SISTEMA DE MONITORAMENTO DE USO DE RECURSOS NATURAIS NO RIO UNINI - SIMUR Descrição parcial de dados – Recursos naturais e Produtos agrícolas - 2008 a 2016

Simone Iwanaga Marcelo Augusto dos Santos Jr. Sérgio Henrique Borges Marcelo Paustein Moreira Carlos César Durigan Francisca Saldanha Fabiano Lopez da Silva

REALIZAÇÃO:

APOIO:

MANAUS

AMAZONAS AGOSTO 2018

BRASIL



A FVA é uma organização civil de inovação socioambiental que alia conhecimento tradicional e técnico-científico para a promoção de alternativas adequadas ao desenvolvimento socioeconômico regional sustentável.

Presidência José Luís Campana Camargo Vice-Presidência José Antônio Alves Gomes CONSELHOS Conselho Curador Manoel de Jesus Masulo da Cruz Marco Aurélio Bolognese Muriel Saragoussi Rodrigo Durães Fugii Sérgio Henrique Borges Conselho Fiscal Jorge Lima Daou Fred Andres do Couto Silva Cleucilene da Silva Nery COORDENAÇÃO EXECUTIVA Coordenador Executiva Fabiano Lopez da Silva Coordenadora Executiva Adjunta Ana Cristina Ramos de Oliveira PROGRAMAS Desenvolvimento Institucional Ana Cristina Ramos de Oliveira Ana Karina Ferreira de Pontes Célio Ribeiro dos Santos Joicicleide da Silva Batista Tatianna Portes

Gente para Conservação Maria Inez Waak Adriana Rodrigues Saraiva Odiel Brindeiro Sousa Tatiana Rodrigues Boletta Amanda Nogueira Araújo Arianny Simões de Araújo Eide Lima da Silva Maia Itaciara Dias João Pedro Rebelo dos Santos Karolina Maria de Araújo Cordeiro Maickson dos Santos Serrão Pâmela Souza Suzana Machado da Silva Thessyvanda Torres da Cunha Valéria Marques Batista Valquiria Gomes Coelho Vanessa C. de Lima Vanessa Costa Silva Zevaldo Luiz Rodrigues de Sousa

EXPEDIENTE

Geopolítica da Conservação Fabiano Lopez da Silva Ana Cíntia Guazzelli Francisca Saldanha Pablo Pacheco

Redação Simone Iwanaga

Lab. de Geoprocessamento Marcelo Augusto dos Santos Jr. Heitor Paulo Pinheiro Francisco Oliveira Sousa Júnior Ingrid Silva de Freitas

Projeto Gráfico Simone Iwanaga

Observatório da Região Metropolitana de Manaus Artur Sgambatti Monteiro Igor Matheus Ferreira da Silva

Fotos Acervo FVA

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini – SiMUR Descrição parcial de dados – Recursos naturais e Produtos agrícolas - 2008 a 2016 Agosto 2018 Coordenação Geral Fabiano Lopez da Silva Coordenação Editorial Ana Cíntia Guazzelli Equipe SiMUR Simone Iwanaga Marcelo Augusto dos Santos Jr. Sérgio Henrique Borges Marcelo Paustein Moreira Carlos César Durigan Francisca Saldanha Fabiano Lopez da Silva

Revisão Satya Caldenhof

Diagramação e Capa Sílvio Eduardo Sarmento

Patrocínio Gordon and Betty Moore Foundation

Comunicação | Mosaico do Baixo Rio Negro Ana Cíntia Guazzelli Conservação para Gente Marcelo Mendes do Amaral Kiviane Castro Ribeiro Maria da Saúde Barbosa da Silva

www.fva.org.br facebook.com/vitoriamazonica twitter.com/FVA_BRASIL Instagram.com/vitoriamazonica


A série Documentos Técnicos FVA tem como objetivo divulgar resultados de experiências, estudos e análises realizados no escopo das ações da Fundação Vitória Amazônica, com a participação de especialistas e instituições parceiras. Documentos Técnicos FVA é uma publicação sem periodicidade, impressa e em formato eletrônico. Comissão editorial: Ana Cíntia Guazzelli Ana Cristina Ramos de Oliveira Artur Monteiro Fabiano Lopez da Silva Marcelo Mendes do Amaral Marcelo Augusto dos Santos Junior

“Este documento foi elaborado a partir do Relatório descritivo de dados coletados de 2008 a 2016 – Recursos naturais e Produtos agrícolas, um produto intermediário do processo de revisão da base de dados do SiMUR que vem sendo conduzido pela primeira autora para a Fundação Vitória Amazônica.”

Ficha Catalográfica

196s IWANAGA, Simone et al. Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini – SiMUR: Descrição parcial de dados – Recursos naturais e Produtos agrícolas 2008 a 2016./ Simone Iwanaga; Marcelo Augusto dos Santos Jr.; Sérgio Henrique Borges; Marcelo Paustein Moreira; Carlos César Durigan; Francisca Saldanha; Fabiano Lopez da Silva 2018. – Manaus: FVA, 2018. 128p.: il. (Documentos Técnicos FVA, 4) 1. SiMUR – Amazonas. 2. Rio Unini – Recursos Naturais 3. Monitoramento I. IWANAGA, Simone. II. SANTOS JR., Marcelo Augusto dos; III. BORGES, Sérgio Henrique; IV. MOREIRA, Marcelo Paustein; V. DURIGAN, Carlos César; VI. SALDANHA, Francisca; VII. SILVA, Fabiano Lopez da. VIII. Fundação Vitória Amazônica. IX. Título. X. Série. CDD 333.751 CDU 504.062

A reprodução total ou parcial desta obra é permitida, desde que citada a fonte.


SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS

10

INTRODUÇÃO

11

PARTE 1. CONTEXTUALIZAÇÃO METODOLÓGICA

13

Dados coletados

13

Definição de nomes de recursos naturais ou produtos

14

Representatividade dos dados

14

No nível da bacia

14

No nível de comunidade

14

No nível de família

17

Dado de localização geográfica

18

Quadro geral da coleta e revisão dos dados

18

Base atual de códigos vigentes do SiMUR (pós-revisão)

20

Base utilizada neste documento: alterações e localização nas unidades de conservação

20

Ciclos sazonais

22

PARTE 2. DIVERSIDADE, IMPORTÂNCIA RELATIVA E USO DE RECURSOS NATURAIS

25

E PRODUTOS AGRÍCOLAS Recursos naturais

25 28

Tipos de uso de recursos naturais Produtos agrícolas

29

Recursos naturais e produtos agrícolas comercializados

30 32

Destinos de venda e preços aplicados

PARTE 3. EXTRATIVISMO ANIMAL E VEGETAL

33

A prática do extrativismo animal

33

Intensidade de caça e captura ou coleta de quelônios aquáticos e pesca

33

Intensidade de uso ao longo do ciclo anual

34

Intensidade de uso de ambientes

34

A prática do extrativismo vegetal

42

Intensidade de uso de recursos madeireiros e não-madeireiros

42

Intensidade de uso de grupos botânicos

44

Distribuição do uso de recursos naturais nas unidades de conservação

45

Amostra de dados

45

Quadro geral: Extensão de área de uso e intensidade de uso

46

Uso de área pelas comunidades

48 Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


Uso de áreas por tipo de prática extrativa

52

Uso de áreas por tipo de recurso (hábito)

56

Uso de áreas por tipo de ambiente (recursos animais)

58

Distribuição da biomassa extraída (recursos animais)

63

PARTE 4. RECURSOS DE RELEVÂNCIA NO EXTRATIVISMO ANIMAL Parâmetros de relevância de recursos animais

67 67

Recursos animais destacados

67

Peixes x Quelônios aquáticos x Caça: Contribuição estimada em biomassa extraída

67

Piranha, tucunaré, pacu, aracu e cará

73

Importância

73

Intensidade de uso ao longo do ciclo anual

73

Intensidade de uso de ambientes

75

Flutuações anuais

75

Cabeçudo, irapuca, tracajá e tartaruga-da-amazônia

80

Importância

80

Contagem de ovos x contagem de ninhos de quelônios aquáticos

81

Intensidade de uso ao longo do ciclo anual

82

Intensidade de uso de ambientes

82

Flutuações anuais

89

Razão sexual

91

Paca, cutia, queixada, caititu e anta

94

Importância

94

Intensidade de uso ao longo do ciclo anual

94

Intensidade de uso de ambientes

96

Flutuações anuais

99

Razão sexual

101

PARTE 5. RECURSOS DE RELEVÂNCIA NO EXTRATIVISMO VEGETAL Cipó-titica, cipó-timbó-açu, castanha-da-amazônia Importância

103 103 103

Palmeiras

103

Importância

103

Intensidade de uso ao longo do ciclo anual

104

Flutuações anuais

107

PARTE 6. RECURSOS NATURAIS E PRODUTOS AGRÍCOLAS DE RELEVÂNCIA COMERCIAL Perfil produtivo

109 109

Produção e relação com a prática comercial

109

Produtividade

110

Produção e comercialização Documentos Técnicos FVA 4 - 2018

111


Intensidade de produção ao longo do ciclo anual

111

Flutuações anuais na produção e comercialização

113

Destinos de venda e preços aplicados

115

PARTE 7. REFERÊNCIAS CITADAS

117

PARTE 8. ANEXOS

119

Anexo I. Lista de recursos naturais e produtos agrícolas declarados no SiMUR no período de 2008 a 2016

119

e respectivas taxas anuais de extração ou produção. Anexo II. Lista de recursos naturais e produtos agrícolas declarados comercializados no SiMUR no

125

período de 2008 a 2016 e respectivas taxas anuais de quantidade comercializada. Anexo III. Preços aplicados (médias anuais, mínimo e máximo) a produtos comercializados,

127

declarados no SiMUR no período de 2008 a 2016. Anexo IV. Totais anuais de produção e venda de farinha-de-mandioca, banana, cipós

129

e castanha-da-amazônia, declarados no SiMUR no período de 2008 a 2016.

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AGRADECIMENTOS

AGRADECIMENTOS

A presente publicação, assim como o relatório que o originou, reúne resultados de um amplo e detalhado processo de revisão e atualizações ao qual a base de dados do Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini (SiMUR) vem sendo submetida desde 2016. Todo esse processo e produtos intermediários, incluindo esta publicação, vêm sendo executados em colaboração com a FVA, que tem conseguido garantir a continuidade da coleta de dados e a manutenção de uma base de dados que tão logo terá reunido pelo menos 10 anos de informação proveniente da bacia do Rio Unini. A metodologia do SiMUR é baseada na participação voluntária de famílias moradoras da bacia do rio Unini, que fornecem sistematicamente dados sobre os recursos naturais utilizados, e na capacitação de moradores para atuarem como monitores, que, por sua vez, são responsáveis pela coleta de dados em suas comunidades. Dessa forma, os resultados apresentados neste relatório, que contemplam os anos de 2008 a 2016, representam as informações fornecidas por mais de 260 famílias residentes em 10 comunidades e 46 monitores. Atualmente, essa participação totaliza cerca de 270 famílias e 52 monitores, que aderiram à iniciativa em períodos variados e que têm viabilizado a aplicação desta ferramenta na bacia do rio Unini e suas unidades de conservação. O conteúdo integral desta publicação está fundamentado nos trabalhos de equipes de técnicos da FVA que diretamente participaram da iniciativa SiMUR, em suas fases de planejamento e implementação, desde o ano de 2007. Entre esses técnicos estão, além da própria autora, Sérgio Henrique Borges, Marcelo Paustein Moreira, Francisca Saldanha e Carlos César Durigan, e os consultores Rachel Ribeiro Lange e Luciano Pohl. Atualmente, a equipe interna da FVA envolvida na implementação do SiMUR é composta por: Fabiano Lopez da Silva, Marcelo Augusto dos Santos Jr. e Francisca Saldanha, além própria autora que tem colaborado especificamente com a manutenção do processo de coleta de dados e banco de dados. Ao longo de sua existência, o SiMUR recebeu apoios diversos, de profissionais ou instituições parceiras na iniciativa, entre os quais Fundação Gordon & Betty Moore, Associação dos Moradores do Rio Unini (AMORU), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e analistas, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e pesquisadores, Wildlife Conservation Society (WCS-Brasil) e pesquisadores, Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), Centro Estadual de Unidades de Conservação (CEUC), Associação de Artesãos de Novo Airão (AANA) e Spot Satellite Products/Planet Action.

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INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

O Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini (SiMUR) é uma ferramenta metodológica que constitui um sistema de coleta de dados e geração de conhecimento sobre o uso de recursos biológicos na bacia do rio Unini, dando suporte aos processos de gestão de recursos naturais nas unidades de conservação (UCs) da bacia (Parque Nacional do Jaú, Reserva Extrativista Rio Unini e Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã). A metodologia do SiMUR é fundamentada em abordagem colaborativa em que a participação voluntária dos moradores locais é um fator-chave para garantir a continuidade da coleta e a representatividade dos dados. A Fundação Vitória Amazônica (FVA) iniciou a fase de implementação e coleta de dados do SiMUR junto às comunidades do rio Unini em 2008, contando com os suportes institucionais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Associação dos Moradores do Rio Unini (AMORU) e o suporte financeiro da Fundação Gordon & Betty Moore (FGBM). Em 2014, as bases conceituais e metodológicas do SiMUR foram descritas na Série Documentos Técnicos FVA (Borges et al. 2014). No presente volume da Série, é apresentada uma descrição do conjunto parcial de dados coletados por meio do SiMUR que contempla o período de 2008 a 2016. O conteúdo desta publicação foi elaborado originalmente na forma de relatório técnico, fruto de um processo de revisão abrangente e detalhada da própria base de dados do SiMUR. Esse relatório e, portanto, a presente publicação, representam um produto de natureza intermediária e preparatória frente a futuros estudos, que integrarão dados de um período de 10 anos de implementação da iniciativa. Considera-se que a fase intensiva de coleta de dados do SiMUR, abrangendo anos completos, teve início em janeiro de 2009 e está prevista para ser encerrada em dezembro de 2018, quando terá alcançado um ciclo de 10 anos de monitoramento. Apresentamos nesta publicação uma caraterização geral dos dados coletados e integrados na base de dados do SiMUR (Parte 1) e também alguns resultados gerados a partir desta base, utilizando-se cinco principais de oito protocolos aplicados no SiMUR no período de julho de 2008 a outubro de 2016 (Parte 2 a 6). Esses resultados referem-se a informações sobre extração de recursos animais no contexto da alimentação, extração de recursos vegetais e produção agrícola, para consumo e comercialização. Embora esta publicação tenha caráter parcial e preliminar, espera-se que as informações apresentadas forneçam uma dimensão das potenciais aplicações da base de dados gerada por meio do SiMUR, e suas limitações, contribuam para futuros estudos e para o melhor conhecimento sobre a dinâmica de uso de recursos naturais na bacia do rio Unini.

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PARTE 1

PARTE 1

CONTEXTUALIZAÇÃO METODOLÓGICA Dados coletados Os dados aqui apresentados representam as declarações de 262 famílias residentes do rio Unini e participantes do SiMUR, fornecidas no período de 2008 a 2016. O método de coleta de dados do SiMUR consiste em registrar sistematicamente recordações mensais sobre uso de recursos naturais de cada família em todas as comunidades do rio Unini, por meio de entrevistas domiciliares conduzidas por monitores residentes. Nas entrevistas, é aplicado um conjunto de questionários que agrupam recursos por tipo de prática extrativa (caça, pesca, captura de quelônios aquáticos e coleta de ovos, extração de recursos vegetais). O conjunto mensal de questionários inclui, ainda, um questionário sobre produção agrícola (produtos do roçado) e um questionário sobre registro ocasional de fauna de interesse para a conservação (de um rol de 33 espécies pré-definidas). Todos esses questionários registram recordações em escala mensal, exceto o de pesca, que registra também recordações dos dois últimos dias em que houve pescaria no mês. Também faz parte desse conjunto um questionário sobre abertura de novas áreas de roçado, que, no entanto, tem aplicação bimensal a partir do mês de fevereiro de cada ano. Além do conjunto mensal de questionários, um questionário é aplicado especificamente às famílias que praticam a pesca de peixes ornamentais, e quando a atividade ocorre. E finalmente, a partir de 2012, foram incluídas questões adicionais sobre con-

texto de abate no questionário de caça, que são aplicadas quando ocorre abate de quaisquer das 10 espécies animais pré-definidas. Esse rol contempla principalmente grandes predadores, cujo abate nem sempre tem como propósito a alimentação. É importante considerar aqui que o questionário “caça” faz referência à prática voltada para a alimentação dos moradores, mas é definido como “todos os animais abatidos exceto peixes e quelônios aquáticos”, contemplando também a fauna eventualmente abatida fora do propósito da alimentação. Os tipos de dados coletados nos questionários do SiMUR são resumidos na TABELA 1.1. Todos os dados são associados à família declarante, à comunidade e à data de aplicação do questionário. A localização geográfica de uma dada declaração de recurso natural é registrada nas entrevistas utilizando-se mapas impressos com imagens de satélite. Os mapas apresentam linhas verticais e horizontais formando quadrados equivalentes a áreas de 4 km² (para mapas 1:75.000) ou 25 km² (para mapas 1:250.000) identificados por uma numeração específica. Uma vez identificado o quadrado onde se situa o local declarado, a numeração correspondente a esse quadrado é anotada no questionário. A coleta do dado geográfico no SiMUR é abordada mais detalhadamente ainda nesta seção (Dado de localização geográfica). Os dados de comercialização incluem a quantidade vendida (em unidades padrão para cada recurso ou produto), preços aplicados e nome do comprador ou locais de venda.

TABELA 1.1. Tipos de dados coletados no SiMUR por escala de recordação e recursos-alvo ou produtos. RECURSOS-ALVO OU PRODUTOS RECORDADOS (ESCALA DE RECORDAÇÃO)

DADOS DE COLETA OU PRODUÇÃO ASSOCIADOS AO RECURSO OU PRODUTO DECLARADO LOCALIZAÇÃO AMBIENTE

MEDIDAS DE QUANTIDADE

SEXO-ETÁRIOS

COMERCIALIZAÇÃO

Peixes capturados nos dois últimos dias de pescaria do mês + Locais de pescaria (mensal)

Sim

Sim

Indivíduos

-

-

Quelônios aquáticos (capturas ativas ou não) + Ninhos predados (mensal)

Sim

Sim

Indivíduos ou ninhos+ovos

Sim

-

Caça: aves, mamíferos, crocodilianos, serpentes, quelônios terrestres (capturas ativas ou não) + dados adicionais para predadores (mensal)

Sim

Sim

Indivíduos

Sim

-

Fauna especial: registros visual sem abate ou vestigial de 33 espécies pré-definidas (mensal)

Sim

-

Indivíduos ou grupos

Sim

-

Recursos vegetais madeireiros e não-madeireiros (mensal)

Sim

-

Unidades padrão do recurso

-

Sim

-

-

Unidades padrão do produto

-

Sim

Sim

-

Indivíduos

-

Sim

Produtos agrícolas ou produtos do roçado (mensal) Peixes ornamentais (ocasional) Abertura de roçados novos (bimensal)

Cobertura vegetal original (mata primária, capoeira etc.) e tamanho do roçado em hectares Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


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PARTE 1

Definição de nomes de recursos naturais ou produtos Os recursos ou produtos declarados no SiMUR são registrados na forma nominal como são citados pelos moradores e, posteriormente, busca-se sua identificação taxonômica. A identidade taxonômica de aves, mamíferos, répteis, recursos vegetais e produtos agrícolas foi estabelecida pela equipe da FVA e a de peixes, utilizando a literatura científica. Existem grupos de recursos de rápida identificação no nível específico (p.ex. mamíferos, répteis), mas este não é o caso para peixes e alguns grupos de aves e recursos vegetais. Alguns grupos animais mais diversos permanecem com alta variação nominal (p.ex. aracus, carás) bem como há grupos menos diversos que permanecem com nomes genéricos (p.ex. psitacídeos), mesmo com o esforço feito junto aos monitores e às famílias para refinar as identificações. Esses grupos certamente demandarão o apoio de especialistas e um trabalho unicamente voltado para a determinação de táxons. Dadas às dificuldades de identificação, essas variantes foram agrupadas no nome imediatamente mais amplo, que é usado para definir o recurso natural (podendo, assim, representar espécies congêneres ou multigêneros). No caso de recursos vegetais, estes são definidos pelo seu uso ou parte utilizada (p.ex. copaíba óleo e copaíba madeira), assim, dois ou mais recursos podem representar um mesmo táxon. De forma similar, os produtos agrícolas são definidos pelos produtos finais, o que inclui derivados do processo de fabricação de produtos que utilizam uma única planta cultivada (p.ex. farinha e derivados). Assim, o recurso natural não necessariamente representa um táxon. A contabilidade de recursos naturais aqui apresentada segue os critérios mencionados acima, e também apresenta números estimados de táxons, baseados na contagem de gênero(s) esperado(s), para os casos em que a identificação da espécie não foi possível.

Representatividade dos dados No nível da bacia Um aspecto importante na apresentação de informações geradas

por meio do SiMUR é considerar o quanto os dados estão sendo representativos das famílias residentes na bacia do rio Unini, uma vez que nem todas as famílias residentes participam da iniciativa e o quadro de famílias participantes e monitores nas comunidades é inconstante. Os dados declarados de 2008 a 2016 representam um total de 262 famílias que participaram do SiMUR durante períodos variados, como apresentado na TABELA 1.2. Ao final de 2016, 87 dessas famílias já não residiam mais no rio Unini (ex-residentes), 23 haviam deixado de participar do SiMUR (desistentes), 4 famílias haviam se separado, juntando-se a outras participantes (canceladas), 4 residiam em locais onde o monitor não conseguia acessar (sem monitor) e 144 estavam efetivamente participando do SiMUR (TABELA 1.2). Estima-se que essas 144 famílias representavam, em 2016, cerca de 81% do total de famílias residentes no rio Unini, com participações variando de 69 a 100% de famílias por comunidade (TABELA 1.3). Nesse quadro, Democracia, que chegou a ter 10 famílias residentes, não é mais considerada comunidade, e sim, desde 2014, uma localidade com apenas uma família residente, assim como Patauá não era comunidade em 2008 e passou a ser. No nível de comunidade A amostragem dentro das comunidades ao longo do tempo também deve ser considerada, já que as comunidades têm números variados de famílias participantes e de famílias que são entrevistadas efetivamente a cada mês. No período de 2008 a 2016, as comunidades apresentaram ampla variação nos números de famílias entrevistadas por mês, devendo ser avaliado em que medida esses valores representam as famílias proporcionalmente ao tamanho da comunidade (TABELA 1.4). Nas amostragens por comunidades, também há descontinuidade na coleta de dados em diferentes níveis em todas elas, à exceção de Vila Nunes (TABELA 1.4). Isto ocorreu pela não indicação de monitores pelas comunidades ou pela ausência temporária de monitores, apesar dos esforços visando garantir a continuidade da coleta de dados, tais como requerer ao menos dois monitores por comunidade e informes antecipados por parte dos monitores em casos de mudança de moradia ou viagem, entre ou-

TABELA 1.2. Quadro anual cumulativo das 262 famílias que participaram do SiMUR no período de 2008 a 2016. Totais de famílias participantes efetivas = efetivas não entrevistadas (zero entrevistas no ano) + efetivas entrevistadas (>1 entrevistas no ano). STATUS DE PARTICIPAÇÃO NO SiMUR

Nº CUMULATIVO DE FAMÍLIAS 2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

Ex-residentes

-

13

27

35

48

56

66

72

87

Canceladas

-

-

-

3

3

3

3

3

4

Desistentes

-

-

-

1

8

11

18

21

23

Sem monitor

-

-

-

-

-

-

4

4

4

Efetivas que não foram entrevistadas

-

2

5

6

8

3

0

4

7

Efetivas que foram entrevistadas

131

174

169

175

164

166

161

154

137

Totais participantes efetivas

131

176

174

181

172

169

161

158

144

% de famílias entrevistadas

100,0

98,9

97,1

96,7

95,3

98,2

100,0

97,5

95,1

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


15

PARTE 1

tros. As comunidades que acumularam mais meses sem entrevistas realizadas no período de 2008 a 2016 foram Manapana, Democracia e Patauá (TABELA 1.4). A descontinuidade na coleta de dados nas comunidades se reflete nas amostragens temporais, e os anos com maior acúmulo de meses sem entrevistas realizadas no período

de 2008 a 2016 foram 2012, 2011 e 2009 (TABELA 1.4). Sendo assim, considerando a soma dos meses com entrevistas realizadas e não realizadas de cada comunidade, tem-se que, no período de 2008 a 2016, foram acumulados 94 meses de monitoramento do total de 100 meses esperados (TABELA 1.4).

TABELA 1.3. Representatividade das famílias participantes do SiMUR em relação ao total de residentes no Rio Unini, em 2016. Os números de famílias residentes são estimados. *Democracia passou a ter apenas uma família, perdendo status de comunidade a partir de 2014. Nº DE FAMÍLIAS (% DO TOTAL DE RESIDENTES)

COMUNIDADE

RESIDENTES

PARTICIPANTES EFETIVAS

Lago das Pedras

10

8 (80%)

Terra Nova

27

19 (70%)

Patauá

29

20 (69%)

Democracia*

1

-

Tapiíra

35

31 (89%)

Manapana

9

8 (89%)

Lago das Pombas

8

7 (88%)

Floresta

12

12 (100%)

Vista Alegre

41

34 (83%)

Vila Nunes

5

5 (100%)

RDS Amanã: 5 (100%)

177

144 (81%)

144 (81%)

Total

PARTICIPANTES EFETIVAS POR UC RESEX Rio Unini: 47 (71%)

PARNA Jaú: 92 (87%)

TABELA 1.4. Representatividade das comunidades no período de 2008 a 2016 no SiMUR, com base na variação no número de famílias entrevistadas mensalmente e no número de meses em que não foram realizadas entrevistas nas comunidades. Meses de monitoramento; 2008 = 6 meses, 2009 a 2015 = 12 meses, 2016 = 10 meses. *Democracia passou a ter apenas uma família, perdendo status de comunidade a partir de 2014. **Patauá não era considerada comunidade em 2008. MESES SEM ENTREVISTAS NA COMUNIDADE / ANO

Nº DE FAMÍLIAS ENTREVISTADAS POR MÊS MÍN.-MÁX. (MEDIANA)

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

TOTAIS

Lago das Pedras

2-12 (7)

-

-

-

1

-

2

-

-

-

3

Terra Nova

5-28 (14)

-

-

-

2

3

-

-

-

-

5

Democracia

1-10 (3)

-

3

-

3

6

2

*

*

*

14

Patauá

4-19 (14)

**

5

-

2

3

-

-

-

-

10

Tapiíra

7-41 (21)

-

3

-

-

-

-

-

-

-

3

Manapana

1-11 (8)

-

3

1

8

4

-

-

-

2

18

Lago das Pombas

2-15 (9)

-

-

-

-

4

3

-

-

-

7

Floresta

2-12 (7)

-

-

-

1

-

-

1

-

-

2

Vista Alegre

2-41 (29)

-

1

-

-

-

-

-

-

-

1

Vila Nunes

1-9 (7)

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

0

15

1

17

20

7

1

0

2

63

COMUNIDADE

Soma de meses sem entrevista

MESES COM ENTREVISTAS TOTAIS Meses de monitoramento no ano x número de comunidades (esperados / realizados)

54/54

120/105 120/119 120/103 120/100 120/113 108/107 108/108

90/88

960/897

Meses de monitoramento no ano ÷ número de comunidades (esperados / realizados)

6/6,0

12/10,5 12/11,9 12/10,3 12/10,0 12/11,3 12/11,9 12/12,0

10/9,8

100/94

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


16

PARTE 1

Feitas as considerações anteriores, são apresentados a seguir os totais de famílias que representam os conjuntos anuais de dados acumulados no período de 2008 a 2016, distribuídos por comunidade (TABELA 1.5) e por mês (TABELA 1.6). Na

distribuição de famílias por comunidade, o somatório de famílias é maior que 262 devido a casos de mudança de moradia de famílias, que passam a ser entrevistadas em mais de uma comunidade no período.

TABELA 1.5. Distribuição anual de famílias entrevistadas por comunidade, no período de 2008 a 2016 no SiMUR. Na distribuição de famílias por comunidade, o somatório de famílias é maior que 262, devido a casos de mudança de moradia de famílias e que passam a ser entrevistadas em mais de uma comunidade. *Democracia passou a ter apenas uma família, perdendo status de comunidade a partir de 2014. **Patauá não era considerada comunidade em 2008. Nº DE FAMÍLIAS ENTREVISTADAS / ANO

COMUNIDADE 2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

TOTAIS

Lago das Pedras

12

14

10

10

11

11

9

9

7

18

Terra Nova

20

21

22

28

29

29

27

22

18

41

Democracia

10

8

3

3

4

6

*

*

*

14

Patauá

**

4

11

17

23

19

19

20

18

32

Tapiíra

17

40

42

41

34

35

32

28

29

50

Manapana

5

13

10

7

9

10

11

9

8

19

Lago das Pombas

15

17

15

11

11

9

9

9

7

20

Floresta

11

10

6

8

8

8

12

12

11

18

Vista Alegre

34

45

46

43

29

32

36

37

34

62

Vila Nunes

7

8

9

8

7

7

7

8

5

16

131

180

174

176

165

166

162

154

137

290

Totais

TABELA 1.6. Distribuição anual de famílias entrevistadas por mês, no período de 2008 a 2016 no SiMUR. *Dados não disponíveis até a elaboração do relatório.

MÊS

Nº DE FAMÍLIAS ENTREVISTADAS / ANO 2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

TOTAIS

Janeiro

-

69

148

126

110

103

105

106

96

223

Fevereiro

-

66

141

127

83

78

103

101

96

224

Março

-

59

139

117

76

95

113

116

108

222

Abril

-

71

118

117

87

102

115

101

109

225

Maio

-

71

120

147

90

110

111

120

109

225

Junho

-

131

132

141

88

113

122

118

110

229

Julho

121

143

132

137

93

135

124

120

114

252

Agosto

118

138

133

124

114

133

116

119

117

249

Setembro

85

138

126

129

112

132

121

116

94

245

Outubro

102

145

137

113

114

137

118

120

106

245

Novembro

95

153

134

92

133

113

121

107

*

237

Dezembro

83

152

134

79

111

102

91

102

*

229

Totais

131

174

169

175

164

166

161

154

137

262

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


17

PARTE 1

No nível de família Os dados do SiMUR representam famílias que participaram e foram entrevistadas durante diferentes períodos de tempo entre 2008 e 2016. Na maioria das vezes, a amostragem de cada uma delas é descontínua, já que não é raro que as famílias se ausentem do rio por longos períodos, bem como pode ocorrer falhas no processo de coleta de dados (p.ex. ausência de monitor). Portanto, cada família é representada por períodos de amostragem distintos, em volume e continuidade. É possível e recomendável que sejam selecionadas as famílias por tempo e/ou continuidade de amostragem para determinadas análises. Em relação ao volume acumulado por cada família (independente da continuidade), o somatório de meses em que cada

família foi entrevistada mostra que cerca de 20% das 262 famílias não completam um ano em entrevistas (FIGURA 1.1). As restantes completam entre 1 ano (12 meses) e 8 anos (96 meses), conforme apresentado na FIGURA 1.1. Para ilustrar a continuidade acumulada em entrevistas no nível das famílias, temos que a soma dos meses em que as famílias foram entrevistadas por ano mostra um conjunto de 120 famílias que acumulam 12 meses contínuos de entrevistas em um ou mais anos entre 2009 e 2015 (TABELA 1.7). Metade dessas 120 famílias acumulam 12 meses contínuos em apenas um dos anos entre 2009 e 2015, 30 (25%) em 2 anos, 21 (18%) em 3 ou 4 anos, 8 (6%) em 5 ou 6 anos, e apenas 1 família acumula 12 meses contínuos todos os 7 anos (FIGURA 1.2).

FIGURA 1.1. Distribuição de famílias por tempo acumulado em entrevistas, no período de 2008 a 2016 no SiMUR. Total de famílias = 262. Os anos se baseiam na contagem de meses até que completem 12 meses.

FIGURA 1.2. Distribuição de famílias com pelo menos 12 meses contínuos de entrevistas por anos acumulados, no período de 2008 a 2016 no SiMUR. Total de famílias = 120.

DISTRIBUIÇÃO DE FAMÍLIA POR TEMPO ACUMULADO EM ENTREVISTAS

DISTRIBUIÇÃO DE FAMÍLIAS COM 12 MESES CONTÍNUOS DE ENTREVISTAS POR ANO ACUMULADOS

20

100 % de famílias (N=120)

% de famílias (N=262)

30 20,2 14,5 10,3

10

12,6 7,3

10,7

10,7

10,3 2,3

0

<1 ano 1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 6 anos 7 anos 8 anos

(53)

(38)

(27)

(33)

(19)

(28)

(31)

(27)

(6)

80 60

50,0

40

25,0

20 0

9,0

8

3

3

1

6 anos

7 anos

1 ano

2 anos

3 anos

4 anos

5 anos

(60)

(30)

(11)

(10)

(4)

Tempo acumulado em entrevistas

(4)

(1)

Tempo acumulado em entrevistas

TABELA 1.7. Distribuição anual de famílias por meses acumulados em entrevistas, no período de 2008 a 2016 no SiMUR. *Dados não disponíveis até a elaboração do relatório. MESES EM ENTREVISTAS

Nº DE FAMÍLIAS / ANO (%)

TOTAIS

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

12 meses

-

23 (13,2)

73 (43,1)

29 (16,5)

22 (13,4)

28 (16,8)

29 (18,0)

40 (25,9)

*

120

11 meses

-

13 (7,4)

25 (14,7)

24 (13,7)

18 (10,9)

13 (7,8)

20 (12,4)

21 (13,6)

*

90

10 meses

-

13 (7,4)

9 (5,3)

23 (13,1)

6 (3,6)

24 (14,)

22 (13,)

15 (9,7)

40 (29,1)

102

9 meses

-

24 (13,8)

15 (8,9)

17 (9,7)

16 (9,7)

20 (12,0)

15 (9,3)

12 (7,7)

23 (16,7)

97

8 meses

-

12 (6,9)

12 (7,1)

27 (15,4)

21 (12,8)

23 (13,9)

26 (16,1)

24 (15,6)

24 (17,5)

125

7 meses

-

48 (27,6)

2 (1,1)

7 (4)

15 (9,1)

15 (9,0)

13 (8,0)

8 (5,1)

18 (13,1)

102

6 meses

63 (48,0)

9 (5,1)

1 (0,5)

9 (5,1)

16 (9,7)

10 (6,0)

10 (6,2)

6 (3,8)

7 (5,1)

107

5 meses

13 (9,9)

3 (1,7)

1 (0,5)

10 (5,7)

16 (9,7)

11 (6,6)

8 (4,9)

4 (2,5)

10 (7,2)

65

4 meses

19 (14,5)

1 (0,5)

12 (7,1)

11 (6,2)

12 (7,3)

5 (3,0)

3 (1,8)

13 (8,4)

5 (3,6)

71

3 meses

16 (12,2)

12 (6,8)

14 (8,2)

5 (2,8)

10 (6,0)

4 (2,4)

3 (1,8)

3 (1,9)

4 (2,9)

61

2 meses

17 (12,9)

14 (8,0)

2 (1,1)

13 (7,4)

7 (4,2)

5 (3,0)

5 (3,1)

4 (2,5)

4 (2,9)

59

1 mês

3 (2,2)

2 (1,1)

3 (1,7)

0 (0)

5 (3,0)

8 (4,8)

7 (4,3)

4 (2,5)

2 (1,4)

30

Totais

131

174

169

175

164

166

161

154

137

262

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


18

PARTE 1

Dado de localização geográfica Quadro geral da coleta e revisão dos dados A fim de identificar e registrar a localização geográfica de uma recordação, o(s) monitor(es) de cada comunidade dispõe(m) de um a dois mapas impressos (84,1 x 59,4 cm) com o recorte da imagem de satélite centrado na comunidade e área de entorno na escala de 1:75.000. Nessa escala, o dado de localização geográfica é definido por um quadrado equivalente a uma área de 4 km². Quando o local declarado extrapola esse recorte geográfico da sua comunidade, o monitor deve utilizar um conjunto de cinco mapas impressos (29,7 x 21,0 cm) que compõe um recorte da bacia do rio Unini na escala de 1:250.000. Nesse caso, o dado de localização geográfica é definido por um quadrado equivalente a uma área de 25 km². Esses quadrados formados a partir de linhas verticais e horizontais impressas nos mapas são identificados por uma numeração específica (código). Uma vez identificado o quadrado onde se situa o local recordado, o código correspondente a esse quadrado é anotado no questionário. Existe uma recomendação para que o uso dos mapas 1:250.000 seja restrito a regiões não contempladas pelos mapas 1:75.000, mas esta nem sempre foi seguida, em particular nos registros pertencentes à comunidade Vista Alegre. Nas etapas de revisão e atualização da base de dados do SiMUR, devem ser considerados possíveis erros na coleta desse dado geográfico, que podem incluir desde simples falhas de anotação nos formulários que poderão ser recuperados, até erros de leitura e interpretação dos mapas pelos monitores. Nesse último caso, a detecção de um erro de código de localização geográfica e sua alteração (correção ou exclusão) é baseada na interpretação do revisor seguindo alguns critérios, devendo ser feita com cautela. De forma geral, os processos de revisão de dados geográficos que antecederam esta última consistiram em incorporar os dados georreferenciados em um sistema de informação geográfica (SIG) e espacializá-los em pontos (ponto aleatorizado na área do quadrado). A partir da es-

pacialização, possíveis erros nos códigos originais eram verificados e depois alterados nos registros. No entanto, alguns fundamentos não foram aplicados nesses procedimentos, como o de associar, ao dado de origem, a comunidade e seu conjunto particular de códigos. Isso, por exemplo, evitaria o risco de se atribuir, ao código informado erroneamente pelo monitor, um novo código que de fato não é acessado na sua comunidade, acumulando-se, assim, um novo erro. Outro aspecto a destacar nos procedimentos antes adotados refere-se à conversão de dados informados na escala 1:250.000 (áreas de 25 km²) para a escala 1:75.000 (4 km²) nos registros da base de dados. Justificou-se, assim, que um novo processo de revisão fosse aplicado aos dados de localização geográfica originalmente coletados e a estrutura da base de dados fosse melhorada. Nesse processo, a verificação de erros foi fundamentada na associação do código informado à comunidade de origem e seu conjunto particular de códigos, e quando necessário, sua contextualização junto a outros campos e registros (p.ex. toponímias informadas no protocolo de recordação de peixes, tipos de recurso e ambiente). Todos os códigos foram mantidos na escala em que foram coletados. A revisão do dado geográfico não utilizou ferramentas de SIG, mas a tabelacontrole de códigos por mapa e comunidade e os mapas acessados pelos monitores. Atualmente, a base de dados do SiMUR mantém dois campos armazenando os códigos originalmente informados e seus correspondentes revisados (código vigente), e um campo que descreve a circunstância geral de alteração do dado original (p.ex. corrigido, excluído). De qualquer forma, a manutenção desses campos dá possibilidades ao usuário para aceitar integral ou parcialmente a versão revisada, submeter os dados originais ou revisados por outro(s) método(s) de verificação (p.ex. SIG), aplicar métodos de conversão de escalas, etc. É importante que esses procedimentos sejam mantidos para os lotes subsequentes de dados do SiMUR. O conjunto atual de registros e códigos vigentes de localização geográfica estabelecido após essa revisão é apresentado em item posterior

TABELA 1.8. Distribuição por protocolo de coleta de dados do número de registros com e sem erro no código de localização geográfica informado. Inclui a totalidade de registros de 5 protocolos com declaração de recursos no período de 2008 a 2016 no SiMUR. CONDIÇÃO DO DADO GEOGRÁFICO ORIGINAL APÓS REVISÃO

Nº DE REGISTROS / PROTOCOLO PEIXES

QUELÔNIOS AQUÁTICOS

CAÇA

RECURSOS VEGETAIS

FAUNA ESPECIAL

TOTAIS

Código não informado e não recuperado

206

129

106

206

198

845 (11%)

Código errado e não recuperado (excluído)

48

12

6

15

21

102 (1%)

Código errado e corrigido

5.543

304

367

237

357

6.808 (88%)

Com erro

5.797

445

479

458

576

7.755

Sem erro

43.657

5.066

3.675

2.792

7.077

62.267

Totais

49.454

5.511

4.154

3.250

7.653

70.022

% com erro (não recuperados + alterados)

11,7

8,1

11,5

14,1

7,5

11,1

% sem erro (inalterados)

88,3

91,9

88,5

85,9

92,5

88,9

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


19

PARTE 1

TABELA 1.9. Distribuição por comunidade do número de registros com e sem erro no código de localização geográfica informado. Comunidades em ordem decrescente de quantidade acumulada de registros. Inclui a totalidade de registros de 5 protocolos com declaração de recursos no período de 2008 a 2016 no SiMUR.

CONDIÇÃO DO DADO GEOGRÁFICO ORIGINAL APÓS REVISÃO

Nº REGISTROS / COMUNIDADE TAPIÍRA

VISTA ALEGRE

TERRA VILA LAGO LAGO PATAUÁ FLORESTA NOVA NUNES POMBAS PEDRAS

Código não informado e não recuperado

65

296

140

53

9

34

115

38

80

15

845

Código errado e não recuperado (excluído)

5

12

0

4

10

18

30

0

23

0

102

Código errado e corrigido

666

777

585

1.110

408

499

1.623

278

785

77

6.808

Com erro

736

1.085

725

1.167

427

551

1.768

316

888

92

7.755

Sem erro

13.764

11.277

9.363

6.481

6.277

4.219

2.853

4.018

2.846

1.169

62.267

Totais

14.500

12.362

10.088

7.648

6.704

4.770

4.621

4.334

3.734

1.261

70.022

% com erro (não recuperados + alterados)

5,1

8,8

7,2

15,3

6,4

11,6

38,3

7,3

23,8

7,3

11,1

% sem erro (inalterados)

94,9

91,2

92,8

84,7

93,6

88,4

61,7

92,7

76,2

92,7

88,9

nesta seção (Base atual de códigos vigentes do SiMUR). A seguir, alguns números são apresentados a fim de ilustrar em que proporções erros foram identificados no conjunto de códigos de localização geográfica originais, submetidos ao último processo de revisão. Foi analisada a totalidade dos registros com declaração de recurso dos cinco protocolos principais que coletam esse dado (peixes, quelônios aquáticos, caça, recursos vegetais e fauna especial), no período referido. Foram identificados erros nos códigos de localização geográfica em 11% do total de registros que compõem esses protocolos (TABELA 1.8). Estes erros referem-se a uma proporção menor de registros que não tiveram o código de localização geográfica informado e cujo código não foi recuperado (11% do

MANAPANA

DEMOCRACIA TOTAIS

total de erros) ou foi informado errado pelo monitor no formulário e não foi recuperado (1% do total de erros), e uma proporção maior de registros tiveram erros identificados no código informado e foram recuperados ou corrigidos, ou seja, alterados (88% do total de erros). O percentual de erros identificados nos registros de recursos vegetais foi maior (TABELA 1.8). A comunidade que apresentou maior proporção de registros problemáticos em códigos de localização geográfica foi Lago das Pombas, seguida de Manapana e Patauá (TABELA 1.9). Em relação aos conjuntos anuais de registros, os dois primeiros anos de coleta de dados (2008 e 2009) foram os que apresentaram maior proporção de registros com erros nesse campo (TABELA 1.10).

TABELA 1.10. Distribuição por ano do número de registros com e sem erro no código de localização geográfica informado. Inclui a totalidade de registros de 5 protocolos com declaração de recursos no período de 2008 a 2016 no SiMUR. Nº DE REGISTROS / ANO

CONDIÇÃO DO DADO GEOGRÁFICO ORIGINAL APÓS REVISÃO

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

TOTAIS

Código não informado e não recuperado

147

170

122

103

41

51

99

75

37

845

Código errado e não recuperado (excluído)

13

18

37

6

9

4

1

8

6

102

Código errado e corrigido

781

1.091

963

832

709

610

714

595

513

6.808

Com erro

941

1.279

1.122

941

759

665

814

678

556

7.755

Sem erro

2.790

8.109

8.302

9.012

6.761

7.748

6.847

7.136

5.562

62.267

Totais

3.731

9.388

9.424

9.953

7.520

8.413

7.661

7.814

6.118

70.022

% com erro (não recuperados + alterados)

25,2

13,6

11.9

9,5

10,1

7,9

10,6

8,7

9,1

11,1

% sem erro (inalterados)

74,8

86,4

88,1

90,5

89,9

92,1

89,4

91,3

90.9

88,9

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


20

PARTE 1

TABELA 1.11. Distribuição por tempo individual de monitoria do número de monitores em classes percentuais de registros com erro nos códigos de localização geográfica informados (códigos não recuperados + alterados). Média percentual de registros com erro nesse campo por monitor por tempo de monitoria. Inclui a totalidade de registros de 5 protocolos com declaração de recursos no período de 2008 a 2016 no SiMUR.

% DE REGISTROS COM ERRO NO DADO GEOGRÁFICO

Nº DE MONITORES / TEMPO DE MONITORIA MENOS DE 1 ANO

1 ANO COMPLETO

2 ANOS COMPLETOS

3 ANOS COMPLETOS

4 ANOS COMPLETOS

5 ANOS COMPLETOS

TOTAIS

Menos de 10%

2

4

3

3

2

4

18

10 a < 20%

1

2

3

2

1

2

11

20 a < 30%

3

4

1

1

30 a < 40%

2

1

40% ou mais

3

1

1

Totais

11

8

11

6

4

6

46

Médias percentuais de registros com erro por monitor + DP

35,3+26,4

15,7+16,5

20,6+14,9

9,7+7,8

11,8+11,3

6,1+3,8

19,2+19,2

Número médio de registros totais por monitor

233+153

1.060+435

909+404

1.617+869

3.445+1.704

4.252+1.275

1.522+1.545

2.561 (3,7%)

8.476 (12,1%)

9.997 (14,3%)

9.701 (13,9%)

13.778 (19,7%)

25.509 (36,4%)

70.022

Número total de registros

9 3

Os 46 monitores do SiMUR do período aqui considerado apresentaram em média 18% de registros informados com erro no código de localização geográfica (TABELA 1.11), no entanto, essa proporção variou muito entre monitores. Menos da metade desses monitores apresentaram menos de 10% de erro nesse campo, sendo monitores com variados tempos de permanência no trabalho de monitoria (TABELA 1.11). As maiores médias de erro nesse campo por monitor foram encontradas nos grupos de monitores que permaneceram até 2 anos completos no trabalho de monitoria, e cujos registros representam 30% do total de registros da base (TABELA 1.11). Base atual de códigos vigentes do SiMUR (pós-revisão) Como apresentado no item anterior (Quadro geral da coleta e revisão dos dados), a base de dados do SiMUR passou a manter dois campos armazenando os códigos originalmente informados e seus correspondentes revisados (código vigente). O código vigente reflete a escala em que foi coletado. A manutenção desses campos dá possibilidade ao usuário em aceitar integral ou parcialmente a versão revisada, submeter os dados originais ou revisados a outro(s) método(s) de verificação (p.ex. SIG), aplicar métodos de conversão de escalas, etc. O conjunto atual de registros e códigos vigentes de localização geográfica estabelecido na base do SiMUR após a última revisão é apresentado na TABELA 1.12. Os totais de quadrados ou códigos vigentes declarados da base dados do SiMUR (isto é, com recordação de recurso no período aqui considerado) representam 19% (702/3.722) dos quadrados representados nos mapas de escala 1:75.000 e 11% (156/1.406) daqueles

5

representados nos mapas de escala 1:250.000 consultados pelos monitores. Base utilizada neste documento: alterações e localização nas unidades de conservação As análises apresentadas neste documento utilizam o conjunto de registros e códigos vigentes de localização geográfica armazenado na base de dados do SiMUR, submetendo, no entanto, uma pequena proporção de registros à conversão de escalas. Como já abordado, tais alterações são aplicadas externamente e em nada afetam os registros com as escalas estabelecidas na base de dados do SiMUR. Desta forma, foram convertidos os códigos de localização geográfica de 1.104 registros (1,6% do total de códigos vigentes válidos). Cerca de 97% (1.075/1.104) desses registros pertencem ao protocolo de peixes (recordações mensais de locais de pescaria e recordações dos dois últimos dias de pescaria), e o restante aos demais quatro protocolos, com <1% cada (11, 8, 7 e 3 registros respectivamente dos protocolos de quelônios aquáticos, recursos vegetais, fauna especial e caça). Isto permitiu diminuir em 40% (2.704 para 1.1607) os registros com códigos de escala 1:250.00 e transferi-los para a escala 1:75.000 e diminuir em 10% (156 para 140) os códigos de escala 1:250.00, minimizando, portanto, a sobreposição de áreas entre as duas escalas. Essas alterações foram consideradas adequadas para esses registros principalmente a partir dos seus campos com dados sobre toponímia do protocolo de peixes (recordação dos dois últimos dias de pescaria) e outros campos que contribuíram para a sua contextualização. O conjunto de registros e códigos de localização geográfica que embasou as análises aqui apresentadas é resumido na TABELA 1.13.

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


21

PARTE 1

As 262 famílias que participaram do SiMUR estão distribuídas em 10 comunidades situadas ao longo do rio Unini, sendo uma na área da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (Vila Nunes), três na área de Reserva Extrativista Rio Unini (Lago das Pedras, Terra Nova, Patauá) e cinco na área do Parque Nacional do Jaú (Tapiíra, Manapana, Lago das Pombas, Floresta, Vista Alegre, além da localidade de Democracia). Essas três unidades de conservação (UCs) delimitam inteiramente a bacia do rio Unini. O SiMUR é uma ferramenta de monitoramento planejada primordialmente para contribuir para os processos que envolvem o equilíbrio entre uso e conservação da biodiversidade na implementação dessas UCs. Nesse sentido, é importante que os resultados gerados por meio do SiMUR respondam como se dão o uso de recursos naturais e as práticas agrícolas pelos moradores nos limites das UCs da bacia do rio Unini. Todos os estudos prévios do SiMUR que abordaram uso de recursos naturais e sua distribuição espacial na bacia do rio Unini e UCs (análises espaciais, mapas) foram fundamentados na espacialização de pontos aleatorizados utilizando ferramentas de SIG. Os pontos aleatorizados dentro dos quadrados correspondentes (representados pelos códigos) foram ajustados espacialmente, quando possível, considerando o tipo de recurso e ambiente (p.ex. aquáticos, terrestres). Como já citado, esses quadrados ou códigos correspondem a áreas de 4 km² ou 25 km². Neste documento, no entanto, os resultados apresentados sobre a distribuição espacial do uso de recursos naturais foram fundamentados no uso direto dos códigos de localização geográfica. Cada código único da tabela-controle de códigos por comunidade foi associado a campos descritivos de localização geográfica em relação às UCs. A condição geográfica de cada código foi estabelecida com base na simples consulta visual dos

mapas digitais das comunidades (mapas das duas escalas) com os limites das UCs da bacia do rio Unini. Desta forma, três campos descrevendo níveis de localização geográfica foram estabelecidos para cada código, de acordo com a posição do quadrado em relação aos limites das UCs. No primeiro nível, os quadrados posicionados integralmente em uma das UCs foram classificados em: 1) Reserva Extrativista Rio Unini (RESEX Rio Unini), 2) Parque Nacional do Jaú (PARNA do Jaú) ou 3) Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (RDS Amanã); os quadrados posicionados na linha limítrofe entre duas dessas UCs foram classificados em: 4) Limite entre unidades; os quadrados posicionados na linha limítrofe de uma UC foram classificados em: 5) Limite de unidade (somente o caso da RESEX Rio Unini); e finalmente, os quadrados posicionados integralmente fora das linhas limítrofes de qualquer uma dessas UCs foram classificadas em: 6) Fora de unidade de conservação. Os quadrados classificados como Limite entre unidades receberam um segundo nível de classificação, com três possibilidades: 1) RESEX Rio Unini–PARNA do Jaú, 2) RESEX Rio Unini-RDS Amanã, ou 3) PARNA do Jaú–RDS Amanã; assim como os quadrados classificados como Limite de unidade (somente o caso da RESEX Rio Unini), com duas possibilidades: 1) limite norte da bacia, ou 2) limite com rio Negro. No caso de todos esses quadrados posicionados sobre linhas limítrofes, um terceiro nível de classificação foi estabelecido, definindo uma condição única de posição em relação às UCs, ou seja: 1) RESEX Rio Unini, 2) PARNA do Jaú, 3) RDS Amanã, 4) Indefinido (entre RESEX Rio Unini-PARNA do Jaú ou entre RESEX Rio Unini-RDS Amanã), ou 5) Fora de unidade de conservação. Os critérios para estabelecer essa condição única a esses quadrados foram, principalmente, a presença de terras

TABELA 1.12. Distribuição por protocolo de coleta de dados do número de registros e códigos de localização geográfica vigentes (pós -revisão). Inclui a totalidade de registros de 5 protocolos com declaração de recursos no período de 2008 a 2016 no SiMUR. *contagem de códigos únicos válidos. Nº / PROTOCOLO DADO VIGENTE DE LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA

Registros

PEIXES TOTAL

QUELÔNIOS AQUÁTICOS

CAÇA

RECURSOS VEGETAIS

FAUNA ESPECIAL

TOTAIS

33.704

47.508

5.033

3.884

2.814

7.132

66.371

520

1.172

1.692

337

158

215

302

2.704

Com dado

14.324 (99%)

34.876 (99%)

49.200 (99%)

5.370 (97%)

4.042 (97%)

3.029 (93%)

7.434 (97%)

69.075 (99%)

Sem dado

69 (1%)

185 (1%)

254 (1%)

141 (3%)

112 (3%)

221 (7%)

219 (3%)

947 (1%)

LOCAIS MENSAIS

DOIS DIAS DE PESCARIA

Escala 1:75.000

13.804

Escala 1:250.000

Totais Códigos*

PEIXES

14.393

35.061

49.454

5.511

4.154

3.250

7.653

70.022

Escala 1:75.000

400 (82%)

372 (84%)

400 (82%)

387 (84%)

475 (88%)

418 (86%)

479 (86%)

702 (82%)

Escala 1:250.000

86 (18%)

72 (16%)

86 (18%)

73 (16%)

67 (12%)

67 (14%)

80 (14%)

156 (18%)

486

444

486

460

542

485

559

858

Totais

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


22

PARTE 1

contínuas na imagem dentro do quadrado, sendo o quadrado definido como pertencente à UC que abarca essas terras. A presença de terras contínuas foi considerada um critério geral adequado para estabelecer essa condição única a esses quadrados limítrofes, independente da proporção de área de uma ou outra unidade dentro do quadrado, pois se ajustaria para os casos que envolvem uso de ambiente evidentemente terrestre em quadrados onde a parte das terras pertence a uma UC e a parte do rio pertence à outra. Para os quadrados posicionados no rio, sem presença de terras contínuas, foi considerado o acesso potencial por meio de corpos d´água como lagos, furos e paranás e também a proporção de área de uma ou outra unidade dentro do quadrado. Os quadrados classificados como Limite de unidade posicionados integralmente em terras contínuas foram em sua maioria classificados como pertencentes à UC. A TABELA 1.14 apresenta o resultado dessa classificação aplicada ao conjunto de quadrados ou códigos de localização geográfica dos mapas acessados pelos monitores. Na presente análise, não houve tratamento para a questão da sobreposição de áreas devido ao uso de duas escalas e os registros são analisados sem diferenciação de escalas, mas as proporções de possível sobreposição de áreas são apresentadas ao longo dos resultados. A princípio, se todos os 5.128 quadrados são considerados, é possível esperar uma sobreposição de até 15% de quadrados de 25 km² (789/5.128) sobre quadrados de 4 km². Assim, as TABELAS 1.13 e 1.14 representam a base de dados de localização geográfica utilizada nas análises sobre distribuição do uso de recursos naturais apresentadas neste docu-

mento. Foram utilizados os 61.418 registros com dados válidos (>0) dos protocolos de consumo de peixes, quelônios aquáticos, caça e recursos vegetais, dos quais foram excluídos 4 registros cujos quadrados de localização geográfica foram classificados como Indefinido (entre RESEX Rio Unini-RDS Amanã), totalizando um conjunto de 61.414 registros analisados e 813 quadrados. Pretende-se ainda trabalhar na conversão de quadrados declarados de 25 km², principalmente os que se sobrepõem aos mapas individuais de quem coletou.

Ciclos sazonais Ao longo deste documento são feitas referências a ciclos sazonais marcados pelas flutuações na quantidade de chuvas e na cota do rio Unini. Para estabelecer esses ciclos sazonais ao longo de um ano, foram definidas classes trimestrais para essas duas variáveis (FIGURA 1.3). Assim, quatro classes trimestrais foram estabelecidas artificialmente com base nas flutuações mensais da cota diária (médias mensais em centímetros do período de julho de 2008 a outubro de 2016), e da quantidade de chuvas (médias dos totais mensais do período de julho de 2008 a junho de 2016). Esses dados pertencem a duas estações de monitoramento da Agência Nacional de Águas (ANA), localizadas no rio Unini à montante da cachoeira do Unini, nas comunidades Manapana (Estação 14855000, -1,8869°S -62,4636°W, dados de cota) e Vista Alegre (Estação 162003, -1,7108°S -62,8236°W dados de chuva) (Agência Nacional de Águas 2017).

TABELA 1.13. Distribuição por protocolo de coleta de dados do número de registros e códigos de localização geográfica utilizados especificamente neste documento (códigos vigentes da base SiMUR com inclusão de alterações de escala). Inclui a totalidade de registros de 5 protocolos com declaração de recursos no período de 2008 a 2016 no SiMUR. *contagem de códigos únicos válidos. Nº / PROTOCOLO PEIXES

DADO UTILIZADO DE LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA

Registros

Códigos*

QUELÔNIOS AQUÁTICOS

CAÇA

RECURSOS VEGETAIS

FAUNA ESPECIAL

TOTAIS

48.583

5.044

3.887

2.822

7.139

67.475

417

624

326

155

207

295

1.607

14.331 (100%)

34.876 (99%)

49.207 (99%)

5.370 (97%)

4.042 (97%)

3.029 (93%)

7.434 (97%)

69.082 (99%)

Sem dado

62 (<1%)

185 (1%)

247 (1%)

141 (3%)

112 (3%)

221 (7%)

219 (3%)

940 (1%)

Totais

14.393

35.061

49.454

5.511

4.154

3.250

7.653

70.022

Escala 1:75.000

401 (84%)

373 (86%)

401 (84%)

389 (86%)

476 (88%)

419 (87%)

479 (87%)

703 (83%)

Escala 1:250.000

75 (16%)

61 (14%)

75 (16%)

65 (14%)

63 (12%)

63 (13%)

71 (13%)

140 (17%)

Totais

476

434

476

454

539

482

550

843

LOCAIS MENSAIS

DOIS DIAS DE PESCARIA

PEIXES TOTAL

Escala 1:75.000

14.124

34.459

Escala 1:250.000

207

Com dado

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


23

PARTE 1

TABELA 1.14. Distribuição do conjunto dos quadrados dos mapas acessados pelos monitores nas unidades de conservação da bacia do rio Unini (segundo critérios e classificação aplicada especificamente neste documento), período de 2008 a 2016 no SiMUR. 1RESEX Rio Unini-PARNA do Jaú, RESEX Rio Unini-RDS Amanã, PARNA do Jaú-RDS Amanã, 2norte da bacia ou rio Negro, 3entre RESEX Rio Unini-norte da bacia ou RESEX Rio Unini-rio Negro.

POSIÇÃO DO QUADRADO EM RELAÇÃO AOS LIMITES DAS UNIDADES NOS MAPAS

1:75.000 (4 km²)

RESEX RIO UNINI

PARNA DO JAÚ

RDS AMANÃ

FORA DE UC

INDEFINIDO

TOTAL

Integral dentro de UC

991

1.775

403

-

-

3.169

Limite entre UCs1

55

82

54

-

-

191

Limite de UC²

78

-

-

7

-

85

Integral fora de UC3

-

-

-

277

-

277

1.124 (74,3)

1.857 (82,5)

457 (51,5)

284 (62,6)

-

3.722 (72,6)

Integral dentro de UC

258

361

380

-

-

999

Limite entre UCs1

49

34

50

-

22

155

Limite de UC2

82

-

-

8

-

90

Integral fora de UC3

-

-

-

162

-

162

389 (27,7)

395 (28,1)

430 (30,6)

170 (12,1)

22 (100%)

1.406 (27,4)

Integral dentro de UC

1.249

2.136

783

-

-

4.168

Limite entre UCs1

104

116

104

-

22

346

Limite de UC²

160

-

-

15

-

175

-

-

-

439

-

439

1.513 (100%)

2.252 (100%)

887 (100%)

454 (100%)

22 (100%)

5.128 (100%)

Totais (%)

1:250.000 (25 km²)

Totais (%)

Totais

Nº DE QUADRADOS / CLASSIFICAÇÃO APLICADA NESTE DOCUMENTO

Integral fora de UC3 Totais

FIGURA 1.3. Ciclo anual com períodos trimestrais artificiais estabelecidos com base em dados mensais de cota de rio (médias das cotas diárias) e chuvas (médias dos totais mensais). As linhas verticais referem-se aos valores mínimos e máximos dos respectivos períodos. Fonte: ANA (Agência Nacional de Águas 2017). *Meses de março e abril de 2014 sem dados. **Mês de agosto de 2013 sem dados.

Média diária (mínima-máxima)

CHUVAS NO RIO UNINI (MÉDIAS MENSAIS DE JULHO DE 2018 A JUNHO DE 2016**)

1800

600

1600

500

Média mensal (cm)

Média díária (cm)

COTA DO RIO UNINI (MÉDIAS DIÁRIAS DE JULHO 2008 A OUTUBRO 2016*)

1400 1200 1000 800 600

Média mensal (mínima-máxima)

400 300 200 100

FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN Enchente

Cheia

Vazante-Seca

Seca

0

FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN Chuvoso

Pré-estiagem

Estiagem

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR

Pré-chuvoso



25

PARTE 2

PARTE 2

DIVERSIDADE, IMPORTÂNCIA RELATIVA E USO DE RECURSOS NATURAIS E PRODUTOS AGRÍCOLAS Recursos naturais No período de 2008 a 2016 (total de 94 meses de entrevistas com 262 famílias), as famílias do rio Unini declararam o uso de um total de 164 recursos naturais, sendo 100 animais e 64 vegetais (TABELA 2.1), conforme os critérios para definição de recurso natural apresentados na primeira parte deste documento (Parte 1: Dados coletados). Esse número se expande para 238 se consideradas todas as variantes de nomes e corresponde a cerca de 186 táxons representando gêneros ou espécies. No período considerado, 258 famílias declararam ter

utilizado em média 25 recursos naturais (DP=12, mín. máx.=278), o que representa cerca de 36 espécies ou gêneros animais e vegetais explorados por família (TABELA 2.1). A lista detalhada desses recursos naturais é apresentada no ANEXO I. O ANEXO I também apresenta o que representaria a extração de cada recurso declarado durante o período de 2008 a 2016, em taxas anuais. É importante lembrar que estes valores não incluem registros de animais abatidos fora do contexto de alimentação. Os grupos animais que apresentaram essa situação foram aves, mamíferos, serpentes e crocodilianos. Este contexto deverá ser tratado separadamente em etapa posterior ao pre-

TABELA 2.1. Diversidade de recursos naturais declarados no rio Unini, com base na contagem de nomes, variantes nominais declaradas por 262 famílias entrevistadas no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses) e táxons esperados. A lista detalhada é apresentada no ANEXO I. 1O número médio de recursos declarados por família é baseado na contagem de nomes. 2Não inclui registros de abate fora de contexto de alimentação. 3Totais que excluem registros com identificação insuficiente do recurso.

GRUPO DE RECURSO NATURAL CAÇA:

Nº DE RECURSOS NOMES

Nº MÉDIO DE RECURSOS POR FAMÍLIA (+DP, MÍN-MÁX.)

VARIANTES TÁXONS ESPERADO NOMINAIS

Nº FAMÍLIAS

RECURSOS/FAMÍLIA1

TÁXONS/FAMÍLIA

Nº TOTAL REGISTROS

Nº TOTAL REGISTROS COM IDENTIFICAÇÃO3

40

43

46

226

6,1 (+4,3, 1-23)

6,7 (+5,0, 1-26)

3.893

3.875

Aves

18

21

23

149

2,7 (+1,7, 1-10)

3,3 (+2,3, 1-12)

721

721

Mamíferos2

19

19

19

222

4,2 (+2,5, 1-11)

4,2 (+2,5, 1-11)

3.088

3.070

Crocodilianos2

2

2

2

12

1,1 (+0,3, 1-2)

1,1 (+0,3, 1-2)

24

24

Quelônios terrestres

1

1

2

32

1,0 (+0, 1-1)

2,0 (+0, 2-2)

60

60

PEIXES:

54

125

70

257

12,7 (+5,1, 2-26)

23,4 (+6,7, 4-41)

35.061

35.061

QUELÔNIOS AQUÁTICOS:

6

6

7

244

3,1 (+1,1, 1-6)

3,3 (+1,4, 1-7)

5.511

5.511

Totais Animais

100

174

123

258

20,9 (+9,4, 2-47)

32,3 (+11,6, 3-64)

44.465

44.447

MADEIREIROS:

37

37

37

28

3,0 (+3,4, 1-17)

3,0 (+3,5, 1-17)

158

108

Carvão

5

5

5

5

1,0 (+0, 1-1)

1,0 (+0, 1-1)

28

5

Madeira

32

32

33

24

3,3 (+3,6, 1-17)

3,3 (+3,7, 1-17)

130

103

27

27

27

223

4,5 (+2,9, 1-16)

4,5 (+2,9, 1-16)

3.092

3.077

Exsudato

6

6

6

40

1,2 (+0,4, 1-3)

1,2 (+0,4, 1-3)

63

63

Folha/Talo/Caule

5

5

5

80

1,4 (+0,7, 1-4)

1,4 (+0,7, 1-4)

188

173

Fruto

13

13

13

184

2,9 (+1,7, 1-9)

2,9 (+1,7, 1-9)

1.431

1.431

Raiz

3

3

3

179

1,7 (+0,6, 1-3)

1,7 (+0,6, 1-3)

1.410

1.410

Totais Vegetais

64

64

63

224

4,8 (+3,7, 1-31)

4,8 (+3,7, 1-31)

3.250

3.185

Totais Recursos naturais

164

238

186

258

25,1 (+12,3, 2-78)

36,5 (+14,5, 4-93)

47.715

47.632

2

NÃO-MADEIREIROS:

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


26

PARTE 2

sente documento. Isto também exclui dados oriundos da pesca ornamental, que devem ser considerados à parte, até mesmo pela suspensão temporária dessa atividade no rio Unini durante os anos de implementação do SiMUR, tornando a coleta de dados bastante irregular. Existe também o conjunto de dados oriundos do protocolo de peixes que se refere à recordação de locais mensais de pescaria, totalizando 14.393 registros que não têm função de trazer dados sobre recursos extraídos. Dadas as diferenças nas unidades de medida aplicadas a cada recurso, a importância relativa desses recursos naturais é indicada utilizando-se a proporção de famílias declarantes (TABELA 2.2). Foram contabilizados todos os recursos e suas variações de uso conforme apresentados no ANEXO I, excluindo-se os recursos com identificação insuficiente (NI). Assim, temos que 8 recursos animais (6 peixes e 2 quelônios aquáticos) foram declarados por mais de 80% das famílias entrevistadas (TABELA 2.2). Juntos, esses recursos correspondem a 5% do total de recursos declarados. Estes são seguidos por 7 recursos (4 peixes, 1 quelônio aquático e 2 mamíferos), que foram declarados por >60 a 80% das famílias entrevistadas (TABELA 2.2). Outros 7 recursos (1 peixe, 3 mamíferos, 3 recursos vegetais não-madeireiros) foram declarados por >40 a 60% das famílias entrevistadas (TABELA 2.2). Estes 22 recursos são reunidos na TABELA 2.3. Os demais 142 (87% dos recursos declarados e variações de uso) foram declarados por 40% ou menos das famílias entrevistadas. A TABELA 2.3 reúne os 22 recursos naturais mais relevantes em proporção de famílias declarantes (>40% das famílias entrevistadas), adicionando os totais agrupados para quilos declarados de cipós titica e timbó-açu (cipós do gênero Heteropsis). Convém agrupar esses dois recursos nessa unidade, pois embora constituam de fato dois recursos distintos (no uso final e na co-

mercialização), estão sujeitos à mesma dinâmica de exploração na região de sobreposição das áreas de ocorrência, de forma que 80% (62/77) das famílias coletoras de cipó-timbó-açu também são coletoras de cipó-titica. A ocorrência do cipó-timbó-açu é concentrada no baixo rio Unini, estando, portanto, acessível a um menor número de comunidades (o que explica o fato de ter sido declarado por menos de 40% das famílias entrevistadas), enquanto que o cipó-titica ocorre ao longo de toda a bacia do rio Unini. Fica clara a importância de recursos animais no uso de recursos naturais, especialmente peixes e quelônios aquáticos. Peixes constituíram o grupo mais diverso e possuem os recursos mais utilizados em quantidade de famílias envolvidas. Por sua vez, quelônios aquáticos são um grupo bem menos diverso da fauna explorada que ocorre na região, já que um total de 8 espécies são esperadas para a bacia do rio Unini. Entre estas, 6 foram declaradas como recurso alimentar pelos moradores, das quais 3 estão entre os recursos mais procurados. Os mamíferos podem ser considerados o terceiro grupo mais importante em número de famílias declarantes, principalmente por causa de espécies de ungulados (porcos, anta) e roedores (paca, cutia). A questão da importância dos recursos e grupos de recursos animais é discutida na Parte 4: Recursos de relevância no extrativismo animal, deste documento. Já os recursos vegetais declarados por mais famílias constituem aqueles extraídos prioritariamente para comercialização (cipós do gênero Heteropsis, castanha-da-amazônia) e somente um que é voltado para consumo familiar (açaí). Lembrando que existem dois recursos extraídos no rio Unini em contextos não acompanhados no SiMUR: a castanha-da-amazônia coletada por ex-moradores e o pirarucu pescado no âmbito do projeto de manejo do pirarucu na RESEX Rio Unini.

TABELA 2.2. Distribuição de recursos naturais declarados por categorias de procura. As categorias de procura são dadas pelas proporções de famílias declarantes. São contabilizados todos os recursos e suas variações de uso conforme apresentados no ANEXO I, excluindo-se recursos com identificação insuficiente (NI). Não inclui registros de abate fora de contexto de alimentação. Nº DE RECURSOS (CONTAGEM DE NOMES GERAIS) EM CADA GRUPO

PROPORÇÃO DE FAMÍLIAS DECLARANTES (N=262)

PEIXES

>80 a 100%

6

2

>60 a 80%

4

>40 a 60%

FRUTOS

RAÍZES

AVES

FIBRAS (FOLHA /TALO/CAULE)

MADEIRAS +CARVÃO

EXSUDATOS

CROCODILIANOS & QUELÔNIOS TERRESTRES

TOTAIS

-

-

-

-

-

-

-

-

8 (5%)

1

2

-

-

-

-

-

-

-

7 (4%)

1

-

3

2

1

-

-

-

-

-

7 (4%)

>20 a 40%

8

2

-

2

2

3

1

-

-

-

18 (11%)

Até 20%

35

1

14

9

-

15

4

37

6

3

124 (76%)

Totais

54

6

19

13

3

18

5

37

6

3

164

QUELÔNIOS MAMÍFEROS AQUÁTICOS

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


27

PARTE 2

Finalmente, é importante considerar as particularidades que envolvem a extração de alguns recursos. Tal como as diferenças geográficas na disponibilidade dos cipós do gênero Heteropsis, sabese informalmente que a tartaruga-da-amazônia é um recurso que não é facilmente encontrado no baixo rio Unini. Como recurso aquático (ou semiaquático, já que a nidificação é em terra), a tartaruga-da-amazônia parece ocorrer em toda a bacia, mas em bai-

xa densidade populacional, e, assim como o tracajá, necessita de ambiente específico para nidificação (praias), de ocorrência mais frequente no médio e alto rio Unini. Assim, para recursos como a tartaruga-da-amazônia (e cipó-timbó-açu), as proporções de famílias que os declararam na amostra das famílias entrevistadas no rio Unini parecem refletir sobretudo a baixa disponibilidade desses recursos em algumas regiões das áreas de uso dos moradores.

TABELA 2.3. Lista dos 22 recursos mais relevantes em quantidade de famílias declarantes (>40%) e taxas anuais de extração total e por família declarante. Os valores declarados de peixes representam recordações dos dois últimos dias de pescaria para cada mês. 1 Produto manufaturado. TOTAIS DECLARADOS

TAXAS ANUAIS DE EXTRAÇÃO

RECURSO (VARIAÇÃO DE NOMES) - No TÁXONS ESPERADO

Nº REGISTROS

Nº FAMÍLIAS (% N=262)

QUANTIDADE

UNIDADE

UNIDADES

UNIDADES / FAMÍLIA DECLARANTE

Peixe

PIRANHA (7) – 3

9.426

252 (96%)

94.939

Indivíduos

12.119,9

48,1

Peixe

TUCUNARÉ (6) – 2

4.983

249 (95%)

22.759

Indivíduos

2.905,4

11,7

Peixe

PACU (15) – 2

4.824

245 (94%)

41.004

Indivíduos

5.234,6

21,4

Peixe

ARACU (18) – 3

4.053

244 (93%)

20.637

Indivíduos

2.634,5

10,8

Peixe

CARÁ (29) – 5

3.268

237 (90%)

15.674

Indivíduos

2.000,9

8,4

1.849

222 (85%)

-

-

-

-

Indivíduos

1.183,8

5,7

GRUPO

Quelônio aquático

IRAPUCA – 1

1.426

206 (79%)

9.273

423

143 (55%)

4.246

Ninhos

542,0

3,8

Peixe

TRAÍRA (2) – 1

2.134

219 (84%)

8.221

Indivíduos

1.049,5

4,8

2.398

214 (82%)

-

-

-

-

2.353

211 (81%)

9.145

Indivíduos

1.167,4

5,5

45

38 (15%)

465

Ninhos

59,4

1,6

1.627

202 (77%)

17.050

Indivíduos

2.176,6

10,8

967

184 (70%)

-

-

-

-

687

168 (64%)

2.247

Indivíduos

286,9

1,7

280

117 (45%)

2.086

Ninhos

266,3

2,3

804

171 (65%)

1.565

Indivíduos

199,8

1,2

Quelônio aquático

CABEÇUDO – 1

Peixe

JARAQUI - 1

Quelônio aquático

TRACAJÁ - 1

Mamífero

PACA - 1

Mamífero

QUEIXADA - 1

683

168 (64%)

1.415

Indivíduos

180,6

1,1

Peixe

PACUÍ - 2

1.279

166 (63%)

15.411

Indivíduos

1.967,4

11,9

Peixe

ARUANÃ - 1

581

165 (63%)

2.627

Indivíduos

335,4

2,0

Peixe

JACUNDÁ – 1

601

160 (61%)

1.473

Indivíduos

188,0

1,2

665

145 (55%)

-

-

-

-

13

9 (3%)

362

Fio

46,2

5,1

Raiz

Raiz Fruto

CIPÓ-TITICA - 1

2

2 (1%)

13

Unidade

1,7

0,8

650

143 (55%)

42.253

kg

5.393,9

37,7

CIPÓS TITICA + TIMBÓ-AÇU

1.235

158 (60%)

84.546

kg

10.793,0

68,3

1

AÇAÍ - 1

412

136 (52%)

3.738

Cachos

477,2

3,5

CAITITU - 1

381

128 (49%)

658

Indivíduos

84,0

0,7

CASTANHA-DA-AMAZÔNIA - 1

521

124 (47%)

7.766

Lata de 20l

991,4

8,0

Mamífero

ANTA - 1

454

119 (45%)

491

Indivíduos

62,7

0,5

Mamífero

CUTIA - 1

417

116 (44%)

613

Indivíduos

78,3

0,7

Peixe

ARARI - 1

347

115 (44%)

1.061

Indivíduos

135,4

1,2

Mamífero Fruto

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


28

PARTE 2

Tipos de uso de recursos naturais Os 164 recursos naturais declarados de 2008 a 2016 foram classificados em amplas categorias de uso pelos moradores do rio Unini e 69% deles são utilizados para alimentação (TABELA 2.4). Basicamente 100 animais e todos os 13 frutos da floresta declarados compõem os recursos naturais consumidos na alimentação pelos moradores, dos quais apenas a castanhada-amazônia é regularmente comercializada e escoada para fora do rio. O segundo grupo de recursos relevantes são aqueles utilizados para a construção de moradias e embarcações (madeira em cortes) e ferramentas de trabalho e transporte (p.ex. enxadas, remos), composto pelos recursos madeireiros, pelas palhas preta, branca e ubim e pelo breu, que é uma resina (TABELA 2.4). Embora o breu tenha outros usos (p.ex. combustível), é utilizado principalmente para calafetagem. As madeiras em cortes (tábuas, perna-mancas, etc.) são comercializadas entre os moradores em pequena escala. Muitos artefatos de uso no dia-a-dia, como cestos, paneiros, abanos, dentre outros, são confeccionados utilizando talos de arumã e as raízes aéreas dos cipós ambé, titica e timbó-açu, e eventualmente esses objetos são comercializados em pequena escala. Em geral os cipós utilizados para este fim são declarados na forma bruta (fios) ou já como produtos finais (unidades) e

os cipós (titica e timbó-açu) destinados especificamente à comercialização são declarados em quilos, que é a unidade de venda dos cipós já no padrão comercial (descascados, cortados de forma padrão e secos). Recentemente, o arumã passou ser coletado comercialmente na comunidade Terra Nova, por demanda da Associação dos Artesãos de Novo Airão (AANA), que produz artesanato de arumã, porém essas demandas não são regulares. Os moradores também declararam produtos finais feitos de borracha (leite da seringa), como pequenas bolsas ou capangas que foram comercializados em pequena escala (TABELA 2.4). Recentemente houve uma iniciativa de revitalizar a atividade de extração comercial da borracha no rio Unini, mas apenas uma família declarou a extração desse produto nesse contexto. Algumas árvores em forma de carvão foram identificadas por alguns moradores, provavelmente oriundas do processo de preparação das áreas de roçado (TABELA 2.4). Esse carvão é medido em latas de 20 litros e utilizado nos fornos no dia-a-dia dos moradores. Outro uso identificado é o medicinal, pela extração de exsudatos vegetais (TABELA 2.4). Foram declarados nessa categoria copaíba (óleo), andiroba (óleo da semente), amapá (leite) e sucuúba (leite), dos quais a andiroba e a copaíba são eventualmente comercializados em litros e escoados para fora do rio.

TABELA 2.4. Distribuição de recursos naturais declarados por tipos de uso. São contabilizados todos os recursos e suas variações de uso conforme apresentados no ANEXO I, excluindo-se os recursos com identificação insuficiente (NI).1Seringa (exsudato), cipós ambé e timbó-açu (raízes) na forma de objetos manufaturados.

USO

Nº DE RECURSOS (CONTAGEM DE NOMES GERAIS) EM CADA GRUPO ANIMAIS

FRUTOS

MADEIRAS

FOLHA/TALO/CAULE

EXSUDATOS

RAÍZES

TOTAL

100

13

-

-

-

-

113 (68,9%)

Artefatos de madeira/fibra (construção, ferramentas)

-

-

32

4

1

-

37 (22,6%)

Artefatos de uso cotidiano (objetos)

-

-

-

1

1

3

5 (3,0%)

Combustível (carvão)

-

-

5

-

-

-

5 (3,0%)

Medicinal

-

-

-

-

4

-

4 (2,4%)

100

13

37

5

6

3

164

Escoado regularmente

-

1

-

-

-

2

3 (11,5%)

Escoado esporadicamente

-

-

-

1

4

-

5 (19,2%)

Vendido entre as famílias no rio

-

1

16

-

11

21

20 (76,9%)

Totais

-

2

16

1

4

2

26

CONSUMO: Alimento

Totais COMERCIAL:

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


29

PARTE 2

Produtos agrícolas No período de 2008 a 2016 (total de 94 meses de entrevistas com 262 famílias), 238 famílias do rio Unini declararam um total de 24 produtos agrícolas (de roçado), incluindo produtos derivados (p.ex. derivados da fabricação de farinha), representando 19 táxons (TABELA 2.5). Essas famílias produzem em média 4 produtos de roçado (DP=3, mín.máx.=1-16), representando cerca de 3 espécies cultivadas por família (TABELA 2.5). Uma lista detalhada desses produtos agrícolas é apresentada no ANEXO I. O ANEXO I também apresenta o que representariam esses valores de produção por produto declarado de 2008 a 2016, em taxas anuais. Apesar das diferenças entre diversidade de recursos naturais extraídos (TABELA 2.1) e de produtos de cultivo (TABELA 2.5), todos envolveram um grande número de famílias, indicando que as

práticas extrativistas e agrícolas são igualmente importantes na economia familiar. A farinha-de-mandioca foi o único produto que envolveu >80% das famílias entrevistadas, seguida da banana, com 77% (TABELA 2.6). Os demais 23 produtos agrícolas envolveram menos de 40% das famílias entrevistadas, entre os quais se destacaram-se dois derivados da fabricação de farinha (goma, tapioca), além de cará e abacaxi (TABELA 2.6). Todos esses produtos são destinados tanto ao consumo familiar quanto à comercialização, que é especialmente relevante para farinha e banana. O perfil de produção agrícola, particularmente envolvendo farinha e banana, é apresentado no âmbito dos produtos declarados comercializados, ainda nesta parte e em seção posterior (Recursos naturais e produtos agrícolas comercializados; Parte 6: Recursos naturais e produtos agrícolas de relevância comercial).

TABELA 2.5. Diversidade de produtos agrícolas no rio Unini, declarados por 262 famílias entrevistadas no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses), e táxons esperados. A lista detalhada é apresentada no ANEXO I. 1O número médio de produtos declarados por famílias é baseado na contagem de nomes. Nº DE PRODUTOS

GRUPO DE PRODUTO AGRÍCOLA

Nº MÉDIO DE PRODUTOS POR FAMÍLIA (+DP, MÍN-MÁX.)

Nº TOTAL REGISTROS

NOMES

VARIANTES NOMINAIS

TÁXONS ESTIMADO

Nº FAMÍLIAS

PRODUTOS/FAMÍLIA1

TÁXONS/FAMÍLIA

FARINHA&DERIVADOS:

5

5

1

235

1,8+1,1, 1-5

1,0+0, 1-1

5.558

OUTROS PRODUTOS:

19

19

18

207

2,7+2,1, 1-12

2,7+2,1, 1-11

3.741

Caule

2

2

1

36

1,1+0,2, 1-2

1,0+0, 1-1

83

Fruto

12

12

12

205

1,8+1,1, 1-7

1,8+1,1, 1-7

3.343

Grão

1

1

1

29

1,0+0, 1-1

1,0+0, 1-1

44

Raiz

3

3

3

86

1,4+0,5, 1-3

1,4+0,5, 1-3

269

1

1

1

2

1,0+0, 1-1

1,0+0, 1-1

2

24

24

19

238

4,1+2,9, 1-16

3,3+2,2, 1-12

9.299

Semente Totais Produtos agrícolas

TABELA 2.6. Lista dos 6 produtos agrícolas mais relevantes em quantidade de famílias declarantes (>20%) e taxas anuais de produção total e por família declarante. TOTAIS DECLARADOS

TAXAS ANUAIS DE PRODUÇÃO

PRODUTO – Nº TÁXONS ESPERADO

Nº REGISTROS

Nº FAMÍLIAS (% N=262)

QUANTIDADE

UNIDADE

UNIDADES

UNIDADES /FAMÍLIA DECLARANTE

FARINHA-DE-MANDIOCA – 1

5.146

235 (90%)

18.266

Saca de 75l

2.331,9

9,9

BANANA – 1

2.954

203 (77%)

43.898

Cacho

5.604,0

27,6

GOMA – 1

224

85 (32%)

3.964

kg

506,0

6,0

Raiz

CARÁ (RAIZ) – 1

209

77 (29%)

6.237

kg

796,2

10,3

Fruto

ABACAXI – 1

237

68 (26%)

1.472

Unidade

187,9

2,8

Farinha&deriv

TAPIOCA – 1

125

57 (22%)

4.172

Litro

532,6

9,3

GRUPO Farinha&deriv Fruto Farinha&deriv

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


30

PARTE 2

Recursos naturais e produtos agrícolas comercializados No período de 2008 a 2016 (total de 94 meses de entrevistas com 262 famílias), 233 famílias do rio Unini declararam ter comercializado um total de 43 produtos, entre 17 produtos agrícolas e 26 do extrativismo (TABELA 2.7). Ao todo, essas famílias comercializam em média 4 produtos (DP=2, mín.-máx.=1-13) por família (TABELA 2.7). Uma lista detalhada desses produtos comercializados é apresentada no ANEXO II. O ANEXO II também apresenta o que representariam esses valores de comercialização por produto declarado durante 2008 a 2016, em taxas anuais. A atividade agrícola, representada pela produção de farinhade-mandioca e em seguida pela produção de banana, é a atividade comercial mais relevante em número de famílias envolvidas. A farinha-de-mandioca foi o único produto que envolveu >80% das famílias entrevistadas, seguida da banana, com 59%, e do

cipó-titica, com 50% (TABELA 2.8). Os produtos comercializados mais relevantes seguintes foram a castanha-da-amazônia e o cipó-titica (TABELA 2.8). Mais uma vez, convém agrupar os valores de cipó-titica e cipó-timbó-açu (cipós do gênero Heteropsis), que totalizaram 54% das famílias entrevistadas (TABELA 2.8). Aproximadamente metade das famílias entrevistadas comercializaram cipós e pouco mais de um terço, castanha-da-amazônia. Mais de 90% das famílias produtoras de farinha e 76% das famílias produtoras de banana comercializaram alguma parte dessas produções, sendo que pelo menos 60% da produção total de farinha e 81% da produção total de banana foram destinadas à venda (TABELA 2.8). Os produtos do extrativismo são prioritariamente destinados à comercialização, de forma que 90% e 79% das famílias produtoras de cipós do gênero Heteropsis e castanha, respectivamente, declararam ter vendido alguma parte de suas produções, e, no total, 85% e 84% das produções totais declaradas desses respectivos produtos foram destinadas à venda (TABELA 2.8).

TABELA 2.7. Diversidade de produtos comercializados no rio Unini declarados por 262 famílias entrevistadas no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses), e táxons esperados. A lista detalhada é apresentada no ANEXO II. 1O número médio de produtos declarados por família é baseado na contagem de nomes. 2Totais que excluem registros com identificação insuficiente do recurso.

Nº DE PRODUTOS GRUPO DE PRODUTO COMERCIALIZADO

NOMES

Nº MÉDIO DE PRODUTOS POR FAMÍLIA (+DP, MÍN-MÁX.)

VARIANTES TÁXONS ESPERADO Nº FAMÍLIAS NOMINAIS

PRODUTOS/ FAMÍLIA1

TÁXONS/FAMÍLIA

Nº REGISTROS

Nº TOTAL REGISTROS COM IDENTIFICAÇÃO2

MADEIREIROS:

16

16

17

7

2,9+0,9, 2-4

3,0+1,2, 2-5

37

28

Madeira

16

16

17

7

2,9+0,9, 2-4

3,0+1,2, 2-5

37

28

NÃO-MADEIREIROS:

10

10

10

174

1,9+0,9, 1-5

1,9+0,9, 1-5

1.430

1.429

Exsudato

4

4

4

14

1,1+0,4, 1-2

1,1+0,4, 1-2

24

24

Folha/Talo

1

1

1

8

1,0+0,0, 1-1

1,0+0,0, 1-1

12

11

Fruto

2

2

2

99

1,0+0,0, 1-1

1,0+0,0, 1-1

368

368

Raiz

3

3

3

145

1,4+0,5, 1-2

1,4+0,5, 1-2

1.026

1.026

Totais Vegetais

26

26

27

175

2,0+1,1, 1-9

2,0+1,1, 1-10

1.467

1.457

FARINHA&DERIVADOS:

5

5

1

217

1,2+0,6, 1-4

1,0+0, 1-1

2.949

2.949

OUTROS PRODUTOS:

12

12

11

159

1,4+0,7, 1-4

1,4+0,7, 1-4

1.765

1.765

Caule

2

2

1

6

1,0+0,0, 1-1

1,0+0,0, 1-1

7

7

Fruto

6

6

6

156

1,1+0,4, 1-4

1,1+0,4, 1-4

1.695

1.695

Grão

1

1

1

3

1,0+0,0, 1-1

1,0+0,0, 1-1

4

4

Raiz

3

3

3

36

1,1+0,2, 1-2

1,1+0,2, 1-2

59

59

Totais Agrícolas

17

17

12

224

2,1+1,2, 1-7

1,9+0,9, 1-5

4.714

4.714

Totais Comercializados

43

43

39

233

3,5+2,0, 1-13

3,4+1,8, 1-13

6.181

6.171

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


31

PARTE 2

TABELA 2.8. Lista dos produtos comercializados por ordem de relevância em quantidade de famílias declarantes (N=262), proporção de famílias produtoras que declararam venda e proporção de quantidade vendida em relação à produzida. Os recursos madeireiros são vendidos em unidades distintas da unidade de coleta. A lista detalhada é apresentada no ANEXO II. 1Produto manufaturado. 2Folha/talo. TOTAIS DECLARADOS DE VENDA RECURSO

GRUPO

PRODUTO

Agrícola

Raiz

Agrícola

% DOS TOTAIS DECLARADOS DE PRODUÇÃO

Nº REGISTROS

Nº FAMÍLIAS (% N=262)

QUANTIDADE

UNIDADE

% DE FAMÍLIAS (N)

% QUANTIDADE (N)

FARINHA-DE-MANDIOCA

2.883

217 (83%)

11.220

Saca de 75l

92% (235)

61% (18.266)

Fruto

BANANA

1.662

155 (59%)

35.477

Cacho

76% (203)

81% (43.898)

Vegetal

Raiz

CIPÓS TITICA+TIMBÓ-AÇU

1.022

142 (54%)

71.987

kg

90% (158)

85% (84.546)

Vegetal

Raiz

CIPÓ-TITICA

535

130 (50%)

36.669

kg

91% (143)

87% (42.253)

Vegetal

Fruto

CASTANHA-DA-AMAZÔNIA

367

98 (37%)

6.491

Lata de 20l

79% (124)

84% (7.766)

488

69 (26%)

-

-

88% (78)

-

487

68 (26%)

35.318

kg

88% (77)

84% (42.293)

1

1 (<1%)

3

Unidade1

100% (1)

100% (3)

Vegetal

Raiz

CIPÓ-TIMBÓ-AÇU

Agrícola

Raiz

CARÁ (RAIZ)

47

29 (11%)

2.322

kg

38% (77)

37% (6.237)

Agrícola

Raiz

TAPIOCA

34

20 (8%)

1.439

Litro

35% (57)

34% (4.172)

Agrícola

Raiz

GOMA

20

15 (6%)

343

kg

18% (85)

9% (3.964)

Vegetal

Fibra2

ARUMÃ

11

8 (3%)

142

Feixe

28% (29)

1% (15.553)

Vegetal

Exsudato

COPAÍBA

6

6 (2%)

28

Litro

40% (15)

24% (119)

Agrícola

Fruto

MELANCIA

15

6 (2%)

1.470

Unidade

35% (17)

62% (2.375)

Agrícola

Fruto

ABACAXI

12

5 (2%)

231

Unidade

7% (68)

16% (1.472)

Agrícola

Raiz

ARUBÉ

7

5 (2%)

118

Litro

42% (12)

66% (178)

Vegetal

Exsudato

BREU

6

5 (2%)

128

kg

24% (21)

69% (187)

Agrícola

Raiz

MACAXEIRA

5

5 (2%)

150

kg

15% (33)

28% (545)

Agrícola

Raiz

TUCUPI

5

5 (2%)

41

Litro

17% (29)

11% (390)

Vegetal

Madeira

MADEIRA NI

9

4 (2%)

-

-

40% (10)

-

Agrícola

Raiz

MANGARATAIA

7

4 (2%)

87

kg

57% (7)

84% (104)

10

3 (1%)

-

-

100% (3)

-

8

2 (1%)

35

Unidade

100% (2)

100% (35)

2

1 (<1%)

179

kg

100% (1)

100% (179)

Vegetal

Exsudato

SERINGA

1

Vegetal

Madeira

CAFERANA

4

3 (1%)

-

-

33% (9)

-

Agrícola

Caule

CANA-DE-AÇÚCAR

4

3 (1%)

236

Unidade

9% (35)

12% (2.007)

Agrícola

Caule

MEL-DE-CANA

3

3 (1%)

36

Litro

100% (3)

72% (50)

Agrícola

Grão

MILHO

4

3 (1%)

4

Saca de 75l

10% (29)

7% (57)

Vegetal

Exsudato

ANDIROBA

2

2 (1%)

5

Litro

50% (4)

56% (9)

Vegetal

Madeira

ARITU

2

2 (1%)

-

-

Vegetal

Raiz

CIPÓ-AMBÉ

3

2 (1%)

Agrícola

Fruto

JERIMUM

2

Vegetal

Madeira

LOURO-ABACATE

Agrícola

Fruto

Vegetal Vegetal

50% (4)

-

10

1

Unidade

67% (3)

59% (17)

2 (1%)

13

Unidade

50% (4)

54% (24)

4

2 (1%)

-

-

40% (5)

-

PUPUNHA

3

2 (1%)

28

Cacho

6% (31)

14% (196)

Fruto

AÇAÍ

1

1 (<1%)

10

Cacho

1% (136)

<1% (3.738)

Madeira

BICO-DE-PATO

1

1 (<1%)

-

-

100% (1)

Continua »

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


32

PARTE 2

TOTAIS DECLARADOS DE VENDA RECURSO

GRUPO

PRODUTO

Vegetal

Madeira

Vegetal

% DOS TOTAIS DECLARADOS DE PRODUÇÃO

Nº REGISTROS

Nº FAMÍLIAS (% N=262)

QUANTIDADE

UNIDADE

% DE FAMÍLIAS (N)

% QUANTIDADE (N)

CEDRINHO

1

1 (<1%)

-

-

17% (6)

-

Madeira

CUPIÚBA

1

1 (<1%)

-

-

20% (5)

-

Agrícola

Fruto

LIMÃO

1

1 (<1%)

4

Lata de 20l

100% (1)

100% (4)

Vegetal

Madeira

LOURO-PRETO

1

1 (<1%)

-

-

20% (5)

-

Vegetal

Madeira

MARUPÁ

1

1 (<1%)

-

-

50% (2)

-

Vegetal

Fibra

PALHA NI

1

1 (<1%)

5

Feixe

7% (15)

<1% (1.882)

Vegetal

Madeira

PUNÃ

1

1 (<1%)

-

-

50% (2)

-

Vegetal

Madeira

RABO-DE-ARRAIA

1

1 (<1%)

-

-

50% (2)

-

Vegetal

Madeira

SAPUCAIA

2

1 (<1%)

-

-

33% (3)

-

Vegetal

Madeira

TACHI

2

1 (<1%)

-

-

50% (2)

-

Vegetal

Madeira

TANIMBUCA (MADEIRA)

1

1 (<1%)

-

-

50% (2)

-

Vegetal

Madeira

TAUARI

3

1 (<1%)

-

-

100% (1)

-

Vegetal

Madeira

TENTO

2

1 (<1%)

-

-

50% (2)

-

Vegetal

Madeira

VIOLETA

1

1 (<1%)

-

-

100% (1)

-

2

Destinos de venda e preços aplicados Nem todos os registros de venda no SiMUR permitem associar individualmente os compradores à quantidade comprada, já que um registro pode conter mais de um comprador e nem sempre lhes são atribuídas as quantidades específicas compradas. Assim, para caracterizar os destinos ou locais de venda foram utilizadas as quantidades de registros e de famílias como indicadores e os locais de venda foram categorizados em grandes níveis, considerando o período total de 2008 a 2016 (TABELA 2.9). A maior parte das famílias comercializou seus produtos localmente (TABELA 2.9). Provavelmente isto reflete o fato de poucas famílias possuírem embarcação própria para transporte de produção, que, por sua vez, tem como destino mais frequente a cidade de Novo Airão para comercialização direta dos produtos (TABELA 2.9). A maior parte das vendas locais (no rio Unini) foi realizada junto a comerciantes. Tendo como base uma identificação preliminar dos nomes fornecidos, pelo menos 26 pessoas que atuaram como comerciantes podem ser identificadas, alguns residentes no rio Unini e outros não. Apenas um comerciante fez parte de pelo menos 18% dos registros de venda local (1.028 de 5.724) de pelo menos 145 de 232 famílias que declararam venda local (63%). Um segundo comerciante mais importante participou de pelo menos 12% dos registros de venda local (673 de 5.724) de pelo menos 99 famílias que declararam venda local (43%). Os dois comerciantes sozinhos fizeram parte de 30% dos totais de registros de comercialização realizada no rio Unini (1.701 de 5.724). Em

seguida, um grupo de quatro comerciantes mais importantes participaram juntos de 32% dos registros totais de venda local. Não há informação exata sobre o destino desses produtos adquiridos pelos comerciantes junto às famílias produtoras. No ANEXO III são apresentados os preços aplicados na comercialização desses produtos em médias anuais, mínimas e máximas, e mais considerações são feitas na seção a seguir, no âmbito da comercialização de quatro produtos comerciais de maior relevância (Parte 6: Recursos naturais e produtos agrícolas de relevância comercial).

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TABELA 2.9. Locais de venda de produção comercializada, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Os registros considerando sobreposição de locais totalizam 6.001. *Comunidade no Rio Negro. LOCAL DE VENDA

Nº REGISTROS (% N=6.020)

Nº FAMÍLIAS (% N=232)

Rio Unini

5.682 (94,7%)

231 (99,6%)

Novo Airão

210 (3,5%)

43 (18,5%)

Barcelos

93 (1,5%)

21 (9,1%)

Moura

12 (0,2%)

5 (2,2%)

Manaus

3 (<0,1%)

2 (0,9%)

Vila Nova*

1 (<0,1%)

1 (0,4%)


33

PARTE 3

PARTE 3

EXTRATIVISMO ANIMAL E VEGETAL A prática do extrativismo animal Intensidade de caça e captura ou coleta de quelônios aquáticos e pesca Os recursos animais compõem cerca de 61% (100/164) do total de recursos naturais declarados pelos moradores no período de 2008 a 2016 e 88% (100/113) dos recursos naturais utilizados na alimentação dos moradores (Parte 2: Diversidade, importância relativa e uso de recursos naturais e produtos agrícolas). No SiMUR, as entrevistas dos protocolos de caça e quelônios aquáticos incluem, em paralelo às recordações sobre

FIGURA 3.1. Proporções de famílias que declararam ou não práticas ativas de caça e captura/coleta de quelônios aquáticos e distribuição de registros de abate por quantidade de práticas ativas declaradas, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses).

os recursos utilizados, a recordação mensal da família sobre a quantidade de ocasiões nas quais saíram com intuito de caçar (mamíferos, aves, etc.) ou capturar ou coletar quelônios aquáticos (indivíduos ou ovos), isto é, para praticar captura ou coleta ativa. As entrevistas do protocolo de peixes incluem apenas a recordação sobre se houve ou não pescaria no mês, já que a prática é realizada diariamente e às vezes mais de uma vez por dia, por mais de um membro da família. Os dados de 2008 a 2016 indicam que, em comparação à pesca, as práticas ativas de caça e captura/coleta de quelônios aquáticos em geral não são realizadas com grande intensidade pelas famílias do rio Unini, porém o número de famílias tende a aumentar em determinadas épocas do ano. Na maioria das vezes, as famílias tendem a não sair ou sair apenas uma vez ao mês com o intuito de caçar ou capturar/coletar quelônios aquáticos (FIGURA 3.1). As famílias também registram abate desses animais quando os encontram em ocasiões que não aquelas em que saíram com o intuito específico de caçar ou capturar/coletar (FIGURA 3.1). As famílias buscam esses recursos ativamente ao longo de todo o ano, mas a caça e a captura/coleta de quelônios aquáticos são praticadas em menor intensidade se comparadas à pesca (FIGURA 3.2). No entanto, o número de famílias saindo para caçar tende a aumentar nos meses de maio a agosto, sendo que cerca de metade (53%, 2.026/3.823) do total de registros de abate foram declarados nesses meses (FIGURA 3.2). Esses meses de maior intensidade de caça correspondem ao período do ano em que o rio Unini atinge seus níveis mais altos, permitindo a diversificação de acesso a locais via igarapés, lagos e outros corpos d´água. O número de famílias saindo para capturar/coletar quelônios aquáticos, por sua vez, tende a aumentar dos meses de agosto a dezembro, atingindo picos em setembro e outubro, período do ano em que o rio Unini atinge seus níveis mais baixos. Os meses de agosto a dezembro concentraram 69% (3.749/5.429) e somente os meses de setembro e outubro concentraram 40% (2.163/5.429) do total de registros de abate (FIGURA 3.2). A distribuição mensal de registros de abate que não foram relacionados a declarações de práticas ativas de caça ou captura/coleta de quelônios aquáticos foi semelhante (FIGURA 3.2).

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34

PARTE 3

FIGURA 3.2. Proporções de famílias que declararam práticas ativas de caça e captura/coleta de quelônios aquáticos e distribuição de registros de abate por mês declarado, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Total de registros = 44.626.

Intensidade de uso ao longo do ciclo anual no extrativismo animal Espera-se que a intensidade de exploração dos recursos faunísticos varie ao longo de um ciclo anual, uma vez que, em geral, os acessos a esses recursos são determinados por processos naturais, como, por exemplo, a dinâmica de enchente e vazante do rio. A FIGURA 3.3 apresenta a importância relativa dos períodos do ano na exploração de grandes grupos taxonômicos e, considerando que a extração de quelônios aquáticos se dá sob duas formas, a captura de indivíduos e a coleta de ovos em ninhos. Os peixes tenderam a ser procurados regularmente ao longo de todo o ano, porém com um aumento mediano do rendimento (indivíduos pescados/família) nos meses que coincidem com o período do final da vazante e início da seca (setembro a novembro) (FIGURA 3.3). A captura de indivíduos de quelônios aquáticos, em quantidade de famílias e rendimento (indivíduos/família), se intensificou nos meses que coincidem com a vazante e a seca do rio (agosto a dezembro) (FIGURA 3.3). A coleta de ovos desses quelônios foi praticada quase que restritamente no período da vazante e início da seca (agosto a no-

vembro) e concentrada nos meses de setembro e outubro, tanto em relação à quantidade de famílias quanto ao rendimento (FIGURA 3.3). Por sua vez, aves e mamíferos, que representam basicamente os recursos terrestres, tenderam a ser explorados mais intensivamente nos meses que coincidem com o período de cheia e início da vazante (maio a agosto) (FIGURA 3.3). Essas tendências são melhor descritas na próxima seção, onde as flutuações ao longo do ciclo anual são avaliadas nos ambientes onde os recursos foram coletados. Intensidade de uso de ambientes no extrativismo animal No SiMUR, os recursos animais coletados em dado local são declarados em associação ao tipo de ambiente de coleta. Os recursos animais declarados foram classificados segundo os hábitos de vida terrestre, semiaquático e aquático. Convencionou-se classificar como recursos terrestres todas as aves (mesmo que algumas aves tenham hábitos de vida em torno de corpos d´água), os mamíferos (exceto peixe-boi) e quelônios terrestres; como recursos semiaquáticos, os crocodilianos; e como recursos aquáticos, os peixes e os quelônios aquáticos. Os registros com declaração

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35

PARTE 3

de ambiente totalizaram 97% (43.339/44.608) do total de registros que exclui registros com identificação insuficiente. Para três dos recursos animais declarados não foram informados os tipos de ambiente (uma ave, um mamífero e um peixe). Os ambientes associados a recursos aquáticos e semiaquáticos mais importantes foram lagos, mata de igapó e rio (na bacia são identificados como tal as calhas principais do próprio rio Unini, do rio Paunini e do rio Papagaio), em quantidade de famílias declarantes e também em número de recursos aquáticos e semia-

quáticos que foram extraídos. Outros corpos d´agua importantes foram igarapé e furo/paraná (FIGURA 3.4). Já os ambientes associados a recursos terrestres mais importantes foram mata de terra firme e igarapé, seguidos de mata de igapó e mata de capoeira (FIGURA 3.4). Apesar de matas de igapó serem comparativamente menos relevantes que matas de terra firme em quantidade de famílias extraindo recursos animais terrestres, a diversidade de recursos extraídos nelas é tão alta quanto nas matas de terra firme (FIGURA 3.4).

FIGURA 3.3. Flutuações na exploração de grandes grupos biológicos do extrativismo animal ao longo do ciclo anual, com base nas quantidades mensais de famílias declarantes e indivíduos abatidos (distribuição e taxas de abate/família), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Total de registros = 44.608 (registros com identificação insuficiente excluídos).

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36

PARTE 3

FIGURA 3.4. Importância relativa de tipos de ambientes utilizados no extrativismo animal com base na quantidade de famílias declarantes e número de recursos declarados, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Recursos aquáticos e semiaquáticos = peixes, crocodilianos e quelônios aquáticos; Recursos terrestres = aves, mamíferos e quelônios terrestres. Total de registros = 43.339 (registros sem declaração de ambiente e com identificação insuficiente excluídos).

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37

PARTE 3

A importância relativa desses ambientes reflete a maior ou menor intensidade de uso de grandes grupos taxonômicos animais (FIGURA 3.5). As matas de terra firme são mais intensivamente utilizadas para captura de todos os grupos classificados aqui como terrestres (aves, mamíferos, quelônios terrestres) e concentraram grande parte dos indivíduos abatidos em cada um desses grupos (FIGURA 3.5). Para mamíferos, as matas de terra firme também apresentaram as taxas mais altas de captura de indivíduos/família (FIGURA 3.5). Igarapés são o segundo ambiente mais relevante para esses três grupos, mas principalmente para mamíferos (FIGURA 3.5). Apesar de menos relevante em quantidade de famílias declarantes, as matas de igapó representaram o ambiente mais diverso em aves capturadas (FIGURA 3.5). As matas de capoeira representaram o terceiro ambiente mais relevante para a captura de mamíferos em quantidade de famílias declarantes e o principal em diversidade desse grupo, porém com baixas taxas de rendimento para indivíduos capturados/família se comparadas às obtidas para

matas de terra firme e igarapés (FIGURA 3.5). Os ambientes lagos e matas de igapó foram os mais relevantes para uso de grupos classificados aqui como aquáticos e semiaquáticos (crocodilianos, peixes e quelônios aquáticos), exceto para a coleta de ovos em ninhos de quelônios aquáticos (FIGURA 3.5). Outros três ambientes também são intensivamente utilizados para a captura de peixes, porém as maiores taxas de captura estiveram concentradas em lagos e matas de igapó, que, juntos, concentraram 58% do total de indivíduos declarados (FIGURA 3.5). Os lagos concentraram mais de 40% dos indivíduos declarados de quelônios aquáticos, além de apresentarem o maior rendimento em indivíduos capturados/família (FIGURA 3.5). Praia e queimada (áreas de mata de igapó que outrora sofreram incêndios) foram os ambientes mais intensivamente utilizados para a coleta de ovos em ninhos de quelônios aquáticos e juntos concentraram mais de 70% dos ninhos declarados e os maiores rendimentos em ninhos predados/família (FIGURA 3.5).

FIGURA 3.5. Importância relativa de tipos de ambientes utilizados no extrativismo animal com base na quantidade de famílias declarantes, número de recursos declarados e indivíduos abatidos (distribuição e taxas de abate/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses).

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38

PARTE 3

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39

PARTE 3

A fim de ilustrar a dinâmica de uso desses ambientes ao longo de um ciclo anual para a extração de recursos aquáticos, semiaquáticos e terrestres, as flutuações mensais na quantidade de famílias declarantes (procura) desses grandes grupos de recursos em cada um dos principais ambientes foram sobrepostas às flutuações na cota do rio Unini (FIGURAS 3.6 e 3.7). Como esperado, o uso de ambientes que constituem corpos d´água, como lagos, rios, furos e paranás, para extração de recursos aquáticos e semiaquáticos, se intensificou principalmente nos

meses que coincidem com os períodos de cotas baixas do rio, ao contrário da mata de igapó, cujo uso se intensifica à medida do aumento da cota do rio (FIGURA 3.6). O ambiente de igarapé foi utilizado de forma relativamente estável ao longo de todo o ano para extração de recursos aquáticos e semiaquáticos, enquanto que o uso de ambientes de praia e queimada (associados fortemente à coleta de ovos em ninhos de quelônios aquáticos), se intensificou nos meses que coincidem com a vazante (praia) e seca (queimada) do rio (FIGURA 3.6).

FIGURA 3.6. Flutuações no uso de ambientes no extrativismo de recursos animais aquáticos e semiaquáticos ao longo do ciclo anual, com base na quantidade de famílias declarantes. Cota de rio (médias das cotas diárias em cm) referente ao período de julho de 2008 a outubro de 2016 (Agência Nacional de Águas 2017), para o período de 2008 a 2016 no SiMUR.

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40

PARTE 3

O ambiente de mata de terra firme, que é o mais frequentado para extração de recursos animais terrestres, foi mais intensamente utilizado ao longo do primeiro semestre, com picos nos meses que coincidem com o período da cheia do rio (FIGURA 3.7). O uso do ambiente de igarapé tendeu a se intensificar à medida do aumento da cota do rio, assim como o ambiente de mata de igapó, apresentando picos de uso no período da vazante (FIGURA 3.7). Ambientes antrópicos como mata de capoeira, roçado e áreas de comunidade tenderam a ser mais intensamente utilizados nos meses que coincidem com baixas cotas do rio, principalmente entre os períodos da seca e da enchente, que coincidem também com o período pré-chuvoso (FIGURA 3.7).

Essa dinâmica de uso dos ambientes ao longo do ciclo anual é apresentada na perspectiva de cada grande grupo taxonômico na FIGURA 3.8. Em geral, as flutuações no uso dos ambientes para todos os grupos representaram as flutuações gerais obtidas por ambiente (FIGURAS 3.6 e 3.7), tanto em quantidade de famílias declarantes como em rendimento de indivíduos capturados por família ou ninhos predados por família (FIGURA 3.8). Somente para a coleta de ovos em ninhos de quelônios aquáticos foi observado um pico concomitante em rendimento de ninhos predados por família, nos três ambientes mais relevantes para este grupo, no mês de setembro, que representa o meio do período de vazante (FIGURA 3.8).

FIGURA 3.7. Flutuações no uso de ambientes no extrativismo de recursos animais terrestres ao longo do ciclo anual, com base na quantidade de famílias declarantes. Cota de rio (médias das cotas diárias em cm) referente ao período de julho de 2008 a outubro de 2016 (Agência Nacional de Águas 2017), no SiMUR.

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41

PARTE 3

FIGURA 3.8. Flutuações no uso dos ambientes mais relevantes para extrativismo animal ao longo do ciclo anual, com base na quantidade de famílias declarantes e indivíduos abatidos (taxas de abate/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). A proporção de famílias declarantes foi zerada nos meses em que o número de famílias foi <5.

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42

PARTE 3

A prática do extrativismo vegetal Intensidade de uso de recursos madeireiros e não-madeireiros Como observado nas TABELAS 2.1 a 2.3 da seção anterior (Parte 2: Diversidade, importância relativa e uso de recursos naturais e produtos agrícolas), os recursos vegetais compõem cerca de 39% (64/164) dos recursos naturais (associados às partes utilizadas) declarados pelos moradores no período de 2008 a 2016. Apesar de representar um número menos diverso que recursos animais, que são quase 100% utilizados como fontes alimentares, os recursos vegetais são fundamentais para uma gama de usos, voltados para fins domésticos e comerciais, além de alimentação (TABELA 3.1). Mais de metade dos re-

cursos vegetais são madeireiros (58%, 37/64), porém foram pouco representativos em quantidade de famílias que os extrai (12,5%, 28/224) (FIGURA 3.9). Os recursos madeireiros são em grande parte beneficiados e utilizados em cortes para a construção de casas, embarcações e instrumentos como remos, entre outros artefatos, além de carvão utilizado em fornos. Já os recursos não-madeireiros, que representaram 42% (27/64) dos recursos vegetais declarados, têm vasto uso (construção, alimentação, medicinal, confecção de objetos e relevância comercial) e foram declarados no total por grande parte das famílias que declararam recurso vegetal (99,6%, 223/224) (FIGURA 3.9). Nesta seção, a classe de uso comercial considera apenas os produtos comercializados escoados regularmente para fora do rio.

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43

PARTE 3

TABELA 3.1. Classes de uso estabelecidas para os recursos madeireiros e não-madeireiros declarados no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). As madeiras em forma de carvão foram incluídas entre os recursos madeireiros. A classe de uso comercial considera apenas os produtos comercializados escoados regularmente para fora do rio. *Recursos comercializados escoados esporadicamente para fora do rio. **Recursos comercializados esporadicamente entre os moradores. CLASSE DE USO

RECURSOS DECLARADOS Não-madeireiros: breu* (exsudato), palha-branca, palha-preta e palha-ubim (folha), paxiúba (caule).

Artefato de madeira/fibra (construção, ferramentas)

Madeireiros: abiorana, acariquara, amarelão, aritu**, bico-de-pato**, caferana**, castanha-de-cutia, cedrinho**, copaíba, copaibarana, cupiúba**, guariúba, itaúba, jacareúba, lacre, louro-abacate**, louro-preto**, louro-rosa, macucu, marupá**, massaranduba, mututi, punã**, rabo-de-arraia**, roxinho, sapucaia**, tachi**, tanimbuca**, tauari**, tento**, titarana e violeta** (madeira corte), comati, pau-vidro, tanimbuca, taquarirana e angelim (carvão).

Alimentação

Não-madeireiros: açaí**, apuruí, bacaba, buriti, cacau-do-mato, castanha-da-amazônia, cupuí, mari, moela-de-mutum, patauá, piquiá, tucumã e uixi (frutos).

Artefato de uso cotidiano (objetos)

Não-madeireiros: arumã* (talo), cipó-ambé**, cipó-timbó-açu** e cipó-titica (raízes) em fios ou unidades manufaturadas, seringa* (exsudato) beneficiada ou em unidades manufaturadas.

Medicinal

Não-madeireiros: amapá, copaíba* e sucuúba (exsudatos), andiroba* (óleo da semente).

Comercial

Não-madeireiros: castanha-da-amazônia (fruto); cipó-timbó-açu e cipó-titica (raízes) em kg.

FIGURA 3.9. Importância relativa de recursos madeireiros e não-madeireiros por classes de uso, com base na quantidade de famílias declarantes, distribuição de registros e diversidade declarada (em contagem de recursos e famílias botânicas representadas), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). A classe de uso comercial considera apenas os produtos comercializados escoados regularmente para fora do rio (castanha-da-amazônia declarada vendida e cipós do gênero Heteropsis declarados em kg). Total de registros = 3.185 (registros com identificação insuficiente excluídos).

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PARTE 3

Intensidade de uso de grupos botânicos Quase metade dos não-madeireiros é representada por frutos comestíveis (48%, 13/27), dos quais destacam-se o açaí e a castanha-da-amazônia. Estes dois recursos, juntamente com o cipó-titica e o cipó-timbó-açu (cipós do gênero Heteropsis), estão entre os 22 recursos naturais mais relevantes em número de famílias declarantes (veja TABELA 2.3, Parte 2: Diversidade, importância relativa e uso de recursos naturais e produtos agrícolas). Enquanto o açaí é praticamente restrito ao consumo familiar (alimentação), a castanhada-amazônia e os cipós do gênero Heteropsis são em grande parte extraídos para comercialização, embora existam extrações voltadas para consumo familiar, seja para alimentação (castanha) ou para confecção de artefatos de uso doméstico (cipós). Dada a importância comercial da castanha-da-amazônia e dos cipós do gênero Heteropsis, os perfis de extração destes recursos são apresentados neste documento no contexto dos produtos comercializados (Parte 6: Recursos naturais e produtos agrícolas de relevância comercial). Além da relevância individual desses recursos vegetais, a representação dos recursos em grupos taxonômicos indica algumas famílias botânicas de maior importância em termos de procura, diversidade de espécies utilizadas e leque de utilizações (FIGURA 3.10). Entre os recursos madeireiros, a família botânica mais importante

foi Lauraceae (família das espécies de “louros”), com cinco espécies ou variedades declaradas, embora a representação de recursos madeireiros tenha sido de apenas 28 famílias (FIGURA 3.10). Entre os recursos não-madeireiros, três famílias apresentaram grande relevância - Araceae, Arecaceae e Lecythidaceae (FIGURA 3.10). A importância das famílias Araceae e Lecythidaceae reflete a maior incidência de declarações sobre os três recursos de uso comercial (cipós do gênero Heteropsis e castanha-da-amazônia) e no caso da família Arecaceae (família das espécies de palmeiras), o açaí consumido localmente. A família Arecaceae, no entanto, destaca-se ainda pela diversidade de espécies utilizadas, incluindo, além do açaí, quatro palmeiras cujos frutos também fazem parte da alimentação dos moradores (bacaba, buriti, patauá e tucumã), e mais quatro cujas fibras de folhas e caules são utilizadas basicamente em coberturas (variedades de “palhas” e paxiúba). Essa importância das palmeiras entre os recursos vegetais fica evidente na FIGURA 3.11. Embora somente o açaí tenha sido declarado entre os recursos vegetais por uma parcela substancial dos moradores, o uso das palmeiras em geral é caracterizado no contexto da família Araceae (Parte 5: Recursos de relevância no extrativismo vegetal), dada a importância desse grupo no uso de recursos vegetais.

FIGURA 3.10. Importância relativa de famílias botânicas na representação de recursos madeireiros e não-madeireiros, com base na quantidade de famílias declarantes e recursos declarados, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Total de registros = 3.185 (registros com identificação insuficiente excluídos).

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


45

PARTE 3

FIGURA 3.11. Importância relativa de famílias botânicas na representação de classes de uso, com base na quantidade de famílias declarantes e recursos declarados, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). A classe de uso comercial considera apenas os produtos comercializados escoados regularmente para fora do rio (castanha-da-amazônia declarada vendida e cipós do gênero Heteropsis declarados em kg). Total de registros = 3.185 (registros com identificação insuficiente excluídos).

Distribuição do uso de recursos naturais nas unidades de conservação Amostra de dados Nesta seção, a distribuição do uso de recursos naturais nas UCs da bacia do rio Unini é apresentada, fundamentada na metodologia descrita na primeira parte do documento (Parte 1: Dado de localização geográfica: Base utilizada neste documento). Foi utilizado o conjunto de 61.414 registros com dados válidos (>0) dos proto-

colos de consumo de peixes, quelônios aquáticos, caça e recursos vegetais do período de 2008 a 2016 (94 meses de entrevistas com 262 famílias), que citam 813 quadrados no total. Registros cujos quadrados de localização geográfica foram classificados como Indefinido (quadrados que não tiveram a UC definida) não foram incluídos na análise (4 registros). Esse recorte implicou na exclusão, dessa análise, de alguns recursos naturais declarados no período. O dado de localização geográfica do protocolo de peixes é coletado em dois níveis, um onde o(s) quadrado(s) declarado(s)

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PARTE 3

representa(m) local(is) mensal(is) de pescaria, e outro onde representa(m) local(is) dos dois últimos dias de pescaria apenas e os respectivos dados sobre peixes capturados. Os quadrados declarados neste último nível estão contemplados entre os locais mensais de captura, portanto, dependendo da análise realizada, é utilizado um ou outro nível e nunca os dois juntos. Na maioria das análises são considerados os dados de localização geográfica dos registros de locais mensais de pescaria, nivelando-se assim os registros de todos os protocolos para uma escala mensal de recordação. Nessas análises, o conjunto de registros efetivos totaliza 26.540 registros (97% na escala 1:75.000 e 3% na escala 1:250.000), representando um total de 813 códigos únicos (quadrados), sendo 83% (678/813) na escala 1:75:000 (local declarado = quadrado de 4 km²) e 17% (135/813) na escala 1:250.000 (local declarado = quadrado de 25 km²). Nas análises que envolvem tipo de ambiente e diversidade de peixes, são considerados os dados de localização geográfica dos registros de recordação dos dois últimos dias de pescaria. Nesse caso, o conjunto de registros totaliza 47.084 registros (98% na escala 1:75.000 e 2% na escala 1:250.000). Quanto à questão da sobreposição de áreas devido ao uso de duas escalas, uma rápida análise indicou que há possibilidade de sobreposição em até 10% (83/813) dos quadrados na escala 1:250.000 sobre quadrados na escala 1:75.000, o que representa até 2,4% (631/26.540) do total de registros analisados aqui, e 1,4% (164/11.907), 2,7% (319/11.719) e 5,1% (148/2.914) dos registros atribuídos (classificados) respectivamente à Reserva Extrativista Rio Unini (RESEX Rio Unini), ao Parque Nacional do Jaú (PARNA do Jaú) e à Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (RDS Amanã). Cabe considerar também que 92% (581/631) dos registros com possibilidade de sobreposição de quadrados na escala 1:250.000 sobre quadrados na escala 1:75.000 pertencem à comunidade Vista Alegre, o que certamente influenciou os resultados apresentados abaixo para esta comunidade, principalmente superestimando a extensão (número) das áreas de uso do PARNA do Jaú pelas famílias desta comunidade. Na presente análise não houve tratamento para essa questão e os registros foram analisados sem diferenciação das duas escalas. Nas futuras análises é recomendável e espera-se estabelecer um tratamento padronizado para os

quadrados na escala 1:250.000 que se sobrepõem a quadrados na escala 1:75.000. Quadro geral: Extensão de área de uso e intensidade de uso Um total de 813 quadrados foram declarados nos protocolos de recursos naturais (peixes, quelônios aquáticos, caça e recursos vegetais) no período de 2008 a 2016, o que representa 17% (813/4.652) do total de quadrados classificados como inclusos nas áreas das UCs da bacia do rio Unini. Assumindo todos os quadrados como unidades de área de uso de 4 km² (ressalvas em Amostra de dados, nesta seção), o total de quadrados declarados equivaleria a uma área de 3.252 km², ou 12% da área total da bacia do rio Unini (26.896,44 km²). Desta forma, a área de uso declarada da RESEX Rio Unini corresponde a uma área de 1.492 km² ou 18% da área dessa unidade na bacia do rio Unini (aproximadamente 8.311,00 km²), a do PARNA do Jaú corresponde a uma área de 1.236 km² ou 16% da área dessa unidade na bacia (aproximadamente 7.853,76 km²), e a da RDS Amanã corresponde a uma área de 524 km² ou 5% da área dessa unidade na bacia (aproximadamente 10.731,68 km²). Em relação às áreas totais das respectivas UCs, esses valores correspondem a 18% da área total da RESEX Rio Unini (8.333,52 km²), 5% da área total do PARNA do Jaú (22.720,00 km²) e 2% da área total da RDS Amanã (23.130,00 km²). A partir desta seção, os quadrados declarados são definidos pelo termo unidades de áreas de uso. A maior parte das 813 áreas de uso informadas está localizada dentro dos limites da RESEX Rio Unini (46%), seguida do PARNA do Jaú (38%) e da RDS Amanã (16%) (TABELA 3.2, FIGURA 3.12). As áreas da RESEX Rio Unini e do PARNA do Jaú foram acessadas pela quase totalidade das famílias e comunidades, enquanto a área da RDS Amanã foi acessada quase exclusivamente por famílias das duas únicas comunidades localizadas na região do rio Unini onde essa UC faz limite com a RESEX Rio Unini e com o PARNA do Jaú, isto é, Vila Nunes e Vista Alegre (TABELA 3.2). Eventualmente, famílias de outras duas comunidades rio abaixo acessaram áreas pertencentes à RDS Amanã*. A comunidade Vila Nunes está localizada na interface RESEX Rio Unini-RDS Amanã, Vista Alegre na interface RESEX Rio Unini-PARNA do Jaú-RDS Amanã e as demais oito na interface RESEX Rio Unini-PARNA

TABELA 3.2. Indicadores de intensidade de uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini: totais de unidades de áreas de uso (quadrados), famílias e comunidades usuárias e citações (1somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mêsano); e médias de famílias usuárias e citações/família por quadrado, período de 2008 a 2016 no SiMUR.

UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

Nº TOTAL DE QUADRADOS DECLARADOS (%)

Nº TOTAL DE FAMÍLIAS USUÁRIAS (%)

Nº DE COMUNIDADES USUÁRIAS

Nº TOTAL DE CITAÇÕES1/QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

Nº MÉDIO DE FAMÍLIAS

Nº MÉDIO DE CITAÇÕES/ FAMÍLIA / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

RESEX Rio Unini

373 (45,9%)

255 (98,8%)

10

10.914

8,7 (1-47)

3,4 (1-68)

PARNA do Jaú

309 (38,0%)

244 (94,6%)

9

10.917

9,6 (1-48)

3,7 (1-81)

RDS Amanã

131 (16,1%)

75 (29,1%)

4

2.709

5,3 (1-29)

3,9 (1-70)

Totais

813 (100%)

258 (100%)

10

24.540

8,5 (1-48)

3,6 (1-81)

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PARTE 3

FIGURA 3.12. Indicadores de intensidade de uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini, período de 2008 a 2016 no SiMUR. A) Totais de unidades de áreas de uso (quadrados) e médias de famílias usuárias por quadrado, B) Totais de citações (somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mês-ano) e médias de citações/família por quadrado.

TABELA 3.3. Indicadores de intensidade de uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini: totais de recursos naturais; e médias de recursos explorados por unidade de área de uso (quadrados) e recursos explorados/família por quadrado), período de 2008 a 2016 no SiMUR. 1Amostra de registros com recursos identificados conforme ANEXO I. Nº TOTAL DE QUADRADOS1 (%)

Nº TOTAL DE FAMÍLIAS USUÁRIAS (%)

Nº TOTAL DE RECURSOS DECLARADOS1 (%)

Nº MÉDIO DE RECURSOS / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

Nº MÉDIO DE RECURSOS / FAMÍLIA / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

RESEX Rio Unini

371 (46,5%)

255 (98,8%)

124 (76,1%)

9,5 (1-62)

3,8 (1-32)

PARNA do Jaú

302 (37,8%)

244 (94,6%)

136 (83,4%)

11,0 (1-67)

4,0 (1-30)

RDS Amanã

125 (15,7%)

75 (29,1%)

96 (58,9%)

7,3 (1-57)

3,3 (1-38)

Total Geral

798 (100%)

258 (100%)

163 (100%)

9,7 (1-67)

3,9 (1-38)

UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

do Jaú. Portando, as famílias do rio Unini utilizam uma extensão maior de área da RESEX Rio Unini em comparação à área do PARNA do Jaú, seguido da área da RDS Amanã, o que é esperado pelas extensões dos limites dessas UCs no rio Unini e a distribuição das comunidades ao longo desses limites. Para indicar a intensidade com que as áreas das UCs foram acessadas, são utilizados o número médio de famílias por unidade de área de uso (dado pelo valor médio da contagem de famílias por quadrado) e o número médio de citações/família por unidade de área de uso, que pode ser entendido como frequência de uso (TABELA 3.2, FIGURA 3.12). Uma citação representa um mês/ano em que um dado quadrado foi citado ao menos uma vez em um protocolo por uma família, de forma que o número médio citações/família por área de uso de uma UC representa o valor médio da contagem de citações de cada família para uma unidade de área de uso pertencente a essa UC. Em geral, as áreas da RESEX Rio Unini e do PARNA do Jaú foram acessadas na mesma frequência total (soma das contagens de citações/família por unidade de área), contudo as áreas do PARNA

do Jaú apresentaram maior adensamento de famílias usuárias/unidade de área (TABELA 3.2, FIGURA 3.12). Já a frequência de uso/ unidade de área (número de vezes em que uma área de uso de uma das UCs é citada nos protocolos mensais das famílias) é similar entre as unidades, sendo ligeiramente mais alta para a RDS Amanã e para o PARNA do Jaú (TABELA 3.2, FIGURA 3.12). A intensidade de uso de áreas das UCs também foi comparada a partir do número total de recursos naturais declarados e médias de recursos por unidade de área de uso (TABELA 3.3, FIGURA 3.13). Um número maior de recursos naturais foi declarado para as áreas do PARNA do Jaú (83% do total de recursos identificados) em comparação às áreas da RESEX Rio Unini (76%) e da RDS Amanã (29%) e, assim, o adensamento de recursos por unidade de área de uso foi maior no PARNA do Jaú, seguido da RESEX Rio Unini e da RDS Amanã (TABELA 3.3, FIGURA 3.13). Por outro lado, em média, um número similar de recursos explorados/família por unidade de área foi observado nas UCs, sendo ligeiramente mais alto no PARNA do Jaú e na RESEX Rio Unini (TABELA 3.3, FIGURA 3.13).

*Importante lembrar que no relatório não contempla o manejo de pirarucu e a pesca ornamental, atividades que envolvem moradores de outras comunidades e utilizam a área da RDS Anamã.

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48

PARTE 3

FIGURA 3.13. Indicadores de intensidade de uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini, período de 2008 a 2016 no SiMUR. A) Totais de recursos naturais e médias de recursos explorados por unidade de área de uso (quadrado), B) Médias de recursos explorados/família por quadrado. **Amostra de registros com recursos identificados conforme ANEXO I.

Os resultados obtidos sobre extensão e intensidade de uso das áreas das UCs da bacia do rio Unini indicaram maior sobreposição de uso no PARNA do Jaú, dada pelo maior número de famílias usuárias e de recursos explorados por unidade de área de uso, em comparação à RESEX Rio Unini e à RDS Amanã. Nesse aspecto, a RDS Amanã apresentou menor sobreposição de uso, porém, maior frequência de uso por unidade de área pelas famílias usuárias. A seguir, a distribuição das áreas de uso nas UCs da bacia do rio Unini é apresentada sob enfoques mais específicos utilizando os mesmos parâmetros de intensidade de uso. Uso de área pelas comunidades As comunidades que utilizaram as maiores extensões de áreas das UCs da bacia do rio Unini (>20% do total de unidades

de áreas de uso de cada unidade) foram: Vista Alegre, Terra Nova e Tapiíra na RESEX Rio Unini, Vista Alegre, Terra Nova e Lago das Pombas no PARNA do Jaú e Vista Alegre e Vila Nunes na RDS Amanã (TABELA 3.4). Destas, as comunidades Vista Alegre, Tapiíra e Terra Nova foram também as que apresentaram os maiores números de famílias usuárias nas respectivas UCs (TABELA 3.4). As comunidades que apresentaram maiores adensamentos de famílias por unidade de área de uso (>7 famílias/unidade de área) foram: Tapiíra, Patauá e Lago das Pombas na RESEX Rio Unini, e Tapiíra, Patauá e Vista Alegre no PARNA do Jaú (TABELA 3.4). Já as comunidades que apresentaram maiores frequências de uso por unidade de área (média >5 citações/família/unidade de área) foram: Vila Nunes, Lago das Pombas e Lago das Pedras na RESEX Rio Unini, Flo-

FIGURA 3.14. Contribuição das comunidades no uso de áreas da bacia do rio Unini, período de 2008 a 2016 no SiMUR. A) Totais de unidades de áreas de uso (quadrados) e médias de famílias usuárias por quadrado, B) Totais de citações (somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mêsano) e médias de citações/família por quadrado. Os números entre parênteses representam o número de famílias usuárias do grupo.

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PARTE 3

resta e Tapiíra no PARNA do Jaú e Vila Nunes na RDS Amanã (TABELA 3.4). Para a bacia do rio Unini, as comunidades que apresentaram maiores extensões de áreas de uso foram: Vista Alegre e Terra Nova (>20% do total de unidades de áreas de uso), seguidas de Tapiíra, Vila Nunes e Lago das Pombas (<20% e >10%) (FIGURA 3.14). As comunidades com maiores adensamentos de

famílias usuárias por unidade de área de uso foram: Tapiíra, Patauá e Vista Alegre (>7 famílias/unidade de área), enquanto que as comunidades com maior frequência média de uso por unidade de área foram: Vila Nunes e Floresta (média >5 citações/família/ unidade de área) (FIGURA 3.14). A questão de como se deu a distribuição dessas medidas de áreas de uso das comunidades nas UCs da bacia é apresentada a seguir.

TABELA 3.4. Contribuição das comunidades no uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini: totais de unidades de áreas de uso (quadrados), famílias usuárias (1na distribuição de famílias por comunidade, o somatório de famílias é maior que 258, devido a casos de mudança de moradia de famílias e que passam a ser entrevistadas em mais de uma comunidade) e citações (2somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mês-ano); médias de famílias usuárias e citações/família por quadrado, período de 2008 a 2016 no SiMUR.

UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

COMUNIDADE (TOTAIS DE FAMÍLIAS DA AMOSTRA1)

Nº TOTAL DE CITAÇÕES2

Nº MÉDIO DE FAMÍLIAS / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

Nº MÉDIO DE CITAÇÕES / FAMÍLIA / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

123 (33,0%)

60 (21,3%)

1.873

6,2 (1-44)

2,4 (1-28)

Terra Nova (40)

86 (23,1%)

40 (14,2%)

2.022

6,3 (1-38)

3,8 (1-56)

Tapiíra (50)

80 (21,4%)

49 (17,4%)

2.036

9,2 (1-47)

2,8 (1-32)

Patauá (32)

41 (11,0%)

32 (11,3%)

1.494

9,6 (1-31)

3,8 (1-28)

Vila Nunes (16)

40 (10,7%)

16 (5,7%)

803

3,8 (1-15)

5,4 (1-68)

29 (7,8%)

18 (6,4%)

826

6,2 (1-16)

4,6 (1-53)

Manapana (19)

29 (7,8%)

18 (6,4%)

387

4,1 (1-14)

3,3 (1-26)

Democracia (13)

26 (7,0%)

13 (4,6%)

275

3,7 (1-12)

2,9 (1-23)

Floresta (17)

20 (5,4%)

17 (6,0%)

461

5,7 (1-13)

4,0 (1-25)

Lago das Pombas (19)

20 (5,4%)

19 (6,7%)

737

7,4 (1-18)

5,0 (1-35)

373 (100%)

282 (100%)

10.914

6,6 (1-47)

3,4 (1-68)

Vista Alegre (62)

85 (27,5%)

61 (22,8%)

2343

9,2 (1-48)

3,0 (1-29)

Terra Nova (40)

84 (27,2%)

40 (14,9%)

1.655

6,2 (1-37)

3,2 (1-62)

Lago das Pombas (19)

61 (19,7%)

19 (7,1%)

939

5,3 (1-18)

2,9 (1-20)

Tapiíra (50)

53 (17,2%)

50 (18,7%)

2.945

11,9 (1-46)

4,7 (1-52)

Floresta (17)

31 (10,0%)

17 (6,3%)

1.131

4,6 (1-14)

7,9 (1-81)

Manapana (19)

29 (9,4%)

19 (7,1%)

629

6,4 (1-17)

3,4 (1-15)

Lago das Pedras (18)

24 (7,8%)

18 (6,7%)

565

5,9 (1-15)

4,0 (1-26)

Patauá (32)

21 (6,8%)

31 (11,6%)

575

9,4 (1-31)

2,9 (1-22)

Democracia (13)

18 (5,8%)

13 (4,9%)

135

2,9 (1-11)

2,6 (1-14)

309 (100%)

268 (100%)

10.917

7,3 (1-48)

3,7 (1-81)

Vista Alegre (62)

92 (70,2%)

56 (74,7%)

720

4,7 (1-29)

1,7 (1-13)

Vila Nunes (16)

58 (44,3%)

16 (21,3%)

1.980

4,4 (1-16)

7,8 (1-70)

Terra Nova (40)

2 (1,5%)

2 (2,7%)

4

1,0 (1-1)

2,0 (1-2)

Tapiíra (50)

2 (1,5%)

1 (1,3%)

5

1,0 (1-1)

2,5 (1-3)

Total (168)

131 (100%)

75 (100%)

2.709

4,5 (1-29)

3,9 (1-70)

Total (286)

Total (270)

RDS Amanã

Nº TOTAL DE FAMÍLIAS USUÁRIAS1 (%)

Vista Alegre (62)

RESEX Rio Unini Lago das Pedras (18)

PARNA do Jaú

Nº TOTAL DE QUADRADOS (%)

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50

PARTE 3

As comunidades localizadas dentro dos limites da RESEX Rio Unini são Lago das Pedras, Terra Nova e Patauá; do PARNA do Jaú são Democracia, Tapiíra, Manapana, Lago das Pombas, Floresta e Vista Alegre; e da RDS Amanã apenas Vila Nunes. Em geral, essas comunidades apresentaram valores mais altos de extensão de área de uso, adensamento de famílias por unidade de área e frequência de uso por unidade de área nas áreas das respectivas UCs em que estão situadas (isto é, da mesma margem do rio); ou então, apresentaram valores equilibrados entre áreas das respectivas unidades em que estão situadas e áreas da unidade limítrofe (TABELA 3.5). As exceções são dadas por três comunidades situadas no PARNA do Jaú - Democracia, Tapiíra e Vista Alegre, cujas áreas de uso foram mais extensas na unidade limítrofe (RESEX Rio Unini). No entanto, para as comunidades Tapiíra e Vista Alegre, as áreas mais intensivamente utilizadas estiveram na área do próprio PARNA do Jaú, tanto em adensamento de famílias por unidade de área como em frequência de

uso por unidade de área (citações/família por unidade de área) (TABELA 3.5). Outras exceções são dadas pelas comunidades Lago das Pombas e Floresta, também situadas no PARNA do Jaú, cujas áreas de uso mais intensivamente utilizadas estiveram na área da RESEX Rio Unini, em adensamento de famílias por unidade de área (Lago das Pombas e Floresta) e frequência de uso por unidade de área (Lago das Pombas). Na FIGURA 3.15, essas medidas são apresentadas agrupando-se as comunidades conforme a UC em que estão situadas. Nesse agrupamento, predomina a tendência de comunidades situadas no PARNA do Jaú utilizarem mais áreas da RESEX Rio Unini em extensão, porém utilizarem mais intensivamente (famílias/unidade de área, citações/família por unidade de área) áreas do PARNA do Jaú. As áreas da RDS Amanã declaradas pelo grupo das comunidades situadas no PARNA do Jaú são oriundas em grande parte da comunidade Vista Alegre e de uma família apenas da comunidade Tapiíra (FIGURA 3.15).

FIGURA 3.15. Distribuição do uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini por agrupamentos de comunidades, localizadas na RESEX Rio Unini (Lago das Pedras, Terra Nova, Patauá), no PARNA do Jaú (Democracia, Tapiíra, Manapana, Lago das Pombas, Floresta e Vista Alegre) e na RDS Amanã (Vila Nunes), período de 2008 a 2016 no SiMUR. A) Totais de unidades de áreas de uso (quadrados) e médias de famílias usuárias por quadrado, B) Totais de citações (somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mêsano) e médias de citações/família por quadrado. Os números entre parênteses representam o número de famílias usuárias do grupo.

20

20 0

7,1

6,7

RERU (90)

PNJ (89)

% total quadrados

1,0

RDSA (2)

0

% total de quadrados (595) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)

Distribuição do uso por comunidades localizadas no Parque Nacional do Jaú 100

50

80

40

60

30

44,7

39,8

40 20 0

20 15,5

7,6

6,6

RERU (176)

PNJ (179)

Distribuição do uso por comunidades localizadas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã 100 % total quadrados

10 0,9

RDSA (57)

50 40 59,2

60

30

40,8

20

20 0

0

10 3,8

4,4

RERU (16)

RDSA (16)

0

60 40

4342

4000

2795

20

2000 0

3,9

3,2

RERU (90)

PNJ (89)

Distribuição do uso por comunidades localizadas no Parque Nacional do Jaú

4

2,0

RDSA (2)

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018

6000

80

8122

8000

60

5769

40

4000 2000 0

0

No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.)

10000

% total de quadrados (98) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)

80

40

10 4,6

6000

20

725 2,9

RERU (176)

Distribuição do uso por comunidades localizadas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã 3000

3,8

1,7

PNJ (179)

RDSA (57)

0

No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.) 80 60

1980

2000

40 1000 0

No. médio citações/família /quadrado

40

8000

No. médio citações/família /quadrado

44,8

80

803

20 5,4

7,8

RERU (16)

RDSA (16)

0

No. médio citações/família /quadrado

30

No. total citações

40 54,2

No. médio famílias/quadrado

60

No. total citações

80

No. médio famílias/quadrado

50

No. médio famílias/quadrado

% total quadrados

100

No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.)

Distribuição do uso por comunidades localizadas na Reserva Extrativista Rio Unini 10000 No. total citações

% total de quadrados (212) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)

Distribuição do uso por comunidades localizadas na Reserva Extrativista Rio Unini


51

PARTE 3

TABELA 3.5. Distribuição do uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini pelas comunidades: totais de unidades de áreas de uso (quadrados), famílias usuárias (1na distribuição de famílias por comunidade, o somatório de famílias é maior que 258, devido a casos de mudança de moradia de famílias e que passam a ser entrevistadas em mais de uma comunidade) e citações (2somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mês-ano); e médias de famílias usuárias e citações/família por quadrado, período de 2008 a 2016 no SiMUR.

LOCALIZAÇÃO DA COMUNIDADE

COMUNIDADE

Lago das Pedras

UNIDADE DE CONSERVAÇÃO ACESSADA

Terra Nova

6,2 (1-16)

4,6 (1-53)

PARNA do Jaú

24 (45,3%)

18 (100,0%)

565

5,9 (1-15)

4,0 (1-26)

53 (100,0%)

18 (100,0%)

1.391

6,1 (1-16)

4,3 (1-53)

RESEX Rio Unini

86 (50,0%)

40 (100,0%)

2.022

6,3 (1-38)

3,8 (1-56)

PARNA do Jaú

84 (48,8%)

40 (100,0%)

1.655

6,2 (1-37)

3,2 (1-62)

2 (1,2%)

2 (5,0%)

4

1,0 (1-1)

2,0 (2-2)

172 (100,0%)

40 (100,0%)

3.681

6,2 (1-38)

3,5 (1-62)

RESEX Rio Unini

41 (66,1%)

32 (100,0%)

1.494

9,6 (1-31)

3,8 (1-28)

PARNA do Jaú

21 (33,9%)

31 (96,9%)

575

9,4 (1-31)

2,9 (1-22)

62 (100,0%)

32 (100,0%)

2.069

9,5 (1-31)

3,5 (1-28)

RESEX Rio Unini

26 (59,1%)

13 (100,0%)

275

3,7 (1-12)

2,9 (1-23)

PARNA do Jaú

18 (40,9%)

13 (100,0%)

135

2,9 (1-11)

2,6 (1-14)

44 (100,0%)

13 (100,0%)

410

3,3 (1-12)

2,8 (1-23)

RESEX Rio Unini

80 (59,3%)

49 (98,0%)

2.036

9,2 (1-47)

2,8 (1-32)

PARNA do Jaú

53 (39,3%)

50 (100,0%)

2.945

11,9 (1-46)

4,7 (1-52)

2 (1,5%)

1 (2,0%)

5

1,0 (1-1)

2,5 (2-3)

135 (100,0%)

50 (100,0%)

4.986

10,1 (1-47)

3,6 (1-52)

RESEX Rio Unini

29 (50,0%)

18 (94,7%)

387

4,1 (1-14)

3,3 (1-26)

PARNA do Jaú

29 (50,0%)

19 (100,0%)

629

6,4 (1-17)

3,4 (1-15)

58 (100,0%)

19 (100,0%)

1.016

5,2 (1-17)

3,3 (1-26)

RESEX Rio Unini

20 (24,7%)

19 (100,0%)

737

7,4 (1-18)

5,0 (1-35)

PARNA do Jaú

61 (75,3%)

19 (100,0%)

939

5,3 (1-18)

2,9 (1-20)

81 (100,0%)

19 (100,0%)

1.676

5,8 (1-18)

3,6 (1-35)

RESEX Rio Unini

20 (39,2%)

17 (100,0%)

461

5,7 (1-13)

4,0 (1-25)

PARNA do Jaú

31 (60,8%)

17 (100,0%)

1.131

4,6 (1-14)

7,9 (1-81)

51 (100,0%)

17 (100,0%)

1.592

5,1 (1-14)

6,2 (1-81)

RESEX Rio Unini

123 (41,0%)

60 (96,8%)

1.873

6,2 (1-44)

2,4 (1-28)

PARNA do Jaú

85 (28,3%)

61 (98,4%)

2.343

9,2 (1-48)

3,0 (1-29)

RDS Amanã

92 (30,7%)

56 (90,3%)

720

4,7 (1-29)

1,7 (1-13)

300 (100,0%)

62 (100,0%)

4.936

6,6 (1-48)

2,5 (1-29)

RESEX Rio Unini

40 (40,8%)

16 (100,0%)

803

3,8 (1-15)

5,4 (1-68)

RDS Amanã

58 (59,2%)

16 (100,0%)

1.980

4,4 (1-16)

7,8 (1-70)

98 (100,0%)

16 (100,0%)

2.783

4,1 (1-16)

6,9 (1-70)

RDS Amanã

RDS Amanã Total

Manapana

Total

PARNA do Jaú Lago das Pombas

Total

Floresta

Total

Vista Alegre

Total

RDS Amanã

Vila Nunes

NÚMERO MÉDIO DE CITAÇÕES/FAMÍLIA / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

826

Total

Tapiíra

NÚMERO MÉDIO DE FAMÍLIAS / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

18 (100,0%)

Total

Democracia

Nº TOTALDE CITAÇÕES2

29 (54,7%)

Total

Patauá

Nº TOTAL DE FAMÍLIAS USUÁRIAS1 (%)

RESEX Rio Unini

Total

RESEX Rio Unini

Nº TOTAL DE QUADRADOS (%)

Total

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


52

PARTE 3

FIGURA 3.16. Proporções de unidades de área de uso (quadrados) compartilhadas entre comunidades da bacia do rio Unini, período de 2008 a 2016 no SiMUR. Os números entre parênteses representam o número total de quadrados declarados pelas famílias usuárias da comunidade.

300

17%

No. quadrados

250 200 150

48%

100 50 0

62% L. Pedras (53)

24%

T. Nova Democracia (172) (44)

40%

87%

98% Patauá (62)

Tapiíra (135)

51%

Manapana L. Pombas (58) (81)

Uma parte das unidades de área de uso foi compartilhada entre duas até quatro comunidades. No total, 24% (194/813) dessas áreas apresentaram uso em comum, sendo 77% (150/194) delas entre duas comunidades, 21% (41/813) entre três comunidades e 2% (3/813) entre quatro comunidades. As comunidades que apresentaram maior proporção de unidades de área de uso em comum com outras comunidades foram Democracia (98% das unidades de área de uso da comunidade), Patauá (87%) Floresta (63%), Lago das Pedras (62%) e Lago das Pombas (51%) (FIGURA 3.16). Já a comunidade Tapiíra, cuja proporção de unidades de área de uso compartilhada foi de 24%, apresentou maior número de comunidades com as quais compartilha essas áreas (FIGURA 3.16). As proporções de áreas de uso compartilhadas entre comunidades podem refletir a proximidade entre algumas comunidades na sua distribuição espacial ao longo da bacia e também a mobilidade das famílias usuárias, como parece ser o caso da comunidade Tapiíra. As comunidades que apresentaram maior proporção de áreas sem uso por famílias de outras comunidades foram Vista Alegre e Tapiíra, seguidas de Manapana e Vila Nunes (FIGURA 3.16). Uso de áreas por tipo de prática extrativa Entre todas as atividades extrativas, a atividade de caça foi a que respondeu pelas maiores extensões de área de uso na RESEX Rio Unini e no PARNA do Jaú, enquanto na RDS Amanã essa atividade foi a pesca, seguida da extração de quelônios aquáticos (TABELA 3.6). A pesca respondeu pelas unidades de área mais intensivamente utilizadas (famílias usuárias e citação/família por unidade de área) na RESEX Rio Unini, no PARNA do Jaú e na RDS Amanã (TABELA 3.6). A extração de quelônios aquáticos foi a segunda atividade que respondeu pelas unidades de área de uso com maior adensamento de famílias por unidade de área na RESEX Rio Unini, no PARNA Documentos Técnicos FVA 4 - 2018

63% Floresta (51)

V. Alegre (300)

8 7 6 5 4 3 42% 2 1 0

No. comunidades

No. de quadrados exclusivos No. de quadrados compartilhados No. comunidades compartilhando quadrados

Proporção de unidades de área de uso (quadrados) compartilhadas entre comunidades usuárias

V. Nunes (98)

do Jaú e na RDS Amanã, mas nem sempre pelas unidades de área com maior frequência de uso (TABELA 3.6). A contribuição do extrativismo vegetal foi particularmente maior no PARNA do Jaú em comparação às outras unidades, pela extensão da área utilizada, proporção de famílias usuárias e média de famílias por unidade de área (TABELA 3.6). Para a bacia do rio Unini, as atividades extrativas que ocuparam maiores extensões de áreas de uso foram caça e extração de recursos vegetais, seguidas de pesca e extração de quelônios aquáticos (FIGURA 3.17). No entanto, para os indicadores de intensidade de uso por unidade de área, a situação foi inversa, com pesca e extração de quelônios aquáticos com maiores adensamentos de famílias por unidade de área e pesca com maior frequência média de uso por unidade de área (FIGURA 3.17). A questão de como se deu a distribuição dessas medidas de áreas de uso para atividades extrativas nas UCs da bacia é apresentada a seguir. As maiores proporções de área em extensão utilizadas para todas as atividades extrativas (pesca, extração de quelônios aquáticos, caça e extração de recursos vegetais) foram encontradas na área da RESEX Rio Unini em comparação às áreas do PARNA do Jaú e da RDS Amanã (TABELA 3.7, FIGURA 3.18). No entanto, as diferenças proporcionais entre áreas da RESEX Rio Unini e do PARNA do Jaú são menores para áreas associadas às atividades de caça e extração de recursos vegetais (TABELA 3.7, FIGURA 3.18). Com exceção da extração de quelônios aquáticos, foram encontrados maiores adensamentos de famílias por unidade de área de uso na área do PARNA do Jaú (TABELA 3.7, FIGURA 3.18). Para todas as atividades extrativas, as frequências de uso por unidade de área (citação/ família por unidade de área) são relativamente equilibradas entre as áreas das UCs, no entanto, as áreas da RDS Amanã tenderam a ser utilizadas mais intensivamente pelas famílias usuárias (TABELA 3.7, FIGURA 3.18).


53

PARTE 3

TABELA 3.6. Contribuição das práticas extrativas (protocolos) no uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini: totais de unidades de áreas de uso (quadrados), famílias usuárias e citações (1somatório da contagem quadrado/família/protocolo/ mês-ano); e médias de famílias usuárias e citações/família por quadrado, período de 2008 a 2016 no SiMUR.

UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

RESEX Rio Unini

PARNA do Jaú

RDS Amanã

PROTOCOLO

Nº TOTAL DE QUADRADOS (%)

Nº TOTAL DE FAMÍLIAS USUÁRIAS (%)

Nº TOTAL DE CITAÇÕES1

Nº MÉDIO DE FAMÍLIAS / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

Nº MÉDIO DE CITAÇÕES / FAMÍLIA/QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

Peixes

214 (57,4%)

254 (99,6%)

6.359

9,8 (1-47)

3,0 (1-50)

Quelônios aquáticos

211 (56,6%)

217 (85,1%)

2.245

5,9 (1-28)

1,8 (1-17)

Caça

233 (62,5%)

172 (67,5%)

1.334

3,6 (1-22)

1,6 (1-14)

Recursos vegetais

209 (56,0%)

154 (60,4%)

976

2,9 (1-20)

1,6 (1-14)

Total

373 (100%)

255 (100%)

10.914

5,5 (1-47)

2,3 (1-50)

Peixes

177 (57,3%)

240 (98,4%)

6.391

10,5 (1-46)

3,4 (1-47)

Quelônios aquáticos

162 (52,4%)

209 (85,7%)

1.411

5,5 (1-33)

1,6 (1-12)

Caça

216 (69,9%)

199 (81,6%)

1.741

4,7 (1-31)

1,7 (1-16)

Recursos vegetais

204 (66,0%)

190 (77,9%)

1.374

4,1 (1-29)

1,6 (1-18)

Total

309 (100%)

244 (100%)

10.917

6,1 (1-46)

2,4 (1-47)

Peixes

84 (64,1%)

69 (92,0%)

1.576

5,0 (1-26)

3,8 (1-53)

Quelônios aquáticos

81 (61,8%)

60 (80,0%)

579

4,0 (1-11)

1,8 (1-20)

Caça

63 (48,1%)

38 (50,7%)

264

2,2 (1-9)

1,9 (1-12)

Recursos vegetais

68 (51,9%)

44 (58,7%)

290

2,0 (1-12)

2,1 (1-29)

131 (100%)

75 (100%)

2.709

3,4 (1-26)

2,7 (1-53)

Total

FIGURA 3.17. Contribuição das práticas extrativas (protocolos) no uso de áreas da bacia do rio Unini, período de 2008 a 2016 no SiMUR. A) Totais de unidades de áreas de uso (quadrados) e médias de famílias usuárias por quadrado, B) Totais de citações (somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mês-ano) e médias de citações/família por quadrado. Os números entre parênteses representam o número de famílias usuárias do grupo.

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


54

PARTE 3

TABELA 3.7. Distribuição do uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini por práticas extrativas (protocolos): totais de unidades de áreas de uso (quadrados), famílias usuárias e citações (1somatório da contagem quadrado/família/protocolo/ mês-ano); e médias de famílias usuárias e citações/família por quadrado, período de 2008 a 2016 no SiMUR.

ATIVIDADE

UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

Nº TOTAL DE QUADRADOS (%)

Nº TOTAL DE FAMÍLIAS USUÁRIAS (%)

Nº TOTAL DE CITAÇÕES1

Nº MÉDIO DE FAMÍLIAS/QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

Nº MÉDIO DE CITAÇÕES/FAMÍLIA / QUADRADO (MÍN.MÁX.)

RESEX Rio Unini

214 (45,1%)

254 (98,8%)

6.359

9,8 (1-47)

3,0 (1-50)

PARNA do Jaú

177 (37,3%)

240 (93,4%)

6.391

10,5 (1-46)

3,4 (1-47)

84 (17,7%)

69 (26,8%)

1.576

5,0 (1-26)

3,8 (1-53)

475 (100,0%)

257 (100,0%)

14.326

9,2 (1-47)

3,3 (1-53)

RESEX Rio Unini

211 (46,5%)

217 (89,3%)

2.245

5,9 (1-28)

1,8 (1-17)

PARNA do Jaú

162 (35,7%)

209 (86,0%)

1.411

5,5 (1-33)

1,6 (1-12)

81 (17,8%)

60 (24,7%)

579

4,0 (1-11)

1,8 (1-20)

454 (100,0%)

243 (100,0%)

4.235

5,4 (1-33)

1,7 (1-20)

RESEX Rio Unini

233 (45,5%)

172 (76,1%)

1.334

3,6 (1-22)

1,6 (1-14)

PARNA do Jaú

216 (42,2%)

199 (88,1%)

1.741

4,7 (1-31)

1,7 (1-16)

63 (12,3%)

38 (16,8%)

264

2,2 (1-9)

1,9 (1-12)

512 (100,0%)

226 (100,0%)

3.339

3,9 (1-31)

1,7 (1-16)

RESEX Rio Unini

209 (43,5%)

154 (70,3%)

976

2,9 (1-20)

1,6 (1-14)

PARNA do Jaú

204 (42,4%)

190 (86,8%)

1.374

4,1 (1-29)

1,6 (1-18)

68 (14,1%)

44 (20,1%)

290

2,0 (1-12)

2,1 (1-29)

481 (100,0%)

219 (100,0%)

2.640

3,3 (1-29)

1,7 (1-29)

Pesca RDS Amanã

Total

Extração de quelônios aquáticos RDS Amanã

Total

Caça RDS Amanã

Total

Extração de recursos vegetais RDS Amanã

Total

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


55

PARTE 3

FIGURA 3.18. Distribuição do uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini por práticas extrativas (protocolos), período de 2008 a 2016 no SiMUR. A) Totais de unidades de áreas de uso (quadrados) e médias de famílias usuárias por quadrado, B) Totais de citações (somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mês-ano) e médias de citações/família por quadrado. Os números entre parênteses representam o número de famílias usuárias do grupo.

0

RERU (254)

PNJ (240)

No. total quadrados

Distribuição do uso de áreas associadas à atividade de extração de quelônios aquáticos 100

60

0

30

46,5 35,7

40

20 17,8

20

5,9

RERU (217)

10

5,5

4,0

PNJ (209)

RDSA (60)

0

50

80

40

60

30

45,5

42,2

40

20

20 0

10

12,3 4,7

3,6

RERU (172)

PNJ (199)

Distribuição do uso de áreas associadas à atividade de extração de recursos vegetais 100

2,2

RDSA (38)

60

43,5

30 20

40 14,1

20 0

2,9

RERU (154)

4,1

PNJ (190)

10 2,0

RDSA (44)

0

No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.) 50

30

1000

20

579

500

10 1,6

1,8

PNJ (209)

RDSA (60)

1,8

RERU (217)

No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.)

40

1.741

30

1.334

1000

20

500

10

264 1,7

1,9

PNJ (199)

RDSA (38)

1,6

RERU (172)

Distribuição do uso de áreas associadas à atividade de extração de recursos vegetais 2500

50 40 1.374

1500

30

976

20

500 0

0

No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.)

2000

1000

0

50

2000 1500

0

40

1500

0

50

42,4

RDSA (69)

1.411

Distribuição do uso de áreas associadas à atividade de caça

0

40

PNJ (240)

2500

% total de quadrados (481) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)

80

3,8

2000

0

% total de quadrados (512) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)

100

RERU (254)

10

3,4

3,0

Distribuição do uso de áreas associadas à atividade de extração de quelônios aquáticos 2500 2.245

50 40

20 1.576

2000 0

% total de quadrados (454) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)

Distribuição do uso de áreas associadas à atividade de caça

No. total quadrados

RDSA (69)

80

0

No. total quadrados

10 5,0

30

4000

No. médio citações/família /quadrado

10,5

9,8

No. total citações

20

20 17,7

No. médio famílias/quadrado

40

No. total citações

37,3

40

6000

No. médio citações/família /quadrado

30

45,1

No. médio famílias/quadrado

60

50

6.391

6.359

10

290 1,6

RERU (154)

No. médio citações/família /quadrado

40

No. total citações

80

No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.)

8000

No. total citações

50 No. médio famílias/quadrado

100

Distribuição do uso de áreas associadas à atividade de pesca

1,6

2,1

PNJ (190)

RDSA (44)

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR

0

No. médio citações/família /quadrado

% total de quadrados (475) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)

No. médio famílias/quadrado

No. total quadrados

Distribuição do uso de áreas associadas à atividade de pesca


56

PARTE 3

A maior parte das unidades de área de uso foram utilizadas para mais de uma prática extrativa. No total, 73% (595/813) dessas áreas apresentaram uso em comum, sendo 44% (262/595) delas entre duas práticas extrativas, 26% (152/595) entre três e 30% (181/595) entre quatro. As práticas extrativas que apresentaram maior proporção de unidades de área de uso em comum com outras práticas foram pesca e extração de quelônios aquáticos, que apresentaram cada uma 92% das unidades de área de uso em comum com outras práticas (FIGURA 3.19). Uso de áreas por tipo de recurso (hábito) A contribuição de recursos aquáticos, semiaquáticos e terrestres nas áreas de uso das UCs da bacia do rio Unini e a distribuição desses grupos de recursos nas UCs são apresentadas. O grupo de recursos terrestres é composto por todos os recursos vegetais e a maior parte dos recursos animais associados à prática da caça. O grupo de recursos aquáticos e semiaquáticos é composto por seis recursos animais associados à prática da caça e todos os recursos associados às práticas da pesca e da extração de quelônios aquáticos. Os recursos terrestres ocuparam maior número de unidades de área de uso nas áreas da RESEX Rio Unini e também do PARNA do Jaú, em comparação aos recursos (semi) aquáticos, ao contrário do observado para as áreas da RDS Amanã (TABELA 3.8). No entanto, o adensamento de famílias por unidade de área e a frequência por unidade de área (citações/família/unidade de área) foram mais altos nas áreas

associadas aos recursos (semi) aquáticos das três UCs (TABELA 3.8). Nas áreas do PARNA do Jaú, os adensamentos de recursos explorados e famílias por unidade de área tanto para recursos (semi)aquáticos como para terrestres, foram maiores em comparação às áreas da RESEX Rio Unini e da RDS Amanã, enquanto que nas áreas da RDS Amanã, a frequência de uso por unidade de área foi maior em comparação às áreas das duas outras UCs (TABELA 3.8). FIGURA 3.19. Proporções de unidades de área de uso (quadrados) compartilhadas entre práticas extrativas (protocolos), período de 2008 a 2016 no SiMUR. Os números entre parênteses representam o número total de quadrados declarados pelas famílias por atividade extrativa.

TABELA 3.8. Contribuição de recursos aquáticos, semiaquáticos e terrestres no uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini. Totais de unidades de áreas de uso (quadrados), famílias usuárias e citações (1somatório da contagem quadrado/família/ protocolo/mês-ano); e médias de recursos, famílias usuárias e citações/família por quadrado, período de 2008 a 2016 no SiMUR.

UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

RESEX Rio Unini

PARNA do Jaú

RDS Amanã

HÁBITO (Nº RECURSOS)

Nº TOTAL DE QUADRADOS (%)

Nº TOTAL DE FAMÍLIAS USUÁRIAS (%)

Nº TOTAL DE CITAÇÕES1

Nº MÉDIO DE FAMÍLIAS QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

Nº MÉDIO DE CITAÇÕES/FAMÍLIA / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

Nº MÉDIO DE RECURSOS /QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

(Semi) aquático (53)

246 (42,9%)

255 (100,0%)

8.620

10,1 (1-47)

3,5 (1-67)

9,6 (1-35)

Terrestre (71)

292 (51,0%)

193 (75,7%)

2.298

4,1 (1-23)

1,9 (1-24)

4,2 (1-39)

Total (124)

373 (100%)

255 (100%)

10.918

6,9 (1-47)

3,0 (1-67)

6,6 (1-39)

(Semi) aquático (55)

194 (62,8%)

243 (99,6%)

7.813

11,0 (1-47)

3,7 (1-53)

10,5 (1-31)

Terrestre (81)

257 (83,2%)

220 (90,2%)

3.105

5,9 (1-43)

2,1 (1-28)

5,4 (1-37)

Total (136)

309 (100%)

244 (100%)

10.918

8,1 (1-47)

3,0 (1-53)

7,5 (1-37)

(Semi) aquático (40)

103 (78,6%)

72 (96,0%)

2.155

5,6 (1-29)

3,8 (1-57)

6,4 (1-27)

87 (66,4%)

51 (68,0%)

554

2,6 (1-14)

2,4 (1-37)

3,6 (1-35)

131 (100%)

75 (100%)

2.709

4,2 (1-29)

3,4 (1-57)

5,0 (1-35)

Terrestre (56) Total (96)

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


57

PARTE 3

TABELA 3.9. Distribuição do uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini por tipos de recursos naturais (hábito): totais de unidades de áreas de uso (quadrados), famílias usuárias e citações (1somatório da contagem quadrado/família/protocolo/ mês-ano); e médias de recursos, famílias usuárias e citações/família por quadrado, período de 2008 a 2016 no SiMUR.

HABITO

(Semi) aquático

UNIDADE DE CONSERVAÇÃO (Nº DE RECURSOS)

Nº TOTAL DE QUADRADOS (%)

Nº TOTAL DE FAMÍLIAS USUÁRIAS (%)

Nº TOTAL DE CITAÇÕES1

Nº MÉDIO DE FAMÍLIAS/ QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

Nº MÉDIO DE CITAÇÕES / FAMÍLIA/QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

Nº MÉDIO DE RECURSOS/QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

RESEX Rio Unini (53)

246 (45,3%)

255 (99,2%)

8.620

10,1 (1-47)

3,5 (1-67)

9,6 (1-35)

PARNA do Jaú (55)

194 (35,7%)

243 (94,6%)

7.813

11,0 (1-47)

3,7 (1-53)

10,5 (1-31)

RDS Amanã (40)

103 (19,0%)

72 (28,0%)

2.155

5,6 (1-29)

3,8 (1-57)

6,4 (1-27)

543 (100,0%)

257 (100,0%)

18.588

9,59 (1-47)

3,6 (1-67)

9,3 (1-35)

RESEX Rio Unini (71)

292 (45,9%)

193 (80,4%)

2.298

4,1 (1-23)

1,9 (1-24)

4,2 (1-39)

PARNA do Jaú (81)

257 (40,4%)

220 (91,7%)

3.105

5,9 (1-43)

2,1 (1-28)

5,4 (1-37)

RDS Amanã (56)

87 (13,7%)

51 (21,3%)

554

2,6 (1-14)

2,4 (1-37)

3,6 (1-35)

636 (100,0%)

240 (100,0%)

5.957

4,61 (1-43)

2,0 (1-37)

4,6 (1-39)

Total (63)

Terrestre

Total (100)

Para a bacia do rio Unini, a quantidade de unidades de área de uso associadas a recursos terrestres foi superior a daquelas associadas a recursos aquáticos e semiaquáticos, no entanto estas últimas são as mais intensivamente utilizadas pelas famílias, em adensamento de famílias por unidade de área e frequência por unidade de área (citação/família/unidade de área) (FIGURA 3.20). A questão de como se deu a distribuição dessas medidas de áreas de uso para os grupos de recursos nas UCs da bacia é apresentada a seguir. As maiores proporções de área em extensão utilizadas para todos os tipos de recursos (aquáticos, semiaquáticos e terrestres) foram encontradas na área da RESEX Rio Unini em comparação

às áreas do PARNA do Jaú e da RDS Amanã (TABELA 3.9, FIGURA 3.21). As diferenças proporcionais entre áreas da RESEX Rio Unini e do PARNA do Jaú são menores para áreas associadas aos recursos terrestres (TABELA 3.9, FIGURA 3.21). Foram encontrados maiores adensamentos de famílias por unidade de área de uso na área do PARNA do Jaú, tanto para recursos (semi) aquáticos como para terrestres (TABELA 3.9, FIGURA 3.21). Para os dois tipos de recursos, as frequências de uso por unidade de área (citação/família por unidade de área) são relativamente equilibradas entre as áreas das UCs, no entanto, as áreas da RDS Amanã tenderam a ser utilizadas mais intensivamente pelas famílias usuárias (TABELA 3.9, FIGURA 3.21).

FIGURA 3.20. Contribuição de recursos aquáticos, semiaquáticos e terrestres no uso de áreas da bacia do rio Unini, período de 2008 a 2016 no SiMUR. A) Totais de unidades de áreas de uso (quadrados) e médias de famílias usuárias por quadrado, B) Totais de citações (somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mês-ano) e médias de citações/família por quadrado. Os números entre parênteses representam o número de famílias usuárias do grupo.

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


58

PARTE 3

FIGURA 3.21. Distribuição do uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini por tipos de recursos naturais (hábito), período de 2008 a 2016 no SiMUR. A) Totais de unidades de áreas de uso (quadrados) e médias de famílias usuárias por quadrado, B) Totais de citações (somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mês-ano) e médias de citações/família por quadrado. Os números entre parênteses representam o número de famílias usuárias do grupo.

50

60

30

45,3 35,7

20 0

20 11,0

10,1

5,6

RERU (255)

PNJ (243)

Distribuição do uso de áreas associadas a recursos terrestres

No. total quadrados

19,0

RDSA (72)

10 0

100

50

80

40

60

30

45,9

40,4

40 20 0

20 10

13,7 4,1

RERU (193)

5,9

PNJ (220)

2,6

RDSA (51)

80 60

6000

40

4000 2.155

2000

20

3,7

3,8

PNJ (243)

RDSA (72)

3,5

RERU (255)

Distribuição do uso de áreas associadas a recursos terrestres

% total de quadrados (636) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)

No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.) 7.813

8000

0

Uso de áreas por tipo de ambiente (recursos animais) As áreas de uso são descritas na perspectiva dos ambientes utilizados para a extração de recursos animais (considerações metodológicas são feitas na seção A prática do extrativismo animal: Intensidade de uso de ambientes no extrativismo animal). Os registros com declaração de ambiente totalizaram 97% (42.937/44.056) do total de registros de recursos animais com identificação de código de localização geográfica. É importante lembrar que os registros de peixes se referem à amostra de recordação dos dois últimos dias de pescaria. Os ambientes mais relevantes em extensão (>50% das unidades de área de uso) na RESEX Rio Unini e na RDS Amanã foram mata de igapó e lago, assim como no PARNA do Jaú, onde, no entanto, mata de terra firme e igarapé foram tão ou mais relevantes quanto esses dois ambientes aquáticos (TABELA 3.10). O ambiente mais intensivamente utilizado em média de famílias por unidade de área na RESEX Rio Unini foi lago, seguido de furo e/ou paraná, mata de igapó, ilha e rio; em frequência média de uso por unidade de área o ambiente mais relevante foi também lago, seguido de mata de igapó, igarapé, rio, furo e/ou paraná e roçado (TABELA 3.10). O ambien-

60

6000

40 3.105

2.298

20

2000 0

0

80

8000

4000

0

No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.)

10000 No. total citações

40

No. total citações

40

8.620

No. médio famílias/quadrado

80

No. médio famílias/quadrado

No. total quadrados

100

Distribuição do uso de áreas associadas a recursos (semi) aquáticos 10000

No. médio citações/qfamília /quadrado

% total de quadrados (543) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)

554 1,9

RERU (193)

2,1

2,4

PNJ (220)

RDSA (51)

No. médio citações/família /quadrado

Distribuição do uso de áreas associadas a recursos (semi) aquáticos

0

te mais intensivamente utilizado em média de famílias por unidade de área no PARNA do Jaú também foi lago, seguido de mata de igapó, furo e/ou paraná e rio; em frequência média de uso por unidade de área o ambiente mais relevante foi mata de igapó, seguido de lago, furo e/ou paraná, roçado, rio, igarapé e queimada (TABELA 3.10). Na RDS Amanã, o adensamento de famílias por unidade de área foi menor, e os ambientes mais intensivamente utilizados foram mata de igapó e furo e/ou paraná; já em frequência média de uso por unidade de área, foi ligeiramente maior que nas demais UCs, sendo o ambiente mais intensivamente utilizado mata de igapó, seguido de igarapé, lago, rio, roçado e furo e/ou paraná (TABELA 3.10). Assim, em geral, lago e mata de igapó foram os ambientes de grande relevância nas três UCs, sendo que para a área do PARNA do Jaú, ambientes ligados à terra firme (mata de terra firme, igarapé) foram também bastante representativos em extensão de área.

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


59

PARTE 3

TABELA 3.10. Contribuição de tipos de ambientes de exploração de recursos animais no uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini. Totais de unidades de áreas de uso (quadrados), famílias usuárias e citações (1somatório da contagem quadrado/família/ protocolo/mês-ano); médias de famílias usuárias por quadrado e citações/família por quadrado, período de 2008 a 2016 no SiMUR. RESEX RIO UNINI

PARNA DO JAÚ

RDS AMANÃ

TOTAL QUADRADOS (%)

TOTAL FAMÍLIAS USUÁRIAS (%)

MÉDIA FAMÍLIAS / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

TOTAL QUADRADOS (%)

TOTAL FAMÍLIAS USUÁRIAS (%)

MÉDIA FAMÍLIAS / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

TOTAL QUADRADOS (%)

TOTAL FAMÍLIAS USUÁRIAS (%)

MÉDIA FAMÍLIAS / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

Mata de igapó

189 (58,0)

208 (82,2)

4,9 (1-24)

138 (52,1)

209 (85,7)

6,5 (1-35)

68 (60,7)

56 (76,7)

3,8 (1-16)

Lago

166 (50,9)

229 (90,5)

7,1 (1-40)

132 (49,8)

206 (84,4)

6,8 (1-33)

63 (56,3)

53 (72,6)

3,5 (1-11)

Mata de terra firme

140 (42,9)

122 (48,2)

2,5 (1-17)

145 (54,7)

143 (58,6)

3,3 (1-22)

31 (27,7)

27 (37,0)

1,9 (1-7)

Igarapé

151 (46,3)

175 (69,2)

3,8 (1-33)

137 (51,7)

168 (68,9)

4,0 (1-31)

26 (23,2)

23 (31,5)

2,1 (1-11)

Rio

105 (32,2)

178 (70,4)

4,6 (1-30)

115 (43,4)

191 (78,3)

5,6 (1-32)

56 (50,0)

52 (71,2)

3,0 (1-10)

Furo/paraná

77 (23,6)

149 (58,9)

5,5 (1-35)

71 (26,8)

157 (64,3)

5,9 (1-33)

25 (22,3)

39 (53,4)

3,7 (1-15)

Praia

63 (19,3)

97 (38,3)

2,6 (1-12)

62 (23,4)

108 (44,3)

3,2 (1-22)

26 (23,2)

24 (32,9)

1,6 (1-4)

Queimada

81 (24,8)

115 (45,5)

3,6 (1-20)

57 (21,5)

102 (41,8)

3,7 (1-32)

3 (2,7)

2 (2,7)

1,0 (1-1)

Barranco

24 (7,4)

28 (11,1)

1,4 (1-3)

34 (12,8)

65 (26,6)

2,6 (1-13)

13 (11,6)

12 (16,4)

1,4 (1-2)

Mata de capoeira

14 (4,3)

30 (11,9)

2,6 (1-8)

43 (16,2)

86 (35,2)

3,7 (1-22)

11 (9,8)

13 (17,8)

1,9 (1-7)

Ilha

26 (8,0)

79 (31,2)

4,7 (1-16)

18 (6,8)

46 (18,9)

3,3 (1-17)

-

-

-

Roçado

12 (3,7)

28 (11,1)

3,3 (1-8)

26 (9,8)

62 (25,4)

3,1 (1-17)

2 (1,8)

4 (5,5)

2,0 (2-2)

Buritizal

12 (3,7)

13 (5,1)

1,7 (1-5)

16 (6,0)

21 (8,6)

1,4 (1-4)

2 (1,8)

2 (2,7)

1,0 (1-1)

Cachoeira/poço

2 (0,6)

2 (0,8)

1,0 (1-1)

4 (1,5)

5 (2,0)

1,5 (1-3)

-

-

-

AMBIENTE

Comunidade Total

2 (0,6)

3 (1,2)

1,5 (1-2)

3 (1,1)

4 (1,6)

1,3 (1-2)

-

-

-

326 (100,0)

253 (100,0)

4,4 (1-40)

265 (100,0)

244 (100,0)

4,7 (1-35)

112 (100,0)

73 (100,0)

2,9 (1-16)

TABELA 3.10. (Cont.) Contribuição de tipos de ambientes de exploração de recursos animais no uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini. RESEX RIO UNINI

PARNA DO JAÚ

RDS AMANÃ

TOTAL CITAÇÕES1

MÉDIA CITAÇÕES / FAMÍLIA / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

TOTAL CITAÇÕES1

MÉDIA CITAÇÕES/FAMÍLIA / QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

TOTAL CITAÇÕES1

MÉDIA CITAÇÕES / FAMÍLIA /QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

Mata de igapó

1.806

2,0 (1-20)

2.098

2,3 (1-30)

698

2,7 (1-20)

Lago

2.873

2,4 (1-24)

1.933

2,1 (1-23)

393

1,8 (1-9)

Mata de terra firme

475

1,3 (1-10)

652

1,4 (1-6)

89

1,5 (1-7)

Igarapé

1.015

1,8 (1-12)

918

1,7 (1-18)

117

2,1 (1-17)

Rio

857

1,8 (1-20)

1.179

1,8 (1-18)

299

1,8 (1-14)

Furo/paraná

758

1,8 (1-10)

777

1,9 (1-13)

152

1,6 (1-10)

Praia

209

1,3 (1-4)

255

1,3 (1-6)

49

1,2 (1-2)

Queimada

438

1,5 (1-9)

333

1,6 (1-13)

3

1,0 (1-1)

Barranco

42

1,3 (1-3)

111

1,2 (1-6)

19

1,1 (1-2)

Mata de capoeira

45

1,3 (1-3)

217

1,4 (1-4)

32

1,5 (1-5)

Ilha

195

1,6 (1-5)

73

1,2 (1-4)

-

-

Roçado

71

1,8 (1-6)

152

1,9 (1-10)

7

1,8 (1-3)

Buritizal

24

1,2 (1-3)

25

1,1 (1-3)

2

1,0 (1-1)

Cachoeira/poço

2

1,0 (1-1)

6

1,0 (1-1)

-

-

Comunidade

4

1,3 (1-2)

4

1,0 (1-1)

-

-

8.814

1,9 (1-24)

8.733

1,9 (1-30)

1.860

2,0 (1-20)

AMBIENTE

Total

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


60

PARTE 3

Intensidade de uso de áreas por tipo de ambiente

40

60

56,2

30

51,4

45,0

44,7

40 20 0

20

39,3 24,6

6,4

5,3

5,4

4,7

3,7

2,8

21,5

20,1

10,1 3,6

2,7

9,7

Intensidade de uso de áreas por tipo de ambiente

No. total citações

6000

3,1

2,0

6,3

4,1

5,7

3,1

4,3

1,5

0,9

0,7

1,3

10 1,4

No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.) 30

5.199

4.602

20

4000 2.335

2.050

2000 0

0

1.687

1.216 2,2

2,3

1,7

1,4

Para a bacia do rio Unini, as unidades de área de uso associadas a mata de igapó e lago representaram cada uma mais de 50% do total de unidades de área declaradas, seguidas de mata de terra firme, igarapé, rio, furo e/ou paraná, praia e queimada (>20%) (FIGURA 3.22). As unidades de área de uso associadas a mata de igapó e lago também apresentaram os maiores valores de intensidade de uso por unidade de área (médias de famílias e citações/ família por unidade de área) (FIGURA 3.22). A questão de como se deu a distribuição dessas medidas de áreas de uso de exploração de recursos animais nas UCs da bacia é apresentada a seguir. As maiores proporções de área em extensão utilizadas para os ambientes de mata de igapó, lago, igarapé, furo e/ou paraná, queimada e ilha foram encontradas na área da RESEX Rio Unini, enquanto as proporções maiores para os ambientes de mata de

1,8

1,8

10

774

513 1,3

1,5

172

294 1,2

1,4

268

1,5

230

1,8

51

1,1

8

1,0

8

1,1

0

No. médio citações/família /quadrado

80

No. médio famílias/quadrado

% total de quadrados (703) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)

100 No. total quadrados

FIGURA 3.22. Contribuição de tipos de ambiente de exploração de recursos animais no uso de áreas da bacia do rio Unini, período de 2008 a 2016 no SiMUR: A) Totais de unidades de áreas de uso (quadrados) e médias de famílias usuárias por quadrado, B) Totais de citações (somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mêsano) e médias de citações/família por quadrado. Os números entre parênteses representam o número de famílias usuárias do grupo.

terra firme, rio, barranco, buritizal, cachoeira e/ou poço e ambientes antropizados (mata de capoeira, roçado, comunidade) foram encontradas na área do PARNA do Jaú (TABELA 3.11). Proporções equilibradas de áreas associadas ao ambiente praia foram encontradas no PARNA do Jaú e na RESEX Rio Unini (TABELA 3.11). Para quase todos esses ambientes, o adensamento de famílias por unidade de área foi maior no PARNA do Jaú, exceto ilha, roçado, buritizal e comunidade (TABELA 3.11). Já as frequências médias de uso por unidade de área para os ambientes de mata de igapó, mata de terra firme, igarapé e mata de capoeira foram mais altas na RDS Amanã (TABELA 3.11). A FIGURA 3.23 apresenta esses valores para os ambientes mais relevantes da bacia do rio Unini em extensão, isto é, que apresentaram maior quantidade de unidades de área de uso declaradas (>20% do total).

TABELA 3.11. Distribuição do uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini por tipos de ambiente de exploração de recursos animais: totais de unidades de áreas de uso (quadrados), famílias usuárias e citações (1somatório da contagem quadrado/ família/protocolo/mês-ano); e médias de recursos, famílias usuárias e citações/família por quadrado, período de 2008 a 2016 no SiMUR. AMBIENTE

Mata de igapó

UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

Nº TOTAL DE QUADRADOS (%)

Nº TOTAL DE FAMÍLIAS USUÁRIAS (%)

Nº TOTAL DE CITAÇÕES1

Nº MÉDIO DE FAMÍLIAS/ QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

Nº MÉDIO DE CITAÇÕES/ FAMÍLIA/QUADRADO (MÍN.-MÁX.)

RESEX Rio Unini

189 (47,8%)

208 (88,1%)

1.806

4,9 (1-24)

2,0 (1-20)

PARNA do Jaú

138 (34,9%)

209 (88,6%)

2.098

6,5 (1-35)

2,3 (1-30)

RDS Amanã

68 (17,2%)

56 (23,7%)

698

3,8 (1-16

2,7 (1-20)

395 (100,0%)

236 (100,0%)

4.602

5,3 (1-35)

2,2 (1-30)

RESEX Rio Unini

166 (46,0%)

229 (93,1%)

2.873

7,1 (1-40)

2,4 (1-24)

PARNA do Jaú

132 (36,6%)

206 (83,7%)

1.933

6,8 (1-33)

2,1 (1-23)

Total

Lago

RDS Amanã Total

63 (17,5%)

53 (21,5%)

393

3,5 (1-11)

1,8 (1-9)

361 (100,0%)

246 (100,0%)

5.199

6,4 (1-40)

2,3 (1-24) Continua »

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


61

PARTE 3

Mata de terra firme

RESEX Rio Unini

140 (44,3%)

122 (69,3%)

475

2,5 (1-17)

1,3 (1-10)

PARNA do Jaú

145 (45,9%)

143 (81,3%)

652

3,3 (1-22)

1,4 (1-6)

31 (9,8%)

27 (15,3%)

89

1,9 (1-7)

1,5 (1-7)

RDS Amanã Total

Igarapé

316 (100,0%)

176 (100,0%)

1.216

2,8 (1-22)

1,4 (1-10)

RESEX Rio Unini

151 (48,1%)

175 (80,6%)

1.015

3,8 (1-33)

1,8 (1-12)

PARNA do Jaú

137 (43,6%)

168 (77,4%)

918

4,0 (1-31)

1,7 (1-18)

26 (8,3%)

23 (10,6%)

117

2,1 (1-11)

2,1 (1-17)

RDS Amanã Total

Rio

314 (100,0%)

217 (100,0%)

2.050

3,7 (1-33)

1,7 (1-18)

RESEX Rio Unini

105 (38,0%)

178 (78,8%)

857

4,6 (1-30)

1,8 (1-20)

PARNA do Jaú

115 (41,7%)

191 (84,5%)

1.179

5,6 (1-32)

1,8 (1-18)

RDS Amanã

56 (20,3%)

52 (23,0%)

299

3,0 (1-10)

1,8 (1-14)

276 (100,0%)

226 (100,0%)

2.335

4,7 (1-32)

1,8 (1-20)

RESEX Rio Unini

77 (44,5%)

149 (77,2%)

758

5,5 (1-35)

1,8 (1-10)

PARNA do Jaú

71 (41,0%)

157 (81,3%)

777

5,9 (1-33)

1,9 (1-13)

Total

Furo/paraná

RDS Amanã Total

Praia

97 (63,4%)

209

2,6 (1-12)

1,3 (1-4)

108 (70,6%)

255

3,2 (1-22)

1,3 (1-6)

RDS Amanã

26 (17,2%)

24 (15,7%)

49

1,6 (1-4)

1,2 (1-2)

151 (100,0%)

153 (100,0%)

513

2,7 (1-22)

1,3 (1-6)

RESEX Rio Unini

81 (57,4%)

115 (79,9%)

438

3,6 (1-20)

1,5 (1-9)

PARNA do Jaú

57 (40,4%)

102 (70,8%)

333

3,7 (1-32)

1,6 (1-13)

RDS Amanã

3 (2,1%)

2 (1,4%)

3

1,0 (1-1)

1,0 (1-1)

141 (100,0%)

144 (100,0%)

774

3,6 (1-32)

1,5 (1-13)

RESEX Rio Unini

24 (33,8%)

28 (31,8%)

42

1,4 (1-3)

1,3 (1-3)

PARNA do Jaú

34 (47,9%)

65 (73,9%)

111

2,6 (1-13)

1,2 (1-6)

RDS Amanã

13 (18,3%)

12 (13,6%)

19

1,4 (1-2)

1,1 (1-2)

71 (100,0%)

88 (100,0%)

172

2,0 (1-13)

1,2 (1-6)

RESEX Rio Unini

14 (20,6%)

30 (27,0%)

45

2,6 (1-8)

1,3 (1-3)

PARNA do Jaú

43 (63,2%)

86 (77,5%)

217

3,7 (1-22)

1,4 (1-4)

RDS Amanã RESEX Rio Unini PARNA do Jaú

1,9 (1-7)

1,5 (1-5)

3,1 (1-22)

1,4 (1-5)

26 (59,1%)

79 (84,0%)

195

4,7 (1-16

1,6 (1-5)

46 (48,9%)

73

3,3 (1-17)

1,2 (1-4)

268

4,1 (1-17)

1,5 (1-5)

RESEX Rio Unini

12 (30,0%)

28 (32,9%)

71

3,3 (1-8)

1,8 (1-6)

PARNA do Jaú

26 (65,0%)

62 (72,9%)

152

3,1 (1-17)

1,9 (1-10)

RDS Amanã

2 (5,0%)

4 (4,7%)

7

2,0 (2-2)

1,8 (1-3)

40 (100,0%)

85 (100,0%)

230

3,1 (1-17)

1,8 (1-10)

RESEX Rio Unini

12 (40,0%)

13 (37,1%)

24

1,7 (1-5)

1,2 (1-3)

PARNA do Jaú

16 (53,3%)

21 (60,0%)

25

1,4 (1-4)

1,1 (1-3)

RDS Amanã

2 (6,7%)

2 (5,7%)

2

1,0 (1-1)

1,0 (1-1)

30 (100,0%)

35 (100,0%)

51

1,5 (1-5)

1,1 (1-3)

RESEX Rio Unini

2 (33,3%)

2 (33,3%)

2

1,0 (1-1)

1,0 (1-1)

PARNA do Jaú

4 (66,7%)

5 (83,3%)

6

1,5 (1-3)

1,0 (1-1)

6 (100,0%)

6 (100,0%)

8

1,3 (1-3)

1,0 (1-1)

2 (40,0%)

3 (42,9%)

4

1,5 (1-2)

1,3 (1-2)

Total RESEX Rio Unini Comunidade

32 294

94 (100,0%)

Total Cachoeira/poço

13 (11,7%) 111 (100,0%)

18 (40,9%)

Total

Buritizal

11 (16,2%) 68 (100,0%)

44 (100,0%)

Total

Roçado

1,6 (1-10) 1,8 (1-13)

62 (41,1%)

Total Ilha

3,7 (1-15) 5,4 (1-35)

63 (41,7%)

Total

Mata de capoeira

152 1.687

PARNA do Jaú

Total

Barranco

39 (20,2%) 193 (100,0%)

RESEX Rio Unini

Total

Queimada

25 (14,5%) 173 (100,0%)

PARNA do Jaú Total

3 (60,0%)

4 (57,1%)

4

1,3 (1-2)

1,0 (1-1)

5 (100,0%)

7 (100,0%)

8

1,4 (1-2)

1,1 (1-2)

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


62

PARTE 3

FIGURA 3.23. Distribuição do uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini por tipos de ambiente de exploração de recursos animais, período de 2008 a 2016 no SiMUR. A) Totais de unidades de áreas de uso (quadrados) e médias de famílias usuárias por quadrado, B) Totais de citações (somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mês-ano) e médias de citações/família por quadrado. Os números entre parênteses representam o número de famílias usuárias do grupo.

6,5

4,9

RERU (208)

PNJ (209)

Distribuição do uso por tipo de ambiente - Lago

3,8

RDSA (56)

7,1

6,8

3,5

RERU (229)

PNJ (206)

Distribuição do uso por tipo de ambiente - Mata de terra firme 100

RDSA (53)

% total de quadrados (316) No. médio de famílias/quadrado (-máx.) 40

80

30 45,9

44,3

20

40 20 0

10

9,8 3,3

2,5

RERU (122)

PNJ (143)

Distribuição do uso por tipo de ambiente - Igarapé

1,9

RDSA (27)

% quadrados

80

30 48,1

20

43,6

40 20 0

4,0

3,8

RERU (175)

PNJ (168)

Distribuição do uso por tipo de ambiente - Rio

10

8,3 2,1

RDSA (23)

% quadrados

80

30

60 40 20 0

20

41,7

38,0

20,3 4,6

RERU (178)

5,6

PNJ (191)

10 3,0

RDSA (52)

0

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018

No. total citações

1.933

20

10 393 2,4

RERU (229)

2,1

1,8

PNJ (206)

RDSA (53)

0

No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.) 30

2000

20

1000

10

652

475

1,4

1,3

RERU (122)

PNJ (143)

89

1,5

0

RDSA (27)

No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.)

3000

30

2000

20

1000

1.015

918

1,8

RERU (175)

Distribuição do uso por tipo de ambiente - Rio

40

100

0

30

1000

0

0

% total de quadrados (276) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)

2.873

Distribuição do uso por tipo de ambiente - Igarapé

40

2,7

RDSA (56)

No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.)

2000

0

% total de quadrados (314) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)

100

60

0

2,3

PNJ (209)

2,0

RERU (208)

Distribuição do uso por tipo de ambiente - Mata de terra firme 3000

No. total citações

60

10

698

0

0

No. total citações

% quadrados

10

17,5

No. médio famílias/quadrado

20

No. total citações

36,6

40

0

20

No. médio famílias/quadrado

46,0

1000

3000

No. médio famílias/quadrado

% quadrados

30

20

1.806

Distribuição do uso por tipo de ambiente - Lago

40

80

2.098

2000

0

% total de quadrados (361) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)

100

60

0

No. médio citações/família /quadrado

10

17,2

20

30

No. médio citações/família /quadrado

34,9

40

0

20

No. total citações

47,8

No. médio famílias/quadrado

30

3000

No. médio famílias/quadrado

% quadrados

80

No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.)

10 1,7

PNJ (168)

117

2,1

RDSA (23)

0

No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.)

3000

30

2000

20 1.179

1000

857

10 299

0

No. médio citações/família /quadrado

40

100

60

Distribuição do uso por tipo de ambiente - Mata de igapó

No. médio citações/família /quadrado

% total de quadrados (395) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)

1,8

RERU (178)

1,8

1,8

PNJ (191)

RDSA (52)

0

No. médio citações/família /quadrado

Distribuição do uso por tipo de ambiente - Mata de igapó


63

PARTE 3

FIGURA 3.23. (Cont.) Distribuição do uso de áreas de unidades de conservação da bacia do rio Unini por tipos de ambiente de exploração de recursos animais, período de 2008 a 2016 no SiMUR. A) Totais de unidades de áreas de uso (quadrados) e médias de famílias usuárias por quadrado, B) Totais de citações (somatório da contagem quadrado/família/protocolo/mês-ano) e médias de citações/família por quadrado. Os números entre parênteses representam o número de famílias usuárias do grupo.

5,9

5,5

RERU (149)

PNJ (157)

Distribuição do uso por tipo de ambiente - Praia

3,7

RDSA (39)

20

41,1

0

10

17,2

20 3,2

2,6

RERU (97)

PNJ (108)

Distribuição do uso por tipo de ambiente - Queimada

1,6

RDSA (24)

% quadrados

60

30 57,4

20

40,4

40

10

20 0

3,6

RERU (115)

3,7

PNJ (102)

2,1

1,0

RDSA (2)

1000

RERU (149)

PNJ (157)

152

1,6

RDSA (39)

0

No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.) 30

2000

20

1000

10 255 1,3

1,3

RERU (97)

PNJ (108)

49

1,2

RDSA (24)

0

No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.)

3000

30

2000

20

1000

10 438

0

Distribuição da biomassa extraída (recursos animais) A relação da biomassa animal extraída com as UCs de origem é apresentada neste item. Para compreender quais recursos estão sendo representados e como os valores de biomassa animal foram obtidos, deve-se consultar a Parte 4. Recursos de relevância no extrativismo animal: Parâmetros de relevância de recursos animais: Contribuição estimada em biomassa extraída. É importante lembrar que nem todos os recursos de pesca foram considerados e a existência de registros sem informação do local de extração, como já foi apresentado em itens anteriores. A partir desse exercício, foi possível estimar em pelo menos 61 ton./ ano a quantidade de biomassa animal extraída em toda a bacia do rio Unini. No período total considerado, 48% da biomassa total estimada pertencem à RESEX Rio Unini, 43% ao PARNA do Jaú e 10% à RDS Amanã (FIGURA 3.24). As taxas anuais

1,9

1,8

Distribuição do uso por tipo de ambiente - Queimada

0

10

777

758

3000

0

40

80

20

209

0

% total de quadrados (141) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)

100

No. total citações

41,7

No. total citações

% quadrados

30

60

2000

Distribuição do uso por tipo de ambiente - Praia

40

80

30

0

% total de quadrados (151) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)

100

40

0

No. médio famílias/quadrado

0

10

14,5

3000

No. médio citações/família /quadrado

20

20

41,0

40

No. total de citações de quadrados No. médio de citações/família/quadrado (-máx.)

333 1,5

RERU (115)

No. médio citações/família /quadrado

44,5

No. total citações

30

No. médio quadrados/família

% quadrados

80

Mo. médio famílias/quadrado

40

100

60

Distribuição do uso por tipo de ambiente - Furo/Paraná

% total de quadrados (173) No. médio de famílias/quadrado (-máx.)

1,6

PNJ (102)

3

1,0

RDSA (2)

No. médio citações/família /quadrado

Distribuição do uso por tipo de ambiente - Furo/Paraná

0

de recurso animal extraído foram estimadas em cerca de 29 ton./ ano para a RESEX Rio Unini, 26 ton./ano para o PARNA do Jaú e 6 ton./ano para a RDS Amanã (FIGURA 3.24). Peixes foi o grupo de recurso que mais contribuiu, com mais de 50% em biomassa extraída/ano no PARNA do Jaú e na RESEX Rio Unini, enquanto, na RDS Amanã, esse grupo foi representado por quelônios aquáticos (FIGURA 3.24). Essa alta proporção de quelônios aquáticos para a RDS Amanã, no entanto, representou cerca de 20% na biomassa extraída anualmente desse grupo animal nas UCs da bacia, como será apresentado abaixo. Na RESEX Rio Unini, a contribuição de quelônios aquáticos foi maior que no PARNA do Jaú (FIGURA 3.24). Esses valores estão detalhados na TABELA 3.12. A questão de como se deu a distribuição da biomassa a partir dos grupos de recursos animais nas UCs da bacia é apresentada a seguir.

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


64

PARTE 3

FIGURA 3.24. Contribuição total (na bacia) e de grupos de recursos animais em biomassa extraída por unidade de conservação, período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Considera valores de peixes extrapolados assumindo oito dias de pescaria por mês (ver texto). Foram utilizados 11 do total de 54 recursos de pesca declarados (97% do total de indivíduos do grupo) e todos os recursos declarados de quelônios aquáticos (100%) e caça (100%). Valores para quelônios aquáticos incluem indivíduos e ovos coletados.

Considerando a bacia do rio Unini, peixes compuseram quase a metade da biomassa animal extraída anualmente, a uma taxa de cerca de 30 ton./ano, seguidos de quelônios aquáticos e mamíferos, que compuseram cada um cerca de 25% da biomassa anual extraída, a uma taxa de cerca de 16 ton./ano (FIGURA 3.25). Quase a metade da biomassa anualmente extraída de peixes pertenceu à RESEX Rio Unini ou ao PARNA do Jaú, contra 5% pertencente à RDS Amanã (FIGURA 3.25). Mais da metade da biomassa anual de quelônios aquáticos pertenceu à RESEX Rio Unini, contra 29% e 20% do PARNA do Jaú e da RDS Amanã, respectivamente (FIGURA 3.25). Já em relação aos mamíferos, quase a metade da biomassa anual extraída pertenceu ao PARNA do Jaú, apesar de a RESEX Rio Unini contribuir de forma também importante para esse grupo animal, com 41% (FIGURA 3.25). Esses valores estão detalhados na TABELA 3.13.

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


65

PARTE 3

TABELA 3.12. Contribuição de grupos de recursos animais em biomassa extraída por unidade de conservação, período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). 1valores de peixes representam declarações dos dois últimos dias em que houve pescaria, 2valores de peixes extrapolados assumindo oito dias de pescaria por mês (ver texto). Foram utilizados 11 do total de 54 recursos de pesca declarados (97% do total de indivíduos do grupo) e todos os recursos declarados de quelônios aquáticos (100%) e caça (100%). Valores para quelônios aquáticos incluem indivíduos e ovos coletados. UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

Nº RECURSOS (Nº ESPERADO TÁXONS)

Nº FAMÍLIAS DECLARANTES

Nº REGISTROS

11 (22)

250

15.065

28.373,1

113.492,5

14.488,4 (49,7%)

10 (7)

217

2.862

62.347,2

62.347,2

7.959,2 (27,3%)

Mamíferos

18 (18)

161

1.156

50.607,6

50.607,6

6.460,5 (22,2%)

Aves

18 (23)

95

340

989,9

989,9

126,4 (0,4%)

2 (3)

25

50

891,0

891,0

113,7 (0,4%)

Total

59 (73)

254

19.473

143.208,9

Peixes

11 (22)

240

15.209

26.953,3

107.813,2

13.763,4 (52,7%)

10 (7)

209

1.778

35.244,3

35.244,3

4.499,3 (17,2%)

Mamíferos

17 (17)

194

1.633

59.977,5

59.977,5

7.656,7 (29,3%)

Aves

15 (18)

114

300

778,4

778,4

99,4 (0,4%)

3 (4)

21

31

777,2

777,2

99,2 (0,4%)

Total

56 (68)

244

18.951

123.730,7

Peixes

11 (22)

69

2.677

2.982,2

11.928,7

1.522,8 (25,0%)

10 (7)

60

730

24.089,4

24.089,4

3.075,2 (50,6%)

11 (11)

35

220

11.380,2

11.380,2

1.452,8 (23,9%)

8 (10)

17

64

201,7

201,7

25,7 (0,4%)

1 (2)

2

2

43,4

43,4

5,5 (0,1%)

41 (52)

73

3.693

38.696,9

47.643,4

6.082,1 (100,0%)

61 (75)

258

42.117

305.636,4

480.562,3

61.348,4

GRUPO Peixes Quelônios aquáticos

RESEX Rio Unini

Quel.terrestres e Crocod.

Quelônios aquáticos PARNA do Jaú

Quel.terrestres e Crocod.

Quelônios aquáticos RDS Amanã

Mamíferos Aves Quel.terrestres e Crocod. Total

Totais

BIOMASSA TOTAL 1 (KG)

1

BIOMASSA TOTAL 2 (KG)

2

KG/ANO (%)

228.328,3 29.148,3 (100,0%)

204.590,6 26.117,9 (100,0%)

FIGURA 3.25. Distribuição de biomassa extraída total (na bacia) e nas unidades de conservação por grupos de recursos animais, período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Considera valores de peixes extrapolados assumindo oito dias de pescaria por mês (ver texto). Foram utilizados 11 do total de 54 recursos de pesca declarados (97% do total de indivíduos do grupo) e todos os recursos declarados de quelônios aquáticos (100%) e caça (100%). Valores para quelônios aquáticos incluem indivíduos e ovos coletados.

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


66

PARTE 3

TABELA 3.13. Distribuição de biomassa extraída nas unidades de conservação por grupos de recursos animais, período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). 1valores de peixes representam declarações dos dois últimos dias em que houve pescaria, 2valores de peixes extrapolados assumindo oito dias de pescaria por mês (ver texto). Foram utilizados 11 do total de 54 recursos de pesca declarados (97% do total de indivíduos do grupo) e todos os recursos declarados de quelônios aquáticos (100%) e caça (100%). Valores para quelônios aquáticos incluem indivíduos e ovos coletados.

GRUPO

Peixes

Quelônios aquáticos

Mamíferos

Aves

UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

Nº FAMÍLIAS DECLARANTES

Nº REGISTROS

BIOMASSA TOTAL 1 (KG) 1

BIOMASSA TOTAL 2 (KG) 2

KG/ANO (%)

RESEX Rio Unini

11 (22)

250

15.065

28.373,1

113.492,5

14.488,4 (49%)

PARNA do Jaú

11 (22)

240

15.209

26.953,3

107.813,2

13.763,4 (46%)

RDS Amanã

11 (22)

69

2.677

2.982,2

11.928,7

1.522,8 (5%)

Total

11 (22)

257

32.951

58.308,6

233.234,5

29.774,6 (100%)

RESEX Rio Unini

10 (7)

217

2.862

62.347,2

62.347,2

7.959,2 (51%)

PARNA do Jaú

10 (7)

209

1.778

35.244,3

35.244,3

4.499,3 (29%)

RDS Amanã

10 (7)

60

730

24.089,4

24.089,4

3.075,2 (20%)

Total

10 (7)

243

5.370

121.680,9

121.680,9

15.533,7 (100%)

RESEX Rio Unini

18 (18)

161

1.156

50.607,6

50.607,6

6.460,5 (41%)

PARNA do Jaú

17 (17)

194

1.633

59.977,5

59.977,5

7.656,7 (49%)

RDS Amanã

11 (11)

35

220

11.380,2

11.380,2

1.452,8 (9%)

Total

19 (19)

222

3.009

121.965,3

121.965,3

15.570,0 (100%)

RESEX Rio Unini

18 (23)

95

340

989,9

989,9

126,4 (50%)

PARNA do Jaú

15 (18)

114

300

778,4

778,4

99,4 (40%)

8 (10)

17

64

201,7

201,7

25,7 (10%)

18 (23)

147

704

1.969,9

1.969,9

251,5 (100%)

RESEX Rio Unini

2 (3)

25

50

891,0

891,0

113,7 (52%)

PARNA do Jaú

3 (4)

21

31

777,2

777,2

99,2 (45%)

RDS Amanã

1 (2)

2

2

43,4

43,4

5,5 (3%)

Total

3 (4)

38

83

1.711,6

1.711,6

218,5 (100%)

RDS Amanã Total

Quelônios terrestres e Crocodilianos

Nº RECURSOS (Nº ESPERADO TÁXONS)

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


67

PARTE 4

PARTE 4

RECURSOS DE RELEVÂNCIA NO EXTRATIVISMO ANIMAL

Parâmetros de relevância de recursos animais Recursos animais destacados Como apresentado na TABELA 2.3 (Parte 2: Diversidade, importância relativa e uso de recursos naturais e produtos agrícolas), 19 recursos animais estiveram entre os 22 recursos naturais declarados por pelo menos 40% das famílias entrevistadas no SiMUR de 2008 a 2016. Os recursos animais compuseram cerca de 88% (100/113) dos recursos naturais utilizados na alimentação dos moradores. Neste documento, é atribuída importância aos recursos naturais em geral, pelo parâmetro da quantidade de famílias declarantes, dada a incompatibilidade de unidades utilizadas para diferentes recursos. No entanto, para recursos animais, é importante também conhecer a contribuição de cada recurso ou grupo de recurso como fonte de proteína animal. Nesta seção, os recursos animais são apresentados em ordem de relevância segundo sua contribuição em quantidade de famílias declarantes, quantidade de indivíduos declarados abatidos e taxas de abate por família. A contribuição em biomassa animal é tratada em separado logo abaixo na seção a seguir. A FIGURA 4.1 apresenta três listas de recursos animais, em ordem de importância, com base na quantidade de famílias entrevistadas que declararam seu uso (>40%), na proporção que representam no total de indivíduos declarados (>1%) e na taxa anual correspondente de indivíduos declarados por família entrevistada (>1 indivíduo por família/ano). Os valores para quelônios aquáticos foram separados entre indivíduos e ovos coletados em ninhos e os valores de ovos representam número de ninhos declarados predados versus número médio de ovos/ninho obtidos no SiMUR (veja TABELA 4.2 nesta seção: Cabeçudo, irapuca, tracajá e tartaruga-da-amazônia). Os valores de ovos são contabilizados da mesma forma que indivíduos. É importante considerar que os valores para peixes representam recordações mensais dos dois últimos dias de pescaria, ao contrário dos demais recursos, que representam recordações do mês inteiro. Entre os 21 recursos animais com maior representatividade em quantidade de famílias declarantes, 14 também estiveram entre os mais relevantes em proporção de indivíduos abatidos e em taxa de indivíduos abatidos por família entrevistada/ano (FIGURA 4.1). Estes recursos foram, em ordem decrescente de proporção de indivíduos abatidos: piranha, pacu, tracajá (ovos), irapuca (ovos), tucunaré, aracu, jaraqui, cará, pacuí, irapuca (indivíduos), cabeçudo (indivíduos), traíra, aruanã e tracajá (indivíduos). Outros 4 recursos não estiveram entre os mais relevantes na distribui-

ção total de indivíduos, mas estiveram entre os com maior taxa de indivíduos abatidos, a saber: paca, queixada, jacundá e arari. Os 3 restantes não estiveram entre os mais relevantes, tanto na distribuição total de indivíduos, como em taxas de indivíduos abatidos: caititu, anta e cutia. Três recursos animais que estiveram entre os mais relevantes na distribuição total de indivíduos e em taxas de indivíduos abatidos por família/ano, apesar do menor número de famílias declarantes (<40%), foram: cabeçudo (ovos), tartaruga (ovos) e branquinha, além de matrinchã. Com base nesse conjunto de parâmetros, foram considerados 24 recursos animais de destaque para esta seção: piranha, tucunaré, pacu, aracu e cará (primeiro grupo de peixes), traíra, jaraqui, pacuí, aruanã, jacundá e arari (segundo grupo de peixes), ovos e indivíduos de cabeçudo, irapuca, tracajá e tartaruga (quelônios aquáticos), paca, queixada, caititu, anta e cutia (recursos no contexto da caça). Os aspectos do uso de 18 desses recursos animais são apresentados em destaque ao longo desta seção. Peixes x Quelônios aquáticos x Caça: Contribuição estimada em biomassa extraída Nesta seção, é apresentado um exercício bastante preliminar sobre a contribuição em biomassa de recursos animais associados às práticas de pesca, captura e coleta de quelônios aquáticos e caça (contexto que inclui mamíferos, aves, quelônios terrestres e crocodilianos) na alimentação dos moradores. Infelizmente, a estrutura de coleta de dados do SiMUR não possui metodologias associadas de mensuração de biomassa dos animais abatidos. Assim, foram utilizados dados disponíveis na literatura científica (TABELA 4.1). O exercício foi aplicado para os registros de 57 recursos animais (TABELA 4.1), o que inclui todos os 24 identificados como mais relevantes na seção acima. Esses 57 recursos juntos respondem por 96% (42.509/44.447) do total de registros de recursos animais minimamente identificados e 97% (275.386/283.117) do total de indivíduos (e ninhos de quelônios aquáticos) declarados no SiMUR no período de 2008 a 2016. Foram considerados apenas 11 do total de 54 espécies ou grupos de espécies de peixes, dadas as dificuldades de obtenção de dados para todos eles. Esta amostra responde por 94% (33.123/35.061) do total de registros de peixes e 97% (240.856/248.587) do total de indivíduos desse grupo. Para quelônios aquáticos foram consideradas todas as 6 espécies (indivíduos + ovos), 100% (5.511/5.511) do total de registros de quelônios aquáticos e 100% (28.276/28.276) do total de

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


68

PARTE 4

indivíduos e ninhos desse grupo. Para os recursos associados à caça (aves, mamíferos, quelônios terrestres e crocodilianos), foram consideradas todas as 40 espécies ou grupos de espécies, 100% (3.875/3.875) do total de registros de caça e 100% (6.354/6.354) do total de indivíduos desse grupo. É importante considerar que, posteriormente, os valores de ovos são contabilizados como indivíduos e representam número de ninhos declarados predados versus número médio de ovos/ninho obtidos para cada espécie (veja TABELA 4.2 nesta seção: Cabeçudo, irapuca, tracajá e tartaruga-da-amazônia).

A TABELA 4.1 apresenta as medidas de peso corporal (kg/indivíduo) assumidas para cada um destes recursos. Foi priorizado o uso de dados disponibilizados por fontes de estudos que amostraram espécimes capturados em práticas de extrativismo animal, em detrimento de medidas de médias gerais para as espécies; mesmo considerando as diferenças geográficas entre populações da mesma espécie, essas medidas parecem mais realísticas e adequadas, dadas as condições semelhantes em que animais são abatidos (uso de apetrechos e técnicas de caça, pesca) (TABELA 4.1).

FIGURA 4.1. Importância de recursos animais com base em quantidades totais de famílias declarantes (total=262 famílias entrevistadas), distribuição do total de indivíduos declarados (N=356.218) e taxas indivíduos declarados por família entrevistada/ano, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). São listados os recursos declarados por pelo menos 40% de famílias entrevistadas, recursos que compuseram pelo menos 1% do total de indivíduos declarados e recursos com pelo menos 1 indivíduo declarado por família/ano. Para peixes, os valores representam declarações dos dois últimos dias em que houve pescaria. Ovos de quelônios foram contabilizados como indivíduos com base nas médias totais de ovos/ninho declarado (TABELA 4.1). *Inclui tartaruga (indivíduos). Total de registros = 44.608.

Importância x % de indivíduos (distribuição) Piranha

26,7

Pacu

11,5

Tracajá (ovos)

10,5

Irapuca (ovos)

9,5

Tucunaré

6,4

Aracu

5,8

Jaraqui

4,8

Cará

4,4

Pacuí

4,3

Irapuca (indiv.)

2,6

Cabeçudo (indiv.)

2,6

Traíra

2,3

Cabeçudo (ovos)

1,8

Aruanã

Im portância x % de fam ílias entrevistadas Piranha Tucunaré Pacu Aracu Cará Traíra Cabeçudo (indiv.) Irapuca (indiv.) Jaraqui Paca Tracajá (indiv.) Queixada Pacuí Aruanã Jacundá Irapuca (ovos) Caititu Anta Tracajá (ovos) Cutia Arari Outros 81

0,7

Tracajá (indiv.)

0,6

Tartaruga (ovos)

0,5

Branquinha

0,5

Outros 87* 96 95

4,3 0

10

20

30

% de indivíduos declarados (N=356.218)

94 93 90 84 81 79 77 65 64 64 63 63 61 55 49 45 45 44 44 <40% 0

50

100

% de famílias entrevistadas (total=262 famílias)

Importância x taxa indivíduos por família entrevistada/ano Piranha Pacu Tracajá (ovos) Irapuca (ovos) Tucunaré Aracu Jaraqui Cará Pacuí Irapuca (indiv.) Cabeçudo (indiv.) Traíra Cabeçudo (ovos) Aruanã Tracajá (indiv.) Tartaruga (ovos) Branquinha Paca Jacundá Queixada Arari Matrinchã Outros 82*

46 20 18 17 11 10 8 8 8 5 4 4 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 <1 0

10

20

30

40

50

Indivíduos declarados por família entrevistada/ano

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


69

PARTE 4

TABELA 4.1. Medidas de peso corporal (kg/indivíduo) de espécies ou grupos de espécies assumidas para estimativa de biomassa extraída. Valor kg/indivíduo: Taxa = valor calculado com base em dados de peso total pelo número total de espécimes capturados, encontrados em fontes bibliográficas; Média = valor de peso médio para a espécie; Mínimo = valor de peso mínimo para a espécie; Amplitude = valor de peso mínimo e máximo ou de peso médio para a espécie. *Foram utilizados 11 do total de 54 recursos de pesca declarados e todos os recursos declarados de quelônios aquáticos e caça.

GRUPO / NOME

FONTE

AMPLITUDE (KG/ INDIVÍDUO)

TÁXON ESPERADO

KG / INDIVÍDUO

VALOR

AMOSTRAS QUE BASEARAM AS TAXAS

Aracu

cf. Leporinus spp., Laemolyta spp., Pseudanos sp.

0,104

Taxa

50 espécimes (Laemolyta taeniata, Leporinus fasciatus, Leporinus friderici, Pseudanos trimaculatus)

Carrillo Moreno 2013, Loebens 2016

0,035-0,190

Arari

cf. Chalceus sp.

0,119

Taxa

2 espécimes (Chalceus erythrurus)

Loebens 2016

0,119-0,119

Aruanã

cf. Osteoglossum ferreirai

0,998

Taxa

932 espécimes (Osteoglossum bicirrhosum, Osteoglossum ferreirai)

Coimbra et al. 2017, Farias et al. 2017

0,927-1,150

Cará

Astronotus spp., Chaetobranchus spp., Geophagus sp., Heros sp., Uaru sp.

0,437

Taxa

94 espécimes (Astronotus sp., Geophagus proximus, Heros efasciatus, Heros severus, Uaru amphiacanthoides)

Coimbra et al. 2017, Loebens 2016

0,144-0,470

Jacundá

cf. Crenicichla sp.

0,095

Taxa

5 espécimes (Crenicichla cincta, Crenichla johanna)

Carrillo Moreno 2013

0,051-0,124

Jaraqui

cf. Semaprochilodus sp.

0,240

Taxa

8 espécimes (Semaprochilodus insignis, Semaprochilodus taeniurus)

Loebens 2016

0,223-0,355

Pacu/Pacuí

Myleus sp., Metynnis sp.

0,122

Taxa

136 espécimes (Metynnis sp., Metynnis argenteus, Metynnis hypsauchen, Myleus asterias)

Farias et al. 2017, Loebens 2016

0,078-0,206

Piranha

Serrasalmus spp., Pristobrycon sp., Pygocentrus sp.

0,185

Taxa

494 espécimes (Pristobrycon sp. Serrasalmus eigenmanni, Serrasalmus elongatus, Serrasalmus gouldingi, Serrasalmus hastatus, Serrasalmus rhombeus, Pygocentrus nattereri)

Carrillo Moreno 2013, Coimbra et al. 2017, Farias et al. 2017, Loebens 2016

0,045-0,312

Traíra

cf. Hoplias malabaricus

0,364

Taxa

11 espécimes (Hoplias malabaricus)

Carrillo Moreno 2013, Farias et al. 2017

0,316-0,382

Tucunaré

cf. Cichla ocellaris, Cichla temensis

0,668

Taxa

1.826 espécimes (Cichla sp., Cichla monoculus, Cichla temensis)

Coimbra et al. 2017, Loebens 2016

0,145-0,694

PESCA*:

COLETA E CAPTURA DE QUELÔNIOS AQUÁTICOS: Lalá

Mesoclemmys raniceps

2,000

Média

-

Testudines.org 2017

Matamatá

Chelus fimbriata

6,000

Taxa

1 espécime (Chelus fimbriatus)

Valsecchi & Amaral 2009

10,854

Cabeçudo

Peltocephalus dumerilianus

8,800

Média

-

AVPH 2017a

8,000-15,000

Irapuca

Podocnemis erythrocephala

2,000

Média

-

AVPH 2017b

-

Tartaruga

Podocnemis expansa

25,000

Média

-

Vogt 2008

Tracajá

Podocnemis unifilis

5,400

Taxa

36 espécimes (Podocnemis unifilis)

Valsecchi & Amaral 2009

Cabeçudo (ovo)

Peltocephalus dumerilianus

0,042

Média

-

Ferrara et al. 2017

-

Irapuca (ovo)

Podocnemis erythrocephala

0,018

Média

-

Ferrara et al. 2017

-

Tartaruga (ovo)

Podocnemis expansa

0,031

Média

-

Ferrara et al. 2017

-

Tracajá (ovo)

Podocnemis unifilis

0,029

Média

-

Ferrara et al. 2017

-

Arara

Ara spp.

0,900

Taxa

1 espécime (Ara spp.)

Valsecchi & Amaral 2009

Coro-coró

Mesembrinibis cayennensis

0,865

Média

-

EOL 2017a

Cujubim

Aburria cumanensis

3,000

Taxa

2 espécimes (Pipile cumanensis)

Valsecchi & Amaral 2009

Galega

Patagioenas sp.

0,255

Média

-

EOL 2017b

Gavião-real

Harpia harpyja

1,500

Taxa

1 espécime (Harpia harpyja)

Valsecchi & Amaral 2009

6,000

CAÇA: AVES 1,220 1,270 0,255-0,262 5,000 Continua »

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


70

PARTE 4

GRUPO / NOME

TÁXON ESPERADO

KG / INDIVÍDUO

VALOR

AMOSTRAS QUE BASEARAM AS TAXAS

FONTE

AMPLITUDE (KG/ INDIVÍDUO)

Inambu

Tinamus major, Crypturellus cinereus

0,980

Taxa

5 espécimes (Tinamus major, Crypturellus sp.)

Valsecchi & Amaral 2009

Jaburu

Jabiru mycteria, Mycteria americana

5,470

Média

-

EOL 2017c

-

Jacamim

Psophia crepitans

1,100

Média

-

EOL 2017d

-

Jacu

Penelope jacquacu

1,716

Média

-

EOL 2017e

-

Macucaua

Crypturellus undulatus

0,750

Taxa

2 espécimes (Crypturellus undulatus)

Valsecchi & Amaral 2009

0,569-0,621

Maguari

Ardea cocoi

2,000

Taxa

1 espécime (Ardea cocoi)

Valsecchi & Amaral 2009

1,937

Mergulhão

Phalacrocorax brasilianus, Anhinga anhinga

1,300

Média

-

EOL 2017f

Mutum

Pauxi tuberosa, Pauxi tomentosa

2,667

Taxa

3 espécimes (Crax globulosa, Mitu tuberosa)

Valsecchi & Amaral 2009

Papagaio

Amazona spp., Pionus spp.

0,430

Média

-

EOL 2017g

Pato

Cairina moschata

2,429

Taxa

7 espécimes (Cairina moschata)

Valsecchi & Amaral 2009

4,300

Socó

Tigrisoma lineatum

0,500

Taxa

1 espécime (Tigrisoma lineatum)

Valsecchi & Amaral 2009

0,980

Tucano

Ramphastos spp.

0,595

Mínimo

-

EOL 2017h

0,595-0,700

Urumutum

Nothocrax urumutum

1,000

Média

-

EOL 2017i

-

1,142

1,200-1,400 2,813 -

CAÇA: MAMÍFEROS Anta

Tapirus terrestris

112,750

Taxa

6 espécimes (Tapirus terrestris)

Valsecchi & Amaral 2009

169,496

Caititu

Pecari tajacu

17,200

Taxa

3 espécimes (Tayassu tajacu)

Valsecchi & Amaral 2009

18,000

Capivara

Hydrochoerus hydrochaeris

40,000

Taxa

1 espécime (Hydrochaeris hydrochaeris)

Valsecchi & Amaral 2009

35,000

Cutia

Dasyprocta fuliginosa

4,785

Taxa

54 espécimes (Dasyprocta fuliginosa)

Valsecchi & Amaral 2009

3,500

Cutiara

Myoprocta pratti

0,800

Mínimo

-

Bonvicino et al. 2008

Macaco-bicó

Cacajao melanocephalus

2,258

Taxa

6 espécimes (Cacajao melanocephalus)

Valsecchi & Amaral 2009

Macaco-cairara

Cebus albifrons

1,800

Média

-

Ravetta & Muniz 2015

1,400-3,300

Macaco-cheiro

Saimiri sciureus

0,635

Mínimo

-

Paim et al. 2015

0,635-0,740

Macaco-guariba

Alouatta seniculus

5,700

Taxa

10 espécimes (Alouatta seniculus)

Valsecchi & Amaral 2009

6,020

Macaco-prego

Sapajus apella

3,125

Taxa

8 espécies (Cebus macrocephalus)

Valsecchi & Amaral 2009

2,385

Paca

Cuniculus paca

7,669

Taxa

52 espécimes (Cuniculus paca)

Valsecchi & Amaral 2009

9,300

Peixe-boi

Trichechus inunguis

290,300

Taxa

3 espécimes (Trichechus inunguis)

Valsecchi & Amaral 2009

167,594

Quati

Nasua nasua

3,000

Mínimo

-

EOL 2017j

Queixada

Tayassu pecari

25,553

Taxa

135 espécimes (Tayassu pecari)

Valsecchi & Amaral 2009

Tatu-15 quilos

Dasypus kappleri

8,500

Mínimo

-

Miranda et al. 2015

Tatu-canastra

Priodontes maximus

26,800

Média

-

EOL 2017k

Tatu-galinha

Dasypus novemcinctus

3,200

Mínimo

-

Silva et al. 2015

Veado-mateiro

Mazama americana

33,717

Taxa

6 espécimes (Mazama americana)

Valsecchi & Amaral 2009

23,000

Veado-roxo

Mazama nemorivaga

12,667

Taxa

3 espécimes (Mazama nemorivaga)

Valsecchi & Amaral 2009

15,600

Jabuti-amarelo

Chelonoidis denticulatus

7,240

Taxa

5 espécimes (Geocheloni denticulata)

Valsecchi & Amaral 2009

15,000

Jacaré-açu

Melanosuchus niger

120,000

Taxa

2 espécimes (Melanosuchus niger)

Valsecchi & Amaral 2009

300,000

Jacaretinga

Caiman crocodilus

20,000

Taxa

1 espécime (Caiman crocodilus)

Valsecchi & Amaral 2009

40,000

0,800-1,200 2,500

3,000-6,000 31,799 8,500-10,500 18,700-32,300 3,200-4,100

CAÇA: RÉPTEIS

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


71

PARTE 4

Com base nas medidas da TABELA 4.1, a FIGURA 4.2(A) apresenta a contribuição em biomassa desses recursos animais em ordem de importância, de acordo com as quantidades de indivíduos declarados no SiMUR. Dezenove recursos contribuíram com pelo menos 1% do total de biomassa, sendo que um quelônio aquático (cabeçudo) e dois mamíferos (anta e queixada) sozinhos responderam por 55% do total de biomassa calculada. No entanto, neste exercício, 43 espécies ou grupos de espécies de peixes que respondem por 3% do total de indivíduos do grupo não estão representados e a amostragem de peixes fornece dados baseados apenas na recordação dos dois últimos dias de pescaria do mês e não do mês inteiro, como é fornecido para recursos associados à caça e para quelônios aquáticos. Por ser uma atividade frequente, em comparação às outras práticas de extrativismo animal, não é registrada no SiMUR a recordação sobre o número total de dias de pescaria do mês. Desta forma, para se ter uma base da representatividade da amostragem de peixes do SiMUR (dois dias de pescaria) na escala mensal, foram utilizados os resultados de um monitoramento do consumo de proteína animal em comunidades dos rios Jaú e Unini conduzido por Pezzuti et al. (2004). Na amostra de 260 refeições recordadas em domicílios, cerca de 47% foi constituída

primordialmente por aves ou mamíferos, 40% por peixes, 11% por quelônios aquáticos e 3% não continha proteína animal (Pezzuti et al. 2004). Considerando uma base de 60 refeições por mês (duas por dia), temos que 24 delas seria constituída por peixe. Assumindo que cada dia de refeição em que peixe foi a principal fonte de proteína animal constituiu um dia de pescaria, tem-se 12 dias de pescaria/mês. Nesse caso, dois dias de pescaria representariam 17% do total de dias de pescaria do mês. A fim de evitar super-estimativas de dias de pescaria/mês (ainda que não se tenha essa medida), assumiu-se, para fins deste exercício, 8 dias de pescaria/mês por família, e dois dias representariam 25% do total de dias de pescaria/mês. Nesse contexto, a FIGURA 4.2(B) apresenta a contribuição em biomassa de recursos animais em ordem de importância, a partir da extrapolação dos valores de biomassa de peixes, que assume que os valores obtidos de biomassa para peixes em dois dias de pescaria/mês representam 25% da biomassa extraída em oito dias de pescaria/mês (valor extrapolado = valor da biomassa com base na amostragem do SiMUR x 100 / 25). Nessa situação, um quelônio aquático (cabeçudo), dois peixes (piranha e tucunaré) e um mamífero (anta), responderiam por 55% do total de biomassa extraída.

FIGURA 4.2. Importância de recursos animais com base em biomassa extraída, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). São listados os recursos que compuseram pelo menos 1% do total de biomassa calculada. A = valores de peixes representam declarações dos dois últimos dias em que houve pescaria. B = valores de peixes extrapolados assumindo oito dias de pescaria por mês (ver texto). Foram utilizados 11 do total de 54 recursos de pesca declarados (97% do total de indivíduos do grupo) e todos os recursos declarados de quelônios aquáticos (100%) e caça (100%). *Valores para quelônios aquáticos incluem indivíduos e ovos coletados. Importância x Biomassa (A) Cabeçudo Anta Queixada Irapuca Piranha Tucunaré Tartaruga Tracajá Paca Caititu Cará Pacu Jaraqui Traíra Cutia Aruanã Veado-mateiro Aracu Pacuí Outros 38

Importância x Biomassa (B) 25,8 17,7 11,5

6,1 5,6 4,8 4,3 4,2 3,8 3,6 2,2 1,6 1,3 1,0 0,9 0,8 0,8 0,7 0,6 2,6 0

10

20

% de Kg (N=40.017 Kg/ano)

30

Cabeçudo Piranha Tucunaré Anta Queixada Cará Pacu Irapuca Jaraqui Tartaruga Tracajá Paca Traíra Caititu Aruanã Aracu Pacuí Cutia Veado-mateiro Outros 38

16,5 14,3 12,4 11,3 7,4 5,6 4,1 3,9 3,3 2,8 2,7 2,5 2,4 2,3 2,1 1,8 1,5 0,6 0,5 1,8 0

10

20

% de Kg (N=62.468 Kg/ano)

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR

30


72

PARTE 4

A FIGURA 4.3 (A) apresenta as contribuições das práticas de pesca, captura e coleta de quelônios aquáticos e caça (contexto que inclui mamíferos, aves, quelônios terrestres e crocodilianos) para a biomassa total calculada a partir dos dados do SiMUR. Recursos associados à caça e quelônios aquáticos contribuem de forma similar para grande parte da biomassa total, com os mamíferos contribuindo para a maior parte da biomassa do contexto caça. Da mesma forma que no exercício anterior, são apresentadas na FIGURA 4.3 (B) as contribuições dessas categorias a partir da extrapolação dos valores de biomassa de peixes. Nessa situação, os peixes contribuíram com quase metade (48%) da biomassa total extraída. A FIGURA 4.4 apresenta a distribuição da biomassa total ao

longo de um ciclo anual, a partir da extrapolação dos valores de biomassa de peixes. A biomassa animal total extraída tendeu a aumentar no segundo semestre, com o aumento da contribuição de recursos aquáticos (peixes e quelônios). Esses meses coincidem com o período do final da enchente, vazante e início da seca do rio. Já a contribuição em biomassa de recursos associados à caça, em grande parte representados por recursos terrestres, tendeu a aumentar nos meses que coincidem com o período da cheia e início da vazante. Ao longo dessa seção poderá ser observado que essas flutuações na captura e coleta de alguns dos recursos animais mais relevantes acompanham a dinâmica de enchente e cheia do rio, que permite a formação de ambientes críticos para o extrativismo animal.

FIGURA 4.3. Contribuição das práticas de pesca, caça (contexto que inclui mamíferos, aves, quelônios terrestres e crocodilianos) e captura e coleta de quelônios aquáticos, em biomassa extraída, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). A = valores de peixes representam declarações dos dois últimos dias em que houve pescaria. B = valores de peixes extrapolados assumindo oito dias de pescaria por mês (ver texto). Foram utilizados 11 do total de 54 recursos de pesca declarados (97% do total de indivíduos do grupo) e todos os recursos declarados de quelônios aquáticos (100%) e caça (100%). *Valores para quelônios aquáticos incluem indivíduos e ovos coletados.

Recurso animal x Distribuição de biomassa (A1)

Recurso animal x Distribuição de biomassa (B1) 47,9

50 40,8

40,5

40

% de biomassa total (N=489.292 kg)

% de biomassa total (N=313.464 kg)

50

30 18,7

20 10

40 30

Peixes (11)

Quelônios aquáticos (6)

Peixes (11)

Caça (40)

Recurso animal x Distribuição de biomassa (B2) 50 39,6

% de biomassa total (N=489.292 kg)

% de biomassa total (N=313.464 kg)

40,5

30 20

18,7

10 0

0,6

Peixes

(11)

Caça (40)

Contexto espécies ou grupos) Contexto(N(Nº espécies ou grupos)

Recurso animal x Distrbuição de biomassa (A2)

40

Quelônios aquáticos (6)

10

Contexto (Nºespécies espéciesouougrupos) grupos) Contexto (N

50

26,1

20

0

0

26,0

Quelônios Mamíferos (19) Aves aquáticos (6)

0,5

(18) Que.terrestres /Crocodilianos

Grupo (Nº(N espécies ouou grupos dede espécies) Grupo espécies grupos espécies)

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018

47,9

40 30

26,0

25,4

20 10 0

0,4

Peixes

(11)

Quelônios Mamíferos (19) Aves aquáticos (6)

Grupo (N espécies ou grupos de espécies)

0,4

(18) Que.terrestres /Crocodilianos

Grupo (Nº espécies ou grupos de espécies)


73

PARTE 4

FIGURA 4.4. Contribuição das práticas de pesca, captura e coleta de quelônios aquáticos e caça (contexto que inclui mamíferos, aves, quelônios terrestres e crocodilianos), em biomassa extraída ao longo de um ciclo anual, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Valores de peixes extrapolados assumindo oito dias de pescaria por mês (ver texto). Foram utilizados 11 do total de 54 recursos de pesca declarados (97% do total de indivíduos do grupo) e todos os recursos declarados de quelônios aquáticos (100%) e caça (100%). *Valores para quelônios aquáticos incluem indivíduos e ovos coletados.

Distribuição de biomassa animal x Ciclo anual

Distribuição de biomassa animal x Ciclo anual 56 51

50

40

39 33

33 26

43

39

38

28

20

0

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out

Caça

Quelônios aquáticos

30

53

Toneladas de biomassa (N=489,3 ton)

Toneladas de biomassa (N=489.3 ton)

60

Peixes

20

10

0

Nov Dez

Piranha, tucunaré, pacu, aracu e cará Importância Os peixes compuseram o grupo mais diverso de recursos naturais declarados pelas famílias participantes do SiMUR no período de 2008 a 2016 (Parte 2: Diversidade, importância relativa e uso de recursos naturais e produtos agrícolas). Do total de 164 recursos declarados, 113 são consumidos na alimentação, dos quais 100 são de origem animal e 54 são espécies ou grupos de espécies de peixes. Onze grupos de espécies de peixes estiveram entre os 22 recursos naturais mais relevantes em número de famílias declarantes do SiMUR no período de 2008 a 2016 (veja TABELA 2.3). Eles são representantes das famílias Serrasalmidae (piranha e pacuí), Cichlidae (tucunaré, cará e jacundá), Characidae (pacu e arari), Anostomidae (aracu), Erythrinidae (traíra), Prochilodontidae (jaraqui) e Osteoglossidae (aruanã). Nesta seção são apresentados dados sobre os cinco mais relevantes, declarados por pelo menos 90% das famílias participantes, a piranha (7 variantes nominais, ~3 gêneros possíveis), o tucunaré (6 variantes nominais, 1 gênero possível), o pacu (15 variantes nominais, ~2 gêneros possíveis), o aracu (17 variantes nominais, ~3 gêneros possíveis) e o cará (29 variantes nominais, ~5 gêneros possíveis). Esses cinco grupos de peixes responderam juntos por 76% (26.645/35.174) do total de registros de peixes e 60% (26.645/44.608) do total de registros de recursos animais declarados pelos moradores para alimentação. Os perfis de exploração desses peixes são apresentados a seguir, com base na flutuação das declarações ao longo do ciclo anual e nos tipos de ambiente declarados em cada registro de captura.

Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out Nov Dez

longo de todo o ciclo anual, porém com flutuações específicas na procura (proporção de famílias declarantes) e no rendimento (indivíduos pescados/família). As piranhas, que formaram o grupo de espécies de maior relevância em número de famílias declarantes, apresentaram aumento no rendimento de indivíduos pescados/família a partir do mês de setembro até o mês de janeiro, período que coincide com o pico da vazante e a seca do rio (FIGURA 4.5). Esses cinco meses concentraram metade do total de indivíduos declarados pescados, com pico de rendimento no mês de outubro (FIGURA 4.5). As flutuações na procura e no rendimento ao longo do ciclo anual foram mais acentuadas para os demais grupos de peixes. Para os ciclídeos (tucunarés e carás), o aumento na procura e no rendimento ocorreram aproximadamente a partir dos meses de junho e julho, prolongando-se até o mês de janeiro, período que coincide com o pico da cheia, a vazante e a seca do rio, com picos de rendimento no mês de setembro (tucunaré) podendo se prolongar até a seca (cará) (FIGURA 4.5). Os pacus apresentaram um padrão semelhante de aumento no rendimento a partir do mês de outubro até janeiro, período de coincide com o final da vazante e a seca, porém não acompanhado pela procura (FIGURA 4.5). Para aracus, as flutuações na procura e no rendimento tenderam ao aumento nos meses de maio a julho, período que coincide com a cheia do rio (FIGURA 4.5). Essas tendências são melhor descritas na seção a seguir, onde as flutuações ao longo do ciclo anual são avaliadas nos ambientes onde os recursos foram coletados.

Intensidade de uso ao longo do ciclo anual Os cinco grupos de espécies em questão são capturados ao Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


74

PARTE 4

FIGURA 4.5. Flutuações na captura de cinco grupos de espécies de peixes mais relevantes no extrativismo animal ao longo do ciclo anual, com base nas quantidades mensais de famílias declarantes e indivíduos pescados (distribuição e taxas de indivíduos/família), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). As declarações mensais representam recordações dos dois últimos dias em que houve pescaria. São indicados os números de espécies minimamente esperados para cada grupo. Total de registros = 26.645.

100

89,8

90,0

90,3

91,2

89,8

84,1

80

82,4

77,8

86,6

91,3

89,8

30

87,7

51,7 43,6

60

20

38,5

39,9

35,2

36,2

36,1

39,9

40

10

20

8,1

6,9

7,8

7,0

6,7

7,6

48,9

60 44,6

40 10,9

6,9

56,1

38,0

%

%

% de indivíduos pescados piranha (N=94.939) Indivíduos pescados/família

Piranha x Ciclo anual (7 nomes, ~3 spp.)

% de famílias que declararam piranha

12,3

10,0

7,3

8,4

20

Indivíduos

Piranha x Ciclo anual (7 nomes, ~3 spp.)

0 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (177) (171) (186) (187) (184) (175) (182) (182) (200) (209) (194) (178)

N famílias que declararam recurso animal

50,5

52,2

50,2

58,7

78,2

87,0

86,5

84,3

% de indivíduos pescados tucunaré (N=22.759) Indivíduos pescados/família

30

77,8

16,9

10

3,7

0

8,3

7,3

3,8

3,4

77,6

77,1

74,0

73,3

30 64,5

60

57,6

59,4

65,7

66,5

11,1

9,4

24,3

9,7

21,5

21,4

8,3

8,2

16,3

15,6

6,1

6,2

0 0

40

53,8

57,4

76,6

76,0

18,0

30

75,1

14,5

55,1 33,8

14,4 5,3

11,0 6,4

9,1

20

0

30,6

38,0

42,4

% de indivíduos pescados aracu (N=20.637) Indivíduos pescados/família

Aracu x Ciclo anual (18 nomes, ~3 spp.)

20

15,7 12,9

%

%

60

76,6

9,2

19,6

N famílias declarantes

% de famílias que declararam aracu

74,3

26,4

27,8

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (141) (147) (163) (159) (158) (154) (162) (151) (133) (136) (142) (135)

N famílias que declararam recurso animal

80

40

33,2 26,2

10

20

100

0

% de indivíduos pescados pacu (N=41.004) Indivíduos pescados/família

32,3

20

40

Aracu x Ciclo anual (18 nomes, ~3 spp.)

8,3

6,0

Pacu x Ciclo anual (15 nomes, ~2 spp.)

% de famílias que declararam pacu

79,1

3,4

10

12,5

9,1

N famílias declarantes

%

%

77,4

14,6

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (142) (124) (104) (107) (103) (122) (152) (183) (201) (198) (182) (158)

N famílias que declararam recurso animal

71,6

13,6

7,5

6,6

0

80

15,1

20 15,6 11,9

11,1

10,5 6,9

20

100

16,8

13,6

20

40

Pacu x Ciclo anual (15 nomes, ~2 spp.)

17,1

Indivíduos

65,3

60

68,8

%

%

72,1

Tucunaré x Ciclo anual (6 nomes, ~2 spp.)

Indivíduos

% de famílias que declararam tucunaré

100 80

N famílias declarantes

11,7

10

20

7,5

6,8

17,8

14,6

11,1

20

16,7 13,1

13,7

13,7

13,4

10,3

N famílias que declararam recurso animal

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018

8,3

3,2

2,8

6,4

0 0

8,3

11,0

10 5,2

4,6

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (106) (109) (153) (157) (157) (158) (166) (129) (78) (70) (82) (86) N famílias declarantes

0

Indivíduos

Tucunaré x Ciclo anual (6 nomes, ~2 spp.)

0


75

PARTE 4

100

30 50,3

58,7 45,3

40

41,3

40,5

59,3

64,1

58,4

54,1

63,0

57,6

20

40,0

15,3 11,1

10

20

7,0

0 0

11,2

10,6

%

%

80 60

% de indivíduos pescados cará (N=15.674) Indivíduos pescados/família

Cará x Ciclo anual (29 nomes, ~5 spp.)

% de famílias que declararam cará

5,8

7,9

7,5

4,3

4,0

6,6 3,5

7,3

9,4

12,7 12,2

13,2

13,8

10,9

15,5

13,5

20 14,3

10,7

5,7

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (99) (86) (85) (83) (82) (122) (131) (150) (135) (124) (136) (117)

N famílias que declararam recurso animal

10

Indivíduos

Cará x Ciclo anual (29 nomes, ~5 spp.)

0

N famílias declarantes

concentrando 65% do total de indivíduos declarados (FIGU-

Intensidade de uso de ambientes Lagos compuseram o ambiente mais importante na pro-

RA 4.6). As matas de igapó não apresentaram, no entanto, flu-

cura (proporção de famílias declarantes) e no rendimento (in-

tuação acentuada no rendimento ao longo do ciclo anual, ao

divíduos pescados/família) para os ciclídeos (tucunaré e cará),

contrário de ambiente de lagos, na captura de pacus (FIGURA

concentrando 38% (tucunaré) e 44% (cará) do total de indi-

4.7). Já a captura de aracus é concentrada em matas de igapó,

víduos declarados (FIGURA 4.6). No período do ano em que

que responderam por 43% do total de indivíduos declarados,

não há formação de lagos, isto é, a partir de fevereiro a agosto,

seguidas de lagos e igarapés (FIGURA 4.6). No entanto, o ren-

as matas de igapó assumem a importância na captura desses

dimento em igarapés é em média mais alto que em lagos e ma-

peixes, porém, em média, não superam o rendimento dos lagos

tas de igapó, na captura de aracus (FIGURA 4.7). Estes dados

no período da vazante e da seca (FIGURA 4.7). Lagos, matas

representam 98% do total de registros obtidos para os cinco

de igapó e rio foram os ambientes mais importantes na captura

peixes (26.109/26.645).

de piranhas, principalmente os dois primeiros, que apresentaram os maiores rendimentos e concentraram 52% do total de

Flutuações anuais

indivíduos declarados (FIGURA 4.6). Assim como os lagos, o

As proporções anuais de famílias declarantes e as taxas anu-

rio é um ambiente mais procurado e mais produtivo nos perí-

ais de captura do período de 2009 a 2016 dos grupos de es-

odos de vazante e seca (FIGURA 4.7). Matas de igapó e lagos

pécies de peixes em questão não apresentaram tendências de

foram os ambientes mais importantes para a captura de pacus,

incremento ou diminuição (FIGURA 4.8).

FIGURA 4.6. Importância relativa de tipos de ambientes na captura de cinco grupos de espécies de peixes mais relevantes no extrativismo animal, com base na quantidade de famílias declarantes e indivíduos pescados (distribuição e taxas de indivíduos/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). As declarações mensais representam recordações dos dois últimos dias em que houve pescaria. São indicados os números de espécies minimamente esperados para cada grupo. Total de registros = 26.109.

100

85,3

100

84,1 69,4

40 20 0

106,0

114,8

34,1

25,0

21,8

100

82,3

80

60 40

13,9

120 87,5

80

63,5

60

% de indivíduos pescados piranha (N=92.834) Indivíduos pescados/família

Piranha x Ambientes (7 nomes, ~3 spp.)

%

%

80

89,7

% de famílias que declararam piranha (252)

20 0

25,8

26,6

20,0

15,5

31,5

32,9

5,4

3,1

60 22,4

24,1

1,5

1,4

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR

18,8 0,7

40 20 0

Indivíduos

Piranha x Ambientes (7 nomes, ~3 spp.)


76

PARTE 4

56,5

53,6

40

22,2

20

19,0

60 40

16,1

12,9

59,2

56,3

80 49,4 29,0

23,3

20

2,0

48,1

46,1 22,6

20

23,6

22,1

8,1

6,6

9,5

42,1

60

43,4

21,1

40 18,6

19,6

3,3

2,8

14,3 16,9

18,1

8,3

100 70,8

1,3

4,6 0,1

20 0

13,5 7,5

10,7 2,9

10,2 1,6

20 6,0 0,7

8,2 0,6

0

% de indivíduos pescados cará (N=15.511) Indivíduos pescados/família

Cará x Ambientes (29 nomes, ~5 spp.)

40

35,7

80 50,4

44,5

%

80,9

% de famílias que declararam cará (236)

14,5

25,2

0

Cará x Ambientes (29 nomes, ~5 spp.)

0

40

20

5,8

0

0,6

% de indivíduos pescados aracu (N=20.183) Indivíduos pescados/família

Aracu x Ambientes (18 nomes, ~3 spp.)

40 13,2

4,0

1,0

35,6

12,8

80

59,7

40

%

37,2

20

%

60

20

27,9

100 66,7

5,4

60

60

85,6

80 %

% de famílias que declararam aracu (243)

3,9

80

0

Aracu x Ambientes (18 nomes, ~3 spp.)

40

1,8

20

55,2

40

14,7

0

60

10,1

7,3

% de indivíduos pescados pacu (N=40.374) Indivíduos pescados/família

77,9

100

40

80

8,5

Pacu x Ambientes (15 nomes, ~2 spp.)

78,8

60

%

% de famílias que declararam pacu (245)

%

83,3

80

100

14,2

18,7

17,0

0

Pacu x Ambientes (15 nomes, ~2 spp.)

100

13,6 21,9

20

0

100

18,8 38,1

Indivíduos

%

80

68,1

60

40 27,3

40,7 15,3

15,3

60 40

6,8

5,9

0

20 0

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018

43,9

20,3 13,5 21,9 10,3

16,9 11,0 11,4

6,8

20

13,6

3,1

6,1

6,6

1,4

0,7

4,2 0,4

0

Indivíduos

72,2

80

38,0

Indivíduos

100

90,3

%

100

% de indivíduos pescados tucunaré (N=22.346) Indivíduos pescados/família

Tucunaré x Ambientes (6 nomes, ~2 sp.)

% de famílias que declararam tucunaré (248)

Indivíduos

Tucunaré x Ambientes (6 nomes, ~2 sp.)


77

PARTE 4

FIGURA 4.7. Flutuações no uso dos ambientes mais relevantes na captura de cinco grupos de espécies de peixes ao longo do ciclo anual, com base na quantidade de famílias declarantes e indivíduos pescados (taxas de indivíduos/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). As declarações mensais representam recordações dos dois últimos dias em que houve pescaria.

100 %

80 60

58,0

Mata Igapó Furo/Paraná 66,8

50,0

41,6

40

71,2

69,1

64,4

47,8 30,5

26,5

21,4

31,3

20 0

40

100 %

80

67,1

60

Mata Igapó Furo/Paraná

22,6

20

0

74,6 55,7

69,2

66,2

46,1

38,5

40

77,2

23,4

24,8

23,0

29,5

20 0

100 68,7

%

80 60 40

38,1

73,6

76,4

67,1

73,0

Lago Rio

69,5

49,3 21,4

20

7,5

9,2

11,2

0

10

0

100 68,4

%

80 60 40

35,8

68,6

74,0

66,2

73,3

Lago

65,1

48,1 24,4 10,1

20 0

N famílias que declararam aracu

11,1

15,5

26,2

22,3

16,2

10,4

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (174) (170) (185) (187) (181) (173) (179) (180) (199) (208) (194) (177) N famílias declarantes

Lago (8.507) Rio (3.172) Igarapé (2.255)

Mata Igapó (4.883) Furo/Paraná (1.907)

11,3

9,2 5,1

6,3

4,8

5,0

6,1

5,5

10,7

11,4

7,8

9,5

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (140) (122) (104) (107) (101) (122) (149) (180) (201) (197) (182) (157) N famílias declarantes

Mata Igapó (11.251) Furo/Paraná (5.168)

20

0

14,1

11,5

14,4

13,4

15,0

Lago (15.039) Rio (3.254)

14,0 10,3

0

12,4

11,4

7,8

Mata Igapó (8.765) Igarapé (3.652)

20

10

14,1

11,2

13,3 7,9

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (139) (144) (163) (159) (157) (152) (159) (151) (131) (134) (141) (134) N famílias declarantes

Taxa mensal de aracus pescados/família por ambiente Indivíduos/família por ambiente

Mata Igapó Igarapé

15,9

26,7

40

N famílias que declararam pacu

% mensal de famílias que declararam aracu por ambiente

12,4

Taxa mensal de pacus pescados/família por ambiente Indivíduos/família por ambiente

Mata Igapó Furo/Paraná

19,5

20

N famílias que declararam tucunaré

% mensal de famílias que declararam pacu por ambiente

25,4 19,2

Taxa mensal de tucunarés pescados/família por ambiente Indivíduos/família por ambiente

Lago Rio Igarapé

Mata Igapó (24.686) Furo/Paraná (14.397)

27,7

N famílias que declararam piranha

% mensal de famílias que declararam tucunaré por ambiente

Lago (23.948) Rio (18.542) Igarapé (5.033)

Taxa mensal de piranhas pescadas/família por ambiente Indivíduos/família por ambiente

Lago Rio Igarapé

% mensal de famílias que declararam piranha por ambiente

10,6

9,9

11,0

Lago (3.415)

16,0 12,4 8,7

7,8 4,9

6,0 2,9

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (106) (106) (152) (156) (154) (157) (161) (126) (78) (69) (81) (84) N famílias declarantes

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


78

PARTE 4

100 %

80

61,2

60

69,9

61,7

51,8 30,6

40 20

70,2

66,4

34,5 19,3

21,0

19,0

19,4

0

Lago (6.815) Rio (1.602)

Taxa mensal de carás pescados/família por ambiente

Mata Igapó

Indivíduos/família por ambiente

Lago Rio

% mensal de famílias que declararam cará por ambiente

Mata Igapó (3.392)

20 12,1

13,4 10,4

10

0

N famílias que declararam cará

6,6

4,6

6,8

6,6

5,9

15,3

14,2

11,9

7,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (98) (85) (85) (83) (81) (121) (129) (145) (133) (123) (134) (114) N famílias declarantes

FIGURA 4.8. Flutuação temporal na captura de cinco grupos de espécies de peixes mais relevantes no extrativismo animal, com base na quantidade anual de famílias declarantes e indivíduos pescados/família, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). O ano de 2008 não foi incluído devido à amostragem sazonal parcial. As declarações representam recordações dos dois últimos dias em que houve pescaria para cada mês.

92,5

89,6

93,4

40 0

100

110

80

100

60 20

120

69,4

68,7

73,1

70,7

76,2

73,0

90 80

71,7

70

60 40

81,7

23,1

24,9

0

85,1 36,2

26,8

87,0

79,9 31,9

30,2

83,8

79,5

48,9

45,8

28,6

40

80 40 20

20 0

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)

20 0

77,9

81,0

60

21,8

19,0

20 0

% de famílias que declararam aracu (R²=-0,057) Indivíduos pescados/família (R²=-0,208) 82,9

70,1

60 40

18,3

71,6 23,6

24,4

84,0

74,4

20,7

19,2

79,5

18,1

0

0

% de famílias que declararam cará (R²=-0,294) Indivíduos pescados/família (R²=0,016)

19,7

71,0

18,5

70,3

15,0

66,5

12,0

66,0

16,4

64,0

18,6

64,9

59,9

40

15,3

20

25,1

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137) NNºfamílias entrevistadas de famílias entrevistadas

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018

59,1

40

14,9

20

22,0

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)

60 62,6

60 74,0

20

100

40

18,9

Nº Ndefamílias famíliasentrevistadas entrevistadas

Cará flutuação temporal

60

81,4

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)

NºNdefamílias famíliasentrevistadas entrevistadas

80

16,7

14,5

100

60

84,7

%

60

81,1 52,2

21,7

Aracu flutuação temporal

% de famílias que declararam pacu (R²=0,205) Indivíduos pescados/família (R²=0,072)

%

%

80

78,2

85,2

NºNdefamílias famíliasentrevistadas entrevistadas

Indivíduos

100

87,2

40

Nº Ndefamílias famíliasentrevistadas entrevistadas

Pacu flutuação temporal

87,4

20

60

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)

83,3

0

0

Indivíduos

95,7

91,5

Indivíduos

93,7

103,4

80 %

90,5

%

94,3

Indivíduos

100

% de famílias que declararam tucunaré (R²=-0,237) Indivíduos pescados/família (R²=-0,091)

Tucunaré flutuação temporal

Indivíduos

% de famílias que declararam piranha (R²=-0,019) Indivíduos pescados/família (R²=-0,068)

Piranha flutuação temporal


79

PARTE 4

Os anos de 2009 a 2011 foram marcados por baixa precipitação local (especialmente os anos de 2009 e 2011) e baixas cotas do rio Unini (especialmente o ano de 2010), certamente exercendo níveis variados de influência no acesso e na disponibilidade dos recursos naturais. O uso dos ambientes na captura dos grupos de espécies de peixes em questão foi comparado, utilizando-se dois agrupamentos artificiais de tempo, isto é, de 2009 a 2011 e de 2012 a 2015. Para esses dois períodos foram calculados parâmetros de exploração (proporção de famílias declarantes, distribuição de indivíduos pescados e taxas de indivíduos/família) com base nos ambientes declarados para cada grupo de peixes. A FIGURA 4.9 apresenta os ambientes declarados por pelo menos 50% das famílias declarantes de cada recurso para os períodos de 2009 a 2011 e 2012 a 2015.

Uma sutil diferença no uso dos ambientes declarados foi observada para a captura de piranhas, pacus e aracus (FIGURA 4.9). Para piranhas e pacus, foi observado um aumento da importância relativa do ambiente lago no período de 2012 a 2015, pela procura (proporção de famílias declarantes), porém não pelo rendimento (indivíduos capturados/família) em comparação ao período de 2009 a 2015 (FIGURA 4.9). O aumento no rendimento foi observado para piranhas em matas de igapó (FIGURA 4.9). Para aracus, foi observado um aumento na importância relativa do ambiente igarapé, pela procura e pelo rendimento (FIGURA 4.9). Para os ciclídeos (tucunaré e cará), foi observado um leve aumento no rendimento do ambiente lago (FIGURA 4.9). Essas tendências observadas potencialmente refletem flutuações climáticas ao médio prazo, que demandam dados e análises temporais mais expandidas.

FIGURA 4.9. Importância relativa de tipos de ambientes na captura de cinco grupos de espécies de peixes em dois agrupamentos artificiais de tempo (2009 a 2011 e 2012 a 2015), com base na quantidade de indivíduos pescados (distribuição e taxas de indivíduos/ família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). São considerados os ambientes declarados por >50% de famílias declarantes de cada recurso. Ambientes em ordem decrescente de famílias declarantes.

65,9 53,1

25,6

0

Mata igapó (158)

Rio (153)

80

60 40

26,3

21,3

20

80

16,3

Lago (152)

Furo/Paraná (124)

40

20

20

0

0

28,8

24,7

Lago (168)

Mata igapó (155)

% indivíduos pescados tucunaré (N=8.881) % indivíduos pescados tucunaré (N=10.280) Indivíduos pescados/família Indivíduos pescados/família

60 40

18,5

38,6

37,2

20

20,3

20 0

0

20

15,8

Lago (163)

12,9

9,1

21,9

16,1

Mata igapó (122)

Lago (153)

11,7

Mata igapó Rio (114) declarantes(111) N famílias (186)

12,4

10,0

Rio (109)

10 0

Furo/Paraná (97)

100

30 20 10

40 0

0

40

31,4

28,7

39,0

20 0

Mata igapó (147)

Lago (128)

Nº deNfamílias famíliasdeclarantes declarantes(188) (188)

Furo/Paraná (124)

40

6,1

20

Igarapé (108)

0

% indivíduos pescados tucunaré (N=10.280) Indivíduos pescados/família 30 20 11,7 21,9

Lago (163)

12,4

Mata igapó (122)

Rio (109)

10 0

50

100

40

80

30 20

% indivíduos pescados pacu (N=18.051) Indivíduos pescados/família

Pacu 2012-2015

%

49,0

60

Rio (146)

23,8

famíliasdeclarantes declarantes(186) (186) Nº deN famílias

Indivíduos

%

80

14,6

38,6

20

% indivíduos pescados pacu (N=16.060) Indivíduos pescados/família

100

18,0

60

18,5

60

famíliasdeclarantes declarantes(193) (193) Nº deNfamílias

Pacu 2009-2011

49,4

24,3

80 %

60 40

30

24,3

21,6

Tucunaré 2012-2015

Indivíduos

%%

80 80

Indivíduos

100 100

51,6

famíliasdeclarantes declarantes(192) (192) Nº deNfamílias

N famílias declarantes declarantes (200) (200) Nº de Tcunaré 2009-2011 Tucunaré 2012-2015

80

61,5

60

Indivíduos

40

50,1

100

77,9

50

44,2

40

33,3

60 40

10

20

0

0

35,5

21,3

20

26,6 11,1

Lago (145)

Mata igapó (144)

30

Furo/Paraná (94)

Nº deNfamílias famíliasdeclarantes declarantes(187) (187)

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR

10 0

Indivíduos

61,7

60

100

%

%

80

100 Indivíduos

100

% indivíduos pescados piranha (N=41.890) Indivíduos pescados/família

Piranha 2012-2015

Indivíduos

% indivíduos pescados piranha (N=38.097) Indivíduos pescados/família

Piranha 2009-2011


80

PARTE 4

45,4

14,9

40 17,2

20 0

Mata igapó (149)

Lago (99)

20 10

20,8 42,5

40 0

Mata igapó (146)

Nº deNfamílias famíliasdeclarantes declarantes(182) (182)

100

40

40,7

13,8 23,9

20 0

100

30 21,5

Lago (116)

Mata igapó (106)

20

0

10

30

26,0

80 %

60

Igarapé (100)

% indivíduos pescados cará (N=7.445) Indivíduos pescados/família

Cará 2012-2015

Indivíduos

%

80

Lago (100)

10

Nº de N famílias famílias declarantes declarantes(184) (184)

% indivíduos pescados cará (N=6.135) Indivíduos pescados/família

Cará 2009-2011

21,5

15,8

20

0

20

15,3

60

60

13,0

45,5

40

19,4

20 0

0

Nº deNfamílias famíliasdeclarantes declarantes(168) (168)

Lago (130)

Mata igapó (111)

20 10

Indivíduos

%

60

30

80 %

80

28,2

100

30

26,0

Indivíduos

100

% indivíduos pescados aracu (N=9.680) Indivíduos pescados/família

Aracu 2012-2015

Indivíduos

% indivíduos pescados aracu (N=8.542) Indivíduos pescados/família

Aracu 2009-2011

0

Nº de N famílias declarantes (173)

Cabeçudo, irapuca, tracajá e tartaruga-da-amazônia Importância Quelônios aquáticos foram, depois de peixes, o grupo de recursos naturais declarado pelo maior número de famílias participantes do SiMUR no período de 2008 a 2016 (Parte 2: Diversidade, importância relativa e uso de recursos naturais e produtos agrícolas). O uso deste grupo de recurso incide principalmente sobre 4 espécies apenas, entre as 6 declaradas para fins de alimentação, em contraste às 54 espécies ou grupos de espécies de peixes declarados. Em geral, os quelônios são consumidos em todas as fases de desenvolvimento, sendo os ovos e filhotes recém-eclodidos altamente vulneráveis à predação. Três espécies de quelônios aquáticos representantes da família Podocnemididae estiveram entre os 22 recursos naturais mais relevantes em número de famílias declarantes (veja TABELA 2.3): cabeçudo (Peltocephalus dumerilianus), irapuca (Podocnemis erythrocephala) e tracajá (Podocnemis unifilis). Apesar de ter sido declarada por cerca de 26% apenas das famílias (ANEXO I), a tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa, Podocnemididae) é incluída aqui no grupo de espécies relevantes, já que essa menor procura parece refletir muito mais a disponibilidade geográfica ou ecológica restrita deste recurso ao longo da bacia do rio Unini. Essas quatro espécies responderam por 98% (5.428/5.528) do total de registros de quelônios aquáticos e 12% (5.428/44.608) Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


81

PARTE 4

de registros de recursos animais declarados pelos moradores para alimentação. Usualmente, os moradores utilizam nomes diferentes para machos e fêmeas desses quelônios e é comum que utilizem os nomes irapuca, tracajá e tartaruga em referência às fêmeas das respectivas espécies, e os nomes zé-prego, em referência aos machos de tracajá e irapuca, e capitari, em referência aos machos da tartaruga-da-amazônia. Essas quatro espécies são amplamente distribuídas na Amazônia e consumidas em todas as suas fases de desenvolvimento. O tracajá e a tartaruga são classificados no Brasil no status de espécies “quase ameaçadas”, enquanto o cabeçudo é classificado no status de espécie “pouco preocupante” e a irapuca é classificada como espécie “deficiente em dados”, ou seja, dados populacionais insuficientes para avaliar risco de extinção (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 2014). Os perfis de exploração dessas espécies são apresentados a seguir, com base na flutuação das declarações ao longo do ciclo anual e nos tipos de ambiente declarados em cada registro de uso. Contagem de ovos versus contagem de ninhos de quelônios aquáticos Quando há recordação de coleta de ovos em ninhos de quelônios aquáticos pelas famílias participantes do SiMUR, são registrados o número total de ninhos predados por local de coleta e o número total de ovos coletados correspondente. Uma vez que a quantidade mensal de ninhos predados é mais simples de ser recordada pelas famílias que a quantidade mensal de ovos coletados, ninhos predados são utilizados como indicador de consu-

mo nas seções a seguir, apesar de ovos constituírem a biomassa consumida. Por outro lado, uma análise dos valores declarados pelas famílias sobre a quantidade extraída de ovos em ninhos das quatro espécies de quelônios aquáticos mais relevantes resultou em médias de número de ovos/ninho em geral compatíveis às registradas na literatura científica (TABELA 4.2). A média de número de ovos/ninho por espécie corresponde ao valor médio das taxas número de ovos/ninho obtidas para cada registro (uma vez que um registro pode representar um ou mais ninhos). Na base de dados do SiMUR, qualquer registro em que a quantidade de ninhos não foi informada é assumido como quantidade de ninhos = 1. Esses casos compuseram 3% dos registros (24/758) durante o período de 2008 a 2016 e foram excluídos das análises que consideram contagem de ovos por ninho. Também devem ser consideradas as baixas frequências de coleta de ovos em ninhos de cabeçudo e tartaruga. As taxas número de ovos/ninho obtidas para cada registro foram distribuídas em classes de intervalos de número de ovos/ ninho para cada espécie (FIGURA 4.10). O cabeçudo foi a espécie com maior variação em número de ovos por ninho, com maiores frequências de registros na faixa de 6 a 20 ovos coletados/ ninho. Para a irapuca foram obtidos com mais frequência registros de até 10 ovos coletados/ninho, principalmente na faixa de 6 a 10 ovos. Para o tracajá, registros de até 25 ovos coletados/ ninho foram mais frequentes, principalmente na faixa de 16 a 25 ovos coletados/ninho. Já a distribuição de registros de tartaruga é afetada pela baixa frequência de coleta de ovos em ninhos da espécie (N=7).

TABELA 4.2. Números médios de ovos coletados por ninho de quatro espécies de quelônios aquáticos, com base nos valores médios das taxas ovos/ninho obtidas para cada registro de coleta do SiMUR no período de 2008 a 2016 (94 meses), em comparação a valores registrados na literatura científica (*Ferrara et al. 2017). Os registros em que a quantidade de ninhos não foi originalmente informada foram excluídos (3% do total de registros, 24/758).

TOTAIS DECLARADOS

NÚMERO OVOS/NINHO (SIMUR)

NÚMERO OVOS/NINHO (LITERATURA*)

QUELÔNIO Nº FAMÍLIAS

Nº NINHOS

Nº OVOS

Nº REGISTROS

MÉDIA + DP

MÍN.-MÁX.

MÉDIA

MÍN.-MÁX.

Cabeçudo

37

464

5.548

44

14,0 + 12,1

1-80

14

3-25

Irapuca

141

4.234

31.955

413

8,0 + 3,7

1-38

10

2-18

Tracajá

116

2.076

30.896

270

17,8 + 7,8

1-45

23

15-30

6

23

1.254

7

79,2 + 53,9

2-135

100

70-120

171

6.797

69.653

734

-

-

-

-

Tartaruga Totais

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


82

PARTE 4

FIGURA 4.10. Distribuição de registros (declarações) em classes de número de ovos coletados por ninho para quatro espécies de quelônios aquáticos) no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses), com base em taxas ovos/ninho obtidas para cada registro de coleta. Os registros em que a quantidade de ninhos não foi informada foram excluídos (3% do total de registros, 24/758).

20 0

18,2

11,4

1a5 (5)

5

22,7 6,8

6 a 10 (15)

11 a 15 (8)

16 a 20 (8)

21 a 25 (2)

>25 (2)

60 40 20

4,5

0

66,1 8,0

0

5 20,8

10,7

1a5 (55)

6 a 10 (124)

Ovos/ninho (N famílias declarantes)

Tartaruga - No. de ovos/ninho

% de registros de coleta de ovos tartaruga (N=7) Média ovos/ninho

28,6 14,3

20 0

14,3 0,0

<71 (2)

14,3 0,0

71 a 80 81 a 90 91 a 100 101 a (1) (0) (1) 110 (0)

111 a 120 (2)

75

80

>120 (1)

25

%

100

50

28,6

Tracajá - No. de ovos/ninho

100 No. de ovos

%

79,2

60 40

0,7

16 a 20 (7)

>20 (3)

0

Ovos/ninho (N famílias declarantes)

100 80

11 a 15 (33)

1,7

No. de ovos

36,4

10

80 %

%

10

60

% de registros de coleta de ovos irapuca (N=413) Média ovos/ninho

100

15

14,0

80

No. de ovos

100

40

Irapuca - No. de ovos/ninho

% de registros de coleta de ovos cabeçudo (N=44) Média ovos/ninho

20

17,8

15

60 40 20 0

0

10

31,1 6,7

1a5 (17)

15,2

6 a 10 (34)

14,1

19,6

10,0

11 a 15 16 a 20 21 a 25 26 a 30 (31) (61) (35) (23)

3,3

>30 (6)

5 0

Ovos/ninho (N famílias declarantes)

Ovos/ninho (N famílias declarantes)

Intensidade de uso ao longo do ciclo anual A quantidade de famílias declarantes (procura) e de indivíduos capturados (rendimento) das quatro espécies em questão apresentaram incremento a partir do mês de agosto, período que coincide com o início da vazante, principalmente para as três espécies congêneres (irapuca, tracajá e tartaruga) e diminuição nos meses especialmente de abril a julho, período que coincide com o final da enchente e pico da cheia do rio (FIGURAS 4.11 e 4.12). Somente para o cabeçudo, o rendimento em indivíduos capturados tende a manter-se relativamente estável ao longo de todo ciclo anual (FIGURA 4.12). O cabeçudo é a espécie mais capturada nessa fase, e menos capturada na fase de ovo, salvo a questão da tartaruga, cujos ovos são bastante apreciados, porém apresenta níveis diferenciados de disponibilidade pelas comunidades (FIGURA 4.11). Já a quantidade de famílias declarantes (procura) e de ninhos explorados para coleta de ovos (rendimento) das quatro espécies ficaram fortemente concentradas nos meses de agosto a outubro, período que coincide com a vazante, atingindo picos de rendimento no mês de setembro para cabeçudos e irapucas e no mês de outubro para tracajás e tartarugas (FIGURA 4.12). Essas tendências são melhor descritas

% de registros de coleta de ovos tracajá (N=270) Média ovos/ninho

No. de ovos

Cabeçudo - No. de ovos/ninho

na seção a seguir, onde as flutuações ao longo do ciclo anual são avaliadas nos ambientes onde os recursos foram coletados. Devem ser consideradas as baixas frequências de coleta de ovos em ninhos de cabeçudo e tartaruga. Intensidade de uso de ambientes Os lagos constituíram o tipo de ambiente mais intensamente utilizado pelas famílias para a captura de indivíduos das quatro espécies em questão (FIGURA 4.13). O cabeçudo foi capturado com maior frequência em uma maior amplitude de ambientes, como igapó, igarapé, rio, furo e paraná, em comparação à irapuca, ao tracajá e à tartaruga (FIGURA 4.13). No ambiente de lagos ocorreram os maiores rendimentos em indivíduos capturados por família, respondendo por mais de 70% do total de indivíduos declarados de tracajá e tartaruga, respectivamente, e mais de 60% do total de indivíduos de irapuca (FIGURA 4.13). Para indivíduos de cabeçudo, lagos e igapós registraram os maiores rendimentos, dividindo uma proporção de mais de 60% do total de indivíduos declarados da espécie (FIGURA 4.13). Estes dados representam 94% do total de registros obtidos para as cinco espécies (5.126/5.428).

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


83

PARTE 4

FIGURA 4.11. Flutuações na captura de indivíduos e coleta de ovos em ninhos de quatro espécies de quelônios aquáticos mais relevantes no extrativismo animal ao longo do ciclo anual, com base nas quantidades mensais de famílias declarantes, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Total de registros = 5.428. % de famílias que declararam cabeçudo (indivíduos) % de famílias que declararam cabeçudo (ovos)

60 50 40 30 20 10 0

55,4 43,1

42,1

44,7

40,0

56,8

51,9

54,2

43,2

42,9 32,2

33,5

10,4 0,5

5,7

0,4

1,4

60 50 40 30 20 10 0

40,3 31,2 21,8

16,3

12,6

% de famílias que declararam irapuca (indivíduos) % de famílias que declararam irapuca (ovos) 57,6 44,0

34,0

28,4

48,1

54,1 39,7

44,0

43,8

29,1 19,5 3,4

6,3 0,5

2,9

35,8 24,1

19,2 5,9

2,9

5,4

2,4

27,1

4,2

3,8

13,2 4,6

1,4

% de famílias que declararam tartaruga (indivíduos) % de famílias que declararam tartaruga (ovos)

Tartaruga x Ciclo anual

%

%

60 50 40 30 20 10 0

45,0

NNºfamílias quedeclararam declararamrecurso recursoanimal animal de famílias

N famílias quedeclararam declararam recurso animal Nº de famílias recurso animal Irapuca x Ciclo anual

% de famílias que declararam tracajá (indivíduos) % de famílias que declararam tracajá (ovos)

Tracajá x Ciclo anual

%

%

Cabeçudo x Ciclo anual

1,0

60 50 40 30 20 10 0

4,6

8,4

2,9

2,0

1,0

2,3

0,5

7,7 0,9

11,4 8,7 1,3 1,3

6,0

8,4

N famílias quedeclararam declararamrecurso recurso animal Nº de famílias animal

N quedeclararam declararamrecurso recurso animal Nºfamílias de famílias animal

FIGURA 4.12. Flutuações na captura de indivíduos e coleta de ovos em ninhos de quatro espécies de quelônios aquáticos mais relevantes no extrativismo animal ao longo do ciclo anual, com base nas quantidades mensais de indivíduos capturados e ninhos predados (distribuição e taxas de captura e coleta/família), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Total de registros = 5.428.

6,9

8,2

8,8 7,3

6,6

4,4

10

100

8

80

6 7,2

6,2

9,0

6,6

6,7

10,9

11,2

11,7

8,9

10,6

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (85) (80) (92) (82) (88) (67) (74) (101) (128) (130) (112) (110)

4

14,2

60

7,3

40

2

20

0

0

3,0 0,0

0,0

0,0

0,0

20 10 0

9,0

9,1

15,9

6,3 6,5

5,7

5,9

2,2 0,5

0,1

3,3 0,5

4,8

20,0

11,6 15,5

13,5

0,0

13,9

13,4

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (67) (54) (60) (7) (6) (13) (43) (103) (133) (124) (95) (89)

22,6

80

14,0

10

%

13,9

0

59,1

60

9,5

40 20

2,2

Nº famílias declarantes N de famílias declarantes

0,6

100

20

9,8

5,4

0

% de ninhos explorados irapuca (N=4.246) Ninhos explorados/família

Irapuca x Ciclo anual

Indivíduos

%

40 30

0,0

5

20,4

N de famílias declarantes Nº famílias declarantes

% de indivíduos coletados irapuca (N=9.273) Indivíduos coletados/família

14,3

0,0

1,0 0,2

10

8,3

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (0) (0) (0) (0) (0) (0) (1) (1) (24) (13) (3) (0)

famílias declarantes NºN de famílias declarantes

Irapuca x Ciclo anual

15

73,3

0

5,0 0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,1

4,7 0,3

7,0

25 20

14,6 11,0 31,2

7,4

1,7

10 0,5

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (0) (0) (0) (0) (0) (1) (3) (31) (111) (91) (10) (2) N famílias declarantes Nº de famílias declarantes

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR

15 5 0

Ninhos

0

8,0

5,0

20 10

9,9

8,3

%

%

30

7,1

7,1

9,1

Indivíduos

9,4

40

% de ninhos explorados cabeçudo (N=465) Ninhos explorados/família

Cabeçudo x Ciclo anual

Ninhos

% de indivíduos coletados cabeçudo (N=9.145) Indivíduos coletados/família

Cabeçudo x Ciclo anual


84

PARTE 4

0

9,2

3,7

5,8

5,3

1,7 1,0

4,9 22,6

6

4,7

17,8

17,5

2,4

1,6

0,9

4,3

3,7

10,9

7,4 1,3

0,4

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (43) (31) (26) (12) (6) (5) (12) (45) (93) (103) (52) (55)

4

80 7,4

60 40

2

20

0

0

% de indivíduos coletados tartaruga (N=538) Indivíduos coletados/família

0,0

0,0

0,0

0,0

30

3,5

20 10 0

5,0

4,5

4,4

2,3

13,0 7,6

5,0

16,7

2,0 1,0

1,7

0,7

0,2

13,0

1,6

0,0

0,0

3,2

0,0

2,9

0,0

0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (0) (0) (0) (0) (0) (0) (0) (9) (72) (82) (9) (0)

3,2

2,8

15,4

18,4

6

100

5

80

4 3 2

6,7 1,5

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (9) (16) (6) (4) (2) (1) (5) (18) (20) (26) (13) (17)

% de ninhos explorados tartaruga (N=24) Ninhos explorados/família

Tartaruga x Ciclo anual

%

5,8 4,6

10

6,8

N famílias declarantes Nº de famílias declarantes

Indivíduos

%

40

51,2

42,7

5

N famílias declarantes Nº de famílias declarantes Tartaruga x Ciclo anual

15

13,0

12,4

4,7

2,0

40

1 0

0

4

58,3

60 20

5

16,7 0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

3

2,0

2

25,0

0,0

0,0

Ninhos

3,9

20 10

5,0

4,8

100

8

%

30

7,1

Indivíduos

%

40

% de ninhos explorados tracajá (N=2.086) Ninhos explorados/família

Tracajá x Ciclo anual

Ninhos

% de indivíduos coletados tracajá (N=2.249) Indivíduos coletados/família

Tracajá x Ciclo anual

1

0,0

0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (0) (0) (0) (0) (0) (0) (0) (2) (3) (3) (0) (0) N de famílias declarantes Nº famílias declarantes

famílias declarantes NºN de famílias declarantes

FIGURA 4.13. Importância relativa de tipos de ambientes na captura de indivíduos de quatro espécies de quelônios aquáticos mais relevantes no extrativismo animal, com base na quantidade de famílias declarantes e indivíduos capturados (distribuição e taxas de indivíduos/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Total de registros = 4.389.

100

%

47,1

44,2

35,1

40

13,9

8,7

3,4

0

20 0

%

% 28,2

23,3

19,8

8,0 29,9 9,1

100

34,5

80

68,6

14,4 3,0

2,0

7,6

3,3

60

1,0

20 0

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018

10

5,7

3,7

3,1

0,8

0,3

5 0,2

0

% de indivíduos capturados irapuca (N=8.747) Indivíduos capturados/família 40 30

17,6

40 14,4

13,8

Irapuca x Ambiente

86,1

31,2

15 9,9

9,1

0

80 60

35,1

20

1,4

% de famílias que declararam indivíduos de irapuca (202)

Irapuca x Ambiente

40

20 13,0

60 40

20

100

18,0

80

69,2

60

18,5

Indivíduos

80

78,8

%

100

% de indivíduos capturados cabeçudo (N=8.660) Indivíduos capturados/família

Cabeçudo x Ambiente

20

10,7 12,6

7,0

5,7 3,0

9,1

9,7

4,2

3,2

2,8 0,9

4,8 0,3

1,3 0,1

4,0 0,1

10 0

Indivíduos

% de famílias que declararam indivíduos de cabeçudo (208)

Cabeçudo x Ambiente


85

PARTE 4

76,4

80

60

%

%

100

40

30,9

23,0

18,2

20

15,8

14,5

6,7

2,4

0

1,8

1,2

40 20 0

40

3,9

20

9,7

40,0

6,7

5,0

3,3

3,3

2,1

4,9

3,1

3,0 3,9

3,3 3,9

0,4

1,7

2,0

0,2

0,2

4 0

% de indivíduos capturados tartaruga (N=498) Indivíduos capturados/família

8,7

10 8

60

0

A coleta de ovos de cabeçudo aparentemente é ocasional, com uma maior tendência a ocorrer em ambiente de lagos (FIGURA 4.14). A coleta de ovos de irapuca ocorreu principalmente em ambiente de queimadas (áreas de mata de igapó que outrora sofreram incêndios), seguidas de praias e lagos, enquanto que as de tracajá e tartaruga foram fortemente associadas ao ambiente de praia (FIGURA 4.14). Nesses ambientes também ocorreram os maiores rendimentos em ninhos predados por família, respectivamente (FIGURA 4.14). A tartaruga foi a espécie com menor amplitude de ambientes declarados para a coleta de ovos, restrita aos ambientes de praias e lagos (FIGURA 4.14). Devem ser consideradas as baixas frequências de coleta de ovos em ninhos de cabeçudo e tartaruga. A utilização de ambientes de lagos para a captura de indivíduos de cabeçudo, irapuca, tracajá e tartaruga, associada ao aumento do rendimento de indivíduos capturados/família, ocorre principalmente a partir do mês de agosto, período que coincide com o início da vazante do rio, diminuindo drasticamente nos meses que coincidem com o período da cheia (FIGURA 4.15). No período da cheia, no caso do cabeçudo, as matas de igapó continuam sendo utilizadas para a captura de seus indivíduos (FIGURA 4.15), mantendo-se assim a relativa estabilidade na procura e nas taxas de captura dessa espécie ao longo do ano (veja Intensidade de uso ao longo do ciclo anual). Já a utilização de ambientes de praias, queimadas e lagos para a coleta de ovos

1,6

2,3

73,1

20

1,7

3,0

80 40 6,7

2,6

100 70,0

%

%

60

8

60

Tartaruga x Ambiente

100 80

12

72,1

0

% de famílias que declararam indivíduos de tartaruga (60)

Tartaruga x Ambiente

11,7

4,4 21,3

Indivíduos

100 80

% de indivíduos capturados tracajá (N=2.048) Indivíduos capturados/família

Tracajá x Ambiente

6

3,7 1,0 0,8

1,8 1,4

2,2

4 1,0 0,4

1,5 0,6

1,0 0,2

Indivíduos

% de famílias que declararam indivíduos de tracajá (165)

Tracajá x Ambiente

2 0

em ninhos de irapuca, e de praias, no caso de tracajá e tartaruga, esteve praticamente restrita a partir do mês de agosto até novembro, período que coincide com o início da vazante do rio e início da seca (FIGURA 4.16).

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


86

PARTE 4

FIGURA 4.14. Importância relativa de tipos de ambientes na coleta de ovos em ninhos de quatro espécies de quelônios aquáticos mais relevantes no extrativismo animal, com base na quantidade de famílias declarantes e ninhos predados (distribuição e taxas de ninhos/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Total de registros = 737.

%

45,9

60

40

40

16,2

20

10,8

10,8

5,4

5,4

5,4

0

% de famílias que declararam ninhos de irapuca (140)

80

80

62,1

%

%

100

45,0

40

5,7

4,3

4,3

3,6

% de famílias que declararam ninhos de tracajá (113)

80 %

%

100

23,0

15,9

20

5,3

5,3

4,4

3,5

20

0,9

% de famílias que declararam ninhos de tartaruga (7)

29,7 17,8

15 10

2,2

0,7

% 28,6

20

60 40

Lago

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018

0

0,4

0,3

5 0

20

76,3

15

10,2

9,2

10

7,8

6,5 3,5

11,7

5,7

3,0

1,0

2,3 1,9

0,4

1,0 0,05

5 0

% de ninhos predados tartaruga (N=24) Ninhos predados/família 6,0

50,0 2,4

50,0

6 4 2

20 Praia

2,8

17,7

80

60

3,4

% de ninhos predados tracajá (N=2.059) Ninhos predados/família

100 71,4

20

5,2

4,6 0,9

Tartaruga x Ambiente

100

40

25

47,9

0

Tartaruga x Ambiente

0

15,0

40

0

%

60

10 7,5

18,9

Tracajá x Ambiente

78,8

60

0

19,5

0

Tracajá x Ambiente

80

60

2,5 1,2

4,7

% de ninhos predados irapuca (N=4.146) Ninhos predados/família

20

3,6

0

40

2,5 1,2

9,7

22,9

40

27,9

20

80

2,7 4,0

9,5

24,7

Irapuca x Ambiente

100

100

9,8

0

Irapuca x Ambiente

60

20

46,9 11,1

20

2,7

30 Ninhos

80

Ninhos

80

30,0

24,8

Ninhos

100 %

100 60

% de ninhos predados cabeçudo (N=401) Ninhos predados/família

Cabeçudo x Ambiente

Praia

Lago

0

Ninhos

% de famílias que declararam ninhos de cabeçudo (37)

Cabeçudo x Ambiente


87

PARTE 4

FIGURA 4.15. Flutuações no uso dos ambientes mais relevantes na captura de indivíduos de quatro espécies de quelônios aquáticos ao longo do ciclo anual, com base na quantidade de famílias declarantes e indivíduos capturados (taxas de indivíduos/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). A proporção de famílias declarantes nos ambientes mais relevantes foi zerada nos meses em que o número de famílias foi <5.

% de famílias/ambiente

100 80 60

58,2

Mata igapó Rio 67,2

64,2 50,0

64,2

51,0

47,3

40

65,1

23,5

24,4

20

29,7 16,1

0

12 10 8 6

5,2 3,8

4

5,0

4,3

80

78,7 60,8

Lago

72,7

60

46,2

42,9

53,7

61,0

72,4

Queimada 77,1

81,8

85,9

40 20

0,0

0

0

80 60

75,0

60,0

71,1 58,6

40

27,3

67,3

Rio

77,1

74,1

33,3

20

0,0

0

15 10

12,4

10,0

10,0

50,0

75,0

40 20 0

82,4

72,7

60,0 40,0

0,0

0,0

13,2

14,1

10,7

8,0

5 0

Queimada (1.106) 12,2

2,2

Jan Fev Mar Abr (61) (51) (55) (7)

3,7

Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (5) (13) (41) (100) (127) (118) (88) (85)

Lago (1.476) Praia (100)

Taxa mensal de indivíduos de tracajá/família por ambiente

47,6

0,0

N famílias que declararam indivíduos de tartaruga

Rio

Rio (199)

10

8,0

8 6 4

6,3 3,9

3,8 2,5

1,7

2 0

5,5

3,8

Jan Fev Mar Abr Mai (40) (30) (25) (11) (6)

4,3

4,6

5,2

2,4

Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (4) (12) (45) (87) (98) (48) (54)

68,8

Taxa mensal de indivíduos de tartaruga/família por ambiente Indivíduos/família por ambiente

% de famílias/ambiente

60

Lago

80,0

6,5 4,9

N famílias declarantes

% mensal de famílias que declararam indivíduos de tartaruga por ambiente 80

Lago (5.998)

12,0

N famílias que declararam indivíduos de tracajá

100

5,3

N famílias declarantes

Lago Praia

76,0 57,5

5,4

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (79) (74) (91) (81) (86) (62) (74) (100) (123) (125) (106) (106)

Taxa mensal de indivíduos de irapuca/família por ambiente

Indivíduos/família por ambiente

% de famílias/ambiente

100

5,8 4,3

2

N famílias que declararam indivíduos de irapuca

% mensal de famílias que declararam indivíduos de tracajá por ambiente

5,1

N famílias declarantes

Indivíduos/família por ambiente

% de famílias/ambiente

100

Mata igapó (2.587) Rio (1.194)

8,5

N famílias que declararam indivíduos de cabeçudo

% mensal de famílias que declararam indivíduos de irapuca por ambiente

Lago (3.037) Igarapé (787) Furo/Paraná (662)

Taxa mensal de indivíduos de cabeçudo/família por ambiente Indivíduos/família por ambiente

Lago Igarapé Furo/Paraná

% mensal de famílias que declararam indivíduos de cabeçudo por ambiente

8 6

6,5

Rio (106)

6,8

6,3

5,3

4,9

4

3,9

3,0 2,0

2 0

Lago (364)

3,6

3,4

2,0 1,0

Jan Fev Mar (8) (15) (5)

Abr (4)

Mai (1)

Jun (1)

Jul (5)

Ago Set Out Nov Dez (16) (17) (21) (11) (16)

N famílias declarantes

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


88

PARTE 4

FIGURA 4.16. Flutuações no uso dos ambientes mais relevantes na coleta de ovos em ninhos de quatro espécies de quelônios aquáticos ao longo do ciclo anual, com base na quantidade de famílias declarantes e ninhos predados (taxas de ninhos/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). A proporção de famílias declarantes nos ambientes mais relevantes foi zerada nos meses em que o número de famílias foi <5, exceto para tartaruga.

Lago

% de famílias/ambiente

100 80

53,8

60

40,9

40 20 0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

Taxa mensal de ninhos de cabeçudo/família por ambiente

Queimada

0,0

0,0

0,0

Ninhos/família por ambiente

% mensal de famílias que declararam ninhos de cabeçudo por ambiente

16,0 13,0

15 10

7,4 3,0

5 0

Jan (0)

Fev Mar (0) (0)

Abr (0)

Praia

40 20 0

52,8

38,7

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

30,0

0,0

0,0

Ninhos/família por ambiente

% de famílias/ambiente

55,7

78,5 55,6

60 40 20 0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

Ninhos/família por ambiente

% de famílias/ambiente

80,0

22,1

13,3

15 10 5 0

1,5

Jan (0)

Fev Mar (0) (0)

Abr (0)

Praia

66,7 50,0

60 40 20 0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

Jul (3)

Ago Set Out Nov Dez (31) (106) (89) (10) (2)

Praia (1.571) 11,7

10

Queimada (240) 13,0 8,8

8,3

5 0

Jan (0)

Fev Mar (0) (0)

Abr (0)

Mai (0)

Jun (0)

Jul (0)

Ago Set Out Nov Dez (8) (70) (79) (9) (0)

Taxa mensal de ninhos de tartaruga/família por ambiente

Lago

0,0

0,0

Ninhos/família por ambiente

% de famílias/ambiente

80

Jun (1)

N famílias declarantes

100,0

100

Mai (0)

5,7

3,5

15

N famílias que declararam ninhos de tracajá

% mensal de famílias que declararam ninhos de tartaruga por ambiente

Praia (1.230)

20

Taxa mensal de ninhos de tracajá/família por ambiente

Queimada

100,0

80

Ago Set Out Nov Dez (1) (22) (13) (3) (0)

N famílias declarantes

Praia

100

Jul (1)

25

N famílias que declararam ninhos de irapuca

% mensal de famílias que declararam ninhos de tracajá por ambiente

Jun (0)

Queimada (1.988) Lago (739)

Taxa mensal de ninhos de irapuca/família por ambiente

100 60

Mai (0)

N famílias declarantes

Queimada Lago

80

Queimada (16)

20

N famílias que declararam ninhos de cabeçudo

% mensal de famílias que declararam ninhos de irapuca por ambiente

Lago (188)

N famílias que declararam ninhos de tartaruga

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018

Praia (12)

Lago (12)

10 8 6 4 2 0

Jan (0)

Fev Mar (0) (0)

Abr (0)

Mai (0)

Jun (0)

Jul (0)

2,0

2,0

Ago (2)

Set (3)

N famílias declarantes

2,0

Out Nov Dez (3) (0) (0)


89

PARTE 4

Flutuações anuais As proporções anuais de famílias declarantes e as taxas anuais de captura de indivíduos e coleta de ovos em ninhos do período de 2009 a 2016 das espécies de quelônios aquáticos em questão mantiveram-se sem tendências claras de incremento ou diminuição (FIGURA 4.17). Houve uma leve tendência à diminuição na proporção de famílias declarando coleta de ovos de tracajá, mas não no rendimento ninhos predados/família, considerando o período total (FIGURA 4.17). Devem ser consideradas as baixas frequências de coleta de ovos em ninhos de cabeçudo e tartaruga. Como citado anteriormente, os anos de 2009 a 2011 foram marcados por baixa precipitação local (especialmente os anos de 2009 e 2011) e baixas cotas do rio Unini (especialmente o ano de 2010), certamente exercendo níveis variados de influência no acesso e na disponibilidade dos recursos naturais. O uso dos ambientes na captura de indivíduos e coleta de ovos em ninhos das espécies em questão foi comparado, utilizando-se dois agrupamentos artificiais de tempo, isto é, de 2009 a 2011 e de 2012 a 2015. Para esses dois períodos foram

calculados parâmetros de exploração (proporção de famílias declarantes, distribuição de indivíduos capturados e ninhos predados e taxas de indivíduos capturados e ninhos predados/ família) com base nos ambientes declarados para cada espécie. A FIGURA 4.18 apresenta os ambientes declarados por pelo menos 10% das famílias declarantes de cada recurso para os períodos de 2009 a 2011 e 2012 a 2015. Devem ser consideradas as baixas frequências de coleta de ovos em ninhos de cabeçudo e tartaruga. Na comparação entre os períodos de 2009-2011 e 20122015, foi observada uma tendência ao aumento da importância relativa do ambiente lago em pelo menos um dos parâmetros de captura de indivíduos das quatro espécies em questão (FIGURA 4.18). Os lagos se formam e são explorados essencialmente nas estações de vazante e seca (veja FIGURA 4.15). Essa tendência também foi observada em relação à coleta de ovos em ninhos de irapuca, tracajá e tartaruga (FIGURA 4.19). Essas tendências observadas podem estar relacionadas às flutuações climáticas em médio prazo, demandando dados e análises temporais mais expandidas.

FIGURA 4.17. Flutuação temporal na coleta e captura de quatro espécies de quelônios aquáticos mais relevantes no extrativismo animal, com base na quantidade anual de famílias declarantes e indivíduos capturados e ninhos predados/família, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). O ano de 2008 não foi incluído devido à amostragem sazonal parcial.

60,9

67,4 9,3

40

57,9

60,5

54,0

63,6

10

7,5

5

20 0

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)

18,0

40

11,6 71,5

30

0

10 3,4

% de famílias que declararam indivíduo de irapuca (R²=-0,002) Indivíduos/família (R²=0,001) 20

60 40

13,8 47,7

15,6 57,4

15,4

14,0 56,0

12,6

11,5 46,3

47,5

51,6

55,8

40

15,5

15 49,6

8,0

10

30 20

20

5

10

0

0

0

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137) N famílias entrevistadas

3,1

1,9

1,9

5 0,0

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)

Irapuca - flutuação temporal

%

%

80

1,2

0,0

4,7

0

N famílias entrevistadas

Indivíduos

100

3,3

7,1

N famílias entrevistadas

Irapuca - flutuação temporal

15

10,5

20 10

0

14,0 11,7

33,1 28,2 13,9

13,3 17,8

% de famílias que declararam ninho de irapuca (R²=-0,259) Ninhos/família (R²=0,021) 22,3 25 16,0

12,1

16,5

24,1 10,4

20

15,6 16,1

19,5

17,5 9,7

15 10 5

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137) N famílias entrevistadas

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR

0

Ninhos

%

60

10,3 61,5

11,9

%

80

11,9

Indivíduos

100

% de famílias que declararam ninho de cabeçudo (R²=-0,290) Ninhos/família (R²=-0,524) 20

Cabeçudo - flutuação temporal

Ninhos

% de famílias que declararam indivíduo de cabeçudo (R²=0,061) Indivíduos/família (R²=0,226) 14,1 15 12,2

Cabeçudo - flutuação temporal


90

PARTE 4

4,7

4,5

3,7 36,2

5,6

37,9

3,1 31,5

37,2

30,3

31,8

26,1

35,0

20 0

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)

6 4

40 30 20

2

10

0

0

6,4

6,3

5,0 20,7

17,7

15,4

3,7

4,9

60

3,1

40 20 0

11,5

10,7

4,6

4,4

4,1

3,4

6 4

2,9 9,1

5,1

8,7

8,0

3,1

13,0

14,6

13,0

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)

6 4

0

8,4

11,7

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)

% de famílias que declararam ninho de tartaruga (R²=<-0,001) Ninhos/família (R²=0,446) 5,5 6

Tartaruga - flutuação temporal 40 30 %

5,9

Indivíduos

%

80

17,3

N famílias entrevistadas

% de famílias que declararam indivíduo de tartaruga (R²=<-0,001) Indivíduos/família (R²=0,199) 8

100

17,1

4,5

2

N famílias entrevistadas

Tartaruga - flutuação temporal

5,6

4,7

Ninhos

5,0

60 40

6,3

20

2

10

0

0

4

3,0

3,0 2,0

2

1,0 1,2

0,6

Ninhos

%

80

6,4

% de famílias que declararam ninho de tracajá (R²=-0,583) Ninhos/família (R²=<-0,001) 8

Tracajá - flutuação temporal

%

100

Indivíduos

% de famílias que declararam indivíduo de tracajá (R²=-0,168) Indivíduos/família (R²=<-0,001) 8

Tracajá - flutuação temporal

0,6

0,6

1,2

0,0

0,0

0,0

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)

0

N famílias entrevistadas

N famílias entrevistadas

FIGURA 4.18. Importância relativa de tipos de ambientes na captura de indivíduos de quatro espécies de quelônios aquáticos em dois agrupamentos artificiais de tempo (2009 a 2011 e 2012 a 2015), com base na quantidade de indivíduos capturados (distribuição e taxas de indivíduos/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). São considerados os ambientes declarados por >10% de famílias declarantes de cada recurso. Ambientes em ordem decrescente de famílias declarantes.

31,8

7,9 28,5

4,4

20 0

Lago (118)

Mata igapó Igarapé (84) (64)

%

80 60

0

Rio (57)

Barranco (18)

5 0

0

10,5 7,3 14,0

Lago Queimada (121) (42)

10,6

Rio (39)

5,1

10

7,5

6,7

2,4

3,6

3,1

Furo/ Mata Igarapé Paraná igapó (21) (16) (27)

1,0

Praia (16)

5

15

12,0 9,8 39,9

7,3

29,0

9,3

Lago (106)

Mata igapó Igarapé (98) (52)

100 80

0

N famílias declarantes (146)

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018

12,3

2,7

Barranco (16)

15 9,1

40

5,0 14,0

20

3,3

Lago (128)

0

20 14,7

60

0

5

6,0

Rio (51)

10

% indivíduos capturados irapuca (N=3.562) Indivíduos capturados/família

20,7 74,3

6,8

5,5

Furo/ Paraná N famílias declarantes (149) (44)

Irapuca 2012-2015

15

12,9

15,3

20

20

40 20

4,8

60 40

% indivíduos capturados irapuca (N=3.876) Indivíduos capturados/família

19,9

62,0

10,5

Furo/ Paraná N famílias declarantes (157) (41)

Irapuca 2009-2011 100

13,8

8,7

10

%

40

8,7

8,3

%

8,8

80 Indivíduos

11,1

60

100

15

Indivíduos

%

80

Indivíduos

100

% indivíduos capturados cabeçudo (N=4.058) Indivíduos capturados/família 20

Cabeçudo 2012-2015

Queimada (34) Mata igapó (23) N famílias declarantes (146)

4,1

Igarapé (16)

10 5 0

Indivíduos

% indivíduos capturados cabeçudo (N=3.268) Indivíduos capturados/família 20

Cabeçudo 2009-2011


91

PARTE 4

8

80

6

60

3,1

40 20 0

100

Lago (84)

2,5

2,5

2,4

8,1

4,7

4,4

4,0

Rio (22)

Praia (16)

Furo/ Paraná (15)

Igarapé (14)

4 2 0

8,1

8 75,7

6

60 2,3

20

6,3

7,1

Praia (16)

Rio (22)

0

Lago (84)

N famílias declarantes (112)

60

63,4

3,7 22,6

20 0

Lago (18)

80

6

5,8

40

100

Rio (10)

4 2

%

%

80

Tartaruga 2012-2015

Indivíduos

100

2,0

2

3,0

Mata igapó (13)

0

N famílias declarantes (104)

% indivíduos capturados tartaruga (N=164) Indivíduos capturados/família 8

Tartaruga 2009-2011

4

2,8

40

N famílias declarantes (32)

7,3

6

60

3,3

4

14,7

2

40 20 0

0

84,9

% indivíduos capturados tartaruga (N=225) Indivíduos capturados/família 8

Lago (26)

Rio (10)

Indivíduos

80

75,1

%

7,6

Indivíduos

%

100

% indivíduos capturados tracajá (N=856) Indivíduos capturados/família

Tracajá 2012-2015

Indivíduos

% indivíduos capturados tracajá (N=849) Indivíduos capturados/família

Tracajá 2009-2011

0

N famílias declarantes (30)

Razão sexual No SiMUR, as declarações de indivíduos abatidos no contexto da captura de quelônios aquáticos são associadas sempre que possível a classes sexo-etárias (machos, fêmeas, infantes e fêmeas ovadas). Neste documento, esses dados são apresentados em classes de machos, fêmeas, fêmeas ovadas e infantes (filhotes), para as quatro espécies de quelônios aquáticos mais relevantes captados pelo SiMUR em número de famílias declarantes. Esses dados representam 96% do total de indivíduos declarados (20.426/21.205). No total, os indivíduos das espécies em questão foram capturados nas seguintes razões macho-fêmea: 1,6:1 (cabeçudo), 0,7:1 (irapuca), 0,7:1 (tracajá), 0,3:1 (tartaruga) (FIGURA 4.20). A irapuca esteve sujeita à proporção mais alta de fêmeas prenhes, que constituíram 19% do total de fêmeas captura-

das, seguida de cabeçudo e tracajá, ambos com 6% (FIGURA 4. 20). Já a tartaruga esteve sujeita à proporção mais baixa de machos e mais alta de filhotes, os quais constituíram 31% do total de indivíduos capturados (FIGURA 4. 20). A FIGURA 4.21 apresenta ainda as flutuações das proporções de machos, fêmeas e filhotes entre os indivíduos abatidos das cinco espécies entre 2008 e 2016. Não foram encontradas tendências temporais claras nas capturas de machos, fêmeas ou filhotes para as quatro espécies (FIGURA 4.21). Se agregados a dados sobre densidade populacional e produtividade reprodutiva das espécies, os dados sobre a razão sexual de indivíduos abatidos podem ser úteis, contribuindo para avaliar pressão de caça e, se necessário, planejar ações de manejo e conservação dessas populações, especialmente para aquelas mais vulneráveis como a tartaruga-da-amazônia, o tracajá e a irapuca.

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


92

PARTE 4

FIGURA 4.19. Importância relativa de tipos de ambientes na coleta de ovos em ninhos de quatro espécies de quelônios aquáticos em dois agrupamentos artificiais de tempo (2009 a 2011 e 2012 a 2015), com base na quantidade de ninhos predados (distribuição e taxas de indivíduos/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). São considerados os ambientes declarados por >10% de famílias declarantes de cada recurso. Ambientes em ordem decrescente de famílias declarantes.

20 0

Lago (9)

60

3

47,1

1,8

40 20 0

Lago (5)

% ninhos predados irapuca (N=1.740) Ninhos predados/família

80

25

80

15,3

20

60

34,4

15

40

8,2

20 0

10,3

Queimada (49)

Praia (39)

Lago (22)

10

%

100

Ninhos

%

30

60

% ninhos predados irapuca (N=1.869) Ninhos predados/família

40

5

20

0

0

30,9 20,6

9,7

60 40 13,6

20 0

Praia (55)

Queimada (14)

100 80

10 5

%

%

80

100

100,0

Queimada (38)

0

0

77,6

10

7,7

60

0

0

5,0 9,7

Praia (41)

Queimada (10)

3,5

5,1

2,7

Lago (8)

Ilha (6)

5 0

N famílias declarantes (55)

% ninhos predados tartaruga (N=14) Ninhos predados/família 10,0 10

Tartaruga 2012-2015 100

2,0

%

5

Ninhos

%

Lago (16)

80

0

N famílias declarantes (4)

71,4

60 40 20

Praia (4)

10

% ninhos predados tracajá (N=790) Ninhos predados/família 15

15,0

20

% ninhos predados tartaruga (N=8) Ninhos predados/família 10

60

20

Praia (29)

40

80

40

26,5

5

N famílias declarantes (68)

Tartaruga 2009-2011

15

29,9

Tracajá 2012-2015

Ninhos

77,0

20

41,8

N famílias declarantes (75)

% ninhos predados tracajá (N=1.000) Ninhos predados/família 15

14,0

100

30 25

19,3

N famílias declarantes (87)

Tracajá 2009-2011

0

Queimada (4)

Irapuca 2012-2015

100 17,4 49,0

1

N famílias declarantes (11)

N famílias declarantes (18)

Irapuca 2009-2011

2

13,7

Ninhos

13,2

4

80

Ninhos

40

41,6

100

Ninhos

60

4,8

0

5 28,6 2,0

Praia (2)

Lago (1) N famílias declarantes (3)

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018

0

Ninhos

%

80

% ninhos predados cabeçudo (N=51) Ninhos predados/família 5

Cabeçudo 2012-2015

%

100

% ninhos predados cabeçudo (N=286) Ninhos predados/família 31,7 35 30 25 20 33,2 15 10 5 1,7 2,5 0 Rio (3) Praia (2)

Ninhos

Cabeçudo 2009-2011


93

PARTE 4

FIGURA 4.20. Razão sexual de indivíduos capturados de quatro espécies de quelônios aquáticos mais relevantes no extrativismo animal (total), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses).

FIGURA 4.21. Razão sexual de indivíduos capturados de quatro espécies de quelônios aquáticos mais relevantes no extrativismo animal (anual), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Fêmeas

% de indivíduos

80 60 40 20

59,7

53,5 40,8

5,7

55,8

37,2

3,1

41,2

40,6

39,0

4,0

3,5

36,1

0

Tracajá - proporções de indivíduos capturados

Machos

% de indivíduos

48,0 42,9

51,5 45,8

40 20 0

80

36,9

1,9

1,2

Filhotes

76,3 58,7

48,6 47,8

35,3

1,7

60,4

41,3

56,3 42,3

40,7

32,6 20,6

9,2

2,7

3,6

0,0

6,9

5,7

3,1

60 40

60,8 38,4

55,7 41,1

34,9

0,8

53,9 45,5

41,6

3,2

0,5

1,5

54,3

60,6 45,8

42,9

35,4

40 20

16,0 2,9

23,4

2,5

1,9

0,6

Machos

53,6 42,9

3,6

59,9

11,4

51,5 48,2

1,1

0,6

Fêmeas

45,2

46,8 44,2

33,9

0

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR

54,9

29,6

21,0

11,3

0,3

Filhotes

62,3 47,7 40,9 26,4

18,8

Filhotes

39,0

32,8

31,3

0,2

66,6

56,4

Tartaruga - proporções de indivíduos capturados 60

Fêmeas

66,3

64,9

20 0

Machos

80 58,9

47,8 46,5

Irapuca - proporções de indivíduos capturados

61,9

Fêmeas

80 60

35,7

4,4

1,7

62,8

62,6

59,6

59,2

54,7

Filhotes

% de indivíduos

Machos

% de indivíduos

Cabeçudo - proporções de indivíduos capturados

9,1

15,5


94

PARTE 4

Paca, cutia, queixada, caititu e anta Importância Do total de 164 recursos naturais declarados pelas famílias participantes do SiMUR no período de 2008 a 2016, 113 são consumidos para fins de alimentação, dos quais 100 de origem animal (Parte 2: Diversidade, importância relativa e uso de recursos naturais e produtos agrícolas). Os mamíferos representaram 19 desses recursos animais, compondo o terceiro grupo de recursos naturais mais importantes, depois de peixes e quelônios aquáticos. Cinco espécies de mamíferos roedores e ungulados estiveram entre os 22 recursos naturais mais relevantes em número de famílias declarantes (veja TABELA 2.3): a paca (Cuniculus paca), a cutia (Dasyprocta fuliginosa), a queixada (Tayassu pecari), o caititu (Pecari tajacu) e a anta (Tapirus terrestris). Essas quatro espécies juntas responderam por 71% (2.764/3.906) do total de registros no contexto da caça (aves, mamíferos, quelônios terrestres e crocodilianos) e 6% (2.764/44.608) de registros de recursos animais declarados pelos moradores para alimentação. Todas estas espécies são amplamente distribuídas e consumidas por populações tradicionais na Amazônia. Entre elas, anta e queixada são classificadas no status de espécies “vulneráveis” no Brasil pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e, embora as populações do bioma Amazônia tenham sido classificadas no status “pouco preocupante”

em comparação às populações de outros biomas brasileiros, têm potencial aumento de risco de extinção caso se mantenham as atuais tendências de perda de hábitat e sobrecaça (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 2014, Médici et al. 2012, Keuroghlian et al. 2012). Os perfis de exploração dessas espécies são apresentados a seguir com base na flutuação das declarações ao longo do ciclo anual e nos tipos de ambiente declarados em cada registro de abate. Intensidade de uso ao longo do ciclo anual Em geral, a paca, que foi a espécie de maior relevância em número de famílias declarantes, apresentou uma frequência de procura crescente até os meses que representam o pico da cheia e início da vazante do rio, isto é, julho e agosto (FIGURA 4.22). Os meses de julho e agosto concentraram quase metade (44%) do total de indivíduos abatidos e as taxas de indivíduos abatidos/ família estiveram entre as mais altas, embora o maior rendimento tenha sido observado no mês de setembro, que concentrou 11% dos indivíduos abatidos (FIGURA 4.22). Queixada e caititu foram abatidos seguindo uma tendência de procura semelhante, porém menos regular e mais dispersa ao longo do ano (FIGURA 4.22). Os meses de julho e agosto concentraram 30% do total de indivíduos abatidos de queixadas e, no caso dos caititus, os meses que concentraram as maiores proporções de indivíduos abatidos foram de maio a agosto e os maiores rendimentos indivíduos abatidos/família de maio a julho (FIGURA 4.22). A anta tendeu

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


95

PARTE 4

a um aumento menos gradual de procura, evidenciando picos nos meses de maio a julho, período que coincide com a cheia do rio e que concentrou mais de 61% do total de indivíduos abatidos e os maiores rendimentos em indivíduos abatidos/família (FIGURA 4.22). A cutia, em geral, tendeu a ser explorada de

forma mais regular ao longo de todo o ano, porém com um leve aumento de procura e de indivíduos abatidos no mês de julho (FIGURA 4.22). Essas tendências são melhor descritas na seção a seguir, onde as flutuações ao longo do ciclo anual são avaliadas nos ambientes onde os recursos foram coletados.

FIGURA 4.22. Flutuações na captura de cinco espécies de ungulados e roedores mais relevantes no extrativismo animal ao longo do ciclo anual, com base nas quantidades mensais de famílias declarantes e indivíduos abatidos (distribuição e taxas de indivíduos/ família), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Total de registros = 2.764.

50

20

1,3

1,2

1,4

4,8

2,2

2,3

10

3,0

0

0

5,5

8,8

Caititu x Ciclo anual

3,5

2,2

11,7

17,3

20,4

%

%

19,0

18,8 7,8

5,2

8,3

6,4

20 10 0

% de famílias que declararam cutia

1,7

7,8

7,6

6,1

1,7

16,0

14,3

13,2

12,1

10

8,8

14,6

12,4 6,1

10,9

%

%

20

14,9

1,7

16,2

20

2,0

2,3

9,9

10

N famílias que declararam recurso animal

4,3

2,0

8,5

20 10

11,7

14,2

19,4

22,9

1,7

14,5 8,5

8,0

1,9

1,7

1,4 9,6

24,4 18,2 7,4

2,3

4,3

3,2

2 1

3,6

1,6

6,7

1,6

1,8

9,3 5,7

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (26) (34) (25) (18) (30) (34) (40) (29) (14) (25) (35) (20)

6,5

9,9

3,2

20

0

2 1 0

% de indivíduos abatidos paca (N=1.565) Indivíduos abatidos/família 3,5 21,9 2,9

2,0

10 2,9

0

0 N famílias que declraram recurso animal

1,6

9,0

4,1

30

36,3

%

%

30

1,6

2,2

Paca x Ciclo anual

43,9 31,3

1,6

N famílias declarantes

% de famílias que declararam paca

40

1,3

3

12,6

0

50

1,6

11,6

% de indivíduos abatidos cutia (N=613) Indivíduos abatidos/família

0

Paca x Ciclo anual

0

3

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (25) (24) (24) (31) (39) (36) (45) (44) (18) (12) (18) (13)

30

18,1

1,2

7,9

Cutia x Ciclo anual

40 16,3

1,2

N famílias declarantes

50

17,9

1

2,2

N famílias que declararam recurso animal Cutia x Ciclo anual

1,0

2,6

2,1

0

30

1,0

% de indivíduos abatidos caititu (N=658) Indivíduos abatidos/família 2,7

2,0

12,6

1,2

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (21) (14) (31) (26) (53) (51) (60) (34) (11) (5) (5) (6)

30

40

12,7

1,0

8,1

Caititu x Ciclo anual

50

10

1,0

N famílias declarantes

% de famílias que declararam caititu

15,1

1,2

7,3

N famílias que declararam recurso animal

20

18,9

2

14,5

12,7

30

20,2

1,8 22,0

Indivíduos

7,4

27,1

1,4

1,8

Indivíduos

10,7

15,0

24,5

%

%

25,9

30 10

1,9

30

40 20

% de indivíduos abatidos anta (N=491) Indivíduos abatidos/família

Anta x Ciclo anual

Indivíduos

% de famílias que declararam anta

5,6

7,3

2,4 7,1

2,2 7,0

4,0 22,0

2,2 9,3

5

4,3

4 11,5

1,5 1,7

2,1

2

1,4 1,2

2,6

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (23) (27) (40) (47) (50) (65) (97) (85) (42) (17) (14) (20) N famílias declarantes

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR

3 1 0

Indivíduos

Anta x Ciclo anual


96

PARTE 4

50

30 31,2

30 13,2

14,6

12,1

20,5

22,9

31,6

23,6

23,4

27,9

%

%

40 20

% de indivíduos abatidos queixada (N=1.415) Indivíduos abatidos/família

Queixada x Ciclo anual

% de famílias que declraram queixada

15,7

10

11,3

20 10

0

0

2,7

2,6

2,6

8,7

3,0

16,5

13,6 8,1

3,5

2,6

2,2

1,9

4

3,2

2,8

2,1

8,8

2,5

13,4

8,0

4,1

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (26) (23) (30) (42) (47) (49) (69) (74) (54) (64) (34) (23)

N famílias que declararam recurso animal

3 2

6,4

4,6

4,2

2,7

1

Indivíduos

Queixada x Ciclo anual

0

N famílias declarantes

Intensidade de uso de ambientes Pacas e cutias (roedores) tenderam a ser capturadas em uma maior amplitude de ambientes em comparação a queixadas, caititus e antas (ungulados) (FIGURA 4.23). A importância de ambientes antropizados foi maior para cutias, que são bastante capturadas em roçados e matas de capoeira, principalmente na época da seca (FIGURA 4.24), porém as taxas de captura de indivíduos/família tendem a ser em geral inferiores às obtidas em matas de terra firme ao longo do ciclo anual (FIGURA 4.24). A captura de pacas esteve fortemente associada a igarapés (FIGURA 4.23), atingindo picos em número de famílias e taxas de captura de indivíduos/família nos meses de julho a setembro, que coincidem com o pico da cheia e início da vazante. Queixadas e caititus

estiveram fortemente associados a matas de terra firme, mas a importância de ambientes antropizados foi comparativamente mais alta para caititus (FIGURA 4.23). Como esperado, em ambos os casos houve decréscimo na procura no período da seca em matas de terra firme (FIGURA 4.24), sendo que, no caso da queixada, o rendimento de indivíduos abatidos/família tendeu a manter-se estável ao longo do ciclo anual (FIGURA 4.24). Já as antas estiveram fortemente associadas a igarapés e matas de terra firme, sendo a espécie com menor amplitude de ambientes declarados (FIGURA 4.23), apresentando picos de procura e captura nos meses de maio a julho, meses que coincidem com a época da cheia (FIGURA 4.24). Estes dados representam 94% do total de registros obtidos para as cinco espécies (2.600/2.764).

FIGURA 4.23. Importância relativa de tipos de ambientes na captura de cinco espécies de ungulados e roedores mais relevantes no extrativismo animal, com base na quantidade de famílias declarantes e indivíduos abatidos (distribuição e taxas de indivíduos/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Total de registros = 2.600.

100 80

80 68,8

%

60

62,5

%

60 40

21,4

20

16,1

9,8

6,3

4,5

100 80

% de famílias que declararam caititu (125)

%

40 20 0

% 15,2

12,8

4,0

1,6

0,8

0,8

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018

1,7

1,6 1,2

31,6 10,8

6,3

2,9

2,7

40 20 0

64,1

2 1,0

1,0

1,1

0,9

4,0 4,2 2,2 14,1

1 0

% de indivíduos abatidos caititu (N=629) Indivíduos abatidos/família

Caititu x Ambientes

60 21,6

2,0

43,6

40

80

32,8

2,0

0

76,8

60

3

2,5

20

3,6

0

Caititu x Ambientes

% de indivíduos abatidos anta (N=443) Indivíduos abatidos/família

Anta x Ambientes

Indivíduos

% de famílias que declararam anta (112)

1,9

1,8

7,9

5,4

2,1

5,4

4 3

2,4

1,9

5

1,0

1,0

0,3

0,2

2 0,6

1 0

Indivíduos

Anta x Ambientes


97

PARTE 4

%

55,4

60

51,8

%

60

80

38,4

40

15,2

20

7,1

6,3

5,4

2,7

0

0,9

0,9

0,9

% de famílias que declararam paca (167)

80 %

60 47,3

%

40

24,0

20

20,4

16,2

8,4

6,6

1,8

0

Queixada x Ambientes

2,2

2,0

5,8

1,8

1,2

% de famílias que declararam queixada (163)

28,8

21,5

20

18,4

12,9

11,7

5,5

1,8

0

1,0

1,0

1,0

0,5

0,2

0,2

0,2

0,2

3,6

2,9

2,4 17,0

80

5,4

60

50,1

2 1 0

7 6 5 4 3 2 1 0

4,5 3,2

2,4 1,5

9,6

5,4

5,2

3,1

3,6 2,3

12,9

1,0 1,8

1,4

0,2

2,0

1,3 0,6

0,3

0,1

% de indivíduos abatidos queixada (N=1.336) Indivíduos abatidos/família

40 20

1,2

1,0

58,4

Queixada x Ambientes

% 34,4

1,7

1,0

% de indivíduos abatidos paca (N=1.484) Indivíduos abatidos/família

0

76,1

40

2,9

1,5

6,9

40

0,6

3

1,7

1,1

16,0

20

60 %

29,3

2,4

Paca x Ambientes

75,4

60

80

4

3,0

20

0,9

100

100

41,6

0

Paca x Ambientes

80

40

5

3,9

Indivíduos

100 80

% de indivíduos abatidos cutia (N=587) Indivíduos abatidos/família

Cutia x Ambientes

Indivíduos

% de famílias que declararam cutia (112)

12,7

2,9

2,9

6,6

4,6

3,2

3,2

4,6

2,2

1,3 6,0

0

0,3

6 5 4 3 2 1 0

1,0 0,1

Indivíduos

Cutia x Ambientes

FIGURA 4.24. Flutuações no uso dos ambientes mais relevantes na captura de cinco espécies de ungulados e roedores ao longo do ciclo anual, com base na quantidade de famílias declarantes e indivíduos abatidos (taxas de indivíduos/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). A proporção de famílias declarantes nos ambientes mais relevantes foi zerada nos meses em que o número de famílias foi <5.

% de famílias/ambiente

80 60 40 20

38,9

35,7

45,8 26,7

56,0

65,2 52,6

48,4

40,0 20,0

16,7 0,0

0

N famílias que declararam anta

Igarapé (193) Mata terra firme (140)

Taxa mensal de antas abatidas/família por ambiente Infdivíduos/família por ambiente

Igarapé Mata terra firme

% de mensal de famílias que declararam anta por ambiente 100

2

1,6 1,1

1

0

1,2

1,0

1,2

1,5

1,6 1,1

1,0

1,0

1,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (18) (14) (30) (24) (50) (46) (57) (31) (10) (3) (5) (6) N famílias declarantes

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


98

PARTE 4

80

66,7

68,2

60,9

64,3

67,6

Mata terra firme Mata capoeira 74,3

65,9

60

57,1

63,6

58,8

47,1

41,7

40 20 0

Taxa mensal de caititus abatidos/família por ambiente Indivíduos/família por ambiente

% de famílias/ambiente

% mensal de famílias que declararam caititu por ambiente 100

3

2,3

2

2,4 2,0

1,8

60

60,9 42,3

40

51,9 38,9

35,3

Mata terra firme Roçado Mata capoeira 50,0

44,7

48,1

53,8 27,3

29,4

27,8

20 0

0

60 40

50,0

70,7 58,3 45,7

36,4

69,0 53,8

46,0

37,5

47,4

20 0

3

2,7

60

62,5

69,6

65,5

67,5

68,9

2,4

1,4

1,6

85,7 60,3 44,0 30,0

40 20 0

1,6

1,6 1,3

1,5

1,5

1 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (81) (34) (23) (18) (27) (32) (38) (27) (13) (22) (34) (18)

Igarapé (866) Mata terra firme (253)

5

4,0

4 2,8

3 2

2,9

4,3

3,3 2,4

2,3

1,8

2,4

2,1

1,8

1,6

1 0

Jan (22)

Fev (26)

Mar (38)

Abr (45)

Mai (46)

Jun (63)

Jul (96)

Ago (82)

Set (42)

Out (16)

Nov (13)

Dez (19)

N famílias declarantes

Taxa mensal mensal de queixadas queixadas/famílias Taxa abatidas/famílias por ambiente ambiente por

Mata terra firme Igarapé 65,6

1,6

2,0

1,9

Taxa mensal de pacas abatidas/família por ambiente

34,4

42,9

Indivíduos/família por ambiente

% de famílias/ambiente

80

1,4

Mata terra firme (244) Roçado (172) Mata capoeira (94)

2,7

2

N famílias que declararam paca

% mensal de famílias que declararam queixada por ambiente 100

1,4

N famílias declarantes

Igarapé Mata terra firme

64,4 50,0

1,5

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (24) (22) (23) (28) (37) (35) (44) (42) (17) (11) (17) (12)

Taxa mensal de cutias abatidas/família por ambiente

Indivíduos/família por ambiente

% de famílias/ambiente

80

1,8

1

N famílias que declararam cutia

% mensal de famílias que declararam paca por ambiente 100

2,4

N famílias declarantes

Indivíduos/família por ambiente

% de famílias/ambiente

80

2,6

1,7

N famílias que declararam caititu

% mensal de famílias que declararam cutia por ambiente 100

Mata terra firme (403) Mata capoeira (89)

N famílias que declararam queixada

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018

Mata terra firme (669) Igarapé (172)

4 3

2,9 2,1

2,4

2,2

2,6

2,3

2,2

2,3

2

2,1

2,1

2,4

1,6

1 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (24) (23) (29) (40) (45) (49) (64) (68) (50) (60) (32) (21) N famílias declarantes


99

PARTE 4

Flutuações anuais As proporções anuais de famílias declarantes e as taxas anuais de abate do período de 2009 a 2016 das espécies de roedores e ungulados em questão tenderam a manter-se estáveis, com exceção da queixada e alguma ressalva para pacas e antas (FIGURA 4.25). A partir do ano de 2012 até 2015, houve uma forte tendência à diminuição na quantidade de famílias que declararam ter abatido queixadas e também no rendimento em indivíduos abatidos/família, em comparação aos três anos anteriores (FIGURA 4.25).Essa flutuação no abate de

queixadas, no entanto, também pode ser interpretada como a disponibilidade atípica desse recurso nos anos de 2009 a 2011, em que se deve considerar a história natural da espécie e os períodos prolongados de baixa precipitação local e seca do rio ocorridos nos anos de 2009 a 2011. Houve uma leve tendência ao aumento na proporção de famílias declarando abate de pacas a partir do ano de 2013, e uma diminuição no rendimento em indivíduos abatidos/família para antas, considerando o período total (FIGURA 4.25).

FIGURA 4.25. Flutuação temporal na captura de cinco espécies de ungulados e roedores mais relevantes no extrativismo animal, com base na quantidade anual de famílias declarantes e indivíduos abatidos/família, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). O ano de 2008 não foi incluído devido à amostragem sazonal parcial.

3,7

2,7 28,7

30,2

39,5 26,3

31,1

26,8

39,6

80

3

42,3

2

20 0

4

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)

3,0

2,9 2,5

20

0

0

22,4

25,4

19,4

% de famílias que declararam queixada (R²=-0,848) Indivíduos abatidos/família (R²=-0,410)

3,2 2,7

40 20 0

41,4

43,8

43,4

1,8 25,6

19,1

13,0

5

100

4

80

3

2,3

2 4,5

13,1

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)

1,9

1,7

2,1

20 0

2,3

1 0

40

1

20

0

0

1,9

2

20,1

16,0

21,7

21,3

24,1

19,3

13,0

1,5

1,5

25,9

22,7

2 1,3

1 24,3

22,3

17,1

13,1

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137) N famílias entrevistadas

1,5

3 2,2

60

60 29,9

2,5

2,5 2,1

1,7

1,6

80 40

22,6 9,7

% de famílias que declararam anta (R²=-0,372) Indivíduos abatidos/família (R²=-0,547)

Anta flutuação temporal 100

14,9

% de famílias que declararam caititu (R²=-0,236) Indivíduos abatidos/família (R²=0,013)

2,9

N famílias entrevistadas

%

60

2,9

2,8

Caititu flutuação temporal

%

4,1

%

80

4,2

14,2

N famílias entrevistadas

Indivíduos

100

2

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)

N famílias entrevistadas

Queixada flutuação temporal

16,5

3

2,2 1,3

40

1

1,9

1,8

60

2,2

16,1

18,2

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137)

0

N famílias entrevistadas

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR

1 0

Indivíduos

60 40

3,4

3,3

3,5

100

Indivíduos

3,7

5

%

%

80

4,1

3,8

Indivíduos

100

% de famílias que declararam cutia (R²=-0,266) Indivíduos abatidos/família (R²=-0,247)

Cutia flutuação temporal

Indivíduos

% de famílias que declararam paca (R²=0,596) Indivíduos abatidos/família (R²=0,011)

Paca flutuação temporal


100

PARTE 4

Como citado anteriormente, os anos de 2009 a 2011 foram marcados por baixa precipitação local (especialmente os anos de 2009 e 2011) e baixas cotas do rio Unini (especialmente o ano de 2010), certamente exercendo níveis variados de influência no acesso e na disponibilidade dos recursos naturais. O uso dos ambientes na captura das espécies de roedores e ungulados em questão foi comparado, utilizando-se dois agrupamentos artificiais de tempo, isto é, de 2009 a 2011 e de 2012 a 2015. Para esses dois períodos foram calculados parâmetros de exploração (proporção de famílias declarantes, distribuição de indivíduos abatidos e taxas de indivíduos abatidos/família) com base nos ambientes declarados para cada espécie. A FIGURA 4.26 apresenta os ambientes declarados por pelo menos 10% das famílias declarantes de cada recurso para os períodos de 2009 a 2011 e 2012 a 2015. Foi observada uma diferença no uso dos ambientes declarados na captura de todas as espécies em questão, com aumento da importância relativa de ambientes antropizados (roçado, mata de capoeira) no período de 2012 a 2015, seja pela quantidade de famílias declarantes, de indivíduos abatidos ou pelo rendimento (FIGURA 4.26). Com exceção da anta, que manteve proporções similares de indivíduos abatidos e rendimento para ambientes

primários (igarapé, mata de terra firme, mata de igapó), todos os demais recursos apresentaram diminuição da importância relativa desses ambientes no período de 2012 a 2015 em comparação ao período de 2009 a 2011 (FIGURA 4.26). Essas tendências observadas potencialmente refletem flutuações climáticas ao médio prazo, que demandam dados e análises temporais mais expandidas.

FIGURA 4.26. Importância relativa de tipos de ambientes na captura de cinco espécies de ungulados e roedores em dois agrupamentos artificiais de tempo (2009 a 2011 e 2012 a 2015), com base na quantidade de indivíduos abatidos (distribuição e taxas de indivíduos/família por ambiente), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). São considerados os ambientes declarados por >10% de famílias declarantes de cada recurso. Ambientes em ordem decrescente de famílias declarantes.

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


101

PARTE 4

Razão sexual No SiMUR, as declarações de indivíduos abatidos no contexto da caça são associadas sempre que possível a classes sexo -etárias (machos adultos, fêmeas adultas, machos jovens, fêmeas jovens, infantes e fêmeas prenhes). Neste documento, esses dados são apresentados em classes de machos, fêmeas, fêmeas prenhes e infantes (filhotes) para as cinco espécies de roedores e ungulados que constam no rol dos recursos naturais mais relevantes captados pelo SiMUR em número de famílias declarantes (veja TABELA 2.3). Esses dados representam 97% do total de indivíduos abatidos declarados (4.590/4.742). Ao total, os indivíduos das espécies em questão foram abatidos nas seguintes razões macho-fêmea: 1,1:1 (paca), 1,2:1 (cutia), 0,9:1 (queixada), 1,3:1 (caititu) e 1,8:1 (anta) (FIGU-

RA 4.27). As antas estiveram sujeitas a proporções mais altas de fêmeas prenhes, que constituíram 7% do total de fêmeas abatidas, seguidas de cutias, com 6% (FIGURA 4.27). A FIGURA 4.27 apresenta ainda as flutuações das proporções de machos, fêmeas e filhotes entre os indivíduos abatidos das cinco espécies entre 2008 e 2016. Se agregados a dados sobre densidade populacional e produtividade reprodutiva das espécies, os dados sobre a razão sexual de indivíduos abatidos podem ser úteis, contribuindo para avaliar pressão de caça e, se necessário, planejar ações de manejo e conservação dessas populações, especialmente para aquelas mais vulneráveis a pressões, como a anta, que apresenta longo ciclo reprodutivo e baixa produtividade reprodutiva, e a queixada, que depende de extensas áreas e mosaicos de hábitats para a manutenção de suas populações.

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


102

PARTE 4

FIGURA 4.27. Razão sexual de indivíduos abatidos de cinco espécies de ungulados e roedores mais relevantes no extrativismo animal (total e anual), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses).

80 60

53,2

47,4

47,4

46,0

63,2

56,3

52,2

43,1

35,5

40 20 0,3

0

4,1

0,9

Paca (N=1.529)

6,0

0,6 2,9

0,4 2,5

Cutia (N=581)

Queix ada (N=1.383)

Cutia - Proporções de indivíduos abatidos

Caitit u (N=638)

Machos

1,3

Anta

Fêmeas

(N=459)

52,1 47,1

51,7 46,6

42,9

60,9

53,7 42,6

55,3

51,9 48,1

50,0 50,0

44,7

39,1 26,3

1,7

0

2008 (N=49)

3,7

0,8

2009 2010 (N=116) (N=121)

2011 (N=54)

0

0

0

0

0

2012 (N=48)

2013 (N=46)

2014 (N=52)

2015 (N=19)

2016 (N=76)

Caititu - Proporções de indivíduos abatidos

1,6

0

2008 (N=52)

51,4 48,1

50,4 49,6

0,5

50,0 49,3

0,7

0

57,3

55,4

54,0 46,0

44,6

0

53,7 46,3

42,7

0

0

0

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=182) (N=183) (N=123) (N=144) (N=261) (N=166) (N=213) (N=205)

Machos

Fêmeas

Filhotes

Machos

60

54,3 45,7

54,4

50,9 49,1

44,9

51,9 47,7

59,3 38,9

40

58,1

56,8

56,3

51,9 46,2

43,8

43,2

41,9

1,8

0

0

0

1,9

2008 2009 2010 2011 2012 (N=247) (N=228) (N=296) (N=308) (N=113)

2013 (N=86)

2014 (N=37)

2015 (N=16)

2016 (N=52)

0

0,7

0

0,3

Anta - Proporções de indivíduos abatidos

Filhotes

Fêmeas

80

0

Machos

Fêmeas

Filhotes

100

80

67,1

60,7

55,6 42,6

39,3

58,7

53,6 46,4

41,3

32,9

20 0

0

1,9

2008 (N=84)

2009 (N=73)

2010 (N=54)

0

2011 (N=110)

63,0

55,6

54,2 44,8

% de indiv íduos

% de indiv íduos

52,2 46,2

40,4

20

100

0

40

59,6

Queixada - Proporções de indivíduos abatidos

Filhotes

% de indiv íduos

% de indiv íduos

57,1

20

40

Filhotes

100

40

60

60

0

73,7

80

0

Fêmeas

80

20

7,4

100

60

Machos

100

% de indiv íduos

% de indiv íduos abatidos

100

52,3

Paca - Proporções de indivíduos abatidos

Machos total Fêmeas total Filhotes Fêmeas prenhes (% de fêmeas total)

Proporções totais de indivíduos abatidos

50,0 50,0

44,4 32,6

0

1,0

2012 (N=63)

2013 (N=96)

0

2014 (N=72)

4,3

2015 (N=46)

80 60

2016 (N=40)

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018

0

65,6

68,9

65,0

35,6

5,6

2008 (N=18)

66,7 57,6

54,0 46,0

50,0 44,4

40 20

0

70,9 62,2

31,1

29,1

2,2

0

2009 (N=90)

2010 (N=55)

3,3

2011 (N=61)

42,4

35,0

28,9

33,3

0

0

2,2

0

0

2012 (N=40)

2013 (N=63)

2014 (N=45)

2015 (N=54)

2016 (N=33)


103

PARTE 5

PARTE 5

RECURSOS DE RELEVÂNCIA NO EXTRATIVISMO VEGETAL

Cipó-titica, cipó-timbó-açu, castanha-da-amazônia Importância Três produtos florestais não-madeireiros estiveram entre os 22 recursos naturais mais relevantes em número de famílias declarantes do SiMUR no período de 2008 a 2016 (veja TABELA 2.3: Parte 2: Diversidade, importância relativa e uso de recursos naturais e produtos agrícolas): cipó-titica e cipó-timbó-açu (Heteropsis spp.) e castanha-da-amazônia (Bertholletia excelsa). A relevância desses três recursos está no fato de sua exploração ser prioritariamente voltada à comercialização e geração de renda local, mobilizando uma importante proporção de famílias do rio Unini. Nessa perspectiva, a exploração desses recursos pode ser considerada complementar à produção de farinha-de-mandioca e banana. Por este motivo, o uso desses produtos florestais é caracterizado no contexto dos produtos comercializados em seção posterior deste documento (Parte 6: Recursos naturais e produtos agrícolas de relevância comercial).

Palmeiras Importância Os frutos do açaí (Euterpe precatoria) estiveram entre os 22 recursos naturais mais relevantes em número de famílias declarantes do SiMUR no período de 2008 a 2016 (veja TABELA 2.3: Parte 2: Diversidade, importância relativa e uso de recursos naturais e produtos agrícolas). Essa importância do açaí para a alimentação dos moradores se estende também para o grupo botânico que ela representa, a família das palmeiras (Arecaceae). No total, nove espé-

cies de palmeiras foram declaradas durante esse período por 77% (172/223) das famílias que declararam ter extraído algum recurso vegetal (Parte 3: Extrativismo animal e vegetal). As palmeiras foram o grupo de recursos vegetais mais relevante na alimentação (frutos). Entre as famílias que declararam algum recurso vegetal para alimentação, 94% (160/171) declararam os frutos de pelo menos uma dessas cinco espécies de palmeiras: açaí (Euterpe precatória), bacaba (Oenocarpus bacaba), patauá (Oenocarpus bataua), buriti (Mauritia flexuosa) e tucumã (Astrocaryum aculeatum). As palmeiras também constituíram o grupo de recursos vegetais mais relevante na composição de construções de madeira e fibra (fibras das folhas e caule). Neste caso, 74% (67/91) das famílias que declararam algum recurso vegetal para este fim e pelo menos uma dessas quatro espécies de palmeiras: palha-branca (Attalea spp.), palha-preta (Attalea spp.), palha-ubim (Geonoma spp.) e paxiúba (Socratea exorhiza). As palmeiras responderam por 30% (926/3.077) do total de registros de recursos vegetais não-madeireiros identificados. A FIGURA 5.1 indica a predominância do açaí na alimentação e da palha-branca e da palha-ubim na composição de construções.

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


104

PARTE 5

FIGURA 5.1. Importância relativa de nove espécies de palmeiras no extrativismo vegetal, com base na quantidade de famílias declarantes e quantidade extraída (distribuição e taxas de unidades/família), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). *A parte extraída da paxiúba é contabilizada em caules. Total de registros = 926. Palmeiras x Alimentação

% de famílias declarantes

% de cachos extraídos (N=4.870)

Palmeiras x Alimentação

49,7

4,1

Patauá

Bacaba

15

Buriti

6,1

20

% de famílias declarantes

10,6

6,6

5,6

0,4

Açaí

Patauá

Bacaba

Buriti

Tucumã

61,5

60

0

% de talos extraídos (N=17.122) Talos extraídos/família

100

80

5

76,8

Palmeiras x Construção

100

10

5,8

5,5

2,9

0

Tucumã

%

% famílias que declararam recurso vegetal na classe de uso (N=91)

20

40

27,5

Palmeiras x Construção

500

440,9

80

400

60

300 207,9

40

40 16,5

20 0

25

80 60

34,5

Açaí

30

Palha-branca

8,8

Palha-ubim

20

5,5

Palha-preta

200

157,8

0

Paxiúba*

Intensidade de uso ao longo do ciclo anual É esperado que a extração de frutos de palmeiras acompanhe um ciclo sazonal, ao contrário da extração das folhas (medidas em talos) e caule. Ao longo de todo o ano os frutos de palmeiras foram consumidos de forma regular com tendência para um incremento nas taxas de extração (rendimento) durante os meses de período chuvoso (FIGURA 5.2). Esse incremento é principalmente devido à extração do açaí, que se concentra fortemente nesse período (FIGURA 5.3). Já no caso do patauá, apesar da procura ter se concentrado no período de estiagem, aparentemente não é acompanhada do aumento nas

Talos/família

79,5

27,5

Cachos/família

100

%

% famílias que declararam recurso vegetal na classe de uso (N=171)

Cachos extraídos/família 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0

100 51,6

38,6

9,7

2,4 0,1

Palha-branca

Palha-ubim

Palha-preta

Paxiúba*

0

taxas de extração (FIGURA 5.3). Os indicadores para bacaba, buriti e tucumã foram pouco representativos e as tendências de extração ao longo do ciclo anual pouco acentuadas (FIGURA 5.3). Como esperado, a extração das estruturas fibrosas de palmeiras ocorreu ao longo de todo o ano de forma regular, porém com uma aparente tendência a um incremento no rendimento no período chuvoso (FIGURA 5.4), principalmente devido à extração de folhas da palha-ubim, ao contrário da extração da palha-branca, que se deu de forma regular ao longo de todo o ano (FIGURA 5.4). Já a palha-preta e a paxiúba foram pouco representativas (FIGURA 5.4).

FIGURA 5.2. Flutuações na exploração de frutos e fibras de palmeiras para alimentação e composição de construções ao longo do ciclo anual, com base nas quantidades mensais de famílias declarantes e quantidades extraídas (distribuição e taxas de unidades/ família), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Total de registros = 926.

100

81,9

79,4

80,0

92,6

96,2

90,5

100,0

100,0

96,4

50 72,4

66,2

60 40 20 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (N=63) (N=71) (N=83) (N=90) (N=86) (N=81) (N=52) (N=21) (N=11) (N=16) (N=28) (N=29) N famílias que declararam recurso vegetal na alimentação

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018

15

12,5 10,2

8,0

30 20

5,0

10

5,2

0

Cachos extraídos/família

14,9 12,7

40 %

%

80

84,9

% de cachos extraídos palmeira (N=4.870)

Frutos de palmeiras x Ciclo anual

% de famílias que declararam frutos de palmeiras

17,7 7,7

18,5

7,6

22,3 15,7

4,8 3,3 4,9

1,3

3,8 2,1 0,5

1,3

5

3,1 1,7

3,3

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (50) (47) (68) (72) (73) (75) (50) (19) (11) (16) (27) (21) N famílias declarantes

10

0

Cachos

Frutos de palmeiras x Ciclo anual


105

PARTE 5

% de famílias que declararam fibras de palmeiras

100

80,0

75,0

66,7

57,1

60

61,5

57,9

45,5

71,4

64,3

60,0

45,0

55,6

40

40 20 0

179,9 12,9

10 0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (N=12) (N=11) (N=14) (N=10) (N=15) (N=19) (N=20) (N=13) (N=14) (N=20) (N=18) (N=14)

400

245,3

30 20

Talos/caules extraídos/família

383,1

50

%

%

80

% de talos/caules extraídos (N=17.122)

Fibras de palmeiras x Ciclo anual

120,2

17,9

168,8

131,5 8,4

3,5

300

213,0

12,4

8,4

148,3 102,0

45,7 2,4

7,9

7,8

7,1

77,8 4,5

113,5 6,6

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul (9) Ago Set Out Nov Dez (9) (5) (8) (8) (10) (11) (8) (9) (12) (10) (10)

200 100

Talos ou caules

Fibras de palmeiras x Ciclo anual

0

N famílias declarantes

N famílias que declararam recurso vegetal para madeira e fibra

FIGURA 5.3. Flutuações na exploração de frutos de cinco espécies de palmeiras para alimentação ao longo do ciclo anual, com base nas quantidades mensais de famílias declarantes e quantidades extraídas (distribuição e taxas de unidades/família), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses).

Cachos extraídos/família

100

50

60

75,6

75,6

27,0

20 0

40

61,7

49,3

11,5

20

17,2 4,8

0,0

0,0

3,6

10

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (N=63) (N=71) (N=83) (N=90) (N=86) (N=81) (N=52) (N=21) (N=11) (N=16) (N=28) (N=29)

13,6

30

0

9,0

21,5

12,2 22,2

15,3

50 40

20 0

42,9 22,5

12,0

3,3

3,5

3,7

11,5

9,5

37,9

6,3

10

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (N=63) (N=71) (N=83) (N=90) (N=86) (N=81) (N=52) (N=21) (N=11) (N=16) (N=28) (N=29)

0

40 20 0

9,9

12,0

13,3

17,4

17,2

%

30 20 10

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (N=63) (N=71) (N=83) (N=90) (N=86) (N=81) (N=52) (N=21) (N=11) (N=16) (N=28) (N=29) N famílias que declararam recurso vegetal na alimentação

0

10 8 6

5,0 3,9

3,7 2,7

34,4

13,3

2,7

12,1

7,7

2,5

2,7

2,5

3,6 2,5

1,8

1,5

3,4

0,9

0,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul (6) Ago Set (30) (16) (10) (3) (3) (3) (2) (0)

1,5

9,3

12,4

Out Nov Dez (1) (12) (11)

4 2 0

% de cachos extraídos patauá (N=516) 5 3,6

40 46,4

%

39,5

31,7

Out Nov Dez (0) (1) (5)

Cachos extraídos/família

80 52,4

2,2

50

87,5

50,0

0,3

8,3

Patauá x Ciclo anual

100,0

60

0,0

N famílias declarantes

% de famílias que declararam patauá

100

0,0

% de cachos extraídos bacaba (N=323)

N famílias que declararam recurso vegetal na alimentação Patauá x Ciclo anual

0,1

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul (6) Ago Set (17) (35) (59) (68) (65) (50) (1) (0)

30 20

0,0

5

2,0 1,0

Cachos extraídos/família

80 40

10

6,2

8,5 2,4

15

11,0

Bacaba x Ciclo anual

%

%

% de famílias que declararam bacaba

47,6

11,4

20

N famílias declarantes

100 60

26,6

5,2

N famílias que declaram recurso vegetal na alimentação

Bacaba x Ciclo anual

16,8

15,3

Cachos

71,1

%

%

80 40

% de cachos extraídos açaí (N=3.738)

Açaí x Ciclo anual

Cachos

% de famílias que declararam açaí

0

2,6

2,1

3,5

1,9

3,3

3,6

3,5 3,0 2,1

20,2

4 2,5

10,1 2,9

3,7

8,3

10,1

7,6

9,7 4,5

3 1,6

15,1 6,4

1,6

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (20) (7) (10) (12) (15) (32) (26) (11) (11) (14) (13) (5) N famílias declarantes

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR

2 1 0

Cachos

Açaí x Ciclo anual


106

PARTE 5

Cachos extraídos/família

80

40 44,2

40 20 0

¨%

50

%

100 60 29,6 0,0

0,0

0,0

2,2

23,8

10,5

0,0

6,3

0,0

% de cachos extraídos buriti (N=273)

Buriti x Ciclo anual

40,7 3,8

30

10

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (N=63) (N=71) (N=83) (N=90) (N=86) (N=81) (N=52) (N=21) (N=11) (N=16) (N=28) (N=29)

0

0,0

0,0

0,0

% de famílias que declararam tucumã

1,8

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set (0) (0) (0) (2) (9) (24) (23) (5) (0)

60

%

%

40

40 0

0,0

2,2

0,0

1,9

1,2

4,8

0,0

0,0

2,2

0,0

Out Nov Dez (1) (0) (2)

2 0

10,7

% de cachos extraídos tucumã (N=20) Cachos extraídos/família

80

0,0

0,0

Tucumã x Ciclo anual 50

0,0

9,2

5,9

N famílias declarantes

100

20

3,2

3,2 12,5

N famílias que declararam recurso vegetal na alimentação

Tucumã x Ciclo anual

4

27,8

2,5

20

6,9

6

6,0 4,8

Cachos

% de famílias que declararam buriti

50,0

20 3,4

10

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (N=63) (N=71) (N=83) (N=90) (N=86) (N=81) (N=52) (N=21) (N=11) (N=16) (N=28) (N=29)

0

15,0

1,0 10,0

4

3,3

3,0

30

5

1,0

2,0

2,0

10,0

10,0

5,0 0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul (1) Ago Set (0) (0) (0) (2) (0) (1) (1) (0)

0,0

Out Nov Dez (0) (3) (1)

3 2

Cachos

Buriti x Ciclo anual

1 0

N famílias declarantes

N famílias que declararam recurso vegetal na alimentação

FIGURA 5.4. Flutuações na exploração de fibras de espécies de palmeiras para composição de construções de madeira e fibra ao longo do ciclo anual, com base nas quantidades mensais de famílias declarantes e quantidades extraídas (distribuição e taxas de unidades/família), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses).

100 60,0

50,0

40

61,5

60,0 47,4

27,3

40

64,3 45,0

40,0

28,6

38,9

%

%

60

28,6

10 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (N=12) (N=11) (N=14) (N=10) (N=15) (N=19) (N=20) (N=13) (N=14) (N=20) (N=18) (N=14)

0

% de famílias que declararam palha-preta

63,7 8,1

6,6

5,5

4,3

9,0

45,0

15,3

150 100,9

100 12,8

11,1

4,1

52,5

50

8,0 2,4

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul (8) Ago Set (6) (3) (4) (6) (9) (9) (8) (9)

Out Nov Dez (9) (7) (4)

0

% de talos extraídos (N=1.663) Talos extraídos/família

80 60

60

200

180

175 61,3

150

%

%

12,8

Palha-preta x Ciclo anual

80 40 0

108,7

88,4

N famílias declarantes

100

20

126,0

125,6

122,5

119,7

N famílias que declararam recurso vegetal para madeira e fibra Palha-preta x Ciclo anual

200

168,8

20

20 0

30

Talos extraídos/família

193,3

50

80

% de talos extraídos (N=8.834)

Palha-branca x Ciclo anual

100

40

16,7 0,0

7,1

10,0

0,0

10,5

0,0

0,0

0,0

5,0

Talos

% de famílias que declararam palha-branca

11,1

7,1

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (N=12) (N=11) (N=14) (N=10) (N=15) (N=19) (N=20) (N=13) (N=14) (N=20) (N=18) (N=14) N famílias que declararam recurso vegetal para madeira e fibra

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018

20 0

21,0

47 0,0

4 0,2

10,8 2,8

0,0

0,0

0,0

0,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul (0) Ago Set (2) (0) (1) (1) (0) (2) (0) (0) N famílias declarantes

50

30 3,6

2 0,1

Out Nov Dez (1) (2) (1)

0

Talos

Palha-branca x Ciclo anual


107

PARTE 5

Talos extraídos/família

100

50

80 40 0

%

%

42,9 28,6 16,7

9,1

20,0 6,7

15,8

10,0

0,0

7,1

10,0

38,9

800

642,5

30

10

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (N=12) (N=11) (N=14) (N=10) (N=15) (N=19) (N=20) (N=13) (N=14) (N=20) (N=18) (N=14)

0

15,3

15,1

7,1 235,0 0,3

400

13,9 4,5 100,00,8

20,0

25,5

3,0

0,0

200

200,0 0,9 0,2 30,0 10,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul (2) Ago Set (2) (1) (4) (2) (1) (3) (0) (1)

153,7

0

Out Nov Dez (2) (1) (6)

N famílias declarantes

N famílias que declararam recurso vegetal para madeira e fibra Paxiúba x Ciclo anual

600

505,0

20

5,6

1000

1000,0

40

60 20

% de talos extraídos (N=6.613)

Palha-ubim x Ciclo anual

% de famílias que declararam palha-ubim

Talos

Palha-ubim x Ciclo anual

% de famílias que declararam paxiúba

% de caules extraídos (N=12)

Paxiúba x Ciclo anual

Caules extraídos/família

40 0

6

6

5

40

60

%

%

80

20

50,0

50

0,0

9,1

7,1

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

7,1

16,7

20

7,1

5,6

5,0

4

30

10

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (N=12) (N=11) (N=14) (N=10) (N=15) (N=19) (N=20) (N=13) (N=14) (N=20) (N=18) (N=14)

0

N famílias que declararam recurso vegetal para madeira e fibra

8,3 0,0

1

8,3

1

8,3 0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul (0) Ago Set (0) (1) (1) (0) (0) (0) (0) (1)

1

3 2

8,3

Out Nov Dez (1) (1) (1)

Caules

100

2 1

1 0

N famílias declarantes

Flutuações anuais As flutuações anuais de extração de palmeiras para alimentação e composição de construções em madeira e fibra vegetal são apresentadas em seus conjuntos na FIGURA 5.5. Para o período de 2009 a 2016, não foram encontradas tendências acentuadas de aumento ou diminuição nas proporções de famílias declarantes e as taxas anuais de extração em nenhum desses grupos de uso de palmeiras (FIGURA 5.5). No entanto, assim como foi observado para ungulados em geral na seção anterior, observa-se uma leve tendência à diminuição na quantidade de famílias extraindo esses recursos a partir do ano de 2012 (FIGURA 5.5). FIGURA 5.5. Flutuação temporal na exploração de frutos e fibras de palmeiras no extrativismo vegetal, com base na quantidade anual de famílias declarantes e unidades extraídas/família, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). O ano de 2008 não foi incluído devido à amostragem sazonal parcial.

30 20

%

36,2 8,4

23,0 45,7

15,1

14,2 8,7

9,4

24,7

12,9 21,1 8,1

22,7

25,5

13,4

10 0

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137) N famílias entrevistadas

25

60

20

50

15 10

%

51,5

50 40

Cachos extraídos/família (R²=0,294)

Cachos

60

% de famílias que declararam talos de palmeiras (R²=0,414)

Fibras de palmeiras - fluttuação temporal

Talos extraídos/família (R²=0,007) 384,6

372,9

400 300

40 30 20

5

10

0

0

140,5 9,2

154,3 9,5

163,8

156,3 93,3

12,6 4,9

4,3

4,3

4,5

108,3 6,6

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=174) (N=169) (N=175) (N=164) (N=162) (N=161) (N=154) (N=137) N famílias entrevistadas

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR

200 100 0

Talos

% de famílias que declararam frutos de palmeiras (R²=0,391)

Frutos de palmeiras - flutuação temporal


108

PARTE 5

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


109

PARTE 6

PARTE 6

RECURSOS NATURAIS E PRODUTOS AGRÍCOLAS DE RELEVÂNCIA COMERCIAL

Perfil produtivo

TABELA 6.1. Distribuição de famílias que declararam pelo menos um dos quatro produtos comerciais mais relevantes no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Cipós = cipós titica + timbó-açu (kg).

Produção e relação com a prática comercial A farinha-de-mandioca é o produto comercializado mais difundido entre as famílias, mas grande parte das famílias residentes diversificam atividades comerciais com produtos agrícolas e produtos do extrativismo. No universo de famílias que declararam pelo menos um dos quatro produtos de relevância comercial (farinha, banana, cipós do gênero Heteropsis, castanha), cerca de 36% declarou todos eles considerando o período total de 2008 a 2016 (TABELA 6.1). Para o total de famílias que comercializaram pelo menos um desses produtos, essa proporção foi de 25% (TABELA 6.1). Nesse universo, as atividades produtivas agrícolas e/ou extrativas variam de um ano a outro para cada família, porém, em geral, é ligeiramente mais frequente que as famílias produzam e comercializem produtos agrícolas somente, do que produtos agrícolas e extrativos (TABELA 6.2). Por outro lado, as famílias que desenvolveram atividades agrícolas e extrativas tenderam a produzir e comercializar todos os quatro produtos em taxas mais elevadas se comparadas a famílias que declararam apenas produto agrícola (farinha e/ou banana) ou apenas produto do extrativismo (cipós e/ou castanha) (TABELA 6.3). No ANEXO IV são apresentados os totais anuais de produção e comercialização desses quatro produtos de relevância comercial.

PRODUTOS DECLARADOS

Nº FAMÍLIAS PRODUZINDO

Nº FAMÍLIAS COMERCIALIZANDO

Farinha + Banana + Cipós + Castanha

87 (35,8%)

57 (24,6%)

Farinha + Banana + Cipós

45 (18,5%)

40 (17,2%)

Farinha + Banana

44 (18,1%)

29 (12,5%)

Farinha + Banana + Castanha

24 (9,9%)

22 (9,5%)

Farinha + Cipós

14 (5,8%)

20 (8,6%)

Farinha somente

10 (4,1%)

32 (13,8%)

Farinha + Cipós + Castanha

6 (2,5%)

13 (5,6%)

Farinha + Castanha

5 (2,1%)

4 (1,7%)

Cipós ou Castanha somente

4 (1,6%)

7 (3,0%)

Banana + Cipós ou Castanha

2 (0,8%)

5 (2,2%)

Banana somente

1 (0,4%)

2 (0,9%)

Cipós + Castanha

1 (0,4%)

1 (0,4%)

243

232

Totais

TABELA 6.2. Números anuais de famílias que declararam pelo menos um dos quatro produtos comerciais mais relevantes por atividade produtiva, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Agrícola = farinha e/ou banana, Extrativa = cipós titica + timbó-açu e/ou castanha.

ATIVIDADE DECLARADA

NÚMERO FAMÍLIAS/ANO 2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

TOTAL

Produzido Agrícola + extrativa

38

89

74

87

86

62

67

62

44

179 (74%)

Agrícola somente

61

45

67

74

60

82

77

76

71

210 (86%)

Extrativa somente

9

17

2

5

6

7

2

2

7

40 (16%)

108

151

143

166

152

151

146

140

122

243

Agrícola + extrativa

31

75

64

64

63

41

53

41

26

153 (66%)

Agrícola somente

53

40

64

75

63

70

57

72

68

199 (86%)

Extrativa somente

13

22

4

9

14

14

5

3

10

59 (25%)

Totais

97

137

132

148

140

125

115

116

104

232

Totais Comercializado

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


110

PARTE 6

TABELA 6.3. Taxas de produção e venda declarada por família por atividade produtiva. Somente famílias que declararam pelo menos um dos quatro produtos comerciais mais relevantes, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Agrícola = farinha e/ou banana, Extrativa = cipós titica + timbó-açu e/ou castanha. Os valores anuais são apresentados no ANEXO IV.

PRODUTO (UNIDADE) FARINHA (saca de 75l) BANANA (cacho)

CIPÓS (kg)

PRODUZIDO

ATIVIDADE PRODUTIVA DECLARADA

COMERCIALIZADO

Nº FAMÍLIAS (%)

QUANT.

TAXA QUANTIDADE/ FAMÍLIA

Nº FAMÍLIAS (% PRODUTORES)

Agrícola + extrativa

176 (75%)

9.786

55,6

158 (89,8%)

6.367

65,1

40,3

Agrícola somente

207 (88%)

8.480

41,0

185 (89,4%)

4.854

57,2

26,2

235

18.266

77,7

217 (92,3%)

11.220

61,4

51,7

Agrícola + extrativa

144 (71%)

26.999

187,5

116 (80,6%)

22.520

83,4

194,1

Agrícola somente

158 (78%)

16.899

107,0

113 (71,5%)

12.957

76,7

114,7

203

43.898

216,2

155 (76,4%)

35.477

80,8

228,9

Agrícola + extrativa

149 (94%)

74.998

503,3

132 (88,6%)

64.236

85,7

486,6

Extrativa somente

33 (21%)

9.548

289,3

29 (87,9%)

7.751

81,2

267,3

Total

Total

Total Agrícola + extrativa

CASTANHA Extrativa somente (lata de 20l) Total

QUANTIDADE % PRODUZIDO

TAXA QUANTIDADE /FAMÍLIA

158

84.546

535,1

142 (89,9%)

71.987

85,1

507,0

120 (97%)

7.454

62,1

96 (80,0%)

6.232

83,6

64,9

15 (12%)

312

20,8

9 (60,0%)

260

83,3

28,8

124

7.766

62,6

98 (79,0%)

6.491

83,6

66,2

Produtividade Em geral, o perfil anual de produtividade das famílias é muito variável, principalmente para recursos como a castanha-da-amazônia, cuja frutificação pode apresentar grande variação interanual. Na FIGURA 6.1 são apresentadas as quantidades de famílias (em proporções anuais mínima e máxima encontradas) distribuídas em seis classes de produtividade anual de 2008 a 2016, para os produtos de maior relevância comercial. Em geral, uma proporção maior de famílias se encaixa nos perfis de menor produtividade e menores proporções de famílias nos perfis de maior produtividade anual (FIGURA 6.1). Assim, a maior parte das famílias produtoras de farinha produziu anualmente até 12 sacas, de banana até 60 cachos,

de castanha até 12 latas, e de cipós até 100 kg do produto. Isoladamente, no entanto, o cipó-timbó-açu pode apresentar um número maior de famílias com alta produtividade, ao contrário do cipó-titica (FIGURA 6.1). Como esperado, a variação interanual da produtividade das famílias é alta para a castanha, dadas as amplitudes entre anos com mais ou menos famílias em cada classe de produtividade. As poucas famílias que apresentaram alta produtividade anual de banana (>300 cachos), castanha (>60 latas) e cipós (>500 kg) responderam por 30%, 44% e 41% das respectivas produções totais do período de 2008 a 2016 (FIGURA 6.1). Importante citar que foram consideradas apenas as famílias com pelo menos 6 meses de entrevistas realizadas a cada ano.

FIGURA 6.1. Proporções de famílias (mínimo e máximo de valores anuais) por classes de produtividade anual dos produtos comercializados mais relevantes, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). Inclui somente famílias com >6 meses de entrevistas realizadas em cada ano (total de 221 famílias).

100

80

40

80

36-64

40

30

19

20-33

20 0

28 17

6-17 Até 12 sacas

20

15

15

2-12

5

0-5

>12 a 24 >24 a 36 >36 a 48 >48 a 60 sacas sacas sacas sacas Produção anual / família 2008-2016

0-10 >60 sacas

% de famílias

50

% da produção

% de famílias

100

60

% da produção total 2008-2016 (N=37.600 kg)

Cipó-titica (Kg)

60

20

0

0

50

53-92

23

40

10

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018

% de famílias produtoras por ano (Mín.-Máx.)

40

8-31

15

20

13

0-14 Até 100 kg

30

23

19

0-11

6

0-5

>100 a 200 >200 a 300kg >300 a 400kg >400 a 500kg kg Produção anual / família 2008-2016

0-12 >500kg

10 0

% da produção

% da produção total 2008-2016 (N=16.954 sacas) % de famílias produtoras por ano (Mín.-Máx.)

Farinha-de-mandioca (Sacas de 75l)


111

PARTE 6

20 0

7-17

Até 60 cachos

8

0-9

1-8 0-3 >60 a120 >120 a 180 >180 a 240 >240 a 300 >300 cachos cachos cachos cachos cachos Produção anual / família 2008-2016

¨% de famílias

33-85 10-67

60

20 0

10

10

0-18 Até 12 latas

100

40

80

20

9

0-10

0-16

>12 a 24 >24 a 36 >36 a 48 >48 a 60 latas latas latas latas Produção anual / família 2008-2016

0-18 10 >60 latas

12

0-30

13

0

Produção e comercialização Intensidade de produção ao longo do ciclo anual As flutuações dessas atividades produtivas ao longo do ciclo anual são apresentadas na FIGURA 6.2. Em geral, atividades agrícolas de produção de farinha e banana tenderam a ser realizadas por um número maior de famílias e em maior produtividade no segundo semestre do ano. A produção de farinha se deu de forma mais estável ao longo ano, porém com uma leve queda na proporção de famílias produtoras e produtividade de sacas/família nos meses de março e abril, que coincidem com o período de enchente/chuvoso (FIGURA 6.2). Os picos de produtividade de farinha ocorreram nos meses de novembro, dezembro e janeiro, que coincidem com o período de seca/pré-chuvoso (FIGURA 6.2). A flutuação na produção de banana ao longo do ano é mais evidente, com os picos de produção nos meses de setembro, outubro e novembro, que coincidem com o período do final da vazante/estiagem e início da seca/pré-chuvoso (FIGURA 6.2). Por sua vez, atividades extrativas tenderam a ser concentradas nos períodos de enchente/chuvoso ou cheia/pré-estiagem ou enchente/cheia. A produção da castanha-da-amazônia ficou praticamente restrita ao período de enchente/chuvoso, com picos de produção e produtividade de latas/família nos meses de fevereiro, março e abril (FIGURA 6.2). As produções de cipó-titica e cipó-

0-19

0-23 10

6

0-8

>500kg

13

% de famílias produtoras por ano (Mín.-Máx.) 50 40 30

14 12-25

12

0-24

20

13 0-22

7

0-17 10

0-5 Até 100kg

0

% da produção total 2008-2016 (N=73.682 kg)

41-68

20

0

20

13

41

60 40

0-25

Até 100 kg >100 a 200 >200 a >300 a >400 a kg 300kg 400kg 500kg Produção anual / família 2008-2016

Cipó-titica + Cipó-timbó-açu (Kg)

50

30 16

11

0

% de famílias produtoras por ano (Mín.-Máx.) 44

12

30

20

0

% da produção total 2008-2016 (N=7.322 latas)

100 80

10

40 33-63

60 40

50

43

% da produção

20

11

0-8

Castanha-da-Amazônia (Latas de 20l)

40

30

19 10

80

% de famílias

22

40

100

40

% de famílias

60

30

50

% da produção

67-90

80

% da produção

% de famílias

100

% da produção total 2008-2016 (N=36.082 kg) % de famílias produtoras por ano (Mín.-Máx.)

Cipo-timbó-açu (Kg)

% de famílias produtoras por ano (Mín.-Máx.)

>100 a >200 a >300 a >400 a 200kg 300kg 400kg 500kg Produção anual / família 2008-2016

% da produção

% da produção total 2008-2016 (N=42.281 cachos)

Banana (Cachos)

>500kg

0

timbó-açu começam a ser intensificadas logo ao final da seca/ pré-chuvoso, atingindo picos de produção e produtividade no mês de julho, que coincide com o pico da cheia/pré-estiagem (FIGURA 6.2). Essa relação foi mais evidente para o cipó-titica. No caso dos cipós é esperado que as atividades de coleta sejam realizadas nesses períodos pois o acesso às áreas de coleta é dado na maioria das vezes pelo rio e por igarapés, o que depende da cheia do rio.

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


112

PARTE 6

FIGURA 6.2. Flutuações na produção de quatro produtos comercializados mais relevantes ao longo do ciclo anual, com base nas quantidades mensais de famílias declarantes e quantidade produzida (distribuição e taxas de produção/família), no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses).

80,0

80,4

83,2

87,4

85,6

90,7

85,6

91,5

90,4

60

%

%

80

82,8

40 20 0

40 35 30 25 20 15 10 5 0

Sacas/família 11,7

11,1 8,6

9,4

7,1

9,2 7,5

7,0

5,9

5,6

58,1 43,8

52,8

44,7

50,5

56,5

55,8

61,2

67,6

63,8

%

%

60

68,2

40 20 0

40 35 30 25 20 15 10 5 0

% famílias que declararam castanha

47,3

23,4 5,8

24,3

4,3

22,5

4,9

%

30,9

20

38,5 27,1

16,7

13,1 6,3

2,0

0,0

0

0,0

4,4

2,1

6,8

% 20

17,2

18,5

23,9

41,7

%

38,7 29,7

23,4 6,7

5,0

31,3

30,1

6,9

7,7

7,9

9,0

5 0

60

50,6 37,3

35,0 13,8

31,0

40

8,0

20

15,8 10,8

9,8

0

% da produção total em latas (N=7.766)

40 35 30 25 20 15 10 5 0

28,2

Latas/família

39,8

40

30,0 21,0

12,3 7,7 3,1

23,2

26,6

30

21,5

18,2

20

26,7 4,0

8,7

6,8

3,0

3,6

0,2

0,0

0,0

1,1

0,6

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (31) (55) (64) (69) (52) (25) (13) (4) (0) (0) (4) (12)

10 0

4,8

% da produção total em kg (N=42.176)

Cipó-titica x Ciclo anual

60

29,6

11,0

N famílias declarantes

% famílias que declararam cipó-titica

40

9,5

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (108) (78) (95) (80) (97) (108) (115) (123) (128) (137) (127) (113)

N famílias que declararam produção agrícola ou vegetal

Cipó-titica x Ciclo anual

31,4 23,9

Castanha-da-Amazônia x Ciclo anual

%

40

10

N famílias declarantes

60 35,6

8,9

10,3

Cachos/família

N famílias que declararam produção agrícola ou vegetal

Castanha-da-Amazônia x Ciclo anual

8,6

10,1

% da produção total em cachos (N=43.898)

Banana x Ciclo anual

100 66,3

9,8

9,3

N famílias declarantes

% famílias que declararam banana

80

7,2

9,1

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (156) (150) (144) (144) (159) (159) (180) (172) (175) (172) (172) (160)

N famílias que declararam produção agrícola ou vegetal

Banana x Ciclo anual

8,0

9,9 8,3

15 Sacas 75l

84,3

Cachos

83,9

Latas 20l

100

% da produção total em sacas (N=18.266)

Farinha-de-mandioca x Ciclo anual

% famílias que declararam farinha

9,6

0

N famílias que declararam produção agrícola ou vegetal

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018

40 35 30 25 20 15 10 5 0

Kg/família 210

99,9

106,0

108,6

7,8

10,8

8,5

140

116,4

67,5

63,6

4,8

90,8

67,2

12,3

19,1

23,7 7,5

50,8 1,6

40,7 1,0

57,4 32,1 0,7

2,3

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (32) (33) (43) (53) (57) (74) (86) (47) (13) (10) (9) (17) N famílias declarantes

70 0

Kg

Farinha-de-mandioca x Ciclo anual


113

PARTE 6

60

50,5 34,4 24,7

36,9

38,0

44,0 32,3

28,1

%

%

40

16,6

20

10,0

% da produção total em kg (N=84.546)

Cipó-titica+Cipó-timbó-açu x Ciclo anual

13,6 6,9

0

40 35 30 25 20 15 10 5 0

Kg/família

198,0

131,0

110,3

128,7

6,0

9,6

8,0

20

13,4

17,7

19,4

%

%

40 17,3

24,3 17,4

12,4

8,0

140 90,9

14,0

88,7

85,1

71,6

70

8,5 2,1

1,3

2,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (46) (50) (62) (66) (73) (84) (104) (65) (32) (20) (13) (24)

0

4,8

% da produção total em kg (N=42.370)

Cipó-timbó-açu x Ciclo anual

60

17,2

11,1

110,1

N famílias declarantes

% famílias que declararam cipó-timbó-açu

18,5

22,2

3,4

N famílias que declararam produção agrícola ou vegetal

Cipó-timbó-açu x Ciclo anual

141,1

102,5 11,7

210

180,5

Kg

% famílias que declararam cipós titica + timbó-açu

6,2

0

40 35 30 25 20 15 10 5 0

Kg/família

200,2

210

175,2 121,6

115,0

124,2 103,1

102,8

20,7

114,2

15,6 7,2

8,4

7,5

10,0

9,0

93,8

140 85,4

90,8

3,2

1,9

67,5

9,4 5,3

Kg

Cipó-titica+Cipó-timbó-açu x Ciclo anual

70

1,8

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (25) (33) (31) (31) (34) (37) (50) (35) (24) (16) (9) (11)

0

N famílias declarantes

N famílias que declararam produção agrícola ou extrativista

Flutuações anuais na produção e comercialização Para avaliar tendências temporais de produção e comercialização dos quatro produtos comerciais mais relevantes (farinha, banana, cipós e castanha) foram utilizadas, em escala anual (exceto 2008, devido à falta de amostragem no primeiro semestre), as proporções de famílias produtoras em relação às entrevistadas (N=262), as taxas de produção por família produtora e as modas dos preços aplicados por unidade de produto. Para a farinha-de-mandioca, um sutil aumento de famílias produtoras foi observado, mantendo-se, porém, a estabilidade na taxa de produção/família e um aumento muito fraco do preço aplicado ao produto (FIGURA 6.3). Para a banana, por sua vez, foram observadas sutis diminuições no número de famílias produtoras e na taxa de produção/família, apesar de um aumento mediano de preços aplicados ao produto (FIGURA 6.3). No entanto, os preços aplicados à banana devem ser avaliados com cautela, já que o produto constitui variedades (“banana-maçã”, “banana-prata”, “banana-pacovã”) e tamanhos de cachos (“pequeno”, “médio”, “grande”) que são comercializados a preços distintos, seguindo mais ou menos um padrão estabelecido regionalmente, que não é registrado no SiMUR. Isto significa que um aparente aumento de preço aplicado ao produto pode refletir uma maior frequência na produção de variedades de maior valor comercial (p.ex. “pacovã”), em detrimento de outras.

No caso dos produtos do extrativismo, foi observado um aumento substancial no preço aplicado à castanha-da-amazônia entre 2009 e 2016 (FIGURA 6.3). É importante aqui contextualizar que em 2012 entraram em operação a Cooperativa Mista Agroextrativista dos Moradores do Rio Unini (COOMARU) e a fábrica ou central de beneficiamento de castanha (CAUMORU), que influenciaram o aumento do preço local desse produto. A COOMARU passou a adquirir castanha para ser beneficiada na CAUMORU, diretamente dos produtores e também de comerciantes locais, estabelecendo preços melhores e justos para os coletores e capacitando-os para melhorar a qualidade da matéria-prima a ser beneficiada na fábrica. Por outro lado, não houve mudança aparente no número de famílias produtoras, nem na produtividade delas. A castanha-da-amazônia, ao contrário dos outros produtos comercializados, não é acessível em qualquer ano e, ainda, é coletada em maiores quantidades em áreas de concentração da planta (“castanhais”), que possuem regime tradicional de propriedade de algumas famílias (residentes e ex-residentes). É possível que essas particularidades expliquem em parte a estabilidade temporal em número de produtores e produtividade. De forma distinta, foram observadas diminuições substanciais no número de famílias produtoras e na taxa de pro-

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


114

PARTE 6

dução/família do cipó-titica, entre 2009 e 2016, enquanto que o preço aplicado ao produto permaneceu estável (FIGURA 6.3). No caso do cipó-timbó-açu, o número de famílias produtoras manteve-se estável, porém com produtividade diminuída medianamente, enquanto o preço aplicado ao produto apresentou sutil aumento (FIGURA 6.3). Como já mencionado em seções anteriores, o cipó-titica é acessado por todas as comunidades, ao contrário do cipó-timbó-açu, que aparentemente é mais abundante na região do baixo rio Unini. Alguns coletores da comunidade Lago das Pedras, onde ambos

os cipós são coletados, relataram em conversas informais que tanto o cipó-titica como o cipó-timbó-açu têm se esgotado nas áreas antes acessadas e por isso as coletas precisam ser realizadas em áreas mais distantes. Também relatam que frequentemente são encontradas plantas mortas (“secas”), atribuindo o fato aos prolongados períodos de estiagem que ocorreram em anos anteriores e de forma consecutiva (o último foi em 2015). Essa questão é discutida em mais detalhes com base na espacialização das áreas de coleta de cipós na Parte 5: Recursos de relevância no extrativismo vegetal.

FIGURA 6.3. Proporções de famílias produtoras, taxas de produção por família/ano (A) e preços mais aplicados por ano (B) para os produtos agroextrativistas comercializados mais relevantes, no período de 2008 a 2016 no SiMUR (94 meses). O ano de 2008 não foi incluído devido à amostragem sazonal parcial.

% famílias que declararam farinha (R²=0,31)

(A) Farinha-de-mandioca

(B) Farinha-de-mandioca

Sacas produzidas/família (R²=0,01)

%

77,5 18,6

87,2

85,7

83,7

21,5

20,2 15,5

60

81,8

13,8

10

20 0

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=127) (N=169) (N=175) (N=164) (N=166) (N=161) (N=154) (N=137)

R$220,00

200

13,0

13,0

250

30 20

10,3

40

85,1

R$ / saca 75l

73,0

80

86,3

Sacas de 75l

100

R$100,00

100

R$100,00

60 40 20 0

56,3

55,1

54,6

47,1

41,1

65,7

71,4

53,7

51,8

59,6

37,9

56,5

50,4

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=127) (N=169) (N=175) (N=164) (N=166) (N=161) (N=154) (N=137)

80 70 60 50 40 30 20 10 0

R$/cacho (moda) R²=0,41

12

R$10,00

10 R$ / cacho

73,6 65,6

Cachos

%

80

R$8,00

8 6

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=204) (N=258) (N=279) (N=219) (N=193) (N=163) (N=179) (N=79)

(B) Castanha-da-Amazônia

23,4

40 20 0

32,8 7,2 11,8

10,8 21,7

25,0

38,4 6,5 12,0

25,5

24,7

25,5

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=127) (N=169) (N=175) (N=164) (N=166) (N=161) (N=154) (N=137)

40 35 30 25 20 15 10 5 0

R$/lata (moda) R²=0,82

40 R$30,00

30 R$ / lata 20l

37,6 31,1

60

R$6,00

N registros Nº de registros

Latas de 20l

%

80

R$6,00

4 0

% famílias que declararam castanha (R²=0,00)

30,9

R$6,00

R$10,00

2

Latas produzidas/família (R²=0,05) 100

R$7,00

R$5,00

N famílias entrevistadas Nº de famílias entrevistadas

(A) Castanha-da-Amazônia

R$100,00

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=270) (N=410) (N=444) (N=358) (N=332) (N=280) (N=361) (N=229)

(B) Banana

Cachos produzidos/família (R²=-0,22) 64,0

R$100,00

N registros Nº de registros

% famílias que declararam banana (R²=-0,26)

100

R$100,00 R$75,00

50 0

0

R$150,00

150

N famílias entrevistadas Nº de famílias entrevistadas (A) Banana

R$/saca (moda) R²=0,12

N famílias entrevistadas Nº de famílias entrevistadas

R$25,00

20 10 0

R$15,00 R$10,00

R$10,00

2009 (N=76)

2010 (N=19)

2011 (N=37)

R$18,00 R$12,00

2012 (N=76)

R$14,00

2013 (N=10)

N registros Nº de registros

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018

2014 (N=60)

2015 (N=41)

2016 (N=39)


115

PARTE 6

% famílias que declararam cipó-titica (R²=-0,84)

(A) Cipó-titica

(B) Cipó-titica

Kg produzidos/família (R²=-0,59) 184,4

%

60 40

41,4

36,1

135,4 86,2 36,6

85,9 31,3

18,9

20 0

77,0

150 100

73,0 49,1

9,9

8,4

4 R$ / kg

142,9

80

5

200 Kg

100

6,6

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=127) (N=169) (N=175) (N=164) (N=166) (N=161) (N=154) (N=137)

R$/Kg (moda) R²=0,00

3

R$4,00 R$3,50

1

0

0

% famílias que declararam cipó-timbó-açu (R²=-0,07)

2009 2010 (N=144) (N=91)

2011 (N=82)

5 4

150 14,3

15,6

100

11,7

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (N=127) (N=169) (N=175) (N=164) (N=166) (N=161) (N=154) (N=137)

R$ / kg

16,5

Kg

%

21,7

21,1

3

FARINHA (saca de 75l)

BANANA (cacho)

CASTANHA (lata de 20l)

CIPÓ-TITICA (kg)

CIPÓ-TIMBÓ-AÇU (kg)

2014 (N=19)

2015 (N=8)

2016 (N=6)

R$4,50 R$4,00

R$4,00

R$4,00 R$3,50

R$3,50 R$3,00

R$3,00

2

50

1

0

0

2009 (N=73)

2010 (N=48)

2011 (N=98)

2012 (N=56)

2013 (N=60)

2014 (N=48)

2015 (N=26)

2016 (N=25)

N registros Nº de registros

Destinos de venda e preços aplicados Como seria esperado, existe uma diferença nos preços aplicados associados aos locais de venda para as famílias produtoras, de forma que em média os preços tendem a ser mais elevados LOCAL DE VENDA

2013 (N=91)

R$/Kg (moda) R²=0,22

NºNdefamílias famíliasentrevistadas entrevistadas

PRODUTO (UNIDADE)

2012 (N=45)

(B) Cipó-timbó-açu

200

13,0

R$3,00

N registros Nº de registros

250

16,1

R$3,00

2

50

Kg produzidos/família (R²=-0,43) 40 35 30 25 20 15 10 5 0

R$4,00

R$3,00

famílias entrevistadas NºNde famílias entrevistadas (A) Cipó-timbó-açu

R$4,00

R$3,50

para produtos vendidos em Novo Airão ou Barcelos (TABELA 6.4). No ANEXO III são apresentados os preços aplicados na comercialização desses produtos em médias anuais, mínimas e máximas. MAIORES PREÇOS (R$/UNIDADE)

NÚMERO REGISTROS

MENORES PREÇOS (R$/UNIDADE)

MÉDIA+DP

MÍN.-MÁX.

MÉDIA+DP

MÍN.-MÁX.

Local

2.600

R$ 119,98+56,51

R$ 25,00-320,00

R$ 119,10+56,10

R$ 25,00-300,00

Novo Airão

120

R$ 155,71+63,66

R$ 70,00-280,00

R$ 155,46+63,48

R$ 70,00-280,00

Barcelos

55

R$ 178,09+71,34

R$ 75,00-300,00

R$ 178,09+71,34

R$ 75,00-300,00

Moura

6

R$ 154,17+53,33

R$ 120,00-250,00

R$ 154,17+53,33

R$ 120,00-250,00

Manaus

1

R$ 160,00

R$ 160,00-160,00

R$ 160,00

R$ 160,00-160,00

Vila Nova

1

R$ 250,00

R$ 250,00-250,00

R$ 250,00

R$ 250,00-250,00

Local

1.486

R$ 7,17+3,06

R$ 2,00-50,00

R$ 7,01+3,01

R$ 1,20-50,00

Novo Airão

61

R$ 14,45+6,02

R$ 5,00-30,00

R$ 11,58+4,48

R$ 5,00-30,00

Barcelos

30

R$ 15,40+6,61

R$ 5,00-30,00

R$ 13,70+5,55

R$ 5,00-25,00

Moura

4

R$ 11,25+2,50

R$ 10,00-15,00

R$ 11,25+2,50

R$ 10,00-15,00

Local

352

R$ 17,18+8,18

R$ 5,00-46,00

R$ 17,07+8,22

R$ 5,00-46,00

Novo Airão

2

R$ 23,50+2,12

R$ 22,00-25,00

R$ 23,50+2,12

R$ 22,00-25,00

Barcelos

1

R$ 8,50

R$ 8,50-8,50

R$ 8,50

R$ 8,50-8,50

Local

519

R$ 3,39+0,71

R$ 2,00-5,00

R$ 3,38+0,70

R$ 2,00-5,00

Novo Airão

3

R$ 4,27+0,25

R$ 4,00-4,50

R$ 4,27+0,25

R$ 4,00-4,50

Manaus

1

R$ 3,00

R$ 3,00-3,00

R$ 3,00

R$ 3,00-3,00

Local

468

R$ 3,36+0,73

R$ 1,70-5,00

R$ 3,34+0,72

R$ 1,70-5,00

Novo Airão

10

R$ 4,80+0,89

R$ 3,50-6,00

R$ 4,80+0,89

R$ 3,50-6,00

Manaus

1

R$ 3,00

R$ 3,00-3,00

R$ 3,00

R$ 3,00-3,00

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR



117

PARTE 7

PARTE 7

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PARTE 7

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. 2014. Diagnóstico do risco de extinção de espécies da fauna: 2012-2014. Série Estado de Conservação da Fauna Brasileira Nº 1. ICMBio, Brasília. Keuroghlian A., Desbiez A.L.J., Beisiegel B.M., Médici E.P., Gatti A., Pontes A.R.M., Campos C.B., Tófoli C.F., Moraes Jr. E.A., Azevedo F.C., Pinho G.M., Cordeiro J.L.P., Santos Jr. T.S., Moraes A.P., Mangini P.R., Flesher K., Rodrigues L.F. & Almeida L.B. 2012. Avaliação do risco de extinção do queixada: Tayassu pecari Link, 1795, no Brasil. BioBrasil (Ano2/3 – Nº temático Avaliação do Estado de Conservação dos Ungulados):84-102. Loebens S.C. 2016. Composição e estrutura trófica das assembleias de peixes da floresta de igapó no Parque Nacional de Anavilhanas, Amazonas, Brasil. Trabalho de conclusão de curso. Universidade Federal do Amazonas, Manaus. Médici E.P., Flesher K., Beisiegel B.M., Keuroghlian A., Desbiez A.L.J., Gatti A., Pontes A.R.M., Campos C.B., Tófoli C.F., Moraes Jr. E.A., Azevedo F.C., Pinho G.M., Cordeiro J.L.P., Santos Jr. T.S., Moraes A.P., Mangini P.R., Rodrigues L.F. & Almeida L.B. 2012. Avaliação do risco de extinção da anta brasileira: Tapirus terrestris Linnaeus, 1758, no Brasil. BioBrasil (Ano2/3 – NO temático Avaliação do Estado de Conservação dos Ungulados):103-116.

Ravetta A.L. & Muniz C.C. 2015. Avaliação do risco de extinção de Cebus albifrons (Humboldt, 1812) no Brasil. Processo de avaliação do risco de extinção da fauna brasileira. ICMBio<http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/ fauna-brasileira/estado-de-conservacao/7253-mamiferos-cebus-albifrons-cairara.html> Silva K.F.M., Costa J.F., Anacleto T.C.S. & Timo T.P.C. 2015. Avaliação do risco de extinção de Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758 no Brasil. Processo de avaliação do risco de extinção da fauna brasileira. ICMBio <http://www.icmbio.gov. br/portal/biodiversidade/fauna-brasileira/lista-de-especies/ 7106-mamiferos-dasypus-novemcintus-tatu-galinha.html> Testudines.org. 2017. 02.00 - Descripción: Mesoclemmys raniceps Gray (1855). <http://www.testudines.org/es/taxons/ taxon/67/description> Acessado em agosto de 2017. Valsecchi J. & Amaral P.V. 2009. Perfil da caça e dos caçadores na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, Amazonas – Brasil. Uakari 5(2):33-48. Vogt R.C. 2008. Tartarugas da Amazônia. Gráfica Biblos, Lima.

Miranda F.R., Röhe F., Vaz S.M., Anacleto T.C.S. & Timo T.P.C. 2015. Avaliação do risco de extinção de Dasypus kappleri Krauss, 1862 no Brasil. Processo de avaliação do risco de extinção da fauna brasileira. ICMBio <http://www.icmbio.gov. br/portal/biodiversidade/fauna-brasileira/lista-de-especies/ 7104-mamiferos-dasypus-kappleri-tatu-quinze-quilos.html> Paim F.P., Alfaro J.W.L. & Silva Jr. J.S. 2015. Avaliação do risco de extinção de Saimiri cassiquiarensis (Lesson 1840) no Brasil. Processo de avaliação do risco de extinção da fauna brasileira. ICMBio <http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/fauna-brasileira/estado-de-conservacao/7263-mamiferos-saimiri-cassiquiarensis-macaco-de-cheiro.html> Pezzuti J.C.B., Rebêlo G.H., Silva D.F., Lima J.P. & Ribeiro M.C. 2004. A caça e a pesca no Parque Nacional do Jaú. In: Janelas para a biodiversidade no Parque Nacional do Jaú: Uma estratégia para o estudo da biodiversidade na Amazônia. S.H. Borges, S. Iwanaga, C.C. Durigan, M.R. Pinheiro (eds.). Fundação Vitória Amazônica, Manaus. p.213-227. Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


119

PARTE 8

PARTE 8

ANEXOS

Anexo I. Lista de recursos naturais e produtos agrícolas declarados no SiMUR no período de 2008 a 2016 e respectivas taxas anuais de extração ou produção. Taxa anual = quantidade total declarada ÷ 94 meses x 12. Taxa anual familiar = taxa anual ÷ 160 (média anual de famílias entrevistadas). NI = identificação insuficiente. Dados baseados em recordação mensal de todos os recursos extraídos, exceto peixes (somente dos dois últimos dias de pescaria do mês). 1Não inclui registros de abate fora do contexto da alimentação. 2Produto manufaturado. 3Folha, talo ou caule.

CONTEXTO

TOTAIS DECLARADOS

RECURSO OU PRODUTO (VARIANTES NOMINAIS)

TÁXONS ESPERADOS

REGISTROS

FAMÍLIAS (%) N=160

TAXAS ANUAIS QUANT.

UNID.

UNID./ FAMÍLIAS

Caça (unidade = INDIVÍDUO) Ave

Arara

Psittacidae (Ara spp.)

41

5,2

<0,1

Ave

Coro-coró

Threskiornithidae (Mesembrinibis cayennensis)

4

Ave

Cujubim

Cracidae (Aburria cumanensis)

38

4 (1,5%)

4

0,5

<0,1

16 (6,1%)

74

9,4

0,1

Ave

Galega

Columbidae (Patagioenas sp.)

1

1 (0,4%)

1

0,1

<0,1

Ave

Gavião-real

3

3 (1,1%)

Ave

Inambu (3)

Tinamidae (Tinamus major, Crypturellus cinereus)

86

46 (17,6%)

3

0,4

<0,1

106

13,5

0,1

Ave

Jaburu

Ciconiidae (Jabiru mycteria, Mycteria americana)

1

1 (0,4%)

1

0,1

<0,1

Ave

Jacamim

Psophiidae (Psophia crepitans)

109

67 (25,6%)

161

20,6

0,1

Ave

Jacu

Cracidae (Penelope jacquacu)

Ave

Macucaua

Tinamidae (Crypturellus undulatus)

124

71 (27,1%)

152

19,4

0,1

4

4 (1,5%)

4

0,5

<0,1

Ave

Maguari

Ardeidae (Ardea cocoi)

6

6 (2,3%)

6

0,8

<0,1

Ave

Mergulhão

Phalacrocoracidae (Phalacrocorax brasilianus, Anhinga anhinga)

1

1

0,1

<0,1

Ave

Mutum

Cracidae (Pauxi tuberosa, Pauxi tomentosa)

78

10,0

0,1

Ave

Papagaio (2)

Psittacidae (Amazona spp., Pionus spp.)

Ave

Pato

Anatidae (Cairina moschata)

Ave

Socó

Ardeidae (Tigrisoma lineatum)

Ave

Tucano

Ave

Urumutum

Mamífero

Anta

Mamífero Mamífero

1

31

Accipitridae (Harpia harpyja)

65

21 (8,0%)

1 (0,4%) 37 (14,1%)

19

14 (5,3%)

33

4,2

<0,1

188

69 (26,3%)

379

48,4

0,3

5

4 (1,5%)

5

0,6

<0,1

Ramphastidae (Ramphastos spp.)

18

15 (5,7%)

20

2,6

<0,1

Cracidae (Nothocrax urumutum)

18

16 (6,1%)

23

2,9

<0,1

Tapiridae (Tapirus terrestris)

454

119 (45,4%)

491

62,7

0,4

Caititu

Tayassuidae (Pecari tajacu)

381

128 (48,9%)

658

84,0

0,5

Capivara

Caviidae (Hydrochoerus hydrochaeris)

22

17 (6,5%)

27

3,4

<0,1

Mamífero

Cutia

Dasyproctidae (Dasyprocta fuliginosa)

417

116 (44,3%)

613

78,3

0,5

Mamífero

Cutiara

Dasyproctidae (Myoprocta pratti)

5

5 (1,9%)

6

0,8

<0,1

Mamífero

Macaco-bicó

Pitheciidae (Cacajao melanocephalus)

14

10 (3,8%)

16

2,0

<0,1

Mamífero

Macaco-cairara

Cebidae (Cebus albifrons)

1

1 (0,4%)

1

0,1

<0,1

Mamífero

Macaco-cheiro

Cebidae (Saimiri sciureus)

1

1 (0,4%)

1

0,1

<0,1

Mamífero

Macaco-guariba

Atelidae (Alouatta seniculus)

56

39 (14,9%)

78

10,0

0,1

Mamífero

Macaco-prego

Cebidae (Sapajus apella)

60

36 (13,7%)

70

8,9

0,1

Mamífero

Macaco NI

-

18

13 (5,0%)

20

2,6

<0,1

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


120

CONTEXTO

PARTE 8

TOTAIS DECLARADOS

RECURSO OU PRODUTO (VARIANTES NOMINAIS)

TÁXONS ESPERADOS

REGISTROS

804

TAXAS ANUAIS

FAMÍLIAS QUANT. (%) N=160 171 (65,3%) 1.565

Mamífero

Paca

Cuniculidae (Cuniculus paca)

Mamífero

Peixe-boi

Trichechidae (Trichechus inunguis)

3

3 (1,1%)

Mamífero

Quati

Procyonidae (Nasua nasua)

3

3 (1,1%)

Mamífero

Queixada

Tayassuidae (Tayassu pecari)

683

Mamífero

Tatu-15 quilos

Dasypodidae (Dasypus kappleri)

Mamífero

Tatu-canastra

Dasypodidae (Priodontes maximus)

Mamífero

Tatu-galinha

Mamífero Mamífero

UNID./ FAMÍLIAS

UNID. 199,8

1,2

3

0,4

<0,1

4

0,5

<0,1

168 (64,1%)

1.415

180,6

1,1

43

27 (10,3%)

48

6,1

<0,1

9

8 (3,1%)

9

1,1

<0,1

Dasypodidae (Dasypus novemcinctus)

15

12 (4,6%)

17

2,2

<0,1

Veado-mateiro

Cervidae (Mazama americana)

71

52 (19,8%)

77

9,8

0,1

Veado-roxo

Cervidae (Mazama nemorivaga)

28

25 (9,5%)

29

3,7

<0,1

2

2 (0,8%)

2

0,3

<0,1

Serp&Croc Jacaré-açu1

Alligatoridae (Melanosuchus niger)

Serp&Croc Jacaretinga

Alligatoridae (Caiman crocodilus)

22

11 (4,2%)

41

5,2

<0,1

Quelônio

Testudinidae (Chelonoidis denticulatus, Chelonoidis carbonarius)

60

32 (12,2%)

91

11,6

0,1

2.398

214 (81,7%)

-

-

<0,1

2.353

211 (80,5%)

9.145

1.167,4

7,3

45

38 (14,5%)

465

59,4

0,4

1.849

222 (84,7%)

-

-

<0,1

1.426

206 (78,6%)

9.273

1.183,8

7,4

423

143 (54,6%)

4.246

542,0

3,4

197

69 (26,3%)

-

-

<0,1

189

68 (26,0%)

540

68,9

0,4

8

7 (2,7%)

24

3,1

<0,1

967

184 (70,2%)

-

-

<0,1

687

168 (64,1%)

2.247

286,9

1,8

280

117 (44,7%)

2.086

266,3

1,7

95

54 (20,6%)

144

18,4

0,1

Jabuti

Quelônios aquáticos (unidades = INDIVÍDUO e NINHO) Cabeçudo (total) Quelônio

Podocnemididae (Peltocephalus dumerilianus)

INDIVÍDUO NINHO Irapuca (total)

Quelônio

Podocnemididae (Podocnemis erythrocephala)

INDIVÍDUO NINHO Tartaruga (total)

Quelônio

Podocnemididae (Podocnemis expansa)

INDIVÍDUO NINHO Tracajá (total)

Quelônio

Podocnemididae (Podocnemis unifilis)

INDIVÍDUO NINHO

Quelônio

Lalá - INDIVÍDUO

Chelidae (Mesoclemmys raniceps, Rhinemys rufipes)

Quelônio

Matamatá - INDIVÍDUO

Chelidae (Chelus fimbriata)

5

5 (1,9%)

6

0,8

<0,1

Peixes (unidade = INDIVÍDUO) Peixe

Anujá

Auchenipteridae (cf. Trachelyopterus sp.)

6

6 (2,3%)

15

1,9

<0,1

Peixe

Apapá

Pristigasteridae (cf. Pellona sp.)

1

1 (0,4%)

1

0,1

<0,1

Peixe

Aracu (17)

Anostomidae (cf. Leporinus spp., Laemolyta spp., Pseudanos sp.)

4.053

244 (93,1%)

20.637

2.634,5

16,5

Peixe

Arari

Characidae (cf. Chalceus sp.)

347

115 (43,9%)

1.061

135,4

0,8

Peixe

Arraia

Potamotrygonidae (cf. Potamotrygon spp.)

14

9 (3,4%)

22

2,8

<0,1

Peixe

Aruanã

Osteoglossidae (cf. Osteoglossum ferreirai)

581

165 (63,0%)

2.627

335,4

2,1

Peixe

Barbachata

Pimelodidae (cf. Pinirampus pirinampu)

82

52 (19,8%)

261

33,3

0,2

Peixe

Barbado

Pimelodidae (cf. Pinirampus pirinampu)

164

70 (26,7%)

432

55,1

0,3

Peixe

Bodó (2)

Loricariidae (cf. Pterygoplichthys spp.)

84

57 (21,8%)

381

48,6

0,3

Peixe

Branquinha

Curimatidae (cf. Curimata spp.)

170

81 (30,9%)

1.843

235,3

1,5

Peixe

Cabeça-de-ferro

Pimelodidae (cf. Pimelodus sp.)

1

1 (0,4%)

1

0,1

<0,1

Peixe

Caparari

Pimelodidae (cf. Pseudoplatystoma tigrinum)

2

2 (0,8%)

3

0,4

<0,1

Peixe

Cará (peixe) (29)

Cichlidae (Astronotus spp., Chaetobranchus spp., Geophagus sp., Heros sp., Uaru sp.)

3.268

237 (90,5%)

15.674

2.000,9

12,5

Peixe

Cascudo

Loricariidae (cf. Pterygoplichthys spp.)

4

3 (1,1%)

52

6,6

<0,1

Peixe

Charuto

Hemiodontidae (cf. Hemiodus sp., Anodus sp.)

26

15 (5,7%)

137

17,5

0,1

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


121

PARTE 8

CONTEXTO

TOTAIS DECLARADOS

RECURSO OU PRODUTO (VARIANTES NOMINAIS)

TÁXONS ESPERADOS

REGISTROS

FAMÍLIAS (%) N=160

Peixe

Cubiu (peixe)

Hemiodontidae (cf. Hemiodus sp., Anodus sp.)

Peixe

Cuiú

Doradidae (cf. Platydoras sp.)

Peixe

Dourado

Pimelodidae (cf. Brachyplatystoma rousseauxii)

Peixe

Jacundá

Cichlidae (cf. Crenicichla sp.)

Peixe

Jandiá

Pimelodidae (cf.-)

Peixe

Jaraqui

Prochilodontidae (cf. Semaprochilodus sp.)

Peixe

Jatuarana

Hemiodontidae (cf. Hemiodus sp., Anodus sp.)

Peixe

Jeju

Erythrinidae (cf.-)

Peixe

Mafura

Serrasalmidae (cf.-)

Peixe

Mandi

Auchenipteridae (cf. Trachycorystes sp.)

Peixe

Mandubé

Auchenipteridae (cf. Ageneiosus spp.)

69

Peixe

Mapará

Pimelodidae (cf. Hypophthalmus spp.)

Peixe

Matrinchã

Bryconidae (cf. Brycon amazonicus)

Peixe

Matupiri

Characidae (cf. Tetragonopterus chalceus)

Peixe

Orana

Hemiodontidae (cf. Hemiodus sp., Anodus sp.)

6

6 (2,3%)

Peixe

Pacu (15)

Serrasalmidae (Myleus sp., Metynnis sp.)

4.824

245 (93,5%)

Peixe

Pacuí

Serrasalmidae (Myleus sp., Metynnis sp.)

1.279

166 (63,4%)

Peixe

Peito-de-aço

Curimatidae (cf. Curimata spp.)

4

Peixe

Peixe-agulha

Belonidae (cf.-)

Peixe

Peixe-cachorro

Acestrorhynchidae (cf. Acestrorhynchus spp.)

Peixe

Peixe-gato

Pimelodidae (cf.-)

Peixe

Pescada

Sciaenidae (cf. Plagioscion squamosissimus)

Peixe

Piau

Anostomidae (cf. Shizodon sp.)

Peixe

Piraíba

Pimelodidae (cf. Brachyplatystoma filamentosum)

Peixe

Piranambu/Paranabu

Pimelodidae (cf. Pinirampus pirinampu)

Peixe

Pirandirá

Cynodontidae (cf. Hydrolycus sp.)

Peixe

Piranha (7)

Serrasalmidae (Serrasalmus spp., Pristobrycon sp., Pygocentrus sp.)

Peixe

Pirapucu

Ctenoluciidae (cf. Boulengerella lucius, Boulengerella lateristriga)

Peixe

Pirarara

Pimelodidae (cf. Phractocephalus hemioliopterus)

Peixe

Pirarucu

Arapaimidae (Arapaima gigas)

Peixe

Poton

Peixe

Recoreco

Peixe

TAXAS ANUAIS QUANT.

UNID.

UNID./ FAMÍLIAS

86

55 (21,0%)

356

45,4

0,3

2

2 (0,8%)

2

0,3

<0,1

1

1 (0,4%)

2

0,3

<0,1

601

160 (61,1%)

1.473

188,0

1,2

37

32 (12,2%)

69

8,8

0,1

1.627

202 (77,1%)

17.050

2.176,6

13,6

237

82 (31,3%)

965

123,2

0,8

2

2 (0,8%)

3

0,4

<0,1

2

2 (0,8%)

7

0,9

<0,1

13

9 (3,4%)

31

4,0

<0,1

45 (17,2%)

209

26,7

0,2

2

2 (0,8%)

4

0,5

<0,1

316

93 (35,5%)

1.057

134,9

0,8

39

30 (11,5%)

144

18,4

0,1

18

2,3

<0,1

41.004

5.234,6

32,7

15.411

1.967,4

12,3

3 (1,1%)

52

6,6

<0,1

22

20 (7,6%)

55

7,0

<0,1

30

21 (8,0%)

56

7,1

<0,1

3

2 (0,8%)

11

1,4

<0,1

54

33 (12,6%)

206

26,3

0,2

8

8 (3,1%)

37

4,7

<0,1

2

2 (0,8%)

2

0,3

<0,1

1

1 (0,4%)

1

0,1

<0,1

21

19 (7,3%)

94

12,0

0,1

9.426

252 (96,2%)

94.939

12.119,9

75,7

2

2 (0,8%)

4

0,5

<0,1

158

77 (29,4%)

268

34,2

0,2

71

41 (15,6%)

97

12,4

0,1

-

1

1 (0,4%)

2

0,3

<0,1

Doradidae (cf. Acanthodoras spinosissimus)

1

1 (0,4%)

1

0,1

<0,1

Sandé

-

1

1 (0,4%)

2

0,3

<0,1

Peixe

Sardinha

Triportheidae (cf. Triportheus spp.)

50

35 (13,4%)

251

32,0

0,2

Peixe

Sardinhão

Pristigasteridae (cf. Pellona sp.)

Peixe

Surubim

Pimelodidae (cf. Pseudoplatystoma sp.)

Peixe

Tambaqui

Serrasalmidae (cf. Colossoma macropomum)

Peixe

Traíra (2)

Peixe

Tucunaré (6)

1

1 (0,4%)

1

0,1

<0,1

135

71 (27,1%)

556

71,0

0,4

7

7 (2,7%)

20

2,6

<0,1

Erythrinidae (cf. Hoplias malabaricus)

2.134

219 (83,6%)

8.221

1.049,5

6,6

Cichlidae (cf. Cichla ocellaris, Cichla temensis)

4.983

249 (95,0%)

22.759

2.905,4

18,2

Recursos madeireiros (unidade = ÁRVORE) Madeira

Abiorana

Sapotaceae (Pouteria spp.)

3

1 (0,4%)

3

0,4

<0,1

Madeira

Acariquara

Olacaceae (Minquartia guianensis)

1

1 (0,4%)

2

0,3

<0,1

Madeira

Amarelão

Apocynaceae (Aspidosperma sp.)

3

2 (0,8%)

7

0,9

<0,1

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


122

CONTEXTO

PARTE 8

TOTAIS DECLARADOS

RECURSO OU PRODUTO (VARIANTES NOMINAIS)

TÁXONS ESPERADOS

REGISTROS

FAMÍLIAS (%) N=160

TAXAS ANUAIS QUANT.

UNID.

UNID./ FAMÍLIAS

Madeira

Aritu

Lauraceae (cf. Licaria aritu)

8

4 (1,5%)

10

1,3

<0,1

Madeira

Bico-de-pato

Fabaceae (cf. Machaerium hirtum)

1

1 (0,4%)

1

0,1

<0,1

Madeira

Caferana

Rubiaceae (cf. Coussarea racemosa)

10

9 (3,4%)

16

2,0

<0,1

Madeira

Castanha-de-cutia

Chrysobalanaceae (Couepia sp.)

2

2 (0,8%)

4

0,5

<0,1

Madeira

Cedrinho

Mimosaceae (Cedrelinga sp.)

9

6 (2,3%)

11

1,4

<0,1

Madeira

Copaíba (madeira)

Caesalpinaceae (Copaifera multijuga)

2

2 (0,8%)

2

0,3

<0,1

Madeira

Copaibarana

Caesalpinaceae (cf. Copaifera guyanensis)

1

1 (0,4%)

1

0,1

<0,1

Madeira

Cupiúba

Celastraceae (Goupia glabra)

7

5 (1,9%)

9

1,1

<0,1

Madeira

Guariúba

Moraceae (Clarisia sp.)

1

1 (0,4%)

2

0,3

<0,1

Madeira

Itaúba

Lauraceae (Mezilaurus itauba)

5

4 (1,5%)

7

0,9

<0,1

Madeira

Jacareúba

Clusiaceae (Calophyllum brasiliense)

2

2 (0,8%)

10

1,3

<0,1

Madeira

Lacre

Clusiaceae (cf. Vismia cayenensis)

1

1 (0,4%)

12

1,5

<0,1

Madeira

Louro-abacate

Lauraceae (Ocotea sp.)

6

5 (1,9%)

6

0,8

<0,1

Madeira

Louro-preto

Lauraceae (Ocotea sp.)

5

5 (1,9%)

7

0,9

<0,1

Madeira

Louro-rosa

Lauraceae (Ocotea sp.)

1

1 (0,4%)

1

0,1

<0,1

Madeira

Macucu

Fabaceae (cf. Aldina heterophilla)

1

1 (0,4%)

1

0,1

<0,1

Madeira

Marupá

Simaroubaceae (cf. Simaruba amara)

2

2 (0,8%)

2

0,3

<0,1

Madeira

Massaranduba

Sapotaceae (Manilkara huberi)

6

3 (1,1%)

7

0,9

<0,1

Madeira

Mututi

Fabaceae (cf. Pterocarpus rohrii)

1

1 (0,4%)

1

0,1

<0,1

Madeira

Punã

Myristicaceae (cf. Iryanthera tricornis)

4

2 (0,8%)

4

0,5

<0,1

Madeira

Rabo-de-arraia

Vochysiaceae (cf. Vochysia haenkeana)

2

2 (0,8%)

2

0,3

<0,1

Madeira

Roxinho

Caesalpinaceae (cf. Peltogyne paniculata)

1

1 (0,4%)

1

0,1

<0,1

Madeira

Sapucaia

Lecythidaceae (Lecythis zabucajo)

3

3 (1,1%)

3

0,4

<0,1

Madeira

Tachi

Caesalpinaceae (cf. Tachigali myrmecophila)

3

2 (0,8%)

3

0,4

<0,1

Madeira

Tanimbuca (madeira)

Combretaceae (Buchenavia sp.)

5

2 (0,8%)

6

0,8

<0,1

Madeira

Tauari

Lecythidaceae (Cariniana spp., Couratari spp.)

1

1 (0,4%)

1

0,1

<0,1

Madeira

Tento

Fabaceae (cf. Ormosia paraensis)

2

2 (0,8%)

2

0,3

<0,1

Madeira

Titarana

Myrsinaceae (Cybianthus sp.)

2

2 (0,8%)

2

0,3

<0,1

Madeira

Violeta

cf. Myrsinaceae (Cybianthus sp.)

2

1 (0,4%)

2

0,3

<0,1

Madeira

Madeira NI

-

27

10 (3,8%)

49

6,3

<0,1

Recursos madeireiros (unidade = LATA DE 20l) Carvão

Angelim (carvão)

Mimosaceae (Dinizia excelsa)

1

1 (0,4%)

3

0,4

<0,1

Carvão

Comati (carvão)

Chrysobalanaceae (Licania sp.)

1

1 (0,4%)

3

0,4

<0,1

Carvão

Pau-vidro (carvão)

Myrtaceae (Eugenia sp.)

1

1 (0,4%)

3

0,4

<0,1

Carvão

Tanimbuca (carvão)

Combretaceae (Buchenavia sp.)

1

1 (0,4%)

9

1,1

<0,1

Carvão

Taquarirana (carvão)

Mimosaceae (Stryphnodendron sp.)

1

1 (0,4%)

4

0,5

<0,1

Carvão

Madeira NI (carvão)

-

23

14 (5,3%)

175

22,3

<0,1

Recursos não-madeireiros (unidade = PADRÃO DO RECURSO) Exsudato

Amapá - LITRO

Moraceae (Brosimum sp.)

3

2 (0,8%)

159

20,3

0,1

Exsudato

Andiroba - LITRO

Meliaceae (Carapa guianensis)

4

4 (1,5%)

9

1,1

<0,1

Exsudato

Breu - kg

Burseraceae (Protium spp.)

24

21 (8,0%)

187

23,8

0,1

Exsudato

Copaíba (exs) - LITRO

Caesalpinaceae (Copaifera multijuga)

21

15 (5,7%)

119

15,1

0,1

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


123

PARTE 8

CONTEXTO

Seringa (total) Exsudato

TOTAIS DECLARADOS

RECURSO OU PRODUTO (VARIANTES NOMINAIS)

TÁXONS ESPERADOS Euphorbiaceae (Hevea spp.)

kg UNIDADE

2

REGISTROS

FAMÍLIAS (%) N=160

TAXAS ANUAIS QUANT.

UNID./ FAMÍLIAS

UNID.

10

3 (1,1%)

-

-

<0,1

2

1 (0,4%)

179

22,9

0,1

8

2 (0,8%)

35

4,5

<0,1

Exsudato

Sucuúba - LITRO

Apocynaceae (cf. Himatanthus sucuuba)

1

1 (0,4%)

1

0,1

<0,1

Fibra3

Arumã - TALO

Marantaceae (Ischnosiphon polyphyllus)

42

29 (11,1%)

15.553

1.985,5

12,4

Fibra3

Palha-branca - TALO

Arecaceae (Attalea spp.)

89

56 (21,4%)

8.834

1.127,7

7,0

Fibra3

Palha-preta - TALO

Arecaceae (Attalea spp.)

10

8 (3,1%)

1.663

212,3

1,3

Fibra3

Palha-ubim - TALO

Arecaceae (Geonoma sp.)

26

15 (5,7%)

6.613

844,2

5,3

Fibra3

Palha NI - TALO

Arecaceae

15

15 (5,7%)

1.882

240,3

1,5

Fibra3

Paxiúba - ÁRVORE

Arecaceae (Socratea exorhiza)

6

5 (1,9%)

12

1,5

<0,1

Fruto

Açaí - CACHO

Arecaceae (Euterpe precatoria)

412

136 (51,9%)

3.738

477,2

3,0

Fruto

Bacaba - CACHO

Arecaceae (Oenocarpus bacaba)

110

59 (22,5%)

323

41,2

0,3

Fruto

Buriti - CACHO

Arecaceae (Mauritia flexuosa)

76

47 (17,9%)

273

34,9

0,2

Fruto

Patauá - CACHO

Arecaceae (Oenocarpus bataua)

188

85 (32,4%)

516

65,9

0,4

Fruto

Tucumã (extr) - CACHO

Arecaceae (Astrocaryum aculeatum)

9

7 (2,7%)

20

2,6

<0,1

Fruto

Apuruí - UNIDADE

cf. Rubiaceae (cf. Alibertia edulis)

2

2 (0,8%)

11

1,4

<0,1

Fruto

Cacau-do-mato - UNIDADE

Sterculiaceae (cf. Theobroma sylvestre)

Fruto

Cupuí - UNIDADE

Sterculiaceae (cf. Theobroma subincanum)

Fruto

Mari - UNIDADE

Icacinaceae (cf. Poraqueiba paraensis)

Fruto

Moela-de-mutum - UNIDADE

Ochnaceae (cf. Lacunaria jenmanii)

1

1 (0,4%)

Fruto

Piquiá - UNIDADE

Cariocaraceae (Caryocar villosum)

41

30 (11,5%)

Fruto

Uixi - UNIDADE

Humiriaceae (Endopleura uchi)

55

31 (11,8%)

Fruto

Castanha-da-amazônia LATA 20L

Lecythidaceae (Bertholletia excelsa)

521

Cipó-ambé (total)

Araceae (Philodendron sp.)

Raiz

2

2 (0,8%)

6

0,8

<0,1

10

8 (3,1%)

94

12,0

0,1

4

4 (1,5%)

315

40,2

0,3

12

1,5

<0,1

1.878

239,7

1,5

3.379

431,4

2,7

124 (47,3%)

7.766

991,4

6,2

158

76 (29,0%)

-

-

<0,1

FIO

150

76 (29,0%)

3.153

402,5

2,5

kg

2

2 (0,8%)

16

2,0

<0,1

UNIDADE2

6

3 (1,1%)

17

2,2

<0,1

587

78 (29,8%)

-

-

<0,1

Cipó-timbó-açu (total) Raiz

Araceae (cf. Heteropsis jenmanii)

FIO

1

1 (0,4%)

15

1,9

<0,1

kg

585

77 (29,4%)

42.293

5.399,1

33,7

1

1 (0,4%)

3

0,4

<0,1

665

145 (55,3%)

-

-

<0,1

13

9 (3,4%)

362

46,2

0,3

650

143 (54,6%)

42.253

5.393,9

33,7

13

UNIDADE

2

Cipó-titica (total) Raiz

Araceae (cf. Heteropsis flexuosa)

FIO kg UNIDADE

2

Raiz

Cipós timbó-açu + titica - kg

Araceae (Heteropsis spp.)

2

2 (0,8%)

1.235

158 (60,3%)

1,7

<0,1

84.546 10.793,0

67,5

18.266

2.331,9

14,6

Produtos agrícolas (unidade = PADRÃO DO PRODUTO) Raiz

Farinha-de-mandioca - SACA 75l

Euphorbiaceae (Manihot esculenta)

Raiz

Arubé - LITRO

Euphorbiaceae (Manihot esculenta)

20

12 (4,6%)

178

22,7

0,1

Raiz

Goma - kg

Euphorbiaceae (Manihot esculenta)

224

85 (32,4%)

3.964

506,0

3,2

Raiz

Tapioca - LITRO

Euphorbiaceae (Manihot esculenta)

125

57 (21,8%)

4.172

532,6

3,3

Raiz

Tucupi - LITRO

Euphorbiaceae (Manihot esculenta)

43

29 (11,1%)

390

49,7

0,3

5.146

235 (89,7%)

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


124

CONTEXTO

PARTE 8

RECURSO OU PRODUTO (VARIANTES NOMINAIS)

TOTAIS DECLARADOS TÁXONS ESPERADOS

REGISTROS

FAMÍLIAS (%) N=160

TAXAS ANUAIS QUANT.

UNID.

UNID./ FAMÍLIAS

Raiz

Cará (raiz) - kg

Dioscoriaceae (cf. Dioscorea bulbifera)

209

77 (29,4%)

6.237

796,2

5,0

Raiz

Macaxeira - kg

Euphorbiaceae (Manihot esculenta)

49

33 (12,6%)

545

69,6

0,4

Raiz

Mangarataia - kg

Zingiberaceae (Zingiber officinale)

11

7 (2,7%)

104

13,2

0,1

Caule

Cana-de-açúcar - UNIDADE

Graminae (Saccharum officinarum)

80

35 (13,4%)

2.007

256,2

1,6

Caule

Mel-de-cana - LITRO

Graminae (Saccharum officinarum)

3

3 (1,1%)

50

6,4

<0,1

Fruto

Abacaxi - UNIDADE

Bromeliaceae (Ananas comosus)

237

68 (26,0%)

1.472

187,9

1,2

Fruto

Banana - CACHO

Musaceae (Musa spp.)

2.954

203 (77,5%)

43.898

5.604,0

35,0

Fruto

Cubiu (fruto) - UNIDADE

Solanaceae (Solanum sessiliflorum)

Fruto

Cupuaçu - UNIDADE

Sterculiaceae (Theobroma grandiflorum)

Fruto

Jerimum - UNIDADE

Fruto Fruto

3

3 (1,1%)

279

35,6

0,2

44

29 (11,1%)

378

48,3

0,3

Cucurbitaceae (Cucurbita spp.)

4

4 (1,5%)

24

3,1

<0,1

Limão - LATA 20l

Rutaceae (Citrus limon)

1

1 (0,4%)

4

0,5

<0,1

Mamão - UNIDADE

Caricaceae (Carica papaya)

3

3 (1,1%)

27

3,4

<0,1

Fruto

Maxixe - UNIDADE

Cucurbitaceae (Cucumis anguria)

15

10 (3,8%)

499

63,7

0,4

Fruto

Melancia - UNIDADE

Cucurbitaceae (Citrullus lanatus)

30

17 (6,5%)

2.375

303,2

1,9

Fruto

Pepino - UNIDADE

Cucurbitaceae (Cucumis sativus)

1

1 (0,4%)

100

12,8

0,1

Fruto

Pupunha - CACHO

Arecaceae (Bactris gasipaes)

49

31 (11,8%)

196

25,0

0,2

Fruto

Tucumã (agri) - CACHO

Arecaceae (Astrocaryum aculeatum)

Grão

Milho - SACA 75l

Graminae (Zea mays)

Semente

Gergelim - kg

Pedaliaceae (Sesamum indicum)

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018

2

2 (0,8%)

4

0,5

<0,1

44

29 (11,1%)

57

7,3

<0,1

2

2 (0,8%)

5

0,6

<0,1


125

PARTE 8

Anexo II. Lista de recursos naturais e produtos agrícolas declarados comercializados no SiMUR no período de 2008 a 2016 e respectivas taxas anuais de quantidade comercializada. Taxa anual = quantidade total declarada comercializada / 94 meses x 12. Taxa anual familiar = taxa anual / 160 (média anual de famílias entrevistadas). NI = identificação insuficiente. 1Produto manufaturado. 2Folha, talo ou caule. TOTAIS DE VALORES DECLARADOS DE VENDA GRUPO

PRODUTO

TÁXONS ESPERADOS

TAXAS ANUAIS

REGISTROS

FAMÍLIAS (%) N=160

2

2 (0,8%)

-

(total)

-

1

1 (0,4%)

2

Tábua (dúzia)

0,3

<0,1

QUANT.

UNIDADE

UNIDADES

UNIDADES/ FAMÍLIA

Recursos vegetais madeireiros Madeira

Aritu

Lauraceae (cf. Licaria aritu)

-

1

1 (0,4%)

1

Não informa

0,1

<0,1

Madeira

Bico-de-pato

Fabaceae (cf. Machaerium hirtum)

1

1 (0,4%)

1

Tábua (dúzia)

0,1

<0,1

Madeira

Caferana

Rubiaceae (cf. Coussarea racemosa)

4

3 (1,1%)

-

(total)

-

1

1 (0,4%)

1

Linha (meia dúzia)

0,1

<0,1

1

1 (0,4%)

8

Pernamanca

1,0

<0,1

1

1 (0,4%)

5

Tábua (dúzia)

0,6

<0,1

-

1

1 (0,4%)

1

Não informa

0,1

<0,1

Madeira

Cedrinho

Mimosaceae (Cedrelinga sp.)

1

1 (0,4%)

5

Tábua (dúzia)

0,6

<0,1

Madeira

Cupiúba

Celastraceae (Goupia glabra)

1

1 (0,4%)

8

Pernamanca

1,0

<0,1

Madeira

Louro-abacate

Lauraceae (Ocotea sp.)

4

2 (0,8%)

4

Não informa

0,5

<0,1

Madeira

Louro-preto

Lauraceae (Ocotea sp.)

1

1 (0,4%)

1

Não informa

0,1

<0,1

Madeira

Marupá

Simaroubaceae (cf. Simaruba amara)

1

1 (0,4%)

1

Não informa

0,1

<0,1

Madeira

Punã

Myristicaceae (cf. Iryanthera tricornis)

1

1 (0,4%)

3

Tábua (dúzia)

0,4

<0,1

Madeira

Rabo-de-arraia

Vochysiaceae (cf. Vochysia haenkeana)

1

1 (0,4%)

10

Caibro

1,3

<0,1

Madeira

Sapucaia

Lecythidaceae (Lecythis zabucajo)

2

1 (0,4%)

-

(total)

-

1

1 (0,4%)

10

Barrote

1,3

<0,1

-

1

1 (0,4%)

1 Esteio (meia dúzia)

0,1

<0,1

2

1 (0,4%)

3

Tábua (dúzia)

0,4

<0,1 <0,1

Madeira

Tachi

Caesalpinaceae (cf. Tachigali myrmecophila)

Madeira

Tanimbuca (madeira)

Combretaceae (Buchenavia sp.)

1

1 (0,4%)

1

Não informa

0,1

Madeira

Tauari

Lecythidaceae (Cariniana spp., Couratari spp.)

3

1 (0,4%)

-

(total)

-

1

1 (0,4%)

1

Linha (meia dúzia)

0,1

<0,1

1

1 (0,4%)

1 Ripão (meia dúzia)

0,1

<0,1

1

1 (0,4%)

4

Travessão

0,5

<0,1

2

1 (0,4%)

-

(total)

-

1

1 (0,4%)

1

Ripa (dúzia)

0,1

<0,1

1

1 (0,4%)

8

Tábua (dúzia)

1,0

<0,1 <0,1

Madeira

Tento

Fabaceae (cf. Ormosia paraensis)

-

-

Madeira

Violeta

cf. Myrsinaceae (Cybianthus sp.)

1

1 (0,4%)

5

Tábua (dúzia)

0,6

Madeira

Madeira NI

-

9

4 (1,5%)

-

(total)

-

1

1 (0,4%)

12

Ripa (dúzia)

1,5

<0,1

4

2 (0,8%)

48

Tábua (dúzia)

6,1

<0,1

4

3 (1,1%)

6

Não informa

0,8

<0,1

2

2 (0,8%)

5

Litro

0,6

<0,1

-

Recursos vegetais não madeireiros Exsudato

Andiroba

Meliaceae (Carapa guianensis)

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


126

PARTE 8

TOTAIS DE VALORES DECLARADOS DE VENDA GRUPO

PRODUTO

TÁXONS ESPERADOS

REGISTROS

FAMÍLIAS (%) N=160

QUANT.

TAXAS ANUAIS

UNIDADE

UNIDADES

UNIDADES/ FAMÍLIA

Exsudato

Breu

Burseraceae (Protium spp.)

6

5 (1,9%)

128

kg

16,3

0,1

Exsudato

Copaíba (exudato)

Caesalpinaceae (Copaifera multijuga)

6

6 (2,3%)

28

Litro

3,6

<0,1

Exsudato

Seringa

Euphorbiaceae (Hevea spp.)

10

3 (1,1%)

-

(total)

-

2

1 (0,4%)

179

kg

22,9

0,1

8

2 (0,8%)

35

Unidade

4,5

<0,1

11

8 (3,1%)

142

Feixe (100 talos)

18,1

0,1

-

Fibra2

Arumã

Marantaceae (Ischnosiphon polyphyllus)

Fibra

Palha NI

Arecaceae

1

1 (0,4%)

5

Feixe (10 talos)

0,6

<0,1

Fruto

Açaí

Arecaceae (Euterpe precatoria)

1

1 (0,4%)

10

Cacho

1,3

<0,1

Fruto

Castanha-da-amazônia

Lecythidaceae (Bertholletia excelsa)

367

98 (37,4%)

6.491

Lata de 20l

828,6

5,2

Raiz

Cipó-ambé

Araceae (Philodendron sp.)

3

2 (0,8%)

10

Unidade

1,3

<0,1

Raiz

Cipó-timbó-açu

Araceae (cf. Heteropsis jenmanii)

488

69 (26,3%)

-

(total)

-

487

68 (26,0%)

35.318

kg

4.508,7

28,2

2

-

1

1 (0,4%)

3

Unidade

0,4

<0,1

535

130 (49,6%)

36.669

kg

4.681,1

29,3

Araceae (Heteropsis spp.)

1.022

142 (54,2%)

71.987

kg

9.189,8

57,4

Raiz

Cipó-titica

Araceae (cf. Heteropsis flexuosa)

Raiz

Cipós timbó-açu + titica

Produtos agrícolas Raiz

Farinha-de-mandioca

Euphorbiaceae (Manihot esculenta)

2.883

217 (82,8%)

11.220

Saca de 75l

1.432,4

9,0

Raiz

Arubé

Euphorbiaceae (Manihot esculenta)

7

5 (1,9%)

118

Litro

15,1

0,1

Raiz

Goma

Euphorbiaceae (Manihot esculenta)

20

15 (5,7%)

343

kg

43,8

0,3

Raiz

Tapioca

Euphorbiaceae (Manihot esculenta)

34

20 (7,6%)

1.439

Litro

183,7

1,1

Raiz

Tucupi

Euphorbiaceae (Manihot esculenta)

5

5 (1,9%)

41

Litro

5,2

<0,1

Raiz

Cará (raiz)

Dioscoriaceae (cf. Dioscorea bulbifera)

47

29 (11,1%)

2.322

kg

296,4

1,9

Raiz

Macaxeira

Euphorbiaceae (Manihot esculenta)

5

5 (1,9%)

150

kg

19,1

0,1

Raiz

Mangarataia

Zingiberaceae (Zingiber officinale)

7

4 (1,5%)

87

kg

11,1

0,1

Caule

Cana-de-açúcar

Graminae (Saccharum officinarum)

4

3 (1,1%)

236

Unidade

30,1

0,2

Caule

Mel-de-cana

Graminae (Saccharum officinarum)

3

3 (1,1%)

36

Litro

4,6

<0,1

Fruto

Abacaxi

Bromeliaceae (Ananas comosus)

12

5 (1,9%)

231

Unidade

29,5

0,2

Fruto

Banana

Musaceae (Musa spp.)

1.662

155 (59,2%)

35.477

Cacho

4.529,0

28,3

Fruto

Jerimum

Cucurbitaceae (Cucurbita spp.)

2

2 (0,8%)

13

Unidade

1,7

<0,1

Fruto

Limão

Rutaceae (Citrus limon)

1

1 (0,4%)

4

Lata de 20l

0,5

<0,1

Fruto

Melancia

Cucurbitaceae (Citrullus lanatus)

15

6 (2,3%)

1.470

Unidade

187,7

1,2

Fruto

Pupunha

Arecaceae (Bactris gasipaes)

3

2 (0,8%)

28

Cacho

3,6

<0,1

Grão

Milho

Graminae (Zea mays)

4

3 (1,1%)

4

Saca de 75l

0,5

<0,1

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


127

PARTE 8

Anexo III. Preços aplicados (médias anuais, mínimo e máximo) a produtos comercializados, declarados no SiMUR no período de 2008 a 2016. Produtos em ordem de relevância pelo número de famílias declarantes (TABELA 2.8). Produtos não listados não continham registro com informação de preço. NI = Não informado. 1Produto manufaturado.

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR


128

PARTE 8

Documentos Técnicos FVA 4 - 2018


1.257

13,0

262

No. sacas de 75l

Sacas / família declarante

No. registros

1.454

26,4

127

No. cachos

Cachos / família declarante

No. registros

56

14,0

5

No. latas de 20l

Latas / família declarante

No. registros

5.934

126,3

96

No. kg

kg / família declarante

No. registros

2.564

85,5

42

No. kg

kg / família declarante

No. registros

25

3.370

134,8

54

No. famílias

No. kg

kg / família declarante

No. registros

CIPÓ-TIMBÓ-AÇU

30

No. famílias

CIPÓ-TITICA

47

No. famílias

CIPÓS TITICA + TIMBÓ-AÇU

4

No. famílias

CASTANHA-DA-AMAZÔNIA

55

No famílias

BANANA

97

2008

No. famílias

FARINHA-DE-MANDIOCA

PRODUTO / PARÂMETRO GRUPO PRODUTIVO

Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini - SiMUR

98

227,3

6.365

28

183

184,4

13.274

72

281

261,9

19.639

75

96

30,9

1.761

57

338

47,1

4.616

98

468

10,3

1.305

127

2009

53

200,3

4.406

22

105

142,9

8.718

61

158

187,5

13.124

70

30

7,2

143

20

451

64,0

7.102

111

690

18,6

2.438

131

2010

108

219,0

8.104

37

110

86,2

5.520

64

218

172,4

13.624

79

65

10,8

409

38

545

65,6

8.199

125

734

20,2

3.055

151

2011

64

170,0

4.591

27

51

77,0

2.388

31

115

148,5

6.979

47

105

31,1

1.961

63

330

73,6

6.476

88

627

15,5

2.217

143

2012

81

125,9

4.531

36

110

135,4

7.042

52

191

210,4

11.573

55

25

6,5

130

20

310

54,6

4.692

86

650

13,8

1.914

139

2013

50

180,7

4.156

23

24

85,4

1.452

17

74

180,9

5.608

31

78

37,6

1.541

41

326

41,1

3.947

96

599

13,0

1.799

138

2014

PRODUZIDO (N=9.856 REGISTROS)

45

175,3

4.206

24

15

49,1

638

13

60

146,8

4.844

33

55

23,4

890

38

335

55,1

4.796

87

657

21,5

2.820

131

2015

32

160,3

2.564

16

10

73,0

657

9

42

146,4

3.221

22

62

25,0

877

35

192

37,9

2.616

69

459

13,0

1.461

112

2016

585

549,3

42.293

77

650

295,5

42.253

143

1.235

535,1

84.546

158

521

62,6

7.766

124

2.954

216,2

43.898

203

5.146

77,7

18.266

235

TOTAL

53

140,3

3.368

24

40

86,0

2.409

28

93

131,3

5.777

44

4

15,3

46

3

83

33,1

1.191

36

233

11,0

858

78

2008

94

188,7

4.717

25

177

163,1

11.090

68

275

225,8

15.807

70

87

34,4

1.685

49

285

50,7

3.652

72

409

8,1

821

102

2009

64

47

11,0

265

24

458

79,3

6.662

84

690

14,1

1.854

131

2011

52

182,2

3.826

21

100

142,1

7.958

56

152

181,3

103

234,4

7.736

33

93

93,5

4.675

50

197

193,9

11.784 12.411

65

22

7,6

107

14

377

77,3

5.801

75

661

12,6

1.520

121

2010

59

159,8

3.836

24

47

74,8

2.093

28

107

137,9

5.929

43

86

36,6

1.718

47

283

97,5

5.656

58

592

10,6

1.301

123

2012

74

118,2

3.427

29

103

140,3

6.313

45

181

198,8

9.740

49

13

8,0

72

9

255

66,6

3.995

60

550

11,6

1.205

104

2013

49

170,5

3.752

22

21

75,7

1.136

15

70

174,6

4.888

28

64

39,8

1.273

32

253

48,5

3.102

64

487

10,8

1.035

96

2014

VENDIDO (N=8.563 REGISTROS)

35

174,2

2.613

15

9

59,0

413

7

44

151,3

3.026

20

44

22,4

604

27

261

68,7

3.708

54

579

16,9

1.772

105

2015

29

145,9

2.043

14

6

116,4

582

5

36

154,4

2.625

17

48

30,1

723

24

145

37,2

1.710

46

392

10,1

855

85

2016

548

519,4

35.318

68

596

282,1

36.669

130

1.155

507,0

71.987

142

415

66,2

6.491

98

2.400

228,9

35.477

155

4.593

51,7

11.220

217

TOTAL

-

-

83,5

88,3

-

86,8

90,9

-

85,1

89,9

-

83,6

79,0

-

80,8

76,4

-

61,4

92,3

% PRODUZIDO

PARTE 8

129

Anexo IV. Totais anuais de produção e venda de farinha-de-mandioca, banana, cipós e castanha-da-amazônia, declarados no SiMUR no período de 2008 a 2016.



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