Cápsula industrial de habitação mínima

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CAPSULA INDUSTRIAL DE HABITAÇÃO MÍNIMA


FELIPE VALENTE RIBEIRO

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

Projeto de pesquisa apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda para cumprimento das exigências de Introdução ao TFG sob a orientação do Prof. Ms. Francisco Gimenes.

RIBEIRÃO PRETO 2014


“O todo sem a parte não é todo, a parte sem o todo não é parte, mas se a parte o faz todo, sendo parte, não se diga, que é parte, sendo todo.” Gregório de Matos


INTRODUÇÃO P. 0 5 C A P. 0 1 T Ó P I C O S PG. 08

C A P. 0 2 C O N C E I T O S PG. 14 C A P. 0 3 C Á P S U L A S PG. 44 C A P. 0 4 C R O Q U I S PG. 52 C A P. 0 5 Á R E A PG. 56 C A P. 0 6 P R O J E T O PG. 60 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS P. 8 3



Segundo Freitas (2013), observando a realidade da construção civil no Brasil, nota-se que houve um grande crescimento após a década de 1930, ao passo que as exigências de consumo e tecnologias tornaram-se cada vez mais

sofisticadas e inovadoras. Entretanto, torna-se necessário entender a construção civil como um serviço de produção que atenda as demandas de uma sociedade que evolui a passos largos e que exige um sistema de produção ágil cujos produtos sejam mais diversificados. E perceber as necessidades de uma produção mais racional que aproveite melhor a mão de obra e que diminua consideravelmente as perdas durante o processo de produção, e identificar as demandas dessa sociedade em constante evolução é o primeiro passo para essa concepção. A cidade de Ribeirão Preto é um exemplo de sociedade em constante e rápido desenvolvimento, onde cada vez mais se aproxima dos estilos de vida das grandes metrópoles. Por possuir um caráter empresarial voltado para o agronegócio, forte veia comercial, ser sede de várias universidades particulares e estadual e estar próxima a capital São Paulo, Ribeirão Preto se faz uma cidade ávida por novas tecnologias, a qual se encontra inserida no contexto globalizado. Esta, sendo a maior cidade da região e a terceira maior do estado, absorve grande parte do fluxo da região, e em conseqüência disso o volume diário de pessoas em trânsito na cidade, ou mesmo o volume dos quais residem semanalmente ou em curtos períodos de tempo, como estudantes ou empresários é bastante significativo. Sendo assim, a cidade possui um caráter transitório, aliado a outras situações provocadas pela sociedade moderna impulsionada pelo capitalismo. Como por exemplo a especulação imobiliária, a rapidez que os processos e serviços exigem, o desapego das pessoas ao lugar e as coisas, onde tudo se substitui quando deixa de ser útil ou interessante. Isto acaba criando novas maneiras de se morar, abrindo uma infinidade de possibilidades na criação e reformulação arquitetônica em função

disso. Dessa forma, identificar esses novos modos de morar torna-se viável e necessário para se construir uma sociedade nova capaz de acompanhar de forma eficiente as demandas globais. Seguir essa lógica é de suma importância para se entender a construção civil como um serviço de produção e determinante para concluir que a arquitetura e a tecnologia não podem caminhar separadas.

Historicamente, uma das tendências da década de 1960 foi a chamada “arquitetura tecnológica”, desenvolvida principalmente na Grã-Bretanha nas mãos de arquitetos como Peter Cook, Warren Chalk, David Greene, Ron Herron e

Michael Webb. Esta, tinha por principal objetivo desenvolver a arquitetura fundamentada no processo industrial, na idéia que existe uma racionalidade escondida no mundo da tecnologia e da ciência, gerando, desta forma, “uma arquitetura descartável, trocável e produtível como qualquer objeto de consumo” (MONTANER, 2001). 06


Dessa forma, a arquitetura se transforma em um produto industrial, no qual o mesmo possa ser inserido em qualquer parte do mundo, independente das características particulares e dos locais onde possa ser implantada.

Para o Archigram, a arquitetura era entendida como um pacote de peças que poderiam ser substituídas. E muitos desses ideais de arquitetura foram apresentados pela revista criada pelo próprio grupo - a Archigram. Apesar do movimento se fixar apenas no mundo das ideias, sem sequer uma única edificação construída, os ideais serviram

de fundamentos para os mais variados projetos de arquitetura e urbanismo.

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TÓPICOS

1. A arquitetura se pode produzir como qualquer outro objeto de consumo, pode integrar-se totalmente as leis da fabricação em série e pode alcançar a perfeição de encaixes de qualquer peça industrial. 2. Projetos radicais, em muitos casos irrealizáveis. As propostas são composições metafóricas que pertencem a um mundo em grande

parte ilusório. 3. Racionalidade intrínseca no mundo da tecnologia e da ciência; capacitação para ir solucionando todos os problemas que o tempo vem impondo. 4. Espírito pioneiro e rupturista, novos materiais e novas disponibilidades tecnológicas vão permitir superar todos os condicionantes da arquitetura tradicional: fachadas, coberturas, entradas... 5. O cenário humano como um todo pode modificar-se drasticamente, desde os objetos de uso cotidiano – eletrodomésticos e móveis – até mesmo a estrutura da cidade. 6. Um produto mais apto para o consumidor deve oferecer algo melhor e distinto que a vivência tradicional; deve estar intimamente relacionado com o desenho de automóveis e geladeiras e em concorrência direta com a tradição. 7. Liberdade de escolha com capacidade de consumo de todo o tipo de produtos. Elementos substituíveis, peças transportáveis.

8. Casas cápsulas, células habitáveis que podem ser transportáveis e plugadas e diversas megaestruturas existentes. 9. Altas torres tecnológicas com diversos tipos de cápsulas soldadas a elas. 10. O futurismo, a cultura do consumidor, a cibernética, a ficção cientifica, o automóvel, a publicidade, o cinema, a

interdisciplinaridade, etc. 11. Esta arquitetura parte de uma imitação superficial, evocativa, formalista, epidérmica e mimética do mundo da ciência e da tecnologia, não de uma rigorosa interpretação das leis da engenharia de um profundo conhecimento científico e experimental das

reais possibilidades dos novos materiais e tecnologias, de uma clara consciência dos problemas estruturais das novas tecnologias.

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Os Metabolistas Japoneses Sábia capacidade de integrar à continuação do Movimento Moderno japonês elementos formais da

arquitetura tradicional – ideia abstrata de espaço doméstico tradicional, ligeiras e expressivas coberturas, estruturas de madeira e em definitivo uma especial sensibilidade construtiva.

A Fortuna Tecnológica nos Anos Setenta A ideia de cidade no espaço e a lógica da agregação de células pré-fabricadas. Dois tipos de células préfabricadas baseadas em uma mesma ideia espacial, mas com acesso axial ou lateral, possibilitam as máximas possibilidades combinatórias na articulação volumétrica. Em seu interior tudo está mecanizado e unificado em um mesmo espaço.

As Megaestruturas As megaestruturas se unem a preocupação pela dimensão urbana e a busca de edifícios que atuem em escala gigante. Pregam a multifuncionalidade dos edifícios. As estruturas de concreto armado e aço podem permitir construir grandes complexos compactos que alojem uma grande quantidade de funções diversas, que manifestam a possibilidade de crescimento e que atuem a uma escala muito maior

que a do edifício convencional. Porém não são as dimensões gigantescas que melhor caracterizam as megaestruturas. Como o caso do “Vertical Assembly Building, em Cabo Canaveral, Flórida, de 1966, projetado pelos arquitetos Urbalm, Roberts, Seeley e Moran. Trata-

se do maior espaço fechado do mundo, 1.500.000 m3, sua função é simples, direta e objetiva: abrigar as atividades de montagem de foguetes. As megaestruturas devem ser complexas, envolver atividades residenciais ou profissionais e urbanas, interferindo neste espaço de interface entre o edifício e a cidade.” COLIN, S. Megaestruturas. O futuro do passo. 19 ago. 2010. Disponível < http://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2010/08/19/megaestruturas-o-futuro-do-passado/>. Acesso em: 03 abr. 2014.

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Fonte: Vertical Assembly Building, Cabo Canaveral, Flórida, 1966. Imagem: 6qfpqg.blu.livefilestore.com

Um exemplo de projeto referente as megaestruturas é o “Park Hill, um grande conjunto habitacional inspirado nas ideias do Novo Brutalismo, apresentando muitas críticas aos desenhos de grandes conjuntos então praticados, e incorporando

muitos conceitos inovadores, como a implantação hierarquizada de espaços livres, uma maior liberdade de desenho, separação entre o tráfico de pedestres e veículos, com as indefectíveis ruas elevadas”. COLIN, S. Megaestruturas.

O futuro do passo. 19

ago. 2010. Disponível < http://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2010/ 08/19/megaestruturas-o-futuro-do-passado/>. Acesso em: 03 abr. 2014.

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Park Hill. Sheffield. 1967-71. Jack Lynn e Ivor Smith. Imagem: http://www.e-architect.co.uk

Park Hill. Sheffield. 1967-71. Jack Lynn e Ivor Smith. Imagem: http://www.rrr.org.au O conjunto do Cafundá, projetado por Sérgio Magalhães, Ana Luíza Magalhães, Sílvia de Barros, Clóvis de Barros e Rui Velloso (MBPP Arquitetos Associados) em 1977, é outro exemplo de megaestruturas. “Suas relações formais são múltiplas e complexas. Por um lado, historicamente, liga-se à própria tradição da Escola Carioca, marcante produção das décadas de 1940 e 1950, que ajudou a projetar a arquitetura brasileira mundialmente, com os elementos vazados, utilizados por Lúcio Costa no 12


Parque Guinle, com a forma volumétrica sinuosa utilizada por Reidy no conjunto do Pedregulho e da Gávea. Por outro lado, horizontalmente liga-se aos novos brutalistas ingleses, lembrando as formas dos conjuntos do Park Hill e Robin Hood

Gardens. A maneira de acomodar-se ao terreno, partindo de um plano horizontal superior, utilizado pelos ingleses, tem sua origem no trabalho de Le Corbusier em La Tourette”. COLIN, S. Megaestruturas. O futuro do passo. 19 ago. 2010. Disponível < http://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2010/08/19/megaestruturas-o-futuro-do-passado/>. Acesso em: 03 abr. 2014.

Conjunto Habitacional do Cafundá. Rio de Janeiro, 1977. MBPP Arquitetos Associados. Imagens: http://www.arcoweb.com.br

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ARQUITETURA


Efêmero é um termo de origem grega (em que “ephémeros” significa “apenas por um dia”) usado para designar uma situação que dura muito pouco tempo. É o antônimo de duradouro, permanente.

Em geral, o termo é associado a tudo aquilo que tem caráter passageiro, transitório, fugaz, de curta duração, que é visto por apenas um momento. Não se pode dizer quando surge a arquitetura efêmera, qual o contexto de sua origem e precursores. Ao que tudo indica a arquitetura efêmera está presente em todo o desenvolvimento da humanidade, desde as tendas dos nômades, as ocas indígenas e os iglus até as atuais estruturas tensionadas e pavilhões de grandes exposições. O grande atrativo deste tipo de arquitetura no entanto não está em sua origem, mas em suas características e propriedades: •

É uma arquitetura de montagem rápida, se comparada à arquitetura convencional, mas que com as novas tecnologias pode ter o mesmo conforto e aplicação;

Existe em um tempo determinado no espaço em que está inserida; logo, a obra morre assim que perde sua significância, não deixando para trás construções ocas e vazias sem a mesma significância que um dia tiveram.

A obra existe separadamente da paisagem; ao ser inserida no local escolhido não altera características naturais marcantes da área.

Pode ser efêmera portátil, capaz de ser carregada para onde quiser ou, pode ser efêmera e não portátil. Ao longo da evolução humana, a necessidade de unir-se em grupo para enfrentar desafios e tentar perpetuar

a espécie fez com que os grupos passassem a criar locais de moradia; não obstante, durante períodos de caça, moradias de fácil

montagem e de caráter protetivo fez-se necessária. A exemplo disso, surgem moradias como iglus (habitação efêmera não portátil):

Etapas construtivas de um iglu, na imagem é possível ver o corte esquemático com as saídas de ar que tornam tal construção viável para habitação humana. Fonte: portalarquitetonico.com.br/arquitetura-efemera-parte-1-de-3/ 15


Burnham Pavillion Projetado pela arquiteta Zaha Hadid, o projeto consiste em um pavilhão temporário erguido no Millenium Park

de Chicago como parte das comemorações do centenário do Plano Burnham em 2009. O projeto fundiu novos conceitos formais para produzir uma estrutura complexa mas surpreendentemente coerente. A utilização de materiais inovadores como a “pele” feita de um tecido especial que eventualmente serve como telas para vídeos instalações determina o caráter inovador do projeto, o que o torna coerente com a sociedade tecnológica atual.

Fonte: www.zaha-hadid.com/architecture/burnhampavilion/

Fonte: www.zaha-hadid.com/architecture/burnhampavilion/

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Fonte: www.zahhadid.com/architecture/burnhampavilion/

Fonte: www.zaha-hadid.com/architecture/burnhampavilion/ 17


A estrutura é feita de alumínio dobrado e soldado formando um único elemento com formato curvilíneo, o que dá fluidez a obra.

O projeto foi pensado e construído para maximizar a reutilização dos materiais, para que possam ser usados novamente no futuro em outros locais. Característica importante em relação ao tema, pois acompanha a dinâmica das novas construções e da sociedade em constante crescimento. Mostrando também seu caráter sustentável e a preocupação ambiental do projeto.

Fonte: www.zaha-hadid.com/architecture/burnham-pavilion/

Fonte: www.zaha-hadid.com/architecture/burnham-pavilion/ 18


Fonte: www.zaha-hadid.com/architecture/burnhampavilion/

Fonte: www.zaha-hadid.com/architecture/burnham-pavilion/ 19


Pavilhão Toshiba Expo 1970 Projetado pelo Kurokawa Architect & Associates em 1967, localizado em Osaka no Japão é todo feito em aço.

Fonte: http://www.kisho.com.jp.page.php/

Fonte: http://www.kisho.com.jp.page.php/

Fonte: http://www.kisho.com.jp.page.php/

Fonte: http://www.kisho.com.jp.page.php/

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Pavilhão de Verão Galeria Serpentine Projetado por Alvaro Siza e Souto Moura em 1967, localizado em Londres é composto de madeira micro

laminada.

Fonte: www.0111.com/archgallery2.siza_serpentine/index.htm

Fonte: www.0111.com/archgallery2.siza_serpentine/index.htm

Fonte: http://www.kisho.com.jp.page.php/

Fonte: www.0111.com/archgallery2.siza_serpentine/index.htm

Fonte: www.0111.com/archgallery2.siza_serpentine/index.htm

Fonte: www.0111.com/archgallery2.siza_serpentine/index.htm 21


Pavilhão Pele de Dragão Projetado pela equipe Emmi Keskisarja, Pekka Tynkkynen & Lead em 2012, localizado na China é composto de

madeira moldável tipo Plywood Grada.

Fonte:http://www.archdailly.com.br

Fonte:http://www.archdailly.com.br

Fonte:http://www.archdailly.com.br 22


Pavilhão de Pesquisa Biônico Projetado pela equipe Cid / Itke Universidade de Suttgart em 2011, localizado em Stuttgart na Alemanha é

composto de quadrados contraplacados de bétula.

Fonte: http://ad009cdnb.archdailly.net/wp-con tent/up/loads/2012/01

Fonte: http://ad009cdnb.archdailly.net /wp-content/up/loads/2012/01

Fonte: http://ad009cdnb.archdailly.net/wp-con tent/up/loads/2012/01

Fonte: http://ad009cdnb.archda illy.net/wp-content/up/loads/2012 /01

Fonte: http://ad009cdnb.archdailly.net /wp-content/up/loads/2012/01

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ARQUITETURA


Ocorridos de maneira espontânea, os fenômenos naturais acontecem repentinamente e em qualquer local, apesar de ter relação com a ação antrópica suas causas não provem diretamente da ação humana. O termo “fenômeno natural”

refere-se a qualquer expressão proveniente da natureza como os eventos hidrológicos, atmosféricos ou topológicos e se relacionam com a dinâmica da Terra: tempestades, tornados, enchentes, secas ou ainda, terremotos, tsunamis, erupções vulcânicas e etc. Estruturas portáteis podem desempenhar funções que estruturas fixas não podem: são empregadas rapidamente quando necessário, em locais de difícil acesso; podem ainda ser reutilizadas em outras oportunidades. Essa vertente das estruturas transportáveis deve-se a diversos fatores históricos, econômicos e logísticos. Entretanto, para buscar uma solução adequada, devesse considerar além dos aspectos econômicos e logísticos, os aspectos sociais, econômicos e culturais da comunidade à qual se pretende fornecer o abrigo, adequando-o à realidade da sociedade em questão.

Paper Loghouse Project Projetado pelo arquiteto Shigeru Ban, o abrigo foi desenvolvido para as vítimas do grande terremoto em Kobe,

no Japão, em 1995. O arquiteto queria que o abrigo possuísse uma estrutura barata e que fosse de fácil e rápida montagem. A base é composta por engradados de cerveja contendo areia e a cobertura é feita por uma lona de plástico que fica separada do forro durante o verão, para manter a circulação. No inverno, o inverso é feito para que não haja dissipação do calor.

Fonte: http://www.habiter-autrement.org/24_abris/abris.htm

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Fonte: http://www.habiter-autrement.org/24_abris/abris.htm

Fonte: http://www.habiter-autrement.org/24_abris/abris.htm

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Protótipo Puertas Desenhado por arquitetos chilenos do Escritório Cubo, este protótipo foi pensado para abrigar famílias no

caso de desastres naturais. Os materiais utilizados são diversos: paletts no piso, placas de OSB e lona na cobertura, plástico bolha nas janelas, materiais que poderiam ser encontrados em qualquer depósito de materiais de construção. O tempo de montagem é em torno de 8 horas e bastam 45 minutos para desmontá-la, possuindo uma vida útil de aproximadamente 3 meses. VIEIRA, A. L. Abrigos Emergenciais. Florianópolis: UFSC, 2009.

Fonte: plataformaarquitectura.cl/2010/03/05/prototipo-puertas-vivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cubo arquitectos/ A configuração do espaço foi muito bem pensada pelos arquitetos e é bastante eficiente. Entre os dois cômodos da unidade existe uma varanda central com cobertura em lona, a qual garante o sombreamento. Além disso, o abrigo

ainda conta com um sistema de recuperação das águas pluviais o que facilita a vida das vítimas envolvidas no desastre. O abrigo possui aproximadamente 14m² e está instalado na Faculdade de arquitetura Universidade Central do Chile. A idéia base deste projeto é melhorar as condições atuais de assistência e conforto habitacional dos abrigos de emergência utilizados atualmente. A metodologia principal é poder montar a estrutura com materiais de fácil obtenção. VIEIRA, A. L. Abrigos Emergenciais. Florianópolis: UFSC, 2009. 26


Fonte: plataformaarquitectura.cl/2010/03/05/prototipo-puertas-vivienda-de-emergencia-para-casos-catastroficos-cuboarquitectos/

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ARQUITETURA


Arquitetura que pode ser desmontada e remontada em outro local apontando seu caráter de provisoriedade.

Single Pole House Um exemplo desta arquitetura é o projeto Single Pole House do arquiteto Konrad Wójcik. Com uma área total de 61 m², a Single Pole House tem seu interior completamente funcional e foi desenhada para acomodar 2 pessoas e em ocasiões

especiais pode acomodar até 4 pessoas. Com o intuito de prover um melhor aproveitamento do espaço, escadas de degraus alternados foram implantadas para conectar os 4 níveis que possuem diferentes funções. Combinando espaços compactos, uma forma leve e o biomimetismo, o resultado foi uma estrutura em forma de árvore que não causa impacto no ecossistema onde for inserido. VIEIRA, B. Arquitetura Provisória. 15 jan. 2014. Disponível em: <arqprovisoria.blogspot.com.br>. Acesso em: 03 abr. 2014.

Fonte: http://arqprovisoria.blogspot.com.br/

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O projeto é um exemplo de solução sustentável, baseado na funcionalidade estrutural das árvores e estudando sua natureza, o arquiteto conseguiu ter idéias e soluções para criar uma estrutura auto-suficiente. O projeto pode ser

implantado próximo a qualquer rodovia ou acesso existente que cruze uma região florestal. Desenhada para ser auto-suficiente, as unidades não necessitam de infraestrutura técnica básica local, como energia pública e esgoto. Assim, as unidades podem ser implantadas em qualquer local do mundo sem impactar o ecossistema da região. As mais novas tecnologias da indústria de eficiência energética e estratégias sustentáveis foram inseridas no projeto, como: 40 m² de placas fotovoltaicas disposta em uma inclinação de 25º para maximizar a sua eficiência; otimização da iluminação natural do interior (sem iluminação direta); ventilação natural na parte inferior da edificação proporcionando uma ventilação por efeito chaminé; aproveitamento de energia geotérmica para aquecer o ambiente e os pisos no inverno e armazenar energia; biodigestores que produzem energia renovável; captação de

água da chuva; utilização de lâmpadas LED; lareira para aquecimento em casos extremos entre outras, a fim de produzir e economizar o máximo de energia possível. Em caso de problemas técnicos, sistemas de backup de energia são ativados automaticamente.

Fonte: http://arqprovisoria.blogspot.com.br/ 29


Fonte: http://arqprovisoria.blogspot.com.br/ Para contribuir ainda mais com o propósito de ser sustentável em sua essência, os materiais escolhidos contam com a certificação "Cradle to Cradle", utilizada em países nórdicos, que certifica materiais ecológicos que não sejam apenas 100% recicláveis, mas que também sejam passíveis de serem reaproveitados na industria fabril de forma a serem reaproveitas diversas vezes.

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Desta forma estes materiais se equiparam as árvores ou a qualquer organismo biológico. A concepção estrutural do projeto parte do princípio de ter uma pegada ecológica próxima a zero. Assim,

evitando o uso de concreto e aço industrializado, o material escolhido foi a madeira. Para as vigas primarias e colunas foram utilizadas madeiras laminadas e para as vigas secundárias e estruturas de suporte vigas de I-OSB, extremamente leves. VIEIRA, B. Arquitetura Provisória. 15 jan. 2014. Disponível em: <arqprovisoria.blogspot.com.br>. Acesso em: 03 abr. 2014.

Fonte: http://arqprovisoria.blogspot.com.br/

Fonte: http://arqprovisoria.blogspot.com.br/

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Urban Coffee Farm and Brew Bar Projetado pelo escritório internacional Hasell para o Festival de Comida e Vinho de Melbourne, Austrália,

o Urban Coffee Farm and Brew Bar surge como uma paisagem inesperada em meio a um cenário urbano bastante conhecido. O design dos arquitetos traz um cafezal para o interior de um distrito comercial, intrigando e surpreendendo os visitantes da feira. Aproximadamente 120 pés de café transformaram a "Red Stairs", um anfiteatro público nas margens do rio Yarra, em Melbourne, em uma fazenda de café composta de terraços abstratos, que mais parece uma floresta modulada. Dispostos entre os pés de café, diversos contêineres, palets de madeira e caixotes demonstraram a jornada dos grãos de café colhidos in loco até o paladar dos consumidores. VIEIRA, B. Arquitetura Provisória. 15 jan. 2014. Disponível em: <arqprovisoria.blogspot.com.br>. Acesso em: 03 abr. 2014.

Fonte: http://arqprovisoria.blogspot.com.br/

Fonte: http://arqprovisoria.blogspot.com.br/ 32


Projetos como este ganham cada vez mais espaço em eventos, uma vez que as matéria-primas utilizadas são doadas, reaproveitadas ou estão no final de sua vida útil, mostrando a busca por novas alternativas materiais e formais. As soluções

sustentáveis empregadas no projeto também mostram a preocupação com o meio ambiente tanto no reaproveitamento dos materiais utilizados quanto no seu descarte, quando for chegada a hora. São características importantes que juntamente com o quesito da ocupação provisória de um espaço urbano populoso fazem com que este projeto se enquadre no tema do trabalho proposto.

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ARQUITETURA


Na década de 30, Le Courbusir já falava em novos modos de construir. Há tecnologia para isso no mercado atual da engenharia civil. O mundo vive um novo limiar para a arquitetura com processos de pré-fabricação digital cada vez mais

eficientes e de baixo custo. Não é simplesmente desfazer uma estrutura temporária ao final de um evento. Vai muito além. Hoje, é possível desmontar prédios e reerguê-los com novas funções em outros lugares, onde façam mais sentido, em um tempo razoável e com custo otimizado. É possível, e necessário, trabalhar com os conceitos da reutilização de materiais, em projetos de menor impacto ambiental. Modernidade, sustentabilidade e novas tecnologias. A Arquitetura Nômade busca conexões mais sinérgicas com o futuro e com as verdadeiras demandas das comunidades. Na arquitetura nômade, é possível a mudança de forma ou renasce em outro lugar. A concepção de uma arquitetura que se forma a partir de “peças” que montam e desmontam o espaço, traduz a sociedade contemporânea tal como é: fragmentada e instável. Além de materializar a mobilidade e a qualidade efêmera do espaço arquitetônico proposto. O caráter móvel de um projeto representa o nomadismo visto de duas formas. O nômade como algo não fixo, que se muda regularmente, revelando o homem contemporâneo, desenraizado e desterritorializado no seu próprio território.

Neste sentido também a fim de que o espaço alcance qualquer pessoa em qualquer lugar. E como outra representação, o nômade no qual retrata Deleuze e Guattari, 1997: 52: “(...) o espaço sedentário é estriado, por muros, cercas e caminhos entre os cercados, enquanto o espaço nômade é liso, marcado apenas por “traços” que se apagam e se deslocam com o trajeto”.

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N55´s Walking House Walking House é um sistema de habitação móvel e modular criado pelo estúdio dinamarquês de arquitetura

N55. O conceito é uma pequena casa, que caminha lentamente permitindo que seus habitantes possam ter uma vida nômade lenta. Walking House é um sistema de habitação modular que permite que as pessoas a viver uma vida nômade pacífica, movendo-se lentamente através da paisagem ou paisagem urbana com um impacto mínimo no meio ambiente. Ele recolhe a energia do seu entorno, utilizando células solares e pequenos moinhos de vento. Há um sistema de capitação de água da chuva e um sistema de água quente aquecida por energia solar. Uma pequena unidade de estufa pode ser adicionado para o módulo básico de estar, para fornecer uma parte substancial da alimentação necessária para os habitantes. Um sistema de banheiro de compostagem permite que o esgoto produzido pelos habitantes possa ser eliminado. Um pequeno fogão a lenha pode ser adicionado para fornecer aquecimento com CO2 neutro. A unidade pode ser também unida a outras para criar aldeias de locomoção. O sistema de manobras da casa é feito por seis pernas pneumáticas que lhe permitem caminhar por sobre todos os tipos de terrenos. A unidade é um prisma hexagonal que tem grandes janelas em cada extremidade e pequenas plataformas

dentro para dividir a casa em níveis. A casa viaja com velocidade máxima de 60 metros/hora.

Fonte: designboom.com/architecture/n55-wlaking-house/ 35


Fonte: designboom.com/architecture /n55-wlaking-house/

Fonte: designboom.com/architecture/n55-wlaking-house/

Cada perna funciona como uma unidade autônoma, com seus próprios acumuladores e atuadores lineares. O conceito é que seis pernas pode ser montado em qualquer tipo de estrutura e fazê-lo andar. Quando se caminha três 36


pernas estão sempre no chão para fornecer a estabilidade necessária. A estrutura deve mover-se em um ritmo lento semelhante à velocidade de caminhada do corpo humano. É um fato comum que a caminhada, muitas vezes ajuda a pessoa a concentrar seus

pensamentos e cria um estado mental que reforça a mobilidade da mente. A Walking House é construída para se mover em um ritmo semelhante ao de velocidade humano exatamente por este motivo. Ao adicionar vários módulos juntos o sistema pode fornecer habitações que se adapta às necessidades sociais para viver como uma única pessoa, em uma família, um coletivo ou mesmo em uma vila a pé. Desta forma, a Walking House se adapta às pessoas em vez de pessoas que têm que se adaptar à casa.

Fonte: designboom.com/architecture/n55wlaking-house/

Fonte: designboom.com/architecture/n55-wlaking-house/

Fonte: designboom.com/architecture/n55 -wlaking-house/

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Arranhacéus Nômade O projeto Arranha-céus Nômade de Luca D’Amico e Luca Tesio é um edifício que se constrói através de um

exoesqueleto e contêineres reutilizados. A globalização transformou uma quantidade considerável de cidadãos em “nômades modernos” – pessoas que se instalam durante uns meses ou anos em diferentes cidades de todo mundo e logo voltam a mudar de cidade. O Arranha-céus feito de contêineres busca proporcionar uma vida nômade a este tipo específico de habitante urbano. Se trata de um exoesqueleto com contêineres reformulados em unidades de departamentos plug-in. A estrutura principal proporciona a infraestrutura básica, assim como áreas recreativas, enquanto as unidades habitáveis podem ser transportadas por barco, caminhão, trem a quase todas as cidades em todo o mundo, preservando para os nômades modernos a sensação de estar no “lar”. A estrutura consiste em uma malha densa de vigas de aço. Cada 100 metros terá plataformas que, além de proporcionar rigidez à estrutura, geram uma microcidade no interior dos arranha-céus com um espaço coberto e ao ar livre para

atividades recreativas e sociais.

Fonte: http://www.tecnoartenews.com/esteticas-tecnologicas/arranhaceus-nomade-luca-damico-luca-tesio/ 38


Dubbed Portavillion O escritório de arquitetura alemão Raumlabor-Berlin criou um projeto nômade chamado de Dubbed Portavilion, o qual percorre as ruas de Londres interagindo em diversos ambientes. Trata-se de um espaço inflável com a função de realizar diferentes eventos.

Fonte: https://duasperdidas.wordpress.com/page/32/

Fonte: https://duasperdidas.wordpress.com/page/32/ 39


O espaço é transportado através de uma van, e quando estacionada, surge a partir de uma membrana translúcida. Esta membrana é inflada criando espaços de estar e diversão.

Desta forma, o foco está na adaptação do projeto a qualquer sítio, através de um conceito prático, itinerante, nômade e mutante.

Fonte: http://www.habiter-autrement.org/24_ abris/abris.htm

Fonte: http://www.habiter-autrement.org/24_abris/abris.htm Casa-Bike A Casa-Bike foi criada pelo escritório de arquitetura e design People’s Architecture Office em busca de uma alternativa popular para os altos preços dos imóveis na cidade de Pequim, China. Compacta, funcional e sustentável a casa nômade, pode ser transportada por um triciclo e seus módulos dispostos como preferir o morador. Portanto, o conceito do proje to é voltado para uma vida sem luxo e apego a bens materiais. 40


A casa móvel possui estrutura expansível e modulável num total de sete ambientes. Por exemplo, alguns itens de moradias convencionais como pia, tanque de água, banheira e fogão também estão inclusos no projeto, o qual também conta com

móveis funcionais. A cama se transforma em uma mesa de jantar, além de uma estante para guardar livros e artigos pessoais e que pode ainda servir de banco.

Fonte: http://blogneobambu.com/2013/02/nomade -sustentavel/

Fonte: http://blogneobambu.com/2013/02/nomadesustentavel/

As paredes da residência são feitas de plástico translúcido, o que permite a entrada da luz do sol durante o dia e da claridade das lâmpadas de rua à noite. O design modular permite ainda interligar suas expansões a outras unidades, como uma horta para cultivo de alimentos orgânicos, por exemplo. Dessa forma, a Casa-Bike é uma alternativa prática, popular e de fácil transporte, baseada no conceito nômade onde sua infraestrutura pode se conectar a diversos ambientes. 41


Fonte: http://blogneobambu.com/2013/02/nomade-sustentavel/ Cine Mambembe Trata-se de uma proposta de um cinema itinerante, assim como o Cine Tela Brasil, porém sem um local fixo, onde seriam exibidos filmes brasileiros, onde a estrutura poderia ser disposta em praças, quadras, ruas, ao ar livre para realizar as sessões públicas de cinema. A unidade inflável seria desmontável e de fácil transporte, possuindo capacidade para 101 espectadores. O acesso seria por uma rampa externa. A casca pneumática funciona como anteparo para a projeção e também como elemento de

refrigeração e de identidade da arquitetura, onde conforme sua aparência translúcida, os fachos luminosos acabam visíveis também no ambiente externo.

42


Fonte: http://arcoweb.com.br/projetodesign/especiais/opera-prima-2009-cine-mambembe-01-08-2009

Esta proposta foi premiada pelo 21° Opera Prima (2009) como um espaço arquitetônico nômade, propondo implantar projetos culturais itinerantes. Dessa forma, a opinião do júri foi que o projeto se destacou pela pertinência do tema, relacionado às primeiras exibições de filmes realizadas em feiras e circos, oferecendo a esta arte um sentido democrático e popular. 43



O DROP O DROP, projeto desenvolvido pela empresa espanhola In-Tenta, propõe uma unidade hoteleira móvel, a qual se inspirou em formas

orgânicas encontradas na natureza. A proposta pode ajustar-se a diversos ambientes naturais e tipos de terrenos, como áreas protegidas, florestas, praias, campo e montanhas. Suas principais características são a arquitetura removível, design orgânico e serviços eco-friendly.

Fonte: http://www.materiaincognita.com.br/drop-in-tenta-projeto-de-hotel-movel-integrado-a-natureza/#axzz315dVmo3e

Fonte: http://www.materiaincognita.com.br/drop-in-tenta-projeto-de-hotel-movel-integrado-a-natureza/#axzz315dVmo3e Esta micro arquitetura portátil incorpora o uso de janelas transparentes esféricas que podem ser completamente

abertas para permitir aos hóspedes contato direto com a natureza. Então, estas grandes aberturas em forma de bolha fornecem ventilação, enquanto uma clarabóia em todo o comprimento do tubo tubo fornece iluminação natural. 45


Fonte: http://www.materiaincognita.com.br/drop-in-tenta-projeto-de-hotel-movel-integrado-a-natureza/#axzz315dVmo3e A proposta possui um deck como terraço, quarto e sala compartilhados, além de banheiro. O alojamento básico, individual ou casal, pode ser expandido para incluir uma cozinha e acomodações para mais dois ocupantes. 46


Fonte: http://www.materiaincognita.com.br/drop-in-tenta-projeto-de-hotel-movel-integrado-a-natureza/#axzz315dVmo3e O projeto é composto por elementos modulares de madeira e de aço, onde a estrutura é elevada para evitar

o contato com o solo e interferindo minimamente no mesmo. Dessa forma, estes apartamentos não passam a ideia apenas de sustentáveis, mas também de conforto e integração à paisagem circundante. 47


Nakagin Capsula Tower O conceito do projeto da Torre Cápsula foi com certeza bastante inovador, ele veio a quebrar todos os

preceitos da arquitetura mundial já existentes e foi a primeira arquitetura Cápsula construída para o real uso, colocou em prática as idéias do metabolismo, através de Kisho Kurokawa, o líder do grupo metabolista e seu arquiteto, que viu no projeto a essência da reciclabilidade, que tornou-se um protótipo do que seria a arquitetura sustentável. Isso se deu pelo fato das capsulas serem separadas por módulos, o que em tese facilitaria a substituição ou alteração de cada unidade após o passar do tempo, também podendo mudar a disposição dos módulos e criar ambientes diferentes. A obra foi considerada um dos principais exemplos do movimento metabolista, já que ele tinha como objetivo mesclar elementos de humanismo com estruturas adaptáveis e flexíveis, o mesmo conceito da torre Cápsula.

Fonte: www.archdaily.com.br/br/01-36195/classicos-da-arquitetura-nakagin-capsule-tower-slash-kisho-kurokawa/36195_36204 48


Podemos notar que a intenção do arquiteto era expressar a visão de uma sociedade em constante desenvolvimento e mutação, e isso pode ser bastante observado no projeto. O conceito da torre Cápsula tem base nos sistemas

tecnológicos e nos sistemas de agregação de cápsulas residenciais, crença num novo tipo de revolução tecnológica. Ênfase no planejamento sistemático devido às questões energéticas, crescimento continuo e preocupação teórica quanto a criação de megaestruturas transformáveis.

Fonte: www.archdaily.com.br/br/01-36195/classicos-da-arquitetura-nakagin-capsule-tower-slash-kisho-kurokawa/ 36195_36204 49


Hotel 9 horas O Hotel 9 Horas, no Japão, foi criado pensando em executivos que acabaram excedendo o seu tempo de trabalho e perderam o último trem ou metrô para casa. Então, caso isso ocorra, ele tem a opção de ficar em um lugar não convencional, não muito caro e bastante diferente. Trata-se de um hotel de cápsulas, uma espécie de hotel que tem cada vez mais se destacado no cenário do Japão, uma solução econômica para um país onde cada cm² vale muita coisa. São diversos “quartos”

que parecem-se com caixões localizados em Kyoto, na Rua Teramachi, muito próximo da estação Kawaramachi. A colaboração de Fumie Shibata e o Estúdio de Design S foi o que resultou no Nine Hours(9h), que além de ser um hotel cápsula, possui um conceito bem interessante, com um design arrojado que já venceu diversos prêmios.

Fonte: myguide.iol.pt/profiles/blogs/onde-dormir-9-hours-o-famoso 50


Yotel O Yotel foi criado por Simon Woodroffe, com a idéia de quartos cabines, com o conforto de um hotel de luxo e

com preços mais acessíveis. As camas são de tamanho razoável (queen size) e se transformam em sofás com o toque de um botão automático. Todos os quartos apresentam acesso à internet sem fio, banheiro totalmente equipado, uma mesa pequena e tv. A ideia do projeto arquitetônico é facilitar a vida de pessoas que ficam horas em aeroportos, até sairem seus vôos. As reservas são feitas online e o check-in é feito em quiosques eletrônicos no próprio aeroporto. A experiência do Yotel está sendo feita em cidades como Londres, Amsterdam e Nova York.

Fonte: www.booking.com/hotel/nl/yotel-schiphol.html 51



O croqui foi baseado na figura de um “carrapato”, conforme figura 1, pois o conceito se respalda no parasitismo da estrutura, onde a cápsula habitacional poderá se fixar em qualquer inclinação de terreno ou elemento estrutural, que

podem ser desde uma empena de um prédio até um piso acidentado. A intenção é que a unidade habitacional se conecte a uma estrutura já existente utilizando a infraestrutura local. De acordo com a figura 2, o intuito é que posteriormente essas cápsulas sejam agrupadas formando uma estrutura coletiva.

Figura 02.

Figura 01.

Figura 03. Seguindo o mesmo conceito dos croquis anteriores, essa outra proposta conforme figura 3, sugere que as

mesmas cápsulas sejam conectadas a uma estrutura independente, que possui a função de sustentação e pela qual passará toda a infraestrutura que atenderá as unidades habitacionais. 53


Figura 05.

Figura 04.

Figura 06. O desenho referente a figura 4 apresenta uma ideia baseada na forma dos “aracnídeos”, pois possui uma

estrutura esbelta e comprida equivalente as “pernas” de uma aranha, que poderá manter a cápsula afastada do chão possibilitando a implantação do projeto em basicamente qualquer tipo de terreno, inclusive acima de equipamentos já existentes. Seguindo o mesmo conceito inspirado nos aracnídeos, a figura 5 também apresenta uma sugestão de unidade habitacional elevado do chão, podendo ser inserida em frestas urbanas entre um prédio e outro, pois prevê uma estrutura axial que remete as garras de uma aranha possibilitando a fixação dessas cápsulas em lugares altos. A figura 6 sugere o mesmo conceito da figura 3, porém com o sistema estrutural atirantado possibilitando um partido arquitetônico diferente.

54


Figura 07.

Figura 08.

O croqui referente à figura 7 representa uma idéia onde unidades habitacionais são acopladas em uma estrutura ortogonal. Esta estrutura recebe estas cápsulas possibilitando o uso coletivo. A figura 8 representa um estudo de uma estrutura em forma de malha ortogonal (grid), onde as capsulas são também acopladas possibilitando o uso coletivo, porém, com

uma variedade maior de opções, tornando essa estrutura versátil. 55



Dentre as áreas pesquisadas foram destacados os seguintes terrenos:

Imagem 01. - arquivo pessoal.

Imagem 03 – arquivo pessoal

Imagem 02 – arquivo pessoal.

Imagem 04 – arquivo pessoal.

São dois terrenos, um ao lado do outro na esquina das ruas Duque de Caxias com Sete de Setembro. 57


Foram analisados espaços livres em estacionamentos, vazios e frestas entre prédios conforme as imagens.

Imagem 05- arquivo pessoal.

Imagem 07 – arquivo pessoal.

Imagem 06- arquivo pessoal.

Imagem 08 – arquivo pessoal. 58


Considera-se os vazios acima de edificações que poderiam ser utilizadas para implantação da unidade habitacional.

Imagem 09 – arquivo pessoal.

Imagem 10 – arquivo pessoal. 59



Imagem 01: Estrutura.

Imagem 02: Estrutura.

64

Imagem 03: Estrutura.

Imagem 04: Estrutura.


Imagem 05: Fechamento.

Imagem 06: Fechamento

65 Imagem 07: Fechamento.

Imagem 08: Fechamento.


Imagem 09: Perspectiva 1.

Imagem 10: Perspectiva 2.

66 Imagem 11: Perspectiva 3.

Imagem 12: Perspectiva 4.


Imagem 13: Perspectiva 5.

Imagem 14: Perspectiva 6.

Imagem 15: Perspectiva 7.

Imagem 16: Perspectiva 8. 67


Imagem 17: Perspectiva Estrutura.

68


Imagem 18: Perspectiva. 09.

Imagem 19: Perspectiva 10.

69 Imagem 20: Perspectiva. 11.


3560 589

2655

869 VISTA LATERAL ESQUERDA esc: 1/25

2305

2938

e vidro espelhado

revestimento em chapa #16 (1,5mm de esp.)

386

532

1

2533

2707

404

230

316

revestimento em chapa #16 (1,5mm de esp.)

1006

2937

1399

e vidro espelhado

1008

2005

1008

4020

2

VISTA FRONTAL esc: 1/25

70


3560 589

316

2533

386 VISTA LATERAL DIREITA esc: 1/25

507

296

2305 275

4020 1866

revestimento em chapa #16 (1,5mm de esp.)

869 275

296

507

abertura de entrada revestida em chapa #16 (1,5mm de esp.)

809

587

903

316

3

e vidro espelhado

2707 2938

404

230

2655

revestimento em chapa #16 (1,5mm de esp.)

1847

2656

3560

e vidro espelhado

4

VISTA SUPERIOR esc: 1/25

1003

2015

1003

71


4020 3005

507

e vidro espelhado

2941

1398

535

507

1008

revestimento em chapa #16 (1,5mm de esp.)

5

VISTA POSTERIOR esc: 1/25

6

PERSPECTIVA s/ escala

72


batente porta de entrada

A

porta de entrada revestida em chapa #16 (1,5mm esp.) de aluminio anodizado com enchimento interno em poliuretano expandido

A

enchimento em poliuretano expandido para isolamento VISTA FRONTAL esc: 1/50 DET. 02 esc: 1/2.5 moldura vidro em tudo

"perfil" dobra da barra da estrutura em chapa (4,7625mm esp.)

vidro 6mm espelhado

700

DET. 03 esc: 1/2.5 DET. 02

DET. 01 DET. 01 esc: 1/2.5

nichos office enchimento em poliuretano expandido para isolamento estrututa cama e mesa de trabalho recolhida

35

2

16

60

1956

recolhido 2177

15

17

revestimento interno em fibra de carbono 3mm esp.

DET. 03

7

CORTE AA esc: 1/20

940

58

5

recolhido

revestimento em chapa #16 (1,5mm esp.) enchimento em poliuretano expandido para isolamento 73


chuveiro embutido no teto prateleiras

2020

torneira bacia embutida na bancada / pia

450

900

compartimento piso para

DET. 01

80

DET. 04 esc: 1/10

80

8

CORTE BB esc: 1/20

estrututa cama e mesa de trabalho recolhida

60 2

150

200

150

150

aberto possibilitando o uso do

B 2

68

DET. 04

3

60

B

7

CORTE AA esc: 1/20

74


356

mesa para trabalho aberta

cama aberta

620

600

900

750

200

120

700

cooktop

1956

C

C

5

aberto

940

7

CORTE AA esc: 1/20

58

9

CORTE CC esc: 1/20

75


620

estrututa cama recolhida em madeira com pinos de encaixe

675

mesa de trabalho aberta

1350

675

2

16 35

60

58

5

15 17

940

7

CORTE AA esc: 1/25

900

estrututa mesa de trabalho recolhida em madeira com pinos de encaixe para o tampo

35

975

2

16

60

fundo para armazenar as

975

1950

cama aberta

7

CORTE AA esc: 1/25

58

5

15 17

940

76


D

7

CORTE AA esc: 1/50

D

tampo mesa de trabalho

nichos office nicho de

2355

626

nichos office nicho de

nichos office

1971

1050

nichos office

nichos office nicho de 300

nicho de

10

CORTE DD esc: 1/20

77


E

CORTE AA esc: 1/50

E

600

7

forno

2000

600

nicho de

900 750

nichos

geladeira

11

CORTE EE esc: 1/20

78


12

CORTE AA - PERSPECTIVA s/ escala

13

CORTE AA - PERSPECTIVA s/ escala

79


14

CORTE CC - PERSPECTIVA s/ escala

15

CORTE CC - PERSPECTIVA s/ escala

80


16

CORTE DD - PERSPECTIVA s/ escala

17

CORTE CC - PERSPECTIVA s/ escala

81


18

CORTE DD - PERSPECTIVA s/ escala

19

s/ escala

82



LIVROS BURKE, Marian; BURKE, Bill. Fundamentos de Projeto de Edificações Sustentáveis. Porto Alegre, Bookman, 2010.

MANDOLESI, Enrico. Edificación. El proceso de edificación. La edificación industrializada. La edificación del fututo - Ediciones CEAC / Barcelona, España, 1981. ROSSO, Teodoro - Racionalização da Construção – FAU/USP, São Paulo, Brasil,

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JACOBI, Pedro. Educar para a Sustentabilidade: complexidade, reflexividade, desafios – in: Revista Educação e Pesquisa – vol. 31/2 – maio – agosto 2005, FEUSP

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www.archdaily.com.br/br/01-36195/classicos-da-arquitetura-nakagin-capsule-tower-slash-kisho-kurokawa/36195_36204 myguide.iol.pt/profiles/blogs/onde-dormir-9-hours-o-famoso www.booking.com/hotel/nl/yotel-schiphol.html

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