Designeando revista

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A dinâmica do contraste

Técnicas de comunicação visual



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A composição visual de toda obra parte de uma série de elementos básicos. Tais elementos são a matéria-prima de toda informação visual em termos de opções e combinações seletivas. A estrutura da obra visual é que determina quais elementos estão presentes e com qual ênfase ecorrem.

Clint Reid

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Clint Reid usou em suas ilustrações, dentre outros elementos, a unidade mais simples da comunicação visual: o ponto.

Clint Reid Reid usa um certo padrão com esses pontos formando um círculo. O que faz referência à forma, mas por não ser uma linha fechada não se trata de uma forma, e sim pontos espaçadamente justapostos.

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Nesta criação, por exemplo, foi utilizado o ponto com maior destaque e a linha com menor destaque, apenas como um complemento.

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Uso do ponto como um símbolo ao qual o próprio logotipo se refere; e como separador.

Em alguns trabalhos, há uma linha tênue que diferencia o ponto do círculo, que, na verdade, é uma forma. 9


João Faissal Com uma leve semelhança com o projeto imaginário de Faissal, este currículo incomum possui, além dos pontos e linhas (também presentes na arte de Faissal), formas (do lado esquerdo).

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Clint Reid Em mais um trabalho de Clint podemos ver o uso dos pontos, mas predominantemente o uso da linha.

Uso da forma com um diferencial num cart達o de visita. 11


Nesta composição as formas distorcidas, num certo ponto, se confundem com o elemento ponto.

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Tanto o cartaz de divulgação quanto a ilustração usam predominantemente o uso do triângulo e do círculo. Vale ressaltar também a presença da escala no segundo exemplo. 13


Clint Reid Desta vez, Clint reúne em um só trabalho o ponto, a linha, a forma, escala (obeserve que os círculos de cima são menores em relação ao de baixo) e direção.

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Exemplo de escala numa propaganda.

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Em mais uma ilustração do Clint é possível ver até um padrão no estilo de desenho. Além dos pontos e da forma circular, temos os quadrados e triângulos como formas e ainda apresentando uma escala devido aos variados tamanhos (tomando como referância um em detrimento dos outros). A escala também se apresenta da variação de tamanho dos círculos.

Clint Reid Exemplo de direção em manipulação fotográfica. 16


Matt Taylor

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Matt Taylor

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Matt Taylor

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Matt Taylor

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Matt Taylor Nesta sequência de ilustrações de Matt Taylor podemos ver a aplicação clara da dimensão. Este elemento dá a sensação de espeço como temos na realidade. O uso dele dá verossimilhança à composição. Este elemento é aplicado através, principalmente, da perspectiva; o que envolve variação de tamanho, sobreposição, contrates, dentre outras técnicas que dão a sensação de perspectiva e, consequentemente, de realidade. 21


Clint Reid

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Exemplo de ilustração e cartão de visita com textura. A textura se refere a qualidade de uma superfície. Impressos e mais ainda artes digitais simulam qualidades de superfícies.

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Nada como as obras da pop art para ilustrar o elemento cor. 24


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Ohzemesmo

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Clint Reid

Ao contrário das imagens das páginas 26 e 27 que também têm um forte trabalho com a cor propriamente dita (matiz), essa imagem ao lado e as imagens das páginas anteriores a essa focam a composição no jogo de tonalidades da cor. Tom é a variação de uma matiz (quanto a pureza da cor e sua intensidade).

Fabiano Oliveira

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Neste cartão de visita é possível, ao olhar, notar claramente o movimento de nossos olhos percorrendo o cartão. Começase do lado esquerdo superior com a faixa; e seguimos passando pelo nome, serviço oferecido e reencontramos o logotipo. E finalmente, Terminamos no contato. Isso é chamado movimento. E também é um elemento da linguagem visual. 31


Clint Reid Tanto nesta ilustração quanto no currículo diferenciado da página anterior temos a presença do movimento. A sensação de movimento é provocada pela articulação dos objetos que compõe a peça.

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As mensagens visuais são expressadas e interpretadas em três níveis: representacional, abstrato e simbólico. No representacional vemos e identificamos com base no meio ambiente e na experiência. A representação apresenta um nível maior de fidelidade com a realidade, possibilitando a identificação do que está sendo representado na peça por características que definem o objeto representado.

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Melanie Matthews

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Érico Santana

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Quanto mais referencial for a informação visual, mais específica será sua referência; quanto mais abstrata, mais geral e abrangente. A abstração é uma simplificação que busca um significado mais intenso e condensado. O abstrato se refere a qualidade cinestésicaa de um fato visual reduzido a seus componentes visuais básicos e elementares, enfatizando os meios mais diretos, emocionais e mesmo primitivos da criação de mensagens.

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Nada mais clássico e atual para representar o processo de abstração do que o minimalismo (que consiste em reduzir à menor parte alguma coisa), representar com poucos elementos e, ainda assim, passar a mensagem.

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A abstração se aplica a outras peças, como o cartão de visita, quando as informações são reduzidas às essenciais e de forma enxuta. Por exemplo, nos cartões de visita a seguir, é informado o nome da marca, o que faz, quem faz, e contatos. Vale ressaltar que eles põe apenas as informações sem dizer prevamentte do que se trata (por exemplo “telefone XXXX XXXX).

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Na área das artes plásticas, Picasso se destaca com sua transição da arte realista para a abstrata.

Pablo Picasso

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Amédée Ozenfant

Pablo Picasso

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A abstração pode existir não apenas na pureza de uma manifestação visual reduzida À mínima informação representacional, mas também como abstração pura e desvinculada de qualquer relação com dados visuais conhecidos, sejam eles ambientais ou vivenciais.

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O nível simbólico se refere ao vasto universo de sistemas de símbolos codificados que o homem criou arbitrariamente e ao qual atribuiu significados.

Tio Sam é o símbolo dos Estados Unidos.

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O símbolo da anarquia e o braço levantado com mão fechada representam protesto nesse cartaz.

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Victor Augusto Mais uma vez, a mão fechada firmemente indica força, e nesse caso REVOLUÇÃO. 49


No cartão de visita da esquerda, foi usado o lápis como símbolo do design e uma câmera como símbolo da foto. Já no cartão de baixo, a filmadora foi usada como símbolo de filmagem e vídeo.

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O contraste é a mais importante técnica visual para o controle de uma mensagem visual. A técnica e o conceito de contraste é de fundamental importância em todos os meios de expressão visual, pois todo e qualquer significado existe no contexto das polaridades, dos extremos. Um coisa é uma coisa por não ser outra coisa. Nós definimos/ identtificamos algo a partir da dualidade referencial. Algo é pequeno porque, num contexto, outra coisa é maior. No processo de articulação visual, o contraste é uma força vital para a criação de um todo coerente. Em todas as artes, o contraste é um poderoso instrumento de expressão, o meio para identificar o significado, e, portanto, simplificar a comunicação. No polo oposto ao contraste temos a harmonia; ambos constituem excelentes instrumentos para elaborar uma manifestação visual com clareza de ponto de vista. Sua utilização habilidosa ajuda muito a evitar confusão, tanto do designer quanto do observador.

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Neste cartaz temos o contraste de formas perceptível nos círculos, retânculos e meios círulos que se sobrepõe e contrastam em relação aos outros. 53


Contraste de forma.

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A forma do logotipo em contraste com o fundo composto por formas retas.

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Neste outro cartaz temos contrastes de forma e cor. Os triângulos estão contrastando com os retângulos inclinados. O triângulo, naturalmente, causa esse tipo de evidencia, uma vez que o retângulo é uma forma básica que representa o equilíbrio pela sua composição e o triângulo passa a ideia de desequilíbrio. Por isso há o contraste de forma. Também temos o contraste de cor porque todo o cartaz é basicamente preto e branco e os triângulos possuem cor. Tal contraste aliado a relação de equilíbrio e desequilíbrio proporcionado pela justaposição dos triângulos com os retângulos compõe esse cartaz com contrastes muito bem articulados. 56


Contraste de cor

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Contraste de cor

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Contraste de cor

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Contraste de cor

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Contraste de tom

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Contraste de tom

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Contraste de tom

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Contraste de escala

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Contraste de escala

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Contraste de escala

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As técnicas visuais são combináveis e interatuantes em seu uso na composição. Porém as polaridades técnicas nunca devem ser sutis a ponto de comprometer a clareza do resultado. Embora não seja necessário utilizá-las apenas em seus extremos de intensidade, devem seguir claramente um ou outro caminho. Se não forem definíveis, tornarse-ão transmissores ambíguos e ineficientes de informação. A seguir temos uma explanação sobre as principais técnicas: 68

João Faissal

As técnicas visuais oferecem ao designer uma grande variedade de meios para a expressão visual do conteúdo. Apresentam-se em abordagens antagônicas do significado. A escolha de uma ou outra técnica provoca alguns efeitos específicos. Portanto com o conhecimento dessas técnicas é possível controlar o efeito da mensagem de acordo com o objetivo da comunicação da peça que será criada pelo designer. As técnicas visuais não devem ser pensadas em termos de opções mutuamente excludentes para a construção ou a análise de tudo aquilo que vemos. Os extremos de significado podem ser transformados em graus menores de intensidade. Nessas variantes encontra-se uma vastíssima gama de possibilidades de expressão e compreensão.


O equilíbrio é uma estratégia de design em que existe um centro de suspensão a meio caminho entre dois pesos.

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A arte deste cartĂŁo de visita diferenciado possui equilĂ­brio.

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A instabilidade é a ausência de equilíbrio e uma formulação visual extremamente inquietante e provocadora.

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O equilíbrio pode ser obtido numa manifestação visual de duas maneiras: simétrica e assimetricamente. Simetria é equilíbrio axial. É uma formulação em que cada unidade situada de um lado de uma linha central é rigorosamente repetida do outro lado. É caraterizada pela lógica e pela simplicidade absolutas, mas que pode tornar-se estática, e mesmo enfadonha.

A simetria está presenta ilustração de um dos versos do cartão de visita.

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Apesar de a imagem estar em perspectiva, a arte possui simetria dos elementos. 74


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Bartosz Kosowski

N e s t a ilustração, temos uma quase simetria. Tudo favorece, a distribuição das cores e os elementos escolhidos. Mas como na simetria tudo rigorosamente deve repetir do outro lado, não podemos chamar de simetria.


Clint Reid

Mais um exemplo de quase simetria.

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Na assimetria o equilíbrio pode ser obtido através da variação de elementos e posições, que equivale a um equilíbrio de compensação. Nesse tipo de design, o equilíbrio é complicado, uma vez que requer ajuste de muitas forças, embora seja interessante e fecundo em sua variedade.

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Equilíbrio de compensação evidenciado pela listra preta que não está ao centro.

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A regularidade no design se dĂĄ pela uniformidade dos elementos e o desenvolvimento de uma ordem baseada em algum princĂ­pio ou mĂŠtodo constante e invariĂĄvel.

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A irregularidade enfatiza o inesperado e o ins贸lito, sem ajustar-se a nenhum plano decifr谩vel.

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A simplicidade é uma técnica visual que envolve a imediatez e a uniformidade da forma elementar, livre de complicações ou elaborações secundárias.

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A complexidade é constituída por inúmeras unidades e forças elementares que resulta num difícil processo de organização do significado.

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A unidade é um equilíbrio adequado de elementos diversos em uma totalidade que se percebe visualmente. A junção de muitas unidades deve harmonizar- se de modo tão completo que passe a ser vista e considerada como uma única coisa.

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A fragmentação é a decomposição dos elementos e unidades de um design em partes separadas, que se relacionam entre si mas conservam seu caráter individual.

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Na economia há presença de unidades mínimas de meios de comunicação visual. A economia é visualmente fundamental e enfatiza o conservadorismo e o abrandamento.

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A profusão é carregada em direção a acréscimos discursivos infinitamente detalhados a um design básico, os quais atenuam e embelezam através da ornamentação.

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A minimização é uma abordagem muito abrandada, que procura obter do observador a máxima resposta a partir de elementos mínimos.

Ohzemesmo 103


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O exagero deve recorrer a um relato profuso e extravagante, ampliando sua expressividade para muito alĂŠm da verdade, em sua tentativa de intensificar e amplificar.

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A previsibilidade sugere alguma ordem ou plano extremamente convencional. É preciso ser capaz de prever de antemão como vai ser toda a mensagem visual, e fazê-lo com base num mínimo de informação.

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A espontaneidade caracteriza-se por uma falta aparente de planejamento. É uma técnica saturada de emoção, impulsiva e livre.

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Matt Taylor

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A atividade reflete o movimento através da representação ou da sugestão. Tem postura enérgica e estimulante.

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O estase, através do equilíbrio absoluto, apresenta um efeito de repouso e tranqüilidade.

Bartosz Kosowski 115


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A sutileza sugere uma abordagem visual delicada e de extremo requinte, mas deve ser criteriosamente concebida para que as soluçþes encontradas sejam håbeis e inventivas.

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A ousadia é uma técnica visual óbvia. Deve ser utilizada com audácia, segurança e confiança, uma vez que seu objetivo é obter a máxima visibilidade.

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A neutralidade trata-se de uma técnica menos provocadora de uma manifestação visual, podendo ser o procedimento mais eficaz para vencer a resistência do observador.

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Na ênfase se realça apenas uma coisa contra um fundo em que predomina a uniformidade.

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A transparência envolve detalhes visuais através dos quais se pode ver, de tal modo que o que lhes fica atrás também nos é revelado aos olhos.

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A opacidade é o bloqueio total, o ocultamento, dos elementos que são visualmente substituídos.

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A exatidão é a técnica natural da câmera, refere-se ao realismo que conhecemos. Portanto depende do uso da perspectiva, principalmente nas criações. Um bom exemplo é o trompe’oeit.

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Victor Augusto

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A distorção adultera o realismo, procurando controlar seus efeitos atravÊs do desvio da forma verdadeira.

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