A ARQUITETURA SENSORIAL
CAPS Saúde Mental
TOC
FOBIA SOCIAL
SÍNDROME DE BOURNOT ESQUISOFRENIA BIPOLAR
ANSIEDADE
BODERLINE
DEPRESSÃO
DISLEXIA
ALZHEIMER
Universidade São Judas Tadeu
Gabriela Freitas da Silva RA: 819222346 / Turma: Arq1b - MCA CAPS Arquitetura Sensorial e a Saúde Mental
São Paulo 2022
Gabriela Freitas da Silva
Trabalho de Conclusão de Arquitetura e Urbanismo , da Universidade São Judas Tadeu, como requisito parcial para a Obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.
Orientador (a): Ana Paula Coelho Corientador(a): Fanny
São Paulo 2022
Gabriela Freitas da Silva
Trabalho de Conclusão de Arquitetura e Urbanismo , da Universidade São Judas Tadeu, como requisito parcial para a Obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.
Banca Examinadora Prof. Dr(a): ____________________________ Universidade: __________________________ Prof. Dr(a): ____________________________ Universidade: __________________________
São Paulo 2022
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, que está presente nessa jornada. Ao meus pais, minha irmã, meus avós e amigos que sempre me incentivaram e estiveram na torcida para a minha formação acadêmica.
Agradeço aos meus pais, que fizeram de tudo para que eu pudesse ter a melhor educação dentro das nossas condições, comemorando cada etapa concluída, me motivando e incentivando. Agradeço a minha avó, que sempre teve fé, e acreditou que eu seria capaz de me tornar uma grande profissional. Agradeço a minha irmã Aline, que sempre esteve presente. Agradeço aos meus amigos que me ofereceram ajuda e me ajudaram a aprender durante o curso. E por fim, agradeço aos meus professores que me deram tamanho conhecimento ao longo desse grande caminho, sempre dispostos a compartilhar aprendizados.
Figura 1 - Foto: Mariana Gil/EMBARQ Brasi (Editada pela autora)
"Eu confronto a cidade com o meu corpo; minhas pernas medem o comprimento da arcada e a largura da praça; meus olhos fixos inconscientemente projetam meu corpo na fachada da catedral, onde ele perambula sobre molduras e curvas, sentindo o tamanho de recuos e projeções; meu peso encontra a massa da porta da catedral e minha mão agarra a maçaneta enquanto eu mergulho na escuridão interior. Eu me experimento na cidade; a cidade existe por meio da minha experiência corporal. A cidade e meu corpo se complementam e se definem. Eu moro na cidade, e a cidade mora em mim." (Pallasmaa, 2011)
Figura 1 - Foto: Mariana Gil/EMBARQ Brasi (Editada pela autora)
RESUMO
ABSTRACT
Esse presente trabalho tem como objetivo realizar um projeto arquitetônico de um CAPS - Centro de Atenção Psicossocial, visando a humanização do espaço hospitalar psiquiátrico descentralizado, revendo conceitos empregados durante um período histórico manicomial, fazendo com que estes, não se repitam. Assim, utilizará como ferramenta, a neuroarquitetura
This present work aims to carry out an architectural project of a CAPS - Psychosocial Care Center, aiming at the humanization of the decentralized psychiatric hospital space, reviewing concepts used during an asylum historical period, making them not repeated. Thus, it will use as a tool, the neuroarchitecture applied to the building, so that there can be a sensorial
aplicada a edificação, para que possa haver ter uma arquitetura sensorial. Com o projeto humanizado e "sensorial" desse equipamento
architecture.
público, é esperado que possa proporcionar melhoras clínica e psicológicas nos usuários, e que estes frequentadores, possam
equipment, it is expected that it can provide clinical and psychological improvements in users, and that these visitors can
sentir que aquele ambiente foi pensado e idealizado para que ele se sinta parte de uma comunidade integrando ele a sociedade, e o beneficiando através do programa de necessidades proposto.
feel that that environment was designed and idealized so that they feel part of a community integrating it society, and benefiting it through the proposed needs program.
With the humanized and "sensorial" design of this public
Passaremos por informações introdutórias sobre registros manicômios até o que é realizado hoje desde os 20 anos da lei promulgada para a desumanização passasse é assim iniciaremos a colheita de dados para onde será inserido o equipamento público, com seus estudos de caso. Palavras Chaves: CAPS; Arquitetura Hospitalar; Equipamento Público Mental, Reforma Psiquiátrica, Neuroarquitetura; Arquitetura Sensorial.
KeyWords: CAPS; Hospital Architecture; Mental Public Equipment, Psychiatric Reform, Neuroarchitecture; Sensory Architecture.
LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Acesso: https://www.thecityfixbrasil.org/2015/04/22/nossa-cidade-como-a-calcada-torna-pessoas-ativas/ Figura 2 - Acesso: https://www.papodehomem.com.br/os-numeros-da-depressao-e-da-ansiedade-no-brasil-e-no-mundo Figura 3 - Acesso: https://www.papodehomem.com.br/os-numeros-da-depressao-e-da-ansiedade-no-brasil-e-no-mundo Figura 4 - Acesso: https://paraisopolis.org/2011/12/17/paraisopolis-ganha-complexo-de-saude/ Figura 5 - Acesso: https://news.artnet.com/art-world/victorian-mental-illness-photographs-279577/#/slideshow/279577-2/1 Figura 6 - Acesso: https://imagens.brasil.elpais.com/resizer/7HtFMZKr-ntFm4WTinwVaBZkzy0=/1960x0/cloudfront-eu-central1.images.arcpublishing.com/prisa/AMHRHAZFBBBLVO5XIV2QXBF32M.JPG Figura 7 - Acesso: https://www.youtube.com/watch?v=mNC96lkcGMU Figura 8 - Acesso: https://issuu.com/rayanelimacezario/docs/manual_issuu Figura 9 - Acesso: Capa do Livro: Os olhos da pele. A Arquitetura e os sentidos, Juhani Pallasma, 2011. Figura 10 - Acesso: http://mapa.an.gov.br/images/http_bndigital_bn__br_acervo_digital.jpg Figura 11 - Acesso: http://crefito3.org.br/dsn/noticias.asp?codnot=2617 Figura 12 - Acesso: https://floresta.pe.gov.br/conheca-os-servicos-do-caps-centro-de-atencao-psicossocial-em-floresta/ Figura 13- Acesso: Livro Manuais de Clínicas e Laboratórios, Ronald de Goés. Figura 14 - Acesso: https://www.tkdesigner.com.br/neuroarquitetura-ambientes-impactando-o-cerebro/ Figura 15 - Acesso: https://images.adsttc.com/media/images/5955/ee7b/b22e/3853/6800/008c/slideshow/MaggiesOldham_dRMM_12_AlexdeRijke.jpg? 1498803804 Figura 16 - Acesso: https://images.adsttc.com/media/images/5955/ef05/b22e/38e5/e600/0154/slideshow/MaggiesOldham_dRMM_10_JasminSohi.jpg?1498803947 Figura 17 Acessohttps://images.adsttc.com/media/images/5955/edf5/b22e/38e5/e600/014d/slideshow/MaggiesOldham_dRMM_1_AlexdeRijke.jpg? 1498803695 Figura 18 - Acesso (Archdaily): https://images.adsttc.com/media/images/5955/f041/b22e/38e5/e600/015a/slideshow/MaggiesOldham_dRMM_Plan.jpg?1498804249 (Editado pela autora)
LISTA DE FIGURAS Figura 19 – Acesso (Archdaily): https://images.adsttc.com/media/images/5955/efca/b22e/3853/6800/0093/slideshow/MaggiesOldham_dRMM_LongSection.jpg?1498804133 (Editado pela autora) Figura 20 – Acesso (Archdaily): https://images.adsttc.com/media/images/5955/ef94/b22e/3853/6800/0092/slideshow/MaggiesOldham_dRMM_CrossSection.jpg?1498804079 (Editado pela autora) Figura 21 – Acesso (Archdaily): https://images.adsttc.com/media/images/5955/efea/b22e/38e5/e600/0159/slideshow/MaggiesOldham_dRMM_27_JasminSohi.jpg?1498804175 Figura 22 - Acesso: https://images.adsttc.com/media/images/52cb/a11a/e8e4/4e1b/c800/007c/slideshow/1117_LIV21.jpg?1389076752 Figura 23 - Acesso: https://images.adsttc.com/media/images/52cb/a204/e8e4/4ee3/4f00/007c/slideshow/WAF0005.jpg?1389076983 Figura 24 - Acesso: https://images.adsttc.com/media/images/52cb/a133/e8e4/4e1b/c800/007e/slideshow/1117_LIV24.jpg?1389076778 Figura 25 - Acesso: https://images.adsttc.com/media/images/52cb/a255/e8e4/4e1b/c800/0087/slideshow/1117_LIV9.jpg?1389077069 Figura 26 - Acesso: https://images.adsttc.com/media/images/52cb/a307/e8e4/4ee3/4f00/007e/slideshow/1117_LIV17.jpg?1389077246 Figura 27 - Acesso:https://images.adsttc.com/media/images/52cb/a2ef/e8e4/4e3a/3c00/0078/slideshow/1117_LIV10.jpg?1389077220 Figura 28 - Mapa extraído do Google Maps, 2022. Figura 29 - Foto Extraída do Google Street View 2022 Figura 30 - Mapa de estudo e análise realizado pela autora Figura 31 - Mapa de estudo e análise realizado pela autora Figura 32 - Mapa de estudo e análise realizado pela autora Figura 33 - Mapa de estudo e análise realizado pela autora Figura 34 - Mapa de estudo e análise realizado pela autora Figura 35 - Mapa de estudo e análise realizado pela autora
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
TFG - Trabalho de Final de Graduação CAPS - Centro de Atenção Psicossocial OMS - Organização Mundial da Saúde OPAS - Operação Mundial para as Américas RAPS - Rede de Atenção Psicossocial SUS - Sistema Único de Saúde UBS - Unidade Básica de Saúde
SUMÁRIO INTRODUÇÃO
16
1.1 Problemática 1.2 Objetivo 1.3 Justificativa 1.4 Metodologia
18 20 20 21
HISTÓRIA, FUNÇÃO E ESPACIALIDADE
24
2.1 Função do CAPS e suas política 27 2.2 Programa de Usos e Recursos de Atendimento 30 2.3 Fluxograma e Prévia de Programa 31
ARQUITETURA SENSÍVEL
32
3.1 Espaço e sensibilidades 3.2 Neuroarquitetura como ferramenta na saúde mental 35
33
ESTUDOS DE CASO 4.1 Centro Maggie de Oldhram - DRM 4.2 Livsrum - Centro de Assessoria ao Câncer / EFFEKT
36 40
ANÁLISE DO TERRITÓRIO E SEU ENTORNO 43 5.1 Mapas e Análises 44
PROPOSTA (EM BREVE) 6.1 Programa de Necessidades 6.2 Definições de Áreas
BIBLIOGRAFIA
51
1.
INTRODUÇÃO
Transtornos mentais e o grande mal do século XXI, (depressão, ansiedade), são grandes assuntos que estão em pauta atualmente em todo o cenário nacional e internacional. Transtornos esses, que há algumas décadas eram escandalizadores e motivo de grande repúdio entre as classes sociais brasileiras. A pandemia do Covid-19, caracterizou ainda mais o aumento dos casos, quando as pessoas precisaram realizar uma mudança brusca em suas rotinas, seja ela em casa, trabalho ou com os filhos. Ainda tiveram que lidar com a grande desestabilização econômica e falta de emprego causado por esse grande surto. Pesquisas afirmam que, a pausa forçada e o desastre da pandemia, fez com que os casos de depressão aumentassem cerca de 90% e o número de pessoas que relataram sintomas de ansiedade
Figura 2 - Gráfico comparativo ao longo dos anos entre ansiedade e depressão em porcentagem de acordo com a OMS.
e estresse agudo, dobrassem entre março e abril do ano de 2020, de acordo com o artigo publicado pela Revista The Lancet (Gameiro, Natália. 2020). Vendo essa escala exorbitante, o que assusta ainda mais é que de acordo com a OMS, o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas no mundo, sendo seu percentual estimado em 9,3% da população, o que representaria cerca de 18,6 milhões de brasileiros com tais transtornos. Mesmo com esses dados e números alarmante, a saúde mental ainda é considerada um grande tabu, algo proibido ou mítico.
Figura 3 - Dados comparativos de porcentagem de depressão e ansiedade entre países, sendo que em ansiedade., o Brasil é o primeiro da lista.
16
Devido a isso, é cada vez mais importante que possamos debater e desmitificar esse forte tema, trazendo informações necessárias para que a humanidade consiga lidar de forma mais plausível e humanamente possível com quaisquer problema mental apresentado, que pode atingir a todos, independente do sexo, cor, gênero, classe social. Diante dessa breve informação introdutória, citando a pandemia como um agravante mental, surge a reflexão de como as pessoas que necessitam de atendimento hospitalar mental, conseguem ter acesso e serem apoiadas nas redes públicas hospitalares que temos a nossa disposição no momento e como essas mesmas pessoas seriam tratadas há alguns anos, em um passado próximo. Será que essas pessoas seriam examinadas da mesma forma, ou seriam descartadas por não estarem de acordo com o que a sociedade exigiria? Considerando isso, na pesquisa a ser apresentada a seguir, veremos quais são esses acessos e apoios hospitalares oferecidos pelo sistema único de saúde (SUS), seu passado histórico e sua tentativa de utilizar o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) como restruturação de uma dignidade e direitos humanos básicos a usuários que necessitam de tais serviços.
Figura 4 - Complexo de Saúde de Paraisópolis. Foto: Jolido Santos, 2011
Assim também veremos como a Arquitetura e o Urbanismo, pode e deve proporcionar em sua edificação, não somente a construção (espaço físico e conjunto de necessidades), como também estímulos visuais sensitivos para que os indivíduos possam se sentir parte daquele ambiente, ligados, e não deslocados ou excluídos. Mas que possam se sentir tranquilos, acolhidos e até possivelmente, serem ajudados e reabilitados pela própria edificação, que foi pensada e projetada para exclusivamente para este determinado grupo (do qual estamos estaremos estudando). Proporcionando a reabilitação de um paciente diante da própria arquitetura, na expectativa de que um ambiente hospitalar, que cause, ao invés de apreensão, medo, inseguranças, incertezas, a sensação de um ambiente humanizado, preparado, sereno e conceituado. Com a grande arte e maestria de arquitetar.
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1.1 PROBLEMÁTICA Ao longo das décadas, há uma grande “força-tarefa” da sociedade médica, arquiteta e popular para acabar com a estrutura hospitalar manicomial. Ou seja, o movimento anti-manicomial. Buscando soluções na tentativa de que a doença “loucura” finalmente fosse erradicada. Ao decorrer de nossa história, a edificação manicomial se fez presente coma a ideia de que pessoas "loucas", doentes, negros, e deserdados pela família deveriam ficar em ambientes isolados do resto da população. Sendo assim, muitas pessoas foram parar em sanatórios, mesmo sem se quer tendo algum tipo de distúrbio. Muitas delas, eram abandonadas, usadas para "abafar" histórias da grande elite também. A família, acabava por nunca mais ter contato com essas pessoas e o hospital, se é assim que pode se dizer, ficava no encargo de todos os cuidados, sendo esses totalmente degradantes. Esse modelo manicomial, violava os direitos humanos em todos os aspectos. No aspecto de cuidado e tratamento, saúde e educação. Além do mais, esses espaços geralmente praticavam torturas e maus tratos aos pacientes internados, e ainda também, faziam segregação social e racial dessas pessoas.
Figura 5 - Tortura e punição realizados nos pacientes.
O ambiente inóspito não propiciava melhoras psíquicas aos pacientes, pelo contrário, só exacerbou as características mentais dessas pessoas ou proporcionou a aquelas que nem tinha alguma doença mental. O governo não dava assistência, porque o que realmente era visto como necessário, era afastar as pessoas dissimuladas, ou com falta de intelecto para ter uma sociedade mais homogênea e construtiva. Além de liberar os respectivos cuidadores/familiares dos doentes mentais para mais mão de obra no mercado de trabalho
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Figura 6: Internos do manicômio Colônia em uma fotografia de 1959.
Figura 7: Feverdeira ou Caldeirões para esterelizar seringas. Hospício de Barbacena, Planeta Louco.
Um grande marco ruim histórico psiquiátrico brasileiro, é o Hospital Colônia de Barbacena, criado em 1903 em Minas Gerais, que atuava na assistência de pessoas “alienadas” à sociedade.
As seringas, não eram suficiente para todos, e as colocavam em caldeirões na expectativa de que fosse desinfeccionado ou higienizado. Outro fator importante, é que até crianças foram levadas a esse
Intitulado como o “Holocausto Brasileiro” pelo livro publicado da jornalista Daniela Arbex, esse hospital proporcionava a total a exclusão social do doente mental e não só dele, mas também de
"hospital" e muitas delas não resistiram. Assim o corpo das pessoas que morriam e não procuradas pelos parentes, eram usados em pesquisas, ou enterradas como indigentes, de
pessoas em sã consciência, como já citado.
forma vertical para que não ocupassem espaço no cemitério. Cerca de
Esse hospital, teve uma histórica tão complexa e pesada sobre pessoas que passaram por lá. Vários relatos dizem que, a
60.000 pessoas morreram nesse hospital por fome, doenças, frio. Não é à toa que em 16 de agosto de 1996, foi inaugurado o Museu da
superlotação desse lugar, fazia com que a comida fosse racionada,
Loucura, fazendo referência cultural ao Hospital e toda a sua trajetória
e coisas simples, como cobertas, roupas, não fossem suficiente para todos. As pessoas precisavam dormir empilhadas para gerar calor humano na época de inverno e muitas delas não sobreviveram.
de história manicomial por meio de documentos, relatos e fotografias. Visando também mostrar à população a diferença dos métodos de tratamentos psiquiátricos anteriores e atuais.
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1.2 OBJETIVO O objetivo deste estudo, é desenvolver um anteprojeto de um CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), num conceito de arquitetura hospitalar mais homogênea e humanizada. Tendo em vista o grande passado histórico psiquiátrico, apontando e verificando, se realmente, a luta antimanicomial acabou de fato. Ainda nessa análise, foi observado que o CAPS, não possui e nunca possuiu uma estrutura realizada pela prefeitura somente para ele. Esse equipamento público, foi sempre montado em espaços ociosos em edificações e/ou casas desestruturadas, sem manutenção e projeto prévio para a instalação de tal. Assim espera-se que o desenvolvimento do trabalho possa enfim, colocar programas de usos pertinentes e necessários aos usuários, trazendo uma arquitetura sensível e empática na sua edificação como uma forma de ajudar a reabilitação com o espaço.
1.3 JUSTIFICATIVA Em 6 de abril de 2001, foi sancionada a Lei nº 10.216 que se propõe a proteger a o direito das pessoas portadores de transtornos e deficiências mentais, as redirecionando com um modelo de saúde mental assistencial mais “humanizado”, sendo coerente com as diretrizes e regras propostas pelas OPAS (Operação Mundial da Saúde para as Américas). O Centro de Atenção Psicossocial, vem com a tentativa de descentralizar os manicômios e hospícios, na intenção de tratar diferentes transtornos psicológicos e problemas sociais de pessoas desfavorecidas, visando quebrar paradigmas que as instituições enfrentaram diariamente. Assim, o CAPS passa a ser o novo modelo a ser seguido com 97 núcleos espalhados pela cidade de São Paulo por exemplo, efetivando o tratamento terapêutico e social. Porém, mesmo após sancionada a lei, 20 anos depois, o CAPS ainda não possui sua própria estrutura projetada para ele, como mencionado acima. E a lei mesmo que sancionada, ainda promove o debate se os manicômios realmente acabaram ou continuam a utilizar métodos deficientes de tratamento escondidos na desculpa que não há mais sanatórios.
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1.4 METODOLOGIA A metodologia desse trabalho segue após essas informações históricas sobre a psiquiatria mundial e brasileira. Após a busca histórica, e verificação dos erros cometidos, buscaremos que estes, não sejam mais repetidos em nossa edificação. Trabalharemos por etapas, construindo um raciocínio do que houve, do que é e do que pode fazer para melhorar o serviço atualmente. Para assim, construir um espaço que seja humanizado, qualificado e eficiente, garantindo a demanda regional e trazendo referência para o ponto de estudo escolhido. Como ferramenta, colocaremos o conceito da Neuroarquitetura. O estudo da neurociência que se aplica à arquitetura trazendo estímulos sensoriais ao ambiente relacionado. A chamada então: arquitetura das emoções e dos sentidos
Figura 8: Animação feita pelo arquiteto Frederico Babina e editada por Rayane Lima Cezário, 2019.
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Figura 9: Capa do Livro: Os olhos da pele. A arquitetura e os sentidos Juhani Pallasma
“É evidente que uma arquitetura que “intensifique a vida” deva provocar em todos os sentidos simultaneamente e fundir nossa imagem de indivíduos com nossa experiência do mundo. A tarefa mental essencial da arquitetura é acomodar e integrar. A arquitetura articula experiência de se fazer parte do mundo e reforça nossa sensação de realidade e identidade pessoal; ela não nos faz habitar mundos de mera artificialidade e fantasia.” (Pallasmaa, 2011)
2. HISTÓRIA, FUNÇÃO E ESPACIALIDADE A arquitetura e a edificação passa por grandes transformações em sua construção de acordo com o período e histórico que ela se encontra. A ignorância em termos de arquitetura hospitalar e mental do governo fez com que fossem criados ao longo da história, um exílio dos que eram definidos loucos. Internacionalmente, o modelo manicomial de internação foi entendido amplamente que não era apropriado, e foi sendo abandonado ao longo das décadas. Isso se deu a partir da década de 50, quando houve um grande movimento político-psicossocial na Europa, que visava a humanização dos atendimentos hospitalares, uma vez que os hospitais inapropriados ao invés de reabilitar, acabavam por não promover a inserção desses usuários na sociedade. No Brasil, o "tratamento" dos doentes, começou por volta de 1830, com a chegada da família real brasileira e com o crescimento desenfreado das cidades brasileiras, a loucura, começava a ser especulada. Afinal, o que seriam os loucos? E como abordar esse estigma social? As ruas eram tomadas por, deserdados, "barracos", pessoas sem teto. O Rio de Janeiro, ficou conhecido como cidade suja, e o fato dessas pessoas estarem a deriva, em condições deploráveis. Com isso, muitas doenças começaram a circular e foi só assim, que foi tomada uma medida para "retira-las" do convívio social.
Figura 10 - Hospício Dom Pedro II localizado no Rio de Janeiro. “O hospício Pedro II, inaugurado pelo próprio imperador, representou uma primeira tentativa de contenção da “loucura” no Brasil, agora considerada como doença. Ele reproduzia a arquitetura e as práticas difundidas por Pinel e tinha o isolamento como uma prática comum e indispensável ao tratamento do paciente. Em tese, o hospício deveria ser um instrumento de” cura”, pensado desde a sua estrutura arquitetônica até a distribuição dos pacientes em seu interior. O isolamento objetivava modificar os hábitos e a observação e a intervenção médica seriam partes da ação terapêutica, além de tratamentos radicais como o eletrochoque e lobotomia. Assim, em meio a denúncias de maltrato, este modelo passou a receber inúmeras críticas, sendo comparado até mesmo com os campos de trabalho nazistas na II Guerra Mundial” (Maria Pedrosa da Silva, Ana, 2010)
24
Mas foi apenas em 1923, com a fundação da liga brasileira da higiene mental, por Gustavo Ridel, a psiquiatria tentar estabelecer seu caminho, mesmo que por pura defesa estadual. Nos demais anos, a psiquiatria se tornou mais poderosa, investigando os fatores por trás da loucura e procurando a cura para ela, mas sem deixar de marginalizar ainda os "loucos". Após a segunda guerra mundial, surgiram diferentes tipos de terapia, e de reformas psiquiátricas, que ainda assim, não obteve sucesso esperado, por conta de uma forte opressão do desejo da privatização da psiquiatria. Figura 11 - 18 de Maio, dia da Luta Antimanicomial. Jamile Albiero/Câmara Técnica de Saúde Mental do Crefito-3, 2017
Em 1987, o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental assume-se enquanto um movimento social, e não apenas de técnicos e administradores, e lança, o lema "Por uma Sociedade sem Manicômios". O lema estratégico remete para a sociedade a discussão sobre a loucura, a doença mental, a psiquiatria e seus manicômios. No campo prático, passa-se a privilegiar a discussão e a adoção de experiências e desinstitucionalização. Esta, implica não apenas num processo de desospitalização, mas de invenção de práticas assistenciais territoriais; um processo prático de desconstrução dos conceitos e das práticas psiquiátricas. (Amarante, 1994)
25
2.1 FUNÇÃO DO CAPS E SUAS POLÍTICAS Após esse histórico relatado, resta a pergunta: o que exatamente é o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) e qual é sua relação com o fim das atividades manicomiais? Depois do fim dos hospícios em 2001 com a Lei nº 10.216 promulgada, o CAPS surge como a tentativa de descentralizar a necessidade dos pacientes de internação e propõe que estes usuários sejam acompanhados pela unidade regulamentada (como mencionado anteriormente). O usuário e a família acabam por serem consolidados dentro desse processo de criação e transformação, uma luta por mudanças. Após a verificação do paciente através de uma UBS (Unidade Básica de Saúde), este, deve ser encaminhado ao CAPS para tratamento e auxílio. Esse equipamento, tem como principal objetivo oferecer atendimento ambulatorial aos indivíduos, com ou sem problemas mentais graves diariamente. Sendo encaminhados quando necessário a hospitais-dia para receberem cuidados especiais e detalhados.
Figura 12: Logo CAPS
O CAPS existe para garantir e desenvolver atividades terapêuticas com objetivo de reabilitar pacientes da sociedade, sem necessariamente retirá-lo dela, propondo a reinserção social através de exercício de seus direitos civis. “Os Centros de Atenção Psicossocial têm um grande papel na Reforma Psiquiátrica, por constituírem a principal estratégia deste processo. Com eles se têm a possibilidade de mostrar que pode existir uma rede substitutiva do hospital psiquiátrico no país” (Martins Knopp, Amanda, 2012)
Sendo assim, o equipamento deve ser inserido dentro do contexto urbano, dentro da sociedade, em bairros que compartilham infraestrutura como: transporte, comércio e etc. Assim promovendo o contato com a sociedade fazendo a inserção dos usuários no meio em que habitam, buscando trazer independência e autonomia.
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CAPS II
CAPS III
CAPS AD (Álcool e Drogas)
Atende pessoas com transtornos mentais
Atende pessoas com transtornos mentais graves e persistentes. Proporciona
graves e persistentes, podendo também atender pessoas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras
serviços de atenção contínua, com funcionamento 24 horas, incluindo feriados e finais de semana, ofertando
Atende adultos com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas. Serviço de saúde mental
drogas, conforme a organização da rede de saúde local
retaguarda clínica e acolhimento noturno a outros serviços de saúde mental, inclusive
aberto e de caráter comunitário.
Indicado para municípios ou regiões com população acima de 70.000 habitantes.
Indicado para municípios ou regiões com população acima de 150.000 habitantes.
Indicado para municípios ou regiões com população acima de 200.000 habitantes.
Informações retiradas da Secretaria da Saúde da Cidade de São Paulo, 2020).
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CAPS AD III
CAPS AD IV
CAPSIJ
Atende adultos com necessidades de cuidados clínicos contínuos. Serviço com no máximo 12 leitos para observação e monitoramento, de funcionamento 24
Ponto de Atenção Especializada que integra a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), destinado a proporcionar a atenção integral e contínua a pessoas com necessidades relacionadas ao consumo de
Atende crianças e adolescentes que apresentam prioritariamente intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e
horas, incluindo feriados e finais de semana ofertando retaguarda clínica e acolhimento noturno
álcool, crack e outras drogas, com funcionamento 24 (vinte e quatro) horas por dia e em todos os dias da semana,
persistentes, incluindo aqueles relacionados ao uso de substâncias psicoativas.
inclusive finais de semana e feriados.
Indicado para municípios ou regiões com população acima de 150.000 habitantes.
Indicado para municípios ou regiões com população acima de 500.000 habitantes.
Indicado para municípios ou regiões com população acima de 70.000 habitantes.
Informações retiradas da Secretaria da Saúde da Cidade de São Paulo, 2020).
29
2.2 PROGRAMAS DE USO E RECURSOS CAPS II: 1 gerente de nível superior; 5 técnicos administrativos; 12 técnicos de nível superior; 2 oficineiros de diferentes modalidades totalizando 60 horas/semana; 3 Enfermeiros de 40 horas/semana; 6 técnicos de enfermagem 40 horas/semana; Farmacêuticos enquanto estiver aberta a farmácia na unidade; 2 auxiliares/técnicos de farmácia; Médico psiquiatra 60 horas, no CAPS IJ o médico psiquiatra poderá ser substituído por pediatra ou neuroinfantil desde que apresentem especialização em saúde mental; Médico Clínico 20 horas na modalidade álcool e outras drogas CAPS III: 1 gerente de nível superior; 5 técnicos administrativos; 14 técnicos de nível superior; 2 oficineiros de diferentes modalidades; 8 Enfermeiros, sendo 5 para o período diurno (um responsável técnico, 4 em escala 6x 1 continuidade do cuidado) e 3 para período noturno (sendo um folguista); 16 técnicos de enfermagem, sendo 08 para período diurno (em escala 6x1 visando a continuidade no cuidado) e 8 para período noturno. Farmacêuticos enquanto estiver aberta a farmácia na unidade; 2 auxiliares/técnicos de farmácia; Médico psiquiatra 60 horas, no CAPS IJ o médico psiquiatra poderá ser substituído por pediatra ou neuroinfantil desde que apresentem especialização em saúde mental; Médico Clínico 20 horas na modalidade álcool e outras drogas.
CAPS IV: Turno Diurno: 2 clínico –diarista 40 h/sem cada PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE 8 psiquiatras – 1 diarista 20 h/sem e 7 plantonista diurnos 12 h 8 enfermeiros plantonistas 12x 36 h 1 Enfermeiro RT de 40 h 12 técnicos de enfermagem plantonistas 12x 36 h 2 farmacêuticos 12x 36 h 6 profissionais nível médio administrativo 12x36 4 oficineiros de 20 h 4 redutores de danos de 40 h 4 psicólogos de 40 h 4 Assistentes Sociais de 30 horas 5 Terapeutas Ocupacionais 30 horas 2 Educadores físicos de 30 horas Turno Noturno 4 profissionais nível médio administrativo 12x36 h 6 enfermeiros plantonistas 12x 36 h 12 técnicos de enfermagem plantonistas 12x 36 h 7 Psiquiatras plantonistas 12 h/noturno 2 farmacêuticos 12x 36 h 2 médicos clínicos 12 h noturno.
Informações retiradas da Secretaria da Saúde da Cidade de São Paulo, 2020).
30
2.3 FLUXOGRAMA E PRÉVIA DE PROGRAMA
Sala de Espera Lanchonete San. Feminino, San. Masculino e San. PCD. (Voltados para a Sala de espera e Recepção) Recepção Segurança Administrativo Sala de
atividades
individuais Sala de Atendimento em grupo San. Feminino, San. Masculino e San. PCD. (Voltados para as Salas de Atendimento) Oficina de
atividades
manuais e costura Oficina de culinária Oficina de Teatro Figura 13- Programa de Usos que deve conter dentro de um CAPS, sendo essa sua tipologia. (Retirado do Livro de Ronald de Goés)
Área de lazer e atividades externas (pátio 1) San. Feminino, San. Masculino e San. PCD. (Voltados para as oficinas) Área aberta e/ou fechada (pátio 2) para vistas de familiares Cozinha Refeitório Almoxarifado Depósito Área de Serviço e Lixo Sala de medicação Sala de enfermagem Consultório médico Área de Esporte Leitos (Se for CAPS III)
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3. ARQUITETURA SENSÍVEL A partir de 1988, com a garantia constitucional de universalização da saúde, os problemas da rede hospitalar se agravaram diante da oferta insuficiente de unidades para atender ao rápido crescimento da demanda, até então reprimida, e por conta da má qualidade de um grande número de hospitais insatisfatórios quanto ao dimensionamento, à localização, ao partido arquitetônico, à resolubilidade e ao estado de conservação. (Toledo, 2020) Podemos dizer que a arquitetura hospitalar é de alta complexidade, ainda mais quando se trata da parte psicológica. Mas é necessário que enquanto arquitetos e urbanistas, comecemos a fazer a leitura desses centros para que, por fim, as pessoas possam ser tratadas com mais empatia e respeito. A começar pela forma que são recebidas no espaço.
É preciso fazer uma análise de qual tipologia hospitalar será necessário seguir. Cada edificação tem seu próprio programa e grandes diferenças entre elas. É importante dizer que um hospital (clínica), necessita de uma grande resolubilidade, prevendo como serão realizadas tarefas como por exemplo: centrais para materiais esterilizados, instalações prediais especiais, lugares adequados também para os funcionários que estão todos os dias presentes. As unidades necessitam atualmente de um grande apoio tecnológico, incorporando e adotando novas tendências de mercado, exigindo cuidado e posicionamento dos ambientes internos e externos e acompanhando o fluxo que por essas áreas são gerados, seja eles pelos pacientes ou pelos próprios profissionais que trabalham lá. “Conhecer as diferentes partes que integram a edificação hospitalar em todos os seus aspectos (operacionais, dimensionais, infraestruturais, ambientes e relacionais), é do nosso ponto de vista, uma das principais ferramentas com as quais conta o arquiteto para produzir uma arquitetura hospitalar de qualidade” (Toledo, 2020).
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3.1 ESPAÇO E SENSIBILIDADE A ferramenta "neuroarquitetura" não é nada mais nada menos do que os estudos da neurociência aplicados à arquitetura. Como o nosso ambiente físico e dos cinco sentidos apresenta e impacta no nosso cérebro conforme a edificação. Comprova o porquê do nosso comportamento em relação ao ambiente. É interdisciplinar, ambiente junto comportamento. “Todos os sentidos, incluindo a visão, são extensões do tato; os sentidos são especializações do tecido cutâneo, e todas as experiências sensoriais são variantes do tato e, portanto, relacionadas a nossa tatilidade. No nosso contato com o mundo se dá na linha divisória de nossas identidades pessoais, pelas partes especializadas de nossa membrana de revestimento.” (Pallasma, 2011)
Figura 14- Cérebro e os cinco sentidos em relação a arquitetura.
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É necessário entender o contexto que o usuário está vivendo e levar em conta inúmeros fatores para a realização do projeto. Nosso cérebro entende o que é belo de acordo com experiências particulares. Ou seja, o que é belo para mim, pode não ter a mesma beleza para outro usuário. "Nossa Pele é capaz de distringuir diversas cores; nós realmente vemos com a pele” (Pallasma, 2011). " As sensações são individuais, porém mesmo com a individualidade do próprio ser, é possível utilizar técnicas arquitetônicas para contribuir para o bem-estar geral., assim nosso cérebro acaba por "ligar pontos" ao ver, por exemplo, formas geométricas e retilíneas trazendo satisfação visual.
Pessoas precisam se sentir parte daquele espaço. Ao realizar a reforma de uma edificação, é quase que perceptível que fazemos aquela colocação visual e de design de interiores, padronizando cores e proporcionando ventilação, insolação e outros elementos arquitetônicos para o cliente, mas após o projeto se concretizar e ficar parecendo até "capa de revista", veremos que as pessoas vão tomando o espaço e se apropriando, por exemplo: com o uso de um porta retrato, uma almofada diferente, objetos decorativos que remetem a afeição daquele usuário. A Neuroarquitetura visa acabar com esse conceito “visual
O espaço precisa ser a materialização daquele usuário, um lugar que possa ser afetivo.
categórico", mas usar elementos neurológicos para que a edificação não fique apenas bela no sentido da nossa visão periférica mas que a edificação possa provocar sensações que podem ser deslumbradas
“Minha percepção é [portanto] não uma soma dos pressupostos
com diferentes materiais, escolhas acertadas em iluminação e elementos paisagísticos por exemplo.
visuais, táteis e auditivos: eu percebo de maneira total com todo o meu ser: Eu abarco uma estrutura única de coisa, um modo ùnico de ser, o qual fala com todos os meus sentidos ao mesmo tempo.” (Pallasma, 2011 sobre Merleau-ponty).
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3.2 NEUROARQUITETURA COMO FERRAMENTA NA SAÚDE MENTAL O estudo da neurociência aplicado à arquitetura hospitalar, é visto um tanto desafiador. Porque esse projeto não é só feito para o paciente e acompanhante, mas também para toda a equipe de trabalho que convive naquele lugar e vivencia fatos do cotidiano. Sendo assim faz-se primeiro uma análise geral: quem está utilizando aquele lugar. Depois categoriza para pacientes, visitantes, enfermeiros, médicos, funcionários administrativos, técnicos. Fazendo com que assim, o ambiente fique mais harmonioso ao criar o design específico utilizando as subcategorias. A neurociência faz a ponte necessária para que a arquitetura possa ser aplicada de forma eficiente, fornecendo materiais concretos e científicos, fazendo com que consigamos fazer a percepção espacial e entender a relação entre os ambientes, assim essa mesma arquitetura acaba por trazer de forma total a qualidade, saúde e bem-estar a todos frequentadores.
“É o encéfalo que comanda todo o nosso corpo, comportamentos e ações que, dependendo do ambiente onde estamos inseridos pode ocorrer de maneira mais ou menos prazerosa, mais ou menos produtiva, com maior ou menor bem estar.” (Villarouco, et al, 2021). Dessa forma, espera-se que com essa ferramenta aplicada ao edifício hospitalar CAPS, os usuários, visitantes e trabalhadores, possam se sentir acolhidos pelo edifício, trazendo então retorno positivo na reabilitação e convívio social. O projeto bem realizado em toda sua questão logística, racional e cromática pode surtir efeito conforme a utilização e apropriação do espaço, sendo um projeto personalizado para esse tipo de usuário.
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4. ESTUDOS DE CASO Os estudos de caso são um tanto importantes para esse primeiro estudo preliminar. É através deles, que podemos ver técnicas e conceitos importantes que podem e devem ser implementados no nosso projeto. Fazendo com que possamos incorporar novos elementos não pensados anteriormente para o devido estudo através de uma análise detalhada. Nas duas seguintes referências, iremos observar como esses diferentes centros de reabilitação voltados para outra área, pode sim, ajudar e a complementar o estudo que o CAPS necessita.
4.1 CENTRO MAGGIE DE OLDHAM - DRM
Ficha Técnica: • Arquitetos: dRMM • Área: 260 m² • Ano: 2017 • Fotografias: Alex de Rijke, Tony Barwel, Jasmin Sohi, Jon Cardwell • Fabricantes: Allgood, Aresi, Coexistence, IPIG, Mowat & Co • Financiamento:Stoller Charitable Trust • Consultor De Madeira:AHEC • Projeto De Paisagismo:dRMM & Rupert Muldoon • Engenharia Estrutural:Booth King • Consultor De Custos:Robert Lombardelli Partnership • Construtora:F Parkinson • Projetos Complementares:Atelier Ten • Estrutura De Madeira:Zublin Timber • Fornecedor De Madeira:Middle Tenessee Lumber • Execução Dos Painéis De Madeira:Morgan Timber • Marcenaria:Uncommon Projects • Artista:Inside/Outside • Execução Do Paisagismo:Hultons • Video:AHEC • Cliente:Maggie's
Figura 15 - O ambiente se volta ao centro, uma espécie de pátio coberto pelo vidro fazendo com que a iluminação natural possa ser inserida no espaço.
• Cidade:Oldham • País:Reino Unido Informações retiradas do Archdaily
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O Centro Maggie se tornou um grande exemplo de arquitetura hospitalar humanizada mundialmente. Com sua origem no Reino Unido, é um edifício com elementos em madeira e sustentabilidade. É um hospital para o tratamento de pessoas com câncer, e seu prédio tem a intenção de passar mais tranquilidade e serenidade para as pessoas que fazem tratamento, e passam por um momento tão delicado e frágil. Com seu grande pátio sustentado por pilares bem encorpados,
Figura 16 - Edifício sustentado por pilares encorpados. É possível visualizar questões ligadas com a natureza através desta foto.
o projeto se envolve com uma grande área verde. Essa área verde, é possível de ser vista por dentro pelos visitantes e pacientes, e a luz é envolvida nesse conjunto, trazendo esperança para quem está em tratamento. Esse edifício possui grande isolamento térmico para que os pacientes em fase de quimioterapia não sintam dor.
Figura 17 - Edificação, externo e sua relação urbana.
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Além de notarmos também como a iluminação pode permear através desse eixo central. O belo “pulmão” verde do hospital faz com que todo o seu programa volte para o seu centro e seja abraçado pela vegetação e iluminação que causa grande conforto.
Figura 19: Corte A mostrando um dos acessos e a topografia acidentada, editada pela autora.
Figura 18: Planta Baixa do Centro Maggie, editado pela autora.
Nessa Planta, podemos ver como o espaço pode ser interligado com o seu pátio central. Nas setas vermelhas podemos ver como esse pátio se relaciona com seu entorno (edificação), que seria as salas para espera e lugares de trabalho.
Nesse corte, podemos observar que além de iluminação e ventilação destacadas em vermelho incidem no edifício por completo, tanto na parte superior como na parte inferior que é o jardim. Podemos notar também em vermelho, sua topografia acidentada que ajuda a delinear o espaço circulatório do jardim, além de esse faz seu acesso pela seta indicada em azul, que começa em um subnível se tornando elemento intermediário entre os dois níveis.
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Figura 20: Corte B, mostrando outra parte do acesso, juntamente com a parte hospitalar do lado direito. Editado pela autora.
As linhas amarelas, nos mostram a relação do edifício com seu entorno. Mostrando como que ele se conecta com o local e seu gabarito, tendendo a manter a mesma proporção ou próxima a ela. A seta em azul indica que neste caso, o acesso é somente feito pelo nível da rua e que não há conexão com o jardim inferior.
Figura 21: Essa foto mostra o pátio, iluminando e se projetando para o espaço ao seu redor. Com elementos em madeira sustentável.
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4.2 LIVSRUM - CENTRO DE ASSESSORIA AO CÂNCER / EFFEKT
Ficha Técnica Posto de Saúde Lugar: Copenhagen, Dinamarca Arquitetos: EFFEKT Área : 740 m² Ano : 2013 Fotografias :Quintin Lake, Thomas Ibsen Fabricantes : EQUITONE, Etex Colombia, STENI, Skinco, Troldtekt Engenheiros : Lyngkilde Contratante : Hoffmann Cliente : The Danish Cancer Society Cidade : Copenhagen País : Dinamarca
Figura 22:Áreas de Convivência para amigos e familiares.
O projeto acima, foi elaborado em 2013 pelo grupo de arquitetos EFEKT. Esse centro foi projetado envolto de sete "módulos no formato de casa", rodeada pelos dois jardins principais. Cada módulo específico possui uma função de acordo com a edificação. Sendo elas como, sala de visitas, cozinha, sala de recreação, biblioteca, lojas, e centros de acolhimento e bem-estar.
Figura 23: Pátio do Centro sendo utilizado pelas usuários, amigos e familiares
Informações retiradas do Archdaily
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O projeto tem enfoque nos usuários hospitalizados em tratamento de câncer, e traz a humanização em sua edificação, fazendo com que os dois pátios interliguem e envolvam o edifício. Sendo possível a visita dos amigos e familiares em um ambiente mais caloroso e propício. Esse conjunto de módulos oferece uma gama de variadas salas de oficina, visita, terapia. Os materiais foram criados para serem distinguidos da parte hospitalar, para a parte mais social.
Figura 25: Planta de Setorização e Fluxos. Legenda: Espaço Aberto Espaços Privados Em branco, lugar de fluxo e permanência.
Figura 24: Área Comum, com diversos materiais.
Observe que, a madeira e as paredes brancas, trazem leveza ao ambiente e proporciona claridade.
Todo o edifício de volta para os dois jardins. E a parte de convivência social fica em torno desses grandes vãos verdes, que trazem a edificação luminosidade e calor. Esse fator por exemplo, ajuda na eliminação de bactérias por ser tornar um ambiente mais asséptico.
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Figura 26: Cortes e sua relação com o entorno.
Nesses dois cortes podemos observar sua relação interna e externa do edifício. Podemos notar também, como é sua relação ao gabarito da localização e quão pertinente se tornou a sua implantação nesse formato. A edificação traz uma leitura, uma conversa com seu entorno. Figura 27: Maquete 3D, mostrando a utilização do ambiente.
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5. ANÁLISE DO TERRITÓRIO E SEU ENTORNO O terreno a ser estudado preliminarmente para o anteprojeto, fica localizado no bairro da cangaíba. Esse terreno atualmente está disponível para venda e/ou aluguel e era utilizado por um galpão. Na região é possível encontrar fácil acesso as linhas de ônibus e a estação de trem mais próxima, Engenheiro Goulart. A escolha do terreno se dá, pelo intuito de trazer um equipamento de saúde mental na zona leste, visando descentralizar a saúde "privilegiada" do centro. Há uma ideia difundida nos bairros da zona leste, ou afastados do centro, que para ter um atendimento melhor, é necessário se deslocar as áreas mais nobres e centralizadas. Ao trazer o CAPS para a região leste, a ideia é o oposto. Não é necessário deslocar da zona de origem para procurar a referência. Essa referência pode estar no seu bairro e fazer interligação com os equipamentos urbanos que estão deslocados. Ao lado do terreno, há um teatro Flávio Império, e escolas ao redor. Visaremos então fazer a integração dos usuários do CAPS com sua comunidade local, e trazer a reinserção deles na sociedade presente.
Figura 28 - Imagem de Satélite. Retirado do Google, 2022.
Figura 29 - Vista do Terreno por fora. Google, 2022.
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5.1 MAPAS E ANÁLISES
Figura 30 - Mapa de cheios e vazios. É nesse mapa que verificaremos o gabarito das edificações e quais áreas são edificadas e livres. As áreas edificadas, em sua maioria, são áreas residênciais ou equipamentos públicos.
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Figura 31 - Mapa de Uso do Solo. É possível fazer a leitura da setorização do bairro e qual setor é predominante na área escolhida.
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Figura 32 - Mapa Infraestrutura Urbana
de
Mapa do qual é realizado a leitura de infraestrutura urbana oferecida as edificações do bairro.
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Figura 33 - Mapa classificação viária.
de
Nesse mapa podemos fazer a análise das vias ao entorno do terreno de implantação. Vias coletoras, que tem como função redistribuir o trânsito, e as vias estruturais que permeiam o terreno.
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Figura 34 - Mapa Mobilidade Urbana
de
Nesse mapa é possível visualizar, além das vias que estavam no mapa anterior, outros fluxos de entrada pelo bairro e qual a movimentação que tem. Nota-se que a área é bem favorecida com linhas de ônibus e com o acesso próximo da estação de trem.
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Figura 35 - Mapa Equipamentos Urbanos
de
Fazemos a análise de que o terreno, está rodeado de grandes equipamentos urbanos e que área está propícia para a implantação do equipamento de saúde mental. Sendo assim, um grande fator contribuinte para a reinserção na sociedade dos usuários.
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