Jornal do Cespe n.14 a 16

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ano 4 nº 14 - abril, maio e junho de 2009

Campus Universitário Darcy Ribeiro | Edicífio Sede Cespe/UnB - Brasília-DF | CEP 70904-970

ESPECIAL

Profissionais de saúde no setor público Interessados em fazer parte desse time precisam se preparar para lidar com uma jornada de trabalho diferenciada, que exige dedicação, trabalho em equipe e atualização constante dos estudos. Boas oportunidades são oferecidas por instituições federais. Páginas 4 e 5 gestão de pessoas

negociação

iniciativa

trabalho em equipe

iniciativa trabalho em equipe

GRADUAÇÃO Vestibulares especiais

CONCURSO Servidores mais preparados

Universidade de Brasília estende possibilidade de acesso ao ensino superior às populações indígenas e comunidades fora do Distrito Federal, por meio de parcerias com a Funai e com o programa de ensino a distância do Ministério da Educação. Página 6

Cursos de formação e de capacitação ajudam a esclarecer dúvidas sobre os órgãos públicos e funções que serão exercidas pelos novos concursados. Também são utilizados como fase eliminatória de uma seleção. Página 8

gestão de pessoas

trabalho em equipe

decisão


ano 4 nº 14 – abril, maio e junho de 2009

Apresentação

paciente são atenção com o Visão crítica e um bom em is ta en fundam anço, do HUB. características Pic cia ilú rante Mar profissional, ga

EXPEDIENTE

Em janeiro deste ano, o Jornal do Cespe/UnB deu início a uma série de reportagens sobre os perfis profissionais exigidos em diferentes áreas do serviço público. O que os órgãos esperam de seus servidores, a dinâmica de trabalho e as oportunidades existentes são algumas das pautas debatidas com especialistas e servidores. Nesta edição, o assunto será tratado sob a ótica da saúde. Entre os diferenciais da área, estão a necessidade constante de aprimoramento e a dedicação de seus profissionais, dentre eles, médicos, enfermeiros, nutricionistas e farmacêuticos. Ainda no tema concurso, a matéria da página 8 traz informações sobre como funcionam os cursos de formação e capacitação dos novos servidores. Seja como fase eliminatória de um processo seletivo ou

Reitor

José Geraldo de Sousa Junior Vice-Reitor João Batista de Souza

Diretor-Geral Joaquim José Soares Neto Diretora-Executiva Rosalina Pereira Endereço: Campus Universitário Darcy Ribeiro Edifício Sede do Cespe/UnB Caixa Postal 04488 70904-970 Brasília/DF Telefone: (61) 3448-0100 Fax: (61) 3448-0110 Site: www.cespe.unb.br

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Este foi o total de candidatos inscritos nos 25 concursos que tiveram provas objetivas aplicadas pelo Cespe/UnB durante o primeiro trimestre de 2009. O recordista até agora é o concurso da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que registrou 98.692 candidatos. Em seguida vem o concurso do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE/MG), com 91.417 inscritos. Já o terceiro mais procurado foi o concurso do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com 51.420 pessoas inscritas.

E-mail: sac@cespe.unb.br Assessoria de Comunicação Editora Graziella Nunes

Você sabia que...

Reportagem Paula Mesquita, Rafael Baldo e Vagner Vargas Fotografia Flora Egécia Programação Visual André Tiroles, Gabriela Alves e Rui de Paula Projeto Gráfico Cristina Andreozzi e Helena Lamenza Revisão Leonel Gomes Impressão Gráfica Cidade

como preparação para a função que será exercida, essas etapas são cada vez mais exigidas por órgãos como ministérios, polícias e agências reguladoras. Em 2008, mais de 5 mil pessoas participaram dos cursos realizados pelo Cespe/UnB. Os vestibulares diferenciados da Universidade de Brasília (UnB) são outro destaque da edição. Convênios com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e com o programa Universidade Aberta do Brasil, do Ministério da Educação, dão oportunidade de ensino de nível superior a populações indígenas e comunidades onde não há universidade pública, em diferentes regiões do país. Este ano, cerca de 4.800 pessoas se inscreveram para participar das seleções, que juntas ofereceram 1.470 vagas. Relatos sobre os projetos estão na página 6.

PERGUNTA DO CANDIDATO

“Gostaria de saber como faço para obter uma declaração de aprovação em um concurso realizado pelo Cespe/UnB para fim de comprovação de aprovação em uma eventual fase de títulos?” Daniel Nóbrega de Almeida, Juazeiro do Norte (CE) Para obter uma declaração de aprovação em concurso, é necessário que o candidato faça um requerimento ao Cespe/UnB. Nesse requerimento, deve constar o nome completo do candidato, cópia do CPF e do RG e o nome do concurso no qual o candidato fez parte. Esse requerimento pode ser feito junto à Central de Atendimento do Cespe/UnB, pessoalmente, ou pelo correio. É necessário que o documento venha assinado pelo candidato. A resposta do requerimento sai num prazo de até 15 dias.

As chamadas de aprovados do vestibular e do Programa de Avaliação Seriada (PAS) da Universidade de Brasília possuem um limite? Embora não seja um número fixo, a convocação nessas seleções depende de dois fatores. O primeiro é o número de alunos classificados; caso não haja mais alunos aprovados em alguma graduação, a convocação não pode ser feita. A segunda possibilidade é a data da chamada, que não pode ultrapassar 25% dos dias letivos de um semestre.

Tiragem 15 mil exemplares

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@

Confira as últimas notícias sobre novos concursos, inscrições e datas de provas no nosso site www.cespe.unb.br.

@

G

Caso você queira fazer críticas ou enviar sugestões ao Jornal do Cespe/UnB, escreva para imprensa@cespe.unb.br.


Agenda

DEPOIMENTO DOS PARCEIROS

22/5 • Resultado final da prova discursiva, para

todos os cargos, e convocação para a

15/5 • Resultado final da avaliação de títulos e

avaliação de títulos, para o cargo de Es-

convocação para o curso de formação do

pecialista em Regulação de Serviços de

concurso do Detran/DF

Transportes Aquaviários, e para a perícia

• Resultado final da inscrição definitiva e

médica dos candidatos que se declararam

da avaliação de títulos e convocação para

portadores de deficiência, para todos os

a perícia médica dos candidatos que se

cargos, do concurso da Antaq

declararam portadores de deficiência do

• Resultado final das provas objetivas, para

concurso da Procuradoria Geral do Esta-

todos os cargos, e provisório da prova dis-

do de Alagoas

cursiva, para os cargos de nível superior, do concurso da Tribunal Regional do Tra-

19/5 • Resultado final da avaliação de títulos e

balho da 17ª Região

do concurso para os cargos de nível supe-

• Resultado final da prova escrita objetiva e

rior do concurso do Tribunal de Contas do

convocação para a prova escrita subjetiva

Estado do Tocantins

do concurso do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte

20/5 • Resultado final da prova discursiva e con-

“A parceria firmada com o Cespe/UnB na realização de seleção externa foi satisfatória. Inovador na elaboração de provas, na definição de conteúdos programáticos, o Cespe/UnB tem buscado sempre aprimorar a metodologia de seleção. Destaca-se também pelo constante aperfeiçoamento na área tecnológica, a exemplo do acolhimento de inscrições exclusivamente via internet, disponibilizando pontos de atendimento em todo o território nacional, transmitindo segurança na realização dos certames. A qualidade dos trabalhos desenvolvidos pelo Cespe/ UnB nas seleções externas realizadas pelo Banco do Brasil, todos processos seletivos de grande porte, respaldam a opção de se contratar esse Centro e nos dão a certeza de estarmos optando por uma entidade que reúne as condições para atender às necessidades do Banco em recrutamento e seleção externa.”

vocação para os exames laboratoriais e 25/5 • Resultado final do concurso público e médicos do concurso da Polícia Civil do

convocação para curso de treinamento

Angelina Macedo

Estado da Paraíba

do Ministério do Meio Ambiente

Assessora Sênior Diretoria Gestão de Pessoas do Banco do Brasil

TRABALHO

Exigências de perfis no mercado de concursos: competências requeridas pelo serviço público A seleção de novos profissionais através de concursos públicos deve levar em conta o perfil profissional requerido pela função pública. Este perfil requer pessoas realmente competentes que tomem iniciativas, assumam responsabilidades, tenham capacidade para utilizar as novas tecnologias da informação e comunicação e estejam familiarizados com instrumentos e equipamentos sofisticados e inteligentes. É importante ainda que os profissionais estejam preparados para o trabalho em equipe, possam liderar quando necessário e que tenham capacidade de planejar e executar projetos complexos. Requisitos como capacidade de aprender novos conhecimentos e adquirir atitudes de maneira rápida e efetiva, bem como de identificar problemas e encontrar soluções também são exigidos no setor público. Segundo o Conselho Nacional de Educação, entende-se por competência profissional a capacidade de mobilizar, articular e colocar em ação valores, conhecimentos e habilidades necessários para o desempenho eficiente e eficaz de ativida-

Ivo Steffen Mestre em Ciencias da Educação pela Fundação Escola de Sociologia Política de São Paulo e funcionário aposentado da Organização Internacional do Trabalho (OIT)

des requeridas pela natureza do trabalho (artigo 6.° da Resolução CNE/CEB n.° 04/99). A metodologia mais recomendada para identificar as competências requeridas pelo servidor público é a análise funcional. Esse processo permite analisar o trabalho como um todo e não apenas a ter a visão estreita de uma repartição pública ou as atividades rotineiras realizadas por um trabalhador. Utiliza o método dedutivo e, por isto, a análise funcional vai do geral ao particular dando uma visão global do processo de prestação de serviços. Por meio da análise funcional, são identificados os perfis profissionais requeridos no serviço público e suas competências são descritas em forma de competência geral, unidades e elementos de competência e padrão de desempenho requerido para cada elemento de competência. Na seleção de novos profissionais para o desempenho das atividades públicas, os concursos devem avaliar não somente conhecimentos, mas também habilidades e atitudes exigi-

das para o desempenho nas diferentes funções e exercício de atividades públicas. A avaliação de conhecimentos geralmente é feita através de provas objetivas ou testes de seleção múltipla. Para a avaliação das habilidades e atitudes dos candidatos à função pública, recomendam-se, principalmente, as técnicas e instrumentos de análise de situações-problemas, trabalhos reais, check list, observação de procedimentos e análise de serviços prestados. Portanto, para selecionar profissionais para o serviço público, é preciso: a) definir os perfis profissionais por competência correspondentes aos serviços públicos demandados; b) elaborar provas de competência segundo os padrões de desempenho estabelecidos nos perfis profissionais; c) avaliar os conhecimentos, habilidades e atitudes dos candidatos, necessários para o seu desempenho e desenvolvimento das atividades requeridas pelo serviço público. Dessa forma, será possível garantir uma seleção criteriosa capaz de aprovar os candidatos considerados competentes para a função pública.

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PERFIL

Profissionais de saúde são mais exigidos

Seja na necessidade de capacitação ou no número de horas seguidas trabalhadas, trabalhadores da área precisam se dedicar no serviço público Rafael Baldo Da Assessoria Técnica de Comunicação

Médicos, enfermeiros, farmacêuticos e outros profissionais da área de saúde possuem boas oportunidades no setor público. Embora o volume de concursos não se compare a setores como o Judiciário e de cargos administrativos, o mercado está em busca de especialistas, devido à defasagem do setor. A diferença mais marcante é a dedicação e o constante aprimoramento exigido das profissões de ciências biológicas. Esta é a segunda matéria do especial Perfil do Setor Público. Instituições, profissionais e aprovados em concurso público revelam as opiniões e análises sobre o mercado de trabalho na área para os graduados, além de indicar quais competências e habilidades são esperadas dos candidatos interessados. De médicos residentes a professores universitários, há chance para todos os formados em nível superior. É só saber procurar e se esforçar na preparação.

INSERÇÃO A etapa de inserção no mercado começa com estágios ou residência, de acordo com a especialidade. Em Medicina, por exemplo,

Perfil do Profissional

Cargos da área de saúde:

o que o mercado de trabalho espera + Atenção e cuidado com o paciente + Trabalho em equipe + Iniciativa + Visão Crítica + Persistência e compromisso + Dedicação ao estudo + Compromisso com a instituição + Capacitação constante do profissional Fonte: HUB, ECSC e Anvisa

esse processo abre mais oportunidades de trabalho e remuneração, mas requer dedicação nos estudos. A residência permite a capacitação e aplicação dos conhecimentos vistos na faculdade. “É uma continuidade dos estudos, mas é preciso tentar em vários locais, pois a concorrência é

grande”, diz a pediatra residente Juliana Sobral, formada pela Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS) do Distrito Federal. Desde o começo, algumas características são essenciais para o profissional de saúde. Sobral recomenda, por exemplo, ser persistente, pois é uma área que exige muita dedicação e estudo. Trabalho em equipe, visão crítica e atenção com o paciente são as características diferenciais de um bom profissional da área, de acordo com Marilúcia Picanço, coordenadora de residência médica da Pediatria do Hospital Universitário de Brasília (HUB). “O requisitado – e todo profissional deve ter – é conhecimento e atualização constante dos estudos. E se preparar para as dificuldades”, lembra. Dificuldades como a estrutura física e investimento de alguns hospitais e universidades, que muitas vezes são insuficientes para a demanda atendida. “É uma realidade do sistema público de saúde que não dá para fugir”, alerta a coordenadora. Saber julgar e analisar as situações do cotidiano é fundamental para um bom diagnóstico, por exemplo. “Cada paciente é uma tese”, acredita Picanço. Apesar do trabalho em equipe ser uma prerrogativa, Juliana reforça a responsabilidade dos médicos e enfermeiros com o trabalho prestado. “Se você não assumir o paciente, ninguém mais vai assumir”, completa Sobral.

O requisitado – e todo profissional deve ter – é conhecimento e atualização constante dos estudos. E se preparar para as dificuldades, afirma Marilúcia Picanço, coordenadora de residência médica da Pediatria do Hospital Universitário de Brasília (HUB).


Concursos do Cespe/UnB na área (2006-2008) 2006 Cargo

Nome

Vagas Remunerações 1 2

Médico Médico

Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão Departamento de Trânsito do Estado do Pará Instituto Nacional de Câncer Ministério da Integração Nacional Ministério do Desenvolvimento Social e do Combate à Fome Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Secretaria de Estado de Saúde do Acre

R$ 912,00 R$ 540,00

Vários cargos 221 R$ 2.102,65 1 R$ 1.340,27 Médico Nutricionista 1 R$ 1.340,27 4 Psicólogo 1 Enfermeiro R$ 1.340,27 2 Médico Vários cargos 171 R$ 2.700,00

2007 Cargo

Nome Hospital Universitário de Brasília

Médico residente Enfermeiro Petrobras Médico Enfermeiro Fisioterapeuta Prefeitura Municipal de Limeira (SP) Médico Psicólogo Enfermeiro Farmacêutico Prefeitura Municipal de Vitória Fisioterapeuta Médico

Vagas Remunerações 56 1 3 3 10 128 5 48 33 8 6

R$ 3.426,47 De R$ 1.515,01 a R$ 2.838,55 De R$ 1.464,00 a R$ 2.009,00

2008 Nome

Cargo

Fundação de Desenvolvimento da Criança Nutricionista e do Adolescente “Alice de Almeida” (PB) Fisioterapeuta Psicólogo Empresa Brasileira de Hemoderivados e Vários cargos Biotecnologia Enfermeiro Ministério da Saúde (Nível III e IV) Farmacêutico Vários cargos Ministério da Saúde (Nível V) Secretaria de Administração do Estado do Médico Legista Tocantins Secretaria Estadual de Saúde do Espírito Médico Santo

Vagas Remunerações 1 1 8 52 16 4 78 20

R$ 600 R$ 4.005,00 R$ 6.100,00 R$ 8.300,00 R$ 4.011,17

285 De R$ 2.625,00 a R$ 5.250,00

BENEFÍCIOS OPORTUNIDADES Optar pelo setor público possui algumas vanOutras especialidades, como Nutrição, Psicotagens em relação ao mercado privado de trabalogia, Odontologia e Farmácia, possuem vagas lho. As mais evidentes são a estabilidade do emdentro de alguns órgãos específicos do setor púprego e remunerações melhores para quem está blico. Mas fica um aviso: o setor público costuma começando na profissão. O Cespe/UnB realizou alabrir vagas para substituir profissionais, não para guns concursos para a área (veja quadro). De 2006 acrescentar. “O sistema público está sucateado e a 2008, os órgãos federais apresentaram uma méo déficit de funcionários é enorme. Boa parte das dia de remunerações crescente. Em outras instânvagas oferecidas é de pessoas que deixaram o secias, isso varia muito com a região atendida. tor ou colegas que faleceram”, alerta Edna Costa, Fora dos grandes centros urbanos a função assistente da gerência de Enfermagem do Hospide médico de família ou acompanhamento em tal Regional da Asa Norte (HRAN), em Brasília. casa é mais comum. O contato direto e dedicado De acordo com a assistente, o número de funao paciente, mesmo que de maneira preventiva, cionários do HRAN permaneceu praticamente inalreforça a importância de tratar a população com terado desde a fundação da Secretaria de Saúde qualidade. Os salários, porém, não costumam ser do Distrito Federal, na década de 80. Os cargos atrativos, mesmo com o baixo custo de vida da administrativos específicos em hospitais, universiregião. “A situação da saúde no Brasil é preocudades e órgãos do poder executivo – que podem pante. Mais do que um pagamento, é necessário ser exercidos por formados em graduações da um resgate da sensibilidade no atendimento ao área de saúde – seguiram a mesma lógica. “Além paciente”, acredita Marilúcia Picanço. disso, novos programas e serviços, como operaOutra vantagem, dependendo do cargo exercições e tratamentos, foram criados. Mas a verba do, é a flexibilidade dos horários. “Muitas vezes, o continua a mesma de antes”, revela Costa. médico ou enfermeiro trabalha meio período ou em Porém, hospitais e universidades públicos regime de plantão. Com isso, tem tempo livre para não são os únicos locais de emprego. Instituições se dedicar a outras atividades”, aponta Picanço. Mas reguladoras, como a Agência Nacional de Vigilânisso não é regra, segundo Edna Costa. “Muitos funcia Sanitária (Anvisa), oferecem cargos fora das cionários usam suas horas fora do setor público para tradicionais funções da área. De acordo com Lúcomplementar a renda na iniciativa privada. Ganham cia Masson, gerente geral de recursos humanos menos e, muitas vezes, trabalham bem melhor, peda Agência, a previsão é de abertura de novos las boas condições e infraestrutura”, aponta. cargos ainda em 2009. A maior parte dos funcioNa Anvisa, a flexibilidade se transforma nários de nível superior do órgão é formada em em possibilidade de capacitação profissional. Farmácia, devido ao intenso trabalho de regulaO órgão promove viagens para avaliação de ção, fiscalização e inspeção de medicamentos. medicamentos no exterior e cursos “O conhecimento constantes em suas áreas de atuana área de vigilância sação. Ser funcionário público na área nitária é essencial, até de saúde é ser tão exigido quanto porque o nosso leque na iniciativa privada. “Os servidores de atuação é enorme. atualmente são voltados para metas Mas temos profissioe comprometidos com a instituição nais das mais diversas em que atuam. Não há mais espaço áreas de saúde, como para atitudes antigas e relapsas, fruNutrição, Psicologia e tos de uma dita estabilidade”, comEnfermagem”, ressalta Anvisa trabalha com metas para cada setor e pleta Lúcia Masson. Masson. Segundo a coavaliações de desempenho, segundo a coorMas ainda falta corrigir a buroordenadora, os aprovadenadora de RH do órgão, Lúcia Masson cracia, que beneficia o mau funciodos são redirecionados nário, segundo Edna Costa. “Na inia áreas e funções de ciativa privada, se não cumprir o trabalho, você é preferência, se houver vaga disponível. A medidemitido. No setor público, isso pode render apeda é realizada para melhorar o desempenho de nas uma advertência, e meses depois do ocorrido. cada profissional e aproveitar melhor os conheIsso precisa mudar”, alerta. cimentos e especialidades.


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VESTIBULAR

UnB: território nacional Universidade de Brasília oferece vestibular especial para povos indígenas e proporciona ensino a distância para quem não mora perto dos campi Vagner Vargas Da Assessoria Técnica de Comunicação

O vestibular da Universidade de Brasília (UnB), realizado pelo Cespe/UnB duas vezes por ano, é conhecido em todo o país. O que muita gente não conhece, no entanto, são os convênios que a Universidade tem com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e com o programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), do Ministério da Educação, que oferecem oportunidades para estudantes indígenas e leva a UnB a outros estados por meio da modalidade de ensino a distância, respectivamente. UAB Em 2009, a UnB abriu, por meio do Universidade Aberta do Brasil (veja mais no site http:// uab.capes.gov.br), 1.450 vagas em 20 pólos espalhados pelos estados do Acre, de Alagoas, da Bahia, de Goiás, de Minas Gerais, de São Paulo e do Tocantins, além do Distrito Federal. Desse total, 50% foram destinadas a professores em exercício da rede pública, que deverão atuar no município sede do pólo de apoio presencial ou em cidades circunvizinhas. Essa foi a segunda edição do programa, que, apesar de recente, já apresenta resultados positivos. Além do crescimento no número de vagas oferecidas – na primeira edição, em 2007, foram 1.080 –, também começa a ganhar espaço no meio acadêmico. “Ainda estamos em uma fase inicial do programa, onde é importante romper a cultura de que o módulo de ensino a distância perde em qualidade se comparado ao ensino presencial, aponta Wilsa Ramos,

FUNAI Já a história dos indígenas na UnB começou um pouco antes, em 2004, quando a 1.ª turma de alunos veio para Brasília transferidos de outras universidades. Porém, o primeiro vestibular em convênio com a Funai aconteceu em 2006 e ofereceu 10 vagas. No último, realizado este ano, foram 20 vagas, sendo 10 para o 1.º semestre e mais 10 para o 2.º. Para as comunidades indígenas, a parceria é fundamental, pois permite a formação de profissionais que conhecem a cultura e os costumes dos índios. “Nós trabalhamos para a autonomia deles, para que consigam ser autossuficientes. Esta é a meta da Fundação”, destaca Neide Martins Siqueira, da Coordenadoria Geral de Educação Indígena da Funai. “E para atingirmos este objetivo, é imprescindível ter profissionais indígenas formados”, completa. Além disso, ela destaca também o impulso que o convênio com a Univercursos sidade de Brasília gerou. “Foi a primeira parceria que ofereceu vagas exclusimunicípios vamente para a comunidade indígena, estados foi uma atitude pioneira”, exaltou. “Hoje nós já temos convênio com vagas para outras 12 universidades federais e cursos de licenciatura estaduais espalhadas pelo país”, relata Neide Siqueira. do Universidade Aberta do Brasil na UnB.

8 33 8 1.450

6 1˚ Vestibular de 2009

coordenadora do UAB na Universidade de Brasília. Segundo ela, a resistência diminuiu bastante desde o início do programa. “Já contamos com seis faculdades e institutos da UnB que apoiam e defendem a qualidade do ensino a distância”, comemora, lembrando que o objetivo é realizar o processo seletivo anualmente. Quem atesta a qualidade e a importância da iniciativa é a coordenadora do pólo de Carinhanha (BA), Jumária Dias dos Santos Lima. Segundo ela, essa é a única oportunidade para quem é da região de conseguir um diploma de nível superior sem deixar a cidade, que tem cerca 28 mil habitantes. “Inclusive pessoas de outras cidades e estados estão vindo para cá estudar”, conta a coordenadora, orgulhosa.

“Minha aldeia fica na Paraíba e fica em uma reserva que conta com 29 aldeias e cerca de 14 mil índios. Meu objetivo ao vir para cá estudar é juntar o máximo de conhecimento possível e retornar para a aldeia para aplicá-lo, principalmente na parte de reflorestamento da região”. Tanielson Rodrigues, 19 anos, estudante de Engenharia Florestal, etnia Potiguara

“Como eu trabalho o dia todo, não tenho condições de fazer um curso regular, por isso procurei o ensino a distância. Já fiz alguns cursos nesta modalidade e gostei da experiência. Pretendo ser professor e trabalhar com pesquisa na área biológica após concluir o curso. Até agora estou gostando muito, o material é excelente”. Leandro Abade Rocha, 27 anos, estudante de Biologia no pólo UAB de Ceilândia/DF

ADAPTAÇÃO A maior preocupação, no entanto, é depois que esses alunos chegam à Universidade. Segundo a diretora de Acompanhamento e Integração Acadêmica da UnB, professora Nina Laranjeira, a adaptação dos indígenas é complicada. “Há uma diferença cultural muito grande, são outros hábitos, outra formação. É preciso receber estes alunos reconhecendo as diferenças e abrindo espaço para eles”, explica. Em função disso, a professora conta que foi criada, no ano passado, a Comissão Permanente de Acompanhamento de Ingressos Especiais, com o objetivo de instituir uma política de diversidade cultural. No primeiro semestre de 2009, a novidade para os alunos indígenas está nas disciplinas oferecidas a eles. Ao invés de entrar direto no fluxo do curso, eles estão cursando Português, Química, Biologia e Matemática. Para os alunos de Agronomia e Engenharia Florestal, também haverá aulas de Física. “A intenção é nivelar e introduzir estes alunos à UnB para que eles consigam acompanhar o curso que escolheram e se formar”, destaca Nina Laranjeira.


fique por dentro

Equipe Cespe/UnB forma novos coordenadores de aplicação de provas O Cespe/UnB concluiu, em março, o Processo de Recrutamento Interno para Colaboradores (NPRIC), que selecionou e capacitou 66 novos coordenadores de aplicação de prova. São eles os responsáveis pela gerência dos fiscais e chefes de sala, além do andamento da aplicação de concursos, vestibulares e avaliações educacionais em cada local de prova. Para participar da seleção, os candidatos precisam ser servidores do quadro permanente da Fundação Universidade de Brasília (FUB), possuir, no mínimo, certificado de nível médio e ter participado como colaborador de pelo menos três eventos com aplicação de provas do Cespe/UnB. Os selecionados passaram por prova objetiva, prova oral, avaliação de perfil e cursos de formação. Ao todo, 263 coordenadores de aplicação integram a equipe de colaboradores do Centro.

Inovação Testes feitos no computador são objeto de pesquisa

Uma nova metodologia de avaliação está sendo pesquisada pelo Cespe/UnB. Trata-se dos Teste s Adaptativos Informatizados (CAT, sigla em inglês), um sistema de avaliação realizado pelo computador e que se adapta a cada candidato. Como só é possível responder uma questão de cada vez, sem poder pular, o sistema seleci ona novos itens de acordo com o desempenho do candidato. Ou seja, se a resposta for correta, o item seguinte terá um grau de dificuldade maio r. “Este modelo de teste é muito utilizado no exter ior. Nos Estados Unidos, a prova teórica do proce sso de obtenção da carteira de motorista é feita pelo CAT”, exemplifica Denise Reis Costa, estatística da Coordenadoria de Pesquisa em Avaliação do Cespe/UnB. Para ela, a metodologia traz muito s benefícios, como o menor tempo gasto para responder a prova, o fato de não agredir o meio ambiente e a maior agilidade na hora da correção.

ORIENTAÇÃO PARA O CANDIDATO

Novidade Revista eletrônica vai promover interação entre professores e alunos Uma revista eletrônica com conteúdo interativo a disposição de professores e alunos das escolas públicas. Esse é o novo projeto da Gerência de Interação Educacional (GIE) do Cespe/UnB, previsto para ser lançado em maio. “Nossa intenção é que as próprias escolas estimulem seus profissionais e alunos a mandar material para a publicação. Será um espaço dedicado a eles e que servirá para aproximar a comunidade acadêmica”, destaca o professor Rogério Basali, colaborador da GIE. Além das matérias principais, que inicialmente serão atualizadas a cada três meses, a revista também terá conteúdos mais dinâmicos, como agenda cultural e notícias.

R

Educação Índice de desempenho será criado para alunos do SESI O Cespe/UnB e o Serviço Social da Indústria (SESI) firmaram parceria para desenvolver o Índice de Desempenho do SESI (IDSESI). O objetivo é traçar um panorama mais aprofundado da educação oferecida aos 35 mil alunos das mais de 250 escolas que compõem a rede SESI no país, de acordo com a série e seus níveis de desempenho. “O índice se tornará um demonstrativo que irá nos ajudar a estabelecer uma meta de desenvolvimento”, explica a gerente de educação do SESI, Joana Cerqueira. O primeiro passo para sua criação foi dado quando o SESI, também em parceria com o Cespe/UnB, avaliou, em novembro do ano passado, o desempenho em língua portuguesa e matemática dos alunos de 4ª e 8ª séries da rede.

Avaliação Psicológica Luiz Mário Couto

O processo de avaliação psicológica tem como objetivo avaliar os aspectos relacionados à personalidade, ao modo de ser, às habilidades e às características específicas de um indivíduo, por meio dos mais variados métodos e técnicas. Trata-se de um exame profissional, de caráter científico, realizado por psicólogo perito na área. Todas as atividades humanas – educação, trabalho, saúde, relação social – são também refletidas na avaliação psicológica. Em um concurso público, esse tipo de avaliação tem como finalidade o empenho no sentido de averiguar quais candidatos possuem maior consonância com as características estabelecidas como adequadas ao perfil do cargo pretendido. Dessa forma, vale ressaltar que o processo

Professor responsável pela área de provas práticas do Cespe/UnB

de avaliação psicológica do concurso não avalia problemas relativos a ajustamento emocional e, tampouco, a psicopatologias, mas, sim, o grau de conformidade do perfil do candidato ao perfil do cargo pretendido por ocasião da execução da avaliação psicológica. Portanto, num processo seletivo, o avaliador baseia-se no que o candidato demonstra no momento da avaliação a partir dos critérios pré-estabelecidos não podendo extrapolar ao que foi obtido em termos de resultado pelo próprio candidato, garantindo, assim, a isonomia do processo.

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CONCURSO

Depois das provas, a

formação

Cursos de preparação de candidatos e novos servidores são exigidos em alguns órgãos públicos como forma de garantir melhor desempenho na função a ser exercida Paula Mesquita Da Assessoria Técnica de Comunicação

Na tentativa de ingressar no serviço público, cada candidato pode passar por diferentes fases em um concurso. Provas objetivas, discursivas, avaliação de títulos e testes físicos são algumas delas. Também têm merecido cada vez mais a atenção de candidatos e futuros servidores, etapas como cursos de formação, de ambientação e de capacitação, exigidos por alguns órgãos como fase eliminatória de um concurso ou como preparação dos profissionais recém-aprovados para o cargo que irão ocupar.

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CURSO DE FORMAÇÃO O curso de formação integra o conjunto de fases de um concurso público ou processo seletivo. Está previsto em edital e oferece aos candidatos informações sobre o funcionamento da instituição e as características das funções a serem exercidas. “Essa etapa dará ao novo servidor o embasamento inicial que ele precisa ter para desenvolver as atividades previstas no cargo que irá assumir”, ressalta Roberta Freitas Soares, responsável pela área de Formação de Pessoal do Cespe/UnB. Para ser habilitado no curso de formação é importante que o candidato − aprovado em fases anteriores − faça sua inscrição, frequente regularmente as aulas e tenha, ao menos, o desempenho mínimo exigido em edital, sobre pena de ser eliminado. Luciana Silva, aprovada no concurso da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 2007, passou por um desses cursos. “Foi meu primeiro contato com o órgão. Acho que foi importante passar por esse processo porque me sentia um pouco insegura. E durante o curso, tirei todas a minhas dúvidas”, conta.

Os cursos são, em geral, solicitados por agências reguladoras, polícias e ministérios. O perfil dos candidatos varia para cada caso, mas a maioria é destinada a cargos de nível superior. Veja como funciona cada um deles.

Em 2007 Participantes

Cursos realizados pelo Cespe/UnB Órgãos

Quantidade

Quantidade

Em 2008 Órgãos

Participantes

606

Ana, Anatel, Ancine, Anvisa e Prefeitura de Aracaju

6

Cursos de formação

5

MRE, MDIC, MPE/AM, PMCE e Pref. de Vila Velha

2.560

6.344

Inep, DPRF e Seed/MEC

3

Cursos de capacitação

7

INSS e DPRF

735

Cursos de ambientação

1

INSS

2.000

CURSO DE AMBIENTAÇÃO Já o curso de ambientação, é realizado logo após o ingresso do servidor concursado. O modelo é semelhante ao de formação, principalmente, no que se refere ao conteúdo e formatação. O que os difere é que o participante já não pode ser eliminado, uma vez que ele já concluiu todo o processo de seleção do órgão. “São cursos feitos para transmitir ao profissional as diretrizes de onde ele vai trabalhar, o tipo de função que vai exercer e o que a instituição espera dele”, esclarece Roberta Soares. O Cespe/UnB já se prepara para, em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), realizar, no segundo semestre de 2009, um curso de ambientação para os novos servidores do órgão, aprovados para o cargo de Técnico de Planejamento e Pesquisa. Nesse caso, a formação estará focada no código de ética, nas regras de conduta e no plano de trabalho do Instituto. Para José Celso Cardoso Júnior, membro do grupo de trabalho responsável pelo curso de ambientação do Ipea, essa preparação é fundamental. “Já enfrentamos problemas com candidatos que chegaram sem conhecer nada sobre o órgão ou sobre a função pública. Alguns nem sabiam sua locação dentro do Ipea e chegavam desmotivados, sem qualquer comprometimento institucional. O curso de ambientação pode ajudar a solucionar situações como essa”, afirma.

CURSO DE CAPACITAÇÃO O investimento em formação de pessoal também pode acontecer por meio da realização de cursos de capacitação. Só que para grupos específicos de servidores que já desempenham funções estratégicas no órgão. Os temas podem ser os mais variados, desde a elaboração de projetos até o uso correto de ferramentas de gestão ou de softwares, por exemplo. O modelo é seguido pelo Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF) há, pelo menos, oito anos. Para o inspetor Ricardo Betat, que é coordenador de ensino da DPRF, o curso de capacitação é uma ferramenta importante para o constante aperfeiçoamento do servidor. “Investimos porque hoje trabalhamos com a formação do policial de maneira integral. Trabalhamos sua inteligência emocional, física, mental e espiritual – ligado ao lado vocacional”, ressalta. A meta, segundo o inspetor, é obter resultados positivos na atuação da polícia junto ao público. “Queremos que o policial seja uma ferramenta de atendimento pleno ao cidadão e é nesses cursos que podemos trabalhar isso a fundo”, completa Betat.


ano 4 nº 14 - abril, maio e junho de 2009

Campus Universitário Darcy Ribeiro | Edicífio Sede Cespe/UnB - Brasília-DF | CEP 70904-970

ESPECIAL

Profissionais de saúde no setor público Interessados em fazer parte desse time precisam se preparar para lidar com uma jornada de trabalho diferenciada, que exige dedicação, trabalho em equipe e atualização constante dos estudos. Boas oportunidades são oferecidas por instituições federais. Páginas 4 e 5 gestão de pessoas

negociação

iniciativa

trabalho em equipe

iniciativa trabalho em equipe

GRADUAÇÃO Vestibulares especiais

CONCURSO Servidores mais preparados

Universidade de Brasília estende possibilidade de acesso ao ensino superior às populações indígenas e comunidades fora do Distrito Federal, por meio de parcerias com a Funai e com o programa de ensino a distância do Ministério da Educação. Página 6

Cursos de formação e de capacitação ajudam a esclarecer dúvidas sobre os órgãos públicos e funções que serão exercidas pelos novos concursados. Também são utilizados como fase eliminatória de uma seleção. Página 8

gestão de pessoas

trabalho em equipe

decisão


ano 4 nº 14 –abril, maio e junho de 2009

VESTIBULAR

UnB: território nacional Universidade de Brasília oferece vestibular especial para povos indígenas e proporciona ensino a distância para quem não mora perto dos campi Vagner Vargas Da Assessoria Técnica de Comunicação

O vestibular da Universidade de Brasília (UnB), realizado pelo Cespe/UnB duas vezes por ano, é conhecido em todo o país. O que muita gente não conhece, no entanto, são os convênios que a Universidade tem com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e com o programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), do Ministério da Educação, que oferecem oportunidades para estudantes indígenas e leva a UnB a outros estados por meio da modalidade de ensino a distância, respectivamente. UAB Em 2009, a UnB abriu, por meio do Universidade Aberta do Brasil (veja mais no site http:// uab.capes.gov.br), 1.450 vagas em 20 pólos espalhados pelos estados do Acre, de Alagoas, da Bahia, de Goiás, de Minas Gerais, de São Paulo e do Tocantins, além do Distrito Federal. Desse total, 50% foram destinadas a professores em exercício da rede pública, que deverão atuar no município sede do pólo de apoio presencial ou em cidades circunvizinhas. Essa foi a segunda edição do programa, que, apesar de recente, já apresenta resultados positivos. Além do crescimento no número de vagas oferecidas – na primeira edição, em 2007, foram 1.080 –, também começa a ganhar espaço no meio acadêmico. “Ainda estamos em uma fase inicial do programa, onde é importante romper a cultura de que o módulo de ensino a distância perde em qualidade se comparado ao ensino presencial, aponta Wilsa Ramos,

FUNAI Já a história dos indígenas na UnB começou um pouco antes, em 2004, quando a 1.ª turma de alunos veio para Brasília transferidos de outras universidades. Porém, o primeiro vestibular em convênio com a Funai aconteceu em 2006 e ofereceu 10 vagas. No último, realizado este ano, foram 20 vagas, sendo 10 para o 1.º semestre e mais 10 para o 2.º. Para as comunidades indígenas, a parceria é fundamental, pois permite a formação de profissionais que conhecem a cultura e os costumes dos índios. “Nós trabalhamos para a autonomia deles, para que consigam ser autossuficientes. Esta é a meta da Fundação”, destaca Neide Martins Siqueira, da Coordenadoria Geral de Educação Indígena da Funai. “E para atingirmos este objetivo, é imprescindível ter profissionais indígenas formados”, completa. Além disso, ela destaca também o impulso que o convênio com a Univercursos sidade de Brasília gerou. “Foi a primeira parceria que ofereceu vagas exclusimunicípios vamente para a comunidade indígena, estados foi uma atitude pioneira”, exaltou. “Hoje nós já temos convênio com vagas para outras 12 universidades federais e cursos de licenciatura estaduais espalhadas pelo país”, relata Neide Siqueira. do Universidade Aberta do Brasil na UnB.

8 33 8 1.450

6 1˚ Vestibular de 2009

coordenadora do UAB na Universidade de Brasília. Segundo ela, a resistência diminuiu bastante desde o início do programa. “Já contamos com seis faculdades e institutos da UnB que apoiam e defendem a qualidade do ensino a distância”, comemora, lembrando que o objetivo é realizar o processo seletivo anualmente. Quem atesta a qualidade e a importância da iniciativa é a coordenadora do pólo de Carinhanha (BA), Jumária Dias dos Santos Lima. Segundo ela, essa é a única oportunidade para quem é da região de conseguir um diploma de nível superior sem deixar a cidade, que tem cerca 28 mil habitantes. “Inclusive pessoas de outras cidades e estados estão vindo para cá estudar”, conta a coordenadora, orgulhosa.

“Minha aldeia fica na Paraíba e fica em uma reserva que conta com 29 aldeias e cerca de 14 mil índios. Meu objetivo ao vir para cá estudar é juntar o máximo de conhecimento possível e retornar para a aldeia para aplicá-lo, principalmente na parte de reflorestamento da região”. Tanielson Rodrigues, 19 anos, estudante de Engenharia Florestal, etnia Potiguara

“Como eu trabalho o dia todo, não tenho condições de fazer um curso regular, por isso procurei o ensino a distância. Já fiz alguns cursos nesta modalidade e gostei da experiência. Pretendo ser professor e trabalhar com pesquisa na área biológica após concluir o curso. Até agora estou gostando muito, o material é excelente”. Leandro Abade Rocha, 27 anos, estudante de Biologia no pólo UAB de Ceilândia/DF

ADAPTAÇÃO A maior preocupação, no entanto, é depois que esses alunos chegam à Universidade. Segundo a diretora de Acompanhamento e Integração Acadêmica da UnB, professora Nina Laranjeira, a adaptação dos indígenas é complicada. “Há uma diferença cultural muito grande, são outros hábitos, outra formação. É preciso receber estes alunos reconhecendo as diferenças e abrindo espaço para eles”, explica. Em função disso, a professora conta que foi criada, no ano passado, a Comissão Permanente de Acompanhamento de Ingressos Especiais, com o objetivo de instituir uma política de diversidade cultural. No primeiro semestre de 2009, a novidade para os alunos indígenas está nas disciplinas oferecidas a eles. Ao invés de entrar direto no fluxo do curso, eles estão cursando Português, Química, Biologia e Matemática. Para os alunos de Agronomia e Engenharia Florestal, também haverá aulas de Física. “A intenção é nivelar e introduzir estes alunos à UnB para que eles consigam acompanhar o curso que escolheram e se formar”, destaca Nina Laranjeira.


ano 4 nº 15 - julho, agosto e setembro de 2009

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ESPECIAL

O perfil do profissional de Educação Formação continuada é fundamental para quem deseja seguir carreira na docência ou em projetos educacionais de diferentes órgãos públicos. Páginas 3, 4 e 5

CONCURSO Prova de títulos

EDUCAÇÃO SESI avalia desempenho de suas escolas

Como se preparar para a etapa classificatória de análise de documentos. Página 7

Indicadores ajudam na elaboração de estratégias para aumentar a qualidade do ensino. Página 8


ano 4 nº 15 – julho, agosto e setembro de 2009

AVALIAÇÃO

Em busca de melhor qualidade do ensino SESI cria, em parceria com o Cespe/UnB, índices que medem desempenho de alunos e escolas da rede.

Paula Mesquita Da Assessoria Técnica de Comunicação

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A criação de ferramentas que medem o desempenho de escolas, alunos e docentes tem ajudado o Serviço Social da Indústria (Sesi) a programar medidas para aumentar a qualidade da educação oferecida pelas escolas da rede em todo o país. Em parceria com o Cespe/UnB, a instituição investiu na elaboração dos Índices de Desempenho (ID-Sesi) e de Qualidade (IQ-Sesi). “Com esses índices é possível olhar para o grupo de alunos avaliados e pensar em como melhorar o ensino, buscando assim elevar o rendimento desses estudantes para um nível avançado”, explica a gerente de educação básica do Sesi/SP, Maria José Castaldi. O Simeb aferiu o O ID-Sesi foi criaconhecimento de 35 mil do com base nos realunos, de 4ª série e 8ª sultados da prova do série, de mais de 250 Sistema de Monitoraescolas da rede Sesi nas mento da Educação disciplinas de Português Básica (Simeb), aplie Matemática. cada em novembro de 2008, e avalia os estudantes de acordo com a série e seus níveis de desempenho (veja quadro). Já o Índice de Qualidade, foi calculado por escola com base em questionários respondidos por alunos, professores, pedagogos e diretores e vai auxiliar os gestores a identificar as áreas que precisam de maior investimento (veja quadro). Apesar de possuírem o objetivo comum de contribuir com o ensino oferecido pela rede, os dois índices são independentes entre si. “Do ponto de vista estatístico, o resultado de um não influencia o resultado do outro. Mas, do ponto de vista educacional, é fato que, quanto melhor a estrutura escolar e de apoio ao estudante, melhor o resultado obtido com relação ao aprendizado”, explica a responsável pelo projeto no Cespe/UnB, Jaqueline Assis.

Objetivo: dia gnosticar co mo está o d nho dos alu esempenos e o flux o escolar Como é calc ulado: com base no flu lar e nos re xo escosultados d a s p ro v a s de Monitor do Sistema amento da Educação (Simeb) Básica Referência:

o índice foi baseado no Desenvolvim Índice de ento da Ed ucação do E São Paulo stado de (Idesp)

MÉDIAS NACIONAIS Os primeiros resultados do Índice de Desenvolvimento, apresentados no início deste semestre, apontam que as escolas, no geral, estão bem avaliadas, com fluenmédia nacional de 5,6 para ectos que in p s a os r ca entifi a 4ª série e de 5,3 para a esempeObjetivo: id mente no d a v ti a eg n 8ª série, numa escala que a ou ciam positiv vai de 0 a 10. dantes nho dos estu A meta, segundo explica a s indicaálise de sei n a o: d analista de negócios sociais do la u lc nsmitidos Como é ca valores tra , Sesi e a responsável pelo Simeb, ra tu u tr es dores-infra as, relações Adriana Oliveira Hofmann, é atins pedagógic ca ti rá p , epela escola nal e coord gir índice nacional igual a 7 até o te profissio or p u s , is os ano de 2015. “Esse índice vai de interpessoa questionári por meio de a ic óg g a acordo com o estipulado pelo MEC 8ª sénação ped nos de 4ª e lu a , es or s s como meta a ser atingida pelas escoprofe es. aplicados a icos e diretor óg g a ed las privadas no Índice de Desenvolvip es ador ries, coorden mento da Educação Básica (Ideb) até e Quamio Sesi d rê P o n o d ea 2021. E para alcançá-la, vamos probas objetivo Referência: e tem como u q mover vários seminários, um em cada o, çã ca du ucação lidade na E região do país, para apresentação dos lência na ed ce ex a d ca s bu periências promover a resultados e para que as escolas posução de ex d ro p re a r sam montar planos de intervenção de e incentiva as. melhoria no ensino”, diz. bem-sucedid Adriana Hofmann explica ainda que essas ações regionais fazem parte da primeira estratégia do Departamento Nacional do Sesi não só para trabalhar o ID-Sesi, mas para traçar uma meta também para o IQ-Sesi – que também será divulgado durante os eventos regionais. “Numa segunda fase, Adriana Hofman conta que o objetivo daremos todo o suporte do Sesi é atingir média 7 no Índice de necessário para que os Desenvolvimento até 2015. planos de intervenção sejam colocados em prática e deem resultados, assim como já temos vários programas de incentivo à educação vigentes”, destaca.


ano 4 nº 16 - outubro, novembro e dezembro de 2009

Campus Universitário Darcy Ribeiro | Sede do Cespe/UnB - Brasília-DF | CEP 70904-970

ESPECIAL

O que o setor público espera dos profissionais da área de

Direito

Quem tem interesse em garantir uma das boas chances oferecidas por esse mercado deve possuir formação jurídica sólida, além de investir regularmente em capacitação. Páginas 3, 4 e 5

SELEÇÕES Cespe/UnB pesquisa novas metodologias

EDUCAÇÃO Avaliações medem aprendizagem

O objetivo é aprimorar as ferramentas de mensuração de conhecimentos e contribuir para que as instituições encontrem pessoas com perfil adequado às funções que irão exercer. Página 6

Projetos desenvolvidos no Amazonas e em São Paulo vão avaliar o desempenho de alunos dos ensinos médio e profissionalizante. Mais de 60 mil farão os testes. Página 7


ano 4 nº 16 – outubro, novembro, dezembro de 2009

AVANÇOS

Cespe/UnB investe nas pesquisas em avaliações e seleções Objetivo é aperfeiçoar ainda mais as metodologias de medir conhecimentos, habilidades e atitudes dos candidatos e alunos Rafael Baldo Da Assessoria Técnica de Comunicação

Testes Adaptativos Computadorizado (CAT) Esses testes, como o próprio nome diz, adaptam as questões de uma avaliação para melhor mensurar o nível de capacidade

O Cespe/UnB é conhecido na sociedade por duas de suas principais funções: aplicação dos exames de admissão na Universidade de Brasília e a elaboração de concursos públicos. Porém, as atividades do Centro vão além da execução de processos seletivos. A pesquisa de metodologias para o desenvolvimento de testes é um trabalho pouco conhecido, mas ganha cada vez mais espaço dentro da instituição. Inicialmente focada em avaliações educacionais, a Coordenadoria de Pesquisa em Avaliação do Cespe/UnB desenvolve, desde 2006, projetos relacionados à melhoria dos instrumentos de mensuração de conhecimento. A demanda principal são as provas destinadas a saber o quanto o candidato conhece um assunto e domina as habilidades necessárias para resolver um problema.

de um examinando em uma determinada área de conhecimento. O programa desenvolvido reconhece o nível do avaliado de acordo com o acerto e erro das questões: Se o examinando responder certo, uma nova questão de maior dificuldade é apresentada.

O programa seleciona e apresenta um item ao examinando.

O exame termina quando uma quantidade de itens pré-fixada for alcançada ou o nível do avaliado for estável.

Se errar, o programa mostra outra questão com menor dificuldade.

Uma das vantagens do CAT é que o avaliado recebe a nota do exame logo após o término da avaliação.

O que são instrumentos de avaliação? São provas, testes ou questionários que permitem medir o grau de conhecimento, habilidade e atitude do avaliado. Esses instrumentos são construídos combinando metodologias e conceitos de várias áreas de estudo, como Psicometria, Estatística, Educação, além de outros campos diretamente relacionados ao conteúdo a ser avaliado.

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“A construção dos testes busca relacionar as questões com a rotina do candidato no emprego ou na escola”, comenta a psicometrista da Coordenadoria de Pesquisa em Avaliação, Fabiana Queiroga. Além disso, o setor começou a fazer pesquisas e relacionar a performance dos candidatos com o perfil desejado pela empresa contratante. No caso, duas instituições foram pioneiras nesse estudo: a Petrobras e o Tribunal de Contas da União. A pesquisa permitiu a melhoria dos testes e aproximou ainda mais o candidato aprovado do perfil esperado pelas empresas.

CONCURSOS O desenvolvimento de técnicas para avaliar melhor os examinados ainda é focado nos testes educacionais, como a Prova Brasil e a Proficiência em Línguas da Universidade de Brasília (UnB). “Diferentemente dos concursos, a função principal de um teste educacional é analisar o conhecimento, não ranquear os participantes”, explica a estaticista Denise Reis. Ela e a desenvolvedora de softwares Paula Fernandes estão finalizando o primeiro protótipo de Testes Adaptativos Computadorizados (CAT) do Centro (veja o gráfico). De acordo com Reis e Fernandes, a prova adaptativa no computador aumenta a motivação dos candidatos por oferecer itens adequados ao seu nível de capacidade, apesar de requerer uma estrutura mais complexa de aplicação. O grande empecilho para o uso em larga escala é a falta de locais com as condições necessárias para este tipo de teste. “Além da qualidade dos dados e praticidade, o CAT favorece muito a segurança dos testes”, reforça Reis.

A partir dos resultados obtidos nas avaliações educacionais será possível planejar aperfeiçoamentos na elaboração de provas objetivas e discursivas de concursos públicos. “Esperamos, no futuro, que os testes adaptativos computadorizados sejam uma realidade na maioria das seleções do Centro”, espera o diretor do Cespe/UnB, Joaquim Soares Neto.

Paula Fernandes e Denise Reis são responsáveis pelo primeiro protótipo do CAT do Cespe/UnB


fique por dentro

Educação Profissional

Alunos da rede SENAI serão avaliados em São Paulo Cerca de 10.500 alunos de cursos de aprendizagem industrial, técnicos e superiores de tecnologia ministrados nas escolas da rede do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (SENAI/SP) serão avaliados pelo Cespe/UnB ainda este ano. A proposta é verificar o desempenho dos alunos por meio da aplicação de provas de conhecimentos específicos e habilidades ligadas ao trabalho, além do levantamento das expectativas e características dos alunos e das condições de ensino-aprendizagem das escolas. Os exames devem ser aplicados em dezembro em mais de 50 municípios paulistas, incluindo a cidade de São Paulo. O Cespe/UnB também foi parceiro do SENAI/SP nas avaliações realizadas em 2002 e em 2004.

Ensino Médio

Amazonas aplica provas para mais de 52 mil estudantes

Expansão

Pelo segundo ano consecutivo, a Secretaria de Educação do Amazonas, realiza, em parceria com o Cespe/UnB, o Sistema de Avaliação de Desempenho da Educação do Amazonas. Desta vez, a avaliação será aplicada somente para os alunos do 3.° ano do ensino médio e finalistas da Educação de Jovens e Adultos das escolas públicas do estado, já que os estudantes do ensino fundamental serão avaliados pela Prova Brasil, do Ministério da Educação. A metodologia das provas terá como referência a nova matriz de conhecimento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As análises dos resultados, por sua vez, serão feitas de acordo com a Teoria de Resposta ao Item. As provas estão previstas para novembro e terão a participação de mais de 52 mil estudantes de 341 escolas.

O Programa de Avaliação Seriada (PAS) e o 1˚ Vestibular de 2010 da Universidade de Brasília (UnB) ganharam, juntos, 490 novas vagas e oito novos cursos. Um total de 3.782 vagas – 1.891 para cada seleção – é oferecido em 89 cursos no primeiro semestre do próximo ano, nos campi de Ceilândia, Gama, Planaltina e Plano Piloto. Os exames de admissão estão agendados, respectivamente, para os dias 12 e 13 e 19 e 20 de dezembro. Já os resultados devem ser divulgados em janeiro de 2010. Outras informações pelos links www.cespe.unb.br/pas e www.cespe.unb.br/vestibular.

ORIENTAÇÃO PARA O CANDIDATO

UnB cria novas vagas e cursos

R

Investigação de vida pregressa Vitor Augusto Motta Moreira Gerência de Avaliação de Títulos e Prova Prática do Cespe/UnB

A investigação de vida pregressa realizada pelo Cespe/UnB tem como base a análise da vida do candidato nos últimos anos. O período da análise pode variar em função do órgão público realizador do concurso, mas no mínimo são analisados os últimos cinco anos do candidato. Em geral, são solicitadas certidões das justiças eleitoral, militar, estadual e federal. Além disso, é muito frequente a solicitação de nada consta das polícias federal e estadual. É importante observar que se o candidato morou em duas ou mais unidades da federação – no período de avaliação – ele deverá providenciar as certidões e o nada consta em todas as unidades da federação que residiu. Além desses documentos, o candidato preenche um formulário com informações

sobre suas atividades profissionais e pessoais, no qual é fundamental informar, com veracidade, tudo que está sendo perguntado. O tempo entre a convocação e a entrega dos documentos solicitados é variável e deve ser observado pelo candidato no edital de convocação para tal fase. Nesse ponto é importante lembrar que há a previsão da fase de investigação de vida pregressa no primeiro edital do concurso. Assim, o candidato deve providenciar os documentos com a maior antecedência possível, sempre verificando o prazo de validade das certidões. Por último, vale registrar que essa fase é, normalmente, executada pelo órgão que contrata o Cespe/UnB para realizar o certame.

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ano 4 nº 16 – outubro, novembro, dezembro de 2009

EDUCAÇÃO

Sala dos Professores completa 23 anos Espaço é dedicado para docentes realizarem as provas do PAS e do vestibular da UnB, além de permitir maior proximidade com as escolas de educação básica

Rafael Baldo Da Assessoria Técnica de Comunicação

Experiência pioneira, a Sala dos Professores da Universidade de Brasília (UnB) completa 23 anos de existência. A iniciativa permite uma análise aberta aos professores de ensino médio das provas de admissão da UnB. E sua contribuição vai além dos dias de aplicação de provas do Programa de Avaliação Seriada (PAS) e do vestibular. “A inevitável influência que essas seleções exercem sobre a dinâmica escolar implica a consideração da necessária interação com a educação básica”, esclarece Ricardo Gauche, responsável pela Gerência de Interação Educacional do Cespe/UnB. O debate do conteúdo exigido em prova, a relevância e dificuldade das questões, palestras e várias outras atividades fazem parte da programação complementar da Sala dos Professores. Tudo começou em 1986, quando professores do ensino médio de escolas e cursinhos Participação de professores

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da região foram convidados a analisar as provas do vestibular, no momento de sua aplicação. “Na época, eles ficaram ao ar livre, embaixo de árvores do campus do Plano Piloto”, lembra Lauro Morhy, idealizaA participação na Sala dos Professores é aberta para os docentes do Distrito dor da iniciativa e ex-diretor da Federal e de cidades do entorno então organizadora de seleções discussão é ampla. “No vestibular, os professores da UnB Comissão Permanente de Concurso Vesde áreas diferentes se dividem em dois dias, por isso tibular (Copeve). Os docentes tiveram a gase perde a análise dos especialistas que comparerantia de que, caso encontrada uma questão cem apenas em um dos dias de aplicação”, explica formulada fora do conteúdo exigido, ela seria a professora. devidamente anulada. O gerente Ricardo Gauche acredita que houA confiança dos professores aumentou, assim ve, com o passar dos anos, um aumento de conscomo a participação e os procedimentos de seciência dos docentes em relação à elaboração das gurança do evento. Atualmente, os docentes parseleções. “O foco das provas não é de natureza ticipantes ficam em dependências separadas das conteudista, mas formativa, em consonância com salas de candidatos e só podem sair após encero processo ensino-aprendizagem desenvolvido rado o tempo total destinado às provas de admisnas escolas”, ressalta. A Sala dos Professores é resão. Porém, a interação entre eles é liberada para alizada no Campus Universitário Darcy Ribeiro, em ampliar a discussão das questões elaboradas. Brasília, e em Taguatinga (DF). DEBATE De acordo com a professora de exatas, Hipácia Como participar Fontes, participante da Sala desde 1996, o proje•• Acesse o site www.cespe.unb.br/interacao to é fundamental para o ensino escolar. “Fiz até ou www.gie.cespe.unb.br e clique no um banco de dados das questões elaboradas campo apropriado para se inscrever. na área de exatas e levantei os assuntos mais frequentes nas provas. Isso ajuda a prepa•• Caso o professor e a escola/cursinho não sejam rar melhor os alunos“, revela. E mesmo cadastrados, será necessário o cadastramento grávida de 7 meses, na época, ela não deipelo site www.gie.cespe.unb.br e o envio xou de participar da Sala dos Professores do formulário preenchido para o fax (61) no 2.º Vestibular de 2009 da UnB. 2109-5859. Com a interdisciplinaridade das pro•• Após efetuar a inscrição, a direção da escola/ vas, Fontes nota uma discussão mais discursinho deverá homologar os nomes dos persa sobre os conteúdos no vestibular. respectivos professores. Segundo ela, no PAS, todos os docentes estão na sala no mesmo dia, então, a

número de professores participantes


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