Dt camargo 2014

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Seminário

Garantia de Direito de Populações Tradicionais Áreas de Uso e Uso de Recursos Naturais em UCs de Proteção Integral no Mosaico de Áreas Protegidas do Baixo Rio Negro

Relatório 5 e 6 de Novembro de 2013 Novo Airão - AM


A Fundação Vitória Amazônica (FVA) é uma entidade socioambiental fundada em 19 de janeiro de 1990 na cidade de Manaus, estado do Amazonas e que tem como missão promover a conservação da

biodiversidade

na

Amazônia

mediante a geração e aplicação de conhecimentos que contribuam para o desenvolvimento humano em bases sustentáveis na bacia do Rio Negro. Endereço: Rua Estrela D’alva 146, Loteamento Parque

Morada do Sol, Aleixo, CEP 69.060-093, Manaus, Amazonas, Brasil. Tel.: 55(92) 3642 4559, Fax: 55(92) 3236 3257, e-mail: fva@fva.org.br. Conselho Curador: Ana Cristina Ramos de Oliveira

(Presidente) - Elisa Vieira Wandelli (Vice-presidente) Ana Beatriz Jucá de Queiroz Fiuza - Ilse Walker - Jane Regina Damian - Jansen Alfredo Sampaio Zuanon José Cláudio Martins Barboza - José Gilberto Machado Jucá de Queiroz - José Joaquim Marques Marinho Conselho Fiscal: José Francisco do Nascimento

Viana - José Tácito da Frota Alves Neto - Marcos Antônio Brandão Sampaio Coordenação Executiva: Fabiano Lopez da Silva Corpo técnico: Ana Karina Ferreira de Pontes -

Célio Ribeiro dos Santos – Daniel dos Santos Araújo – Francisca Saldanha - Ignacio Oliete Josa - Marcelo Paustein Moreira - Maria da Saúde Barbosa da Silva Olívia Joyce Mousinho da Rocha Ferreira - Pauletiane Horta - Sérgio Henrique Borges - Simone Iwanaga – Tarcísio Franklin Magdalena - Yara da Rocha Camargo Para conhecer mais acesse www.fva.org.br

Apoio

2


Seminário

Garantia de Direito de Populações Tradicionais Áreas de Uso e Uso de Recursos Naturais em UCs de Proteção Integral no Mosaico de Áreas Protegidas do Baixo Rio Negro

RELATÓRIO

Coordenação Geral e revisão de texto

equipe de Apoio

Yara Camargo (Fundação Vitória Amazônica - FVA)

Pauletiane Santos, Célio Ribeiro, Maria da Saúde

Programa de Políticas Públicas

Barbosa da Silva e Ana Karina Pontes (FVA)

Equipe de planejamento da FVA

Moderação

Fabiano Silva, Sérgio Borges, Yara Camargo

Maria Jasylene P. de Abreu (WWF) Relatoria

Fotografia, áudio, design e Diagramação Geise de Góes Canalez (Consultoria Biome) Tarcísio Magdalena

Mapas e imagens de satélite Marcelo P. Moreira (Núcleo de Geoprocessamento FVA) e Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) A reprodução total ou parcial desta obra é permitida, desde que citada a fonte.

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Assim a FVA trouxe a questão de pessoas residindo

Apresentação

em Parques e seus direitos. Na década de 2000 a FVA A Fundação Vitória Amazônica – FVA (www.

participou ativamente na construção do SNUC, sempre

fva.org.br) vem trabalhando com a temática

defendendo o reconhecimento e a garantia de direitos

garantia de direitos das populações tradicionais na

populações tradicionais residentes em UCs de proteção

implementação e gestão de unidades de conservação

integral. Em 2008, a FVA realizou o seminário Questões

de proteção integral desde a década de 1990, quando

Fundiárias relativas à presença humana em UCs de

elaborou o Plano de Manejo do PARNA Jaú, processo este

proteção integral: aspectos conceituais, jurídicos

emblemático, e proporcionou e garantiu a participação

e metodológicos, cujo os resultados subsidiaram

de seus moradores na elaboração do documento que

o processo posterior de construção de Termo de

previu a participação dos mesmos na gestão do Parque.

Compromisso do PARNA Jaú com as comunidades do

Unidade de Conservação

Órgão Categoria

Gestor

Criação Redelimitação

Tipo

Recategorização

de Nova

Status

UC

Parque

Proposta encaminhada

Nacional

Proteção

ICMBio

do Jaú

Integral

/ MMA

X

Parcial com

X

-

Ampliação

ao ICMBio (2º semestre 2013) junto com RESEX Rio Unini Proposta elaborada por

Parque

GT CEUC e CERBAC

Estadual

Proteção

CEUC/

Rio Negro -

Integral

SDS

X

Parcial com

X

X

Ampliação

e encaminhada à SDS (2º semestre 2013)

Setor Norte

junto com APA MD RN Setor Paduari/Solimões

Parque

Consultas Públicas

Estadual

Proteção

CEUC/

Rio Negro

Integral

SDS

X

Parcial com

X

X

Redução

realizadas (1º semestre 2013)

- Setor Sul Área de Proteção Proposta encaminhada

Ambiental da Margem

Uso

CEUC/

Direita do Rio

Sustentável

SDS

X

Parcial com

X

X

Redução

a SDS (2º semestre 2013) junto com PAREST RN Setor Norte

Negro Setor Paduari/ Solimões Reserva

Proposta encaminhada

Extrativista

Uso

ICMBio

do Rio Unini

Sustentável

/ MMA

X

Parcial com Ampliação

-

-

ao ICMBio (2º semestre 2013) junto com PARNA Jaú

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Rio Unini a ser assinado em 2014. Com as comunidades do Rio Jaú, o processo de construção foi iniciado e está em andamento. Uma estratégia que a FVA defende há alguns anos como possível solução total ou parcial para as UCs de proteção integral do Mosaico do Baixo Rio Negro e seus moradores é a redelimitação e/ou recategorização dessas UCs, pois possibilita a implementação e a gestão de fato e proporciona a garantia de direitos de populações tradicionais que habitam essas UCs. Atualmente, o Mosaico de Áreas Protegidas do Baixo Rio Negro encontra-se em um momento muito interessante com processos e propostas de redelimitação/recategorização em 5 UCs: PAREST Rio Negro Setor Norte e Setor Sul e APA da Margem Direita Setor Puduari-Solimões (UCs estaduais) e PARNA Jaú e RESEX do Rio Unini (UCs federais), sendo que alguns desses processos já vêm de dois anos.

OBJETIVO Com o objetivo de definir estratégias de ação no intuito de fortalecer a garantia de direitos de populações tradicionais

nos

processos

de

redelimitação/

recategorização e termos de compromisso nas UCs do Mosaico do Baixo Rio Negro, bem como fortalecer esses processos a nível institucional/político, técnico e jurídico, a FVA realizou o seminário Garantia de Direitos de Populações Tradicionais: áreas e uso e uso de recursos naturais em UCs de proteção integral no Mosaico de Áreas Protegidas do Baixo Rio Negro.

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Sumário Introdução......................................................... .7

APRESENTAÇÃO – pARTE ii ................................................. .31

PROGRAMAÇÃO..................................................................... .8

V - Contextualização socioambiental histórica e atual do PAREST Rio Negro Setor Norte .................... .31

Abertura - falas Institucionais ..................................... 9

VI - Contextualização socioambiental histórica e atual do PARque nacional do jaú................................ .37

METODOLOGIA DO SEMINÁRIO: .......................................... .16

PERGUNTAS / RESPOSTAS, DISCUSSÃO E CONTRIBUIÇÕES.......................................................... .41

APRESENTAÇÃO – PARTE I

Trabalhos em grupo....................................................... .44

I - Contextualização: histórico e situação geral e atual do uso dos recursos naturais e do território no Mosaico do Baixo Rio Negro .................................... .17

METODOLOGIA DE TRABALHO...................................... .44

Grupo UCs estaduais: Redelimitação PAREST Rio Negro Setor Norte.................................................. .44

Plenária UCs Estaduais.......................................... .46

II - Linha do Tempo da situação das populações tradicionais: da criação dos Parques no Rio Negro até hoje............................................................................. .20 PERGUNTAS / RESPOSTAS, DISCUSSÃO E ‘ CONTRIBUIÇÕES.......................................................... .23

Conclusão.................................................................. 46

APRESENTAÇões Institucionais

Grupo UCs Federais: Redelimitação PNJ/Resex Rio Unini e Termo de Compromisso PNJ...................... .48

III - Prof. Antonio Carlos Witkoski – Coordenador do CEUC/SDS............................................................................ .26

Plenária UCs Federais............................................ .48

IV - Kamila Amaral – Secretária Estadual de Meio Ambiente (SDS).................................................................. .27

Tabela Síntese ´Resultados - Grupo UCs Estaduais ................................................................... 50

PERGUNTAS / RESPOSTAS, DISCUSSÃO E CONTRIBUIÇÕES.......................................................... .28

Tabela Síntese ´Resultados - Grupo UCs Federais .................................................................... .52 ENCAMINHAMENTOS .................................................. .54 AVALIAÇÃO DO SEMINÁRIO.................................................. .55

Síntese da avaliação............................................... .55

ANEXo I - Lista de Participantes..................................... .58 ANEXO II - Lista de Abreviaturas.................................... .59

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dos impactos causados como por exemplo, termo de

Introdução

compromisso que: visa regrar o uso de recursos naturais“A sociedade brasileira durante o

e recategorização e redelimitação de UCs, processos

processo constituinte considerou que

estes que podem dar alguma garantia de direitos das

existem no interior do país diversos

populações aliados à conservação dos ecossistemas.

grupos culturalmente diferenciados que contribuíram para a constituição da

Avanços em processos de discussão e decisão sobre

nacionalidade brasileira. Decorre daí a

a garantia dos direitos das populações residentes e

insurgência do direito coletivo culturalmente

usuárias das UCs de proteção integral nos últimos

diferenciado das populações que passaram

anos vêm ocorrendo, tanto no âmbito cientifico em

a ser consideradas como tradicionais

ratificar o papel dos povos e populações no processo

pela

Esses

de conservação e preservação dos ecossistemas,

direitos emanados do texto constitucional

quanto nos processos de debate, de organização

necessitavam de regulamentação em

social e de envolvimento de vários atores (órgãos

sintonia com a Convenção 169 da

públicos, instituições de apoio às populações e

Organização Internacional do Trabalho

representantes comunitários) nos processos decisórios.

Constituição

de

1.988.

- OIT, da qual o Brasil é signatário. Em julho de 2.000, por meio da Lei 9.985

Na região do Rio Negro, Amazonas, a questão dos

que cria o Sistema Nacional de Unidades

direitos das populações tradicionais moradores de UCs

de Conservação, são reconhecidos os

de proteção integra é pauta há pelo menos 20 anos, com

direitos das comunidades tradicionais

o início da elaboração do Plano de Manejo do PARNA

em suas interfaces com as unidades de

Jaú.

conservação. Elas são consideradas por sua forma positiva de apropriação

Após a instituição do Mosaico de Áreas Protegidas do

do espaço orientada segundo princípios

Baixo Rio Negro (MBRN) no final de 2010, houve um

próprios,

interação

fortalecimento coletivo, principalmente por meio do seu

com o ambiente e sem perspectivas

Conselho Consultivo e das UCs de proteção integral que

exclusivamente comerciais. A relação

o compõem, rumo à entendimentos interinstitucionais

homem/natureza, conforme Barreto Filho

a nível local e ao andamento dos processos decisórios

(2001) vivida pelas populações que

em nível estadual e federal. O Mosaico do Baixo Rio

passaram a ser legalmente consideradas

Negro é composto por 11 UCs nas três esferas do poder

como tradicionais, contribui para a

público: dois Parques Estaduais (Rio Negro - Setor

manutenção do ecossistema”. (Rodrigues

Norte e Setor sul), três Áreas de Proteção Ambiental

et al. 2011) inserir no rodapé

(APA Estadual da Margem Esquerda do Rio Negro -

construídos

em

Setores Aturiá/Apuauzinho e Tarumã Mirim/Tarumã Açu, O não reconhecimento por parte dos órgãos gestores de

APA Estadual da Margem Direita do Rio Negro - Setor

UCs dos direitos das populações tradicionais residentes

Paduari/Solimões), três Reservas de Desenvolvimento

ou usuárias em UCs de proteção integral, historicamente

Sustentável (Municipal: RDS do Tupé e

é um dos principais conflitos na gestão de Unidades de

RDS Amanã e RDS Rio Negro), dois Parques Nacionais

Conservação no Brasil com presença humana. Embora

(PARNA do Jaú e PARNA Anavilhanas) e uma

se venha avançando nas discussões sobre o próprio

Reserva Extrativista (RESEX do Rio Unini).

processo de criação dessas UCs, na busca de mitigação

7

Estaduais:


PROGRAMAÇÃO

foco nos conflitos de uso dos recursos naturais e áreas de uso pelos moradores e usuários do PARNA Jaú, PAREST Rio

1º DIA - Manhã

Negro Setor Norte e PAREST Rio Negro 8h30-9h

Abertura

Oficial,

Setor Sul (Palestrantes: chefes das

programação

UCs – Mariana Leitão, Jaime Gomes)

do evento, composição da mesa (SDS/CEUC;

ICMBio/BSB,

MPF); 2º DIA - Manhã

apresentação dos participantes. 9h-9h15

9h15-10h

Apresentação

dos

Objetivos

8h30-8h45 Recapitulação

do

anterior

das e

atividades

do

apresentação

da

seminário e motivação para organização

dia

do seminário (Yara/Jasylene)

programação do dia. 8h45-10h45 Trabalho em Grupos (GT): identificação

Contextualização: histórico e situação geral e atual do uso de recursos

das

limitações

e

oportunidades

naturais e de território no Mosaico do

dos

processos

de

redelimitação/

Baixo Rio Negro – MBRN (Palestrante:

recategorização

Satya Caldenhof).

compromisso nas UCs de proteção

e

termo

de

integral do MBRN a partir de um olhar jurídico; técnico; institucional.

10h-10h15 MERENDA

10h45-11h MERENDA

10h15-12h15 Linha do tempo da situação das populações tradicionais da criação

11h-12h

dos Parques no Rio Negro até hoje

(Palestrantes:

moradores

Apresentação

em

plenária

dos

resultados do trabalho em grupos

de

UC estadual e de UC federal ou ex-moradores – Francisco Borges -

12h-13h30 ALMOÇO

FOPEC e José Dionísio - AMORU). Tarde 12h15-12h30 Dúvidas e considerações dos presentes 13h30-15h30 GT: Identificando os encaminhamentos 12h30-14h ALMOÇO

possíveis das opções de melhorias levantadas e atores envolvidos.

Tarde 15h30-15h45 MERENDA 14h-16h

Apresentações Institucionais SDS e CEUC 15h45-17h30 Apresentação

em

plenária

dos

encerramento

do

resultados e validação.

16h-16h20 MERENDA

17h-17h30 Considerações

16:20-17h30 C o n t e x t u a l i z a ç ã o

Seminário.

socioambiental histórica e atual de UCs de proteção integral do MBRN com

8

e


PRIMEIRO dia – Falas institucionais

Comunica que os representantes da Coordenação Regional (CR- Manaus) estão chegando ao evento.

Jasy Abreu, moderadora do seminário, abriu o evento apresentando seus objetivos e, em seguida,

Ana acredita que o ICMBio avançou no Termo de

fez a formação da mesa de abertura composta por

Compromisso (TC), no contexto da Resex do Rio Unini

representantes do ICMBio/RESEX Rio Unini (Ana Luiza

e do Parque Nacional do Jaú (PNJ) e que já estão

Figueiredo), CEUC/SDS (Jaime Gomes); SEMMA Novo

bem adiantados no processo. Faltando agora, apenas

Airão (Francisco Oliveira), WCS (Carlos Durigan),

fazer alguns ajustes, reunir com as Comunidades

AMORU (José Dionísio da Silva) e FOPEC (Francisco

e prosseguir para assinar. Sua expectativa era que o

Borges Peba), para falarem brevemente sobre

pessoal da sede do ICMBio em Brasília/DF estivesse

populações tradicionais, seus direitos quando em UCs

no Seminário, pois o Termo de Compromisso é

de proteção integral, o histórico de luta e andamento

uma questão que se trabalha, dialoga, chega a uma

dos processos decisórios.

conclusão aqui e aí quando o documento chega lá o processo retrocede um pouco, porque os técnicos não vivem o dia a dia que a gente vive, na questão do direito

Ana Luiza – Chefe da RESEX Rio Unini e representante

das populações tradicionais. Disse que quando os

da CR Manaus ICMBio

representantes da Coordenação Regional (CR Manaus) chegarem ao evento poderão trazer mais atualizações sobre a situação do TC e até aonde a equipe vai chegar até o final do ano. Comunicou que a analista Mariana Leitão, por meio de portaria do ICMBio, tem autonomia para assinar o TC. Acredita que estão no caminho certo, e espera que essa iniciativa se multiplique para o país inteiro, porque o direito das populações tradicionais nos outros lugares do Brasil é o mesmo. Deseja a todos um bom Seminário e espero que eu possa contribuir.

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Compartilhando um pouco do seu trabalho, explana que muitos dos participantes reunidos, são conselheiros de vários Conselhos, tem várias pessoas que se repetem. Neste ano (2013) ocorreram mais de 18 reuniões de Conselho, o que resulta em mais de uma reunião por mês, e reflete que são muitas pautas discutidas sobre as UCs, as área protegidas e as questões referentes aos vários temas, e é uma demanda grande. Na reunião do Conselho da Resex do Rio Unini e do Francisco Oliveira – Secretário Municipal

Jaú que são reuniões integradas, o colega Raoni,

do Meio Ambiente e representante

compartilhou uma questão muito interessante, que

da Prefeitura de Novo Airão

os registros arqueológicos do Rio Negro, ele fez um estudo e uma descoberta muito surpreendente, que

Agradece o convite e a participação no evento.

todos esses desenhos nas pedras, que chamam de

Francisco fala sobre a importância do Seminário,

petrogrífos, em Airão Velho que tem ali ao longo do rio

principalmente para esta região que tem muitas

Negro, a descoberta é que todo esse registro nenhum

Unidades de Conservação (UC) tanto no âmbito

tem nada a ver com outro. Isso significa uma grande

do governo estadual como do governo federal.

descoberta, que indica que a imensa variedade de

Relembra que quando trabalhava na SDS ele iniciou

povos e de culturas, e de pessoas que habitam todo

algumas discussões referentes à recategorização e

o rio Negro e que vem habitando há muito tempo, e

redelimitação, principalmente na região do Parque

é uma relação de uso histórico. Há muito tempo,

Estadual, e acredita que resgatar esse processo de

pessoas vem utilizando recursos de todas as regiões

discussão e fortalecer as conversas iniciais vai ajudar

do baixo rio Negro, aqui mesmo é o primeiro núcleo de

muito nesse Seminário. Ele espera contribuir tanto

povoação do rio Negro, quem morou em Novo Airão

por sua experiência acumulada trabalhando da SDS,

sabe que na ilha ali na frente era um campo de gado,

quanto pelo conhecimento que vem conseguindo agora

um pasto, é uma relação de uso muito antiga. E um

na Secretaria do Meio Ambiente de Novo Airão, para

dos objetivos do CEUC também é garantir o direito dos

somar, na busca pela melhoria para as famílias que

povos e populações tradicionais que vivem nessa área.

residem nessas comunidades e que necessitam dessa Disse ainda, que o CEUC está no Seminário para

política pública.

contribuir

e

também

dar

encaminhamento

às

discussões e pautas que já vêm, em diversos fóruns, Jaime Gomes – chefe do PAREST Rio Negro Setor

sendo discutidas e esse evento é mais um que veio a

Norte e APA da MD do Rio Negro Setor Aturiá/

contribuir muito para fortalecer todo esse processo.

Apuauzinho, representante do CEUC Francisco Borges (Seu Peba) – FOPEC

Fala que trabalha no Centro Estadual de UC junto com o colega Pablo Pacheco que também representa o

Acurixé maturixé Poranga-Conquista. Deus é bom para

órgão que está dentro da SDS e é o presidente do

mim, Deus é bom para ti e que nossa Poranga saia logo

Mosaico do Baixo Rio Negro.

que é a nossa RDS.

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“E nós estamos aqui a recordar um pouco ao longo do tempo, em 2008 novembro, teve o primeiro Seminário que tivemos a honra de participar, e ali também estava nascendo a FOPEC que é o Fórum de Apoio às Comunidades ribeirinhas do entorno de Manaus. E agradeço muito a esse Seminário que aconteceu, porque ali nós aprendemos como o Fórum estava nascendo, que as comunidades estão muito acostumadas a ficar de boca aberta a receber. E o Fórum é o contrário, o Fórum fechou a boca da comunidade e fez abrir a boca do governo. Nós estamos para o lado

José Dionísio da Silva – Presidente da AMORU

de dentro, porque o que é nosso está lá. Então, essa mudança de pensamento ajudou muito, e nós estamos

Diz que é uma grande satisfação estar revendo amigos,

desde aquela época, pensando. E a Fundação Vitória

como a Jasy que foi uma pessoa fundamental junto

Amazônica (FVA) junto com o IPÊ ajudou a apresentar

com o Durigan, para a criação da AMORU lá no Rio

o que está apresentado ai (mapa), mudou um pouco

Unini, a Satya que vem fazendo suas pesquisas lá no

o desenho, porque na época o Parque Norte não tinha

Rio Unini a Yara da FVA e essa gama de companheiros

esse desenho, era só um pensamento. Mas, é um

do Mosaico, que estão nas reuniões juntos. Relata que

desenho de mudança de uso de área, de mudança dos

até o ano passado estava no Conselho do Mosaico e

anseios das Comunidades. E nós “continuamos na

hoje não está mais, diretamente. Mas indiretamente

mesma”, o PAREST Setor Sul, andou, andou, andou,

está, porque hoje como presidente da AMORU indicou

fizemos cobrança forte para a Secretária, que envolveu

uma pessoa de confiança para responder pela AMORU

o Ministério Público e nós estamos morrendo no seco.

lá no Conselho do Mosaico.

Uma canetinha de nada que está faltando e já estamos seis meses e essa caneta está seca, não se enche. E

Ele espera que a parceria e a amizade que tinham

meu grande desafio, anseio é que desse Seminário saia

enquanto ele estava lá no Mosaico, possa se refletir

um documento, e que nós possamos fazer uma equipe

agora.

boa e levarmos em mãos para o MMA, para o MDA, que a gente possa sair daqui com essa intenção de chegar

Para ele é uma satisfação muito grande participar deste

lá com a diretoria do ICMBio, já que “a montanha não

Seminário sobre a garantia dos direitos das populações

vem a Maomé, Maomé vai até a montanha”. De chegar

tradicionais. Relembra que certa vez, cogitou que

lá mostrar e gritar as nossas necessidades, porque nós

fosse feita alguma coisa a respeito dos direitos das

precisamos dar forças aos nossos gestores. Nós temos

populações tradicionais. Porque acredita que essas

gestores, nós temos pessoas em gestão que estão

populações são quem garante a sustentabilidade do

ansiosos, tipo as comunidades, para trazer a solução.

país e é a menos assistida pelos nossos governantes.

Porque quando tem solução na Comunidade, a gestão está bem. Quando não tem, a gestão está dobrada.”

Disse ainda, que na AMORU estão tentando retomar a finalidade para qual ela foi criada, que é lutar pelos

“Estou aqui para ajudar, e uma coisa, vou dizer para

direitos dos moradores de todo o Rio Unini, e que vão à

vocês: que a Mãe terra sinta vocês, sinta seus corações

busca desses objetivos. (sic) “nem que sejam as

que nós possamos fazer a devolução.”

duras penas a gente vai chegar lá”.

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com que a conservação seja uma oportunidade para o desenvolvimento e não um obstáculo para ele’. Acredita que esse desenvolvimento diferenciado que podemos construir para o rio Negro, está partindo de dentro das UCs, com seus conflitos, com suas dificuldades, mas é um movimento que desce o rio. Diferente daquele movimento que sobe o rio trazendo problemas, impactos ambientais e sociais, e a degradação dos modos de vida. Ele vê o cenário de hoje, constituído por esse grande Mosaico de UCs

Carlos Durigan – WCS

do Rio Negro como uma grande oportunidade de Parabeniza a todos e, principalmente, a Yara, que está à

continuarmos construindo coletivamente um cenário

frente desta iniciativa pela FVA. Diz que este é um evento

diferenciado para a Amazônia e sendo exemplo até para

importante para deixar viva a chama dessa caminhada,

as outras regiões não só do Brasil como do Mundo.

que não é fácil, que é trabalhar a questão deste aparente paradoxo que é a conservação e a presença humana

Durigan vislumbra as discussões como muito

presente em UCs de proteção integral.

importantes, porque trazem todos os envolvidos novamente ao debate na busca por soluções para as

Fala que essa é uma caminhada muito longa, que

questões que estão atravancadas. Questões simples, às

desde a década de 1980 com o aparecimento da

vezes de ordem burocrática, ou de ordem de entendimento

Estação Ecológica de Anavilhanas, o Parque Nacional

técnico e até mesmo, de posições subjetivas que fazem

do Jaú, em primeiro lugar e depois todas as outras UCs

com que os processos fiquem estagnados, como é o

que vieram na sequencia, essa agenda foi trazida para

caso da construção dos Termos de Compromisso das

a região, de início gerando receios e conflitos para as

UCs. E outras questões paralelas, que não dizem respeito

populações e, principalmente, para as comunidades

à gestão das UCs, mas a gestão dos municípios, como a

que vivem nessas áreas.

questão da habitação, da saúde, etc.

Relata que: “A gente viu uma evolução nos últimos

Ressalta que é preciso, de fato, manter sempre viva

anos, na última década, de uma forma bem positiva. Eu

a discussão, mesmo porque os atores vão mudando,

avalio que a gente tem conquistado bons resultados,

as pessoas vão passando e as novas gerações que

no geral para uma série de coisas”. E ressalta que só

vão se constituindo de gestores, de representações

o fato de termos um evento como esse, discutindo de

institucionais, de lideranças, muitas vezes se esquecem

igual para igual, com as representações comunitárias,

de como foi dura a caminhada até aqui. Então, é

que hoje fazem parte dos Conselhos gestores das

importante que não se perca a trajetória histórica,

UCs, e que estão lutando pelos seus direitos com voz

pois esta é uma caminhada de momentos muito

ativa, já é um avanço muito importante. Sem deixar de

felizes, momentos tristes e momentos de angústia.

atentar que toda essa pauta de discussões e trabalhos

Mas que é importante se espelhar e não perder o foco

foi trazida pela agenda da conservação. “Esse ano o

daquela missão inicial que é justamente construir esse

SNUC está fazendo 10 anos e lá nós vemos uma

cenário adequado, para que se possa ter uma agenda

frase que eu sempre me lembro dela e acho que

conservacionista sim, mas conservacionista que seja

cabe nesse tipo de discussão”, que é: ‘fazer

também das pessoas, das culturas que vivem na região.

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Então, acredita que este Seminário vai propiciar a

uma UC federal, passa pelo Congresso Nacional, e

retomada das ideias, o empreendimento de mais energia

evidentemente existe uma interferência direta do MMA

em algumas frentes que se tem visto estagnar um pouco

e é uma negociação que tem seus antagonistas. Os

nos últimos anos, não por falta de esforço e de trabalho

técnicos do ICMBio têm uma conclusão natural que

porque várias pessoas estão envolvidas, mas por uma

passa pela legitimidade dessa demanda. Existe um

série de fatores, principalmente conjuntura política,

grupo técnico em nível do conselho deliberativo da

não só do Estado, mas do Brasil, e dos municípios.

Resex e do consultivo do Parna, e existe um parecer

Uma questão que não afeta só comunidades nas UCs,

claramente favorável que demonstra, do ponto de vista

mas a população do Brasil todo, inclusive quem está

da conservação da natureza remete a uma ampliação

nas cidades. Então, precisamos mudar, precisamos

da área do PNJ, e da parte socioambiental existe o

caminhar e se esforçar para não perdermos o foco,

desmembramento da área da bacia do rio Unini, que

pensando sempre nessa questão dos direitos dos

é a área de uso das comunidades locais do Parna,

povos e populações.

culminando também com uma ampliação das áreas de usos dessas populações e o desmembramento de

“A agenda conservacionista pode ser interessante e

uma comunidade, que não foi consultada no processo

ela deveria ser uma das premissas, quando a gente

de criação, e que não quer participar, mesmo assim

pensa em desenvolvimento para a nossa sociedade e,

representa um aumento líquido da área da RESEX.

principalmente para quem vive na Amazônia”. Acredita que é uma proposta benéfica para a população Então, espera contribuir para o Seminário, agradece

e vem para a harmonização geral de todos, e está em

mais uma vez e parabeniza a todos.

pauta no ICMBio, mas não está na governança do Instituto. Em contrapartida, como uma medida tampão,

Após a apresentação dos membros da mesa, cada

que pode criar uma situação provisória, mas contribuir

participante da plenária pode se apresentar dizendo o

para a garantia e uma segurança mínima em relação

nome, a instituição ou comunidade.

à situação fundiária, para os moradores do PNJ é a celebração dos Termos de Compromisso, já tem o aval do ICMBio, a Mariana já tem uma delegação de competência do próprio presidente para assinar esses

Não compuseram a mesa, mas fizeram fala:

TC, e isso cria uma situação que não resolve, mas dá uma segurança. Nossa recomendação é que o mais rápido possível se possam assinar os TC. Pois

Flavio Pain – CR-2 ICMBio

no caso do PARNA Aparados da Serra, o processo foi sustado pelo MMA, que não é tão solidário às questões

Deseja um bom dia a todos.

socioambientais e tem uma rigidez para a proteção. Sobre a situação da revisão dos limites UCs federais do rio Negro (PNJ e RESEX Rio Unini), expõe que em

Diz que está muito feliz de estar em Novo Airão e

nível técnico é um consenso bem amplo, e em ralação

participando do evento com todos.

a isso há uma obrigação perceptível de se entender a necessidade dessas pessoas que estão em uma situação de insegurança, mas é uma situação que não está somente na governança do ICMBio arbitrar essa definição. A decisão de revisão de limites de

13


Diz que a redelimitação/recategorização faz parte da gestão da UC, pois se trata da análise e questionamento sobre a adequação da categoria da UC, se esta condiz com a realidade. Um exemplo é o Parque Rio Negro Setor Norte, é área de proteção ambiental que tem alto valor para a biodiversidade, paisagístico, podendo se tornar outras categorias de UCs mais protegidas, como parque e até mesmo nas categorias do SNUC e do SEUC, mais protegidas ainda. Kamila Amaral – Secretária Estadual de Meio

Agradece a todos os presentes e instituições

Ambiente (SDS)

representadas e espera ter um bom dia de trabalho.

Deseja um bom dia a todos os presentes e um bom dia de trabalho. Ao falar sobre a questão das UCs

Prof. Antonio Carlos Witkoski – Coordenador do

estaduais de proteção integral, diz que estão fazendo

CEUC/SDS

várias reuniões para a redelimitação/recategorização, para que as propostas sejam um reflexo das audições

Após uma breve apresentação como novo coordenador

com as comunidades, como elas querem se enxergar

e desafios a enfrentar, seguiu de acordo com uma fala

nesse processo, além do componente técnico do CEUC

da Kamila, dizendo que redelimitação é um processo

e seus parceiros que fazem todas as análises.

complexo e precisamos de uma maneira ou de outra vencer os impedimentos fundiários, políticos.

Diz que está feliz por ver os representantes do ITEAM no evento, pois este órgão é muito importante nesse

Por razões de ordem de formação, eu sempre me

processo.

identifiquei muito com esses sujeitos que chamamos de Populações Tradicionais e com o conjunto de relações

Diz que veio para participar desse processo (o

que tem a ver com vontade política, e a melhoria das

Seminário) e tentar conseguir que o Estado se faça

condições das pessoas que estão envolvidas nesse

presente neste evento promovido pela FVA.

processo.

Agradece aos convites feitos para a participação da SDS, CEUC e aos demais órgãos e espera que este evento tenha resultados práticos, e que se tenha uma agenda de trabalho para ajudar nos processos de redelimitação, porque não é um processo fácil. “às vezes fazer o processo de criação de um UC é mais rápido, não do ponto de vista técnico, mas é mais complexo para redelimitação, porque isto faz parte do processo de gestão da UC, tem instancias deliberativas participando do processo, a participação social, e o resultado disso tudo é bem melhor.

14


contextualização geral da realização do Seminário.

Yara Camargo (FVA) Agradece a presença de todos e fala o porquê de realizar o Seminário em Novo Airão. A ideia foi trazer para mais perto das nossas vidas e discutir, principalmente para nós que estamos em Manaus, as UCs, Anavilhanas está aqui perto, e poder propiciar a participação de mais comunitários, e trazer as pessoas de Manaus, com suas agendas apertadas, para cá. Este Seminário trata das UCs de proteção integral do Mosaico do Baixo rio Negro que é um bloco de UCs estaduais, federais, municipais; de uso sustentável, de proteção integral composto por 11 UCs conforme o mapa:

15


Esses

processos

de

redelimitação/

recategorização que vamos tratar aqui no seminário estão acontecendo no baixo rio negro, mas há processos subindo o rio, pois temos a experiência de um GT para elaborar uma proposta de redelimitação no PAREST Serra do Aracá. Há uns quatro anos que vimos discutindo em coletivos a temática do uso dos recursos naturais e garantia dos direitos das populações tradicionais. Os Conselhos Gestores dessas UCs têm trazido propostas, porque

Jasy, na apresentação dos objetivos do seminário,

nessas UCs há 20-30 anos não se permite o uso por

focou na questão de redelimitação, recategorização e

populações que residem lá. Propostas como o termo de

termos de compromisso para sair com um produto,

compromisso, a redelimitação, vemos vários processos

embora houvesse um leque a ser discutido, e levantou

em andamento, mas vemos um avanço muito pequeno

alguns pontos como: Quais as questões que nós temos;

e, às vezes, um retrocesso. A FVA participa de vários

Quais as vantagens; Quais os nossos problemas; O que

processos e propostas, pensou neste evento, como

já está sendo feito; O que já está caminhando; Onde

um espaço onde pudesse estar todo mundo junto

precisamos avançar e Onde precisamos melhorar?

pensando nessas propostas, e trabalhando os direitos

Também, apresentou a programação e a metodologia.

dessas populações tradicionais que são moradoras das UCs de proteção integral. Em 2008, no Seminário Questões Fundiárias relativas à presença humana em UCs de proteção integral: aspectos METODOLOGIA DO SEMINÁRIO:

conceituais, jurídicos e metodológicos, começamos a pensar nos termos de compromisso para o PARNA Jaú. Desde 2010 estamos trabalhando na proposta técnica,

1. Palestras sobre o histórico e contexto

junto ao ICMBio, às comunidades e representações

atual dos processos e dos temas a serem

sociais. O termo de compromisso traz segurança para o

abordados visando o nivelamento dos

órgão gestor e para as populações tradicionais, mas mais

participantes;

do que isso, precisamos resolver as questões fundiárias, e o Conselho Gestor do Mosaico Baixo Rio Negro está

2. Debate em plenária para perguntas,

discutindo, os Conselhos das demais UCs também, e já

esclarecimentos e demais contribuições

existem vários GTs sobre a questão fundiária. Então, o

após 3 palestras;

momento é bem propício para as discussões coletivas, e 3. Trabalhos em Grupos (GTs).

garantir os direitos das populações tradicionais deve ser o foco. Espero que possamos sair deste evento com encaminhamentos,

ações

mais

concretas

para podermos ter soluções para que esses processos não sejam tão demorados.

16


APRESENTAÇÃO – PARTE I

I - Contextualização: histórico e situação geral e atual do uso dos recursos naturais e do território no Mosaico do Baixo Rio Negro - Satya B. L. Caldenhof Iniciou a palestra agradecendo o convite e disse que em sua apresentação fará um histórico do uso dos recursos naturais na região, abordando três temas: i. A origem dos povos tradicionais do rio Negro; ii. A criação

A criação de grandes Unidades de Conservação Federais

de UCs na região do baixo rio Negro; e iii. A evolução

de Proteção Integral na região foi uma estratégia

da legislação que trata dos povos e comunidades

política de ocupação e ordenamento do território.

tradicionais.

O primeiro a ser criado foi o Parque Nacional do Jaú (1980), seguido pela Estação Ecológica de Anavilhanas

A contextualização apresentada por Satya fez referência

(1981), recategorizada para Parque Nacional em 2008.

ao processo de ocupação da Amazônia, que remonta

Este processo se deu de modo agressivo, afetando

há mais de 10 mil anos (Neves 2006; Heckenberger

a vida das comunidades ribeirinhas (Barreto Filho

e Neves 2009), e que ainda no século XVI, início da

1999), porque em UCs de proteção integral é proibido

ocupação portuguesa, mais de 80% das populações

a permanência de populações residentes e o uso direto

indígenas foram dizimada por doenças, guerras e

dos recursos naturais – tornando as comunidades

escravidão (Nugent 2006).

ilegais, e como consequência disso se tem:

Entre os séculos XVII e XVIII, época dos aldeamentos

• Proibição da entrada de comerciantes

jesuíticos, mercedários e carmelitas no rio Negro, foi

regatões no rio Jaú, inviabilizando o modo

o período em que os recursos naturais da Amazônia

de vida da população local;

começaram a ser explorados com mais intensidade para exportação para Europa, época denominada de

• Gradual substituição do extrativismo animal

“ciclo das drogas do sertão”, em que eram exportados

e vegetal pela produção agrícola (farinha

óleos vegetais (andiroba, copaíba, etc.), resinas de

de mandioca) como principal atividade

sorva, balata e breu, ervas aromáticas, temperos,

econômica nas comunidades do interior.

cacau, castanhas, madeira e outros produtos florestais, Na década de 1990 a criação das Unidades de

além de manteiga de ovo de tartaruga.

Conservação Estaduais na região: Parque Estadual A palestrante faz um histórico desde as primeiras

do Rio Negro (setores Norte e Sul) (1995); APAs das

povoações na região do rio Negro até os dias atuais,

margens esquerda e direita do Rio Negro (1995); e

demonstrando todo o processo de ocupação e uso

RDS Amanã (1998), que tiveram poucas ações efetivas

dessas áreas, durante vários ciclos econômicos até a

para sua implementação, e por isso, menos impacto

criação das primeiras UCs no rio Negro.

social. Além disso, apenas duas destas UCs são de proteção integral.

17


Já nos anos 2000, a ênfase na criação de

Diversos momentos políticos e históricos para a criação

UCs foi para categorias de Uso Sustentável:

de UC do rio Negro indicaram para o reconhecimento de um Mosaico onde os gestores das UCs pudessem trabalhar colaborativamente, e seus conflitos e questões

• RDS do Tupé (2005) - municipal;

resolvidas em conjunto. • RESEX do Rio Unini (2006) - federal; • Reconhecimento do Mosaico do Baixo Rio Negro (2010) – em âmbito federal, porém

• RDS do Rio Negro (2008) - estadual;

composto por UCs das três esferas (mapa).

Evolução da Legislação que trata das Áreas Protegidas

1989 - criação do Instituto Nacional de Meio Ambiente

e dos Direitos dos Povos e Comunidades Tradicionais

e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA);

1988 - Constituição Federal:

1992 - o IBAMA criou o Centro Nacional para o Desenvolvimento

Sustentado

das

Populações

“(...) todos têm direito ao meio ambiente

Tradicionais (CNPT), para promover o desenvolvimento

ecologicamente

de

econômico e a melhoria da qualidade de vida das

uso comum do povo e essencial à sadia

populações tradicionais, apoiar tecnicamente as RESEX

qualidade de vida, impondo-se ao Poder

e expandir a ideia para outras partes do Brasil (Diegues

Público e à coletividade o dever de

2001; Barreto Filho 2006; CNPT n.d.).

equilibrado,

bem

defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” (caput do art. 225).

18


• Participação paritária da sociedade civil nos

1992 - Realização da II Conferência das Nações Unidas

Conselhos;

sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO-92), no Brasil: foi estabelecida a Convenção sobre Diversidade

• Reassentamento das populações tradicionais

Biológica (CDB), assinada e ratificada pelo Brasil em

residentes em UCs de proteção integral,

1994 e promulgada em 1998 (Decreto 2.519/2008).

através dos Termos de Compromisso (TC). A CDB é o primeiro reconhecimento de que as populações tradicionais têm papel na proteção e conservação dos

Termos de Compromisso – regularização do uso dos

recursos naturais com seus conhecimentos, além da

recursos naturais e dos territórios que pode trazer certa

dependência por seu estilo de vida.

tranquilidade, por dar alguns direitos.

CDB baseado no tripé: conservação, utilização

2004 - Convenção nº 169 (OIT) adotada em 1989

sustentável e repartição dos benefícios.

em vigor desde 1991 internacionalmente, garante: consulta; decisão de prioridades; participação nos planos de desenvolvimento.

Recomendação: Criação do Sistema de Áreas Protegidas.

2006 - elaboração do Plano Estratégico Nacional de Com isso o Brasil estabelece seu Sistema Nacional de

Áreas Protegidas (PNAP), (Decreto N. 5.758/2006)

Unidades de Conservação (SNUC).

com o objetivo de:

2000: criação do SNUC (lei nº 9.985, de 18/07/2000),

“orientar as ações para o estabelecimento de um sistema

que:

abrangente de Áreas Protegidas, ecologicamente representativas e efetivamente planejado, integrando áreas terrestres e marinhas, até 2015”.

• Estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das UCs;

Pela primeira vez as Terras Indígenas e Territórios Quilombolas foram incluídos como áreas protegidas,

• Reconhece a necessidade da realização de

além das UCs (Veríssimo et al. 2011).

estudos técnicos e consulta pública antes da criação de áreas protegidas;

2007

-

elaboração

da

Política

Nacional

de

• Garante a participação da sociedade civil, de

Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades

moradores e outros grupos de interesse nos

Tradicionais (PNPCT), (Decreto nº 6.040/2007) que

Conselhos das áreas protegidas;

traz a definição de povos, comunidades e territórios tradicionais.

2002 - Regulamentação do SNUC (Decreto N. 4.340, Povos e comunidades tradicionais:

de 22/08/2002):

“Grupos culturalmente diferenciados e que

• Participação da sociedade civil na criação e

se reconhecem como tais, que possuem

gestão de áreas protegidas;

formas próprias de organização social, que ocupam e usam

• Criação dos Mosaicos de Áreas Protegidas;

territórios e recursos naturais como

19


condição para sua reprodução cultural,

II - Linha do Tempo da situação das populações

social, religiosa, ancestral e econômica,

tradicionais: da criação dos Parques no Rio

utilizando

inovações

Negro até hoje. – moradores UCs de proteção

e práticas gerados e transmitidos pela

integral. José Dionísio da Silva – Presidente

tradição” (art. 3º).

da AMORU

conhecimentos,

Inicia sua fala relembrando que quando foi criado o

Territórios tradicionais:

PARNA Jaú a área chegou até onde hoje é a Resex do “os espaços necessários à reprodução

rio Unini, e causou muitos desentendimentos, porque

cultural, social e econômica dos povos

os moradores do rio Unini não sabiam da criação do

e

sejam

Parque. Nas áreas adjacentes que ficaram fora do

eles utilizados de forma permanente ou

Parque, houve uma série de invasões por pessoas de

temporária” (art. 3º).

fora, na buscar por produtos da floresta.

comunidades

tradicionais,

2007: criação do Instituto Chico Mendes de

Ele relata que foi por meio dos seus companheiros Levi

Conservação da Biodiversidade (ICMBio), (Lei nº

e João, que chegaram a uma conclusão: seria bem

11.516, de 28/08/2007), com o objetivo de: executar

melhor criar uma Reserva dentro do rio Unini, do que

ações referentes à proposição, implantação, gestão,

continuar como estava, pois a situação se complicava

proteção, fiscalização e monitoramento das UCs

e poderia ter até “conflito de sangue”.

federais, bem como executar políticas relativas ao uso sustentável dos recursos naturais renováveis e apoio

“Nessa mesma época surgiu uma notícia de que o rio

ao extrativismo e às populações tradicionais nas UCs

Unini iria ser fechado, que iria ter uma corrente igual

federais de uso sustentável.

ao do Jaú, e todo mundo ficou chateado e aborrecido. Então, um dos membros da FVA me perguntou se

Após sua explanação, convida os participantes a refletir

eu poderia criar um grupo para a associação dos

sobre três questões:

moradores do rio Unini, e então depois foi criada a AMORU”.

1. Como conciliar diferentes interesses e atores para consolidar a garantia dos direitos dos

Então, começamos a travar diversas batalhas. A

povos e comunidades tradicionais?

primeira foi acabar com a pesca predatória no rio Unini, por meio da parceria com o IBAMA. E assim ficamos

2. Como promover o diálogo entre os

livres desse tipo de pesca predatória, porque: “a pesca

diferentes níveis de governo para facilitar a

comercial para mim é ruim, eu acho muito ruim.

implementação de políticas públicas?

Embora que como líder comunitário eu defenda as comunidades que fazem a pesca do jaraqui na boca do

3. Como a sociedade civil organizada pode

Unini, feita no período de outubro a dezembro. Porque

pressionar e ajudar o governo a agilizar os

eu aderi à reivindicação da comunidade e pedimos ao

processos de revisão dos limites de UCs no

ICMBio, porque o peixe passava na nossa comunidade

Baixo Rio Negro?

e quando chegava na boca do Unini, tinha um monte de pescadores de fora esperando os peixes chegar. E

Agradece a todos e se colocando a disposição para

também porque as comunidades precisam tirar o seu

os esclarecimentos, comentários e discussões.

sustento”.

20


Sr. Dionísio fala que a AMORU começou a pensar na criação de uma Resex, porque era o modelo mais apropriado para as condições de vida local. Alguns moradores foram visitar vários lugares em outros municípios e estados, foram ao Xapuri/AC. E essa ideia foi passada para o povo do rio Unini e todos concordaram. Em 2006 criamos a Resex do rio Unini, e as batalhas não acabaram e estão acontecendo até hoje. A realidade é que de um lado do rio é a Resex do Rio Unini onde se pode trabalhar, morar e usar e do outro lado é o PARNA Jaú onde não se pode fazer nada. Mas,

Acredita que a AMORU precisa ampliar a parceria com

o povo continua morando na margem direita (PNJ) com

ICMBio e FVA e outras entidades, para poderem acessar

um acordo feito junto ao ICMBio.

recursos financeiros. E espera que durante 2014 possam conseguir grande parte dos entendimentos

“Tivemos a infelicidade que na margem esquerda

necessários e a publicação do plano de manejo para

(Resex) só tem duas pontas de terra firme, a distância

poderem trabalhar.

da 1ª ponta de terra até a Comunidade Vista Alegre, é Entretanto, uma nova preocupação surgiu: com a

muito mais longe do que do rio Unini para Manaus”.

redelimitação do PARNA do Jaú, estará havendo um Relata que em seguida da criação da Reserva, fizemos

possível conflito na área de uso na RDS do Amanã,

uma série de reivindicações, para que a Reserva

por conta dos mesmos desentendimentos que tiveram

desenvolvesse. “Porque sem plano de manejo, sem gestor

anteriormente. As áreas de terra firme estão na RDS

não dava para fazer nada. Então, o gestor apareceu e nós

do Amanã e a expansão de novas comunidades se

forçamos a barra para fazer o plano de uso, que seria mais

dará naquele sentido. “Se um ex- morador quiser voltar

rápido. Em seguida, foi feito o plano de manejo da Resex

para lá ele pode, se um morador de uma comunidade

que foi feito com base nos estudos que a FVA teve”.

quer criar uma nova comunidade ele pode. A minha preocupação é que isso venha a gerar um conflito

Para nosso desespero, nós tivemos a notícia (2013)

municipal. Em minha opinião é que seja criada uma

de que nosso plano ainda não foi publicado porque

nova UC, desmembrada de Amanã. Havia uma

cometemos alguns erros, “por às vezes ser levados

comunidade na entrada do Amanã, e que saíram de lá,

pela emoção”.

porque é muito distante e difícil. Vou procurar o CEUC (prof. Antonio Carlos) para a gente tentar pensar em não ter problema no futuro”.

“Agora em dezembro e início de janeiro vamos retomar as conversas para ajustar o Plano de manejo, para que os analistas e os procuradores possam entender

E assim termina sua fala dizendo que a AMORU tenta

melhor o que queremos. Nós precisamos muito que

fazer política das boas práticas e da boa vizinhança,

esse plano de manejo seja publicado para que nós

sem estar criando problema para ninguém.

possamos trabalhar em tudo que nós queremos, não só na pesca esportiva, precisamos desenvolver melhor a nossa agricultura, o artesanato, e que por não ter publicado não podemos acessar recursos”.

21


que somos improdutivos por causa da lei que nos foi imposta”. O FOPEC tem acento e voz ativa em todos os espaços das UCs, na área de produção e geração de renda, e estão alcançando um acento na área de educação. “Esse é um pequeno contexto para mostrar o quanto os moradores estão devastados, o quanto os gestores estão devastados. Nós queremos nossa Floresta Francisco Borges (Seu Peba) representante do

Amazônica em pé, mas queremos nos manter em pé

FOPEC

na Floresta como uma árvore viva”.

“Peba para quem não conhece é um tatu, sacana para

As comunidades ribeirinhas do entorno de Manaus,

caramba, que gosta de ficar na toca”.

especialmente ao PAREST Setor Sul, em 2006 começou a trabalhar em conjunto com outras instituições. Em 2008 trabalhou junto ao IPÊ para elaboração do Plano

Inicia sua fala, propondo um histórico sobre o rio Negro.

de Gestão, e nesse documento, desde o início foi pensado a redelimitação do Parque.

De 1968-1995 o rio negro era reconhecido como um grande abastecedor de madeira para Manaus.

Foi no Seminário de 2008, que se fortaleceram para De 1990-1995 iniciaram a criação das UCs estaduais:

consolidar a situação do Parque. E o órgão gestor

em 1995 o PAREST Setor Sul e, então, começou a

do PAREST optou pela opção de assinar um Termo

repressão. As comunidades não sabiam que moravam

de Compromisso entre a SDS e as Comunidades,

num Parque. Conheciam apenas Anavilhanas, nos

mas estavam convictos que essa medida iria deixá-

arredores da boca (foz) do rio Cuieiras. E, desse

los embaraçados. Por isso, solicitaram que no ato de

modo, pensávamos estar sendo reprimidos por usar

assinatura do TC, fosse elaborada e assinada uma lei

Anavilhanas.

que autorizasse a mudança de categoria (redelimitação/ recategorização) daquela área das comunidades. Então,

Por todo esse disparate e conflito, em 2005 nasceu o

as comunidades não assinaram o TC, mas a demanda

FOPEC, e nós não sabíamos o que e como fazer, mas

de uma lei foi atendida, e assim foram iniciados os

ele nasceu nesse contexto.

estudos para a redelimitação.

“De 1995 aos dias de hoje a lei que nos obrigaram a

Passaram cerca de dois anos, lutando para redelimitar o

cumprir, roubou nossa cultura, nós não vemos nossos

Parque. E quando a antiga Secretária da SDS e o FOPEC

jovens mais, hoje, cultivar a nossa terra. Esse roubo

pressionaram o INCRA, para adequação fundiária, este

é um problema sério, vimos nosso povo acostumado

órgão comunicou que não iria cumprir as promessas

a comer farinha, comer pão torrado porque não tinha

feitas durante os estudos. Então, mais 1,5 anos de

mais farinha. Minha maior tristeza foi a fala do nosso

estudos e negociações se passaram.

Governador, na Semana do Meio Ambiente, dizendo que o rio negro é improdutivo e que

“O CEUC/SDS está de parabéns porque fez o seu

nosso fim é a mineração. Ai eu mostrei para ele

trabalho e agora a tinta da caneta está seca. Faz dois

22


meses e não consegui colocar tinta na caneta ainda.

“Vejam que prejuízo, que descaso, porque

O poder público priva nós de acessar as políticas

o sistema poderia ser aplicado diferenciado.

públicas. Dentro do poder público tem gente que quer

Nós já aprendemos e graças a Deus que o

fazer e, às vezes, não pode fazer nada porque tem que

Mosaico foi criado. E eu creio que o Mosaico

vir lá de cima”.

será diferencial sobre como fazer gestão compartilhada. Nós precisamos viver dessa

Convida a todos a ouvirem algumas vitórias e derrotas

área, mostrar para o mundo científico a real

desse processo:

sustentabilidade”. Termina sua fala dizendo que gostaria que neste Seminário pudéssemos não só “recarregar as baterias”, mas obter conclusões e levar os resultados para as

Vitórias

outras reuniões importantes como a do Conselho, para mostrar o nosso trabalho.

1. Passar de TC para lei que autorizou a

recategorização/redelimitação

do Agradece a todos e em especial a presença do Professor

PAREST;

da UEA (Ricardo), a da funcionária da Petrobras (Maria) que estão interessados em preservar a Amazônia e, por

2. Compensação da cidade universitária vai

isso estão aqui.

redelimitar o PAREST Setor Norte; 3. Participação do Seminário de Área

Espera que no próximo Seminário não venhamos mais

Protegidas (SAPIS): entendimento sobre

com esses problemas, que tragamos os resultados, e

os termos de compromisso;

que o rio Negro seja considerado produtivo. PERGUNTAS

4. Interligação que o IPÊ fez entre a gestão e

/

RESPOSTAS,

DISCUSSÃO

E

CONTRIBUIÇÕES

os moradores do Parque, que possibilitou aproximação e trabalho em conjunto.

Pablo Pacheco – CEUC: chefe da RDS Rio Negro e da

Derrotas

APA da Margem Direita do Rio Negro Setor Paduari/ Solimões, presidente do Conselho do Mosaico do

1. Não assinatura da redelimitação: Se

Baixo Rio Negro;

até dezembro não for atendido nossa reivindicação, vamos interditar as obras

Sugere alguns pontos para reflexão.

da arena da Amazônia; 2. Perda de jovens das Comunidades:

Hoje, a presidência dos Conselhos é apenas acento

quatro jovens vieram para a cidade e

dos órgãos gestores (ICMBio, SDS). Será que não seria

se sujeitaram a prostituição, estão com

mais rápido e prático rever o SNUC e o SEUC? Porque

AIDS; e outros oito estão presos, porque

o Seu Peba seria um presidente de Conselho melhor do

se envolveram com drogas, roubos, etc.

que eu.

23


Acha que as diretrizes da OIT são muito

Acácio de Souza Pereira – Presidente Associação

frágeis e que o direito dos povos e populações

Indígena Makuitá do município de Novo Airão, exmorador PARNA Jaú.

tradicionais é muito mais abrangente do que está posto.

Desde 1959 esteve na área onde foi criado o PNJ, criou sua família lá dentro, hoje não reside na área. Satya B. L. Caldenhof Diz que o índio vive do recurso natural, e ele está muito preocupado, porque em sua época o IBDF os expulsou

Comenta a fala do Pablo

do PNJ “na ponta de metralhadora” e hoje para entrar Ela acha que o momento político não é favorável para

na área do Parque eles têm que pagar igual ao turista,

mexer no SNUC agora. “A nossa briga neste momento

ou ter uma licença do ICMBio. “Eu tô muito preocupado

é a vontade política”. Precisamos encontrar a estratégia

com as balsas de areia (ouro branco) que saem mais

de como faremos para que o governo venha conosco

de 5 balsas lá, e as crianças não têm um combustível

nessas brigas.

para ir na escola”. Pergunta: Eu tenho o direito de ir e voltar no rio Unini? Não sei se tem esse direito de fechar a boca do rio para

José Caldeira – ITEAM

uma só comunidade. Abordando o embargo provisório Parabeniza a FVA, a Satya, o Sr. Peba e o Sr. Dionísio

feito no rio Unini, pelo governo federal após os conflitos

pelo Seminário e pelas falas.

de pesca esportiva ocorridos em outubro/2013.

Fala que fica angustiado, porque “o que está na lei, está Francisco Borges (Peba) – FOPEC

na lei”. E reparar esses erros de antes, por não terem respeitado os títulos definitivos, as áreas de uso dentro das UCs não é fácil. “Hoje cabe ao setor fundiário

Acredita que precisamos nos reunir e mostrar para o

resolver um problema que não é mais dele. Porque

governo que estamos firme e forte.

a partir da expedição de um título definitivo, só pode anular a Justiça, nenhum outro órgão”. Nazareno Barroso da S. Filho – Presidente Associação dos Pescadores de Novo Airão;

“Ver o depoimento do Seu Dionísio e do Seu Peba, me dá uma angústia muito grande, porque eu tive a felicidade de nascer na beira do Madeira (rio), porque

Aborda sobre a Pesca predatória dizendo que antes

não tem mais nada o que fazer quando vem para a

de ser criado o Ministério da Pesca eles já vinham se

consulta pública”.

organizado. E hoje podem dizer que não fazem mais pesca predatória, porque já existem regras, instrução

“A quem interessa uma lei, que nós achávamos que era

normativa, resolução, para o desempenho das

muito importante, que é a lei de serviços ambientais:

atividades.

Porque eu acho que num tem interesse de ninguém em desenvolver a conservação ambiental. Porque tem

Acredita que a lei federal está totalmente errada, porque

mais de 95% preservada, mas não representa

o período de defeso estipulado pela lei é uma época

nada para quem mora embaixo dela”.

em que na nossa região o jaraqui está ovado (fase de

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procriação). Então, indaga: O que é preservar para o

2. Pergunta aos representantes do CEUC

governo? O que é conservar? Para ter uma lei, precisa

e da SDS: Em que situação está na

ser discutido por setor, por região.

ALEAM as propostas de redelimitação e recategorização?

“O pescador hoje é legalizado. Mas, 98% do município de Novo Airão está em área de preservação, então nós

“Faz a reflexão que quando o governador fez sua

estamos roubando o que é nosso”.

fala, ele não estava errado. Porque nós precisamos ser empoderados. Nós ainda culpamos os órgãos

“O governador do estado disse que o rio Negro será o rio

ambientais, mas eu não sei dizer ainda o que é meio

da mineração, que nossa população não seja roubada

ambiente para os PhD e para mim. O porquê que eu

como vem sendo. Porque há duas horas daqui, é tirado

me tornei ladrão dentro da minha própria casa? Quem

da frente das comunidades 6 a 8 balsas de areia por

chegou primeiro, eu ou o Parque? Quem precisa se

dia, que custa cerca de 30 mil cada uma. O empresário

adequar é o Parque e não eu”.

lá que foi multado para construir uma escola, não tem prazo”. Kamila Amaral – Secretária da SDS responde “Eu sempre digo que o governo precisa sair da sua cadeira e vir aqui ouvir a população. E quero que a

Sobre a redelimitação: relata que a PGE questionou

Senhora Secretária (Kamila Amaral) diga isso para o

a lei que autorizou a redelimitação do PAREST Setor

governador. O que é preservar? É destruir o caboclo?

Sul, então o jurídico da SDS está trabalhando para

Fazer ele se prostituir, vender droga, roubar para dar de

proceder com um marco legal para recategorizar, por

comer aos seus filhos?”.

meio de Decreto (plano A); ou por meio de Lei (plano B) com apoio do Dep. Luiz Castro da Comissão de Meio Ambiente da ALEAM.

Aldenor Sobrinho Barbosa – Presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do município de Novo Airão;

Francisco Borges (Peba) - FOPEC

“Nós vemos essas nossas UCs como satanás. Nós

Faz uma reflexão: “É importante que nós possamos

queríamos ganhar dinheiro com as UCs, mas até

transformar nosso pensamento em projeto de lei

agora nós não recebemos ICMS ecológico, e a lei de

contínua. Eu gostaria de mostrar como funciona a

Serviços Ambientais tá lá na mesa do Luiz Castro (Dep.

FOPEC e Conselho participativo do PAREST, mas não

Estadual)”.

temos tempo e a Alcilene (Chefe do PAREST Setor Sul) não está aqui porque vai ocorrer a reunião do Conselho amanhã”.

Recategorização: gostaria de pedir a Secretaria de Estado no sentido de intervir com posição política.

Para dar continuidade aos trabalhos na época das eleições, que se aproximam, sugere que seja criado

Tem uma série de dúvidas:

um GT transitório, para que na época da mudança do governo se tenha continuidade dos trabalhos.

1. Com tantas leis, para quem fica o resultado final?

25


3. Com relação à questão fundiária, relata que

APRESENTAÇões Institucionais

no Brasil é uma questão que se remonta a própria história do país. Que não é um problema da Amazônia, mas a estratégia

III - Prof. Antonio Carlos Witkoski –

histórica do governo do Amazonas de criar

Coordenador do CEUC/SDS

UCs estava e está correta. “É claro que nós Inicia sua fala dizendo que muitas coisas foram ditas,

criamos também uma série de dilemas que

bem ditas, e como o Seu Peba foi enfático ao falar.

teremos que resolver. Pois, quando vemos o

Propõe-se em abordar algumas questões importantes

mapa do Greenpeace de desmatamento, não

para o Seminário:

vejo outra estratégia melhor”.

1. O rio Negro não é como contavam os

4. Sobre a Pesca: as várias modalidades, a

viajantes portugueses, um rio da fome. Com

esportiva, a ornamental, a comercial têm

a gama de conhecimento que se tem hoje,

grandes possibilidades de trazer recursos

pode-se afirmar que é um rio que produz a

para a região do rio Negro, desde que

vida. Fazendo sempre o entendimento que

tratemos numa perspectiva melhor, mas

este é um rio diferente do rio Solimões, do

ordenada.

rio Amazonas, começando pela diferença das águas, que fertilizam mais ou menos

5. O embargo jurídico do rio Unini: Com o

as várzeas e igapós. Uma boa comparação

embargo, não pode haver nenhum tipo de

para ter ideia das diferenças, é a densidade

pesca no rio Unini, até a resolução dos conflitos.

demográfica, tem muito mais gente morando

Acredita que nesta área não se tem que pensar

ao longo dos rios de águas barrentas do que

em redelimitação, é preciso criar um espaço

nos rios de água preta. E isso tem a ver com

no Conselho das UCs para a exploração dos

a natureza do bioma, do rio, com a forma e

recursos naturais na área da RDS Amanã,

a histórica de ocupação, com a história, que

RESEX Rio Unini e PARNA Jaú. Aquele mapa

não pode ser desconsiderada.

posto aqui foi historicamente construído, acho que entre a RDS e a RESEX não se tem entrave,

2. Concorda que este não é o momento de fazer

pode-se avançar sobre o uso dos espaços e

modificações no marco regulatório (SNUC),

dos recursos. Sobre Amanã, comunica que

mesmo que este caminhe mais rápido ou

o CEUC/SDS está consolidando a criação do

mais lento, porque este depende do momento

Conselho da RDS Amanã.

político e de quem está à frente dos postos públicos. Acredita que é o momento de

6. “Democratizar a democracia que o Peba

aprofundar e fazer valer o marco regulatório

falou esse nosso problema posto aqui está

que se tem, porque ele ainda não foi aplicado

ligado às escalas do poder, que a Satya

na sua totalidade. Esta é uma lei bastante

escreveu em sua tese: nós não temos

avançada, e a questão das modificações é

como fugir disso, que começa com o

com vistas ao aprimoramento, mas acredita

empoderamento das comunidades e vai até

que não é o momento.

a esfera governamental, e temos que fazer uma sinergia de entendimentos”.

26


IV - Kamila Amaral – Secretária Estadual de

a emissão de 1000 CDRUs individuais por

Meio Ambiente (SDS)

meio de cooperação junto ao ITEAM.

Diz que sua fala é enquanto Estado, para tentar expor o

c. Acesso aos recursos naturais: nesse tópico

que estão fazendo.

entram a pesca, a piaçava, a borracha, a malva, a juta, as subvenções. Para se conseguir

a. Sobre o ICMS ecológico: fala que a

atingir os objetivos propostos na criação das

distribuição de recursos se dá por quantidade

UCs, é preciso atuar para se gerar renda.

de área protegida existente no município. Mas, que não adianta fazer o repasse do

“Gostaria de perguntar aos moradores se

ICMS se a prefeitura não está presente

eles estão melhores do que estavam? Se

nos espaços e envolvida com a agenda

conseguem se alimentar bem? E a gente só

ambiental. Portanto, é necessário inserir a

consegue isso gerando renda, escoando a

agenda ambiental junto às outras pastas do

produção, fomentando a produção dentro

governo municipal, e para isso é importante o

das UCs e empoderando os moradores,

envolvimento e apoio da Secretaria Municipal

garantindo que eles possam gerar sua própria

de Meio Ambiente, para que as outras pastas

renda. E ai eu sinto falta da ADS, não sei se

estejam envolvidas com as discussões.

foram convidados, mas são importantes nesse processo de geração de renda”.

b. No que concerne à regularização fundiária: esse é um tema que não adianta “chover no

d. Conselhos Gestores das UCs: já estive na

molhado”. Questiona sobre como a gente

reunião do Conselho da RDS do Rio Negro,

pode fazer para avançar? “Aqui na região do

e se contentou com o empoderamento dos

rio Negro existem porções de terra federais

conselheiros. “Saber o que eles podem

e estaduais e poucas municipais. Temos

deliberar os encaminhamentos junto aos

duas frentes de trabalho: o ITEAM, que em

órgãos governamentais, ter nos Conselhos

parceria com a SDS emitiram as CDRUs

as instituições públicas, e o esclarecimento

coletivas, 15 UCs contempladas no total, para

sobre o seu papel é muito importante”.

garantir que as pessoas associadas tenham

Acredita que as ONGs têm papel fundamental,

reconhecida sua posse”. Entretanto, relata

no fortalecimento das representações sociais.

que ainda não se consegue aprovar plano de manejo florestal com a CDRU coletiva,

Diz que na região do rio Negro se tem

entretanto, na própria CDRU coletiva, tem a

Conselhos da maioria das UCs e a parceria

previsão da emissão de CDRUs individuais.

com o IBAMA e o ICMBio, consolidando acordos com o governo do estado, pois

No SNUC a regularização fundiária é a

acredita que não adianta querer fazer ações

primeira linha de trabalho para a gestão de

de fiscalização e monitoramento nas áreas

UCs. E o Estado (sentido geral) tem deixado

com uma só instituição e enfraquecida, é

a desejar. Embora tenham sido muitos

preciso unir forças.

investimentos no Programa Terra Legal, SPF e ITEAM. O que está sendo feito hoje pela SDS é um investimento financeiro para

27


e.

Planos de Gestão: expõe que se

Satya B. L. Caldenhof pergunta

incomodada quando o plano de gestão da UC não atende as demandas das populações,

A proposta da redelimitação/recategorização do

e quando o documento não é respeitado.

PAREST Rio Negro Setor Norte está caminhando junto

Diz que na elaboração ou na revisão dos

com a compensação da Cidade Universitária? Essa

planos é preciso proporcionar a participação

proposta precisa estar inserida junto ao IPAAM que é o

popular na construção, que é fundamental

órgão licenciador?

para o futuro das UCs. PERGUNTAS

/

RESPOSTAS,

DISCUSSÃO

E

Francisco Aginaldo Queiroz – ITEAM contribuições

CONTRIBUIÇÕES • Sobre as bases cartográficas unificadas: diz que é o sonho de todo mundo. Mas que não Yara Camargo – FVA pergunta

vê interesse nenhum em compartilhamento dessas informações de forma global, pelas

Na reunião do colegiado do MBRN com a SDS, você

instituições, até mesmo as organizações que

colocou a visão da recategorização e de redelimitação

fazem a fiscalização e monitoramento. Isso

como boa estratégia, e você deixou bem claro que o

porque os dados são públicos, mas os dados

desafio é grande. Mas gostaria de saber se você irá

não podem ser disponibilizados na íntegra,

atender a demanda?

pois se tem que ter autorização superior. No caso da RDS do Rio Negro, o ITEAM solicitou permissão para a PGE, sobre como e para

Kamila Amaral - SDS responde

quais instituições poderiam entregar o estudo fundiário com as bases cartográficas.

Sobre o PAREST Rio Negro Setor Sul, o processo de redelimitação, irei despachar amanhã com o jurídico da

• A título de informação relata que o ITEAM tem

SDS, então estarei com os dois documentos prontos: a

dois estudos de UCs do rio Negro, finalizados

minuta do decreto e a minuta da lei.

e repassados ao CEUC/SDS. Esclarece que No PAREST Rio Negro Setor Norte, entreguei na PGE

no caso do PAREST Rio Negro Setor Norte,

um documento produzido no CEUC/SDS e instituições

a área da marinha não existe oficialmente

parceiras, onde tem a propositura, dentro do contexto

no órgão estadual, mas sabe-se que existe

da cidade universitária, recategorização e redelimitação

um documento e que estão aguardando o

PAREST Rio Negro Setor Norte e Setor Sul e da APA

posicionamento da Marinha junto ao ITEAM.

da Margem Direita do Rio Negro e, e nova área de Uso sustentável em razão da Cidade Universitária, e estamos aguardando o pronunciamento do Procurador.

28


Kamila Amaral - SDS responde Satya: Foi entregue cópia do documento entregue a PGE, onde tem o mapa consolidado sobre as propostas do Mosaico do Baixo Rio Negro como um todo. A SDS não colocou na mesma pauta da cidade universitária, porque eu acredito que vincular os assuntos pode trazer prejuízos.

Acácio de Souza Pereira – Presidente Associação Indígena pergunta Estou preocupado com a nossa área, entrada do igarapé do Puduari, Comunidade Bom Jesus, 90% das famílias é indígena. Com essa área, o indígena pode morar numa RDS? Nessa área a FUNAI prometeu de vir fazer uma pesquisa sobre as áreas de uso.

Colaboração Carlos Durigan (WCS)

Nazareno Barroso da S. Filho – Presidente Associação dos Pescadores pergunta

Em 2012 houve um grupo de trabalho com o pessoal Indaga que quando se reivindica o recurso é porque

do CEUC/SDS, porque a SESAI passou por lá e estava

querem que seja aplicado lá na UC, para que não

cobrando o posicionamento da FUNAI, ai ela respondeu

precisem vir para cidade para acessar qualquer

dizendo que não é um conflito de interesse, e que a

benefício ou política pública.

RDS poderia contemplar o interesses dos indígenas.

Kamila Amaral - SDS responde

Aldenor Sobrinho Barbosa - Presidente do Sindicato pergunta

Objetivo é que vocês se empoderem, fortaleçam a Associação, porque esta fortalecida o governo do

Comenta que tem a esperança de que pode ter o ICMS

Estado pode fazer parcerias diretamente com vocês,

ecológico e que sobre os Créditos de Carbono: poucas

como é o caso do repasse dos CDRUs.

pessoas têm acesso ao conhecimento.

Com a prefeitura nós temos trabalhado o apoio e

Expõe que o potencial de desenvolvimento das UCs está

fortalecimento dos Secretários Municipais do Meio

no buriti, na bacaba, nos produtos que ainda não foram

Ambiente. O apoio às prefeituras é um processo natural,

estudados, em bases tecnológicas, para melhorar a

vocês já viram os caminhões de lixo com adesivo do

produção e as formas de uso.

Estado? É um tipo de apoio.

29


Sobre o PARNA Jaú não foi regularizado até

Kamila Amaral - SDS responde

agora, acredita que estamos numa missão de vida e morte, porque tem muitos grileiros

Acácio: A APA é uma categoria que tem menos proteção

de terras em Novo Airão, e acha que o Pablo

ambiental, e quando nós conseguirmos recategorizar

não tem colete a prova de bala para enfrentar essa

para uma UC de uso sustentável, os indígenas terão um

questão lá na RDS.

papel fundamental no processo de gestão, elaboração de plano de gestão. Vamos colocar a SEIND junto

Acha que é preciso criar uma força tarefa para poder unir

nessa conversa para serem garantidos os direitos das

força e conseguir resolver essas questões fundiárias

populações indígenas no processo.

aqui no Estado. Aldenor: A força tarefa é importante, porque os que mais perdem são vocês das pontas.

30


APRESENTAÇÃO – pARTE ii

V

-

Contextualização

socioambiental

histórica e atual do PAREST Rio Negro Setor Norte com foco nos conflitos de uso dos recursos naturais e áreas de uso por moradores e usuários.

Jaime Gomes Nery

Jr. – CEUC/SDS O Parque Estadual Rio Negro Setor Norte foi criado pelo Decreto estadual nº 16.498, de 02 de abril de 1995 e redelimitado pela Lei Estadual nº. 2.646 de 22 de maio de 2001. Localiza-se na margem direita do Rio Negro, situado integralmente no município de Novo Airão,

Nos limites da UC existem quatro comunidades e duas

distante aproximadamente 70 km da sede urbana de

localidades, compostas por 52 famílias e somando

Novo Airão e possui área de 146.028,00 hectares.

181 pessoas. São pequenos produtores rurais com a economia familiar baseada na produção agrícola

Possui Plano de Gestão, que está no prazo de ser

complementada com atividades extrativistas.

revisado, e Conselho Consultivo formado e em atuação.

31


Apresentou a seguir o mapa comparando

federais e uma UC municipal, 11 áreas protegidas

limites em 1995 e novos limites 2001.

(mapa). Está inserido também na Reserva da Biosfera que possui Conselho (CERBAC), inclusive a próxima

O PAREST está inserido no Mosaico do Baixo

reunião será aqui em Novo Airão, nos dias 26 e 27/11.

Rio Negro que possui sete UCs estaduais, três UCs

A UC possui situação fundiária irregular, com a inserção parcial de três títulos particulares, uma área da marinha, uma gleba municipal onde estão localizadas as ruínas de Velho Airão, além da posse dos moradores, como se pode ver nos mapas da situação fundiária do Parque, ao lado:

32


33


Uso dos recursos

Histórico da ocupação humana no PAREST Rio Negro Setor Norte

Nos levantamentos para a elaboração do Plano de Gestão foram mapeadas as áreas de uso pelos moradores e

1786: 148 moradores (Alexandre R. Ferreira)

usuários do Parque. Os principais recursos extraídos 2009: 34 famílias e 126 pessoas – 4 comunidades e 4

são fibras, cipós e óleos. A pesca e os quelônios são

localidades (Plano de Gestão)

coletados fora dos limites do PAREST, no rio Negro.

2013: 103 famílias e 181 moradores em 4 comunidades

Atualmente, a Ilha do Jacaré é motivo de confusão

e 2 localidades (CEUC/SDS)

com a ocupação de indígenas da etnia Waimiri-Atroari que estão em conflito com as populações tradicionais,

Em 2013 algumas comunidades solicitaram a criação

impedido qualquer um de praticar a pesca nas

de uma Terra Indígena nos limites do Parque e a FUNAI

proximidades.

fez o contato com o CEUC e a FVA, e esclareceu que mesmo estes não estando em TI podem ter acesso as

Outra questão que vem gerando tensão é a exploração

políticas públicas destinadas aos indígenas. Então, foi

dos títulos minerários expedidos pelo DNPM, que já

criado o GT Novo Airão, para atualizar as informações

tem dois blocos com LO emitidas (mapa abaixo).

do Parque e fazer as discussões sobre as questões indígenas dentro do Parque.

34


Propostas de redelimitação/recategorização do

-

Resultados:

PAREST RN Setor Norte - Histórico GT CERBAC • Construção de proposta de redelimitação - Constituído na primeira reunião extraordinária

do PAREST RN Setor Norte, recategorização

do CERBAC (realizada para dar ciência ao

parcial da APA da Margem Direita e criação

Conselho sobre o Projeto Cidade Universitária

de uma RDS.

da UEA, em 02 de outubro de 2012), com objetivo de apoiar a SDS/CEUC na indicação de

• Sete reuniões;

área para criação de UC de Proteção Integral na região da Cidade Universitária;

• Duas viagens de campo realizadas: as informações de campo relativas ao entorno

- Na 23 Reunião Ordinária do CERBAC em

da área da Cidade Universitária da UEA

novembro de 2012 teve seu objetivo ampliado

(município de Iranduba) e rio Puduari (PERN

para dar apoio a SDS no estabelecimento de

Setor Norte) foram levantadas com objetivo

Estratégia de Conservação da APA Margem

de subsidiar a elaboração de propostas, a

Direita do Rio Negro, tendo em vista o forte

partir do reconhecimento de áreas potenciais

processo de ocupação nessa UC, e incorporou

e da coleta de informações com moradores

também a necessidade de discussões visando

da região. Já no PAREST, foram realizados

ajustar os limites do Parque Estadual do Rio

diagnósticos nas comunidades do Baixo

Negro (PERN) Setor Norte;

Rio Negro, para embasar a propositura dos

a

limites da redelimitação. - Integrado por representantes da FVA, IPÊ, GTA, FOPEC, Conselho do MBRN e SDS/CEUC, com

P r oposta I d e r e d e li m i ta çã o

apoio do ITEAM;

e r e cate g or i z a çã o

35


Proposta II de redelimitação e recategorização

36


VI

-

Contextualização

socioambiental

histórica e atual do PARque nacional do jaú com foco nos conflitos de uso dos recursos naturais e áreas de uso por moradores e usuários. - Mariana Leitão (ICMBio) O Parque Nacional do Jaú (PNJ) foi criado pelo Decreto federal nº 85.200, de 24 de setembro de 1980, com o objetivo de proteger a bacia hidrográfica de um rio de água preta, o Rio Jaú. Possui área de 2.272.000 hectares e está localizado nos municípios de Novo Airão e Barcelos. Contexto Socioeconômico No interior do Parque existem moradores, cerca de

comunidades no Rio Unini: 109 famílias (Democracia,

190 famílias num total de aproximadamente 800

Manapana, Tapiíra, Lago das Pombas, Floresta e Vista

moradores. Estão distribuídas em 14 comunidades

Alegre) e 4 Comunidades no entorno direto (RESEX do

sendo 4 comunidades no Rio Jaú: 40 famílias

Unini e RDS Amanã): 38 famílias (Lago das Pedras,

(Seringalzinho,

Terra Nova, Patauá, Vila Nunes).

Patauá,

Lázaro

e

Tambor),

6

37


Todo esse contexto gera ainda mais insegurança, tanto

Situação fundiária

para os moradores quanto para o órgão gestor. Os moradores do Parque são considerados posseiros, e em 1989 houve a tentativa de

Nesse processo ainda faltam os estudos do INCRA para

indenização dos moradores com remoção – não aceita

criação do Quilombo do Tambor, porque esse processo

pela população.

está na câmara de conciliação da AGU, pois se trata de demarcação numa UC de proteção integral.

Após a criação do SNUC, é previsto que: Histórico da Gestão “As populações tradicionais residentes em unidades de conservação nas quais sua

2002 a 2006: Acompanhou e apoiou a criação da

permanência não seja permitida serão

RESEX do Rio Unini

indenizadas ou compensadas pelas benfeitorias existentes e devidamente

2004 a 2006: Formação do conselho gestor: espaço

realocadas pelo Poder Público, em local

para participação dos moradores na gestão do Parque,

e condições acordados entre as partes”.

grande representatividade das comunidades

(caput Art. 42.) 2009: Início das discussões sobre termo de compromisso

Como consequência da situação de insegurança em que as comunidades vivem, temos o uso dos recursos na UC de proteção integral ocorrendo com acordos

2009: Acompanhamento da Câmara de Conciliação na

informais, ex-moradores entraram com ação na justiça,

AGU (Tambor)

pleiteando reparação por danos morais e materiais, criação da RESEX do Unini, auto reconhecimento dos

2012: Grupos de trabalho de Regularização Fundiária

moradores do Tambor como quilombolas: Comunidade

nos conselhos do Parque e da RESEX: Proposta de

Remanescente de Quilombo do Tambor, deferido pela

redelimitação do Parque.

Fundação Palmares. 2013: ICMBio Sede Brasília aceita com correções o Termo de Compromisso, autorga a Mariana Leitão para poder assinar o documento. Mas como algumas alterações foram feitas, uma nova consulta será feita às comunidades para que possam assinar a versão final, uma das questões foi a retirada dos assuntos sobre caça do TC. Muitos assuntos precisam ser vistos e revistos junto ao ICMBio porque os TCs são recentes ainda, a Instrução Normativa nº 26/2012 é um bom documento, que ao longo do tempo será aprimorado.

38


Proposta de redelimitação do PNJ e RESEX do

Essas alterações não trariam perda de área ao PNJ e

Rio Unini

daria a RESEX um ganho de área da ordem de 297 mil ha, como se pode verificar no mapa abaixo.

A proposta de redelimitação foi discutida no GT de Consolidação Territorial do Conselho Deliberativo da RESEX em conjunto com o Conselho Consultivo do PNJ. Ela está baseada em: 1. Exclusão dos limites do PNJ das áreas de uso de recursos das famílias do rio Unini, incluindo esta área na RESEX; 2. Inclusão nos novos limites do PNJ dos igarapés da cabeceira do rio Pauini da margem direita a oeste do PARNA; e 3. Inclusão nos limites do PNJ das áreas da margem direita do rio Carabinani.

39


Art. 39 § 2º: O termo de compromisso

Termo de Compromisso

será assinado pelo órgão executor e pelo representante de cada família, assistido,

Previsto no SNUC:

quando couber, pela comunidade rural ou associação legalmente constituída.

Art. 42 § 2o: Até que seja possível efetuar o reassentamento de que trata este artigo, serão estabelecidas normas e ações

Art. 39 § 3º: O termo de compromisso

específicas destinadas a compatibilizar

será assinado no prazo máximo de

a presença das populações tradicionais

um ano após a criação da unidade de

residentes com os objetivos da unidade,

conservação e, no caso de unidade já

sem prejuízo dos modos de vida, das

criada, no prazo máximo de dois anos

fontes de subsistência e dos locais de

contado da publicação deste Decreto.

moradia destas populações, assegurandose a sua participação na elaboração das

Art. 39 § 4º: O prazo e as condições

referidas normas e ações.

para o reassentamento das populações tradicionais

estarão

definidos

no

termo de compromisso.

Art. 42 § 3o: Na hipótese prevista no § 2 , as normas regulando o prazo de o

permanência e suas condições serão

Histórico da construção do Termo de

estabelecidas em regulamento.

Compromisso Início em 2009

No que regulamenta o SNUC (Decreto nº 4.340, de 22.08.2002):

-- Três (3) viagens realizadas às comunidades para fechamento de minuta do TC;

Art. 39: Enquanto não forem reassentadas, as condições de permanência das

-- Abertura de processo e apreciação da minuta

populações tradicionais em Unidade de

pela PFE;

Conservação de Proteção Integral serão reguladas por termo de compromisso, negociado entre o órgão executor e as

-- Assembleia Comunitária (abril de 2011):

populações, ouvido o conselho da unidade

retorno do parecer jurídico às comunidades;

de conservação. -- Elaboração de parecer técnico ICMBio com a nova minuta;

Art. 39 § 1º: O termo de compromisso deve indicar as áreas ocupadas, as

-- Retorno de segundo parecer jurídico;

limitações necessárias para assegurar a conservação da natureza e os deveres

-- Elaboração de parecer técnico ICMBio com

do órgão executor referentes ao processo

minuta final;

indenizatório, assegurados o acesso das populações às suas fontes de subsistência

-- Aceite do ICMBio e publicação Portaria de

e a conservação dos seus modos de vida.

delegação de competências para assinaturas.

40


Para 2014:

2. Sobre o uso dos recursos, se foi diagnosticado o uso em área do PARNA Jaú?

-- Ida às comunidades para discutir as alterações impostas pelo ICMBio sede;

3. E quando for criada a RDS na redelimitação do Parque, que o nome não seja RDS Setor Norte.

-- Assembleia para aprovação da alteração de alguns artigos pelas comunidades; Jaime responde a Mariana -- Aprovação pelo Conselho; 1. Apesar de ter registros no plano de gestão sobre a área doada ao município, não estão

-- Assinaturas.

no ITEAM os documentos, e há notícias de PERGUNTAS/RESPOSTAS,

DISCUSSÃO

que não foi arrecadado.

E

CONTRIBUIÇÕES 2. Extrativismo na área do Jaú pelas populações do PAREST Setor Norte, no plano de gestão não tem e eu não tenho informações oficiais.

Dionísio para Mariana

Mas sei que tem uma relação de uso com o No GT para o processo de redelimitação, nós fizemos

PNJ. Tem a necessidade de ser reconhecido

algumas discussões e morreu.

com um instrumento.

Nós vamos retomar agora com toda a força, agora

Durigan: não tem documentos, mas alguns moradores

nesse ano político, ou quando é que vamos retomar

dizem que utilizam.

essa discussão? Mariana: vários já foram multados na área do Parque por estarem retirando alguns recursos, como a pesca Ana responde por Mariana ao Sr. Dionísio

e a palha.

O TC foi encaminhado ao ICMBio e passou pela

Jaime: A área da base do ICMBIO foi excluída dos

análise técnica, que aprovaram tecnicamente, mas não

novos limites do PAREST, porque naquela ponta está

depende apenas dele, depende do MMA. E eles dizem

a infraestrutura do PNJ, outro ponto é que a intenção

que a atual conjuntura política não é favorável. Estou

da recategorização é retirar as áreas com inserção de

aqui pedindo ajuda, porque o poder de articulação da

moradores lá.

população é muito maior e melhor do que a do gestor. Yara: a ideia foi trazer para o Seminário para debater aqui, considerando que para a PGE a proposta foi com essa área em questão.

Mariana pergunta para Jaime

Jasy: a questão do nome da nova UC não é neste fórum

1. As terras doadas ao município, qual foi o

que vamos apontar, porque tem ainda a consulta

propósito?

às Comunidades, no processo de criação.

41


Mariana responde para Nazareno

Contribuição Aginaldo Espero que antes do dia 26/11 o CEUC e

Eu não falei que eles saíram por livre e espontânea

o ICMBIO possam juntar as proposta de

vontade. Nós não temos relatórios oficiais sobre isso,

redefinição de suas UCs, para refinar e que possamos

apenas os relatos dos ex-moradores e isso está na

sair da reunião do CERBAC com uma definição.

justiça e ela é quem vai julgar e se terá uma decisão.

A Secretária Kamila não considerou, mas existe o

Vale a pena, quem tem curiosidade, falar com

estudo fundiário da área do Setor Norte. Durante 60

essas pessoas, porque as situações de remoção

dias o ITEAM parou para cuidar dos estudos fundiários

do PNJ causaram impactos na cidade de Novo

do Parque Norte, da APA MD e da área para possível

Airão como um todo.

ampliação. Atualmente, estamos com o estudo fundiário do PARNA Jaú quase pronto para ser repassado, só Jasy pergunta para Mariana

aguardando a assinatura do Termo de Cooperação entre ICMBio e o ITEAM.

Você falou sobre o TC, que precisa voltar para as Comunidades porque uma das coisas que não pode ter no TC é a questão da caça.

Acácio pergunta para Mariana Não pode pescar no entorno do PNJ? Porque no

Mariana responde para Jasy

PAREST pode pescar no entorno, só na terra firme que não pode. E não podemos mais pescar em Anavilhanas

Os primeiros pareceres jurídicos não tiveram oposição

e em Barcelos.

sobre esse assunto, porque havia entendimento sobre Comenta: Essa proposta eu nunca vou a favor,

o uso da caça em seu dia a dia. E muitos planos de

porque nessa área que estão querendo ampliar são as

uso e de manejo inclusive de Resex existem isso. Mas

cabeceiras e entorno do rio Carabinani que é a única

como teve a mudança de presidência do ICMBio, ele

área que nós podemos pescar. E nós vamos perder

e os assessores dele têm outro entendimento sobre o

toda essa área.

assunto. Porque, o argumento é que existe uma lei que proíbe a caça. Então, a recomendação da sede é de que ou o TC não é assinado, ou retira-se a questão da

Mariana responde para Acácio

caça para que se possa assinar o TC. A insegurança vai permanecer para a questão da caça. Mas a minuta traz

Eu não vou falar nada agora sobre a sua posição,

muita segurança aos moradores, fala sobre a vida, a

amanhã nós podemos discutir.

roça, a pesca, o direito de acesso às políticas públicas de saúde e educação. Caberá, então aos moradores, buscar uma forma de explicar e mostrar aos fiscais a

Nazareno pergunta para Mariana

realidade local da região. “(...) os moradores que saíram obrigados do PNJ não foram indenizados e outros saíram porque quiseram”. Quero que você esclareça em que se baseiam para afirmar isso.

42


processos que acontecem aqui no Rio Negro sempre é

Contribuição Pain

um aprendizado para gente. A gente estava com tanta Existe a eminência de perder a oportunidade mediante

expectativa e tão contente com o TC, seriamos de novo

a outro exemplo, que foi Aparados da Serra, onde o

um exemplo para todos.

MMA parou o processo. A redelimitação, as duas UCs vão crescer e seria bom para todo mundo. Isso não é argumento técnico,

Comentário: Aldenor

porque peixe pode? Ser arpoado, morrer sufocado na Existe litígio da regularização fundiária e o TC é um

malhadeira.... e bicho não pode . Tem espécies que

imbróglio, porque não dá nem acesso total das

precisam ser preservadas.

populações e nem dá poderes ao ICMBio, porque existe a insegurança. Mariana responde A minha visão é que o TC tem sim que ser assinado, se

Yara pergunta para todos

um item saiu, muitos outros entraram. Porque em 30 É possível outra justificativa jurídica para rever o

anos é o primeiro instrumento que vai reconhecer que

assunto da caça, e que insira mais pontos de vista?

existe um uso na área.

Será que vamos perder nosso tempo? Será que assina Vai ser um balde de água fria se não for assinado o

do jeito que está, “mesmo manco”?

documento e depois daqui uns anos terem que rediscutir tudo de novo. Procurem conhecer o documento para

Colaboração Durigan

não terem visões tão negativas. Sobre a questão do TC, eu acho inaceitável isso que está posto. O TC não é uma imposição, é um acordo e se

Após as discussões em plenária, a moderadora faz

uma das partes não assina, não tem um compromisso.

o encerramento, comunicando a programação do

Desde que o PNJ existe, tem um processo informal

segundo dia do Seminário, que terá grupos de trabalhos

pela gestão do Parque. Desde a chegada do flutuante

para serem discutidos os problemas, as limitações e as

na boca do Carabinani existia um acordo sobre todos

possibilidades e oportunidades para o andamento dos

os temas. E essa informalidade perdura até hoje, todos

processos em curso.

os gestores que conhecem a realidade das famílias têm um acordo, inclusive sobre coisas graves como coleta de quelônios para comercialização, de pessoas que já foram pega 5 ou 6 vezes. Desde a época do IBAMA, o atual presidente do ICMBio era o primeiro a se levantar contra, até da elaboração do plano de manejo participativamente, que depois se tornou modelo e foi inserido no SNUC, era contra. Realmente é um retrocesso agora, está na hora de dar um passo para trás e negociar com o MMA. Esses

43


segundo dia – grupos de trabalho e

Com a utilização do painel de moderação cada grupo

resultados/recomendações

deverá apontar: 1. LIMITAÇÕES:

A moderadora Jasy Abreu deseja um bom

Levantar

questões

dia de trabalho a todos e inicia explicando como serão

limitações com relação à redelimitação,

conduzidos os trabalhos de hoje.

recategorização e Termo de Compromisso – lista, não se preocupar com juízo de valor. (chuva de ideias).

METODOLOGIA DE TRABALHO

2. OPORTUNIDADES:

Dividir os presentes em dois grupos: um para discutir

quais

são

as

as questões das UCs federais e outro para as UCs

oportunidades para resolução das limitações

estaduais. Cada grupo deverá ter um moderador, para

identificadas.

conduzir e orientar nas discussões de modo que ao Após a listagem das limitações e oportunidades,

final do tempo proposto se tenham resultados.

deverão fazer a priorização, elencando os três principais, e então voltaremos para a plenária para as

Tempo: 1 hora

apresentações e discussões com todos. Grupo UCs estaduais Composição: Aginaldo, Marcelo, Pablo, Jaime, Acácio, Nazareno, Sergio, Anatólio, dona Maria, Aldenor, Nalbert. Moderador: Aginaldo Queiroz

44


Aginaldo explica sobre o atual cenário e um pouco do processo de redelimitação/recategorização do PAREST Rio Negro Setor Norte. Diz que o assunto veio à tona com as consultas públicas da Cidade Universitária no município de Iranduba, cuja área se encontra dentro da APA MD RN Setor Paduari/ Solimões, quando o CERBAC e a equipe técnica do CEUC se posicionaram. A Secretária de Estado (Nádia na época) achou interessante e solicitou uma proposta técnica. Então, um grupo de conselheiros do CERBAC (FVA, IPÊ e CEUC) foi a campo junto com o Jaime, e o GT do CERBAC elaborou uma proposta de redelimitação para o PAREST, redelimitação/recategorização da APA e a FUNAI, ela vai iniciar um processo

criação de uma RDS.

demarcatório; Quando trocou de Secretária, o CERBAC foi verificar o que ocorreu e foi informado que o processo foi para a

4. Importância de todos estarem na reunião do

PGE, e não deveria ter ido, porque é a Casa Civil que faz

Conselho do CERBAC, para atentar para as

o Decreto autorizando as consultas públicas. A PGE só

questões da redelimitação;

vai devolver a análise em março/2014, e ainda deixou 5. Como surgiu a ideia da redelimitação do PNJ?

de ser uma medida compensatória, isso significa que está igual aos outros processos.

Resp.: Surgiu da reunião dos Conselhos da

RESEX Rio Unini e do PNJ. Seu Nazareno expõe sua preocupação em relação à diminuição das áreas para pesca: “é que o igarapé do Carabinani, Aracari, e o Preto estão dentro do Parque. Queremos que esses igarapés fiquem dentro da RDS, porque é o único canto que a gente tem. Na boca não tem nada para pescar, a gente precisa de ir até as cabeceiras”. Questionou que: 1. Nós que vivemos lá dentro vamos ter que discutir a área de ampliação e criação dos Parques? 2. Vai aumentar a área de pesca do rio Negro, porque toda a frente vai ser RDS, agora poderá ir até a margem do rio; 3. Com relação a TI, se o Sr. Acácio convencer

45


Nº LIMITAÇÕES

OPORTUNIDADES

1 Incluir as cabeceiras do Igarapé do Mulambo e

Aumentar o tamanho da área proposta da RDS.

do Repartimento no desenho de redelimitação. 2 Retirada do processo de compensação

Apoio das ONGs, CERBAC e Mosaico.

da Cidade Universitária. 3 Desconhecimento da proposta de

Sensibilização da SDS, CEUC

recategorização pelos grupos.

para a recategorização.

4 Falta da participação das populações locais

Existência do Conselho Consultivo.

nas discussões de recategorização. 5 Falta de uma organização de representação

Existe uma gama de estudo sobre a região:

das comunidades nas discussões.

Plano de Gestão e outros estudos.

6 Morosidade do governo nas tomadas

Existência da Associação Mãe, participação

de decisões recategorização.

das Comunidades e lideranças.

7 Desconhecimento do passo a

Existência de proposta elaborada

passo da recategorização.

e sob a consulta na PGE.

Priorização: Limitação – 5, 6, 7 / Oportunidade – 2, 5, 6 Plenária UCs Estaduais

CONCLUSÃO

Mariana (ICMBio) - Já que o grupo discutiu uma

Incluir as cabeceiras do Igarapé do Mulambo e do

proposta para a RDS, por que não pensaram em

Repartimento no desenho de redelimitação da nova

aumentar mais a área do Parque?

RDS.

Jaime: Porque no trabalho de elaboração da proposta

Satya: Velho Airão vai ficar dentro do Parque?

com a inserção de novas áreas houve a indicação das áreas de uso e de moradia, via visita técnica,

Jaime: Na área de Velho Airão, as ruínas estarão dentro

posicionamento dos comunitários e mapeamento.

do Parque. O limitante é que lá existem duas famílias,

Desse modo, a área do Parque aumenta de tamanho,

que então permanecerão dentro dos limites do Parque

em relação à área atual, sendo que o limite sul do

Setor Norte.

Parque respeita os limites do município de Novo Airão. Grupo UCs Federais Yara: Qual o entendimento da ampliação da área da RDS?

Composição: Mariana, Ana Luiza, Rachel, John Lennon, Gabriela, Sr. Dionísio

Sr. Acácio: Para abranger os igarapés do Mulambo e Repartimento, porque são onde se pratica a

Moderador: Durigan

pesca e outros seguimentos de extrativismo.

46


Para iniciar os trabalhos, Durigan relata que a FVA fez

Um fator limitante (no processo de redelimitação) é o

os estudos para verificar se os objetivos do PNJ eram

trâmite, porque o que era a parte técnica já foi cumprido,

cumpridos, mas eles não são. Pois o PNJ foi criado

as etapas já foram executadas até a aprovação do

para proteger integralmente a bacia de um rio de água

Conselho.

preta, no caso o rio Jaú, e isso não é feito com os atuais limites do Parque. Então surgiu a proposta técnica de

Tem um acordo informal desde sempre no PNJ, sendo

redelimitação, que também considera o mapeamento

que as principais áreas de uso, com a redefinição dos

do uso dos recursos pelos moradores, basicamente no

limites, as áreas de uso estarão dentro da Resex do rio

rio Unini. E desafeta a área das comunidades. Nesse

Unini e na RDS Amanã.

contexto precisamos pensar nas seguintes questões: 1. Ex-moradores PNJ; 2. Moradores do rio Jaú; 3. Moradores do rio Unini; 4. Redelimitação e 5. Termo de Compromisso.

47


Redelimitação PNJ/Resex Rio Unini e Termo de Compromisso PNJ LIMITAÇÃO

OPORTUNIDADE

1

Cenário político

Nível de organização comunitária.

2

Morosidade dentro do ICMBio.

Embasamento técnico da proposta

3

Questões técnicas para

ARPA como aliado para os estudos das

acrescentar no processo.

novas áreas no rio Carabinani.

4

Tema

Redelimitação

5

Interesses contrários à concepção de conservação do PNJ (pesca

Meta ARPA para criar novas áreas protegidas 2014

esportiva, pesca comercial). Regularização Fundiária - glebas estaduais Apoio político da Comissão de Meio Ambiente da ALEAM

- não se sabe se o Estado vai querer repassar as terras para o governo Federal. Falta de organização e assessoria

6

jurídica para os ex-moradores

Situação definitiva para os moradores do Unini

acompanharem o processo.

8 9

10

Termo de Compromisso

7

Divergência / aceitação de algumas

Sugerir no Termo de Compromisso os

regras definidas localmente

termos da lei que trate sobre a caça para os moradores terem mais segurança.

Rio Jaú, definições dos procedimentos

Convergência de diálogo entre as instituições,

para a regularização fundiária.

movimentos sociais e as comunidades locais.

Rio Unini, TC com proposta

Pessoas incríveis envolvidas no processo:

de redelimitação.

Mosaico, FVA, Comunitários.

Disponibilidade de recursos humanos

Portaria de delegação de Competência para

e financeiros para aprovar os

assinar o Termo de Compromisso.

TCs juntos as comunidades. Plenária UCs Federais

Estavam envolvidos na proposta ONGs (FVA), governo, comunidades, etc., mas o ICMBio sede Brasília teve

Contribuições

algumas dúvidas que terão que ser respondidas.

Yara: Que tipo de estudo está faltando, já que a proposta

Aldenor

do TC está bem embasada tecnicamente? 1. Como está o andamento do reconhecimento do Território Quilombola?

Mariana: Eu já sei algumas questões que geraram polêmica e precisamos sanar. E a outra coisa é a caracterização do rio Carabinani.

2. Em se tratando de dotação orçamentária: faltam recursos humanos e financeiros para finalizar o TC?

48


Mariana: para Aldenor

que seria o reassentamento no rio Unini. Mas antes de tudo, o Conselho e moradores do rio Unini precisam concordar. E outra coisa é que precisa ser acordado

1. A questão do Quilombo está na AGU; a

entre as partes.

proposta do ICMBio é de que a Comunidade do Tambor precisa ser reassentada em outra área e serem indenizados; isso está sendo

Aginaldo: para Mariana

tratado na Câmara de Conciliação. O MPF está acompanhando de perto essa questão

1. Quantas famílias ficam dentro da área do

e já se pronunciou.

PNJ após a redelimitação?

2. Na questão dos recursos, o ARPA pode

2. Foi criado o Quilombo, como o PNJ está

colaborar para os estudos de novas áreas e

pensando nessa gestão?

para o Parque sobre o estudo da regularização fundiária.

3. A chefia do PNJ está vetando a circulação da comunidade do Tambor na área do Parque?

Acácio: para Mariana Mariana: para Aginaldo Quem criou a proposta de redelimitação do rio Carabinani?

1. Cerca de 12 famílias não serão abrangidas pela

Mariana: para Acácio

redelimitação/recategorização,

das

cerca de 180 existentes atualmente.

Foi o grupo de trabalho que tem a FVA, ICMBio e

2. A Fundação Palmares já reconheceu os

Comunitários e fazer valer os objetivos do PNJ, e na

quilombolas, mas o processo para a

região não tem ninguém, então não traria impacto

demarcação do território está na Câmara

social na região.

de Conciliação da AGU. O INCRA ainda não fez a definição do Território do Quilombo, e a posição do ICMBio é que eles sejam

Nazareno: para Mariana

reassentados em outros lugares. O governo tem um projeto para tirar moradores do Parque, e colocar eles numa área? Porque nem eu que

3. Para o trânsito dos moradores do Tambor

estou na cidade sei lidar com dinheiro direito. Haverá

não mudou nada nos nossos procedimentos,

uma preparação para eles?

para todos os moradores, tem a base, eles passam e se registram, enfim.

Mariana: para Acácio Nazareno: para Mariana Concordo com você, você tem toda a razão. Para o grupo do GT e o ICMBio, nossos trâmites, as etapas

Não há representantes da prefeitura, da câmara

técnicas, e isso parece muito simples, mas na hora

municipal, não há nada. Quem vai defender os

de você praticar isso, o impacto na vida deles é uma

interesses de nossa posição?

coisa inimaginável. E ai, a gente tem uma proposta que foi colocada no relatório do grupo de trabalho,

49


Resultados - Grupo UCs Estaduais

Após as apresentações de cada grupo, os debates e discussões, os grupos se reuniram novamente a fim de proporem

Limitação

Melhoria

os encaminhamentos para as limitações priorizadas, de modo que pudessem indicar as

Fortalecer as Comunidades

possibilidades de melhoria, quais os encaminhamentos,

e a Associação Mãe

os parceiros envolvidos, os responsáveis pela ação/

Capacitar lideranças

atividade e o prazo a ser cumprido. O resultado

Falta de uma organização

desse detalhamento será o planejamento para dar

de representação

agilidade e andamento às questões que se encontram

das comunidades

Sensibilizar e mobilizar

atravancadas.

nas discussões.

as Comunidades Ação específica para reavivar a Associação Mãe Priorizar as temáticas: Mosaico, CERBAC e o Conselho. Elaborar documento de entendimento do movimento local, pedindo agilidade

Morosidade do governo

nesse processo.

nas tomadas de decisões

Solicitar Cartas de Apoio:

recategorização.

prefeitura e câmara de vereadores à proposta de recategorização Solicitar Carta de Apoio a redelimitação ao CNS e ao FETTAGRI (!) Solicitar da SDS o macroprocesso da recategorização (passo a passo).

Desconhecimento do passo a passo da

Levar para o CERBAC a questão

recategorização.

entendimento do processo de recategorização / redelimitação da APA e do Parque Setor Norte

* Todos os

(!) documento conjunto

parceiros Monitoramento trimestral Resp. Pablo Pacheco por informativo

50


Encaminhamento / Estratégia

Parceiros

Quem?

Quando?

CEUC, FAS

Aldenor e

2014

(Oportunidades) Executar PROFOCO

Jaime (CEUC) Aldenor e

Executar plano de ação do GT de fortalecimento comunitário

2014/2015

Jaime (CEUC)

Sindicato dos trabalhadores rurais, CEUC, FVA,

(!) Solicitar recursos SDS para

IPÊ, APNA, SEMAS.

as capacitações e oficinas.

Jaime CEUC*

Reativar o GT CERBAC, integrando

Aginaldo (ITEAM)

Mar/2014

as Comunidades locais. ITEAM, FVA

Jaime (CEUC)

Reunião do Conselho do CERBAC Nov/2013

Sensibilização da SDS e do CEUC

Yara (FVA)

Apoio do CERBAC, Execução do Plano de Ação da

Jaime (CEUC)

Mosaico e ONGs.

Câmara Técnica de Ordenamento Territorial do Mosaico

Existência do Conselho do

Jaime (CEUC)

Novembro /2014 Seminário

Parque Apresentação do macroprocesso para o GT CERBAC, reunião do

STTRNA (Aldenor);

Mosaico e Conselho do Parque.

SEMMA (Sergio);

Existência do Plano de Gestão

FVA (Yara); IPÊ

Jaime (CEUC)*

e outros estudos

(Eliane); MAKU-

e as instituições

ITÁ (Acácio);

parceiras

Até 12/11/2013

APNA (Nazareno); Proposta elaborada

ITEAM (Aginaldo)

Aumento do tamanho da área proposta da RDS. Solicitar no prazo de 15 dias – em nome do Seminário Avaliações ocorrerão nas Reuniões do Mosaico e dos

Verificação nas reuniões de: Onde

Conselhos que acontecem durante todo o ano

estamos? O que caminhamos?

51


Grupo UCs Federais

Tema

Limitação

Melhoria

Encaminhamento / Estratégia (Oportunidades)

Fazer pressão para

O GT elabora documento solicitando

Redelimitação do Parque Nacional Jaú e Resex Rio Unini

agilizar o Processo apoio das instâncias políticas Redelimitação não é uma prioridade política Buscar apoio

Entrar em contato com FVA, WWF, GTA, CNS para elab

político

dos Conselhos do Parque e da Resex para encaminhar

e Comitê do Programa, painel científico de aconselham Montar Comissão de moradores e técnicos Busca de parcerias para apresentar a proposta em Brasília: ICMBIO, MMA e Comissão Amazônia. Disponibilidade de recursos humanos e financeiros

Incluir o processo

GT agendar reuniões com

de redelimitação na Meta ARPA

Dep. Luiz Castro para solicitar apoio da Comissão de M

para criar novas áreas protegidas

Buscar recursos para a Comissão ir para Brasília

em 2014 Falta de definir as

Reativar o GT de regularização fundiária do Conselho

soluções fundiárias para

Termo de Compromisso

a região do rio Jaú

Plano de Ação do GT será elaborado na reunião do Conselho. Sugerir nos termos Verificar com ICMBio se podemos inserir o texto da lei

da lei sobre a caça, ambientais no TC, se há tempo para discutir alternativa para garantir que para alimentação Divergência/aceitação

ela é permitida.

de algumas regras

Propor um

definidas localmente

Seminário para discutir a questão

Enviar para fiscais, orientações sobre as Comunidades

Identificar parceiros (pessoas e instituições) para busc

da caça em UC para embasar políticas públicas. Monitoramento:

Responsável Raquel.

52


Quem?

Quando?

Ana Luiza

15 a 30/11

Elaborar minuta do documento e levar para o GT contribuir Sistematizar contribuições do GT

borarem uma Moção a UCP do ARPA, MMA,

FVA (Fabiano e Yara), ICMBio (Mariana), WCS (Durigan)

Até FEV/2014

mento (PCA). Até dez/2013, Comissão. Na reunião de Conselho

Mariana e Ana Luiza

De 09 a 12/12, reunião do Conselho.

Até abril/2014 ir a BSB Dionísio + Comissão de

Até FEV/2014

Moradores e técnicos

Meio Ambiente (ALEAM) Verificar junto aos parceiros FVA, Mariana no ARPA; Yara na WWF, ARPA para captar recursos. FVA; Jasy no WWF. Promover as reuniões técnicas

Até FEV/2014 (Monitora Raquel)

Mariana, Yara e GT.

para elaborar as possíveis Mariana

De 09 a 12/12, reunião do Conselho.

Durante reunião de conselho de crimes

as Mariana verificar com ICMBio.

Até DEZ/2014

Durigan (WCS) fazer articulações

Até Ago/2014

s.

car recursos para o Seminário

53


Questões/Dúvidas:

Satya: O processo de recategorização/redelimatação é aceito como está, ou é solicitada a junção com o ENCAMINHAMENTOS

processo de Compensação da Cidade Universitária na APA MD RN Setor Paduari/Solimões.

1. Levar para a reunião do CERBAC a questão do entendimento do processo de redelimitação/recategorização;

Aginaldo: O IPAAM ainda não recebeu o posicionamento da SDS sobre a compensação, que dependia do

2. Ter um único marco regulatório para a

relatório do GT CERBAC. Agora a gente precisa decidir,

desafetação da cidade universitária e

se nós vamos reivindicar.

redelimitação/recategorização da APA e do PAREST RN Setor Norte; O GT-CERBAC colocou a recategorização/redelimitação 3. SDS viabilizar recursos para realizar as

como medida compensatória da criação da Cidade

ações de capacitação.

Universitária.

Jaime: na última reunião a presidente do CERBAC era a profa. Nádia, então Secretária da SDS, então a Kamila, nova Secretária, pode não estar inteirada do processo.

54


AVALIAÇÃO DO SEMINÁRIO Finalizando os trabalhos, a moderadora propõe uma avaliação do Seminário de modo que voluntariamente as pessoas possam expor sua opinião sobre as apresentações, debates e estrutura do evento.

QUEM

Síntese da avaliação

QUE BOM

A iniciativa do Seminário

QUE PENA

QUE TAL

Não ter discutido o uso em

Tratar da problemática de Anavilhanas

Anavilhanas, assunto crítico

– no próximo Seminário tenha

de uso pelas comunidades

um dia para essa discussão.

Pablo

da RDS do Rio Negro. A presença das pessoas

Falta das lideranças da

Trazer esse assunto para o governo

região de Anavilhanas

como uma iniciativa da base

e RDS do Rio Negro Que as pessoas da gestão A metodologia aplicada – mais

enxergam que o momento

simplificada e eficiente.

político não seja propício

Nazareno

para tratar do SNUC; Quando acontece para

Que as pessoas que são

No próximo Seminário algumas

gente um novo horizonte

responsáveis e representam

coisas que foram tratadas aqui

a ser caminhado – a

pelo povo não viram isso

já tenham sido caminhadas.

realização do Seminário

que está acontecendo aqui. Que as pessoas não

Que a gente possa transmitir para essas

se interessam – o

pessoas o valor desse Seminário,

plenário começa cheio

porque Novo Airão precisa disso.

Durigan

e termina vazio. O evento é continuar

Não presença de

com a mobilização e

representações de Brasília,

manter a chama acesa

deveria ter priorizado por eles.

Ver a evolução, importantes

Falta de lideranças

resultados que estamos

comunitárias e da

A gente pensar em ir buscar os

tendo, o trabalho do

prefeitura, porque é uma

representantes das Comunidades,

Mosaico, ver as mudanças

agenda do município.

para poder ter uma presença maior.

no mapa para melhor. Presença da Secretária Estadual do Meio Ambiente aqui.

55


QUEM

Acácio

QUE BOM

QUE PENA

QUE TAL

Participação de todos

Triste nós estarmos na

Na próxima, a gente cutuca mais eles

vocês, que vem de Manaus

casa do outro, e a prefeita

para tentar trazer eles aqui, o pessoal

fazer o trabalho.

não estar aqui presente,

de Brasília tem que estar aqui.

Dionísio

câmara de vereadores. É a preocupação de todo

Existem as pessoas por

esse pessoal que está aqui,

ai que não têm a menor

Que tal se a gente chamar esse

por um pessoal que está

noção das necessidades

pessoal para ver a nossa necessidade

lá na “conchichina”. Pela

do homem da floresta e

e discutir com a gente

melhoria de todo esse povo.

ficam fazendo leis que não são boas para nós.

Realização do Seminário

Que os planos do ITEAM

Reunir CNS, FETTAGRI e GTA,

não foram realizados que

expondo os pontos que estamos

é regularizar o PAREST

colocando aqui no Seminário, porque

Setor Norte e o Setor

são representações importantes para

sul, porque dependem

nós, para que possam nos apoiar.

da recategorização. Aginaldo

Não conseguimos encaminhar as questões sobre o Parque Setor Sul, porque não tinha ninguém aqui hoje. Poder público local não estar por aqui Ausência das instituições como MPF e PGE

Aldenor

não terem vindo. A participação de

Que o CEUC não está

A FVA junto com nós fazermos

cada um de nós.

com nada. Não tem

outro Evento para discutir outros

carta, não tem CNPJ.

assuntos como o ICMS Ecológico

Rever a Jasy e alguns

A falta da participação

companheiros das

dos comunitários que

comunidades

não estão aqui

A FVA ter trazido para

A maioria das instituições

nós o Conhecimento

não estarem aqui

56


QUEM

QUE BOM

QUE PENA

QUE TAL

Conseguimos avançar nos

Que os tomadores de decisão Quando tiver um próximo evento, cada

assuntos que o Seminário se

não estarem aqui, porque

um daqui possa convidar os agentes

propôs que era refletir sobre

eu fiz um esforço maior de

públicos representante do povo como

os processos em andamento

ligar para cada um deles.

os vereadores e etc., para ajudar a ter mais tomadores de decisão.

Yara

Que os moradores do Rio Jaú não puderam vir. Uma pena Anavilhanas não ter podido participar, porque eles têm algumas experiências importantes em curso. Que os moradores das outras UCs, no Parque Sul não puderam estar aqui.

57


Manaus (FOPEC)

ANEXo I

Geise Canalez – Consultora FVA

Lista de Participantes Acácio de Souza Pereira – Comunidade Bom Jesus do

Henrique de Souza Filho – Comunidade São Pedro do

Puduari – APA Margem Direita Setor Puduari – Solimões

Puduari – PAREST Rio Negro Setor Norte

e Presidente Associação Indígena Makuitá do município Jaime Gomes Nery Jr. – CEUC/SDS – PAREST Rio

de Novo Airão

Negro Setor Norte e APA da Margem Esquerda do Rio Aécio – ASCOM/SDS

Negro Setor Aturiá/Apuauzinho

Aldenor Sobrinho Barbosa – Presidente do Sindicato

John Lenon – Comissão de Meio Ambiente da ALEAM,

dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do município

representando Dep. Luis Castro

de Novo Airão (STTRNA) José Caldeira – ITEAM Ana Luiza Figueiredo – ICMBio/RESEX do Rio Unini José Dionísio da Silva – comunidade Lago das Pedras – RESEX do Rio Unini e Presidente da AMORU Anatólio Batista - Comunidade São Pedro do Puduari – José Soares – ASCOM/SDS

PAREST Rio Negro Setor Norte

Kamila Amaral – Secretária da SDS Antônio Carlos Witkoski – Coordenador (CEUC/SDS) Marcelo Cunha – Voluntário FVA Carlos César Durigan – WCS Maria Anunciação Vasquez – Petrobras Eliane Ferreira de Lima – IPÊ Projeto Peixe-Boi Maria dos Santos Fernandes – Comunidade São Pedro Fábio Osolins - Analista ICMBio PARNA Jaú

do Puduari – PAREST Rio Negro Setor Norte

Flavio M. M. Pain – da CR-2 do ICMBio

Maria Elena Moraes Pinheiro – Comunidade Bom Jesus do Puduari - APA Margem Direita Setor PuduariSolimões

Francisco Aginaldo Queiroz – Instituto de Terras do Amazonas (ITEAM)

Maria Jasylene P. de Abreu – WWF, moderadora Francisco Oliveira – Secretário Municipal do Meio Ambiente e representante da Prefeitura de Novo Airão

Mariana Leitão – Analista ICMBio PARNA Jaú

Francisco Carlos Borges da Silva (Seu Peba) –

Nalbert Pereira da Silva – Associação dos Pescadores de Novo Airão (APNA)

Comunidade Bela Vista/Jaraqui – PAREST RN Setor Sul e Fórum Permanente em Defesa das

Nazareno Barroso da S. Filho – Presidente Associação

Comunidades Ribeirinhas do município de

58


dos Pescadores de Novo Airão (APNA)

AMOTAPI – Associação dos Moradores de Tapiira

Pablo Pacheco – CEUC: chefe da RDS Rio Negro e da

AP – Área Protegida

APA da Margem Direita do Rio Negro Setor Paduari/ APA – Área de Proteção Ambiental

Solimões, presidente do Conselho do Mosaico do Baixo Rio Negro

CDB – Convenção sobre Diversidade Biológica Pauletiane (Paulinha) – FVA CERBAC – Conselho Estadual da Reserva Rachel K. Acosta – Analista ICMBio –PARNA do Jaú;

da Biosfera da Amazônia Central

Ricardo Albuquerque – Faculdade de Direito da UEA

CEUC – Centro Estadual de Unidades de Conservação

Sebastião Rocha Franco – Associação Quilombola da

CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente

Comunidade do Tambor – PARNA Jaú CR – Coordenação Regional Satya B. L. Caldenhof – pesquisadora ESEC – Estação Ecológica Sergio Augusto C. Senna – Secretaria Municipal do FOIRN – Federação das Organizações

Meio Ambiente de Novo Airão

Indígenas do Rio Negro Tarcísio Magdalena – FVA FOPEC – Fórum Permanente em Defesa Thiago da S. Jacaúna – UFAM

das Comunidades Rurais de Manaus

Valter de Souza Saldanha – Comunidade Bom Jesus do

FUNAI – Fundação Nacional do Índio

Puduari – APA Margem Direita Setor Puduari-Solimões FVA – Fundação Vitória Amazônica William Lima da Silva – ALEAM GT – Grupo de Trabalho Yara Camargo - FVA GTA – Grupo de Trabalho Amazônico IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente

ANEXO II

e dos Recursos Naturais Renováveis Lista de Abreviaturas IBDF – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal ALEAM – Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

AMORU – Associação dos Moradores do Rio Unini

ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

59


IIEB – Instituto Internacional

PNUMA – Programa das Nações

de Educação do Brasil

Unidas para o Meio Ambiente RDS – Reserva de Desenvolvimento Sustentável

INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

REBIO – Reserva Biológica INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia RESEX – Reserva Extrativista IPAAM – Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas SDS – Secretaria de Estado do Meio Ambiente IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas

e Desenvolvimento Sustentável

ITEAM – Instituto de Terras no Amazonas

SEMA – Secretaria de Meio Ambiente

LO – Licença de Operação

SEMMA – Secretaria Municipal de Meio Ambiente

MBRN – Mosaico do Baixo Rio Negro

SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação

MMA – Ministério do Meio Ambiente SPF – Secretaria de Política Fundiária MPE – Ministério Público Estadual TAC – Termo de Ajustamento de Conduta MPF – Ministério Público Federal TC – Termo de Compromisso OIT – Organização Internacional do Trabalho TI – Terra Indígena ONG - Organização Não Governamental UC – Unidade de Conservação PAREST – Parque Estadual UEA - Universidade Estadual do Amazonas PARNA – Parque Nacional UFAM - Universidade Federal do Amazonas PCE – Projeto Corredores Ecológicos WCS – Wildlife Conservation Society (Sociedade PNJ – Parque Nacional do Jaú

para a Conservação da vida Selvagem)

PNPCT – Política Nacional de Desenvolvimento

WWF – World Wildlife Fund (Fundo Mundial

Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais

para a Natureza)

60


61


Realização

Apoio

Parceria


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