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Revista Trampo 2021

08 12

LIFESTYLE

PRATICIDADE

MATÉRIA DE CAPA

Rolês Culturais em São Paulo

Otimização de Tempo no Trampo

Clube do Emprego

Os Limites do Home Office

MERCADO DE TRABALHO

Primum Curriculum O que é Pitch?

28 32 38

PERFIL

EDUCAÇÃO

FINANCEIRO

O Segredo é Não Desistir

A Incessante Busca pela Inovação

Primeiro Emprego

A Tendência do EAD na Graduação

stamos todos cientes das dificuldades de ingressar no mercado de trabalho. As empresas procuram por pessoas com experiência e fatores para agregar ao time, mas esquecem que essa pode ser a primeira oportunidade daquele candidato - o que não quer dizer que ele não seria capaz de atuar naquela vaga ou se desenvolver nela. Não são só as empresas, no entanto, que dificultam esses processos: conversar sobre carreira, planos de desenvolvimento, comportamento no trabalho e remuneração sempre foi um tabu entre as pessoas, como se o sucesso de um indivíduo dependesse da diminuição ou falta de informação de outro. Apesar de existirem sites que avaliam empresas e condições de trabalho, dificilmente vemos pessoas contando a realidade e as frustrações das condições atuais de serviço, ainda mais quando se está no começo. Foi por isso que trouxemos nesta edição uma matéria contando mais sobre o “clube do emprego”, mas nesse caso a primeira regra é falar(!) sobre o seu emprego e entender o que acontece dentro do mercado. Além desse debate, também falamos sobre o rumo do EAD nas graduações e a incessante busca pela inovação. Na nossa coluna financeira te ajudamos a organizar suas primeiras economias assim que conseguir o seu primeiro emprego, mas também te recomendamos passeios culturais para fazer na cidade de São Paulo, porque nem só de trabalho e surto vive o jovem. A mensagem principal que queremos passar nesse mês é de que não estamos em uma corrida contra o tempo e contra os nosso colegas, só vamos mais longe se formos juntos. Esperamos que essas leituras te inspirem a falar mais, pensar mais e sempre lembrar de acreditar em você, não importa o que os rótulos digam. A equipe TRAMPO deseja uma ótima leitura e agradece a sua preferência. E não se esqueçam: um trampo de cada vez. Abraços, EQUIPE TRAMPO.

MEET THE STAFF ELORA Dorme em horários alternativos e é fã de festas e party games. Adora fazer referências à jogos e filmes em seus trabalhos, mas muitas vezes ninguém entende. Gosta de trabalhar em equipe.

GABRIELLE Enorme afeição por cachorros, planejamento, pintar as unhas, jogar FPS, livros de comédia romântica e conhecer restaurantes. Além disso, é terrivelmente fã de Panic! at the Disco.

KAROLINE Sempre quer assistir um filminho e comer um doce, isso quando não está brincando com o seu cachorro George, um bulldog francês. Karol odeia processos seletivos e provas online.

MARCELLA É uma tiazona de 21 anos e vegetariana. Marcella gosta de desenhar, ouvir de Drake a Britney Spears, fazer carinho em doguinhos de rua e abraçar árvores em seu tempo livre.

NICOLE O momento ideal da Nicole é o pós-banho, embaixo das cobertas e dando play na Netflix. É apaixonada por plantinhas na mesma medida que odeia burocracias.

Lifestyle

Rolês culturais em São Paulo

Revista Trampo 2021

São Paulo oferece muitos mais lugares para se visitar além do MASP, quando o interesse é aproveitar a cultura texto Marcella Bastos

BIBLIOTECA MÁRIO DE ANDRADE A Biblioteca Mário de Andrade foi a primeira e a principal biblioteca pública da cidade, além de ser a segunda maior do país. Ela foi fundada em 1925, e se encontra bem no centro da cidade. Dentre seu acervo e ações, há obras raras, especiais, artes, coleções, livros para doação, mapoteca, hemeroteca, sala infantil, e reproduções de obras.

THEATRO MUNICIPAL O Theatro Municipal de São Paulo é um dos teatros mais importantes do Brasil. A sua história centenária vem do grande desejo da elite cafeeira paulista de transformar a cidade em um dos grandes centros culturais do mundo. Inaugurado em 1911, o Theatro Municipal já foi palco de grandes atores e músicos brasileiros, internacionais e realizou milhares de espetáculos. O prédio centenário além de abrir as portas em suas noites de atrações, também oferece gratuitamente durante o dia, um maravilhoso tour cultural pelas suas salas de muita elegância e arte.

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Lifestyle

EDIFÍCIO ALTINO ARANTES (BANESPÃO) O Edifício Altino Arantes, o famoso Banespão, foi construído a partir de 1939 e finalizado em 1947 pelo governador Ademar de Barros. O prédio serviu como o Banco do Estado de São Paulo, um grande símbolo da era progressista, que acabou atraindo milhares de imigrantes e migrantes para a cidade. A sua arquitetura foi inspirada no Empire State Building, em Nova York. São 161,22 metros de altura e 35 andares. É possível visitar o prédio, que além de ter uma vista impressionante no topo, tem também exposições e pista de skate.

SOLAR DA MARQUESA O Solar da Marquesa é um lugar único na cidade, um verdadeiro exemplar do que era a residência urbana paulista no século 18. A casa ganhou esse nome, por causa da sua antiga moradora, a Marquesa dos Santos, conhecida por ter realizado muitas festas no local. Hoje em dia, o Solar recebe várias exposições culturais, que ficam disponíveis para a visitação do público. Sede do Museu da cidade de São Paulo, a visita pode ser feita de terça a domingo, das 9 às 17 horas.

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Fotos Marcelo Mauad, Mauad art.

PINACOTECA A Pinacoteca do Estado é considerada um dos mais importantes museus de arte do Brasil. Se localiza no jardim da Luz, em um edifício que foi construído no ano de 1900 por Domiziano Rossi e Ramos de Azevedo. Um local onde acontecem diversas exposições, atividades, e ainda conta com um enorme acervo disponível. Visite e conheça grandes obras da pintura brasileira que fizeram parte do século XIX e XX.

A CASA DE VIDRO A Casa de Vidro foi construída em 1950, e já foi uma simples morada de um casal, Lina Bo e Pietro Maria Bardi por mais de 40 anos. Posteriormente, acabou se tornando bem reconhecida, e considerada um ícone da arquitetura moderna no Brasil. Hoje em dia, a Casa de Vidro se tornou um espaço de pesquisa e troca de idéias entre pesquisadores, profissionais e estudantes do país e exterior. O objetivo é promover e divulgar a arquitetura, design, urbanismo e a arte popular.

MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA (MAC) O Mac é uma instituição da Universidade de São Paulo (USP), que está diretamente ligada ao ensino, pesquisa e produção artística nacional e estrangeira. O museu está localizado em um complexo arquitetônico criado nos anos 1950 pelo Oscar Niemeyer, onde se encontra a mais importante coleção especializada na produção ocidental do século XX da América Latina. São cerca de 10 mil obras, que variam entre óleos, desenhos, gravuras, trabalhos conceituais, esculturas etc.

SALA SÃO PAULO A Sala São Paulo é uma adaptação na Estação Júlio Prestes, construída por Christiano Stockler das Neves em 1925, para servir como estação da Estrada de Ferro Sorocabana. Hoje em dia transformou-se na maravilhosa sala de concertos e sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e para demais artistas.

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Praticidade

Os limites do home office

Foto José Fernando

texto Nicole Liz

ossa atenção é um artigo bastante demandado em tempos de home office. Como se não bastassem as múltiplas tarefas específicas do trabalho a que temos que nos dedicar – dezenas de mensagens de WhatsApp, reuniões em sequência, inúmeros e-mails, relatórios, planilhas – ainda há aquelas específicas de casa – entregas de pedidos feitos pelo app, filhos que precisam de atenção… Manter o foco no trabalho estando dentro de casa parece quase um lance da sorte. Sem dúvida, há ganhos: a mera dispensa de uma viagem diária até o local de trabalho, evitando o trânsito caótico e as condições do transporte coletivo das cidades é algo de que poucos, se alguém, sentem saudades. A alimentação também pode melhorar muito, com refeições feitas em casa – ainda que isso também seja um desafio em si: evitar alimentos ultraprocessados ou comer fora dos horários requer disciplina. No balanço geral, o home office é algo positivo para a maioria. Um levantamento feito recentemente pela empresa de monitoramento de mercado e consumo Hibou mostrou que querem se manter em home office mesmo após a pandemia. Isso é possível no caso de atividades mais voltadas a áreas administrativas e de tecnologia da informação. Além do mais, profissionais como advogados e consultores, entre tantos outros, encontraram no home office o formato ideal para ganhos de produtividade. Mas, como em tudo, há um lado negativo. Com o trabalho em casa, perdemos o relacionamento próximo dentro do escritório – o contato informal que muitas vezes tínhamos, ao passar pela sala ou pela mesa de um colega. A conversa no cafezinho ou no bebedouro, a colaboração espontânea. E não só: almoços com os colegas, reuniões de trabalho fora do escritório, happy hour – também perdemos isso. Assim se formavam times: com essa construção de confiança e entrosamento, executar uma tarefa que exigisse trabalho em conjunto acontecia de forma muito mais fluida. Muitas vezes, é dentro de uma linha informal de comunicação que as coisas se resolvem. É ruim perder isso – ainda mais depois de tanto tempo isolados uns dos outros. Grande parte de minha vida profissional se construiu dessa forma, por meio de relacionamentos sólidos. Não é que, distantes, tenhamos nos tornado ilhas incomunicáveis: trabalhando de casa, temos os aplicativos de videoconferência, os de troca de mensagens e mesmo o bom e velho telefone. Mas a espontaneidade própria do partilhar o espaço físico

64%

dos brasileiros ouvidos querem se manter em home office

de trabalho se perde na comunicação por esses meios. E isso é uma perda efetiva. Nos escritórios, os horários de início e de fim de expediente também costumavam ser mais bem definidos – apesar dos aplicativos de troca de mensagens e mesmo o email tornarem essa linha um tanto turva. Em casa, no entanto, o trabalho foi ocupando todos os momentos disponíveis – e assim acabamos com um expediente que dura todas as horas em que estamos despertos. Essa trilha conduz a pessoa à síndrome de burnout – um esgotamento crônico que pode acarretar sentimentos de exaustão, distanciamento mental do trabalho, negativismo e queda de produtividade. Outro levantamento, da plataforma Capterra, ouviu 418 profissionais brasileiros de pequenas e médias empresas e verificou que sete em cada dez funcionários tiveram algum sintoma de burnout desde que entraram em home office, com a pandemia. A pandemia inclusive fez surgir um novo de esgotamento: a chamada “fadiga pandêmica”, que, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), decorre da excessiva vigilância contra o vírus – com reflexos nos sistemas hormonal e endócrino, o que eleva o risco de transtornos como ansiedade e depressão –, além do temor quanto à situação econômica. Trabalhar em casa depende de se fazer um ajuste fino em suas rotinas e tarefas. O segredo está em saber que um dia de expediente tem horários de início e fim, e eles não podem coincidir com todo o tempo desperto do seu dia. Em casa, é preciso também dedicar algum tempo à família, a algum lazer, alguma atividade física e a horas suficientes de sono. E cuidado com o burnout.

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Praticidade

Otimização de tempo no trampo

Os dias passam rapidamente e, por isso, a otimização de tempo é interessante, pois além de concluir as obrigações usuais ainda conseguimos dedicar um pouco do nosso tempo para a preparação do futuro que almejamos. Assim, temos a possibilidade de investir na vida profissional ou pessoal, dependendo das necessidades. Quer saber como otimizar o tempo no trabalho? Confira as dicas que separamos para você!

Foto Michele Almeida, Fix Studio

texto Nicole Liz

ealizar várias tarefas ao longo de um dia de trabalho pode ser extremamente cansativo, e às vezes desejamos que o dia tenha mais de 24 horas para dar conta de todas as tarefas. Portanto, é preciso fazer uma análise da gestão de tempo. Com um bom planejamento, você otimiza o tempo, e todas as atividades podem ser realizadas sem que haja necessidade de ultrapassar a sua carga horária diária.

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Priorize suas demandas

O primeiro passo a ser dado por você para otimizar o seu tempo é priorizar e categorizar as demandas urgentes. Verifique quais são as atividades que precisam ser desempenhadas mais rapidamente. A dica é realizar primeiro as tarefas mais complexas. Os afazeres mais simples e os que têm menor importância podem ser realizados ao longo do dia. Caso não dê tempo de fazer essas tarefas, não vai ser preciso fazer horas extras, pois elas poderão ser feitas no dia seguinte. Em meio a tantas demandas do âmbito profissional, você também precisa pensar no que vai fazer após o expediente. Pode ser um curso, uma atividade de lazer ou então dar atenção para a sua família. Essa atitude ajuda a manter o bem-estar e a saúde, permitindo que você retorne às atividades do trabalho nos horários corretos. Lembre-se: é importante cuidar da saúde mental, tanto quanto da física.

Trabalhos que surgem ao longo do dia

Deixe um tempo reservado para as tarefas prioritárias que surgem ao longo do dia. Essas atividades aparecem de repente e não são previsíveis, de modo que a sua atenção imediata deve ser voltada para elas. Entre esses afazeres que se tornam prioridades podemos citar: • atendimento a reclamações de clientes; • tomada de decisão referente a situações que representem certo risco.

Defina metas diárias

Definir as metas diárias é um passo importante e que requer muito cuidado. Não se esqueça de anotar os deveres que precisam ser realizados durante as suas rotinas de trabalho. Veja abaixo alguns itens que devem ser registrados: anote os compromissos mais importantes, como reuniões; registre dados relativos a assuntos que precisam ser tratados com sua equipe de trabalho. Todas as anotações devem ficar em um lugar de fácil acesso; deixe-as em sua agenda, em notas no seu computador ou em aplicativos que permitam criar listas de compromissos e que enviem lembretes. Dessa forma você pode visualizá-las a qualquer momento e nenhum detalhe vai ficar despercebido.

Tire períodos para dar uma pausa

No momento em que todas as tarefas planejadas para o dia tiverem sido realizadas, se presenteie com um tempo para respirar fundo e relaxar. As atividades que podem ser realizadas nesse tempo de pausa, após estar com a sensação de dever cumprido, são simples. Entre elas estão: fazer alongamentos, exercícios, entre outras atividade físicas; assistir séries e filmes; marcar um jantar com os seus amigos, nem que seja online! Por mais simples que possa parecer, não é tão fácil tirar um tempo para descansar, ainda mais quando você está na gerência de uma empresa. Não deixe de comemorar cada momento que tiver ao lado de pessoas importantes, afinal de contas a sua jornada de trabalho para esse dia já chegou ao fim.

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Praticidade

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Delegar as tarefas é uma maneira muito eficiente de realizar todos os trabalhos que são solicitados a você e à sua equipe. Não acumule as atividades para si, pois muitas vezes acreditamos que ninguém pode ser tão bom quanto nós e acabamos ficando sobrecarregados. Selecione as pessoas com aptidão para realizarem cada uma das tarefas. Cada integrante de seu time tem facilidade em trabalhar com algumas demandas, então conte com eles para manter tudo em dia. Lembre-se: é importante cuidar da saúde mental, ainda mais nesse período de quarentena.

Tenha humildade Avalie as tarefas e defina quais serviços vai conseguir fazer no decorrer de cada dia. Selecione poucos afazeres, pois desse modo você pode realizar cada um deles da melhor maneira possível. Isso com certeza vai aumentar a sua satisfação consigo.

Não postergue atividades Cada uma das atividades tem o seu prazo para ser entregue, por isso não postergue nenhuma delas. Quanto mais tarefas saírem da sua pauta, melhor para você e para a sua equipe. Esse procedimento é simples, e acredite, serve também para manter os seus cronogramas em dia.

Enfim, tome algumas atitudes que ajudem a cumprir o seu objetivo de realizar a otimização de tempo em seu local de trabalho. Saber administrar bem o tempo é o maior segredo das pessoas de sucesso. Então, analise cada detalhe dos trabalhos designados a você e à sua equipe, pois dessa maneira você saberá quais são as melhores estratégias para estar otimizando o tempo no trabalho. Coloque em prática as condutas descritas acima!

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Foto Carlos Augusto, Fix Studio

Delegue tarefas

Matéria de capa

O clube do emprego A primeira regra do clube do emprego é: fale sobre seu emprego!

deus, constrangimento! Falar sobre quanto você ganha p o de ajudar a negociar aumentos e melhores cargos no mercado de trabalho. Até parece fofoca, mas saber o salário dos colegas é uma arma poderosa para não só conseguir aumentos, mas também como um termômetro do seu status na empresa e de informação para sua carreira. Por vezes no Brasil esse assunto ainda é tratado como tabu, mas em alguns países da Europa esse papo é tão natural que colegas de trabalho falam sobre o que está escrito no contracheque sem medo.

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PESQUISA DE MERCADO? Depois dos smartphones e das redes sociais para qualquer gosto, estamos acostumadas a compartilhar todos os tipos de informação, desde as fotos daquela viagem incrível até onde pretendemos passar a tarde de domingo. Nesse universo cada vez menos reservado, revelar (e comparar) salários está virando assunto até de mesa de bar. Tire proveito desse novo fenômeno. Antes de sair com seu bloco e caneta na mão atrás dessas informações, é preciso que você tenha em mente: por que eu quero saber? O que vou fazer com isso? É importante investigar os salários especialmente de cargos próximos a você, buscando principalmente saber se existe alguma disparidade entre eles: sim, ainda existem

empresas que discriminam e permitem diferença salarial e disparidades por gênero e raça, por exemplo, e pagam salários diferentes a colaboradores de mesmo cargo, em pleno século 21. Agora, se você está insatisfeito e acredita que esse pode ser o incentivo de que precisa para brigar por uma remuneração mais justa ou ir atrás de uma recolocação ou nova posição (e melhor, é claro) no mercado, siga em frente e pergunte ao seu redor para colegas. “Saber quanto os colegas ganham faz com que as pessoas percebam seu valor e quais oportunidades estão abertas para elas”, diz Silvio Celestino, sócio-fundador da Alliance Coaching e autor do livro Conversa de Elevador – Uma Fórmula de Sucesso para Sua Carreira(Sedna).

Fotos Elora Garcia

texto Gabrielle Catalan

CONVERSA FRANCA Ok, você decidiu que quer saber a verdade, nada mais que a verdade. Sua primeira opção é vasculhar a internet. “Existem sites de emprego com vagas em aberto onde o salário é revelado”, diz Maria Candida Baumer de Azevedo, sócia da People and Results, consultoria especializada em carreira. Você também pode buscar informações no sindicato de cada profissão. É comum ter ali, pelo menos, o piso salarial. Outra saída: checar se o RH da empresa tem esse dado. Nos Estados Unidos, tem empresa que publica até o salário do presidente na intranet. Claro que é exceção. Muitas corporações ainda preferem que essa informação seja sigilosa. Para elas, é uma carta na manga para manter as vantagens na hora da negociação salarial. Só que ninguém consegue controlar os papos dos corredores. Falar de salário é arriscado. Se está decidida a buscar essa informação de forma, digamos, extraoficial, vai precisar revelar quanto ganha. Sim, essa é uma conversa de mão dupla e que deve ser feita com pessoas com cargo semelhante ao seu.Mesmo que o grau de intimidade

com o colega escolhido seja alto, não pergunte de cara quanto a pessoa ganha. Diga que está fazendo uma pesquisa de mercado para melhorar a sua carreira e gostaria de saber quanto está sendo pago a profissionais como vocês. Assim, evita desconforto e fica mais fácil abrir o jogo. Faça a abordagem em um lugar apropriado. A máquina de café ou o banheiro da firma não valem. Nem solte o verbo no meio da happy hour: pode parecer que está querendo se exibir e gerar fofocas. O certo é escolher um ambiente neutro (que tal um almoço em um restaurante bacana?). O bate-papo não precisa girar em torno de valores exatos. Aposte na discussão de faixa salarial e use frases como “Ganhamos em média tanto…”, “No mercado, paga-se em torno disso…” Assim como comparamos os preços entre nossas lojas de sapatos preferidas, é bom sempre saber o valor da sua profissão. E a gente nem precisa dizer que, se o colega confidenciou a informação, você tem que ser fiel a ele e manter o segredo. É importante estar preparada e não se deixar abalar se, por acaso, descobrir que não recebe o mesmo que seus colegas. Um estudo feito em con-

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Matéria de capa

junto por pesquisadores das Universidades da Califórnia, Berkeley e Princeton, publicado pelo jornal Washington Street Post nos EUA, avaliou mais de 6 mil funcionários da Universidade da Califórnia depois de divulgar quanto os colegas ganhavam. Os que recebiam menos que a média ficaram insatisfeitos e mais propensos a procurar um novos posicionamentos. Ficar descontente se receber uma informação negativa é normal, mas segure o impulso de chutar o balde baseada em conclusões precipitadas. Falar sobre dinheiro deve ser cada vez mais exercitado, seja no ambiente familiar ou de trabalho. Porém, considerando importante o bom senso de como abordar esse tema. É preciso ter cuidado e sempre lembrar dos sentimentos existenciais humanos que poderão ser despertados dependendo do modo que dissermos ou mesmo com o que falarmos e para quem. Encontrar o equilíbrio entre o que falo, para quem digo e quando o faço, pode servir de grande valia para nosso clima organizacional e familiar. A autopreservação inclui estarmos atentos ao meio e ao que há em nossa volta. Falemos sim sobre insatisfações salariais, conversemos sim com nossos colegas sobre o que sentem e como sentimos quanto ao reconhecimento da empresa sobre nossos afazeres, e até devemos sim observar o melhor momento para abordar a chefia e dividir sensações e possíveis revisões de valores. Mas, sem-

pre com muito tato, jogo de cintura e ponderação, no momento e com a pessoa certa. Pense que o ideal seria podermos falar abertamente sobre dinheiro, valores, salários, para então termos a oportunidade de reavaliar nosso desempenho e aquilo que recebemos. Saber o quanto o colega com o mesmo cargo ganha e se deparar com o fato de talvez ele receber mais do que você poderia ser um bom incentivo para manter-se mais empenhado e dedicado ao trabalho ou questionar. Quanto à relação de empregador e empregado, ela seria mais clara, objetiva e profissional. Porém, não podemos esquecer das peculiaridades humanas, diante de tanta transparência, invariavelmente teríamos insatisfações, discussões em função do contato franco das diferenças, despertando sentimentos comuns do humano, como inveja e competitividade, por exemplo. Por isso, é muito importante ponderar e considerar sempre com quem está conversando, em que momento e para qual fim. Isso evita descontrole da situação. CONVERSA FRANCA Em primeiro lugar, é bom lembrar que salário ainda é visto como sinônimo de sucesso, então seu colega pode passar um valor que gostaria que fosse o real, mas não necessariamente é. Sim, talvez ele minta! Em segundo lugar, você precisa analisar com quem está se comparando. Às vezes sua colega ganha mais por ter uma formação acadêmica melhor, ser especialista em alguma área ou ter mais experiência no assunto. O velho “Eu trabalho muito mais que ela” não significa que você mereça um salário maior.

Fotos Robert Bye

Saber quanto os colegas ganham faz com que as pessoas percebam seu valor e quais oportunidades estão abertas”

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dias de férias a cada ano trabalhado

horas diárias trabalhadas, no máximo Depois de fazer sua investigação, se descobriu que seu salário não é tão bom assim, você pode tomar duas atitudes diferentes: ir falar com seu chefe para tentar um aumento ou procurar outra posição.A conversa deve ser bem planejada. Comece falando que percebeu que seu salário está um pouco defasado. Use a informação salarial dos colegas a seu favor, mas nunca cite nomes. Diga frases como “Conversei com algumas pessoas do mercado” ou “Em um papo com alguns colegas percebi…” Depois disso, pergunte o que pode fazer para melhorar e merecer um aumento. “Ouça as recomendações do chefe e crie com ele um plano de desenvolvimento”, diz a consultora Marisa Silva, de São Paulo. Não exija nada. Questione e o faça pensar. Se o papo não rendeu a mudança que esperava, hora de partir para entrevistas. Com certeza existe lá fora uma empresa que reconheça seu valor.

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Mercado de trabalho

Primum Curriculum Como fazer um bom primeiro currículo sem ter experiência?

Foto Steven Lelham

texto Gabrielle Catalan

rimeiro emprego versus experiência “Cada profissional tem seu ponto forte e é isso que deve ser destacado”, ressalta Flávia Mentone, especialista em recolocação e sócia da Reponto - Estratégia em Seleção. Os jovens que estão em busca do primeiro emprego podem destacar sua formação acadêmica, conhecimento em idiomas ou informática e atividades voluntárias. Segundo ela, é preciso exercitar o autoconhecimento para descobrir suas habilidades: “Uma dona de casa, por exemplo, pode não ter trabalhado em uma empresa, mas tem que ser organizada para fazer um planejamento doméstico ou para mexer com fluxo de caixa.” Por exemplo, se você estuda Letras, um curso extracurricular em Linguagem de Sinais (LIBRAS) ou Criatividade na Escrita contam como importantes diferenciais que complementam a sua formação acadêmica. O mesmo vale para palestras e workshops relacionados à vaga desejada. Esse é um momento de mostrar que, mesmo que lhe falte experiência profissional, você está sempre em busca de aprendizados, é proativo, determinado a trabalhar e tem um foco de carreira definido, isso enriquecerá bastante o seu primeiro currículo e vai diferenciá-lo dos concorrentes. QUALQUER CAMINHO SERVE? Colocar o cargo pretendido ou objetivo é indicado quando os profissionais enviam o currículo diretamente para a empresa ou uma vaga específica. Os interessados devem mostrar interesse pela posição e que têm os requisitos necessários para preenchê-la. Já quando o trabalhador faz o cadastro em um site ou centro de empregos, ele pode elencar algumas funções em que já tenha atuado ou que tenham relação com sua formação. Informar que está à disposição da empresa não é bem visto pelos recrutadores, alerta Flávia. “Isso vai passar a impressão de que o profissional quer qualquer coisa. Ele pode aceitar novos desafios, mas isso não quer dizer qualquer posição.” A especialista ressalta que o objetivo deve variar de acordo com a vaga pretendida. “Geralmente o ideal é colocar o cargo para o qual a pessoa está se candidatando”, diz Flávia. Outra opção é não colocar o objetivo e destacar suas habilidades para a posição na carta de apresentação. Em relação aos estagiários, o recomendado é colocar a área de interesse de atuação, já que eles passarão por diversas áreas na empresa. Como o candidato não tem experiência, é comum não saber o objetivo. Por isso, a especialista em recolocação indica que o candidato a estágio coloque da seguinte forma: Área de interesse: estágio em administração de empresas; estágio em engenharia etc. O ideal é que você tenha clareza e direcione o objetivo à vaga. Por exemplo: “Desejo atuar na área de vendas, aprimorando as minhas habilidades comerciais e ganhando experiência em lidar com o público.” Caso a pessoa não tenha clareza do objetivo, é melhor não colocar nada, por isso tome seu tempo decidindo bem quais são suas intenções.

E O VISUAL? Erros de português são inaceitáveis no currículo. Quem tem um currículo ou o perfil no LinkedIn em inglês deve tomar o mesmo cuidado. O ideal é que o documento tenha, no máximo, duas folhas. O candidato pode imprimir o currículo em frente e verso ou em duas folhas. “Hoje é muito comum o candidato enviar o currículo pelo WhatsApp. Então, recomendo que o currículo seja em PDF porque a leitura fica mais nítida para o recrutador. Currículos em foto muitas vezes ficam ilegíveis”, alerta Flávia. Outro ponto que merece ser destacado é o e-mail. Endereços eletrônicos com apelidos e nomes no diminutivo não devem ser colocados no currículo. O e-mail para contato profissional precisa ter somente o nome do trabalhador. “É preciso ter uma postura profissional. O candidato deve ser visto pelas suas competências”, reforça Flávia. A especialista em recolocação profissional lembra que os currículos podem ser feitos no Canva, que possui diversos templates prontos. As áreas de comunicação, publicidade, design e tecnologia e as startups valorizam currículos mais ‘moderninhos’, com diagramações diferentes e coloridas. Em outras àreas mais conservadoras, não é o ideal enfeitar demais.Nesse modelo de currículo, é possível colocar habilidades que são pertinentes à função. E nesse caso, colocar “software” no lugar de informática fica mais adequado. “Através desse modelo de currículo, o candidato pode mostrar um pouco da sua criatividade.”

30%

dos recrutadores afirmam que eliminam currículo em até 10 segundos, diz pesquisa

ORDEM DOS FATORES No caso da ordem de informações do currículo, o importante é destacar o que a pessoa tem de melhor no documento. “Se for uma boa experiência, comece pela experiência. Se for uma boa formação, mas não tem tanta experiência, coloque a formação em primeiro lugar”, explica Flávia. Os cursos podem estar em ordem cronológica, sempre com o mais recente vindo primeiro e os mais antigos aparecendo depois, mas devem ser destacados os que serão aproveitados na vaga. Você não necessariamente precisa colocar absolutamente tudo que já fex em sua vida. Se a pessoa fez um curso de culinária pode até colocar no currículo se for para uma empresa de alimentos, por exemplo, mas não deve estar em destaque se estiver concorrendo para uma vaga de analista de recursos humanos. Por fim, na questão dos idiomas, se a pessoa domina um ou mais idiomas em nível avançado ou fluente, deve ser destacado porque é um diferencial – neste caso, pode ser colocado no resumo de qualificações. Entretanto, se a pessoa tem conhecimento intermediário ou técnico, pode colocar o tópico específico Idiomas e mencionar essa competência” diz a especialista em recrutamento consultada para a matéria.

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Mercado de trabalho

O que é pitch? A importância de saber vender seu peixe em uma entrevista de emprego

ocê está na sala de espera daquela empresa que sempre sonhou em trabalhar. A recepcionista pede para que um homem espere alguns minutos. Pela conversa, você entende que é o diretor de recursos humanos. Ele se senta do seu lado e, para sua surpresa, puxa assunto com você. E agora? É a sua chance de usar o famoso “pitch pessoal” e convencê-lo a te contratar em alguns minutos. Você está preparado, ou vai falar sobre o tempo lá fora? Ter um pitch pessoal preparado é importante, especialmente para quem está participando de um processo seletivo, no qual certamente terá a oportunidade de “vender seu peixe”. O momento de apresentação pessoal é uma grande oportunidade para você deixar a sua marca positiva e se diferenciar. Mas como contar sobre você e sobre as suas principais vivências e motivações de forma clara, objetiva e autêntica? Para quem não sabe, pitch é uma técnica de apresentação direta e curta, muito usada por start-ups para vender ideias e fazer captação de parceiros e investidores. No mundo dos processos seletivos, a ideia de fazer um pitch pessoal é se apresentar de forma objetiva, autêntica e criativa para prender a atenção de avaliadores e recrutadores e convencer de que você é a melhor escolha para aquela vaga!

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COMO FAZER UM PITCH? Existem diversos tipos de pitch e, além disso, alguns processos seletivos pedem que você compartilhe algumas informações específicas ao se apresentar. Mas, de uma forma geral, se você seguir alguns passos essenciais, com certeza vai conseguir construir o seu próprio pitch de sucesso. O primeiro deles é: faça diferentes versões, com durações diferentes Em uma entrevista de trabalho, o ideal é responder à pergunta “por que deveríamos contratá-lo” em cerca de três minutos, não tão demorado e nem rápido demais. Outras situações, como o encontro com o diretor de recursos humanos da introdução deste artigo, demandam pitches pessoais mais curtos e naturais. Você já ouviu falar de elevator pitch? É quando vendemos nosso peixe com um pitch pessoal rápido o suficiente para ser usado em um elevador. Afinal, nunca sabemos onde encontraremos alguém que gostaríamos de impressionar. Faça versões diferentes e também com durações variadas. É importante lembrar-se que, apesar de tudo, é necessário ser capaz de improvisar e adaptar-se a situações específicas. Comece prendendo a atenção de quem ouve O começo do pitch pessoal é a parte mais importante. Se você não prender a atenção dos recrutadores no início, dificilmente conseguirá fazê-lo na metade do pitch pessoal. Se você ainda não tiver se apresentado, não tem jeito, vai ter que começar seu pitch pessoal di-

Fotos Zheng Tao Tang

texto Gabrielle Catalan

zendo seu nome e se apresentando. Caso você já tenha se apresentado, pode começar de maneira mais interessante, visando prender a atenção dos recrutadores logo de cara. USE PALAVRAS CHAVE BASEADAS NA VAGA Ao olhar uma vaga de emprego, você poderá identificar “buzzwords” ou, como conhecemos, as palavras-chave daquela vaga. São palavras que indicam o que os recrutadores buscam, e são identificáveis principalmente nos requerimentos e nas responsabilidades do cargo. Alguns exemplos de palavras-chave podem ser o nome de um software necessário para o cargo, algum tipo de experiência profissional específica, um idioma, ou muitas outras coisas. Ao usar essas palavras-chave no seu pitch pessoal, você captará a atenção dos recrutadores, que estavam buscando exatamente aquilo, e usaram aquelas palavras na descrição da vaga. Além disso, se você chegou até a etapa final de um processo seletivo, além dos pré-requisitos e as competências necessárias para a posição, você também conhece e se identifica com a cultura, valores e segmento de atuação da empresa contratante, certo? Então reserve um tempo do seu pitch para mostrar que você estudou sobre a empresa e contar o que você pode fazer, (seus diferenciais) para ajudar na construção do futuro da companhia ou da área que você quer atuar. Se o seu pitch pessoal incluir experiências e responsabilidades passadas, inclua-os como conquistas. Para fazê-lo da melhor maneira possível, pense em coisas que conquistou em trabalhos ou estudos passados, e apresente-os da seguinte maneira: Comece com um verbo em primeira pessoa, utilize um número ou outro tipo de indicador de sucesso e foque naquilo que faria seria útil para a vaga desejada. Por exemplo: “Aumentei o índice de satisfação dos clientes da loja em 8%.”. “Treinei mais de 15 novos empregados.” ou “Coordenei um time de 18 pessoas com 0 atrasos em entregas”. Durante o pitch pessoal, destaque seus pontos fortes ao mencionar uma ou mais qualidades, dependendo da duração do seu pitch para decidir a quantidade do que vai ser falado. Em um pitch pessoal curto, não faz sentido mencionar seus pontos fracos e também não é a situação mais adequada, visto que nesse momento você quer convencer positivamente o recrutador ou possível futuro chefe. A melhor estratégia é omiti-los do pitch pessoal, porém preparar-se para responder quando isso for perguntado durante o encontro. QUEM É VOCÊ? É, não tem jeito, para saber falar sobre você de forma autêntica e relevante, o primeiro passo é mesmo se conhecer. Aqui

é o momento para dizer não só o seu nome, idade, curso e faculdade, mas também as suas motivações, diferenciais, curiosidades, aquilo que não necessariamente está no seu currículo, mas diz muito sobre sua essência e a forma como você leva a vida! Mas atenção, nada de compartilhar coisas muito pessoais ou fora de contexto. Como cheguei até aqui? Não, não queremos saber se você veio de carro, moto, patinete. Queremos saber quais foram as suas principais vivências. Aquelas experiências pessoais, acadêmicas e profissionais (se tiver) que te desenvolveram de alguma forma e te ajudaram a se tornar quem você é. Aqui vale falar de trabalhos voluntários, atuação em EJs, intercâmbio, iniciação científica e até a importância que a prática de algum esporte tem na sua vida. O importante é selecionar as mais relevantes (e coerentes a um processo seletivo), contar o contexto, o seu papel/ação e os resultados obtidos. Para Rafael Bacalhau, grande parte da dificuldade de montar o pitch vem do fato de que ele requer certa dose de autoconhecimento – sobre sua personalidade e suas ações. Por isso, foque em entender mais sobre si mesmo. Algumas sugestões de como começar seu pitch pessoal de maneira interessante para você começar:

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Comece com o que você considera seu ponto forte Mostre como você pode contribuir com a instituição Sinalize que seus valores são compatíveis com os da empresa Comente sobre um acontecimento atual relativo à empresa Fale sobre uma conquista profissional da qual você se orgulha Revista Trampo 2021

A partir do que eu fiz, demonstrei quais foram os resultados concretos que as minhas ações trouxeram. Isso deixou o pitch robusto”

Revista Trampo 2021

PERSONALIZADO > GENÉRICO Crie um pitch pessoal baseado apenas em você, mas antes de visitar uma companhia para uma entrevista de trabalho, faça um pitch pessoal personalizado para a empresa. O mais importante é mostrar que você pode contribuir para a empresa. Conheça seu público-alvo, saiba o que eles buscam, sua história e desafios recentes. Use o nome da empresa no pitch pessoal se for possível fazê-lo naturalmente. O ideal também é conhecer um pouco dos produtos, dos valores e saber se a empresa é compatível com você e com o que você quer para o seu futuro e para a sua carreira. Na hora de apresentar, a espontaneidade também pode ser um fator importante para impressionar recrutadores e avaliadores. Quando um possível colega de trabalho enxerga em você a autenticidade e a naturalidade da sua personalidade, e não um ensaio forçado, suas chances de conseguir a empatia daquela pessoa aumentam. Ninguém quer trabalhar com robôs que decoram textos. A recomendação é que você não deixe o sentimento de medo te paralisar. Siga com o pitch mesmo bastante nervoso, afinal, é com a prática que vem a perfeição. E, lembre-se: todo mundo está no mesmo barco. Os demais candidatos que já se apresentaram ou se apresentarão também sofrem com o nervosismo natural da situação. Inclusive, quem avalia também sabe do nervosismo. Eles, no lugar dos candidatos, estariam nervosos também e talvez isso possa te tranquilizar ao longo da entrevista ou da apresentação. Só tente deixar muito claro os pontos principais que você quer vender a seu próprio respeito. Em vez de encerrar seu pitch com um simples agradecimento, que tal fazer uma pergunta ou afirmação que reforce a conexão que você começou a fazer no passo anterior? Algo que expresse um desejo genuinamente seu, com autenticidade e que ao mesmo tempo encontre o seu público, despertando um interesse em te conhecer ainda mais. Muitas vezes, pode ser que você sinta que vai eternamente receber recusas de processos seletivos extensos, mas a oportunidade de participar de entrevistas, conversar com pessoas especializadas em recursos humanos e aprender a falar cada vez melhor sobre você mesmo, por exemplo, já são avanços valiosos que você obtém cada vez que faz um novo processo. Por isso, não desista daquela empresa que você sonha em trabalhar - pense que você pode estar se preparando para chegar lá com a sua melhor versão. Quando seu tempo de apresentação acabar, será aberto um espaço para perguntas. Nesse momento, esteja pronto para qualquer possibilidade. Quando estiver montando seu pitch pessoal, procure se colocar no lugar do ouvinte e faça uma lista dos questionamentos que podem surgir.

Fotos Kiril Dobrev

Mercado de trabalho

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Perfil

CEO aos 25 anos, Carolina Ultimura conta a sua trajetoria na empresa Eureca, onde assumiu o cargo de presidente em apenas um ano de serviço texto Karoline Souza

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o mais alto posto da Eureca (empresa de seleção para vagas de estágios e trainee) não tem nenhuma heroína dos negócios. “Eu me acho bem normal, na verdade”, diz Carolina Utimura, que parece esquecer o fato de que aos 25 anos assumiu o cargo de presidente da companhia. Para justificar a carreira meteórica, ela fala dos privilégios que teve ao longo da vida e da dedicação a cada posto que assumiu desde a universidade, quando trabalhou como voluntária. A trajetória meteórica começou na Brasil Júnior (Confederação Brasileira de Empresas Juniores), onde foi presidente executiva. Depois de entrar na Eureca, em seis meses já era gerente comercial, em outros seis assumiu a liderança de o perações e, em seguida, foi convidada para torna-se CEO da empresaA jornada acelerada, no entanto, não veio sem dor. “Eu falo sem glamour nenhum, com zero apologia, que eu já tive burnout, aquela sensação de exaustão, um momento em que a minha maturidade não conseguiu sustentar o nível de pressão que eu estava me colocando”, conta. A inspiração para a carreira executiva veio primeiro da tia, que tinha um alto cargo em uma empresa de pesquisa, e ela via chegar em casa usando roupas sociais. “Não tinha ideia do que ela fazia, mas achava o máximo”, diz. Quando ela mesma entrou para o mundo dos negócios, porém, não se reconhecia nas mesas de eventos corporativos: “Eu era a única mulher, a única jovem” A saída, então, foi encontrar seu próprio jeito de liderar: sem romantismo, pedindo ajuda e reconhecendo que não tem todas as respostas. “Quando eu aceito a minha humanidade, também permito que as pessoas do meu time sejam elas mesmas”, afirma. Na entrevista a seguir, Carolina Utimura fala como enfrenta a síndrome de impostora, os desafios da carreira e como vê o mercado de trabalho para os jovens no Brasil.

Fotos Tiago Santos, Douglas Studio/Pexels

O segredo é não desistir

de pesquisa e ela foi a minha referência. Eu vivia na casa O QUE VOCÊ FEZ PARA VIRAR CEO AOS 25 ANOS? dela e sempre a via chegando com aquelas roupas sociais. QUAL É O SEU SEGREDO? Não tinha ideia do que ela fazia, mas achava o máximo. Ela Olha, eu não tenho cinco passos, não tenho uma receita foi um modelo, uma referência muito especial para mim, de mágica. Eu venho de um contexto bastante privilegiado, ser uma mulher que tem uma família e todas as obrigações de uma família que nunca teve excessos, mas que não dessa jornada tripla que as mulheres fazem, e ao mesmo deixou faltar nada. Meus pais sempre me deram uma tempo ser uma liderança muito forte dentro da organização educação muito pautada nos valores, no trabalho e na escola. Eu também tive a oportunidade de fazer uma Mas um único modelo não é suficiente para que a gente se universidade pública, o que não é a realidade de todo sinta segura e aceita nesses lugares. Quando estava na mundo, estudei na Unesp [Universidade Estadual PaulisBrasil Júnior, a maioria das lideranças eram homens, pessota] em Bauru, e pude trabalhar voluntariamente Eu passei as que não se pareciam fisicamente comigo. Busquei uma quase quatro anos no movimento Empresa Júnior, que forma minha, autêntica e até muito feminina de exercer esse hoje tem mais de 29 mil universitários associados no papel. Isso me fez sentir uma responsabilidade não só por Brasil. Fui liderança da minha empresa júnior, mim, mas também pelas outras meninas que dentro da Unesp e depois do Brasil. Em 2016, poderiam estar ali. Foi quando eu percebi que do eu entrei para a Confederação das Empresas meu jeito as coisas também funcionavam, mas em Juniores do Brasil e, no ano seguinte, assumi a outra perspectiva. Então foi esse estalar: eu caibo vice-presidência de comunicação e aqui, eu tenho espaço, a forma com Ainda existe uma amarra a presidência executiva. Esses foram que eu faço também é relevante, desafios muito fortes para mim. Tive muito forte das empresas no entrega resultados e não preciso que trancar a faculdade para morar perfil da prontidão, quase que deixar de ser eu na sede que a Brasil Júnior tem em aquele estagiário sênior, que São Paulo, então vivi intensamente, tem experiência de intercam- ATÉ AGORA, QUAL FOI O SEU acordava e dormia naquilo, e foi MAIOR DESAFIO NA CARREIRA? bio, de outras multinacionais, Eu acho que tenho grandes desafios muito especial para eu conseguir inglês fluente, espanhol e expandir a minha visão, entender a todos os semestres. Eles não param. minha contribuição como juventude, tudo mais. Isso não represen- Mas o meu último grande desafio foi como mulher e me aproximei desse ta hoje a juventude brasileira” o processo de sucessão para assumir potencial que o jovem tem. Dentro o cargo de CEO, que durou quase seis da Eureca foi tudo muito rápido e sem muito planejamenmeses de avaliação, conversas abertas e feedback. Eu sinto to. Entrei na área de vendas, com seis meses eu liderei o que, por mais que a gente tome decisões difíceis todos os comercial, seis meses depois fui liderar operações, fiz uma dias, foi muito importante conseguir fortalecer a minha intransição horizontal que para mim foi superimportante tegridade, meus valores, quem eu sou, quais são os meus para conhecer a organização, para explorar outras compontos fracos, ser humilde de admitir isso. Esse processo foi petências que eu não colocava tanto para jogo, e o prouma virada de chave muito importante até para a minha cesso de sucessão para CEO foi orientado para saber o segurança, minha autoconfiança, silenciar de certa forma que o negócio precisava e como as minhas competências essa vozinha da impostora, que vive nos perseguindo. Então e a minha visão de mundo conseguiam combinar com fazer esse processo de autorreflexão foi entender por que tudo isso. Essa sempre foi a minha orientação: muito mais eu estava sendo cogitada e aceitar esse lugar de reconhecia trajetória do que necessariamente o nome do cargo, a mento, que eu tenho bastante dificuldade. Foram vários atribuição estratégica e glamourosa que aquilo tem. pontos de dor para eu assumir a minha potência, e como mulher isso é muito importante. VOCÊ SEMPRE TEVE O SONHO DE SE TORNAR UMA COMO VOCÊ FAZ PARA LIDAR COM A SÍNDROME DA EXECUTIVA? QUANDO VOCÊ DESCOBRIU QUE ERA IMPOSTORA? ISSO QUE QUERIA? Essa é uma batalha vivida todos os dias, ainda não superei Eu tenho uma tia que é executiva de uma grande empresa

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Fotos Tiago Santos, Douglas Studio/Pexels

Perfil

e acho que cada vez mais os desafios aumentam. Por isso, penso que é preciso ter um trabalho intenso e diário de autoaceitação, de olhar para as nossas competências, para a nossa história, para os resultados que a gente entregou, fazer isso com admiração. Muitas vezes a gente acaba de entregar um trabalho incrível, um resultado incrível, mas nem celebra, já está no “bora para a próxima”. Quando eu fui nomeada como CEO, fiz um processo de olhar para a minha trajetória e entender quais foram os principais pontos que me fizeram chegar até aqui. Foi um ritual, eu comigo mesma. Essa questão de a gente olhar para a nossa trajetória com carinho, de comemorar as pequenas vitórias, é superimportante. Compreender também que a gente não está aqui para ser aceita pelos outros, para ganhar validação. E também tem as redes de apoio. Eu sei que não estou sozinha nesse desafio, que tenho meu time dentro da Eureca, tenho sócios da holding que detém a Eureca, amigos e mentores que realmente fazem com que esse caminho seja mais fluido. Hoje eu não tenho mais receio de pedir ajuda, de mandar um áudio, de pedir uma reunião no final de tarde para trazer os pontos e receber esse aconselhamento. Isso tem sido crucial para que eu não queira tomar as decisões correndo, resolver na hora. QUAIS SÃO SEUS PLANOS DE CARREIRA? AONDE VOCÊ QUER CHEGAR? Eu não tenho necessariamente um olhar de uma escada, de todos os passos que eu preciso ter. Tenho um farol, um norte, que é o meu propósito. Eu quero deixar, como legado da minha vida, uma contribuição para ampliar de alguma forma a inclusão produtiva dos brasileiros. Eu sei que a minha missão está no Brasil, que está em conseguir fazer com que as pessoas encontrem dignidade através da mobilidade social. As formas de fazer isso são imensas, enormes e diferentes. Eu quero continuar vibrando dentro disso. Na Eureka, eu quero fazer um trabalho forte com o jovem mais vulnerável que está na periferia, que não aparece nos relatórios de comportamento. Quero criar o sonho brasileiro, igual ao sonho americano, que é um conjunto de crenças de que você pode investir nos seus sonhos, crescer independente da sua origem. Eu queria muito que o jovem do Brasil pudesse falar “essa é uma carreira viável para mim e tenho possibilidades de segui-la”. Então qualquer coisa que tiver a ver com construir esse sonho brasileiro, eu quero estar lá, independente do cargo.

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Educação

A incessante busca pela inovação Débora Garofalo e Doani Bertan são duas educadoras que têm em comum o reconhecimento internacional de seus trabalhos, determinantes para abrir novas frentes na educação

texto Elora Garcia

s ações que começaram no chão da escola públiem um âmbito diferente da educação e de forma tão ca hoje têm lugar na Secretaria da Educação do inovadora, que o governo do estado se interessou em ampliá-los para todas as escolas. Atualmente, Débora Estado de São Paulo (Seduc-SP), projeção que explica a propriedade das professoras Débora Garofalo coordena o Centro de Inovação da Educação Garofalo e Doani Bertan para o debate do tema. Básica paulista (CIEBP), em funcionamento há menos Débora Garofalo iniciou um projeto de robótica de um ano. “Tem sido uma experiência incrível e dena escola municipal na qual lecionava, localizada safiadora de replicar para mais de 5 mil escolas o trano bairro Vila Babilônia, periferia da zona balho que comecei em uma”, conta. sul de São Paulo. Doani Bertan, como professora bilíngue de português e Libras da rede municipal, ROBÓTICA COM SUCATA alterou o material didático do fundamental 1 para a linguagem No intuito de conscientizar a comunidade de sinais brasileira e criou o canal 8; no sobre o problema qual há três anos leciona para crianças de descarte de lixo Eles nasceram nesse contexto tecnológico surdas e ouvintes, usando de todo efeito em seu entorno e e a escola tem o papel de trabalhar isso ao mesmo tempo, lúdico que a edição de vídeo possibilita. Seus trabalhos a levaram a estar entre os com o estudante, formar um cidadão crí- mover seus alunos 10 semifinalistas do Global Teacher Prize o manuseio de tico e ético, não um simples consumidor para – premiação tida como o “Nobel da Edumateriais reciclados cação” – em 2019 no caso de Garofalo, e de tecnologia, mas um produtor. Inovar é e transformá-los em em 2020 para Bertan.O reconhecimento olhar para os nossos problemas, para a protótipos com diinternacional mostrou a relevância e imversas funcionalidapacto de seus projetos na transformação unidade escolar e dar oportunidade para des, a coordenadora eles [alunos] resolverem.” do processo de aprendizagem, cada um sonha em democrati-

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zar o acesso dos estudantes à tecnologia, inclusive, esse já era seu plano caso ganhasse o prêmio no valor de 1 milhão de dólares, o equivalente a pouco mais de 5 milhões de reais. Para Garofalo, a tecnologia por si só não tem poder de transformar, é preciso dar o protagonismo para os agentes que a produzem, nesse caso, os jovens estudantes. No caso dos estudantes da escola na Vila Babilônia, o problema era o lixo, que com seu projeto foi transformado em robótica. No Grande Encontro, a coordenadora do CIEBP pretende falar sobre sua trajetória, suas dores e vivências com a robótica e sucata para mostrar, sobretudo, caminhos aos professores e professoras inovarem dentro de suas estruturas e possibilidades, e também abordar educação 4.0 e cultura maker.

foto COTTONBRO

ENVOLVENDO SURDOS NO ENSINO Atualmente “emprestada” também para o Seduc-SP, atuando no Centro de Mídias da Educação de São Paulo (CMSP), Doani Bertan contribui não só com a educação de crianças surdas, mas também com a formação de professores, dando assessoria na forma de se portar diante da câmera para que o público se sinta representado e acolhido, por exemplo. Com sua ajuda, pela primeira vez a rede estadual contará com aulas bilíngues agora também para o fundamental 2 e ano que vem, para o ensino médio. Na EMEF Júlio de Mesquita Filho, no interior do estado, onde leciona, ela adaptou o material didático para incluir a comunidade de alunos surdos, bastante presente por lá. Para se ter uma ideia, uma única turma contava com oito alunos com essa condição. Além da sala de aula, ainda na modalidade remota, a qual não lhe causou nenhum embaraço durante a pandemia, a professora comanda o canal Sala 8, com roteiro todo feito em Libras, com áudio e legendas em português. Quando a pandemia chegou, ela já fazia o trabalho de aula assíncrona pelo canal há pelo menos dois anos. “Tive que aprender toda a questão tecnológica e do ensino a distância quando ainda não falávamos em híbrido, então esse processo durante a pandemia foi tranquilo para mim”, conta. É URGENTE A REPRESENTATIVIDADE E EMPATIA Bertan não acredita no conceito de igualdade como as pessoas pregam generalizadamente por aí. “Se os sujeitos são diferentes, com necessidades diferentes, não dá para falar em igualdade para todos. Comecei a gravar videoaula para que tivesse conteúdo na língua dos surdos, para incluir de verdade, ninguém aprende igual”, explica. Para que a inclusão dê certo de forma mais ampla no âmbito educacional, a professora enfatiza que o caminho é a representatividade e empatia. “Na nossa sociedade não temos representatividade nas tomadas de decisão, somos nós, ouvintes, que decidimos o que é melhor para o surdo e isso é inadmissível. Ninguém melhor que o surdo para saber o que o surdo precisa. Além disso, também é necessário empatia para que cada um com suas ferramentas, formação, possa oferecer possibilidades a esses que não têm representatividade”, conclui.

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Educação

A tendência do EAD na graduação Estudo mostra que 46% dos estudantes buscam EAD para graduação. Pandemia acelerou transformação e ensino híbrido se torna tendência texto Elora Garcia

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epois da pandemia, o sistema de educação provavelmente nunca mais será a mesmo. É o que aponta a pesquisa “Coronavírus e Educação Superior: o que pensam os alunos”, realizada pela Educa Insights em parceria com a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES). O estudo aponta que, mesmo na pandemia, há uma demanda reprimida de estudantes que desejam iniciar cursos de graduação no primeiro semestre de 2021: esses representam 38% dos entrevistados.

trimestre de 2020 com o mesmo período de 2019. base total de alunos alcançou 191,2 mil alunos. Diante da mudança de cenário, a tendência é que, mesmo quando as condições sanitárias estiverem equacionadas, o futuro combine as facilidades do universo digital com as vantagens do contato no ensino presencial. “O ensino híbrido é a tendência mais natural da educação daqui por diante, e as instituições do ensino superior particulares estão investindo nessa bandeira”, afirma Sólon Caldas, da ABMES, que ressalva ainda faltam passos para que esse modelo possa ser implementado. “Será dos entrevistados demonstranecessário fazer alterações na legislação e na regulamentação junto ram interesse no sistema de ao Ministério da Educação. Também será importante um trabalho de ensino a distância (EAD). conscientização de que a educação acontece de qualquer lugar, assim como hoje o trabalho é realizado de qualquer lugar. Algumas ativida“A pandemia acelerou o que já estava acontecendes acadêmicas exigem a presencialidade, outras não. É nesse caminho do anos anteriores, o crescimento do uso da tecnoque a educação superior vai seguir”, diz. Segundo Adriano Azevedo, do logia como meio de aprendizagem”, afirma o diretor Ser Educacional, a instituição tem planos nessa direção. “Nosso plano é executivo da ABMES, Sólon Caldas. O levantamento abrir diversas unidades do que chamamos de campus digital. Serão unifoi realizado em novembro de 2020, reunindo, em dades menores, para atender o Presencial e o EAD, vocacionados para sua quinta fase, 1.102 pessoas, entre homens e mucursos com maiores demandas do Presencial e estruturas de laboratólheres com idade de 17 a 50 anos, de todas as regirios para atender as aulas práticas. Cada campus terá capacidade para ões do Brasil, com interesse em ingressar em cursos 2 mil alunos presenciais”, antecipa, acrescentando que essas unidades presenciais e EAD ao longo de 18 deverão ficar predominantemenmeses. As universidades partiA educação está cada vez mais te em shoppings centers, faciliculares brasileiras são respondigital e essa é uma tendência tando a logística e ampliando a sáveis por 94,9% da oferta de segurança. Uma das mudanças que veio para ficar.” educação superior do país, conestá no modelo educacional. As siderando as modalidades prediretrizes curriculares devem musencial e EAD (educação a distância), segundo dados dar para atender de fato aos alunos e ao setor produtivo, defende a do Censo da Educação Superior de 2019. ABMES. “Nós, gestores educacionais, não podemos achar que os alunos “O número de ingressantes em cursos à distância vão se deslocar de suas casas para salas de aula para ter o mesmo motem crescido e deve ultrapassar o presencial no próxidelo de aula conhecido antes da pandemia. mo ano, como tem sido percebido no Censo da Educação Superior, realizado pelo Ministério da Educação, e EDUCAÇÃO BÁSICA as pesquisas aplicadas pela Educa Insights e divulgaNa educação básica, o grande desafio do ensino remoto é o engajamendas pela ABMES. A maior mudança é da mentalidade to de crianças e jovens durante as aulas, afirma Fernando Shayer, um de professores, gestores e alunos ao compreender, dos sócios-fundadores e CEO da Cloe, uma plataforma digital de aprenpor meio do ensino remoto, que a tecnologia é uma dizagem ativa integra tudo e desperta a magia do aprender. aliada da educação de qualidade”, diz ele. Um exem“Esse modelo, baseado em aulas expositivas e com pouco engajaplo desse crescimento é o Grupo Ser Educacional. Em mento, onde os alunos ficam parados por horas diante de longas expo12 meses, o líder nas regiões Norte e Nordeste, com sições, precisa ser modernizado. O formato para este momento deve in191,2 mil alunos, ampliou a base no ensino digital de cluir atividades em que os estudantes apliquem ativamente o que estão cerca de 32 mil alunos para aproximadamente 54 mil aprendendo e usando esse conteúdo na solução de problemas da vida alunos, com crescimento de 11 pontos percentuais dos real de maneira engajada, juntamente com os seus colegas de classe.” alunos em graduação e pós-graduação na base total “Isso desenvolve habilidades socioemocionais, como a criatividade e a de alunos, na comparação entre os dados do quarto comunicação, e vai além do conteúdo, que cada vez mais está dispo-

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46%

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Educação

nível a todos por baixo custo, ou de graça”, complementa. Apesar de ainda ser difícil prever os rumos da covid-19 no longo prazo, Shayer acredita que o ensino híbrido terá um papel maior na educação básica do que tinha no mundo pré-pandemia. “O presencial é, e sempre será, necessário, mas também é possível termos um avanço na aprendizagem quando propomos um ensino híbrido que coloca o estudante como protagonista do seu próprio processo de aprendizagem.”, afirma Shayer. “É importante ressaltar que não estamos falando de estudantes que ficam grudados em telas 100% do tempo, mas de um processo de aprendizagem que envolva e provoque muita experimentação, mão na massa, interação, colaboração e autonomia. O digital é um meio, é um aliado e facilitador de um processo

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que pode e deve ser extremamente interativo, ainda mais para nativos digitais”. Segundo ele, a Cloe já estava avançada nesse modelo antes mesmo do dia 11 de março de 2020, quando a Organização Mundial de Saúde caracterizou a covid-19 como uma pandemia. A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo traz um retrato dramático do retrocesso sofrido pelos estudantes por causa da interrupção das atividades escolares, decidida pelos governantes na epidemia de covid-19. E além da natural desvantagem das aulas remotas em relação às presenciais há o fato de que talvez a maioria das escolas não estivesse

preparada para a mudança. E tem também a distância crescente entre os estudantes das escolas particulares e das públicas. O que sempre foi um problema grave no Brasil tende a se agravar muito mais, condenando uma leva inteira de crianças e jovens a ficar para trás. Mas certamente haverá exceções que, com justiça, brilharão na imprensa e na mídia como “exemplos de superação e força de vontade”. Aos demais estará reservado o papel de colaborar para as más estatísticas. O que sempre dá ibope. Aliás, o número de estatísticas produzidas no Brasil sobre a educação é inversamente proporcional à qualidade da mesma. Todo ano, às vezes mais de uma vez por ano, somos informados do problema. Aí reúnem-se os mesmos especialistas de sempre para os mesmos lamentos de sempre.

foto COTTONBRO

Tivemos de fazer pouquíssimas adaptações. A única adaptação que fizemos foi integrar plataformas como Zoom e Google Meet dentro da Cloe, para facilitar ainda mais para professores e estudantes o ensino não presencial. A Cloe foi pensada para unir o melhor desses dois universos, o digital e o físico.”

Finanças

Primeiro emprego texto Gustavo Almeida

Como administrar meu dinheiro e não gastar tudo com lanches no primeiro mês?

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té conquistar o primeiro emprego, a relação dos jovens com o dinheiro se restringe às mesadas ou ao dinheirinho extra que eles ganham dos pais para aproveitar o final de semana. Porém, quando são contratados e iniciam a vida profissional, os jovens passam a lidar com o próprio dinheiro. Começa aí uma nova fase marcada por sonhos, projetos e uma boa dose de deslumbramento. É comum que no primeiro salário algum sonho de consumo seja realizado. Às vezes é uma roupa, um sapato, um perfume ou até mesmo um passeio especial. O ideal é que as extravagâncias não se repitam todos os meses e que a partir do segundo salário, o jovem comece a poupar e fazer escolhas financeiras que terão reflexos positivos tanto na vida pessoal, como na própria carreira. Se você conseguiu o seu primeiro emprego e quer aprender a controlar as finanças, sem abrir mão das coisas boas da juventude, fique de olho nas nossas dicas!

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Finanças

Não gaste mais do que você ganha Normalmente, o salário do primeiro emprego é limitado, especialmente quando o trabalho é em regime de estágio. Nesse caso, é imprescindível manter os pés no chão e não gastar mais do que você ganha. Cuidado com as promoções tentadoras nas vitrines das lojas e tenha bastante bom senso em relação às despesas supérfluas. Um cinema de vez em quando é bacana, uma balada também, mas se você não se controlar, é bem provável que suas finanças se compliquem. Tente equilibrar sua vida social com o seu orçamento!

Crie o hábito de guardar dinheiro A vantagem para quem está começando a gerir o orçamento pessoal é a ausência de hábitos negativos para o bolso. Um erro muito comum, por exemplo, é apenas poupar o que sobra no final do mês. A poupança precisa ser vista como uma conta comum, que deve ser paga todos os meses e, preferencialmente, sempre na mesma data, logo após o pagamento do salário. O ideal é investir de 10% a 15% da renda mensal.

Independência financeira A primeira oportunidade profissional costuma ser um grande passo à independência financeira. Isto significa que o momento pode funcionar como uma fase de teste experimental para a vida adulta. Por mais que a família não faça cobranças, assumir todas as despesas pessoais ou alguma conta da casa gera o senso de compromisso. No futuro, na hora da decisão de sair de casa, algumas das principais dificuldades já terão sido superadas.

O restante do salário poderá ser destinado às necessidades pessoais, como a mensalidade da faculdade, despesas do lar, lazer, viagens etc. Organize os pagamentos e defina o vencimento das contas, de acordo com a data de pagamento do salário. Evite ao máximo o dinheiro parado na conta, pois você poderá facilmente gastá-lo com despesas não planejadas.

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Planilha de orçamento pessoal para controlar seu dinheiro

Aplicativo para gerenciamento pessoal O mundo digital é um grande aliado neste momento. Existem aplicativos com interface com diversos bancos e que permitem um gerenciamento financeiro, para que você observe, de perto, tudo o que é gasto no dia a dia. Não se esqueça da premissa básica: nunca gaste mais do que você ganha. Parece óbvio, mas sem um controle efetivo e detalhado das suas despesas, fica fácil acabar se endividando mais do que o esperado.

Estabeleça objetivos de curto, médio e longo prazo A partir do momento em que se adquire educação financeira, realizando gastos com equilíbrio e fazendo planos com o seu dinheiro, você passa a visualizar o uso das suas finanças para o futuro. E isso é uma das características mais interessantes de organizar as finanças. Muitas pessoas pensam que essa organização é apenas para acumular uma quantia maior na sua conta. Porém, a ideia tem como propósito uma questão bem mais abrangente. Pense em todo o seu esforço para trabalhar e ganhar seu salário ou outras medidas na sua carreira para ser promovido ou para ter seu negócio. Tudo isso precisa ter um retorno, certo? Ao cuidar das suas contas, você utiliza esses ganhos com estratégia para seu bem-estar. Focando não só no presente, mas também no médio e longo prazo, é possível realizar seus sonhos. Então, uma das formas de utilizar bem seu dinheiro é listando seus objetivos de vida. Eles podem ser comprar uma casa, um carro, fazer uma grande viagem, morar no exterior, se aposentar etc.

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Finanças

Adquira bons hábitos financeiros Depois de ter uma visão apurada das suas receitas e despesas e ficar longe das dívidas, é necessário adquirir novos hábitos com o dinheiro. Comece a enxergar suas finanças como um meio para alcançar propósitos maiores, então passe a fazer compras com mais consciência. Um ponto imprescindível é evitar as compras por impulso que, aos poucos, comprometem sua renda e tornam difícil a prática de poupar. Assim, reflita se você precisa mesmo de um determinado produto ou serviço e passe a pesquisar valores. Com essa atitude, você começa a perceber que realiza muitos gastos desnecessários, que fazem seu dinheiro ir embora facilmente.

Invista em educação para conquistar salários melhores Esse método é multifuncional, pois além de evitar que você gaste com itens desnecessários, pode acabar te ajudando a conquistar salários melhores no futuro. Converta parte do seu salário em educação: cursos, faculdade, intercâmbio, livros. Esse investimento pode fazer uma grande diferença na sua carreira! O resultado costuma aparecer a médio e longo prazo, mas pelo menos você não canaliza a sua renda para a compra de itens que não são essenciais.

Gustavo Almeida, ou mais conhecido como guga é formado em Jornalismo pela faculdade Cásper Líbero e escreve para a revista TRAMPO como freelancer a dois meses. Guga teve muita dificuldade de administrar o seu primeiro salário como jovem aprendiz, mas depois de algum tempo entendeu que tudo não passava de prática e experiência. Hoje ele considera essas dicas como o seu maior tesouro e espera que elas também ajudem outros jovens como ele.

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SOBRE O AUTOR | GUSTAVO ALMEIRA

Você merece controle sobre sua vida financeira.

Cartão Nubank. Um cartão de crédito sem taxas ou anuidades e que pode ser completamente controlado por um aplicativo.

Quizz Que personagem

de série você é no trabalho?

1- QUEM É VOCÊ NO SEU

3- EM UMA FESTA VOCÊ

2- VOCÊ É MAIS EXTROVER

4- QUAL DESSES HOBBIES

GRUPO DE AMIGOS? A- Divertido B- Sério C- Doidinho D- Simpático

TIDO OU INTROVERTIDO? A- Extrovertido B- Introvertido C- Muito extrovertido D- Muito introvertido

A- É o centro das atenções B- Fica mais quieto e conversa em horas pontuais C- Você não vai em festas D- Conversa e se diverte normalmente

BROOKLYN NINE-NINE Conhecido pelo jeito divertido e algumas vezes fora do padrão de funcionário comum, você e Jake são a animação do serviço, seja por gostarem de fazer piada com quase tudo, ou por se darem bem com a maioria das pessoas. Mas, além disso sabem como entregar um trabalho bem feito na hora certa.

Revista Trampo 2021

DA SEMANA A- Segunda B- Quarta C- Sexta D- Domingo

VOCÊ GOSTA MAIS A- Assistir filme B- Escrever, ou ler C- Passeios na natureza D- Passeios culturais

Jake Peralta

10 - 20 pontos

5- QUAL O MELHOR DIA

Jeff Winger COMMUNITY Se você tirou o Jeff sabe do que é capaz, uma pessoa de personalidade forte que não tem medo de dizer o que pensa, podendo as vezes magoar um, ou outro colega de serviço. Na hora da reunião sempre acha que tem a melhor ideia, mas nem sempre essa auto-confiança é tão positiva. é um bom lider, mas as vezes pode ser um pouco egoista.

20 - 25 pontos

Some os pontos

6- SE O CHEFE APARECE

COM UMA MÁ NOTÍCIA VOCÊ A- Surta e depois pensa no que fazer B- Vai chorar no banheiro C- Vai reclamar com os colegas de serviço D- Se mantém calmo e pronto para ajudar

QUAL DESSAS MARMITAS VOCÊ LEVARIA PARA O SERVIÇO A- Bife, com arroz, feijão e batata frita B- Salada Caesar C- Cachorro Quente D- Macarrão Carbonara

ESCOLHA UM DESSES FILMES A- Duro de Matar B- Legalmente Loira C- Se beber não case D- A Origem

Jane Sloan

THE BOLD TYPE Todos abram espaço para a pessoa mais organizada e um pouco bitolada do serviço. Uma pessoa Jane Sloan não abre mão de criar listas e sempre ter tudo anotado no seu caderno. Muito confiante e verdadeira, gosta de trabalhar em equipe, mas as vezes as suas opiniões próprias podem levar um tempo para se adaptar a de outras pessoas

25 - 30 pontos

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 A B C D

1 2 3 4

1 4 2 4

3 2 4 1

1 4 3 3

3 2 0 4

2 3 4 1

3 1 2 4

4 2 3 3

4 1 2 3

2 0 4 4

EM UMA ENTREVISTA DE EMPREGO, QUAL DESSES ANIMAIS VOCÊ DIRIA QUE REPRESENTA A SUA PERSONALIDADE A- Um lobo B- Uma pomba C- Uma coruja D-Uma borboleta

10-

QUAL DESSAS FRASES REPRESENTA MAIS VOCÊ A- Porque deixar para amanhã o que eu posso deixar de fazer? B- Lute como nunca, perca como sempre C- Nada é tão horrível que não possa piorar nunca D- A batalha é longa, mas a derrota é certa

Michael Scott THE OFFICE

Se você é uma pessoa Michael, provavelmente tem uma dose grande de azar e outra de entusiasmo. É o fanfarrão do trabalho, mas causa impacto com sua presença: tem pessoas que amam e outras que odeiam, sem meio termo. Você provavelmente se orgulha do seu time e bate de frente pra defender seus projetos.

30 - 35 pontos

Revista Trampo 2021

XPEDIENT TRAMPO EDITORES CHEFES:

Vitor de Castro Fernandes

Sandro Rogerio Magalhães Ferraz

DESIGNERS: Elora Garcia, Gabrielle Catalan, Karoline Santos, Marcella Bastos, Nicole Liz

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INFORMAÇÕES TÉCNICAS: A revista TRAMPO é uma publicação mensal, distribuída pela editora BRUNCH com as seguintes especificações Papel LWC 90g | Tiragem 180.000 exemplares | Impressa na gráfica LTDA em Santa Catarina