Revistas IstoÉ Dinheiro e Dinheiro Rural

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cobiça

por Fabiano Mazzei

com Bruna Borelli

Viva como Bond

Preço: US$

5,8 mil Na cama   O Dukes Hotel, em Londres, tem o pacote “Bond Experience”: duas noites, Aston Martin na porta, jantar no restaurante Thirty Six e um drinque Vesper Martini. www.dukeshotel.com

A última franquia da série, 007 – Operação Skyfall, ultrapassou o US$ 1 bilhão de bilheteria e mostrou um James Bond mais estiloso. Que tal viver um dia como o espião a serviço de Sua Majestade? Dá para comprar o passeio de iate, o carro, o relógio... Só vai ficar faltando a bond girl, a atriz francesa Bérénice Marlohe. Aí também já é querer demais... No mar  Na cena acima, Bond (Daniel Craig) e Séverine (Bérénice Marlohe) conversam no deque do megaiate turco Pruva Regina. Ele tem 184 pés, seis suítes, um piano, três jet skis... Custa US$ 14,2 milhões para tê-lo em sua marina. Ou comprar um passeio de oito dias nele pela Preço do costa da Turquia. passeio: www.teresapeUS$ rez.com.br

91 mil

Na rua  O Aston Martin DB5, fabricado nos anos 1960, volta à cena. Um desses aparece no filme Goldfinger (1964) e foi leiloado em 2010 por US$ 4,6 milhões. Mas dá para encontrar Preço: a partir de usados mais baratos US$ e menos famosos.

450 mil

No pulso  O agente veste uma edição limitada do relógio suíço Omega Seamaster. São apenas 5.007 unidades, com caixa de aço polido, catraca de cerâmica e resistente a até 600 metros de profundidade. www.omegawatches.com

Preço: R$

21,2 mil

Vegas em casa Se beber, não dirija Existem apenas 25 garrafas desta edição limitadíssima do uísque Johnnie Walker McLaren-Mercedes Edition, todas à venda somente em Xangai. O blend foi desenvolvido em parceria com o piloto Jenson Button, aprePreço: US$ ciador do destilado. Bafômetro nele! www.johnniewalker.com

48,5 mil

Preço: R$

75 mil

Aposte alto na mesa de pôquer Akke Functional Art. Ela demorou 600 horas para ficar pronta e usa 15 espécies raras de madeira na composição, como o ébano de Madagascar. Fora que o design impressiona. www.akkefunctionalart.com Foto: Francois Duhamel

Dinheiro 16/01/2013

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cobiça

por Fabiano Mazzei

com Bruna Borelli

Dolce far niente

luxo de pedra

A Dolce & Gabbana se uniu à americana Grado Labs, especialista em fones de ouvido de alto padrão, para criar uma peça de estilo. Feito inteiramente à mão e de mogno, o fone de ouvido promete um som limpo e de qualidade. www.dolcegabbana.com

Preço: US$

1,1 mil (estimado)

O xeque-mate da Prada

Preço: US$

3,6 mil

Para a italiana Prada, produzir as roupas e os acessórios de moda mais desejados do mundo ainda é pouco. Tanto é que, nas horas vagas, a grife cria peças como este tabuleiro de jogos, com xadrez, gamão, damas e outros passatempos, todas elaboradas com o couro utilizado em seus produtos. www.prada.com

Se você gostava das aventuras dos Flintstones quando era criança, vai adorar esta mansão. Localizada nas montanhas de Malibu, na Califórnia, a propriedade foi projetada em uma área de cerca de dez hectares (o equivalente a dez quadras de futebol) e tem uma vista panorâmica que inclui o Oceano Pacífico, a própria Malibu e até mesmo a agitada cidade de Los Angeles, ao fundo. Mas o que chama mais a atenção nessa mansão é a exótica arquitetura de pedra, que parece inspirada na criação da dupla HannaBarbera, da década de 1960. A propriedade pertencia ao apresentador americano de televisão Dick Clark, falecido no ano passado, que se tornou conhecido por fazer, durante muito tempo, a contagem regressiva do Ano-Novo, em Times Square, em Nova York. www.bhsusa.com

Preço: US$ 3,5 milhões

Cadeira com pedigree O designer italiano Cesare Paciotti, especialista em acessórios de luxo para o público masculino, vem apostando no mercado de decoração em parceria com sua compatriota Cantori. Destaque para a cadeira, apresentada como uma releitura do tradicional modelo Barcelona. www.cantori.it Preço: US$

1,9 mil

O homem do terno de ouro Você ainda não tem tudo, se não possui um terno feito com ouro. É o que diz a italiana Brioni, que elaborou um tecido produzido com fios de ouro 24 quilates utilizado em suas criações. A edição é limitada e feita de acordo com as medidas do cliente. www.brioni.com fotos: Everett Fenton Gidley

Dinheiro 23/01/2013

Preço: US$

20 mil 67


cobiça

por fabiano mazzei

com Bruna Borelli

Nurburgring à venda Foi lá que Juan Manuel Fangio venceu sua última prova, em 1957. Depois disso, ladeira abaixo e o pentacampeão argentino se aposentou no ano seguinte

O austríaco Niki Lauda quase perdeu a vida no famoso acidente que sofreu ali, em 1976. O piloto sofreu queimaduras de terceiro grau, mas sobreviveu

A pechincha da semana vem da Alemanha. O circuito de Nurburgring, de 1927, foi colocado à venda por falta de dinheiro no caixa dos atuais administradores. A pista poderá ser comprada inteira ou loteada. Pense bem, porém, antes de fazer a sua oferta. É que o lugar foi palco de “estranhos” eventos na sua história. Veja quais.

Em 23 de junho de 2002, o circuito testemunhou a única vitória de um piloto brasileiro da F-1 por ali: Rubens Barrichello foi mais rápido do que todos naquele dia.

Preço: US$ 165 milhões

Para uma noite de rei

Preço: US$

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175 mil Dinheiro 03/04/2013

A Savoir Beds, fabricante britânica de camas de alto padrão, criou uma linha exclusiva e limitada do móvel que promete noites de pura nobreza. As luxuosas camas são feitas com pelos de cavalo, cashmere da Mongó­lia e mais de 2,5 mil quilômetros de seda! Além disso, cada peça demora mais de 700 horas para ficar pronta, já que tudo é feito pelas mãos de artesãos. www. savoirbeds. co.uk

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Baforada dourada

Para quem acha que queimar dinheiro é coisa de maluco, não é bem assim. Basta olhar para esta nova série de charutos da empresa London Cut. Eles são feitos de tabaco Connecticut de alta qualidade e enrolados com folhas de ouro comestível de 24 quilates. Ou seja: é acender o charuto para o ouro virar cinzas... Coisa de excêntricos, não de malucos. www.londoncutcigars.com

Preço: US$

500 cada

para brilhar na reunião

Preço: US$

47 mil

Admirada por suas canetas mundo afora, a Montblanc mostra que também sabe das coisas do mundo de acessórios. A novidade da empresa alemã é a linha Meisterstück Selection, com destaque para a pasta feita de couro de jacaré e fivela com diamantes. A peça estará à venda a partir de maio e somente na loja de departamentos Harrod’s. www.harrods.com


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por fabiano mazzei

com Bruna Borelli

Bodas em Marte Se depois de tantos anos de casado anda fal­ tando criatividade para os presentes, seus problemas acabaram. Reserve seus lugares na expedição Inspiration Mars para Marte, prevista para decolar em 2019. O custo das passagens, óbvio, não chega a ser bara­ to, mas imagine o álbum de

fotos de viagem que dá para fazer lá de cima? Quem financia o projeto é o multibi­ lionário Dennis Tito, que anunciou o desejo de levar um casal mais maduro para curtir as bodas a 55,7 milhões de quilômetros da Terra. É preciso que o casal já tenha tido filhos, pois a radiação espacial pode prejudicar a

função reprodutora. A via­ gem será um teste de amor. Afinal, serão 501 dias juntos, todos eles em uma cápsula de sete metros de diâmetro, com comida, roupas, banho e até papel higiênico raciona­ dos. Pensando bem, será que tem desconto para despa­ char a sogra? www.inspirationmars.org

Brilho eterno Dia 15 de maio, vai a leilão na Christie’s, de Genebra, aquele que pode ser o diamante incolor mais valioso do plane­ ta. Com 101 quilates, a pedra (acima) terá lance inicial de US$ 20 milhões. Confira os diamantes mais caros já lei­ loa­dos pela Christie’s: Diamante Arquiduque Joseph 76 quilates US$ 21,4 mi

Preço: US$ 1 bilhão

Valsa para naufragar Quem não se lembra do quarteto de cordas que tocava música clássica enquanto o Titanic afundava, no blockbuster do cineasta James Cameron? Pois é, aquilo não só foi real como o violino tocado por Wallace Hartley, o líder dos músicos, irá a leilão mais de um século depois do naufrágio. Será no dia 20 de abril, na Inglaterra. O instrumento tem gravada uma dedicatória da noiva do violinista, Maria, por oca­ Preço: US$ sião do noivado do casal, e foi encontrado no mar dez dias depois do acidente, amarrado ao corpo dele. www.henry-aldridge.co.uk (lance inicial)

604,5 mil

Saída à francesa A coreana Hyundai apresen­ tou esta semana uma ver­ são superexclusiva de seu sedã Equus. O modelo limu­ sine ganhou interior todo customizado pela francesa Hermès. Bancos, revestimento de portas, painel, tudo na cor caramelo. O requinte impres­ siona: há couro de crocodilo em torno das maçanetas, um relógio vintage no console central e uma mesa

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Dinheiro 10/04/2013

Fotos: Divulgação e Henry Aldridge/AP Photo

Coração 56 quilates US$ 10,9 mi

Gota 50 quilates US$ 9,4 mi

Diamante Elizabeth Taylor 33 quilates US$ 8,8 mi

dobrável para quatro copos e gar­ rafa no banco traseiro. Do lado de fora, o teto foi pintado de marrom. A ideia é atrair o interesse dos con­ sumidores europeus, sempre tão desconfiados dos carrões asiáti­ cos. www.hyundai.com

66 mil

Preço: US$ (sem a customização)


cobiça

por fabiano mazzei

com Bruna Borelli

Vale quanto pesa

O caiaque McLellan Jacobs chama a atenção não só pelo design e pela produção artesanal, mas também pelo preço: é o mais caro já feito no mercado. Pudera, o equipamento, todo customizado, é feito em fibra de carbono e madeira nobre banhada a ouro. O único senão é o peso do objeto, projetado pelos designers neozelandeses Jamie McLellan e Andy Jacobs. São 18 quilos, fora o do remador – ou remadora, como ao lado. mclellanjacobs.com

Preço: US$ 15,7 mil

Na casa dos Beckham A mansão apelidada por David e Victoria Beckham como “Palácio de Beckingham” (em alusão ao Palácio de Buckingham, residência oficial da rainha da Inglaterra, está ao alcance de qualquer um com US$ 15,3 milhões na conta bancária. A uma hora de carro de Londres, a propriedade foi reformada pelo casal em 1999 e hoje conta com estúdio de gravação, heliponto, piscinas externa e interna, sala de sinuca, academia e quadras de tênis. O único desejo dos Beckham é de que a mansão vá para uma família e não para um investidor interessado em transformar o lugar em um empreendimento de luxo. Preço: US$

15,3 milhões

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Dinheiro 24/04/2013

Senta, Donatella!

Preço estimado: €

50 mil

Apresentada no Salão Internacional de Móveis de Milão, a cadeira Donatella, da dupla de ir­mãos-­ de­sig­ners Simon e Nikolai Haas, tem tudo para virar sonho de consumo para os fashionistas. Motivo: ela foi inspirada na estilista Donatella Versace, a todo-poderosa e extravagante manda-chuva da grife italiana, criada por seu irmão Gianni. Segundo os designers, o “loiro glamouroso” de Donatella está refletido no bronze brilhante da estrutura da cadeira, feita à mão e numerada. www.versace.com

Um tesouro na garagem Fotos, partituras e letras de música que pertenceram ao grupo americano The Beach Boys serão leiloados em evento que acontece de 15 de abril a 15 de maio, no The Fame Bureau, casa de leilões especialista em raridades do mundo da música. A avaliação é de que o material,

Fotos: divulgação e Clive Limpkin/Getty Images

Preço: US$

21 milhões

descoberto em uma garagem na Flórida por antigos produtores da banda, deve arrecadar dezenas de milhões de dólares. famebureau.com


cobiça

por Fabiano mazzei

com Bruna Borelli

Hermès para todos

Preço: a partir de € 20 mil Bolsa Birkin, crocodilo (2007)

Preço: a partir de € 30 mil

Bicicleta Batavus

Preço: a partir de € 1 mil

Lenço Les Races de Chevaux” (1955)

Preço: a partir de € 400

Não, não se trata de uma campanha para popularizar a marca. Na terça-feira 21, em Paris, acontece o leilão de artigos vintage, usados, da maison francesa, na casa Artcurial. Entre as centenas de bolsas, gravatas, lenços e acessórios, existem opções para todos os gostos e salá­rios. Mas há precio­sidades também. Uma delas está na foto: um Smart Toile H 2009, com 25 mil km rodados, todo customizado pela marca. A edição limitada a 40 veículos foi comemo­ rativa aos dez anos do modelo e tem mimos como um porta-guarda-chuva (detalhe), além de o interior ser todo “vestido” com couro vermelho e branco. E o melhor: o carrinho sairá mais em conta do que uma clássica bolsa Birkin, feita há seis anos, também à venda. www.artcurial.com

Panorâmica

Sucesso por escrit0

Em sua mostra individual Noir, na Zipper Galeria, em São Paulo, o artista plástico Ricardo van Steen voou alto para revelar uma visão singular do céu. Isso mesmo, Van Steen apresenta aquarelas em preto e branco de nuvens observadas de cima. Para tanto, o artista não precisou tirar os pés do chão. Ele encontrou as imagens que serviram de Preço: base para os quadros em sites de busca na R$ internet. A exposição fica em cartaz de 18 de maio a 8 de junho. www.zippergaleria.com

O americano Walter A. Sheaffer não poderia imaginar que, 100 anos depois de fundar sua fábrica de canetas, a Sheaffer, uma única pena sua custaria o dobro de Preço: tudo o que ele investiu. Walter R$ abriu sua companhia nos fundos de uma joalheria no Iowa, Estados Unidos, usando todo dinheiro que tinha economizado na vida: US$ 35 mil. Um século depois, a caneta Centennial, lançada para comemorar a data, vale uma fortuna. Apenas 45 foram produzidas, todas em ouro 18K, com relevos do centenário e da imagem da primeira fábrica. Para completar, um diamante foi incrustado no clipe da tampa. www.sheaffer.com

136 mil

28 mil

Bem na foto A nova câmera fotográfica da sueca Hasselblad surpreende pelo estilo. O modelo Lunar dispõe de cinco combinações de revestimento, todas nobres, como a que mescla couro Preço: a partir de da Toscana e mogno. Além disso, US$ tem monitor LCD de três polegadas, visor OLED e faz vídeos em full HD. www.hasselblad-lunar.com

6,8 mil

foto: Divulgação

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cobiça

por Fabiano Mazzei

com Bruna Borelli

A febre do ouro

Nas ruas

Utilizar o metal nobre como revestimento sempre foi um recurso válido para se agregar aquele “plus a mais” aos objetos. A semana foi particularmente pródiga em lançamentos do gênero. Aqui, exemplos onde tudo que reluz é realmente ouro.

Esta versão exclusiva do Bugatti Veyron ganhou roupagem reluzente nas mãos da fabricante americana Metro Wrapz, especializada em “envelopar” carros com essas películas. Neste caso, o material ganhou banho em cromo dourado e, a pedido do dono do carro, um famoso cantor pop americano, foram colocadas rodas em ouro 24K. E o Veyron virou o “Golden Gatti”. www.metrowrapz.com

No bolso O estúdio londrino Golden & Co, reconhecido por customizar novidades eletrônicas de ouro, lançou este modelo do celular Sony Xperia Z. Onde? Em Dubai, claro. Em que outro lugar do planeta se compraria um celular feito de ouro 24K? Os aparelhos são numerados e certificados da autenticidade do metal. www.goldandco.co.uk

Preço: US$ 1,7 milhão (carro customizado)

No bar

Preço: US$

3,3 mil

O novo conhaque Hennessy X.O Exclusive Collection IV tem o nome tão grande quanto a beleza de sua garrafa. Feita de cristal e com o rótulo em ouro 18K, o design da embalagem é assinado pela jovem francesa Stéphanie Balini, da Baccarat. À venda a partir do dia 15 de julho em Londres e Hong Kong. www.hennessy.com Preço: US$

Na mesa

5,5 mil (garrafa de 150 ml) Não bastasse ser proveniente de raríssimos esturjões septuagenários que nadavam calmamente no Mar Cáspio antes de serem fisgados, este caviar beluga iraniano da marca britânica

Almas vem neste pote de ouro 24K. Uma preciosidade vendida apenas em uma loja em Londres. www.caviarhouse-prunier.com Preço: US$

25 mil (pote de 1 kg)

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Dinheiro 03/07/2013

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fotos: Divulgação

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Sustentabilidade

por rosenildo gomes ferreira

O exemplo de Copenhague Os países nórdicos foram pioneiros na adoção de políticas de preservação ambiental. Mas Copenhague, capital da Dinamarca, pretende ir muito além e se transformar na primeira cidade carbono neutro do planeta, até 2025. Para isso, o prefeito Frank Jansen vem intensificando iniciativas e adotando projetos verdes. No campo energético, a ideia é acelerar a substituição do uso de combustíveis fósseis no sistema de calefação e geração de energia. Para ampliar a oferta de moradias (a população atual de 1,2 milhão de habitantes deverá aumentar em 100 mil pessoas até 2025) estão sendo construídos seis bairros planejados, totalmente sustentáveis.

Residências e escritórios situados nos seis bairros sustentáveis, que estão em construção, terão metas de consumo de água e energia

Confira algumas iniciativas sustentáveis:

Sua população conta com 350 quilômetros de ciclovias, utilizadas diariamente por 600 mil pessoas O uso de combustíveis alternativos, como o gás proveniente do lixo, ajudou a reduzir as emissões de carbono do sistema de calefação do município

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Dinheiro 06/03/2013

prefeito verde : Frank Jansen é quem comanda as ações adotadas em Copenhague


Poluição

Carros híbridos

Volkswagen pisa fundo A Volkswagen decidiu acelerar o passo na busca pelo automóvel mais eficiente do planeta. Seu trunfo nessa corrida é o híbrido XL1 (foto), movido a combustível fóssil e bateria elétrica, capaz de percorrer 111 quilômetros com apenas 0,9 litro de diesel. Além de supereconômico, o bólido também é rápido: vai de zero a 100 km em 12,7 segundos, atin-

Tecnologia

Churrasquinho nada ecológico A China é um dos países que mais investem em energia alternativa. Apesar disso, os níveis de emissão de CO2 não param de subir. Culpa do uso, ainda intensivo, de carvão vegetal e mineral. Em janeiro, a poluição atmosférica atingiu patamar tão elevado que uma cortina de fumaça tornou Xangai, Hong Kong e Pequim invisíveis aos satélites da Nasa. Por conta disso, além da ampliação do uso de energia solar e eólica, em substituição ao carvão, o governo também estuda proibir a instalação das centenas de milhares de barracas de churrasquinho (foto) nas ruas das grandes cidades.

Empresas do Bem

Papel de pedra

Preservação

Para atender ao consumo mundial de papel é necessário derrubar cerca de quatro bilhões de árvores por ano. Uma das soluções seria a redução do uso de papéis e a busca de fontes alternativas, como a tecnologia desenvolvida pela italiana Ogami, criadora do Repap ( papel,

em inglês, escrito de trás para a frente). O insumo é produzido a partir de carbonato de cálcio, extraído de pedras calcárias. Hoje, ele é base para a produção de agendas (foto) que custam € 16 nas papelarias da Europa.

Tecnologia 2

Energia pura Os designers japoneses Shuguang Li e Chen Xiaoping descobriram uma forma de reaproveitar o calor desperdiçado por lâmpadas incandescentes e fluorescentes. Trata-se do Heat Electricity Conversion Storage Device (foto), aparelho que transforma esse calor em energia suficiente para carregar baterias de iPads e câmeras digitais.

gindo velocidade máxima de 160 quilômetros. Serão vendidas apenas 50 unidades. O preço ainda não foi definido.

O AMIGO DA ONÇA Uma iniciativa do ex-piloto de Fórmula Indy Mario Haberfeld pode colocar a região do Pantanal na rota dos programas de observação de grandes felinos, como os existentes na África. Durante três anos, uma equipe de técnicos chefiada por ele comprovou a viabilidade do Projeto Onçafari, que tem na onça-pintada a principal protagonista. O estudo foi realizado na Fazenda Cayman, resort de ecoturismo. O desafio, agora, é levar essa iniciativa a outros ecossistemas brasileiros.

Trabalho

APRENDIZES DA ACCENTURE Uma das mais destacadas ações de inserção de jovens no mercado de trabalho, o Programa Conexão, tocado pela Accenture,

foto: Bruno fernandes/IstoÉ

comandada por Roger Ingold, entra em nova fase. A meta é capacitar 550 mil empreendedores e colocar no mercado de trabalho 14 mil adolescentes, até 2015. As aulas são ministradas por entidades parceiras e voluntários.

Dinheiro 06/03/2013

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Sustentabilidade

por rosenildo gomes ferreira

Melhorar a mobilidade nos centros urbanos se tornou um grande desafio na Europa, continente no qual existe uma verdadeira obsessão pela redução das emissões de dióxido de carbono (CO2). Esse cenário vem incentivando uma corrida pelo desenvolvimento de veículos que reúnam funcionalidade, baixo custo e sejam ecologicamente corretos. A contribuição do Antro Group, da Hungria, é a Moveo (foto), uma scooter movida à energia elétrica que começa a ser vendida até dezembro. Por ser dobrável, o veículo pode ser transportado em ônibus e metrôs, servindo para completar trajetos em regiões não cobertas por linhas convencionais. Abaixo, mais detalhes do projeto da Antro Group:

Motocicleta para usar e dobrar

Preço estimado de venda: €2,4 mil Velocidade máxima: 50 km/h Peso: 25 quilos Por que é sustentável: suas baterias de íon-lítio permitem percorrer até 70 km. A recarga é feita acionando o pedal ou conectando-a à tomada

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Dinheiro 13/03/2013


Inovação

Máquina de adubo e gás Esta é sob medida para os ecologistas radicais. O designer colombiano Mauricio Issa bolou um equipamento capaz de garantir, ao mesmo tempo, reciclagem de lixo doméstico e produ­ ção de gás. O eComposter (foto) pro­ cessa os resíduos orgânicos (restos de alimentos, por exemplo), transforman­ do-os em adubo natural para jardins. O gás metano oriundo do processo de fer­ mentação pode ser usado em fogões, por exemplo. A engenhoca foi concebi­ da para caber em cozinhas compactas.

Reciclagem

Óleo renovado O óleo comestível e o óleo industrial têm propriedades químicas diferen­ tes, mas quando descartados de forma incorreta são igualmente danosos ao meio ambiente. Para tentar mini­ mizar os riscos associados ao uso indevido, entidades como Abiove, Abinee e Abrafiltros se comprometeram com o governo de São Paulo a instalar mil postos de coleta no Estado, até 2016. Esse material será reinse­ rido na cadeia como bio­ diesel.

Empresas do Bem Parceria

BRADESCO PRIVILEGIA DEFICIENTES A parceria entre a Bradesco Seguros, presidida por Marco Antonio Rossi, e a ProDeaf está rendendo frutos para os surdos. Graças ao software criado pela empresa de tecnologia, todo o texto existente no site da empresa de seguros passou a contar com tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). A versão é feita por um “avatar”.

Energia

Tecnologia

Água que vem do ar

A busca por fontes alternativas de abastecimento de água está mexendo com a criatividade dos pesquisadores. Em Lima, no Peru, por exemplo, um grupo de técnicos da Univer­ sidade de Engenharia e Tecnologia (Utec) criou um outdoor (foto) que produz água potável. O equipamento sequestra as moléculas de H2O presentes na atmosfera. São 100 litros por dia que, depois de purificados, seguem para o reservatório de um bebedouro para ser consumidos.

Habitação

MAIS LUZ, MENOS GASTOS

O exemplo chinês

O Programa de Eficiência Energética obteve marcas importantes em 2012. Ações como a doação de lâmpadas e eletrodomésticos mais eficientes para pessoas pobres custaram R$ 71 milhões, mas resultaram em uma economia de R$ 928 milhões. De acordo com a Eletrobras, comandada por José da Costa, o valor leva em conta os nove milhões de megawatts que deixaram de ser consumidos no período.

Em um país com cerca de 1,5 bilhão de habitantes, como a China, o espaço urbano vale ouro. Para atender às neces­ sidades de moradia de forma mais ecológica, o governo vem desa­ fiando arquitetos de todo o mundo a propor soluções. Um dos projetos em estudo é a casa WFH (foto), do escritório dinamar­ quês Arcgency. Ela foi montada a partir do reaproveitamen­ to de três contêineres descartados e do uso intensivo de bambu, um recurso abundante e renovável.

foto: Orestes Locatel

Dinheiro 13/03/2013

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Entrevista

por Clayton MELO

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“Os dados dos usuários são o perguntas para

Ronaldo lemos especialista em direito digital

A aprovação do Marco Civil da Internet, projeto que está à espera de votação na Câmara dos Deputados e define as principais questões relacionadas ao uso da rede no Brasil, representará o fim da insegurança jurídica nessa área. A opinião é do advogado Ronaldo Lemos, especialista em direito digital e um dos idealizadores do Marco Civil. Mestre em direito por Harvard e professor visitante de universidades como Princeton, nos EUA, e Oxford, na Inglaterra, ele analisa aqui o teor do projeto e a questão da privacidade na rede. “Os dados pessoais tornaram-se hoje o ‘petróleo’ da internet”, afirma Lemos, que acaba de se tornar sócio do escritório Pereira Neto Macedo Advogados, de São Paulo. “A questão importante é proteger espaços de anonimato na rede.”

O Marco Civil da Internet está para ser votado na Câmara. Por que esse projeto deveria ser aprovado? O Marco Civil é determinante para o futuro da rede no Brasil. Hoje, passados mais de 15 anos de acesso à internet no País, ainda não existe lei definindo os alicerces civis da rede. Isso foi feito em outros países há mais de uma década e mostrou-se um elemento essencial para a inovação. Não existiria o YouTube ou o Facebook se os EUA não tivessem feito o seu Marco Civil, em 1998. Sem lei, cada juiz fica livre para decidir a questão como bem entender. O resultado é uma enorme insegurança jurídica, decisões contraditórias e casos estapafúrdios. Como as empresas saem prejudicadas num ambiente desses? Hoje, sem regras, vivemos o pior dos mundos. Não existe se-

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Dinheiro 26/12/2012

foto: Rodrigo Castro

gurança jurídica para os empreendedores na internet. Isso só favorece os grandes sites internacionais, que têm departamentos jurídicos bem estabelecidos. Mas o pequeno empresário brasileiro não tem esses mesmos recursos para lidar com tanta incerteza na rede. Por isso é importante que uma lei como o Marco Civil defina as principais questões. Recentemente, o Congresso aprovou as chamadas Lei Caro­ lina Dieckmann e Lei Azeredo, sobre crimes digitais. Qual sua avaliação sobre ambas? A Lei Azeredo foi objeto de um grande debate público, que aperfeiçoou seu texto, excluindo as redações problemáticas. No fim, a lei foi aprovada contendo apenas cinco artigos, e não os 22 previstos originalmente. Isso é positivo. Com relação à Lei


petróleo da internet” Quais os aspectos que devem ser analisados nessa questão? Os dados pessoais dos usuários tornaram-se hoje o petróleo da internet. A coleta desses dados são os fatores que viabilizam a maioria dos modelos de negócio da rede. No Brasil, há um paradoxo: a privacidade está protegida pela Constituição, mas não existem leis específicas tratando de forma abrangente o tema. A possibilidade de o usuário permanecer anônimo na internet divide opiniões. Qual sua posição a esse respeito? O espaço para o anonimato na web vai se tornar ainda menor com a modificação do protocolo da rede para o chamado IPv6. Com ele, cada objeto que se conecta à rede terá um endereço de IP único e imutável. Isso faz com que a identificação da fonte de uma determinada informação na rede torne-se mais fácil. As repercussões disso para a privacidade são muitas. Hoje, a Constituição veda o anonimato na manifestação do pensamento. Mas e o anonimato na simples busca da informação, sem manifestar nenhuma ideia? Pense, por exemplo, em alguém que pesquisa na web sobre tratamentos de uma doença crônica, e o seguro usa esse fato para subir as mensalidades do plano de saúde. A questão importante é proteger espaços de anonimato na rede, que estão se tornando cada vez mais excepcionais. Qual a distância entre os direitos autorais no Brasil e nos EUA? O do Brasil é um dos mais restritivos do mundo. Nos EUA existe o conceito de “fair use” (uso justo), que consiste na possibilidade da lei autorizar a utilização de obras quando, por exemplo, isso não gera prejuízo aos autores. No caso da lei de direitos autorais brasileira, essas autorizações são casuísticas e restritas. Por que o debate sobre atualização na questão da propriedade intelectual no Brasil aparentemente está parado? A propriedade intelectual é um assunto complexo. Apesar disso, o País por muito tempo a tratou como algo de pouca importância.

Carolina Dieckmann, é similar. Trata-se de lei que foi construída em amplo processo de consulta técnica, do qual participei. O resultado é uma lei pontual, que também evita os efeitos colaterais que poderiam surgir no tratamento dos cibercrimes. Essas duas leis se interpõem ao Marco Civil? Havia um acordo político para que elas fossem aprovadas junto com o Marco Civil. Isso não aconteceu. A aprovação das leis criminais antes do Marco Civil passa a impressão de que os problemas “de polícia” têm precedência sobre todos os outros. Mas ao menos os textos dessas leis foram harmonizados com os princípios do Marco Civil. A discussão sobre a privacidade na internet ganha força.

A falta de uma legislação que defina regras para veiculação de con­ teúdo diretamente da internet, também conhecido como strea­ ming, retarda a vinda de empresas de tecnologia para o Brasil? Certamente. O direito brasileiro tem gerado grande insegurança com relação à internet. A questão do streaming é só mais um exemplo. A empresa que hoje trabalha com a oferta de vídeos, especialmente na web, enfrenta várias questões. Uma delas é se deve ou não pagar ao Ecad valores sobre a execução de obras musicais. Ou se pode, por exemplo, obter autorizações das músicas diretamente com os autores. O YouTube fez um acordo com o Ecad com relação às músicas veiculadas através do site. Isso não impediu que o Ecad ameaçasse cobrar direitos autorais de qualquer blogueiro, simplesmente por incorporar vídeos do YouTube em seu site, uma cobrança dobrada. Como estão os processos movidos pelas empresas que recor­ rem para não pagar o Ecad? Há decisões em vários sentidos. E, eventualmente, há a concessão de liminares suspendendo a cobrança.

Dinheiro 26/12/2012

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Entrevista

por Guilherme Queiroz e Denize Bacoccina

“O turismo entrou para a pauta econômica do governo”

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perguntas para

Gastão Vieira,

Apesar das belezas naturais e do apelo tropical, o Brasil ainda não aprendeu a se beneficiar do turismo. Em 2011, o setor movimentou o equivalente a 3,9% do PIB, ou R$ 161 bilhões. Pouco, na opinião do ministro do Turismo, Gastão Vieira, que acredita ser possível dobrar essas cifras. Faltava, segundo ele, incluir a atividade nas prioridades da agenda do governo. Isso começa a acontecer com a destinação das verbas do ministério para projetos alinhados a uma política nacional de turismo. “Conseguimos entrar na pauta econômica do governo”, diz o ministro.

Há um ano, o sr. assumiu o ministério, em meio a denúncias de desvios de verbas para eventos. Há risco de que esse tipo de desvios volte a ocorrer? Risco, sempre há. Antes, havia verba para festas de São João, de padroeira de cidade, de Réveillon, entre outras, nas quais o dinheiro público era usado para pagar as atrações. Isso gerou descontrole. O artista cantava para o pequeno público por R$ 20 mil e, quando era com verba do mtinistério, o cachê era de R$ 100 mil. Diminuímos drasticamente os contratos para eventos. Há mais controle hoje? Criamos um sistema de monitoramento das verbas que nos permite acompanhar, em tempo real, emenda por emenda, Estado por Estado, município por município. Nós sabemos em que estágio está uma obra e quanto dinheiro ela recebeu.

50

Dinheiro 21/11/2012

foto: Adriano Machado

Ministro do Turismo


Mas as verbas do ministério caíram muito nos últimos tempos, não? O próprio ministério orienta os parlamentares a destinar suas emendas. Se antes o ministério era prisioneiro da demanda, hoje ele é o senhor da oferta. Estamos caminhando para aplicar o recurso público no que é prioridade, dentro de uma política nacional de turismo. Essa conversa chega bem ao ouvido da presidenta Dilma. Nós conseguimos realmente entrar na pauta econômica do governo. Como isso é colocado em prática? Estamos montando o que vamos denominar de PAC do Turismo. Identificamos que centros de eventos são fundamentais para consolidarmos o turismo de negócios. Pedimos recursos para obras importantes, como estradas, aeroportos regionais e píeres de atracação para cruzeiros. Também demos prioridade para saneamento básico. Atualmente são 11 mil obras em andamento em todo o Brasil, no valor de R$ 3,7 bilhões, com recursos do ministério. Apesar de todo o potencial do turismo no Brasil, o setor ainda movimenta menos de 4% do PIB. Como isso pode aumentar? O turismo vai além das atividades classificadas como turísticas. Tome o exemplo das locadoras de carros. Elas compram 445 mil veículos novos por ano: 45% desse total é locado para viagens, tanto de turismo de lazer, quanto de negócios. Mas podemos crescer mais e chegar a 7% do PIB. O que falta para o Brasil atrair mais turistas estrangeiros? Estamos fazendo estudos para entender por que o turista acha o Brasil o melhor destino turístico do mundo, mas não toma a decisão de vir para cá. Talvez seja um erro de estratégia nosso.

Como resolver o problema de o Brasil ser um destino caro? Estamos conversando com o Ministério da Fazenda. Demos o primeiro passo com a desoneração da folha de pagamento da hotelaria e das companhias aéreas. Mas muito do custo do setor é ICMS e isso depende dos governos estaduais. Quando um governador vem aqui para pedir apoio para uma obra, nós colocamos a pauta de desoneração do ICMS. E há uma disposição deles para isso? Isso é uma costura que demora, mas a receptividade é ótima. Antes eles vinham ao ministério e nunca traziam seus secretários de Turismo. Isso mostrava que o setor figurava como uma política de governo, mas a grande maioria começa a perceber o turismo como um setor da economia. É emprego que se cria mais rápido, o mais barato e a maneira mais eficiente de se fazer inclusão social. “Imagina na Copa!” se tornou um bordão nacional. O Brasil corre o risco de sofrer um apagão estrutural durante a Copa do Mundo? O período de alta estação no Brasil é janeiro, quando recebemos 700 mil turistas estrangeiros. Para a Copa, vamos receber 300 mil em junho e 350 mil em julho. Vai haver uma troca, porque muitos deixarão de vir para o Brasil nessa época, para fugir da Copa. Não vai faltar quarto de hotel. Qual é o grande objetivo para depois dos eventos? Consolidar o Brasil como um grande destino turístico mundial. Poucos países tiveram a oportunidade de sediar tantos eventos em tão pouco tempo. Tivemos a Rio+20 e teremos a Copa das Confederações e o encontro da juventude católica, em 2013, a Copa do Mundo, em 2014, e a Olimpíada, em 2016. Esse é o verdadeiro legado para o turismo brasileiro.

Dinheiro 21/11/2012

51


Entrevista

por cláudio gradilone

10

perguntas para

ANTONIO CÁSSIO DOS SANTOS, CHAIRMAN DA ZURICH AMÉRICA LATINA

O mercado segurador passará por mudanças profundas. Antonio Cássio dos Santos, chairman da Zurich América Latina, eleito um dos dez executivos mais influentes do setor na América Latina pela revista Latin Insurance Review, falou com a DINHEIRO sobre elas:

Por que o setor de seguros deverá mudar muito nos próximos anos? Parti de cenários traçados por consultorias como Bain & Company, KPMG e Ernst & Young para definir o que vai influenciar o setor nesta década. A causa das mudanças será um conjunto de macrotendências, tanto globais quanto específicas. As macrotendências globais referem-se a oito “novidades” genéricas. Quais são elas? Duas delas são a entrada de um bilhão de pessoas no mercado consumidor e a necessidade brutal de investimentos em infraestrutura, tanto nos países emergentes, que precisam construir o que não têm, quanto nos países desenvolvidos, que precisam renovar. Outras duas estão relacionadas à enorme necessidade de matérias-primas para atender a essas demandas, tanto de consumidores quanto de investimentos. Por isso, não esperamos um desaquecimento na demanda das commodities. Teremos ainda uma crescente preocupação em proteger esses investimentos, o que nos levará a testemunhar um avanço dos gastos militares, especialmente na Ásia. Finalmente, haverá um avanço na infraestrutura pós-revolução tecnológica. Sem ela, os avanços tecnológicos que esperamos não serão possíveis. Essas são as únicas alterações esperadas? Não. Ao lado dessas cinco mudanças quantitativas e físicas, haverá três outras mais qualitativas. Podemos listar a demanda crescente por desenvolvimento do capital humano e a necessidade cada vez maior de manter os ricos e afluentes com saúde. Outra mudança notável é o que eu chamo de “tudo na mesma, mas melhor”. Os consumidores das classes A e B vão buscar mais qualidade, em vez de quantidade. Com tudo isso combinado, veremos uma explosão de inovação nos próximos anos, parecida com a que ocorreu nas primeiras décadas do século passado.

70

Dinheiro 20/03/2013

foto: João Castellano/istoe

E nos seguros, o que deve mudar? A influência dessas macrotendências e das novas tecnologias vai mudar a forma como as empresas fazem negócios. Os novos consumidores e os investimentos em infraestrutura vão movimentar uma renda equivalente a US$ 30 trilhões nos próximos dez anos. A tendência será uma busca maior de qualidade de vida, e nesse aspecto a proteção à saúde terá um papel fundamental. Por isso, há pelo menos 12 macrotendências específicas que devem alterar o setor. Qual o papel da tecnologia nisso? Fundamental. Há pelo menos três macrotendências ligadas a ela: o uso de tecnologias móveis e a emergência da computação em rede, que serão essenciais para o corte de custos, e o uso crescente das redes sociais, que vão aumentar a transparência do setor. O segurador terá de ser cada vez mais ágil e correto com o segurado. Se não for, a punição das redes sociais será imediata. Além da tecnologia, quais os outros vetores de mudança? Um vetor importante são as mudanças regulatórias e de mercado. A agenda pós-crise de 2008 será implantada e as regras serão cada vez mais estritas no que diz respeito a gerenciamento de risco de capital


As mudanças” tecnológicas, demográficas e climáticas vão mudar a forma como as seguradoras fazem negócios

e a cumprimento de contratos. Isso não terá muito impacto no mercado brasileiro, pois o nosso é o mais conservador do mundo, mas vai afetar a forma como as seguradoras lá de fora trabalham. Um subproduto disso será a enorme oportunidade que as seguradoras terão para melhorar sua imagem. Em que sentido? Podemos entender essa oportunidade pensando em outro dos vetores de mudança, que é o risco crescente de catástrofes naturais e climáticas. As seguradoras estarão mais sujeitas a catástrofes do que antes e têm de se adaptar a essa nova realidade. Assim, elas poderão participar da solução desses problemas, por exemplo.

Como o novo perfil do mercado financeiro vai influenciar o setor? As taxas de juros vêm caindo em todo o mundo, e por isso as seguradoras terão de mudar a maneira como investem seu capital. Manter resultados consistentes ao longo do tempo será um desafio cada vez maior, pois as aplicações financeiras tendem a migrar para instrumentos que promovam a poupança de longo prazo. As seguradoras que souberem se transformar em gestoras eficientes de riscos e de recursos financeiros no longo prazo terão muito mais êxito do que as outras. E o efeito das mudanças demográficas? Será imenso. As pessoas vão viver e trabalhar mais tempo, e isso vai forçar as

seguradoras a adaptar seus produtos. Além disso, o bilhão de novos consumidores que vai entrar no mercado deverá morar e trabalhar em cidades, portanto, haverá avanços na urbanização. Vão surgir mais metrópoles. As pessoas terão de começar a poupar mais cedo na vida e poupar por mais tempo, o que obrigará o setor a lançar produtos específicos e segmentados. Qual será o papel do governo? Haverá uma nova definição do papel do governo. Em função das dívidas públicas crescentes mundo afora e a falência do Estado, a tendência é de que os grandes seguros sociais, de saúde e de previdência, sejam cada vez mais oferecidos pelo setor privado. Dinheiro 20/03/2013

71


Dinheiro&Tecnologia

92

Dinheiro 05/12/2012

Infografia: Ricardo Alonso

por CLAYTON MELO com Diego Marcel


CertifiCação Green BuildinG faz diferença para sua empresa?

Diário de um fugitivo fanfarrão Criador da empresa de segurança virtual que leva seu sobrenome, o empresário John McAfee está foragido desde que foi convocado pela polícia de Belize, na América Central, onde mora. A intimação é para que preste esclarecimentos sobre a morte de seu vizinho e desafeto, o empresário Gregory Faull. Notificado, McAfee desapareceu. Desde então, usa um blog para se defender de possíveis acusações. Por meio do whoismcafee.com, ele se diz vítima de uma armação. Para completar, McAfee ofereceu, via blog, US$ 25 mil para quem localizar os “verdadeiros assassinos”. Em meio à polêmica, ele produz uma história ilustrada sobre sua vida, cuja capa traz sua imagem em formato de desenho.

sustentaBilidade.

Quer mais? Cushman & wakefield.

Wii de colecionador Os canadenses terão a oportunidade de adquirir uma versão que pode acabar se tornando um item de colecionador dos consoles da Nintendo Wii. A empresa japonesa lançará no Canadá uma edição de tamanho reduzido da peça. O console não terá conexão com a internet e nenhum recurso adicional em relação ao Wii regular. Ele será vendido por US$ 99. A Nintendo não se pronunciou sobre comercialização do videogame em outros países. No mundo, a Nintendo está focada nas vendas de seu novo console, o Wii U.

Nuvem de tecnologia

O estúdio Pinewood, que cedeu suas dependências para a filmagem do novo longa-metragem da série 007, Skyfall, que traz Daniel Craig na pele de James Bond, deve fechar o segundo semestre de 2012 com lucro. Dessa maneira, a empresa conseguirá reverter um prejuízo de 5,4 milhões de libras, registrado no mesmo período de 2011. O Pinewood é conhecido por possuir locações equipadas com excelente infraestrutura e alta tecnologia.

O mercado de computação em nuvem terá um crescimento médio de 9,6% nos próximos três anos, segundo números da Associação Brasileira das Empresas de Tecno­logia da Infor­mação e Comuni­ cação (Brasscom). Em 2012, o setor de TI deve apresentar uma expansão de 18%, impulsionado pelo avanço nas vendas de tablets e smart­phones. FOTO: Francois Duhamel

ComerCialização imoBiliária avaliação imoBiliário

CertifiCação Green BuildinG

pesQuisa de merCado shoppinG Center

investimento GerenCiamento de

propriedades, faCilities, projetos e oBras.

11 5501-5432

CRECI: 20.969-J

Salvos por James Bond


Dinheiro&Tecnologia

2

55%

1

julgam uma pessoa com base no smartphone que o interlocutor possui

por Clayton melo com Diego MARCEL, João Varella e Luiz Gustavo PACETE

55%

dos usuários fingem não ver ligações indesejadas

3

50%

recorrem a palavras de baixo calão em seus torpedos

7

10%

das pessoas já enviaram ou encaminharam um texto de cunho sexual explícito sem que o interlocutor tenha solicitado

A companhia americana McCann Worldgroup apurou, por intermédio de uma pesquisa com nove mil pessoas no mundo, quais são os principais deslizes cometidos pelos usuários de celulares. As gafes vão de fotos indiscretas a ligações em horários indevidos

6

29%

5

38%

baixam conteúdo pirata nos equipamentos móveis

54

dos entrevistados utilizam o celular em circunstâncias inusitadas, como no banheiro

Dinheiro 13/03/2013

infografia: Denis Cardoso

4

44%

ligam e enviam mensagens para seus amigos e colegas independentemente da hora


A polêmica da nota fiscal Embora tenha CNPJ e sede na capital paulista, o escritório brasileiro do Facebook nem sempre emite nota fiscal para os clientes que pagam pela veiculação de publicidade, conforme revelou o site da DINHEIRO. Profissionais de agências digitais brasileiras reclamam que a empresa exige uma compra de mídia de no mínimo R$ 20 mil para fazer a emissão. Caso contrário, a com-

panhia se limita a enviar uma fatura sem valor fiscal. “Preciso prestar contas e, mesmo assim, a atendente do Facebook diz que não é possível fornecer a nota”, afirmou uma profissional de internet. A direção do Facebook disse manter sua sede internacional na Irlanda e cumprir com a “legislação aplicável”. Leia a reportagem completa no portal da DINHEIRO, istoedinheiro. com.br.

Cinema no videogame Numa estratégia inédita no mercado, a Microsoft estreou na rede de seu Xbox 360, a Live, o filme Pulp, que será exclusivo para os usuários da plataforma online do videogame da empresa. O longa-metragem, dirigido por Adam Hamdy, conta a história de um dono de loja de revista em quadrinhos que se envolve com um gângster que pretende usar seu estabelecimento para lavagem de dinheiro.

A pegadinha coreana do Pirate Bay O site de compartilhamento de arquivos The Pirate Bay anunciou que instalaria seus servidores na Coreia do Norte. “Agora vamos para um país que não tem medo das grandes empresas”, dizia a nota. Mas tudo não passava de um trote. Um dia depois, o site afirmou que não está de mudança para o país asiático coisa nenhuma. Era um blefe para protestar contra nações

que se negaram a hospedar o site, como os EUA. O canal ainda aproveitou para dar um puxão de orelha em seus seguidores que gostaram da suposta mudança. “Ninguém pode comemorar um relacionamento com um país sangrento.”

Reforço para conexão Os grandes eventos esportivos aumentam consideravelmente o tráfego de dados nas redes de acesso à internet móvel, o que costuma derrubar a conexão dos usuários. Para evitar esse problema, a Nascar, associação que faz os campeonatos de stock car nos EUA, aposta num sistema complementar de conexão, criado pela Ericsson. A entidade adota um mecanismo que conta com uma torre de antena celular montada em caminhões. Como resultado, a capacidade de rede pode ser até 3,5 vezes maior do que a normal.

Michael McGuire, vice-presidente

de pesquisas do Gartner, analisa as estratégias comerciais em redes sociais

respostainstantânea Qual a importância para as empresas do chamado “comércio social”? Sabemos do alcance do Facebook, mas é necessário avaliar quantas transações estão sendo feitas no site e qual é a comissão cobrada para isso. A marca também tem de ser bem falada na rede.

O comércio por redes sociais pode substituir o varejo eletrônico? Trata-se de um segmento com um grande potencial para mudar o cenário, mas ainda não vejo um exemplo de empresa que tenha feito essa substituição. A companhia precisa avaliar se vale a pena quebrar uma relação com a Amazon, por exemplo, ou outros vendedores. Em todo caso, é importante ficar atento às redes.

Quais são as perspectivas na área de venda de produtos e serviços por meio de redes sociais? Será interessante ver como as outras mídias sociais reagirão ao Facebook. Sei que o Twitter está em negociação com a American Express. O Facebook também deve fazer reformulações para estimular o comércio em dispositivos móveis.

foto: Joerg Koch/AP Photo/dapd

Dinheiro 13/03/2013

55


Dinheiro&Tecnologia

por Clayton melo com Diego MARCEL

a utilização da internet gera uma série de benefícios ao meio ambiente, segundo estudos do provedor clear – feito com base em pesquisas de empresas americanas como instagram, google e Walmart – e da

50

bilhões de cartas não foram enviadas, nos últimos anos, por conta da popularização do e-mail

Wordstream, companhia do setor de qualidade de vida. isso porque a troca de mensagens pela rede resulta, por exemplo, em redução do corte de árvores e na produção de plástico e menos carros nas ruas.

10

milhões de carros a menos circulam nas ruas graças à comunicação realizada pela internet, representando diminuição na emissão de gás carbônico

9

milhões de toneladas de papel deixam de ser produzidas graças à disseminação dos livros eletrônicos

4,5

4

milhões de toneladas de plástico não viram lixo, em razão da queda na produção de cds, que perdem espaço para os arquivos digitais

milhões de toneladas de papel são economizadas em função da substituição das fotos impressas pelas fotografias digitais

Fontes: Provedor de internet Clear, e Wordstream, empresa especializada em serviços de qualidade de vida

92

Dinheiro 17/04/2013

infografia: Ricardo Alonso


Nuno Simões, diretor do grupo de software e serviços da Intel Brasil, analisa o mercado brasileiro de softwares

respostainstantânea Qual é a situação do mercado nacional de soft­wares?

Cartão-postal online O Google incluirá imagens do Cristo Redentor no Maps Street View. Trata-se de um projeto novo, que mapeará pontos turísticos mundiais, tornando disponíveis informações sobre esses locais no serviço de mapas. Será a primeira vez que o Trekker – uma mochila equipada com câmera, que os funcionários da companhia carregam em suas andanças pelo mundo – será utilizado na América Latina. Enquanto isso, a Apple deve concorrer com o serviço do Google. A empresa registrou nos EUA uma patente de um sistema de captura de imagens nas ruas.

Imposto zero Um decreto da presidenta Dilma Rousseff reduziu a zero o PIS e a Cofins sobre smartphones que custem até R$ 1,5 mil e sejam produzidos no Brasil. Somados, os dois tributos tinham alíquota de 9,5%. A renúncia fiscal anual será de cerca de R$ 500 milhões. Segundo o Ministério das Comunicações, a medida pode resultar numa queda de até 30% do preço final dos produtos. Os cálculos da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), no entanto, são mais modestos. A entidade estima diminuição de 7% no valor. O Brasil tem hoje cerca de 65 milhões de smartphones.

Nova tacada da rocket O fundo alemão de investimento Rocket Internet está lançando mais uma empresa digital no Brasil, a HelloFood, um serviço online­de entregas de pedidos de restaurantes. Presente em 30 países, o site chega para disputar um segmento digital pro­mis­sor no Brasil, que conta com rivais como iFood e Restorando. Até o final de abril, a HelloFood vai operar em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte.

O crescimento da área de servi­ ços e programas está acima da média observada em outros mer­ cados. O Brasil já pode ser consi­ derado um dos grandes centros quando o assunto é o número de desenvolvedores. Devemos che­ gar a 500 mil profissionais no setor até 2015.

Quais são as principais oportunidades de negócios no setor? Uma das coisas que o governo brasileiro quer fazer é aumentar a exportação de softwares e servi­ ços. Quando foi lançado o pro­ grama de incentivo TI Maior, isso ficou muito claro. Se analisarmos o mercado, veremos que existe, sim, espaço para crescimento da exportação.

Como está a mão de obra formada nas universidades? O País está preparando profissionais com a qualificação necessária? A mão de obra no Brasil é de qua­ lidade muito boa e abrangente. Quando vamos ao mercado em busca de talentos, não temos dificuldade para encontrar um programador qualificado. Esta­ mos felizes com o retorno das pessoas que temos contratado.

Homem de Ferro A Boston Dynamics, empresa americana de tecnologia, divulgou imagens de um teste feito com um robô que está sendo desenvolvido em conjunto com o governo dos Estados Unidos. Ele será usado em situações de resgate que colocam a vida de soldados e bombeiros em risco, como incêndios. O ciborgue é equipado com sensores de calor e sistema de defesa contra contaminação química. A invenção, no entanto, está longe de funcionar perfeitamente. O robô ainda tem dificuldade para se equilibrar. Foto: Ana Paula Paiva/Folhapress

Dinheiro 17/04/2013

93


Dinheiroemação

Por cláudio gradilone, com Patricia Alves e Fernando Teixeira

papéis avulsos

Kroton, graduada em lucros A Kroton Educacional mostrou, na ter- a aquisição da Unopar e da Uniasselvi. A ça-feira 19, o porquê de seus papéis se Kroton, presidida por Rodrigo Galindo, destacarem entre as maiores altas da anunciou, ainda, números preliminares BM&FBovespa, em 2012. A empresa do primeiro trimestre de 2013, sinalidivulgou um lucro líquido de RS 23,9 zando um forte início de ano, ao atingir a milhões, no quarto trimestre, revermarca de meio milhão de estudantes. tendo prejuízo de R$ 7,2 milhões um Segundo Ricardo Correa, diretor da ano antes. Em 12 meses, seu lucro Ativa Corretora, os benefícios das aquilíquido totalizou sições estão sendo R$ 202 milhões. A incorporados e deveraio x receita líquida disparão impulsionar os kroton on (krot3) rou 85% nos últimos resultados neste ano. Cotação* R$ 24,39 Preço máximo (52 semanas): R$ 27,05 três meses do ano, “A geração de caixa Preço mínimo (52 semanas): R$ 7,96 totalizando R$ 365 segue sólida e estaOscilação no mês: -5,2% milhões, impulsionamos confiantes na Oscilação no ano: 6,2% Oscilação em 2012: — da pelo aumento do performance positiva Volatilidade (21 dias): — número de alunos do dos papéis da compaFonte: Economática * 21/03/2013 ensino superior, após nhia”, afirma Correa. maiores altas da semana*

maiores baixas da semana*

Educação financeira

Ação

Ação

Em Confiança inteligente, os autores Stephen M. R. Covey e Greg Link mostram como prosperar nos negócios e na vida, em cenários adversos e independentemente dos ciclos econômicos. Editora Leya, 352 páginas, R$ 39,90.

Setor

M G POLIEST Petroquímico GENERALSHOPP Imobiliário RENAR Varejo UNIPAR Petroquímico GOL Aviação

% 12,50 12,04 11,11 9,38 9,30

Setor

J B DUARTE Varejo RJCP EQUITY Financeiro TECTOY Industrial LIX DA CUNHA Industrial VIVER Imobiliário

% -50,00 -50,00 -33,33 -27,27 -20,88

Fonte: Austin Rating * de 11/03 a 18/03

Quem vem lá

Mais 10 milhões de ações na Localiza A locadora de veículos Localiza, presidida por José Salim Mattar, vai captar R$ 375 milhões emitindo dez milhões de novas ações. A captação elevará o capital social de R$ 976,7 milhões. A locadora também vai boni­ ficar os atuais acionistas. Os investidores vão rece­ber gratuitamente uma nova ação para cada 20 que pos­ suírem, levando em conside­ ração a posição individual em 30 de abril deste ano.

108

Dinheiro 27/03/2013

I B OV E S PA

em milhares de pontos

70

o ibovespa em um ano *

pontos

Ibovespa Máxima Mínima

60 50 Mar 12 *Até 21/03/2013

Ter­m ô­m e­tro do mer­c a­do

Set 12

55.576 66.967 52.212 Fonte: Economática * 21/03/2013

Mar 13*

As 10 mais negociadas do Ibo­v es­pa Ação

­Co­ta­ção (R$)*

% mês

% ano

% 12 M

% Índice

Petrobras PN

18,5

11,6

-5,1

-22,3

Vale PNA

33,2

-9,2

-18,8

-15,2

8,7 7,8

Itaú Unibanco PN

35,7

3,0

8,3

-1,9

5,0

Bradesco PN

35,9

1,7

2,4

14,3

3,6

Brasil ON

26,8

3,8

6,8

3,4

3,4

BM&FBovespa ON

13,1

-2,4

-6,5

14,8

3,3

OGX Petroleo ON

2,5

-20,6

-42,9

-85,5

2,8 2,5

34,6

-8,4

-18,1

-13,7

Petrobras ON

Vale ON

17,0

17,0

-13,3

-30,8

2,4

Gerdau PN

14,8

-10,0

-17,4

-18,9

2,2

Foto: bruno fernandes/AG. ISTOÉ e Magdalena Gutierrez/Folhapress

Fonte: Economática * 21/03/2013


Construção

Saúde

Helbor Amil sai da bolsa tem cotação A já anunciada saída da Amil do pregão tem data para acon­ recorde tecer: 23 de abril. Ao todo, a

americana UnitedHealth, que comprou a empresa do brasileiro Edson de Godoy Bueno em outubro do ano passado, vai desembolsar

A incorporado­ ra Helbor divulgou, na terça-feira 19, um lucro de R$ 67,9 milhões no ano passado, 21% acima do registrado em 2011, e anun­ ciou uma boni­ ficação pela qual os acio­ nistas que tive­ rem dez ações receberão três novas. As notí­ cias refletiramse nos pregões seguintes. Na quinta-feira 21, os papéis da companhia fecharam a R$ 12,95, reno­ vando sua máxima his­ tórica.

Destaque no Pregão

Curto-circuito na Cemig

Martins, analista da Planner, se o discurso da com­ panhia estiver correto, a tendência é de relativa recuperação nas cotações das ações. A recomen­ dação da corretora é a de manutenção dos papéis.

18/03/13

Cotação (moeda local) Variação (US$)

Índice

Pontos

% mês

% ano

% 12 m.

% mês

% ano

Ibovespa

56.973

-0,79%

-6,53%

-15,88%

-1,37%

-3,88%

Brasil IBrX EUA Dow Jones EUA Nasdaq Japão Nikkei China CSI 300 Alemanha DAX 30 França CAC 40 Reino Unido UKX

21.602 14.452 3.238 12.221 2.502 8.011 3.825 6.458

0,96% 2,83% 2,45% 5,72% -6,39% 3,47% 2,75% 1,53%

-1,73% 10,29% 7,22% 17,56% -0,81% 5,23% 5,06% 9,50%

-5,20% 9,16% 5,17% 20,50% -2,78% 11,97% 6,92% 8,33%

0,37% 2,83% 2,45% 2,77% -6,28% 4,42% 3,69% 2,04%

1,06% 10,29% 7,22% 6,72% -0,55% 7,11% 6,94% 17,20%

Brasil

As ações da estatal mineira de energia Cemig caíram 14%, para R$ 22,20, no pregão da quarta-feira 20. O motivo da queda foi a decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de reduzir o valor da base de ativos regulatórios da distribuidora, dentro do seu processo de revisão tarifária. “Tudo aconteceu como esperávamos. Estamos surpresos com a reação do mercado”, afirmou o diretor-financeiro da Cemig, Luiz Fernando Rolla, ao tentar acalmar os investi­dores. Não adiantou.

Palavra do analista: para Victor

bolsas no mundo Mercado

R$ 2,87 bilhões para retirar os 93,5 milhões de ações do mercado. O valor é o mesmo do acordo com os contro­ ladores, que na época implicava um prêmio de 21,5%. A habilitação de acionistas ocorre entre 21 e 22 de abril.

Fonte: Austin Rating

No fim da Quaresma, a bolsa vem mantendo os investidores submetidos à abstinência de ganhos. Ações de empresas elétricas e de bancos forçaram a baixa dos principais índices, e há poucos sinais de reversão desse cenário nas próximas semanas devido às notícias ruins no cenário internacional.

touro x urso

desempenho das empresas por setor de atividade Melhor Desempenho

Papel e Celulose Consumo e Varejo Transportes Petroquímico Industrial

% 30 dias

2,83 1,86 4,38 -0,78 1,65

% 12 meses

31,23 23,23 15,98 8,42 6,49

PIor Desempenho

Petróleo e Gás Energia e Saneamento Siderúrgico Imobiliário e Construção Mineração

% 30 dias

-0,87 3,93 -3,42 -8,25 -7,39

% 12 meses

-39,95 -35,86 -28,89 -27,69 -20,35

Fonte: Austin Rating de 11/03 a 18/03 Foto: Rogério Cassimiro

MER­CA­DO EM NÚMEROS

MMX

R$ 792,4 milhões

Foi o prejuízo que a mine­ ra­­dora do grupo de Eike Batista registrou em 2012. O valor é 40 vezes maior que o prejuízo de R$ 19,2 milhões registrado em 2011. EZTEC

R$ 336,2 milhões

Foi o lucro líquido regis­ trado pela construtora em 2012. Outro indicador que chama a atenção foi a margem líquida de 42%, que superou em 12 pontos percentuais as projeções da empresa. São Carlos

R$ 221 milhões

Foi o lucro anual da empresa de empreendi­ mentos imobiliários em 2012. É o maior lucro na história da companhia. BTG Pactual

US$ 160 milhões

É quanto o banco de André Esteves captou com a primeira emissão pública brasileira de bônus no mercado chinês. Em setembro, o BTG já havia emitido bônus em pesos colombianos em valor equivalente a US$ 200 milhões. ALPARGATAS

70,7 milhões

É a quantidade de calçados, vestuário e acessórios que a empresa vendeu no quarto trimestre de 2012. Destes, 62,3 milhões foram destinados ao mercado nacional.


Dinheiroemação PERSONAGEM Rildo Pinheiros, diretor de RI: “Temos espaço para duplicar a área portuária”

Por Fernando Teixeira

Battistella embarca na logística Da mesma forma que Aracruz e Sadia, a catarinense Battistella fez apostas erradas no mercado de câmbio e sofreu prejuízos pesados com derivativos durante a crise de 2008. Diferentemente das duas empresas, que trocaram de dono, a Battistella não mudou de mãos. Ela vendeu ativos e cortou custos para sobreviver. Segundo Rildo Pinheiros, diretor de RI, a meta é faturar R$ 1 bilhão em 2013, apostando em logística e na revenda de caminhões. Como a empresa perdeu R$ 160 milhões com derivativos? Nossa situação foi similar à que ocorreu com Aracruz e Sadia. Perdemos dinheiro com o câmbio e tivemos de buscar alter­ nativas para sobreviver. Quais foram essas alternativas? Vendemos nossos ativos flores­ tais, que estavam na origem do grupo, e renegociamos as dívi­ das com os bancos. Não temos mais um galho sequer. Nossa aposta agora é na logística e na venda de veículos. Somos processadores e exportadores de madeira. Movimenta­ mos 42% do volume

raio x Battistella pn (bttl4) Cotação* Preço máximo (52 semanas): Preço mínimo (52 semanas): Oscilação no mês: Oscilação no ano: Oscilação em 2012: Volatilidade (21 dias): Fon­te: Economática * 21/03/2013

de madeira que é exportado pelo porto de Itapoá, no litoral norte de Santa Catarina. Temos uma empresa que corta madeira e a vende para o Brasil e para o Exterior. Também vendemos caminhões Scania em 14 revendas em todo o País e representamos 18% do faturamento total da marca. Qual a importância dessas ativida­ des no faturamento do grupo? A revenda de caminhões representa atualmente 90% do nosso faturamen­ to, mas as melhores perspectivas estão em Itapoá. É um porto privado, especia­ lizado em cargas secas, e que atual­ mente movimenta o equivalente a 500 mil contêineres de 20 pés anuais. Nossa meta é quadruplicar essa capacidade nos próximos 12 meses. Para isso, nós e nossos sócios, a Logz Logística e a Aliança Navegação e R$ 1,04 R$ 1,73 Logística, vamos inves­ R$ 0,80 tir R$ 750 milhões. -9,6% Temos espaço para -11,1% -14,0% expandir e duplicar a 57,84% área portuária.

PELO MUN­DO Distribuição bilionária de remédios As redes de drogarias americanas Walgreens e Alliance Boots fecharam acordo com a empresa de logística Amerisource Bergen, que vai distribuir seus medicamentos pelos próximos dez anos. Em 2014, as remessas podem chegar a US$ 28 bilhões.

Italiana Salini quer avançar na Impregilo A construtora italiana Salini está disposta a pagar € 1,6 bilhão para aumentar sua participação na compatriota Impregilo, hoje de 30%. Pietro Salini, CEO da Impregilo, diz esperar que o novo grupo gere € 10 bilhões em novas encomendas de infraestrutura no mundo.

AVISO – Esta se­ç ão tem ca­r á­ter me­ra­m en­te in­for­m a­t i­vo e seu con­teú­d o não deve ser in­ter­p re­ta­d o como re­co­m en­d a­ç ão de in­ves­t i­m en­tos. A re­v is­t a DI­N HEI­R O não se res­p on­s a­b i­l i­z a por de­c i­s ões de in­ves­t i­m en­to to­m a­d as por seus lei­to­res.

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Dinheiro 27/03/2013

Fotos: Silvio Aurichio e Steven Nehl/AP Photo

A pirâmide do Facebook A Securities and Exchange Commission dos EUA descobriu um esquema de pirâmide no IPO do Facebook. O acusado, Craig Berkman, pegou US$ 13,2 milhões de 120 investidores interessados nos papéis. Porém, nunca adquiriu as ações.


Poder

por Denize bacoccina

com Cristiano Zaia e Paulo Justus

Itamaraty

Contra os “coiotes” O Itamaraty está se mobilizando para combater o tráfico de imigrantes do Haiti para o Brasil. Na terça-feira 16, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, reuniu-se com seus colegas do Haiti, da Bolívia, do Equador e do Peru para elaborar um programa conjunto de medidas que tentem inibir a ação de “coiotes”, atravessadores que facilitam, de forma ilegal, a entrada de haitianos pela fronteira com esses países. O governo brasileiro quer aprimorar a concessão do visto de trabalho e ajudar os haitianos que já estão instalados no Brasil a trazer suas famílias dentro da legalidade.

Ministério Público

Comércio

Mineração

Investigação inconstitucional

Real caro

À espera do código

A PEC 37, que tramita no Congresso e quer proibir o Ministério Público de realizar investigações criminais, ainda não chegou à Advocacia-Geral da União. Mas o órgão, comandado pelo ministro Luís Inácio Adams, já emitiu um parecer sobre o tema numa ação em julgamento no STF – dizendo que a atuação do MP nesses casos já é inconstitucional.

Se depender das projeções do governo, os exportadores, que já reclamam de um real valorizado, vão sofrer ainda mais nos próximos anos. O projeto de lei de diretrizes orçamentárias, divulgado na semana passada, prevê um câmbio de R$ 2,00 neste ano e de apenas R$ 2,09 em 2016 – bem abaixo da inflação prevista para o período.

A expectativa para o envio ao Congresso do novo Código Mineral não se restringe ao mercado de mineração, parado por falta de autorizações de exploração. Até mesmo o presidente do Departa­ mento Nacional de Produção Mineral, Sérgio Damas, órgão que será substituído por uma agência regulatória, diz a quem perguntar sobre o futuro do setor que a resposta está nas mãos da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

Portos

Empresários unidos A um mês do vencimento do prazo de validade da MP 595 dos portos, sete entidades empresariais lideradas pela CNI começaram a se posicionar, em conjunto, em favor do projeto. Antes, o setor estava dividido entre os usuários (a maioria da indústria e dos exportadores rurais) e os poucos exportadores de commodities, que já têm portos privativos e agora terão mais concorrência. Terras-raras

em busca do investimento O governo está tentando recuperar o tempo perdido na exploração de terras-raras, por minerais como titânio e nióbio, utilizados na fabricação de produtos de alta tecnologia, como tablets e celulares. O Senado acaba de criar, na Comissão de Ciência e

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Dinheiro 24/04/2013

Tecnologia (CCT), uma subcomissão dedicada ao assunto. Os senadores querem aprovar uma lei que garanta segurança jurídica aos investidores que apostarem na pesquisa, na extração e na industrialização das terras-raras.

Fotos: Alan Marques/Folhapress, Sérgio Lima/Folhapress, Antonio Cruz/ABr e divulgação

Notas Os governos do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul decidiram con­ vers­ar com a União, aproveitando o trânsito dos petistas ­gaúchos em Brasília. Temas como con­tro­le de fronteiras, exploração do gás de xisto e implantação do Sisfron já estão sendo debatidos por eles com o Executivo. Foi grande a procura pelo programa Start-up Brasil, do Ministério da Ciência e Tecnologia, que vai financiar 100 empresas do setor de tecno­ logia, com recursos de R$ 43 milhões. Somente nos dois primeiros dias, três mil pessoas baixaram o formulário de inscrição.


Entrevista|Michael Mack, presidente mundial da Syngenta

“O Brasil irá saciar a fome do mundo” Por Hugo CILo, da Basileia (Suíça)

O crescimento acelerado da população mundial, que passará dos atuais sete bilhões de habitan­ tes para mais de nove bilhões, até 2050, impõe a necessidade de dobrar a produção de alimentos, segundo a FAO, orga­ nismo das Nações Unidas ligado à segurança alimentar. Nesse contexto, uma grande avenida de oportunidades de negócios estará aberta para o Brasil, que deverá assumir um papel protagonista na economia global, garante o americano Michael Mack, presidente mundial da Syngenta, fabricante suíça de sementes e de produtos ligados à proteção de lavouras. Em entrevista à DINHEIRO, o executivo afirma que o País é, atualmente, o único capaz de multiplicar rapidamente a produção de grãos e matar a fome de um mundo em expansão. “Assim como todas as empresas do agronegócio, nós queremos e precisamos aumentar nossa capacidade no Brasil”, afirma Mack. Acompanhe sua entrevista: 26

Dinheiro 06/03/2013

foto: Walter Bieri/EFE

DINHEIRO – A agricultura cresce mais do que a maior parte dos setores da economia brasileira há mais de uma década, mas tem sido criticada por não agregar valor às exportações. Como equacionar essa questão? MICHAEL MACK – A ideia de que matéria-prima não gera

riqueza a um país é equivocada. Produzir mais e mais a cada ano, em uma mesma área plantada, é uma prova de que facilmente é possível agregar valor à agricultura e às exportações. A riqueza gerada pela agricultura não pode ser ignorada em um país como o Brasil, no qual as distâncias são imensas e muita gente vive daquilo que planta e colhe. Além disso, cada vez mais os pequenos agricultores estão introduzindo tecnologia em seus processos de


Plantação de milho alagada no interior de São Paulo

manejo. As novas tecnologias que estão disponíveis à grande maioria dos produtores rurais, e que estamos desenvolvendo todos os dias, permitem o aumento da produtividade por hectare. Isso é agregação de valor. DINHEIRO – A extrema dependência da soja e da cana-de-açúcar não compromete o futuro da agricultura brasileira, caso as cotações internacionais despenquem por alguma razão? MACK – Os preços das commodities

agrícolas continuarão elevados por muito tempo, pode apostar. O milho, a soja, o arroz, o feijão, a cana-de-açúcar, a carne e todo tipo de alimento continuarão se valorizando pelo simples fato de que há milhões de pessoas comendo mais. Um exemplo disso é a soja. A produção do grão no Brasil pode crescer 50% até 2020, sem aumentar a área plantada, sem derrubar floresta ou disputar terreno com criadores de animais. A atual produtividade de 50 sacas por hectare pode chegar a 70 ou 100 sacas apenas com a utilização de tecnologia. Sementes melhores e produtos adequados para cada tipo de cultura garantem plantas mais saudáveis e produtivas.

soja facilmente. Isso também vale para outras culturas, como trigo, milho, arroz e muitas outras.

DINHEIRO – Só o Brasil tem esse potencial? MACK – Não. Há muitos outros. Eu cos-

tecnologia ao campo. Além disso, queremos ajudar a distribuir esses novos conhecimentos às regiões mais distantes. Não olhamos muito para os concorrentes porque estamos focados em nosso negócio, em nossas tecnologias. Faz muito tempo que plantar e colher deixaram de ser atividades rudimentares. Por isso, os produtores rurais, grandes ou pequenos, já aprenderam a

tumo usar o testemunho da agricultura brasileira porque o território do País é fantástico para a agricultura e, cada vez mais, há um amadurecimento sólido do setor. Na Argentina, um país que também possui grandes áreas de pasto, pode-se ampliar em 40% a produção de

DINHEIRO – O setor está preparado para atender, com tanta rapidez, à demanda mundial por alimentos? MACK – Acredito que sim. Posso dar o

exemplo da Syngenta. Puxado pelo Brasil, nosso faturamento com a venda de sementes, herbicidas e fungicidas cresceu 11% nos emergentes, no ano passado, contra 8% no restante do mundo. A receita global atingiu US$ 14,2 bilhões. No Brasil, em alguns segmentos específicos, chegamos a ampliar em 37% as nossas vendas em 2012. Por isso, assim como todas as empresas que atuam na indústria do agronegócio, nós queremos e precisamos aumentar nossa capacidade no Brasil. O potencial é grandioso. No ano passado, foram gastos cerca de US$ 31 bilhões nos emergentes e outros US$ 47 bilhões no restante do mundo para proteção das lavouras.

DINHEIRO – Com tantos concorrentes de peso, como a Bayer e a Monsanto, qual é a estratégia para crescer no Brasil? MACK – Nossa ambição é levar mais

Dinheiro 06/03/2012

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Sobre a capacidade da agricultura brasileira de atender ao consumo mundial

“O clima não pode ser controlado, mas é possível proteger lavouras”


Sobre as novas tecnologias que ajudam a proteger a agricultura das variações climáticas

distinguir produtos e sabem da importância de proteger suas lavouras. DINHEIRO – Se a agricultura é uma atividade com tecnologia, por que há tantos prejuízos com perdas de lavouras? MACK – As diversidades climáticas têm

causado muitos problemas em todo o mundo, mas podem ser minimizadas com inteligência. O clima não é possível de ser controlado, mas é possível proteger as lavouras. Parece até um argumento de vendedor, mas é pura realidade. A agricultura só é confiável se soubermos controlar doenças das lavouras, acabar com as pragas e fortalecer as plantas contra variações do tempo.

Entrevista|Michael Mack, presidente da Syngenta centrado nas mãos de grandes produtores. Isso é bom ou ruim? MACK – Não sei muito bem como fun-

ciona o sistema de distribuição de renda no Brasil. Mas soube que as iniciativas do governo têm se mostrado muito eficientes no combate à fome e à miséria. Quem planta e colhe, vende aquilo que produz. Na minha opinião, não precisa receber dinheiro do governo para sem-

exemplo. Desenvol­ve­mos uma tecnologia para o milho nos Estados Unidos que permitiu um aumento de 7,4% na produtividade e reduziu em 25% o consumo de água. Ou seja, mais milho e menos água apenas com a utilização de novos produtos. Em tempos de seca, como a que atinFamília Brito, de Goiás, dona de um giu o território americano no pequeno sítio produtor de legumes ano passado, uma planta que requer menos água pode ser literalmente a salvação da lavoura. Na Índia, o uso de tecnologias salvou a pre. A agricultura familiar, aproveiprodução de arroz. tando o potencial e a característica de cada região, é a melhor forma de garanDINHEIRO – Em muitas regiões do País, a tir um futuro bom a todos.

tante. Pelo que tenho visto, existe um empenho para melhorar a questão logística. Levar o progresso às comunidades não industrializadas só é possível com o desenvolvimento da agricultura. Não é economicamente viável forçar uma montadora de automóveis, por exemplo, a se instalar em um lugar onde o acesso é difícil. A agricultura é a forma mais rápida e inteligente de gerar emprego e estimular o desenvolvimento social.

DINHEIRO – O agronegócio, que deveria ajudar a distribuir renda, está muito con-

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Dinheiro 06/03/2013

da fome e da miséria é muito mais evidente do que em todo o restante do mundo, a agricultura dá a possibilidade de transformar a vida das pessoas. Estamos ajudando, inclusive com treinamento, a fazer com que pequenos produtores rurais na Etiópia, na Nigéria, no Quênia, em Uganda, entre muitos outros países, sejam grandes produtores rurais, gerando emprego e alimentos para as comunidades locais. Arroz, cana-de-açúcar e vegetais de todo tipo brotam em terras que antes não produziam nada. Em minha opinião, não faz sentido faltar comida em nenhum lugar do mundo.

“A agricultura familiar, aproveitando o potencial de cada região, é a melhor forma de garantir um futuro bom”

DINHEIRO – Como fazer isso? MACK – Posso citar um bom

agricultura não cresce porque a infraestrutura é precária. Não adianta plantar porque não há meios para transportar... MACK – Esse é um ponto muito impor-

MACK – Na África, onde o problema

DINHEIRO – O Ministério da Agricultura brasileiro prevê que o País será responsável por 45% da produção mundial de alimentos até 2050, mais do que o dobro da participação atual. Esse número não assusta? MACK – Não assusta, empolga. O consu-

mo mundial de alimentos está na Ásia, com destaque para a China e a Índia, mas a produção está na América Latina, liderada pelo Brasil. O País possui o maior potencial de crescimento de áreas cultiváveis do mundo. Acredito que o Brasil será o principal responsável por saciar a fome do mundo.

DINHEIRO – E a realidade do restante do mundo, fora da América Latina e da Ásia?

foto: Roberto Castro

DINHEIRO – Se o Brasil é tão importante para o setor de alimentos, por que os investimentos são tímidos? MACK – Não acho que

sejam. Temos grandes planos para o Brasil. Pretendemos investir US$ 77 milhões na expansão da fábrica de produção de sementes de milho em Formosa, no Estado de Goiás, para quadruplicar a capacidade de produção de sementes de milho. Até 2015, será 1,6 milhão de sacas. Além disso, estamos atentos ao setor de açúcar e etanol. O Brasil tem sido um grande laboratório para o desenvolvimento de tecnologias no setor agrícola e também de mercado. O País é o único no mundo em que vendemos direto ao produtor. Cerca de 20% das vendas da Syngenta são feitas diretamente da empresa para o produtor rural, sem a intermediação de distribuidores. Isso ajuda a ter uma comunicação direta com o cliente, diretamente no campo, sabendo das necessidades de cada um em tempo real.


ARTIGO

Por Denize Bacoccina

Petróleo por educação Em meados dos anos 1990, quando o governo de Saddam Hussein sofria as consequências de um embargo econômico internacional, como punição pela Guerra do Golfo, a Organização das Nações Unidas tentou uma maneira de amenizar as sanções para o povo iraquiano. Um programa chamado Petróleo por Comida permitia ao país, dono de uma das maiores reservas de piores índices de desenvolpetróleo do mundo, vender vimento humano (IDH). A educação não é imporum pouco do produto em tante apenas para melhorar troca de gêneros de primeira a qualidade de vida da popunecessidade, como alimenlação. Ela é fundamental tos e remédios. também para aumentar a O Brasil não precisa da qualificação da mão de obra tutela de nenhum organismo e, consequentemente, a quainternacional para saber lidade da produção brasileicomo gastar os recursos que ra. “Se melhoramos a educareceberá do petróleo. Mas ção, melhoramos a capa­cidade fará muito bem se vincular de os alunos apren­d erem essa receita, que em alguns Por que essas crianças podem perder matemática, eles entram mais anos pode se tornar muito a chance de ter um ensino melhor pela preparados na universidade e significativa, à melhoria da insensatez do Congresso brasileiro? saem com maior capacidade educação. Correta­mente, a de fazer inovação nas emprepresidenta Dilma Rousseff sas”, diz o secretário-executifez essa vinculação quando sancionou, com vetos, a lei que muda os parâmetros de distribui- vo da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das ção dos recursos do petróleo. Com a derrubada dos vetos presi- Empresas Inovadoras (Anpei), Naldo Dantas, que ajudou a condenciais pelo Congresso, na madrugada de quinta-feira 7 (embo- vencer Dilma a editar a MP de dezembro. Apesar de investir hoje em educação o equivalente a 5,2% ra o assunto ainda seja objeto de questionamento jurídico), pode do PIB, o Brasil não vai nada bem nas avaliações internacair também a destinação dos recursos à educação. O Ministério da Educação aguarda a publicação do novo texto cionais de desempenho dos alunos. O Plano Nacional de da lei para ter certeza de que o dinheiro foi perdido. Mas a impres- Educação, em tramitação no Congresso, fala em aplicar são geral é de que, com a derrubada do veto, cai também a obriga- 10% do PIB nesta área. O aprimoramento da educação de ção de gastar o dinheiro no setor. Somente neste ano, o Ministério base é a condição para melhorar a posição do Brasil em inoteria um reforço de caixa de R$ 16 bilhões, significativo para um vação no setor produtivo. E aí, também, o País precisa dar orçamento de R$ 91 bilhões. Do jeito que ficou, a lei prevê 13 des- um salto em seu desempenho. O Brasil investe pouco mais tinações para os recursos do petróleo, que, além de educação, de 1% do PIB em pesquisa e desenvolvimento, metade do incluem temas tão amplos quanto saúde, segurança, defesa civil gasto de países como França e Alemanha e um terço da e reinserção social dos dependentes químicos. A destinação Coreia do Sul, que em uma geração, através dos investimenexclusiva, além de aumentar os recursos para a educação, resol- tos maciços em educação, conseguiu dar um salto e se torvia outro problema: tirava dos municípios a autonomia para gas- nar um país desenvolvido. Se o Congresso derrubou a lei tar esse dinheiro como quisessem. No Rio de Janeiro, as cida- que poderia colocar o Brasil nesse caminho, é dever da des que mais recebem recursos de royalties são as que têm os sociedade recolocar essa discussão na pauta.

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Dinheiro 13/03/2013

Foto: Rafael Hupsel/Agência Istoé


Clayton Netz Com Carlos eduardo valim, keila cândido,

Luciele Velluto e luíz pacete

PESQUISA

Finanças Pessoais

Aquisição

A tacada de Steinbruch

Frase da semana

“Hoje o proletário sonha em ser burguês. Isso é algo que me une ao Lula” Guilherme Afif Domingos, ministro da Micro e Pequena Empresa, explicando sua adesão ao governo do PT

O acordo costurado pelo empresário Benjamin Steinbruch, da CSN, para dividir o controle da CSA, da alemã ThyssenKrupp, com os atuais donos e com a Vale, em partes iguais de 33%, teve uma decisiva contribuição do Bradesco. Além de adviser de Steinbruch, o banco, como se sabe, é um dos principais acionistas da Vale, que relutava em aderir ao projeto. Com esse formato societário, em que compartilha o controle com outros sócios, Steinbruch, que terá a gestão da siderúrgica, poderá ter acesso a financiamentos do BNDES, o que seria inviável caso fosse majoritário, pois mantém uma disputa na Justiça com o banco de fomento. Tudo isso viabiliza o verdadeiro objetivo do empresário com a operação: assumir sozinho a laminadora da ThyssenKrupp, no Estado do Alabama, que fornece chapas de aço para setores como o automobilístico, o de eletrodomésticos e de tubos.

Farmacêutico

venda Vitaminada O multivita­ mínico Centrum ajudou a Pfizer a pas­ sar do déci­ mo para o oitavo lugar no ranking de vendas de medicamentos sem prescrição médica, um mercado que movimenta R$ 800 milhões por ano no País. De acordo com Rodolfo Hrosz, gerente-geral da Pfizer Consumer Health, o Centrum já é o terceiro medi­ camento mais vendido da categoria, atrás apenas do Dorflex, da Sanofi-Aventis, e da Neosaldina, da Takeda.

Aeroportos

O voo alto da Protege A Protege, especializada em segurança e transporte de valores, concluiu a compra da Seaviation, de serviços aeroportuários, como transporte de bagagens, limpeza de aviões e ckeck-in. Com a aquisição, a Proair, sua divisão de operações em aeroportos, deve tripli­ car de tamanho. Serão atendidos 22 mil voos por ano, em 30 terminais aéreos. Segundo Mario Baptista, diretor-geral da Protege, o investimento foi feito de olho no aumento do movimento durante a Copa de 2014. Em 2012, a empresa faturou R$ 1,3 bilhão.

14 Din813_Coluna_Netz.indd 2

Dinheiro 15/05/2013

A Serasa Experian lança, na segunda 13, seu indicador de educação financeira, que mede a relação do brasileiro com as finan­ ças pessoais, além de seus níveis de pou­ pança e endivi­ damento. Foram entre­ vistadas duas mil pessoas. Óculos

Puxa, que luxo A Cartier Lunettes vai lan­ çar, em junho, no Rio de Janeiro e em São Paulo óculos de alta joalheria. Produzida em Paris, a peça Panthere Gold tem armação com 34 g de ouro amarelo 18 quilates, uma pantera esculpi­ da em ônix preto e é acabada com 167 diaman­ tes, em branco, champanhe, rosa e chocolate. Os preços vão de R$ 50 mil a R$ 250 mil.

ilustração: evandro rodrigues. Foto: EVELSON DE FREITAS / AE

5/10/13 12:19:43 AM


s

Start-up

Aplicativo globe-trotter Fãs do motociclismo, os cariocas Rafael Ferrer, Leonardo Nicolay, Tiago Grand Court, Pablo Assis e Cesar Menezes transformaram seu hobby num negócio: a start-up MotoRider GPS, que desenvolveu um aplicativo mobile que permite aos

motociclistas registrarem e compartilharem seus trajetos, velo­ cidade, quilometragem e dicas. Com um investimento inicial de R$ 60 mil, o MotorRider GPS, disponível em versão para iPhone, já conta com mais de seis mil usuários espalhados por 54 países.

Ensino

Warren Buffett

escola digital

Lições de simplicidade

Carlos Wizard, dono do Grupo Multi, vai se en­con­trar nessa semana, no Vale do Silício, com John Couch, vice-presidente da Apple para a área de educação. A ideia é fechar uma parceria para a implantação de material didático digital no ensino de línguas nas escolas da Wizard, contro­ lada pelo Multi.

Um dos sonhos do empresário Cassio Beldi, CEO da Mint Capital, de São Paulo, era conhecer seu ídolo, o investidor Warren Buffett. No sábado 4, ele conseguiu. ex-aluno da escola de negócios de Columbia, a exemplo de seu guru, Beldi recebeu ingressos para a reunião anual dos acionistas da Berkshire Hathaway, empresa de investimentos de Buffett, realizada em

LIMPEZA

REFEIÇÕES COLETIVAS

Debate

Hotelaria

PORTUGUÊS RI À TOA

FOME DE CRESCIMENTO

Coutinho em NY

Pouso para executivos descolados

A franquia portuguesa House Shine, especializada em limpeza profissional, está rindo à toa com a aprovação da PEC das domés­ ticas. Por conta do cenário favo­ rável, a House Shine pretende aumentar sua rede das atuais 121 para 239 franquias até o final de 2013, alcançando um fatura­ mento de R$ 216 milhões.

A paulista LC Restaurantes, com clientes como Leroy Merlin, DHL, Vigor, Kalunga, Votorantim e Petrobras, acaba de adquirir a Catalent Pharma Solutions, de Sorocaba. Com receita de R$ 200 milhões, em 2012, a LC conta com 200 unidades opera­ cionais e 2,5 mil funcionários.

Dólar dispara na argentina e passa dos 10 pesos

Omaha, no Estado de Nebraska. lá ele assistiu À prestação de contas de Buffett a seus acionistas. Lições da expe­riên­cia? A principal, diz, é a da simplicidade praticada por Buffett e por seu vice-presidente, o veterano Charles Munger, com quem aparece na foto. “Aprendi que a simplicidade é o máximo da sofisticação”, afirma Beldi.

Luciano Coutinho, presidente do BNDES, Paul Volcker, ex-presiden­ te do Federal Reserve, e Carlos Langoni, ex-presidente do Banco Central, são as estrelas do café da manhã, na quarta-feira 15, promovido, pela FGV Projetos e pela Brazilian American Chamber of Commerce, em Nova York. No evento será debatido o momento econômico do Brasil. Na quinta 16, Coutinho receberá o título de Person of The Year, concedido pela Câmara de Comércio, em almoço marcado para o hotel Waldorf Astoria. charge: ricardo alonso

Din813_Coluna_Netz.indd 3

A gestora de hotéis paulista, Hotelaria Brasil, está lançando uma nova grife, o Unna Hotéis, destinada ao turismo econômico de negócios, no estilo “casual business”. Segundo Mauro Kaluf, diretor da Hotelaria Brasil, a pri­ meira unidade do Unna, que terá capacidade para 320 hóspedes, será construída em Guarulhos (SP), com investimentos de R$ 32 milhões. As obras come­ çam em agosto.

Dinheiro 15/05/2013

15 5/10/13 12:19:48 AM


vitrine rural

Por Darlene Santiago

Homens poderosos Joias não são feitas apenas para mulheres. Produzidas em metais nobres e pedras preciosas, abotoaduras, braceletes, pingentes, anéis e até mesmo bengalas têm charme e elegância como orna­mento masculino. Confira algumas peças de joalherias renomadas.

Puzzle Mix Puzzle, palavra inglesa que significa quebracabeça, serviu de inspiração para a abotoadura da grife Antonio Bernardo. A joia lúdica, que pode ser montada e desmontada, vem em ouro 18 quilates amarelo, branco e rosa. www.antoniobernardo.com.br

Anel Elo

De ouro amarelo 18 quilates, o anel da joalheria paulista Vivara faz parte da coleção Elo, uma linha masculina inspirada nos códigos dos Cavaleiros da Távola Redonda. Nas formas geométricas da peça está o conceito de união da lenda que cerca os homens da corte do Rei Artur. Inf tel. 0800 77 44 999

R$

17,8 mil

Signature for Good

R$ 4 mil

Bengala Ondas

A bengala Erlanger, dos designers cariocas Fernando Mendes e Roberto Hirth, foi trans­for­mada em uma peça de luxo pelo joalheiro Antonio Bernardo. Ela é de madeira maciça, tem linhas sinuosas que lembram uma onda e vem embalada em caixa de prata. www.antoniobernardo.com.br

Pingente Empreinte

A peça é da coleção Emprise, da francesa Louis Vuitton. O pingente de ouro amarelo 18 quilates é acompanhado de uma corrente e traz uma flor com o monograma da marca. www.louisvuitton.com.br

R$ 10,2 mil

R$ 3 mil

100

dinheiro rural/103-maio-2013

O bracelete de aço, ônix e com uma safira azul da Montblanc é fruto de uma ação da marca alemã com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Parte do valor da peça é doada para a cons­ trução de escolas. O design foi inspirado numa pilha de tijolos, que lembra a construção. www.montblanc.com

R$

1,1 mil


vitrine rural

Por Darlene Santiago

A lida no campo pede um computador com ótimo desempenho, bateria de longa duração, total mobilidade e, o mais importante, um revestimento que resista à poeira, chuva e quedas. Nesta edição, DINHEIRO RURAL listou os melhores notebooks de gigantes da informática para serem usados na fazenda, em viagens ou mesmo na cidade.

Vaio Duo 11 Com processador Intel Core i7, o aparelho da Sony possui design “surf slider” para alternar rapidamente o uso entre os modos touch e teclado. O equipamento também permite escrever e desenhar com o uso da caneta digitali­zadora. A bateria de alta durabil­idade pode ser carregada em 10 minutos. www.sony.com.br

R$ 5,5

Toughbook CF-19 O modelo da Panasonic possui tela conversível para tablet e processador Intel Core i5, disco rígido de 500 gigabytes à prova de trepidações e resiste a quedas de até 1,8 metro de altura. A tela antirreflexo de 10,1 polegadas vem com filtro que promete uma excelente visualização ao ar livre, mesmo sob luz solar direta. www.panasonic.com.br

O modelo mais robusto da linha Dell Latitude E Family é o 6430 ATG. Com tela de 14 polegadas, o notebook foi submetido ao teste MIL-STD 810G, um padrão do Exército americano, que garante a durabilidade em situações extremas, como oscilações de temperatura, vibração e exposição à poeira. Possui processador Intel Core i5. www.dell.com.br

mil

R$ 8

T4330s O notebook T4330s da Lenovo, da linha Think, vem equipado com roll-cage, uma estrutura reforçada com fibra de car­ bono e liga de magnésio para proteger o hardware. Tem processador Core i7 e teclado resistente a líquido. www.lenovo.com/br

R$ 7,3 R$ 4

98

mil

Latitude 6430 ATG

Ultrabook série 9 Com 12,9 milímetros de espessura, acabamento em alumínio e apenas 1,16 quilo, o modelo NP900X3DAD1BR, da Samsung, é um dos mais compactos ultrabooks da categoria de 13,3 polegadas. A tela antirre­flexo permite boa visualização e o teclado iluminado por LED facilita o uso em locais escuros. Possui proces­sador Intel Core i5. www.samsung.com/br

R$ 18

mil dinheiro rural/102-Abril-2013

mil

mil


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